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Ano 5 Número 18 2010 R$ 10,00 4,00 ISSN 1809-466X Cobertura completa da COP 15 A Feira Internacional da Amazônia IYB - Ano Internacional da Biodiversidade Cobertura completa da COP 15 A Feira Internacional da Amazônia - Ano Internacional da Biodiversidade IYB

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Revista Amazônia ed 18

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Ano 5Número 182010

R$ 10,00

4,00€

ISSN

1809-4

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Cobertura completa da COP 15A Feira Internacional da Amazônia

IYB - Ano Internacional da Biodiversidade

Cobertura completa da COP 15A Feira Internacional da Amazônia

- Ano Internacional da BiodiversidadeIYB

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EExpedientePUBLICAÇÃO

Período (dezembro2009/janeiro2010)Editora Círios SS LTDAISSN 1677-7158CNPJ 03.890.275/0001-36Rua Timbiras, 1572-AFone: (91) 3083-0973Fone/Fax: (91) 3223-0799Cel: (91) 9985-7000www.revistaamazonia.com.brE-mail: [email protected]: 66033-800Belém-Pará-Brasil

DIRETORRodrigo Barbosa Hühn

PRODUTOR E EDITORRonaldo Gilberto Hühn

COMERCIALAlberto Rocha, Rodrigo B. Hühn

ARTICULISTAS/COLABORADORESAirton Faleiro, Bruno Taitson; Camillo Martins

Vianna; Chirliana Souza; Ivonete Motta; Marcelo

Schmid; Karen Leão; Ivonete Motta; Mário Bentes;

Marcelo Schmid

FOTOGRAFIASAna Cláudia Jatahy; Ascom/MDA; David Alves,

Eliseu Dias, Eunice Pinto/Ag Pa; Fred Batista;

Eduardo Aigner/Ascom/MDA; Hudson Fonseca;

Joaquim Souza; Margarida Saraiva; Maria S. Fresy;

Peter Grigeby; Ricardo Stucker/PR; Robert van

Waarden; Rudolph Hühn; Samuel; Karim Aaren

e Klauter Machado

NOSSA CAPAIguana Verde as proximidades do rioParacauari, entre Soure e Salvaterra, no arquipélagodo Marajó - Pará

(Iguana iguana),

Foto de Fernando Araujo

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAEditora Círios SS LTDA

DESKTOPMequias Pinheiro

ANATECASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

Na abertura da quinta edição da FIAM, o secretário-executivo do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, Ivan Ramalho, que repre-

sentou o ministro Miguel Jorge, titular doMDIC, disse que a gama de produtos com

tecnologia de ponta apresentados na FIAM 2009...

As COP 15e COP / MOP 5, realizadas de 7-18 Dezembro de 2009, no Centro de

Bella em Copenhague, na Dinamarca, foram o maior e mais importante evento

das Nações Unidas sobre a conferência sobre mudança climática na história. Abriu

com diplomatas de 192 nações advertindo que isto poderia ser a última chance

para um acordo para proteger o mundo do aquecimento global calamitoso...

O Ano Internacional da Biodiversidade é uma oportunidade para que todo o

mundo reconheça a importância da biodiversidade para toda a vida na Terra, para

refletir sobre as nossas realizações de preservar a biodiversidade e concentrar-se

sobre a urgência do nosso desafio para o futuro. Agora é a hora de agir...

08 IYB - Ano Internacionalda Biodiversidade

14 FIAM 2009. A Feira Internacionalda Amazônia

66 Visão e ação do Pará comoSoluções para Amazônia

68 Eduardo Braga fez exposição em Copenhague

65 Pará utilizará tecnologia americana paraproteger o meio ambiente

70 Klimaforum09 - vozes do povo

73 Ministro Altemir Gregolin diz que 2009marca a história da Pesca e Aquicultura

79 Meio Ambiente e Desenvolvimento

82 Sinais de alerta do aquecimento global

81 A 1ª consequência da mudançaclimática é a fome

78 Nasce a primeira universidade federal doInterior da Amazônia...

80 Amazônia. A maldição do Inferno Verde

76 Economia Verde

60 O Expresso do Clima

62 Fórum de Governadores daAmazônia em Copenhague

26 192 Nações da ONU na Conferência doClima em Copenhague

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ecentemente foi feito o lançamento dologotipo e o slogan da COP10 - décimareunião da Conferência das Partes (COP 10)da Convenção sobre a Diversidade Biológica,

que será realizada em Nagoya, Aichi, Japão, em outubrode 2010.O Japão marcou assim o primeiro ano em contagemregressiva para o início da COP 10, onde foi lançadojuntamente o Ano Internacional da Biodiversidade (IYB)seus logotipo e slogan pelo Ministério do MeioAmbiente, emTóquio.Sr. Sakihito Ozawa, ministro do Ambiente, Governo doJapão e Mr. Issei Tajima, Senior, Vice-Ministro do MeioAmbiente participou de uma conferência de imprensajuntamente com o Dr. Ahmed Djoghlaf, SecretárioExecutivo da Convenção sobre Diversidade Biológica(CDB)."Minha esperança é que este logotipo e slogan, irátransmitir a mensagem de que a COP 10 discutirámedidas necessárias para garantir a existência de longoprazo de toda a vida naTerra, incluindo a humanidade, eé portanto, uma reunião crucial para todos os cidadãosglobais", declarou o ministro Sakihito Ozawa."A inauguração do logotipo para o Nagoya

Biodiversidade Cimeira, histórica, demonstra mais umavez a excepcional liderança e o compromisso do povo ed o G o v e r n o d o J a p ã o p a r a a j u d a r acomunidade Internacional em aceitar o desafio semprecedentes de deter a perda de biodiversidade, queestá sendo agravado pelas alterações climáticas.Recomendo o Japão, seu povo e seu Governo para a suaexcelente liderança", declarou o Secretário Executivo daCDB Ahmed Djoghlaf.A logo da COP 10, sob a forma de origami, retrata a nossavida em harmonia com a natureza, organizando flora eda fauna em uma forma circular com um adulto e umacriança no centro. O adulto e a criança representamnosso compromisso de proteger a nossa biodiversidade,muito preciosa para a próxima geração. Origami, é a artejaponesa de dobradura de papel – é um reflexo dacultura japonesa e da sabedoria.O slogan para a COP 10 "A vida em harmonia, para ofuturo" corresponde ao espírito do logotipo e articula anecessidade de convivência entre humanos e abiodiversidade para o bem das gerações futuras.O logotipo do Ano Internacional da Biodiversidadecompreende uma série de elementos simbólicos,iconográfico representando o alcance abrangente dabiodiversidade. Pelas representações entrelaçamento deflora e fauna com figuras humanas, o logotipodemonstra como a biodiversidade é a vida e como nós,seres humanos são sempre parte e, e não separados, apartir da biodiversidade que nos rodeia.O slogan “Biodiversidade é vida”,“A biodiversidade é anossa vida”, destaca o papel crucial que desempenha nabiodiversidade apoiando toda a vida na Terra, incluindoa nossa.«A logomarca e o slogan para o Ano Internacional daBiodiversidade vão ser poderosas ferramentas decomunicação para acelerar as atividades desensibilização para a biodiversidade e nós gostaríamosde fazer pleno uso delas. O Japão vai desenvolver ainiciativa satoyama, a fim de demonstrar como abiodiversidade suporta a subsistência das pessoas",afirmou o japonêsVice-Ministro da Meio Ambiente, IsseiTajima.

A Assembléia Geral da ONU declarou 2010 o AnoInternacional da Biodiversidade. O ano irá fornecer umfórum para um maior compromisso com o público sobrea importância da biodiversidade e dos diferentesserviços do ecossistema que contribuem para o bem-estar humano. Durante IYB - Ano Internacional daBiodiversidade, os Chefes de Estado e de Governo sereunirão em Assembléia Geral da ONU, em setembro de2010 para tomar medidas e se preparar para outubro de2010 na Nagoya Biodiversidade cimeira, onde osgovernos irão definir metas e medidas necessárias paraenfrentar a perda de biodiversidade.Ao notar que a decisão de acolher a COP 10 foi tomadapelo Governo do Japão ao nível do gabinete, o Sr.Djoghlaf disse: "Este foi um caso excepcional na históriada Convenção, e o fato de que a decisão do Governo foitomada três anos antes, foi notável. "Confrontados com a perda de biodiversidade continua,estima-se ser tão alto quanto 1.000 vezes a taxa natural,como resultado das atividades humanas, e deveráaumentar ainda mais como resultado dos impactos dasalterações climáticas, o IYB – Ano Internacional daBiodiversidade e a Nagoya Biodiversidade Cimeira seráuma verdadeira oportunidade para o mundo dereorientar os seus esforços na conscientização sobre aimportância da biodiversidade e dos muitos serviços doecossistema que fornece para o nosso bem-estar e paratomar as medidas necessárias para preservá-lo para asgerações futuras.

08| REVISTA AMAZÔNIA

Ano Internacional da BiodiversidadeIYB

Dr. Ahmed Djoghlaf, Secretorio Executivo da

Convention on Biological Diversity (CBD)

Logotipo e slogan para a COP-10 a ser realizada

em Nagoya, Japão, 18-29 outubro 2010

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2010 Ano Internacional da BiodiversidadeAno Internacional da Biodiversidade é umaoportunidade para que todo o mundoreconheça a importância da biodiversidadepara toda a vida na Terra, para refletir sobre

as nossas realizações de preservar a biodiversidade econcentrar-se sobre a urgência do nosso desafio para ofuturo. Agora é a hora de agir.É uma ótima oportunidade de comotodos nós podemos fazer a diferençaembenefíciodavidanaTerra.A Biodiversidade está em crise.Estamos enfrentando uma gravecrise na biodiversidade, na redeelaborada de animais, plantase os lugares onde eles vivemno planeta . E quandof a l a m o s d e e s p é c i e sanimais, significa tambémseres humanos.

O logotipo

O logotipo é constituído por três componentes principais:

foi concebido para transmitir o conceito de

descoberta e realização. Uma série de elementos simbólicos

iconográfico está incluídos dentro do projeto para descrever o

âmbito da biodiversidade, que inclui a flora marinha, bem como

aspectos da fauna. Juntos, eles demonstram como a

biodiversidade é a vida e como nós, como seres humanos, estão

realizando o nosso lugar dentro desta viagem.

- O ano de "2010", que emoldura a campanha e os

elementos do logotipo.

- Os elementos iconográficos que simboliza a

biodiversidade. Estes incluem peixes, ondas, um

flamingo, um adulto e infantil, e uma árvore.

- O título da campanha "2010 Ano Internacional da

Biodiversidade".

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A taxa de que as espécies animais e vegetais sãoextintas, e ritmo em que os ambientes naturais estãosendo destruídos, estão aumentando a cada dia.Esta maravilhosa diversidade natural complexo sustentatoda a vida no planeta, e sua perda de escalada é umaséria ameaça aos seres humanos e nosso modo de vida,

agora e no futuro.Bem gerido os recursos naturais são fundamentais parao desenvolvimento sustentável, apoiando ascomunidades pacíficas, promovendo assim ocrescimento econômico equilibrado e ajudando areduzir a pobreza.

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secretária-executiva do ministério do MeioAmbiente (MMA), Izabella Teixeira, osecretário da Convenção da DiversidadeBiológica (CDB), Ahmed Djoghlaf, e o

prefeito de Curitiba, Beto Richa, participaram dolançamento do Ano Internacional da Biodiversidade, noparque Barigui, em Curitiba (PR). O ato tambémencerrou a segunda Reunião de Curitiba para Cidades eBiodiversidade que reuniu cerca de 90 autoridades etécnicos ambientais de 16 países. Organizada pela CDB,a reunião é preparatória para a Conferência das Partes(COP-10) em Nagoya (Japão), em outubro deste ano.A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou 2010como o Ano Internacional da Biodiversidade. Em meioaos esforços globais para chamar atenção da sociedadepara o valor da biodiversidade, a cerimônia em Curitibaserá seguida por outras cidades. Berlim e Paris tambémrealizaram encontros e a próxima reunião da Assembleiadas Nações Unidas, que acontece em setembro, em NovaYork, terá a biodiversidade como tema.Segundo IzabellaTeixeira, durante todo o ano de 2010, oMinistério do Meio Ambiente promoverá ações paraestimular a implementação dos três objetivos daConvenção, que são: a conservação da biodiversidade, o

uso sustentável de seus componentes e a distribuiçãoequitativa e justa dos benefícios advindos da utilizaçãodos recursos genéticos. A secretária-executiva do MMAexplicou que, nesse último ponto, o Brasil tem investidoesforços consideráveis para a aprovação, na COP-10, deum regime internacional específico para repartição debenefícios oriundos da biodiversidade.Ela ressaltou ainda outros esforços para reduzir a perdade biodiversidade, como a diminuição da taxa dedesmatamento na Amazônia e a ampliação do sistemade monitoramento dos desmatamentos para a Caatingae o Pampa, além do anúncio, em 2010, dos planos deação para prevenção e controle do desmatamento no

Cerrado e no Pampa, à semelhança do que já é feito nobioma amazônico.Ao participar do encerramento da reunião que discutiucidades e biodiversidade, a secretária enfatizou aimportância do conceito de biodiversidade para aA

Implementação dos três objetivos da

Convenção: a conservação da

biodiversidade, o uso sustentável de seus

componentes e a distribuição equitativa

e justa dos benefícios advindos da

utilização dos recursos genéticos

Ações brasileiras parao Ano Internacionalda Biodiversidade

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Um plano de ação para que as cidadespreservem e minimizem a perda doselementos do meio ambiente na áreaurbana. Este foi o resultado da SegundaReunião de Curitiba sobre Cidades eBiodiversidade, promovida pelaOrganização das Nações Unidas (ONU),por meio da Convenção da DiversidadeBiológica (CDB). O encontro foi realizadono Salão de Atos do Parque e contou coma presença de Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da CDB. As medidas discutidasna capital paranaense serão levadas paraa Conferência das Partes sobreDiversidade Biológica (COP 10), que serárealizada em outubro deste ano, emNagoya (Japão). Curitiba sediou, em 2006,a COP 8.O representante do secretariado da CDB,Oliver Hillel, comentou que o encontro deCuritiba pode sair estabelecer indicadoresque vão permitir aos governos municipaisfazer uma autoavaliação de como estãolidando com a biodiversidade em seuambiente urbano. “Com esse índice os

ONU debate

diversidade

biológica

nas cidades

Izabella Teixeira,secretária-executiva

do ministério doMeio Ambiente

(MMA)

José Antonio Andreguetto,secretário municipal do MeioAmbiente no encerramentoda 2ª Reunião sobre Cidadese Biodiversidade

Ahmed Djoghlaf,secretário da

Convenção daDiversidade

Biológica (CDB)

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construção da cidadania ambiental e para que aampliação das cidades se dê em bases sustentáveis."Inserindo a variável biodiversidade no Plano Diretor dasCidades, podemos criar territórios menos vulneráveis eevitar tragédias como a que ocorreu no início deste ano

em Angra dos Reis", completou a secretária lembrandoque esse é um desafio que será em parte vencido com adescentralização da gestão ambiental a partir daregulamentação do artigo 23 da Constituição Federalque deve ocorrer ainda esse ano.Os eventos promovidos pelo Ministério durante todo oano visam a reafirmar a importância estratégica dabiodiversidade para o desenvolvimento do país,combate à pobreza, e exemplificar a participação dapopulação brasileira em seu uso sustentável. As datascomemorativas ao logo do ano como o Dia da Caatinga,do Cerrado, da Água terão na biodiversidade seu eixo dediscussão.Eventos específicos também ocorrerão como a ReuniãoNacional dos Jardins Botânicos e a Reunião Técnica eMinisterial do Grupo dos Países Megadiversos Afins,além do workshop sobre Espécies Ameaçadas da FloraBrasileira; do Congresso Nacional de Botânica:diversidade vegetal brasileira, conhecimento,conservação e uso; do lançamento do LivroVermelho daFlora, entre outros.

municípios poderão aferir, de ano a ano, oprogresso que eles estão fazendo”, explicou.De acordo com Hillel, é essencial a participaçãodo cidadão. “Desde 2007 a maioria dapopulação do mundo vive em cidades. Mas asdecisões do cidadão afetam ecossistemas queestão a milhares de quilômetros de distância.Os governos locais e municipais estão muitomais próximos (dos cidadãos). Com eles pode-se falar até de forma mais fácil do que com osgovernos nacionais”, relatou.O secretário municipal de Meio Ambiente, JoséAntônio Andreguetto, contou que as decisõessobre meio ambiente são tomadas pelasnações. No entanto, as cidades podemcontribuir mais efetivamente neste processo.“O que fizemos aqui é um plano de ações paradefinir o papel das cidades, para serapresentado em Nagoya. Para que lá se avaliesobre isto. Não podemos aguardar somenteque os governos nacionais façam seu papel”,opinou.Durante o encontro, o prefeito Beto Richaanunciou que Curitiba deverá incluir asquestões de biodiversidade no seu PlanoDiretor e recomendou que todas as cidadestomem a mesma atitude.A ideia do prefeito fará parte do plano de ação,o qual todas as cidades levarão para aConferência das Partes sobre DiversidadeBiológica (COP 10), que ocorrerá em outubro,em Nagoya (Japão).“Três em cada quatro brasileiros vivem nascidades, o que nos faz pensar em políticas dedesenvolvimento e de proteção àbiodiversidade. É preciso mitigar as

consequências do efeito estufa e conservarsolo e vegetação”, comentou o prefeito.Ainda durante o evento, foi inaugurado emCuritiba um bosque que é considerado umadessas ilhas (no bairro Santo Inácio). No total,100 áreas desse tipo serão inauguradas nacidade.O embaixador do Ano Internacional daBiodiversidade, Jean Lemir, mostrou, comdados concretos, que uma mudança emqualquer canto do mundo pode afetar toda abiodiversidade.Durante mais de 400 dias, ele e sua equipefizeram estudos na Antártida e confirmaramque as mudanças climáticas interferem nabiodiversidade e, consequentemente, mudama vida de todos os seres.Ele citou o exemplo de um organismo que viveno oceano que, com os degelos, estádesaparecendo. “Os chamados krill (camarõespequenos) ajudam a diminuir o CO2 daatmosfera. Então sem krills, mais CO2. Nósestamos perdendo muitas espécies. Nós temosque repensar nossa posição frente a todas asespécies, que acabam interferindo no mundotodo”, afirmou.

A aprovação da "2ª Declaração de CuritibaRumo a Nagoya" encerrou a 2ª Reuniãosobre Cidades e Biodiversidade.O encontro foi preparatório para a próximaConferência das Partes sobre DiversidadeBiológica (COP 10), em Nagoya, no Japão,em outubro próximo. Participaram dareunião, prefeitos e representantes de 43cidades de 11 países.O documento aprovado pelos participantesreafirma o compromisso das cidades napreservação da biodiversidade."Todas as discussões e debates travadosserão reunidos num plano de ação e levadoà Nagoya, junto com a Carta de Curitiba. Éuma corrida urgente nas ações, pois o queestamos perdendo é o que comemos,bebemos e respiramos", destacou OliverHillel, membro da CDB."Das 300 convenções realizadas pela ONU, ada Biodiversidade é a primeira que adotouum engajamento das autoridades locais",explicou Hillel. As sugestões dasautoridades e técnicos feitos nos três diasdo encontro em Curitiba serão reunidas emum Plano de Ação, documento paralelo àDeclaração de Curitiba.Segundo Hillel, o plano terá três linhas. Oprimeiro deles é uma a sugestão de Richasobre os Planos Diretores de Biodiversidadepara as cidades. O Índice de BiodiversidadeUrbana, defendido por Cingarupa é outroaspecto do Plano. São 25 itens reunidos emum indicador para auto-avaliação dascidades.O secretário municipal do Meio Ambiente,José Antonio Andreguetto, encerrou oencontro. "É mais um passo nos debates enas ações práticas", disse Andreguetto.

“Declaraçãode Curitiba"

Encontro reuniu em Curitiba43 autoridades de 16 países

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, propôs que ascidades integrantes da Convenção da DiversidadeBiológica (CDB), das Nações Unidas, elaboremPlanos Diretores de Biodiversidade

Oliver Hillel, membro da CDB

Jean Lemire, embaixadordo Ano Internacional daBiodiversidade

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a abertura da quinta edição da FIAM, osecretário-executivo do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e ComércioExterior - MDIC, Ivan Ramalho, querepresentou o ministro Miguel Jorge,titular doMDIC, disse que a gama de

produtos com tecnologia de ponta apresentados naFIAM 2009 (Feira Internacional da Amazônia) éresultado dos investimentos aprovados no PóloIndustrial de Manaus – PIM, ao longo das mais dequatro décadas de existência do modelo Zona, Franca deManaus –V ZFM."Só produzir não basta. Há que se mostrar ao Brasil e aomundo o que o PIM está oferecendo em termos demanufaturados de alta tecnologia com alto valor

agregado, uma característica do Pólo de Manaus",destacou Ivan Ramalho.Para Eduardo Braga, com a inauguração do gasodutoCoari-Manaus – uma das obras mais estruturantes doséculo 21 no Amazonas, "Abre-se uma nova fronteira daeconomia regional na geração de emprego e renda, nacompetitividade dos produtos locais e na redução docusto Amazonas e Amazônia". Ressaltou ainda que, embreve, o Amazonas deixará de ser um Estado comgrandes deficiências na área de geração de energia paraser referência nesse quesito em todo o país.O governador Eduardo Braga, em discurso que agradoua gregos e troianos, disse que a vinda de investidoresbrasileiros e estrangeiros para a FIAM, ajuda aimplementar ainda mais o PIM e, com isso, "vender aimagem de um modelo de desenvolvimento que man-tém a floresta em pé.

Para Flávia Grosso, titular da Superintendência da ZonaFranca de Manaus – SUFRAMA, a FIAM 2009 mostroupara a sociedade brasileira e para o mundo as conquistasque vêm se consolidando ao longo do tempo e quecontribuirão para que o evento se torne um dos maisimportantes eventos de toda a região Amazônica. "Afeira reflete o reconhecimento e o apoio do governofederal ao modelo ZFM, que reafirma sua importância es-tratégica para a economia do país", afirmou.O prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MC Donald, naabertura da FIAM, avaliou que os produtos fabricadosem Manaus tem condições de concorrer em qualquerparte do mundo. "A taxação de 25% torna altamenteinteressante para o produto brasileiro feito em Manaus".A ZFM tem enorme potencial, declarou.Jorge Vasquez, coordenador da FIAM 2009, informouque a Feira constou com 380 expositores, entre

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Superando desafios com inovação

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Fotos Ana Cláudia Jatahy, Fred Batista,Hudson Fonseca, e Margarida Saraiva

Ivan Ramalho, secretário-executivo doMDIC, representou o ministro Miguel Jorge

FIAM2009 A Feira

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Visitando estandes

indústrias, empresas de serviços, produtos regionais,instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento,distribuídos em 190 estandes, em uma área total de 12mil metros quadrados.De acordo com os organizadores, cem mil pessoasparticiparam de todos os eventos em 2009, incluindo feiracom exposição de produtos, seminários e palestras, eminvestimentosquechegaramquasea8 milhõesdereais.A FIAM é uma promoção do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, porintermédio da Superintendência da Zona Franca deManaus – SUFRAMA.

O Projeto Habitacional Casa Verde, (moradiasocialmente sustentável e ambientalmente correta paraos municípios da Região) um programa voltado paraatender as famílias de baixa renda e que precisam demoradia e de melhor qualidade de vida foi apresentadaao público no estande do Centro de Incubação eDesenvolvimento Empresarial (Cide), uma incubadorade empresas de base tecnológica que visa estimular acriação e o desenvolvimento por meio de suportegerencial, científico, tecnológico e de infraestrutura. Foidesenvolv ido em conformidade ambiental,

considerando a eficiência energética, o uso racional daágua, a inovação tecnológica, o treinamento e melhoriada mão de obra, além da gestão de qualidade, gestão deresíduos e proteção à floresta.Dentre os lançamentos, os visitantes puderam conferir aTV 3D, a LGd. Com previsão de lançamento no mercadobrasileiro em 2010, o televisor é um aparelho LCD cujomaior destaque é trazer uma experiência extremamentediferenciada ao espectador.Outra novidade foi a moto bi-combustível. O veículo deduas rodas da Moto Honda recebe tanto gasolina quantoo álcool ou os dois na mesma proporção. A fabricantemostrou em seu estande os modelos CG 150 Titan Mix ea NXR 150 BROS Mix. As motocicletas foram projetadasespecialmente para o Brasil.No estande da Fuji Film, as fotos em 3D, com umaqualidade primorosa e uma imagem como você nuncaviu podiam ser admiradas. A Fuji Film lançou ainda umacâmera digital fabricada no Pólo Industrial, com 12,2megapixels, 3x zoom óptico e LCD de 2,7 polegadas.No estande da BIC foi apresentado uma canetaecologicamente correta que aproveita em sua produçãoo plástico de embalagens longa vida da tetra Pak(material pós consumo).A Round Stic apresentou a linha ECOlutions queaproveita as aparas resultantes da produção de

O Pavilhão Amazônia estavalotado de autoridades econvidados especiais

Flavia Grosso faz seupronunciamento naabertura da V FIAM

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embalagens de iogurte, reduzindo o impacto ambientalao reutilizar sobras de material que seria descartado nanatureza, e com corretivo líquido base água ECOlution,que não agride o meio ambiente, uma vez que em suaformulação não há uso de solventes.Uma linha de preservativos masculinos, com a marcaBOA, e sabores: Morango, uva, chocolate e menta.Lançados pela Látex da Amazônia Ltda (LAM), umaempresa instalada no município de Iranduba.Indústrias concentradas no Polo Industrial de Manaus(PIM) mostraram a excelência dos produtos fabricadosem Manaus, com alto valor agregado, entre eles,motocicletas, aparelhos eletrônicos, relógios,indústriafonográfica,canetas, isqueiros,dentre uma infinidade deprodutos fabricados na capital amazonense.Durante três dias, o pavilhão da Amazônia foi um dosque mais chamou atenção do público. No local foramexpostos produtos confeccionados por artistas dafloresta, como, por exemplo, pessoas que trabalham

com técnicas de marchetaria.Na feira também estavam expostos cosméticosdesenvolvidos por acadêmicos da Universidade Federaldo Amazonas (Ufam), produtos que já são exportadospara Itália, França e Estados Unidos. Frutas para o corpo ecabelos, cupuaçu para combater a caspa e a seborréia,açaí para amenizar o efeito causado pelas estrias e buritipara bronzeamento.Mais de 30 cooperativas indígenas apresentaram seusprodutos na Fiam 2009. As comunidades mostraramacessórios, objetos de palha e alimentos. Alguns índiosviajaram até 24 horas de barco para chegar a Manaus,local da feira. O objetivo era permitir o contato direto dosartesãos com os compradores servindo para que osartesãos sintam-se valorizados e troquem experiências.Pavilhão Amazônia ILUSTR: Na abertura do PavilhãoAmazôniaOutra novidade da V Fiam foi a tenda climatizada, umespaço especial de mil metros quadrados, destinado à

Flávia Grosso, superintendente da SUFRAMA

e o nosso editor/diretor Ronaldo Hühn

Ivan Ramalho, secretário-executivo do Minis-

tério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior com nosso editor a revista Amazônia

Eduardo Braga, governador doAmazonas na abertura da V FIAM

O governador Eduardo Braga,Flavia Grosso e o nosso editor

Consagração do Pavilhão de Exposição

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comercialização e lançamentos de livros, produtos daAmazônia e promoção de eventos de responsabilidadesocial, ambiental e cultural. Na abertura do espaço alémda participação de autoridades e convidados especiais, oevento contou com o desfile de moda com fibrasnaturais organizado pela Agência de Desenvolvimento.Sustentável do Amazonas (AOS) e Secretaria de Estadodo Trabalho (Setrab); o desfile "Sabores da Amazônia"da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes –ABRASEL, o lançamento do livro de receitas "Segredodos Chefs , e apresentações musicais.

Dentro da programação que antecedeu a abertura dafeira aconteceu, pela manhã, no salão Negro do HotelTropical de Manaus, a 1ª Conferência Estadual deGeodiversidade do Estado do Amazonas. O evento foiuma realização da SDS (Secretaria de Estado do MeioAmbiente e Desenvolvimento Sustentável) por meio daSegeorh (SecretariaExecutiva de Geodiversidade e Recursos Hídricos).Foram apresentados os resultados dos 11 fórunsestaduais realizados, em nove municípios do interior,que representam toda a discussão das potencialidadesdos recursos minerais e de óleo e gás.Outro evento anterior à solenidade de abertura da Fiamfoi o Seminário Produção Orgânica e Sustentável na Ama-zônia, que ocorreu no auditório do Hotel Confort Inn. OSeminário teve como objetivo apresentar aos setores,público e privado as oportunidades do mercado deorgânicos na Amazônia e articular a participação dasentidades ligadas ao tema na região.

A produção e comercialização de artigos regionaisfabricados por empresas de pequeno porte, artesãos egrupos coletivos dos nove estados da Amazônia Legalestavam representadas na FIAM 2009.Ao todo, 66 empreendedores, a maioria membros de

Jorge Vasquescoordenador

da FIAM 2009

Na inauguração do AuditórioOzias Monteiro Rodrigues do CBA

Eventos anteriores

Virgilio Viana da FundaçãoAmazônia Sustentável e nossocolaborador com nosso editore a Amazônia

Flávia Grosso, superintendenteda SUFRAMA e o nosso editor/diretor Ronaldo Hühn

Produtos da Amazônia Legal foram

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cooperativas,artesãos e associações do Acre, Amapá,Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Para, Roraira,Rondônia, e Tocantins estavam na rede de expositoresdo estande do SEBRAE Amazonas na feira.

A V FIAM, foi sucesso total em todos segmentos erealizações. Tanto nos seminários, minicursos eencontros, salão de negócios e empreendedorismoinovador, rodadas de negócios, visitações a indústrias,mostras regionais de trabalhos científicos, oficinastécnicas, workshops, lançamentos de livros eevidentemente a visitação do público à verdadeiravitrine da produção industrial do Polo Industrial deManaus (PIM).Inúmeras delegações de representantes de paísesvizinhos estiveram em Manaus, durante a FIAM,participando dos diversos eventos, dentre aqueles jáenumerados, mas, principalmente, descobrindooportunidades não somente de comprar produtos aquiindustrializados, como também para conhecer de pertodados acerca do modelo de incent ivos edesenvolvimento aqui aplicados, o que certamentepoderá atrair brevemente novos investimentosestrangeiros para o PIM.

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas –FIEAM liderou a vinda da representação da Ação Pró-Amazônia, que dentro da CNI congrega os presidentesde todas as Federações das Indústrias dos Estados daAmazônia Legal, os quais têm desenvolvido açõescoordenadas em prol do desenvolvimento do setorindustrial da região Norte.Os presidentes das Federações reunidos, definiram açõesestratégicas a serem desencadeadas em conjunto paraque possam ter a força e angariar o apoio necessário,quer do Governo Federal, quer dos Governos Estaduaisou Municipais, para os diversos pleitos de interesse daindústria da região.A V FIAM propiciou que diversos atores discutissemalternat ivas de desenvolvimento da regiãocomplementares ao setor industrial, hoje ativo e pujante,que certamente servirão de base ao desenvolvimento denovas atividades, possivelmente menos dependentes deincentivos fiscais e mais sustentável no potencial regionalenabiodiversidadeamazônica.Os incentivos fiscais certamente são responsáveis pelageração de investimentos e empregos no Pólo Industrialde Manaus, mas a criação de alternativas que possam

O Encerramento

Silvio Marques e CleristonMarques Silva no Salão de Negócios

Ronaldo e Rodrigo Hühn com oDr. José A. Cabral, coordenador do CBA

Wine & Fashion

III Mostra Técnico Científica

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nos posicionar no mercado nacional e internacionalcomo únicos produtores de artigos inovadores na áreade biocosméticos, fármacos e produtos naturais, é aoportunidade que se abre com a oferta de novosprodutos que poderão ser destaque no mercadomundial.

Grande parte das atividades geradas antes, durante edepois da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2009),tiveram suas emissões de dióxido de carbono (CO2)levantadas para a adoção de boas práticas ambientaisdurante o evento. A Superintendência da Zona Franca deManaus (SUFRAMA), fez o levantamento em parceriacom o Instituo Brasileiro da Defesa da Natureza (IBDN). Oimpacto da emissão do CO2 foi compensado com oplantio de árvores.A preocupação com o meio ambiente não parou por aí.Outras ações foram desenvolvidas durante o eventocomo o uso do papel reciclado, economia de energia, oscuidados com o transporte e a coleta seletiva deresíduos, que foram realizadas por um grupo de

catadores, em parceria com a Secretaria Municipalde Limpeza (Semulsp).

De acordo com dados da SUFRAMA, a Feira gerouo p o r t u n i d a d e d e e m p r e g o d i r e t o aaproximadamente 500 pessoas. “Nessa conta,entram ainda outros 2.000 empregos indiretos,oportunizados pela cadeia produtiva envolvida coma realização desse grande evento da AmazôniaContinental”, disse a superintendente da autarquia,Flávia Skrobot Barbosa Grosso.“A Feira não é só uma área de exposição (deprodutos, serviços e novidades em tecnologia). Elaé um ciclo que vai desde a geração deoportunidades de trabalho e negócios até acr iação de pol í t i cas que va lor i zem odesenvolvimento sustentável da região. Além daexposição, ela inclui a jornada de seminários,mostra de trabalhos técnico-científicos e salão deprojetos de invest imentos”, af i rmou asuperintendente.

Dissertando sobre aconjuntura econômica

Alternativas ao Sistemade Comunicação na Amazônia

No estande do CBA

Mostrando aatuação do INPE

Palestra sobre o turismona Amazônia

Antonio Carlos Matarazzofalando sobre aquecimento global

Co2 liberado durante aV FIAM foi compensado

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Na avaliação dos organizadores, o evento conseguiuatingir o seu principal objetivo de contribuir para odesenvolvimento sustentável, gerando benefícioseconômicos, sociais, científicos e ambientais para aregião amazônica.A Feira também ganhou nova dimensão ao incorporar

atividades com foco na responsabilidade social,ambiental e cultural. Além de superar o número deexpositores em relação à edição anterior eapresentar novidades tecnológicas das empresasinstaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM),este ano a FIAM também bateu recordes daRodada de Negócios e inovou na promoção deserviços ambientais e sociais.Durante a feira, mais de 2.500 empregos foram

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O Banco da Amazônia promoveu na V FIAM o seminárioTurismo na Amazônia: Inovação e Integração como alternativas

para estruturação de um destino competitivo

FIAM supera as expectativas

gerados, entre diretos e indiretos. O público tambémprestigiou mais uma vez em grande número o evento,que registrou mais de 100 mil visitantes ao longo doscinco dias de programação.Segundo a superintendente da Zona Franca de Manaus,Flávia Grosso, a cada ano a FIAM se fortalece e apresentanovidades para o público e empresário.Neste ano, as principais inovações foram o BalançoSocioambiental e o Pavilhão Amazônia, espaço inéditodestinado à cultura regional e à divulgação de produtosinovadores com base na matéria-prima amazônica. "Odiferencial da FIAM é que ela não se restringemeramente a exposições de produtos, mas difunde oconhecimento, movimenta a ciência e realiza tambémações na esfera social", disse a superintendente.

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O Fórum das CRIANÇAS

CCFC09

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Fotos Rudolph Hühn e Karim Aaren

Crianças do mundo

fizeram ouvir as suas

vozes na COP15

ocê vai se tornar pioneiros de sua geração. Você é o futuro, eespero que você se lembre de Copenhague, quando você seolhar para trás daqui há 10-20", disse Else Sommer, doDepartamento da Criança e do Family Care abrindo o Fórum doClima das Crianças.

O simbolismo não poderia ser mais forte quando as 165 criançasdelegados, de 44 países, colocaram suas mãos de todas as cores do arco-íris em um mundo grande, declarando o Fórum do clima infantil aberto."As crianças têm uma grande capacidade de comunicar, porque nóspodemos dar as mãos e se unir. Enquanto estamos aqui, nós podemosensinar uns aos outros muito sobre nossas culturas e que estamospassando nos nossos países. Nós podemos vir acima com idéias de comomitigar os efeitos das alterações do clima para proteger o nosso ambiente,nossos países e no mundo em geral ", disse Vanessa Njovu da Delegação daZâmbia.Em Copenhague, as crianças partilharam as suas experiências locais dasalterações climáticas com soluções e debates, concluindo em umaresolução entregue ao Connie Hedegaard, Ministro da ONU sobre MudançaClimática 2009, no encerramento do Fórum.

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Na cerimônia de encerramento, no Copenhagen CityHall, 164 jovens de todo o mundo com idades entre 14 a17, apresentaram sua declaração, comprometendo-se amudanças pessoais em suas próprias vidas e exigindoque os governos tomem medidas para proteger omundo contra os efeitos terríveis das alteraçõesclimáticas, ao presidente da COP 15, Ms. ConnieHedegaard, que repassou a declaração aos líderespresentes na COP 15. Ms. Hedegaard , disse: "É tão bomque os jovens de todo o mundo estão nos dizendo – ospolíticos – que o momento de agir é agora"...A cerimônia de encerramento teve a bandadinamarquês Beat Club Alien tocando o hino do Fórum

"It's My World", cantado pelos jovens. A canção foiescrita especialmente para o CCFC09, pelo dinamarquêsHitmaker Remee.À noite, os jovens foram nomeados Embaixadores doClima, formalizando os compromissos consagrados nasua declaração, inclusive a comprometendo-se àsmudanças na vida pessoal de estilo para o "bemcomum", para se educar e de suas comunidades paramitigar a mudança climática, a exercer com todas asgerações e os governos para combater a mudançac l i m át i c a . O co m p ro m i s s o é d e u m a n o.

JOVENS CUMPREM A

DEMANDA DE AÇÃO SOBRE

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

É tão bomque os jovens

de todo o mundoestão nos dizendo

que o momentode agir é

agora

Preparando a Declaração

As crianças têm uma grande capacidade

de comunicar, porque nós podemos daras mãos e se unir

As crianças colocaram suas mãos de todas

as cores do arco-íris em um mundo grande,declarando o Fórum do clima infantil aberto

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A cerimónia de encerramento teve cinco porta-vozesjovens: Ulla Klint Heede, 17, Dinamarca, MohamedAxam Maumoon, 15 Maldivas; Bipra Biswambhara, 16na Índia; Travis Bruce Mills, 15, Nova Zelândia, CressidaMawdesley-Thomas, 15, Reino Unido.Oito jovens delegados ficaram para participar da COP-15, onde eles vão trazer as vozes das crianças aos líderesdo mundo. São eles: Toriqul Islam Momen, 15,Bangladesh; Darwin David Temo Pena, 17, na Bolívia,Marie Moise Louissaint, 16, Haiti; Lourine MillicentOyodah, 15, no Quénia, Mohamed Axam Maumoon, 15,Maldivas; Khadidiatou Diop, 17, Senegal ; BridgetteMakhubedi Cindy, 16, África do Sul, Kondwani JoeBanda, 17, ZâmbiaO Fórum foi organizado pela Cidade de Copenhague e daDinamarca Comitê Nacional para a UNICEF.

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Nosso Mundo, Nosso Futuro

As coisas têm de mudar.Não podemos continuar assim

Delegados do CCFC09, apresentam a Declaração

à Connie Hedegaard, Ministro da Dinamarca doClima e Energia durante a cerimônia deencerramento do Fórum

Os desafios podem parecer intransponíveis,mas como partes interessadas, a nossa geração

está pronta para colaborar com esta causa

Nosso futuro está em risco,

e exigimos que algo seja feito.

A juventude do mundo está pronta

para agir, e pedimos o mesmo

dos governos do mundo inteiro»

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As alterações climáticas ameaçam as nossas vidas,nossas famílias e nosso futuro. Nós, os jovens delegadosde 44 países irão Clima the Children's Forum 2009, nãovamos só sentar e assistir. Nós já enfrentamos os efeitosda mudança climática. Nossas comunidades estãoprivadas de água potável, negam-nos o acesso àeducação e estamos vulneráveis a doenças cada vez queacontecem as inundações. Nossos pratos estão vaziosdevido à seca. Nosso futuro está em risco, e exigimos quealgo seja feito. A juventude do mundo está pronta paraagir, e pedimos o mesmo dos governos do mundointeiro. O tempo para falar é agora, temos que prestarcontas de nossos compromissos.Os desafios podem parecer intransponíveis, mas comopartes interessadas, a nossa geração está pronta paracolaborar com esta causa.Comprometemo-nos às mudanças no estilo pessoal quecoloquem o bem comum acima dos nossos desejosindividuais e modo de vida atual.Assumimos o compromisso de educar e fortalecer a nósmesmos e nossas comunidades a se adaptar e mitigar amudança climática.Comprometemo-nos a participar e cooperar ativamentecom todas as gerações e os governos no combate àsalterações climáticas.Como os nossos esforços por si só não serão suficiente,esperamos que nossos líderes e cidadãos possam

cooperar. As seguintes ações devem ser tomadas:

Os governos dos países industrializados deveriamcontribuir mais, através de apoio financeiro etecnológico, para a adaptação dos países emdesenvolvimento à mudança climática.

Queremos cidades para serem bem planejadas esustentáveis, com água potável, muitos espaços verdes eredes de transportes eficientes. Os governos devemtomar mais esforços pró-ativa para impedir ocrescimento urbano descontrolado e fortalecer ascomunidades rurais através da criação de empregosustentáve l , educação de qua l idade e deentretenimento.

Regulamentos, normas de segurança e do protocolode emergência padrão, constante e centrado noconhecimento pelas cr ianças, precisam serestabelecidas para se preparar para catástrofesclimáticas induzidas.

Como a falta de água já está causando a seca e adesertificação em muitas áreas, os governos devemtrabalhar para a conservação da água e fornecer fontesde água potável para áreas que necessitam.

Educação na ascensão do nível do mar e asinundações, juntamente com as políticas que permitemque as comunidades se adaptem às mudanças, deve serimplementadas. Quando o abastecimento dascomunidades de água estiver ameaçadas pela subida donível do mar, fontes alternativas devem ser fornecidaspara facilitar a sua adaptação.

Biodiversidade relacionados com projetos quepromovam a conservação de espécies ameaçadas,devem ser amplamente aplicadas.

Pesquisa, desenvolvimento e compartilhamento de

Recomendações para Adaptação

Recomendações para Mitigação

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verde e tecnologias de eficiência energética,especialmente a produção de energia renovável, deveocorrer entre países industrializados e países emdesenvolvimento para garantir o desenvolvimentosustentável a nível global.

Os investimentos devem ser feitos em infra-estruturade transportes sustentável, como o comboio e as redesde ônibus, pistas de ciclismo e combustível ecológico.

Um sistema internacional de comércio de carbonodeve ser introduzido. Todas as transações no mercado eos rendimentos gerados devem ser tributados, devendoser usado um fundo para/de adaptação.

Nós propomos uma nova classificação para os países:1) os países industrializados, 2) países emdesenvolvimento que poluem pesadamente e 3) paísesem desenvolvimento menos poluentes.

Planos nacionais de reciclagem, acessíveis em todasas comunidades e educação para as mudançasclimáticas nas escolas além da distribuição equitativadas responsabilidades entre as nações.

Mudança climática deve ser uma área obrigatória esubstancial do currículo escolar. Os governos devemtambém apoiar organizações que já educam ajuventude sobre as questões climáticas.A batalha contra a mudança climática é em cima detodos nós. Estamos prontos para agir e nós convidamosvocê a se juntar a nós. A mudança climática estáafetando nossas vidas, nossas famílias e nosso futuro.Devemos agir imediatamente e nós estamos prontospara cumprir nossos compromissos. Estamos dispostosa dar tudo o que temos, desde que exista a possibilidadede salvar nosso planeta.Esperamos a mesma coragem de você.

Declaraçãodas Crianças no

Fórum do ClimaNosso Mundo, Nosso Futuro

Os governos dospaíses industrializados

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s COP 15e COP / MOP 5, realizadas de 7-18Dezembro de 2009, no Centro de Bella emCopenhague, na Dinamarca, foram o maiore mais importante evento das Nações

Unidas sobre a conferência sobre mudança climática nahistória. Abriu com diplomatas de 192 naçõesadvertindo que isto poderia ser a última chance para umacordo para proteger o mundo do aquecimento globalcalamitoso.No início da conferência, a capital dinamarquesa, foirebatizado Hopenhague, referindo-se às esperançassuscitadas.Após o clímax de dois anos de negociações e

controversas, reuniu-se em um clima de otimismo apósuma série de promessas por ricos e as economiasemergentes para reduzir os gases com efeito de estufa,mas com as grandes questões ainda não foramresolvidas.Connie Hedegaard , presidente da COP 15, disse que achave para um acordo é encontrar uma maneira delevantar um canal de financiamento público e privadopara os países pobres para os próximos anos para ajudá-los a combater os efeitos da mudança climática.

Boer afirmou, durante seu discurso, que ações sólidasserão necessárias durante as próximas duas semanaspara que se chegue a um acordo internacional para lidarcom a mudança climática. "Teremos oito dias parapreparar um pacote funcional de propostas imediatas e alongo prazo, que possa ser endossado pelos líderesmundiais" em sua chegada à capital dinamarquesa napróxima semana, disse De Boer. "Eu peço que vocêsdeem continuidade ao que foi feito até agora etransformem isso em ações".

A

A XV Conferência das

Partes da Convenção

das Nações Unidas

sobre as Alterações

Climáticas (UNFCCC)

e a V Reunião das

Partes do Protocolo

de Quioto – COP 15

e COP / MOP 5

192 NAÇÕES DA ONU NA

COPENHAGUE

CONFERÊNCIADO CLIMA EM

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Fotos Ricardo Stuckert / PR e Rudolph Hühn

O primeiro-ministro daDinamarca, Lars Løkke

Rasmussen

Lars Lokke Rasmussen e Yvo deBoer na abertura da COP 15

June Budhooram, Secretária da COP 15 eRajendra Pachauri presidente do IPCC

Yvo de Boer, secretárioexecutivo da UNFCCC

Antes do início...

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Connie Hedegaard, presidente da COP 15

No primeiro dia da reunião das Nações Unidas sobre oclima, em Copenhague, a União Europeia fez um apelopor mais financiamentos dos Estados Unidos paraprojetos de combate ao desmatamento em países como oBrasil. O investimento seria adicional aos planos jáanunciados pelos Estados Unidos, de reduzir suasemissões em 17% até 2020 e acelerar os cortes dali para afrente, e seria realizado através de compra de créditos decarbono para compensar (offset) a poluição gerada nopaís.“Nós estamos prontos para chegar a um acordo queatualize as propostas para REDD (redução de emissõespor desmatamento e degradação)”, afirmou o ministro doMeio Ambiente da Suécia, Andreas Carlgren,representante da UE já que o país ocupa a Presidênciarotativa do bloco.Ele lembrou que os planos da Europa são cortar odesmatamento no mundo pela metade nos próximos dezanos e acabar com ele em 20 anos.

Conquistas nos governos

estadual e federal:

Antes de De Boer, o primeiro-ministro da Dinamarca,Lars Loekke Rasmussen, recebeu os delegados mundiaisanunciando que "estamos reunidos aqui para tomardecisões difíceis, porém necessárias para lidar com osproblemas do nosso futuro"."O mundo está depositando suas esperanças em vocêspor um curto período de tempo na história dahumanidade".

A prefeita de Copenhague, Ritt Bjerregard, também falouaos presentes. "A praça central de Copenhague se tornaráo centro mundial para a esperança por um acordoclimático" na COP15, por isso a cidade foi apelidada deHopenhagen” (trocadilho com o nome da capitaldinamarquesa e a palavra Hope, esperança em inglês)."Por favor,nosajudem,cheguemaumacordo",elapediu.Rajendra Kumar Pachauri, presidente do Painel

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas(IPCC), foi o único a falar sobre o recente incidenteno vazamento de emails de cientistas daUniversidade de East Anglia, dizendo que issomostra como "alguns chegarão a cometer atosilegais para tentar manchar a imagem do IPCC,mas o painel tem um histórico de transparência eprestação de contas que não será facilmenteabalado".A cerimônia de abertura da Conferência Climáticada ONU em Copenhague teve início com quaseuma hora de atraso, com a apresentação do filme"Please Help the World" (Por favor ajude omundo, em tradução literal) do dinamarquêsMikkel Blaabjerg Poulsen. No filme, uma meninasonha com a destruição do mundo pelos efeitosda mudança climática. Em seguida, houve umaapresentação do Coral Nacional de Meninas daDinamarca que interpretou a música "All life is

your life" ("Toda vida é sua vida", em traduçãoliteral), composta e acompanhada pelotrompetista de jazz dinamarquês Palle

Além dos investimentos feitos na Amazônia pelo

governo federal, pelos estados e o dinheiro

proveniente de fundos, o Brasil pode zerar o

desmatamento da maior floresta tropical do

mundo até 2020, caso haja um aporte adicional

de recursos de US$ 7 bilhões a US$ 18 bilhões. O

estudo foi apresentado ontem em Copenhague

pelo coordenador de Pesquisa do Instituto de

Pesquisa Ambiental da Amazônia, Paulo

Moutinho. Segundo ele:“Este é o momento

correto para fazermos algo, disse.

Exposição nas ruas de Copenhague atraía a

atenção dos visitantes/moradores em meio à

realização da COP 15. Batizada de Cool Globes

"Globos Frios", na tradução livre do inglês, a

mostra exibe globos com os mais variados

desenhos e cores, inclusive o de um porco

atingido pela poluição do planeta, que intrigam

os transeuntes

ManifestaçõesO segundo dia da COP-15) foi marcado por manifestações.Dezenas de organizações não-governamentaisdenunciaram que o ponto de vista dos países emdesenvolvimento não estava sendo levado em conta, emmanifestos que ocorreram dentro e fora do Bella Center.Um grupo de mais de 30 observadores africanos saiu peloscorredores gritando palavras de ordem e pedindo respeitoa todos os povos.Na área central do Bella Center, por onde todos transitam,um grupo de jovens australianos cerca de 15 colegasvestiram pijamas e carregaram colchões e travesseiros parachamar atenção e pedir uma solução conjunta. "Os paísesdevem deitar na mesma cama, estar do mesmo lado eacordarem juntos para a urgência de uma decisão”. Umgrupo de ativistas da ONG Action Aid fazia performance,mesmo com um frio cortante, para aqueles queaguardavam na enorme fila na área externa do BellaCenter. “Precisamos sair de Copenhague com um bomacordo. Não dá mais para esperar.”

Na cerimônia de aberturada ONU sobre MudançaClimática 2009 – COP15

Ritt Bjerregaard, presidenteda Câmara de Copenhague, nacerimônia de abertura da COP 15

Rajendra Kumar Pachauri: alguns chegarãoa cometer atos ilegais para tentar manchara imagem do IPCC, mas o painel tem umhistórico de transparência e prestação decontas que não será facilmente abalado

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Mikkelborg. A composição contém fragmentos de umpoema norueguês, bem como de canções originárias daGroelândia, Dinamarca e Ilhas Faroe.A cerimônia foi encerrada com a deposição dopresidente da COP14, Maciej Nowicki, e a eleição daMinistra do Meio Ambiente da Dinamarca, ConnieHedegaard, como presidente da COP15. "Eu prometoouvi-los e garantir transparência", ela disse durante seudiscurso de posse: "Nunca haverá maior vontade. Está éa nossa chance, se perdermos a oportunidade serãoprecisos anos para que outra apareça", disse Hedegaard."Usem todas suas habilidades para pavimentar ocaminho para os líderes mundias que esperam adotarum acordo internacional em 11 dias". Hedegaard, disse,se os governos perderem essa chance na Cimeira deCopenhague, a melhor oportunidade pode nunca maisvir. "Esta é nossa chance. Se faltar, ela pode levar anosantes que nós começamos um novo e melhor.Em causa está um acordo que visa a afastar o mundo dedistância a partir de combustíveis fósseis e de outrospoluentes de fontes de energia mais verde, e àtransferência de centenas de bilhões de dólares dos

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Nas sessões plenárias de aberturada SBI e SBSTA tomou lugar, váriosgrupos de contactos e consultasinformais foram convocados paraapreciar as questões, incluindo asmedidas de longo prazo decooperação, uma visãocompartilhada, finanças,mitigação e tecnologia sob oAWG-LCA, Anexo I reduções deemissões, outros problemas e aspossíveis consequências noâmbito do AWG-KP e REDD noâmbito do SBSTA.

No segundo dia da Conferência,um dos palestrantes de maiordestaque foi o secretário-geral daOrganização Mundial deMeteorologia (OMM), MichelJarrud. Ele garantiu que o planetaestá sofrendo um rápidoaquecimento desde a década de1970 e que se acentuou nosúltimos anos. "Nós estamos emuma tendência de aquecimento -não temos nenhuma dúvida sobreisso", disse. Ele fez divulgação deestudos mostrando que a décadaatual foi até agora a mais quentede que se tem registro. Os dadosapresentados pela OMM sãomuito semelhantes aos doescritório britânico demeteorologia, o Met Office, queconfirmam a década de 2000-09como a mais quente já registrada.A década do ano 2000 superouem 0,40°C a média de 1961-1990,de 14°C.

Destaques do 2º diaDestaques do 2º dia

Wangari Maathai com KumiNaidoo, do Greenpeace

Participação popular

Amigos da Terra

Lars Lokke Rasmussen discursana abertura da COP 15

Lars Lokke Rasmussen e Kumi Naidoo,

presidente executivo internacional do Greenpeace

Wangari Maathai,a laureada com o Nobel

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países ricos para os países pobres a cada ano durantedécadas para ajudá-los a se adaptarem à mudançaclimática.Os cientistas dizem que sem esse acordo, a Terra vaienfrentar as consequências de ter cada vez maiselevação das temperaturas, levando à extinção deespécies animais e vegetais, a inundação de cidadeslitorâneas - cerca de metade da humanidade vive com100 milhas (160 quilômetros) do litoral - mais extremascondições climáticas, a seca e a propagação de doenças.As negociações se arrastaram por dois anos e sórecentemente dão sinais de avanços com novoscompromissos a partir dos Estados Unidos, China e Índiapara controlar as emissões de gases com efeito de estufa.A primeira semana da conferência foi focada em umtexto complexo de refino de um projeto deTratado.Ainda no primeiro dia da COP 15, Angela Merkel, achanceler alemã apelou à China e à Índia para fazeremmais em matéria de redução de emissões, para permitira conclusão de um acordo em Copenhague. O objetivoda conferência “deve ser concluir um acordointernacional para limitar o aquecimento global aos doisgraus em 2050”.“Todos devem fazer mais, sobretudo países como aChina e a Índia que atualmente não aceitam esteobjetivo dos dois graus”, afirmou Merkel.O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado,negociador-chefe do Brasil, afirmou que o país nãodeixará de investir recursos próprios em ações demitigação e adaptação - como projetos de Redd(redução de emissões por desmatamento edegradação). "O financiamento tem que ser para todosos países, mas nós faremos mais e melhor se tivermosacesso a recursos internacionais", afirmou o diplomata.

Cerca de 15.000 delegados de 192 países, além demilhares de observadores, manifestantes, membros daimprensa, se encontravam em Copenhague para o que oSecretário-Executivo da Convenção do Clima, Yvo deBoer, chamou de "o maior show daTerra".Após a cerimônia de boas-vindas. AWG Seguiram-se asplenárias de abertura da COP 15, a COP / MOP 5, 8-LCA eAWG-KP 10.

As Nações Unidas apresentaram umainovadora instalação artística digital que dáuma forma palpável a uma tonelada dedióxido de carbono (CO2), que é a quantidadedo gás de efeito estufa emitido em médiapor mês por um habitante de um paísindustrializado. A obra intitulada "Cubos deCO2: Visualize uma Tonelada de Mudanças"foi instalada no centro de Copenhague.A estrutura formada por contêineres detransporte marítimo organizados em formade cubo sobre os quais serão projetadosvídeos artísticos, imagens de televisão, dadose mensagens sobre a mudança climática depessoas comuns recolhidos através do siteYouTube, entre outras coisas."O CO2 é invisível ao olho humano e, às vezes,o que você não vê você ignora", disse MiaHanak, diretora da Millennium Art, a empresade San Francisco responsável por elaborar oprojeto junto com a Obscura Digital, damesma cidade americana. Hanak ressaltouque o objetivo da instalação idealizada peloartista Alfio Bonano e pelo arquitetoChristophe Cornubert é dar visibilidadeatravés da "linguagem universal da arte" aoque representa uma tonelada de um dosgases causadores do efeito estufa."Todo mundo fica surpreso quando dizemosque essa é a quantidade emitida em médiapor pessoa em um mês, e se for nos EstadosUnidos, em duas semanas. Normalmenteacreditam que é a de todo um ano",acrescentou. Travis Threlkel, diretor criativoda Obscura Digital, disse que este cubo une aarte à tecnologia digital para oferecer uma"nova plataforma de comunicação".

"A intenção é chamar a atenção do público com algo completamente novo, queainda não foi visto", afirmou Threlkel, que ressaltou que um bom número das obrasdigitais que serão projetadas no cubo foi elaborado especialmente para estaocasião.

ONU apresenta estruturaque dá forma a 1 t de CO2

Instalação batizada de Cubos de CO2“Visualize uma Tonelada de Mudanças",em frente ao Tycho Brahe Planetarium,onde ficará até o fim da cúpula

Pessoas observam asimagens projetadas no

contêiner, em frenteao Tycho Brahe

Planetarium

José Maria Figureres

Na bertura da COP 15, um coralcantou para os delegados

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Para ações contra desmatamento, entretanto, serãonecessários trilhões de dólares nas próximas décadas, e afonte desse financiamento promete ser um dos assuntosmais polêmicos em Copenhague.Os países ricos se movimentam no sentido de apresentaruma proposta apelidada de“Fast Start Fund”, um fundode cerca de US$ 10 bilhões que garantiria o inícioimediato de ações de adaptação nos países mais pobrese atingidos pelas mudanças climáticas, comoBangladesh e as ilhas Maldivas, por exemplo.No entanto, o negociador-chefe brasileiro, embaixadorLuiz Alberto Figueiredo Machado, afirmou que a “faltade engajamento claro dos países desenvolvidos” naquestão financeira “é um dos problemas” da reunião erejeitou categoricamente o “fast start fund”. “Não épossível sairmos daqui com um financiamento de curtoprazo”, afirmou.

“Trilhões para adaptação”“Trilhões para adaptação”

Para o Brasil e outros países em desenvolvimento,interessa a garantia de financiamentos de longo prazo.Uma reportagem publicada pelo jornal alemãoFinancialTimes Deutschland afirma que a Europa estariadisposta a entrar com 1 a 3 bilhões de euros para estefundo.

O setor da aviação se comprometeu a reduzir asemissões de dióxido de carbono (CO2) em 50% até 2050com a utilização de aparelhos com menor consumo euso de biocombustíveis, segundo a AssociaçãoInternacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla eminglês). Em comunicado divulgado nesta terça, a Iataanunciou que as companhias aéreas estão investindomais de US$ 1,5 trilhão em novos aviões para reduzir aemissão de gases gerados pela indústria da aviação em21% até 2020.

Com relação ao seu compromisso ambiental de reduçãode intensidade energética e contra-atacou dizendo quesão os países ricos que devem cortar as emissões porcausa da "responsabilidade histórica", como causadoresda mudança climática.O diretor do departamento chinês de mudança climáticada Comissão do Desenvolvimento Nacional, Su Wei,afirmou que não se podem equiparar as propostas dospaíses desenvolvidos com as das nações emdesenvolvimento. "Não é legítimo comparar umamedida de redução voluntária e nacional, como é a daChina, com os compromissos internacionais de reduçãode emissões de dióxido de carbono (CO2) a que estãoobrigados os países desenvolvidos pelo Protocolo deKioto", manifestou.O chefe do comitê chinês insistiu que os países emdesenvolvimento têm "responsabilidades distintas",

Aviação reduzirá emissõesAviação reduzirá emissões

A China classificoucríticas de "injustas"A China classificou

críticas de "injustas"Réplica de um mundo erigidono centro de Copenhague

Achim Steiner, diretor executivodo PNUMA, no Mural do Clima

WWF na COP 15 Greenpeace oferece café aos delegados

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apesar de seu país ser o que mais lançou gases poluentesna atmosfera e ressaltou que a quem cabe reduzir deforma linear as emissões são os países ricos. Su Weicriticou que as propostas de nenhum dos paísesindustrializados sobre a recomendação da ONU que asemissões poluentes se reduzam em entre 25% e 40%em 2020 com relação aos níveis de 1990.Do Japão, o delegado chinês afirmou que sua anunciadaredução de 25% sirva de requisito para os EstadosUnidos assinarem o Protocolo de Kioto, algo queclassificou de "impossível".Su Wei criticou também que o montante que os paísesricos propõem para atenuar a mudança climática nasnações pobres seja "só" de US$ 10 bilhões anuais entre2010 e 2012. "Se dividimos esse número entre apopulação mundial, caberia US$ 2 a cada um",lamentou.

Uma mulher toca uma escultura de gelo deum urso polar no centro de Copenhague

Ativista ambiental fixa grande balãono chão, na abertura da COP 15

Um homem caminha na direçãode uma instalação de arte localizadoperto da saída do Bella Centro Delegados se registrando

Escultura de gelo dourso polar derretendo

e revelando umesqueleto de bronze

Combinação diferente de globos como partede uma instalação no centro de Copenhague

Olhando para um mundoque é uma parte de umainstalação no centro de

Copenhague

Actionaid No Bella Center

Destaques do 3º diaDestaques do 3º diaNegociação difícil - Nos três primeiros dias da

reunião foram realizadas sessões plenárias evários grupos de contactos e consultas informaisconvocados para uma série de questões,incluindo uma visão compartilhada, mitigação,adaptação, financiamento e tecnologia sob oAWG-LCA, Anexo I reduções de emissões eoutras questões no âmbito do AWG-KP, e váriostemas no âmbito do SBSTA e do SBI. Os 192países enfrentaram muitos problemas paraavançar no sentido de um acordo global quepossibilite esse tipo de ações. A desconfiançaentre países ricos e em desenvolvimento e atémesmo sinais de desgaste entre o segundogrupo parecem estar dificultando umentendimento.Se as emissões continuarem a subir depois de2020, o Met Office afirma que a única forma demanter o aumento da temperatura terrestreabaixo dos 2ºC seriam os chamados projetos degeoengenharia – para retirar o gás carbônico daatmosfera.Entre essas propostas, estão algumas que soamcomo ficção científica: espelhos no espaço querefletiriam de volta os raios do sol, “árvores”artificiais que sugariam o dióxido de carbono doar para compartimentos que poderiam serenterrados ou ainda a criação de nuvens comsprays de água no ar.Mesmo os projetos de geoengenharia já emteste, como Captura e Armazenamento deCarbono (CCS, na sigla em inglês) – que retira ogás produzido pela queima de carvão em usinase o prepara para armazenamento – ainda estãolonge de serem viáveis economicamente.Pouco se sabe sobre os reais custos ambientais,sociais e financeiros deste tipo de operação. Emuito menos as consequências que elespoderiam ter sobre a Terra.A pequena ilha de Tuvalu (sul do Pacífico) foi asensação, ao exigir um esforço obrigatório deredução das emissões poluentes aos giganteschinês e indiano, principalmente. Tuvalu propôsemenda "juridicamente vinculante" ao Protocolo:ele estabeleceria, a partir de 2013, metas deredução para os grandes emergentes querepresentam mais da metade das emissõesmundiais de gases de efeito estufa."Devemos avançar, é preciso um acordo vinculanteque preserve o planeta e proteja os mais pobres,todo o resto é distração," declarou DessimaWilliams, representante de Granada e daAssociação de Pequenos Estados Insulares (AOSIS).

A pequena ilha deTuvalu foi a sensação

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Destaques do 4º diaDestaques do 4º diaFoi considerado o cumprimentoda proposta do Cazaquistão paraalterar o Protocolo anexo B epropostas pelas partes paraalterar o protocolo. Além disso,grupos de contactos e consultasinformais foram convocados àuma série de questões, incluindouma visão compartilhada,mitigação, adaptação,financiamento e tecnologia sob oAWG-LCA, Anexo I reduções deemissões e outras questões noâmbito do AWG-KP, e vários temasem SBSTA e do SBI.

No quarto dia de Conferência da ONU sobre o Clima, aestátua da Pequena Sereia, um dos símbolos deCopenhague, ficou com cartaz pendurado no pescoço eusando máscara contra radiação, em protesto contra oaquecimento global, pelos organizadores da campanha"Don't nuke the climate".No Bella Center, ativistas com cartazes nas mãosvoltaram a cercar delegados, que chegavam ou saiam dereuniões. Um grupo americano se destacou tirandoquase toda a roupa. De cuecas ou lingeries, elesarrancaram alguns sorrisos das autoridades quetransitavam pelo local.Outros manifestantes investiram nas fantasias, quetambém não costumam faltar em grandes protestos.Um grupo disfarçado de alienígenas circulou pela capitaldinamarquesa enquanto, em outro ponto, um ativistavestido de urso polar recebeu até um abraço carinhoso.

Na sala de computadores

Um mágico frustrado tenta fazer um aviãoe desaparecer as suas emissões através de

compensação, mas o truque não funciona

Mulher relógio vagando peloscorredores distribuindo panfletossobre a contagem regressiva

Uma visão da mesa durante ogrupo de contacto AWG-LCA

Vendendo maçãs orgânicas

Delegados antes de entrar na salaonde o grupo AWG-LCA se reuniu

Contestando

Outra instalação dos Globos

Vestido em pijamas e travesseiros de detenção,

os jovens realizada uma versão alternativa dacanção de Lennon "Give Peace a Chance"

Parem as alterações climáticasaqui diz a faixa ondula ao vento, no

“Beluga”, o barco da Greenpeace

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Uma visão da mesa durantea sessão plenária SBSTA

Arthur Rolle, Presidente do Grupo de Peritos

em Transferência de Tecnologia (direita)intervém durante a sessão plenária SBSTA

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Durante a cúpula da ONUsobre mudança climática(COP15) em Copenhague, Gil,que estava em viagemartística por 15 cidadeseuropeias, considera que aqueda de emissões de dióxidode carbono (CO2) alcançadanos últimos anos devido àredução do desmatamento deflorestas tropicais no Brasil

corresponde à recente oferta de corte deste gás pelos EUA. Os Estados Unidosofereceram diminuir em 17% suas emissões de CO2 até 2020 a respeito de2005, o que equivale a 4% em termos reais, tomando como comparação o anode 1990, como fazem outros países industrializados.Lembrou também que o Brasil só usa a cana-de-açúcar para produzirbiocombustíveis, e em nenhum caso o milho, que interfere nos preços dacadeia alimentícia, como aconteceu no México.Perguntado pela política ambiental do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva,respondeu que merece nota sete em dez, devido a suas omissões edeclarações, às vezes grandiloquentes, mas admitiu que, em seu país, houvemuitos progressos neste assunto, que inclui a redução do desmatamento.Segundo ele, o Brasil, está em Copenhague com uma delegação de mais de700 membros, tem uma longa tradição na luta pela proteção do meioambiente, o que explica a grande expedição à capital dinamarquesa, na qualtambém há jovens, estudantes e ONGs nacionais.

O urso polar da WWF, no centro da cidade

Manifestação

Atiq Raman, do Centro de EstudosAvançados de Bangladesh, e o secretárioexecutivo da UNFCCC, Yvo de Boer

Luiz Machado, Vice-Presidente da AWG-LCA erepórter Lilian Portillo e o relator MichaelZammit Cutajar da AWG-LCA

Delegação do Brasil

Verificando o CCTV paraa programação diária

Bernarditas Muller, representando oG-77/China, no grupo de contacto AWG-LCA

Thomas Kolly, Suíça, Angela Churie, Suécia,

Amjad Abdulla, Maldivas, e William Kojo

Agyemang-Bonsu, Gana, discutindo questões

relacionadas à adaptação

Gilberto Gil, ganhador do Grammy,cantor e ex-ministro da Cultura do Brasil

Harald Dovland, vice-presidente da AWG-KPe Claudio Forner, Secretario da UNFCCC

ONG's do Brasil

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Outro Globo onde vários eventose apresentações foram realizadas

Manifestações

Uma superlotada sala de reunião

Cotidiano

Grupo de ativistas do Greenpeace escalou o Coliseu de

Roma para exibir um cartaz (cartaz de aproximadamente300 metros quadrados) pedindo a assinatura de umacordo histórico na cúpula da ONU sobre mudançaclimática (COP15)

Kim Nguyen, 28 anos, ciclista australiano chegou ao

centro de convenções após pedalar 18 mil km durante16 meses para entregar uma mensagem de conscien-tização ambiental. Segundo ele a variação climática"começa com as mudanças de mentalidade daspessoas comuns"

Josette Sheeran, presidente do Programa Mundial de Alimentos –PMA, lançou um "apelo à ação" para que os países ajudem osagricultores do mundo a se prepararem para as consequências doaquecimento global."Não podemos baixar a guarda", afirmou. Lembrando o auge da crisede alimentos há dois anos, "quando 150 milhões de pessoasentraram para a estatística dos famintos praticamente do dia para anoite", ela alertou que "as causas da vulnerabilidade continuampresentes". Um novo relatório do PMA, intitulado "As mudançasclimáticas e a fome: responder ao desafio", calcula que "até 2050, onúmero de pessoas que podem passar fome aumentará de 10% para20% por causa do aquecimento global".

Josette Sheeran, presidente do Programa Mundial de Alimentos

Programa Mundial de Alimentos

Iniciativa da Wooloo.orgviabiliza a hospedagem dos"sem-teto" da conferência

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O secretário-geral da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que os e-mailsvazados de uma universidadebritânica não contribuíram paraenfraquecer a opinião da ONU deque a mudança climática estáacelerando por culpa dos sereshumanos. "Nada do que veio apúblico como resultado dorecente acesso ilegal de e-mailslançou dúvida sobre a mensagemcientífica básica sobre a mudançaclimática e a mensagem é muitoclara - a mudança climática estáacontecendo muito mais rápidodo que percebemos e os sereshumanos são a causa principal",afirmou ele. Ban afirmou esperarque o encontro seja bemsucedido, apesar da expectativageral de que não consiga produzirum acordo legalmente vinculadorsobre metas globais para aredução das emissões de dióxidode carbono.

África do Sul vai

sediar Conferência

do Clima em 2011O anúncio foi feito pela dinamarquesaConnie Hedegaard, presidente doencontro.A próxima conferência, em 2010, serárealizada no México. Em 2012, oencontro ocorrerá em um país asiáticoainda não definido.

O primeiro esboço oficial para o novo plano global deluta contra as alterações climáticas entende que atemperatura do planeta não deve aumentar mais do que1,5 ou 2ºC.“As partes devem cooperar para evitar uma mudança

Início real/O esboçoInício real/O esboço

No salão de entradado Bella Center

Café livre de CO2

O documento serviráde base às negociações...

O Centro deInformação eComunicação daChina, emCopenhagueOs Estados Unidos em Copenhague

instalaram uma bandeira enorme,

estrategicamente colocada no ponto

de passagem para as delegações.

Uma enorme esfera interativa que

representa a terra, chamada "SOS

esfera da ciência" é detalhada com

animações para apoiar os pontos

mais quentes do globo.

Uma ameaça de bomba colocou a políciadinamarquesa em alerta em torno de umantigo depósito da cerveja Carlsberg, usadocomo prisão temporária para possíveismanifestantes detidos durante a Conferência

Ativistas ambientais acreditamque as alterações do clima motivamo comportamento canibal entreursos polares

Michel Jarraud explica a tendência deaquecimento global registrada pela OMM

ONG pede justiça com oclima durante a cúpula

O carro elétrico, Tesla Roadster foi destaqueno encerramento do segundo dia deatividades da cúpula. O veículo possui umaautonomia de 392 km por "tanque" (um packde bateria carregado por lítio e íon

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A polícia da Dinamarca apreendeu com alguns grupos de ativistas vinhamameaçando perturbar a COP 15, um arsenal com bombas de tinta, escudos eoutros itens que supostamente seriam usados em manifestações violentasdurante a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) emCopenhague.O arsenal contava: 58 lâmpadas tubulares cheias de tinta e óleo, alicates, 193escudos de madeira, nove móveis metálicos com rodinhas e 200 caixotes plásticosque, segundo a polícia, seriam usados como escadas para que os manifestantespulassem cercas.

O arsenal seria usado em manifestações ...

"Kit da desobediência"

Para papeis degradáveis

Durante um intervalo

Manifestações

Um modelo gigante daTerra é iluminada pelaeletricidade geradapor bicicletas daspessoas andandoem frente àprefeitura deCopenhague

As plantas verdes sãovistos no Bella Center

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O Pulso da Terra: Dois portões infláveis onde os

delegados eram capazes de caminhar, fazer aescolha entre o aquecimento global e a

proteção do clima, da terra

Instalação do projetoartístico "O Pulso da

Terra" é parte de umainiciativa para chamar

a atenção para asconsequências das

alterações climáticas

No Dia da Juventude Intergeracional

Um homem apela às pessoas paracombater a mudança climática,em Copenhague central

climática perigosa (...), reconhecendo que o aumento datemperatura média global em relação aos níveis pré-industriais não deve ultrapassar (2ºC) (1,5ºC)”, pode ler-se neste documento de sete páginas, e que servirá debase às negociações.O G8 e as principais economias do planeta chegaram aacordo, em Julho em L'Aquila (Itália), para limitar oaumento da temperatura aos 2ºC, para lá do qual asconsequências para o planeta seriam perigosas.Mas os pequenos Estados insulares têm vindo a insistirque essa meta é, já de si, perigosa. Durante a COP 15,reforçaram os alertas, lembrando a ameaça real dasubida do nível da água dos oceanos. A meta dos 1,5ºC édefendida por cem países.Para atingir este objetivo, o texto entende que asemissões mundiais deverão diminuir muito até 2050 emrelação a 1990, deixando em aberto três opções: menos50 por cento, menos 85 por cento ou menos 95 porcento.O esboço indica ainda outro objetivo específico para ospaíses industrializados que, enquanto grupo, deverãoreduzir as suas emissões, até 2050, em “75 a 85 porcento”,“em pelo menos 80 a 95 por cento”ou“mais de 95por cento”.

Consultas durantea sessão plenária

Visão da sala durante uma sessão plenária

Todd Stern, enviado especial dos Estados Unidos,para as Alterações Climáticas, em Copenhague

Connie Hedegaard,president da COP 15,consulta membrosda Secretaria

Jovens ativistas em protesto O nosso futuro não é negociável A Juventude se manifesta...

Visão da mesa do Grupo deContacto sobre a redução

das emissões do Anexo I

Brasil exige mudançasclimáticas, agora

e para o futuro

Um trabalhador ajusta um toco de árvoreenorme (parte da Exposição Espírito Floresta)em frente do Parlamento dinamarquês

Thomas Kolly, do AWG-LCA grupode contacto sobre a adaptação, eFrederic Schafferer, França

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Destaques do 5º diaDestaques do 5º diaNa sexta-feira, 5º dia da COP 15,grupos de contactos e consultasinformais foram convocados à umasérie de questões, incluindo umavisão compartilhada, mitigação,adaptação, financiamento etecnologia sob o AWG-LCA, Anexo Ireduções de emissões no âmbito doAWG-KP, e vários temas, no âmbitodo SBSTA e SBI.

Primeiro-ministro grego George Papandreou

(C, costas) posa com os alunos que entregou-lhecerca de 56.000 assinaturas de cidadãos e de2.500 cartas de crianças pedindo um acordocontra a mudança climática na conferência deCopenhague, em seu gabinete no Parlamento,em Atenas, capital da Grécia

Pausa para ouvir o discurso de aceitaçãodo prêmio Nobel do presidente Barak Obama

Instalação no Bella Center

Um ciclista e seusfilhos esperam paraatravessar a ruaem Copenhague

Durante o Grupo de Contacto sobrea redução das emissões do Anexo I

Uma visão da sala de reunião duranteo AWG-LCA, conjunta com a AWG-KP

Durante a reunião da AWG-LCA

Michael Zammit Cutajar, presidente da AWG-LCAe Luiz Alberto Figueiredo Machado, embaixador

brasileiro, negociador-chefe do Brasil eVice-presidente da AWG-LCA

Olhando para Mohamad Shinaz, um ativista doclima Maldivas com o cartaz "Act Now SalvarVidas", submerso na água em um metro 3(9 pés) tubo de acrílico fora do Centro de Bella

Steven Foster e Shamanov Oleg daEmbaixada Real Dinamarquesa em Moscou

Avaaz convidou os participantes para chamaros líderes europeus para um negócio real emCopenhague. Um call center foi criado com otelefone e laptops com créditoSkype gratuitamente

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Destaques do 6º diaDestaques do 6º diaNa manhã de sábado, plenáriasconvocadas da COP e COP / MOP. Naparte da tarde e à noite, as sessõesplenárias de encerramento da SBI eSBSTA tomaram lugar. Durante todoo dia, grupos de contactos econsultas informais foramconvocadas para uma série dequestões, incluindo a mitigação,finanças e tecnologia sob o AWG-LCA, Anexo I reduções de emissõese outras questões no âmbito doAWG-KP, e vários temas no âmbitoda COP / MOP, SBSTA e do SBI.

Durante a reunião do grupo de contactosobre o Anexo I comunicações nacionais

e inventários de GEE

Um escultor de gelo faz umaestátua de guerreiro Maasai

fora do Centro ...

As esculturas de gelode guerreiros Masaai

Novas manifestações

Ambientalistas cantam chamando a atençãodas pessoas para a proteção do ambiente

Manifestaçõesestudantis...

As pegadas...

Exposição

Sala de preparação decartazes com slogans,

para as manifestaçõesde uma ONG ...

Connie Hedegaard reúne balanço dasplenárias da COP e da COP / MOP

Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador-chefe do Brasil e Vice-presidente daAWG-LCA em negociação com Yvo de Boer

A Vencedora do Concurso de Fotografia e Vídeo2009 sobre MDL da UNFCCC apresentado pelosecretário executivo da UNFCCC, Yvo de Boer

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ezenas de milhares de pessoasde diferentes países estavamnas ruas de Copenhague no

sábado 12 de dezembro, para avigília/passeata. Muitas ONG todo omundo, colocando pressão,demonstravam a necessidade debuscar medidas drásticas e efetivascontra o aquecimento global. Umamaré humana foi formada – centenasde jovens de todos os países europeuschegaram de comboio à noite – todosvestidos de azul, juntaram-se asdezenas de milhares de pessoas detodas as origens de recurso para oultimato do clima, em direção ao

Entrega ao Secretário Executivo da UNFCCC, Yvo de Boer e à

Presidente da COP Connie Hedegaard, a vela gigante do barcopintada com mensagens de clima e imagens por organizações

que participam na marcha do clima, como Mary Robinson,ex-Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, e

Kumi Naidoo, Diretor Executivo do Greenpeace

VIGÍLIA/PASSEATA

D

Consultas informaissobre REDD no SBSTA

Os ambientalistascolocando pressão

Pessoas olham para fotos em exibição duranteuma exposição fotográfica sobre alteraçõesclimáticas na capital dinamarquesa

Manifestantes marchamnas ruas de Copenhagueaté o local da reunião daConferência do Clima

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Parlamento dinamarquês. Foi umacaminhada, a vigília/passeata, de seisquilômetros do Parlamento ao Castelode Christiansborg através do distrito deChristiania alternativa para o BellaCenter – o centro da conferência sobreo aquecimento global, onde osmanifestantes acenderam milhares develas/lampiões. Foi um dia muitoespecial para destacar a necessidade dese selar um acordo "real" nasnegociações lideradas pela ONU àsmudanças climáticas.Ativistas calculam que cerca de 500organizações não-governamentaisparticiparam da vigília/passeata/

protesto seguido por uma caminhada àluz de velas em frente ao centro deconvenções.Entre participantes anônimos de todo omundo, fantasiados de ursos polares,marcianos e outros personagens,estavam personalidades como amodelo Helena Christensen, oarcebispo Desmond Tutu, o líder daigreja anglicana, Rowan Williams e a ex-comissária para direitos humanos daONU Mary Robinson.Só o Greenpeace afirmou ter reunidorepresentantes de 32 países paraparticipar da passeata."A nossa mensagem para os mais de

Com as velas acessas

Crianças participaramda vigília/passeata

Preparando asvelas/lampiões

Dezenas de milhares depessoas estavam nas ruasde Copenhague

De um tudo para iluminar...

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120 chefes de Estado que chegam na semanaque vem a Copenhague é unida, é global, éalta e clara: chegou a hora de nos unirmos eo futuro é agora", disse o diretor-executivodo Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo.A polícia de Copenhague prendeu pelomenos 300 manifestantes que participavamda passeata. Apesar de o ato ter sido pacífico,alguns jovens atiraram tijolos contra a sededa Bolsa de Valores dinamarquesa, e ospoliciais entraram em ação para realizar oque chamaram de "detenções preventivas".Segundo organizadores, reuniu mais de 100mil participavam da passeata.Desfiles semelhantes foram programadas emSydney, Paris, Washington ...

Na vigília/passeata

Mpilo Desmond Tutu, ex-arcebispo,Sul Africano, prêmio Nobel da pazparticipando da vigília

Ambientalistas que defendema reciclagem de resíduos

Negociando...

Ambientalistas se preparandopara a passeata e com ânsia deacordos benéficos sobre asalterações climáticas

A ex-presidente irlandesa Mary Robinsonparticipa da vigília/passeata, chamandoatenção para o aquecimento global, emBella Center. Os participantes apelarampara os delegados da ONU para chegar aum acordo o mais rapidamente possível

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Os 53 países da delegação do continente africanoaceitaram voltar à mesa de negociações após umaparalisação de cinco horas na COP 15. Para acalmar osânimos, a ministra do Meio Ambiente e Energia da

Dinamarca, Connie Hedegaard, que preside aconferência, designou os ministros do Meio Ambienteda Alemanha e da Indonésia para conversar com asdelegações africanas mais irritadas e tentar chegar a umponto pacífico entre a China/G77, grupo que reúne ospaíses mais pobres em desenvolvimento e os paísesdesenvolvidos.

"Este é o momento de gesticular. Cada país deve assumirsua parte para selar um acordo em Copenhague ",advertiu o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon,pedindo aos negociadores para superar obstáculos.

DECLARAÇÕES:Segundo Romain Pirard, doutor em Economia

Ambiental, especialista em questões sobre o

desmatamento no Instituto para o

Desenvolvimento Sustentável e Relações

Internacionais (IDDRI): “O desmatamento

ocorre principalmente nos trópicos, é

responsável por cerca de 12 a 20% de todas

as emissões de gases com efeito de estufa”

"Se os povos indígenas e nativos no mundo

em desenvolvimento não forem reconhecidos

e não tiverem garantidos seus direitos

claros, teremos mais desmatamento", disse

Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana e

Nobel da Economia de 2009.

Há um risco de expulsões de comunidades e

corrupção nos esquemas de preservação a

menos que salvaguardas sejam

estabelecidas, disse ela.

Seria positivo se os resultados

fossem aplicáveis imediatamente

Yvo de Boer, secretário-geral da ONU sobre

a Mudança Climática (COP15), disse que já

seria positivo se a reunião levasse a

resultados aplicáveis imediatamente, mesmo

sem a existência de um documento que exija

compromissos obrigatórios. Disse ainda que

um tratado sobre a redução das emissões

dos gases que provocam o efeito estufa deve

acontecer em meados ou no final de 2010.

"Milhares de pessoas fazem sentir sua

pressão", como demonstram as

manifestações em todo o mundo para pedir

uma solução para a mudança climática,

afirmou o secretário-geral, em referência

aos protestos ocorridos h em muitos países

para pedir um acordo em Copenhague.

Consultas entre as delegações foi

"muito produtivo"

Connie Hedegaard, a dinamarquesa

presidente da COP15, disse que o dia de

consultas entre as delegações foi "muito

produtivo", mas admitiu que ainda há

"muitos desafios e problemas para resolver".

Hedegaard citou a necessidade de obter

"mais compromissos para o financiamento",

com recursos dos países ricos, do combate

aos efeitos do aquecimento global nas

nações pobres porque "boas intenções e

vontade não bastarão". Disse também que

discursará nos grupos de trabalho dentro de

consultas informais.

Tanto Hedegaard como De Boer destacaram

que o processo de consultas ficou mais fácil

com a minuta de sete páginas que circula

desde na cúpula e que prevê um corte global

das emissões de gases estufa entre 50% e

95% até 2050.

O pedido de Ban Ki-moonO pedido de Ban Ki-moon

Apoio à posiçãoafricana na COP 15

Multidão aguarda para tentar entrarno Bella Center, em Copenhague

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"Chegou o momento de agir", disse ele. Segundo ele, osEstados enfrentam uma escolha histórica muito clara."Nós podemos avançar para um crescimentosustentável e verde, ou continuar no caminho que levaráà nossa destruição", disse ele.

Segundo Christoph Bals, diretor de políticas da ONGGermanwatch (organização não-governamentaleuropeia ) e a rede Climate Action Network (CAN), pelaprimeira vez desde que o indicador começou a sermedido – o Brasil, um país emergente ocupou aliderança no ranking, passando para trás paísesdesenvolvidos como a Suécia, a Alemanha e a Noruega.O Brasil obteve uma nota 68, o que o coloca no grupo dospaíses cujo desempenho nesse sentido é considerado"bom".No mesmo grupo ficaram a Suécia (67.4), Grã-Bretanhae Alemanha (65.3), França (63.5), Índia (63.1), Noruega(61.8) e México (61.2). No fim da lista, entre os paísescom desempenho "muito ruim", ficaram o Canadá(40.7) e a Arábia Saudita (28.7). A apenas oito do fim do

Destaques do 8º diaDestaques do 8º diaNegociações na COP-15 são suspensasAs sessões principais das negociaçõessobre o clima, promovidas pela ONU, emCopenhague foram suspensas nasegunda-feira, 14, devido a um protestoliderado por países africanos queacusam os países ricos de tentar acabarcom o Protocolo de Kyoto."Se aceitarmos essa situação,assinaremos a morte de Kioto, o únicodocumento legalmente vinculativoexistente. O próximo tratado deverá serratificado e até que entre em vigor,passarão mais do que os sete anos que ode Kyoto", disse Kamel Djemouaidelegado argelino, presidente do grupoafricano.O Grupo dos 77 (G-77), que representapaíses em desenvolvimento e grandeseconomias emergentes como Brasil,Índia e China, também abandonou asdiscussões na cúpula, deixando asnegociações climáticas das NaçõesUnidas, em Copenhague, nesta segunda-feira, informou um diplomata brasileiro.A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff,acusou os países ricos de tentar"inverter papéis" e tratar as nações emdesenvolvimento - incluindo o Brasil -como se fossem desenvolvidas. "Sintouma inversão de responsabilidades aí.Digam quanto vocês (os paísesdesenvolvidos) vão colocar (no fundo), aresponsabilidade é de vocês. Aceitar quedesenvolvidos e em desenvolvimentotenham o mesmo tratamento é umescândalo", afirmou a ministra.Após 5 horas de protestos, negociaçõesforam retomadas

Tck tck tck em ação

Al Gore, Gro Harlem Brundtland, enviado especial

da ONU para as Alterações Climáticas, e Jonas Støre,Ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês

ranking, ficaram os Estados Unidos (46.3)."É muito bom que países emergentes estejamganhando posições neste ranknig", avaliou o diretoreuropeu da rede CAN, Matthias Duwe. "Estão

Brasil na cabeçaBrasil na cabeça

Manifestação do Greenpeacena Praça do Parlamento

Konrad Otto-Zimmermann,Secretario Geral, ICLEI

Delegações do Brasil eda França em confabulações

180,000 crianças de 13 países usando otransporte sustentável pegadas verdes,para as suas viagens diárias

Crianças também podemtomar medidas para ajudara proteger o clima

Ministros do Brasil, China, Índiae África do Sul vai ao encontro doPresidente da COP para consultas

Ativistas da Oxfam que vestiramsuas vestimentas de ursos polarespeludos para lembrar aos delegadosas ameaças das alterações climáticas

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Dilma defende acordo do clima tímido

Ao final de seu primeiro dia como chefe da

delegação brasileira na negociação do clima, a

ministra Dilma Rousseff defendeu uma meta

global de corte de 50% nas emissões de gases do

efeito estufa até 2050, em relação aos números de

1990.

O número é o mais tímido entre os três que foram

incluídos em uma proposta de acordo apresentada

na semana passada com apoio do Brasil (50%,

85% e 95%). Mas representa um avanço na

posição da própria Dilma, que, dias antes de ir

para Copenhague, não queria nenhum valor que

implicasse em um compromisso dos países em

desenvolvimento que viesse depois a ser cobrado.

"Esse número é o mínimo de 50%, até 2050,

afirmou Dilma após passar a tarde reunida com

outros chefes de delegação discutindo a proposta

de acordo. O texto precisa ser entregue a premiês

e presidentes nesta quinta para que eles o

assinem na sexta. Enfática, Dilma colocou a

hipótese de não haver acordo nenhum em

Copenhague caso ele acabe com a diferenciação

de responsabilidades entre países ricos e pobres

definida em 1997, pelo Protocolo de Kyoto.

"Não posso deixar que haja uma volta para trás. Eu

não posso voltar para casa com um acordo

desses!”

Dilma afirmou que antes de definir a posição

brasileira quer ver dinheiro na mesa. Para ela,

primeiro os países ricos, donos da

responsabilidade, precisam mostrar suas ofertas.

"Se vai ter contribuição voluntária ou não é um

segundo momento."

A ministra defende que a discussão em

Copenhague se balize pelo PIB per capita e, em

linha com a posição tradicional do Brasil,

considere o histórico de emissões. Alguns países

dizem que os emergentes, por estarem entre os

que mais contribuem hoje para o aumento dos

gases-estufa, deveriam fazer mais --o que Dilma

classifica como um "escândalo".

A ONU estima que em 2020 serão precisos US$

150 bilhões anuais para bancar as ações de

adaptação e mitigação no médio prazo. Dilma diz

que o Brasil vê um número entre US$ 100 bilhões e

US$ 500 bilhões.

REVISTA |AMAZÔNIA 45

DECLARAÇÕES:

"Florestas e questões climáticas nunca estiveram

tão em alta na agenda política", disse Gro Harlem

Brundtland, enviada especial da ONU para a

Mudança Climática, em uma reunião paralela às

negociações.

Apesar disso, as florestas estão sendo destruídas

a níveis alarmantes, sem uma diminuição no ritmo

da destruição desde 1987, ela disse. "Estamos no

caminho de destruir uma área do tamanho da Índia

até 2017", acrescentou.

Connie Hedegaard, presidente da COP 15,durante a sessão plenária da tarde, apósresolvido o impasse com o Grupo dos 77

Mais de 3.000 convidados da COP15encontraram alojamento em casasparticulares dinamarquês através doprojeto Vida Nova Copenhague

mandando um sinal claro, durante as negociações deCopenhague, de que estão comprometidos emcombater a mudança climática. Gostaria apenas queoutros países europeus estivessem demonstrando omesmo compromisso para com as mudanças positivas".As organizações elogiaram a melhora do marco legal deproteção ao clima no Brasil. Mas adotaram uma posturacautelosa em relação à desaceleração do ritmo dedesmatamentos no país, que reduziu as emissões decarbono do país.«Ainda não está claro se isto é resultado de uma menordemanda por óleo de palma e soja na atual criseeconômica."

Ao fim de um dia de grande tensão no Bella Center, comacessos praticamente bloqueados e corredores tãocheios que quase não se podia circular, enquanto que, do

Al Gore, ex-vice-presidente americano disse

que novos dados indicam que a camada degelo polar pode desaparecer duranteo verão até 2014

ONGs fora do Bella CenterONGs fora do Bella Center

As cozinhas do Bella Center servematé 15 toneladas de alimentosorgânicos e sazonais a cada dia

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Empresas líderes apresentaram soluções para um futuro maisverde no “Bright Green Expo”, organizado pela Confederação daIndústria Dinamarquesa. São soluções climáticas de ponta, quevão desde máquinas de lavar roupa inteligente para novos meiosde transporte e cidades verde de carbono neutro.

Bright Green Expo>

Obama, Hatoyama e Merkel como os

personagens do filme Matrix: Salvem o mundo

No estande Bright Green carimbandoe assinando a petição do clima

Manifestantes carregam bannergigante em direção à Bella Center

Soluções para umfuturo mais verde

Simulador ecodriver da Toyota

Lançando moda

lado de fora, centenas de pessoas faziam fila durantehoras e sob um grande frio, os organizadores tomaram adrástica decisão:Para as ONGs presentes na conferência sobre o clima emCopenhague acabou a festa dos 22 mil delegadoscredenciados, já que apenas 90 representantes poderãoter acesso na sexta-feira ao Bella Center, ondeaconteceram as deliberações finaisMais de 50 ONGs enviaram carta de protesto a Connie

Hedegaard, a ministra dinamarquesa responsável pelacúpula e a Yvo De Boer, o chefe da ONU para o clima,classificando as restrições de inaceitáveis e poucodemocráticas.

No primeiro dia com a presença oficial de chefes deEstado no encontro, a ministra dinamarquesa de MeioAmbiente e Energia, Connie Hedegaard, renunciou aocargo de presidente da conferência das Nações Unidaspara mudanças climáticas em Copenhague. Hedegaard,vinha sendo acusada por representantes de países emdesenvolvimento de querer beneficiar os países ricos nasnegociações, foi substituída pelo primeiro-ministro daDinamarca, Lars Lokke Rasmussen.

Troca de comandoTroca de comando

José Serra, governador de São Paulo, ArnoldSchwarzenegger, governador da Califórnia,e Gordon Campbell, da Columbia Britânica

A mulher faz moinhos de papel na frentede um cartaz ambientalista no Bella Centro

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DECLARAÇÕES:Negociador-chefe brasileiro discorda

O negociador-chefe da delegação brasileira, Luiz

Alberto Figueiredo, discorda oficialmente no

relatório(rascunho) preliminar divulgado, do qual

ele mesmo foi co-autor, no papel de vice-

presidente LCA (Grupo de Trabalho do Acordo de

Ação de Longo Prazo, na sigla em inglês).

"O Brasil reconhece no texto várias das suas

bandeiras. É um texto equilibrado", disse

Figueiredo. "Mas a questão de uma determinação

de metas (de redução de emissões de gases de

efeito estufa) nos países em desenvolvimento não

encontrou simpatia nestes países", afirmou,

explicando que a oposição se refere ao fato de

que, para se comprometer com objetivos de

diminuição das emissões, os países emergentes

querem garantias de que terão financiamento

externo para adaptar o país para atenuar as

mudanças climáticas.

Ele também lamentou que o rascunho não tenha

sido claro sobre o financiamento das ações de

redução da poluição para os países em

desenvolvimento a longo prazo. "Vimos muitos

anúncios interessantes sobre curto prazo, mas não

pode parar por aí. As mudanças do clima são em si

um problema de longo prazo", afirmou Figueiredo.

O negociador acredita que os valores do

financiamento só devem ser conhecidos no último

dia da conferência. Estado na cúpula, a partir de

amanhã, deve impulsionar as propostas concretas

de cada país. "O pacote financeiro vai ser

possivelmente uma das coisas finais da reunião. A

reunião com os ministros deu um impulso para que

os valores comecem a ser colocados sobre a

mesa".

O brasileiro também destacou que os negociadores

só têm um único objetivo na conferência: o

consenso. "Caso haja um país que diga que não

quer trabalhar sobre esta base (o documento

preliminar), não se trabalhará sobre esta base.

Temos de ter respeito absoluto e completo por

todas as delegações".

O aumento de 2°C, até 2100, na temperatura

média global em relação aos níveis pré-industriais

é uma ameaça "vital" para alguns países, disse o

presidente do Painel Intergovernamental sobre

Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o indiano

Rajendra Pachauri. "O limite de temperatura

imposto como meta depende da parte do mundo

para a qual olhamos. Se for de 2°C, o nível do mar

pode subir até um metro, o que ameaçaria a vida

em alguns países", disse Pachauri.

O especialista destacou que a ciência é clara

sobre as possíveis consequências do aumento da

temperatura, seja este de 1°C, 1,5°C ou 5°C. Caso

se opte pelo teto de 2°C, isto exigirá ações

imediatas e outras a longo prazo, reiterou

Pachauri, segundo quem os custos das medidas

para conter a mudança climática são "muito mais

baixos" que outras alternativas e oferecem

"benefícios enormes".

ONU reduzirá dióxidode carbono

ONU reduzirá dióxidode carbono

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nestaterça-feira que produz quase 2 milhões de toneladasmétricas de emissões de dióxido de carbono por ano,mas prometeu reduzir os gases causadores do efeitoestufa que lança na atmosfera."A ONU emite o equivalente a 1,7 milhão de toneladasde dióxido de carbono anualmente, das quaisa p rox i m a d a m e nte 1 m i l h ã o d e to n e l a d a scorrespondem às operações de manutenção de paz",afirmou o porta-voz Martin Nesirky a repórteres."A ONU irá trabalhar agora em direção a umaabordagem comum para a redução das emissões etambém das estratégias de redução para cadainstituição", ele disse. Há quase 50 organismos eagências da ONU espalhados pelo mundo.

Ban Ki-Moon, Secretario-Geral da ONU

Polícia usa gás lacrimogêneo paraconter protestos em Copenhague

As negociações sobre o climaestavam num impasse

Lars Løkke Rasmussen, primeiro-ministro dinamarquês,que substituiu Connie Hedegaard, Ban Ki-moon, secretárioGeral da ONU, Sua Alteza Real o Príncipe de Gales, Yvo de Boer,secretário executivo da UNFCCC, e Wangari Maathai,Mensageira da Paz ONU

A Polícia recorreu ao uso de gáslacrimogêneo, cães e gás de

pimenta, e detiveram mais váriasdezenas de manifestantes..

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Destaques do 9º diaDestaques do 9º diaNa noite de terça-feira, a cerimônia deboas-vindas do segmento de alto nívelocorreu e tarde da noite, as sessõesplenárias de encerramento do AWG-LCA e AWG-KP foram convocada.Durante todo o dia, grupos decontactos e consultas informais foramrealizadas em uma série de questões,incluindo potenciais consequências eoutras questões no âmbito do AWG-KP,ação a longo prazo de cooperação noâmbito do AWG-LCA e do Fundo deAdaptação, sob a COP / MOP.A apenas três dias do fim da reunião,centenas de pessoas foram impedidasde entrar no Bella Center - a maioriaera formada por representantes deorganizações não-governamentais.Por volta de 35 mil pessoas secredenciaram para a reunião climática,mas a sede do encontro, o Bella Center,tem capacidade para apenas 15 mil.Cedendo à pressão, a organizaçãoelevou o número para 18 mil.O negociador-chefe da delegaçãobrasileira, embaixador Luiz AlbertoFigueiredo Machado, também ficoupreso na multidão quando voltava parao hotel após virar a noite emnegociações.

A cúpula climática da Organização das Nações Unidasconseguiu evitar um fracasso total para o encontro, apósconcordar, neste sábado, 19, em reconhecer um acordopolítico mediado pelo presidente dos EUA, BarackObama, com a China e outros países emergentes.Segundo especialistas, o acordo não teve a unanimidadede que precisava para vigorar, porém, ainda assim, podeser aplicado.A decisão foi tomada após uma sessão plenária que seestendeu durante toda a madrugada, na qual umpequeno grupo de países bloqueou o "Acordo deCopenhague", nome que foi dado ao texto, porque estenão contava com objetivos específicos de redução deemissões de gases de efeito estufa. Após um breverecesso, o presidente da cúpula tomou a decisão deconsiderar o "Acordo de Copenhague", especificando, noentanto, quais eram os países de acordo com odocumento.O acordo, não obrigatório, prevê US$ 30 bilhões emfinanciamento ao longo dos próximo três anos aospaíses pobres para combater a mudança climática. Pelaproposta apresentada, os EUA vão contribuir com US$3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. Nomesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões.O plano não especifica qual deve ser o corte de emissõesnecessário para alcançar a meta de dois graus Celsius,considerado um limite para evitar mudanças climáticas Schwarzenegger o Governador da Califórnia

Um debate YouTube hospedado por BeckyCNN Anderson com Yvo de Boer, Daryl Hannah,Thomas Friedman e Bjørn Lomborg

O discurso da Sua AltezaReal o Príncipe de Gales

projeto de declaraçãodiscutido nesta sexta pelosnegociadores internacionaisomite o ano de 2010 como

data teto para a assinatura de um novoacordo sobre o tema.A minuta, que tem 12 pontos, fixa 2ºCcomo o limite de aumento datemperatura global para evitar gravesmudanças no clima, mas aponta que oacordo será revisado em 2016, quandoessa alta poderia ser limitada a 1,5ºC,um pedido dos países mais ameaçadospelo fenômeno.O documento propõe uma reduçãoglobal de emissões de 50% até 2050em comparação com os níveis de 1990e não aponta uma data para que asemissões alcancem seu pico máximo

O encerramento da COP 15O encerramento da COP 15

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DECLARAÇÕES:Luta contra aquecimento não implica só

privações

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, disse que

a luta contra a mudança climática não significa

apenas renúncias, e afirmou que as medidas que

forem adotadas em Copenhague não têm que,

necessariamente, impor limitações.

"O bem-estar, em primeiro lugar, não é uma

questão de consumo em quantidade. Tem a ver

com o sentir-se bem”. "Não faremos mais que nos

bloquear inutilmente e colocar em jogo o nosso

futuro" se o medo se antepor à renúncia na

mudança necessária enfrentada pela humanidade,

comentou a chanceler, que defende o comércio

mundial associado a licenças de emissão de CO2.

"Seria desejável que no futuro o comércio seja

feito com certificados de CO2 e que (esse

comércio) seja fiscalizado internacionalmente para

economizar CO2 onde é mais fácil e barato". Faz

"pouco sentido mobilizar com grandes custos as

últimas reservas na indústria do aço quando, em

outro lugar, por exemplo, no saneamento da

totalidade das velhas instalações, é possível

alcançar uma economia clara de modo mais rápido

e barato".

"É importante reconhecer, entre as causas da

atual crise ecológica, a responsabilidade histórica

dos países industrializados", afirmou o papa Bento

XVI. "Os países menos desenvolvidos e, em

particular, os emergentes, não estão isentos da

responsabilidade ante a Criação, porque todos têm

o dever de adotar progressivamente medidas e

políticas de meio ambiente eficazes". "Como

permanecer indiferentes ante problemas que

derivam de fenômenos como as mudanças

climáticas, a desertificação, a degradação e a

perda da biodiversidade, o aumento do

desmatamento das zonas equatoriais e tropicais?",

questionou o Sumo Pontífice.

O papa Bento XVI disse ainda que a humanidade

não pode continuar indiferente à mudança

climática e que é necessário que os países ricos

diminuam o consumo de energia e que promovam

as com menos impacto ambiental, e que haja uma

mudança no modelo de desenvolvimento global.

"São como crianças", disse Connie Hedegaard, a

ministra dinamarquesa que preside a conferência

que ocorre até dia 18 de dezembro, e cujo objetivo

é selar um novo pacto para combater o

aquecimento terrestre.

"Se têm um prazo muito longo para entregar um

exercício, eles esperarão para o último minuto...

Basicamente, isso é tão simples como aquilo",

disse ela, prevendo um acordo na sexta-feira para

evitar ondas de calor, elevação no nível dos

oceanos, deslizamentos de terra ou tempestades

de areia.

REVISTA |AMAZÔNIA 49

mais perigosas, como enchentes, deslizamentos deterra, tempestades de areia e elevação do nível dosoceanos.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que oacordo "terá efeito operacional imediato", quetrabalhará "para transformar este texto em um tratadolegalmente vinculativo em 2010", quando será realizadaa próxima conferência sobre mudança climática, noMéxico.

Para que pudesse se transformar em um acordo da ONU,o texto deveria ser adotado por unanimidade pelos 192países presentes na conferência. Mas ele foi duramentecriticado como ilegítimo por países como Nicarágua,Tuvalu, Cuba, Bolívia, Sudão eVenezuela.. afirmaram, naplenária da conferência das Nações Unidas sobremudança climática, que não iriam endossar odocumento. Isso quer dizer que o documento acertadoentre Estados Unidos, China, Brasil, Índia e África do Sulno início da noite de sexta-feira não foi reconhecidocomo resultado da 15ª conferência da ONU sobre oclima, a COP 15.

A presidência da conferência anunciou que incluiráuma lista dos países contrários ao texto.

Uma reunião de mais de duas horas selou a posiçãoconjunta entre americanos e os chamados paísesBASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China),negociado pelos trinta países, defendendo açõespara limitar o aumento da temperatura a 2ºC, sem,no entanto, prever metas para países desenvolvidos.“O que nós fizemos, foi procurar resgatar algumacoisa daqui, desbloquear essa questão do MRV(“mensurável, reportável e verificável”, no jargão),que estava bloqueando qualquer entendimento”,

antes de começarem a cair.Na minuta, os países desenvolvidosacordam fornecer os recursosfinanceiros, tecnologia e capacitaçãoadequados, previsíveis e sustentáveispara ajudar os países emdesenvolvimento a adaptar-se aosefeitos da mudança climática,sobretudo os mais vulneráveis.Os países ricos se comprometem areduzir suas emissões individualmenteou conjuntamente em pelo menos 80%até 2050 e a fixar cortes até 2020 semespecificar se serão determinados emcomparação com os níveis de 1990 oude 2005.O cumprimento desses compromissose o financiamento que foremfornecidos pelos países desenvolvidosserão verificados de maneira rigorosa,sólida e transparente.Os países em desenvolvimento

realizarão ações para mitigar suasemissões, que serão publicadas emnível nacional a cada dois anos,aponta o texto.As ações de mitigação dos paísesque contarem com apoio doexterior estarão sujeitas a umaverificação internacional.A minuta confirma uma ajuda deUS$ 30 bilhões para mitigação eadaptação no período entre 2010e 2012, enquanto os paísesdesenvolvidos se comprometem amobilizar US$ 100 bilhões anuaiscom este fim até 2020.Os fundos de adaptação devemser dirigidos, sobretudo, aos paísesmenos desenvolvidos, pequenosEstados insulares emdesenvolvimento e países daÁfrica afetados pela seca, peladesertificação e pelas inundações.

Sem unanimidadeSem unanimidade

Brasil apela a Palavra deordem durante o início dosegmento de alto nível

Os BASIC'sOs BASIC's

A última reunião e Os BASIC'ssalvaram Copenhague...

ONG's apelam para um resultado justo,ambicioso e juridicamente vinculativo

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afirmou o embaixador extraordinário para mudançaclimática do Itamaraty, Sérgio Serra, acrescentando queLula teve papel protagonista nas negociações.Após selar o “acordo”, Lula, Obama e outros líderesembarcaram de volta aos seus.

O acordo foi recebido com críticas por países emdesenvolvimento, mas foi saudado por líderes europeuscomo um primeiro passo.Tuvalu foi a primeira delegação a pedir a palavra, poucodepois de o presidente da reunião, o primeiro-ministrodinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, ter suspendido aplenária por uma hora, "para apreciação do texto"."Em termos bíblicos, parece que estão nos oferecendo30 peças de prata para trair o nosso povo. Nosso futuronão está à venda. Lamento informá-lo de queTuvalu nãopode aceitar este documento", disse o representante dopequeno país insular.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU: comemorou aaprovação, do acordo de "efeito operacional imediato".Reconheceu que isso foi "só o começo" na tentativa defirmar um acordo com metas para cortes nas emissõesde CO2 e um processo para redigir um tratado sobre aredução de emissões.“Vamos tentar chegar a um acordoobrigatório com valor legal até a COP 16, no México”,disse o secretário-geral.Yvo de Boer disse que é preciso tornar o acordo“algo real,mensurável e verificável”, como início não foi o esperado,

mas já foi um avanço...“Temos que ser honestos sobre oque temos. O mundo sai de Copenhague com umacordo. Mas claramente as ambições precisam subirsignificativamente se queremos manter o mundo a 2ºC”,afirmou.Rajendra Pachauri, o indiano presidente do Painel

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC,destacou que a participação na COP-15 e um dosmaiores destaques da cúpula foi a coordenação dasnações do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia eChina).Segundo Pachauri, ficou claro que qualquer acordofuturo sobre o meio ambiente terá que levar estes paísesem consideração. Do ponto de vista político, é "muito

significativa" a emergência do grupo Basic, afirmou opresidente do IPCC. Disse ainda que a cúpula deCopenhague foi "polêmica" e poderia ter sido maisbem-sucedida.Lula da Silva, o presidente do Brasil, considerou umavanço nas negociações climáticas o acordo fechadoentre China, Índia, África do Sul, Brasil e Estados Unidosno fim da conferência, mas reconheceu que a soluçãoglobal precisa ser legitimada por todos os países. Até opróximo encontro, no México, nós deveremos fazer umacordo e todo mundo concordar para que a gente possa,então, definir uma política mundial para que a gentetrabalhe o desaquecimento global - enfatizou.Para Nicolas Sarkozy:“ O acordo não foi perfeito, mas foio melhor possível ...”O texto que temos não é perfeito ...

Conferência de imprensa: Ação imediata às mulherese o meio ambiente, com Ban Ki-moon, e Josette Sheeran,diretora do Programa Mundial de Alimentação (terceira da direita)

Conferência de imprensa: Ação imediata às mulherese o meio ambiente, com Ban Ki-moon, e Josette Sheeran,diretora do Programa Mundial de Alimentação (terceira da direita)

Evo Morales e Hugo ChavezMuito papo...

O não reconhecimento(O acordo precisava seraprovado na plenária)

O não reconhecimento(O acordo precisava seraprovado na plenária)

Declarações após o términoDeclarações após o término

EXPRESSO

+VAMOS LONGE POR VOCÊ !+

MATRIZ: ANANINDEUA-PA

BR 316 - KM 5, S/N - ANEXO AO POSTO UBN EXPRESSÁGUAS LINDAS - CEP: 67020-000

FONE: (91) 3321-5200

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Destaques do 10º diaDestaques do 10º diaPrimeiro ponto de bloqueio: ainda não háacordo sobre as emissões de gases com efeitode estufa. Apenas os países desenvolvidostêm que reduzir suas emissões, em nome dasua responsabilidade histórica "doaquecimento global? Ou deve também definirmetas obrigatórias para os paísesemergentes, que são poluidores de amanhã?Esta questão crucial ainda não está resolvido,muito menos de metas.Também discordam sobre financiamento deassistência aos países em desenvolvimento:Japão colocou sobre a mesa na quarta-feira,16 de dezembro, quinze bilhões de dólarespor ano durante três anos, para além dos trêsbilhões e meio de já anunciadas pela UniãoEuropeia. Este é um passo na direcção certa,mas ainda não há um compromisso por umaassistência a longo prazo. As necessidades sãoavaliadas em 100 bilhões de dólares anuaisaté 2020.Também continua num impasse sobre aquestão-chave da verificação doscompromissos de cada instituição. Os EstadosUnidos faz com que seja uma condição préviaa qualquer acordo final. China, ela não ouve aopinião externa sobre a política climática.Finalmente estamos no total mais borrãosobre a forma jurídica de um acordohipotético: o novo tratado ou remodelação dojá existente, o Protocolo de Quioto?Impossível dizer, antes do final da conferência.Também na quarta-feira, Barack Obama,presidente dos Estados Unidos, falou portelefone com o presidente Luiz Inácio Lula daSilva, como parte de seus esforços paraimpulsionar um resultado positivo da cúpulasobre mudança climática (COP15. Os governosda Austrália, França, Japão, Noruega, ReinoUnido e Estados Unidos anunciaram durante areunião das Nações Unidas sobre mudançaclimática, financiamento de US$ 3,5 bilhõespara projetos de proteção de florestas e deredução de emissões provocadas pordesmatamento e degradação (Redd).A liberação de verba para projetos de Reddfaria parte do fundo "fast start", que vemsendo discutido na conferência climática eficaria disponível já no ano que vem.Em um anúncio à parte, o governo japonêsprometeu liberar US$ 11 bilhões para o fundoemergencial, mas condicionou a liberação dodinheiro a um acordo em Copenhague.Em uma entrevista coletiva, o presidente daUA, Meles Zenawithe, o presidente da UE,Fredrik Reinfeldt, e o comissário europeu, JoséManuel Durão Barroso, pediramfinanciamentos de US$ 100 bilhões por anopara os países em desenvolvimento até 2020.

para mim falta-lhe duas coisas: a meta de 50% em 2050... e a segunda coisa é uma decepção: não há umaorganização global de meio ambiente ...Para Barack Obama:“Fizemos um avanço significativo esem precedentes em Copenhague ... nós trabalhamostodos os dias para estabelecer um novo consenso ... Nóschegamos longe, mas ainda temos muito a fazer”.O presidente rotativo da UE, o sueco Fredrik Reinfeldt,sustentou que este documento "não é perfeito", masacrescentou que o texto, batizado como Acordo deCopenhague, "é um acordo entre os principais atores"reunidos na capital dinamarquesa.Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia,sintetizou: "Este acordo é melhor do que nenhumacordo.Tem coisas boas e coisas não tão boas".Para Angela Merkel, chanceler alemã: Os resultados dacúpula de Copenhague não devem ser menosprezados,pois constituem "um primeiro passo rumo a uma novaordem mundial do clima". "Quem menosprezarCopenhague torna-se cúmplice dos que freiam em lugarde avançar", disse Merkel.A chanceler prometeu que seu Governo farrá tudo de suaparte para avançar a partir dos resultados deCopenhague, e o primeiro passo o constituirá aconferência ministerial extraordinária que propôs parameados do ano em Bonn.ParaGordon Brown, primeiro-ministro britânico"Conseguimos um começo. O que devemos fazer agora

O diretor-executivo do Greenpeace da Espanha, Juan López deUralde, e outra ativista do grupo foram detidos nesta pela Políciadinamarquesa após burlarem a segurança e irem ao jantar de galapara líderes mundiais na Cúpula das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas (COP15), em Copenhague. Uralde e sua acompanhante,vestidos em trajes de gala, burlaram a segurança do Palácio deChristiansborg onde a rainha Margarida II da Dinamarca presidia ojantar.Na entrada ao banquete, os dois ativistas pregaram cartazes diantedas câmaras da rede de televisão pública dinamarquesa DR quediziam "o políticos falam, os líderes atuam", antes de serem detidospela Polícia

Até Delegados foram presos

Uma garota segura umalâmpada na Hora da Terra

Li Bingbing, atriz chinesa presença na Hora

da Terra, em Copenhague para as famíliase empresas da cidade para desativar as suasluzes não-essenciais e outros aparelhoselétricos de uma hora, com o objetivo desensibilizar para a necessidade de tomarmedidas sobre mudança climática

Felipe Calderón, presidente mexicano,doa um Globo a Gordon Brown, primeiro-ministro britânico, por sua liderança naproteção do meio ambiente

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Destaques do 11º diaDestaques do 11º diaO primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disseque "os desafios são enormes, mas não insuperáveis" nabusca de um acordo sobre a mudança climática na Cúpula daONU (COP-15) realizada em Copenhague. Brown fez ocomentário na sessão plenária de hoje, no momento em quea conferência entrava na reta final."O dever da política é superar os obstáculos por maiores quesejam", apontou o dirigente britânico, após afirmar que"fazer o possível não basta, mas é preciso fazer o necessário"para combater a mudança climática. Com relação a isso,Brown renovou as propostas feitas pela União Europeia dedestinar US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para atenuar asconsequências geradas pelos gases do efeito estufa nospaíses em desenvolvimento.A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, fez um dramáticoapelo aos participantes da Cúpula da ONU Sobre o Clima(COP-15), que acontece em Copenhague (Dinamarca), aopedir que todos se esforcem em prol de um acordovinculativo que limite a 2°C o aumento da temperatura noplaneta."Todos os especialistas estão nos advertindo dasconsequências dramáticas de um aquecimento acima destenível. Copenhague será um fracasso se não chegarmos a umacordo vinculativo para evitar isso", disse Merkel noParlamento alemão."Se não tomarmos medidas oportunas hoje, nosarriscaremos a sofrer danos dramáticos, que serão deconsequências especialmente dramáticas para os paísesmais pobres, mas dos quais ninguém vai se livrar", destacou achanceler.O tamanho e a força da delegação brasileira que participa daCOP-15, é tema de uma reportagem do jornal El País. Com otítulo: "Brasil mostra o músculo na Cúpula do Clima", o jornalcita o protagonismo e o destaque brasileiro no evento, doqual participa com a maior delegação entre os mais de 190países participantes, com 600 pessoas credenciadas.A reportagem começa com uma frase dita pelo consultorespecial do Ministério do Meio Ambiente sobre mudançasclimática, Tasso Azevedo: "o desmatamento na Amazôniacaiu porque todos os brasileiros estão aqui". Para o jornal, avontade de se tornar uma potência mundial, segundomostra o Brasil na Dinamarca, já ajudou o País a conquistaros Jogos Olímpicos batendo as cidades rivais de Tóquio(Japão), Chicago (EUA) e Madri (Espanha).O Brasil anunciou uma linha de 5 bilhões de dólares parapaíses mais pobres se adaptarem aos efeitos das mudançasclimáticas. A ajuda será por empréstimos a fundo perdido oucom juros muito baixos, além de apoio técnico gratuito.O atual presidente da COP 15, Lars Lokke Rasmussen,anunciou hoje a criação de dois grupos de trabalho paratentar de salvar no último momento esta reunião, que estáem ponto morto há dias.O sudanês Stanislaus Lumumba Di-Aping, porta-voz do G77de não- alinhados, exigiu o início das negociações com odocumento de Kioto, que foi o ponto da discórdia entre ospaíses em desenvolvimento e os Estados Unidos, que nãochegou a ratificar esse protocolo.Sobre o prazo máximo para ter pronto um acordo final,Rasmussen afirmou que "será curto", sem precisar uma horaconcreta.

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rapidamente é garantir que o documento passe a ter valor legal.Para Xie Zhenhua, chefe da delegação chinesa: "O encontro teveum resultado positivo, todos deveriam estar felizes. Após asnegociações, ambos os lados conseguiram preservar seusinteresses essenciais. Para nós, era nossa soberania e interessenacional."Para Lumumba Stanislas Dia-Ping, o sudanês que preside ogrupo G77 de 130 países em desenvolvimento, disse que oprojeto de acordo foi o pior da história.Para Carlos Minc, a chamada COP-15 foi "uma frustração",embora com "alguns poucos avanços”. A COP-15 foi marcada porposições egoístas de países, com "cada um olhando para o seuumbigo", e até mesmo ideológicas, como foi o caso de naçõescom a Venezuela e Cuba que, sem nunca terem se destacado naslutas ambientais, teriam rejeitado o acordo final apenas para secontrapor ao Estados Unidos - um dos maiores fiadores dodocumento que foi levado a plenário e acabou rejeitado.Para o embaixador Sergio Serra, que participou da negociação doacordo com os EUA, admitiu frustração.“Estou decepcionado. Estou muito decepcionado”, disse odiplomata, afirmando que ao longo dos últimos anos váriospaíses apresentaram números de redução, “mas nunca oscolocaram na mesa”Para Nnimmo Bassey, Amigos da Terra Internacional:"Copenhague foi um fracasso abjeto. A justiça não foi feita. Aoadiar a ação, os países ricos condenaram milhões das pessoas

CONSENSO

O protocolo

das Nações

Unidas aceita

apenas

decisões por

unanimidade,

de forma que

o anúncio de

apenas um

país já seria

suficiente

para

inviabilizar

um acordo em

Copenhague

Presidente Lula durante encontro com o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen

Presidente Lula cumprimenta oprimeiro-ministro da China, Wen

Jiabao, durante encontro na COP 15

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mais pobres do mundo à fome, ao sofrimento e à perdada vida à medida que a mudança climática se acelera. Aculpa desse resultado desastroso é honestamente dasnações desenvolvidas."Para John Sauven, Greenpeace britânico: "A cidade deCopenhague é cenário de um crime esta noite, com osculpados correndo para o aeroporto. Não há metas paracortes de carbono e não há acordo sobre um tratado com

Hillary prometeu que os EUA se juntarão

a um financiamento de US$ 100 bilhões porano para ajudar países pobres

Angela Merkel,chanceler da

Alemanha

Chineses e dinamarquesestentam achar saída para acordo

valor legal. Parece que há poucos políticos neste mundocapazes de enxergar além do horizonte de seus própriosinteresses, muito menos de se importar com as milhõesde pessoas que estão intimidadas pela ameaça damudança climática."Para John Ashe, Chefe das Negociações do Protocolo DeKyoto: "Levando-se em conta de onde começamos e asexpectativas para essa conferência, qualquer resultadoque não seja um acordo de valor legal não alcança oobjetivo. Por outro lado... talvez nossas expectativastenham sido muito altas e o fato de que agora há umacordo... talvez nos dê algo em que possamos nosapoiar."Para Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente:"Incompetência e egoísmo" marcaram a cúpula doclima de Copenhague. Minc afirmou ainda que, com o

Visitante sustenta uma projeçãodo espaço e da Terra, na apresentaçãoda ONG Oeksnehallen

Durante café da manhãem Copenhague

Gordon Brown,primeiro-ministro

do Reino Unido

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fracasso da cúpula, o mundo "perdeu uma grandeoportunidade", mas ressaltou terem ocorrido "váriosavanços" antes da reunião que, se efetivados, aindapodem ter efeito positivo sobre as mudanças climáticas.Para um embaixador em Copenhague: O projeto deacordo foi perdido "nos meandros dos procedimentos daONU" e nas intransigências de países quase nadaexpressivos, perderam o bonde da História, seus nomesficarão gravados pata sempre. O Mundo é que saiperdendo...

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Lula exigiu que os países desenvolvidos "assumam

metas à altura das suas responsabilidades

históricas". "É inaceitável que os países menos

responsáveis pelo aquecimento global sejam as

principais vítimas. E os efeitos da mudança

climática já se fazem sentir sobretudo pelos países

mais pobres", completou.

Além de alertar para a necessidade de implementar

medidas emergenciais, Lula defendeu uma

colaboração das nações desenvolvidas no que diz

respeito à tecnologia e informação que podem ser

utilizadas no combate às mudanças climáticas. "O

fluxo internacional de tecnologia e informação

neste setor ainda é uma tímida promessa, uma

miragem."

Lula disse que os países em desenvolvimento, como

Brasil, China e Índia, devem contribuir, mesmo na

ausência de recursos internacionais, no combate ao

aquecimento. O presidente brasileiro comentou

durante o discurso a atuação do governo federal

contra o desmatamento da Amazônia e também

sobre o uso de energias renováveis no País. "O Brasil

O discurso de Lula

Durante sessão plenária

Lula, o primeiro-ministro da Índia,Manmohan Singh e o presidente daÁfrica do Sul, Jacob Zuma

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silvae Nicolas Sarkozy, presidente da França,convocaram a reunião de emergência

Outra projeção naapresentação da ONGOeksnehallen

Para Ricardo Young,

presidente do

Instituto EthosFoi um discurso de estadista.A fala do presidente Lula naCOP-15, na quinta-feira

(17/12), veio ao encontro de nossas melhoresexpectativas. Foi desfeita, de forma corajosa, agrande dificuldade de posicionamento claro econtundente de nossa delegação em relação àscontradições que vêm impedindo o acordo doclima. Mais do que corajoso, esse discursoexpressa o melhor espírito de responsabilidadeesperado de um estadista que representa umanação que não pode se omitir docomprometimento planetário com o acordoclimático.Foi convincente na defesa do imperativo socialneste combate às mudanças climáticas, bemcomo da prerrogativa que os países insularesmais pobres têm de se candidatarem primeiroà ajuda internacional.Na minha opinião, corroborada porpersonalidades como o cientista Carlos Nobre eo jornalista Washington Novaes, é que, comeste pronunciamento presidencial, o Brasilselou sua opção pelo desenvolvimentosustentável.O discurso do presidente esteve à altura daimportância histórica desta conferência. Mas aspalavras dele precisam sair do papel etransformar-se em ações respaldadas peloCongresso, pelo próprio Executivo federal epelos governos locais. Mas avançamos e esta éa melhor notícia que trago de Copenhaguepara o Brasil.

Acertando os detalhes...

Wen Jiabao se reúne comLuiz Inácio Lula da Silva

Delegados dormem no Bella Centerenquanto as negociações se prolongampela noite para dar forma a um texto final

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Para Pascal Husting, diretor do Greenpeace na França, aconferência de Copenhague foi um fracasso, pois, ospaíses participantes quase conseguiram chegar a acordosobre qualquer coisa, mas afirmou que os únicosvencedores deste fracasso são as ONGs através damobilização que eles criaram. A sociedade civil, emúltima instância prevalecerá.Mesmo que o fracasso seja total em Copenhague, todo otrabalho que temos feito ... acabará por dar frutos, é claro... os únicos beneficiários de Copenhagen, em certosentido, são as ONG's ...

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possui as matrizes energéticas mais limpas do

mundo. Cerca de 40% das nossa energia é

renovável."

"Esta conferência não é um jogo de esconder cartas

na manga. Ao final da partida, poderá ser tarde

demais e todos seremos perdedores".

No encerramento de seu discurso, Lula clamou pela

ação de todas as nações nos últimos dias de

negociações na cúpula em Copenhague. "O Brasil

participa desta conferência com a determinação de

obter resultados ambicioso, mas esta

ambição deve ser compartilhada por todos. A

fragilidade de uns não deve servir de pretexto

para o recuo de outros, e não podemos

permitir que interesses corporativos e

políticos ditem as discussões", disse o

presidente brasileiro. "A hora de agir é esta. O

veredicto da história não poupará os que

faltarem com suas responsabilidades neste

momento.”

A hora de agir é esta. O veredicto dahistória não poupará os que faltarem com

suas responsabilidades neste momento

O discurso de Lula foi muitoaplaudido, foi objetivo e correto

nas cobranças e profético no final

Destaques do 12º diaDestaques do 12º diaO presidente da França, Nicolas Sarkozy,propôs quinta-feira a manutenção doProtocolo de Kyoto, contrariando a posiçãopreferida pela União Europeia, e alertou queas negociações climáticas da ONU "seencaminham para um desastre.""Então as pessoas querem manter Kyoto, ok,mantenhamos Kyoto. Mas nos deixem entrarem acordo quanto a um enquadramentopolítico global", disse ele a delegados da COP15. "Vamos nos dar seis meses depois daconferência de Copenhague para transformaros compromissos políticos em um textojurídico."A UE deseja que o evento defina um novotratado para substituir o Protocolo de Kyoto,já que o atual pacto não exige medidas dospaíses em desenvolvimento e não incluialgumas nações desenvolvidas,especialmente os Estados Unidos.Os países em desenvolvimento gostariam deprorrogar a vigência do Protocolo de Kyoto,que expira em 2012.Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva eNicolas Sarkozy convidaram osrepresentantes de todos os países reunidosem Copenhague para uma reunião sem horapara a acabar para tentar chegar a umconsenso sobre o acordo de Copenhague.Mesmo se o presidente Barack Obama aindanão chegou à capital dinamarquesa, elespensam que a secretária de Estado HillaryClinton poderia representá-lo para umadecisão durante a noite e a madrugada, se fornecessário. Os dois presidentes concordaramque não querem ser fotografados como oslíderes que não foram capazes de salvar oplaneta enquanto ainda possível. "Nós nãoseremos cúmplices", advertiu o francês. ParaLula, se os governos não conseguiram acertaruma posição comum até agora, é porquechegou a hora de os presidentes eleitos decada país tomem as decisões.Uma ofensiva diplomática de última horatenta encontrar um denominador comum namadrugada desta sexta-feira para que sefeche um acordo na conferência das NaçõesUnidas sobre mudança climática, emCopenhague.Os primeiros passos foram dados ainda àtarde, com a menção, pela primeira vez pelosEstados Unidos, de financiamentos de longoprazo para países em desenvolvimentocombaterem as mudanças climáticas.A poucas horas do final da cimeira da ONUsobre a luta contra o aquecimento global, oslíderes de 27 países, representantes degrandes regiões do mundo e o presidente daComissão Europeia reuniuram-se para tentarsalvar as negociações . O novo texto foi

As ONG's ambientaise a sociedade civil

As ONG's ambientaise a sociedade civil

Ministros do Brasil, da República daCoréia, da República Federal Democráticado Nepal e na República Democrática doCongo explicam como o verde, o crescimentoe a sustentabilidade são essenciais para asobrevivência de seus países, muitosempregos e o crescimento econômico futuro

O Brasil participadesta conferência

com a determinaçãode obter resultados

ambiciosos

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debatido durante toda a noite por trintachefes de Estado e de Governo que estãoconduzindo as negociações. Nessepequeno grupo, encontravam-serepresentantes de todos os blocosregionais: os países industrializados, com aU. S. Hillary Clinton, da Alemanha, AngelaMerkel, ou o francês Nicolas Sarkozy. Ospaíses emergentes, com o brasileiro LuisInácio Lula da Silva e representantes daChina, a Índia ou a Arábia Saudita. Os paísesem desenvolvimento, incluindo o Sudão eÁfrica do Sul.- Componentes diferentes são encontradosneste texto a ser apresentado esta tarde atodos os Chefes de Estado e de Governo.Um compromisso para limitar oaquecimento global a 2 ° C acima dosníveis pré-industriais, através da reduçãodas emissões de gases com efeito deestufa. Mas o texto parece nãocompreender os objetivos.- A segunda parte diz respeito aofinanciamento que tem o valor de 100bilhões em ajuda por ano até 2020 para ospaíses mais vulneráveis ao aquecimentoglobal e, finalmente, o desejo detransformar este acordo político maisvinculativos legalmente " no prazo de 6meses.A discussão foi descrita como "sucesso"pelo primeiro-ministro dinamarquêsRasmussen, que organizou a conferência,no entanto, senti que era "muito longedisso." Mas há pelo menos um texto queserve como base de trabalho, o que nãoacontecia há vinte e quatro horas.O relatório, com cabeçalho da convençãosobre mudança climática das NaçõesUnidas (UNFCCC, na sigla em inglês), somatodas as metas de redução de emissãoapresentadas até o momento e conclui queelas não conseguiriam tirar o planeta darota do aquecimento global, que poderiaalcançar 3ºC.A concentração de gases do efeito estufana atmosfera ficaria por volta de 550 ppm(partes por milhão), bem acima das 450ppm preconizadas pelo IPCC.Os Estados Unidos estão preparados paratrabalhar com outros países na direção dameta de mobilizar conjuntamente 100bilhões de dólares por ano até 2020 paratratar das necessidades dos países emdesenvolvimento quanto à mudançaclimática", disse a secretária de Estadonorte-americana, Hillary Clinton, ementrevista coletiva.

Destaques do 12º diaDestaques do 12º dia

acordo, fechado entre Estados Unidos, Brasil,China, Índia e África do Sul, não fazreferência a um tratado com valor legal enem prevê um prazo para que o texto seja

transformado em um tratado com valor legal, comoreivindicavam alguns países em desenvolvimentos eambientalistas.No entanto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon,disse que esta mudança de status precisa acontecer em2010.As 193 nações participando do encontro “tomaramnota” do documento, mas não o aprovaram, o quenecessitaria do apoio unânime dos participantes. Aindanão está claro se o documento pode ser considerado umacordo formal da ONU.

O texto reconhece a necessidade de limitar o aumentodas temperaturas globais a 2ºC acima dos níveis pré-industriais.A linguagem no texto revela que 2ºC não é uma metaformal, mas que o grupo de países "reconhece a posição

Lula, o protagonistada COP 15

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Os principaispontos do acordo

O

Aumento de temperaturasAumento de temperaturas

Rajendra Pachauri, presidentedo IPCC e o presidente Lula da Silva

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Após discursos intermitentes, o Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam nocentro de conferências, o de Obama decepcionou, foi alvo de críticas dos que esperavam queele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez.Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil disse: "O Lula mandou muito beme abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo"; elogiou a postura devanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global deMudanças Climáticas para os países pobres. "A gente sabe que o Brasil não é mais nenhumHaiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Lula fez o que a gente esperava dele."Rubens Harry Born, coordenador da ONG Vitae Civilis, destacou que a fala improvisada deLula fez toda a diferença. "Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagemmuito legal de comprometimento.O francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o país deu umexemplo "sem precedentes" e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus."Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outracoisa de Lula", afirmou Bourger. "Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posiçãoaberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação.»

Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. "Arrogante", "estúpido","burocrático" e autor de um "mico histórico" são apenas algumas das definições empregadasnos corredores da COP-15.Carlos Minc, também criticou o presidente americano e disse que o seu discurso "foi umadesgraça". "O Obama foi muito frustrante. Parecia até que o Lula tinha maisresponsabilidades do que ele no plano climático mundial, de tanto que o Obama falou mal.

Obama

Lula elogiado, Obama espinafrado

científica" de que a alta nas temperaturas deveficar abaixo deste número.No entanto, o acordo não identifica um ano de picopara as emissões de carbono, algo que geraoposição entre alguns países em desenvolvimentomais ricos.Os países devem dizer até 1º de fevereiro de 2010quais são suas propostas para cortar as emissõesde carbono até 2020, mas o acordo não especificapunições para os países que fracassarem emcumprir suas promessas.

O acordo promete US$ 30 bilhões de ajuda para paísesem desenvolvimento nos próximos três anos. O textotambém prevê o objetivo de oferecer US$ 100 bilhões

Lula foi muito aplaudido...

Se tivermos que fazer um sacrifício a mais,o Brasil está disposto também a colocar maisdinheiro para ajudar os países que necessitamde ajuda, afirmou Lula

Obama chegaem Copenhague

Jacob Zuma, Sul Africano, Wen Jiabao, primierchinês. Manmohan Singh, primeiro-ministroindiano e o presidente brasileiro Luiz InácioLula da Silva em consultas informais

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Apesar de terem ficado negociando umacordo até as 2h da madrugada, oslíderes demonstraram não ter pressapara seguir nas negociações e nãodiscutiram o texto-base que saiu doencontro emergencial promovido porLula e o presidente francês NicolasSarkozy.Sarkozy disse:"A boa notícia é que estãocontinuando as negociações, e a mánotícia é que ainda não chegaram a umaconclusão", disse ele, acrescentando:"Existe muita tensão".Ele disse que a China ainda estava seopondo ao monitoramentointernacional das emissões de carbono eque esse era um dos problemas queestavam bloqueando as discussões.De acordo com o ministro Carlos Minc,"há uma base de acordo político" paraser debatida e aprovado um acordosobre reduzir as emissões de gases deefeito estufa em 80% até 2050, para aseconomias desenvolvidas. A média dereduções no período, incluindo os paísesem desenvolvimento, deve ser de 50%.O primeiro-ministro da China, WenJiabao, disse nesta sexta-deira que o paísleva "muito a sério" a mudança climáticae que, qualquer que seja o resultado dacúpula da ONU sobre a mudançaclimática, honrará as metas de reduçãonas emissões que fixou para si. O líderchinês também afirmou que, paracombater a mudança climática, acomunidade internacional precisa"reforçar a confiança, construir umconsenso e aumentar a cooperação".Wen foi o primeiro líder a discursar nacúpula na sexta-feira.O primeiro-ministro indiano, ManmohanSingh, afirmou neste último dia da COP-15, que o tempo restante eminsuficiente para se chegar a um acordoe pediu que a negociação sobre o climacontinue em 2010.Barack Obama, presidente dos EstadosUnidos, garantiu nesta sexta-feira (18)que os Estados Unidos vão contribuircom a diminuição das metas climáticasdefinidas em Copenhague e se esforçarpara obter os US$ 100 bilhões parafinanciar o fundo climático. "Não hámais tempo a perder em relação aoclima", disse ele em discurso realizadono último dia da Conferência dasNações.

Destaques do último diaDestaques do último dia

por ano até 2020 para ajudar países pobres a lidar comos impactos da mudança climática.O acordo diz que os países ricos devem juntos chegar aosUS$ 100 bilhões e que o dinheiro deve vir de fontesvariadas: "públicas e privadas, bilaterais e multilaterais,incluindo fontes alternativas de finanças".Um fundo verde para o clima também será estabelecidopelo acordo. Ele vai financiar projetos em países emdesenvolvimento relacionados a ações de mitigação(redução de emissões), adaptação, "construção decapacidade" e transferência de tecnologia.

As promessas dos países ricos passarão por um examedetalhado segundo a Convenção sobre MudançaClimática das Nações Unidas (UNFCCC, na sigla eminglês).

Transparência nas emissõesTransparência nas emissões

Ban Ki-moon, comemoroua aprovação, do acordo deefeito operacional imediato

Yvo de Boer ouve de repre-sentantes da Nicarágua,Venezuela, Cuba e outros,o não aprovamento do acordo

Maria Gutierrez,do secretariado daUNFCCC, e MarceloRocha, do Brasil,consultor da LULUCF

Secretário-geral daONU, Ban Ki-moon

Ban Ki-moon em consulta com Yvo de Boer,Lars Løkke Rasmussen e Richard Kinley

Luiz Machado, Vice-Presidente daAWG-LCA, Dilma Rousseff, e Lula

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Pelo acordo, países em desenvolvimento vão submeterpropostas para cortar emissões segundo um método"que garanta que a soberania nacional seja respeitada".

A implementação do acordo de Copenhague será revistaem 2015, cerca de um ano e meio após a próximaavaliação científica do clima global pelo IPCC, o PainelIntergovernamental para Mudanças Climáticas.No entanto, se em 2015 os participantes quiseremadotar uma nova meta, mais baixa, para o aumento datemperatura global, por exemplo 1,5ºC em vez de 2ºC, jáseria tarde demais.

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As negociações para

aperfeiçoamento e

revisão desse acordo/

tratado prosseguirão

em Bonn, Alemanha,

em Junho, e na

próxima conferência

climática, a COP 16,

na Cidade do México,

no final de 2010.

No Bella Center quase no final

Barack Obama:“Fizemos um avanço

significativo e semprecedentes emCopenhague ...”

Ministro Carlos Mincdurante coletiva na Cop 15

Durão Barroso:Este acordo é melhor

do que nenhum acordo

Sarkozy disse: A boa notíciaé que estão continuando as

negociações com muita tensão

Revisão de avançosRevisão de avanços

Ativistas cortaram os cabelos em protesto contra oaquecimento global. Chorando, com cartazes nas mãoscriticando a falta de um acordo para conter o avançonas emissões de gases de efeito estufa

A entidade Climate Justice Action (CJA), uma das principaisorganizadoras dos protestos mais espetaculares, destacou que,apesar da controvertida atuação policial, a cúpula de Copenhaguepermitiu reforçar o movimento internacional pela justiça climática

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trem simbólico saiu de Quioto em umaépica viagem de 9.288 quilômetrosdurante 3 semanas e meia, entre outrosao longo da rota trans-siberiano,

organizado pela Russian Railways (RZD), tendo

Copenhague – a Conferência das Nações Unidas para asAlterações Climáticas – COPP 15, o seu destino final. Aequipe levou uma mensagem especial da comunidadede transporte ferroviário: um documento deposicionamento global intitulado "Manter a MudançaClimática Soluções em Tema: O papel do transporteferroviário". Mais de 400 líderes empresariais,ambientalistas, jornalistas e negociadores de alteraçõesclimáticas, foram a bordo do Expresso do Clima, livre deCO2, para a conferência sobre mudança climática daONU em Copenhague.Eles foram hospedados por Jean-Pierre Loubinoux,diretor-geral da União Internacional dos Caminhos deFerro (UIC) e do promotor deste trem especial,juntamente com Achim Steiner, diretor executivo da

O Expressodo Clima

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Durante a viagem...de 9.288Km

No interior do Expresso do Clima

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Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente eJames P. Leape, diretor Geral do WWF. Os passageirostambém foram acompanhado por campeões do BritishCouncil Clima jovem de todos os cinco continentes emsua viagem à conferência de Copenhague.O objetivo da viagem foi apoiar e incentivar os decisoresa entregar um sucessor para o Protocolo de Kyoto, oprimeiro esforço internacional para reduzir as emissõesde gases com efeito de estufa. Sua finalidade é tambémpara enviar a mensagem de que a próxima geração deacordo sobre o clima e as suas políticas e procedimentosde apoio à necessidade de abordar as emissões dec r e s c i m e n t o d o s e t o r d o s t r a n s p o r t e s .Durante sua viagem a Copenhague via Colônia eHamburgo, os passageiros participaram de uma amplagama de atividades no Expresso do Clima, incluindodiscussões de alto nível com o objetivo de aumentar aconsciência da influência do sector dos transportessobre as alterações climáticas. Achim Steiner, JamesLeape e Pr. Jean-Pascal van Ypersele do PainelIntergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)também participaram de um painel de discussão sobre"Atualizar a Ciência do Clima: O que está em jogo?".A bordo do trem, as oficinas e mesas-redondas sobre osdiferentes aspectos da mobilidade sustentável e comoela pode ser abordada em um acordo pós-2012 foi umaoportunidade fundamental para os passageiros a bordo,para discutir as negociações sobre o clima decisivo pelafrente.A viagem foi uma viagem totalmente livre de emissõesde CO2, como a energia gasta para a locomotiva veminteiramente a partir de fontes renováveis de energia. Seo mesmo grupo de pessoas fossem de avião paraCopenhague, eles produziriam 115 kg de CO2 porpessoa.O clima Express foi recebido à chegada em Copenhaguepor Connie Hedegaard, o ministro da ONU sobreMudança Climática 2009 em Copenhague e Comissáriopara a Ação Climática, Søren Eriksen, CEO da empresadinamarquesa (DSB) e Kim Carstensen, Líder do WWFGlobal International Climate Initiative.

Os passageiros também foram acompanhado por campeões

do British Council Clima jovem de todos os cinco continentesem sua viagem à conferência de Copenhague

A esfera de prata People's Orb noinício de sua viagem a Copenhague

Este trem é um símbolo que ferroviárias podeser a espinha dorsal de transporte não poluentes,

disse o primeiro passageiro a sair do comboio,Jean-Pierre Loubinoux, diretor-geral da União

Internacional dos Caminhos de Ferro (UIC)

Bertrand Piccard, presidente do Solar Impulsee Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA,logo após seu lançamento da "People's Orb",a bordo do Expresso do Clima

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a reunião do Fórum de Governadores daAmazônia, em Copenhague, que reuniu umpúblico formado por organizações não-g o v e r n a m e n t a i s , i n v e s t i d o r e s e

observadores internacionais. Além de Ana Júlia,participaram do Fórum dos Governadores BinhoMarques (Acre), Waldez Góes (Amapá), Eduardo Braga(Amazonas), Blairo Maggi (MT e Carlos Gaguinho(Tocantins).Eles reforçaram a parceria que está selada com osestados da Califórnia, Illinois e Winsconsin e nasconversas coletivas e separadas que mantiveram com ogovernador Arnold Schwarzenegger sugeriram aelaboração de uma lei estadual que permita a criação deum fundo onde as empresas e organizações públicas e

privadas que queiram aportar recursospara a proteção da floresta, possam seutilizar desse mecanismo.Schwarzenegger gostou da sugestão eprometeu se empenhar pela criaçãodesse mecanismo, embora não tenhaentrado em detalhes técnicos e jurídicos,papel que caberá à sua equipe e aoslegisladores californianos. De toda forma,a idéia de criar acordos subnacionaispartiu dele e é de seu interesse que acooperação aconteça na prática.A governadora Ana Júlia, que estavaacompanhada do secretário de MeioAmbiente, Aníbal Picanço, se reuniureservadamente por três vezes com

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Fórum deGovernadoresdaem Copenhague

Amazônia

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Fotos David Alves/Ag Pa, Klauter Machado

No Fórum de Governadoresda Amazônia em Copenhague

Durante o Fórum

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Schwarzenegger quando discorreu sobre a importânciade financiamento para o reflorestamento, comoestratégia para manter a floresta conservada, em pé. Agovernadora enfatizou que sem incentivo econômico oplantio de florestas tende a ser demorado, o queaumentaria a pressão sobre os remanescentes florestais.Eduardo Braga expôs os projetos que o Amazonasdesenvolve na área de compensação ambiental.

Mostrou que o programa Bolsa Floresta – que remunerafamílias para evitar o desmatamento – é uma realidadee que o Estado está aberto a novas práticas quegarantam a preservação da floresta, mas também aqualidade de vida dos quem habitam o lugar.“Queremos as árvores de pé, sim, mas, principalmente,queremos qualidade de vida para nossos caboclos ecaboclas que estão no interior do Estado”, disse ogovernador do Amazonas.O governador do Amapá Waldez Góes, destacou aimportância da união dos governadores“Independentedos resultados finais da COP 15, estaremos sempreunidos pela Amazônia”. Segundo ele, se a devastaçãodas florestas é o quarto principal fator causador do efeitoestufa, é fundamental que sejam criados mecanismosque incentivem a conservação das florestas em pé. "O

mundo perdeu a oportunidade, em Kyoto, de incluir asflorestas nos meca- nismos de compensação. Nãopodemos repetir o mesmo erro agora, em Copenhagen",asseverouO fórum reúne governadores de estados detentores deflorestas tropicais. Na próxima reunião o Tocantins, queparticipou como observador, representado pelogovernador Carlos Gaguin, deverá se integrar ao grupo.

>> Os governadores da Amazônia entregaram uma carta a Schwarzenegger sugerindo que ele crie uma lei emseu estado instituindo a metodologia do pagamento pela Redução do Desmatamento e Degradação Evitados(REDD, na sigla em inglês), possibilitando empresas californianas, do Vale do Silício, como a Microsoft, ainvestirem e apoiar projetos de conservação da floresta. Schwarzenegger prometeu lutar pela ideia. Para agovernadora Ana Júlia, esse sinal de Schwarzenegger é um reconhecimento de que as relações subnacionais,construídas entre estados, estão fortalecidas e que as florestas são reconhecidas como um bem importantepara o mundo. A governadora esteve por duas vezes na Califórnia, no Fórum de Governadores e agora deverárecebê-los, como co-líder do grupo, assim como Eduardo Braga, no segundo semestre de 2010. "Estamostransformando em oportunidades o que antes era visto como adversidade, que é a utilização de formasustentável e com distribuição de riquezas dos nossos recursos naturais".

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, e agovernadora do Pará, Ana Júlia Carepa, assumiram apresidência do Governors' Climate and Forest Task Force- ForçaTarefa (GCF). Eles substituem o antigo presidenteArnold Schwarzenegger, governador da Califórnia,Estados Unidos, em Copenhague, na COP 15, no FórumMundial sobre o Clima.Schwarzenegger assumiu o compromisso de defender ainclusão do Redd no documento final da COP 15atribuindo valor econômico às florestas preservadas.“ORedd vai entrar, está decidido, mas hoje tivemos umrecuo no que diz respeito a florestas preservada. Então,queremos mais esta adesão à nossa luta ”, afirmouEduardo Braga. O governador do Amazonas, convidouSchwarzenegger para visitar o Amazonas e ele garantiuque até março estará em Manaus e em agosto no Pará.Braga e Ana Júlia Carepa ficam à frente da GCF de 1º dejaneiro a 31 de dezembro de 2010 e têm o compromissode executar o Plano de Ação Conjunta desenvolvidopelos estados e províncias membros do grupo eassegurar que as preocupações e questões envolvendocarbono florestal subnacional sejam representadas emesforços de políticas climáticas a níveis estaduais,nacionais e internacionais. Os dois dividirão apresidência e administração seis meses cada um.O CGF foi criado para implementar os termos doMemorando de Entendimento (MoU) estabelecido anoO Redd vai entrar, está decidido...

O governador do Amazonas convidouSchwarzenegger para visitar o Amazonas

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passado durante a 1ª Conferência de Governadoressobre Clima Global, assinado pelos estados brasileirosdo Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Acre e Pará, asprovíncias indonésias de Aceh e Papua e os estadosnorte-americanos da Califórnia, Illinois e Wisconsin,provendo a fundação para a futura cooperação emdiversos problemas relacionados a política climática,financiamento, troca de tecnologia e pesquisa.

À frente do CGF, o governador do Amazonas e agovernadora do Pará terão tarefas específicas a cumprir,como: identificar localidades para servirem de possíveissedes aos dois próximos encontros do GCF; desenvolverprodutos específicos de trabalho a serem completados

em 2010 para implementação do MoU e do Plano deAção Conjunta; identificar estados e provínciasadicionais que possam fazer parte do grupo; edesenvolver um orçamento e estratégia paralevantamento de fundos para conclusão dessasatividades.Os novos presidentes terão que manter coordenaçãocom os Estados do GCF através de reuniões periódicas edesenvolver, coordenar e liderar as duas reuniões daForça Tarefa em 2010 com os consultores do grupo.Também fica sob a responsabilidade de Braga e Carepa orecrutamento de membros para o GCF e a comunicação

do grupo com todos os que não façam parte da ForçaTarefa (ONGs, empresas, governos federais einternacionais, etc.) de forma coordenada entre todos osmembros, de modo a assegurar que haja um consensoem todas as medidas endossadas pelo GCF.A partir de agora os dois estados vão coordenar todas asatividades relacionadas ao Fórum, inclusive o encontroanual dos governadores, que por dois anos consecutivosfoi realizado em Los Angeles e que agora será sediadoem uma das duas capitais.

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O governador do Estadoamericano da Califórnia, ArnoldSchwarzenegger, vestindo umagravata verde para combinarcom as ambições climáticas daConferência de Copenhague, oastro de filmes violentos comoExterminador do Futuro ePredador mostrou descontraçãoe arrancou risadas da plateia emvárias ocasiões.Segundo ele, "os governos domundo não podem fazersozinhos o progresso que énecessário à mudança climáticaglobal". "Eles precisam da ajudade cidades, estados, províncias eregiões. Necessitam decorporações, ativistas, cientistase universidades", afirmou.

Tarefas

"Alguns podem dizer que Copenhague vai falhar se não houver um acordo poderoso. Mas essa conferência já éum sucesso. Kyoto – o protocolo, assinado em 1997, que põe sobre os países ricos a responsabilidade pelasemissões históricas de gases de efeito estufa, mudou a forma de pensar das pessoas. Vamos preservar Kyoto eaproveitar esse momento", afirmou Schwarzenegger. "A Califórnia tem a 17ª maior economia do mundo. Muitaspessoas vão até lá para saber o que estamos fazendo. Queremos transformar nossa matriz energética para que45% dela seja renovável em 10 anos." Schwarzenegger, diante de um auditório lotado, ainda encontrou climapara brincar ao final do discurso: "Eu voltarei", lembrando a célebre frase do personagem interpretado por eleno consagrado do filme "O Exterminador do Futuro".

Durante a reunião da ForcaTarefa dos Governadores sobre

Clima e Floresta

O governador da Califórnia, Arnold

Schwarzenegger, entre Eduardo Braga,governador do Amazonas, Ana Júlia Carepa,governadora do Pará, os novos dirigentesda Governors Climate and Forest Task Force

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m encontro reservado entre a governadora doPará, Ana Júlia Carepa, e o governador daCalifórnia, Arnold Schwarzenegger, ficouacertado que o governo do Pará vai se utilizar

de tecnologias já desenvolvidas pelo estado americanonos últimos oito anos, na área ambiental. A governadoraconvidou Schwarzenegger para visitar o Pará em agosto

de 2010 e o convite foi aceito de pronto.O encontro foi realizado durante recepção oferecida aogovernador californiano na embaixada dos EstadosUnidos na Dinamarca na noite de segunda-feira, 14. Agovernadora estava acompanhada do secretário de MeioAmbiente, Aníbal Picanço. A Califórnia se destaca por suaeconomia verde e lidera o debate em torno da questãoambiental. Schwarzenegger tem conseguido inclusiveinfluenciarogovernodeBarackObamanessetema.

Pará utilizará tecnologiaamericana para protegero meio ambiente

Pará utilizará tecnologiaamericana para protegero meio ambiente

por Ivonete Motta

EAna Julia Carepa participa de café da

manhã com Arnold Schwarzenegge

Fotos Peter Grigsby e David Alves/Ag Pa

Participando de reuniãocom o presidente Lula ecomitiva do Brasil emCopenhague

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m sua apresentação, a governadorademonstrou que a economia florestal é a saídapara compatibilizar a reserva legal já alterada.Ela destacou os esforços do governo na

estruturação de uma economia com regras ambientaisclaras e o uso da terra condizente com a premissa desustentabilidade.Para isso, relacionou algumas políticas que sua gestãoestá desenvolvendo, dentre elas a lei estadual daregularização fundiária, o Cadastro Ambiental Rural, oprograma de restauração florestal 1 Bilhão de Árvores

para a Amazônia, o ZoneamentoEcológico-Econômico, o Plano de

Prevenção, combate e alternativas aodesmatamento, o decreto que institui a

recomposição florestal e a Fórum Paraensede Mudanças Climáticas.

A governadora enfatizou que todo esse esforçovisa criar um ambiente propício, regulamentado

que transmita confiança e segurança jurídica aosi n ve s t i d o re s , e c o m i s s o s e p ro m o v a o

desenvolvimento de atividades rurais de formaduradoura.O Pará possui pelo menos 20 milhões de hectares deáreas abertas que podem receber essas atividades, sejapara o plantio de palmas, formação de pastagens,reflorestamento e produção alimentar em escala depequeno, médio e grande porte. "O desmatamento nãovai ser combatido apenas com comando e controle, sópoderá ser enfrentado com alternativas econômicas deprodução e é isso que estamos fazendo no Pará".A governadora voltou a cobrar dos países ricos queajudem a proteger as florestas tropicais do mundo. "Épreciso enxergar que na floresta vivem pessoas, quequerem ter qualidade de vida". Para isso, ela defendeu

mecanismos de pagamentos como a Redução porDesmatamento e Degradação Evitados (REDD) e aflexibilidade do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo(MDL) para financiar crédito de carbono do

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Visão e ação do Pará comoSoluções para Amazônia

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A governadora Ana Julia Carepa naapresentação: Visão e ação do Pará

como Soluções para Amazônia, juntocom a Fundação Roberto Marinho

e o Grupo Orsa

Fotos David Alves/Ag Pa

Arnold Schwarzenegger e agovernadora Ana Júlia Carepaconversam sobre o uso detecnologias para proteger omeio ambiente no Pará

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A apresentação de Sergio Amoroso do Grupo

Orsa, durante a apresentação Visão e ação doPará como Soluções para Amazônia

reflorestamento. "Os mecanismos para a conservaçãoda florestal tem que ser responsabilidade de todos",acentuou Ana Júlia.Segundo Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente "EsseFórum demonstra a unidade existente entre osgovernadores da Amazônia, que caminham juntosindependente da questão partidária", ressaltou Minc.Na quarta-feira,15, os governadores da Amazônia, maiso governador de São Paulo, José Serra, se reuniram comLula, a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef e oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para discutir aposição do Brasil em relação à conferência. Osgovernadores da Amazônia querem que o tema florestaseja abordado com mais ênfase.A reunião, fechada à imprensa, durou cerca de duashoras e ao final, a governadora falou com a imprensaquando reiterou que a liderança mundial do presidenteLula deverá influenciar no documento final e servirá debase para os compromissos futuros inclusive para a COP2016."O Brasil cumpre um papel importante no debate sobreas mudanças climáticas, um clamor do planeta, poisembora não necessite assumir compromissos com metade redução, se impôs metas ousadas, um exemplo a serseguido pelos países do Anexo I do Protocolo de Kioto",destacou Ana Júlia, referindo-se aos países queintegram uma lista com metas a cumprir.

Durante a apresentação

Ana Julia Carepa, Aníbal Picanço, secretáriode Estado de Meio Ambiente, e Mark Tercek,presidente Global da TNC, Mark Tercek, aposa reunião sobre as ações da TNC no Pará

A governadora se reuniu ainda com o presidente globalda The Nature Conservancy (TNC), Mark Tercek, comquem falou sobre as metas de redução de emissões degases causadores do efeito estufa, e das metas deredução do desmatamento do Pará, de 80% até 2020.Falou ainda sobre a importância da flexibilidade dametodologia do Mecanismo de DesenvolvimentoLimpo (MDL) a fim de que esse mecanismo possafinanciar o reflorestamento.A governadora lembrou a Tercek que todo esse esforço

de governo, para instituir a regularização ambiental efundiária e promover negócios sustentáveis tem umcusto e que é preciso apoio a projetos que resultem emgeração de benefícios para a população.Tercek disse que acompanha de perto as ações daTNC noPará e que a organização mantém um bom time naAmazônia. "Para nós, dar suporte à Amazônia é ajudar anós mesmos", ressaltouTercek.A TNC, que mantém sua sede na Amazônia em Belém,está desenvolvendo um projeto de Redução porDesmatamento e Degradação Evitados (REDD, na siglaem inglês), no município de São Félix do Xingu e acabade aprovar um projeto no Fundo Amazônia parafinanciar atividades relacionadas ao Cadastro AmbientalRural (CAR), mecanismo de regularização ambiental dapropriedade rural, implementado pelo governoestadual, por meio da Secretaria de Meio Ambiente(Sema).

Com a The NatureConservancy – TNC

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governador do Amazonas, Eduardo Braga,foi um dos expositores, do painel de VisãoGlobal sobre Florestas e MudançasClimáticas, evento paralelo a COP 15. Braga

falou como o Amazonas tem agido para preservar seusrecursos naturais utilizando de forma racional o que anatureza deu ao Estado e chamou atenção para anecessidade dos habitantes da floresta terem qualidadede vida para assegurar a preservação.“Uma mãe que vêseu filho passar fome não vai deixar de cortar umaárvore, então é preciso recompensar esta mulher peloserviço que ela presta: de guardiã da floresta “, disse ogovernador.Braga relatou os exemplos adotados no Estado como oZona Franca Verde que, ao fortalecer a economia dointerior com produção agrícola e estímulo ao comércio,afasta a ameaça de desmatamento; falou sobre oprograma Bolsa Floresta, que paga todos os meses R$ 50a famílias para manter a floresta de pé. E falou, ainda, doprojeto da Reserva de Desenvolvimento Sustentável doJuma, área onde famílias recebem o pagamento porserviços ambientais, para manter a floresta em pé.Presente ao mesmo evento, também como expositor, oministro inglês do Meio Ambiente, Hilary Benn, nãopoupou elogios às iniciativas do Amazonas na questãoda conservação ambiental, valorização econômica dafloresta em pé e preservação da qualidade de vida doshabitantes daquele meio.“O Amazonas está fazendo suatarefa ambiental, está de parabéns. Ao mesmo tempoem que desenvolve economicamente, preserva afloresta e diminui a pobreza, o que reduz odesmatamento”, afirmou Benn, durante o painel sobreVisão Global sobre Florestas e Mudanças Climáticas.O chefe do Instituto de Mudanças Climáticas e MeioAmbiente da Escola Econômica de Londres, NicholasStern, fez uma leitura sobre a questão econômicarelacionada a prestação de serviços ambientais muitoparecida com a do governador Eduardo Braga. ParaStern, é necessário uma ação integrada dos países domundo para conter o aquecimento global. E ele lembrouque tudo isso está diretamente ligada a contenção dapobreza. “O dinheiro deve estar onde estão as árvores,para que as pessoas que ali habitam tenham boascondições de vida e preservem o lugar”, disse.Braga diz a Lula que floresta é um ativo brasileiroDurante reunião dos governadores da Amazônia com opresidente da República, o governador do Amazonas,Eduardo Braga, afirmou a Lula que durante as

negociações finais na Conferência Mundial sobre oClima Global, a COP-15, a floresta precisa ser vista comoum ativo e o Brasil deve se posicionar como o país quepossui este bem, o que o diferencia do resto do mundo.“É hora de dar um passo à frente usando nossa florestacomo facilitador de acordos. O Brasil tomou decisãofirme: anunciou redução de desmatamento com metasdeterminadas, deu exemplo e pode pedir uma posiçãoclara”, entende Braga.Estavam presentes à reunião com Lula, a ministra daCasa Civil, Dilma Rousseff, o ministro do Meio Abiente,

Carlos Minc, a equipe de negociadores do Brasil na Cop eo governador de São Paulo, José Serra.Braga acredita ser possível sair com uma sinalizaçãopositiva quanto ao Redd - Redução de Emissões porDesmatamento e Degradação, mecanismo criado pararecompensar os países que abrigam florestas paraprotegê-las do desmatamento.“Sou otimista e confio naliderança do presidente Lula, neste momento em quecomeçam as discussões entre os chefes de estado, paracosturar algo que pode ter o desfecho na reunião doMéxico no ano que vem”, afirmou Braga.

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Eduardo Braga fez exposiçãoem Copenhague

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Fotos Klauter Machado Braga relatou os exemplosadotados no Estado comoo Zona Franca Verde

É hora de dar um passo àfrente usando nossa florestacomo facilitador de acordos

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Após a reunião com Lula, o governador do Amazonasparticipou de um encontro da Avoid DeforestationPartners (ADP), uma ONG norte-americana, que trata dedesmatamento evitado, em que foi discutido entre acomunidade empresar ia l e legis ladores asoportunidades quanto a criação de parcerias público-privadas no que se refere a Redd e a mudança deparadigma quanto a transferência de grandes doaçõesinternacionais para o estabelecimento de parcerias eprojetos.Estavam presentes no evento o presidente do BancoMundial, Robert Zoellick; o primeiro ministro daNoruega, Jens Stoltenberg; o presidente do WorldWildlife Fund (WWF), Carter Roberts; a ambientalistaprêmio Nobel da Paz, Wangari Maathai entre outrasautoridades. Braga falou sobre o papelpioneiro na proteção ambiental eoportunidades comerciais que visem aprevenção do desmatamento. Eledestacou que é importante preservar afloresta e também garantir vida dignaaos habitantes desta floresta. “Nóstemos no Amazonas experiênciaspositivas de preservação, diminuímos odesmatamento e reduzimos nossasemissões, mas precisamos de recursopara valorizar a floresta e investir empolít icas publicas para que as

populações que guardam esta florestas tenhammelhoria na qualidade vida”, ponderou o governador.Convidado a compor a mesa da plenária, o governadordo Amazonas, Eduardo Braga, observou que com o Reddassegurado será um novo tempo para o meio ambientebrasileiro e amazônico. “A grande mudança é que o queera passivo transformou-se em ativo e haverá, agora,estudos de mecanismos de compensação e formas deremunerar quem possui a floresta preservada. Esta éuma vitória importante para o Amazonas”, afirmouBraga.No mesmo horário em que Dilma, Minc e Braga estavamna plenária, o Amazonas mostrava, em um eventoparalelo, coordenador pela Fundação AmazonasSustentável (FAS) um exemplo prático de Redd: areserva do Juma, no interior do Estado, foi a primeira areceber recursos de uma rede internacional de hotéis,que paga para manter a floresta preservada.

Durante a mais importanteplenária brasileira da COP 15

ENCONTRODurante a mais importante plenáriabrasileira da Conferência Mundial sobreo Clima do Planeta, a COP-15, a chefa dadelegação brasileira, ministra da CasaCivil, Dilma Rousseff, e o ministro doMeio Ambiente, Carlos Minc,anunciaram que o Brasil já incluiu nodocumento final do evento a questão doRedd – Redução de Emissões porDesmatamento e Degradação,mecanismo criado para recompensar ospaíses que abrigam florestas paraprotegê-las do desmatamento.“Já deixamos claro que o Brasil não

assinará o documento final caso o Reddnão seja contemplado. A floresta é anossa causa e hoje somos ativos nesteprocesso, pela reserva florestal quetemos”, disse um confiante Minc,anunciando que o Governo Federalpossui projetos para trabalhar apreservação da floresta na regiãoAmazônica, como o incentivo a pesca.“Nossa idéia é ter pirarucu e tambaquisendo vendidos em vários locais doBrasil e, por meio de práticas comoessas, manter o índice dedesmatamento da Amazônia em baixa,como os que atingimos agora, o menorem 21 anos”, disse Minc.

Fórum Internacional do Meio Ambiente

O seu encontro com a naturezajá tem data marcada.

Olinda, 26 a 29 de maio de 2010.

www.conferenciadaterra.com

a conferência da

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rganizações da sociedade civillevantam suas vozes na Cúpula dosPovos do cl ima global emCopenhague, em evento paralelo àCOP15, para apoiar a negociação deum novo acordo climático globalque considera os interesses dasociedade civil global diversificada.

O ponto de partida do Klimaforum09 foi oreconhecimento de que não existe uma "soluçãotécnica" ou qualquer outra tecnologia de cromo se podenos levar para fora da crise do clima, seja ela nuclear, dosbicombustíveis, o armazenamento de CO2, etc Tais

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70 AMAZÔNIA| REVISTA

Fotos Klauter Machado soluções normalmente levam mais problemas doque resolvem. Uma transformação sustentável denossa sociedade exige e implica uma grandemobilização de toda a sociedade civil.Acima da exploração unilateral da natureza e daconfiança incondicional no crescimentoeconômico que caracteriza a comunidade globalde hoje, precisamos investir em uma interaçãomútua com a natureza e para reduzir o consumo.Ela exige uma nova maneira de pensar, novosvalores culturais e novas formas de organizar anossa sociedade.Com essa abordagem o Klimaforum09 promoveue debateu a autenticidade das soluções renováveise ambientalmente sustentáveis para as alteraçõesclimáticas. Isso significa que as soluções são:

1. prioritárias para a conservação de

energia e eficiência energética,

2. promover o uso do seguro, energia

limpa e renovável;

3. reduzir as emissões de gases de efeito

estufa e, portanto, não promover ou

perpetuar o uso de combustíveis

fósseis,

Klimaforum09vozes do povo

Naomi Klein noKlimaforum09

Na cerimônia de abertura

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4. com base em métodos atuais, modernos e

científicos de agricultura, com liga de

carbono no solo, reduzindo o uso de

fertilizantes e que não representam uma

ameaça para os ecossistemas, clima e

biodiversidade;

5. garantir uma exploração sustentável de um

acesso mais equitativo e justo aos recursos

daTerra e

6. Avaliação crítica de um foco cego no

crescimento do consumo, o que caracteriza

a comunidade global de hoje.Nosso desejo é que esse conjunto de princípios possamajudar a criar uma plataforma positiva para o debateconstrutivo/soluções e também ajudar a criar coesãonas conferências, workshops, exposições, etc.

VANDANA SHIVA NO KLIMAFORUM09:Uma das líderes do International Forum on

Globalization, ganhou o Right Livelihood Awardem 1993, considerado uma versão alternativado Prêmio Nobel da Paz, diretora da Research

Foundation for Science, Technology,and Ecology, em Nova Déli

VOZ DA SOCIEDADE CIVIL GLOBAL:Nnimmo Bassey, presidente da Friends ofthe Earth, um dos principais oradores doKlimaforum09

Durante o Klimaforum09

No encerramento os novos músicosda Klezmofobia e Mames Babegenush

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entenas de bandeiras de pano assinadas ecarimbadas são apoiadoras da campanhaestavam em Copenhague.Os banners forram as paredes de um labirinto

gigante erguido em Kongens Nytorv Square, no centroda cidade-sede da COP 15.Desde o lançamento da campanha liderada pelasNações Unidas no início deste ano, milhares de pessoas apartir de Banguecoque para Washington e de Camarõesà Vladivostok, no mundo todo, colocaram a suaassinatura para as bandeiras que fazem parte da Petição

Clima que pede aos governos paraselar um novo acordo climático emCopenhague.O Labirinto do Clima e seu Hard Rainacompanha a exposição fotográficafoi aberta oficialmente por KlausBondham, presidente da Câmarade Copenhague, para a técnica eMeio Ambiente, Achim Steiner,criador do projeto e diretorexecutivo do PNUMA,, e Hard Rain,Mark Edwards.«Se você assinou um banner de

pano e acrescentou a sua voz a esta campanha poderosa,agradecemos a sua preocupação e apoio", disse Steiner agrande multidão que se reuniram para o lançamento.As bandeiras foram enviadas para a Copenhague poruma combinação diversificada da comunidadeinternacional, interessada em levar a sua mensagemdireta a funcionários do governo que estão reunidos naCOP 15.

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Na audiência pública sobre os povos tradicionaisrealizada na ALEPA pelo Dep Airton Faleiro

Heather Allen, da Associação

Internacional de Transportes Públicos,admira o labirinto das assinaturas

Bandeiras assinadasna Petição do Clima

Mark Edwards criador do projeto Hard Rain,acompanhado por Fanina Kodre-Alexander eMarks Julie do PNUMA

Mensagem vermelha de alerta de ativistas,que aderiram à campanha em ação

Multidões se reúnem nolançamento de Hard Rain

Klaus Bondham Prefeito de Técnico e GestãoAmbiental de Copenhague e Achim Steiner,

Diretor Executivo do PNUMA, nolançamento de Hard Rain

Se você assinou uma bandeira de pano,as chances são de que você esteve emexposição em Copenhague

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pós intensos debates na Câmara dosDeputados e no Senado Federal, opresidente, Luiz Inácio Lula da Silva,sancionou, em junho de 2009, a Lei que

transformou a antiga Secretaria de Aqüicultura e Pesca(Seap) em Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA).Com a criação do Ministério, Altemir Gregolin, que já

atuava na Seapa desde novembro de 2004, tornou-seministro da Pesca e Aqüicultura. Segundo ele, o novoMinistério tem mais autonomia e recursos para odesenvolvimento do setor.Em busca de regulamentar a profissão dos pescadores eaquicultores, para que esses pudessem ser consideradosprodutores rurais, o presidente Lula também sancionouem junho, o Projeto da Lei da Pesca, que garante direitoao crédito rural com acesso a recursos mais baratos no

f i n a n c i a m e nto d a p ro d u ç ã o. Em p re s a s d ebeneficiamento, transformação e industrialização depescado também poderão se beneficiar dessas linhas decrédito, desde que, comprem a matéria primadiretamente dos pescadores ou de suas cooperativas.“As duas leis são extremamente importantes para o

desenvolvimento do setor, com avanços significativosque não estavam previstos na legislação anterior.Teremos agora mais autonomia e mais recursos parainvestirmos no aumento da produção e geração de

empregos”, afirmou o ministro da Aqüicultura e Pesca,Altemir Gregolin.

A Região Amazônica tem hoje, uma produção de 325 miltoneladas de peixe, com mais de 300 mil pescadores quevivem desta atividade. A pesca e a aquicultura na Regiãogerammovimentoseconômicosemtornode1,5bilhão.O Ministério da Pesca e Aqüicultura, tem construído umconjunto de políticas que tem por objetivo melhorar arenda dos pescadores. Uma delas é garantir opagamento do Seguro Defeso, que beneficia pescadoresde todos os estados brasileiros com um salário mínimopor mês, durante o período em que a pesca é proibida eque vai direto para o bolso do pescador. Mulheres quedesempenham atividades complementares à pescaartesanal, como consertar redes de pesca, por exemplo,também terá os mesmos direitos dos pescadores.Os investimentos por ano somam mais de 250 milhõespara o pagamento do Seguro Defeso. No ano de 2003para 2009, o número de pescadores que recebem obenefício subiu de 90 mil para 350 mil. Os investimentostambém tiveram aumento de 60 milhões para 550milhões.O Ministério criou linhas de Créditos e incluiu a pesca e aaqüicultura no Programa Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos, que éuma linha de crédito especial, com 10 anos para pagar,tem três anos de carência, apenas 2% de juros ao ano, ouseja, é subsidiado e o pescador pode ter acesso até R$100 mil.

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Ministro Altemir Gregolin dizque 2009 marca a história daPesca e Aqüicultura no Brasil

Ministro Altemir Gregolin dizque 2009 marca a história daPesca e Aqüicultura no Brasil

Fotos Eliseu Dias, Eunice Pinto/Ag Pa,Joaquim Souza e Samuel

A criação doMinistério da Pescaconsolidou avançossignificativos parao setor pesqueiro

ALTEMIR GREGOLIN,ministro da Pescae Aqüicultura

Situação da pesca na

Região Amazônica

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Muitos recursos foram investidos em infraestrutura,principalmente em fábricas de gelo, caminhões detransporte de pescado, caminhões frigoríficos, terminaispesqueiros e feiras de peixe. “Só este ano, nóscompramos 120 fábricas de gelo para o Norte. Foi amaior compra que nós fizemos desde 2003 e vamosfazer uma nova compra para o próximo ano”, informouAltemir Gregolin.Os caminhões facilitarão as vendas nos bairros e nascidades para a comercialização do pescado diretamentepara o consumidor. Estes investimentos eminfraestrutura melhoram as condições de desembarque,de processamento do pescado, de conservação, decomercialização e redução de custos para o pescador.Inclusive, para agregar valor ao pescado.Os investimentos em terminais pesqueiros na RegiãoNorte já beneficiaram vários estados e municípios daRegião, ente eles, Porto Velho-RO, Manaus-AM,Jacundá, Iotero no Pará, com dois terminais pronto parainaugurar, Cara Caraí-RR e Santana-AP. Também estãosendo licitados terminais pesqueiros para Belém.

Com a nova resolução da Lei da pesca o problema dacessão de águas da União foi resolvido, hoje, é possívelproduzir em reservatórios de hidrelétricas e na costamarítima. Isso dará um grande impulso na produção. Noentanto, foi lançado na Região o edital para selecionarfamílias no reservatório de Tucuruí. A expectativa, é quemais de duas mil famílias entrem no processo deprodução em tanques verdes, com uma renda de trêssalários mínimos por mês.Há outros seis reservatórios na Região que sãoprioridades e já estão sendo demarcados. Existe umconjunto de medidas criado pelo Ministério com umplano de desenvolvimento local da maricultura,demarcando áreas na costa do Pará, para produzir ostras,mariscos e desenvolver a piscicultura marinha.

O Plano Amazônia Sustentável de Aquicultura e Pesca foilançado este ano, em Belém do Pará, no Congresso dascidades Amazônicas. É o Plano 2009/2015, comprevisão de investimentos de recursos orçamentários de1,4 bilhões e mais 1,5 bilhões de recursos de linhas decrédito. O ministro disse que a intenção é aumentar aprodução de 325 mil toneladas de peixe para 780 miltoneladas. Ele considera a produção de pescado naRegião a melhor opção do ponto de vista de produção deproteína animal e argumenta que, ao invés de produzirboi na Região é melhor produzir peixe.“A Região tem a maior reserva de água doce do mundo,com espécies de rápido crescimento, como o pirarucu,que chega até 12 kg em um ano, o clima é favorável, arentabilidade é maior do que a produção bovina. Aprodução do tambaqui em tanques escavados, porexemplo, chega a ter uma rentabilidade pelo menos dezvezes maior por hectare do que a produção bovina, alémdisso, a marca Amazônia tem apelo de mercado,principalmente no mercado externo. Esta riqueza podeser produzida sem precisar destruir a floresta. Dentro de

Desde a criação do Ministério, houve umaumento significativo no orçamento para o

setor. Em 2003, o recurso era de 11 milhões, em2009, chegou a 464 milhões. De acordo com

Gregolin, a meta para 2010, é de superar os R$ 700milhões. “Isso é uma demonstração que, antes do

governo Lula, a pesca e aa q u i c u l t u r a n ã o e r a

prioridade e agora passou aser”, ressaltou.

Altemir Gregolinapreciando A Amazônia

Altemir Gregolin, ministro da Pesca e

Aqüicultura, durante o I Congresso dasCidades Amazônicas

Demandas de recursospara o setor

O Plano Amazônia Sustentável

de Aquicultura e Pesca

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uma estratégia de desenvolver de forma sustentável naRegião Amazônica, não há dúvidas que a produção dopescado é uma excelente alternativa, pois a atividadeestá diretamente relacionada à cultura da RegiãoAmazônica”, explicou.

Em 2009, a Comissão da Amazônia, Integração Nacionale de Desenvolvimento Regional foi palco de importantesdiscussões para o setor da pesca. Ela reuniu todos osestados da Amazônia Legal para debater questõesrelativas ao desenvolvimento sustentável na Região.Além de ter participado de importantes debates naComissão, Gregolin também participou do III SimpósioAmazônia, realizado no dia 7 de outubro, em Brasília.Segundo ele, a Comissão tem sido um espaçoprivilegiado para debater o desenvolvimentosustentável da Região Amazônica.

De acordo com o ministro, em 2010, o grande objetivo éconsolidar o Ministério da Pesca e Aquicultura e apolítica que está sendo desenvolvida. Ele disse ainda,

que o Ministério assumiu novas atribuições, além daampliação dos recursos, que facilitará ações. “O grandedesafio é inaugurar uma nova fase na área de gestão dosrecursos pesqueiros. Combinando ordenamento,fomento, fiscalização, monitoramento de estoques efazendo isso com a participação dos pescadores”,declarou.Pela confiança, participação e pelos trabalhos que foramdesenvolvidos Gregolin afirmou que 2009, ficará para ahistória da pesca e da aquicultura no Brasil. Isso porquemuitos resultados foram alcançados de forma conjuntae com a presença efetiva do Congresso Nacional.

O ministro da Pesca recebeu ainda no último dia 12 dedezembro, o título de cidadão paraense da AssembléiaLegislativa do Pará. A homenagem é justificada pelasiniciativas de Gregolin em prol do Pará. A proposta daconcessão do título foi do deputado estadual MiriquinhoBatista.

Durante a entrega de 41 caminhõesfrigoríficos e outros equipamentos paracolônias de pescadores artesanais,associações, cooperativas e prefeiturasmunicipais. Apoiarão a atividade de pescae aqüicultura em cerca de 60 municípios

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Inauguração da fábricade gelo, em Cametá

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m busca de soluções preventivas e de combateàs ações do efeito estufa sobre a atmosfera einteressados em combater o aquecimentoglobal, líderes mundiais reuniram-se em

Copenhagen, na Dinamarca, em dezembro de 2009,com o propósito de definir parâmetros e estratégias paraa elaboração de um novo documento sobre a emissão degases poluentes no planeta, em substituição aoProtocolo de Kyoto.No Brasil, a preocupação com a situação ambiental jáexiste desde 2003. Por esta razão, o Governo Federalpassou a criar propostas de políticas públicas específicas,mediante ações interministeriais, como a operação ArcoVerde Terra Legal, que cuida do bioma Amazônia,liderada pela ministra chefe da Casa Civil, DilmaRousseff.Com a crise do desmatamento e da ausência dezoneamento ecológico econômico, que envolve osestados que compõem a Amazônia Legal, o presidente

da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a MedidaProvisória nº 468/2009, que alterou todo o regime deposse de terra na região. “Se você é titulado, você é co-reponsabilizado. Pelo menos agora é possível identificarquem está desmatando”, declarou o secretário nacionalde Agricultura Familiar, Adoniram Sanches Peraci.Uma outra etapa dessas ações, depois da parte daorganização fundiária, emerge um novo padrão dedesenvolvimento sustentável na região, o qual englobaum conjunto de políticas públicas que fogem do padrãoclássico da cultura do centro sul do país - fazerdesmatamento para plantio de grãos como milho, arrozou soja – agregando valor e renda aos produtos nativosda floresta em favor de uma economia verde.Para Adoniram Sanches, a região é diferente e muitacoisa precisa ser feita. É necessário ter muita criatividadee paciência no sentido de primeiro conter odesmatamento e depois chamar os entes públicos paraque se encaixem nesta nova forma de política.

O Programa Nacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf) possui linhas de crédito específicaspara custeio, investimento e comercialização, dentre asquais destacamos o Pronaf Floresta, PronafAgroecologia, Pronaf Eco e o Pronaf Semiárido,destinadas à preservação do meio ambiente.Em junho de 2009, o Governo Federal publicou o Decretonº 6.882 e instituiu o Programa de DesenvolvimentoSustentável da Unidade de Produção Familiar - Pronaf

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Fortalecimentoeincentivoparaotrabalhadordafloresta

ECONOMIA VERDEECONOMIA VERDE

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Fotos Eduardo Aigner/Ascom/MDAe Ascom/MDA

C hirliana Souza{Por}

Adoniram Sanches Peraci,secretário nacional deAgricultura Familiar

Pronaf Sustentável e Pgpaf

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aplicável nas operações de custeio e investimento,variável conforme a unidade da federação.A intenção em fomentar o custeio de produtos como o

açaí, babaçú (amêndoa), borracha, pequi (fruto) ePiaçava (fibra), é estimular os agricultores a trabalharcom culturas que contribuam para o manejo florestal.

Para inovar e incentivar o trabalho dos povos indígenas,quilombolas, comunidades tradicionais e agricultoresfamiliares o Pronaf lançou o Plano Nacional deP r o m o ç ã o d a s C a d e i a s d e P r o d u t o s d aSociobiodiversidade.O plano tem por objetivo criar um comércio justo es o l i d á r i o, a g re g a r va l o r a o s p ro d u to s d asociobiodiversidade a serem comercializados econsolidar os mercados sustentáveis, além de evitar o

S u s te nt áve l , n o â m b i to d o M i n i s té r i o d oDesenvolvimento Agrário (MDA).Com enfoque na concessão de crédito rural, inicialmenteo Pronaf Sustentável atenderá a Amazônia Legal e seestenderá a todos os estados brasileiros. O Objetivo éatender as unidades familiares rurais de produção,planejar, orientar, coordenar e monitorar a implantaçãodos financiamentos de agricultores familiares eassentados da reforma agrária.

Esse decreto vem inspirado em um novo modelo definanciamento para a região e está em franco processode adaptação”, disse Sanches.Outro programa está sendo executado pelo Pronafem prol dos trabalhadores que exploram produtosda agricultura familiar: o Programa de Garantia dePreços para a Agricultura Familiar (PGPAF) e, tem,por objetivo, garantir a sustentação de preços,estimular a diversificação da produção agropecuáriae articular as diversas políticas de crédito e decomercialização agrícola.No PGPAF, o beneficiário passa a ter automaticamenteum valor de referência na assinatura do contrato com obanco, vinculando o valor financiado à produção, destaforma o produtor tem direito a um bônus de desconto

desflorestamento.A partir da matéria prima oriunda da floresta, váriosprodutos passaram a ser fabricados, como as famosasbiojóias e os saborosos frutos, tão resquisitados nocomércio nacional e internacional. “A procura dasociedade urbana por produtos dessa natureza cresceusignificativamente”, afirmou o secretário nacional deAgricultura Familiar.Para estimular este novo mercado, o Governo Federalautorizou a Companhia Nacional de Abastecimento(Conab) a comprar estes produtos de forma a atender àsnecessidades da sociedade rural e urbana.

Quando o nível de desmatamento começou a tomarproporções assustadoras, o Governo Federal tomoumedida para combater o comércio clandestino demadeiras na região e pôr fim a esta prática com aoperação Arco de Fogo, logo depois substituída pelaoperação Arco Verde Terra Legal. Esta iniciativainterministerial uniu atividades de prevenção e reduçãodo desmatamento em 43 dos municípios que compõema Amazônia Legal, responsáveis por mais de 55% dasderrubadas.A Rota Verde surgiu como uma resposta política a esta

operação, com o intuito de promover e sincronizar açõesentre os governos federal e estaduais voltadas pararegulamentação fundiária, ambiental e também àaplicação e regularização das ações de fomento àsatividades produtivas, cujo público-alvo são agricultoresfamiliares de até quatro módulos fiscais, regularizadospelo Programa Terra Legal do Ministério doDesenvolvimento Agrário (MDA) ou àqueles queaderiram ao Pronaf Sustentável.

No Brasil, o desenvolvimento tecnológico para a agriculturafoidirecionadoemconhecimentosapenasparaaculturadegrãos. Na atualidade, um dos maiores desafios enfrentadosnestafasededesenvolvimentosustentávelestánaausênciade referências tecnológicas que deem sustentação a essenovoconjuntodepolíticaspúblicas.Ainda há uma carência de estudos voltados para aregião, porém, trabalhos já foram iniciados pelaEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), a fim de elaborar uma pesquisa maisaprofundada com projetos cientificamente validados.“Apesar de toda a sua exuberância a floresta precisa decuidados”, ressaltou o secretário.

Estimular os agricultores a trabalharcom culturas que contribuam

para o manejo florestal

Pronaf e a Sociobiodiversidade

É necessário ter muitacriatividade e paciênciano sentido de primeiroconter o desmatamento

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resenciar a criação da Universidade Federaldo Oeste do Pará - Ufopa foi o coroamento deum ciclo de defesa, mobilização ereivindicação desta instituição. Lembro de

quando o presidente Lula se elegeu no primeiromandato e nós reunimos as lideranças do Partido dosTrabalhadores e dos movimentos populares da regiãooeste do Pará e fizemos uma pauta que foi levada aopresidente da república e lá estava entre os itenscolocados a pauta de criação de uma universidade nooeste do Pará. Entregamos esta pauta e ficou tão distanteo que nós estávamos pedindo das possibilidades. Mas opresidente Lula é uma pessoa que tem muitasensibilidade - é conhecido como o pai da educação nonosso país - e ele mesmo defendeu uma política deampliação das universidades no Brasil, batendo recorde,pois o último presidente que criou 10 universidades foiJuscelino Kubitschek e agora chegamos, com a Ufopa, a12 universidades e o objetivo é chegarmos ao númerode 14 até o final do segundo mandato do governo Lula,além da implantação dos institutos tecnológicos.Nós temos que entender o trabalho desenvolvido pelagovernadora Ana Julia junto ao presidente Lula e aoministro da Educação, Fernando Hadad, este comgrande desempenho neste processo. No ponto de vistapolítico faço minhas queixas: tem alguns políticos queestão querendo pegar carona nas políticas do governo

do PT, parlamentares que só porque exerceram algumafunção no Congresso agora querem passar para aopinião pública que são os criadores da universidade. Sefosse por isso nós tínhamos que dar crédito ao deputadofederal Zé Geraldo por ter sido o primeiro a apresentar oprojeto da universidade e ele mesmo sabe que umprojeto como este tem que ser de iniciativa do governo,mas fez para fomentar o debate e eu não o vejoreivindicando a paternidade desta universidadeenquanto que parlamentares do PSDB e do Democratasquando governaram o Estado não implantaram auniversidade e agora querem se colocar como pai daUfopa e é bom que se diga que se tiver algum pai dauniversidade, esse pai se chama presidente Luís InácioLula da Silva (PT). Um pai atento ao pedido de seus filhosque são as lideranças políticas e a sociedade do oeste doPará. Se a universidade tem mãe, ela se chamagovernadora Ana Julia Carepa (PT), que intercedeuincansavelmente pela implantação desta universidade.Diante disso, recomendo aos políticos da oposição quenão tentem ludibriar a opinião pública se colocandocomo os conquistadores da universidade. Quemconquistou a Ufpa foi o povo do Pará e no ponto de vistapolítico foi o governo do PT, do presidente Lula e dagovernadora Ana Julia e dos nossos partidos aliados.Faço este alerta porque vejo uma forma muito intensivade tentar convencer a opinião pública de que eles são osgrandes criadores desta universidade e iremos debaterisso e confio muito na inteligência da população para tera real visão dos fatos.Devo também ressaltar que o povo do oeste paraense

recebe com muita alegria e até mesmo perplexidade acriação da Ufopa, porque muitas pessoas nãoacreditavam que seria possível. A nossa Ufopa é umsonho que se realiza, que sai do papel para virar umapolítica pública. Muita gente não tem a dimensão doque representa esta universidade, mas vamos ter empleno funcionamento uma instituição com cerca de 10mil alunos matriculados. Vamos ter, além de Santarém,campus nos municípios de Itaituba, Monte Alegre,Alenquer, Óbidos, Oriximiná e Juruti e os municípios quenão tiverem campus serão atendidos com cursos e assimpor diante. Vamos ter em torno de 500 professores. Maso debate não é só de números, o debate é de conteúdo,esta é a primeira universidade criada no interior da

Amazônia, pois todas as outras estão nas capitais. Elaserá implantada em uma região que tem umapeculiaridade muito grande mas que, por outro lado,tem uma diversidade de recursos hídricos, com umterritório abundante já que mais de 70% da região é defloresta e já temos uma área alterada em pleno processoprodutivo. É uma região pesqueira, inclusive com apesca artesanal. Com uma produção mineral muitogrande tanto de garimpo como de outros minérios. Coma instalação de empresas para beneficiamento dessesrecursos minerais que temos. Com uma produçãoagropecuária importante e com um diferencial que é aárea de várzea com uma capacidade produtiva muitogrande, ainda não pesquisada suficientemente.Então eu vejo que esta nova universidade vai fazer muitomais do que capacitar pessoas. Esta universidade vaiorientar e intervir no processo produtivo da nossa regiãono âmbito sócio-cultural e teremos uma alteração amédio prazo muito grande na região a partir da vinda dedoutores, mestres e especialistas. Já teremos umaintervenção a partir dessas pessoas que vão receber essaformação quando se dedicarem a aplicar o ensinamentodentro do processo produtivo, social e econômico daregião, então é uma ação de muito impacto e não temcom não festejar. A Universidade Federal do Oeste doPará - Ufopa é a primeira universidade federal do interiorda Amazônia altamente moderna para apoiar odesenvolvimento sustentável da região. O Pará está deParabéns por mais esta conquista.

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Embora muitos queiram

pleitear estes louros,

presidente Lula e

governadora Ana Júlia

(PT) são os pais desta

criação histórica: a Ufopa

Nasce a primeira universidade federaldo interior da Amazônia para apoiaro desenvolvimento sustentável

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Aírton Faleiro{Por}

Aírton Faleiro ao lado da professora RaimundaMonteiro, vice-reitora da nova instituição, nacerimônia de sanção da UFOPA pelo vice-presidente José Alencar, com Fernando Haddad,ministro da educação, Ana Julia Carepanossa governadora ...

Aírton Faleiro ao lado da professora RaimundaMonteiro, vice-reitora da nova instituição, nacerimônia de sanção da UFOPA pelo vice-presidente José Alencar, com Fernando Haddad,ministro da educação, Ana Julia Carepanossa governadora ...

José Alencar, presidente da República emexercício, sancionou o Projeto de Lei que cria aUniversidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)

UFOPa em Santarém-Pá

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biodiversidade da região Amazônica é únicae uma das mais ricas do mundo. Estima-seem cerca de um milhão de espécies animais evegetais, o que representa a metade das

espécies registradas em todo o planeta. São cerca de2500 tipos de peixes, 2500 tipos de pássaros, 3500 tiposde árvores com mais de 30 cm de diâmetro. Estabiodiversidade constitui uma reserva estratégica para asobrevivência do ser humano.E um dos maiores desafios do governo Lula étransformar essa enorme riqueza natural da nossaregião em elementos que apontem desenvolvimento,não apenas desenvolvimento de empresas, mastambém voltado para o povo que habita a Amazônia.Nesse sentido, vem adotando políticas para o uso dafloresta, no entanto, combinando com a preservação.Uma prova disso foi o anúncio na COP 15, em dezembro,na Dinamarca, do menor desmatamento da Amazôniaem 21 anos, 7 mil km2 de área desmatada, um terço damédia dos últimos dez anos.Essa boa notícia juntamente com apresentação demetas de redução de emissões de 36% a 39% emrelação a 2020 colocou o Brasil numa posição deprotagonista na Conferência de Copenhague.A posição do Brasil foi decisiva para que outros países emdesenvolvimento assumissem metas, como a Coréia e aIndonésia, e ajudou o movimento mundial de repúdio àdeclaração conjunta da China e dos EUA de que não

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Meio Ambiente e Desenvolvimento

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Paulo Rocha{Por}

levariam metas para Copenhague.A resistência mundial ao naufrágio levou os EUA e aChina a apresentarem metas, ainda que tímidas, e trouxealento a Copenhague.A virada da posição do governo foi demanda dosambientalistas, da sociedade civil e de setores doempresariado; foi construída com especialistas das áreasambiental, de ciência e tecnologia, da Embrapa e daenergia renovável; estes demonstraram que a redução

de emissão seria obtida com crescimento da economia,aumento de produtividade e com criação de milhões deempregos verdes.Não temos dúvida de que essa queda no índice dedesmatamento da Amazônia é resultado de políticasespecíficas do setor, como o Mutirão ArcoVerde, MutirãoArcoVerdeTerra Legal, uma grande ação interministerialpara a preservação da Amazônia.O Mutirão concentra ações com atividades imediatas em43 municípios do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,Pará, Rondônia e Roraima, considerados prioritáriospara a prevenção e o controle do desmatamento. Nessesmunicípios se localizam 55% do desmatamento naAmazônia.O Mutirão combina acesso a direitos e cidadania paramilhares de brasileiros com ações de regularizaçãofundiária e combate à grilagem de terras na região.Até outubro de 2009, três caravanas do MutirãoArco Verde Terra Legal vão percorrer mais de 20mil quilômetros e mobilizar 300 agentes doGoverno Federal, dos Estados e dos Municípios.Os mutirões marcam o início do Terra LegalAmazônia, programa de regularização fundiária quebeneficiará cerca de 300 mil posseiros que ocupamterras federais não destinadas em 463 municípios dosnove estados da Amazônia Legal. A ação abrange umaárea potencial de 67,4 milhões de hectares.O compromisso do governo Lula com a biodiversidadeconta ainda com o incremento do etanol, do biodiesel,da retomada das hidrelétricas, o aumento daparticipação da energia eólica e da biomassa reduzirão ocarbono da matriz energética.A preocupação do governo Lula em relação ao meio

ambiente também inclui a afirmação de direitosindígenas fundamentais, que passa pela demarcação dasterras dos índios, a proteção do meio ambiente, dabiodiversidade brasileira e a integração da Amazônia a umprojetonacionaldedesenvolvimento.A questão ambiental não pode ser um entrave aodesenvolvimento. Ao contrário, tem que fazer parte dodesenvolvimentohumanoeeconômicodonossoEstado.

Paulo Rocha plantando mudano viveiro municipal de Portel

para abastecer projetos de manejo

(*) Deputado Federal, coordenador da bancada da

Região Amazônica e da bancada do Pará no Congresso

Programa de regularizaçãofundiária que beneficiará

cerca de 300 mil posseiros

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pós longa peregrinação por mais de quatrodécadas por este MundoVerde de Meu Deus,muito antes da pretensa integração daAmazônia, que seria, de acordo com as

autoridades ditas competentes, a salvação da mesma,com a ocupação da região por homens sem terra emterras sem homens (Presidente Médici).Nesse meu relacionamento com a região, a época já sefalava do mau uso do fogo, que se acreditava, apesar detudo, ser a melhor maneira de sobrevivência doslavradores e ribeirinhos, usados em praticamente todasas atividades.Em artigo publicado pela então Faculdade de CiênciasAgrárias do Pará, de autoria do Prof. Virgílio FerreiraLibonatti, faz brado de alerta sobre a agriculturatradicional dos colonos, quase sempre oriundos donordeste do país e de poucos parauaras de raiz. Oprofessor não deixou por menos e caracterizou essalavragem como itinerante, predatória e incendiária.Por outro lado, havia começado no Pará, a substituiçãoda ferrovia Belém-Bragança, pela malha rodoviária quefoi se expandindo rapidamente para outras regiões doEstado do Pará. Alguns futurólogos ou adivinhões deplantão já previam a construção das poderosas trans, acomeçar pelo Caminho das Onças, (Belém-Brasília)assim apelidada pelo Presidente Jânio Quadros, mesmoque isso custasse a devastação da floresta, o que vem seconcretizando rapidamente.Influenciados pela propaganda governamental,surgiram pequenos criadores, mostrando suapreferência em possuir pequenos lotes de gado, semimaginar que isso os tornaria predadores da floresta.O mesmo ocorreu na parte relativamente seca daAmazônia, com o plantio de malva, e de juta, na várzea,esta introduzida pelos japoneses.Como suporte para essas atividades e outras mais que

contribuíram para a expansão da fumaça, como a lenha,carvão, botar roçados, preparo da alimentação, e outrascomo a queima do lixo doméstico e urbano paraespantar pragas do inverno.O surto rodoviário, assim denominado pelo botânico doMuseu Paraense Emílio Goeldi, Paulo Cavalcante,contribuiu para o bamburro da queimação, agravadopela presença maciça de fazendeiros e madeireiros dosul e do sudeste, além das mineradoras multinacionais.Os pequenos garimpos nas beiras de barrancos dãotambém sua contribuição na produção de fogo e defumaça.Nos céus da região não escapavam, desde então, nemmesmo os aviões de grandes e pequenas linhas, poiscom o verão, como agora é freqüente, os pilotos tinhamque espichar a viagem por impossibilidade de aterrizar.Atualmente, os piromaníacos ou incendiários

patológicos passaram aqueimar tudo que podeser incinerado, quandoreivindicam qualquerdi re i to de que sejulgam merecedores,n ã o e s c a p a n d ot rap iches, pontes,ô n i b u s , l a n c h a s ,residências, prefeiturase distritos policiais,escolas, hospita is,delegacias, quartéis,postos de saúde e atéigrejas.

Como se vê o estigma do intitulado InfernoVerde está seconcretizando e o nosso ParaísoVerde ex-Maior Florestados Trópicos sofre as conseqüências dessa má palavra,que estimula todo tipo de devastador incendiário einclua-se o MST nisso.

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Amazônia. A maldiçãodo Inferno Verde

80| REVISTA AMAZÔNIA

C amillo Vianna{Por}

Ferrovia Belém-Bragança

Belém-Brasília, apelidada peloPresidente Jânio de “Caminho das Onças”

Pequenos garimpos ...dão também sua contribuição

na produção de fogo e de fumaça

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>Derretimento ártico

>Derretimento polar

>Derretimento nas alturas

O derretimento dasgeleiras do Ártico, quecobrem 15 milhões dekm2, começou. Issoa m e a ç a asobrevivência das espécies, como os ursos polares.Menos os raios solares são refletidos pelo gelo e mais oseu calor é absorvido pela água, o que acelera oderretimento. Pela primeira vez em 2008, a passagemdo Noroeste - ao longo da América - e a passagem doNordeste - ao longo da Rússia- ficaram sem gelo durantealgumas semanas durante o verão.

O derretimento das calotas polares, principalmente naGroenlândia e nocontinente antártico,c o n t r i b u i p a r a oaumento do nível dosoceanos. A diminuiçãoda calota antártica,antes limitada à parteocidental deste continente, atinge agora as regiõescosteiras de sua parte leste. O derretimento completodas geleiras da Groenlândia elevaria o nível dos maresem 7 m, a da calota antártica a mais de 70 m.

O derretimento dasgeleiras de altitude,principalmente as doHimalaia, ameaça oabastecimento de água

em inúmeras regiões (norte da Índia, China). As geleirasdos Andes tropicais perderam entre 30% e 100% de suasuperfície em 30 anos, a dos Pirineus podem todosdesaparecer até 2050. 85% da calota polar querecobriam o Kilimandjaro em 1912 já haviamdesaparecido em 2007.

A elevação do nível dosmares é mais rápidaque o previsto porqueo derretimento dascalotas polares não foilevado em conta noúltimo relatório doIPCC. Os especialistas da ONU haviam então calculadoque a alta atingiria de 18 a 59 cm até o fim do século. Aelevação pode ultrapassar 1 m, afirmam ainda osespecialistas em clima. Estados insulares, como asMaldivas, serão engolidos. Regiões costeiras muitodensamente povoadas (Bangladesh, Vietnã, Holanda) einúmeras megalópoles estão ameaçadas.

Os recifes de corais, que abrigam um terço das espéciesmarinhas do planeta, além de meio bilhão de pessoas, eprotegem as costas dos maremotos, estão ameaçadospela acidificação dos oceanos: uma leve queda do PH daágua provoca também uma menor fixação do cálciopelas conchas, que estão fragilizados.

>Elevação dos mares

>Recifes de corais

>Fenômenos meteorológicos

>Desmatamento de

florestas tropicais

>Desertificação

O s f e n ô m e n o sm e te o ro l ó g i co sextremos são maisnumerosos queantes. Haverá, semd ú v i d a , n o spróximos anos ed é c a d a s m a i sondas de calor extremo, inundações e secas nas zonasáridas.

O desmatamento de florestas tropicais, em primeirolugar da Amazônia, pode tirar sua capacidade de estocarcarbono. Atualmente, a Amazônia recicla a cada ano 66bilhões de t de CO2, ou seja, quase três vezes o queliberam os combustíveis fósseis do mundo.

A deser t i f i cação sei n t e n s i f i c a ,principalmente no Sahelou no norte da China. Olago Tchad perdeu 90%de sua superfície em 40anos, passando de 25 mil km2 a 2,5 mil km2. A seca dezonas úmidas já provocou um aumento de 20% do CO2que libera na atmosfera, segundo a ONG WetlandsInternational. Os principais países emissores sãoIndonésia, Rússia e China. A emissão do metano contidanos solos antes gelados em permanência do GrandeNorte e nos fundos marinhos (hidratos de metano)começou. O metano é um gás de efeito estufa 25 vezesmais forte que o CO2.

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Sinais de alerta doaquecimento globalSinais de do

aquecimento globalalerta

Fenômenos jáobserváveis e quedevem se agravarnos próximos anos:

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