2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

8
Julho/Agosto de 2005 • Número 301-B Órgão oficial da Associação Brasileira de Imprensa A Amazônia QUE OS BRASILEIROS DESCONHECEM

Upload: associacao-brasileira-de-imprensa-abi

Post on 29-Mar-2016

212 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

Julho/Agosto de 2005 • Número 301-BÓrgão oficial da Associação Brasileira de Imprensa

A AmazôniaQUE OS BRASILEIROS DESCONHECEM

Page 2: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia
Page 3: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

3Julho/Agosto de 2005

Jornal da ABI

Os brasileiros, de forma geral, des-conhecem a Amazônia e seus proble-mas. O Exército está presente na Ama-zônia para ações estratégicas, paracontrole de ameaças.

A Amazônia possui 22 mil quilô-metros de rios navegáveis. O grandeeixo estratégico é o Rio Solimões/Amazonas. Esse eixo é utilizado pelaColômbia e pelo Peru para alcançar oAtlântico.

Quarenta e dois por cento do terri-tório nacional estão na área amazôni-ca, que compreende os Estados doAcre, Amazonas, Pará, Rondônia, Ro-raima e Amapá, totalizando mais de3,5 milhões de quilômetros quadrados,o que corresponde em tamanho a umaimportante área da Europa. São 13 mi-lhões de habitantes.

A área é rica em recursos naturais.Há no seu subsolo: ouro, estanho, nió-bio, petróleo, gás natural, potássio, cal-cário, manganês, ferro, alumínio, dia-mante, cromo, linhito, urânio.

Um dos grandes problemas enfren-tados pela área amazônica é a sua dis-tância dos grandes centros de pode-res, como Brasília, Rio de Janeiro e SãoPaulo

As questões internas da área estão-se tornando cada vez mais internacio-nais. No período do Império de DomPedro II, em 1850, houve as tentativasdo comandante Matthew Maury, che-fe do Observatório Naval, de Washing-ton, que defendia a tese de livre nave-gação internacional do Rio Amazonas,considerando que pelo seu volume deágua deveria ser incorporado ao mes-mo status do direito marítimo.

Em 1948, foi aprovado pela Unesco(Organização das Nações Unidas paraa Educação, a Ciência e a Cultura) acriação do Instituto Internacional daHiléia Amazônica, segundo o qual umaautoridade internacional passaria a ad-ministrar as pesquisas científicas e odesenvolvimento da região.

Em 1981, o Conselho Mundial deIgrejas Cristãs , em Genebra, decidiu

texto que o Jornal da ABI reproduz neste Suplemento Especialconstitui o roteiro escrito da palestra que o General-de-ExércitoCláudio Barbosa de Figueiredo, Comandante Militar da Amazônia,proferiu na sede da ABI em 2 de junho de 2005, como parte doseventos organizados pela entidade em comemoração ao Dia daImprensa, celebrado em l de junho.A conferência reuniu uma assistência que tomou as amplas

dependências do Auditório Oscar Guanabarino, situado no nono andar do EdifícioHerbert Moses, sede da ABI, e nela figuravam destacadas personalidades militares ecivis, como o ex-Ministro do Exército Zenildo Lucena, o último a ocupar o cargo quandoa força terrestre ainda mantinha essa denominação, o Presidente do Clube Militar,General-de-Exército Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, e o arquiteto Oscar Niemeyer.

O General Cláudio Figueiredo fezsua exposição com apoio emgrande massa de elementosaudiovisuais – ao todo, seutrabalho reuniu 166 ilustrações,entre fotografias, gráficos,desenhos, quadros estatísticos —,intercalando o roteiro prévio comobservações que acentuavam talou qual aspecto exposto. Suadissertação foi tão vigorosa ecompleta que ao final, emboraa programação previsse, aassistência escusou-se deformular perguntas: o relato feitodispensava complementações.Esta publicação segue a

metodologia adotada pelo General de expor aspectos da Amazônia em blocosdeterminados, com os dados, números e observações pertinentes. Não traduz,porém, toda a riqueza da exposição do General, que merece a sua reprodução integralem livro, com toda a massa de materiais audiovisuais produzidos, mas contém,integralmente, a preocupação patriótica do General Cláudio de Figueiredo, em seucoração de militar e assentada no impressionante conhecimento que ele tem acercada região confiada ao seu Comando. Vamos, pois, aos blocos de sua exposição.

OGeneral Figueiredo: lição deAmazônia e de brasilidade.

A Amazônia sofrecom a distânciados centros dopoder nacional

Page 4: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

Jornal da ABI

4 Julho/Agosto de 2005

ESPECIAL AMAZÔNIA

que “a Amazônia é um patrimônio dahumanidade e que a posse dessa imen-sa área pelo Brasil, Venezuela, Peru,Colômbia e Equador é meramente cir-cunstancial”.

Em 1983, a então Primeira-Ministrada Grã-Bretanha, Margareth Thatcher,disse que “se os países subdesenvolvi-dos não conseguem pagar suas dívi-das externas, que vendam suas rique-zas, seus territórios, suas fábricas.”

Em 1989, o então Vice-Presidentedos Estados Unidos, Albert (Al) Gore,dizia que, “ao contrário do que os bra-sileiros pensam, a Amazônia não é de-les mas de todos nós”.

No mesmo ano, o então Presidenteda França, François Mitterrand, afir-mava que “o Brasil precisa aceitar umasoberania relativa sobre a Amazônia”.

Em 1992, John Major, então Primei-ro-Ministro da Grã-Bretanha, diziaque “as nações desenvolvidas devemestender o domínio da lei ao que é co-mum de todos no mundo. As campa-nhas ecológicas internacionais sobrea região amazônica estão deixando afase propagandística para dar início auma fase operativa que pode definiti-vamente ensejar intervenções milita-res diretas sobre a região”.

Ainda nesse ano, o russo MikhailGorbachev dizia que “o Brasil deve de-legar parte de seus direitos sobre aAmazônia aos organismos internacio-nais competentes”.

Em 1994, Henry Kissinger afirma-va que “os países industrializados nãopoderão viver da maneira como exis-tiram até hoje se não tiverem à suadisposição os recursos naturais não re-nováveis do planeta. Terão que mon-tar um sistema de pressões e constran-gimentos garantidores da consecuçãode seus intentos”.

Em 1996, a Secretária de Estado dosEstados Unidos, Madeleine Albright,dizia que “atualmente avançamos emuma ampla gama de políticas, nego-ciações e tratados de colaboração comprogramas das Nações Unidas, diplo-macia bilateral e regional de distribui-

ção de ajuda humanitária aos paísesnecessitados e crescente participaçãoda Cia em atividades de inteligênciaambiental”.

Em 1998, o General Patrick Hugles,chefe do Órgão Central de Informa-ções das Forças Armadas dos EUA, di-zia que “caso o Brasil resolva fazer umuso da Amazônia que ponha em riscoo meio ambiente dos Estados Unidos,temos de estar prontos para interrom-per este processo imediatamente”.

Neste ano de 2005, o Comissário daUnião Européia na Organização dasNações Unidas, Pascal Lamy, disse que“a Amazônia e as outras florestas tro-picais do planeta deveriam ser consi-deradas bens públicos mundiais e sub-metidas à gestão coletiva ou seja ges-tão de comunidades internacionais”.

A Amazônia é superlativa. É o mai-or banco genético do planeta. A mai-or floresta tropical. A maior reservade água doce do mundo. Seus animaissão únicos — aves deslumbrantes,peixes variados, jacarés gigantes, etc.É um local onde a lenda se confundecom a realidade, com rios imensos. Avida segue o ritmo das águas. O ho-mem é parte desse universo de mis-tério e habita a Amazônia desde o sé-culo XVI.

Hoje o Exército está presente na re-gião, inclusive nos pelotões especiaisde fronteira. O deslocamento terres-tre na área é difícil. Assim, os trans-portes fluviais e aéreos são vitais.

Atualmente o mundo vive o fim dabipolaridade. Está predominando umanova ordem mundial com desvio do ei-xo de confrontação estratégica. É a erada globalização. A tendência atual é deintervenções armadas com ou sem opatrocínio da Onu, que está a serviçodos interesses das grandes potências.Essas intervenções poderiam acontecercom as seguintes justificativas: nar-cotráfico, destruição das florestas tro-picais, imigração ilegal, terrorismo in-ternacional, proteção de minorias étni-cas. A cobiça e ingerências internacio-nais são uma retórica ou a realidade?

“Se os países subdesenvolvidos não conseguempagar suas dívidas externas, que vendam suasriquezas, seus territórios, suas fábricas.”

“Ao contrário do que os brasileiros pensam, aAmazônia não é deles mas de todos nós.”

“O Brasil precisa aceitar uma soberaniarelativa sobre a Amazônia.”

“Os países industrializados não poderão viverda maneira como existiram até hoje se nãotiverem à sua disposição os recursos naturaisnão renováveis do planeta. Terão que montarum sistema de pressões e constrangimentosgarantidores da consecução de seus intentos.”

“Atualmente avançamos em uma ampla gamade políticas, negociações e tratados decolaboração com programas das NaçõesUnidas, diplomacia bilateral e regional dedistribuição de ajuda humanitária aos paísesnecessitados e crescente participação da Ciaem atividades de inteligência ambiental.”

“Caso o Brasil resolva fazer um uso daAmazônia que ponha em risco o meio ambientedos Estados Unidos, temos de estar prontospara interromper este processo imediatamente.”

“A Amazônia e as outras florestas tropicais doplaneta deveriam ser consideradas benspúblicos mundiais e submetidas à gestãocoletiva ou seja gestão de comunidadesinternacionais.”

1983Margareth Thatcher, ex-Primeira-Ministra da Grã-Bretanha

1989Albert (Al) Gore, ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos

1992François Mitterrand, ex-Presidente da França

John Major, ex-Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha

“As nações desenvolvidas devem estender odomínio da lei ao que é comum de todos nomundo. As campanhas ecológicas internacionaissobre a região amazônica estão deixando afase propagandística para dar início a uma faseoperativa que pode definitivamente ensejarintervenções militares diretas sobre a região.”

“O Brasil deve delegar parte de seus direitossobre a Amazônia aos organismosinternacionais competentes.”

Mikhail Gorbachev

1994

Henry Kissinger

1996

Madeleine Albright, Secretária de Estado dos Estados Unidos

1998General Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informaçõesdas Forças Armadas dos EUA

2005

Pascal Lamy, Comissário da União Européia na Organização das Nações Unidas

Cronologia da cobiça

A onçapintada éo símbolodo soldadoda selva.

Page 5: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

5Julho/Agosto de 2005

Jornal da ABI ESPECIAL AMAZÔNIA

A Colômbia, que é um dos países afazer fronteira com a Amazônia, estáhá anos com vários grupos de luta ar-mada. As Forças Armadas Revolucio-nárias da Colômbia-Farcs reúnem 15mil homens; o Exército de LibertaçãoNacional, 4 mil homens; as milíciasautônomas, 8 mil homens. As Farcssomam mais de 1 milhão de dólaresem recursos. Esses grupos de luta ar-mada têm também ligação com o cri-me organizado, como com TomásNolina Caracas, o Nego Acácio, e comLuís Fernando Costa, o FernandinhoBeira-Mar. A fronteira oriental com aColômbia, uma das principais, é na áreadaquele país de produção de drogas. Efaz fronteira direta com a Amazônia.

A questão indígena é também polê-mica. Integrar os índios ou segregar?As terras dos índios são extensas e ri-cas. Um problema encontrado é a ex-ploração das riquezas das tribos indí-genas. Outro diz respeito à segurança.

A diversidade encontrada nas tribosindígenas é grande. Há índios que fre-qüentam universidades e outros que ain-da se encontram em estado primitivo.

De acordo com pesquisa Renctas/Ibope, de maio de

2005, para 75% dos brasileiros o País corre o risco de

ser invadido por um país rico devido às suas imensas

riquezas naturais. Essa opinião foi homogênea em

todas as classes sociais, regionais e idades.

Os principais problemas da Amazônia são:

instabilidade nos países vizinhos; guerrilha; questões

indígenas; questões ambientais; organizações não

governamentais-estrangeiras; ilícitos; vazio de poder.

evolução da área desmatada na região éaguda: passou de 18.165 quilômetrosquadrados no período de 2000/2001 a26.130 quilômetros quadrados no perío-do 2003/2006 (ver quadro).

Por Estado o maior desmatamentofoi em Mato Grosso, seguido do Pará,Rondônia, Amazonas, Acre, Mara-nhão e Tocantins

Foi notado um aumento crescenteda presença de estrangeiros na regiãoamazônica nos últimos anos. Eles são,sobretudo, norte-americanos, euro-peus, bolivianos, colombianos e perua-nos. Para o Comando do Exército naárea isso acontece por deficiência decontrole. Esses estrangeiros têm umnível cultural elevado.

As organizações não governamentaisvêm atuando na área com repercussãofavorável na imprensa, devido ao cará-ter pressupostamente humanitário desuas postulações. Completam as lacu-nas assistenciais deixadas pelo Estado

A presença do que o Exército cha-ma de ilícitos também vem aumentan-do. Nessa categoria estão narcotráfico,tráfico de armas e animais, biopirata-ria, exploração ilegal de madeiras. OExército vem agindo contra os ilícitosapoiando os órgãos estatais logísticosde comunicação e inteligência

O crescimento das rotas de narco-tráfico em toda a área é acentuado,tanto por terra como na rota fluvial ena aérea.

A Lei Complementar nº 117, de 2de setembro de 2004, deu ao Exércitopoder de polícia em relação a váriosilícitos, como transfronteiriços volta-dos para drogas ilícitas, crimes am-bientais, vigilância epidemológica econtrabando e descaminhos. Umexemplo dado na ocasião foi o dos ma-deireiros peruanos que invadem o Bra-sil atrás de madeira nobre.

Há na região um vazio de podercom a ausência do Estado. Esse vaziode poder traduz-seem descaminho edestruição do pa-trimônio e umcrescimento das or-ganizações não go-vernamentais emconseqüência des-se vazio. Para oExército essas sãoduas característi-cas da “sataniza-ção” do Brasil, oque torna o am-biente propício àintervenção, quepode ser direta ouindireta, sob alega-

Em 5 anos a área desmatadateve um crescimento de 43%

A instabilidade dos países vizinhosA extensão das terras indígenas é

de 1 milhão e 750 mil hectares, o querepresenta 12 vezes a área da cidadede São Paulo. E nem todas as terrasindígenas estão demarcadas. Esse é umponto de conflito na área.

Na reserva Indígena de Raposo, naSerra do Sol, há 16.400 índios e 3.600brancos.

As terras indígenas representam12,8% do território nacional. Há apro-ximadamente 3 índios por quilômetroquadrado no Brasil e 0,17 índios porquilômetro quadrado na Amazônia. Apopulação indígena é de aproximada-mente 350 mil. Mais de 60% do terri-tório de Roraima é de tribos indíge-nas. São aproximadamente 21 habi-

tantes por quilômetroquadrado.

A extensão das ter-ras indígenas na árearepresenta a soma dassuperfícies de Portu-gal, Espanha, Bélgica eAlemanha.

As terras dos índiossão ricas em diaman-tes. Os diamantes dareserva Roosevelt fo-ram leiloados na Cai-xa Econômica Federal.Depois de arrecadados,os diamantes foramleiloados no dia 2 de fe-vereiro deste ano emhasta pública da Cef.Segundo um comuni-

cado da Caixa, no dia seguinte, os 665quilos leiloados renderam a cifra de R$716 920,00.

Um outro problema enfrentado naAmazônia diz respeito à segurança nafaixa de fronteira. A BR 174 chega aficar fechada de 18 às 6 horas.

A questão ambiental é outra situa-ção de conflito na Amazônia. O desma-tamento é gritante no Arco do Fogo. A

ções de presença de narcotráfico, des-truição de florestas tropicais, presen-ça de imigrantes ilegais e falta de pro-teção às minorias étnicas.

Entre as suas missões, o Exércitodestaca as de defender a Pátria, parti-cipar de operações internacionais, ga-rantir a lei e a ordem, garantir os po-deres constituídos, cooperação com adefesa civil, cooperação com o desen-volvimento nacional.

Missões do Comando Militar da

Amazônia: atuar em sua área de res-ponsabilidade isolada ou de forma com-binada com a finalidade de manter aintegridade territorial e a soberania na-cional, garantindo os poderes consti-tuídos, a lei e a ordem e, como açãosubsidiária, participação no desenvol-vimento nacional e de defesa civil

Missão subsidiária do Coman-

do Militar da Amazônia: coopera-ção no desenvolvimento dos núcleospopulares mais carentes, em particu-lar os localizados na faixa de fronteirae, ainda, colonização, integração, edu-cação, saúde e outras atividades rela-cionadas ao meio ambiente, aos ín-dios e a órgãos governamentais.

ÁREA DESMATADAEM QUILÔMETROS QUADRADOS

2000-2001

18.165

2001-2002

23.143

2002-2003

24.597

2003-2006

26.130

Em grande porção da Amazônia só com recursosmilitares é possível chegar a toda parte.

A estratégia do Exército para enfrentar invasoresmais fortes inclui o treinamento em guerrilhas.

Page 6: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

Jornal da ABI

6 Julho/Agosto de 2005

ESPECIAL AMAZÔNIA

O Exército possui 11 fortes na re-gião, entre os quais Óbidos e Santarém.

No período de 1637 a 1639, PedroTeixeira reconhece o Rio Amazonasaté Iquitos. O bandeirante AntônioRaposo Tavares começa em 1645 a ex-pansão territorial do País

O Comando Militar da Amazônialembra também o General CândidoRondon, especial amigo dos índios,que tinha como máxima: “morrer sefor preciso, matar nunca”.

O CMA conta com 58 locais de co-mando na área. Em 1950 eram 1.000homens no local; em 1986, 6 mil; em2004, 22 mil; até 2007 deverão ser 25mil homens.

Em 2 de agosto de 1971 foi criadona Região Norte o Colégio Militar doAmazonas, único na região, que temmais de 200 alunos e como lema “Edu-cação, progresso, Amazonas, Brasil”.

O Comando Militar da Amazôniamantém ensino à distância no Brasilpara 121 alunos e no exterior, em vá-rios países, como Inglaterra e Es-tados Unidos, com um total de11 alunos.

O Exército tambématua na área em hos-pitais, atendimentoodontológico, médico elaboratorial. Em 2004fez 687.518 atendi-mentos médicos.Dá ainda apoio àeducação e cuida

Ameaças– Internacionais: poder econômico

e militar superior– Ações de crimes transnacionais ou

de guerrilhas em países vizinhos depoder econômico e militar inferior

– Perturbação da ordem pública einternacionalização – Vazio de poder

Para a ameaça que representa o po-der econômico e militar superior a es-tratégia é soldados usarem resistência.

Para a ameaça de poder econômicoe militar inferior, a estratégia é o Exér-cito na ofensiva.

Para a ameaça do vazio de poder, aestratégia é o soldado presente

O Exército lembra Guararapes e apresença constante dos seus homensna região, bem como citação do Barãodo Rio Branco: “Os povos que a exem-plo dos do Império Celeste desdenhamas virtudes militares e se não prepa-ram para a eficaz defesa do seu territó-rio, dos seus direitos e da sua honraexpõem-se às investidas dos mais for-tes e aos danos e humilhações conse-qüentes da derrota”.

Entre as principais ameaças sobrea região amazônica foram relaciona-dos:

– Convencimento da opinião públi-ca internacional de que as questõesexistentes na Amazônia são de inte-resse da humanidade

– Deficiente atuação dos órgãos doGoverno.

As ameaças quenos rondam e comoenfrentá-las

O Exército na Região Amazônica

do combate à malária. A incidência dadoença caiu 46% de 2003 para cá.

O Exército atua ainda na área deengenharia construindo pontes, es-tradas, etc. Já construiu na área 7.425quilômetros de rodovias federais;11.592 metros de pontes de madeira;2.010 quilômetros de estradas vicinais;3.173 metros de pontes de concreto;

18 quartéis; 60 aeroportose aerovias.

A Engenharia do Exér-cito tem um papel de

destaque na região,sendo responsávelpela colonização,pela abertura depoços artesanais,pela construção

de quartéis e núcle-os habitacionais; pe-

la marcação de fronteiras; pe-la colocação de torres detransmissão da Embratel epela construção de aeropor-tos, escolas e hospitais.

O Exército atua tambémna promoção do desenvolvi-mento regional, da amplia-ção de serviços básicos, da co-lonização, da expansão da in-fra-estrutura viária, manu-tenção da soberania e inte-gração territorial, ampliaçãoda relação com os vizinhos;aumento de presença na áreae intensificação das campa-

nhas demarcatóriasNeste momento está ocorrendo a

ampliação da área amazônica – a áreatotal da Calha Norte terá 2,5 milhõesde quilômetros quadrados, o que re-presenta mais de 25,6% do territórionacional.

O Exército tem-se dedicado tam-bém na região à difusão de atividadesde sobrevivência entre a população lo-cal, como criação de animais e cultivode plantas.

Entre os serviços também desenvol-vidos estão carpintaria, bombeiro,marceneiro, pedreiro, padeiro, eletri-cista, etc.

O General Rodrigo Octávio diziaque “árdua é a missão de desenvolvere defender a Amazônia, muito maisdifícil porém foi a de nossos antepas-sados em conquistá-la e mantê-la”.

“A Amazônia ésuperlativa”,

disse o General Cláudio Figueiredona conferência, em que chamou a

atenção para a dimensão fantásticados espaços nos rios portentosos e

nas linhas fluviais. Com acentopoético, classificou de

deslumbrantes as aves da região.Em áreas imensas o único sinal de

Brasil é dado pelo Exército.

O Exército abriu 60 aeroportos e aerovias na região,onde só o helicóptero é 100% eficaz.

Page 7: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia

7Julho/Agosto de 2005

Jornal da ABI ESPECIAL AMAZÔNIA

Page 8: 2005__301-b_suplemento-especial-amazonia