2011-11-14 resumo segunda parte giana prova (1)

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  • 7/31/2019 2011-11-14 Resumo Segunda Parte Giana Prova (1)

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    A ERA VARGAS

    A Revoluo de 1930 e o papel da igreja e das foras armadasO movimento de 1930 foi interpretado durante muito tempo como a tomada de poder por um grupo

    social especfico, a burguesia industrial. Da parte dos revolucionrios havia um inimigo comum: as estruturasenfraquecidas mantidas pela oligarquia cafeicultora da Primeira Repblica. Entretanto, suas metas continhammuitos interesses paralelos, divergentes e at conflitantes: os velhos oligarcas queriam transformaes mni mas que reforassem seu poder pessoal; os tenentes, que representavam a rebeldia militar e nacionalista contra o governo da

    oligarquia cosmopolita, reivindicando um Estado forte e centralizado, semi-autoritrio, no lugar do Estado liberale descentralizado da Primeira Repblica.

    Esta revoluo somente pde sair vitoriosa a partir de acordos entre todas as tendncias acima, osquais garantiram a substituio do antigo poder oligrquico, baseado nas foras estaduais e locais (estas ltimasmais reais) pelo novo poder oligrquico, mais centralizado e menos dependente destas foras locais. A ditarevoluo tambm criou no Brasil o poder da burguesia industrial, at ento pouco expressivo.

    O governo que se seguiu, o provisrio de Getlio Vargas, promoveu o capital nacional apoiado nas forasarmadas, nos trabalhadores urbanos que eram reunidos por conta do sindicalismo patronal e na burguesianacional.

    A Igreja Catlica teve um papel importante na educao neste perodo, pois no governo revolucionrio elasolicitou no apenas o direito de ministrar aulas de religio nas escolas pblicas, mas uma posio explicitamente

    contrria ao Estado neutro da oligarquia.As foras armadas como educadoras do povo tambm foi um projeto longamente desejado, mas pelos

    prprios militares. Na Primeira Repblica ele se manifestou no modelo quartel como escola. Depois, com oexrcito desempenhando papel poltico na Revoluo apareceu o modelo escola como quartel, seg undo o qualos militares teriam ao preventiva e repressiva em nome da segurana nacional, mediante duas estratgias: aeducao pr-militar, que seria dada nas prprias escolas, e o controle do importante ensino da educao fsica,to enfatizado nas dcadas anteriores, assumindo a formao dos seus professores na Escola de Educao Fsicado Exrcito. Essa proposta no se concretizou, mas a permanncia dos ideais militaristas pde ser observada naEscola Nacional de Educao Fsica e Desportos, criada em 1939, segundo este modelo.

    O SIGNIFICADO DA REVOLUO PARA A ESCOLA BRASILEIRAO significado da Revoluo de 30 para a escola brasileira foi sua renovao desencadeada pelos liberaisrepublicanos, adeptos da Escola Nova desde os anos 20. Responsvel pela reconstruo educacional do Brasil pormeio da criao do Ministrio de Educao e Sade; da neutralidade da influncia catlica, atravs da IVConferncia Nacional de Educao (1931), que resultou no "Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova"(1933) e daconsagrao a uma tendncia democrtica da poltica escolar escritas na constituio de 1934, que se tornaramainda mais acentuadas na constituio de 1937, com a educao profissional da classe operria.

    O Ministro da Educao e Sade, Francisco Campos, dentre suas reformas, instituiu no ensino superior asubstituio do modelo de faculdades isoladas pelo modelo universitrio centralizador, e no ensino secundrio,reforando a reforma Rocha Vaz (1925)_modelo formador para o ensino superior, decretou que os cursosdeveriam ser regulares e seriados de 5 anos de durao (Curso Ginasial Fundamental) acrescidos de mais 2

    anos. A Constituio de 1934 procurou o atendimento de vrios grupos scioideolgicos ao consagrar: o ensinoreligioso facultativo; a fixao de um percentual mnimo obrigatrio de aplicao das verbas pblicas ao ensino: adescentralizao das competncias administrativas; sistema de ensino bsico com orientao metodolgica daEscola Nova, nos demais nveis separado em popular e de elite e deu nfase educao musical, fsica, moral ecvica para o desenvolvimento dos valores nacionais.

    O ESTADO NOVOO novo estado delineado a partir de 1935, distinguiu-se do estado oligrquico da Primeira Repblica pela:

    Centralizao e maior autonomia do poder central em relao s foras locais;Atuao econmica voltada progressivamente para promover a industrializao;

    Atuao social tendente a proteger o trabalhador urbano, reprimindo sua organizao quando fora do controledo Estado;Pelo papel central atribudo s foras armadas como fator de manuteno da ordem interna e da criao daindstria de base no pas.

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    Para construir a imagem de um regime moderno e nacional, Getlio Vargas manteve uma linha de atuao

    autoritria, intervencionista e centralista, exercida em dois planos, so eles:Organizou o Estado com a criao de instituies tecnoburocrticas co m poder de deciso racional paracomandar as massas irracionais.Definiu e propagou o nacionalismo como a cultura oficial do regime, controlando assim os meio de comunicaode massa na poca (rdio, cinema e imprensa) para censurar as manifestaes as manifestaes do liberalismo edo comunismo.

    Com isso o Estado Novo procurava orientar a mentalidade da sociedade para instituir a moderna nao

    brasileira.

    A nova educaoO novo estado necessitava de uma nova educao que promovesse os valores atribudos a famlia, religio,

    ptria e ao trabalho, para ser aceita nacionalmente por toda sociedade, com base na nao moderna. Sendoassim, a escola servindo a nao, serviria tambm ao Estado, instituidor da nao. As linhas que definem a polticaeducacional do perodo se orientam pelas matrizes instituintes do Estado novo, que so: centralizao,autoritarismo, nacionalismo e modernizao.

    CENTRALIZAO:

    A educao entrou no compasso da viso geral centralizadora, diz B. Fausto. A escola, na m edida em que representada como instrumento de controle da sociedade, tendo alta importncia poltica, no poderia ser cargodas foras locais, descentralizadoras, como propunham os pioneiros liberais do Manifesto.

    AUTORITARISMO:O Estado Novo desenvolveu uma poltica educacional de molde autoritrio e uniforme. Segundo o ministro da

    educao Gustavo Capanema, a educao instrumento do Estado para preparar o homem para uma aonecessria e definida, uma ao certa: construir a nao brasileira. O que afirma claramente a ideia do moldeautoritrio.

    NACIONALISMO:Para reforar o nacionalismo o Estado Novo destacou no currculo dos cursos elementares esecundrios a importncia da educao fsica, do ensino da moral catlica e da educao cvica pelo estudo daHistria e da Geografia do Brasil e das festividades cvicas, como Semana da Ptria. No ensino primrio a

    formao deveria dar um sentimento patritico e no secundrio uma conscincia patritica. MODERNIZAO:

    Foram criados rgos federais que instalaram a estrutura administrativa do ensino e estabeleceramregras a serem cumpridas no plano estadual, o que levou a modernizao. Entre os rgos criados estavam: oMinistrio de Educao e Sade; Conselho Nacional de Educao; a Comisso Nacional do Ensino Primrio, oFundo Nacional do Ensino Primrio; o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedaggicos); o Instituto Nacional deEstatstica, que deu origem ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica); entre outros.

    Para garantir a modernidade da sociedade brasileira, o governo central regulamentouminuciosamente a organizao de todos os tipos de ensino do pas, atravs das Leis Orgnicas do ensino.

    AS LEIS ORGANICASAs Leis Orgnicas foram criadas no governo de Getlio Vargas, editadas por meio de decretos- leis, pelo

    ministro Capanema, entre os anos de 1942 e 1946, na seguinte seqncia: ensino industrial (1942), ensinosecundrio (1942), ensino comercial (1943), ensino primrio (1946), ensino normal (1946) e ensino agrcola(1946). Elas visavam a construo de um sistema centralizado, as quais atingiram os ensinos pblicos eparticulares.

    Com essa nova reformulao o ensino secundrio foi formado pelos cursos ginasial e colegial somando,

    ento sete anos de estudo. Este focava nas individualidades condutoras e tinha em vista o aluno ideal, isto ,catlico de formao clssica e disciplina militar, os quais constituiriam as classes superiores. Nesta modalidadede ensino no se permitia a co- educao e o ensino para as meninas tinham como tarefa principal a preparaopara a vida domstica.

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    Porm segundo alguns autores o ensino priorizado foi o secundrio tcnico, que abordava asmodalidades agrcola, industrial e comercial, os quais tinham como objetivo a preparao de mo- de- obraqualificada para exercer as novas funes de trabalho destinadas a iniciao do mercado interno.

    A caracterstica mais importante do ensino tcnico, era o seu carter formador, que alm de oferecerformao continuada, destinava-se as camadas populares. Dessa forma possvel dizer que o principal objetivofoi promover o desenvolvimento econmico sem transformar a ordem social.

    Por fim, relatado que, nas escolas as Leis Orgnicas tentaram proporcionar aos alunos e professoresprescries como, por exemplo, a padronizao da arquitetura escolar e programao curricular, controle dorecreio e da disciplina, o uso do uniforme, incentivo a criao de bibliotecas e clubes de leitura, jornais escolares,

    grmios, entre outros.

    A ESCOLA BRASILEIRA NA REPBLICA POPULISTA .REPBLICA NOVA (1946-1963)

    notvel que parte da legislao decretada por Capanema tenha sido editada aps o fim do Estado Novo eprosseguiu por 20 anos.

    A constituio de 1946, que veio a substituir a de 1937 mostra muito mais um continusmo do debate passadodo que prospectivas em relao ao futuro, pois os discursos eram: quem e como conseguir o controle daeducao escolar, entendida como formadora de mentalidades.

    Esse perodo histrico ser caracterizado por um confronto entre os defensores de duas ideologias, no interiordo qual se encontrava o Estado, sempre desenvolvendo um esforo de conciliao, uma vez que as duas

    tendncias ideolgicas representavam duas faces dominantes de cujo consenso o prprio Estado dependia.A diferena entre os dois grupos- o dos catlicos e dos liberais, sendo o primeiro identificado-se mais com a

    burguesia agrria tradicional, buscava recuperar a concepo religiosa de vida com uma viso tico-teolgica,entendendo ser a educao instrumento adequado para isto; e o segundo identificado mais com a burguesiaindustrial, buscava reconstruir a sociedade com base em idias puramente humanos de convivncia e desolidariedade. Tambm para esse projeto a educao era vista como caminho eficaz. Assim, o grupo catlicoassumiu uma posio tradicionalista, conservadora, restauradora, pois s nessa restaurao vai dar condiespara uma nova reordenao social. J o grupo liberal assumia uma posio progressista, transformadora,instauradora, pois s assim seria possvel criar uma nova sociedade livre e democrtica e justa.

    Nesse sentido diz se que catlicos e liberais, vo ter os seus pontos programticos inscritos nessa novaconstituio.

    Do ponto de vista do sistema escolar, os anos de 1946 a 1964 so conservadores.Na Assemblia Constituinte de 1946 foi pautados segundos os alinhamentos ideolgicos mais amplos

    concernentes aos direitos da Igreja e do Estado sobre a educao. Revestidos de disputas em torno do ensinopublico versus o ensino privado, configurando-se como momento de luta entre os pioneiros e os catlicos.Simultaneamente postergavam-se para a futura etapa da aprovao de uma Lei de Diretrizes e Bases (LDB) asprincipais definies da poltica educacional nacional.

    Depois de 13 anos de acirradas discusses foi promulgada a Lei 4.024 em 20 de Dezembro de 1961, sem apujana do ante projeto original, prevalecendo as reivindicaes da Igreja Catlica e dos donos deestabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monoplio estatal para a ofertada educao aos brasileiros. Ou seja, reativou a velha disputa descentralizao x centralizao, o que parece terservido para desviar a ateno da sociedade do problema que os educadores consideram bsico, que era como

    tornar acessvel (democratizar) o ensino aos 50% de analfabetos do pais.Os termos propostos de apoio a iniciativa privada, no alterava a organizao existente desde Capanema

    (1942), exceto pela proposio de currculos flexveis e de mecanismos democratizantes do tipo possibilidade deaproveitamento de estudos.

    O que inovador vem dos movimentos de base popular, no institucionais, dirigidos ao povo trabalhador eorganizados pela ao conjunta de populares e grupos de intelectuais. Dentre eles esto movimentos de difusoda cultura popular como os Centros Populares de Cultura, criados pela UNE em 1961 e as iniciativas de educaode adultos, como: o Servio de Educao Supletiva do Estado de So Paulo, criada em 1948, o Movimento deEducao de Base (MEB) patrocinado pela Confederao dos Bispos do Brasil, de 1961, que atuava na zona ruralpelo uso do radio, e o Mtodo de Alfabetizao de 40 horas, de Paulo Freire, que, mediante o domnio cognitivodo letramento e a sua conscientizao como ser de valor, pretendia alcanar a insero do educando no processo

    histrico e se constituiu em Ncleo do Plano Nacional de Alfabetizao de Adultos que funcionou de Janeiro aabril de 1964.Um estudo de caso: o legislativo Paulista

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    A atuao dos deputados Estaduais Paulistas nesse perodo segundo Celso Beisiegel, consta que eles agiam deforma conservador e disfuncional ao ponto de vista da racionalidade pedaggica.

    Eles passaram criar individualmente, pelo menos um estabelecimento oficial em todos os municpios mesmoque as concluses do curso primrio no alcanassem o numero mnimo exigido por lei (60 alunos, em 1949), ouno houvesse infra-estrutura material e de recursos para sustent-los.

    J os educadores que ocupavam os rgos tcnicos do ensino e influenciavam a prpria comisso de Educaoe Cultura da Assemblia Legislativa, no queriam essa criao desordenada de ginsios e escolas normais,preferindo abrir um estabelecimento por regio, com o argumento que no havia professorado habilitado paratantas escolas.

    Resumidamente, os polticos de So Paulo atuaram como agentes do processo de democratizao, apesar de sapresentarem projetos de criao de escolas nas pocas que precediam as eleies.Populismo: entre a Poltica Racionalista e a clientelista

    Segundo Francisco Weffort, com a inexistncia desde 1930 de uma classe hegemnica que dominasse os meiosde produo, e mais a expanso do mercado de trabalho. O populismo surge e revela a emergncia das classespopulares e a necessidade de incorporao delas ao jogo poltico, uma vez que ameaavam os gruposdominantes, junto com o aparecimento de polticos que se propunham a satisfazer as reivindicaes dessa classe.

    Para atender a demanda por mais vagas nas escolas publicas, resultante do explosivo crescimento urbano-industrial da capital paulista no perodo, Janio aplicou em relao escola elementar:A reduo dos perodos letivos dos grupos escolares, que passaram a funcionar, desde 1956/57, em trs ouquatro dirios, ou seja, com 2,20 horas-aulas de durao;

    A instalao das classes de emergncia;O aumento do numero mdio de alunos por classe, que passou de 25 em 1935, para 40 em 1959;A construo de galpes de madeira, mobiliados com moveis feios de caixotes, para a instalao das escolaselementares.

    Quanto ao ensino secundrio, Janio adotou os mecanismos de:Aprovao compulsria de 80% dos alunos matriculados nos ginsios e nas escolas normais, para desocupar vagaspara alunos novos;Criao de escolas normais e ginsios noturnos;Instalao de seces, ou seja, extenso dos ginsios tradicionais, que passaram a funcionar em prdios de gruposescolares ou de escolas privadas, configurando um verdadeiro derramamento de escolas secundaria acadmicas

    em todo o Estado.Com essas medidas ficava assegurada a matricula de todos os egressos do curso primrio.As iniciativas adotadas por Janio no tinham o apoio do Poder Legislativo principalmente dos representantes

    da UDN, nem dos intelectuais nem de educadores da Secretaria da Educao (inclusive dos prprios secretrios),que se manifestaram p ela imprensa, falando em falta de critrios, perda de qualidade da cultura, derramade escolas e desqualificao da profisso docente. De fato os professores, medida que passaram a trabalharnos ginsios noturnos, ou nas seces, sem recursos a dequados de infra-estrutura, sem garantias trabalhistas esem concurso, vivenciaram um processo de proletarizao. A aprovao compulsria dos alunos tambm foiapontada, poca, como fator de esvaziamento do trabalho docente.

    Fica a polemica: essa expanso dos (precrios) ginsios acadmicos e escolas normais, na dcada de 50,representaram um ganho ou um desvio na formao do trabalhador?

    Da ditadura militar aos nossos dias.

    Poltica Desenvolvimentista e Governo MilitarDesde a revoluo de 1930 foi sendo construdo no Pas um modelo poltico econmico conhecido como

    Nacional-Desenvolvimentista. Tornou-se moda o chamado Desenvolvimentismo em que tudo fica em um segundoplano, mesmo o desenvolvimento social. Desenvolvimentismo chama-se assim qualquer tipo de polticaeconmica baseada na meta de crescimento da produo industrial e da infra-estrutura com participao ativa doestado. uma poltica de resultados e foi aplicado essencialmente em sistemas econmicos capitalistas como noBrasil (no governo JK) e no governo militar quando ocorreu o milagre econmico. Este milagre econmico adenominao dada poca excepcional de crescimento econmico ocorrida durante o regime militar.

    No perodo do governo militar havia um regime centralizado e coercitivo e sua poltica era dedesenvolvimentismo, ou seja, etapa da economia embasada na indstria e dependente do capital estrangeiro.Nesta poca desenvolvimento no podia ser separado de segurana. De acordo com a doutrina que vinha sendodefinida pela Escola Superior de Guerra (instituies fundadas em fins da dcada de 40, que funcionavam como

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    um centro de estudos sobre a segurana nacional promovendo cursos para oficiais e civis com altos postos naestrutura do governo), tanto a manuteno da ordem poltica social e econmica vigente quanto o combate sideologias estrangeiras (representada pela ameaa comunista que objetivaria distanciar a sociedade brasileira deseus valores morais, religiosos e culturais) eram fatores de desenvolvimento;

    No campo da educao se investia na melhoria do capital humano para adequar a sociedade brasileira aospatamares das exigncias modernas da produo internacional. A teoria do capital humano foi importada dosEstados Unidos e prope que o processo de educao escolar seja considerado como um investimento queredunda em maior produtividade e consequentemente em melhores condies de vida para os trabalhadores e asociedade em geral.

    Muitas agncias financiadoras, principalmente as norte-americanas, propagaram a teoria do capital humanogarantindo que a conquista de graus escolares mais elevados proporcionava ascenso social.A estratgia de ajudainternacional para o desenvolvimento da educao representava uma forma de criao ou expanso de mercadoque favorecia os pases assistentes:se fornecida na forma de capital o investimento retorna ao pas de origem;Sedada na forma de bolsas de estudo promove a evaso de crebros para esses pases;

    Estes programas envolviam em primeiro lugar aspectos quantitativos do sistema escolar por que buscam obtermaior rentabilidade com maior economia de recursos. Em segundo lugar aspectos qualitativos do sistema escolarpor promoverem treinamento de pessoal, uso de aparelhagem e reorganizao curricular para formar pessoalpara as empresas em expanso.

    No caso brasileiro o apoio veio por meio dos acordos assinados entre o Ministrio da Educao e Cultura e umaagncia norte-americana. Em 1964 1 1968 foram assinados 12 acordos MEC Usaid, com a finalidades de

    diagnosticar e solucionar problemas da educao brasileira na linha do desenvolvimento internacional baseadono capital humano. Marcas da poltica educacional do perodo: Desenvolvimentismo, produtividade, eficincia,controle e represso.

    As Reformas Educacionais de 1968 e 1971As caractersticas da poltica educacional do perodo da ditadura: desenvolvimentismo, produtividade,

    eficincia, controle e represso, possibilitaram que os acordos entre o MEC e a USAID (Agncia Interamericana deDesenvolvimento dos Estados Unidos) fossem tidos como base para as reformas. As Leis n 5.540/68 e 6.952/71reformaram os ensinos superior e secundrio. Demerval Saviani (Apud HILSDORF, 2003, p.125) ao compar-las

    com a Lei anterior n 4.024 de 1961 apontou as seguintes caractersticas:

    Lei n 4.024/61 (Linha liberal) Leis n 5.540/68 e 5.692/71 (Linha tecnicista)autonomia do indivduo adaptao sociedadeQualidade quantidadecultura geral cultura profissionalnfase nos fins (ideais) nfase nos meios (metodologias do tipo

    microensino, mquinas de ensinar, enfoquesistmico, teleensino, ensino programado, ensino distncia e outros)

    A partir da filosofia do sistema, essas reformas segregaram a educao dos contextos social e poltico, pois noapenas substitui a participao popular, que se dava desde 1946, pelo critrio da eficincia como ainda objetivoudespolitizar a sociedade atravs da compartimentao do trabalho.

    Essa legislao, partindo dos princpios do capitalismo, de concentrao de renda, recomendou a concentraodo sistema escolar alm de incentivar a difuso do ensino privado, principalmente, no ensino superior, causandoassim, a conteno do sistema escolar pblico.

    Por trs da medida de expanso do ensino superior estava a transformao da educao, pelo Estado, em umgrande comrcio que possibilitou, aos donos de escolas, o acmulo de capital; pois estes recebiam verbaspblicas que, no entanto, no eram aplicadas no ensino.

    Outro aspecto desta concepo educacional, imposta pelo governo, est na diviso do trabalho pedaggicoentre os profissionais da educao, pois, atravs da reforma dos cursos de Pedagogia em 1969, foram atribudas

    as funes de aplicar e controlar as novas tcnicas pedaggicas adotadas.Para servir a essas bases que estruturaram o ensino, a Reforma Universitria de 1968, adequou as universidadesao modelo educacional tecnomilitar da poca. Segundo Hilsdorf (2003), esse modelo era de aumento daprodu tividade com conteno de recursos, implantando as bases de uma organizao estrutural sustentada em:

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    departamentos ao invs de ctedras; cursos semestrais e sistema de crditos no lugar dos cursos anuais;vestibular unificado e classificatrio, que antes era eliminatrio; ciclo bsico; licenciaturas de curta durao, aschamadas licenciaturas curtas; aumento de vagas, principalmente nas escolas privadas, alm da implementaodo regime de ps-graduao.

    A reforma de 1971, que modificou os ensinos primrio e secundrio, instituiu as escolas de 1 Grau paraadministrar um nico curso, seriado, obrigatrio e gratuito com oito anos de durao, oriundo da fuso entre osantigos grupos escolares e ginsios. Definindo ainda, o 2 Grau como curso profissionalizante, para a formao detcnicos para as indstrias, com o objetivo implcito de diminuio da presso social por aumento das vagas nasuniversidades. Causando ainda, a descentralizao do currculo, pois cada escola organizava o plano de estudos a

    ser seguido.O papel do Congresso Nacional, no que tange essas reformas, foi apenas o de aprovar ou aperfeioar os

    projetos enviados pelo poder Executivo tendo como base as indicaes dos tcnicos norte-americanos. Alm deque, as verbas para o ensino deixaram de ser fixas, s retornando a ser, apenas em 1983, com a famosa emendaCalmon (emenda constitucional n 24/83 que acrescentou pargrafo nico do artigo 176 que dispe sobre adestinao mnima de recursos pela Unio, Estados e Municpios para a educao).Portanto, o poder Legislativo, nesse perodo, funcionava para reforar o sistema autoritrio imposto pelosmilitares. Assim, demonstrava a quem servia e representava: os militares, os tecnoburocratas e as empresasprivadas.Facilitando a privatizao do ensino, esses setores polticos atriburam ao ensino a poltica educacional que lhesera mais conveniente, apesar das mudanas quanto obrigatoriedade de oito anos de durao do 1 grau, como

    j ocorria nos pases democrticos. Assim, ela se fez necessria ao regime por permitir que o Estado no sedesviasse de suas diretrizes de poltica econmica, que compunham a predominantemente sua ao.

    A(s) Dcada(s) Perdida(s) O texto aborda os aspectos econmicos, durante o perodo dos anos 80 e 90, no qual vem sendo chamado de

    dcadas perdidas, pois se considera que este perodo no houve melhorias na situao econmica do pas,embora tenha havido crescimento na economia de alguns setores, nos anos 90 o pas cresceu menos ainda eaumentou o desemprego em relao aos anos 80, os autores concordam que o controle da inflao foi obtido emtroco de uma grave crise social.

    O resultado descrito por Romualdo P. de Oliveira (1992) retrata uma brutal excluso social e escolar, onde no

    Brasil, em 1980, quase 60% da populao era constituda de pobres (39%) e de indigentes (17%) e a permannciados ingressantes no sistema escolar no se alterou de forma expressiva. Houve uma perda das oportunidadeseducacionais e rebaixamento no padro da escolarizao da populao brasileira. Caiu a frequncia/permannciana escola elementar, comparativamente quelas do perodo Vargas, crescendo, no entanto, quase trs vezes amatrcula no superior, como ele mostrou ao acompanhar a vida escolar de trs geraes de brasileiros.

    A preocupao agora no se dava mais em funo a universalizao da escola no sentido da permannciadeste aluno na escola, pois no basta ele ingressar no sistema educacional mas continuar e conclu-lo. Serviosforam oferecidos para manter os alunos na escola, entre eles, merenda, transporte escolar subsidiados pelogoverno, livros didticos entre outros. Havia muitas diferenas socioculturais do alunado e isso contribuiu paraum choque cultural sofrido pelas camadas mais populares que chegavam a uma escola pensada para as camadasmdias, provocando a repetncia e a evaso das mesmas.

    Nos anos 80 uma das solues levantadas foi a criao do ciclo bsico de dois anos no ensino de 1 grau,quando o governo estadual de So Paulo (PMDB), ao postergar a avaliao do processo de alfabetizao da 1para a 2 srie de 1 grau, conseguiu manter os alunos por mais um ano na escola. Com essa medidademocrtica o aspecto poltico da escolarizao ficava atendido.

    Em meados da dcada de 80 houve uma nova configurao educacional no pas com a presena da iniciativaprivada, visto que a igreja catlica no fazia mais a defesa do ensino particular, desde a sua opo preferencialpelos pobres dos anos 70. Quando falavam opinio pblica, os porta-vozes da organizao destacavam queapoiar a escola particular significava tratar a educao como investimento e apostar na qualidade, pois ofereciamum ensino formador, personalizado, flexvel etc.

    preciso dizer, no entanto, que as duas dcadas em foco no foram inteiramente perdidas: para D. Saviani, adcada de 80, em particular, merece ser vista sob o prisma dos ganhos em relao aos aspectos da organizao e

    mobilizao dos educadores, da poltica educacional de interesse popular e do desenvolvimento da conscinciados professores.

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    A Escola brasileira de hojeHouve um processo de redemocratizao no pas, onde produziram uma nova Constituio em 05/10/1988 noque se refere a educao popular, mas como se estivssemos no perodo da ditadura militar pois a nova lei LDB(20/2/1996) teve uma longa tramitao no congresso nacional e demorou muito para entrar em vigor.E ainda hoje podemos sentir as marcas da ditadura militar, pois, sabemos que estas marcas ficaram gravadas namentalidade de quem passou por este momento e que as novas medidas no contemplaram as necessidades dasociedade.Haviam trs grandes blocos polticos que estavam discutindo questo da educao escolar quando o projeto daLDB estava sendo debatido. Eram eles, os invariantes compostos dos partidos conservadores, como PFL,PPR,PTB e

    PP interessados em manter o status quo e a vigncia do capitalismo expropriador e que combatiam propostas demudanas ou de melhorias salariais dos professores,davam prioridade a iniciativa privada, os mudancistas queenglobava o PSDB, o PMDB e o PL e propunha algumas mudanas para que o capitalismo se voltasse aos direitossociais e a abertura do sistema educacional com nfase na parte tcnica, e os transformadores que queriam umademocracia de massas, um sistema econmico distributivo e uma escola pblica voltada para as transformaessociais, grupo formado pelos representantes do PCdoB,PT,PSB,PPS e PV.Estes trs grupos continuam no congresso nacional e a controlar os rgos do poder executivo e acentuam aorientao neoliberal, identificada pela privatizao do pblico.Pelo entendimento neoliberal, o estado passa a delegar ao setor privado a maior parte de suas obrigaes, demaneira tal que os interesses do mercado definem os objetivos, as instituies e os valores da sociedade e para aeducao isso significa que o desejo das camadas populares de ter acesso e sucesso na educao est sendo

    contrariado nos aspectos dos objetivos, por exemplo:- formao profissional X formao crtica para a cidadania;- ensino de grupos particulares X ensino leigo e pblico;- competitividade individual X cooperao e solidariedade;O pensamento neoliberal tem como pontos centrais a privatizao e a crtica ao Estado-empreendedor e aaceitao da concepo do estado-mnimo;O que a sociedade brasileira precisa justamente do contrrio: investir mais e melhor nas polticas sociais emlugar de defender a privatizao necessrio reformar o Estado para que ele assuma as funes que legitimam asua existncia de provedor de bens pblicos.

    O LEGADO EDUCACIONAL DO LONGO SCULO XX BRASILEIRO

    Histria da educao no Brasil

    Se nos guiarmos pelo processo interno podemos considerar como marco inicial da educao brasileira a chegadados jesutas em 1549. Esse perodo se estende at 1759, quando os jesutas foram expulsos por Pombal.O ensino jesuta contava com incentivo e subsdio da coroa portuguesa, constituindo a verso da "educaopblica religiosa". Esse ensino podia ser considerado pblico por ser mantido com recursos pblicos e pelocarter de ensino coletivo,mas no preenchia os demais critrios, pois as condies tanto materiais quantopedaggicas encontravam sob controle dos jesutas, que caracteriza o domnio privado.

    Pedagogia Pombalina (1759-1827)Foi determinado o fechamento dos colgios jesutas ,comeando ento as aulas rgias,a serem mantidas pelacoroa ,este foi o primeiro ensaio para se instituir uma escola pblica estatal. As reformas pombalinas inspiravam-se no iluminismo, com base nas idias laicas,contrapondo-se s idias religiosas ,surgiu ento a nossa verso daeducao pblica estatal.Tambm nesse caso a responsabilidade do estado se limitava ao pagamento do salriodo professor e as diretrizes curriculares do contedo a ser ensinado . A cargo do professor ficava a proviso dascondies relativas ao local, que era geralmente na sua casa, tambm a infra-estrutura e recursos pedaggicos.

    Ato Adicional de 1834

    As escolas primrias foram colocadas sob responsabilidade das provncias , renunciando assim o projeto de escolapblica nacional. Somente aps o advento da repblica, foi que a escola pblica fez-se presente na histria daeducao brasileira. E a partir da que o poder pblico assume a tarefa de organizar e manter integralmente asescolas, tendo como objetivo a divulgao do ensino toda a populao. partir de 1890, no estado de So Paulose materializou-se a tarefa da escola graduada, que acabou irradiando para todo pas. Procurou-se ento

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    preencher os requisitos bsicos para a organizao dos servios educacionais na forma de sistemas ,que foram :-organizao administrativa e pedaggica do sistema como um todo;-construo ou aquisio de prdios especficos para funcionar como escolas;-manuteno desses prdios;-instituio de um corpo de agentes, com destaque para os professores;-definio das diretrizes pedaggicas;-organizao das escolas na forma de grupos.Essa reforma pblica paulista trata-se de uma reforma geral, abrangendo os ensinos primrios,normal,secundrioe superior, mesmo no se consolidando, a tendncia que ela representava acabou por se impor,e tornou-se

    referncia para os demais estados ao longo da primeira repblica. O ministrio da educao e sade foi criadoaps a vitria da revoluo de 1930, a educao comea ento ser reconhecida como uma questo nacional . Nasequncia tivemos uma srie de medidas relativas educao : Em 1932, o manifesto dos pioneiros da educaonova, que era dirigido ao povo e ao governo, apontava na direo da construo de um sistema nacional deeducao. A constituio de 1934 que exigia a fixao das diretrizes da educao nacional e elaborao de umplano nacional de educao; "leis orgnicas de ensino". A constituio de 1946 , que determinou a Unio a tarefade fixar as diretrizes e bases da educao nacional teve como consequncia a formulao de um projeto, queaps algumas vicissitudes, veio a converter-se na lei de diretrizes e bases da educao nacional, promulgada em20/12/1961. Essa lei sofreu modificaes em 1968 e 1971, e foi substituda pela atual LDB promulgada em20/12/1996.

    Etapas da periodizao

    Primeira etapa: Compreendida em trs perodos que so os seguintes:-Pedagogia jesutica 1549-1759.-Aulas rgias 1759-1827.-Tentativas de organizar a educao como responsabilidade do poder pblico 1827- 1890 .

    As escolas graduadas e o iderio do Iluminismo republicano (1890-1931)

    No final do imprio era intenso as manifestaes e debates sobre a instruo pblica.

    O foco dos debates era a construo de um sistema nacional de ensino , tendo como destaque a instruopblica.

    O estado de So Paulo , detinha a hegemonia econmica , sendo o principal produtor e exportador de caf ecoube ao estado dar a largada no processo de organizao e implantao da instruo pblica .

    Em 1890 , pela escola normal inicia-se a reforma da instruo pblica e Caetano de Campos ( diretor da escolanormal ) , entendia que esta reforma podia resumir-se na questo do mestre e dos mtodos , entendendo quedeveria ocorrer uma adaptao destes mtodos a nossa necessidade .

    Caetano de Campos acreditava que antes de reformar a instruo pblica do estado, era necessrio instalar asescolas-modelo de 2 e 3 graus ,anexos a escola normal.

    As escolas modelo eram como um ncleo de renovao do ensino normal , com novas prticas escolares ,composta por uma classe feminina e outra masculina , administradas por pessoas diferentes .

    O decreto de 12 de maro de 1890 ,estabelecia a condio prvia de uma adequada formao para os professores, sendo esta condio que determinou a deciso de se iniciar a reforma pela escola normal .

    Uma grande inovao consistiu na criao dos grupos escolares, que vieram para substituir as escolas isoladas. Ogrupo escolar reunia cerca de quatro a dez escolas e, um s prdio , possua um diretor e vrios professores ,conforme o nmero de escolas reunidas no prdio .

    Os grupos escolares eram tambm chamados de escolas graduadas , porque eram seriados , isto , oagrupamento dos alunos se dava de acordo com o grau ou a srie em que estavam , o que gerava um progressona aprendizagem. O primeiro grupo escolar foi implantado na cidade de So Paulo em 1892 , chegando a 101 em1910 , sendo 24 na capital e 77 no interior. Os grupos escolares se alastraram por vrios estados brasileiros comoMinas Gerais , Paraba , Rio Grande do Norte , Santa Catarina , Paran entre outros .

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    Afirma-se que essa a principal herana educacional que a fase inicial do longo sculo XX nos deixou .

    Infelizmente , no foi s um legado apenas positivo , teve o seu lado negativo pois a reforma paulista de 1892 nochegou a se consolidar . Em 1 de agosto de 1896, o cargo de diretor geral da instruo pblica e a secretaria geralso suprimidos pela lei n 430 . Um ano depois , em agosto de 1897 , a lei n 520 extingue o conselho superior deinstruo pblica e as inspetorias distritais, ficando a direo e a inspeo do ensino sob a responsabilidade deum inspetor geral em todo o estado , auxiliado por dez inspetores escolares .

    Com isso , volta-se a prtica anterior a reforma , onde a fiscalizao das escolas estaduais de seus respectivosmunicpios so exercidas por delegados ou representantes das municipalidades .

    A reforma Sampaio Dria de 1920, tinha como propsito encontrar uma frmula para resolver o problema doanalfabetismo , essa reforma segundo Dria resultaria em um tipo de escola primria , aligeirada e simples .

    O grande desafio a ser enfrentado pelo Brasil em termos educacionais, a tarefa de organizar e instalar umsistema de ensino capaz de universalizar o ensino fundamental e por esse caminho erradicar o analfabetismo .

    2.2 Regulamentao nacional do ensino e o iderio pedaggico renovador (1931-1961)

    A repblica manteve as escolas primrias existentes no imprio e diferenciou-se pela laicidade. Em contraposioa revoluo de outubro de 1930 teve como conseqncia, a criao do Ministrio da Educao e da Sade e orestabelecimento do ensino religioso nas escolas.

    Em 1925 a Reforma Rocha Vaz do governo de Artur Bernardes estabeleceu um acordo entre a unio e os estadosa fim de promover o ensino primrio, isto no se concretizou. Em abril de 1931 a Reforma Francisco Camposapesar de ter dado grandes passos na regulamentao da educao brasileira, ainda no contempla o ensinoprimrio.

    Decretos da Reforma Francisco Campos:

    a)Decreto n. 19.850, de 11 de abril de 1931: Cria o Conselho Nacional de Educao; b) Decreto n. 19.851, de 11 deabril de 1931: Dispe sobre a organizao do ensino superior no Brasil e adota o regime universitrio; c) Decreton. 19.852, de 11 de abril de 1931: dispe obra a organizao da universidade do Rio de janeiro; d) Decreto n.19.890, de 18 de abril de 1931: dispe sobre a organizao do ensino secundrio. e) Decreto n. 20.158, de 30 de junho de 1931: organiza o ensino comercial, regulamenta a profisso e d outras providncias; f) Decreto n.21.241, de 14 de abril de 1932: consolida as disposies sobre a organizao do ensino secundrio.

    Como coroamento do processo que se desenvolvia desde a criao da Associao Brasileira de Educao (ABE) em1924, foi lanado em 1932 o Manifesto dos Pioneiros da Educao nova que se propunha a realizar areconstruo social pela reconstruo educacional, baseado nos princpios da laicidade, gratuidade,obrigatoriedade, co-educao e unicidade da escola, esboa as diretrizes de um sistema nacional de educaoabrangendo os diferentes nveis de ensino. Todos estes esforos ainda no conseguem criar um sis tema escolar altura das necessidades modernas e das necessidades do pasp.33, formula -se ento o plano de reconstruoeducacional.

    O Manifesto se coloca em defesa da escola pblica, e no apenas da Escola Nova, o que uma originalidade doBrasil, pois na Europa esta ela ficava restrita s escolas privadas, e quando tentou atuar no mbito do ensinopblico fracassou, como no caso de Freinet, que acabou sendo demitido por sua tentativa.

    Dezembro de 1931-IV Conferencia Nacional de Educao (Getlio Vargas Chefe do governo provisrio solicitouaos presentes colaborao na definio da poltica educacional do novo governo, que resultou no Manifesto,provocou o rompimento entre o grupo de renovadores e grupo catlico., que fundou sua prpria associao -Fundao da Conferencia Catlica Brasileira de Educao- 1933, realizando em 1934 o 1 Congresso NacionalCatlico de Educao.

    O Manifesto tambm influenciou no debate que culminou na Constituio de 1934, art. 150: fixa o plano deeducao, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados e coordenar e fiscalizar asua execuo em todas as em todo o territrio nacional, traa as diretrizes da educao nacional, consagrou CNEatribuindo-lhe a funo de elaborar o PNE

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    Na constituio do estado novo em 1937 estabelece como competncia da unio: Fixar as bases e determinar osquadros da educao nacional, traando as diretrizes a que deve obedecer a formao fsica, intelectual e moralda infncia e juventude -> Educao primria.

    Na dcada de 30 havia uma preocupao com a Formao de professores, principalmente para o ensinosecundrio. Ento Francisco Campos props no decreto do Estatuto das Universidades Brasileiras a criao deuma Faculdade de Educao, Cincias e Letras. (instituto de alta cultura), tendo que ter um carter misto eespecial sendo provida de funes culturais e de um papel utilitrio e prtico, esta no chegou a ser instalada

    Em 1939 o Ministro da Educao Gustavo Capanema reorganizou a Faculdade Nacional de Filosofia (filosofia,cincias, letras, pedagogia e depois a didtica)Estruturado da seguinte maneira: Bacharelado 3 anos e licenciatura1 ano, a pedagogia tambm foi considerada bacharelado e o diploma de licenciado era obtido por meio do cursode didtica pelos alunos de todos os cursos. (esquema 3+1)

    Gustavo Campanema com as Leis Orgnicas organizou o sistema educacional da seguinte maneira:

    Ensino primrio fundamental: de 7 a 12 anos: (Ensino Primrio Elementar 4 anos e Ensino PrimrioComplementar 1 ano); Ensino primrio supletivo: 2 anos- Jovens e adultos que no tiveram a oportunidade defrequentar a escola na idade adequada.

    Ensino Mdio: (Ginasial 4 anos, Colegial 3 anos Vertical / Secundrio e tcnico-profissional.-

    Horizontal);Profissional: Industrial, comercial e agrcola /Normal: secundrio.Apesar de todas as modificaes, pode-se perceber que as reformas eram sempre parciais, e ainda se fazianecessrio um plano de conjunto que organizasse a educao nacional como um todo, esta exigncia semanifestou na Constituio Federal de1946 Definiu como privativa as Unio a competncia para fixar asdiretrizes e bases da educao nacional.

    Clemente Mariani a partir do trabalho de um comisso, encaminhou ao presidente da repblica um projeto quese converteu na Primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, promulgada em 20 de dezembro de1961, que do ponto de vista da organizao do ensino manteve a estrutura da reforma de Capanema com algumaflexibilidade. Com a LDB tornou-se possvel o aproveitamento para passar de um ramo para outro, e aps concluirqualquer ramo deste nvel do Ens. Mdio, prestava-se vestibular para o ingresso no ensino superior.

    Podemos ver que no segundo perodo do longo sec. XX caminhou -se muito para a regulamentao do EnsinoBrasileiro em termos institucionais, em relao s idias educacionais fortaleceu-se o Movimento renovador(escola nova), o que se mostra na comisso formada para a elaborao da 1 LDB em 1947: Pedagogia nova:(Ansio Teixeira, Loureno Filho, Fernando de Azevedo, Almeida Junior, Faria Gis. Grupo Catlico: Leonel Franca,Alceu Amoroso Lima.

    Outro sinal da influncia da escola nova foi a movimentao das prprias escolas catlicas para aderirem a estemovimento renovador. Surge ento, depois de divulgaes das novas idias no meio catlico, uma espcie deEscola Nova Catlica.

    2.3 Unificao normativa da educao nacional e a concepo produtiva de escola (1961-1996) .

    A dcada de 1960, foi de muita experimentao educativa. Neste perodo surgiram os ginsios vocacionais comrenovao do ensino da matemtica e de cincias, colocando em ebulio o campo da Pedagogia e a consolidaodos colgios de aplicao.

    No final da dcada de 60 foram fechados o centro brasileiro de pesquisas educacionais e os centros regionais aele ligados por haver um esgotamento do modelo renovador.

    Em 1964, com a implantao do regime militar, houve uma reorganizao geral do ensino no pas.

    Foi criado em 1961 o IPES ( instituto de pesquisas e estudos sociais) por iniciativa de um grupo de empresrios . OIPES funcionou como um partido ideolgico e teve papel decisivo na deflagrao do golpe militar de 64.

    No ano de 1964, o IPES organizou alguns eventos que trouxeram vrios subsdios as reformas de ensino , e ogoverno foi procedendo a assinatura dos acordos MEC-USAID , o qual o Brasil contou com os EUA para odesenvolvimento internacional para promover a reforma do ensino brasileiro .

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    O golpe militar exigiu adequaes na legislao educacional. O governo fez ajustes, com a aprovao da nova leide diretrizes e bases da educao nacional. Ajustou a organizao com a lei 5540/68 que reformulou o ensinosuperior e a lei 5692/71 que alterou os ensinos primrio e mdio, modificando sua denominao para ensino deprimeiro e segundo grau.

    Com o projeto da reforma universitria, dividiu-se em duas demandas contraditrias . Quando houve a aprovaoda lei pelo congresso, aqueles relativos ao exerccio da autonomia universitria foram vetados pelo presidente darepblica.

    O decreto lei n 464/69 ajustou-se melhor a implantao da reforma aos designos do regime .

    Princpios bsicos da lei 5692/71:

    a) Integrao vertical e horizontalb) Continuidade e terminalidadec) Racionalizaod) Flexibilidadee) Gradualidade de implantaof) Valorizao do professoradog) Sentido prprio para o ensino supletivo

    Com base nesses princpios houve mudanas na estruturao do curso primrio e do ensino mdio.A lei n 7044/82 revogou a profissionalizao e perdeu o carter universal e compulsrio de que se revestia na lein 5692/71.Um legado que nos foi deixado neste perodo refere-se a institucionalizao e implantao dos programas de ps-graduao .As reformas educacionais institudas pela ditadura militar, logo se tornou alvo da crtica dos educadores, queorganizavam-se em associaes , esse processo comeou na dcada de 70 e se intensificou nos anos 80 . Essasassociaes eram caracterizadas por dois vetores, um marcado pela preocupao com o significado social epoltico da educao e o outro marcado pela preocupao com o aspecto econmico-corporativo, portanto decarter reinvindicativo , cuja expresso marcante o fenmeno das greves .A exigncia de modificar o arcabouo da educao nacional, implicava na mudana da legislao que teve

    oportunidade com a instalao de um governo civil chamada nova repblica, e a elaborao da nova constituiofederal promulgada em 05 de Outubro de 1988.Dois meses depois, em virtude da atribuio a Unio ter a competncia para fixar as diretrizes e bases daeducao nacional , deu-se incio ao processo de elaborao da nova LDB .Com a LDB foi unificado, a regulamentao do ensino no pas.A responsabilidade pela educao infantil dos municpios que juntamente com o estado que pertence o ensinofundamental. Aos estados a responsabilidade pelo ensino mdio e, em conjunto com os seus municpios, peloensino fundamental. A Unio cabe coordenar e articular os sistemas, exercendo funes normativas,redistributivas e supletivas em relao as outras instncias . Outra atribuio da unio estabelecer as diretrizespara os currculos de todos os nveis de ensino e avaliar o rendimento escolar dos alunos e das instituies,somente no foi definido pela LDB quem faria a manuteno do ensino superior.

    O projeto Darcy Ribeiro que surgiu no senado, no qual a referncia foi a nfase na qualidade social da educao,transformou-se na nova lei de diretrizes de bases da educao nacional. Este mais um legado do sculo XX quepersiste atualmente na educao brasileira.