andorinhaobjdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/per175994/... · 2011. 12. 20. · pungente...

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ANDORINHA Anno I Segunda quinzena de Junho de 1929 Numero 1

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  • ANDORINHA A n n o I Segunda quinzena de Junho de 1929 N u m e r o 1

  • A PRIMEIRA desde a primeira, e cantinuando a primeira

    foi a «REMINGTON» A 1 .a machina de escrever pratica que se fabricou; A 1.a com tecla de maiúsculas;,» A í,a machina de escrever que introduziu o retrocesso;

    automatico dà fita; A 15a machina de escrever o teclado, hoje conhecido pelo

    nome de «teclado normal» ; A 1 .a machina de escrever que inaugurou o tabulador decimal; A 1 $?, de escrever que se utilizou de sommadores e subtratores; > y A 1 .a machina de escrever que appareceu com tabulador ajustavel por meio de tecla A 1.a machina de. escrever que teve arranco automatico; A 1.a machina de escrever portátil, com teclado normal que appareceu.

    Estes são os successivos marcos do progresso « R E M I N G T O N »

    SENHOR COMMERCIANTEF Defenda-se contra os inimigos de seus lucros Todos os dias, ao abrir as portas do seu estabelecimento,

    penetram comsigo estes CINCO INIMIGOS:

    Preguiça-Descuido-Esquecimento-Tentação-Indifferença Sç ,o systèma que adopta no seu negocio não impedil-os,

    trabalharão incessantemente para arruinal-o, sem V. S. perceber. O Systema de Caixa Registradora «NAT IONAL » adaptado

    ao seu negocio os afugentará para sempre. PERMITTA-NOS démonstrar-lhe, o muito que uma Regis-

    tradora ' «NATIONAL» pôde fazer em.seu!beneficio.

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  • A N D O K 1 H H A

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    R u a D r . C o s t a A g u i a r N . 19

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    Sempre Elias

    „ Uma historia commum. Des-usas historias que tèm por tra-| gico principal o Amor. O Dico

    amava a encantadora Rosa. Adolescente, deixar a-se levar pelas caricias je promessas de sua anuída. K penetrara no lag;

    i byíintho do amor. Um dia — porque, haverá em - todas his-torias esse dia indesejável Rosinha, como lhe chamava, resolveu dar a outro as cari-

    i cias (jurs só elle as queria ter. í Dico soííre.u.Não sairia á rua., i não estudava,- nada fazia a-"não

    ser pensar na mulher ingrata. Pensou muito, # resolveu es-.

    : creverlhe. Uma avalanche de idé;is fúnebres e de injurias as-senhorou-se de -seu cerebro

    {quando tomou da caneta para

    supplioar o amor de sua ama-da. E escreveu: «Ros inha, como poderei esquecer-te, si és toda a minha vida, o meu Ído-lo, a razão do meu viver V

    Não queiras ser a causadora do meu soífrer. Compadece-te deste ^ que te ama tanto . . . Dá-me o teu "sim", que será o balsamo lenictivador para a dôr qulfi crucia minha alma. Responda-me ' breVe,. quando não . . . suicidar-me-ei. . . sui-cidar-me-ei. — Dico. |

    Rosinha, com um sorriso brejeiro nos labioS scarnUdos leu todo o amontoado de pa-lavras contidas naquella folha de papel jornal. Pobre Dico ! Allucinado, fôra alem de sua coragem. Suicidar-se i - pensou Rosinha. E ainda a sorrir, res-

    pondeu ao heróe, no verso do papel : « Considere-se defunto »

    Leitor amigo. De facto, mte-zes depois o heróe desse ro-mance todo passou a ser defun-to...para a Rosinha ingrata,'., porque ao seu encontro veio a interessante Hada, com quem se casou não obstante ser elía a confidente de sua ex-deusa.

    RUY DE ESTIVEZ

    EVANIDADE

    Quando o amor nasce sem o mu-tuo énleyo de uma amizade sincera, é.tal qual- uma flôr desabrochando

    ^ artificj^ltiiente: esta ab-c as suais pétalas lindas com o perfumê evapto-rado, e aquelle .fenece sem a dôr de uma saudade.

    Ruy de Estivez

    L i v r a r i a João A m e n d o l a Livros d e e d i ç ã o n a c i o n a l e Rua General Ozorio, 1 5 0 e x t r a n g e i r a :: - C A M P I N A S

    DE

    Antonio SÉoiraghi

  • ASflftíMlSWHA

    A A l g u é m

    Uma illusáo que passa em nossa vida... é como o despertar de um sonho que nos deixa uma saudade dolorida!....

    Vejo alfim raiar a felicidade!... Julguei não possuída mais:

    Um dia ella partiu, levando comsigo e jneu amor; deixan-. do-me só... completamente só.

    E embora eu ficasse deso-' lada, não se apiedára em me abandonar: -- Chorei... soffri... soffri muito por alguns arinos... Tudo era para mim tristezas e sombras... nada me entretinha, em nada sentia prazer!...

    S o m e n t e na solidão, é que eu encontrava um lenitivo para os meus soffrimentos e minhas desillusõês!...

    Inconsciente, vivia sem ani-mo e sem poesia para a vida! E assim nessa monotonia pas-sàram-se tres anhos.

    Nas azas fagueiras da briza, a felicidade surgira novamente da sua longa jornada, trazendo nas azas vaporosas, o meu amor!... — Oh! como me. sentia feliz! Quanta ventura em re-vel-o ao meu lado ! Mas ... re-cordar é viver, assim como sonhar . -•errante, cabisbaixo, ajoelha-se • • . .v , ao pé do altar da virgem santa, : T e m olharesscismarentos, a com sua v ó z de choro,, em £ de Jundiak# a fiôr. murmurios lentos resa umít R B * e m v a n o s Pensamentos sentida prece... I U l ' a í FfSÊ ter nmor-

    ^ E implora a Deus que i í An,,.» Prmmpe Tristonho. faça feliz... muito feliz,' e que M n s so d,M,tr"

  • AHIMmiMHA

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    Rua Dr. Quirino, 122 - Caixa, 336- CAMPINAS

    Pétalas Dispersas

    A minha vida, decorria linda, de uma lindeza inexplicável no remanso tranquillo das phantasias.

    Alguém encantou-me um dia, com a meiguice de seu olhar, com seu sorriso seductor...

    Julguei ter encontrado nes-se alguém o paraiso da mi-nha felicidade, o ideal da mi-nha vida e dos meus sonhos...

    E era para esse alguém que nas noites de luar se conver-giam o menor dos meus pen-samentos e dos meus suspiros. Nas noites de luar...

    Envolvia-me todo umanevôa de indefinível encanto.

    Era toda minha- felicidade fitar furtivamente aque 11 es olhos que me fitavam também. f Esquecia-me âo futuro na ventura do presente. Acreditei um dia na possibilidade de perder aquelle amor...

    Ondas encapelladas do in-fortúnio arrebataram a maior parte das minhas chiméras.

    Despido de todas às illusões, senti uma vóz leve segredar aos- meus ouvidos qualquer cousa inexplicável; essa phra-

    se foi como tantas outras sem significação, e que eu acredi-tei ruim.

    Minha alma triste conseguiu, no entanto, apenas uma illusão a menos, e a eterna desconfi-ança no espirito varonil.

    Enquanto os adoraveis lábios se tornaram perjuros, no meu coração aquelle vácuo se tornâ-ra maior e procurara inu-tilmente um maior amor, que conseguisse subir as suas chammas até o céu, e fazer o seu paiz de eternas venturas num poético recanto do jardim celeste.

    O meu porvir è a incerteza que se funde no mysterio.

    Os dias de melancolia que divaguei, tinham a placidez mo-notona das deliciosas noites de Setembro...

    Quem poderá dizer que dentre todas as névoas de incertezas veio uma brisa suave e perfumada que an-nunck)u-me o astro da Felici-dade?

    Em Setembro..,

    Santos Omada m

    — Como se atreveu o Sr. a abraçar minha filha hontem á noite no jardim?

    - Isso mesmo tenho eu per-guntado á mim proprio, ao vel-a hoje á luz do dial...

    : Na Chefatura da Policia -- Confessas então que foste

    o autor do roubo? - S i m senhor, Sr. Chefe, fui

    èu . . . --Com quinze annos apenas

    e já preso por gatuno ! Come-ças cedo!.

    -Eu hão exerço á profissão, Sr. Chefe, mas. tive. que subs-tituir meu pae que está doente.

    Estavam bem pagos

    — Desculpe, visinho, ter ã„ minha gallinha entrado no seu quintal è estragado a sua plantação.

    — Creio que sou eu quem deve pedir desculpas. Depois disso o meu cachorro comeu à sua gallinha. |

    — Se é- assim estamos pagos. Aô Vôltar jagora; mesmo da cidade, o b R u " automóvel passou por- cima do sçu cachorro.

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  • A N B O B I N H A

    EXPEDIENTE DA «ANDORINHA» CIRCULAÇÃO QUINZENAL

    REDACÇÃO- E OFFIQÍNAS: Rua Pr. Campos Salles, 8Q

    Assignatura Semestral . . . JOSOOO Numero Avulso Í S 0 0 0

    Desculpam o-nos, péran-te , os nossós bondosos leitores, das muitas incor-reções e. cochilo l de revi-são que se recente o pri-meiro numero de «An-dorinha», devido a escas-sez de tempo que' dispu-zemos para confeccional-o, o que nos forçou a sup-pressão de algumas sec-

    ções, que apparecerao no proximo numero. Estamos certos que o publico leitor saberá relevar todas es-s*as faltas.

    Correspondência

    Toda a correspondência destinada a « Andorinha » deve ser, .endereçada á Rua Dr. Campos Salles,86 Campinas.

    Recibos Só serão validos os que

    tiverem a assignatura do nosso director.

    Venda Avulsa «Andorinha» é encontra-da nas ruas com os pe-quenos vendedores de jornaes, e nos seguintes lugares: Rua Dr. Campos 86pLiVraria da Estação e Charutaria Havaneza.

    ERRATA

    Por lamentavel descuido do nosso revisor, no ultimo verso da 6.a estrophe do poema "No álbum de um poeta", dé autoria do nosso distincto collaborador sr. Alvarito Miller, sahiu "Pela gloria do amor que tè enlouquece", quando o certo e " Pela gloria do amor que te enaltece".

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    Na redacção do jornal Uni; redactor para uni indi-

    viduo que lhe pedira a publi-cação' da noticia do seu casa-mento, e que não sahira:

    '—Meu caro amigo a noticia do seu'consorcio não poifde" sahir porque tivemos DIATHERMO COAGULAÇÃO.

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    R U A G E N E R A L OSORIO N. 87 C A M P I N A S

  • Anno H Segunda quinzena de J U N H O D B H 19 2 9

    D IRECTOR : Oscar Bratfisch Redac to res : Octávio Rocha e Redroso Júnior : :

    N u m e r o 1

    A C H R O • N I C Toda engalanada, toda florida, toda fes-

    tiva, toda cheia de esperanças surge hoje '"Ando-. < rinha" ! Será feliz essa revista? Terá vida longa, ou

    ephemera como outras tantas;? Dé vós depende, gentis leitoras, a vida da novel "Andorinha". Sim, de vós, lindas creaturas que tornaes me-

    nos ásperas as pedregosas estradas da vida. De vós, lindas brasileirinhas, que trazeis nos olhos um pedaço do nosso céu ou a cor da noite trevosa. De vós que sois a encar-nação do bello, do sonho, das bellezas imniarcessiveis da nossa terra. .Não só de

    pão vivemos, mas necessitamos também do cibo para o espirito. E a " Andorinha" vos' promette boas collaborações, bellas pagm^si" i£heias

    de espirito, cheias de sói, paginas onde encontrareis, lindas e gentis leitoras, uns momentos de alegria, de sán e communicativa alegria.

    A linda cidade de Campinas, a incomparável cidade dás ,,. Andorinhas, a paulicéa em miniatura, a terra famosa das moças bonitas, não pôde absolutamente deixar de >• ter a sua revista, de . seguir as pégadas d é " outras terras onde se "vxv cultua a arte com amor e carinho. A linda terra de Car-los Gomes, o g rande m a e s t r o " A N D O R I N H A " que espa-lhou pelo mundo on-das de harmonia, ^ harmonias nossas, harmonias das nos sas florestas cheias demysterios e cheias de encantos, precisa ter a sua revista, que falie • bem alto do nosso pro-gresso, que traga, gravados em suas paginas os typos mais representativos das nossas bellas conterrâneas, sendo

    que, para isso, a "Andorinha" não poupará esforços, publicando sempre bellissimos clichés. E vós que Vos dedicaes ás bellas lettras

    deveis também nos auxiliar com os lampejos dá vossa intelligencia, en-viando-nos as vossas producçÕes litterarias. Fontes de inspirações não nos

    faltam. Sobejam até. Linda é a nossa naturesa, lindíssima, nababa, riquíssima. Painéis temos a granel para descrevel-os. Um rio que serpeia, aqui se espraiando alem formando cachoeiras de alvas espumas. Uma fonte que soluça. Um mur-' muro regato que corre entre brancas areias. Um lago immoto e solitário onde a lua se debruça e se mira. O âmago das nossas selvas, onde hapipilos á borda de ninhos tépidos e fofos, onde os plumeos e alados menestreis cantam pelas

    claras manhãs primaveraes, onde, no estio, a estridula cigarra faz um alarido ensurdecedor. E vós, lindas e gentis leitoras, não sois

    também uma fonte perenne de inspirações? Por isso e por outros motivos estamos certos de que a re-

    vista "Andorinha" será bem recebida por todos e terá vida longa.

  • ANDORINHA

    NO ÁLBUM DE UM POETA I N É D I T O

    V

    Ainda agora, meu querido poéta, Encantou-me a leitura dos teus versos . E eu te confesso : a fibra mais secreta , Senti vibrar-me, lendo os poemas tersos Da tua alma finíssima de estheta.

    Perguntas a razão, meu grande amigo, Da tristesa infinita que repassa Os pobres versos que escrever consigo — Tu presentiste um rastro de desgraça No areal tormentoso em que prosigo...

    •Ha piedade e ironia quando dizes Da verdadeira causa do meu tédio.;. Julgas que çou dos menos infelizes, Porque a minha tristesa sem remedio Só na imaginação tem as raizes.

    Mas que amargura pôde haver mais funda Do que essa de entrever um céu aberto Que o sói da mocidade em luz innunda, Para depois, çhegando-se mais perto, Ver a imagem do Azul na poça immunda ?

    Amas, meu nobre amigo, e na verdade Sei como é grande essa paixão accesa Na almenara da tua mocidade; Coroado de amor e de belleza, . Tu não pódes chorar... nem de saudade 1

    E por isso em teu canto resplandece O fogo sacrosanto do enthusiasmo, Juntas o ardor beatifico da prece Aos frémitos fugazes de um orgasmo Pela gloria do amor que te enlouquece.

    Eu também encontrei na minha estrada Alguém que me indagou, o olhar em pranto, Vendo-me triste assim, de alma cançada: «O' peregrino, porque soffres tanto Que tens a fronte pallida e gelada ?»

    «Olho-tc ao fundo das pupilas mortas E não diviso a restea de u.n carinho, Tens nas miradas longas e absortas A apparencia de quem cruzou sósinho Estas aléás lugubres e tortas...»

    E nesse dia, num virgíneo leito, Dum pequenino seio o arfar ancioso

    ,- Pude sentir roçando no meu peito, E, embriagado de ventura e gozo, Tive o somno tranquillo de um eleito.

    Mas desse amor a labareda ardente — A vestal descuidada, que 'se esconde No seio da mulher, indifferente Deixou-a'se extinguir. Já não responde A' vóz do amor meu coração demente.

    A vida clama para mim: Avante! E, na escalada insana do futuro, Eu volto os olhos ao que vae distante E, tropeçando no caminho escuro, Revejo a imagem da primeira amante.

    Sem uma phrase que me reconforte, Sem ideal, sem fé, vagueio a esmo. Que vóz me acordará mostrando o norte, Se carrego o cadaver de mim mesmo E lanço a minha luva á própria morte ?

    Poeta, adeus. Acolhe em teu rimario Os pobres versos que ahi vão levar-te, Como um reíTexò deste mundo vario,. A homenagem que deve á- tua arte O triste coração do solitário.

    A L V A R I T O M I L L E R ...... R I O — • 1 9 2 6 - ....

  • AMDOBINHA

    TRADIÇÃO QUE VAE DESAPPARECER

    í A Matriz de Santa Cruz, tradicional templo catltolico, de onde se elevaram ao Creador as j reces dos nossos antepassados,

    f o surto do progresso condemnou-a á destruição para, em seu togar, i construir uma igreja sob os modelos da areliitectura hodierna. H®

  • T E L E M H O N A N D O . . . d e . O m .a r,.

    Não ha juramentos que c a u s e m mais prejuízos .que õ s d e 'amor. NINÕN' DE L E N C L O S

    & A l lo . . . A l l ô . . .

    — A h ! és tú, meu amor ?

    ^ Então queridinha, não mais re-conheces a minha vóz, após uma semana de ausência ? r

    — Surprehertdida Comprehendo, meu bem... Estavas convicta que eu só voltaria de hoje ha quatro dias, não é assim?

    r - Mas eu estava tão saudoso de ti, meu amor... Ouvindo agora tua dulcíssima vóz, timbrada de carinho-sa meiguice, sinto perpassarem-me frémitos de felicidade, lampejos de ventura... emfim, minha querida, todo um mixto de emoções próprias de um amor feliz. E tú queridinha, não sentiste saudade do teu Alberto ?

    — Muita de mim e mais ainda de minha «linda» vóz? — Ah! , bem-zinho, só a faço bella para confes-sar-te o meu amor e a minha inal-terável admiração por ti.

    — Estás rindo ? . . . Ouve, meu amor, adoro também a tua gargalhada crystallina que jõrra dos teus lábios de nacar, como se fosse um borbu-lhão de perfume inebriante a jorrar de marmórea fonte. . .

    Não supportas mais o riso ? ! ! ! Mas. de que estás rindo, afinal ? ! Julgas-me palhaço ?

    ||1| Como ? ! Engano ? ! Ligação er-r a d a ? ! . . . E porque não m'o disse, a mais tempo?

    - Para que eu seja menos preci-pitado, não é ? ~ QueirajJacceitar agradecimentos pelo conselho, sim?:

    Al lô . . . A l l ô . . . telephonista, por favor, qual o numero com quefallei?

    '— Ah ! Ordens superiores a impe-dem de dizer, não ? Muito obrigado.,.

    « E largando o receptor: -- Infa-mia ! . . . Tanta inspiração perdida...;»^

    Dep$çíís% d d s • • trrlínutos-' < d e recoltjinnento mystico, èl las v ê m ; enfeitar e alegrar a s n o s s a s ruas.í; riestas ma f j f t ã s friorentas

    e tristonhas. . .

  • A MULHER A s mulheres - são verdadeiras f lores d'amor.

    ALPHONSES :ESQUIROS

    A'mulher, esse ente que veio á terra, afim de com sua gra-ça alegrar os negrumes desta vida, é' a mais bella concepção do Çreador. Dizemos mais bella concepção do Creadór, porque ella é, e será sempre, 'o ponto culminante para qndé se dirige 6 se converge a attençãò dos homens. A mulher é a cel-lula mater do progresso; é o pharol que 'nos guia para o porvir: A civilização dum povo está ííiqués-tiònàvelmente sob o influxo elevado da mu-lher. "E l la brilha ron.o raio de luz sobre as trevas, porque Súa mis-são é sublime, porque sua alma 'é rica de sen- i timentbs'tenues, porque séti espirito foi feito de subtilezas 'espirituaés.' Em todas as mulheres há viam "que de bonda- wt de, um que de graça, i ^ um que de sublime que'a dignifica eia se- gg; para dos homens. Não existe mulher que-não tenha uma seentelha de bondade, um resquício de alguma coisa que; a ' lèva sempre' á.:oé,cupar um pedestal, t É que a mulher possue uma al-ma accéssivel á bonda-de e já.traz á terra mis-, são altamentéreducado-ra. Depois, quereis coi-sa m a i s . edificante, prova mais perfeita para mos-trar a sua superioridade moral peránte os homens do que o amor maternal? Terá por ven-tura o paé mais amor a um filho do que a mãe ? Dedicará aquelle mais carinho ao filho do que esta ? Não,: o pae é quasi sempre- CapaZ de sacri-fícios pelo filho, mas essè Sa-crifício jamais se compara com

    o sacrifício de mãe; ' E assim, até a mulher1 selvagem, a mu-lher que cresce no sertão Vir-gem, ignara das coisas da vida, também conserva essè instincto que é o do 'amor maternal. Um desses ' factos'( observei certa vez nos sertões do Para-ná, proximof.â fronteira de Matto (Irossõ; I 'ma india da tribu dos Çayuás, .' Cuidava de seu filho, um menor dé 2 an-

    hosi com o , mais -desvelado carinho. Õ menino, verdadeiro traquinas, não lhe dava sequer alguns minutos de socego. E a mãe, sempre paciente," açom-p'anhava-o., ora tirando-lhe um espinho dos pés/ora beíjando-o com ardor. | De manhã, bem de manhã, ella já estava á mar-gem do rjo, banhando o seu filhinho. Xotava,-se na physio-

    nomia daquella india, nos seus olhos que tinham algo de sin-gular. que ella guardava guar-dava em sua alma alguma coisa dessa virtude que se chama bondade. Ali, longe da civilização, em pleno recôndi-to da,floresta, desconhecendo as leis da terra, sem ter rece-bido educação precisa, aquella mulher -aborígene revelava; os dotes imperecíveis do seu sexo

    a bondade.. Como eram expressivos aquel-les beijos ardentes que ella dava em seu filho ; como era edificante o seu carinho, ora tiran-do dos pés d" menino um estrepe, ora alisan-

    I do-llie os seus grossos cabellos,' ;ora apertán-do-o ao peito,, quando um relampago zigueza-gueava no espaço. -

    E aquella mulher nascida na floresta, sem conhecer" as leis chris-tãsi serviria de exem-plo c inspiração a mui-ta gênte; aqui de fóra,

    ; do mundo civilizado..;

    Chateãubri^nd pen-sou bem, quando disse « Sfem a mulher o ho-mem seria rude, gros-seiro, "Solitário, é; igno-raria á1 graça que não é outra .coisa stnão o

    sorriso1 de amor. / A/V mulher suspende cm derredor de si às flores da vida, como as çnre-diças dos bosques que adornam o tronco com as cadeias de grinaldas perfumadas.» 1

    Sim, pensou bem o escriptor íra 1 ice/, porque,,,se com a pre-sença da mulher os homens se degladiam como nas eras medievaes, que seria então se

  • ANDORINHA

    ellas não e x i s t i s s e m ?

    Alexandre Herculano disse que « sem a mulher o mundo seria para o homem um deser-to», mas se dissesse que seria um inferno, não teria exa-gerado . . .

    A mulher, quer queira, quer não, é anjo tutelar da terra, é a luz que na vida nos indica a estrada da felicidade, porque a sua missão é de paz e de amor. Ella é o factor primordial do progresso. Não fôra a mulher e não teríamos os Camões, os Homeros, os Dantes. Sem a mulher a literatura, a sciencia, a arte, não teriam attingido o progresso alcançado. Ainda é a mulher que muitas vezes es-timula o homem quando a pa-tria está em perigo. O exem-plo de Joanna D'Are, a humilde camponeza da prança, é O bastante; para evidenciar o valor da mulher.

    No entanto, apezar dos pe-sares, a mulher é a eterna condemnada. Não faltam por ahi espíritos promptos para espesinhal-a com o ferrete da injuria. Basta um deslise, um mal entendido, para que a sua reputação se]a estigmati-zada de conceitos erroneos!

    Ser mulher... Bem disse o poeta:

    « Ser flôr! Viver ao sol um dia apenas, Exhalar em perfume a alma da terra E não ter que chorar as (luras penas De uma vida que é toda dura guerra...»

    Pobre mulher! Tu que és o

    encanto deste mundo, tu que tens o condão de suavizar as' vicissitudes da vida, tu que és o ninho de todas as subtilezas espirituaes., tu que és a "syn-these de todas as perfeições ", tens como premio — caminhar pela vida sobre uma estrada de espinhos!

    GUMERCINDO DE CÁMPOS

    OS LITERATOS

    Os literatos não passam de ornamentos: ainda depois de mortos, os seus vultos vão ornar as praças e os jardins, e os seus nomes enchem de brilho os discursos patrioticos, nos quaes a Patria é exaltada com enthusiasmo; em vida, porem, o que delles se exige

    é que escrevam períodos for-mosos, que descubram imagens suggestivas, que os tentem thesouros de rimas e que arre-batem a multidão com a pa-lavra sonora, pouco se impor-tando os que tal exigem com a vida dos percursores da marcha do progresso.

    Estou certo de que, se não fosse um destino inevitável a que ninguém pôde fugir desde que venha fadado para soffrer, muitos dos admiráveis poetas e muitos dos nossos mais in-tensos prosadores prefereriam á penna açacalada offerecida por Appolo, a.romba de Mer-cúrio, menos brilhante, mas muito mais compensadora, deî xando de compor estrophes e períodos, para lançar, ao alto de paginas de livros de com-mercio, os grandes títulos da Fortuna que; se não levam â immortalidade, garantem o con-forto, a riqueza e o descanso nos dias apagados da velhice.

    Os nossos homens de letras são verdadeiros condemnados da imaginação.

    . COELHO NETTO

    Para teu álbum A l e g e n d a d a s r o s a s

    Enchi minhas mãos nervosas De rosas e sonhos vãos. . . Foram-se os sonhos... As rosas Esfolho-as tal como quem Deita no fundo de um cofre Coisas inúteis ~ porém Preciosas para quem soffre... Ao menos ~ despetaladas — Pobres rosas ! — ellas são Lembranças de horas passadas, Pedaços de um sonho-vão...

    BASTOS P O R T E L L A

  • B A Z A R Hora nocturna... Dentro desta sala de traba-

    lho um silencio profundo, si-gnificativo. Em tudo ha a nos-talgia do inverno que chegou. Sobre a minha mesa algumas violetas emmurchècidas dentro do meu precioso relicário de ébano, onde as guardo çóm desvelo, carinhosamente. O teu retrato alli está, descorado de tantos beijos que lhe dei; a olhar-me, a sorrir para mim. 0 relogio, no seu tic tac mono-tono, parece dizer-me, baixinho, a soluçar, piedoso: esquece! Sobre a minha cabeça pende uma lampada que enfeita de azul—a côr do abatjour que a envolve— do abat-jour que me deste—a minha tenda de tra-balho. Em tudo que me cerca ha alguma coisa de ti, alguma, coisa que me faz recordar-te. Lá fóra, um bando de garotos a gritar olá balão... Deante os meus olhos, uma folha de papel em branco fadada a sentir so-bre si o peso de minha penna, que deverá escrever a doloro-sa canção de minha saudade: " Sim, minha querida, as vio-letas murchas, o teu retrato, o soluçar do velho relogio, a lam-pada que esbanja uma luz azul, o abat-jour que me deste, o grito do bando de garotos, tu-do isso veio augmentar a doi-da saudade que tenho de ti.

    •••••••• Junho... Nebrina, frio, solidão. Juntinhos, cabeças unidas,

    mãos dadas, aquecendo-nos ao calor de uma fogueira, faltáva-mos do nosso amor, da nossa vida, sonhávamos com a feli-cidade.

    —Havemos de ser felizes, querido. Iremos morar no cam-po, numa casinha branca, mui-to branca, longe de tudo, lon-ge de todos. . . As lyricas ci-garras virão cantar para nós,

    SAUDADE!

    embalando os nossos= sonhos. Os passarinhos, inspirados pe-la nossa felicidade,- entoarão canções, e os campos hão de nos dar muitas flores, com que enfeitaremos nosso lar . . .

    . . . e ellas passam, a sorrir. . .

    Tentei responder, mas a ma-viosidade da tua vóz 'envol-

    As andorinhas voltavam ao beiral antigo. Buliçosas, irre-quietas, zigue zagueavam pelo espaço, num vôo despreoccu-pado, cedendo ás tentações do horisonte. Os jardins engri-naldavam-se de flores, e nas ruas haviam silhuetas femini-nas. Annunciásfe-me' a prima-vera com um ramalhete de vio-letas|jgga flor dos poetas, a flor dos amantes —as violetas-que ainda hoje eu conservo dentro do meu relicário. Em-briaguei-me no seu perfume suave, aromalissimo, beijei-as seguidamente, demoradamente, na illusão de ter nos meus lá-bios os lábios teus . . ,

    Ah! minha querida, quanto eu era feliz com o teu amor !

    No decorrer dos dias toda a ardência do teu affecto de-sapareceu, como si fôra ó evaporar dum perfume. Esque-ceste todas ás juras que fizeste, e demoliste todos os nossos castellos, impiedoamente.

    Um ar.nò é passado. Neste momento a minha imaginação extasia-se deante o scenario de- uma noite de inverno, fu-nérea, nebulosa... Aqui estão

    veu-me numa sen-sação extranha, um frenesi esquesito — sensações inéditas do amor - apode-ro u-se de mim rou-bando-me a falia, roubando-me a ra-zão. E meus lábios buscaram os teus, numa voragem lou-ca, e os meus olhos sorrindo, verteram lagrimas sobre o nosso beijo . . .

    . . . e a p t e fica com vontade de chorar.

  • M A W » © M I M H A

    O Homem perdoa JOÉL

    Uma historia verdadeira. Ha as mentirosas e as verdadeiras.

    Aquellas eu não sei contar. Conheci ambos. Elie, alma de poeta,

    abraçara-se; áquelle amor julgando-o a ultima primavera de sua vida, o epilogo do sofrimento do su'alma sonhadora.

    Ella, de espirito irriquieto como o da borboleta que esvoaça por sobre as campinas a adejar as suas coloridas azas num gesto presumpço-so, e a poisar deflorem flor, sugan-do-lhe o mel ou destruindo-lhé-â corólla, andava de amor em amor, ferindo a alma de todo aquelle que se lhe deparasse no ca .ninho de sua peregrinação amorosa, destruindojso-

    . hhos e fantáziás... E o ponta, n:n's quéíninguem, foi cruciado. Ouvira-o declamar todos os versos que lhe inspirara, cantar todo o seu amor. Depois... esqueCeu-o. E elle, de sua dor fez Uma canção. E cantou — can-tou ... cantou... Um' dia ella voltou á procura do antigo amor como as

    Que pena! . . . Nem um sorriso para nós . . .

    andorinhas voltam ao beiral aban-donado e esquecido durarit: uma invernosa estação. Encontrou-o trans-figurado, abatido, dóêntê... e rústico. A' sua volta,, porem, todo o seu odio foi olvidado, e carinhoso, humilde,teve uma palavra— AMOR !

    phia, portanto, não me é possível descrevel-a... Se eu, um dia, con-seguir fatlar-lhe pessoalmente, talvez diga alguma cousa. As photographlas enganam tanto . . .

    A primeira, era morena, olhos pretos,: dignos d'um põemn, nariz le-vemente achatado, lábios rasgados. Estatura baixa?.: corpo cheio e bem feito. Yestia-.se mo lestamente é à sua cor predilecta era um azul pálido

    que a tornava mais •; ;- • captiyante...

    A segunda, e"á loira, olhos - de um verde mais lindo que: uma alfombra verdejante, n.ari£ afilado, :lábios pequeninos rapida-mente « batonados Alta, corpo de. uma esculptura deslum-brante,; Trajava-se ao

    . rigor, da moda, usan-do de preferencia, a cor vermelha que lhe emprestava uma gra-ciosidade indiscrep-tivel...

    H H H H H H H H N H J H F " . ' ' i M B i A terceira era a. mais linda dí todás ... Amei-a por interme-

    lndif fe: '3ntes ellas passam.. . deante da nossa object iva. . . dio d'uma photogra-

    Sombras, JÓTÁ EM ME

    Nunca !. .. Nunca penséi que a minha dor attingisse ao gráo do de-sespero .,. Ataviei-me do teu amor, e zombei das disposições preventi-vas, que muitas vezes, me asseveras-te em !eval-as a effeito . . . Ao envez de te ennobreCer, estimulando assim o nosso amor, e amoldar as tuas be-nevoleneias, induzi-te ...

    Oh 1 como fui cruel, inconsciente, desprestigiando um sonho e o teu mérito com simples expressões in-dignas e torpes .Çí Supportaste re-signadamente sem proferires em face da ira, um ai sLquer de amargura. ... E agora, sobre mim cae o peso da maldade; o tributo reverberado, que me offusca á luz dos olhos, pondo á mostra, as sombras da delinquência, que me acompanham na inigmatica torrente da vida.

    Comprehendo agora, a tua alma de mulher, porém, é tarde e falta-me coragem pára reclamar o teu per-dão! ! ! Desmereci teu amor, estima e consideração, restando-me a p e n a s viver como um misero proscrito se-pultado nas trevas silenciosas do -eterno esquecimento.

    as flores que me deste, aqui está o teu retrato a olhar para mim, a sorrir-me. A mesma solidão, balões, neve, neblina... e deante os meus olhos, uma folha de papel em branco, fa-dado a sentir sobre si o. peso de minha penna, que deverá escrever a dolorosa canção de minha saudade...

    AS IRES MULHERES QUE AMEI — A l v a r o F o n s e c a S a n t o s —

  • AjSDCMBINHA

    Horas que voltam! P A S S A R O A Z U L

    De todas as horas de nossa vida, ha algumas que ficam gravadas em nossa mente, é, Quando vamos perdendo as esperanças de tornar á vel-as, ellas voltam, e ás vezes no mesmo scenariò.

    Noite de luar... quente... Leve brisa embalsamada com o perfume da acar cia e.n flor... O murmurio da folha-gem levemente tocada pela brisa convidava os que amavam p a r a aquelle jardim solitário ...

    A lua, indiscreta, prateava tudo, mostrando num banco do pedra, a um canto, dois escravos de Cupido, que como em gorgeios tevês, conta-vam as suas desditas, juravam o seu amor.

    Ella, uma linda creança... (sim, creança, pois apenas vira. florir as laranjeiras dezoito vezes), e nesta idade rósea ella amuva, porque, cheio de amor seu coreçãosinho, trazia aòs lábios estas phrases: «Como te amo! nem Creio que me ames tanto!... Pa-reço estar sonhando... um sonho lindo... onde diviso na penumbra de um crepúsculo roseo, tu unicamente tu, meu primeiro e único amor!...»

    Terminada esta sublime oração, e çómo que ainda em sonho a doce embriaguez dos que amam, deixou descançar a cabecinha emmoldúrada pelos anneis de lindo cabello casta-nho, uo hombro do mancebo a quem tanto amava!...

    Elie, silencioso, triste porque via que aquella creança, a quem tanto amas, em breve iria para longínquas terras ... | As lagrimas não lhe brota-vam nos olhos, mas o coração chora-va amargamente... E nesse silencio

    pôz-se a fitar os lindos olhos pretos de sua companheira, e assim, mutua-mente se olhavam... nesse olhar que falia... nesse olhar que mais que as palavras, diz o que vae n'alma 1

    Mas Cupido, o deúsinho mau... foi apertando a teia de sua armadilha ... e como que atrahidos um pelo olhar do outro, seus lábios uniram-se num longo e puro beijo ...

    O primeiro beijo de Amor... Pelas mimosas faces dessa linda

    creatura, rolaram duas ; lagrimas si-lenciosas... lagrimas de felicidade, pois sentia junto a sua alma... uma outra alma que veio fun lir-se a sua naquelle beijo. E assim, ella partiu...

    *

    * *

    Durante a sua ausência elle, que ficara com a saudade, a crUciar-lhe a alma, alli vinha, deante o scenariò onde tivera nos lábios seus os lábios da mulher amada, e ficava horas e horas, a contemplal-o, na doce ilusão de estar ao lado da mulher amada... *

    * *

    Depois de longo tempo, a acacia começa agora a florir... e de novo élles lá estão, embriagados pelo seu aroma e pelo amor que sentem ... unidos num longo abraço, a lembra-rem o primeiro beijo...,"a reverem aquella noite de luar... emquanto Cupido, a sorrir, os váe envolvendo na teia do ámor.

    Proprio de espirito sorum-bático, éandar sempre calado: tagarelar é o encanto e a alma da vida.

    LA CHAUSSÈS

    Eu... e você = JOÉL =

    Ha não muito tempo tive a ventu-ra de lêr uma cartinha sua, na qual você, minha escantadora amiguinha dizia alguma coisa de mim. Poucas palavras mas que, no entanto, occasio-naram uma alegria inaudita para o meu viver. E bem verdade que, em parte fui ceusurado mas compen-sando aquélla censura léve, o meu desejo è o meu sonho eram reali-sados. Sim, minha mysteriosa amigui-nha, com que ánciedade não esperei a. sua resposta! Tardou, e quando já se dissipavam todas as minhas es-peranças, quando o tédio lentamente se apoderava de minha alma, eis que numa cartinha toda sinceridade alli estava o que eu tanto esperei... In-tírrôgou você o seu amiguinh

  • AKBOfiOÍHÂ

    P a r a a N . Nelson

    Foi em uma' noite fria e triste què. a casualidade levou-nos a um novo encontro, um encontro romântico . . . s Ella, a linda; e seductora loirinha, estava, nessa noite fria e triste, en-volvida em delicado «mahteux» o qual emprestava ao seu corpo «mig-non» uma graciosidade deslumbrante.;

    Nossos olhares cruzaram-se numa linguagem muda mas perfeitamente comprehensivel entre dois pensamen-tos que, talvez, se resumissem em um só, um sò pensamento que naquelle ins. tante permanecia em dois cérebros..

    Trocámos ligeiras palavras, dando

    a impressão de uma pequena histo?.-ria onde figuram, como personagens, dois jovená corações que anceiam para despertar dum somno infantil, dum- somno sem sonhos .. . Essa pequena historia margeava o' cauda-loso rio dá Esperança, prometténdo, em sua expressão'.'nítida, .que,, ujn;-: dia, um dia talvez, tornar-se-há em'

    de um romance. . amor E . .

    um romance

    A s c o l l a b o r a ç õ e s p a r a e s t a s e c ç ã o d e v e r ã o

    s e r e n d e r e ç a d a s a Júnior

    — Vamos a saber — ôvo, que parte da oração é?

    — Substantivo. g H ^ f l l que. numero?

    — Singular. — De que género?

    * — S ó quando o pinta sahe, é que se sabe.

    Onde ha mulheres, ahi se congregam todos os malse a um tempo.

    Depois da prece., dè a l i leve com um sotíjso para tudo...

  • ANDORINHA I

    Symbolismo das cores ' N O E L : V ; l l a q a

    Os olhos vêem. E véetn como^ttêf! ..ren ver. É uma' questão de habito, ou de temperamentji Ha retinas ape-nas impressionáveis pelo cor de rosa: sâo os optímísíài. Ha os que^Mnxer-gam b preto : são i ofe pessimistas, ; É ha os?cégos, que nada ?ecm : são dós indifferentes.—'-esf mais felizes.-̂ - -

    Vermelho. A cor que Kellog,odeia:; guerra, sangue... Cor qu®ássustam. os bois.y|| agradam os lobos qíre gostam de chapéosinhos §#,èhnelhos;: (o lobo aqui. «mor dizer — homem; e chapêosinho vermelho quer dizer mulher. Literatura...) Cor que«éstá

    Roxo, Os:tsÍBOsÍbàt|em. Çhopim re-.';̂ uscita na melodia triste de' uma marcha fúnebre.

    — Que historia é esta ? ' • - I la dez anno|Dque não

    lhe Vejo a iàra , , ; - v Não ; comprehendo . {

    H B Que diabo f ha dez ánnop que .ella se pinta . . .

  • AWBOMMMA

    Se eu não

    fosse tão

    distrahido

    a minha

    língua estaria

    limpa

    e eu bom,

    pois teria

    tomado

    A G U A N A T U R A L " S I L A "

    DEPOSITO

    Pharmacia e Droaaria Italiana GIORGIO VELLUTINI

    Rua 13 Maio, 68 ^ ^ ^ C A M P I N A S

  • ANDORINHA

    A C R U Z E s t r e l l as

    S i n g e la s,

    . - L u z e i r o s

    ' Fague i ros

    Esplendidos orbes que o mundo aclarais,

    i : . g Desertos; e m a r e s , - f l o r e s t a s vivazes,

    Montanhas audazes, que ao sol raStejaes !

    :. Campinas

    •':r D i v i n a s ! ! C a v e r n a s

    E t e r n a s !

    Ex tensos ,

    Immensos

    E s p a ç o s

    C e l e s t e s !

    1 Rochedos -Bravios I

    A b y s m o s sombr ios !

    E r g a s t a l o á fr ios I

    < I n f e r n o s terrestres !

    Sepulchros e berços, _ mendigos e grandes !

    Curvai-vos ao v u l t o ' s u b l i m e dá cruz I

    S ó elia nos mostra da gloria o caminho,

    S ó ei!a nos f a l i a -das Leis de Jesus ! FAGUNDES VARELLA

  • Asfestas inauguraes das reformas do velho Hypodromo Campi-neiro, commemorativas de seu cincoentenario de existência

    O snr. Bispo Diocesano

    procedendo á bençam nas

    obras da reforma

    Instaníaneo da passagem do 5 o páreo, vendo-se F i l igrama na deanteira

    TURF CAMPINEIRO

    O C a v a l l o « C u i i n a n » v e n c e d o r d e u m d o s p á r e o s

  • ANDORINHA

    EVOCAÇÃO Siml é nos olhos que a minha alma habita, triste como os crepúsculos de agosto, espelhando a epopéa longa e. afflicta das lentas agonias do sol-posto...

    Sim 1 é nos olhos que a minha alma habita e a sua sombra tenho-a no meu rosto, reflectindo a amargura acre e infinita do immenso, humano, trágico desgosto...

    Nelles eu guardo e soffro, intimamente, múltiplas emoções, certa è consciente de um dia, cedo ou tarde, conhecel-as,.,, ,

    Nelles eu sinto mysteriosos rastros, — queixas amargas, blásphemas dos astros, estrangulados gritos das estrellas 1

    Marinel la P e i x o t o

    A L M A FEMIN INA Quem vê teus olhos, adivinha o teu desejo. O desejo que tens de me beijar... Si te esquivas, de mim, si evitas o meu beijo, o que sentes, porém, não podes evitar.

    Teu olhar, que parece uma caricia, exprime a anciá do teu aesejo alvoroçado! Ora, um beijo! Afinal, beijar alguém é Crime? Ser feliz, por um beijo, é algum peccado ?

    Um beijo que se nega — e um capricho, um rancor... Que estranho affecto! E' assim o affecto que preferes ? E' hypocrisia... fingimento, meu amor! E's mulher I E quem ha de entender as mulheres ?

    Por um capricho vão, desfazemos, ás vezes, todo um sonho de amor e de felicidadé! Nem iremos que custou, mezes e mezesf noites sem termos, dê vigilia, de saudade ...

    E's irónica, pérfida, inconstante, Não terei o teu beijo! E' o meu destino!... Emfim Talvez beijes a bocca de outro amante. — dê olhos cerrados e pensando em mim...

    B a s t o s Portel la

    RECOMPEN SA Olhos cançados, alma arrependida, Mãos implorando entre uma queixa e um ai, Dessa funda, recôndita ferida Sinto que o sangue, gotta a gotta, cae.

    Não sei o que vae ser da minha vida: A arvore que plantei, aos poucos, vae Dando aos mortaes a sombra appetecida... Mas nos seus fructos não toqueis! Passai...

    Semear... Plantar... Colher... A primavera Ahi vem... Os mesmos passaros... Escuto Como, na mocidade, os escutei...

    Sei bem qual a colheita que me espera: Sabor amargo do primeiro fructo Da arvore amaldiçoada que plantei.

    Olegá r i o • Mar i ano

    13

  • AMJB©B1WHA

    — Q u e a n n u n c j o i n d e c e n t e o d e s t e r e s t a u r a n t e . , — Porque ?

    Ora! Leia aqui: «Comidas quentes a toda hora».

    Gustavo Doria

    Agenor do Nascimento A © E M T B S D E S B W C I O S I

    Phone, 5 9 0 Rua Barreto Leme n, 2 1 2 Campinas

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    Phóne, n, 6 1 6 — Ri?a-íl3 de Maio n. 9 4

    RETALHOS

    I O conselheiro S. offereçia naquella noite, 'nos salões1 de sua residencia na praia do. Botafogo, um chá dansante em regosijo ao contracto de, casamento de sua única filha, com \ o jovem' médico Br. X.

    , Aruma roda de convidados, o conselheirç falava sobre, o mal dos automoveis,

    O commendador H. não concordava com • elle, dizendo que o automóvel era a • mais bel/a e a mais util invenção do homcn.

    Em certo 'ponto da palestra, entra uma creadinha e conta, toda chorosa, que: o chauffeur-acabava de raptar a jovem noi-va... -

    E o conselheiro, trium-phante:- «Não lhe dizia, com-mendador, que-o automvel era um grande mal:?»' E ja ia

    sahindo para providenciar a prisão do atre-vido_.• chauffeur, quando ouviu o commendador dizer: «Qualo que, conselhei-ro, eu posso falar somente bem do auto-móvel, pois foi, num destes

    ' vehiculos que minha mulher fugiu »... e soltou uma gar-galhada. O conselheiro não quiz ouvir mais,. e sahiu « bu-zinando»...

    C a s a B r a z P i e r r o Ferragens, cutelaria, armas^ munições

    e tintas em geral Artigos sanitarios

    Louças, metaes, objectos patapresentes e de uzo domésticos

    Installações electricas e de aguasse esgotos Fabrica de lataria branca e artefactos de folha (É

    Roa 13 de Maio, 3 0 fe Piíone, R Í 5 9 CAMPINAS

    Lotei Mysteríq

    ' Ào , : morreres, dota a algum ,CQÍlegio, ou a teu gato.

    O V Í D I O

    l U n U»c tem cinco annos, f j j f o vtí-se do azeitonas, á ttiesa. e á 'pror pér>»,não tem ;oan-tinho: .é .«ledondo».'

  • R A B I S C O S D E A R T E Folheando indiferentemente

    uma revista velha, deparou-se-me um cliché, uma reproduc-ção da famosa «Gioconda» de Leonardo da Vinci.

    E eu pensei em Josephina Backer.

    « Gioconda », excluindo a no-breza patrícia, a belleza que a originou, o génio que a tornou immortal com a magia do seu pincel, é uma simples t«?a. De celebridade artística, de valor, de adorno para os mostruários de museu e de colleccionador, é verdade. Mas não vae além de uma téla...

    Quando Josephina é uma figura plena de vida, estarda-lhante, espalhafatosa...

    O que teria de commum entre o nariz romano de Mona Lisa e às pernas finas da bai-larina de Hawai que me arras-tasse a tal confrontoV... Xão sei muito bem. Mas tentarei contar as divagações, a sinuo-sidade do percurso que fez o meu espirito do retrato da lin-da napolitana do século X V á glorificadora do jazz, para o paradoxo.

    O quadro do pintor philoso-pho é rico de colorido e de esthetica, uma relíquia do an-tigo classicismo florentino que desabou no evoluir das escolas, deixando ruinas de estylo que o cubismo de após - guerra tenta incinerar.

    Josephina — nós o sabemos muito bem — é a mulatinha espevitada que enlouqueceu Paris e escandalisou a Vienna de Strauss; a plantadora de ananás que, mais geitosa que a pastorinha dos contos', colheu um brazão nobiliarchico e es- ; cravisou um barão numa dança de urú.

    Mas Josephina, á semelhança de « Gioconda» com o cyclo da Renascença, tem muito do nosso século, da nossa intelle-

    PARADOXOS

    dualidade. Com a téla de Da Vinci está um pouco das gôn-dolas de Veneza, a poesia dos cabellos longos, muito longos, pendendo em tranças dos bal-cõès, a bandurra das serenatas, o gothico das ogivas e dias torres de menãges, o cavalhei-resco barbaro das paliçadas, a

    "Andorinha" tem e m JULIO M A R I A N O o seu chronista de arte.

    seriedade monacal e tanta coisa de fantasia ingénua, dé fana-tismo heroico, que a gente não pôde enumerar. Na heroina do black-botton, então, ha muito de bulhento, de sonoro, de ver-tiginoso, traduz um fonforiar de auto em disparada entre as linhas parallelas dos arranha-

    céos. Ha saracoteios, bambo-leio de ancas, batuques, como num fandango em Honolulu.

    A civilisação hodierna tem saudade do cocar e da tanga que perdéu na carreira do Pro-gresso. .. g inventou Josephina.

    Diz Taine que a mentalidade e o estado moral de uma épo-ca ou de uma sociedade inílue poderosamente nas concepções de arte.

    Nós, já não nos contenta-mos em influir. Creamos. Jo-sephina é o rabisco do século .caricaturando Terpsichore. E' o que exige o nosso paladar

    /fsthetico, depois de gasto do •« champagne » ao «.cocktail » artístico. Requér

  • ANDORINHA

    0 QUE JÁ SE F O I . . . Dois annos sã©: passados.

    Vae longe, muito longe, aquel-la manhã de inverno em que a encontrei pela primeira vez. Não sei explicar o que senti,: quando os meus olhos vaga-bundos fitaram aquelle vulto de mulherzinha graciosa. Dois annos,são passados...

    Achei-a differente de todas as mulheres. Era tão meiga, tão dócil... um anjo, uma nuvem, um sonho emfim... • Pouco sabia da vida. Não

    conhecia o amor, não conhecia os desenganos e as torturas que elle nos traz...

    Quem ama, traça incons-cientemente, o caminho para o soffrimento. E ella me amou...

    O primeira amor, o único, como sempre dizia, quando era aquecida pelo hálito quente, de minha bocca.

    A vida que tu me mostraste é esta estrada atapetada de flores frescas e perfumadas... sou feliz, feliz S dizia acari-ciando-me...

    Foi o delirio, a loucura. . . Foi o destino... foi a vida... Enganei-a . . . Que homem

    mau! •

    Tudo passa. Passam os dias, passam os

    mezes, passam os . annos... Tudo passa. Só não passa a saudade.

    Nunca mais abandona a nossa vida.

    E a minha saudade era ali-mentada pelo remorso atroz do passado...

    Cabaret. Música. Os pares dançavam, agar-

    rados, ébrios... Ella?!... Sim, era ella! Trazia estampada no rosto

    toda a angustia de sua vida, toda a maldade-que recebera dos homens.

    Que homem mau que fui! Como te odeio meu único amigo, como te odeio...

    Reconheceu-me. í Approximou-se e disse-me

    calmamente: —Ves? tudo é mentiroso e

    falso. Desengano, dòr, álcool, sonho, anciedade, luz, fumo, in-felicidade, musica, brilho, tudo.,, tudo se mistura numa sympho-nia infernal. As tuas doces pa-lavras de outrora, foram apenas méras fantasias., Palavras e mais palavras... Esta é a reali-dade, a Vida, a vida que mos-traste, a estrada coberta de amarguras na qual mè ati-raste...

    . . .e de seus olhos, duas la-grimas se desprenderam...

    Como odeio o meu outro eu, homem sem coração, homen mau que foste meU melhor ami-go - como eu te odeio . . .

    R U Y D. SÁ

    = C A R T A S . . . ; Quando eu te escrevi aquel-las cartas, nunca poderia ima-ginar que cilas voltariam de novo para torturar-me a exis-tência, t r a n s f o r m a d a s no expectro de um passado que eu vivo a recordar, relendo-as e orvalhando-as com as min-lagrimas.

    Pensei inutilizal-as, reduzindo a pò esses papeis que levaram juntos de ti o reflexo vivo do meu sentimento.

    Mas... não tive coragem para tanto, porque seria des-truir tudo aquillo que éu te dis-se com o coração abrazado por um amor sem "limites :

    Como a vida é cruel! Hoje, essa felicidade passada

    é que me faz soffrer, com o tormento da saudade, e o sorriso que sempre eu trouxe nos lábios, a tua própria lem-brança transformou em pranto.

    ZÉK.

    Num beijo de supplica lento e divino, disse-me: - Fala... _ vozinha de amor, queixume do- § rido que se espadanou na minha alma tremula! E seus olhos, cujo negrume era velado por uma gotta fria, mendiga de bondade, procuravam, àfflitos, os meus,na aticia louca de acal-mar o furacão que redemoi- ' nhavu no intimo. Como folha j murcha perdida no ar, bailava arremessada aos solavancos

    E um grito de angustia ecoou deixando em cada ramo um murmurio de agonia; em cada cálice um perfume de amor, e ao encontrar meus lábios géli-dos, estremeceu e quedou-Se. Timida, fitei-o então, falando pelo olhos-lympha crystalina onde mitili alma se espelha.

    ... Na noite profunda, o incensorio de eslrellas susp-enso na mão da nobreza, thuri-fiçava de luz ás almas errantes.

    Havia pelo espaço o ruído de corpos debatendo-se na procura vã de vencer.

    E a brisa fluida vinda do oriente, das praias brancas do paiz do sonho dizia-me bai-xinho, muito a medo, coisas lindas, mysterios santos tecidos pelo Destino. Esqueci-me que na tela da vida as pinceladas mais fortes são as da luta na $ incomprehensão.

    Alma geme as as nossas, vivendo uma para a outra, tinham também de, num surto v de amor, gravar no painel das nossas vidas, occulta nos ar-minhos da felicidade, uma pe-quenina incomprehensão.

    Mas o Divino Artista bor-rifou de longe o quadro e uma lagrima, continha mimosa do rosário de crenças, deixou se desprender dos cílios longos.

    IOLE

  • Um sorriso . . . um olhar , . . e a tortura infinita . . .

    apenas saber como se deu o desastre;,

    j f—Amanhã saberá isso, meu caro amigo. Vamos* ao pé do fogo, porque o frio não é pouco.

    Lã fora, a alegria reinava absoluta. Desafio! á viola, dansasè musicas por todos os lados da fogueira que, na sua magestad^l ardente, imperava no terreiro 'énorme.

    A's labaredas; cm convulsões satânicas,, vergastavam impie-dosamente o espaço. Os tron-cos, pareciam revoltados contra o brazeiro que os ' dominava. r

    E rangiam e gemiam em-quanto de si se evolavam negras espiraes do fumo. . ' -Pàreciam lagrimas da madei-

    ra tisnada as fagulhas que no àr revoluteiavam incessante-mente. I

    I loje, qualifico de insignifi-cante o imponente espectácu-lo que o brazeiro formidável offereteeu aos meus olhos, com-parando-o com a eloquencia dos affagos que as suas mão-sinhas de fada tiveram para mim naquella inovidavel noite de São João. . . .

    conter o estralejár continuo dos dentes, causado pelo tiritar que mi: dominava, a despeito dos meUs' agazalhos.

    7 Súbito, um inesperado sola-vanco sacudiu-me violentamen-t e . . . docerebro uma- avalan-che de idéas sem nexo . , . e a sanguinolenta mancha crescia, crescia sempre. . . ~ .

    Quando recuperei os sentidos duas horas depois — deparei ao meu lado a encantadora Euge-nia, filha do "nhô Quirino, pa-

    recendo aguardar com ancie-dadè o méu despertar.

    Contemplei com serenidade seus olhos negros e vivos que me fitavam com lampejos de meiguice; seus lábios levemen-te entreabertos permittiam que se, di s tinguissé a immacul ada alvura dos dentes, que contras-tava com a côr moreno-rosea do rostò perfeitamente ovalado.

    E eu sorri com um sorriso em que deveria ter transpare-cido a minha gratidão aos cuidados e desvelos com que me cumulara,

    — Então c

    Eugen ia . - -perguntára o f 'Nhô" Quiri-no, quando' transpunha a porta d o quarto. E a resposta eu mesmo lh'a dei, abando-nando o leito :em que esta-v a ' deitado,

    vàe o moço ?

    íjji-^ Promp-to para outra "seu" Quiri-no. Q u e r o

    Quando o pharol do auto-movèl que me conduzia refle-tiu o seu facho de luz de en-contro á porteira da fazenda do "Nhô Quirino", os meus olhos avistaram os reverberos rubros que a immenSa fogueira projec-tava nas trevas conglobas que envolviam a natureza toda,;; naquella noite fria, muito fria.

    E eu sentia-me incapaz de

    Na Noite d e

    S ã O J o ã o D E N É O X Y Z

    - A N B © M I N H A

  • ANDORINHA

    N. Kohn, outro loiro, sem bigode, é um vencedor dos campeonatos de Ping-Pong à prestações ... Elle precisa ter mais firmes a na "raquéte" quando a "rede" estiver na ... rua.

    A. Villar, cujas maneiras extravagantes captivam as mulheres, precisa ser menos nervoso e deixar de censurar as pessoas que escrevem ao publico. Caen não taen com-petência não se estavulece.

    pé na bóia. vae bater o " reco rd" em fechar escripta sem borrador. Isso é um assombro para os contadores de .. . "rodelas'

    R. Estive7,,o apre-ciado collegado ''Minuto", è um ' bi-cho" para descobrir plágios... Elle, cer-ta occasião, desco-briu que uma "Péta-la" plagiou uma "flor francesa". .. e o perfume desse plagio custou lagri-mas para quem o consumiu ... Mal-\adeza, não? Em uma mulher não se bate nem com uma penna de Andori-nha . . .

    Lásca

    Eterna Magua ; o o :

    Olhos que não me quizeram, que me rou-fcaram o suave silencio que eu possuía olhos

    pretos da minha doce morena . . .

    Olhos de um pallido vivo, de um fulgor amor-tecido, signo profundo de sinceridade, onde eu

    i t embebia os cxtases sub-! • tis que na alma me fala-I | vam .. . Teús olhos, mi-I : nha menina-moça . . .

    ''/ * teus olhos, sim . . . ; ® Nos ditosos dias dos v>: meus sorrisos de alegria; ! ; nos meus tempos felizes j í de esperança que não i : morreram, ainda, ante a Tf\ minha immensa desillu-: o são . . . tive. também fe-

  • ANDORIHHA

    pequeninos olhos da pobre velhinha, como que orva-lhando duas pétalas murchas que, outr'ora, sentiram o contacto dos lábios ardentes d'um jovem enamorado...

    . . . E a velhinha, sob a impressão da sentimental valsa que terminava' lenta-mente, sonhava... sonhava com uma invertida: nos cin-co prémios...

    SERTANEJO.

    MAGIA

    Em uma sessão de alta magia, do prestidigitador Onoffròf:

    — Agora, meus senhores, aqui têm este armario. Peço a qualquer senhora a fineza de ; entrar nelle,' porque, afianço, desappare-cerá immediatamente.

    Diversos, maridos ás suas mu< lheres: Sr. Vae tu, querida... vae tu...

    L E M B R A N D O 0 P A S S A D O . . . Um encantador salão onde

    os pares rodopiavam ao som d'um violino qUe chorava uma valsa lenta...

    A mocidade entregava-se á deliciosa noite de sua vida illusoria.., Entregava-se aos braços do único mo-mento em que i m p e r a o seu valor absoluto...

    E, a um canto desse am-biente festivo, onde respira-va-se o inebriante perfume da juventude feliz, uma ve-lhinha seguia, com o seus olhos semi-abertos, as flores' ainda mal desabrochadas, evocando,, no - mais longín-quo recanto de su'alma fa-tigada, todo o seu passado, o tempo em que também compararam-n'a a uma flor mal desabrochada..,

    As lagrimas brotaram tios

    — Sabes-dizer-me onde mora d. Carlota? — E' só a sinhola i andano, andano.. . i depois pergunta prá otro.. .

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  • ANDORINHA

    - A M O R

    B k • A \

    & C O N S T R U C Ç A O (Estyllsando Berilo N e v e s )

    Os corredores, lembram as mulheres namoradeiras : todo mundo • passa por elles . . .

    E, as vezes, até o lixeiro...

    A escada é o único lugar em que muita gente sóbe nesta vida . . .

    A mulher é como a í ã sa : vive com a cabeça no a r . . .

    A casa assombrada é a mulher orgulhosa. Quer, sem-pre, olhar por cima das outras...

    Ha maridos que são como as cosinhas : sustentam a casa é, não são apresentados ás vi-sitas de cerimonias . . .

    Ha mulheres que, educam as suas íilhas, pelo mesmo motivo que enfeitam a sala: para mostrar ás visitas.'. :

    Ha mulheres tão indiscretas como as janellas de certas casas: vivem espiando o vi-sinho...

    Certás mulheres parecem-se, perfeitamente, com as sacadas: embora estando em casa, vi-vem mettidas na rua. . .

    A casa, como. as mulheres, possue também a sua maqui-lage! . • „

    O reboque de cal e areiáT encobre , gempre, as faces ati-joladas . . .

    » A dispensa é • o typo de mulher precavida : reserva o que tem de melhor para occa-sião opportuna —

    Mas, a maioria delias, acaba dispensando a dispensa...

    O alicerce é o typo do homem modesto: é o que mais; força faz e o que menos apparece

    Ha corações de mu-lher que são como os salões: compor-tam muita gente . , .

    O ladrilho é o pro-totypo do humilhado: sempre pisado...

    Na sala de espera, como no coração da mulher, a gente está, sempre, sujeito a encon-tros inesperados . . .

    Ha casas em que as mulhe-res são como certas [paredes : para uso, e gozo . . .

    Bem poucos são os quintaes e as cabeças das mulheres de onde se possa colher alguma cousa bôa 9 .

    A mulher ideal deve ser como a área, que dá luz á "casa e que não tem tanto luxo. ; A maior parte nem coberta t em. . .

    Sêo Anastacio

    ELLA : Tu pensas como o Sêo Anastacio ? ELLE: Pensar, não penso, mas acredito

    no que elle pensa ...

  • ANDORINHA

    VIDA FÚTIL A rua Barão de Jaguara,: sempre

    ha de ter o seu inconfundível realce, na vida fútil da cidade"

    Porque Campinas inteirinha desfila pelo seu calçamento brunido pelo transito constante de automoveis. e pelos seus «trottoirs» ricos em vitrines bonitas das casa dé modas e dos bazares .

    Nas varias horas do dia, e nos vários dias da semana, a rua Barão apresenta aspectos surprebendente.

    Aspectos que agradam, e aspectos que deslumbram os meus olhos despreoccupados de chronista frívolo.

    Ha tristezas que suspiram : —Que pena l Hoje não vi a me-

    nina!. .. Â menina dos meus olhos !... E garoticès que chalaceam: —Aquella menina dos seus olhos

    é muito accesa. Voce gosta de «ve-la accesa» ?...

    Ha receios, esperando nota zéró: —Ih! «Negadinha»1, levou a breca!

    Sabbatina de állemão para hoje,.. . E olhos arregalados que convidará :

    |§ÍJ-Vamos enforcar ? . Vamos ver a entrada da fabrica de seda?...

    Em dias de semana, é duma singe-leza feiticeira, essa rua privilegiada,

    A hora em que os raios do sol caem a prumo, inundando-a de luz, abrazando-a de calor, ella ápihba-se de gente moça e risonha; que passa, e repassa, e para, e se agrupa, e se movimenta, num borborinho de cas-cata.

    Estudante, quasi todos. Estudantes,l i S Campinas é dos estudantes e das

    . andorinhas; por isto é alegre, e boa,, e linda!

    ,. Eis que a torre magestosa da Cathe-dral, põe na atmosphera azul e quen-i te, o som grave dos seus bronzes annunciando meia diá.

    Ja estão passando as ultimas Normalistas;- o encanto branco-e-

    , azul da cidade: As ultimas Gymnasianas ja estão

    prestes a tomar o bonde; com ellas.-ir- se-á a seduccão «xadrezinho preto e branco», que não gosta de sorrir.

    Sorriam Gymnasianas, s.orriam, que o sorriso é o maior bem da vida.

    E a rua Barão resente-se da àusen-? cia das graciosas collegiaes, que de passagem, lhe emprestaram tanta graça è galanteza I

    La váo ellas para os seus deveres. E vae com ellas a razão, de ser-'

    das rodinhas de rapazes.

    Então, os grupinhos começam a se desmanchar, e os retardatarios vão se dispersando, apressados, cada qual para sua escola.

    Ê' a hora em que se ouvem trazes > significativas,soltas no ar;as palavras

    que o vento leva...

    E alguns enforcam.;,;,, E vão assistir á en trada da Fabrica

    de Seda,--que é bem mais agradável do que uma sabbatina de allemâo ...

    Lá também existem notas... Um olhãr vale õ; um sorriso, vale

    10; e um «contra»'... já se sabe:; é notâ 0... Reprovação ...

    ... Agora, apitos agudos: efe officinas .; apunhalam o ar parado... (Vocês não ouviram as officinas apitarem ? Pois eu ouvi...)

    E a rua Barão deserta-se ... Meio-dia. Vamos tomar um cafésinho no

    Centro dfeSeiencias e Letras?

    Rua Barão chalrando, chalrando, uma discussão que me. fez sorrir:

    —Vamos descer a rua Baren-o ? ,— ''Convidava uma delias,.

    —Qual nada [-replicava a outra. lifcS-Chega de rua Baren-o !-acrecen-tava a terceira.

    E j a, que falara primeiro, como se supplicasse:

    —Ora;' gente! Vamos passar por ella, só mais uma vez! Vamos!.,.

    Não ouvi mais-pois quem descéu a rua Baren-o foi eu, E desci matutando , conr a minha bengala:

    —Porque será que as mulheres em geral não pronuncian «Barão» -clara-. mente ?...

    Ê curioso: falam como se em vez de A, houvesse um E anazalado.

    Ê curioso, toas não tenho nada que ver com isso...

    Depois... Quando o sol declina mansamente,

    filtrando sua luz morna pela folhagem das arvores feiosas do largo do Ro-sário, — ás Ires e pouco ou quatro é meia, — de novo a rua se anima.

    E ha risos alegres sonorisando a claridade branda do astro que se despede.

    E a hora chic; hora das compras; hora das «subidas e descidas?».; hora do regime para emmagrecer... (Pois, andar bastante, não emmagrece?)

    Foi numa hora assim, que um dia destes, lá na esquina da Conceição, ouvi, sem (juerer, de Ires moças lindas e aristocratizas, que subia.n bras dessous, bras dessous, chalrando,

    Depois... : A noitinha, quando as montras se illuminam esplendorosamente, de ni>vo os «trottoirs» regorgitam.

    E a hora profana dos Cinemas; é a hora catholica das rezas;

  • A W 0 O B I M H A

    Uma historia como as outras... —Eu não sei explicar... Só sei que a vi diversas

    vezes, e que depois-nos apro-ximámos, como que atrahidos mutuamente!..

    Ella era boa.,, E' agradavel recordar-se a

    bondade de uma mulher. Das mulheres' bondosas a gente nunca se separa; ao contrario, parece que a gente se sente mais unido, porque sempre nos lembramos delias.l:

    Eu gostava tanto da pallidez do seu rosto, e do: verde de seus olhos.;.

    Klla sempre mé dizia : - Yoce tem uns olhos gran-

    des, tão sinceros, tão .bonitos.w E eu me envaidecia. A s vezes ella passava suas

    mãos pelos minis cabcllos, e e n ç a r a c o l a v a - o s com Seus. dedos muito finos e compridos.

    Depois... Faz tanto tempo ! Yoce já reparou que a gen-

    te.sempre gosta de recordar a mulher que deixou em nossa vida uma impressão muito forte?

    Ella foi tudo para mim . . . Sò ella soube comprehender-me. Por isso mesmo não pos-so esquecel-a.

    A ' s vezes eu sahia a rua com ella.

    Tudo me parecia tão bom, todos se me afiguravam tão felizes, tão humildes..

    Seria felicidade?

    U m dia ellâ partiu. •••••-• Eu vaguei pelas ruas escu-

    ras, olhando o cê o e as estrel-las.. A l u a sempre me acom-

    panhou .na triste jornada de recordações, f

    A lua é boa amiga. Não acha?

    Vivi assim muito tempo. A gente procura recordar

    a noite. , -Porquê será?

    Um dia. não. sei porojue, tal-vez filas me fizessem soífrcr, rasguei-as.; Arrepèndo-me de tel-o feito.

    Porque serár meu amigo, que nós ' nunca sabemos,. explicar as nossas tragedias intimas, etn que b sentimento domina a razão ?: ;• ;. •/" •

    Seria aquillo amor? Sim, foi amor... Deve ter

    sido ... Foi um grande amor... Foi o meu melhor amor...

    E o meu amigo léyantòu-sè da cadeira, e deixando o bar todo illuminadoy sorrio e disse me, aò se' despedir:

    Escreva isso. Pôde escrever . . . E' uma

    história como' as outras..

    U L I S S E S ' J Ú N I O R

    Prudenc.io. es tando para sahir a cavallo. pediu ao cria-do as botas; este trouxe-as, - Porque não as limpaste,

    Gregorio ? / SijVleu atno yai §ujal-as na.

    estrada; pensei que, não va-lesse a pena. •

    Logo 'depois, Gregorio pede ao amo a chave da dispensa-

    Para que?.. . — E' qtie eu tenho de al-

    moçar, meu amo. •'-;--' Oh ! como daqui a duas.

    horas . terás':,;, fome, outra vez, não vale a pena comer já.

    Gregorio entendeu e engra-xou as botas.

    O sentimento mais perfeito é a amizade que vem substi-tuir o amor entre um_ homem e uma mulher que não tem de corar de se terem amado nem de terem acabado de se amar com o primeiro ardor da juventude.

    Daniel Stern

    E mister acreditar no bem para saber pratical-o.

    S&Êm /MmÊÊk

    MÉk vnllÊÈQm&BÍmÊÊÊ

    '-íj^'Fallou-me o Julio que vaes te casar com o meti dote,- é verdade ? |4f-Ora! Intrigas doS ambi-ciosos

    Tenho-a ainda no coração... Recebi durante muito tempo

    tantas cartas.

  • =, A N D O R I N H A • = =

    ...

    A' memoria do benemeúlo

    clinico e cirurgião,

    DR. THOMAZ ALVES

    a gratidão popular

    ergueu expressivo

    monumento no

    Jardim Carlos Gomes

    ~

    Lw'*,., ••••»*•••

    Monumento de p i ã o

    SUBLIME CONSOLO

    JOSE NAVARRO

    .Soffres-? Si a der do mal ao bem levar-te um dia' Póssa, soffre - - da cruz ao céo é suave a estrada...' Faze um sonho feliz de tiialma contristada Para nelle sorrir a dor que te crucia.

    Melhor ser-te-ia o arnês da sorte si a magia De bem soffrer o mal. lograr pudesses, nada F' melhor que o prazer de uma alma consolada8 Que. em bem sentir traduz a dor. por esthesia.

    Amas ? Melhor não fôra o amor si o sõffrimento Te não sangrasse o peito e o olhar te não velasse .. . Ai! não fosse o carpir do pranto amargurado:

    Talvez que deste amor- que é o meu e o teu tormento Fiçasse tão sómente o «desprazer, ficasse ' ."".-Na' lembrança do befn às cinzas de um passado.. ! >

  • AW»©MINHA

    Os poemas em. prosa de Baudelaire: Que admiravel dia! 0 vasto parque desmaia ante

    o olhar abrasador do sol, como a juventude sob o dominio do A m o r . . .

    O extase universal das coisas não se expressa por ruido algum. As mesmas aguas estão como que adormecidas. Muito differehte das festas hu-manas, ésta é uma orgia si-lenciosa...

    0 I S O E VÉNUS

    que se encarregam de fazer rir aos reis quando o remorço ou o fastio os aferrolha, ador-nado com um traje brilhante e ridículo, com toucado de cornos e cascavéis, acocorado junto ao pedestal, levanta os o l h o s rasos de lagrimas á immortab deusa.

    E dizem seus olhos: ííífpl Sou o ultimo, o mais so-litário dos seres humanos, pri-

    Dir-se-ia que uma luz, sem-pre em augmento, dá ás coisas uma scintillação cada vez maior; que as flores, excitadas, ardem em desejos de rivalisar com o azul do cétí pelo vivo de suas cores, e que o calor, tornando visíveis os perfumes, os levanta até; ao sói como sinuosa fu-marada.

    E entre o goso universal eu entrevejo um ente afflicto.

    Aos pés duma Vénus gi-gante, um louco artificial, um um desses truões voluntários

    vado de amor e de amizade. Sou inferior em muito ao ani-mal mais imperfeito . . . E ape-sar de tudo, feito está o meu coração, como os demais co-rações, para compreender e sentir a immortal belleza . . .

    Tende piedade, p o i s , oh deusa, da minha tristeza... do meu delírio ! . . .

    Mas a Vénus, implacável, olha não sei o que ao longe com seus olhos de mármore branco, muito branco . . .

    Traducção do JULIO M A R I A N O

    "Andorinha" ; no

    B O S Q U E

    Vetustos bambds margeiam o laco, :

    um dos mais encao« tadores recantos do

    Bosque dos legu i tMs.

  • ANDORINHA

    Vôo de Andorinha ANDORINHA! A v e s i t a

    graciosa, que em desabalado vôo ao longo do horizonte, no simulacro de uma partida brusca, brinca com as compa-nheiras que ficam atraz, fingin-do que se foi embora ! . . .

    Andorinha! Avesita vivaz que empresta o nome a nossa «ANDORINHA» que n'um sur-to corajoso se í propõe reani-mar a força intellectual cam-pineira, falha do arrimo de uma revista modelo, essencial-mente local, capaz de elevar as inspirações da pleiade de artistas, que habitam a mages-tosa cidade enfeitada pelas palmeiras sumptuosas e cober-ta pelo céu azul, onde as an-dorinhas simulam silhuetas das normalistas g e n t i s . . .

    Os esforços de Octávio Ro-cha, Oscar Bratfisch e José Pedroso Júnior, para dotar Campinas- com uma revista nos moldes da «Andorinha», são merecedores de incondic-cional apoio dos campineiros, pois é justo, que tão notáveis esforços, mereçam preferencia capaz de estimular os empre-hendedores da obra, que se propõe reunir n'um único nú-cleo, os tantos escriptores dis-persos.

    A «Andorinha*, voa des-cuidada pelo lindo céu azul que se estende pelas vastas planícies desta terra adorada, Confiante que encontrará acon-chego na bôa vontade do pôvo, abrigando-a dds rigores do in-verno do indifferentismo, para quê possa, quando Suas com-panheiras voltarem, cantar com ellas hymnos triumphantes . . .

    O triumpho das letras e das artes, precisa vincular-se na terra que inspirou Cesar Bier-renbach e immortalisou Carlos Gomes ! . . .

    O desenvolvimento e a es-tabilidade da «Andorinha», de-pendem do apoio da brilhante

    e: operosa classe dos estudan-tes, única capaz de prever e precaver á revista de certas eventualidades.

    A «Andorinha» pretende annullar o provérbio da sabe-doria popular, que resa : uma andorinha ;sò não faz verão.. . procurando agasalho na bôa vontade de todos quantos sin-tam pulsar no coração, o ac-cendrado amor do bairrismo ...

    Andorinha 1 Avesita gracio-sa, que em desábalado vôo ao longe do horizonte,; no si-mulacro de uma partida brus-ca, brinca com as companhei-ras que ficam atraz, fingindo que se foi embora ! . . .

    R u y I t i b ê r e

    Espinhos... Senhorinha tem 18 anhos

    e nessa idade já conquistou uma avalanche de admi-radores. Avalanche no dizer de Senhorinha que, alem de ser vaidosa, tem por cos-tume scientificar o alheio das suas conquistas. Todos os homens derretem-se por ella, pedem a sua mão, e... não sabemos porque, desap-parecem.

    Aquella que ha de vir, vem no proprio destino.

    MENOTTI

    « A n d o r i n h a » e m

    Mogy-Mifiin A graciosa se-nhorinha Mary Celeste Bran-dão, talentosa âlumna da Ks-

    " cola de Phar-máciá e Odon-tologia de Ara-?; raquara, queri--; dá filha do sr. Ignacio Tetstei-gáã Brandão e de sua exma. ésposa d. Ma-rieta Fagundes Brandão. Mary f tarji-iieni um pro-missor talento musical, ívve-iando.se desde já violinista de mérito.

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    « A N D O R I N H A » C I N E M A T O G R A P H I C A

    Cossacos

    AIND A ESTE MEZ:

    O mais portentoso trabalho cine-matographico visto no seu genero, e produzido pela «Metro-Goldwyn»

    LAURINHA, a linda loirinha, que Terça-feira, dia 18, apresenta-se no mais

    sensacional "Super film" da " Universal-Jewel"

    «A ULTIMA AMEAÇA» .«••. .

    o-*1 •'•••• * •••-o--"'-

    Soberba «perfomance» de John Gilbert, René Adorée e Ernest Tor-rençe, E' o maior acontecimento da «Metro Goldwin», o «film» que jamais se apagará de vossa memoria.

    Desnecessário se torna qualquer commentario sobre essa pel l icula. Basta citar-se os nomes de John Gil-bert, o galã mais ; querido e apreciado da scena muda, o idolo no.sexo femi-nino, René Adorée o Ernest Torrence, um pugilo de artistas consumados que em «Cossacos» porão em evidencia as suas ínnegavèis qualidades de verda-deiros astros çinematographiços.

    Portanto® ainda sob os effeitos deixados pelo magistral film «Os 4 Diabos»,, exhibido ha poucos dias, assistiremos « A Ultima Ameaça», e «Os Cossacos».

    0 Theatro São Carlos, o preferido dá elite campineira, reservou-nos para o mez. corrente a. exhibição de «films» verdadeiramente magistraes que, por certo, ficarão gravados na memoria dos .«fans» da cinematograplmu

    «Os 4 Diabos» foi um «fflm» que aásómbrou. Teremos ainda,para o dia 16, domingo, o mais luxuoso «Super film» da «Metro-Goldwyn» (o leão invencível). «Sonho de Amor» ê o nome dessa monumental pellicula, interpretando o papel principal a que-rida Joan -Crawford, — a mais bella dentre as bellas de Hollywood • ao lado de;Nils Asther, o galã de «Ridi Pagliaccio. /

    A seguir - teremos- «A Ultima Ameaça», isso Terça feira, onde Lau-rinha mais uma vez virá trazer com o seu sorriso brejeiro, um pouco de sua graça e um pouco de seu amor aos seus admiradores*

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    Domingo, 1 6 , 0 Theatro São Carlos, o «leader» da Cinematographia em Campinas, exhibirá o super íilm da «Metro-Goldwyn»

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    Estás com melhor aspecto . . . É por que resolvi deixar de beber. Deverás? Desde quando? Pretendo começar amanhã.

    Espinhos... Aquelle moço muito elegan-

    te, intermediário de altos ne§| godos, e que possue aquella •baratinha; também muito ele-gante, foi visto diversas vezés acompanhando Mlle. em poéti-cos passeios.

    Mlle, que é menina-moça è ainda um pouco inexperiente, deve acautelar-sej, senão . .

    D iar í a-m e n t e , quando o, astro r je i bruxoleiâ -va indeci-so, para se d e s p e d i r do dia que

    terminava, aquelle senhor de aspecto austero — figura de influencia no alto commercio local, —- illudindoVa vigilancia de sua exma. consorte, visita-va furtivamente Mlle, com quem passa deliciosos mo-

    ! mentos.

    Mas . . . madame soube do caso e houve um formidável escandalo intimo, que tem da-do margem a muitos commen-tarios . . .

    No* entanto, Mlle continua a

    ser visitada com a mesma pontualidade;' « Coisas , . . »

    Calino encontra na rua um amigo, que enviuvara na se-mana anterior.

    — Dou-lhe os sentidos pesa-mes. Ha quanto ' tempo eram casados't •

    — Ha trinta annos.. — Trinta annos! È duro per-

    der uma mulher exactamente quando se principia a ficar acostumado com e l l a . jUK ;

    Avistamos muito e descobri-mos pouco; o universo é im-menso, a nossa intelligencia muito limitada.

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    À o Investigador

    Que coisa "engraçada, Inves-tigador! Então voce não está de accôrdo commigo ?

    Sustento até agora o que lhe disse. Nem sempre a sin-ceridade foge para dar lugar á hypocrisiae ao fingimento. Não, nem sempre. Escute cá:, muitas vezes um sujeito, quan-do colérico ou apaixonado, sol-ta algum disparate. Pouco de-pois elle se arrepende e se maldiz por não ter refletido antes.

    Não è asim que voce pensa também? Voce diz que eu que-ro Jouvir coisas allusivas ao J. M. e, no entanto, não m'as diz...

    Ora, voce é verdadeiramen-te insuportável, Investigador!

    Mais uma vez digo que não o desmenti, mas que estou desmentindo-o agora, pois o

    . que diz não è certo. Então teme que eu vá lhe

    falar da parte retirada? Oh! não diga isso! Apezar de tudo ou talvez

    por isso mesmo fiquei gostan-do de voce. Que diz?' Espero conhecel-o mui breve.

    Deusa do Amor

    Ao jovem F. Bellockio

    "para mim- uni* olhar? " Mesmo assim, vencerei todos os obs-táculos que se me anteponham, para chegar a ti, e falar-te do meu amor.

    Sua. Alteza, o Rabanete

    Desejava saber porque és tão esquivo para commingo. Foges sempre de mim... Será que ainda não comprehendes-te que meu coração te per-tence? Ou o teu já foi rouba-do por alguém..; Mesmo que gostes de outra, hei de con-vencer-te que meu «oração é teu, só teu. Meu amor é sin-cero e verdadeiro; meu cora-ção jamais pulsará por outro. Mas como falar-te, si me foges sempre, nem ao menos tens

    O dr. Miguel foi chamado ás pressas, durante a noite para at-tender a um doente grave.

    Correu á casa indicada, en-trou,. .examinou o homem e, tranquillizando a família, recei-tou para sahir depois.

    No dia seguinte, conforme era do seu dever, foi ver o paciente.- Mal entrou no quar-to, .porém, uma particularidade chamou-lhe a attenção: sobre a meSa ;da . cabeceira, ainda intacto "e fechado estava o vi-dro da poção receitada na vesr pera. Admirado, perguntou á esposa do enfermo:

    — Mas seu marido não to-mou o remedio? .

    E ella, apontando um rotulo do vidro:

    '--- Não, doutor ... Ali diz pa-ra conservar o vidro ' sempre fechado. . .

    Fallador — Quando eu cheguei ao Rio

    pela primeira vez não sabia ~uma palavra da lingua por-tuguesa; hoje, graças a mi-nha perseverança, falo-a perfeitamente bem.

    — Como? pois voce não nasceu no Rio?

    — Nasci, homem, mas voce queria |que eu nascesse fa-lando?

    offensas mais doloro-sas, premeditadas ou não, nos vem sempre dos nossos amigos.

    I r h i j r e j t a s j e i t ã o A J J V © « A B ©

    Escrip. Rua Sacramente n. 6 5

  • ANDORINHA

    FEIRA de RISO Uma rapariga excessivamen-

    te magra encontra-se com ou3 tra excessivamente gorda, com um vestido de exageradas mangas curtas.

    — Quem me déra ter teus braços !

    — Para que? I — Para d'elles fazer pernas.

    Uma casa de banhos . pôz na tabolèta:

    Banhos frios: para senhoS ras quentes, com lençol a 2$ooo

    Observaram-lhe què a redac-ção estava ruim; iio dia seguin-te dizia a tabolèta

    Banhos frios. Também te-mos para senhoras de 2$ooo, quentes, com lençól'

    Observaram-lhe que a emen-da ficou peior qué o soneto e o homem desesperado escrevia no outro dia:

    j Banhos frios. Com senhoras não queremos negocias nem frios e nem quentes, nem por 2$ooo e nem por dinheiro

    •nenhum e nem com lençól e muito menos sem lençól.

    No leito da morte. —Coragem, meu caro ami-

    ; go,- a morte não é tão grande : horror como Se imagina. Lem-;bra-te que te vaes juntar com tua pobre mulher.

    O moribundo : --Pois é isso exactamente

    o que me assusta !

    Entre Médicos

    —Como se arranja o meu amigo para receber inteiros os seus honorários ?

    — Muito simplesmente : só me dedico ao tratamento dei sogras. Se se restabelecem, pa-gam-me as suas filhas; se morrem, pagam-me os seus genros.

    Á litterata D. Julia, apre-sentando um papel Lao marido, pouco dado a litteraturas:

    —Olha, Felisberto, aqui tens... • — O quê ? um conto ?

    — Não, filho, não te assus-tes ! Uma con ta ! . J •

    Bêbê vé um dia, num jar-dim uma ama preta aámámen-tar uma creança. Admira-se e pergunta á mamã que o leva pela mão:

    — 0 mamã, aquelle menino está mamando café ou choco-late ?

    — 0 mamã! — pergunta o Carlos, diga-me como foi que papá a conheceu?

    —Um dia, cahi de um bote ap rio, e elle atirou-se logo à agua e salvou-me.

    — Tem graça! Mas, então, porque é que o papá não quer que eu aprenda a nadar ?

    «Nãose sabe o que a mam mã respondeu». 1

    Um caixeiro faz exame de instrucção primaria.

    —De onde é originário o café? pergunta-lhe o professor.

    — Não posso dizer a V. Ex... S s respondeu o caixeiro, mui-to envergonhado... E' segre-do lá da casa I

    Um hespanhol, tendo perdi-do uma vacca, prometteu a um santo dè sua devoção que, se a achasse logo, lhe daria o se-bo para velas.

    Achou com effeito a vacca: laçou-a e, quando a levava pa-ra casa, disse comsigo mespio:

    —Ora sebo, que yo non .dô lo sebo.

    Nisto rebenta-se o laço e a vacca parte acorrer pelo cam-po fóra. Então, * o hespanhol exclama :

    — Como el santo és descon^ fiado! yo dice por gracia. ?

    — 0 minha senhora; que bu-lha horrorosa que o gato fez esta noite no jardim !

    — Então que quer ? . . . O maroto, depois que comeu o canario, imagina que sabe cantar !

    O noivo, na vespera do ca-samento :

    ,-tt; Quero que a cerimonia religiosa se realise ás 9 horas da manhã, qué o almoço seja ás 11 e que partamos para Petropolis ás 3 . . . -

    — Quanta cousa ! observa a noiva sorrindo. |S||| Deixa, deixa, minha filha, replica a futura sogra, São as suas ultimas vontades. . .

    Marido e Mulher — Homem sem brio, sem

    vergonha, bruto! '„, ...-̂ f Bom, deixa-te de indi-rectas ! . . .

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