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151 na sua listagem dos Solares de Portugal 40 , sendo que estes dois alojamentos se incluem na categoria de “Casas Antigas”. O facto de estarem incluídos nesta listagem é uma ótima forma de divulgação e extremamente prestigiante, uma vez que estes “são sinónimo de qualidade, tradição, história e herança. Nos Solares de Portugal vivem-se experiências únicas, repletas de conhecimento e saber. A preservação das casas com o Turismo de Habitação, a tradição, a cultura, a arquitetura quer erudita quer rústica e os modos de vida tradicionais do turismo rural e de natureza fazem parte das vivências. Para quem quer viajar e conhecer o país, os Solares de Portugal proporcionam um conhecimento das raízes locais e dos costumes: as casas integram-se nos estilos arquitetónicos típicos locais, e os proprietários estão disponíveis em contar a história local, bem como da casa; e dar informações, sobre a gastronomia, vinhos, festas, eventos, artesanato, tradições e locais de interesse próximos” (TURIHAB – Associação de Turismo de Habitação, 2010). Importa ainda referir que, no ano de 2007, as Autarquias de Amarante, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto, juntamente com a REFER e o Estado português assinaram um protocolo que resultaria na construção da Ecopista 41 da Linha do Tâmega, uma via que atravessa os três Municípios ao longo de quase 40 quilómetros (CICLOVIA, 2010). Este projeto, que se inclui na Rede Europeia de Vias Verdes 42 , tem o seu início ao km 12,467, em Amarante, e término ao km 51,720 na Freguesia de Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto. 40 TURIHAB Associação de Turismo de Habitação (2010) Casas Antigas, acedido em http://www.solaresdeportugal.pt/PT/casas_antigas.php - consultado a 14 de Dezembro de 2010. 41 Ecopista ou Pista Verde é a designação portuguesa atribuída aos percursos que utilizam antigos ramais ferroviários desativados. Estes situam-se em diversas regiões do território continental, potenciando a criação de uma verdadeira rede ou sistema nacional de passeios na Natureza e, por vezes, também em meio urbano (Turismo de Portugal, 2010). 42 Vias de comunicação autónomas, reservadas às deslocações não motorizadas, realizadas num quadro de desenvolvimento integrado, que valorizam o meio ambiente e a qualidade de vida, e que cumprem as suficientes condições de largura, inclinação e qualidade da superfície, de forma a garantir uma utilização em convivência e segurança por parte dos utentes, independentemente da capacidade física dos mesmos. Por conseguinte, a utilização dos caminhos, canais e vias ferroviárias, constitui um suporte privilegiado para o desenvolvimento das Vias Verdes (declaração de Lille, para uma Rede Verde Europeia) (Turismo de Portugal, 2010).

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na sua listagem dos Solares de Portugal40, sendo que estes dois alojamentos se incluem na

categoria de “Casas Antigas”.

O facto de estarem incluídos nesta listagem é uma ótima forma de divulgação e extremamente

prestigiante, uma vez que estes “são sinónimo de qualidade, tradição, história e herança. Nos

Solares de Portugal vivem-se experiências únicas, repletas de conhecimento e saber. A

preservação das casas com o Turismo de Habitação, a tradição, a cultura, a arquitetura quer

erudita quer rústica e os modos de vida tradicionais do turismo rural e de natureza fazem

parte das vivências. Para quem quer viajar e conhecer o país, os Solares de Portugal

proporcionam um conhecimento das raízes locais e dos costumes: as casas integram-se nos

estilos arquitetónicos típicos locais, e os proprietários estão disponíveis em contar a história

local, bem como da casa; e dar informações, sobre a gastronomia, vinhos, festas, eventos,

artesanato, tradições e locais de interesse próximos” (TURIHAB – Associação de Turismo de

Habitação, 2010).

Importa ainda referir que, no ano de 2007, as Autarquias de Amarante, Celorico de Basto e

Cabeceiras de Basto, juntamente com a REFER e o Estado português assinaram um protocolo

que resultaria na construção da Ecopista41 da Linha do Tâmega, uma via que atravessa os três

Municípios ao longo de quase 40 quilómetros (CICLOVIA, 2010).

Este projeto, que se inclui na Rede Europeia de Vias Verdes42, tem o seu início ao km 12,467,

em Amarante, e término ao km 51,720 na Freguesia de Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de

Basto.

40 TURIHAB – Associação de Turismo de Habitação (2010) Casas Antigas, acedido em

http://www.solaresdeportugal.pt/PT/casas_antigas.php - consultado a 14 de Dezembro de 2010.

41 Ecopista ou Pista Verde é a designação portuguesa atribuída aos percursos que utilizam antigos

ramais ferroviários desativados. Estes situam-se em diversas regiões do território continental,

potenciando a criação de uma verdadeira rede ou sistema nacional de passeios na Natureza e, por

vezes, também em meio urbano (Turismo de Portugal, 2010).

42 Vias de comunicação autónomas, reservadas às deslocações não motorizadas, realizadas num quadro

de desenvolvimento integrado, que valorizam o meio ambiente e a qualidade de vida, e que cumprem

as suficientes condições de largura, inclinação e qualidade da superfície, de forma a garantir uma

utilização em convivência e segurança por parte dos utentes, independentemente da capacidade física

dos mesmos. Por conseguinte, a utilização dos caminhos, canais e vias ferroviárias, constitui um suporte

privilegiado para o desenvolvimento das Vias Verdes (declaração de Lille, para uma Rede Verde

Europeia) (Turismo de Portugal, 2010).

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Em 2010 apenas o Troço de Amarante se encontra em funcionamento. Prevê-se para breve a

abertura dos Troços de Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto.

5.4.3 DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO

TERRITÓRIO PARA O TURISMO E EXECUÇÃO DA MESMA

Através da definição de uma estratégia sectorial para o turismo à escala do concelho com a

necessária integração desta nos objetivos preconizados na estratégia de desenvolvimento

local, regional e nacional. A estratégia deve definir/propor um conjunto de ações, que visem

facilitar, apoiar e promover a atividade turística através da utilização sustentável de recursos

endógenos.

A definição de uma política sectorial, que se poderá traduzir num plano de ação, deverá

considerar os seguintes pontos:

• Identificação dos recursos turísticos;

• Estudo e definição da capacidade de carga para os diferentes recursos;

• Definição e implementação de um produto turístico do concelho;

• Valorização e conservação do património natural e cultural;

• Apoio à criação de micro/pequenas empresas em áreas qualificadas ligadas com a

oferta/animação turística;

• Promoção de um calendário de “animação turística”;

• Melhoria da informação turística incluindo a sinalização turística;

• Promoção de processo de Certificação de qualidade;

• Criação de uma imagem de marca e negociação com os diferentes agentes para a

utilização da mesma (diferentes operadores) uniformização da imagem de marca (imagens

associadas a uma certificação dada pelo município).

De referir que alguns dos pontos anteriormente referenciados encontram-se contextualizados

no Quadro de Referência Estratégico Nacional e na Estratégia Nacional para o

desenvolvimento Sustentado e serão alvo de medidas específicas, no atual quadro de apoio,

que podem servir para o financiamento da sua implementação.

Desde logo a identificação dos recursos turísticos afigura-se como primeiro passo para a

definição de uma estratégia para o turismo, sendo que esta lista poderá também servir para o

correto enquadramento dos recursos turísticos ao nível da revisão do PDM.

5.4.4 LICENCIAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS

O pedido de licenciamento e a apresentação da comunicação prévia de operações urbanísticas

relativas à instalação dos empreendimentos turísticos deve ser instruído nos termos do regime

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jurídico da urbanização e da edificação, e ainda com os elementos constantes de portaria

conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do turismo e do ordenamento do

território, devendo o interessado indicar no pedido o tipo de empreendimento, bem como o

nome e a classificação pretendidos (n.º2, do artigo 23.º, do Decreto-Lei n.º 39/200843, de 7 de

Março)

A câmara municipal pode contratualizar com o Turismo de Portugal, I. P., o acompanhamento

do procedimento de instalação dos empreendimentos turísticos, nomeadamente,

estabelecimentos hoteleiros; aldeamentos turísticos; apartamentos turísticos; conjuntos

turísticos (resorts) e hotéis rurais, para efeitos de dinamização do procedimento,

designadamente para promoção de reuniões de concertação entre as entidades consultadas

ou entre estas, a câmara municipal e o requerente (n.º3, do artigo 23.º, do Decreto-Lei n.º

39/2008, de 7 de Março)

Por seu lado a Portaria n.º 232/2008, de 11 de Março, estabelece todos os elementos que

devem instruir os pedidos de licenciamento dos empreendimentos turísticos.

Refira-se, ainda, que o Município poderá ter uma ação que vise ajudar estes estabelecimentos

a cumprir com os requisitos legais, quando essas ações possam também contribuir para

alcançar objetivos estratégicos definidos pelo município. A título de exemplo apresentamos o

seguinte caso:

De acordo como o n.º2, do artigo 8.º do Decreto-Regulamentar n.º13/2002, de 12 de Março

está previsto o seguinte:

O responsável pelo empreendimento deve estar apto a dar informações sobre o património

turístico, natural, histórico, etnográfico, cultural, gastronómico e paisagístico da região onde o

empreendimento se localiza, nomeadamente sobre:

a) Itinerários característicos;

b) Circuitos turísticos existentes;

c) Desportos;

d) Artesanato, gastronomia, vinhos e outros produtos agroalimentares tradicionais;

e) Estabelecimentos de restauração e bebidas existentes nas proximidades dos

empreendimentos;

f) Festas, feiras, romarias e outros acontecimentos locais de natureza popular;

g) Meios de transporte público que servem o empreendimento e vias de acesso.

43 O presente regulamento foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de Setembro, que procede

à alteração da redacção de alguns artigos tendo em vista a clarificação do seu conteúdo e a facilitação

da sua aplicação.

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O Município poderia organizar um conjunto de informação de suporte, facultando-a aos

diferentes operadores turísticos e, em particular aos empreendimentos de turismo no espaço

rural. Desta forma os proprietários, para além de cumprirem com o previsto no decreto

regulamentar atrás referido, estariam a valorizar o produto turístico do concelho, garantindo

que todos os turistas teriam acesso à informação sobre o conjunto de ofertas existentes na

área do concelho e nos seus limítrofes.

5.5 ESTRUTURA FUNDIÁRIA

O estudo dos tipos de utilização da terra serve para tomar conhecimento da tendência de

evolução das áreas agrícola e florestal no concelho, sendo que o incremento de uma ou de

outra poderá significar o abandono ou aumento das superfícies agrícola e/ou silvopastoril, por

parte da população. A fonte utilizada para a análise realizada foi a base de dados estatísticos

dos Recenseamentos Gerais da Agricultura (RGA) referente aos anos de 1989 e 1999, do

Instituto Nacional de Estatística (INE).

São aqui analisados parâmetros como estrutura das explorações agrárias, usos/ utilizações das

terras, efetivos animais e, finalmente população e mão-de-obra agrícola.

Em termos de enquadramento territorial, o concelho de Celorico de Basto pertence à Região

Agrária de Entre Douro e Minho e NUT III Tâmega.

Mapa 31 - Enquadramento do concelho de Celorico de Basto na região agrária

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5.5.1 ESTRUTURA DAS EXPLORAÇÕES AGRÁRIAS

As formas de exploração da superfície agrícola utilizada (SAU44) referem-se à forma jurídica

pela qual o produtor dispõe da terra, e são concretizadas em três modalidades, a saber: conta

própria, arrendamento e outras formas. Os valores relativos a estes itens serão analisados em

relação ao número de explorações e respetiva área.

Em termos percentuais, tanto o número de explorações como a área têm como forma de

exploração dominante a conta própria, ou seja, a superfície agrícola utilizada da exploração

que é propriedade do produtor. A esta forma de exploração segue-se o arrendamento seguido

de outras formas de exploração (Gráfico 27).

Gráfico 27 - Formas de exploração da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em 1999

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1999, INE

No que respeita à natureza jurídica dos produtores agrícolas no concelho de Celorico de Basto,

o tipo com maior representatividade da realidade da exploração agrícola, quanto à natureza

jurídica do produtor, é a de produtor singular autónomo, o que significa que o trabalho

agrícola continua a ser praticado por uma pessoa singular que, de forma permanente ou

predominante, faz agricultura sem recurso (ou com recurso excecional) ao trabalho

assalariado. A tabela seguinte comprova essa grande predominância do produtor singular

autónomo no concelho.

Tabela 41 - Natureza jurídica dos produtores no concelho de Celorico de Basto, em 1999

Tipos N.º de explorações

Produtor singular autónomo 1.748

Produtor singular empresário 16

Sociedades de agricultura por grupo 20

Outras formas de sociedade -

Baldios -

Estado e pessoas públicas 1

Outras formas de natureza jurídica dos produtores -

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1999, INE

44 Superfície da exploração que inclui terras aráveis (limpa e sob-coberto de matas e florestas), culturas

permanentes, prados e pastagens permanentes.

SAU (ha)

69%

11%

20%

Conta própria Arrendamento Outras formas

65%

9%

26%

N.º de explorações

Conta própria Arrendamento Outras formas

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5.5.2 UTILIZAÇÃO DAS TERRAS

Os parâmetros selecionados para a realização da análise às diferentes utilizações da terra são:

superfície agrícola utilizada (SAU), culturas sob coberto de matas e florestas, superfície agrícola

não utilizada, total de terra arável limpa, matas e florestas sem culturas sob coberto e

pastagens permanentes em terra limpa. Por Superfície Agrícola Utilizada (SAU) entende-se

toda a área de exploração agrícola.

Tabela 42 - Enquadramento da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em 1989 e 1999

Unidade Geográfica 1989 1999

Variação

N.º de explorações

Área (há) N.º de

explorações Área (há)

NUT I - Continente 546.658 3.879.578,6 378.880 3.736.140,2 -3,7

NUT II - Norte 191.641 778.756,7 137.192 673.555,5 -13,5

Região Agrária Entre Douro e Minho 111.184 289.623,9 67.362 215.674,5 -25,5

NUT III - Tâmega 38.970 80.866,4 20.483 56.556,0 -30,1

Concelho de Celorico de Basto 2.705 5.126,2 1.779 3.653,0 -28,7

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

A Tabela 42 contém os valores respeitantes à SAU nos dois anos em análise, em número de

explorações e área. Em termos de enquadramento regional destaca-se a tendência de

diminuição deste uso do solo tanto na NUT I – Continente como nas NUT II, NUT III e Região

Agrária de Entre Douro e Minho. No concelho de Celorico de Basto este tipo de uso do solo

registou um decréscimo generalizado entre 1989 e 1999, tanto em número de explorações

(menos 926) como em área (1.473,2ha).

A observação do Mapa 32 - Evolução da área e explorações ocupadas por SAU, entre 1989 e

1999, permite verificar que o número de explorações mantém-se inferior ao do ano base

(1989) em todas as freguesias do concelho, sem exceções. Do total de freguesias, metade

apresentaram variação negativa superior à concelhia (-34.23%) sendo de evidenciar as

freguesias localizadas a Nordeste, Centro e Sul do concelho onde o abandono das explorações

é mais evidente.

Em termos de área ocupada pela SAU, apenas três freguesias se destacam com um

crescimento, ainda que pouco acentuado, em relação à década anterior, são elas: Fervença

(mais 1.15ha), Molares (mais 16.67ha) e Veade (mais 24.15ha). Pelo contrário, as freguesias

com decréscimos mais acentuados foram Caçarilhe, Ribas, Arnoia, Infesta e Basto (St.ª Tecla).

Em termos absolutos Arnoia é a freguesia onde este decréscimo mais se fez sentir, com menos

130 explorações e menos 233.67ha afetos à SAU relativamente a 1989 (ver anexo V).

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Mapa 32 - Evolução da área e explorações ocupadas por SAU, entre 1989 e 1999

No mapa seguinte é possível visualizar quais as freguesias onde a SAU ocupa maior área face

ao total de área da freguesia. Destacam-se, desde logo as freguesias de Molares (45.2%),

Gémeos (36.6%), Gagos (35.0%) e Borba da Montanha (33.4%). Por outro lado, são as

freguesias localizadas a Sul e Norte do concelho a registar menor ocupação da SAU face à área

total da freguesia (Codessoso e Arnoia, a Sul e Basto (S. Clemente), Corgo e Caçarilhe, a Sul).

Mapa 33 - Percentagem da SAU na superfície total das freguesias, em 1999

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Por culturas sobcoberto de matas e florestas entende-se as parcelas de terrenos onde existe

cultura associada a culturas temporárias em cultura principal, pousio e horta familiar

associadas a matas e florestas. No que respeita ao total de culturas sobcoberto de matas e

florestas, registam-se alguns resultados nulos (ver Tabela 43 - Utilização das terras – total de

culturas sobcoberto de matas e florestas por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em

1989 e 1999).

Assim, da análise possível destacamos que em 1999, a nível concelhio, havia 19 explorações,

face às 3 que havia na década anterior (1989), o que deixa adivinhar uma evolução positiva. Os

dados disponíveis permitem traçar a evolução para apenas uma freguesia (Infesta) que, por

sinal, é nula e com apenas uma exploração. Das restantes, e referindo-nos a dados de 1999:

Borba da Montanha (8 explorações), Rego (4 explorações) e Vale de Bouro (3 explorações).

Tabela 43 - Utilização das terras – total de culturas sobcoberto de matas e florestas por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações Área (ha) N.º de explorações Área (ha)

Agilde - - - -

Arnoia 1 - - -

Borba de Montanha - - 8 17,06

Britelo 1 - - -

Caçarilhe - - - -

Canedo de Basto - - - -

Carvalho - - - -

Codessoso - - - -

Corgo - - - -

Fervença - - 1 -

Gagos - - 1 -

Gémeos - - - -

Infesta 1 - 1 -

Molares - - - -

Moreira do Castelo - - - -

Ourilhe - - - -

Rego - - 4 4,35

Ribas - - 1 -

Basto (Santa Tecla) - - - -

Basto (São Clemente) - - - -

Vale de Bouro - - 3 5,51

Veade - - - -

Celorico de Basto (concelho) 3 1,75 19 34,61

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

Por não haver dados referentes ao ano de 1989, não é possível aferir da evolução sofrida pelas

várias freguesias, em relação à área ocupada. Ainda assim, houve uma evolução positiva em

termos concelhios: de 1,75 ha para 30,99 ha em 1999. Neste ano os valores existentes dizem

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que em Borba da Montanha há 17,06 ha; Rego: 4,35 ha e Vale de Bouro: 5,51 ha afetos a total

de culturas sobcoberto de matas e florestas.

Tabela 44 - Superfície Agrícola não Utilizada por freguesia, em 1989 e 1999

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações

Área (ha) N.º de

explorações Área (ha)

Agilde 9 2,51 9 13,41

Arnoia 17 12,79 12 22,49

Borba de Montanha 18 14,45 12 6,78

Britelo 1 - 10 7,03

Caçarilhe 10 16,15 3 1,09

Canedo de Basto 7 13 1 -

Carvalho 7 6,3 9 5,21

Codessoso - - 8 4,07

Corgo 2 - - -

Fervença 2 - 3 2,01

Gagos 7 13,3 4 13

Gémeos 2 10 13,21

Infesta 9 34,06 8 12,85

Molares 11 10,8 2 -

Moreira do Castelo 6 4,72 2 -

Ourilhe 1 - 5 5,02

Rego 2 - -

Ribas 5 8,15 4 4,91

Basto (Santa Tecla) - - 1 -

Basto (São Clemente) 7 12,3 15 6,99

Vale de Bouro 8 3,98 7 8,55

Veade 1 - 13 7,79

Celorico de Basto (concelho) 132 161,86 138 140,28

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

A superfície agrícola não utilizada45 corresponde à superfície que outrora foi utilizada com

objetivos agrícolas mas que, por diversos motivos, não o é à data a que se reportam os dados

disponíveis.

A observação da Tabela 44 revela que os valores registados no ano de 1999 tornam esta

utilização da terra quase residual em comparação com os restantes cinco parâmetros em

observação. De facto, assiste-se, até ao ano de 1999, a uma fraca representação do abandono

da prática agrícola, ou seja, estes locais são ou pertencem ainda a uma unidade agrícola ativa.

Em termos concelhios, assistiu-se a um aumento do número de explorações e à diminuição de

área ocupada por superfície agrícola não utilizada.

Por se verificarem situações pontuais de “resultados nulos” em relação às explorações, o

número de freguesias em análise vê-se reduzido a dezoito. Destas, sete registaram aumento,

45 “Superfície que já foi anteriormente utilizada como superfície agrícola, mas que já não é explorada por razões económicas, sociais ou outras e que não entra no afolhamento ou rotação cultural. (…) pode voltar a ser utilizada com o auxílio dos meios geralmente disponíveis numa exploração. Exclui: jardins de recreio (parques e relvados) e os pousios. Inclui: "terras abandonadas", mesmo as áreas abandonadas de culturas permanentes”, in INE.

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uma manteve o mesmo número de explorações (Agilde) e as restantes registaram queda do

número de explorações com superfície agrícola não utilizada. Veade e Britelo representam o

maior aumento de número de explorações com este tipo de utilização da terra. No que diz

respeito às áreas ocupadas, Agilde foi a que maior crescimento apresentou, enquanto Infesta e

Caçarilhe foram as que maior diminuição registaram no ano de 1999.

O total de terra arável limpa46 permite aferir da evolução da ocupação da terra arável com

culturas temporárias em cultura principal, ou seja, parcela de terra cultivada não associada a

sob coberto de matas e florestas. Os dados disponíveis do Recenseamento Geral Agrícola

revelam que houve um decréscimo de número de explorações (de 2.502, em 1989, para

1.5031, em 1999) e área ocupada por esta utilização da terra no ano de 1999 (de 3.661,85ha,

em 1989, para 2.157,03ha, em 1999).

As matas e florestas sem culturas sobcoberto47, representam, de uma forma muito generalista,

áreas cobertas com árvores ou arbustos de povoamentos puros e/ou mistos, onde não se

pratica qualquer tipo de atividade agrícola. Os dados estatísticos (Tabela 45 - Utilização das

terras – matas e florestas sem culturas sobcoberto por freguesia do concelho de Celorico de

Basto, em 1989 e 1999), referentes a este parâmetro e relativos aos anos já mencionados,

mostram que a exploração florestal deixa de estar associada à prática agrícola, ao mesmo

tempo que a floresta deixa de ser encarada como recurso para a prática agrícola, assim como

para o agricultor. Este decréscimo é máximo em Arnoia (menos 156 explorações que em

1989).

Tabela 45 - Utilização das terras – matas e florestas sem culturas sobcoberto por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações

Área (há) N.º de

explorações Área (há)

Agilde 102 139,7 74 171,01

Arnoia 254 384,65 98 276,12

Borba de Montanha 166 645,25 112 387,09

Britelo 72 208,15 70 162,61

Caçarilhe 76 247,5 53 102,85

Canedo de Basto 76 169,16 35 119,05

Carvalho 109 173,06 81 156,4

Codessoso 60 182,35 16 60,84

46 Superfícies ocupadas com culturas temporárias em cultura principal, pousio e horta familiar. Designa-se por limpa porque não inclui a terra arável que está sob-coberto (associada) de matas e florestas.

47 “Superfícies cobertas com árvores ou arbustos florestais, incluindo choupais, quer se trate de povoamentos puros (com uma só espécie), quer de povoamentos mistos (com espécies diversas), (…) viveiros florestais localizados no interior das florestas (…) Exclui as áreas com árvores isoladas, pequenos grupos e linhas de árvores, nogueiras e castanheiros que se destinam principalmente à produção de fruto, plantas para entrançar (vime, cana, junco, etc.) e viveiros florestais comerciais e outros viveiros fora da floresta. Inclui: "quebra-ventos" e limites florestados localizados na exploração, sempreque se considerem com alguma importância”, in INE.

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161

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações

Área (há) N.º de

explorações Área (há)

Corgo 35 34,3 13 14,62

Fervença 120 324,2 72 242,1

Gagos 71 116,36 41 140,31

Gémeos 78 129,96 59 100,77

Infesta 78 261,15 48 118,63

Molares 41 115,83 22 33,51

Moreira do Castelo 96 135,29 46 188,19

Ourilhe 56 87,73 34 68,99

Rego 157 319,7 124 352,72

Ribas 137 301,2 88 193,58

Basto (Santa Tecla) 53 94,8 23 47,54

Basto (São Clemente) 134 267,05 72 229,4

Vale de Bouro 96 159,85 43 101,23

Veade 43 94,85 24 84,07

Celorico de Basto (concelho) 2110 4592,09 1248 3351,63

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

Contudo, as áreas ocupadas por matas e florestas sem culturas sobcoberto revelam uma

tendência no sentido da diminuição, sendo que em apenas quatro freguesias do concelho, se

verificou um aumento da área com este tipo de ocupação: Agilde, Gagos, Moreira do Castelo e

Rego. Das restantes que registaram um decréscimo de área com este tipo de utilização, Borba

da Montanha foi a que valor mais elevado registou: com menos 258,16 ha que em 1989, já

Veade foi a freguesia onde se registou a menor diminuição no espaço intercensitário em

análise.

Por pastagens permanentes em terra limpa48 entendem-se as áreas totalmente ocupadas por

pastagens, que não estão associadas a matas e florestas. Tanto em termos de área como em

número de explorações, este parâmetro é o segundo com menor representação concelhia.

Convém frisar, antes de mais, que o parâmetro pastagens permanentes em terra limpa, para

além de registar valores residuais apresenta, também, várias freguesias, num e noutro ano,

com “resultados nulos” o que, por si só, torna esta análise menos rica em conteúdo que as

restantes.

Tabela 46 - Utilização das terras – pastagens permanentes em terra limpa, por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações

Área (ha) N.º de

explorações Área (ha)

Agilde 1 - - -

Arnoia 5 8,78 - -

Borba de Montanha 53 48,1 6 4,83

Britelo 1 - 1 -

48 “(…) pastagens que não estão associadas ao sob-coberto de uma cultura permanente (pomares, olivais, videiras e outras), nem estão sob-coberto de matas e florestas”, in INE.

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162

Unidade Geográfica

1989 1999

N.º de explorações

Área (ha) N.º de

explorações Área (ha)

Caçarilhe 3 3,05 - -

Canedo de Basto - - - -

Carvalho - - 3 3,2

Codessoso - - - -

Corgo - - - -

Fervença - - - -

Gagos - - 2 -

Gémeos - - 1 -

Infesta 2 - 1 -

Molares 2 - 1 -

Moreira do Castelo - - 1 -

Ourilhe 2 - - -

Rego 30 36,6 - -

Ribas 2 - 5 3,73

Basto (Santa Tecla) - - - -

Basto (São Clemente) 2 - - -

Vale de Bouro - - 1 -

Veade - - 2 -

Celorico de Basto (concelho) 103 115,43 24 34,61

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

Apenas cinco freguesias mostram referência a dados para ambos os anos, permitindo, desta

forma, que se trace uma evolução. Elas são: Borba da Montanha, Britelo, Infesta, Molares e

Ribas, sendo que somente a última registou um aumento do número de explorações afetas a

esta utilização da terra. Em Britelo este número manteve-se e em Borba da Montanha

registou-se a maior descida do número de explorações. Em termos de dimensão de ocupação

o comportamento mantém-se, ainda que apenas três freguesias registem valores em 1999 e

que Borba da Montanha seja a única onde é possível traçar uma evolução idêntica à concelhia:

negativa.

Tabela 47 - Utilização das terras no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Utilização das terras

N.º de explorações Área (ha)

1989 1999 Variação absoluta

1989 1999 Variação absoluta

Superfície agrícola utilizada (SAU) 2705 1779 -926 5126,2 3652,8 -1473,37

Culturas sobcoberto de matas e florestas 3 19 16 1,75 30,99 29,24

Superfície agrícola não utilizada 132 138 6 115,43 34,61 -80,82

Total de terra arável limpa 2502 1531 -971 3661,9 2157 -1504,82

Matas e florestas sem culturas sobcoberto 2110 1248 -862 4592,1 3351,6 -1240,46

Pastagens permanentes em terra limpa 103 24 -79 115,43 34,61 -80,82

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

Uma primeira análise à Tabela 47 permite concluir que metade dos parâmetros acusa valores

francamente díspares e bastante baixos em relação aos restantes. Eles são: total de culturas

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sobcoberto de matas e florestas, pastagens permanentes em terra limpa e superfície agrícola

não utilizável, por esta ordem e em sentido crescente. Não obstante, o primeiro referido é o

único, de todos os parâmetros em análise, que consegue mostrar uma variação positiva tanto

em número de explorações afetas como em área ocupada.

Dos restantes três parâmetros não abrangidos pela análise anterior, destaca-se que a terra

arável limpa sofreu um declínio bastante acentuado face aos restantes, tanto em termos de

número de explorações como em área afeta. Acresce a este o facto de em termos absolutos

este tipo de uso da terra ser o que, em ambos os anos em análise, registar os valores absolutos

mais baixos em área ocupada e o segundo valor mais elevado em número de explorações.

Gráfico 28 - Utilização das terras, por área (ha), no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 19889/1999, INE

No concelho de Celorico de Basto assistiu-se, do ano de 1989 para o de 1999, a uma

diminuição bastante acentuada, em termos de áreas, da prática agrícola em terra limpa e em

terra arável, bem como das matas e floresta sem culturas sobcoberto. Também as pastagens

em terra limpa viram a sua área diminuir no ano de 1999, assim como a área onde outrora

houve prática agrícola. A única evolução positiva fez-se sentir ao nível das culturas feitas

sobcoberto de matas e florestas, que em termos absolutos, é pouco representativa para a

estrutura da exploração agrícola no concelho.

5.5.3 POPULAÇÃO E MÃO-DE-OBRA AGRÍCOLA

Os dados relativos à origem do rendimento do agregado doméstico do produtor são

apresentados no gráfico seguinte. Em termos absolutos, e por todo o território continental, a

principal proveniência do rendimento do agregado doméstico do produtor é exterior à

atividade agrícola, sendo, também, cada vez menor o número de agregados cujo rendimento

depende exclusivamente da atividade da exploração.

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

Sup

erf

ície

ag

ríc

ola

utiliz

ad

a

(SA

U)

Cu

lura

s s

ob

-

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be

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Su

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Mata

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Pas

tag

en

s

perm

an

ente

s

em

te

rra

limp

a

1989

1999

Variação abso luta

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Gráfico 29 - Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor no concelho, em 1999

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1999, INE

Contrariamente, os dados do concelho de Celorico de Basto em 1999, revelam que o número

de explorações onde o rendimento do agregado doméstico do produtor singular tem origem

principalmente da atividade de exploração é de cerca 58%, enquanto os provenientes

exclusivamente da atividade da exploração é na ordem dos 4%. Os rendimentos de origem

exterior à atividade da exploração representam 38% das explorações.

5.5.4 EFETIVOS ANIMAIS

A pastorícia é um aspeto importante já que dela depende a diminuição da carga de

combustível nas áreas silvo-pastoris e, consequentemente, a redução do risco de incêndio. Em

termos de pecuária os dados referem-se aos seguintes efetivos animais49 (bovinos, caprinos,

equídeos e ovinos) e a caracterização da sua evolução assenta no número de efetivos animais

e número de explorações a eles associadas. De modo geral, a evolução concelhia permite

verificar um aumento do número de efetivos animais de 1989 para 1999 com exceção dos

bovinos, que sofreram um decréscimo significativo face às restantes variações (Gráfico 30 -

Número de efetivos animais, no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999)

Gráfico 30 - Número de efetivos animais, no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1999, INE

49 Segundo o INE; “Todos os animais propriedade da exploração, bem como os criados sob contrato pela exploração. Os animais considerados podem encontrar-se na exploração ou fora da exploração (feiras, mercados, superfícies pertencentes a outras explorações, etc.). Tomou-se como referência o dia de passagem do entrevistador. Inclui os animais pertencentes ao pastor da exploração. Exclui os animais de passagem não pertencentes à exploração (como por exemplo: machos ou fêmeas trazidos à cobrição; rebanhos em migração que devem ser considerados como explorações independentes) e os animais cedidos pela exploração a terceiros sob contrato”.

4%

58%

38%

Provenient e exclusivamente da

actividade da exploração

Principalmente da act ividade

da exploração

Principalmente de origem

exterior à act ividade da

exploração

-4000

-2000

0

2000

4000

6000

8000

Bovinos Ovinos Caprinos Equídeos

1989

1999

Variação absoluta

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165

O Mapa 34 permite aferir da distribuição da variação relativa dos efetivos animais por

freguesias do concelho de Celorico de Basto entre 1989 e 1999. Apenas Veade e Gagos não

seguem a tendência concelhia, ou seja, nestas freguesias assiste-se a um aumento de efetivos

animais de 1989 para 1999.

Mapa 34 - Variação relativa dos efetivos animais no concelho de Celorico de Basto, entre 1989 e 1999

Fonte: Recenseamentos Geral Agrícola de 1989/1999, INE

As freguesias que maior número de animais registaram no ano de 1999 foram: Borba de

Montanha (1002 efetivos), Arnoia (610 indivíduos), Veade (594 indivíduos) e Rego (584

indivíduos). Codessoso é a freguesia que menor número total de efetivos animais alberga em

ambos os anos em análise. Não esqueçamos, contudo, que, em termos absolutos, os efetivos

animais passaram de 10.394 em 1989 para 8.201 em 1999 (ver tabela, anexo IV).

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166

6 CARATERIZAÇÃO DA DINÂMICA URBANA

6.1 ACESSIBILIDADES

6.1.1 REDE VIÁRIA ACTUAL

As estradas pertencentes à rede rodoviária nacional que atravessam o concelho de Celorico de

Basto são as seguintes:

a) Rede nacional complementar:

- Autoestrada A7, entre Guimarães e Vila Pouca de Aguiar, integrada no IC5 (Póvoa de

Varzim – Miranda do Douro).

b) Outras estradas nacionais:

- E.R. 101-4 50, entre a Vila de Celorico e a cidade da Lixa, no concelho de Felgueiras,

passando pela Mota;

- E.N. 206, atravessa o quadrante noroeste do concelho, passando pela vila da Gandarela, e

liga Fafe à localidade de Arco de Baúlhe, no concelho de Cabeceiras de Basto.

- E.N. 210, percorre a parte nascente do concelho num eixo norte-sul, ligando os concelhos

de Amarante e Cabeceiras de Basto e passando pela Vila de Celorico e por Fermil;

- E.N. 304, tem início na Gandarela, onde entronca na EN 206, passa por Fermil, onde cruza

com a EN 210, e liga ao concelho de Mondim de Basto.

O traçado da EN 210 integra uma variante construída no início da década de 2000, com

características de via rápida, faz a ligação entre a A4, junto a Amarante, e a Vila de Celorico de

Basto, estando em projeto o seu prolongamento para ligação ao Arco de Baúlhe e a Mondim.

No que se refere à rede nacional fundamental, o eixo A4 / IP4 (Porto - Amarante - Quintanilha)

é de grande importância para a acessibilidade externa do concelho, dada a sua proximidade,

embora não passe no território de Celorico de Basto, e facilidade de ligação através da

Variante á EN 210 (cerca de 20 minutos desde a sede do concelho).

De acordo com o protocolo celebrado entre a Estradas de Portugal (EP) e o Município de

Celorico de Basto em 20 de Agosto de 2010 e homologado pelo Secretário de Estado Adjunto

das Obras Públicas e Comunicações, foram transferidos da jurisdição da EP para o domínio

viário municipal 5 troços de estrada com a extensão total de 14,8 km. A maior parte desta

extensão diz respeito ao traçado antigo da EN 210 que deixou de integrar a rede de estradas

50 E.R. – estrada regional, de acordo com o plano rodoviário nacional de 2000, no entanto, como esta categoria ainda não foi regulamentada rege-se pelo disposto para as outras estradas nacionais.

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167

nacionais por ter sido substituído pela Variante, o restante são dois pequenos troços que ligam

as EN 210 e 304 às estações de Canedo e Mondim de Basto.

Na Ilustração 6 estão representadas as principais vias existentes no concelho e na Tabela 48

está indicada a respetiva extensão por categoria. Para além destas, o concelho possui ainda

uma extensa rede de vias não classificadas.

Tabela 48 - Quilometragem das vias classificadas existentes no concelho

Rede nacional Itinerário complementar (autoestrada) 8,2 km

Estradas nacionais (*) 69,4 km

Rede municipal Estradas transferidas da rede nacional para o município 14,8 km

Estradas municipais 62,8 km

Caminhos municipais classificados 92,0 km

(*) incluindo Variante e excluindo lanços transferidos para o município

Ilustração 6 - Hierarquia da rede viária

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168

As atuais estradas nacionais, com exceção da Variante, não são o melhor trajeto, quer nas

ligações entre os núcleos das unidades de ordenamento, quer nas ligações extra concelhias,

devido ao seu traçado sinuoso e, por vezes, mau estado do piso. Por isso são pouco utilizadas

pelos residentes que preferem alternativas constituídas por estradas e caminhos municipais,

sendo as mais utilizadas indicadas na Ilustração 7, designadamente:

- Na ligação a Fafe e Guimarães, em alternativa ao itinerário constituído pelas EN 210, 304 e

206, é normalmente utilizado o percurso EM 616-1 - CM 1733 - EM 615 que passa por Ourilhe,

Caçarilhe, Serra do Viso e Rego, indo entroncar na EN 206 no lugar da Lameira, próximo do

limite do concelho de Fafe. Para ligação à Gandarela é utilizada a primeira parte deste

percurso até Caçarilhe e a EM 616.

Ilustração 7 - Vias mais utilizadas como alternativa às estradas nacionais

- Nas ligações de Celorico a Mondim e Cabeceiras é habitualmente evitado o trajeto que passa

por Fermil e utilizado um caminho que liga a Veade, seguindo-se depois em direção a Mondim

pela EN 304 ou para Cabeceiras pelo CM 1775 que liga à EN 210 no lugar de Padredo (Canedo).

- A ER 101-4 tem muito pouca utilização no seu lanço inicial, entre Celorico e o Castelo

(Arnoia), sendo substituída pela EM 619. Na ligação entre Celorico e a Mota é frequentemente

utilizado como alternativa o percurso EM 618 - EM 616, passando por Gémeos e Carvalho.

- A ligação à Lixa e a Felgueiras é a menos favorecida, existem várias alternativas mas em todas

elas o tempo de deslocação é elevado.

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169

6.1.2 EXECUÇÃO DO PDM DE 1994

O PDM de 1994, no documento “Síntese e conclusões dos relatórios de caracterização”, definia

como uma das estratégias a melhoria das acessibilidades e da mobilidade das populações.

Nesse documento era apontado como um dos principais problemas a dificuldade das

deslocações dentro do concelho que impediam as freguesias mais periféricas de usufruírem de

serviços associados à centralidade. Por outro lado, no que se refere à articulação com o

exterior, depositava-se grandes expectativas na execução do Plano Rodoviário Nacional (PRN

2000), concretamente na execução do IP4/A4, IC5 (atual A7) e da variante à EN 210 (designada

Via do Tâmega), como forma de promover o desenvolvimento do concelho, propondo-se

reequacionar a estrutura viária interna em função dessas ligações à rede nacional.

Foram concretizadas as previsões de nível nacional: Variante até Amarante e A4, A7 (IC5). Falta

o resto da Variante até ao Arco e o nó de ligação à A7 na Lameira.

Quanto às intervenções na rede municipal, foram efetuadas diversas obras de beneficiação,

incluindo, de modo geral pavimentação, alargamentos da plataforma e ligeiras correções de

traçado, sendo de realçar a da ligação entre Celorico e o Rego que, como já foi atrás referido,

constitui atualmente o itinerário preferencial para ligação a Fafe e daí a todo o norte litoral do

país.

No que se refere aos transportes, foram cumpridos os objetivos do PDM 94 no que respeita

aos transportes escolares, dado que a autarquia assegura o transporte das crianças do pré-

escolar e comparticipa os passes dos alunos dos restantes níveis de ensino, que se deslocam

em carreira pública.

Quanto aos transportes coletivos pode dizer-se que não houve evolução desde a década de 90.

Existem atualmente 3 empresas de transportes que operam no concelho, mas as carreiras são

poucas, demoradas, e concentram-se no início da manhã e fim da tarde, pensadas para que se

desloca para fora do concelho, com um horário de trabalho “tradicional”, sendo muito difíceis

as deslocações noutros horários. Frequentemente a única alternativa para quem não possui

viatura própria é o táxi, bastante utilizado pela população mais idosa para deslocações por

motivos de saúde ou assuntos administrativos, dentro do concelho e para o exterior.

6.1.3 VIAS PREVISTAS

A construção do aproveitamento hidroelétrico de Fridão obriga à substituição de algumas

ligações viárias, em especial a Mondim e Cabeceiras, para além de diversos acessos locais. No

âmbito das medidas compensatórias está prevista a execução, a cargo da EDP, da ligação a

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170

Mondim, que constitui uma parte do traçado projetado da variante à EN 210, bem como da

circular de Veade e reestabelecimento da EN 304, contornando o plano de água da veiga de

Veade, e ainda de um acesso junto ao escalão principal da barragem, na freguesia de

Codessoso.

Está também em estudo, a incluir nas propostas da presente revisão do PDM, a criação de

variantes ao traçado da ER 101-4 em dois lanços: entre a Mota e o limite do concelho de

Felgueiras e entre a povoação do Castelo (Arnoia) e a EN 210 (variante) a sul da sede do

concelho. O lanço entre o Castelo e a Mota será objeto de retificação da plataforma atual.

6.2 MOBILIDADE 51

A análise das deslocações (residência – local de trabalho/estudo) intermunicipais da população

residente em Celorico de Basto que apresentamos foi efetuada com base nos valores do Censo

2001 (INE). Esta fonte permitiu apenas o tratamento da informação das deslocações

interconcelhias.

Pouco mais de metade (55.6%) da população residente no concelho de Celorico de Basto, em

2001, corresponde à soma da população ativa e estudante. Deste total efetivo (10.960), 67,1%

(7.349) é referente à população a exercer profissão e os restantes 32.9% (3611) aos

estudantes.

As deslocações para fora do concelho mostram sempre valores inferiores aos observados

dentro do concelho (3.476 e 7.484 respetivamente), sendo que a variação das percentagens na

população estudantil é mais acentuada (Gráfico 31 - Deslocações da população residente no

concelho de Celorico de Basto, em 2001), ou seja, são os estudantes os que em maior

percentagem se deslocam dentro do concelho (80.4% face aos 62.3% dos ativos) e,

consequentemente, os que menos deslocações fazem para fora do concelho (19.6%

relativamente aos 37.7% registados para os ativos). Ainda assim, as deslocações dentro do

concelho são sempre em número superior às realizadas para fora do concelho, quer se trate da

população ativa quer estudantil.

Gráfico 31 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001

51 Extraído de “Estudos de Mobilidade no Concelho de Celorico de Basto”, Geoatributo, 2005

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171

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Facilmente verificamos que as NUT III Tâmega e Ave são as áreas de destino por excelência.

Os valores percentuais presentes no Gráfico 32 - Deslocações da população residente no

concelho de Celorico de Basto por NUT, em 2001, evidenciam que 35% do total de indivíduos

se deslocam para a NUT III – Tâmega, enquanto 25% prefere o Ave. Os restantes 40%

deslocam-se para outras NUT (%. ao total de ativos correspondem 60.9% e à população

estudantil 57.0%).

Gráfico 32 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto por NUT, em 2001

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Importa, agora, analisar a mobilidade e fluxos em termos distritais, mais precisamente nos

distritos de Braga, Porto e Vila Real, por serem estes os que apresentam maior número de

efetivos ativos e estudantes oriundos do concelho de Celorico de Basto, sendo os de maior

proximidade geográfica.

A análise ao Gráfico 33 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto

por Distrito, em 2001, mostra que a preferência da população em termos de mobilidade recai

sobre o distrito do Porto, enquanto o de Vila Real é o que menos deslocações regista por parte

da população de Celorico de Basto. Em termos percentuais esta preferência traduz-se em 46%

do total de indivíduos para o distrito do Porto e 9% para o de Vila Real.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Deslocações para

Dentro do Concelho

Deslocações para

Fora do Concelho

%

Total

ActivosEstudantes

40%

35%

25%

Outras NUT III NUT III - Tâmega NUT III - Ave

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172

Gráfico 33 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto por Distrito, em 2001

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Ainda que este seja o comportamento global da população, importa referir as pequenas

diferenças em termos de preferência visíveis no seio da população ativa e estudantil. Assim, e

atendendo aos valores presentes no gráfico, podemos atestar que a população estudantil

exerce um peso relativo superior à população ativa nos distritos do Porto, Vila Real e “outros

distritos”, verificando-se a situação inversa apenas no distrito de Braga. A título de curiosidade,

48,7% da população estudantil escolhe o distrito do Porto.

O distrito de Vila Real, apesar da proximidade geográfica, é aquele que menos consegue atrair

a população residente no Concelho de Celorico de Basto.

Tabela 49 - Deslocações dos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, com peso relativo superior a 1,9% dos Indivíduos (Estudantes e Ativos)

Concelhos

População Residente Ativa População Residente Estudantil

% relativa % relativa

Número de indivíduos

…aos ativos

…ao nº total de indivíduos

Número de indivíduos

…aos estudantes

…ao nº total de indivíduos

Amarante 108 3.9 3.1 131 18.5 3.8

Braga 62 2.2 1.8 43 6.1 1.2

Bragança 0 0.0 0.0 31 4.4 0.9

Cabeceiras de Basto 110 4.0 3.2 0 0.0 0.0

Fafe 396 14.3 11.4 89 12.6 2.6

Felgueiras 512 18.5 14.7 101 14.3 2.9

Guimarães 220 7.9 6.3 14 2.0 0.4

Lisboa 103 3.7 3.0 0 0.0 0.0

Macedo de Cavaleiros 0 0.0 0.0 15 2.1 0.4

Mondim de Basto 128 4.6 3.7 48 6.8 1.4

Porto 458 16.5 13.2 91 12.9 2.6

Vila Real 54 2.0 1.6 21 3.0 0.6

Vizela 76 2.7 2.2 0 0.0 0.0

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

A Tabela 49 - Deslocações dos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, com peso

relativo superior a 1,9% dos Indivíduos (Estudantes e Ativos), representa os concelhos, que

0

10

20

30

40

50

60

Distrito de Braga Distrito do Porto Distrito de Vila

Real

Outros Distritos

%

Total Activos Estudantes

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173

apresentam valores relativos superiores a 1.9%, para onde se desloca a população, estudantil e

ativa, residente em Celorico de Basto.

Os concelhos de Fafe, Felgueiras e Porto são aqueles que recebem percentagens maiores de

ativos vindos de Celorico de Basto, com 14,3%, 18,5% e 16,5%, respetivamente. Inversamente,

os concelhos de Bragança e Macedo de Cavaleiros não atraem nenhum ativo.

Quanto aos estudantes, estes deslocam-se maioritariamente para os concelhos de Amarante

(18,5%), Fafe (12,6%), Felgueiras (14,3%) e Porto (12,9%). Denota-se que a proximidade é um

fator de peso, pois os três primeiros concelhos são contíguos a Celorico. As deslocações para o

Porto dever-se-ão certamente à procura de instrução universitária. Os concelhos de Macedo

de Cavaleiros e Bragança conseguem atrair população estudantil na ordem dos 2,1% e 4,4%,

respetivamente. Lisboa e Vizela são os dois únicos concelhos em análise que não apresentam

um único estudante celoricense.

Embora os valores relativos, quer aos estudantes quer aos ativos, não divirjam muito, nos

concelhos de Fafe e Felgueiras, quando comparados com o número total de indivíduos,

regista-se que o efetivo de estudantes é ¼ do dos ativos.

Em jeito de conclusão podemos afirmar que a população residente, ativa ou estudante, que sai

do concelho representa 55,6% do total da população total residente do concelho de Celorico

de Basto (valores relativos a 2001). O seu principal local de destino é a Nut III - Tâmega (que

recebe 35% da população residente estudantil e ativa). Ao circunscrever a escala de análise no

que diz respeito aos limites geográficos, podemos verificar que o destino por excelência é o

distrito do Porto. Se analisarmos as preferências separadamente verificamos que a população

ativa se desloca em maior número para o concelho de Felgueiras, ao passo que a estudantil

tem preferência por Amarante.

6.2.1 TEMPOS DE DESLOCAÇÃO PARA O LOCAL DE TRABALHO OU ESTUDO

O tempo de deslocação casa/trabalho ou casa/escola é um dos fatores que mais influenciará a

escolha do meio de transporte a utilizar nessas deslocações.

Como se observa no gráfico seguinte, mais de metade das deslocações no interior do concelho

de Celorico demoram até 15 minutos, independentemente de falarmos de ativos ou

estudantes.

Gráfico 34 - Tempo de deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001

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174

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

As deslocações entre a meia hora e a uma hora representam valores inferiores aos 5%,

nomeadamente 2,8% para os ativos e 4,8% para os estudantes. Já os valores superiores à uma

hora são perfeitamente residuais.

As deslocações com nenhum tempo de deslocação e entre os dezasseis e trinta minutos são as

que maiores diferenças registam entre a população ativa e os estudantes. No primeiro caso, a

população ativa obtém uma percentagem bastante superior (24,8% contra 1,9%),

possivelmente por trabalhar em casa, enquanto os estudantes têm sempre que se deslocar. No

segundo caso, os estudantes atingem os quase 40%, enquanto a população ativa se queda

pelos 26%.

As tabelas seguintes revelam-nos os tempos de deslocação para fora de Celorico e de Basto,

quer para a população ativa como para a população estudante.

Tabela 50 - Deslocações dos Ativos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o tempo de Deslocação

Concelhos Nenhum Até 15' 16' a 30' 31' a 60' 61' a 90' Mais 90' Total

Amarante 0 12,75 53,92 28,43 3,922 0,98 100

Braga 0 0 18,6 16,28 46,51 18,6 100

Bragança 0 0 0 12,5 12,5 75 100

Cabeceiras de Basto 0 20,19 52,88 21,15 5,769 0 100

Fafe 0 4,658 81,64 12,6 0,822 0,274 100

Felgueiras 0 14,54 46,41 31,08 7,171 0,797 100

Guimarães 0 1,22 12,2 64,63 19,51 2,439 100

Lisboa 0 5,714 25,71 2,857 2,857 62,86 100

Macedo de Cavaleiros - - - - - - -

Mondim de Basto 0 55,12 33,86 9,449 0 1,575 100

Porto 0 2,239 9,701 19,03 49,25 19,78 100

Vila Real 0 0 0 27,66 59,57 12,77 100

Vizela 0 0 5,797 57,97 28,99 7,246 100

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

0

10

20

30

40

50

60

Nenhum Até 15' 16' a 30' 31' a 60' 61' a 90' Mais 90'

%

Activos

Estudantes

Total

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175

A população ativa que se desloca para Mondim de Basto é a que menos tempo demora a

realizar o percurso, uma vez que 55,1% das pessoas que para aí se desloca demora até quinze

minutos, facto a que não será alheia a contiguidade destes dois concelhos.

Para os restantes concelhos limítrofes os tempos de deslocação entre os dezasseis e os trinta

minutos são os que apresentam os maiores valores: 46,4% em Felgueiras e sempre superiores

à metade da população em Amarante (53,9%), Cabeceiras de Basto (52,8%) e Fafe (81,6%).

Para os concelhos de Guimarães (64,6%) e Vizela (57,9%) a maior percentagem de respostas

recaiu sobre entre a meia hora e a uma hora de viagem.

Os concelhos de Bragança e Lisboa são aqueles onde maior percentagem de ativos responde

que demora mais que noventa minutos, 75% e 62,8%, respetivamente. Se estes valores são

normais para a distância a percorrer, os valores inferiores que se registam para o concelho de

Lisboa é que parecem já não o ser.

Tabela 51 - Deslocações dos Estudantes Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o tempo de Deslocação

Concelhos Nenhum Até 15' 16' a 30' 31' a 60' 61' a 90' Mais 90' Total

Amarante 0 3,906 19,53 57,03 17,97 1,563 100

Braga 0 0 0 37,5 50 12,5 100

Bragança 0 25 25 0 0 50 100

Cabeceiras de Basto 0 25 62,5 12,5 0 0 100

Fafe 0 0 74,42 25,58 0 0 100

Felgueiras 0 13,54 55,21 27,08 4,167 0 100

Guimarães 0 11,11 22,22 66,67 0 0 100

Lisboa - - - - - - -

Macedo de Cavaleiros 0 0 0 0 0 100 100

Mondim de Basto 0 68,09 23,4 8,511 0 0 100

Porto 0 9,091 9,091 9,091 45,45 27,27 100

Vila Real 0 0 0 0 100 0 100

Vizela - - - - - - -

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Na análise destes valores há que ter em consideração os critérios do INE para definição do

local de residência habitual. No Programa Global dos Censos 2001 são indicadas as condições

particulares em que indivíduos que vivem fora da sua residência habitual por motivos de

trabalho, estudo ou outros são considerados residentes no local onde reside a sua família ou

onde possuem a maior parte dos seus haveres. Assim sendo, admite-se que os tempos de

deslocação que parecem impossíveis se refiram a pessoas que têm uma residência secundária

no concelho em questão (embora não devessem ter respondido a esta questão) e, no caso de

Lisboa, isto pode acontecer mesmo para os valores mais elevados, o que é mais provável do

que deslocações diárias Celorico-Lisboa.

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176

As deslocações da população estudantil apresentam um padrão não muito diferente do

encontrado para a população ativa.

O concelho de Mondim de Basto é o que apresenta menor tempo de deslocação, enquanto

Amarante é o que apresenta maiores diferenças relativamente à população ativa. Mais de

metade dos estudantes que para aí se dirigem demora entre trinta e um e sessenta minutos

(57%), por deslocação.

Lisboa e Vizela encontram-se fora desta análise por não apresentarem estudantes

provenientes de Celorico de Basto. O único estudante que se dirige para Macedo de Cavaleiros

(e que corresponde, obviamente, aos 100%) demora mais que noventa minutos para tal.

O tempo de deslocação parece estar fortemente condicionado pela distância a percorrer, visto

que o meio de transporte mais utilizado, como já foi referido, é o automóvel (como condutor).

No caso dos concelhos mais distantes, os tempos de deslocação reduzidos, que parecem

impossíveis de concretizar, referem-se provavelmente a deslocações a partir de uma

residência secundária e não da residência habitual em Celorico.

Em jeito de conclusão podemos afirmar que a grande fatia da população residente que se

desloca para fora do concelho é a que sai para trabalhar e/ou estudar. Esta população

residente representa 55.6% do total da população residente do concelho de Celorico de Basto

(valores relativos a 2001).

Esta percentagem da população residente tem como principal local de destino a NUT III -

Tâmega (que recebe 35% da população residente estudantil e ativa). Ao reduzir a escala de

análise no que diz respeito aos limites geográficos, podemos verificar que o destino por

excelência é o do Porto. Se analisarmos as preferências separadamente verificamos que a

população ativa se desloca em maior número para o distrito de Felgueiras, ao passo que a

estudantil tem preferência por Amarante.

6.2.2 MEIOS DE TRANSPORTE UTILIZADOS

O Gráfico 35 mostra-nos o meio de transporte utilizado nas deslocações pelos habitantes do

concelho. Grande parte dos percursos realizados pela população em análise (9.964 indivíduos),

são feitos a pé (33,6%) e de automóvel como condutor (22,4%). Apenas 0,1% desta população

utiliza o comboio como meio de transporte e ninguém utiliza o metro/elétrico, devido à sua

inexistência (à data não existia ainda metro no Porto). Estes valores incluem as deslocações

internas do concelho, sendo assim possível o predomínio das deslocações a pé.

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177

Gráfico 35 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto, por meio de transporte, em 2001

52

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

O Gráfico 36 representa as deslocações para fora do concelho, por meio de transporte. Antes

de dar início à análise propriamente dita, convém lembrar que, do universo populacional em

destaque, que realiza as suas deslocações para fora do concelho (2.554 indivíduos), 83,8%

correspondem à população residente ativa. Esta disparidade está bem patente nas

representações gráficas propostas, assim como nas semelhanças visíveis no comportamento

dos “ativos” e “total”.

Gráfico 36 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto para fora do concelho, por meio de transporte, em 2001

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

52 de acordo com as orientações do INE a 5.ª alternativa de resposta é “transporte colectivo da empresa ou escola”, não confundir com os transportes públicos

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Nenh

um

Autoca

rro

Elect./M

etro

Com

boio

Transp

. Colect

ivo

Carro

- Conduc

tor

Car

ro -

Passag

eiro

Mot

ociclo

/Biciclet

a

Outro

s Meio

s

%

Total Indiv íduos Activos Estudantes

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

A Pé

Autoc

arro

Elect. /M

etro

Com

boio

Trans

p. C

olect

ivo

Car

ro (C

ondu

ctor

)

Car

ro (P

assa

geiro

)

Mot

ociclo

/Bicicleta

Out

ros M

eios

%

Total Activos Estudantes

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178

Se as deslocações realizadas a pé e a utilização do automóvel (condutor) predominam no

global, o mesmo não se verifica quando analisamos o comportamento da população que se

desloca para fora do concelho. Aqui, o meio de transporte por excelência passa a ser o

automóvel (como condutor) (32,5%), seguido do transporte coletivo (30,2%). As deslocações a

pé perdem o seu enorme peso, cifrando-se agora nuns residuais 0,4%, como aliás é evidente.

O comportamento da população residente ativa não varia muito do que acaba de ser descrito,

pelas razões já enunciadas. Já os estudantes que realizam as suas deslocações para fora do

concelho fazem-no utilizando, maioritariamente, o autocarro (61,4%), seguido do automóvel

(como passageiro) (com 15,7%). O motociclo/ bicicleta é o modo de transporte menos utilizado

(0,2%).

O Gráfico 37 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto dentro do

concelho, por meio de transporte, em 2001, contém a mesma informação referente às

deslocações, agora para as realizadas dentro de Celorico. No total, os residentes preferem

realizar as deslocações casa – local de trabalho/ estudo a pé (45,0%) ou conduzindo um

automóvel (18,9%). Os ativos têm preferências semelhantes ao total da população estudada,

com valores máximos nas deslocações a pé (47,6%) e de automóvel (como condutor) (30,7%).

A grande diferença reside nas deslocações de autocarro, que no total representam 14,2% e

para os ativos corresponde apenas a 2,1% das deslocações.

Gráfico 37 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto dentro do concelho, por meio de transporte, em 2001

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Os estudantes preferem realizar as suas deslocações a pé (41,0%) ou de autocarro (33,1%). O

motociclo e bicicleta assim como os “outros meios” são os menos escolhidos para realizar as

deslocações casa – local de estudo.

0,05,0

10,015,020,025,030,035,040,045,050,0

A Pé

Autoca

rro

Elect

./Metro

Com

boio

Trans

p. C

olect

ivo

Carro

(Cond

uctor)

Car

ro (P

assa

geiro

)

Mot

ocicl

o/Bicicl

eta

Outro

s M

eios

Total Activos Estudantes

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179

A Tabela 52 - Deslocações dos Ativos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo

o meio de Transporte (%), representa as deslocações, por concelho de destino, realizadas pela

população ativa e estudantil, oriunda do concelho de Celorico de Basto, segundo o meio de

transporte.

Tabela 52 - Deslocações dos Ativos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o meio de Transporte (%)

Concelho A Pé Autocarro Eletr./Metro Comboio

Transp. Coletivo

Automóvel (Condutor)

Automóvel (Passageiro)

Motociclo/ Bicicleta

Outros Meios

Amarante 1,0 8,8 0,0 0,0 23,5 52,9 6,9 4,9 2,0

Braga 0,0 9,3 0,0 0,0 48,8 32,6 7,0 2,3 0,0

Bragança 0,0 0,0 0,0 0,0 50,0 37,5 12,5 0,0 0,0

Cabeceiras de Basto 0,0 9,6 0,0 0,0 21,2 59,6 7,7 1,9 0,0

Fafe 0,0 42,7 0,0 0,0 11,5 36,2 7,1 1,9 0,5

Felgueiras 0,6 11,2 0,0 0,0 34,5 36,9 8,0 8,8 0,2

Guimarães 0,6 18,9 0,0 0,0 32,9 34,8 12,2 0,6 0,0

Lisboa 2,9 17,1 0,0 5,7 37,1 20,0 17,1 0,0 0,0 Macedo de Cavaleiros - - - - - - - - -

Mondim de Basto 0,0 5,5 0,0 0,0 5,5 67,7 11,8 8,7 0,8

Porto 0,4 9,3 0,0 0,4 55,6 24,3 9,0 0,0 1,1

Vila Real 0,0 0,0 0,0 0,0 57,4 27,7 14,9 0,0 0,0

Vizela 0,0 26,1 0,0 0,0 59,4 11,6 1,4 1,4 0,0

Total 0,4 17,6 0,0 0,2 31,5 37,4 8,6 3,9 0,5

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

Ressalta imediatamente ao olhar que o automóvel é o meio de transporte preferido nas

deslocações, representando 37,7% das deslocações nestes concelhos. Para Mondim de Basto o

valor percentual chega aos 67,7%. Por seu turno, para Vizela, o automóvel é escolhido por

apenas 11,6% das pessoas.

O transporte coletivo é o meio de transporte que aparece em segundo lugar nas preferências

dos celoricenses, chegando a ultrapassar o automóvel em determinados concelhos de destino,

nomeadamente nas deslocações para Braga (32,6%), Bragança (50%), Lisboa (37,1%), Porto

(55,6%), Vila Real (57,4%) e Vizela (59,4%).

Os transportes públicos são assim preferidos para deslocações mais distantes, enquanto o

automóvel predomina nas deslocações mais próximas.

Talvez por se localizar relativamente perto de Celorico, o concelho de Fafe foge a esta

bipolarização automóvel / transporte público, visto ser o autocarro o meio de transporte mais

utilizado, com 42,7% das preferências das pessoas que para aí se deslocam.

As deslocações a pé não são preferidas por muitos residentes, visto a distância se tornar um

claro impeditivo. É de referir que para o concelho de Lisboa existem 2,9% de deslocações a pé,

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180

o que pode representar um pequeno erro nos dados, ou a utilização de vários meios de

transporte na mesma deslocação.

O comboio é também um meio de transporte pouco utilizado, ao que não será estranho o

facto de não existir, no presente, nenhuma linha férrea a servir o concelho, sendo que apenas

para Lisboa se regista um valor superior aos 1% (5,7%).

O comportamento da população estudantil, quanto ao meio de transporte utilizado nas

deslocações para estes treze concelhos, é bastante diverso do da população ativa (Tabela 53).

Em apenas dois concelhos é que o autocarro não detém o maior quantitativo percentual do

meio de transporte utilizado. São eles, Cabeceiras de Basto e Guimarães. Aliás, todas as

deslocações efetuadas por estudantes, para Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vila Real foram

efetuadas de autocarro, embora em termos de efetivo correspondam a 4, 1 e 1 estudantes,

respetivamente.

O automóvel (como condutor) aparece em segundo plano quando falamos de estudantes.

Ainda assim, é a escolha de 36,4% dos estudantes que se deslocam para o Porto, certamente

universitários.

O automóvel (como passageiro) representa, para os estudantes, uma opção viável de

transporte. É a opção de 50% e 55,6% daqueles que se deslocam para Cabeceiras de Basto e

Guimarães, respetivamente. Neste caso, poderemos estar perante uma situação em que os

pais deixem os filhos nas escolas a caminho dos empregos.

Tabela 53 - Deslocações dos Estudantes Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o meio de Transporte (%)

Concelhos A Pé Autocarro Elect./Metro Comboio Transp. Coletivo

Automóvel (Condutor)

Automóvel (Passageiro)

Motociclo/ Bicicleta

Outros Meios

Amarante 0,8 67,2 0,0 0,0 24,2 2,3 5,5 0,0 0,0

Braga 0,0 75,0 0,0 0,0 0,0 12,5 12,5 0,0 0,0

Bragança 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Cabeceiras de Basto 12,5 37,5 0,0 0,0 0,0 0,0 50,0 0,0 0,0

Fafe 1,2 60,5 0,0 0,0 7,0 10,5 20,9 0,0 0,0

Felgueiras 0,0 51,0 0,0 0,0 9,4 14,6 24,0 1,0 0,0

Guimarães 0,0 33,3 0,0 0,0 0,0 11,1 55,6 0,0 0,0

Lisboa - - - - - - - - - Macedo de Cavaleiros 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Mondim de Basto 0,0 87,2 0,0 0,0 2,1 4,3 6,4 0,0 0,0

Porto 0,0 45,5 0,0 0,0 18,2 36,4 0,0 0,0 0,0

Vila Real 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Vizela - - - - - - - - -

Total 0,8 62,9 0,0 0,0 12,3 8,5 15,3 0,3 0,0

Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE

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181

As deslocações a pé atingem valores algo expressivos apenas para o concelho de Cabeceiras de

Basto. A análise do meio de transporte utilizado, nas deslocações para estes treze concelhos,

apresenta diferenças quando falamos de população ativa ou estudantil. A população ativa

continua a preferir o automóvel (como condutor) para as suas deslocações, seguindo-se de

perto os transportes coletivos.

Os estudantes optam pelo autocarro na maior parte dos casos, sendo esta opção secundada

pelo automóvel, mas como passageiro.

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182

7 EQUIPAMENTOS

7.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

7.1.1 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

No que se refere aos equipamentos sob responsabilidade da Administração Central, contam-se

o Palácio da Justiça, que inclui o Tribunal e as Conservatórias dos registos civil, predial e

automóvel, e a Repartição de Finanças.

7.1.2 ADMINISTRAÇÃO LOCAL

7.1.2.1 Evolução 1994-2010 e execução do PDM

Na data da entrada em vigor do PDM apenas 5 das 22 freguesias possuíam sede de Junta:

Canedo, Carvalho, Codessoso, Infesta e S. Clemente. O PDM propunha a construção de sede de

Junta em todas as outras freguesias e a beneficiação da de Canedo. Atualmente as freguesias

com sede de Junta são 19, estando em construção a de Molares.

Há a assinalar também a mudança de instalações da Câmara Municipal, que em 2000 se

transferiu do centro tradicional para um edifício construído de raiz, anexo ao solar da Quinta

do Prado, tendo constituído um dos motores da dinamização da nova centralidade que se está

a desenvolver na zona noroeste da sede do concelho.

7.1.2.2 Equipamentos previstos

Está previsto dotar de sede de Junta as freguesias que ainda não a possuem (Gagos e Vale de

Bouro), e relocalizar as que estão instaladas em más condições (Gémeos e Ribas),

reconvertendo para esse efeito edifícios de escolas do 1.º ciclo que foram ou serão

descativadas.

7.2 PROTEÇÃO CIVIL E SEGURANÇA

Os equipamentos existentes neste sector incluem:

- Posto da Guarda Nacional Republicana, situado no centro tradicional da sede do concelho,

num edifício que já não satisfaz as necessidades atuais.

- As instalações dos Bombeiros Voluntários Celoricenses incluem o Quartel sede, na Vila de

Celorico, que tem programada uma intervenção para beneficiação e ampliação, e a Extensão

da Mota (Fervença), de construção recente.

- Secção da Cruz Vermelha da Gandarela (S. Clemente)

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183

7.3 EDUCAÇÃO

Neste sector, desde 2005, alteraram-se radicalmente os critérios ordenamento, definidos a

nível nacional pelo Ministério da Educação, passando-se de um modelo de dispersão de

pequenas escolas primárias de nível local para um modelo de concentração de alunos e

recursos em estabelecimentos de maior dimensão de nível concelhio ou subconcelhio, com o

objetivo de oferecer melhores condições tanto nos espaços físicos como nos serviços

prestados.

O diagnóstico, as estratégias de reordenamento para o concelho de Celorico de Basto e as

propostas de novos equipamentos estão expressos com maior detalhe na Carta Educativa,

aprovada pela Assembleia Municipal em 27 de Abril de 2007 e homologada pelo Ministério da

Educação em 18 de Dezembro de 2007, que constitui um dos estudos de caracterização que

acompanham o PDM. Os princípios definidos na Carta Educativa traduzem-se genericamente

na concentração e no aumento da qualidade material dos estabelecimentos, o que se

concretiza na construção de 4 novos centros escolares, que integrarão o 1º ciclo do ensino

básico e o pré-escolar, nos aglomerados urbanos do concelho: Celorico, Gandarela, Fermil e

Mota.

Nos mapas seguintes apresentam-se as propostas de reordenamento do ensino pré-escolar e

do 1.º ciclo, na sua versão mais atualizada. Para os restantes níveis de ensino, a proposta da

Carta Educativa é de manutenção dos estabelecimentos existentes.

Mapa 35 - Reordenamento dos estabelecimentos de ensino pré-escolar

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184

Mapa 36 - Reordenamento dos estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico

7.3.1 EQUIPAMENTOS EXISTENTES E PROGRAMADOS

No mapa abaixo apresenta-se a localização dos equipamentos educativos atualmente em

funcionamento no concelho.

Mapa 37 - Equipamentos educativos em funcionamento no ano letivo 2010-2011

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185

Está-se atualmente numa fase de transição entre dois modelos de rede educativa, por isso

mantêm-se ainda em funcionamento 12 escolas do 1.º ciclo (EB1) da antiga tipologia, que

deverão encerrar em breve, sendo os seus alunos integrados nos novos centros escolares.

No início do presente ano letivo (2010/11) entrou em funcionamento o Centro Escolar de

Celorico, com capacidade para 13 turmas do 1.º ciclo e 5 do pré-escolar. Estão em construção

os centros escolares de Fermil e da Mota, prevendo-se que fiquem concluídos para o próximo

ano letivo. O Centro Escolar da Gandarela tem o projeto de execução concluído, mas ainda não

há data definida para a sua construção.

No que se refere ao pré-escolar, para além do Centro Escolar de Celorico, estão em

funcionamento 15 jardins-de-infância (JI). Neste nível de ensino, em que as deslocações das

crianças devem ser menores, optou-se por um critério de proximidade, pelo que deverão

manter-se 8 dos jardins-de-infância existentes, os de Agilde, Arnoia, Borba, Caçarilhe, Canedo,

Fervença, Moreira e Rego, enquanto o de Carvalho, atualmente a funcionar no edifício da

Junta de Freguesia, será transferido para um novo edifício que está em construção. Mantém-

se também o único estabelecimento privado, o JI da Misericórdia de Arnoia, situado na sede

do concelho. Os restantes serão encerrados e as crianças integradas nos centros escolares.

O ensino dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico é assegurado por 3 estabelecimentos: as escolas

EB2,3 da Gandarela, EB2,3 da Mota e EB2,3+S de Celorico. Neste momento a EB2,3 da Mota

está a funcionar provisoriamente como escola básica integrada (EBI), tipologia que inclui

também o 1.º ciclo, enquanto se aguarda a conclusão do Centro Escolar da Mota.

O ensino secundário é ministrado apenas num estabelecimento, a EB2,3+S de Celorico. Existe

também uma quantidade significativa de alunos a frequentar o ensino secundário fora do

concelho.

No sector da Educação há ainda a considerar o ensino profissional e a formação de adultos

onde se incluem os seguintes estabelecimentos:

- Escola Profissional de Fermil, na freguesia de Molares, integrada no ensino público,

anteriormente vocacionada para a formação na área agrícola, mas atualmente inclui outros

cursos;

- Escola de Tecnologia e Gestão Industrial (ETGI), na sede do concelho, que se destina à

especialização tecnológica pós-secundário;

- Centro de Formação Qualidade de Basto, dedicado à formação profissional, resultante de

uma parceria entre a Universidade Católica e a Empresa Municipal Qualidade de Basto;

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186

- Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (CRVCC), destinado à

avaliação de habilitações, no âmbito do programa “Novas Oportunidades”.

Tabela 54 - Estabelecimentos educativos existentes

7.3.2 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

Apesar de nos relatórios de caracterização do PDM 94 ser referida a importância de se investir

em “menos equipamentos com melhor qualidade”, a proposta do PDM 94 para o ensino

primário era a da disseminação de pequenas escolas de nível local. Na Dotação Global de

Equipamentos (quadro 3 do Relatório do Plano), para além da manutenção das 40 escolas

então existentes, era ainda proposta a construção de mais 2 nas áreas residenciais periféricas

da sede do concelho e 1 na Mota. Isto foi ultrapassado pela alteração dos critérios de

ordenamento a nível nacional, conforme já foi atrás referido.

Os Estudos de Caracterização do PDM 94 assinalavam a existência de 11 jardins-de-infância.

No Relatório propunha-se o alargamento da rede através da criação de novas unidades em

referênci a número de a lunos por nível de ensino (ano lectivo 2010/2011)

tip o_frg_n º des ignaçã o freguesia Pré-escolar 1º Ciclo 2º Ci clo 3º Cic lo Secundá rio Outros

E_01_02 JI de Estrada Agi lde 17

E_01_03 EB1 de Estrada Agi lde 49

E_02_06 JI de Boucinha, Arnóia Arnóia 23

E_02_07 JI da Santa Casa da Misericórdia (privado) Arnóia X

E_03_01 EB1 de Quintela Borba da Montanha 46

E_03_03 JI de Assento, Borba Borba da Montanha 37

E_04_04 Centro de Formação Qual idade de Basto Britelo X

E_04_05 CRVCC (Certificação - Novas Oportunidades) Britelo X

E_04_06 Escola de Tecnologia e Gestão Industrial Britelo X

E_05_01 EB1 de Leirinhas, Caçarilhe Caçarilhe 24

E_05_02 JI de Carvalhal , Caçarilhe Caçarilhe 15

E_06_01 EB1 de Santa Luzia Canedo 21

E_06_02 JI de Santa Luzia Canedo 25

E_07_02 JI de Covas Carvalho 13

E_07_03 EB1 de Feira, Carvalho Carvalho 27

E_07_04 JI de Feira, Carvalho Carvalho 18

E_10_01 Escola Básica Integrada (EBI) da Mota Fervença 63 130 215

E_10_05 JI da Mota Fervença 24

E_10_06 JI de Assento, Fervença Fervença 23

E_12_01 EB2,3+S de Celorico Gémeos 214 273 348

E_12_03 Centro Escolar de Celorico de Basto (EB1+JI) Gémeos 97 259

E_14_01 EB1 de Fermil Molares 66

E_14_02 JI de Fermil Molares 35

E_14_03 Esc. Profissional de Fermil Molares X

E_15_01 EB1 de Carvalhal, Moreira Moreira do Castelo 30

E_15_02 JI de Carvalhal , Moreira Moreira do Castelo 25

E_17_01 JI de Pedroso Rego 30

E_17_02 EB1 de Vila Boa Rego 44

E_18_01 EB2,3 da Gandarela Ribas 120 197

E_18_04 EB1 de Souto Ribas 40

E_18_05 JI de Assento, Ribas Ribas 20

E_20_01 EB1 da Gandarela S. Clemente 69

E_20_04 JI da Gandarela S. Clemente 31

E_21_01 EB1 de Nespereira Vale de Bouro 25

Número total de alunos (ensino público) 433 763 464 685 348

Fonte: Câ mara Munici pal - Dep. Pl aneamento, Agrupa mento de Es colas de Celorico de Basto X - em funcionamento, sem dados sobre n.º de alunos

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Arnoia, Borba da Montanha, Caçarilhe, Canedo, Infesta e Rego. Desta proposta apenas não foi

executado o JI de Infesta, que não se justifica dado ser uma freguesia com poucos habitantes.

Em contrapartida foram construídos os jardins-de-infância de Agilde (Estrada) e Fervença. Dos

estabelecimentos existentes em 1991 foram entretanto encerrados três.

No que se refere aos outros níveis de ensino, atuais 2.º e 3.º ciclo do básico e secundário, em

1991 estavam em funcionamento duas escolas C+S, na Vila de Celorico e na Gandarela, e um

posto da “tele-escola” na Mota. Já estava nessa época prevista a construção da escola C+S da

Mota. Propunha-se no Relatório do PDM a reconversão da então Escola Secundária de Fermil

numa Escola Profissional Agrícola de nível supraconcelhio e a instalação de uma C+S nessa

unidade de ordenamento. A primeira destas propostas foi executada, a segunda não, sendo a

população de Fermil servida pela EB2/3+S de Celorico.

Nas propostas não executadas inclui-se a criação de uma residência de estudantes na Vila de

Celorico, desnecessária se houver um serviço de transportes que garanta as deslocações dos

alunos do secundário de todo o concelho, e a implantação de quatro mediatecas escolares,

uma por cada unidade de ordenamento, que atualmente não se justificam como equipamento

autónomo dado que as escolas EB2,3, EB2,3+S e os novos centros escolares incluem

bibliotecas e novas tecnologias de informação, sendo ainda complementadas pelos serviços da

Biblioteca Municipal e do seu polo da Gandarela.

Propunha-se ainda a criação de um centro de formação profissional na sede do concelho, o

que foi concretizado pelo Centro de Formação Qualidade de Basto.

Gráfico 38 - Evolução do número de alunos, por nível de ensino, entre os anos lectivos de 1999/2000 e 2010/2011

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O Gráfico 38 representa a evolução do número de alunos nos últimos 12 anos. Constata-se que

o número de alunos dos 3 ciclos do ensino básico tem vindo progressivamente a diminuir,

assim como o número total de alunos, como consequência natural do decréscimo

demográfico. No entanto, verifica-se que o número de alunos do ensino secundário, após uma

diminuição entre 2001/2002 e 2006/2007, tem vindo a aumentar até ao presente ano letivo, o

que é um sinal positivo no sentido do aumento das habilitações escolares da população do

concelho. Ao nível do pré-escolar, verificou-se um aumento significativo entre os anos letivos

de 2001/2002 e 2004/2005, período em que foram construídos 5 novos jardins-de-infância,

após o que o número de alunos se manteve estável.

7.4 SAÚDE

7.4.1 CENTRO DE SAÚDE

No concelho, a resposta às necessidades da população em termos de saúde é assegurada pelo

Centro de Saúde, constituído pela Sede e mais quatro extensões: Fermil, Fervença (Mota),

Gandarela e Rego. A unidade da Sede integra um serviço de atendimento permanente (SAP)

que se manterá em funcionamento até à abertura do novo hospital de Amarante, depois disso

esta unidade passará a encerrar no período noturno.

Em termos de recursos humanos, o Centro de Saúde agrega 15 médicos no atendimento aos

utentes (1 chefe de serviço, 8 assistentes graduados, 4 assistentes de clínica geral e 2 clínicos

gerais), 1 chefe de serviço da carreira médica (sem atendimento), 1 assistente de saúde

pública, 1 técnico superior de medicina dentária, 25 enfermeiros, 1 técnico de saúde

ambiental, 1 técnico de radiologia, 20 assistentes técnicos (administrativos) e 30 assistentes

operacionais (auxiliares de serviços gerais).

A tabela que se segue mostra o número de utentes inscritos no centro de saúde e nas suas

extensões.

Tabela 55 - Número de Utentes Inscritos por Unidade de Saúde

n.º de utentes di s tribui çã o % de utentes

referência ins cri tos por uni da de n.º de sem médi co

ti po_frg_nº designação (10-12-2010) (%) médi cos de fa míli a (*)

S_04_01 Centro de Saúde de Celorico de Basto (sede) 7249 33,59 7 40,72

S_10_01 Extensão de Saúde da Mota, Fervença 5327 24,68 3 15,74

S_17_01 Extensão de Saúde do Rego 1314 6,09 1 100

S_20_01 Extensão de Saúde da Gandarela 3706 17,17 2 59,78

S_22_01 Extensão de Saúde de Fermil 3986 18,47 2 26

Total 21582 100 15 38,84

Fonte: ARS Norte - Centro de Sa úde de Celorico de Ba s to (Dez. 2010) (*) conforme Ca rta Socia l

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É de salientar que o centro de saúde tem atualmente uma rede de cuidados continuados com

uma unidade de convalescença com capacidade para 19 utentes. O centro de saúde dispõe

ainda de um serviço de apoio à comunidade, realizado por uma equipa de dois enfermeiros,

com cobertura diária.

Ao nível da gestão, o Centro de Saúde de Celorico de Basto foi integrado no “Agrupamento de

Centros de Saúde do Tâmega I – Baixo Tâmega”, criado pela Portaria 273/2009, com a direção

centralizada em Amarante e que abrange ainda os concelhos de Baião, Cinfães, Marco de

Canaveses e Resende.

Está atualmente em construção o Centro Hospitalar de Amarante que irá servir a população de

Celorico de Basto, sem prejuízo da população da parte norte do concelho continuar a utilizar

os hospitais de Fafe e Guimarães. O novo hospital de Amarante ficará situado junto à Variante

á EN 210, a cerca 15 km da Vila de Celorico.

7.4.2 FARMÁCIAS

Existem atualmente 5 farmácias: 2 na Vila de Celorico, 1 na Gandarela, 1 em Fermil e 1 na

Mota. No que respeita à evolução desde 1994 há referir a criação de 1 nova farmácia na sede

do concelho e a mudança de instalações da farmácia da Mota.

7.4.3 SERVIÇOS DE APOIO MUNICIPAIS

O Serviço de Ação Social da Câmara Municipal disponibiliza um serviço de proximidade

designado Unidade Móvel de Saúde que tem como missão contribuir para a melhoria do

estado de saúde e social da população de Celorico de Basto.

A Unidade Móvel de Saúde funciona com base numa viatura que se desloca pelas freguesias,

num circuito mensal, prestando cuidados de saúde personalizados, com qualidade e a custo

reduzido. As principais actividades realizadas são a avaliação e o controlo mensal da tensão

arterial, colesterol e glicemia, entre outros tratamentos.

7.4.4 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

O número de equipamentos públicos de saúde (centro de saúde e extensões) é o mesmo que

em 1994. A extensão da Gandarela, que nessa data funcionava na sede da Junta de Freguesia

de S. Clemente, está agora instalada num edifício construído de raiz para esse fim.

Comparando-se os dados de 1991 (referidos nos relatórios de caracterização do PDM 94) com

os atuais, verifica-se que o número de médicos aumentou de 14 para 15 e o número de

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enfermeiros de 12 para 25. No que se refere ao número de camas na unidade de internamento

na Vila, diminuiu de 26 para 19.

O Relatório do PDM 94 sugeria “a criação de pequenos serviços de consultas, aproveitando

instalações das futuras sedes de Junta”, como forma de resolver o problema sentido pelas

populações com a distância aos equipamentos de saúde. Esta necessidade é atualmente

resolvida pela Unidade Móvel de Saúde.

No que se refere às farmácias, existe atualmente mais uma do que em 1994, na Vila de

Celorico, que não estava proposta no PDM. A mudança para novas instalações da Farmácia da

Mota corresponde à beneficiação proposta. O PDM 94 propunha ainda a criação de “postos de

distribuição de medicamentos” nas freguesias de Codessoso, Moreira do Castelo e Rego, por

se encontrarem fora do raio de 5 km das farmácias existentes, que não foram executados.

7.5 ASSISTÊNCIA SOCIAL

O diagnóstico relativo ao sector da Assistência Social é apresentado mais pormenorizadamente

no documento “Carta Social de Celorico de Basto”, recentemente aprovado pelo Concelho

Local de Ação Social (CLAS), que constitui um dos estudos de caracterização que acompanham

o PDM.

7.5.1 EQUIPAMENTOS EXISTENTES

Estão identificadas no concelho de Celorico de Basto 12 instituições particulares de

solidariedade social (IPSS), muitas delas associadas à Igreja Católica, que constituem a

chamada “rede solidária”. Os equipamentos sociais construídos são atualmente 9, a maioria

dos quais disponibiliza várias respostas sociais.

As respostas sociais atualmente em funcionamento são as seguintes:

- 4 creches: 2 na Vila de Celorico (freguesias de Arnoia e Gémeos), 1 em Borba, que serve a

zona da Mota, e uma em Ribas;

- 4 instituições com actividades de tempos livres (ATL): na Vila de Celorico, em Molares, Ribas

e Vale de Bouro

- 1 lar para crianças, em Ribas;

- 1 centro de acolhimento temporário (CAT) para crianças e jovens em risco, em Ribas;

- 5 lares de idosos: em Arnoia, Borba (Mota), Molares, Rego e Ribas;

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191

- 8 instituições com serviço de apoio domiciliário (SAD): na Vila de Celorico, em Arnoia, 2 em

Borba (no centro da freguesia e na Mota), em Carvalho, Molares, Rego e Ribas;

- 2 instituições com serviços de atendimento e acompanhamento social: na Vila de Celorico e

em Gagos.

Na tabela

Tabela 56 apresenta-se uma síntese das respostas sociais prestadas pelas diversas IPSS, com

indicação do como número atual de utentes e a capacidade em cada uma delas.

Das IPSS existentes, destaca-se o Centro Social Paroquial Divino Salvador de Ribas, devido ao

qual esta é a freguesia que apresenta maior número de respostas sociais (lar de idosos, SAD,

creche, ATL, lar de crianças e CAT), ultrapassando mesmo a da sede do concelho (2 creches,

SAD e ATL).

No que se refere à adequação da cobertura territorial às necessidades da população, verifica-

se que, nos equipamentos de apoio à infância a capacidade existente satisfaz, globalmente, às

necessidades, mas no caso das creches verifica-se um desfasamento, quanto à localização,

entre a oferta e a procura, pois existem vagas em alguns equipamentos e listas de espera

noutros. Os acordos de cooperação com a Segurança Social abrangem toda a capacidade em

funcionamento.

No caso das respostas sociais de apoio aos idosos, a capacidade instalada é ainda insuficiente,

existindo listas de espera tanto para os lares como para o apoio domiciliário. Algumas das

instituições existentes estão a funcionar em sobrelotação e os acordos de cooperação cobrem

apenas parte dos utentes. A tendência é para a crescente necessidade destas respostas sociais,

faces as previsões da evolução demográfica.

No que se refere ao apoio a pessoas com pessoas com deficiência, não existe ainda nenhuma

resposta social em funcionamento, embora esteja programada a construção de um

equipamento que incluirá um centro de actividades ocupacionais, um lar residencial e uma

residência autónoma, a localizar na sede do concelho, na freguesia de Gémeos.

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Tabela 56 - Equipamentos Sociais Existentes e Programados - Rede Solidária

número de utentes por valência (***) Serv. Ap. Família e Comunidade

referência Infância e Juventude Idosos Deficiência Centro Atendimento etipo_frg_n

º

designação lugar e freguesia entidade responsável Créche ATL Lar CAT Lar C. Dia C. Noite SAD CAO Lar Resid.Aut. Comunitário Acompanh. RSI

AS_02_01 Lar de idosos de Arnóia (Mosteiro) Boucinha, Arnóia Santa Casa da Misericórdia de S. Bento de Arnóia 59 36

4

AS_02_02 Créche da Santa Casa da Misericórdia Vila de Celorico, Arnóia Santa Casa da Misericórdia de S. Bento de Arnóia 35

AS_03_01 Serviço de apoio domicil iário de Borba Assento, Borba Associação de Solidariedade St.ª Maria de Borba 45

8

AS_03_02 Centro Comunitário Bento XVI, Mota Mondrões, Borba Casa do Povo de Fervença 9 27 30 X

24 9

AS_06_01 Centro Social de Canedo (*) Santa Luzia, Canedo Centro Social Paroquial de Canedo de Basto 30 14

AS_07_01 Centro Social de Carvalho (*) Matinho, Carvalho Associação Estrela da Amizade 30 20 20

AS_08_01 Centro Social de Codessoso (**) Presinha, Codessoso Associação de Solidariedade St.º André de Codessoso 20 30 30

AS_11_01 Serviço de acompanhamento social RSI Passagem, Gagos Centro Social Paroquial de Gagos X

AS_12_01 Centro Comunitário S. Si lvestre, Gémeos Associação de Solidariedade Social de Basto 35 39 30 X X

1

AS_12_02 Centro de Actividades Ocupacionais (*) S. Si lvestre, Gémeos Associação de Solidariedade Social de Basto 30 12 5

AS_14_01 Centro Social Paroquial de Molares Combro, Molares Centro Social Paroquial de Stº André de Molares 43 22 50

4 10

AS_17_01 Centro Social do Rego Vila Boa, Rego Centro Social da Paróquia de S. Bartolomeu do Rego 15 45

AS_18_01 Centro Social Paroquial Divino Salvador Assento, Ribas Centro Social Paroquial Divino Salvador de Ribas 33 60 15 22 55 27

20 3 13

AS_21_01 Centro Social Paroquial de Vale de Bouro Igreja, Vale de Bouro Centro Social Paroquial de Vale de Bouro 20

N.º actual de utentes no concelho (2010) 112 162 15 22 178 301

N.º de utentes em lista de espera (2010) 17 57 23

Capacidade total existente 136 187 18 22 187 300

Capacidade programada 20 90 34 30 30 12 5

N.º de respostas sociais actuais e programadas 4 4 1 1 5 + 1 3 2 8 + 1 1 1 1 2 2

Averbiaturas: ATL - centro de actividades de tempos l ivres; CAT - centro de acolhimento temporário; SAD - serviço de apoio domicil iário; CAO - centro de actividades ocupacionais; RSI - rendimento social de inserção

Fonte: Câmara Municipal - Serviço de Acção Social (2010) (*) edifício a construir (**) a funcionar em 2011 (***) a preto o n.º actual de utentes (dentro da capacidade), a azul o n.º de utentes em sobrelotação, a verde a capacidade disponível,

a vermelho o n.º de lugares programados, conforme acordos de cooperação com a Segurança Social

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193

7.5.2 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

No que se refere ao apoio à infância, o PDM 94 propunha a criação de 4 creches, uma em cada

sede de unidade de ordenamento, a juntar á única então existente na Vila (a da Misericórdia

de Arnoia). Foram executadas 3: a do Centro Paroquial de Ribas, que serve a zona da

Gandarela, a da Associação de Solidariedade Social de Basto, em S. Silvestre, na nova zona

urbana da sede do concelho, e a do Centro Comunitário Bento XVI, recentemente construído

no lugar de Mondrões, Borba, que serve a zona da Mota. Apenas na zona Fermil não foi criado

nenhum equipamento desta tipologia, sendo a população servida pelos existentes na Vila de

Celorico.

Na assistência a idosos existia, á data da elaboração do PDM, apenas o lar situado no Mosteiro

de Arnoia. Era proposta a criação de mais um Lar, de nível concelhio, e 4 centros de dia, um

por unidade de ordenamento, associados a um sistema de dotação de mobilidade aos utentes

e de apoio domiciliário. Desde então foram construídos 5 lares em Molares, Ribas, Mota

(Borba), Rego e Codessoso e foi também remodelado o lar de Arnoia. Existem 8 IPSS que

prestam serviços de apoio domiciliário. Os centros de dia ainda não foram concretizados, com

exceção do de Codessoso, no extremo sul do concelho, que deverá iniciar o funcionamento a

curto prazo.

No que respeita ao acompanhamento e formação de pessoas com deficiência, o Relatório do

PDM 94 propunha que o problema fosse tratado a um nível supramunicipal, pelo que não era

proposta a construção de qualquer equipamento destinado a essa população. Atualmente, a

população deficiente de Celorico de Basto é acompanhada por instituições dos concelhos

vizinhos de Amarante e Fafe, ao nível do ensino especial e terapias ocupacionais.

7.5.3 EQUIPAMENTOS PREVISTOS

O plano de ação para este sector inclui-se na Carta Social, pelo que se faz aqui apenas uma

breve referência às ações já programadas que se traduzem em edificação. Está construído e

deverá entrar em funcionamento no ano de 2011 o Centro Social de Codessoso, com as

valências de lar de idosos, centro de dia e SAD. Está ainda prevista a construção de 3 novos

equipamentos: os centros sociais de Canedo e de Carvalho, também na vertente do apoio a

idosos, com as valências de centro de dia e centro de noite, e a primeira estrutura do concelho

para pessoas com deficiência, na Vila de Celorico, que incluirá um centro de actividades

ocupacionais, um lar e uma residência autónoma.

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194

7.6 DESPORTO

No concelho de Celorico de Basto a prática desportiva, regular e de competição, refere-se

fundamentalmente ao futebol. Isto traduz-se na quantidade de equipamentos destinados a

esta modalidade e na pouca variedade de outras tipologias.

As outras modalidades com algum significado no concelho são as ligadas à caça e pesca, com

destaque para a participação de equipas locais em competições de pesca desportiva, e os

desportos motorizados todo-o-terreno.

Outros equipamentos, como as piscinas, tem uma utilização de carácter recreativo, de

aprendizagem e de manutenção.

7.6.1 EQUIPAMENTOS EXISTENTES

Atualmente estão identificados no concelho 20 campos de grandes jogos (ou seja, de futebol).

Entre estes contam-se o Estádio Municipal e os recintos pertencentes às equipas que

participam em competições oficiais: Clube Desportivo Celoricense (Campo da Cruz, Britelo),

Sport Clube Fermilense (Campo da Rasa, Molares) e Futebol Clube da Gandarela (Campo

Jerónimo Pacheco, S. Clemente). Os restantes pertencem a associações recreativas locais e

juntas de freguesia.

Destes campos de grandes jogos, 7 apresentam condições boas ou razoáveis (considerando

piso, balneários, vedações, estacionamento, bancadas e infraestruturas básicas), nalguns casos

foram alvo de beneficiações recentes, mas a maioria são pouco mais do que aterros onde se

joga futebol, muitas vezes situados em locais isolados, afastados das povoações.

Existem 14 polidesportivos descobertos, 12 deles são municipais, construídos na última

década no com o objetivo de dotar o concelho de uma rede de equipamentos desportivos de

base, destinados à prática de diversas modalidades (futebol de 5, basquetebol, andebol,

voleibol e ténis), localizados de forma descentralizada nos principais aglomerados urbanos,

bem como nas freguesias mais periféricas. Existe ainda um polidesportivo pertencente ao

Centro Paroquial de Ribas, também de construção recente, e um mais antigo, na Mota,

pertencente à Casa do Povo de Fervença.

A estes acrescem ainda os 4 campos de jogos integrados em estabelecimentos de ensino, o

minicampo de jogos da praia fluvial da Vila e o campo de futebol de 7 de Veade.

Os pavilhões gimnodesportivos atualmente existentes são 4. Aqui incluem-se o ginásio da

antiga escola do ciclo preparatório, agora gerida pelo Município e situada no centro da Vila de

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Celorico, e os pavilhões integrados em estabelecimentos de ensino (escolas EB2,3+S de

Celorico, EB2,3 da Gandarela e Escola Profissional de Fermil) que podem ser também utilizados

por outras entidades e pelo público em geral. Está programada a construção, a iniciar-se a

muito curto prazo, de mais um pavilhão, junto à escola EBI da Mota, que funcionará nos

mesmos moldes dos atrás referidos, servindo a escola e a comunidade.

No concelho existem 2 piscinas municipais, uma coberta, situada na sede concelho, que se

destina principalmente à aprendizagem, com aulas de natação e hidroginástica para diferentes

grupos etários, e também a banhos livres para o público em geral, e uma piscina recreativa

descoberta, situada em Codessoso e integrada num parque de lazer.

Há ainda a referir a existência de 2 campos de tiro, um em Codessoso e outro em Lordelo,

Veade. Este último equipamento integra também um court de ténis e espaços de lazer. Foram

também identificadas uma pista de todo-o-terreno em Arnoia, uma pista de equitação em

Carvalho e uma pista de aeromodelismo em Fervença, mas nestes três casos trata-se apenas

de terrenos onde se pratica esporadicamente as referidas modalidades, não se podendo, pelo

menos nas condições atuais, classificar propriamente como equipamentos.

Tabela 57 - Equipamentos Desportivos Existentes

7.6.2 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

Neste sector houve uma grande evolução desde a época da elaboração do PDM,

principalmente na última década. Por iniciativa municipal e, em grande parte, aproveitando

candidaturas a fundos comunitários, foi construído um número significativo de novos

equipamentos desportivos.

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O Relatório e os estudos de caracterização do PDM 94 referiam a existência de um grande

número de campos de futebol muito dispersos pelo território, sem estarem, na maior parte

dos casos, minimamente apetrechados, e com uma enorme falta de hierarquização, ao mesmo

tempo que se verificava a ausência de outras tipologias de equipamentos desportivos.

"Menos mas melhores equipamentos" era então apontado como a estratégia mais correta. Por

isso propunha-se manter 5 campos de grandes jogos, beneficiar ou reconverter 2 e suspender

8, propondo a construção de apenas um novo, na unidade ordenamento de Celorico. Em vez

desses campos, propunha-se a criação de 12 polivalentes descobertos, com melhores

condições e localizados de forma a poder servir as populações de todo o concelho. Propunha-

se ainda a construção de uma piscina municipal e uma pista de atletismo centralizadas na sede

do concelho e de um pavilhão gimnodesportivo em cada uma das unidades de ordenamento.

Na Tabela 58 apresenta-se uma síntese das propostas do PDM de 1994 que foram executadas

ou não, e também dos equipamentos executados que não estavam propostos.

Tabela 58 - Nível de execução do PDM - Equipamentos desportivos

Equipamentos Desportivos Nível 1 Concelho

Nível 2 Unidade de Ordenamento

Nível 3 Freguesia

Propostas do PDM 94 executadas

- Piscina municipal coberta - Campo de tiro

- Estádio municipal (proposto 1 campo de grandes jogos a construir na U.O. de Celorico) - Pavilhões gimnodesportivos (3 executados, 1 programado)

Polidesportivos descobertos do Freixieiro, Arnoia, Codessoso, Canedo, Rego, Caçarilhe, Mota, Agilde e Moreira

Propostas do PDM 94 não executadas

- Pista de atletismo - Eliminação de campos de grandes jogos sem condições

Polidesportivos descobertos em Borba, Carvalho e Veade

Equipamentos executados não propostos no PDM 94

- Piscina recreativa descoberta

Polidesportivos descobertos de Fermil, Gandarela e Vale de Bouro

Fonte: Câmara Municipal de Celorico de Basto

A maioria das propostas do PDM foi executada. Foi construída a Piscina Municipal, o Estádio

Municipal e três pavilhões gimnodesportivos em Celorico, Gandarela e Fermil, associados às

escolas, estando prevista iniciar-se a curto prazo a construção do pavilhão da Mota. Em

relação aos polidesportivos, o número de novos equipamentos construídos pelo Município

corresponde ao que era proposto, embora em alguns casos se tenha optado por localizações

diferentes.

O concelho está agora dotado de uma rede de equipamentos mais diversificados e de

qualidade, que tem permitido desde há alguns anos a dinamização do desporto,

designadamente, a organização de competições entre equipas do concelho e outros torneios.

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Nas propostas não executadas nem previstas encontra-se a pista de atletismo. Neste caso,

dado que não existe no concelho prática organizada de atletismo, considera-se que não se

justifica a criação de um equipamento desta tipologia, tendo, no entanto, em consideração

que a Ecopista que está programada irá permitir a prática informal de corrida e marcha.

Em síntese, o PDM 94 propunha a construção de 20 novos equipamentos desportivos, tendo

sido até agora construídos 18, de acordo com as tipologias propostas embora com algumas

diferenças de localização, o que representa um nível de execução de 90%.

Ficou por executar a eliminação dos campos de futebol em excesso e sem condições

adequadas. Importa por isso, na presente revisão do plano, avaliar, face ao nível de utilização e

às condições físicas de cada caso, o interesse em propor a sua beneficiação ou descativá-los

reconvertendo o terreno para outro uso.

7.7 CULTURA

7.7.1 EQUIPAMENTOS EXISTENTES

Os equipamentos culturais públicos atualmente existentes são os seguintes:

- Biblioteca Municipal, localizada na Quinta de S. Silvestre, na sede do concelho. Inclui um

Núcleo Museológico, constituído por três pavilhões dedicados respetivamente a arqueologia,

imprensa e exposições temporárias, e um Centro Documental que acolhe o espólio doado ao

Município pelo Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.

- Núcleo Museológico do Planalto de Montelongo (ou planalto da Lameira), situado em

Argontim, freguesia do Rego, dedicado à etnografia e arqueologia. O edifício é a reabilitação

de uma antiga serração. Na envolvente encontra-se o Circuito dos Moinhos de Argontim.

- Centro Interpretativo do Castelo de Arnoia, reconversão da antiga escola do 1.º ciclo da

aldeia do Castelo

- Auditório da Quinta do Prado, está vocacionado para a realização de conferências, a

realização de outras iniciativas culturais é condicionada pela sua pequena dimensão.

- Fórum da Gandarela, extensão da Biblioteca Municipal.

Quanto a equipamentos cargo de outras instituições há a considerar o Cine-teatro dos

Bombeiros Voluntários Celoricenses, situado no centro da Vila de Celorico, que é a única sala

de espetáculos existente no concelho.

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No que se refere a associações culturais e recreativas, estão identificadas 22 entidades,

algumas das quais se dedicam também a actividades desportivas. Destas, são poucas as que

possuem uma sede própria.

7.7.2 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

Os equipamentos culturais propostos no PDM 94, de acordo com o quadro da dotação global

de equipamentos anexo ao Relatório, eram uma biblioteca, um museu e um centro cultural na

sede de concelho e, em cada unidade de ordenamento, uma sala de espetáculos e uma

mediateca escolar.

Dos edifícios propostos foi construída a Biblioteca Municipal. Em vez da construção de edifícios

de tipologias mais complexas, como o museu e centro cultural, os investimentos realizados

neste sector traduziram-se na criação de equipamentos de menor escala e descentralizados,

reconvertendo edifícios existentes. Nesse enquadramento foram criados nos últimos anos o

Núcleo Museológico do Planalto de Montelongo e o Centro Interpretativo do Castelo de

Arnoia.

Quanto a salas de espetáculos, é uma tipologia que apenas existe na sede do concelho, onde

se encontram o Cine-Teatro dos Bombeiros e Auditório da Quinta do Prado.

Tabela 59 - Nível de execução do PDM - Equipamentos culturais

Cultura Propostas do PDM 94 Situação atual

Nível 1 Concelho

- Biblioteca Municipal, 1 a criar Executado, na sede do concelho

- Museu Municipal, 1 a criar Não executado. Existe um núcleo museológico anexo à biblioteca

- Centro Cultural, 1 a criar Não executado. Previsto no PU de Celorico de Basto

Nível 2 Unidade de Ordenamento

- Salas de Espetáculos, 1 a manter, 3 a criar na Gandarela, Fermil e Mota

Mantém-se o Cine-Teatro dos Bombeiros e foi executado o Auditório da Quinta do Prado, ambos na sede do concelho. Não foram executadas salas de espetáculos nas restantes unidades de ordenamento

- Mediatecas escolares, 4 a criar, uma em cada unidade de ordenamento.

Podem considerar-se como cumprindo esta função os espaços existentes nas escolas que incluem biblioteca e tecnologias de informação.

Não proposto Foi criado o Fórum da Gandarela, extensão da Biblioteca Municipal

Nível 3 Freguesia

Não proposto Foram criados 2 espaços museológicos neste nível: O Núcleo Museológico do Planalto da Lameira, na freguesia do Rego, e Centro Interpretativo do Castelo, na freguesia de Arnoia.

Fonte: Câmara Municipal de Celorico de Basto

7.7.3 EQUIPAMENTOS PREVISTOS

O Centro Cultural, proposto no PDM 94, está apontado como equipamento previsto na

proposta do Plano de Urbanização de Celorico de Basto (em elaboração), mas ainda não tem

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localização definida. Está igualmente previsto no PU um Pavilhão Multiusos que terá, entre

outras, também uma função cultural.

Há a considerar ainda nos equipamentos programados os edifícios das estações de caminho-

de-ferro de Codessoso, Lourido, Celorico, Mondim de Basto (situada em Veade) e Canedo, cuja

recuperação está integrada no projeto da Ecopista da Linha do Tâmega. Pretende-se que esses

edifícios permitam diversas funções culturais (exposições, núcleos interpretativos locais,

instalação de associações) e também de apoio ao turismo (bar, alojamento informal,

disponibilização de equipamento).

7.8 LAZER

7.8.1 SITUAÇÃO ATUAL

Incluem-se neste capítulo os espaços verdes equipados de utilização pública e os

equipamentos públicos de apoio ao turismo. Não se consideraram aqui os pequenos espaços

ajardinados ou arborizados que complementam vias públicas nem os arranjos exteriores de

equipamentos de outros tipos.

JARDINS PÚBLICOS E PARQUES DE LAZER

O espaço de lazer mais representativo do concelho é o Parque Lúdico do Freixieiro, situado no

centro da Vila de Celorico, abrangendo as freguesias de Britelo e Gémeos. Esta zona verde

desenvolve-se nas margens do rio Freixieiro e integra um polidesportivo descoberto, um

parque infantil e um conjunto de moinhos e outros edifícios tradicionais recuperados.

Ainda na sede do concelho encontram-se os jardins da Quinta do Prado, um dos exemplos de

jardim romântico onde se encontram as camélias tradicionais de Celorico de Basto e ainda um

pequeno bosque. Este espaço está atualmente em obras com vista á sua requalificação.

Foram recentemente criados pelo município 7 parques de lazer, equipados com parques

infantis e zonas de merendas e, nalguns casos, associados a equipamentos desportivos, em

Agilde, Mota (Borba), Canedo, Codessoso, Ourilhe, na serra do Viso (Rego) e na Gandarela (S.

Clemente). Com estes parques distribuídos pelo concelho consegue-se que a maioria da

população disponha, a uma distância aceitável, de um espaço de lazer de qualidade e

adequado aos diferentes grupos etários. Contam-se ainda outros espaços de estadia na

Gandarela, Fermil, Ribas e Gagos.

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Há ainda a assinalar os conjuntos de moinhos tradicionais recuperados na freguesia do Rego,

que incluem o Circuito Turístico dos Moinhos de Argontim, e os núcleos de Quintela, Vila Boa

e Perraço.

Foram também recentemente requalificados os espaços da Feira de Gado da Lameira e do

Largo do Barão de Fermil, de modo a funcionarem a maior parte do tempo como espaços de

estadia, para o que foram dotados de mobiliário urbano, mas continuam a permitir a

realização das feiras tradicionais.

Outro tipo de espaços tradicionalmente utilizados pela população são os miradouros de

montanha, normalmente associados a edifícios religiosos, de que são exemplos os montes do

Viso e do Calvelo, ambos os casos a necessitar de uma requalificação.

ÁREAS SAZONAIS DE BANHO

Existem no concelho vários locais que são muito frequentados nos meses de verão para

recreio balnear.

- Vau (Britelo), no rio Tâmega, é, desde há bastante tempo utilizada pela população, embora

não possua qualquer tipo de tratamento e a qualidade atual da água seja má. Será eliminada

com a construção da barragem de Fridão;

- Praia fluvial da Vila (Gémeos), no rio Freixieiro, situada na junto ao parque de campismo e ao

parque lúdico do Freixieiro;

- Praia fluvial de Fermil (Veade/Corgo), na ribeira de Veade, atualmente muito degradada;

- Praia fluvial do Rego, no rio Bugio, que foi alvo de beneficiação recente, no âmbito do

programa Agris;

- Praia fluvial de Borba, na ribeira de Santa Natália.

Com exceção do Vau, onde nunca houve intervenção, nos restantes casos existem algumas

estruturas construídas que consistem, genericamente, em muros de suporte para consolidação

das margens e controlo do plano de água, açudes, pontões, acessos e pequenos edifícios de

apoio destinados a bar. No entanto, nenhuma destas “praias fluviais” se pode classificar

oficialmente como zona balnear porque nunca foram licenciadas para esse fim nem cumprem

todos os requisitos impostos pela legislação específica.

EQUIPAMENTOS DE APOIO AO TURISMO

Celorico de Basto possui um Parque de Campismo com a categoria de 3 estrelas, situado

próximo do centro da sede concelho, na freguesia de Gémeos. Este equipamento possui áreas

destinadas a tendas, caravanas e autocaravanas e ainda alguns bungalows. Integra-se neste

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201

sector também o Posto de Turismo, construído no início da década de 2000 e situado no novo

centro da Vila de Celorico, próximo da Câmara Municipal.

7.8.2 EVOLUÇÃO 1994-2010 E EXECUÇÃO DO PDM

O PDM de 1994, de acordo com o quadro da Dotação Global de Equipamentos, propunha, ao

nível concelhio, a criação de um parque urbano, um parque de campismo, um posto de

turismo e duas novas áreas de lazer fluvial, para além da beneficiação das existentes. Ao nível

das unidades de ordenamento propunha a criação de um centro de actividades de tempos

livres em cada uma delas.

Em cada freguesia o PDM 94 propunha pelo menos um jardim público, apontando para a

manutenção ou reconversão dos existentes e criação de novos em todas as freguesias onde

ainda não existissem, num total de 25, de acordo com a dotação global de equipamentos. A

nível local, propunha a construção de um grande número de recreios infantis, praticamente

em todos os lugares, num total de 55, pretendendo-se nessa época associar grande parte deles

às escolas primárias.

Foram executados o parque urbano, o parque de campismo e o posto de turismo, conforme

proposto. No que se refere às áreas sazonais de banhos, não foi feita a requalificação das

situadas no Tâmega, que agora já não se justifica devido à construção da barragem de Fridão.

Em contrapartida foram criadas 4 novas “praias fluviais”, e embora atualmente se verifique a

necessidade de recuperação e melhoria de alguns destes espaços, pode considerar-se que o

seu número satisfaz o que era proposto para esta tipologia.

Quanto aos centros de actividades de tempos livres (ATL), existem atualmente 4 instituições

particulares de solidariedade social que desenvolvem essa atividade, integrada em

equipamentos com outras valências, pelo que os ATL foram incluídos no sector da assistência

social. O número de ATL corresponde ao que era proposto. Em termos de localização situa-se 1

na sede do concelho (Gémeos), 1 na zona de Fermil (Molares) e 2 na área de influência da

Gandarela (Ribas e Vale de Bouro). Atualmente, as actividades extracurriculares das escolas

diminuem a necessidade de equipamentos para ocupação de tempos livres das crianças.

No início da década de 90 os espaços verdes eram praticamente inexistentes. Desde a entrada

em vigor do PDM, foram criados diversos parques de lazer ao nível das freguesias, tanto em

zonas urbanas como rurais, e outras pequenas zonas de estadia inseridas no arranjo de

espaços públicos. Houve, portanto, uma evolução significativa, mas ainda não foi atingido o

objetivo de ter pelo menos um espaço deste tipo em cada freguesia.

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O número de parques infantis proposto no PDM 94 é claramente exagerado. Essa tipologia

enquadra-se melhor no nível das freguesias, preferencialmente associada a outros

equipamentos de lazer, escolares ou desportivos. Foram por isso criados vários parques

infantis integrados em espaços verdes públicos e também instalados equipamentos desse tipo

nos recreios dos jardins-de-infância.

Em conclusão, o nível de execução das propostas do PDM para este sector é total para os

níveis superiores, do concelho e unidades de ordenamento, e parcial ao nível das freguesias e

local. Apresenta-se uma síntese no quadro seguinte.

Tabela 60 - Nível de execução do PDM - Equipamentos de lazer

Lazer Propostas do PDM 94 Situação atual

Nível 1 Concelho

- Parque Urbano, 1 a criar Executado o Parque Lúdico do Freixeiro, na sede do concelho.

- Áreas de Lazer Fluvial, 2 a beneficiar e 2 a criar

Executado, em n.º de equipamentos: criadas 4 áreas sazonais de banhos, na Vila de Celorico, Fermil, Rego e Borba. Não houve intervenção nas áreas de banhos do Tâmega.

- Parque de Campismo, 1 a criar Executado, na sede do concelho

- Posto de Turismo, 1 a criar Executado, na sede do concelho

Nível 2 Unidade de Ordenamento

- Centros de Actividades de Tempos Livres, a criar 1 em cada unidade de ordenamento

Executado. Os 4 ATL existentes pertencem a IPSS, pelo que foram incluídos nos equipamentos sociais.

Nível 3 Freguesia

- Jardim Público, propostos 3 a manter, 4 a reconverter e 18 novos

Parcialmente executado. Criados 7 parques de lazer. Outros espaços de estadia: 2 novos, 3 requalificados, 1 em requalificação, 4 pré-existentes não requalificados.

Nível 4 Local

- Recreio Infantil, propostos 55 a criar Parcialmente executado, ao nível das freguesias. Criados 9 parques infantis integrados em parques de lazer e arranjos urbanísticos. Existem também 7 parques infantis integrados nos jardins infância e no centro escolar de Celorico.

Fonte: Câmara Municipal de Celorico de Basto

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8 INFRAESTRUTURAS E QUALIDADE AMBIENTAL

8.1 INFRAESTRUTURAS BÁSICAS

Um dos indicadores mais marcantes da qualidade de vida das populações é a dotação das

redes de infraestruturas básicas.

De acordo com os dados mais recentes disponibilizados pelo INE, referentes a 2008, a

população servida por sistemas de abastecimento de água no concelho de Celorico de Basto é

75%, o que é um valor bastante razoável e ligeiramente superior ao da NUT III do Tâmega,

embora inferior aos do Continente e da Região Norte. Neste momento a cobertura já é

superior, dado que em Janeiro de 2011 entrou em funcionamento a rede de abastecimento de

Gémeos.

No que se aos sistemas de drenagem de águas residuais a cobertura é ainda muito baixa

(16%), mesmo quando comparada com o valor da NUT do Tâmega.

Tabela 61 - Níveis de infraestruturação

População servida por

Unidade territorial Sistemas públicos de

abastecimento de água

Sistemas de drenagem de

águas residuais

Estações de tratamento de

águas residuais

Continente 94 % 81 % 74 %

Região Norte 90 % 72 % 65 %

Tâmega 74 % 48 % 37 %

Celorico de Basto 75 % 16 % 17 %

Fonte: INE, Inventário Nacional de sistemas de Abastecimento de Água e Águas Residuais, período de referência dos dados: 2008

Comparando estes dados com os dos Censos 2001, onde está indicado que 90,7% dos

alojamentos familiares de residência habitual têm água e 92,1% têm esgotos, e estes com os

dos Censos 1991 (67,5% dos alojamentos tinham água e 75,7% tinham esgotos), conclui-se que

houve uma melhoria das condições de salubridade das habitações mas que grande parte da

população é servida por sistemas particulares.

Houve uma grande evolução nas últimas duas décadas no que se refere ao abastecimento de

água, que foi definido como uma prioridade nos investimentos do município. O mesmo não

sucedeu com a recolha de águas residuais, considerada até agora uma prioridade secundária,

sendo o sistema da fossa séptica o utilizado na generalidade dos edifícios. Há que reconhecer

também que o território de Celorico de Basto apresenta particulares dificuldades à

implantação de redes de drenagem de águas residuais devido á dispersão do povoamento e à

topografia muito irregular.

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8.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

8.1.1.1 Situação até 1994

No relatório de caracterização sectorial “Infraestruturas” do PDM de 1994 a baixa cobertura da

rede de abastecimento de água era apontada como um dos principais problemas do concelho.

À data da entrada em vigor do PDM a rede pública de abastecimento de água servia apenas a

sede do concelho e zonas envolventes (abrangendo o centro da Vila e os lugares de Venda

Nova; Crespos, Britelo e Cruz, na freguesia de Britelo, e Cruz de Baixo, Covetas e S. Sebastião,

na freguesias de Arnoia), as zonas urbanas da Gandarela e de Fermil e ainda os lugares da

Lameira e Vila Boa na freguesia do Rego. O sistema de Codessoso estava então já construído e

entraria em funcionamento pouco depois.

8.1.1.2 Situação atual

Atualmente estão em funcionamento 30 sistemas de abastecimento de água que servem a

maior parte dos aglomerados populacionais das freguesias de 19 das 22 freguesias do

concelho, Falta executar os sistemas de Infesta e Santa Tecla, para os quais já existe projeto, e

falta ainda servir a freguesia de Caçarilhe, a zona de Nespereira na freguesia de Vale de Bouro

e parte poente das freguesias de Ribas e S. Clemente. Na Ilustração 8 compara-se a

distribuição territorial das redes existentes em 1994 e na atualidade.

Ilustração 8 - Redes de abastecimento de água - Evolução 1994-2011

Fonte: Câmara Municipal de Celorico de Basto

As áreas servidas pela rede de abastecimento de água são aquelas onde se concentra a maioria

da população. Fez-se uma estimativa da população residente nessas áreas contabilizando o

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número de residentes, de acordo com os Censos 2001, nas subsecções intercetadas pelo

traçado da rede. Verifica-se, assim, que 88,8% da população do concelho reside em zonas

onde está instalada rede de abastecimento de água, em 6 freguesias toda a população reside

em zonas servidas e noutras 8 freguesias esse valor é superior a 90%. Isto não significa, no

entanto, que toda essa população seja efetivamente servida, pois existem habitações dispersas

e afastadas das vias infraestruturadas e outras que mesmo estando próximas não estão ligadas

à rede.

Na tabela e gráficos seguintes apresentam-se os valores do consumo de água da rede pública

nos últimos 4 anos e ainda os valores relativos a 1990 referidos dos estudos de caracterização

do PDM 94. Comparando os dados mais recentes com os de 1990 verifica-se que, em

consequência da expansão da rede, o consumo total aumentou para mais do dobro e o n.º de

contadores para mais do triplo, mas que o consumo médio por contador diminuiu. Isto pode

dever-se a vários fatores: a consciencialização dos consumidores para um uso mais racional da

água, o aumento do preço, mas também o aumento do n.º de alojamentos de uso secundário

e o facto de muitos consumidores usarem simultaneamente água proveniente de poços e

minas. Também se verifica uma ligeira diminuição do consumo e do n.º de contadores no ano

de 2009, coincidente com a revisão do regulamento de taxas que veio aumentar os preços

relativos à manutenção do sistema, tratamento de esgotos e resíduos sólidos urbanos, mesmo

com um consumo de água nulo.

Tabela 62 - Consumo de água no concelho de Celorico de Basto

Gráfico 39 - Consumo total de água por ano (m3) Gráfico 40 - Consumo médio anual (m3/contador)

1990 (…) 2007 2008 2009 2010

Consumo de água total anual (m3) 152.000 316.767 316.298 304.643 331.995

Número de contadores (*) 1490 4434 4831 4792 4896

Cosumo médio anual (m3/contador) 102,0 71,4 65,5 63,6 67,8

(*) calculado como o n.º total de recibos emitidos dividido por 12 meses

Fonte: Câmara Municipal - Secção de Taxas e Licenças (2007-2010); Estudos de Caracterização do PDM 94 (1990)

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206

8.1.2 SANEAMENTO

8.1.2.1 Situação até 1994

No início da década de 1980 (conforme os dados dos Censos 81) o concelho não dispunha de

qualquer rede pública de saneamento. Os sistemas particulares serviam então 37% da

população.

No início da década de 1990, de acordo com os relatórios de caracterização sectorial do PDM

94, estavam em funcionamento as redes da Vila de Celorico e de Fermil e estavam a iniciar-se

as obras da rede da Gandarela.

Referia-se aí que o sistema de Fermil estava em bom estado de funcionamento mas o da Vila já

não dava resposta ao volume de efluentes, sendo as águas residuais então lançadas em

trincheiras filtrantes em plena veiga do rio Freixieiro, sem qualquer tipo de tratamento.

Nesse relatório era ainda apontada a construção da barragem de Fridão como condicionante

das intervenções a realizar, dado que não será compatível com o lançamento no rio de

efluentes não tratados e pode colidir com as cotas de fossas pré-existentes. Esta preocupação

mantém-se totalmente pertinente visto que a construção da barragem deverá iniciar-se a

curto prazo, estando já a decorrer os trabalhos preparatórios.

8.1.2.2 Situação atual

Apenas a freguesia de Britelo tem uma cobertura quase total dos espaços urbanos. 8

freguesias têm uma cobertura parcial: Arnoia e Gémeos, nas áreas incluídas ou próximas da

sede do concelho, S. Clemente, na Vila da Gandarela; Gagos, Molares e Veade, na Vila de

Fermil; e ainda Borba e Fervença que possuem sistemas autónomos ligados a ETAR compactas.

Gémeos e Carvalho têm uma cobertura residual, que abrange apenas as zonas da S. Silvestre

(Celorico) e da Zona Industrial de Carvalho, respetivamente. As restantes 11 freguesias não

possuem rede de drenagem de águas residuais.

Foi feita uma estimativa da população residente nas zonas servidas por redes de saneamento,

com a mesma metodologia utilizada para o abastecimento de água. No total do concelho

apenas 27,9% da população reside em subsecções onde existe saneamento, o que significa que

a cobertura efetiva será ainda mais baixa. A única freguesia com um valor aceitável é Britelo

com 87,9%, seguindo-se S. Clemente com 50,9% e Fervença com 48,2%.

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Ilustração 9 - Redes de drenagem de águas residuais - Evolução 1994-2011

Fonte: Câmara Municipal de Celorico de Basto

Na tabela seguinte apresenta-se uma síntese da informação relativa aos sistemas de

tratamento de águas residuais atualmente existentes.

Tabela 63 - Sistemas de tratamento de águas residuais

Área servida Tipo Localização Ano de

construção

Capacidade

(n.º habit.)

Vila Celorico e Arnoia Coletor geral e ETAR Mosqueiros, Britelo 1999 5000

Gandarela (norte) Fossa séptica com filtros de areia Arosa, S. Clemente 1993 125

Gandarela (sul) 2 fossas sépticas com filtros de areia Tacão, Ribas 1993 600

Fermil Fossa séptica Aldeia, Veade ----- -----

Borba ETAR compacta Serrães, Borba 2002 200

Fervença ETAR compacta Retorta, Fervença 2003 1000

Fonte: Câmara Municipal

8.1.3 EXECUÇÃO DO PDM DE 1994

O Relatório do PDM de 1994 não desenvolve muito as propostas para as infraestruturas de

saneamento básico. Era aí referida a importância de melhorar as condições de higiene e de

saúde pública, que nessa época eram precárias, e de implementar sistemas de controlo da

qualidade da água de consumo e de tratamento dos efluentes lançados no meio ambiente.

No que se refere ao abastecimento de água, era referido o objetivo de “reequacionar de uma

forma integrada a exploração dos diferentes sistemas de captação e abastecimento, tendo em

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conta a preservação racional dos aquíferos, e o estabelecimento de uma política tarifária”. Nos

Estudos de Caracterização eram apontadas, muito genericamente, propostas para 6 sistemas

de abastecimento, partindo de captações então já existentes: Carvalho, Canedo/Corgo, Vale de

Bouro/Ribas, Veade, Agilde/Fervença/Moreira/Borba e Caçarilhe/Ourilhe/Infesta/St.ª Tecla,

estando atualmente servidas as áreas correspondentes aos 5 primeiros e a do último apenas

parcialmente.

Ao nível do saneamento indicava-se como ação prioritária a extensão de sistema da Vila de

Celorico e a construção da respetiva ETAR. Propunha-se prioritariamente a infraestruturação

das áreas centrais das 4 unidades de ordenamento e das zonas industriais, expandindo-se

depois a cobertura às zonas de maior expansão demográfica.

Pode, portanto, afirmar-se que a evolução entretanto ocorrida vai no sentido das orientações

do PDM, embora ainda não tenha atingido os objetivos desejados.

8.2 REDE ELÉTRICA

Em termos de instalações elétricas, foi solicitada informação aos operadores, nomeadamente

à REN - Rede Elétrica Nacional, S.A. e à EDP Energias de Portugal. No que se refere à REN,

concessionária da RNT – Rede de Transporte de Eletricidade que integra as Linhas e

Subestações Elétricas de Muito Alta Tensão (igual ou superior a 110Kv) não foram fornecidos

elementos, talvez pelo facto de não existir atualmente este tipo de infraestrutura no concelho.

No entanto, uma vez que se avizinha a construção do Aproveitamento Hidrelétrico de Fridão,

foi consultada a página da internet http://www.ren.pt/vPT/Electricidade/

Transporte/Documents para averiguar a possibilidade de travessia por uma infraestrutura

deste tipo, verificando-se que no Mapa da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade (ver

Ilustração 10) está representada uma linha aérea programada que coincide, grosso modo, com

o limite nascente do concelho.

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Legenda:

Fonte: REN

Ilustração 10 – Extrato do Mapa da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, 2010

No que diz respeito à EDP Distribuição não foi disponibilizada no âmbito deste processo

qualquer informação. A informação utilizada no Mapa 38 é aquela que a EDP Distribuição nos

disponibilizou no âmbito da elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta,

nomeadamente a rede de 15 e 60Kv, assim como a localização das subestações.

Mapa 38 - Rede Elétrica de 15Kv e 60Kv do concelho de Celorico de Basto

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Recentemente, a Câmara Municipal de Celorico de Basto e a EDP estão a substituir as linhas de

média tensão na área urbana da vila de Celorico de Basto por linhas subterrâneas, numa

extensão de mais de 1 Km.

Esta intervenção resulta de um protocolo de cooperação entre o Município de Celorico de

Basto e a EDP – Distribuição - Energia, S.A – Direção de Redes e Clientes Norte cujo objetivo é

melhorar a rede de distribuição de energia elétrica nos perímetros urbanos do concelho de

Celorico de Basto.

Este trabalho implicou a abertura de valas ao longo da Rua do Nascente numa extensão de

250m, na Rua de Barreirós numa extensão de 215m e a Rua Dr. Daniel Salgado numa extensão

de cerca de 285m. Numa segunda fase, na Travessa de Barreirós seguindo pela Rua da Senhora

da Saúde e pela Rua Baltazar Rebelo de Sousa numa extensão de 275 metros.

Aproveitando a abertura destas valas, o município está proceder à substituição das redes

aéreas de distribuição de energia elétrica em baixa tensão e de iluminação pública nestes

traçados, por subterrâneas, introduzindo uma mais-valia técnica e arquitetónica no nosso

espaço urbano.

Foram também consultados dados do INE, nomeadamente os recenseamentos gerais da

população e da habitação, por freguesia, nos anos de 1991 e 2001 da rubrica Alojamentos,

segundo a existência de eletricidade nos alojamentos familiares de residência habitual.

Tabela 64 - Alojamentos com e sem eletricidade em 1991 e 2001, por freguesia.

Fonte: INE. Recenseamentos Gerais da População e da Habitação, 1991 e 2001

TotalCom

electr icidade

Sem

electricidadeTotal

Com

electricidade

Sem

electr icidade1991 2001

Agilde 333 329 4 393 393 0 98.80 100.00 1.20

Arnóia 486 478 8 557 555 2 98.35 99.64 1.29

Borba de Montanha 320 307 13 344 338 6 95.94 98.26 2.32

Britelo 687 670 17 782 780 2 97.53 99.74 2.22

Caçarilhe 142 133 9 142 139 3 93.66 97.89 4.23

Canedo de Basto 307 295 12 324 319 5 96.09 98.46 2.37

Carvalho 239 226 13 244 239 5 94.56 97.95 3.39

Codeçoso 176 165 11 163 163 0 93.75 100.00 6.25

Corgo 107 106 1 101 101 0 99.07 100.00 0.93

Fervença 368 348 20 429 422 7 94.57 98.37 3.80

Gagos 169 165 4 183 180 3 97.63 98.36 0.73

Gémeos 182 176 6 191 191 0 96.70 100.00 3.30

Infesta 121 111 10 105 101 4 91.74 96.19 4.45

Molares 173 165 8 160 157 3 95.38 98.13 2.75

Moreira do Castelo 159 158 1 176 175 1 99.37 99.43 0.06

Ourilhe 120 115 5 116 114 2 95.83 98.28 2.44

Rego 297 283 14 378 372 6 95.29 98.41 3.13

Ribas 307 281 26 321 317 4 91.53 98.75 7.22

Basto (Santa Tecla) 82 74 8 81 79 2 90.24 97.53 7.29

Basto (São Clemente) 455 422 33 479 472 7 92.75 98.54 5.79

Vale de Bouro 250 239 11 246 244 2 95.60 99.19 3.59

Veade 220 216 4 230 227 3 98.18 98.70 0.51

Celorico de Basto 5700 5462 238 6145 6078 67 95.82 98.91 3.09

Acréscim o

1991/2001

(%)

Fregues ia

% Com electricidade1991 2001

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Através da Tabela 64, conclui-se que todas as freguesias são abrangidas pelo fornecimento de

energia elétrica, apontando que 99% da população é servida por energia elétrica. Verificou-se

um aumento percentual do número de alojamentos com eletricidade na generalidade das

freguesias no período entre 1991 e 2001.

Pode-se concluir que o concelho de Celorico de Basto se encontra bem servido ao nível de

energia elétrica, sendo que apenas 67 alojamentos familiares (em 2001) não possuem

eletricidade.

8.3 RECURSOS ENERGÉTICOS ENDÓGENOS

Os recursos energéticos conhecidos da região Norte são de carácter renovável, como, aliás,

acontece na generalidade do território Português. Com expressão significativa podem referir-

se as fontes Sol, Vento, Ondas e Biomassa. Além do crescimento da energia eólica e do reforço

de potência hídrica, perspetivam-se também vários projetos de biomassa para a produção de

eletricidade na região (PROT-NORTE).

8.3.1 ENERGIA HÍDRICA

Entre os finais do século XIX e os princípios do século XX, instalaram-se muitas centrais

hidrelétricas com potências compreendidas entre algumas dezenas e poucos milhares de

quilowatts, precisamente o domínio de potências que hoje levaria a classificá-las como

pequenas centrais hidrelétricas, ou, na linguagem corrente, centrais mini-hídricas (CMH).

A designação central mini-hídrica generalizou-se em Portugal para designar os

aproveitamentos hidrelétricos de potência inferior a 10 MW. Este limite é geralmente usado

internacionalmente como fronteira de separação entre as pequenas e as grandes centrais

hidrelétricas. As primeiras, devido ao seu impacto ambiental diminuto, são consideradas

centrais renováveis; as segundas, embora usem um recurso renovável, produzem efeitos não

desprezáveis sobre o ambiente, pelo que a sua classificação como centrais renováveis é

problemática.

O concelho de Celorico de Basto confina com a Mini-hídrica de Pego Negro, embora situada no

concelho vizinho de Amarante, na freguesia de Telões, é alimentada pela ribeira de Santa

Natália. Iniciou a sua produção em 1994 e conta com 0,17 MW de potência instalada. Existem,

propostas, a localização de mais duas unidades: a Mini-hídrica da ribeira de Santa Natália e a

Mini-hídrica da ribeira de Petimão (ver Mapa 39).

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Mapa 39 - Recursos Energéticos Endógenos do concelho de Celorico de Basto

Para o concelho de Celorico de Basto está previsto a construção do Aproveitamento

Hidrelétrico de Fridão (AHF), localizado no curso principal do Rio Tâmega, na freguesia de

Codessoso e na freguesia de Fridão do concelho limítrofe, Amarante. Será constituído por:

• Escalão principal, integrando a barragem principal e a central produtora de eletricidade do

aproveitamento, localizado a cerca de 4,7 Km a montante da confluência do rio Olo, na

zona de Fridão.

• Uma outra barragem de menor altura e tamanho, a jusante da primeira e por isso

designada de “barragem de jusante”, situada a cerca de 4,2 Km do escalão principal e a

cerca de 0,5 Km a montante da foz do rio Olo, para libertar de forma contínua, gradual e

regular o caudal lançado pela central do escalão principal.

A albufeira de Fridão, com uma extensão de cerca de 35Km, abrange território dos concelhos

de Amarante (distrito do Porto), Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto (distrito de Braga) e

Mondim de Basto e Ribeira de Pena (distrito de Vila Real). A albufeira da barragem de jusante

estende-se desde um local a montante da foz do rio Olo, até à barragem de Fridão, e tem

aproximadamente 4,2 Km de extensão, abrangendo apenas território do concelho de Celorico

de Basto e Amarante.

Prevê-se que esta barragem, em termos de energia produzida, atinja valores na ordem dos 295

GWh (média/anual) e uma potência de 238 Mw.

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8.3.2 ENERGIA EÓLICA

A energia eólica tem sido uma aposta estratégica do país nos últimos anos, sobretudo desde o

lançamento do programa E4 (Eficiência Energética e Energias Endógenas) em 2001. Na prática,

esta aposta confirma-se como a única forma ambientalmente aceitável, técnica e

financeiramente propícia a contribuir para que o país venha atingir o objetivo de produzir a

partir de fontes renováveis de energia os 39% obrigatórios (compromisso UE) ou os 45%

voluntários (meta do governo) da eletricidade consumida no país em 2010.

Sobretudo pelas suas características orográficas, a Região Norte tem absorvido uma parte

significativa dos investimentos em parques eólicos, sendo que a potência em licenciamento e

instalação é superior ao acumulado já instalado (PROT-NORTE).

Atualmente, no concelho de Celorico de Basto existem três Parques Eólicos, o Parque Eólico

das Terras Altas de Fafe, o Parque Eólico da Azinheira e o Parque Eólico de Alfarrobeira (ver

Mapa 39). O Parque Eólico das Terras Altas de Fafe abrange os concelhos de Celorico de Basto,

freguesia de Basto (S. Clemente) e o concelho de Fafe, freguesias de Moreira do Rei, Pedraído

e Várzea Cova. Este parque tem um total de 40 aerogeradores de 2 Mw de potência, sendo 7

no concelho de Celorico de Basto.

O Parque Eólico da Azinheira, localizado no concelho de Celorico, freguesias de Caçarilhe e

Rego, na Serra da Queimada e na Serra do Viso, possui um total de 7 aerogeradores de 2MW

de potência. Por último, o Parque Eólico de Alfarrobeira, localizado na Serra do Viso, possui um

total de 3 aerogeradores de 600 kw (Mapa 39).

8.4 REDE DE GÁS

O concelho de Celorico de Basto assinou, no dia 5 de Abril de 2007, com os Petróleos de

Portugal - Petrogal, S.A. um contrato relativo à construção e exploração de rede de

fornecimento de gás canalizado.

Até à presente data, realizaram-se trabalhos nos polos urbanos de Celorico de Basto, de Fermil

e da Mota. Como infraestrutura prevista, conta-se a construção da rede no polo urbano de

Gandarela.

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Mapa 40 - Redes de gás do concelho de Celorico de Basto

8.5 REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

No que diz respeito a este tipo de infraestrutura, verifica-se através da que a mesma é

predominantemente feita por cabos aéreos, existindo condutas subterrâneas nos quatros

núcleos urbanos do concelho (ver Mapa).

No âmbito da revisão do PDM, nomeadamente na atualização de condicionantes, foram

solicitados à ANACOM elementos relativos a Centros de Radiocomunicações (CR) e a Feixes

Hertzianos (FH), protegidos por servidões radioelétricas. Do solicitado, foi recebido um ofício

onde é referido “Em resultado da análise verificou-se que a área em causa não está

presentemente sujeita a qualquer condicionamento de corrente da existência de ligações

hertzianas ou centros radioelétricos com servidão radioelétrica associada já constituída. Existe

unicamente uma ligação hertziana (Muro<>Marão) que tem ainda em curso um processo de

constituição de servidão radioelétrica, desconhecendo-se o prazo para a sua concretização....”.

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Mapa 41 - Rede de Telecomunicações do concelho de Celorico de Basto

De forma a completar esta informação, foram consultadas as estatísticas das

telecomunicações publicadas pelo INE, onde se pode verificar que nos últimos nove anos

registou-se uma diminuição do acesso telefónico por 100 habitantes e dos postos telefónicos

por 100 habitantes (Tabela 65).

Tabela 65 - Postos residenciais e acessos telefónicos por 100 habitantes

Fonte: INE – Estatísticas das Telecomunicações

Localizada na serra do Viso, freguesia de Caçarilhe, existe uma antena do SIRESP - Sistema

Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

8.5.1 REDE DE FIBRA ÓTICA

A Rede de Fibra Ótica existente no concelho de Celorico de Basto foi instalada no ano de 2008,

no âmbito do projeto Tâmega Digital. Trata-se de um projeto para a promoção e

AnoAcessos telefónicos por

100 habitantes (N.º)

Postos telefónicos

residenciais por 100

habitantes (N.º)

2000 21.17 17.75

2001 21.75 17.65

2002 21.98 17.63

2003 21.88 17.55

2004 21.62 17.02

2005 21.06 16.54

2006 19.45 14.84

2007 17.48 12.94

2008 17.03 12.89

2009 17.04 12.92

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desenvolvimento da Sociedade da Informação e do Conhecimento no território do Baixo

Tâmega, abrangendo os municípios de Celorico de Basto, Amarante, Baião, Marco de

Canaveses e Mondim de Basto.

O objetivo primordial deste projeto foi colocar o Baixo Tâmega em sintonia com a Sociedade

da Informação e do Conhecimento, aumentando a sua competitividade e criando um ambiente

favorável à captação de investimentos, ao desenvolvimento e crescimento económico e à

promoção da qualidade de vida dos cidadãos que habitam o território.

O projeto “Tâmega Digital” foi dividido em vertentes e subprojectos, nomeadamente:

1."Dinamização Regional": esta vertente pôs enfoque na construção de um Portal Regional que

pretende ser a porta de entrada na região, promovendo-a no ciberespaço. O portal detém

conteúdos pormenorizados que respondem a questões do tipo: conhecer o Baixo Tâmega;

visitar o Baixo Tâmega; viver no Baixo Tâmega; investir no Baixo Tâmega.

2."Governo Eletrónico em Banda Larga": a prestação de serviços céleres, desburocratizados,

amigáveis e de qualidade é determinante na atração de investimentos e na simplificação da

vida das empresas e dos cidadãos. Disponibilizá-los na Internet, por forma serem obtidos

comodamente e sem constrangimentos de horários, é objetivo desta vertente que propõe

intervenções nas autarquias, quer ao nível do BackOffice (desmaterializando, fazendo

reengenharia de processos, revendo procedimentos e introduzindo tecnologia) quer no fim da

linha, criando sítios municipais eficazes e acessíveis. A satisfação dos "clientes" das autarquias,

sejam eles cidadãos ou empresas, o aumento da transparência e a criação de posicionamentos

de rigor, eficácia e credibilidade relativos à Administração Local no Baixo Tâmega são outros

dos objetivos desta vertente.

3."Acessibilidades": uma “Sociedade da Informação e do Conhecimento para todos” é o lema

desta vertente/Subprojecto, que pretendeu promover a inclusão e a literacia digitais com base

no uso massificado das tecnologias de informação e comunicação, em especial da Internet, em

todo o território do Baixo Tâmega e junto dos diferentes escalões etários da população. Este

objetivo conseguiu-se através da formação e da criação de postos públicos de acesso em

banda larga e pela implementação de "net móveis" - veículos equipados com computadores

portáteis que levarão as tecnologias da Sociedade da Informação às zonas rurais mais isoladas.

4."Infraestruturas": A vertente Infraestruturas contemplou, primordialmente, a criação de

Redes Autárquicas em Banda Larga, ligando todos os edifícios e equipamentos municipais de

cada concelho, otimizando as interações dos cidadãos-munícipes-clientes com as Câmaras e

facilitando a governação eletrónica local.

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5."Divulgação e Promoção da Sociedade da Informação": trata-se do subprojecto que fez o

marketing e a comunicação de todos os outros, valorizando e divulgando, no seu interior e no

exterior, a criação da Região Digital do Tâmega, na perspetiva de que a sua implementação

reforçou a coesão regional, aumenta a atratividade do Baixo Tâmega, seja para viver ou

investir, e coloca o território e as suas populações em linha com a Sociedade da Informação e

do Conhecimento.

Mapa 42 - Rede de Fibra Ótica existente e prevista no concelho de Celorico de Basto

As ligações em fibra ótica foram executadas entre a Zona Industrial de Crespos, o Estádio

Municipal, a Câmara Municipal, a Biblioteca e Antigos Paços do Concelho. Existe, também,

infraestrutura executada para alojar fibra ótica nos edifícios do Centro Escolar da Vila de

Celorico de Basto, do Parque de Campismo e do Centro de Saúde.

O município de Celorico de Basto comporta oito zonas hotspots, sendo elas:

• Câmara Municipal;

• Mercado Municipal;

• Posto de Turismo;

• Piscina Municipal;

• Parque da Zona Ribeirinha;

• Biblioteca;

• Antigos Paços do concelho;

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• Estádio Municipal.

No

Mapa 42 - Rede de Fibra Ótica existente e prevista no concelho de Celorico de Basto, com geometria a

vermelho, pode-se verificar o traçado que abrange o concelho de Celorico de Basto da Rede de

Nova Geração (RNG) para as zonas rurais do Norte, com o apoio da União Europeia.

O programa de Redes de Nova Geração lançado pelo Governo pretende "promover a adoção

massificada de acessos de elevado débito à Internet e desenvolvimento de aplicações

avançadas, com vista à ligação de 1 milhão de utilizadores até 2010", ligar "toda a rede pública

de hospitais e de centros de saúde, instituições públicas do ensino superior e politécnico e

redes públicas de museus e bibliotecas até ao fim de 2009" e ainda ligar "todas as escolas do

ensino básico e secundário e de todos os serviços públicos de justiça até 2010".

8.6 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

O sistema de resíduos sólidos estabelecido no concelho de Celorico de Basto preconiza a

deposição, a recolha, transporte, tratamento e destino final dos resíduos e depende do

Departamento de Gestão Urbanística, Ambiente e Recursos Naturais da Câmara Municipal de

Celorico de Basto.

A exploração e gestão do sistema de recolha seletiva e tratamento de resíduos sólidos urbanos

foi adjudicada em 2001, em regime de concessão, à REBAT – Valorização e Tratamento de

Resíduos Sólidos do Baixo Tâmega, S.A. e em 2009, à RESINORTE - Valorização e Tratamento de

Resíduos Sólidos, S.A. que resultou da fusão da REBAT com as empresas congéneres das zonas

do Alto Tâmega, Vale do Ave e Vale do Douro.

Os dados anuais que se transcrevem, relativos aos anos 2003 – 2010, proveem destas

sociedades e da Divisão de Ambiente e Recursos Naturais da Câmara Municipal de Celorico de

Basto, cujo sistema se articula com o primeiro através de “Contrato de Entrega e Receção de

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e de Recolha Seletiva para a Valorização, Tratamento e

Destino Final”. É lícito concluir-se existir uma tendência de crescimento da produção de RSU,

que consubstancia um aumento da capitação diária.

Do total de resíduos quantificados o fluxo específico de resíduos de materiais recicláveis

associado a recolha seletiva evoluiu favoravelmente e representa atualmente percentagens na

ordem dos 10-11% do total de RSU rececionados.

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219

Tabela 66 - Quantidade de resíduos sólidos urbanos recolhidos no concelho

RSU recebidos

(ton.) 1994 1998 2001 2003 2005 2007 2009 2010

C.M. Celorico X X X

REBAT 3332,04 3788,63 4264,38 3711,18

RESINORTE 1195,83 4991,83

Fontes: REBAT, RESINORTE e Divisão de Ambiente e Recursos Naturais da Câmara Municipal

Na ausência de qualquer Estudo sobre o Sistema Municipal de Tratamento de Resíduos Sólidos

Domésticos e/ou Plano Diretor de RSU do concelho aceitou-se como referência base de

comparação as projeções e os cenários de objetivação estabelecidos no PERSU II. A tendência

definida de recolha de RSU no intervalo 2005-2010 foi claramente ultrapassada no concelho

com taxas duas a três vezes superiores ao previsto, pelo que continua a ser prioritária a aposta

na prevenção da produção de RSU.

De igual forma, em termos de composição dos Resíduos Sólidos Urbanos, na fração relativa aos

componentes da recolha seletiva, onde o desempenho global no período 2007-2009 foi

positivo com percentagens de crescimento duas a três vezes superiores ao esperado, o fluxo

Plástico foi aquele que melhor se comportou em termos relativos (rácios sete a nove vezes

superiores ao estimado), em seguida o fluxo Papel (rácios duas a quatro vezes superiores ao

estimado) e por fim o fluxo Vidro (rácios duas a três vezes superiores ao estimado). Em 2010

esta tendência inverteu-se com diminuição das quantidades recolhidas, em termos globais e

parciais, na ordem dos 10 %, e o consequente afastamento dos rácios de crescimento anuais

projetados. A capitação anual de recolha seletiva no concelho (2010) atingiu um valor na

ordem dos 24-25 Kg/hab/ano quando em 2005 o registo no sistema REBAT era 7 Kg/hab/ano,

ainda assim bastante aquém dos 50 Kg/hab/ano estabelecidos para a capitação de recolha

seletiva, em termos médios nacionais, no horizonte do cumprimento da Diretiva

“Embalagens”, em 2011, em função das metas e objetivos que a legislação nacional e

comunitária define neste domínio (atente-se também aos 65 Kg/hab/ano identificados pela

SPV como sendo o potencial de resíduos de embalagens para o ano de 2009 no sistema

REBAT). Deve notar-se, e por insuficiência dos dados disponibilizados, ter-se desprezado o

diferencial entre recolhas e retomas na presente análise.

O método de remoção dos resíduos sólidos urbanos compreende dois sistemas distintos, um

indiferenciado e outro selectivo, com vários intervenientes, responsabilidades e tramitações.

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RECOLHA INDIFERENCIADA

Até Janeiro de 2008 este serviço de recolha era providenciado, quase na totalidade, pela

Câmara Municipal e uma ínfima percentagem pelas Juntas de Freguesia. Os circuitos de

remoção tinham frequências variáveis - a mais comum processava-se com periodicidade

bissemanal – em função da população servida e utilizavam duas/três viaturas.

Mapa 43 - Distribuição de contentores de RSU em 2007

Mapa 44 - Distribuição de contentores de RSU em 2010

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221

Presentemente, com prévia adjudicação da Câmara Municipal, a empresa SUMA desempenha

os serviços de recolha de RSU, fornecimento, colocação, lavagem e manutenção de

contentores no concelho. O destino final dos resíduos indiferenciados (lixo doméstico) é o

aterro sanitário localizado em Codessoso, gerido pela Resinorte. A limpeza urbana continua na

incumbência da Câmara Municipal.

Tabela 67 - Percentagem de edifícios servidos por recolha de resíduos sólidos urbanos em Celorico de Basto, 2001

Freguesias Com recolha de RSU (%) Sem recolha de RSU (%)

Agilde 91,10 8,90

Arnoia 70,60 29,40

Borba da Montanha 64,40 35,60

Britelo 76,50 23,50

Caçarilhe 27,00 73,00

Canedo de Basto 80,80 19,20

Carvalho 22,40 77,60

Codessoso 98,40 1,60

Corgo 54,50 45,50

Fervença 30,30 69,70

Gagos 70,50 29,50

Gémeos 49,80 50,20

Infesta 0,60 99,40

Molares 73,50 26,50

Moreira do Castelo 99,60 0,40

Ourilhe 23,20 76,80

Rego 17,20 82,80

Ribas 24,90 75,10

Basto (Santa Tecla) 33,50 66,50

Basto (São Clemente) 17,70 82,30

Vale de Bouro 37,50 62,50

Veade 92,80 7,20

Fonte: INE, Censos 2001

RECOLHA SELETIVA

A recolha seletiva de resíduos recicláveis é efetuada pela RESINORTE. Esta empresa faz a

gestão da rede de ecopontos, a triagem e encaminhamento para valorização dos materiais

recicláveis e ainda a recolha porta a porta de cartão e plásticos em comerciantes, num circuito

semanal, e a recolha por solicitação de outros resíduos (por ex. pneus).

Complementarmente, a Câmara Municipal faz também recolha em comerciantes, recolha por

solicitação dos chamados “monstros” (eletrodomésticos e outros objetos de maior volume) e,

ainda em fase experimental, a recolha de óleo alimentar usado. Os serviços municipais fazem

também o aproveitamento dos resíduos vegetais dos espaços verdes públicos na produção de

composto para consumo próprio.

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ANEXO I – PO P ULAÇ ÃO P O R GRUP O S ETÁRIO S

Unidade Geográfica

População por grupos etários no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001

De 0 a 14 anos De 15 a 64 anos 65 ou mais anos 0-14 15-64 >65 0-14 15-64 >65

1991 2001 1991 2001 1991 2001 VAR VAR VAR VAR% VAR% VAR%

Celorico de Basto 5454 3937 12952 12900 3071 3629 -39 -52 558 -0,7 -0,4 18,2

Agilde 303 264 777 847 157 183 -39 70 26 -12,9 9,0 16,6

Arnoia 465 347 1120 1192 316 380 -118 72 64 -25,4 6,4 20,3

Borba de Montanha 340 267 694 762 201 226 -73 68 25 -21,5 9,8 12,4

Britelo 545 470 1546 1659 331 413 -75 113 82 -13,8 7,3 24,8

Caçarilhe 136 108 267 271 81 76 -28 4 -5 -20,6 1,5 -6,2

Canedo de Basto 310 175 579 656 172 197 -135 77 25 -43,5 13,3 14,5

Carvalho 233 186 525 504 147 148 -47 -21 1 -20,2 -4,0 0,7

Codessoso 144 94 349 304 93 105 -50 -45 12 -34,7 -12,9 12,9

Corgo 106 52 224 196 65 76 -54 -28 11 -50,9 -12,5 16,9

Fervença 378 287 841 887 200 236 -91 46 36 -24,1 5,5 18,0

Gagos 167 109 410 433 81 90 -58 23 9 -34,7 5,6 11,1

Gémeos 159 132 396 389 96 105 -27 -7 9 -17,0 -1,8 9,4

Infesta 108 67 239 168 86 81 -41 -71 -5 -38,0 -29,7 -5,8

Molares 147 93 432 330 67 95 -54 -102 28 -36,7 -23,6 41,8

Moreira do Castelo 174 110 410 390 78 115 -64 -20 37 -36,8 -4,9 47,4

Ourilhe 126 97 286 234 58 62 -29 -52 4 -23,0 -18,2 6,9

Rego 276 219 657 744 191 221 -57 87 30 -20,7 13,2 15,7

Ribas 378 242 781 774 140 213 -136 -7 73 -36,0 -0,9 52,1

Basto (Santa Tecla) 100 65 148 161 48 53 -35 13 5 -35,0 8,8 10,4

Basto (São Clemente) 443 271 1221 1034 226 282 -172 -187 56 -38,8 -15,3 24,8

Vale de Bouro 240 161 533 503 134 148 -79 -30 14 -32,9 -5,6 10,4

Veade 176 121 517 462 103 124 -55 -55 21 -31,3 -10,6 20,4

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ANEXO I I – GRAU D E ESCO LARID AD E

Freguesias Grau de escolaridade 2001 Grau de escolaridade 2001

SSLNE IPC PC ESC CMC CSC SSLNE IPC PC ESC CMC CSC

Agilde 276 414 343 56 0 14 25% 38% 31% 5% 0% 1%

Arnoia 372 611 479 118 9 47 23% 37% 29% 7% 1% 3%

Borba de Montanha 246 418 375 29 0 12 23% 39% 35% 3% 0% 1%

Britelo 471 751 710 260 4 109 20% 33% 31% 11% 0% 5%

Caçarilhe 120 154 89 6 0 1 32% 42% 24% 2% 0% 0%

Canedo de Basto 208 356 257 43 2 17 24% 40% 29% 5% 0% 2%

Carvalho 204 257 190 23 0 3 30% 38% 28% 3% 0% 0%

Codessoso 111 162 134 25 1 2 26% 37% 31% 6% 0% 0%

Corgo 85 92 88 19 1 1 30% 32% 31% 7% 0% 0%

Fervença 320 466 364 54 4 28 26% 38% 29% 4% 0% 2%

Gagos 112 188 175 48 1 23 20% 34% 32% 9% 0% 4%

Gémeos 142 197 162 27 3 12 26% 36% 30% 5% 1% 2%

Infesta 78 113 45 8 1 3 31% 46% 18% 3% 0% 1%

Molares 125 128 151 45 6 10 27% 28% 32% 10% 1% 2%

Moreira do Castelo 118 196 170 19 0 2 23% 39% 34% 4% 0% 0%

Ourilhe 112 123 73 5 0 2 36% 39% 23% 2% 0% 1%

Rego 290 401 274 45 2 26 28% 39% 26% 4% 0% 3%

Ribas 270 279 421 38 0 12 26% 27% 41% 4% 0% 1%

Basto (Santa Tecla) 69 107 54 4 0 2 29% 45% 23% 2% 0% 1%

Basto (São Clemente) 411 398 494 73 4 21 29% 28% 35% 5% 0% 1%

Vale de Bouro 236 254 210 28 1 8 32% 34% 28% 4% 0% 1%

Veade 172 195 185 56 4 15 27% 31% 30% 9% 1% 2%

Celorico de Basto 4.548 6.260 5.443 1.029 43 370 … … … … … …

SSLNC – sem saber ler nem escrever, IPC – 1º ciclo completo, PC - 2º ciclo completo, ESC – secundário completo; CMC – curso médio completo, CSC – curso superior completo

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224

ANEXO I I I – ATIVID AD E ECO NÓ MIC A P O R GRUP O ETÁRIO

Grupos etários Com atividade económica Sem atividade

económica Empregada Desempregada Total

15 a 19 anos 690 73 763 1.073

20 a 24 anos 1.164 91 1.255 419

25 a 29 anos 1.148 86 1.234 255

30 a 34 anos 965 78 1.043 332

35 a 39 anos 980 70 1.050 421

40 a 44 anos 825 54 879 418

45 a 49 anos 651 39 690 410

50 a 54 anos 420 17 437 407

55 a 59 anos 320 16 336 477

60 a 64 anos 267 7 274 727

65 a 69 anos 62 0 62 1.029

70 a 74 anos 22 0 22 934

75ou mais 14 0 14 1.568

totais 7.528 531 8.059 8.470

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225

ANEXO IV – EFETIVO S ANIMAIS

Unidade Geográfica Bovinos Ovinos Caprinos Equídeos TOTAIS

Variação Variação

% 1989 1999 1989 1999 1989 1999 1989 1999 1989 1999

Agilde 420 354 125 49 51 49 596 452 -144 -24,2

Arnoia 631 318 92 185 32 107 755 610 -145 -19,2

Borba de Montanha 839 827 151 147 97 28 1087 1002 -85 -7,8

Britelo 252 228 37 45 53 12 11 346 292 -54 -15,6

Caçarilhe 230 121 20 11 21 3 274 132 -142 -51,8

Canedo de Basto 201 73 45 127 66 79 3 315 279 -36 -11,4

Carvalho 324 179 13 16 377 221 714 416 -298 -41,7

Codessoso 120 16 50 22 5 170 43 -127 -74,7

Corgo 96 58 96 49 32 22 224 129 -95 -42,4

Fervença 445 212 246 87 82 77 773 376 -397 -51,4

Gagos 202 184 157 280 72 17 4 431 485 54 12,5

Gémeos 209 97 12 22 49 10 231 168 -63 -27,3

Infesta 271 102 27 52 231 3 350 336 -14 -4,0

Molares 235 110 8 78 34 36 4 277 228 -49 -17,7

Moreira do Castelo 254 93 42 127 28 45 5 7 329 272 -57 -17,3

Ourilhe 192 138 13 57 91 262 229 -33 -12,6

Rego 883 536 17 43 14 5 914 584 -330 -36,1

Ribas 520 268 193 260 86 38 799 566 -233 -29,2

Basto (Santa Tecla) 170 57 47 62 15 232 119 -113 -48,7

Basto (São Clemente) 512 261 7 123 519 384 -135 -26,0

Vale de Bouro 368 175 42 77 122 249 4 532 505 -27 -5,1

Veade 89 88 51 458 124 48 264 594 330 125,0

Celorico de Basto (concelho) 7463 4495 1487 2127 1486 1667 41 71 10394 8201 -2193 -21,1

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226

ANEXO V – EXP LO RAÇ Õ ES AGRÍCO LAS

Unidade Geográfica

1989 1999 Variação do n.º de

explorações Variação da Área (ha) Área por

freguesia (ha)

Área da SAU em relação à área da

freguesia (%) N.º de explorações

Área (há) N.º de

explorações Área (ha) Abs. % Abs. %

Agilde 138 206,96 89 154,65 -49 -35,51 -52,31 -25,28 901 17,2

Arnoia 307 516,22 177 282,55 -130 -42,35 -233,67 -45,27 1886 15,0

Borba de Montanha 177 495,23 119 363,38 -58 -32,77 -131,85 -26,62 1089 33,4

Britelo 156 229,24 117 196,4 -39 -25,00 -32,84 -14,33 781 25,1

Caçarilhe 100 243,84 58 92,66 -42 -42,00 -151,18 -62,00 610 15,2

Canedo de Basto 145 248,14 81 200,61 -64 -44,14 -47,53 -19,15 998 20,1

Carvalho 110 204,24 93 143,02 -17 -15,45 -61,22 -29,97 682 21,0

Codessoso 72 116,68 43 81,07 -29 -40,28 -35,61 -30,52 1070 7,6

Corgo 59 73,5 30 45,61 -29 -49,15 -27,89 -37,95 325 14,0

Fervença 154 252,95 116 254,1 -38 -24,68 1,15 0,45 1205 21,1

Gagos 90 198,55 67 155,05 -23 -25,56 -43,50 -21,91 443 35,0

Gémeos 91 156,38 69 140,37 -22 -24,18 -16,01 -10,24 384 36,6

Infesta 91 240,14 51 131,82 -40 -43,96 -108,32 -45,11 557 23,7

Molares 70 122,21 51 138,88 -19 -27,14 16,67 13,64 307 45,2

Moreira do Castelo 104 192,64 59 121,39 -45 -43,27 -71,25 -36,99 614 19,8

Ourilhe 69 128,46 66 100,98 -3 -4,35 -27,48 -21,39 519 19,5

Rego 176 377,75 136 324,17 -40 -22,73 -53,58 -14,18 1709 19,0

Ribas 166 337,93 111 170,88 -55 -33,13 -167,05 -49,43 803 21,3

Basto (Santa Tecla) 56 103,95 28 60,1 -28 -50,00 -43,85 -42,18 320 18,8

Basto (São Clemente) 150 301,15 88 195,09 -62 -41,33 -106,06 -35,22 1544 12,6

Vale de Bouro 153 274,96 83 170,82 -70 -45,75 -104,14 -37,87 808 21,1

Veade 71 105,06 47 129,21 -24 -33,80 24,15 22,99 551 23,5

Celorico de Basto (concelho) 2705 5.126,18 1779 3.652,81 -926 -34,23 -1.473,37 -28,74 18110 20,2

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227

ANEXO VI – PLANO MUNIC IP AL D E DEFESA D A FLO RESTA CO NTRA INC ÊND IO S

Notas finais para reflexão

- Regulamentar as condições aplicáveis nas situações excecionais de sobreposição de

áreas urbanas e urbanizáveis com áreas de perigosidade elevada ou muito elevada,

condições exigíveis para reduzir o nível de risco de incêndio, a considerar como

condicionante à respetiva execução programada. Nestas áreas devem ser impostas

regulamentarmente quer a urbanização programada (interditando o licenciamento

avulso que se enquadraria nas interdições do artigo 16.º), quer as medidas adequadas a

implementar dentro da área e na faixa de gestão de combustível envolvente a

estabelecer no âmbito do Decreto-Lei n.º 124/2006.

Edificação em espaço florestal - Ainda segundo o nº 3 do artº 16º do D.L. 124/2006, as novas

edificações em solo florestal ou rural (independentemente da classe de risco de incêndio em que

se integram), têm de salvaguardar na sua implantação no terreno, as regras definidas no PMDFCI13

ou, na sua ausência, a garantia de distância à extrema da propriedade de uma faixa de proteção

nunca inferior a 50m, e devem adotar medidas especiais de resistência do edifício à passagem do

fogo e à contenção de possíveis fontes de ignição, no edifício e respetivos acessos.

O diploma prevê “o estabelecimento de regras definidas no PMDFCI” que, contudo, não

deverão ser menos restritivas para o regime de edificação em espaço florestal previsto no D.L.

124/2006 e só poderão ser observadas, quando a necessária revisão e adequação dos PMDFCI

ao atual diploma, for aprovada pela AFN, o que de acordo com o disposto no nº 3 do Artº

42º, deverá ocorrer até 31 de Dezembro de 2009, nos termos do regulamento da AFN,

homologado pelo membro do Governo responsável pela área das florestas.

Tais regras deverão então ser transpostas para o PDM, caso se justifique ou caso configurem

situações de discordância com o regime de uso/edificação do PDM em vigor.