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Soviéticos, norts-americanos, ru- menos, fchecos, franceses, japoneses, venezuelanos, poloneses, húngaros e brasileiros, homens e mulheres, os me- lhores volibolistas de cada país, dispu- Iam com ardor o título mundial das duas categorias, dando após cada pré- lio, perdedores ou vencedores, magní- ficos exemplos de desportividade. Está de parabéns a Confederação Brasilei- ra de Volibol, que proporcionou ao pú- blico brasileiro tão bela festa de con- frat.rnuação e tantos espetáculos ma- ravilhosos de um esporte que ainda não havia conseguido atrair maiores aten- çôes dos fãs do esporte. (Reportagem fltáfica na ò' página do ?.; caderno). __V ___ ________^____. ________ bI ¦__h__ E _______________ ^H ___¦_____ fl_ __________ ^^___l ___________¦£ _______ _b1 B—M—l l Í3f_p.,: t___ _____^ ^___________________________K' ^____________________________________________________bÉP BBja, ^«Dl .-^^Bi ___"a mè® Americano votou contra política c/e Bisenhowei f\ SENADOR John Kennedy foi eleito presidenlo ria República dos Esta dos Unidos, leccbendo mais de 33 mi Ihões dos volos de um eleitorado de quase 60. A vilóiia do candidato demo- crala constitui, piincipalmente levando- se em conta o falo do piesidente Eise- nhower ler participado cliietamente da campanha em favor do sr. Nixon, a res- posto do povo norte-americano á poli- tien exteina do çiovérno, que culminou, em maio, quando o mundo esperava bons resultados rio fracassada confe- rendo de cúpula, com o vergonhoso alo de espionagem do U-2. O eleitorado do sr. Kennedy, apesar cio seu programa d. política exlerioi coincidir em algumas questões fundamentais com o do seu adversário, votou neste terreno pela liquidação da orientação seguida por Eisenhower e pelos homens do Pentá- gono, e sua vitória em Estados como New York, Califórnia e Illinois revela que os setores mais democráticos da po- pulacão americana (os trabalhadores da indústria e as minorias raciais) não aceitam mais a coniinuação de uma po- lilica de «beira do abismo», (Reporta- gem na 4* página do 2' caderno). Vassoura c/e Jânio varre lixo para dentro c/e casa ANTES mesmo ria po"»'1 do sr. " JAní. Quarlrns. <u.-, célebre vai- «oura jA comrrnii ,i funcionai*, E foi no sentido ri. acumular lixo» na direçÃn do$ nrqAns dc pcevldèn. cia social. Autoridades d" Mlnls- tírlo rio Tralnlho, rra conluio com o governador Carvilho Pinto e por- ta-vo.cs rio sr, Jânio Quadros, de- ram um polpe suin n,i% rleicoe_ rra- lizarias para n Deparí^menio Na- cion-i.l d. Previdência Soc',.1, Con- "¦eiiio Superior da Previdência So- ciai, SAMDU e SAPR, Utilizando- •«e de uma confedcraçío-fantas- ma. afastaram do pleito n< dele- gados-cleitorcs escolhidos pel k Fe- rieraçôes de Maritlmn,. PortuArio! e Estivadores, bem como o delf-qa- rio rio Sindicato Nacional dos Acro- viários. Com essa manobra, foram «eleitos» para a riireç,.o ria previ- ciência cidadãos que. com rarissi- mas exceçíes. representam o que h,. de pior na cúpula do movimento sindical brasileiro. O. representan- te» da CONTEC. da Federação dos Jornalistas, da Federação dos Tra- balhadore.s na. Empregas Telenr,.- ficas e rio Sindicato dos Acronautas protestaram contra a manobra in- riecorosa. (Leia na 2' pagina). ASSEGURADA a votação pala Cama- ra Federal de projete da paridade, libertados ot lideres sindicais e Iraba- Ihadorei presos, cessada a intervenção policial nos sindicatos, e com o com* promisto do governo do desistir de qualquer punição aos grevistas, pagan- do inclusive os salários dos dias de greve, os 300 mil trabalhadores ferro- viários, marítimos e portuários de todo o pais, que se encontravam em greve desde terça-feira, decidiram suspender o seu movimento, regressando ao Iraba. Iho. A decisão foi tomada pela assem» bléia dos grevistas, realizada quinto* feira à noite na sede do sindicato dos metalúrgicos cariocas, com a participa- ção de mais de cinco mil trabalhado- res, e inclui um item pelo qual o «Co- mando de Greve» fica com poderei pa- ra decretar novamente a greve, caso a votação do projeto da paridade, encaminhada, náo seja concluída pelo Congresso, ou não seja sancionada rà- pidamente pelo presidente da Repúbli- ca, ou caio o governo deixe de cum- prir qualquer dos compromitsos que os- sumiu com os representantes grevistas. CALDA-SE assim por uma vitória essa extraordinária luta de massa» em- preendiàa peloi ferroviários, marítimos e portuários. Apoiados desde o primei- ro momento na solidariedade de toda a classe operária, os trabalhadores em greve souberam enfrentar e levar de vencida, com firmeza c energia, o vas- Ia campanha de provocações e violên- cias encetada pelo governo em por- ticulor, por esta espécie de chefete do fascismo indígena, Armando Falcão, que tem o titulo de ministro da Justiça no governo do sr. Kubitschek, e que agora aparece emparelhado com o ve- Iho policial e burocrata Alírio Coelho, guindado p»lo mesmo Kubitschek ao posto de ministro do Trabalho. Os gre- vistas, mantendo-se unidos e coesos, impuseram uma derrota ao ato do go- vêrno que declarou a greve «ilegal», lançando mão de um decreto da dita- dura, o famigerado 9.070. Derrotaram os planos do governo de intervir mili- tarmente nos sindicatos e nas empresas em greve e decretar o estado de sitio. Obtiveram n libertação de seus presos antes do término eín greve. E ainda ob- tiv-rnm, à última hora, a vitória sobre os 300 beleguins de Falcão, que pre- tendiam invadir a sede dos Metalúrgi. cos. A vitória dos ferroviários, mariti- mos e portuários foi uma vitória de to- do o operariado e de todo o movimento democrático. (Leia nas págs. 2, 3 e 8). Invasão de «abacaxis» americanos afoga cinema brasileiro f\ BRASIL, com pouco mais He 3 mil salas de cinema c um mercado de 300 milhões de ingressos, exibe anualmente móis de 500 filmes de pro- cedéncia norte-ameiicana. Essa ondci de filmes provocou o dumping no merrn- do de exibição, criando umn situação difícil para o produtoi nacional que, em virtude dos regalias concedidos pe- Io governo ó piorlucoo anierirona » pelo dominação que rslo exerce no mercado de exibição, não tem condi. cões de, nem ao menos concorrer com elo em igualdade de r.nnrlicóes. Tal situação, aliodo à falia rie amparo le- gal ao produtor de cinema brasileiro, alimenta o crise em que se debate a indústria do filme no Brasil, incapaz de. pelo menos tentar uma penetração em maior escala no seu próprio mercado de origem. A liquidação pelo governo dos privilégios concedidos ao filme ame- ncano, aliado a uma política correta dc ossistência a tão importante setor da vida nacional, são os remédios pnn- cipais para resolver a situação! (Re- portagem na pagina do 2; caderno),

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[Carne Vai Aumentar Porque frigoríficos íaníal no Governom ¦ ¦ S ¦ •- ¦;'^^3-í^ãyã^ ¦ Si

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ANO II Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 W 89

Diretor Executivo — Orlando Bomfim Jr. Diretor — Mário Alves Redator-Chefe — Fragmon Borges

Dois cadernos14 páginas

10CRUZEIROS

Carestia Leva a FoneAos Lares Brasileiros

____?„Reportagem na T pág.do 2' íocférno

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Dupla Vitória Dos Naritimos, Porfuér.oü e Ferroviários;

Garantia da Votação da aridadeDerrota da Ameaça de Estado de Sítio

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Confrafern/zacõoenfresaques e corfac/as

QIVIDINDO seu entusiasmo entre fMaracanãzinho e o ginásio Caio

Martins em Niterói, um público nume-roso tem comparecido todas as noitespara in.entivar os atletas brasileiros ede outros países que disputam o cam-

peonato mundial de volibol. A mani-festa;âo, que reúne representantes de10 países em sua fase final, constitui-te em verdadeira festa de confraterni-iac.ão entre desportistas do lado de cáa de lá do Atlântico, e também do Pa-cífico. Soviéticos, norts-americanos, ru-menos, fchecos, franceses, japoneses,venezuelanos, poloneses, húngaros ebrasileiros, homens e mulheres, os me-lhores volibolistas de cada país, dispu-Iam com ardor o título mundial dasduas categorias, dando após cada pré-lio, perdedores ou vencedores, magní-ficos exemplos de desportividade. Estáde parabéns a Confederação Brasilei-ra de Volibol, que proporcionou ao pú-blico brasileiro tão bela festa de con-

frat.rnuação e tantos espetáculos ma-ravilhosos de um esporte que ainda nãohavia conseguido atrair maiores aten-

çôes dos fãs do esporte. (Reportagemfltáfica na ò' página do ?.; caderno).

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f\ SENADOR John Kennedy foi eleitopresidenlo ria República dos Esta

dos Unidos, leccbendo mais de 33 miIhões dos volos de um eleitorado dequase 60. A vilóiia do candidato demo-crala constitui, piincipalmente levando-se em conta o falo do piesidente Eise-nhower ler participado cliietamente dacampanha em favor do sr. Nixon, a res-posto do povo norte-americano á poli-tien exteina do çiovérno, que culminou,em maio, quando o mundo esperavabons resultados rio fracassada confe-rendo de cúpula, com o vergonhoso alode espionagem do U-2. O eleitorado dosr. Kennedy, apesar cio seu programa d.política exlerioi coincidir em algumasquestões fundamentais com o do seuadversário, votou neste terreno pelaliquidação da orientação seguida porEisenhower e pelos homens do Pentá-gono, e sua vitória em Estados comoNew York, Califórnia e Illinois revelaque os setores mais democráticos da po-pulacão americana (os trabalhadoresda indústria e as minorias raciais) nãoaceitam mais a coniinuação de uma po-lilica de «beira do abismo», (Reporta-gem na 4* página do 2' caderno).

Vassoura c/e Jâniovarre lixo paradentro c/e casaANTES mesmo ria po"»'1 do sr." JAní. Quarlrns. <u.-, célebre vai-

«oura jA comrrnii ,i funcionai*, Efoi no sentido ri. acumular lixo»na direçÃn do$ nrqAns dc pcevldèn.cia social. Autoridades d" Mlnls-tírlo rio Tralnlho, rra conluio com ogovernador Carvilho Pinto e por-ta-vo.cs rio sr, Jânio Quadros, de-ram um polpe suin n,i% rleicoe_ rra-lizarias para n Deparí^menio Na-cion-i.l d. Previdência Soc',.1, Con-"¦eiiio Superior da Previdência So-ciai, SAMDU e SAPR, Utilizando-•«e de uma confedcraçío-fantas-ma. afastaram do pleito n< dele-gados-cleitorcs escolhidos pel k Fe-rieraçôes de Maritlmn,. PortuArio!e Estivadores, bem como o delf-qa-rio rio Sindicato Nacional dos Acro-viários. Com essa manobra, foram«eleitos» para a riireç,.o ria previ-ciência cidadãos que. com rarissi-mas exceçíes. representam o que h,.de pior na cúpula do movimentosindical brasileiro. O. representan-te» da CONTEC. da Federação dosJornalistas, da Federação dos Tra-balhadore.s na. Empregas Telenr,.-ficas e rio Sindicato dos Acronautasprotestaram contra a manobra in-riecorosa. (Leia na 2' pagina).

ASSEGURADA a votação pala Cama-ra Federal de projete da paridade,

libertados ot lideres sindicais e Iraba-Ihadorei presos, cessada a intervençãopolicial nos sindicatos, e com o com*promisto do governo do desistir dequalquer punição aos grevistas, pagan-do inclusive os salários dos dias degreve, os 300 mil trabalhadores ferro-viários, marítimos e portuários de todoo pais, que se encontravam em grevedesde terça-feira, decidiram suspendero seu movimento, regressando ao Iraba.Iho. A decisão foi tomada pela assem»bléia dos grevistas, realizada quinto*feira à noite na sede do sindicato dosmetalúrgicos cariocas, com a participa-ção de mais de cinco mil trabalhado-res, e inclui um item pelo qual o «Co-mando de Greve» fica com poderei pa-ra decretar novamente a greve, casoa votação do projeto da paridade, jáencaminhada, náo seja concluída peloCongresso, ou não seja sancionada rà-pidamente pelo presidente da Repúbli-ca, ou caio o governo deixe de cum-prir qualquer dos compromitsos que os-sumiu com os representantes grevistas.

CALDA-SE assim por uma vitória essaextraordinária luta de massa» em-

preendiàa peloi ferroviários, marítimose portuários. Apoiados desde o primei-ro momento na solidariedade de todaa classe operária, os trabalhadores emgreve souberam enfrentar e levar devencida, com firmeza c energia, o vas-Ia campanha de provocações e violên-cias encetada pelo governo — em por-ticulor, por esta espécie de chefete dofascismo indígena, Armando Falcão,que tem o titulo de ministro da Justiçano governo do sr. Kubitschek, e queagora aparece emparelhado com o ve-Iho policial e burocrata Alírio Coelho,guindado p»lo mesmo Kubitschek aoposto de ministro do Trabalho. Os gre-vistas, mantendo-se unidos e coesos,impuseram uma derrota ao ato do go-vêrno que declarou a greve «ilegal»,lançando mão de um decreto da dita-dura, o famigerado 9.070. Derrotaramos planos do governo de intervir mili-tarmente nos sindicatos e nas empresasem greve e decretar o estado de sitio.Obtiveram n libertação de seus presosantes do término eín greve. E ainda ob-tiv-rnm, à última hora, a vitória sobreos 300 beleguins de Falcão, que pre-tendiam invadir a sede dos Metalúrgi.cos. A vitória dos ferroviários, mariti-mos e portuários foi uma vitória de to-do o operariado e de todo o movimentodemocrático. (Leia nas págs. 2, 3 e 8).

Invasão de «abacaxis»americanos afogacinema brasileirof\ BRASIL, com pouco mais He 3 mil

salas de cinema c um mercadode 300 milhões de ingressos, exibeanualmente móis de 500 filmes de pro-cedéncia norte-ameiicana. Essa ondci defilmes provocou o dumping no merrn-do de exibição, criando umn situaçãodifícil para o produtoi nacional que,em virtude dos regalias concedidos pe-Io governo ó piorlucoo anierirona »pelo dominação que rslo exerce nomercado de exibição, não tem condi.cões de, nem ao menos concorrer comelo em igualdade de r.nnrlicóes. Talsituação, aliodo à falia rie amparo le-gal ao produtor de cinema brasileiro,alimenta o crise em que se debate aindústria do filme no Brasil, incapaz de.pelo menos tentar uma penetração emmaior escala no seu próprio mercadode origem. A liquidação pelo governodos privilégios concedidos ao filme ame-ncano, aliado a uma política corretadc ossistência a tão importante setorda vida nacional, são os remédios pnn-cipais para resolver a situação! (Re-portagem na 3» pagina do 2; caderno),

NOVOS %UMOS Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 —•

SÓ VOLTARÃO AO TRABALHO GANHANDO PARIDADE

Mil Trabalhadoresem Greve: ParadosPortos, Trens e NaviosK __ü?iBt'^' IS^71^IHHtt_PP4P_H_M_r_*nf^_l ^m *r Jy JL M _L J\ JL * _f ¦ „jwbh ..i'.; MinmiPMi| n s^^^i^V] . *-^m^| ___w__v_l IV í v^v/í ___! __T _^n( ¦• _nl f'_r r&M '¦ _h_T ¦-¦¦ ___. '¦^_fc - ¦ _^._r_w-:

iVirn_s_r>* ^]V1 i ^«;*»« A*' *• ^_-_-L_J ~*^_r____« Jí^^^ • ^E -K /** \ / Unlífí f%Yfe W* ^r ^* _i

EH**^H ^^^v 4P_HB__ vfl j|^ hH a_-í _l_* » _Kfl__r v*__B _Elil_l wÁl^K3l lijB^Br*' ____^É___ K_k. m^^Ti^BH B ^_K_9^^a _M Éi i ^B n_ V _9> ^t_i f^_W • ____r _^_H_. f^_cV^ErZ_^ Pwfln ^a^H ^V V_l _¦Vfíwv ^^ ____fl_____E____M _flfe_B^_F_*wi ^K ^^tàMfcfmm éJ* ______ L^« ^STmmmW^Êm 'mmü^L^^Êf^m^^^mm\t^ ítP-T _& _^^^__^_^_______i 1L "*-^*^^^'T^^ _L^^_L _r*'*»^^*^__R __>* _ ^____^^^_____. ¦* _B_^__Y_______________. _^^__B__f ^^^dl^^^^* ^_______P*'^^^^^^^^rI^HK _^_____flQ __¦ __SmÉ|_|^-*::í*^- :*-: '":-'__ _J*_________E?f HK_>T^Y* «L"^& J^^_9lf*Ni|^^BsÉ^Bt^--_^--i_----k t_Í_____F _L_|j______L '' S_Hhr_K_^_K <^.

™F" wf Hl n______i *B _~Tw- l__r~v __f' - ._ iiiE—il-f ~"*li^ ^1l———————*———[ _RJ__*^__I __<__Hr_l

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__P» "V J^_l _A * _/ ____[ ir ¦ Pl_r f^^ -a_^Rl_^K_l _h_M

«A greve é legal, a fome é que é ile-

gab. A palavra de ordem, o protestoantecipado contra a onda de violências

desencadeada pelas autoridades contra

marítimos, portuários e ferroviários,

avultou entre as centenas de carteies

conduzidos por mais de 20 mil traba-

lhadores das três categorias, na passea-ta que os levou à grande assembléia

realizada na noite do dia 7, no Teatro

João Caetano, quando foi decidida a

greve nacional pela paridade de venci-

menlos com os militares. A greve, de

âmbito nacional, paralisou totalmente

as atividades nos portos, nos navios das

companhias nacionais e em todas as fer-

rovias do governo Federal. Mais de 300

mil trabalhadores cruzaram os braços

para protestar contra a fome e a misé-

ria que invade os seus lares e só vol-

tarão ao trabalho quando a Câmara

aprovar o projeto de paridade, com a

emenda que os favorece.

Paridade contra

a carestia

Milhares de marítimos, portuários e ferroviários da Guanabara realizaram"icantesca manifestação de unidade e reafirmaram a disposição de acabar deuma vez por todas com o regime de fome em que vivem. Aprovaram por unani-muade a greve nacional pela paridade de vencimentos com os militares e con ra"miséria,

decididos a só terminá-la com a vitoria completa, com a satisfaçãode suas reivindicações.

0 governo é o culpado

O governo, que desde 29 de setem-

bro linha conhecimento oficial da decre-

tacão da greve para a zero hora do din

8, ciiravcs de comunicação que recebe-

ra dos lideres das três categorias, não

tomou nenhuma medida para encami-

nhar uma rápida solução à justa reivin-

dicação dos trabalhadores. Pelo contra-

rio, levou o descaso pela decisão de

marítimos, portuários e ferroviários a tal

ponto, que uma comissão de represen-

tantes das três categorias tentou duran-

te 17 dias um contato com o preslden-te da República, em Brasília, sem que o

conseguisse.

Agora, 37 dias após a decisão de

greve, e quando faltavam apenas ó ho-

ras para a deflagração do movimento,as autoridades governamentais, após

ameaçarem reprimir violentamente o

movimento grevista, resolveram, num úl-

timo esforço, impedi-lo, mandando à

assembléia do João Caetano o próprioministro do Trabalho, sr. Alírio Sales

Coelho, que de viva voi prometeu a

aprovação do projeto da paridade ain-

da esta semana. Uma retumbante vala,

a manifestação mais viva da desconti-

anca dos trabalhadores nas promessasdo governo, foi a resposta dos trabalha'

dores às declarações do ministro. Uma

outra, mais retumbante ainda, coroou

as declarações do ministro de que «a

greve era ilegal, e que todo o poder de

repressão do Estado seria lançado con-

tra os trabalhadores e contra aqueles

que com eles se solidarizassem». Depois

dq saída do sr. Alirio Sales Coelho, ma-

ritimos, portuários e ferroviários vota-

ram a favor da deflagração da grevea partir de zero hora.

A miséria

Falcão Comanda Violência:Dezenas de TrabalhadoresPresos na Guanabara

Cumprindo o que prometeram, as au-

toridades iniciaram, sob o comando do

ministro Armando Falcão, a onda de

violências contra os trabalhodres gre-vistas e seus lideres. Mais de 12 mil ha-

mens das polícias civil e militar foram

colocados de prontidão e, uma partedeles foi logo colocada em ação na

Guanabara. Logo depois de 22 horas

do dia 7 começou a caca aos trabalha-

dores. Às 24 horas, 12 viaturas chega-

vam à Polícia Central trazendo 82 pre-sos nos diversos sindicatos das catego-

rias em greve. Estes, depois de passarem

pela PC, foram conduzidos ao Alto da

Boa Vista, onde continuam detidos.

NotaSindical

O GolpeArticulado Contraa Previdência

Entre os trabalhadores presos às pri-meiras horas do dia 8, figuram JoséMonteiro da Silva, presidente do Sindi-cato dos Carpinteiros Navais; Temlsto-

cies Batista, presidente do Sindicato dosFerroviários; e José Ribeiro da Silva,

presidente do Sindicato dos Foguistas.

Aparato policialNumerosos contigentes da Policia Mi-

litar ocuparam .íos primeiros momentos

da greve as estações ferroviárias da

Guanabara, o Porto e a estação de bar-

cas no Rio e Niterói. Após o decreto

presidencial de intervenção nas ferro-

vias, no porto e nas companhias de na-

vegação, forças do Exército se movi-

mentaram para ocupar as instalações

das empresas atingidas pelo decreto.

No período da manhã do dia 8, tropas

do Exército já se movimentavam paro

proceder à ocupação.

Os dirigentes da CNTI, CNTC, CNTTT o CNTTMFA (esta c_a Gonfc-derne-o Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Huviais cAéreos, que ninguém conhece, mas dizem que existe) promoveram unias„nli,la manobra juntamente com os agentes do sr. Jânio Quadros c « com-pltu.pnela do ex-ministro Batista Ramos, o elegeram entre os seus paus--mandados os «representantes» dos trabalhadores junto ao DepartamentoNacional da Previdência Social, Conselho Superior da Previdência Social.sAIN e SAMDU.

Os tl-alegados-eleitores da Federação Nacional dos MarUimos Federa-çuu Nacional dos Kstivadores, Federação Nacional dos Portuários ç

do SIndi-calo Nacional dos Aerovlários, que anteriormente haviam recebido autorl-/ação do próprio Ministro do Trabalho para votar, tiveram cassado o seudireito devoo, O golpe, dado de surpresa para assegurar uma «vitória»tranqüila aos chamados «pelegõcs» ávidos de dinheiro c do posigteB ..Jnfluen-Its provocou a imediata reação dos representantes da Confederação dos Ba ¦curiós -Ia Federação dos -Jornalistas, do Sindicato d«s Acronautas c odelegado da Federação dos Trabalhadores nas Empresas Pctegráflcas, qu<denunciaram a farsa eleitoral, o esbulho da autentica representação dos tra-ualhadores <¦ se retiraram do colégio eleitoral.

Kmbora .ve mostrassem eufóricos com a promoção da farsa eleitoral ondepnderam distribuir, tranqüilamente, entre os seus ^^'^^Xlrservados aos representantes dos empregados no »>N^ <_M *• *'

, '

SAMDU, os gozadores da CNTI, CNTC, CNTTT e <*™*™\[;Xl^m ros instrumentos ,|e uma trama articulada no próprio Mi. is.cr ,, \» li--l„.lho «.„,,. a participação direta de emissários do U"v«na;lor («na u».,„ interferiu diretamente na questão, dando inicio ao propalado remado da«limpeza» na previdência social, varrendo o lixo pura ih-ntro <h> . asa.

' V! certo que iift) se pode negar motivos aos srs. I o Ia. d„ c ».vai.¦ .

Ari Campisla, Ang-lo 1'armigiannl. Slndulpho Pequeno e Al cdo N nes ptuase mintercm eufóricos diante daquele esbulho, que eles consideram uma Man-d • vitória d- sua liderança nos órgãos sindicais de ciipuiu.

Vitória para esses homens é sinônimo do golpe nas "™"^XTlrZpirações das massas trabalhadoras. A primeira tvl.lórie» da

_N WHu ção da trama contra a candidatura de Benedito Çerquelra,

a Iminls ud o.con .-..-ovado e autêntico lider dos operários da ndustria c a eleiç «".«'*¦«lugar, de homens de má reputação entre os rabalha.lores A .1 ória»CNTTT foi a eleição do desmoralizado Slndulpho para o Conselho FIsealdoSAMDU. A ...ais Importante «vitória», entretanto, foi a do st. Alfredo 1preiraNunes, presidente de uma entidade fantasma, que foi nleHo I»™ ?¦ ^'»•,-omo reprcacnlanle dos trabalhadores marítimos, aeronautas, esthailnws, por.iHários e aerovlários, sem que tivesse contado com ..... so voto desses tiflua-lhadores. . '

Mas o. trabalhadores, empenhados em ciegar os seis verdadeiros lu ¦-

res ou. pelo" menos os mais identificados com os seus interesses, para lnt£grarern os órgSos eoleglados dos IAPs, deram ...nu resposta arrafladora_aosa .roveitadores das cúpulas sindicais e elegera... os seu« próprio cami da os

para representá-los nas juntas de Julgamento e Revisão, onde as eleições forandiretas. Todos os dirigentes sindicais da Guanabara que permaneceram noIII Congresso Sindical Nacional, mantendo-se lieis aos interesses das '"sssast :.l)alha:lorns, entre os quais os lideres Plinio Alves e Admito Rodrigues (IAII)Francisco Alves dos Santos e Meçando Rachid (IAPTC), Lincoln Gomes Pe-1-é'rà (ÍAPB) e -lalme Corrêa da Silva (IAPC) foram eleitos paia as Juntas (19.lúgüiíentò e Revisão dos respectivos Institutos. Kssa fui a primeira respostad'!s trabalhadores que compreendem, cada vez mais, a necessidade de uniu po-llflca unitár-ui pela base, em torno dos seus reais interesses, pura desmascaraiv levar a darrota definitiva a todos aquelesque insistem em transformar as cúpulas sin-dicals e os demais cargos de representaçãoclassista em agnipamentos de goradores asvviço dos inbiiigos das massas assala-íiudiiá.

K Iy . YY XM'>:.YYY y Yfi'Yfi|l; -"Y ¦'"¦>fi': \^; ¦\V::\ :y\^Á' :;¦' YjYYY :YY,,y'.*Y:

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f*r ¦/!_¦.' 5 í_^_L—fòÉ_l w . __B _K_b___i'w

'¦fi ¦' -"XX X' -fmÊmBmm

As ameaços e as tentativas do go-vèrno de desviar a atenção da opinião

pública para as reais causas do movi-

mento que deixa de braços cruzados

mais de 300 mil trabalhadores em todo

o País são injustificadas. Ninguém des-

conhece a real situação de miséria a

que estão submetidos os trabalhadorescivis e autárquicos do País. Os benefí-

cios decorrentes do Plano de Classifica-

ção até hoje não foram concedidos ao

funcionalismo e aos trabalhadores au-

tárquicos, que continuam recebendo os

mesmos vencimentos de há dois anos

atrás. E, mesmo que o Plano de Classi-

ficação já estivesse sendo aplicado, os

trabalhadores enquadrados nos 7 pri-meiros níveis, que variam de 6 a 9 mil

cruzeiros, estariam ainda recebendo sa-

lários inferiores ao mínimo em vigor no

Estado da Guanabara (Cr$ 9.600,00).

O recebimento dos benefícios do Plonode Classificação, e a paridade de ven-

cimentos com os militares são a única

esperança que os trabalhadores têm,

nesse momento, para afastar.de seus lo-

res o flagelo da fome.

Nem se pode afirmar que a greve é

fruto do desespero. Apesar da situação

aflitiva que atravessam, os trabalhado-

res das três "categorias,

quando da as-

sembléia realizada na noite de 29 de

setembro no mesmo Teatro'João Caeta-

no, resolveram em respeito à situação

que atravessava o País, às vésperas do

pleito presidencial, decretar a greve pa-ra o dia 8 de novembro. A decisão vi-

sova também permitir ao governo um

prazo de tempo útil para a criação de

um clima propício oo entendimento com

os líderes das três categorias, vi-

sondo o uma solução que atendesse

aos interesses dos trabalhadores e

do País. E mais, a ratificação pos-terior da decisão de 20 de selem-

bro, em dezenas de assembléias rea-

lizodas por marítimos, portuários e fer-

rodoviários em todo o País, muitas das

quais presenciadas por autoridades fe-

derais, constilulram-se em advertência e

refletiram a decisão dos trabalhadores,

dispostos já a não postergar mais a so-

lução da questão. O governo tinha pie-no conhecimento da situação, foi adver-

tido em tempo útil mas nâo levou em

conta a atitude dos trabalhadores.

mando externo». Com isso, tenta fazef

crer despudoradamente, que a greve em

que estão empenhados marítimos, por<tuários e ferroviários não passa de

«pretexto para desencadear agitação

social que prejudica a tranqüilidade do;

povo e a paz da Nação»,

Solidariedadei

A greve, deflagrada a zero hora dw

dia 8, apesar das ameaças e do climade violência instaurado pelas autoridoWdes, foi precedida de um dos mais belos!e comoventes espetáculos que já se pre-senciaram no Estado da Guanabara.

Eram 17,45, precisamente, quandodespontaram na Praça Tiradentes milha-

res de marítimos conduzindo as bandei-ras dos seus sindicatos, tendo à frenteo Pavilhão Nacional, um grande cartaae ao clamor de paridade ou greve. Ao.

mesmo tempo, também penetravam no

praça milhares de portuários e ferroviá-jrios. Os dois grupos foram se aproxN

mando e fizeram junção em frente aa

Teatro João Caetano. O espoucar de

centenas de fogos encheu a praça. Os

trabalhadores das três categorias sa

confraternizaram sob uma onda de in-

tenso entusiasmo aplaudidos pela mul«

tidão que se encontrava no logradouro*

«A greve é legal, a fome é ilegal». O

grito de vitória anunciando que a deci-

são estava sendo tomada naquele mo-

mento.Durante a realização da assembléia,

compareceram ao Teatro João Caetano

dirigentes sindicais representantes de

inúmeras categorias profissionais, entre

as quais bancários, alfaiates, sapatei-

ros, carris urbanos e têxteis. Parlamen-

tares também estiveram presentes à ma-

nifestação, hipotecando sua solidarie-

dade aos trabalhadores.

Clima de provocação

Não podendo evitar a deflagraçãoda greve, tenta agora o governo criar

ambiente propício à repressão violenta

do movimento. No comando da mano-

bra está o ministro da Justiça, sr. Ar-

mando Falcão, conhecido golpista e fu-

rioso inimigo dos trabalhadores e das li-

herdades democráticas. Tentando jogarareia nos olhos do povo e arrastar se-

tores democráticos das Forças Armadas

e do governo para o golpe que preten-de aplicar nos direitos dos trabalhado-res, fêz divulgar uma nota oficial na

qual inscreve velhos chavões e tentaacenar velhos com o fantasma «das att-vidades subversivas, inspiradas em ideo-logias extremistas, e obedientes a co-

0 movimento

Cinqüenta e seis sindicatos em todo o

Brasil acompanham a ordem de grevoaprovada na assembléia do Rio de Jo-<

neiro. A paralisação, já no seu primeirodia era quase que total. Apesar dae

ameaças e do aparato lançado à rua.

pelas autoridades para intimidar os gre-vistas na Guanabara, estes começaram

a abandonar o trabalho horas antes do

momento determinado pela assembléia

para o inicio do movimento. Na Estrado

de Ferro Leopoldina, que serve aos bs-

tados do Rio de Janeiro, Minas Geraiv

Espírito Santo e Guanabara, o movi-

mento foi iniciado às 21,30 horas do

dia 7. No Porto do Rio, a atividade >:o-

meçou a decrescer depois das 16 horas.

A partir daquela hora os trabalhadorea

começaram a abandonar o local e u-

maram para o Teatro João Caetano, on-

de se realizava a assembléia. À IiO'Ui

já não havia mais movimento no cais. Os

marítimos que operam nas barcas quetransportam passageiros entre o Rio e

Niterói abandonaram o trabalho poucoantes de meia-noite e não retornaram

mais. Nesse setor, a greve no primeirodia era total. O serviço entre as duas

cidades estava sendo feito por barcosr\a Marinha de Guerra. Na Central do

Brasil, o ponto onde se concentrarammais forças policiais, os ferroviários co-

meçaram a abandonar o trabalho poucodepois da hora marcada para o inícioda greve. Durante o dia 8, o movimentode trens naquela ferrovia era insigni-ficante.

PresfesemMoscou

Viajou para Moscou, dia 2 últi-mo, onde foi assistir às solenida-des comemorativas do 43" aniver-sário da Revolução do Outubro, alíder comunista Luiz Carlos Pres-tes. Em sua companhia viajoutambém o jornalista e dirigentecomunista Joaquim Câmara Fer-reira.

São Paulo m Santos.Totali.ação

^Nilson Azevedo ,v"barca, soda marinha

O pessoal das barcas não esperou ze-ro hora: quinze minutos antes aban-donaram o trabalho. No dia soruinte¦i ereve no setor era total c os usuá-iios do serviço tiveram de se conten-tar com lanchas da marinha.

SÃO PAULO, 8 (da Sucursal) —

At.-idendo à deliberação da assem-bléia realizada na Guanabara, os fer-roviários da E. F. Sanlos-Jundiaí para-lisaram totalmente as atividades a par-tir da zero hora de hoje. O movimentono setor paulista da Central começouIc:jo depois da hora determinada parao início da greve e, nas primeiras horasda manhã de hoje, tinha se ampliadoalé provocar a paralisação total do tra-balho em toda a extensão da linha.

Na cidade de Snntos, além dos fer-rodoviários da EFSJ, portuários e maríti-mos cumpriram maciçamente a ordem

de* greve. Trinta navios estão parados*assim como os trabalhos no pórte

Mobilização da políciaO governador Carvalho Pinto, que;

durante todo o dia de ontem se man-<teve em contato com o ministro da Jus-tiça e o ministro do Trabalho, oídenou aprontidão rigorosa para a Polícia pau-lista. Na Capital e nas cidades ao lon-go da linha, tanto na Central como naSantos-Jundiaí, registra-se um forte po-

. liciamento. O porto de Santos foiocupado por destacamentos da rórçaPública do Estado,

iriMi _k_JÉl_M-iÉ--l-riin.iii iéé. '

i___r-_«i.c«i_---__..^...

•—- Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960

BRASÍLIANOVO& RUfoÓS

Deputados Apontam JComo Responsável PeParidade Até Sábado

!^

Brasília, 8 (rio Correspondente).*— Segundo tudo indica o projeto'de paridade de vencimentos entrecivis e militares deverá ser apro-vado no Senado provavelmente nosábado, ou então nos primeirosdias da próxima semana. O proje-,*o, que ontem recebeu parecer d isComissões da Câmara Federal,deverá ser aprovado na sessão vos-pertina de amanhã pelo plenáriodesta Casa, segundo promessa riolíder Abelardo Jurema.

O líder da Maioria, que desde oinicio do movimento paro

"listavinha articulando negociações nosentido de justificar a ação do Exc-cutivo c it\ própria maioria do Le-gislativo em relação aos aconteci-méritos, entabulou negociações com

o deputado João Agripino, lirlor daUDN, tentando conseguir a aj/io-vação do mesmo para o seu dese-jo de retirar a emenda ao projetoque favorecia ferroviários, miariti-mos e portuários. Por outro lado,segundo se sabia ontem em Brasi-lia, após ti eclosão da crise, o mi-nistro Falcão passou a ni ntercontacto permanente com o Minis-torio da Guerra e com destacadoselementos da oposição, tentandoorganizar cobertura pára as medi-das de repressão que planejaraaplicar contra os trabalhadores cmgreve. Os rumores sobre a rlccrc-tação do estado de sitio circulavaminsistentemente nos círculos politi-cos desta capital, e muitos espera-vam paia a tarde de ontem a clie-

pada, ao Congresso, da mensagempresidencial solicitando a medida.Até o fim da tarde esta não che-gnra, como também os resultadosria reunião ministerial que se rca-lizava na Guanabara.

Denúncias na CâmaraOs acontecimentos que culmina-

ram com a eclosão da greve foramo lema central da sessão de ontemda Câmara- O deputado AurélioViana, em longo discurso cohstan-temente aparteado, traçou o qua-dro da situação e responsabilizoufrontalmente o governo federalpela situação a que se chegara.Lendo em plenário o manifesto di-vulgado pelo comando ria greve no

Governo Escolhe o Caminhoda Provocação e do Ridículo

A opinião pública nacional temtido todos os motivos de apreen-são, quanto aos rumos por que seencaminha o governo, na atitudee nas medidas tomadas pelo sr.Kubitschek e seus ministros, emrelação â greve dos trabalhadores.•marítimos e ferroviários. Desde o¦Inicio do movimento a atitude do(governo se tem caracterizado pela

Íirovocaçâo, pelas tentativas de in-

imidação e por um espirito poli-cialesco ao puro «estilo Frondizi».

Essa atitude reacionária e pro-vocadora do governo se revela noipróprio processo de deflagraçãoda greve- Podendo evitá-la, desdeflue concedesse a paridade tantasvezes prometida aos funcionáriose trabalhadores em autarquias, ojpovérno pareceu estimular o mo-vimento. Deu corda solta a todases manobras de sabotagem ao pro-Beto de lei, no Congresso, o adiou(sucessivamente a data prometida•de aprovação do projeto, emboraconhecendo a situação aflitiva a«pie a vaga de carestia levou agrande massa de trabalhadores e•assalariados.

Ao invés de empenhar-se pelafeprovação da paridade, que teria«vitado a greve, o sr. Kubitschek;tmidou o seu ministro do Trabalho,para facilitar a repressão policial à.greve. O sr. Batista Ramos, queera um ministro vinculado a inte-rèsses políticos sensíveis à pressãodos trabalhadores, não serviu maispara os planos do presidente da'República;

para executá-los, êlecolocou na Pasta o velho policiale elemento de confiança do patro-rato e da reação no Ministério doTrabalho, Alyrio Coelho, cujo com-pleto desligamento da política par-lidaria é um fator de eficiência nopapel de agente de repressão quelhe foi reservado pelo governo.

A primeira intervenção do sr.Alyrio Coelho como Ministro já éprova suficiente do caráter policialp provocativo tle sua missão no go-vèrno: as calúnias e ameaças quedirigiu aos trabalhadores, na as-semblcia do Teatro João Caetano,representaram uma verdadeira ins-tigação â greve, pois os trabalha-dores ficaram diante da única ai-temativa de ceder à brutal intimi-daçâo, ou ir para a greve por tem-po indeterminado.

A própria nota oficial do govér-no, decretando a «ilegalidade» dagreve, foi outro ato de provocaçãoe intolerável intimidação O govór-no não apresentou ' argumentoalgum para que a greve fosse con-siderada ilegal — uma greve abso-lutamente pacifica, programadacom muitas semanas de antecedên-cia, cm torno de uma reivindica-ção cuja legitimidade foi reconhe-cida pelo próprio governo. Umagreve, portanto, estritamente den-tro do principio constitucional queassegura aos trabalhadores o di-reito de recorrerem a ela.

O documento oficial não se limi-tou, entretanto, à absurda afirma-ção de ilegalidade. Numa provoca-ção onde não se sabe o que é maior,se o ridículo ou a falta de respeitopara com o povo, a nota do gover-no pretendeu lançar sobre a grevea suspeita de que fosse «dirigidado exterior». O Chefe de Policia,em entrevista a imprensa, fome-ceu o único argumento sobre oqual se baseia a «suspeita> do go-vérno: a quase coincidência de da-tas, entre o aniversário da Revo-lução Russa (7 de novembro) e oinicio da greve (8 de novembro).

í; quase incrível que um govér-no, que pretende não ser de opere-ta, possa afirmar ta manha tolice.

Com . base em seu argumento,também o Congresso Nacional dosBanqueiros — este por maior ra-záo, pois foi instalado efetivamen-te na mesma data da RevoluçãoRussa — em realização no Rio,também visou a «comemorar»aquela vitória da classe operáriarussa, Da mesma forma que aenorme «seresta^, promovida pelo«Festival do Rio» na noite do dia7 — e precisamente no Largo daCarioca, palco tradicional de mui-tas lutas dos trabalhadores e dopovo guanabarino! Ou será que ostrabalhadores estão proibidos desair de casa, nos primeiros quinzedias de novembro?

Sejam quais forem as suas últi-mas intenções, o sr. Kubitschek eseus mandados parecem decididosa não temer nem o ridículo, nem aviolação das liberdades democráti-cas. Promovem prisões em massade lideres sindicais, ameaçam como estado de sitio, com a interven-ção nos sindicatos, com a mobili-zaçáo militar dos trabalhadores. Eé significativo que eles se apoiem,para isso, num decreto da ditadu-ra, que a Constituição de 46 tornouilegal — o famigerado 9.070. Masa atitude corajosa e firme dos tra-balhadores marítimos e ferrovia-rios de todo o pais, que souberamenfrentar com serenidade e brioessa onde de provocações, é umindicio claro de que a classe ope-rária e o povo brasileiro não sedeixarão vencer pela política rca-rionária e policialesca adotada pelogoverno e, muito ao contrário, sa-beráo defender os seus legítimosdireitos que, nesta hora, traduzemos interesses de toda a Nação,pela preservação do regime e pelorespeito às liberdades democráticas

Fora de Rumo Paulo Motta tima

i Cedendo a imposições de selo-res reacionários de seu governo, nsr. Kubitschek lançou a excumu-nhão maior sobre a greve dos ma-ritimos, portuários e ferroviários.Representantes dos .Ministériosda Justiça, da Guerra, da Mari-nha c da Aeronáutica, depois devasta especulação cxcgctica, che-garam ã douta conclusão de que,reivindicando a paridade de ven-cimentos de civis c militares e,tentando alertar o Congresso, pormeio da greve, os marítimos, por-tuários c ferroviários ameaçavam aprópria estabilidade do regimeIsso foi expresso em nota oficial,ao mesmo tempo ridícula e provo-cativa.

—oOo—

As manobras repressivas riasJsetores reacionários do governo,alem de antidemocráticas, desmo-ralizam o próprio poder público,o próprio Estaxlo. como instituição.Vão mais lonac, essas manobras:conduzem as forças armadas a as-sumir o panei antipático rie impo-dlr, pela violência e usando armasque lhes são confiadas para outrosfins. que os servidores civis lutem,

que dispõem,: seus venci-

".¦;h',í'o os meios depeia equiparação di

mentos aos dos militares, quandose sabe que a carestia não faz dis-tinçoes, quando se sabe que as la-belas de preços, nos armazéns, qul-tandas e fciras-llvrcs, subindo semparar, atingem igualmente o bòl-so de cidadãos de qualquer cate-gorla.

—oOo—

Tudo na vida, porém, apresen-ta lados positivos. Até a fragllida-de de espirito de homens da cate-goria do sr Juseelino Kubitschek,sempre incünatios a ceder a influ-encias, exirencias e pressões. Semter a menor idéia do que estavafazendo, o risonho JK das aventu-ms lisboetas, demonstrou, ao ex-comungar a greve dos marítimos,portuários c ferroviários, que nãopode haver senão liberdade rclati-va (náo raro substituída pela su-pressão pura c simples da liberda-dei, onde exista a exploração deuma classe por outra. Com efeito,podem alguns propagandistas voei-ferar à vontade sobre as excclcn-cias da democracia do chamado"mundo livre". Certas horas entre-tanto, o que se ve é que a contra-fIição existente onde há exploraçãodo homem pelo homem, suprime,de luto, por vários modos as lihcr-dades democráticas, passando por

cima das constituições. Assim, emregimes do tipo do que temos noBrasil, as liberdades em muitos ra-sos sáo meramente formais, en-quanto que a dominação dr umaclasse sobre outra, representa acrua realidade

—oüo-

Rrgimrlo a decisão macarlistario governo a respeito da greve pe-Ia paridade de vencimentos, osgrevistas assumiriam atitude sub-ver.siva mediante a paralisação dotrabalho, Acontece, porém, que ;igreve é sempre uma atitude de lu-ta, é sempre um ato de não con-formlsmo, cm nosso caso legal egarantido pela Constituição. As-sim, na pratica, subversiva é a de-cisão do governo ao violentar e su-primir o direito que assiste aqualquer categoria de trabalhado-res de recorrer á greve E mais"subversiva" ainda e essa decisão,do ponto de vista do macarüsmoporque aponta as própria.-; massas,o caminho a seguir: o da luta or-ganizada em rirfesa tio respeito àConstituição, que o vnaçartismo põeem perigo.

•lia 1 último, mostrou que trabalha-dores que se dirigiam daquela ma-neira as autoridades e ao povo náopretendiam praticar ilegalidade enem coagir os parlamentares.

Respondendo a um aparte dolíder da Maioria, que tentou jltsti-ficar a ação cio governo c o retar-dampnlo da discussão du projetona Câmara Federal, o deputado'Aurélio Viana afirmou que os uni-cos responsáveis pelo que agorasucedia eram as autoridades ívdr-rais- Acusou o ministro da Justi-ca, o ministro do Trabalho o ochefe de Policia de, com suasameaças o pela aplicação de melo-dos violentos, terem transformadouma greve de advertência num mo-vimento dessas proporções.

Solidariedade do PTB

Km aparte ao discurso do pari.montar alagoano, o deputado ArturVirgílio, líder do PTB na Câmara,manifestou o ponto de vista oficialda banca tia do seu partido a res-peito dos acontecimentos.

Disse o deputado petebisla queseu partido entendia não ter havi-do ofensa por parte dos trabalha-dores quando decretaram a greve.Estavam usando um seu direito,revoltados com a forma pela qualestavam sendo tratadas as suasreivindicações. Após solidarizar-secom os trabalhadores em greve,declarou que o PTB não concorria-va e repudiava os métodos policiaisadotados pelo ministro ria Justiçacontra os trabalhadores.

Acrescentou ainda que o PTBnão concordará com qualquer me-diria de exceção que venha serpretendida do Congresso.

Durante a sessão da Câmara, odeputado Menezes Cortes anuncioua retirada do seu substitutivo aoprojeto de paridade.

Delegação de grevistas

Os dois representantes dos tra-balhadores em greve que se encon-tram nesta capital, srs. NelsonMendonça e Geraldo Matos, man-tiveram contacto com os deputa-dos federais, ocasião em que de-nunciaram veementemente as vio-lências policiais e a prisão de ira-balhadores na Guanabara-

Mantiveram uma longa entre-vista com o deputado Abelardo .lu-rema, que lhes pediu intercedessemjunto aos trabalhadores em grevepara que o movimento cessasse»após a aprovação na Câmara doprojeto. Os líderes sindicais fizeramentão sentir ao líder da maioriaque a batalha só terminará quan-do o projeto for aprovado pelo Se-nado e mais. que só poderão levaro pedido à assembléia finando tive-rem, do governo, a promessa de li-bertaçáo de todos os presos, o can-celarriento dos processos de demis-são dos trabalhadores em greve, oo cancelamento de todas as amea-ças e medidas de violação das liber-dades democráticas, como a inler-venção nos sindicatos, a mobiliza-

Ção militar dos trabalhadores, ele.

irreiado Fim de Governo

A permanência do sr. l'io Correia mi chefia d,j Depniiamenlo Políticode Itamnrali é um rios «segredos» que ihaream este rim de governo do sr.Kiibilsejieli Ap»reti(i>iiieufv, Iratu-se de um mero hurnerulii, sem apoios no'lilicos e ...in vinciilaçõcs ruiu grupos econômicos que o lornassoni figurapreciosu nos olhos do Presidente du República, p a quem, por issM mésinoii sr. Kubitsciieh não poderia hesitar cm demitir, anto a menor dificuldade!que causasse no seu governo.

(• que se vê, entretanto, é que o governo está pagando sem aparentarqualquer queixa ou Irritação; os pesados ônus políticos da orientação fas-eislti e desastrada que o sr, Pio Correia está imprimindo ao Ministério doF.xlerior. onde êle agi- como si- tivesse .poslri no bolso o próprio ministrol.afer i' fosse, mi rcalklarir, o titular ria Puslii. Km poucos meses, o sr. Pio( orreia jii-foi alvo de duas campanhas cerradas du imprensa — campanhas

que tiveram curso inclusive em órgãos da imprensii «sadia», como o«Correio riu Manhã e o «Jornal rio Brasil ; em umbus as ocusiões, no en-lauto, a couraça riu indiferença e do silencio rio sr. Kuhltschçk o deixarama salvo rias criticas,

Primeiro, foi <> caso rins .\isins nos passaportes de cubanos. O sr.Pio (dn-eia pretendia que só ele, como cliefç do Departamento Político darua Larga, lerla ituloriz.ação para permitir, ou não, a vinda de qualquercubano ao nosso uni-. A discriminação contra Cuba era lão evidente que,alarmado pela grila da imprensa ,o sr. Kiibii.sehel; viu-se obrigado a in-Jervir pessoalmente, pura anular a circular distribuída pelo Itamaraliàs Kiuhuixiulus no exterior- Mus ficou nisso a «intervenção enérgica» do pre-sidente, contra o funcionário 4ue tentara usurpar as suas funções.

Agora, e n caso rins delegados argelinos. O sr- Pio Correia sai desseepisódio completamente desmoralizado e aviltado. Ficou fartamente provado,pela imprensa, que ele. alem de portaivsç como um agente descarado docolonialismo francês, é mu mentiroso vulgar.

O si-. Pio Correia mentiu, .eom eleito, ao afirmai', pura a imprensa, que-liada tinha a ver com u Icntativa policial de barrar a entrada no pais aosdelegados rio Governo Provisório Argelino. Alguns jornais inclusive pulili-curam trechos Inleiros de seu memorial «secreto e urgente» ao Chefe de Po-Meia. pedindo-lhe, em nome do Humariili; "<|iii- v. excla, impeça, mesmo comlorçu policial, o desembarque dessa missão .

Mesmo a imprensa de aluguel já acha que «assim também é demais».O sr. Pio Carreia não guarda nem ns aparências e Ia/, com que o governobrasileiro, em sua política externa, surja como um incondicional cnuriutárlorio qiiie. há de pior no imperialismo e ni 'reação mundial — seja a deWashington, seja a tle Londres, mi ii do Parisi O governo brasileiro é oúnico em todo o mundo que opôs qualquer dificuldade u missão de hoa vou-tilde dos delegados iii-g riinos, e essa triste notoriedade é incômoda, mesmoparu a imprensa «sadia .

Não é entretanto difícil explicar porque o sr. Kubitschek mantém essapeça iiparciitemcnio.desgastatla e facilmente substlluivel de seu governo, quec o sr. Pio Correia, O chefe do Depurlamenlo Político do Itamarali é apenasum . iiilieiu quente», que às vé/.-s r- einábll , mus em lodo o resto élo wsenquadra perfeitamente mi máquina que comanda a política externa dogoverno.

i-. 1 <- não e mais reacionário, ou mais fanático rio colonialismo do queos outros, per exemplo, do que os responsáveis pelo Conselho rie SegurançaNacional, que acabam «le velar u vinda ao Brasil de um conjunto folclóricorie «hullol» soviético, sob a alegação ridícula e incrível de que as estréiasi- astros rio «Bolshol , quando aqui vieram desempenharam «alividhdes tleespionagem», K sita atitude em relação aos argelinos em nadu difere daque tem nricnlarin os velos ria delegação brasileira na ONU, sist-mátieamen-te contrários ao povo cubano e lavorável aos impcrialista.s norte-americanos,embora a imprensa sadiu >, neste caso, nada ache de diaer.

Mais gravi ulmlu ê o fato de que as atitudes condenudas «Io sr Pio(orreia em pouco ou nada diferem, quanto aos princípios q»rr. u ditam, datomaria agora pelo sr. Armando Falcão, frei).O- ú greve ri"s trahalharinrcs marítimos eferroviários. lilás upeiias realçam e dão coresmais vivas ao festival dê reação e eittreguis-mo cum que o sr. KuhitschcU, com todo o seugoverno, parece quer-rr terminai o seu mau-dato.

_ISí«-^óto Ar<ína

Estudantes e Povo SoüdáriosCom a Revolução Cubana

Os estudantes tio Rio, tendo aUNE à sita frente, demonstraram,mais uma ve/,, o apoio tia ntocida-de brasileira à obra revolucionariade Firirl (astro. Realizaram, nd(lia ¦>, uni ato de solidariedade aCuba, que se caracterizo ti pelo seucaráter educativo e pitoresco- Istose refletiu nas lai.vas, nas músicascantadas durante a passeata c,finalmente, na peça Pátria miMorte, escrita por Oduvaldo VianaFilho.

A palavra-dc-ordcm mais envidadurante toda a manifestação foi«Cuba. sim, ianques não... Os car-Ia/.cs visaram principalmente adesmascarar o malabarismo da«geiltfl liem» do itamarati, os Pio.Correia, os l.afcr, etc. Dois carta-/es eram, nesse sentido, bem ex-pressivos. Fm sobre Lafor: ao ladodos dizeres «Lafrr, a voz do dono»,o desenho tle um megafone antigousado conto marca registrada 'leuma firma americana. Outro sobren diplomata Pio Correia que dizia"Cuba Libre, para mim, só noSacha's».

Com a representação tia peca ileOduvaldo Viana Filho (que pulili-careinos na íntegra mi próximonúmero de Novos Rumos), nas es.eadurias do Municipal, foi encor*rada a manifestação estudantil.

Plebiscito preparoua manifestação

Durante a preparação da passeataa UNJS organizou, um inquérito, afim de testar o estado de espiritodos estudantes em relação à revo-lução cubana. Cerca de 3.000questionários contendo várias per-guntas foram distribuídos pelaI1NE nos Refeitórios da Faculda-de de Medicina, no Pentágono o noCalaliouço a fim de serem respondi-das pelos estudantes mie aí, diá-riamente, Ia/cm suas refeições. Asrespostas foram dadas no decorrerdo dia I último. Somente agoracomeçam a ser apurados o selecio-nados os resultados obtidos naque-le original plebiscito estudantil.

Na Faculdade de Medicina, 08estudantes mesclaram às respostasnovas perguntas e respostas rela-cuinadas eom as mais diferentesreivindicações estudantis, difietil-(ando desse modo os objetivos que.se tinha em vista apurar -lá no Ca-labotiço, as coisas correram melhor.Vs perguntas foram devidamenterespondidas havendo um proniin-ciumento cm massa a favor da re-volução em Cuba e contra a inler-venção nesse país, Os resultados do['ontngoim aíé agora não chegaram

a sede da UNE.O plebiscito constituiu um itu-

portanto elemento de mobilizaçãopara a manifestação do dia I.

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Batedoresabrem caminho

Os estudantes, resolveram não levar riu conta ,i delrrininaçào arbitrária riochefe rie policia que proibia ;i cxitiíção de cartazes ¦:niv as demonstraçõesdo dia '1. ()•- carta ¦• foram um du?; piint"s ;»H ¦¦ \ cala, que, nem porIsso, deixou de ter .i [rente o.s batedores rio Serviço -de Trânsito, luto Inéditoe pilnri >i o.

— 4 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960

DEPUTADO LUCIAMO LEPERA:"O Projeto de Carvalho PintoNada Tem de Reforma Agrária"

O deitado Luciano Up.ra pro-nvnci.u longo dlieuno na AssembléiaLegislativa d. São Paulo examinando• pro|.to dt «revisão agrária» do tr.

Carvalha Wn»o, considerando-o dema-

goglca, dtstlnado a influenciar a» mas-

sa. populares • s.m n.nhuma idanti-

dada com es mais interesses dos cam-

ponasas. A sagulr, adiantou qu. s.m

nenhum radicalismo, axaminara a pro-

pesitura a considerara, como o fixara

tombem a Secretario da Agricultura,

a InietatWe do governador uma simples

revisão tributária e não, propriamente,um estatuto de reforma agrária, tão

necessário ao país. Apesar disso, con-

siderava Importante que já se diseutrt-

se a questão agrária na AssembléiaLegislativa de São Paulo e que gover-nadores de outros Estados estivessem

anunciando medidas no mesmo senti-

do, do caráter legislativo. Isso seria,

ae seu ver, o aspecto historicamente

progressista da iniciativa, pois ela co-

locava na ordem do dia, nas casas

parlamentares, uma questão da maior

importância para o progresso do

Brasil.Depois de outras considerações,

na sua maioria do denúncia da situa-

São do miséria das massas campone-

sas d* São Paulo, Luciano Lepera re-

feriu-se a uma série de emendas de sua

autoria . de iniciativa de outros par-lamentara» eom o sentido de dar ao

proieto governamental um conteúdo

mais em consonância com a realidade

brasileira, finalmente, o combativo

parlamentar de Ribeirão Preto apresen-

tou è Cata um substitutivo ao proje-to da sr. Carvalho Pinto, nos seguin-

tes termos:

Substitutivo ao Projeto delei n. 154-60

Artigo 1 ° — O Estado incentivaráe facilitará a aquisiàço e a exploraçãocconòmlc* da pequena propriedade ru-ral, nos termos desta lei.

Parágrafo único — Considera-sepequena propriedade rural a que pos-suir área nao excedente a 50 (cln-qüenta) hectares, destinada a expio-lacão direta pelo agricultor ou criador.

Artigo 2.° — Para efetivação dodisposto no artigo anterior, fica o Po-der Executivo autorizado a:

— promover o aproveitamentode terras de propriedade do Estado,mediante lotearaento;

II — desapropriar, para fins deloteamento, terras cultiváveis, nao çul-tivadas ou pouco cultivadas, localiza-das de preferencia nas regiões demaior densidade demográfica e dota-das de melhores vias de comunicação;

nr — adquirir, mediante comprao* doação, terras cujas caracteristi-eas • situação justifiquem o seu apro-foâtamento para os fins desta lei.

Parágrafo único - O loteamentoDce-lsto neste artigo será feito em_t»m Báo superiores a 250 (duientose clnaüenta) hectares, no prazo de 2in«a contar da data da P«»nulga-oio desta lei no caso do item I. • ae2(dols) anos a contar da data dadesapropriação ou aquisição, no casofc£gV-5- desapropriaçõesda quetrata a presente lei incidirãopreterentemente sobre as Urras quenlo cumpram sua função social, na"*?_.

^ropriedades^agrícolascem qualquer área ou produtividade,SrteSw a firmas ou consórciosestrangeiros, que remetam lucros ou dl-videndos para o exterior;

n — ai propriedades exploradasDor arrendatários;

m — as propriedades exploradase cultivadas sem a orientação tecni-c« e racional, oficializada, Qiiepnn:

a) medidas conservaclonistas dosolo'

b) aplicação de adubos e eorre-cão física do solo;

c) emprego da sementes seleclo-***d):

práticas de cultura racionalda modo a obter maior produção porárea cultivada;

IV — as terras destinadas ao pas-toreio em que na invernada não sejamcultivadas plantas foragelras (aliara,trevo e legumlnosas) em associaçãocom as gramíneas, devidamente adu-badas com práticas conservaclonistasAm. gO lO *

-1 as propriedades em que o pro-prietário não seja residente nas mes-""'"Artigo

4.° — O Poder Executivoestabelecerá os planos de loteamentoe venda das terras. __««,.

5 í.o — Em cada lote será cons-truída uma casa de residência de ai-venaria e coberta de telhas, com ummínimo de espaço e conforto para ra-millas, pequenas, médias e grandes,instalações sanitárias e sempre quepossível dispondo de energia elétricae água encanada, bem como se edlfl-carao benfeitorias básicas, conformeo plano oficial de aproveitamento,como cèras, estábulos, pocilgas, gall-nhelros e paióis;

I 2.o _ nos loteamentos serão re-serradas áreas para _

I — campos de produção de se-mentes e mudas e demonstração;

li — reflorestamento, formação deparques florestais e abrigos para afauna silvestre;

III — localização de colônias-esco-Ia, armazéns e silos, postos agro-pe-cuárlos, cooperativas, clubes culturaise recreativos, templos religiosos, cam-pos esportivos, ambulatórios médicos edentários e outras obras públicas esociais.

Artigo 5.° — A venda dos lotespoderá ser feita á vista ou a prazo,este não superior a 20 (vinte) anos.

Artigo 6.° — O preço para a ven-das dos loteamentos feitos com as ter-ras de propriedade do Estado ou poreste adquiridas por doação, nos tér-mos do artigo 2.° desta lei, será equl-valente a 10% (dez por cento) do va-lor médio da terra na região, mais asdespesas com os serviços de loteamen-to e outras melhorias realizadas peloEstado.

Parágrafo único — Para a aquisi-ção destes lotei fica estabelecida aprioridade absoluta para os preten-dentes que preencham as condiçõesestabelecidas no item I do artigo 13desta lei e que possuam filhos me-nores.

Artigo 7.° — O preço para a ven-da dos loteamentos feitos com as ter-ras desapropriadas ou adquiridas me-diante compra, pelo Estado, nos têr-mos do artigo 2.° desta lei, será equi-valente ao valor declarado para finsfiscais, no corrente ano, mais as ben-reitorias existentes no imóvel' e melho-ramentos introduzidos no loteamento.

Artigo 8.° — Nas vendas a pra-zo, o pagamento do preço será feitoem prestações anuais, pela forma se-gulnte:

— a primeira prestação até o fimdo primeiro ano agrícola;

II — as demais prestações, no fimdos anos agrícolas subsequentes, até aúltima.

I l.o — As prestações serão cal-culadas de tal forma que o adqui-rente pague, nos primeiros 5 (cinco)anos, 20% (vinte por cento) do pre-ço; nos 10 (dez) anos seguintes, 50%(cinqüenta por cento) do preço e nosúltimos 5 (cinco) anos, 30% (trintapor cento) do preço.

5 2.° — Nos casos em que a ven-da a prazo fór por período Inferior a20 (vinte) anos, as prestações serãocalculadas obedecendo ao critério es-tabelecido no parágrafo anterior.

5 3. ° — O ano agrícola contar-se-áde 1.° de setembro a 31 de agosto doano seguinte.

5 4.0 _ as prestações serão acres-cldas de Juros, calculados a taxa de4% (quatro por cento) sobre o saldodevedor.

5 5.° — As prestações em atrasoficam sujeitas à multa de 5% — (cln-co por cento) sobre o respectivo va-lor, excetuados os atrasos motivados:oi calamidades naturais.

I 6.° — Vencidas e não pagas 3(três) prestações consecutivas, far-se-áa devida notificação ao adqulrentepara a rescisão do contrato, resUtuln-do-se o que houver pago, previamentededuiida, a titulo de aluguel pela pos-se do Imóvel, a Importância fixada emregulamento. As benfeitorias conslde-rar-se-ão Incorporadas ao imóvel, sen-do o adqulrente Indenizado pelo custodas mesmas.

I 7 o _ o disposto no parágrafoanterior não se aplica aos casos nosquais os motivos do atraso foram cau-sados por calamidades naturais.

Artigo ().° — Os contratos de aqui-sicão de lotes outorgados pelo Estadoficam isentos de imposto sobre trans-missão de propriedade Imobiliária"lnter-vivos", selos, custas e emulu-mentos.

Artigo 10 — Os contratos de ven-da ou de promessa de venda dos lo-tes ficam subordinados às seguintescondições resolutlvas :

— ser lnielada, no prazo de «(seis) meses da data do contrato, aexploração do Imóvel;

II — residir o adqulrente com suafamília, no lote, pelo pra«o mínimo de5 iclnco) anos e explorá-lo dlreUmcn-te, podendo, quando necessário parasuprir as deficiências do trabalho fa-mlllar, contratar assalariados;

III — apresentar no fim de 3(três) anca o lote raciomhnente e in-tensivamenUi explorado, segundo nor-mas fixada* pela Secretaria da Ari-cultura. _,__¦_¦-_

Parágrafo único — Será de «(seis) meses, contados da data docontrato, o prazo para o adquirente ins-talar-se no imóvel, nele fixando resi-dêncla. . ,_. . .

Artigo 11 — Resolvido o contratopelo inadlmplemento de qualquer dascondições estabelecida» no artigo an-terlor, restltulr-se-á ao adqulrente oque houver pago, previamente deduti-da, a titulo de aluguel pela posse doimóvel, a importância fixada em re-gulamento. As benfeitorias feitas con-slderar-se-ão incorporada! ao Imóvel,indenlsando-se o adquirente pelo custodas mesmas. ;« '"_

Parágrafo único — Mo calculo do"quantum" a ser restltuido não secomputarão os juros e multas pagospelo adquirente.

Artigo 12 — Os lotes somente po-derão ser vendidos a pessoas que nãopossuam imóvel rural, no próprio no-me, no do cônjuge ou de filhos me-nores. -''_-¦

Artigo 13 — Terão preferenciapara a aquliição de lotes, sucessiva-mente: ,, ..

— os que se dedicam a atlvida-des agrícolas ou de criação na con-dlção de arrendatários, parceiros ouassalariados;

II — os que possuam propriedadesde área inferior a 50 (cinqüenta) hec-tares;

III — os diplomados em cursostécnicos de agronomia, de qualquer&XAU*

IV — os que tenham completadopelo menos um ano em escolas deagricultura, Inclusive como assala-rittdos; , _,_,'»_•

— os que a qualquer titulo te-nham prática de trabalhos agrícolasou de criação;

VI — os que desejem lnlclar-se ematividades agrícolas;

VII — os que tenham Integrado aForça Expedicionária Brasileira.

Parágrafo único — Em cada cias-se terão preferência os chefes de fa-mUlas mais numerosas.

Artigo 14 — Os adqulrentes de lo-tes só poderão aliená-los, arrendá-los,ou por qualquer forma ceder, no todoou em parte, o seu uso, depois de de-corridos 5 (cinco) anos da celebraçãodo contrato, mediante autorização daautoridade competente.

Artigo 15 — 0 fraclonamento doslotes somente será permitido em casosexcepcionais e a juízo da ComissãoEstadual de Reforma Agrária.

Artigo 18 — A extração de ma-delras e subprodutos de árvores exls-tentes no lote, dependerá de préviaautorização da Comissão Estadual deReforma Agrária.

Artigo 17 — Anualmente serãoconferidos prêmios aos adqulrentes delotes que apresentarem melhor índicede aproveitamento, segundo as normastécnicas fixadas pela Secretaria daAgricultura.

Artigo 18 — Os adquirentes delote e os possuidores de propriedadesrurais de área não superior a 50 (cin-qüenta) hectares, terão preferência;

I — na obtenção de crédito emcstabclficJmentos oficiais do Estado,

para custeio de suas atividades agri-colas; .

II — na execução dos serviços deconservação do solo, drenagem, açu-dagem e irrigação, realizados pela Se-cretarla da Agricultura.

Artigo 19 — Será organizada umacooperativa agrícola mista para cadagrupo de lotes de terras compreen-dendo 1 (hum) mil alqueires, destina-das à venda da produção agrícola,aquisição de máquinas e outras atlvi-dades afins.

Artigo 20 — Ficam criados os Pos-tos de Preparo Mecânico do Solo, su-bordlnados ã Divisão de FomentoAgrícola da Secretaria da Agricultura.

§ l.o — Os Postos serão localiza-dos em todos os municípios onde hajaCasa da Lavoura ou em convênio comas Prefeituras Municipais.

§ 2.° — A assistência técnica e afiscalização serão feitas pelo Agròno-mo Regional, o qual fará um levanta-mento de todas as áreas a serem cul-tivadas.

| 3° — Os Postos atenderão prio-rltàrlamente aos arrendatários, meei-ros e proprietários de áreas não supe-riores a 30 (trinta) alqueires.

I 4.0 _ como incentivo ao aumen-to da produção de gêneros allmenti-cios será cobrado unicamente 50%(cinqüenta por cento) do custo dosserviços prestados pelos Postos emtais áreas, podendo a referida impor-tàncla ser financiada pelos estabele-cimentos oficiais do Estado.

g 5.0 _ Junto a cada Posto pré--criado será mantido um serviço defornecimento gratuito de sementes se-lecionadas.

Artigo 21 — Para a efetivação dasmedidas previstas nos itens I e II doartigo 2.° desta lei, a Comissão Esta-dual de Reforma Agrária iniciará, den-tro de 3 (três) meses, o retombamen-to das terras de propriedade do Esta-do e a organização do cadastro ter-ritorial do Estado.

f único — Concomitantementecom o retombamento das terras doEstado serão fornecidos aos ocupan-tes de terras devolutas os títulos depropriedade das áreas ocupadas, atéo limite máximo de 50 (cinqüenta)hectares.

Artigo 22 — Fica criada, Junto aoGoverno do Estado, a Comissão Esta-dual de Rttorma Agrária, que será In-tegrada poi 3 representantes da Se-cretaria da Agricultura um dos quaisserá o titular da Secretaria; 1 repre-sentante da Federação das AssociaçõesRurais do Estado de São Paulo; 1 re-Hesentante da Federação das Indús-trlas do Estado de São Paulo; 1 re-presentante da União dos Lavradorese Trabalhadores Agrícolas do Brasil(ULTAB) e um representante do Con-selho Sindical dos Trabalhadores doEstado de São Paulo.

§ l.a — A Comissão Estadual deReforma Agrária será presidida pelotitular da Secretaria da Agricultura.

5 2.° — Dentro de 30 dias da pro-mulgação desta lei o governador no-meará os integrantes da Comissão.

§ 3.o — os Integrantes da Comis-são membros das entidades de cias-se enumeradas neste artigo serão in-dlcados pelas respectivas Diretorias.

Artigo 23 — Para atender às des-pesas decorrentes da execução da pre-sente lei o orçamento do Estado con-slgnará, anualmente dotação equiva-lente á receita correspondente ao im-posto territorial rural, suas majora-çóes, e à renda proveniente da vendade lotes, incluídos juros, multas ealuguéis.

Parágrafo único — A dotação seráconsiderada automaticamente empe-nhada, ficando as despesas realizadassujeitas à prestação de contas na for-ma da legislação vigente.

Artigo 24 — A dotação a que serefere o artigo anterior será utill-zada:

— Até o limite de 70% (setentapor cento) na efetivação das medi-das previstas nos artigos 2.° e 3.° destalei e bem assim nos serviços com elasrelacionados. Inclusive de planejamen-to e assistência técnica às proprieda-de. rurais, sendo essa última inteira-mente gratuita para as propriedadesde áreas até o limite máximo de 50(cinqüenta) hectares;

II — Até o limite de 15% (quinzepor cento) nos trabalhos de floresta-mento e reflorestamento;

III — Até o limite de 15% (quinzepor cento) nos trabalhos de conserva-ção do soio, drenagem e irrigação.

Parágrafo único — A verba pre-vista no item II será utilizada em tra-balhos a serem realizados em todo oterritório do Estado.

Artigo 25 — A Secretaria da Fa-zenda depositará, mensalmente, noBanco do Estado de São Paulo S.A.,em contas especiais sob a forma deadiantamentos, Importâncias equiva-lentes aos duodécimos das dotações re-feridas nos Itens I, II e III do artigoanterior. As contas serão movimenta-das pela Comissão Estadual de Re-forma Agrária.

Artigo 26 — 0 imposto territorialrural passa a ser cobrado de acordocom as taxas seguintes:

ciais, em extensão superior a 50%(cinqüenta por cento) de sua áreatotal;

II quando o imóvel for objetode exploração agropecuária, sob a for-ma de arrendamento ou parceria, emextensão superior a 30% (trinta porcento) de sua área total.

Artigo 29 — 0 imposto territorialrural ílci majorado nas proporçõesprevistas neste artigo, quando a pro-priedade não possuir pelo menos 15%(quinze por cento) de sua área totalcoberta por florestas nativas ou nrti-ficiais, já formadas ou em formação :

Colona do LeitorCasas de Canitar

De moradores de Canitar, distrito do

município de Xavantes, recebemos porintermédio do leitor Roque Pedroso

carta reclamando o cumprimento das

promessas de candidato, por parte do

sr. Francisco Alves Faria, vice-prefeltodaquele município. Diz a carta que o

sr. Francisco Faria, quando candidato,

prometeu aos moradores de Canitar

que construiria casas populares paraserem vendidas a prestações e por pre-

ços módicos. Eleito, em virtude de suas

promessas, o sr. Francisco Faria não fa-

lou mais no assunto.

I — no decênio de 1961 a 1970 50%II — no decênio de 1971 a 1980 60%

III — a partir de 1981 70%

5 l.o _ Ficam dispensadas da ma-loração de que trata este artigo aspropriedades de área não excedentea 50 (cinqüenta) hectares.

5 2" — Observado o limite percen-tual estabelecido neste artigo, não per-derão o direito à dispensa da majora-cão as propriedades cujas matas, mes-mo em formação, tenham sido danifi-cadas ocasionalmente, ou reduzidaspor motivo de força maior, devidamen-t? comprovado.

, ç 3° — Ocorrendo qualquer dashipóteses a que se refere ô parágrafoanterior, o reflorestamento devera,dentro de 3 (três) anos, atingir o in-dice pércentualmente previsto nesteartigo, sob pena de cobrança da ma-joracão.

Artigo 30 — Além das isenções pre-vistas nas leis vigentes, ficam, ainda,isentas do imposto territorial rural :

I— as áreas cobertas por flores-tás artificiais e as por matas natu-rai.s primitivas ou secundárias, já for-madas, quando compreendam mais de20ri (vinte por cento) da extensão to-tal da propriedade;

II — as áreas cobertas por flores-Ias declaradas protetoras, nos termosda legislação federal.

Parágrafo único — Fica elevadopara 50 (cinqüenta) hectares o limitede área previsto no artigo 2.° da Lein.° 5 440, de 23 de outubro de 1959,para efeito de isenção do imposto ter-ritorial rural.

Artigo 31 — Os contribuintes doimposto territorial rural ficam obriga-dos a prestar novas declarações parafins de lançamento do tributo, pelomodo e no prazo que forem estabeleci-dos em regulamento.

Parágrafo único — As inexatidõesconstantes das declarações, que te-nham por fim reduzir a taxa e o mon-tante do imposto, sujeitam o contri-bulnte à multa de Cr$ 100(i,00 (hummil cruzeiros) a Cr$ 100 000,00 (cemmil cruzeiros), sem prejuízo do tribu-to devido.

Artigo 32 — Nos casos de reduçãoou isenção parcial do imposto o valorda área beneficiada será proporcionalao da área total do imóvel.

Artigo 33 — Ficam revogadas asLeis ns. 2 085, de 17 de dezembro de1952 e 2 626, de 20 de janeiro de 1954.

Artigo 34 — Esta lei entrará emvigor em 1.° de janeiro de 1961.

Artigo 35 — Revogam-se as dis-posições em contrário.

* •%>*

Fidel Castro

«Pergunto a V. S. se a direção do

jornal não vai publicar com merecidodestaque as principais partes do dis-

curso proferido na atual assembléia da

ONU pelo líder dos povos contra o

imperialismo, dr. Fidel Castro», escre-ve-nos o leitor Pedro da Silva, de San-

ta Maria (R. G, do Sul).

Como o leitor deve ter notado, c

nosso jornal tem dado toda a cobertu-ra possível dos acontecimentos que se

verificam em Cuba, publicando artigossobre as medidas adotadas pelo go-vêrno, discursos de seus dirigentes, etc.

Se não publicamos trechos do discursoem questão, isto se deve ao fato de

não termos recebido em tempo o seutexto. Mas não deixamos de destacar,em mais de uma vez, a destacada atua-

ção do líder do povo cubano naque-Ia assembléia.

O seu pedido de uma opinião críti-ca sobre o livro «Diálogo Brasil-URSS»,foi encaminhado ao redator indicado.

Fotografias

«Quanto às fotografias, gostaria de

saber se me seria possível receber ou-

trás. ..» escreve-nos o leitor José Rosa

de Paiva, de Barretos (S.P.). Seu pe-

dido será atendido oportunamente,

Vocação artística

Do operário J. B. Lopes (SantoAndré — S.P.) recebemos uma carti-nha acompanhada de um poema no

qual o autor descreve a exploração a

que está submetido o trabalhador na-

quela cidade. Depois de declarar-se pos-suidor de «vocação artística» e aman-te do nosso folclore, condena a crês-cente penetração da música estrangei-

¦

:.¦•;:¦:

'•

ra em nosso país. Do seu poema, da-

mos a seguir a primeira estrofe:

«Amigo leitor este versoNão é um comentárioEsta palavra não éTirada de VOCABULÁRIOE' tirada do sentimentoDo tamanho sofrimentoQue passa o operário.»

Universidade

dos PovosO leitor João dos Santos (São Joã~-

quim da Barra — S.P.) pede-nos in-formações sobre como poderá estudarna Universidade da Amizade dos Po-vos, em Moscou.

O que pudemos adiantar ao leitoré que as matrículas para este ano jáestão encerradas, e as aulas começa-ram em setembro último. Entre os 500alunos dos mais diversos poisei subde-senvolvidos do mundo, encontram-se 30brasileiros. Para maiores detalhes, onosso leitor deve dirigir-se à Universi-dade dá Amizade entre os Povos, ruaKalinin, 16 — Moscou — União So-viética.

PerseguiçõesDo leitor Macário Santos, presidente

ao Comitê Lott-Jango de Jarudore(MT), recebemos carta denunciando asviolências e arbitrariedades praticadaspelo latifundiário João Pedro Gay eAlípio Marques de Oliveira, contra o»camponeses que vivem e trabalham emsuas terras. Diante da resistência da*camponeses que não estão disposta* acederem em seus direitos, o latifúndio-rio Alipio Marques de Oliveira viajo»

para Cuiabá a procura de ajuda pa*»ciai.

Quanto ao folheto do deputadaFrancisco Julião, infelizmente não po-demos atender ao seu pedido. Para re-ceber a revista PROBLEMAS DA PAZ BDO SOCIALISMO, favor dirigir-se à ¦»da Assembléia, 34 sala 304.

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Imóvel até 100 hectares 2%Imóvel de mais de 100 até 500

hectares 3%Imóvel de mais de 500 até 1.000

hectares 6%Imóvel de mais de 1.000 até 5.000

hectares 7%Imóvel de mais de 5.000 hectares 8%

Parágrafo único — Consideram-seum só Imóvel as superfícies terrlto-riais lançadas em nome do mesmocontribuinte ou de filhos menores.

Artigo 27 — As taxas previstas noartigo anterior serão deduzidas de 4n%(quarenta por cento), se a proprieda-de agrícola tiver área cultivada supe-rlor a 90% (noventa por cento), desua extensão total.

5 l.o — Para efeito da dedução pre-vista neste artigo equiparam-se àsáreas cultivadas as pastagens forma-das e em boa conservação, matas na-turals e as ocupadas com benfeitoriasque atenderem as condições estabele-cldas em regulamento.

5 2.° — Não serão beneficiadascom a dedução prevista neste artigoas áreas de propriedade de pessoas ju-rídicas estrangeiras e por estas ex-pioradas.

Artigo 28 — 0 imposto será devi-do em dobro:

I — quando o imóvel, de mais de50 (cinqüenta) hectares, não fòr apro-vcitaclo para fins econômicos ou so-

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'--:r-X"<®. X-

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Antônio CorrêaFaleceu, na madrugada do dia 3

de novembro, no Hospital Carlos Cha-gas, Antônio Corrêa, conhecido comu-nista do bairro de Colégio. O seu «n-terramento se verificou no mesmo diano cemitério de Ira já.

Paraguai«... quero enviar um voto dt lou-

vor ao jornal que teve a suficiente ela-reza de espírito para levantar a vor.contra o estado de coisas vigente noParaguai, estado este incompatível coma civilização do mundo moderno. E"inadmissível que os outros povos fiquemalheios à onda de barbarísmo provo-cada por Stroessner e seus asseclas.E' mais incompreensível ainda que cer-tos países dêem apoio moral e material |a um regime digno dos moi« «rueis os-|sassinos da humanidade.» Eis um frt-jcho da interessante carta que nos re-meteu a leitora Neyde Sampaio, desta)cidade.

BibliotecaSegundo comunicação que recebe-i

mos, a Associação Atlética Eletrolux,jgrêmio social e esportivo dos funciona-rios da Cia. Eletrolux S. A., acaba de|instalar *em sua sede uma biblioteca,;para uso e gozo de seus associados,com o louvável intuito de proporcionar-lhes cultura e recreação». Pede-nos asua diretora-secretária, «o envio de al-1gumas obras educativas, como biogra-fias, ciências, etc.» O seu pedido seráatendido. E aqui fica o endereço paraos nossos leitores: Av. Rio Branco, 31 li3' andar — Rio.

Um homemc tristesó

Parece um homem só c triste. Nãoo c. Um entre os milhões de campo-neses sem terra, a sua Iristc/.a encobrea fome e o sofrimento que lhe acom-punham desde a infância, vitima dolatifúndio devorante

Nas bancas de jornais

MIK0IÁN EM CUBAReportagem completa da visita do vice-primeiro ministro da URSS,convidado especial do governo de Fidel Castro para inaugurar aexposição soviética em Havana. Contém fotografias. Prego Cri? 40,00

Pedido* pelo reembolso paraEditorial Vitória LtdaCaixa Postal 165/Rio de Janeiro

NOVOS RUMOS

DiretorMário Alves

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Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 NQVOS, RUMOS 5 —

Notas Sobre Livros,_ A Passa8em do 43." aniversário da Revolução Russa oferece-me opor-Umidade para recordar um pequeno folheto (de apenas 10 páginas), pu-Wlcado na Rio de Janeiro, em marco de 1918, sob o título: A RevoluçãoKussa e a Imprensa. O autor asslnava-sc Alcx. Pavel, pseudônimo insni-rado pelo romance A Mãe, de Máximo Gorkl.

.-i i .A orl'em,e 'os objetivos do folheto estão explicados em sua patinainicial, nos seguintes termos:"As páginas que formam este folheto foram escritas em dias espa-

Mftftl _?_ í1"™*"0 d0 ,«mno «"'í»'10 ¦_• 2» de novembro ,|„ ano rindoIM7J ate 4 de fevereiro ultimo |1918|. Algumas delas foram enviadas, emforma de cartas, aos jornais, rebatendo injúrias ou deslindando conlu-»*w. Reunidas e coordenadas nesta brochurinha, creio valerão como umdocumento e um protesto mais duradouros contra as calúnias e imbeci-___?_ 1ue. sc „te,m SCrvid0 a nossa ,mP«nsa nas apreciações sobre aobra dos massimalislas russos..."_.._ A Rf,voluçâo Russa e a Imprensa é um panfleto escrito em linguagemáspera e nele o.panfletário fustiga duramente a Imprensa reacionária que des-de o primeiro dia desencadeara furiosa campanha de difamação contra arevolução operaria e camponesa dirigida pelos "maximalistas" — assimeram então chamados os boichcviques.

Uma das calúnias mais repelidas pelos jornais reacionários do Oci-f««%._«_._, as- ?" _?la cin afirmar °-ue os "maximalistas russos"eram «entes alemães . Vejam como c velha essa história de atribuir aagenica de potências estrangeiras os movimentos de libertação nacional e so-ciai doa povos. Quando o povo nisso libertou-se da opressão tzarlsta, logo acalunia reacionária pos-se a berrar que aquilo era obra de "agentes ale-mies . Depois que se consolidou a vitória bolchcviquc, c que o próprioimpério Alemão baqueou, em 1918, inclusive por influência da revolução„_*__; «» Pordiante os ,russos é que passaram a ser apontados comoagentes de todas as revoluções que se sucederam no mundo.Relendo hoje o panfleto de Alcx. Pavel, devo dizer que sua lingua-«em nâo iiv agrada nada, ferlmlo-me os ouvidos com demasias verbaissem nenhuma vantagem para a argumentação. E agora fico sem saber*e rol semelhante linguagem ou se são os meus ouvidos que envelhecerammais depressa. Mas Isso afinal c o que menos importa no caso. O quevaie a pena assinalar — e é o que pretendo com esta nota, redigida àsvésperas do 1 de Novembro de 19G0 — c que se trata da primeira publica-*«i „_ S_ _í ." _ Bras" cm (lefesa scm "servas da Grande RevoluçãoSocialista de Outubro. v

Seu autor era um obscuro jornalista brasileiro, que desde algunsanos antes vinha escrevendo em pequenos jornais operários, entregue porinteiro ao serviço da classe operária c das idéias socialistas. O panfletoem defesa da Revolução Russa decorria logicamente de uma posição políticae Ideológica Ja definida, c é neste sentido sobretudo que vale como "umdocumento e um protesto", a que se pode sem exagero atribuir a qualidadede expressão histórica dos sentimentos de solidariedade das massas tra-balhadoras do Brasil para com as massas trabalhadoras da Rússia, que a7 de Novembro de 1917 davam o primeiro e grandioso passo no caminhoda revolução socialista mundial.

Aquele pequeno folçto de 1(1 páginas, mal redigidos, contendo miopoucas formulações errôneas, constituiu,na hora cm que saiu, uma afirmação deconfiança na revolução operária e cam-ponesa, e, com isso, unia demonstra-ção muito positiva de internácionalismoproletário.

Astrojildo Pereira

Tópicos TípicosÉ difícil imaginar um pândego maior do que èsse poeta o. teatròlocofrancês chamado Alfred Jarry. Quer em sua vicia completamente desrc-

«rada, quer em sua obra, Jarry foi sempre um desafio à ordem constltüidíiNinguém mais audacioso, ninguém mais revoltado, mais subversivo do queele, "o ultimo dos debochados sublimes", segundo Apollinaire. Para JacquesHcnry Levesque, a existência cotidiana do Jarry foi toda ela uma "apoteosedo humor negro". E sua vida, antítese de todo o convencionalmente sériofoi o maior poema que nos deixou.

No entanto, e por um aparente paradoxo, a.s formas exacerbadas denegação da sociedade burguesa configuradas cm sua obra e gestos aca-baram por tornar-lhe a revolta ineficaz.Está claro que Jarry foi incômodo á burguesia do fim do século pas-.sado, que não lhe apreciava os palavrões ou os modos grosseiros. Mas osburgueses de hoje. se bem que não o estimem particularmente, são capazesate de certa benevolência em relação a élc. Com o processo histórico, accn-tuam-se e agravam-se as contradições da sociedade capitalista, e as classesconservadoras ou reacionárias passam a tolerar os revoltados, desde que ôlesnfto se integrem numa forço social capaz de revolucionar a ordem de pro-dução existente, isto é, desde que não se tornem revolucionários.Nos nossos dias, o comportamento de Jarry não teria sentido nemcabimento. Os capitalistas atuais não se dão ao trabalho de temer osindivíduos isolados, que os afrontem sem se tornarem realmente perigosos,quer dizer, que se limitam a procurar "épater les bourgeois". Mas, em plena"bclle époque" antes da primeira guerra mundial, em face de uma bur-

guesia cevada e tranqüila, a rebeldia anárquica do poeta era o resultadode uma maneira cie sentir até certo ponto válida, e a falta de orientaçãodo seu inconformismo era condicionada pelas próprias limitações de cons-ciência do seu tempo.

Feito este preâmbulo, passamos a recordar algumas das tranqüina-gens do autor do «Père-Ubu», que é considerado, aliás precursor d0 sul-realismo.

Jules Renard conta em seu DIÁRIO (18-1-190B) que Jarry costu-mava, deitado na cama, alvejar a tiros de revólver as aranhas que cons-trufam telas no teto da sua alcova. Por que com revólver? Jarry explicava:Para conservar as teias, que são muito decorativas.

Acompanhou o enterro de Mallarmé de bicicleta. Censurado por Oc-tave Mirbeau pelo lato de estar usando "as calças mais imundas do pais",retrucou-lhe:

Não é verdade; eu mesmo tenho um par mais imundo em casa.Incidente relatado por Fernand Lot- estando Jarry praticando tiro

ao alvo diante da pensão onde morava (cie adorava revólveres), foi inter-pelado por uma senhora que lhe disse ler filhos brincando nas proximi-dades c não estar disposta a perde-los por força de uma bala perdida. Res-pondeu, delicado:

Não se preocupe, macia me Sc isso acontecer, nós lhe podemos fa-¦er outros...

Às vezes, quando via na rua algum burguês de aspecto respeitável,sacava do revólver c ameaçava-o com olhar feroz, ate que o mesmo desa-parecesse espavorido na esquina mai.s próxima. Explicava que assim proce-dia por generosidade. Aos homens que tinham a vida demasiado vazia,proporcionava uma aventura, um assunto para comentar com a familiadurante vários jantares.

Refere Apollinaire que Jarry, doente, visitado por uma senhora, foiobrigado a recebê-la cm seu quarto, onde existia uma estranha estátuade pedra, de bom tamanho, representando um rebárbativó falus. Imprcs-sionada com o objeto, a senhora indagou, fingindo não tc-lo compreendido:

_ um monumento?Jarry, debochado, esclarece

Não. í: uma miniatura.

Desde criahçola, escandalizava. Aos colegas dr ginásio que lhe per-guntavam, pela manhã, ele onde vinha, respondia soturnamente:

Do bordel.

Ao morrer, bêbado — ninguém bebia mais do que Jarry — foi con-duzido Inconsciente para um hospital. Km caminho, recobrou os sentidose advertiu ò médico que o acompanhava de quo não linha dinheiro parapagar o fiacre. Em seguida, ridicularizou, amedicina, incluindo um «r» depois das duasprimeiras letras da palavra. Suas últimas pa-lavras foram para pedir um palito; queriadeixar a vida como quem sai de um ban-quete — pautando os dentes.

Pedro Severino

NÃO DEIXE DE LERA fixação, em termos de arte literária, du um dos mais terríveis

momentos da lula de classe do Brasil

NOITE E ESPERANÇAde Milton Pedrosa

«Uma novela que se pode sem hesitação classificar de obra prima»...«uma genuína obra de arte» (Astrojildo Pereira)

«Se os contos anteriores de Milton Pedrosa já revelaram particular-mente o lado humano da vida, impregnada de um sadio otimismo, osnovos contos têm outra qualidade: são revolucionários... É obra dearte, e de boa qualidade literária, a novela que dá o titulo ao livro»(Rui Facó).

À VENDA NAS LIVRARIAS — Preço Cr$ 160,00Pedidos pelo reembolso postal para

Editorial Vitória Limitada.Caixa Postal 165/Rio de Janeiro/Est. da Guanabara

LÃS DOS CARTASNICOLAS GUILLEN

QÔMO se afinca tu ensuenoy se íiace carne en tu vida'

Como tu fe renacidade ti mismo te hace dueno?

Con qué tu sangre cubanano os sangre que ei yanqui inmola,y tu sangre es tuya sola,pues que de tus venas mana?

—Con Ia Carta de La Habana.* *Como de tu pecho bravoapagar puedes ei grito,y rlerotado y contritode nuevo ser un esclavo:

Que hará tropezar tu piey en grilos después meterlo,porque hay quien rabla de verlolan libre como hoy se ve?

—La Carta de San José.* *Como harás que tu banderi(rojo, blanco, azul turqui)longa ei fulgor que Martisiempre quiso que tuviera':

Con qué tu voz soberanapodrá enriquecer su acentoy en ei gran clarín dei vientodespertar cumbre y sabana?

—Con ia Carla de La Habana.» •Como de flojas arenasver ei terreno que pisas,v en vez de rosas y risashallar cepos y cadenas?

Qué hará que tu pecho esléen honda aflieción sumidoy tu sueló repartidopor quien sabes y yo sé?

—La Carta de San José.« »Como darás a tu vuelo,hoy, pátria, que rauda subes,mucho más cielo que nubes,y aun sin nubes ver ei cielo?

Con qué tu rosa antillanasiempre estará fresca y puu,estrella en tu noche oscura,suave sol en tu manana?

-Con Ia Carta de La Habana.

Realizadoo 11 Concertodo Coro do IIBCE

Dando segulmento a seu progra-ma de realizações artísticas, o Corodo Instituto Israelita Brasileiro deCultura e Educação realizou, nodomingo à noite, dia 6, no Teatrodo Rio de Janeiro, o seu 11" Con-eêrto. Foi apresentado variado re-pertório de músicas em idish, he-braico e português. Todos os nú-meros foram acompanhados por or-questra, sob a regência de Henri-que Morelenbaum. A parte de pianoesteve a cargo de ileta Lipca.

Os números apresentados de-monstraram, mais uma vez, o altopadrão técnico e a sensibilidade doCoro do IIBCE, frutos de um trei-namento árduo e prolongado.

FaleceuOsórioBorba

Faleceu nesta cidade no dia 5 denovembro o jornalista e, escritorOsório Borba.

Osório Borba tem seu nome liga-do à intelectualidade progressistado Brasil, como jornalista comba-tente pelos ideais democráticos emilitante socialista. Foi um dos fun-dadores e membro dos mais atuan-tes do Partido Socialista.

Antes, na época do Estado Novo,Osório Borba se conservou fiel aosprincípios que o orientaram na vi-da, afirmando valorosamente suaqualidade de antifascista e adversa-rio da ditadura reacionária de Var-gas. Durante a Segunda GuerraMundial, esteve sempre ao lado dasforças que enfrentaram o nazifas-cismo.

Como jornalista, seus artigos decombate fizeram época e lhe derama admiração de quantos lutavampela democracia no País. Escreven-do sempre em jornais burgueses,inclusive em órgãos da chamadagrande imprensa, jamais deixou, namedida do possível, de expor cora-josamente seus pontos-de-vista, mui-tas vezes contrários aos interessesde grupos econômicos financiado-res dessa mesma imprensa. E Bor-lia conseguiu ser um desses homensraros que, multando embora nessaimprensa corrompida, não se cor-rompeu. Morreu pobre, depois deter sido dos articulistas mais lidosdo País, membro da Câmara de Ve-readpres do antigo Distrito Fede-ral, e ter seu nome sufragado * umaaliança de partidos — os comunis-Ias inclusive — para o governo *le'Pernambuco

Aqui externamos o nosso pesarpelo desaparecimento de OsórioBorba.

PedrosaAutografará«Noite e Esperança»

Editado pela Vitória, encontra-»,nas livrarias o último livro de Mil-ton Pedro** Noite e Esperançai(capa de Scllar), que compreendeuma novela e alguns contos sobrea vida e a luta de revolucionários.Como era de esperar, o livro vemobtendo sucesso, sendo proenradobastante nas barracas do Festivalde Cultura inaugurado há dias naCinelândia.

Mas estamos na época dos auto*grafos, e Milton Pedrosa autogra-fará seu livro à tarde de 18 do cor-rente na Livraria São José.

«UniãoSoviética1959/1965»

A Editora Vitória acaba de lan-car um «pequeno guia informativossobre o Plano Setenal ora em exe-cução na União Soviética.

É uma publicação que se fazianecessária para se acompanhar,através de uma síntese, a marchado desenvolvimento da economiasoviética tão discutida hoje em to-do o mundo.

Aparentemente árido pelo acúmu-Io de tabelas e gráficos, na reali-dade sua leitura se torna perfeita-mente acessível ao grande públicodevido à clareza da exposição nostextos. Não se trata de um relato-rio vulgar, pois cada gráfico e cadatabela são acompanhados de com-parações com a própria União So-viética do início da Revolução edo período anterior à guerra, oucom outros países, particularmenteos Estados Unidos-

O objetivo claro e declarado dossoviéticos, com o atual plano eco-nômico — que se estende igual-mente ao terreno cultural, cientlfi-co, técnico — é atingir e ultrapas-sar o pais capitalista mais adian-tado do mundo, os Estados Unidos,na produção por habitante. Em ai-guns ramos da economia, este ob-jetivo já foi alcançado. E tudo indi-ca que o será em conjunto. Quempode duvidá-lo depois dos êxitos,reconhecidos pelos próprios ameri-canos, em domínios como a instru-ção e em alguns setores da ciênciae da técnica?

É um trabalho este — UniãoSoviética 1969/1965, de G. Sam-bórskide grande utilidade paraquem quer que se interesse pelasrealizações de um pais que está ho-je na vanguarda do uma gigantescatransformação histórica na socie-dade humana.

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II Exposição de ArteInfantil em Londres

Em vários países, vem se dandogrande atenção, nos últimos anos,aos trabalhos artísticos feitos porcrianças. Na Inglaterra, realizou-se,com enorni!' sucesso, em 1958, umaexposição de desenhos e pinturasinfantis, com exemplares de 81 pai-ses. Essa exposição foi visitada porcerca de 75.000 pessoas em 10 ga-lerlas da Grã-Bretanha. Percorreuem seguida diversos países da Eu-ropa e se encontra atualmente naChina, onde, diga-se de passagem,a arte infantil é estimulada ampla-mente e tem revelado autênticostalentos que se afirmam na idadeadulta.

Em fac<> de semelhante sucesso,os promotores da exposição, inicia-tiva do jornal inglês Daily Worker,apoiado por instituições universitá-rias, culturais, artísticas, decidiramreeditá-la no próximo ano. A Sc-gunda Exposição Internacional de

Arte Infantil terá lugar em Lon-dre.s, cm setembro de 1961. Já emsetembro deste ano, 12 meses an-tes da exposição, nove galerias daInglaterra e da Escócia inscreve-ram-se para a exposição. Já se anta-ciaram trabalhos que serio apre-sentados por crianças da Grécia,índia, Alemanha Ocidental, Israel,Canadá, entre outros.

O Brasil não esteve presente àI Exposição infantil de Londres.Mas poderá comparecer à próxima.Para informações além destes qtaeaqui divulgamos, devem os interes-sados se dirigir à Secretaria daExposição. As cartas devem ser en-dereçados à sra. Vera Darlington,Daily Worker, 75 Farringdon Road,London E.C. 1. Inglaterra.

(Reproduzimos anui a capa docatálogo da Exposição de Arte In-fantil de Mlõ.S).

OSÓRIO BORBAE' mate do qm; jnsl» que. mini Jornal como o nosso NOVOS RUMOS

prestemos homenagem a um homem que acaba de morrer, porque esse ho-mem roí, principalmente, um combatente de primeira linha contra o fascismo.

Osório Borba não era propriamente um ser político, naquilo que a po-litica exige como arte, amilw>, ponderação. Impulsivo, violento, Borba eraum político (La combate, combatendo sempre, muito mais destrutivo que oons-trutivo, mas um homem de bem, um homem sempre em luta contra todos mdesmandos governamentais, sempre tio lado do povo, mesmo quando não com-preendla claramente; certos problemas.

VI Osório Borba lornar-se soiialisla. Quando um dia duclarou-ine ih.sopensei que Borba não fosse além dos primeiros meses da existência do PtiB.Como po-eria aquele homem sujci<ni-.se a uma disciplina partidária que, pormenor que fosse, iria exigir dele afinal orna disciplina? Como poderia Borba«uJelUr-se a regias e Imposições, ele que tanto gostava de ser do contra?Disse-lhe isso mesmo, porqu. sempre pude di/er claramente a Osório Borbatudo o que pensava a seu respeito e a respeito de suas opiniões. Respeitava-mo-nos tanto que mesmo divergindo muito, tínhamos o cuidado enorme emnío consentir que nenhuma divergência ferisse nossa amizade,

Osório Borba — sempre me dizia isso — foi uma criatura sem *làneiae sem mocidade. Toda sua vida desd,. cedo foi marcada pela necessidade, detrabalhar, sem tempo paru ter as grandes alegrias dn Infância e da mocida-de. Talvez por Isso, não me espantou, quando élc começou a falar «no meupartidOD, nas «reuniões de partido», nas «tarofas do Partido». Arreglmentar-sefoi, para êle, — solteirão empedernido, se liem que homem de muitos amores —como encontrar uma familia. O menino e o moço pareciam renasce.!-,

Nos tempos cruéis do Estado Novo, com a policia a espreitar nossospassos querendo inclusive terminar com o pouco ar que respirávamos) encon-travamo-nos um pequeno grupo do comunistas para almoçai- quase diária-mente, para balerpu|>o e rir aos domingos. Borba incorporou-se ao grupo.Discutíamos tremendamente, .Mas élc vinha, pontual, fiel, porque sabia queencontrava cm nós criaturas que como éle lutávamos, contra a prepotênciae o fascismo. Multas vé/.es, para brincar, di/iamoslhe que nossa convivêncianao era aconselhável, naquela hora Borba irritava-se, protCMlava, perguntavase. achávamos que éle era um covarde. Eslava ao nosso lado porque queria *sabia o que queria,

Seus artigos daquela época, publicados no «Diário de Noticias» sãoverdadeiras páginas antológicas de jornalismo combativo.

Homem sem medo, Osório Borba deixa principalmente uma grande llçâo:Jamais se corrompeu, Jamais se vendeu, jamais traiu, jamais cedau. To;Iiaerrar politicamente, mas era homem para morrer defendendo o que achavajusto. Ninguém melhor do que file combateu Salazar, Franco, Trujlllo, Batista,os ditadores. Era antifascista consciente cmesmo agora, quando quase não mais escie.via, quando o fazia era para combater os PenaBoto e todos aqueles que ainda rentam Im-plantar o fascismo lio Brasil, Uni dos raroshomens de bem que este 1'nis já possuiu.

- 6 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960

A BibliotecaTerá Trinta

Dos Metalúrgicosil VolumesM

No meio de habitações tipo classemédia e junto a morros já literalmentecobertos de barracos destaca-se um edi-ffeio moderno, de seis andares, sobre

pilòtis, tendo à frente uma forja. E' asede do Sindicato dos Trabalhadoresdas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicase de Material Elétrico do Estado daGuanabara.

Ao contrário dè outros sindicatos, queprocuram instalar suas sedes no centroda cidade,, os metalúrgicos trataram delocalizar a sua nas vizinhanças das ha-bitações da grande maioria de seus fi-liados. E' no subúrbio de Pedregulho, òRua Ana Neri, 152. A escolha do localnão podia ser melhor: 75% dos meta-lúrgicas residem a menos de meia horaa pé da sede de seu sindicato.

Essa proximidade é um enorme atra-tivo ao operário; o sindicato foi à sua

procura. Mas pode-se dizer também queo operário trouxe o sindicato para a suacasa, transformando-o num segundo do-micílio. Naturalmente, a casa é modes-ta e mesmo pobre, enquanto a sede sin-dical está se transformando em localconfortável e acolhedor, felizmente semexageros. Mas, de qualquer forma, num

país onde a pobreza ainda é avassala-dora como o Brasil, a sede do Sindicatodos Metalúrgicos impressiona pelas pro-porções e pelo que. já pode proporcio-nar aos. sindicalizados.

27.000 inscritosSó a eifro dos membros do Sindicato

é excepcional: 27 000 inscritos para umtotal aproximado de 60 000 operáriosdas indústrias abrangidas pelo Sindica-to. Deve-se levar em conta o fato de

que metade daqueles 60 mil são opera-rios flutuantes das profissões correlatasaos metalúrgicos, pois eles vêm de umtotal de mais de 3 000 empresas, das

quais 2 500 são pequenas empresas demenos de 50 operária^ E apenas 150com mais de 100 opejfânos. A dispersãoé, portanto, enorme.

Dai não haver ainda suficiente espi-rito de classe e generalizada consciên-cia da necessidade do Sindicato comoinstrumento de luta por seus direitos,Mas esta consciência e este espirito vãocrescendo, estimulados por dois fatores

principais: a tendência à concentraçãodas empresas pequenas em médias e

grandes o papel cada vez mais impor-tante que o Sindicato vai desempenhan-do na vida dos operários.

Nesta reportagem focalizaremos no-

je apenas um aspecto de atividade doSindicato: o cultural.

InstruçãoUma das principais conquistas dos

metalúrgicos sindicalizados do Estadoda Guanabara foi a instalação, este

ahò, dé um ginásio em sua sede. O se-

gundo andar do edifício está ocupadocom as salas de aulas do curso ginasiale outros. O ginásio conta com duas tur-

Teatro BeatrizBANDEIRA

Teatro popuiare outros assuntos

A sra. Dulcina de Morais andaperegrinando com sua "escola" pelossubúrbios. Para isso, obteve um "pe-

queno" auxilio de dois milhões, do Es-tado da Guanabara. Facilitar e esti-muiar por meio de auxilio o compare-cimento de companhias teatrais aosnuieos pppularcs, onde predomina oe.emento trabalhador que não dispõede meios nem de condições para Ire-qüentar os teatros da ridadr, é inicia-tiva digna de louvor. Claro que taliniciativa, deveria ser orientada porpessoas capazes, e mediante concor-rência realizada entre vários gruposinteressados . Esta providência pare-ce que não foi tomada e ninguém sabequal o critério adotado para a conees-sâo Comentando o fato, o critico Tau-In Francis, diz que o Estado deveriadistribuir esse dinheiro "para gruposque tem alguma coisa a dizer, cujopropósito é didático e artístico. O pes-soai do Arena da Arquitetura, porf\-mnlo. seria o mais indicado aqui".F "«í, ainda, nma série de considera-c"- todas muito justas, com as quaiscr>"nordamos plenamente. Será o.caso(|p promovermos um movimento dec'1'^os. teatrólogos, professores espe-ciáUzados em teatro, no sentido de quee^sas verbas não sejam distribuídas as-sim. de maneira arbitrária, e sim me-diante um critério de seleção, o qualdaria o prêmio àqueítiçompanhia quea "rebentasse progràajíkção r propósi-1". mais sérios e eléfliflos. Fique bemr'aro. entretanto, destíè já, que difícil-mente. ta| comissão conseguiria verbapára um teatro como o dos Jovens daArquitetura. Os governantes náo têmo- menor interesse em divulgar umt/'"*rn que "tem alguma coisa a dizer",tliri teatro que procura falar a lingua-Z»m do novo,.que tem propósitos didá-i'"os e artísticos. Ao contrário. Tea-tro que combate lucros extraordinários,one diz ao trabalhador que éle deve?'"-ir os olhos, «Me combate a exolora-e?.o. aue denuncia o embuste, a depra--io, o furto: teatro que expõe nas•-. o drama de Cuba ameaçada. |he-•'We o heroísmo e alerta a eóns-

•-"•ia nacional para a necessidade de'¦•r vigilante na defesa de sua sobe-"••'a. é teatro que se faz rom luta e

«¦• — ifíolo. Não conta com amparo ofi-c' Mas é'o único que ficará. Seráv-.'-,rioro e permanecerá quando o ou-tro — o decadente,- o corrupto, op'";-0'\I«J3ç.q __ já .em. decomposição, ti-ver apodrecido .definitivamente.

mas no I.' ano, num total de 57 alu-nos, havendo 70 inscritos no curso deadmissão.

Além do ginasial, existem cursos decorte e costura (4 turmas), desenhotécnico em duas turmas, cada uma de15 alunos; curso básico intensivo, comcerca de 70 alunos; curso de música comuns 30 alunos; outros 30 no de inglês,Projetados para breve: cursos de «boi-let», piano e canto orfcônico. Já soo,ao todo, uns 300 alunos nos diversoscursos.

Um grupo de teatroEm relação ao número de sindicou-

zados, estas cifras talvez pareçam insig-nificantes. Mas nâo se pode esquecerque a maior parte dos operários, mes-mo de uma categoria importante comoos metalúrgicos, ainda têm um nível devida extremamente baixo. As dificulda-des de vida, o atraso cultural e tam-bém o fato de o Sindicato somente ago-ra poder proporcionar-lhe semelhan-tes benefícios são algumas dos causasda ausência dos filhos dos operários aosdiversos cursos.

Mas o fato mesmo de se projetar oensino de «bailei*, piano, canto orfeô-nico é um sinal de que a necessidadecultural aflora e mesmo se impõe. Mo-difica-se a mentalidade do operário,que vai deixando de ser pária e aspiraa viver como homem. A unidade atra-vés da organização vai incutindo aooperário a consciência de sua força. Eele trata de obter através de seu sin-<dicato o que sozinho não conseguiriajamais. Éle tem, por exemplo, necessi-dade de diversões. Não pode freqüentaro Municipal. Mas já toma iniciativas co-mo a função de um grupo de teatro,já em pleno funcionamento no Sindica-to dos Metalúrgicos da Guanabara.«Decisão hoje» foi a primeira peça le-vada à cena com sucesso pelo grupo deteatro de amadores do Sindicato dosMetalúrgicos. E a sala, com capacida-de para mil pessoas (tipo arena) e

para I 800 com representação no pai-co, eslavn repleta.

Amiúdam-sc também os concertos,realizados num bom auditório — «Au-dilório Rubem Machado* — em home-nagem ao metalúrgico assassinado a 17de janeiro deste ano, em Volta Rodou-da. Contam os metalúrgicos com umaparelho de som de 10 alto-falantes.

Ainda se inclui em sua atividade cul-tural um programa radiofônico que vaiao ar às quintas-feiras (das 9 às 9,30)pela Rádio Rio de Janeiro.

EsportesComo não podia deixar de ser, os

metalúrgicos e seus filhos praticam dife-rentes modalidades de esporte. O mes-mo salão que serve para os bailes epara as rcprcscnlaçõcs teatrais, e as as-sembléias está devidamente adaptadopara o volibol, que conta numerososaficionados.

Atualmente, promovido pelo Sindi-cato, está se realizando um campeonatode futebol entre 22 empresas que con-tam com clubes de metalúrgicos. Cadasábado têm lugar 10 partidas em 5campos alugados em diversas localida-cies. E' este o I Campeonato Inter-fábri-cas promovido pelos metalúrgicos. Equem sabe se dentro em breve não seiáèle um revelador de craques, um vi-veiro de Peles e Garrinchas?

A bibliotecaUm dos legítimos orgulhos dos diri-

gentes do Sindicato dos Metalúrgicos ésua Biblioteca. Apenas começa a orga-nizar-se. Ainda conta com um númeroreduzido de livros, mas promete seruma boa biblioteca. Suas estantes têmuma capacidade prevista para 30 milvolumes, ocupando a maior sala dascc'e do Sindicato.

Por ora, em suas prateleiras se des-laçam duas coleções de Monteiro Lo-balo (a biblioteca adotou o nome dofamoso escritor e autor de livros infan-lis) para adultos e para a infância, umaHistória Universal de César Cantu, ou-

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Assiistcncia

dentária

O Sindicato dos Metalúrgicos dispõedr um dos melhores serviços médicose dentários propiciados por sindicatono Brasil. Aqui vemos um sindicalizadosendo atendido por competente pro-fissional.

Reportagem de RUI FACótra de Veit Valentim, algumas dezenasde romances de diversos autores, alémde livros sobre Direito, legislação Tra-balhista, Dicionários, etc.

Organizada inicialmente à base dédoações, a Biblioteca dos metalúrgicosserá inaugurada oficialmente a 12 denovembro, às 9,30, com um coqueteloferecido à imprensa e para o qual es-

? ião sendo convidados intelectuais, per-sonalidades, dirigentes sindicais.

Naturalmente, uma biblioteca, maisainda uma biblioteca de Sindicato, nâosurge da noite para o dia, dotada doque há de melhor. A dos metalúrgicosestá nascendo e crescerá à base dotloncõcs e mediante o estimulo de seuspróprios leitores. Irá vendo, aos pou-cos, quais as preferências de seus con-sulentes, irá aos poucos organizandoseus fichários, seu serviço 'de emprésti-mos de livros e regularizando o horáriode seu funcionamento de forma a aten-der ao maior número possível de mem-bros do Sindicato e de seus familiares.

Cresce a sindicalizaçãoA atividade cultural do Sindicato dos

Metalúrgicos do Estado da Guanabaraé, depois da assistência médica e den-tária por êle proporcionada, um dosprincipais motivos de atração de novosmembros ao Sindicato,

O ensino é caro, além de escasso,para o operário brasileiro em geral. Ocurso ginasial é quase inaccessivel paraseus filhos. Os livros, o material escolarsão objetos de uma criminosa especula-cão, dificultando ainda mais a instru-ção em Iodos os graus, mesmo no pri-mário.

Assim, prevêem os dirigentes do Sin-dicato dos Metalúrgicos que o númerode seus associados crescerá na medidaem que o Sindicato puder melhorar seusserviçais neste terreno.

Mas não esperam que o operário ve-nha espontaneamente para o Sindicato.Vai procurá-lo, mostrar-lhe a finalida-de da organização sindical, sua impor-tância para a unidade dos trabalhado-res, a única forca de que êle dispõe nu-ma sociedade capitalista para enfrentara exploração patronal.

Atualmente, ingressam em média noSindicato dos Metalúrgicos 15 a 20sócios novos por dio. Trata-se de inlen-sificar a sindicalização. Está sendoexecutado um plano segundo o qual oSindicato dos Metalúrgicos contará commóis 5 000 membros até 31 de marçodo próximo ano.

Os dirigentes do Sindicato sâo otimis-tas quanto ao crescimento do quadrosindical. E' que o Sindicato dos Meta-lúrgicos se tornou uma organizaçãoexemplar no sindicalismo brasileiro ed°nlre as suas iniciativas a construçãoda sede própria — num ótimo edifí-cio — e os serviços que vai organizarconstituem motivo de atração para ooperário. Este percebe concretamcntcque através de seu Sindicato defendemelhor seus direitos, enfrenta com maiorsucesso as lutas cm que se empenhapor aumentos de salários e melhorescondições de vida, por dar a seus fi-lhos assistência médica, escola, oportu-nidade de praticar esporte.

Ainda é pouco o alcançado até ago-ra? De certo. Mas será mais e melhor namedida em que o Sindicato cresça emnúmero de filiados e em atividade com-baliva. Nada do que obteve até hoje édádiva dos patrões ou do Estado. Tudoo que conseguiu é fruto do trabalho edas lutas dos próprios operários — umaparcela apenas daquilo a que têm di-rei!o

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Um presidentedinâmico

Benedito Ccrqueira passa todo o diana sede do Sindicato. Vive todos osseus problemas, procurando retribuira confiança que nele depositam osmetalúrgicos da Guanabara. E porisso goza de merecido prestigio.

Romano Foi à Bahia,Fêz Turismo e Limpouos Cofres da CO AP

SALVADOR — (Do correspondente)— A visita que o sr. Guilherme Roma-no realizou à Bahia ainda continua sen-do motivo de comentários nos meios po-líricos e jornalísticos desta Capital. Opresidente da COFAP chegou a esta ei-dade, acompanhado de numerosa co-mitiva, integrada por sua esposa e fi-lho, por um oficial de gabinete, da es-posa e do filho deste e ainda por umbagageiro.

Foi dada como motivo da viagem, ofi-cialmcnte, a inspeção dos postos deabastecimentos existentes nesta cidade.Mas é voz corrente que o Sr. Romanoveio para aqui a fim de fugir à pressãoque os negociantes de carne verde doRio faziam, no momento, para elevar o'preço do «beef». Sem coragem de en-frentar o descon tentamento popular esem qualquer força para se opor aos fri-gorificos, o presidente da COFAP resol-veu fugir por uns dias da Belacap, atéque as coisas pudessem ser acomoda-das.

Muito turismo, pouco trabalhoSalvador é uma cidade que não con-

vida ao trabalho, mesmo pa-a quemestá acostumado ao batente. Para o sr.Romano então, homem que evidente-mente não foi feito para fazer força,tornou-se impossível conciliar o trabalhocom a «boa terra». A alma de turistado alegre presidente da COFAP mani-festou-se plenamente. Durante os diasque aqui passou, o homem fêz apenasuma visita de dez minutos à sede da Co-missão Estadual de Abastecimentos ePreços. Em compensação, realizou, comsua comitiva, o programa turístico de lu-xo: Hotel da Bahia, excursões de táxiaos recantos pitorescos da cidade, Ita-poã, Lagoa do Abaeté. . . E o dinhei-ro para um programa tão caro? Náohouve dificuldades, as contas ficarampara ser pagas pela COAP. A d'vidadesta é mais ou menos a seguinte: vá-.rios milhares de cruzeiros pela hospeda-gem no Hotel da Bahia, 27 mil cruzei-ros de automóvel (para as excursões),12 mil cruzeiros pelas refeições na La-gr>a do Abaeté, além dos gastos com«lembranças» e outras coisas.

Saque na COAPMas nem só de turismo vive Romano.

Segundo afirmam pessoas autorizadas,o presidente da COFAP teria feito umsaque em regra na COAP. Um jornaldesta cidade enumera os seguintesfatos:

1) Levou para o Rio, sob a justifica»ção de que precisa ser reformado, doiscaminhões Alpha Romeu, da COAP, umdos quais servia aos postos de abaste-cimento;

2) Com a mesma justificativa, fêz se-guir para o Rio a camioneta Dodge, daCOAP, que estava, entretanto, em con-dições de uso, de vez que viajou pelaestrado de rodagem, levada pelo choferInocêncio Gonzaga. Essa camionetapassou por um conserto geral há cercad* três meses, sendo gasto para isso 88mil cruzeiros;

3) Para o transporte dos caminhõesAlpha Romeu, a COAP teve de gastar80 mil cruzeiros, pagos à Empresa Es-trèla do Norte;

4) O sr. Romano determinou a remes-sa para o Rio de 4 milhões de cruzeirosprovenientes da venda de atum o que seencontravam aqui depositados em vá-rios bancos,

Os baianos estão revoltadoíAs tropelias do sr. Romano, em Sal-

vador, causaram indignação em todasas camadas da população. Não sãopoucos os protestos feitos. Refletindo és-te estado de espírito, não faz muito es-crevia um jornal desta cidade:

«Para demonstrar que não praticouirregularidades neste passeio à Bahia,o presidente da COFAP terá de vir emtermos. . . Se náo os fizer, não teremosoutro jeito, como instrumento de fisca-lização que somos, dentro dos deveresda Imprensa, senão denunciar ao Go-verno federal esse cavalheiro como pes-soa que não pode ocupar um cargo detamanha responsabilidade e de tantaspossibilidades de enriquecimento ilícito,e cuja conduta criminosa poderá enve-nenar, ainda mais, a ação, jó de si ine-ficiento, da matriz e agência daquelaórgão».

PALAVRAS CRUZADASF. LEMOS

Problema n° 33HORIZONTAIS. 1 — Enxerguei. ,1 —

Membro empenado das aves (pi.)fi — Kccifes de corais mais ou menoscirculavcs, que com o tempo se trans-formam em ilhas pelo dcsaparccimcn-tn da laguna central. 8 __ Achei gra-ca. !) — Lrilo. 13 — Folha de certasp.ilmciriis cm que, se escrevia. 15 —Canoa estreita e rápida. 17 — Anto-nio Maria, 1K — Encolorizar-se; 20 —Vestuário larga r sem mangas, que,pendendo dos ombros, se usa sobre asoutra* roupas.

VERTICAIS: 1 — Fêmea do touro.2 — Atração pessoal. .1 — Fileira. 1 —'Terra arroteada e própria para cultura.S — Troiiome possessivo da terceirapessoa. " — Folga de trabalho. 10 —Triturar. 12 —. Fruto da limeira. 14One tem sabnr picante, lfi — Estu-dava, 17 — Antes de. Cristo 10 —Artigo feminino plural.

2^ 4 5 1

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Serviçosde escritório

O Sindicato dos Metalúrgicos da Guanabara, graças à amplidão de sua novaserie, esta podendo organizar muito melhor seus serviços de secretaria, t - nu-lan.i, arquivo, ele. Com um mínimo de pessoal, oompetente e dr<7 o, oSindicato pode atender prontamente a seus filiados cm tudo q»"uio elesexigem. As boas condições de trabalho estimulam a produtividade; A fotomostra funcionários trabalhando.

Resposta rio Problema if 32HORIZONTAIS: 1 — Cara; 5 — Arnoia; 7 — Árias;

II Ao; 13 — El; 15 — Rim; 17 — i\Iu; 10 — Imaric; 21 -VKHTICAIS: '• Crime; ',>. — Ana: :t Rosa; 1 - Ai;7 — Afim; \rmc; 12 — Orada; 11 — Lisa; l(i'20 — Mas; 22 _ lr.

8 - Sá; 10 _ Fim;Risada; 23 — Rasa.5 — Ari; fi _ As;

— Inaj 18 — Ur;

-. 7._.... i iiTfii^yirirt^rrÉiifiaiiiiii-íriiiiíiiti

— Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS

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ESTADOS UNIDOS E BÉLGICACONTRA ONU E O CONGO

7 —

O representante da ONU no Con-go, Kashevvar Dayal, preparou umrelatório da organização sobre a si-tuacão do país em que aponta overdadeiro responsável pela crise:o colonialismo belga que, apoiadopelas potências da OTAN, procurarestaurar seu domínio sobre o Con-go. É exatamente o colonialismo bel-ga que criou e financia a traiçãod<> Iiiobutu, Casavubu, Tchombê eoutros «líderes congoloses» que seopõem à normalização do país. Co-mo não podia deixar de ser, o rela-tório de Dayal, entregue, por Ham-marskjold ao Conselho de Seguran-ca, causou profundas «reprovações»por parte da Bélgica e seus agentesno Congo «... dos Estados Unidos.O Departamento de Estado, aban-donando sua tática anterior de de-fender o colonialismo por detrás dosbastidores, declarou oficialmentequ-e as acusações à Bélgica eram«desnecessariamente violentas».

Pela primeira vez desde que ini-

ciou sua intervenção no Congo, aONU tomou uma atitude realmentede defesa da soberania do país con-tra o colonialismo. Não deve cau-sar surpresa, portanto, o protestonorte-americano. Por outro lado, amudança, de atitude dos represen-tantes da ONU não é casual. Desdeas críticas dos países socialistas eafro-asiáticos à atuação do secrp-tário geral Hanuiiarskjold contra oGoverno legal de Patrice Lumumbae a favor dos belgas, o secretáriopassou a ser controlado por umacomissão de 18 países dos anais 15pertencem ao bloco afro-ãsiátlco,que ainda agora apresentou umamoção à Assembléia Geral paraque os representantes do Primeiro--ministro Lumumba fossem imedia-lamente empossados como delega-dos do Governo legal do Congo. Aomesmo tempo, o sr. Ralph Bunche,conhecido defensor dos imperialis-tas, foi substituído por Daval comoresponsável pela atuação da ONUe o comando militar passava das

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mãos de um general sueco para asde um marroquino.

Não é também por acaso que olíder nacionalista Sendwe, chefe daoposição ao colaboracionista Tchom-bê, foi levado para a Ca tanga de-fendido por tropas da ONU paraentrar em contacto com os minei-ros bainhas e estudar sua situação,no sentido de pacificar a província.A consolidação do controle da ONUsobre a Catanga começou a tornarimpossível a matança dos mineirospelos policiais de Tchombê.

Por outro lado, a mudança daatitude dos representantes da ONUse deve ao fato de mie apesar <!••todas mSa manobras não foi possívelconsolidar o regime, militar deTchombê. Tanto as massas popu-lares como o parlamento e os go-vrnot provinciais continuam apoi-ando maciçamente o primeiro-mi-nistro Lumumba. Mesmo dentro doexército o coronel colaboracionistanão consegue abafar completamen-te a revolta de oficiais e soldadoscontra suas manobras. A divisãode Thisville, por exemplo, voltouaos seus quartéis e se negou a con-

OBEDECENDO AOS EUA:

tinuar na capital servindo de guar-da-costas a Mobutu.De, nada adiantaram igualmente

as queixas de Mobutu, Cassavubu,Tchombê e Calonii «ontra a pre-sença das tropas ganenses, guinem-nas, marroquinas e da BAU. Ape-sar dos vários «ultimatos» feito»por Mobutu e Casaviibu, os solda-dos dos pulses indeiymdentes daÁfrica continuam protegendo o pri-meiro-ministro Lumumba e seuscolaboradores e impedindo os de»-mandos dos mercenários a serviçodos belgas.

Ficou absolutamente claro quepara sustentar o governo dos cola-buraeionistas seria necessário ias-talar uma ditadura militar. O par-lamento não foi convocado até ho-je porque êle apoia Lumumba. O»governos provinciais, principalmen-te os de Leopoldvills e Oriente, sãoameaçados de intervenção ilegal.Nessas condições, ás quais se deveacrescentar o apoio unânime dospaíses independentes da África aoGoverno legal, se a ONU continuas-se apoiando Casavubu e Mobutu elase desmoralizaria inteiramente.

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Discurso valeu180 milhões

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Rotmilo Brt.wicourt, o preaktont.8 daVeneiuela, pronunciou o discurso maisbem pago até hoje pelo Imperialismo.Sua despudorada calúnia contra Cubae o mundo socialista valeu USi 180,000.000

43' ANIVERSÁRIO DE OUTUBROAs comemorações dc\sto ano do 7 de

novembro, 43" aniversário da RevoluçãoSocialista de Outubro na Rússia, tive-ram repercussão excepcional. As v.íes-tas de Outubros foram assistidas- pordelegações dos partidos comunistas deiodos ou quase todos os países do mun-tio, encabeçadas por seus líderes máxi-mos. Em discurso tradicional pronun-ciado na véspera cm nome do ComitêCentral cio Partido Comunista e do Go-vôriio soviético, um dos vice-primeirosministros da URSS, Frol Koslov, saudouos delegados comunistas presentes, aíir-mando que atualmente existem no mun-do 87 partidos comunistas com um totalde 36 milhões de membros. No dia 7,realizou-se na Praça Vermelha, em pre-

NotaInternacional

sonça dos dirigentes soviéticos e co-munistas dos paises estrangeiros umdesfile militar, que foi dos mais curtosdos últimos anos: durou apenas 10 mi-nulos. Mas mostrou novas e potentesarmas de que dispõe a potência sócia-lista para a sua defesa: foguetes ceie-guiados, inclusive o «Águia de Prata»,que abateu em maio deste ano, a 20mil metros de altura, o avlao-espia nor-te-americano U-2. A grande festa do po-vo soviético foi também um balançodas realizações econômicas do. ana trans.corrido, em ininterrupto ascenso, cn-quanto a economia do mundo capita-lista, com os Estados Unidos à frente,está em declínio.

A Lutada Argélia

ü general De Cíaulle voltou a falar sobre a Argélia e, depois de seudiscurso, torna-se ainda mais claro que o Governo Provisório da RepúblicaArgelina tem toda razão quando afirma que é impossível realizar negocia-çôes sérias com o colonialismo francos. Alguns dos poJitos fundamentais dodiscurso de De Gaullo bastam para demonstrar isto. Em primeiro lugar, con-tinua a insistência na rendição prévia dos argelinos como condição para asnegociações e o referendo sobro a autodeterminação. Continua igualmentesendo utilizada a desculpa esfarrapada de que é necessário ouvir os «repre-sentantes das populações argelinas-., inclusive os ultracolonlalislas, por certo,oomo se a Argélia tivesse outro representante legitimo que não os homensque vêm dirigindo sua luta desde 1954; Mais ainda, De Gaulle diz agora quea permanência do exercito francês na Argélia é necessária pura evitar 0 caose assegurar a «tranqüilidade» da manifestação da vontade dos argelinos. Ase acreditar em De Gaulle o mesmo exército colonial que esmaga o povo arge-lino e que é responsável por massacres e chacinas sem conta, «protegeria»-agora esse povo,

Diante da obstinação do poder pessoal e do colonialismo francês em nãoabandonar sua presa, a única esperança de uma solução pacifica para o pro-blema argelino fica agora nas mãos da ONU. Não é sem motivo que o próprioDe Daulle procura atirar areia nos olhos dos incautos, ao dizer que convidará^observadores» de todo o mundo para assistir ao referencio. O Governo DeGaulle, como todos os anteriores, carece de autoridade p confiança para asse-gurar o que quer que seja. A proposta do GPRA para que a própria ONU or-gahize e controle o referendo argelino poderá pôr fim à guerra que já duraseis ânus e que já custou mais de um milhão de vidas. A responsabilidade pelacontinuação do conflito cabe, agora, tanto quanto à França, aos paises- dobloco militar da OTAN, que tem ajudado econômica e militarmente a guerracolonial travada peto França, e que impedem uma solução através das Na-çôes Unidas. Os círculos da OTAN procuram atualmente justificar o apoioque já prestam à guerra colonial contra a Argélia com uma futura ajudamilitar cios paises socialistas.

A importância do papel que pode ser assumido atualmente pela ONUnão pode deixar de ter conseqüências para a delegação brasileira. Até hoje,num exemplo raro de subserviência, os delegados do Governo brasileiro sem-pre votaram a favor do colonialismo francês, colocando-se ao lado das dita-duras e de alguns outros países mais obedientes ao Departamento de Estada.Enquanto isto, vários paises latino-americanos, entre eles 0 México, Cuba, Vo-nezuela, Panamá e outros votavam a favor dos argelinos e outras se absti-nham. À missão argelina que atualmente visita nosso pais teve a oportuni-dade cie observar mediante seus contados com elementos representativos donossos círculos políticos e sociais e mesmo com corpos legislativos que oshomenagearam, que o povo brasileiro apoiaintegralmente a luta pela emancipação daArgélia. Outro não pode ser o caminho doGoverno Kllbitschek se quiser seguir opovo e não o Departamento cie Estado.

BETTANCOURT LEVAVENEZUELA A CRISE

FAUSTO CUPERTINO

CARACAS (PL),-^ As estatis-ticas oficiais e uma «enquête» pro-movida pelo jornal «El Nacional»sobre a situação econômica da Ve-nezuela, reflexos ambas do mal--estar geral da população, puseramem evidência a falsidade do fenô-meno da «recuperação» que há qua-se um ano vem anunciando reite-nulamente o Presidente Betancourte seu Ministro da Fazenda, princi-pais executantes de uma política queacentua o processo de colonizaçãoe que levou o país a uma crise queagora pretendem remediar median-le empréstimos e com a «ajuda»do Fundo Monetário Internacional.

Na última vez que falou à Na-ção, o Presidente Betancourt disseque o pais havia saído do «túnelde estagnação», que estavam re-gressando os capitais e que haviamaumentado os depósitos nos ban-cos- Pintou um panorama tão oti-mista, mas tão longe da realidade,que provocou uma reação em ca-deia que permitiu conhecer a gra-vidade da situação. Às acusaçõesque formularam os setores politi-cos de esquerda deve-se acrescemtar a opinião de um dirigente na-cional social-cristão, e, como tal,membro do governo de coalizãoo qual afirmou que «o governo éque tem a culpa; acreditou que ha-via inflação e tomou medidas con-tra ela; havia, no entanto, deflação— e a situação se agravou»

Burguesia temerosaPor outro lado, as quob" •'ão

vêm exclusivamente dos Ir a-dores. O Presidente da Câmara de

Italianosvotaram contrao fascismo

Os resultados das eleições muni-ripais e provinciais realizadas naItália nos dias 6 e 7, apesar de os-cassos, revelam as tendências doeleitorado peninsular. Os telegramas(por sinal lacônicos), assinalamprogressos sensíveis da esquerda eavanço da democracia cristã, esteem prejuízo dos partidos do centroe da direití.

A eleição, apesar de administra-tiva, se revestia de grande interês-se político em virtude dos aconteci-montos que abalaram a penínsulanos primeiros seis meses deste ano.Comunistas e socialistas colocaramem causa a orientação da DC, dealiança com os fascistas, c recla-maram do povo italiano a conde-nação dessa política que levou àssangrentas jornadas de julho, quan-do grandes manifestações popula-res de caráter antifascista se re-gistraram em toda a Itália e pro-vocaram a queda do gabinete Tam-broni e levaram a DC à crise. Opleito dos dias 6 e 7, com uma no-va afirmação dos comunistas e so-cia listas, poderá influir no destinopolítico, da Itália, forçando a uni-dade das forças antifascistas e tor-liar possível a desejada «svolta asinistra».

Industriais, Emílio Conde Jahn,atrlbue a crise à política do govêr-no e adverte que em dezembro mui-tas empresas não poderão pagarparticipação nos lucros a seus fun-cionários. Além do problema queisso significa para a situação dosoperários, refletir-se-á em menoresingressos para o Fisco a titulo deimposto. Afirma também que mui-tas empresas faliram — o que con-tinuará a acontecer se não houveruma mudança de política. Final-mente, Rafael Echeverria, Presi-dente da Federação de Câmaras deComércio e Produção, declarou que«o governo tem que admitir quesua política econômica tem sido er-rada até agora e que é preciso fa-zer um giro do 180 graus».

Conheçamos melhor, com basenas estatísticas do Banco Central,qual é a situação econômica da Ve-nezuela.

Reservas: Em janeiro de 1958 asreservas internacionais da Venezue-Ia subiam a 1 bilhão duzentos mi-lhões de dólares. Em junho desteano haviam baixado para 542 mi-lhões, sem perspectivas de aumen-tarem. Pelo contrário, de junho ajulho houve uma nova baixa (de1 bilhão 861 milhões de bolívarespara 1 bilhão 793 milhões).

Balança comercial: É o seguinteo balanço das exportações e impor-tações (sem incluir petróleo-ferro)desde 1916: .1916, saldo de18.542.037 bolívares; 1926, déficitde 213.827.524 boi.; 1952, déficit de2.254.000.000; 1958, déficit de ....4L495.000.000, para uma importa-ção inferior a cinco bilhões de bo-lívares.

Meio circulante: O dinheiro em

Greve ê armaconfra

ELEAZAR DIAS RANGELServiço Especial de PRENSA LATINA exclusivo pare N. n.

quota de 15 para 225 milhões debolívares. Mayobre aceitou. Segui-damente apresentou a questão aoCongresso Nacional para ser apro-vada, e no mesmo dia em que eradiscutida nas Câmaras, saiam peloaeroporto de Maiquetia três tone-ladas de ouro rumo aos EstadoeUnidos. Até 7 de outubro haviadespachado 13 toneladas. No ên-tanto o empréstimo ainda não^oiconcedido.

A Colonização

circulação nas mãos do público te-ve. uma baixa pela primeira vezem catorze anos (todo o períododa ditadura de Perez Jimenez, in-clusive) no ano inaugural do govêr-no do sr. Bettancourt, quando di-minuiu de 193 milhões de boliva-res com relação a 1958- Em julhode 1959, o montante do dinheiro emcirculação era de 3 bilhões 872 mi-lhões, mas em julho deste ano caíraviolentamente para 3 bilhões 184milhões. Este processo da baixa domeio circulante acentua-se cadavez mais. De junho a julho, baixouaproximadamente em 3 bilhõesdiários.

Inversões: Na zona metropolita-na de Caracas, as inversões de capi-tal na indústria e comércio tiveramuma baixa de 58^n no período ja-neiro-julho deste ano, em compa-ração com esse mesmo período doano passado, que não foi precisa-mente de grandes inversões. O Ban-co Central fornece estas cifras deJanciro-Julho em milhares de bo-livares:

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1959 1960Indústrias 280.480 141.690Construção 147.418 59.629Comércio 322.546 108.435Serviços 87.598 34.968Outras 25.181 17.885

TOTAIS 863.223 362.607

entreguismoCerca de três milhões de traba-

lliadorcs argentinos realizaram umagreve de £4 horas em protesto con-tra a decisão d« Frondizi de vetara lei aprovada |M'lo Congresso quedava aos operários e empregadosgarantias em caso de dispensa pc-los patrões. Quase, toda a vida dopaís foi paralisada com a greve ge-ral. No Chile uma greve de pro-porções semelhantes também foirealizada com êxito-

Os goveruos reacionários de Fron-dizi e, Alessandri se esforçam parajogar sobre os ombros dos traba-Ihadorcs o peso tias dificuldadeü eco-nômicas causadas pólo entreguismoa sorviço dos monopólios norte--americanos. Além da miséria emque já vivem os operários, querementregá-los de mãos atadas aos mo-nopólios e empurrá-los ao dessem-prego.

A reação dos sindicatos argentí-nos e chilenos é sintomática. Ape-sar das manobras, da repressão po-licial, da infiltração governista nossindicatos, os operários dos dois pai-ses forçaram a unidade da clasfreoperária e dos trabalhadores na de-fesa dos seus interesses e na lulacontra o entregtüsiuo e a reação.

Nesse período do ano passadoformaram-se 1.224 companhias noDistrito Federal, contra 823 cons-tituídas até julho deste ano.

Desemprego: Como costumaacontecer, o maior peso da crise sedescarrega sobre os trabalhadores.O número de desempregados estácrescendo à razão de cerca de 80mil por ano. De 1958 a 1959 au-mentou de 228 mil a 252 mil e cal-cula-se que este ano haja uns 330mil desempregados. Deve-se notarque nestas cifras não estão inclui-dos os desempregados do campo,nem os trabalhadores rurais que,como os das usinas açucareiras, sótrabalham durante uma parte doano.

Ao problema do desemprego cpreciso acrescentar a política decongelamento de salários que o Mi-nistro Mayobre, atendendo a su-gestões do P^undo Monetário Inter-nacional, quer impor. Isso provocouprotestos de çêrca de 50 mil traba-ihadores a serviço do Estado, queameaçam fazer greve se não sefirmarem contratos de trabalho- Opanorama para os trabalhadores fi-cará ainda mais negro em dezem-bro, quando, chegada A hora de re-partir a participaçãr lucros,ela lhes fôr negada.

Os empréstimosComo indicávamos acima, o Pre-

sidente anunciou riuo a «recupera-ção» viria junto com os emprésti-mos. E desde então o Ministro daFazenda despacha em avião. Viajapara a Suíça e os Estados Unidosatrás de dinheiro- Serve-se do Fun-do Monetário Internacional quelhe prometeu um empréstimo nocaso da Venezuela aumentar sua

A política de Bettancourt-Mayo-bre está acentuando o processo decolonização da Venezuela e agra-vando sua situação econômica.

O governo venezuelano submete--se cada vez mais ao imperialismo,e os setores mais capituladores sãoos que têm predomínio em sua 6ri-entação política. Essa tendência pa-ra a capitulação permitiu que ascompanhias que exploram o ferrona Guiana paguem menos impostos,apesar de terem aumentado consi-deràvelmente sua produção. Ascompanhias de petróleo norte-ame-ricanas pagaram este ano, a titulode obrigações, entre 750 e 800 mi-lhões de bolívares a menos, apesardo Governo Provisório ter aumen-tado seus impostos. Simplesmenteos trastes de petróleo baixaram ospreços do óleo bruto, que se ven-dom a si mesmos, e burlaram asleis venezuelanas.

A orientação dessa política en-treguistá, dirigida por Bettancourte Mayobre, não se reduz a entre-gar empresas do Estado ao capi-'tal norte-americano e a contratarempréstimos. Desde que se insta-laram no poder, estão empenhados,fazendo aijolos deseperados, ematrair mais capital ianque. £ denotar-se que as inversões norte--americanas na Venezuela represen-tam mais de 50rr de todas as in-versões desse pais na América La-tina, e que, em 1957, de 1 bilhãoe quinhentos milhões de dólaresque os Estados Unidos tiraram donossos países, mais de um bilhãosaiu da Venezuela.

Bettancourt e Mayobre achampouco. Continuam fazendo esforçospara buscar mais capitais e lhesoferecem as maiores garantias. As-sim se explica que a CorporaçãoNacional do Petróleo "funcioneicom menos de um milhão de dóla-res por ano, num pais que tem tãoelevado orçamento. Ê que essa em-presa — disse o Ministro de Minas- não vai competir com as com-panhias cie petróleo norte-america-nas...

A atual crise deve agravar-se emdezembro, e se fôr certo — comose anuncia — que nesse mês, oucm janeiro-fevereiro, deve-se pro-duzir uma crise econômica nos Es-tados Unidos, será difícil para o •governo de Bettancourt encontraruma solução. É capaz de encontrarum remédio transitório e artificial,com essa política de pedir empres-tado, mas no fundo só estará agra-vando a crise- E, simultaneamente,continuará se desenvolvendo, comrapidez cada vez maior, 0 processode colonização

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Trabalhadores, DeputaaSolidários Com a Greve Pela Paridade

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Concentraçãoe passeata

. • • r, -.i ....i„..,.„ nt (,.n* .(iv.s d. entendimentos e os apelos, Mesmo depois dc tomada

(há mais dc um mes, a resoluto de «««^^^ ^^ Z trabalhadores. Dias antes da data da paralisação do trabalho as autoridades "^W^^^"^ os lideres lindicais paulistas decidiram

A greve dos marítimos, portuórios,-e ferroviários desencadeou em todo 6

país um extraordinário movimento do

solidariedade aos grevistas, não ape-

nas no seio da classe operária, mas

também em outros setores da popula-ção. À medida em que o governo se

encaminhou para o terreno dos pro-vocações e da repressão policiei, ós

trabalhadores, muito ao contrário de

cederem às tentativas oficiais de inti-

midação, firmaram-se ao lado de seus

companheiros em greve.Logo no primeiro di? de greve, oo

confirmarem-se as disposições reacioiâ-»rias do governo, os líderes.sindicais d>5Estado do Rio, de São Prulo e daGuanabara imediatamente se arfcula-ram, para manifestar sua solida.iedad»aos grevistas.

No Estado do Rio, os líderes sin-dicais da empresa de transportes do 6s-lado («SERVE»), dos trabalhadoresmetalúrgicos de São Gonçalo e Niterói,dos trabalhadores em energia elétri-ca, rodoviários, padeiros, têxteis, em

produtos químicos, gráficos, bancádvs,em construção civil, .idreiros, comer"ciários e jornalistas, reunidos na sededo Sindicato dos Rodoviários de Nite-rói, decidiram lançar um manifesto desolidariedade à greve e de repulsa àsmedidas de repressão do governo, eenviaram telegramas no mesm-_> sen;i-do à Câmara Federal e ao Senado, ooPresidente, da República e se1 s Mini?-tros. Resolveram ainda os trabalhado-res fluminenses realizar nova reunião,na quarta-feira, para decidir sobre crampliação da solidariedade, indusiv»a paralisação do trabalho em seu Es-tado, em função do desenvolv:memo>da greve dos ferroviários e marítimos.

Também na Guanabara, os repre-sentantes dos 14 maiores sindicatos dctrabalhadores cariocas (metalú.g>cosrbancários, gráficos, aerovióriot, aero-naulas, marceneiros, carris, vestuà/io,alfaiates, telegrafistas, petróleo, .odo-viários, energia elétrica, sapateiros) ,1reunidos terça-feira no Sindicc.ro dosAerqviários, lançaram um Manifesto

público de solidariedade à greve (. re-

púdio às violências do governo. Nomesmo sentido deliberaram os membrosdo Conselho Intersindical de São Pau-Io, reunidos à noite de terça-feira nacapital paulista; em outras resoluções,

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.S5p" dc"ameaçar" com medidas de repressão. Mas os ferroviários, marítimos e portuários

na

não se intimidaram. No dia ", concentraram-se

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NOVOS RUMOS¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦^, ffi^_^^9._________________H

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Uma Centraldiferente

Diariamente, centenas dc milhares dc trabalhadores se comprimem nas pia-laformas da Central à espera do trem que nem sempre vem c que. quandovem transporta os passageiros como se estes fossem gado. Desta ver., porem,ds trens vieram, pararam e não levaram ninguém. Greve na linha férrea —

plataforma va/.ia, deserto dc passageiros, ferroviários discutindo paridade.

ir incorporados à Assembléia Legisla-tiva do Estado, para reclamar solida*riedade aos grevistas, e realizar novereunião quarta-feiro, pata tomar ou-Iras deliberações.

Estas e muitas outras manifesta-

ções de solidariedade oos grevistas fo-ram registradas, da parte dos traba-lhadores, mas o novimento de apoio ã

greve e repúdio às provocações do go-vêrno ultrapassou os limites da classeoperária. No Congresso, numerosos

parlamentares ocuparam a Tribuna,

para falar em favor dos grevistas; odeputado Fernando Santana, numa ré-

plica às ridículas declarações do go-vêrno, afirmou que, efetivamente, a

greve era comandada do exterior, poisa causa da greve era a carestia, e- to-dos sabem que quem comanda a ca-réstia são os frustes e monopólios, im-

perialistas norte-americanos. O pró-prio Presidente em exercício do Coma-ra, o deputado Sérgio Magalhães, ma-nifestou-se solidário com os grevistas,declarando que estes de forma algu-ma estavam «coagindo o Congresso»,como afirmam os porta-voies do go-vêrno.

Os estudantes, por sua vei, de-monstraram integral apoio aos grevis-tas, A UNE, além de oferecer aos ma-rítimos e ferroviários sua sede, divuU

gou uma nota oficial de solidariedadeà greve e de condenação às violên-cias do governo. O mesmo foi feito

por inúmeras outras entidades estu-dantis em todo o país, como a UniãoFluminense de Estudantes, a UniãoBrasileira de Estudantes Secundários, oMovimento de Reforma da FaculdadeNacional de Direito, etc.

Anua davitória

A unidade, expressa não apenas cmseus cartazes mas principalmente cmsua vigorosa ação grevista, foi a gran-dn .unia que conduziu a vil ia osíuiTuvidrios, marítimos >¦ puituurios.

As barcaslambem pararam

As barcas seg

l, o governo', num recurso

uiram o exemplo das locomotivas: pararam. A palavra-dc-ordcm de greve foi obedecida à risca tantosírio possível outro caminho, pois as simples promes-

esgotada. Alémiterúi ficou isolada.

extremo, lançou mão dc embarcações da Marinha (foto)

' i-ido (íi Guanabara como no Estado do Itin. E ntto era mesmo possível outro caminho, pois as

"" ÍÍ,s dc última hora não podiam merecer fé. A espera tinha sido longa c a paciência estava,",.,,,. Ir. crescente (ornava a cada immí mu maiores ainda as prlvaçfics. Tom a greve, Nite

(leso, .1 can.ii.i -¦'•,_ .1.. ii.,-i,.i,„ irnt..\

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UMA HISTÓRIA DA CARESTIA

í.

Dona íris Foi à Feirae Não Comprou

InteiraFeijão, arroz, farinha, manteiga,

ovos, tomate... Um pedaço de papelde embrulho rabiscado com esses nomescomuns, enfiado às pressas na bolsa, ocarrinho presente de casamento e lávai dona íris, na manhã chuvosa de se-gunda-feira, brigar com os vendedorasnas barracas da feira do Engenho No-yo. Brigar com os vendedores não ébem o termo, a briga de d. íris é comaqueles pedaços de papelão presos àmadeira e enfiados nos sacos de mer-cadoria expostos na via pública.

A ronda semanal começa às 9 horas,às vezes um pouco depois. Papel à mãodinheiro na bolsa...

—¦ Dois quilos de arroz. %' — Amarelão ou japonês?

O arroz que nos bons tempos secomprava a 20 e às vezes menos cru>zeiros o quilo, já subiu para 45. O arrozextra, naturalmente ,aquele que não vi-ria papa depois de cozinhar. Dona trispensa, dá uma olhada no papel ondeestão rabiscadas as coisas que devecomprar e escolhe o japonês, de 32.Antes, com menos dinheiro, ela compra-va do amarelão.

A história se repete nas outras ban-eas, mas com uma agravante: à medidaque o dinheiro vai diminuindo os paço-les vão caindo em menor quantidadeno carrinho.

Gastando maisa comendo menos

Sem ter lido um livro de economia,dona íris entende como ninguém essahistória de inflação. Sabe que cares-Ha é gastar mais e comer menos e dis-so ela tem certeza porque é quem fazas compras e controla a despesa dacasa.

O retrato da inflação ela o tem dian-te de si diariamente: um caderno esco-lar, desses comuns de muitas páginas,e engordurado que fica guardado nagaveta do armário da cozinha. Nele,ela anota todas as despesas do dia e,cada vez que o faz, volta as páginaspara verificar o que é que aumentoude ontem para hoje.

— Onde é que nós vamos parar,marido? A semana passada a batatacustava doze cruzeiros. Hoje eu com-prei na feira por 16, e mirradinhas.

,. A prestação de contas sempre se ve-rlfica na hora do jantar, O marido deramil cruzeiros para as despesas da se-mana e o dinheiro não bastaria. O to-mate aumentou e só foi possível com-prar 2 quilos; a verdura está pela horoda morte; as crianças vão ter que ficarsem levar a banana do lanche esco-lar... Tudo Isso faz parte da vida dedona íris, é o drama cotidiano da mu-lher do operário, do funcionário públi-co, do comerciário, do bancário.

A ginástica do orçamentoNem a administração da República

faz tanta ginástica para equilibrar o or-comento como o faz uma dona de casa.Feio contrário, o negócio tá por cimoé muito mais fácil pois quando a cois*aperta é só bolar á guitarra legal (rr.á-quina de fazer dinheiro) a funcionare o problema se resolve. Dona íris, queexiste mesmo, é um exemplo disso. Háum ano atrás ela se arranjava com cin-co mil cruzeiros. Pagava uma lata deóleo a 75 cruzeiros, a carne de primeiraera compiada a 100 e 1 20 o quilo (ha-via carne de segunda à vontade pcrafazer a sopa); a bisnaga de pão cus.c-va 6 cruzeiros; o açúcar era vendido a14 cruzeiros o quilo e o leite tambéma M.

O tempo passou, Brasília foi crês-cendo (e dona íris ouviu dizer muitasvezes que os preços aumentavam por-que o governo gastava rios de dinheiropara construir Brasília), a remessa delucros para o exterior também cresciae com eles os problemas da dona decasa.

E' verdade que nesle meio tempo Qmarido de dona íris ganhou um aumen-?o de salário.

Quando ela foi à feira com a verbareforçada percebeu que chegara umpouco tarde... os preços das merca-dorias já haviam sido «reajustados», ede que maneira.

E a ginástica continuou. Dona íris, jácom 8 mil cruzeiros para at despesascom comida, teve de fazer alguns cor-tes na lista de compras.

Raio X da fomeOs nutricionistas escrevem livros, fa-

zem tabelas, provam cienllficcnicnleaue o linm«w Hovo -il-nni-ver tanlas »

tantas calorias para poder manter-se.Conselhos e mais conselhos são divul-gados e especialistas ensinam que sedeve comer legumes, carnes, beber leite,etc. e tal. Tudo muito bonito. Dona írisouviu no rádio, nesses programas femi-ninos, que as crianças devem ser ali-montadas assim e assim. Ficou preo-cupada e conversou seriamente com omarido a respeito. Naquele mis resolve-ram aumentar a cota de leite, comprarmais manteiga e algumas frutas. Atéum quilo mais de carne por semana re-solveu-se comprar. Pró que eles forampensar nissol O negócio de aumentorecomeçou. O rádio anunciava que osprodutores de leite estavam descontén-tes,- logo depois foi a vez da farihhade trigo; a carne não demorou muito.

Dona íris tem 5 filhos, comprava umlitro de leite por dia para dar comcafé às crianças. Depois de ouvir o talprograma feminino resolveu comprar2 litros. Afinal de contas, apertandoaqui e ali era possível. O leite custava14 cruzeiros. Depois... hoje dona írisfaz ginástica para ter um litro de leitepor dia em casa. O aumento foi brutal:de 14 para 21 cruzeiros.

Nessa altura, já não se pensava maisem comprar tanta manteiga e em trazermais algum legume da feira.

O caderno de dona íris é o verda-deiro Raio X da fome. Folheando-o eanotando chego-se a conclusão que na-quela casa hão são respeitadas as reco-mendações mínimas para se proveruma alimentação saudável. O consumode leite é insuficiente; carne, legumese manteiga são artigos de luxo; pala-vras como banana e laranja aparecemde vez em quando. E olhe-se que a des-pesa com alimentos vai a mais de 7 milcruzeiros. Claro que lies vSo se aguen-landoi café com leite para disfarcariarroz e feijão ot alimentos básicos; ba-tatas e alguma verdura; a sopa com umtiquinho de carne para dar o gosto; umou outro ovo de vez em quando e umamesa mais farta no domingo fazem ocardápio mensal da família.

O marido de dona íris i operário es-pecializado, ganha mais.do que o sala-rio-mínimo. Ela mesmo tira uma boaparte do dia para costurar, e o queganha dá para reforçar o orçamento.O aluguel de casa, «graças a Deus —diz ela», é antigo e no que diz respeitoa roupas se dá um jeito com um remen-do aqui, outro ali e costurando camisaspara o marido e para as crianças, Mes-mo assim, o que sobra só dá para co*mer e não muito bem.

Dona íris, personagem real, é modê-Io. Como ela, milhares de donas de ca-sa nessa cidade maravilhosa passam avida' fazendo a ginástica das contas,apertando aqui e ali, economizando aci-ma do que é verossímil economizar, so-frendo quando não pode dar um copode leite para o filho que ela sente pre- ,cisa beber, quando transforma o quedevia ser um bife para uma pessoa embifes para toda afamília. Assim é a vi-da da gente simples. Enquanto isso...

0 governo o que é que faz?Bem, o governo decidiu há muito

tempo, resolver o problema criando aconhecidíssima COFAP e suas filhasCOAPS e a famigerada Comissão Cen-trai de Abastecimento. A primeirak cujafunção precípua seria regulamentar ospreços dos gêneros e impedir a espe»culqção e exploração altista, ficou logofamosa pela freqüência com que baixa-vo portarias aumentisfas. Uma vez teveum presidente que resolveu não concor-dar com o aumento do preço da carnee estava decidido á fazer intervençãonos frigoríficos estrangeiros. Foi tal aconfusão que a sua decisão provocouentre as autoridades, que o presidenteda República demitiu-o. Em seu lugar foicolocado o doutor Romano, esse queestá aí até hoje. A carne aumentouuma vez, duas e vai acabar sendo.li-berada. E, não é só isso, o doutor (dou-tor mesmo, pois é médico e por issomesmo devia saber muito bem a im-portância da alimentação para at pes-soas) patrocinou o aumento do pão, doleite, dos remédios (do qual êle é par-ticularmente interessado) e, prometemais,

Além de protetor de frigoríficos, la-boratórios, moageiros e das grandes usi-nas estrangeiras que dominam o merca-do dos laticínios no Brasil, o atual pre-sidente da COFAP também é bastanteamigo dos comerciantes da rua Acre.Campeão dor aumentos, permitiu que acarne, durante sua gestão atingisse opreço absurdo de 200 cruzeiros o qui-Io,- homologou um aumento de 7 cru-zeiros no litro de leite; não teve dú-vidas em permitir que o preço do açúcarse elevasse de 14 para 25 cruzeiros; de-ve ter .ficado muito satisfeito com sua

consciência quando o pão foi aumen-tado e se mantém insensível ante o au-mento brutal do preço do óleo deamendoim e de caroço de algodão, quede 75 cruzeiros que era, chegou a eus-tar quasev tanto quanto uma lata deazeite importado. Como amigo dos tu-barões da rua Acre, o presidente daCOFAP faz vistas grossas às oscilaçõesde preço de produtos como cebola, ba-tata, arroz e não se preocupa dè formaalguma com o escândalo do preço dofeijão.

A CCA, por seu lado, devia estimulara venda de produtos diretamente doprodutor ao consumidor, para evitar ointermediário. Nesse sentido construiualguns armazéns que, na época em queforam inaugurados seriam elementosdecisivos para forçar uma baixa de pre-ços no mercado. O povo ouviu issoquando abriram as portas dos merca-dos da Central do Brasil e do.lrajá.

Tudo uma farsa. Venderam e se ven>dem, é verdade, alguns produtos porpreços inferiores (não muito) aos dascasas especializadas. Mas, os artigosmais importantes são adquiridos oospreços da praça.

• Dona íris, voltewos a ela, experi-mentou uma vez. Combinou com umacunhada, muniram-se de sacolas e láforam, no lotação que já custava maiscaro, tentar a sorte no mercado daCentral. Que decepção) Arroz, pelomesmo preço,- feijão, idem; verduras, nafeira, especulando um pouco, ela en-contrava até mais barato; ovos (era sá-bado e ela queria preparar um bolopara o domingo), a 68 cruzeiros. Saiudo tal mercado danada da vida. O di-nheiro que economizara nas comprasfoi consumido pelo preço da passagemno lotação,

O homem da CCA, o tal Danilo Nu-nes de sorriso do príncipe da opereta,responsável pelos mercados que «iamfazer guerra à especulação» se can-didatou a deputado e não teve votosna zona Norte. Se elegeu porque o pes-soai de Copacabana e dos outros bair-ros da,zona Sul não conhecem aindaos tais mercados.

Se o doutor Romano ler essa históriaé capaz de dizer, no fim de contas:

— Essa dona íris deve ser uma per-dulária. Vejam só, quer comer mais deum quilo de carne por semana e tevea coragem de pensar em comprar maisdo que um litro de leite por dia paraos filhos beber. Que use mais café, ariqueza nacional, e sirva a média maisescura para o marido e os filhos,

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A carne c protagonistaprincipal

Dono íris, que também é personagem dessa história de carestia, faz dià-riamente a ronda dos açougues. A pergunta é sempre a mesma: tem carne desegunda ? A resposta também : não I A situação é essa, os frigoríficos, ,en«quanto eiperam a liberação e com o beneplácito da COFAP, esconderam a cam«de segunda; a mais barata. E, o povo que se dane. >

ANO II Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 N" 89

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Nem o xuxuescapou

Na seção de verduras e legumes do famoso mercado da Central (o tal que ia yehde-r móis barato), você podecomprar xuxu. Procura e encontra. Èlcs estão amontoados, bonitinho*, tentadotos. Vocõ ontâo levanta a vista e dó deolho com o papolõo : (.chuchu — K 14», Não tom 'emrdio iunsmo, o xuxu, que dó mesmo som plantai está custandoa barbaridade de 14 cruzeiros o quilo. I depois tem gente que reclama quando pacj« 20 cruzeiros por um mirradinho páde alface, 40 por um quilo de tomate e outras coisas mais.

-. 2NOVOS RUMOS

Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 1960 —

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EM MARCHA PARA OS 100 MIL BARRIS DIÁRIOS

Petrobrás Batena Extração de

RecordePetróleo

Batendo todos os recordes na precisamente aqueles, cuja entradaprodução de petróleo do Recôn- em exploração está permitindo ocavo Baiano, a Petrobrás deu aumento da produção de óleo namelhor resposta a nova campanha Bahia,de descrédito movida pelos frustes ||ovos horizontesinternacionais de petróleo Ultima-

mente, com efeito, através de di-

versos veículos de propaganda, vi-

nha sendo divulgada, parcialmenteou na integra, uma conferência do

conhecido entreguista Glycon de

Paiva, segundo a qual a empresa

estatal teria demonstrado sua in-

capacidade na esfera da pesquisa e

da exploração de petróleo. Na im-

prensa norte-americana — na re-

vista «Time», por exemplo — a

diatribe do sr. Paiva encontrou a

melhor acolhida. Os fatos, porém,se encarregam, agora, de demons-trar a falsidade das afirmativas do

sr. Paiva

Em marcha paraos 100 mH barris

Informa o último Boletim da

Assessoria Geral de Relações Pú-blicas da Petrobrás que no dia 20

de outubro último, a extração de

óleo do subsolo baiano chegou à ca-

sa dos 94.122 barris, número ja-mais atingido antes. Caminha-se,assim, para atingir a meta dos 100

mil barris ainda este ano. Na mes-ma noticia, é publicado um quadrono qual se pode ver a progressãodo aumento da extração de petró-leo baiano: \

barris

10 de setembro 87.82912 de setembro 90.00023 de setembro 91829

2 de outubro 93.06220 de outubro 94.122

Vatapá,acarajé.

caruru... petróleo..

Hoje, quando se pergunta o que é quea Bahia tem, não basta responder enu-merando as delicias de seus pratosfamosos e os encantos das baianas.Perto de cem mil barris diários depetróleo já é algo característico.

Ora, qual a afirmação central dosr. Glycon de Paiva contra a Petro-brás, nesta etapa? A de que a em-

presa estatal mostrou-se incapaz dedescobrir petróleo, ou, então, con-firmou a tese dos trustes de quenão há petróleo no Brasil, excetono Recôncavo. Convém lembrar, de

passagem, que a região da Bahiachamada Recôncavo é bastante ex-tensa e que, quando a Petrobráscomeçou a funcionar, somente ai-

guns campos haviam sido localiza-dos. Desde então, a Petrobrásprospectou e delimitou varies novoscampos, isto é, descobriu muitomais petróleo do que aquele que sesabia existir quando ela começou.

Outra demonstração da falsida-de das alegações do sr. Paiva estáem que a Petrobrás não poderia au-mentar a extração de óleo na esca-Ia vertiginosa em que o vem fa-zendo se não descobrisse novoscampos petrolíferos. E ai estão, pa-ra comprová-lo, os campos de Bu-racica, Taquipe e Cassarongongo,

Não é só na descoberta de novos

campos que se tem revelado a efi-

ciência das equipes de produção da

Petrobrás. Em alguns dos campos

já conhecidos, os engenheiros, téc-

nicos e operários da empresa esta-

tal têm descoberto novos horizon-

tes, isto é, novos lençóis petrolife-ros em camadas mais baixas do

subsolo, fazendo novas descobertasde petróleo-

Alega o sr. Glycon de Paiva queisso somente se dá no Recôncavo.Evidentemente, seria de todo dese-

jável que cada sonda da Petrobrás,no Amazonas ou no Paraná, no Ma-ranhão ôú em S. Paulo, desse comcampos petrolíferos novos. Mas,não desconhece o sr. Glycon dePaiva — embora silencie a respei-to — o quanto é aleatória a res-quisa petrolífera^ o quanto é pro-blemáticà a descoberta de um novocampo. Nunca é demais repetir oexemplo clássico do Canadá, ondea decantada iniciativa privada —

no caso os trustes — com seusimensos recuraos téc \: o.i, seus ca-pitais, sua experiência, levaram 40anos para descobrir a3 grandes ja-zidas petrolíferas de Lecluc. Tam-bém na Rússia, só muito depois darevolução socialista foi descobertopetróleo nos Urais; durante decê-nios, foi um úni .o cnntro - - Baku— que abasteceu o país de «ouronegro»

Aumento: 3 mil por conlo!Em nosso pais, os êxitos alcan-

çados no Recôncavo são mais queanimadores: de uma produção de1 milhão de barris em 1954, deve-remos atingir este ano, aproxima-damente 30 milhões de barris. Nossete anos da Petrobrás, o aumentoé, portanto, de cerca de 3.000 porcento! Além disso, é o caso de in-dagar-se: nas atuais circunstâncias,com as dificuldades opostas à Pe-trobrás por entreguistas descober-tos ou encapuçados, tendo em vistaque se trata de empresa nova e quenão pode ir buscar com os trustesa experiência de que carece — atu-almente, repetimos a melhor poli-tica não será concentrar recursosno Recôncavo? Pois aí a existênciade petróleo já está positivada e temtido êxito a pesquisa e exploraçãode novos campos.

Sç com o petróleo extraído doRecôncavo fôf possível abastecertodo o Bra.il, tanto melhor, poiso prosseguimento da buica de ho-vas Jazidas poderá ser feito poruma Petrobrás muito mais segurade sua força, sem a pressão das di-ficuldades cambiais do Brasil, ou,já então, como um possível meiopara aliviar estas dificuldades-

Aumentam as reservas

O aumento da extração de oieobaiano pela Petrobrás tem sidoacompanhado por um aumentoconsiderável das reservas recupe-ráveia, isto é, do petróleo cuja exis-tência está positivada e que podeser retirado para o consumo. Em1954, quando a Petrobrás começoua funcionar, aquelas reservas eramde 50 milhões de barris e já emfins do ano passado elevavam-se amais de 600 milhões. Tal númeroindica que se de hoje em diantenão fosse descoberta mais uma gô-ta de petróleo no Brasil, o óleoexistente sob a forma de reservarecuperável daria para atender aoconsumo nacional durante 5 a 6anos, considerando o aumento anualdo consumo. Quando a Petrobráscomeçou, as reservas recuperáveisnão bastavam sequer para o con-sumo dé um ano.

Como se vê, as críticas de enco-menda feitas pelo sr. Glycon dePaiva à Petrobrás são totalmentedesmentidas pelos fatos. Mas, nãoserá que se destinarão elas a en-cobrir manobras mais insidiosascontra a empresa estatal? Os na-cionalistas não podem nem devemperder de vista o fato de que oataque frontal dos tnwtes petroli-feros contra os «Yacimentos Pe-troliferos Fiscales» — empresa es-tatal argentina — só foi levado aefeito muito tempo depois de cria-da a empresa...

BRASILSÉCULO XXRui Face

Uma interpretaçãomarxista da atualidadebrasileiraEditorial Vitória

DicionárioNascimentodo Poder Estatal

D» mesma forma que no capltalií-mo as classes fundamentais d», soole-dade sfto a dos burgueses • a do« ope-rárlosi do mesmo modo que no feuda-llsmo as duas classes fundamentalieram a do» senhores feudais • a dosservos, também no regime escravistaeram duas as classes fundamentais emque se dividia a sociedade: a dos se-nhores de escravos e a dos escravos.

A população na sociedade escraviS-ta compunha-se de homens livres eescravos. Os primeiros, conforme o seupoder econômico, desfrutavam emmaior ou menor grau dos direitos decidadania, de posse dc bens e direitospolíticos. Em contraposição, os escra-vos não gozavam dc direito algum. Oshomens livres, por sua ve_, além dosgrandes proprietários de terras, tam-bem compreendiam a classe dos pe-quenos produtores — camponeses eartesãos — entre os quais os mais re-mediados, também utilizavam o traba-lho escravo, embora em escala menordo que os grandes latifundiários.

Já na época da escravidão, os sa-cerdotes desempenhavam um impor-tante papel, como apoio das classesdominantes. Do ponto-de-vista econõ-mico, eles também se classificavam en-tre os grandes senhores de terras e deescravos.

O surgimento da propriedade pri-vada e a divisão da sociedade cm cias-ses, fizeram com que se tornasse neces-sário algo mais' que o simples poderconsentido, que existia nas antigascomunidades e era exercido pelos an-ciãos. Este poder, com efeito, não erasuficiente para impor aos explorados—- que antes não existiam — a novaordem de coisas e, em particular, o>brutal regime da escravidão. O contí-nuo aumento da divisão social do tra-balho e o desenvolvimento da troca.Iam conduzindo as diferentes "gens" etribos, a uma maior aproximação.Formavam-se as uniões de "gens" e detribos. As instituições gentilicas per-diam, com o tempo, o seu caráter ori-ginai, suas raízes populares, que se ba-seavam no consentimento de todos. Osanciãos, e chefes militares das tribos,transformaram-se em "príncipes" e"reis". Antes, eles gozavam de umaautoridade legítima, mas agora passa-vam a usar o seu próprio poder par»defender os interesses da pequena mi-noria possuidora, para reprimir o des-contentamento dos seus próprios pa-rentes que se arruinavam e para esma-gar implacavelmente os escravos.

Foi assim que surgiram os destaca-mentos armados, os tribunais e os ór-gãos de repressão, já agora não apenaacom a missão de defender as uniões detribos contra ameaças vindas do exte-rior. Sua finalidade era também man-ter a situação de desigualdade que seimpuser» dentro da própria tribo.

Assim nasceu o Poder estatal •nasceu para manter subjugada a maio-ria explorada, em benefício da mino-ria exploradora.

Os pensadores que defendem mperpetuação da divisão da sociedadeem classes — para eternizar o capita-Iismo — afirmam que o Poder estatalsempre existiu. Não é certo. A ciên-cia não o encontra entre os povos pri-;mitivos. O que existe ali, é algum*forma de hierarquia, mas livrementeconsentida. Quanto ao Poder estatal,,com seus órgãos de repressão a servwço das classes exploradoras, só pôde!surgir, logicamente, quando surgiramas classes exploradoras e para defenderseus interesses. E' lógico, também, quedeixará de existir quando deixarem deexistir as classes sociais.

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NotaEconômica

Continuam as Fraudesno Comércio do Café

Novo Empréstimo AosBanqueiros Americanos

Não se conhecem nem a marchanem os resultados dos eotendimen-tos mantidos em nosso país porama delegação do «Export-ImportBank» — autarquia do governonorte-americano — com as auto--idades bnsüefa-s para a conclus-são do um acordo de consolidaçãodas dividas do Brasil no exterior._______ dívidas, como se sabe, vêm--se acumulando em conseqüênciados elevados deficits do nosso ba-lanço de pagamentos. Os deficits,por soa vez, têm como causa, es-senc-almente, 1) deterioração nasrelações de troca do Brasil com oexterior; 3) a evasão de recursosnacionais por ação das empresasestrangeiras no Brasil. O emprés-timo agora negociado para a con-solidação dessas dívidas — ou«funding 1 oaa» — tem em vistaaliviar as dificuldades cambiaisimediatas do Brasil- Os nossos com-promissos para êsté fim de ano sãod8 tal monta que, para saldá-los,teríamos que recorrer a novos em-préstimos correntes no exterior,uma vez que a receita proporcio-nada pela balança comercial estámuito longe de ser suficiente paracobri-los. Daí o recurso ao «f»n-ding», que se apresenta cooio umanecessidade imperiosa.

Entretanto, é o ca_o de pergun-

tar-se: tentou o governo brasileiroobter em outras fontes j. conclusãode um «funding»? Não é bastanteclaro que ao Brasil seria mais con-veniente dispersar a área dos seuscompromissos com o exterior, aoinvés de jungir-se cada vez mais aosbanqueiros e às autoridades norte--americanas? Não temos notícia de

que o governo brasileiro tenha ten-tado _ ao menos com a necessá-ria seriedade — vender essas dívi-das a outros países que as pudes-sem comprar, e que, possivelmente,teriam interesse em comprá-las.Formalmente, não liá diferença en-tre, assinar um «funding» nos Esta-dos Unidos e na Alemanha Fede-ral, por exemplo- Entretanto, nesteúltimo caso, sofreríamos menos a

pressão norte-americana, alarga-ríamos o nosso campo de mano-bra. Nem se argumente com a in-viabilidade dessa iniciativa, jwis, re-petimos, não foi ela sequer tentada.

Uma segunda observação que seimpõe é que o «funding loan» nãoconstitui dé modo algum uma solu-ção para o Brasil. É apenas umaespécie de paliativo. Seria uma pro-vidênçià de mais longo alcance sefossem fechadas as portas que con-duziram à necessidade do «fun-ding». Infelizmente, porém, aque-Ias portas permanecem abertas,

nenhuma medida foi nem mesmoensaiada para fazer cessar as cau-sas dos deficits no nosso balanço depagamentos. Dessa maneira, não épreciso ser profeta para prever quedentro de pouco tempo estaremosnovamente a braços com o proble-ma dos compromissos com o exte-rior.

Os deficits no balanço de paga-mentos só poderão ser eliminadosou reduzidos a pequenas propor-ções com uma completa reformu-laejlo da política econômico-fuian-ceira, e não no sentido reclamadop-do FMI e o próprio «Eximbank».Nessa reformulação, assumem im-portância cada vez maior os pro-blemas do controle do capital es-trangeiro no Brasil — em todos ossentidos —, a diversificação da pau-ta das nossas importações, a modl-ficação das estruturas econômicassuperadas, antes de tudo a atualestrutura agrária. No plano exter-no, terá que significar a afirma-ção de uma política independentec a intensificação das relações eco-nômicas com o mundo socialista.

Fora disso, será a permanênciado círculo vicioso: deficits, emprés-tímos externos para a coberturadc deficits, novos deficits, novos em-préstimos externos, etc. Uma pers-pectiva desalentadora.

As fraudes no comércio exterior são, por assim dizer,permanentes. Há momentos, porém, em que tal prática vaialém da rotina e se transforma em assunto de jornal. E* oque está sucedendo agora com o nosso café. Até dois mesesatrás, era o chamado "câmbio português" que constituíapreocupação para as autoridades. Entretanto, a interven-ção do Instituto Brasileiro do Café no mercado, comprandodiretamente aos produtores, parece que pelo menos eontri-bulu para reduzir as proporções desse tipo de irregularlda-de. A sede de lucros, porém, torna fértil a imaginação dosexportadores de café, aos quais, de resto, não é difícil com-prar a cumplicidade de certos funcionários da administra-ção pública, j

O contrabando do café, por exemplo. Faz-se um baru-lho enorme pelos vjornais, ameaça-se, abrem-se inquéritos,colocam-se no pelourinho (muito cômodo, é verdade), deter-minados personagens misteriosos, designados... pela letra"X" e nunca pelos verdadeiros nomes, e no fim, nada. Ocontrabando continua, a confraria é forte. E neste caso docontrabando, ou há punição exemplar para os contraven-tores, ou tudo continua na mesma. Isto porque a base docontrabando de café reside na possibilidade econômica ena vantagem de praticá-lo. Efetivamente, o preço internodo café oscila até um máximo de 3.100 cruzeiros para oscafés da chamada série de mercado. O preço externo, po-rém, é mais elevado: uma saca de café, exportada de acôr-dó eom as disposições legais, isto é, à cotação de 33,77 cen-tavos de dólar pela libra-péso (454 gramas) do tipo Santos-4rende ao exportador, cambiais no valor de 44 dólares emelo; compradas pelo governo, essas cambiais, a 90 cru-zeiros por dólar, proporcionam ao exportador uma receitade cerca de 4.000 cruzeiros. Entretanto, se a venda ao ex-terior se verificar irregularmente, por contrabando, tal re-ceita será bem maior. Por exemplo: uma saca de café domesmo tipo Santos-4, pode ser contrabandeada, digamos,a 30 dólares, em vez dos 44,50 dólares em que é oficialmen-te cotada. De posse dos 30 dólares, o contrabandista irátrocá-los não no câmbio oficial, pelos 90 cruzeiros do dólar-café mas sim no câmbio livre, onde todos os gatos sãopardu. e o dólar vale cerca de 190 cruzeiros. Sua receita,será então, de 5.700 cruzeiros (30 dólares a 190 cruzeiros).Mesmo supondo uma grande margem para a cotação ofi-ciai, como o fizemos, a vantagem é tentadora.

Ainda na semana passada, noticiaram os jornais o quosucedeu a dois fiscais d«..IBC, em Goiás, porque descobri-ram um contrabando de café. Um oficial de policia da-auele Estado, integrado na rede dos contrabandistas, reco-lheu os dois funcionários à cadeia. De acordo também comas noticias, o citado oficial tem a missão de facilitar apassagem dos carregamentos de café através do rio To-cantins, rumo aos portos do Norte do pais, onde tomam ocurso das Guianas, dos Estados Unidos e da Europa.

Evidentemente, a extinção do contrabando, pelas cir-canstancias especialissimas de que se reveste o café parae Brasil, nio pode estar no nivelamento dos preços em cru-zeiros (como preconhm, por exemplo, o sr. Jânio Quadros).Deve partir de uma efetiva repressão ao crime, de algo dife-rente das risiveie e ineficazes ameaças feitas até aqui.Além de contrabando, outras fraudes grossas estãosendo praticadas no comércio do café. Assim, pelo portode Vitória, estão sendo exportados a um registro mais bal- íxo (22 centavos de dólar a libra-pêso), como se fossem ca-lfés inferiores, tipos de cafés finos desviados principalmen-1te do porto de Rio, e cujo registro é de 33,77 centavos. Em1cada saca, isto representa um subfaturamento de quase 12dólares, os quais serão recebidos pelo câmbio livre, uma vezchegado o café ao porto de destino. A "explicação" par»,a fuga desses cafés do porto do Rio, seria a cobrança doimposto de vendas e consignações pelo Estado da Guana-bara. Sucede, porém, que desde a sua instituição pela an-tiga Prefeitura do Distrito Federal, jamais esse impôs-

to foi pago. Os exportadores recorreram Imediatamente àjustiça, e a questão ficou em suspenso, todo este tempo, atoque, ultimamente, tiveram vitorioso liminarmente seu pon-to de vista contra o Estado. Não pega, portanto, a "explica-ção", sendo, antes, uma cortina de fumaça para defendero contrabando.

No porto de Angra dos Reis, a fraude denunciada Já éde um outro tipo. Segundo se afirma, estão sendo expor-tadas come se fossem de 60 quilos, sacas contendo 65 quilo»de café, ou então, registrando nos despachos, carregamen-,tos de 500 sacas, mas embarcando, na verdade 5.000 sacas JTambém nesse caso, a diferença entre o que é oficialmentedeclarado e o que é efetivamente exportado, retorna ao ex-;portador pelo câmbio livre, com vantagens incomparávels.

Mesmo supondo que todos esses dólares retornem aoBrasil e que não sejam objeto de negociatas e especulações*mais altas no exterior, as conseqüências são pelo menosduas: 1) diminui imediatamente a receita do orçamentaoficial de câmbio e 2) reforça-se a tendência para a baixado preço do café em dólares, uma vez que o mercado éabastecido com o mesmo produto vendido a um preço in-ferior. Neste último caso, a conseqüência principal, é ain-da, a diminuição geral da receita do país em dólares e, por-tanto, a redução do nosso poder de compra no exterior,além da desvalorização do cruzeiro c aumento do custo devida.

A coisa, como se vê, é da maior gravidade. Mas, serámesmo possível enfren- _______________tá-la, quando se sabeque os fraudulentos sãojustificados pelos "teó-ricos" da liberdade cam-blal total?

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jotué Almeida

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— Rio de'Janeiro, semana de 11 á 17 de novembro de 1960 NOVOS RUMO

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Rio de Sangue Para o Mar:Frigoríficos Sabotamo Aproveitamento do Boi

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.O 'preço da 'carne já subiu a tais

alturas que provocou uma queda decerca de 50% no consumo, tanto emS. Paulo,

'cpmo no Rio. Mas a dinii-

nuição das vendas não preocupa os

grandes frigoríficos, que , conlinuq-m

Íjressionando

'para que a carne sejaIberada. Os monopólios anglo-ameri-

conos que controlam o mercado de car-ne no-Brasil não precisam dos compra-dores brasileiros; se estes não- pude».rgm pagar, a'carne será exportada,

Exportaçãotambém e manobra

'Nesse sentido, já começam a apo.recer na imprensa artigos1 prevendo, emconseqüência da atual retracãode con-sumo, uma farta disponibilidade e atémesmo um excedente de bois para cor-te na próxima

' safra, a iniciar-sedaqui a pouco mais de dois meses.Querem fazer crer que, apesar daliberação, a carrie vai .baixar. Mas'mostrar que' há bois sobrando é tam-bem o primeiro passo para começar a

pressão pela liberação da exportação •

de carne, suspensa desde agosto do¦ ano passado.

De fato, a exportação tem funcro-. nadb como um dos elementos de eleva-

ção do preço da carne'no mercado in-terno. Em primeiro lugar, por fortale-cer o monopólio dos frigoríficos estran-geiros que, por- suqs ramificações in-ternacionais e capacidade de industria-lizaçãó, têm muito mais facilidade deexportação..Tanto é assim que são elesresponsáveis por mais de 70% do to-tal da exportação de carne do Bra-sil. Em segundo lugar, porque a ex-

portação se constitui em válvula deescape à reação do mercado internocontra a' alfa descontrolada dos pre-ços do produto.

"Não vendendo aqui,

a Anglo, a Wilson, a Swift e a-Armoúrtratam de' vender no estrangeiro.

Controle da f rigorlflcaçãoO recurso á exportação é apenas um

dos meios pelos quais os frustes dacarne exercem seu controle sobre o mer-cado. O fato de controlarem, cerca de70%- da capacidade nacional de frigo-rificação igualmente favorece os frígo-rificos estrangeiros, pois a carne paraexportação tem que ser frigorificada. Nomercado interno, embora praticamentenão exista consumo d° chamada carnecongelada (frigorificada), cerca de me-lade da carne consumida no Rio e emS. Paulo é resfriada, o que igualmenteexige câmaras frigoríficas.

Além disso, a posse de câmaras fri-

gorificas, ao lado do domínio sobre• 70% da produção de todos os estobe-lecimentos industrializadores de carne,dó aos frigoríficos estrangeiros muitomaior possibilidade de manobra. Não

precisam ter pressa em vender. Podemestocar carne durante o tempo neces-sário para substituir presidentes' daCOFAP ou do Conselho Coordenador do

'Abastecimento até. encontrarem um su-ficientemente dócil; têm inclusive capa-cidade financeira para fazer essa esto-eagem,' embora queiram arrancar do

governo empréstimos para financia-mento da estocagem pára a entresSa-fra. Podem estocar até cansar a popu-lação e obrigar o governo a ceder à

pressão oltista. Ou então, podem aindaIndustrializar a carne, e, assim, guar-dá-la por tempo indefinido.

Só não aproveiiamo berro...

A capacidade de industrialização dacarne e aproveitamento dos subprodutosdo boi, ao lado da participação nasvárias fases, desde a invernagem até adistribuição a varejo, fazem com queos frigoríficos sejam o grupo de maiorrentabilidade em todo o processo pro-dulivo da carne.

Os frigoríficos estrangeiros, segundoo jargão popular, «do boi só nòo apio-veitam o berro». Fornecem' inclusive ma-téria-prima para a indústria farmacêu-tica, para a fabricação de produtos co-mo a cortisonq e a insulina. Os outrosfornecedores próximos de carne, t pornão aproveitarem industrialmente ossubprodutos, não têm a me$ma rent^'-lidade.

Marchantes: fornecedoresisolados

Geralmente*, trata-se de marchantesque funcionam sem quaisquer instala-çòes indus/riais, apenas como interme-diários, comprando bois nas invernadas,abatendo-os em matadouros de tercei-ros, mediante o pagamento de uma ta-xa, e vendendo a carne às empresastransportadoras (que por sua vez a re-vendem aos açougues) ou aos açou-gues. •

Na Guanabara, por exemplo, ao la-do dos frigoríficos estrangeiros, que for-necem 40% (é a cifra dada por eles)da carne consumida, existem dezenasde marchantes, que fornecem, cada umdeles isoladamente, uma pequena -per-centagem da carne verde distribuídaneste centro.

Rio de sangue para o marSfiquanto o governo não se decide a

nacionalizar a indústria de carne de ca-pitais estrangeiros, sua pressão sobre omercado dos grandes centros poderiapelo menos ser diminuída pela constru-ção de matadouros industriais (frigorí-ficos) do governo, ou pelo melhor apro-veitamento e reaparelhamento dos ma-tadouros públicos já existentes, como ode Santa Cruz, na Guanabara t o deCarapicuiba, em S. Paulo.

Ao invés disso, máquinas para'aindustrialização da carne, inclusive cá-maras frigoríficas, já importadas pelaex-Prefeitura do Distrito Federal, enfer-rujam em Sta. Cruz, Sem aproveitamen-to, há quase 10 anos, enquanto o san-gue resultante do sangramento dos boisno abate, que poderia ser aproveitadopara o fabricação de adubos e farinhasalimentícias azotadas, é canalizado pa-ro o rio Itá, e dali para 6 mar, des-perdiçando-se."Forças ocultas" contrao reaparelhamento

O reaparelhamento do MatadourcdeSta. Cruz para que possa industrializarcarne é inclusive uma reivindicação dosmarchantes que lá abatem, sara quepossam'ter maior rentabilidade e au-mentar a quantidade do seu abate. Masos marchantes de Sta. Cruz, que tive-ram força suficiente para-fazer com que

a ex-Prefeitura do Distrito Federal man-. Tsse a taxa de abate do MatadouroMunicipal em CiS 5,50 (quando os ma-Ictrlouros privados estão cobrando de300 a 500 cruzeiros), não conseguiramvencer as *fôrças ocultas» que adiamjá há 12 anos o reaparelhamento doMatadouro Municipal.

A instalação em Sta. Cruz das câ«maras'frigoríficas que lá estão, sem uso,possibilitaria inclusive ao governo esto-car certa quqntidade de carne para osperíodos de pressão allista. Por que ascâmaras não se instalam?

Por outro lado, para que o Maladou-ro de Sta. Cruz venha realmente a fun-cionar como meio para atenuar a pres-são monopolista e fornecer carne à po-pulação guanabarina a preços razoa-veis, é preciso que o governo enfrenteos frigoríficos estrangeiros, não só rea-parelhando.o Matadouro e transfor-mando-o em empresa industrializadora,mas arrendando, comprando ou requisi-tando terras para invernagem e com-prando bois no período da safra(quando eles são mais baratos), paraabatê-los e distribuir carne à popula-ção nos períodos de pressão altista.

»»i«»>.*J«<»8*«»"«(lf* •."> ' » ',-***-¦'f«*t*y.^e. w-'.*.-"-***1*

vai comendo

Durante anos seguidos, as verbas paraa conservação e remodelarão do Ma-t;t(louro de Santa Cruz são cortadaspela Câmara nu pelo Executivo e aniaduinaria vai se estragando.

*V*»-

Mais urubudo que carne

'¦ik^mm

Apesar do aumento constante das necessidades da população da Guanabara,a produção de carne do Matadouro de Santa Cruz diminui de ano para ano. Kdiminui porque ns trustes não querem que o próprio Estado garanta pelomenos uma parte do abastecimento de carne. Hoje, existe mesmo muito tnaifurubu do que carne em Santa Cruz.

GOVERNO NAO QUER OUVIR A FALA DO CINEMA (III)

B arrar a n vasa o de "Abacaxis //

p ara Sal var Cin ema Brasil eiroLUIZ GAZZANE0

Faca de conta qua você, leitor, é umprodutor d* cinema brasileiro. Conse-guiu acumular um capital d* 3 milhõesde cruzeiros • resolveu fazer um filme.Alugou estúdio, contratou a equipe téc-nica, os atores • tocou o barco. Traba-lhou dois meses, aprontou o filme e odinheiro acabou. Então, você pôs a úni-ca cópia quo tinha, debaixo do braço,• procurou o Banco do Brasil. Mostroupara a comissão, todos gostaram e re-solveram lhe emprestar o dinheiro quefaltava para completar as outras cópiaspara exibir nos cinemas. Nessa alturavocê já conversara com um distribuidorde boa vontade, mostrara o filme, êlegostara o resolvera distribuir. Como ofilme é bom, você e o distribuidor pro-curaram o exibidor que controlava omaior número de cinemas da cidade,para apresentá-lo ao público e emgrande estilo. Faz de conta, então, quetambém o exibidor ficou entusiasmadocom a película e achou que ela mere-cia mesmo um grande lançamento. Issofoi feito, e na primeira semana a rendafoi espetacular. Já no terceiro dia deexibição você contava com uma segun-da semana. Mas. . . no sábado, o exi-bidor lhe procurou e disse que não po-dia prosseguir exibindo o filme em taise tais cinemas porque já estava pro-gramado um «western» de Alan Ladd.

Você, que não conhecia o segredo,ficou espantado.

— Mas, seu fulano, o meu filme em5 dias rendeu mais de dois milhões?Os cinemas estão cheios e as filas sãograndes...'.

O exibidor, que sabe que você nãoconhece o ofício, bate-lhe no ombro, dáum sorriso...'— Você fêz um filme, mas eles équem me fazem viver. Se eu não come-çar a passar p Alan Ladd segunda-feiraeles são capazes de me deixarem semtais e tais filmes. Podem romper até ocontrato que têm comigo e procuraremo seu beltrano, o outro exibidor aquida cidade, que tem quase tantos cine-mas como eu.

Está aí, sintòticamente, o mecanismousado pelos distribuidores norte-amcii-canos para controlar o mercado da exi-bicão no Brasil, impor sua vontade so-berana aos exibidores e sabotarem o

produto nacional.

Política de portas abertasA verdadeira política de portas a bor-

tas aplicada pelo governo em relaçãoao produto cinematográfico é a gianderesponsável pela situação e um dos en-traves fundamentais ao desenvolvimen-to da indústria cinematográfica no Bra-sil.

Essa política tem seu eixo na questãodas tarifas alfandegárias. Gozando deum privilégio inconcebível, o filme ame-ricano entra no Brasil pagando tarifairrisória (em roédia 20 mil cruzeiros portítulo) e vai competir no mercado, nomínimo em igualdade de condições, como filme nacional que custou 3, 4 e 5milhões de cruzeiros. Partindo daí ecom a vantagem de contar com a qua-

¦ lidade técnica e o prestigio dos intér-pretes das chamadas suporpioduções,estabelece o controle dos exibidores eo conseqüente «dumping» no maçado.Hoje no Brasil existam circulando nos•cinemas mais de 2 mil filmes norte-americanos.

Para se ter idéia da profundidade doproblema, é bastante comparar-se a si-tuação do mercado exibidor no Brasil• nos Estados Unidos. Aqui, para umpúblico de 300 milhões de entradas sãoapresentados anualmente cerca de 600filmes novos (mais de 500 norte-ameri-canos); nos Estados Unidos, para umpúblico de mais de 3 bilhões de ingres-sos, são apresentados cerca de 350 fil-mes novos. O mesmo ocorre na França,na Itália e outros países, onde o mer-cado é muito maior do que o nosso.

A razão dessa situação está na faltade uma legislação adequada, que pro-teja ao mesmo tempo a indústria cine-matográfica nacional e impeça umamaior evasão de divisas.

Os homens cie cinema, os estudiososlos problemas econômicos ligados ao

mister, os própiios congressos realiza-dos no Rio o em São Paulo indicaramas soluções para o problema: a taxa-ção dos filmes que entram no Brasil ea limitação para impedir o «dumping».Na Itália, por exemplo, um filme ame-ricano, para ser exibido, além da obri-gatoriedade da dublagem para o ita-liano (que custa muito caro e obriga afeitura das cópias em laboratórios ita-lianos), paga uma taxa equivalente aum milhão de cruzeiros para ser exibi-do. Por outro lado, em virtude de umacordo entre a Unitalia e a Motion Pie-tures, os americanos são obrigados aexibir nos Estados Unidos uma.percen-tagem de filmes italianos para tantosfilmes americanos que forem exibidosna Itália.

' Nesses ppíses não existe o «dum-

gin» e os filmes neles produzidos con-tam com todas as possibilidades paraexplorar satisfatoriamente o mercadointerno.

Não é o bastanteMesmo considerando-se que a luta

pela conquista do mercado interno srjacondição essencial para estimular o do-senvólvimenlo da indústria cinemato-

gráfica no Brasil, somente isso não bas-ta, O outro lado do problema seria.ciaprovação de uma legislação específi-ca, no terreno federal, do amparo àindústria. Vimos em reportagem anteriora importância da lei aprovada pelamunicipalidade de, São Paulo como fa-tor de estímulo ò produção de filmesna capital paulista. Veremos agora o

que se fêz no terreno federal. Além cia

já citada lei dos 8 por 1 (que porsinal não vem sendo cumprida por gran-de úmero de cinemas no Rio e em SãoPaulo), temos o recente decreto assi-nado pelo presidente Kubitschek, abrin-do uma carteira para financiamento defilmes pelo Banco do Brasil. Se, à pri-meira vista o evento podo ser apontclocomo positivo tendo cm vista o fato deo governo federal tomar conhecimentooficial de que existem no Biasil pessoasque conduzem uma mercadoria clianíe-da filmo, um exame mais aprofúndidodo decreto leva o conclusão de que omesmo não solucionei nada e não passade uma operação bancária normal, co-mo o são todas as operações de crérli-tos em casas bancárias. E mais, unoserve do estimulo algum para os even-tuais produtores. O crédito só será con-cedido após o filmo pionto, e mesmoassim após uma comissão vei o chama-

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Léypdo

de roldão

A cena é de uni filme (Io 0:-r;i; >.O lotação lnv:i Ilido qur tem prlafrente K- o caso do se comuarar roma invasão de filmes americanos nomercado ItrnMlciro.

do copiúo do me«mo (a primeira co-

pin) e decidir (In oporiuivdfjde ou nãodn concessão rio crédito, Além disso,

pelo conlialo r'e empréstimo (que sem

do seis meses com prorrogação perigual período e :om a cobrança de \u-ros do 10% ao ano) o'Banco firarácom o direito de recebei as primeirasrendas cio filmo ciié cobrir a quantiaquo financiou.

Pelei foima o na época em t|U" foias;;ncio'o, o clccielo do presidente cieRepública nos pateceu mais medida de-

magógica, inspirada inclusive em ",0

somrlhcinto do sr. Jânio Quadros quem-do governador de São Pre.'!", quo rtbduuma carteira do crédiio cinomcitontci-fico no Banco do Estado, num períodocm qtjr lenlnvn aliciai as simpat!a5 c[osnHos rutíslitos e cinematográficos da

paulieciá.

Em nossa opinião, a receita 'ni dfida

p-ki Câmara Municipal de r,,;io Pauloe pela Comissão Municipal de Cinemada capital paulista. O govt-pio fedeialdeve so convencer de que a indústriar i ne in a i o et t t't f i ca, pelas suas caracterís-liras esposais, só podo subsistir númpois como n Bia-.il atravi"» da logisltiçcipprotecionista (limitando a entrada cln

filmos ostranfjeiios no país e taxandoos quo o fazem, paia assim eliminar o«dumping») e rio ampaio, através oauxílio financeiro' na base d- prrnrci-çr>e', e o financiamento csppcífico daprodução prlos bancos ofic:ais.

E não será nada cio extraordináriapaia o governo Icmai medidos dessanaturozo, princ'palmenlG se levarmoscm conta a concepção d-s governos dar.taioiici des poises cm olação à indús-ti :i cinematográfica, epo vai dotii ic'ano seguinte trecho de um relatório do«Filin Conlcü», publicado pela UNESCO:

> A própria natuicza do filmo tem lo-vado inov làyelmontc, em todos os pai-sos, à pculicipaccio do govõino na in-ciu'.-tiia cinematográfica, Desde o mo-nt^itlo em que se cslabolrceu um im-posto nacional oú inunicippl, gravan-c'o os bilhetes de ingiesso, o filme se se-pai ou automaticamente dos outres ar-tiges comerciais. Os governos, ou asautoridades locais, chegaram a depen-der da indústria do filme paru uma par-Io importante de sua iccoita, 'enquanto,

pot sua vez, a indústria cinematográficaprociuava auxílio por parte dos gover-nos d d-js autoiidades locais, nas épo«tcis difíceis».

\, v, ;*

— 4 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 11 a 17 de novembro de 19Ó0

Entre Nixon e KennedyAmericano Hâo Teve Escolha

sQuase setenta milhões de norte-

-americanos participaram, na ter-ça-feira, das eleições presidenciais.É a, melhor demonstração possíveldaquilo que se costuma chamar de«democracia ocidental», ou qual-quer coisa semelhante. À primeiravista, estaríamos diante cie um elei-torado de mais de um terço de to-da a população (compare-se com oBrasil em que ò número de eleito-res é' inferior a um quinto da po-pulação) e que escolhe livrementeos seus governantes. Como é quese desenrola ralmente este proces-so de escolha livre?

Em primeiro lugar, só existemdois partidos, o Republicano e oDemocrata, que controlam prática-mente todos os meios de formaçãoda opinião pública: cinema, impren-sa, televisão, rádio, etc. A funda-ção de um ou mais outros parti-dos foi impossibilitado até agoraporque os meios de financiamentot propaganda e a própria justiçaeleitoral obedece ao controle dosgrandes grupos que mandam nosvelhos partidos. Dessa forma, a uni-Ca coisa que o eleitor norte-amen-cano pode fazer no dia do pleitoé preferir o homem dos republica-nos 9U o dos democratas.

Para isso, alguns meses antes.dopleito, os jornais, rádios, televisãoe cinema castigam-lhe o espirito 24horas por dia- Os candidatos saoapresentados quase da mesma for-ma que qualquer outro produto in-dustrial. Existe, entretanto, outracaracterística do processo eleitoralnorte-americano que o torna apa-rentemente ainda mais democrati-co, as chamadas «primárias». Ne-Ias, os candidatos aos postos exe-cutivos de ambos os partidos saoescolhidos, a se acreditar nas apa-rências, pelos próprios militantesde cada um deles.

0 escândalo das primáriasNa verdade, as bases populares

dos partidos contam muito pouco.Dos setecentos ou oitocentos votosnecessários para indicar os cândida-tos nas convenções partidárias, ape-nas cem poderão ser consideradoscomo votos populares. A maioriados delegados às convençóes sãoIndicados pela própria máquinapartidária, isto é, pelos «donos» dospartidos. O que aconteceu na con-veníáo democrata de Los Angeleseste ano é bastante ilustrativo.

Quem fosse a Los Angeles na-queles dias não teria dúvida de queo grande preferido da massa demo-crata era Adiai Stevenson. Cente-nas de milhares de assinaturas emmemoriais que.defendiam a candi-

datura Stevenson foram enviadasà convenção. Dezenas de milharesde pessoas de todo o pais dirigiram--se pessoalmente à convenção paraque ela sufragasse seu nome. Osmultimilionários do Partido De-mocrata, entretanto, já tinham fei-to sua escolha: o multimilionárioJohn Kennedy. Começou então acompra maciça de votos, em espe-ciai os dos convencionais que apoi-âvam o senador Hubert Humprhey.Os gerentes da campanha de Ken-nedy desdobravam-se em contatoscom governadores e caciques lo-cais democratas, trocando os votosde suas bancadas por dinheiro so-nante ou por cargos e favores.

O resultado não poderia ser di-verso. No segundo escrutínio, onome de Kenedy era sufragado pe-Ia convenção. Na convenção repu-blicana, realizada pouco depois emChicago, o panorama foi ainda maistriste. Um acordo prévio entre Ni-xon, Rockefeller, Eisenhower e os«financiadores» do partido retirouqualquer possibilidade de contendaem Chicago. Estavam então esco-lhidos os dois candidatos ã presi-dência sem qualquer participaçãodas massas dos dois partidos oudos grupos independentes que osapoiam.

A "diversidade"de candidatos

Já que o eleitor norte-america-no não pode influenciar a escolhados dois candidatos dos velhos par-tidos, nem conseguir o lançamen-to de um candidato independente,poderia restar a êle, se se der ou-vidos à propaganda oficial, escolherentre os dois candidatos que lheforam impostos. Isto, entretanto,supõe a existência de diferençasmarcantes entre oa dois, sem o quea escolha perde seu caráter de de-cisão a favor de uma ou outra poli-tica. O que acontece no caso dosEstados Unidos?

O «Wall Street Journal», órgãodos grandes negociantes norte-ame-ricanos, se encarregou de tirarqualquer esperança aos menos avi-sados. Comentando o debate tra-vado pelos dois candidatos pela te-levisão, o «Wall Street Journal»disse que se os espectadores fechas-sem os olhos não poderiam dizerquem estava falando, em determi-nado momento, Nixon ou Kennedy.Outro jornal norte-americano o«National Guardian» publicou umacharge em que Nixon, dirigindo-seao seu «rival», dizia: «Emprestem--me uma parte de seu discurso por-que eu esqueci o meu em casa.» Na

realidade, a maioria dos jornaisdos EUA, embora apoiem um ououtro, tiveram que reconhecer quenão existe quase diferença algumaentre Nixon e Kenndy.

As divergências de táticas ou dedetalhes que os dois candidatosmostram só servem para realçarsua igualdade profunda- Se em rc-lação a Cuba Kennedy é ainda maisbelicoso do que Nixon, no caso deFormosa e das outras ilhas chine-sas ocupadas pelos norte-america-nos cabe a Nixon a atitude maishistérica. Tudo funciona como seos dois candidatos tivessem repar-tido entre si os «trunfos», caben-do a cada um deles uma parte igualdas posições mais «progressistas»e oas mais reacionárias.

Que pensa o povo?E o caso, eitão. de se perguntar

se o povo norte-americano está sa-titfeito com esta situação, ou, emoutras palavras, se os norte-amen-canos apoiam a política de guerrafria e. de posições de força defen-dida pelos dois candidatos. Aindaagora vamos nos servir do «WallStreet Journal» para mostrar qualé a verdade. O jornal dos banquei-ros e industriais norte-americanosescolheu um de seus melhores re-datores para acompanhar a cam-panha eleitoral. Depois de certotempo, este redator afirmava.comtodas as letras que de dez pessoas,oito se manifestavam inteiramentecontrárias à guerra fria e espera-vam que o Governo de seu paisadotasse uma política de paz.

Segundo o mesmo redator, a es-magadora maioria dos eleitores nor-te-americanos não vê diferença im-portante alguma entre os dois can-didatos na questão que ela consi-dera essencial: o problema da gter-ra e da paz. Mesmo entre os desem-pregados e os trabalhadores pior

remunerados, o redator do «WallStreet Journal» enaontrou semprea mesma resposta: «Por mais du-ras que sejam as preocupações einquietações, todas elas ficam relê-gàdas a segundo plano diante daquestão fundamental de como sal-vaguardar a paz e impedir a guer-ra.»

Outro exemplo claro do verdà-deiro sentimento do povo norte--americano pode ser visto nas elei-ções para senador no Tennessee. OPartido Democrata, que sistemàti-cámente ganha as eleições nesteestado que c o «começo do sul»racista, estava dividido entre doiscandidatos. Um deles era o senadorEstes Kefauver, que a máquina dopartido impediu de ser candidatoà presidência em 1952 e 1956. Ke-fauver fêz toda a sua campanha àbase da defesa dos direitos dos ne-trros e de outras minorias explora-das e combatidas, da política decoexistência pacifica e do combateaos monopólios. Seu principal ri-vai, um juiz racista de Memphis,adotou extamente as posições con-tráriaS' Depois de uma campanhadura, as massas democratas, os ne*gròs, os progressistas, os operários,o homem simples, asseguraram aKefauver. o dobro da votação detodos os seus contendores. A pró-pria imprensa reacionária dos Es-tados Unidos não tem_mais qual-quer dúvida de que Kefauver ven-cera as eleições para senador.

O mesmo certamente ocorreriacom o candidato democrata à pre-sidência, se êle realmente fosse de-mocrata. Kennedy e seusassesso-res reconheceram que mais de 17milhões de norte-amricanos «vãodormir diariamente com fome», eque um número duas vezes maiorluta com dificuldades enormes pa-ra viver. Os desempregados nunca

Bang-bangsem mocinho

Vicky—Netrv Statesman^A charge mostra bem o que é o "de-bate" entre Nixon e Kennedy: o queum diz o outro afirma, o que um aíir-ma o outro diz... Bem-estar social,direitos civis, prosperidade econômi-ea, armamentismo, etc, tudo ignal...

são menos de dois milhões. Duranteo governo de Eisenhower duas gran-des crises abalaram a economia dopais e uma terceira se anuncia paramuito breve. Os gastos militaresforam aumentados em quase vintebilhões de dólares por ano, enquan-to as despesas com obras públicaseram diminuídas em mais de dezbilhões. Na política «eterna, aagressão ao Líbano em 1938 e °torpedeamento da conferência oe

cúpula com o vôo do U-2 caracte-rizaram a linha de Dulles, Eisen-hower e Herter de política «à bei-ra da guerra» e «a partir de posi-ções de força».

Agora, o povo norte-americanotem que escolher entre dois disci-pulos menores desta política, debai-xo de uma campanha de propagan-da onde a vacuidade do conteúdoé disfarçada por trás rio barulhoinfernal dos «gingles»..

RECADO DE STROESSNER AOS EUA:

Guerrilheiros ParaguaiosApertam o Cerco à Ditadura

Uma das histórias preferidas daditadura de Stroessner é dizer quenão existe mais resistência ao re-gime no interior do Paraguai. Se-

gundo os porta-vozes da tirania, osguerrilheiros que lutam para der-rubá-la vêm da Argentina ou deoutros países e não encontram apoio

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Stroessnermassacra o povo

Apesar dos métodos bandidescos que econseguiu nem conseguirá impedir o crilheiros, militantes do movimento antia Stroessner pelos Estados Unidos e pebaixada norte-americana, reconhece quto de libertação.

mprega há anos para oprimir o povo paraguaio, a ditadura de Stroessner naorescimento do ódio e da luta ilo povo contra a tirania. Os massacres de guer-ditatorial e simples cidadãos m<;iranis se repetem graças ao apoio Presl*"°Io Governo Brasileiro. A própria ditadura, cm relatório preparado para a em-c as camadas trabalhadoras tio Paraguai aderem cada vez mais ao movimen-

algum entre o povo guarani Recen-temente, entretanto, deacobfin-Mnm relatório secreto elaborado pelofacínora Ynsfraa, ministra da Ia-terior da ditadora, para a embai-xada norte-americana sobre a açãodos guerrilheiros no Paraguai quedesmente totalmente a lenda dapassividade do povo diante da dita-dura.

O relatório informa a atuação dealguns grupos, inclusive contandocom elementos dentro do PartidoColorado, dominado por Stroessner,e que se espalham por tode o país.Reconhece também o apoio queparte da igreja, principalmente ospadres ligados ao povo e oa católi-cos simples, presta à luta doa guer-rilheiros da FULNA (Frente Uni-da de Libertação Nacional) e domovimento «14 de maye»- O fací-nora Ynsfran, quando escreve paraseus patrões norte-americanos, temque confessar Igualmente qne asmassas de operários e camponesessão levadas por soa miséria e com-batividade a ingressar nas fileirasdo movimento de libertação do Pa-~raguai contra a ditadura sangui-nária.

Herói "cínico"Para elaborar o relatório enco-

mendado. pela embaixada norte--americana, Ynsfran serviu-se dedepoimentos arrancados i custa detorturas sem fim praticadas con-tra os inimigos da ditadura. Mas,apesar des métodos nazistas em-pregados pelos assassinos da poli-cia, os resultados não foram «sa-tisfatórios». Referindo-se ao opera-rio Jorge Morinigo, membro do par-tido colorado e militante da FUL-NA, diz o relatório de Ynsfran:«Caráter de Renan (Morinigo): du-ro, cínico, hermético; nada decla-rou até o momento; é a formaçãotípica dos homens do escalão supe-rior comunista». Mourinigo resistiuaté tal ponto que os assassinos deStroessner cortaram-lhe a língua.

Ynsfran procura manter, paramelhor convencer seus patrões ian-qnes a aumentar a «ajuda» queprestam à ditadura, a lenda do co-munismo. Assim, também em rela-ção ao comandante dos guerrilhei-ros do movimento «14 de mayo», orelatório insiste na afirmação deque Rotela seria comunista, dizen-

do-se baseado em confissões aa«.dois elementos presos.

O relatório do facínora Ynsfrané obrigado a reconhecer que o mo-vimento contra a ditadura já se es-tendeu a todo o território para-guaio, tendo simpatizantes e mili-tantes em todas as cidades e ai-deias guaranis. «Pôde-se saber queestendeu-se unia rede de gruposguerrilheiros formados ou cm for-mação, integrados por camponesesresidentes em Borja, Sumi, Euge-nio Garay, Fassardi, General Mo-rinigo, Avaí, San Juan Nepomuce-no, Buena Vista, Boquerón» e vá-rias outras cidades.

Confissão0 relatório confessa também a

legitimidade da luta dos guerrilhei-ros e inimigos da ditadura, quandodiz que «a FULNA escuda sua açãoideológica no Paraguai em duasarestas muito sensíveis às nossasmassas, isto é, a) sua tradição his-tórica e b) sua vocação religiosa».Mais adiante, afirma: «A estratc-gia geral se concentra em dois ob-jetivos delicados de nossa estruturaeconômico-social, a terra e o preçodos produtos agrários. Insistemsobre o contraste que ofcrece o do-minio de vastas extensões em po-der de uma só pessoa e a impossi-bilidade de que mesmo um minús-culo pedaço de terra seja proprie-dade do homem que mora em seurancho»

A aparente «ingenuidade» deYnsfran, quando fala cm «objeti-vos delicados» da estrutura eco-nôinico-social do Paraguai, não pas-sa de um disfarce muito esfarra-pado. O domínio arrasador do lati-fúadio sobre as massas de campo-nes-es famintos e oprimidos peloexéreito e a polícia é, de fato, umdos pontos mais agudos da ditadu-ra sangrenta de Stroessner e, aomesmo tempo, da luta contra ela.A ditadura sabe isto e apela paraos «amigos» norte-americanos paraque dêem mais armas e mais di-nheiro ao ditador para poder es-magar os camponeses durante ai-gum temno mais. O próprio fatodo relatório, que traz o carimbo do«secreto», ter sido preparado a pe-dido da embaixada ianque é sufi-ciente para mosfrnr quem mandarealmente no Paraguai.

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mniMÃs.,^í, Yl!, .¦.,-u«^j;i.^i»;,»i^-:..,-.

—- Rio de Janeiro, semana çle 11 a 17 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS 5 —

i

Os Conceitos de Liberdadee a Revolução Cuban

NAS ROCA(Sm. Girai do Partido Popular Socialista)

r Em dias do mfc de outubro último,

o dirigente de Partido Socialista Po-

pjiar (comunista), ates Roca, premm-ciou na Televisão, importante conft-rencia sob • toma — «Oi conceito* doliberdaao o a revolução cubana». Nos-to namoro iniciamos a publicajpe dou.n extrata dessa conferência.

agora há verdadeiralioeroade em Caba

Nós, que combatamos o imperialismoe a exploração do homem polo homtm,noo precisamos enganar ninguém.

Exigimos a liberdade para combatera opressão e a miséria, para. combatero imperialismo o o regime semicolonial,para combater o latifúndio, para com-botar a exploração exercida contra osoperários o os camponeses, para com*bater pela revolução, pela soberania denossa pátria o pelo libertação de nosso

povo, para defender a futuro socialistaae nossa pátria, pela paz mundial e

pela coexistência pacifica.Essa é a liberdade para os patriotas,

para os verdadeiros democratas, paraos progressistas, para os revoluciona-rios, para os operários o camponeses,

para os empregados o profissionais, pa-ra os estudantes do povo, isto é, parao esmagadora maioria dos cubanos.

Quando os imperialistos o seus la-raios dizem que na Cuba revoluciona-ria não há liberdade de imprensa por-que não aparecem o «Diário de ia Ma-rina>, nem o «Alerta», o os Rhrero,Zayas, Medrano, Carbà, Wue¥ido-ecompanhia abandonarem e pais paroservir a seus amos dos Estados Unidos,do Departamento de Estada o de Pon-tágono, sá pretendem servir aos inimi-

gos da soberania nacional, da reformaagrária, da industrialização o do pro*gresso de Giba.

Jamais puderam ser ditas antes atra-vês de todos os meios do difusão asverdades que são ditas agora.

Antes, as verdades dos cubanos vfsofriam a opressão da imperialismo ion-

que, as verdades da* camponeses es»magados o embrutecidos pele lotifún-dio, as verdades dos operários o dotodo o povo, as verdades sabre a mun-do, sabre os poisos da América Latina,sobro os poises da Ásia o da África,sobro a União Soviética, sabre a Re-

pública Popular da China o demais pai-ses socialistas, jamais puderam ser ditas

>Ã e difundidas como o são agora.

Isso é verdadeira liberdade de im-

prensa e de expressão de pensamentopara o povo.

Os que pedem que voltem os Rivero,Zayas, Quevedo, Carbó, etc, com suas

mentiras para enganar o povo, pedem,na realidade, embora se apresentemapenas como defensores da liberdadede imprensa em geral, a liberdade parafazer propaganda contra a revolução,

para fazer propagando a favor da vol-ta da ditadura, para fazer propaganda

a favor do restabelecimento do regimesemicolonial da subordinação aos Esta-

<> dos Unidos imperialistos, para fazer

propaganda pela volta do latifúndio o

pela anulação de todas as conquistasrevolucionárias. Mas não é só essa pro-pagando. E' também a difusão de todotipo de mentiras e a agitação para pre-parar o ataque armado contrcwevolu-cionárlo e imperialista contra Cubo econtra a revolução. O que pedem, nofinal das contas, é a liberdade paradestruir a revolução e entregar de no-vo Cuba ao domínio imperialista, à vin-

gança e ao saque dos criminosos de

guerra e dos ladrões, à voracidade doslatifundiários e das empresas monopo-listas e parasitárias. O que querem narealidade é voltar a escravizar o povocubano e a pátria cubana.

Nós dizemos francamente que esta-mos contra essa liberdade, porque esta-mos contra a escravizacão da pátria e

do povo, porque estamos contra a es-cravização dos operários e camponeses,

porque estamos resoluta e irrevogável-mente a favor da liberdade de Cuba,

pela liberdade para o povo, para as

operários e camponeses, para os traba*lhadores de tidas as categorias.

Tomemos outra liberdade que os im-

perialistas e seus ideólogos proclamam«para todos»: A liberdade política, ou

;eja, os direitos eleitorais. Segundo os

propagandistai dos imperialistos norte

americanos, só há liberdade e democro-

cia onde existe um regime político se-

melhante ao dos Estados Unidos.Este regime baseia-se supostamente

no sufrágio universal, na eleição perió-dica dos governantes pelo povo, supôs-

tamente o povo pode escolher, livre-

mente, entre vários candidatos.Nos fatos, tudo isto ê uma mentira,

um engano dos imperialistos norte-ame-

ricanos.Em primeiro lugar, embora seja um

aspecto secundário da questão, não

funciona efetivamente nos Estados Uni-

dos o chamado sufrágio universal. Mi-

Ihões de negros, »|mpl««m<tn»e< por te-

rem a pele escura, carecem do direito

de votar, do qual são privados me-

diante todo tipo de entraves legqis,

subterfúgios e violências.E não só os negros. Por uma ou outra

razão, milhões e milhões de norte-ame*

ricanos não exercem o sufrágio. Houveeleições em que menos de 50% doseleitores depositaram seu voto.

Em segundo lugar, o «direito de es-colher livremente entre vários cândida-tos» reduz-se para os eleitores norte-americanos ao direito de votar nos im-

perialistas republicanos ou nos impe-rialistas democratas.

Na maioria dos casos, nas cândida-turas principais, a única coisa que dife-

renda os candidatos nas eleições nor-te-omericonas é que uns se chamam re-

publicam» e outros democratas. Os

candidatos, tanto de um partido como

do outro são os ricos, são os defenso-

res dos monopólios, os representanteso defensores dos imperialistos. O povointervém muito pouco na escolha dos

candidatos. Os candidatos são fabrica*

des pelo dinheiro, através da propa-

ganda, da imprensa, do rádio e da te-

levisão. Os candidatos são escolhidos

depois pelas camarilhas politiqueiras de

um e outro partido, completamente do-

minadas pelos milionários e pelos gran-des interesses. Desse modo, quer vote

numa coluna ou na outra, o eleitor

norte-americano terá votado num im-

periolisto, que às vezes será um impe-

rialista do grupo Rockefeller e outras do

grupo Morgan, que às vezes será mais

moderado e outras mais agressivo, mas

que sempre será, em todo caso, um

imperialista.Em terceiro lugor, devido em parte ao

que acabamos de expor, o poder ja-~mãis~sor das-rnsos-doí, jmperiqlistqs.

Neste aspecto, o regime político dos Es-

tados Unidos é ainda mais fechado,mais antidemocrático do que o de ou-

tros países imperialistos, como, porexemplo, a Inglaterra e a França, ondesão eleitos deputados operários paraos parlamentos. Na Franca, existe in*

clusive um numeroso grupo de depu-tados comunistas o uma votação comi-derávelmente maior a favor dos condi-dates comunistas. Nos Estados Unidos,

jamais são eleitos operários, campone-ses ou negros para qualquer cargo im-

portanto da nação.

Pretendem usar a igrejapara combater a revolução

A verdadeira democracia, o verda-deiro Sentido da liberdade política, nãoconsiste apenas em que haja eleições,e sim em quem tem o poder, em se o

governo é do povo o representa o povo,isto é, os operários e camponeses, osempregados e profissionais modestos,ou em se o governo é do imperialismoe representa os milionários inimigos dostrabalhadores e dos camponeses.

Um Governo dos imperialistos, dosmonopólios, dos milionários e dos ban-

queiros como é o governo dos EstadosUnidos não é um governo democrático,e sim um governo oligárquico, emboraseja escolhido formalmente por meio deeleições. Nós em Cuba sabemos bem amentira que são essas eleições ao estilonorte-americano. Não é um governo deliberdade; é um governo de opressão.

Uma liberdade que aparentemente

pode ser estabelecida sem diminuir aliberdade de ninguém é a liberdade deculto e a liberdade de consciência.

Isso é, pelo menos, o que nós acredi*tamos,

Mas nem todo mundo acreditou sem*

pre nisso.A igreja e o Estado feudal negaram

terminantemente a liberdade de culto

e a liberdade de consciência. Os que

pretenderam desconhecer a religião ofi-

ciai e adotar outro culto ou outras cren-

ças ou outras opiniões consideradascontrárias ao dogma, foram queimadosnas fogueiras, submetidos à tortura ou

à prisão, obrigados q retratar-se ou a

arrepender-se.O Papa Leão XIII, muito conhecido

por sua difundida enciclico Rorum No-

varum, manifesta-se, em outra encíclicade 1888, «Sobre a liberdade humana*,resoluta e categoricamente contrário à

liberdade de culto o à liberdade de

consciência.Diz a encíclica:

* «Examinemos esta liberdade tãa con- ,traria à virtude da religião, a liberdade g£US aHHSOSde culto, como é chamado, liberdade

que repousa no princípio de que é pos-sível para cada um professar a religião

que lhe agradar ou não professar ne-nhuma.

Outra liberdade tão proclamada é aliberdade de consciência. Se se entende

por isso que cada um pode indiferente-mente, a seu bel prazer, render ou não

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BlasBlas Roo», secretário-geral do Partido Socialista Popular (comunista) de Cabe,exerce «ma Intensa atividade política Já há algumas déeadas. E\ além diste,um estudioso dos problemas políticos, econômicos e sociais do pais, tendo pa*blbieado recentemente a segunda edição de sen livro "Fundamentos de aKta-llsmo em Cuba". Na foto vemo-lo, sentado e sorridente, ao meio de ~

. companheiros.

forço do que ia ser aprovado em São para atividades contra-revolucionárias,

José.Os latifundiários e outros explorado-

res, que sempre fizeram importantesdádjvas à Igreja, pretendem agora "uti-

lizá-la hão para seu consolo espiritual,

que é o que deviam fazer, mas comoinstrumento para combater a revolução

culto a Deus, os argumentos que foram # juaj medida$ principais, tais como aexpostos mais acima bastam paar refurá-lo».

E acrescenta, citando o Papa GregorioXVIi

«A liberdade de consciência, a liberdade de opinião, a liberdade de

reforma agrária, o desenvolvimento daindustrialização sob o controle esta-tal, etc.

para combater o Governo revoluciona-rio e as medidas e leis revolucionárias.

Com a reforma agráriahá mais liberdade

Toda luta contra a exploração é umaluta pela liberdade real.

Toda luta contra o domínio e aexploração que o imperialismo exercecontra os trabalhadores, os povos e

as nações é uma luta pela liberdade

é o governo do demo, isto é, do povo,há em Cuba uma verdadeira democra-cia. Se se entende por democracia, co-mo se interpreta ès vizes, o governoda maioria, também há em Cuba umaverdadeira democracia, porque este go-vêrno revolucionário representa e estásustentando fervorosamente por novedécimo de todos os cubanos. Com oGoverno Revolucionário, o povo temuma nova liberdade real: a liberdadede ler um governo seu, um governo de

povo, que serve ao povo e que escutao povo, no qual o povo toma uma par-te efetiva « verdadeira na direção de

Desde logo, creio que a liberdade r^a\religiosa nada tem a ver com o liber- ^ revolução cubana que se inicioudade dos imperialistos norte-america- COmo uma luta contra o domínio e a

imprensa é a mais execrável, a móis n0$( com 0I partidários de Franco exploração que o imperialismo ianque I*0"' , ia|j*úndiofunesta, para a qual jamais haverá hor- com 0, latifundiários e com outros ex- exerceu sobre nosso país, contra o do- ° romP*r

ror suficiente». ploradores parasitários de usar a Igre- m;n;0 t a exploração que os latifun-

Apesar destas opiniões, nós acredita- ja para combater a soberania de Cuba, diários exerciam sobre nosso país, con-

mos que a liberdade de culto e a liber- para combater a política externa mar- tra 0 subdesenvolvimento e o atraso

dade de consciência podem e devem ser tiona de relações e amizade com to- econômico, resultou numa formidávelmantidas para todos. dos os povos e de defesa da paz e da ampliação da verdadeira liberdade pa-

Essas liberdades foram conquistadas coexistência, para combater a revolu- ra „ poVo de Cuba

pelos povos na luta contra o medieva-lismo, na luta coritra o feudalismo e asmonarquias absolutas que, associadasa uma religião, não permitiam o desen-volvimento de outras nem a manutenção

çãe e as medidas e leis revoluciona-rias principais.

Pode e deve haver liberdade de cul-to e liberdade de consciência.

Podem e devem ser garantidos à re-de opiniões que contradissessem de ügião e aos religiosos todos os direi-qualquer forma os dogmas teológicose as opiniões de hierarquia.

Essas liberdades são hoje ameaça-das pelos imperialistos.

A burguesia que surgiu como repre-sentante dos livres-pensadores, se as-sociou hoje definitivamente à hierarquiaeclesiástica e se esforça para usar aigreja contra a revolução e contra osocialismo.

Os imperialistos pretendem usar ho-je a igreja para combater a revoluçãocubana com o pretexto de anticomu-nismo. As teses centrais da declaração

tos e liberdades para a existência edesenvolvimento de seus templos, deseus cultos, de suas procissões, de suasimagens. Cado um tem direito de crerou não, de rogar ou orar e reveren-ciar a Deus ou a Jeová, a um santoou a outro, a uma imagem ou a outra,invocar a uma virgem au a um espíritoou a não fazer nada disso. Acreditotanto nessa liberdade, que se um tem-

pio de qualquer religião, católica ou

protestante, judia ou espiritualista, es-tivesse em mau estado ou necessitassede reconstrução, eu, comunista que não

que os imperialistos impuseram aos pertenço a nenhuma religião, oferece-chanceleres dos países submetidos ou ria minha contribuição e meu esforço

A derrota da ditadura pró-impera-lista de Batista trouxe ao povo osCuba nova liberdade e nova segurança.

A derrota do plottismo, do interven-cionismo e da mediatização imperialis-ta que dominava a vida cubana e, co-mo conseqüência, a reivindicação e oexercício da plena soberania nacionaltrouxeram nova liberdade aos cubanos.Hoje cada cubano é mais livre no sig-nificado real e verdadeiro da liberda-de, porque á Pátria já está livre dasubmissão e da servidão ao imperia-lismo.

O Governo revolucionário, sob a su-

prema direção de nosso líder querido eacatado, Fidel Castro, provou e provatodos os dias, com suas leis, com suasações, com sua prática, que é um go-vêrno não dos imperialistos, não doslatifundiários, não dos fazendeiros, nãodos importadores, não dos empresa-

subordinados no Conferência da OEA, pessoal para ajudar a reconstruir esse rios parasitários e monopolistas, e simdo povo, dos camponeses, dos trabalha-dores, das camadas médias urbanas. E'um governo do povo, que se apoia no

povo, que escuta o povo, que executaa vontade do povo, que represenlaverdadeira e fielmente o povo. Se se

em São José, foram anteriormente ex- templo para que os crentes pudessempostas na pastoral firmada pelo Car- exercer nele seu direito de culto. Comdeal Arteaga e pelos bispos. Não há o que não poderia estar de acordo dedúvida de que a coincidência não foi modo algum é que esse templo fossecasual. Como tampouco foi casual usado pára atividades alheias ao quemomento em que a pastoral foi publica- deve ser o culto, e o que deve ser ada como justificação antecipada e re* religião, que fosse usado, por exemplo, entende corretamente que democracia

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A mortede um império

O sistema bancário de Cuba. da mesma torma que a indústria, o grande comercio e a grande agricultura, era qua-se completamenptc dominado pelas empresas norte-americanas que, com Isso, asseguravam seu domínio político ea exploração econômica do povo dessa, territorialmente, pequena ilha, porém, grande no conceito das nações. A políticade emancipação econômica c social traçada pelo Governo Revolucionário de lidei Castro desde seus primeiros diasencontrou a resistência obstinada dos monopólios norte-amo ricanos, secundados pelo Departamento de Estado. Dai anacionalização dos monopólios, postos agora nas mãos e a serviço do povo.

ao libertar os camponeses dos despe-

jos, das rendas abusivas, das relaçõesde quase servidão estabelecidas com a

parceria, ao desenvolver as cooperati-vas tanto dos operários agrícolas co-mo dos camponeses, ao elevar destemodo as receitas econômicas dos com*

poneses e dos operários agrícolas, ti-rá-les de sua extrema miséria anterior,entregar-lhes escolas e começar o dar-lhes novas moradias, a revolução nãosó trás um beneficio imediato materiale cultural à população do campo co-mo também lhe dá mais liberdade reale verdadeira e amplia a liberdade detodo o povo.

A reforma agrária leva Cuba a li-bertar-se da monocultura e do atrasoeconômico. A diversificação e a indus-trialização libertam Cuba da dependên*cia de um só produto e da economiaexportadora de matéria-primo ou se-mielaborada. Com isso, cada cubano te-rá um pouco mais de liberdade, porqueo país se terá tomado um pouco maislivre de contingência econômica exteri-ores que não estavam sob seu controle.

A aplicação da Reforma Agrário,a diversificação agrícola, a industriou-zação acelerada mediante um planosob o controle do Estado Revolucio-nário, permitirão vencer o subdesenvol-vimento econômico, reduzir a limites in-significantes o desemprego, aumentar asegurança dos trabalhadores de ter em-prego e receitas apropriadas e de se-rem assistidos mediante os seguros so-ciais já estabelecidos e que vão sendoampliados e garantidos. Isto vem tra-zendo uma nova e mais ampla liberda-de ao povo de Cuba. A certeza do em-prego, a certeza da receita, a certezada assistência em caso de acidente, en-fermdade ou vel'ice, de mais liberda-de verdadeira para os trabalhadorese para o povo do que todo o palavrea-do dos individualistas. O desemprega-do, o que carece das receitas mais ele-mentores, não pode ter liberdade. Estáobrigado a aceitar o que lhe impuse-rem ou que lhe ofereçam ou se lheapresente para conseguir os restos decomida para a família.

A revolução empreendeu a liquida-ção do analfabetismo, levou os escolasaos mais afastados rincões do pois,eleva a cultura em todos os sentidos,multiplica os livros, restabelece a ver«dade de nossa história, revaloriza nos-so passado libertador c progressista,penetra com a reforma de sistemas eensinos na Universidade c outros cn-tros superiores de ensino. Ao estendero cultura ao povo, ao restab?hc~r averdade d"? nossa história, ao eleor ooprero por nosso acervo cultural na-ciena', libertador e pror-rçsvsta, a re-vc'vío ehva a capacViade de cariaoba^o para decidir com conhprminfode causa e, portanto, eleva a lib-rda-de verdadeira do povo. Ã ignorânciaé inimiga da liberdade.

A revolução permitiu o florescimen-to de uma imprensa nova que informaa verdade do que ocorre em Cuba eno mundo, ao mesmo tempo que provo-cou o inicio do declínio e do desapa-recimento gradual da liberdade de im-prensa imperialista e oligárquico, da li-berdade de mentir, caluniar e confun-ciir no que diz respeito à realidade na-cional e mundial, quanto ao significadoreal da revolução aqui e no estrangei-ro, quanto aos problemas cruciantes dapaz, do progresso, da liberdade e dosocialismo.

Coteio deTécnicas e Festade Amizade noMundial de Volibo

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Um voto

pela simpatia

As equipes japonesas náo estão entre as aspirantes ao titulo, mas cativaram s po público pela simpatia e pelo empenho que demonstraram, vindo de tão longo £\ ILOia

para prestigiar o campeonato. Tem contra si a estatura física: parecem me- •ninos quando saltam junto à rede para enfrentar os gigantes americanos, ou

^ faanClCiraSsoviéticos.

Cerca de vinte mil pesaoat aplaudiram, no Maracanãiinho, o desfile daa b*n-deiras dor, países participantes do torneio, conduridas por uma "seleção" d*lindas jovena eariocae. Ao fim de cada jogo, a Banda do Exército e a dos Fu-rilelros Navais se revesam, executando o hino do pais vencedor. 0 torneio oetransformou numa grande festa de confraternização internacional.

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Vitória foi fácilmas o público vibrou

A grande expectativa do público emtomo do encontro entre americanos esoviéticos foi em parte frustrada, pelarelativa facilidade com que os repre-sentantes da URSS obtiveram a vitoria.

Vitória do

físico e da técnica

\s moças alicias venceram a primeira partida do turno final, no Rio, enfrentando as brasileiras, que demonstra-

ram grande resistência nó primeiro "sei", cheirando a liderar alguns momentos do jogo, mas foram superadas pelo

melhor preparo físico e técnico das adversárias. As representantes da Tclic.coslovàqtiiií formam entre as mais cate-

ebrizailas aspirantes ao titulo máximo, da mesma forma n.uc seus companheiros da equipe masculina, que se sagra-

ram campeies mundiais no último torneio, disputado em Paris.

NOVOS RUMOS

41

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