amazonia sustentavel - resumo

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Universidade Federal do Pará - UFPA FAAD -Faculdade de Administração - Turma 2010 - NOTURNO Disciplina: Política e Desenvolvimento Regional (SE03011). Professor: José Prado de Souza (Prof. Adjunto IV da UFPA). Aluno: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - Matrícula 1xxxxxxxxxxxxxxxxx Resumo: Amazônia no âmbito das políticas públicas (Primeira Parte) - Págs. 7 - 73 COY, Martins; KOHLHEPP, Gerd. (Coords.). Amazônia Sustentável - Desenvolvimento sustentável entre políticas públicas, estratégias inovadoras e experiências locais - Rio de Janeiro : Ed. Garamond - Tubingen. Alemanha : Geographischen Instituts der Universitat Tubingen, 2005. 332 p.

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Page 1: Amazonia Sustentavel - Resumo

Universidade Federal do Pará - UFPA

FAAD -Faculdade de Administração - Turma 2010 - NOTURNO

Disciplina: Política e Desenvolvimento Regional (SE03011).

Professor: José Prado de Souza (Prof. Adjunto IV da UFPA).

Aluno: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - Matrícula 1xxxxxxxxxxxxxxxxx

Resumo: Amazônia no âmbito das políticas públicas (Primeira Parte) - Págs. 7 - 73

COY, Martins; KOHLHEPP, Gerd. (Coords.). Amazônia Sustentável - Desenvolvimento

sustentável entre políticas públicas, estratégias inovadoras e experiências locais - Rio de

Janeiro : Ed. Garamond - Tubingen. Alemanha : Geographischen Instituts der Universitat

Tubingen, 2005. 332 p.

BELÉM – PA19/03/2013

Page 2: Amazonia Sustentavel - Resumo

AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL - Desenvolvimento sustentável entre políticas públicas, estratégias inovadoras e experiências locais.

Introdução. (Martins COY, Gerd KOHLHEPP)

A Obra, cf. os Autores é fruto de pesquisa científica multidisciplinar da 'Rede Amazônia Sustentável - SUSAN (Sustainable amazonia)' formada por pesquisadores de Universidades do Brasil, sob o patrocínio da União Européia que se empenha em países membros do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais no Brasil (PPG7).

A SUSAN conta com parceiros como:

O Inst. De Geofísicas, Laboratórios de Gestão do Território - Dept. de Geografia, UFRJONG Amigos da Terra Amazônia Brasileira, em são Paulo;

O Inst. Latino americano de Investigaciones Sociales (Ildes) da Fundação Friedrich Ebert em La Paz, Bolívia;

O Grupo de Trabalho do professor Felipe Mansília, em La Paz Bolívia Depto. de Políticas Sociais, London school of Economics and Political Science, Reino Unido;Depto. De Geografia, École Normale Supérieure, Paris, França;

Centro de Pesquisas obre a América Latina - Inst. De Geografia, Universidade de Tubingen Alemanha, Coordenadora do Projeto.

O Objetivo é discutir e elaborar estratégias e instrumentos que contribuam com o Desenvolvimento Regional Sustentável da Amazônia, através de diálogos interdisciplinares das pesquisas, levando em conta os interesses e as necessidades regionais.

Em Belém-Pa houve 2 (dois) Workshops no ano2003 com participação de peritos das Ciências e representantes de grupos sociais de diversas sub-regiões da Amazônia em que foram levantadas análises in locuo.

A Rede (SUSAN) busca consolidar e ampliar relações entre Europa e América latina através de network de pesquisas, com vista ao alcance de efeitos sinérgicos para gerar resultados práticos.

O Autor afirma que nas últimas 3 décadas estrutura espacial geográfica da Amazônia se alterou devido à MIGRAÇÃO. E, embora transitória para muitos, ainda assim faz-se necessário implantar as condições necessárias para o Desenvolvimento Sustentável, usando as experiências negativas do passado. Esforços por parte de ONGs têm sido desmedidos para a implementação de conceitos. [condizentes ou coerentes].

'Querer-se-ia, pois, a proteção do meio ambiente e dos territórios indígenas e dar incentivo às iniciativas locais para assegurar fundamentos vitais da população regional'.

Os Programas do Estado, para o Autor, conflitam: exploração econômica [predatória]; e conceitos abrangentes para o desenvolvimento sustentável. As [sub] regiões sem políticas duradouras de desenvolvimento são as mais problemáticas na Amazônia.

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[Que dizer da política econômica de pecuária extensiva na Região?!] Desenvolvimento Sustentável refere especialmente à: áreas de pequenos colonos; latifúndios de pecuária extensiva; frente agrária da soja; concentração urbana (70%) [êxodo rural, fruto da mecanização no campo], criando diferenciação [contrastes: lugarejos em zonas rurais [geralmente de difícil acesso]; com as áreas urbanas [devido ao desenvolvimento demográfico desigual ou de 'formação megalópoles].

A SUSAN interage as análises dos problemas rurais e urbanos [na Região], a fim de traçar estratégias pra o desenvolvimento regional sustentável.

Nos wokshops de caráter científico no ano 2003, foram analisadas as conclusões empíricas; e comparadas, visando à aplicabilidade, interagindo cidade e campo, em vista ao Desenvolvimento sustentável. O projeto conta com a participação com poder de decisão local e regional; e de grupos de interesse [stakeholders].

"Dessa forma, os resultados da pesquisa científica foram colocadas à disposição das instituições de planejamento, a fim de despertar maior consciência para a relevância da política regional nas relações entre cidade e campo".

[O Problema que a consciência, está provado, só se desenvolve em quem há predisposição genética. Que não é caso dessa região]. O conceito de desenvolvimento rural e urbano com base na sustentabilidade teve obstáculos políticos, e de Financiamento. Assim o desenvolvimento teve que ser analisado por Setores (user groups), e o Projeto careceu de pesquisas adicionais comparativas entre o desenvolvimento dos setores urbano e regional e em diferentes partes da Amazônia.

Assim, foram destacados os seguintes pontos:

Transformação da estrutura regional de desenvolvimento urbano e regional e sua relação entre si;

Processos de desenvolvimento urbano como consequencia da interação rural-urbana;

Desenvolvimento rural em dependência do espaço urbano e periurbano;

Políticas Públicas, processos decisórios e planejamentos pra regiões urbanas e rurais;

Possibilidade de transferência de estratégias e políticas públicas entre os diferentes países amazônicos

"A análise das relações funcionais entre regiões rurais e urbanas e entre os atores do processo poderá definir e categorizar as interações socioeconômicas, espaciais e setoriais. Esta será a base para o conceito teórico das relações rurais-urbanas".

As relações (rurais-urbanas) deve ser, na íntegra, parte das estratégias que deverão ser adequadas para o desenvolvimento regional sustentável. Bem como, devem existir estratégias para eliminar obstáculos estruturais e políticos.

O Autor afirma que o trabalho da SUSAN deve ser entendido como medida paralela às demais pesquisas; e também estreitam relações entre a Europa e América Latina o sentido de implementar, em médio prazo, ações conjuntas em prol da Amazônia, usando estratégias que contemplem também o ponto de vista ecológico e social. Diferentes, portanto, dos modelos existentes de desenvolvimento sustentável que, por falta dessa abrangência, eram desastrosos à Região.

Finalizando a Introdução, o Autor apresenta a Obra dizendo:

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"A publicação Amazônia Sustentável apresenta, com uma série de contribuições, n a primeira parte, críticas, dúvidas, inovações e novas iniciativas quanto aos princípios para a sustentabilidade das políticas públicas. Na segunda parte, são analisados processos de desenvolvimento na Amazônia que oferecem as chances e os riscos da sustentabilidade conforme causas globais ou regionais, locais, diferentes...".

O enfoque é a Amazônia brasileira, mas há comparações com regiões amazônicas de países vizinho: Peru, Bolívia, e Colômbia.

Primeira parte

Amazônia no âmbito das políticas públicas

Amazônia: Perdida mo rumo da história (Lúcio Flávio Pinto)

O Autor começa falando da falha de imprensa que não consegue afinar o cidadão e a história. E a elite ainda vê o habitah amazônico como um provinciano. Aos 7 anos de idade já assistia a exaustão das minas brasileiras, como as jazidas de manganês que era embarcado em navios americanos. E achava ser o velho enclave colonial, que exaure as riquezas e deixa os ossos do banquete [no caso as minas inclusive esgotadas, e se vai]. Mas, não foi! O esgotamento do manganês pela exploradora Icomi (associação da Caemi e Bethelehem steel), não era [contrariando o que poderia parecer] o pior modelo desse colonialismo predatório, se comparado com a predação (exploração) das riquezas naturais atualmente! O Autor resgata a história, tomando como exemplo a ALBRÁS [Barcarena-PA] Fornecedora de 15% do alumínio japonês [exploração presente em nossos dias] o autor chega à conclusão que o discurso sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia está bem distante da prática!

O Autor relata [em tom dramático] que o que acontece ante aos nossos olhos [como o comércio criminoso dessas riquezas] não atingem a consciência do cidadão, vez que sua percepção está vazia [por falta de uma agenda que o conecte com os fatos].

"Realmente, a consciência social sobre agressões ecológicas, sobre relações de trocas desiguais, sobre a camuflagem do valor das mercadorias, estabelecido em mercados abertos ou fechados, tudo isso não está em consonância, não tem coerência com a realidade fática.

O Autor vê a Amazônia como um Complexo capítulo da história da humanidade. Embora seja tão simples referir (falar) no velho sistema colonial (o colonialismo). Mas os mecanismos do sistema é o que de mais sofisticado há na inteligência [humana]. Mas podem cometer erros historicamente trágicos como os projetos de produção de celulose no Vale do Jari implantados por Daniel Ludwig nas décadas de 1970 e 1980.

O Autor denuncia que nosso conhecimento sobre a Amazônia é superficial (visual, empírico, ou teoricamente elaborado) aquém da realidade. Pior agora que com a facilidade de editoração gráfica por que se tem o poder de fazer [o verde] a Amazônia mudar de matiz.

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O Autor vê a Amazônia subjugada a um processo irracional, talvez melhor entendido por escritores, poetas e romancistas; que [pelos que deveriam entender melhor dela] por sociólogos, antropólogos e geógrafos. Inclusive, diz o Autor: há momentos que a irracionalidade parece-se com um Behemonth, ou um Leviatã [ser citado em 3 Livros da Bíblia: Isaías, Salmos e Jó]. É autofágica, febril, delirante. É concebível que uma hidrelétrica orçada em 2 bilhões, sair por 10 bi; que só o valor de isenção de tarifas de Energia proporcione à exploradora do alumínio (ALBRÁS) uma nova Fábrica; que outro Estado manufature; e ainda, que já primeira fase do processo industrial, o preço do lingote quadriplique? Pondera o Autor!

O Autor considera a incoerência entre os valores investidos pelo PAS, a e ausência de desenvolvimento na região. Se são gastos 6 bilhões em um lugar e não aparece sinais de progresso, não haveria vida inteligente, nem vontade; g ente ou história nesse lugar.Só num lugar assim, se pode admitir que um projeto rentável (produção de alumínio) em 20 anos não devolva o subsídio (30%) de energia. Fato que, segundo o autor, atesta a impotência da Amazônia. Parte dos atores do processo; parte do Estado que não impõe poder.

O autor diz-se convicto de que não existe Estado nacional no Brasil. E a forma federativa reflete (decora) a Amazônia. A Organização jurídica torna-se um obstáculo para desfazer os efeitos do [pseudo] desenvolvimento gerador do subdesenvolvimento da região, e que contradiz o modelo de desenvolvimento preconizado em 1953, marco do início do mais antigo planejamento regional, até nossos dias.

O atlas do desenvolvimento elaborado pelo PNUD, Ipea e Fundação Joaquim Nabuco indica baixíssimo IDH que denuncia as duas realidades. O Investimento astronômico na Amazônia [pasmem] proporcionou um efeito adverso ou contrário: a Amazônia cresceu menos que o Brasil. Tendo renda per capita de quase metade da Nacional. Os números: 61% do território, 12 da população, e 6,5% do PIB. Distante, portanto da realidade demográfica. A Concentração na Região é maior que no Brasil.

A Amazônia, até então isolada até1970 não fazia parte da História do Brasil. Somente através das grandes rodovias começou a ligação física. Mas entra\mos atrasados na História brasileira. E A região continua sendo um 'apêndice' do Brasil. Essa falta de ligação ficou demonstrada, na época [década de 1930] e que a Armada inglesa recusou a proposta paras debelar a Revolta na Região. Segundo o Autor, o motivo ou falta de interesse era que não interessava ao Colonizador intervir diretamente, se podia explorar a Colônia usando o próprio Brasil.

Segundo o Autor, o episódio mostra que a defesa da Amazônia propalada pelo Governo do Brasil quanto à cobiça de estrangeiros trata-se, em verdade, de interesses mancomunados num interesse comum para ambos se aproveitarem da Região. Assim, a integração da Amazônia [seria apenas um 'teatro'] serve mesmo é de sangria de recursos naturais; com atividades [exploratórias] que concentram renda. Por isso a fronteira [amazônica cresce menos que o país Em 50 anos de desenvolvimento regional, apenas 2 Estados da região fazem parte do segundo Brasil. Mas todos são excluídos do Segundo Brasil.

Por 4 décadas, a expansão da Fronteira da Amazônia, da Integração ao Brasil seguia uma determinante [estranhamente, na prática] de que 'a floresta nada vale'

O Plano de Lula, de 2003, para mudar o sentido de desenvolvimento (desenvolver sustentavelmente com aproveitamento da floresta) intencionava substituir o modelo agrário pelo Modelo florestal, não surgiu efeito. O Homo florestal não veio; e persiste o homo agrícola. Um povo de desmatadores, lenhadores, segundo o Autor. Em 50 anos desmatou-se 17% da área (2x o Estado de S. Paulo), destruindo 1/3 das riquezas nacionais. O povo brasileiro foi o que mais desmatou a Amazônia.

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O Autor relembra o episódio protagonizado pela Wolkswagem, em 1976, em Santana do Araguaia, fotografado pelo Skykab que fotografou o ato incivilizado provocado pela civilizada Transnacional alemã, então Pecuarista na Amazônia. Um fracasso de empreendimento. Mas, por outro lado, um sucesso em 'séculos de retrocesso/anacronismo: primitivismo na modernidade!

Para o autor, a Amazônia continua sendo vítima da velha exploração colonial que se consolidaram e se tornaram sofisticadas. Por ex., a ALBRÁS, a 50 km de Belém-Pa, e maior Fábrica japonesa, a 15 mil km do Japão, adotou a forma [inusitada] da paridade cambial dupla que a favorece. Quando perde no Dólar, transforma em Iene, e vice-versa. Por ex., o custo financeiro dessa variação cambial em 1987 significou 4 vezes o valor do orçamento do Estado do Pará, somando gastos e investimentos.

O Autor relata que a Amazônia perdeu uma grande oportunidade porque desperdiçou o momento de entrar na divisão internacional do trabalho. O Japão fechou todas as suas Fábricas no auge da Guerra, e concentrou no Brasil.

Para o Autor faltou mobilização por parte dos intelectuais do Brasil. Faltou compreensão dos fatos que estavam ocorrendo bem diante dos nossos olhos. Fizemos o papel de meros expectadores da História.

As possibilidades vêm sempre. Em 2004, com a produção de cobre. Mas a sociedade fica de fora das oportunidades por que não as vê. Temos cobre, mas não há política pra o cobre. E o Brasil é um dos maiores importadores de cobre do mundo. As boas promessas presidenciais não surgem efeito. E a Amazônia serve par gerar divisas, e dólares para pagar a dívida pública. A retórica fica cada vez mais longe da realidade. Como ocorreu com a soja; com os minérios.

O Autor encerra o Capítulo relatando corrupção na construção de Tucuruí que, segundo entrevista com o Dr. Eliezer Batista, se não tivesse ocorrido não teria sido preciso subsidiar energia para o Pólo do alumínio em Belém e Maranhão. E, a questão não entrou em pauta em Brasília sob a alegação de 'decurso de prazo'.

Amazônia: nova geografia, nova política e nova escala de ação

(Bertha k. Cecker - pesquisadora)

A análise da Amazônia, pós anos 1960, mudada, varia de acordo com interesses; ou ignorado pela maioria dos brasileiros.

Os mitos, tanto os folclóricos, antigos, obsoletos; como também os recentes servem de obstáculos ao desenvolvimento.

A Amazônia foi ocupada por meio de surtos exploratórios internacionais. Primeiro Portugal com suas companhias de Comércio; depois ingleses; e finalmente EUA do progresso, mercantilismo a revolução industrial.

Nas 2 últimas décadas do séc. XX, as mudanças políticas e econômicas na Região foram drásticas: participação política da população; cooperação Financeira e tecnológica exterior ascendente, e Terceiro Setor emergente reduzindo a interferência do Estado.

A Autora defende esforço que desvende a complexidade do processo das mudanças e de ações políticas [necessárias].

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Ocupação do território e mudanças estruturais regionais e, fins do século XX

Segundo a Autora O Capítulo objetiva desvendar a realidade amazônica, através de análise reflexiva sobre pesquisas de campo sistemáticas sobre a ocupação da Amazônia entre 1960 e 1980. E aponta tendências da redefinição regional sobre uma nova geografia que supere a velha política ocupacional.

Projeto nacional e ocupação do território:

O projeto efetivo, de 1966 a 1985 foi um devassamento da região para atender a modernidade. A ocupação teve razões variadas. Internamente: absolver os expulsos do nordeste e do sul decorrente da modernização da agricultura; como medida preventiva de focos revolucionários [a ex. dos que ocorreu no vale do Araguaia]; Internacionalmente: evitar a invasão de vizinhos; e conter os apelos populacionais da Carretera Bolivariana marginal; e também a preocupação de vira a ser aprovada a proposta do Inst. Hudson de transformar a Amazônia em grande lago de escoação de riquezas. "Projeto este que não interessava ao Projeto Nacional - Becker, BERTHA K, 1982 e 1990".

Instituições foram transformadas para atender o Projeto Amazônia Moderna. P/ex.. O Banco da Borracha fez-se "Banco da Amazônia S/A" oferecendo Incentivos Fiscais e Crédito para o Desenvolvimento Regional. A SPVEA, em SUDAM; e em 1967 a Zona Franca de Manaus.

No Projeto, entre 1968 e 1974 - segundo Becker, 1990 - o Estado criou uma malha tecnopolítica: malha rodoviária; de Comunicações; [infraestrutura] urbana; efetivação da Política do Crédito e de Incentivos Fiscais; induziu a migração; mercado de trabalho regional; projetos de colonização; superposição de territórios federais sobre estaduais.

A primeira crise do petróleo, 1974, reduziu os Recursos Internos; e Projetos de Exportação de Recursos Naturais foram Financiados com Recursos Externos como em Tucuruí; minerais como em Carajás; que fizeram da Amazônia Fronteira de recursos nacional e mundial. Mas a segunda Crise do Petróleo escassearam os Recursos Externos, e o Modelo ruiu. O último desses grandes projetos foi o 'Calha Norte, em 1985. Período de intensos protestos [quem ainda não assistiu a esse filme? Em 'Belo Monte' essa velha película volta a rodar!] devidos danos ao Meio ambiente há muito conhecidos, conflitos da terra envolvendo índios, posseiros e fazendeiros; resistência a abertura de estradas; derribada/exploração de madeira; agropecuária extensiva. Frutos [amargos] dessa política de ocupação, a qual a desrespeitou a diversidade (micro-regiões) nos seus variados aspectos sociais e ecológicos; e tomou a Amazônia como um território isotrópico/homogêneo, trazendo destruição de espécies vivas; e de saberes construídos pela História [da Humanidade, em séculos]!

Mudanças estruturais:

O quadro seguinte demonstra as potencialidades da região pra o desenvolvimento:

Quadro 1

Mudanças estruturais

Principais impactos negativos

Novas realidades

1 - Conectividade - estrutura de articulação do território

- migração/imobilidade do trabalho- desflorestamento;- desrespeito às diferenças sociais e

- acréscimo e diversificação da população- casos da mobilidade ascendente;- acesso á informação - alianças parcerias - urbanização

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ecológicas2- industrialização - estrutura da economia

- grandes projetos - "economia de enclave-subsídio à grande empresa- desterritorialização e meio ambiente afetado (Tucuruí)

- urbanização e industrialização de Manaus, Belém, São Luis, Marabá-2ª no país/ valor total produção mineral- terceira no país/ valor total da produção de bens de consumo duráveis

3 - Urbanização - estrutura do povoamento

-inchação - problema ambiental-rede rural-urbana - sem presença da cidade: favelas- sobreurbganização - i.é sem base produtiva- arco desflorestamento e focos de calor

- redução da 1ª histórica de Belém-Manaus - nós das redes de circulação /informação - retenção da expansão sobre a floresta- mercado verde- Locus de acumulação interna, primeira vez na História recente- base de iniciativas políticas e de gestão ambiental

4 - Organização civil - estrutura da sociedade

- conflitos socioambientais conectividade + mobilidade + urbanização

- diversificação da estrutura social- formação de novas sociedades locais - sub-regiões- conscientização/aprendizado político- organização das demandas em projetos alternativos com alianças / parceiros externos- despertar da região/conquistas da cidadania

5 - malha socioambiental - estrutura de apropriação do território

- conflitos de terras e de territorialidade- conflitos ambientais

- formação de um valor tecno ecológico - demarcação de terras indígenas- multiplicação e consolidação de Unidades de Conservação (UCs)- Projetos de gestão ambiental Integrada (PGAIs) Estaduais; e de Demonstração (PD/A)- capacitação de quadros Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)

6 - Integração - estrutura do imaginário social

- conflitos / construções - Amazônia como uma Região do Brasil

1 - A Conectividade através de Rodovias, Telecomunicações permitiu a ligação da Amazônia ao Brasil, a que antes era um 'ilha' voltada' ao Exterior;

2 - A industrialização muda a estrutura econômica. A região Extrativista passa a deter o 2º lugar em produção de minério, e 3º em bens de consumo duráveis, como foco na ZFM.

3 - Com o Povoamento a Amazônia passa ao status de Floresta Urbanizada, atingindo em com 61% em1996; e 69,07% da população vivendo nas cidades. Em verdade grande parte morando em 'favelões' na periferia que se mobiliza em tarefas urbanas e rurais.

Segundo a Autora, mesmo que essa urbanização tenha impactos negativos, é um mercado de trabalho alternativo - a até significar forma de evitar desflorestamento; e um mercado interno com produtos da floresta sem valor para exportação. Fato novo - verificado pela primeira vez - que em períodos de escassez de dinheiro público, se transformam em focos de acumulação interna de capital e de investimentos nesses núcleos urbanos. Outra mudança ocorre na concentração populacional. Cidades de 20, 50 e ate 100 mil habitantes cresceram relativamente mais que as grandes metrópoles. Em especial a menores, de 20 mil habitantes propensas à formação de Municípios, ofuscando a hegemonia histórica de Manaus e Belém com concentração maior às margens das Rodovias, em especial no arco

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que contorna a hiléia, separadas por extensões de florestas com baixa densidade demográfica.

4 - Mudança na estrutura na sociedade, a mais importante, verificada pela organização da sociedade civil e consciência da cidadania, modelado/aprendido pelo doloroso processo advindo de mobilidades e de conflitos (sociais, ambientais) que afirmaram grupos sociais tradicionais, segmentos capitalista, pequenos produtores, e comerciantes que antes não existia.

A diversificação da estrutura social, a conscientização e o aprendizado proporcionaram à população melhor organização e capacidade de reivindicação de melhorias à Região de forma mais eficiente. Criar parcerias e alianças antes impossíveis sem as redes de telecomunicações dos núcleos urbanos.

5 - A malha socioambiental criou nova estrutura da apropriação do território. Gerou conflitos da terra; e da territorialidade, p/ex. dos indígenas; e de seringueiros; e pressões de ambientalistas.

6 - Por fim, A Amazônia firma-se como Região do país.

A transição para o novo rumo.

Dois processos opostos: o 'Calha Norte' em 1985 foi o ano que marcou fim do Modelo intervencionista de Vargas na Economia e no Território. Criação do Conselho Nacional dos Seringueiros com o Movimento de autóctones e migrantes contra a expropriação da terra. Crise do Estado, resistência social; e pressão ambientalista internacional e nacional configuraram a Amazônia como uma Fronteira Socioambiental, de 1985 a1996 com a bandeira do desenvolvimento tecnoecológico, entendido como resultado da coalescência de múltiplos projetos. (Pag. 29)

Os conflitos das décadas de 70 e 80 geraram projetos conservacionistas referentes a experimentos associados à biodiversidade, territorialidades resistentes á expropriação elaborados das camadas baixas, garças ao apoio de igrejas ONGs, Partidos, Governos. Os experimentos se desenvolvem em ecossistemas, com populações e etnias e/ou área geográfica diferentes, estrutura socioeconômica e política, técnicas e parcerias diversas (Becker, 1997 s 2001a). A estratégia básica desses grupos é utilizar as redes de comunicação para interagir com atores em várias escalas. Por ex., o Banco mundial, o G7, e o Governo do Brasil, tendo início com Programa Piloto para Prot4eção de Florestas Brasileiras (PP-G7) e depois com o Ministério do Meio ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e da usa Secretaria de Coordenação dos Assuntos que implementa política regional focada a um novo padrão de desenvolvimento sustentável.

No entanto esse vetor tem impedimentos para sua efetivação plena, p/exs.: a carência gerencial de acessibilidade e competitividade que dificulta a inserção nos mercados;e a característica pontual que impede alcançar atuação em escala que atenda toda a vasta região. Obstáculos que se mostraram mais a partir de 1996, com a nova fase do processo de ocupação com a retomada do planejamento territorial da União, tendente [já crônico] modelo tecnoindustrial formado por Bancos, segmentos de governos estaduais, federais e das Forças Armadas preocupadas com a soberania da região.

O Programa Brasil Ação de 1996 com a agenda de Integração nacional e desenvolvimento ampliado como o Avança Brasil, 199 a2003 marca a trajetória regional. Já em 1996 o modelo tecnoecológico propõe o Projeto dos Corredores Ecológicos o Conservacionista dentro do PP-G7, grandes extensões formadas por um mosaico de unidades de conservação de terras indígenas, reservas e floretas privadas. Corredores de transportes e de conservação em 1996 consolidaram políticas conflitantes que expressaram a nova posição da Amazônia no processo de globalização.

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Nova Geografia Amazônica.

O esgotamento do modelo nacional-desenvolvimentista, mudanças estruturais, a globalização, e também a organização da sociedade civil mudaram a Amazônia e o país. E com a dificuldade para se estabelecer uma nova diretriz de ação, em parte devido a concepções distorcidas da realidade regional que necessitam de urgente superação, cf. propostas a seguir:

A nova geografia amazônica [mudança de conceitos /imagens da Região]:

A primeira proposta reflete sobre as ovas tendências regionais, nacionais, e globais reforçaram a diversidade da região criando uma nova geografia que exige políticas públicas urgentes. Na década de 1990 processo de povoamento e o uso da terra sofreu inovações.

Referente ao povoamento: a) densidade urbana crescente [de 61% em 1996] com 69,07% em 2000/ b) redução da imigração; e aumento da migração interregiões formando 3 corredores de ocupação: a) Rodovia Cuiabá-Santarém, estrada Porto Velho - Manaus e seguindo até a Venezuela, e do Baixo-amazonas para o Amapá; c) descentralização da Administração com novos Municípios.

Ao lado dou uso tradicional; surgem novos padrões. O sistema de agropecuária expansionista, exploração de madeira, derribada (desflorestamento) agora ocorrendo em áreas povoadas; e a expansão ao longo dos corredores;

Outras inovações se verificaram. A agroindústria de grãos, em especial a soja. Em Marabá, avanço nas técnicas de pecuária. E o eco negócio concebido de que melhorando o nível de vida da população o Meio tem mais chances de preservação. Seringueiros, índios e pequenos produtores buscam Certificar seus produtos. E os lucros do uso conservacionista do Capital Natural despertam a atenção de Investidores, p/exs; a madeira certificada produzida com manejo da floresta, técnicas do açaí, ecoturismo.

Esses novos padrões trazem força ao Movimento pelo Mercado (Crédito/débito) de Carbono, replantio das florestas a mais rentável das atividades econômicas regionais, mas que sofre restrições políticas por força do controle do território.

Esses processos demonstram que: "A Amazônia não é mais apenas a grande fronteira nacional de expansão econômica e demográfica" que chegou ser alcunha de 'arco do fogo' ou "arco do desflorestamento". Embora persistam focos mais devido à dinâmica de micro-regiões. P/ex., o dinamismo econômico do sudeste e sul do Pará, Tocantins, Mato grosso e Rondônia mostram que são 'imagens do passado'.

[referente à imagem de 'região das queimadas] A Autora acha absurda designação de 'arco do fogo do desflorestamento' atribuída a MT, com maior produção de soja do Estado e do Mundo; e também ao Pará sendo que nesse Estado se desenvolve pecuária melhorada.

Em definitivo, diz a Autora, A Amazônia deixou de ser uma fronteira, para ser uma área de povoamento consolidado.

[referente à imagem de 'Amazônia Legal] O conceito se altera com a nova geopolítica que apaga o modelo antigo (que não Integrava a Amazônia nem socioeconômica, nem ecológica, nem no contexto econômico da Nação). Embora ainda paire interesses de manter a Amazônia Legal no modelo caduco que distorceu concepções e práticas de políticas de desenvolvimento real.

É possível detectar 3 microrregiões na Amazônia - vide mapa na pág. 34:

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Da política de ocupação á de consolidação do desenvolvimento.

Segundo a Autora, há políticas paralelas conflitantes por causa do desconhecimento da nova geografia regional.

A política para a região, além de produtividade, acentua-se sobre a consolidação do povoamento e desenvolvimento. Ainda que todas as Microrregiões enfatizem o ecoturismo; há particularidades decorrentes do histórico (cultura, política, processo de ocupação) de cada uma. P/exs.: os Estados de MT, TO, e Áreas do Pará, Maranhão, Rondônia e Roraima têm modelo de ocupação agropecuária extensiva; contrastando com o Amazonas com ocupação pontual (localizada) concentrada no pólo da ZF Fomentado por altos Investimentos e alta tecnologia.

Segundo a Autora, o território está ocupado. A questão é de políticas regionais que promovam a manutenção do povo do e no seu Ambiente [seu habitah] consolidando o povoamento e para que esses povos alcancem o desenvolvimento almejado com sustentabilidade. Embora haja uma variabilidade de conceitos a este respeito.

[Mas] Na aurora do milênio o conceito de desenvolvimento entrou em sinergia com novas tendências nacionais e globais.

Contrapondo-se ao desenvolvimento a qualquer custo [a la CQC], a política preservacionista formou estoques de Capital Natural como: a) Unidade de Conservação e Terras indígenas; com 30% do território amazônico; b) A Cooperação internacional, inclusive com ajuda Financeira através de ONGs, Bancos, Agências de Desenvolvimento, organizações religiosas, perfazendo uma 'agenda assimétrica'; c) atenção aos grupos sociais excluídos através de novas políticas de uso/ocupação da terra co o as Florestas Extrativistas (Resex)e projetos para produção agrossilvicultural.

Hoje, o uso dessas reservas de Capital, com ênfase ao formado pela vertente preservacionista tende a se tornar mercantil. Ainda que intangíveis/fictícios [como é 'ar (Carbono)] esses bens ganharam valor mercados reais a partir de fóruns mundiais como o de Kioto; e a Convenção sobre diversidade Biológica objetivando superar questões de propriedade intelectual; e sobre o controle do uso da água no planeta. Esta considerada o 'ouro azul' do séc. XXI. Além do uso de fármacos, extratos, cosméticos e de alimentos protéicos não de origem animal, como a soja [base para suprir a proteína da carne, p/ex.].

[Outros como] Poços de carbono, em áreas algures ou através da aquisição de áreas da floresta; Certificado pra produção de madeiras pelas técnicas de manejo; eco negócios por grandes empresas que ganharam o espaço deixado pelo relaxamento do Banco Mundial na Gestão do PP-G7. E, concomitantemente crescem os Investimentos de empresas multinacionais no agronegócio (soja) principalmente no Estado MT.

Sem prescindir da inclusão social - através da geração de emprego - e da preservação do Meio Ambiente, faz-se necessário políticas que Fomentem aumento da Produção, da produtividade e da Integração [fluidez das Riquezas] do território [da Amazônia ao país] para melhor Circulação, Comunicação e Energia.

Nesse contexto, um confronto gigantesco [para conciliar Desenvolvimento e Preservação] se configura dois (2) tipos de uso da terra, tomando como base a forma de produção em dois tipos de ecossistemas distintos: um de uso natural; e um de uso potencial futuro.

O primeiro, com uso atual do cerrado para a expansão por meio de grandes conglomerados internacionais (Bunge, Cargill, ADM; e também de Nacionais como o Grupo maggi. São empresas com logística poderosa que reduzem custos de exportação.

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O segundo aponta um futuro para os ecossistemas amazônicos florestais com baixa densidade populacional - com exceção de enclaves empresariais; cidades - que se utilizam economia extrativista e/ou pequena produção agrícola.

Essas populações não possuem tecnologia; e nem sabem o potencial econômico. Assim, segundo a Autora, esses ecossistemas precisam ser vistos dentro da escala da Amazônia sul-americana, e demandam um modelo de uso capaz de gerar riqueza e emprego e/ou trabalho sem agredir a floresta, o que somente poderá ocorrer com a introdução de novas tecnologias.

O cinturão soja/boi revigora a floresta móvel, atuando em três (3) frentes:

Desflorestamento a partir do sudeste do Pará rumo à 'Terra do Meio', Norte do MT para a Rodovia Cuiabá-Santarém; e sul do Amazonas, fluindo para Rondônia. Essas frentes ameaçam as áreas protegidas, e proporcionam conflitos um desafio para

A administração desses 2 (dois) modelos de uso da terra - o atual e o futuro - desafiam o governo federal. Ambos são essenciais à economia e á sociedade, mas geram conflitos de governabilidade sobre a região quanto á soberania nacional.

Mas isso não justifica a falta de políticas para o modelo; e a opção pelo modelo usual [comum] de expansão das frentes agropecuárias. Até porque o Brasil já tem amargas experiências com as monoculturas de exportação dependentes de oscilações dos mercados internacionais, [curiosamente, como num pesadelo, o gira tempo girou e a soja lembra o velho café].

Depreendendo-se dos processos utilizados no Brasil, há 2 realidades a observar:

a) o modelo ambientalistas/preservacionista de desenvolvimento regional esgotou-se; e b) existe um desafio de encontrar um modelo que contemple inclusão social, preservação, e crescimento econômico, com o papel central da ciência e da tecnologia.

Políticas públicas atuais:

É consenso que as políticas públicas pouco articuladas não atendem a um projeto nacional que incluam a Amazônia.

Mas, na complexidade contextual presente é possível identificar um projeto que contemple:

a) Quanto à Política Externa: inserção competitiva no cenário econômico e político global em que o equilíbrio das Finanças do Governo posa permitir Investimentos necessários. Prioridade às Exportações. E, na política Externa integre o Brasil no Continente expandindo a Economia e posição política;

b) Internamente: dê ênfase ao social, gerando emprego, trabalho e renda; e preservação ambiental e regionalização de políticas.

O novo significado do patrimônio natural amazônico para o desenvolvimento regional

A Amazônia hoje é uma questão nacional. Seu patrimônio até então inadequadamente utilizado desafia a ciência nacional e mundial, com forte pressão para o Brasil 'aderir' ao Norte.

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Segundo a Autora, as políticas atuais à região voltam a se compatibilizar o crescimento econômico com a inserção social e a conservação ambiental. E, para tanto, precisam conciliar conflitos que obstruem as ações, geram o atraso, e clima de desobediência civil

Os Planos formulados para a Amazônia são diversos:

a) O Plano Plurianual (PPA)- é o núcleo que rege os demais planos em âmbito nacional e regional, que contém boas proposições, como a ênfase nas Exportações; Regionalização de políticas e Programas; mas também contradições inconciliáveis, p/exs.: promover o crescimento econômico, emprego e renda com base na dinamização do consumo de massa; mas, ao mesmo refere à elevação de Investimentos, e a produtividade e reduzir a vulnerabilidade externa, o que significa redução de empregos.

b) O Plano Amazônia Sustentável - (PAS) - [A autora refere que foi concluído em 2003 e aquele ano aguardava...]. é um avanço na política para a Região, com diretrizes gerais de ação, e princípios de GTIs (Grupos de Trabalhos Internacionais) para a Ação política na Região. Tem base no princípio a transversalidade, e insere a variável ambiental nas políticas setoriais. Visa compartilhar crescimento econômico, conservação ambiental e inclusão social. Tem como meta uma Amazônia modernizada e ambientalmente protegida, deixando para trás o ideal preservacionista. A Novidade, é que o PAS estabelece ligação da Ciência e da Tecnologia como os Recursos naturais para uma nova inserção no mercado e geração de renda.

O PAS possui 5 (cinco) eixos: 1) produção sustentável com tecnologia inovadora e competitividade; 2) inclusão social; 3) gestão ambiental e ordenamento do território; 4) intra-estrutura para o desenvolvimento; 5) novo padrão de financiamento. E ainda possui estratégia espacial com base na regionalização. Porém seu ponto frágil é que gera conflitos debates e resistências entre desenvolvimentistas e ambientalistas parceiros dos produtores familiares.

c) O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento - Grupo de trabalho Interministerial e ajustado ao PAS, já em andamento. Objetivo geral de reduzir o desmatamento na Amazônia, através de ações integradas: de ordenamento territorial e fundiário; monitoramento e controle; fomento e a atividades produtivas sustentáveis e infra-estrutura com parceria com o governo, sociedade civil e setor privado. Especificamente: procura reduzir queimadas, a grilagem de terras públicas e a exploração de madeira ilegal; induzir práticas produtivas sustentáveis.

d) O Plano BR-163 Sustentável - efetivado sob conflitos entre ambientalistas e desenvolvimentistas, é emblemático par Amazônia. Os conflitos levaram o Governo Federal a entender que as expropriações de terras e desflorestamentos eram resultado de erro no planejamento da estrada; não propriamente da abertura da estrada. E estabeleceu medidas prévias fundiárias, consultas à sociedade e audiências públicas. A grilagem de terras com uso de tecnologia de satélite inclusive, madeireiras, agressão de fazendeiros são obstáculos desse Programa

e) A Política Nacional de Desenvolvimento regional, ajustado ao PAS, é digna de consideração. Preconiza que as políticas para a Região devem partir da visão (Programas) Nacional que deve identificar a mesorregião e formular planejamento específico, dentro dos princípios gerais [para o país]. A Autora acha isso positivo considerando que a Amazônia, por questões históricas, geográficas e culturais permitem demandas [locais], parcerias diversas; e pulverização dos recursos. E a presença do Estado é bem vinda nessa região.

A sintonia com novos Conceitos regionais, nacionais e globais tendem a valorizar o patrimônio natural amazônico e também um apelo urgente para atender as demandas sociais e a inserção da Amazônia na economia global (competitividade). Porém, para que

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isso passe da postura de trivialidade, é necessário superar a dicotomia desenvolvimento/preservação ambiental. Assim, surgem 3 estratégias prováveis:

a) o fortalecimento institucional;

b) a estratégia espacial, através da regionalização, com ajustes aos princípios das políticas públicas às diferenciações internas para atendê-las melhor, e com eficiência no uso dos recursos. Sem esquecer que regionalização significa ver a Amazônia em escala sul-americana, visando a cooperação no uso de recursos e da garantia da soberania.

c) O uso do conhecimento científico-tecnológico e a inovação como fundamento de um novo modo de uso do território que não agrida/destrua a flores, que atribua [a floresta] valor de mercado a altura (para competir) com as commodities e com a exploração de madeira convencional [geralmente isto significa 'exploração ilegal]. O uso da biodiversidade é a mais é inadiável. E, em vista ao imperativo da inclusão social - não simplesmente a competitividade global - , a tecnologia não necessariamente deve ser 'de ponta'. Mas considerar níveis, da sofisticada a simples técnica.

O Brasil com seus trunfos em revolução tecnológica (petróleo em águas profundas; a EMBRAER; o biocombustível; correção do solo do Cerrado para produzir soja), pode achar uma solução definitiva para os ecossistemas amazônicos.

Integração da Amazônia sul-americana

Ademais à integração continental da Amazônia - pelos motivos acima referidos - há ponderações [interessantes] sobre os Estados amazônicos, p/exs.:

a) Considerando a escala das riquezas (Capital natural) que detêm, podem desenvolver-se a partir do uso adequado; e também utilizar esse trunfo como 'poder de barganha' no cenário econômico e político. A regulação dos mercados do ar, a vida, da água é uma exigência [Internacional] que deve ser em conjunto por todos os países amazônicos;

b) Devido às constantes dificuldades que há nas nações sul-americanas, o Brasil pode tomar a liderança nesse contexto do desenvolvimento na Região do Planeta.

A Amazônia brasileira constitui um 'forte (resistência)' contra a instalação de base militar em território nacional sul-americano. Nessa região as pressões da globalização vêm em forma de tecnologia, Ciência, e poder Financeiro, seja através de projetos bilaterais, ou de redes-locais globais nem sempre identificadas. Às vezes essa cooperação se mostra excessiva; mas é bom ressaltar os esforços do Ministério da Ciência e da Tecnologia na Região. Sem esquecer que, nas condições do Mundo atual, não é sensato prescindir da cooperação internacional. Ou, se estabelecidas condições adequadas, essa ajuda pode ser um instrumento na integração regional podendo também eliminar a cooperação assimétrica. O TCA (Tratado de Cooperação Amazônica) em sua nova versão pode ser instrumento tanto para a resistência [contra a instalação de bases militares] e também de Integração.

Mas, afinal, uma Proposta de Integração e como levá-la a efeito?

Trata-se de uma reflexão de alerta, com múltiplas questões, algumas das quais podem ser lembradas, como:

a) A passagem da cooperação para a integração envolve o reconhecimento e a compatibilização das diferenças, atribuindo especial importância ao papel da negociação. Sendo que a integração não torna homogênea, nem rouba a identidade. Mas, sinergia. Os

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8 (oito) Estados participantes do TCA são muito desiguais, tanto em extensão, em papel econômico e geopolítico, e em sua presença nos organismos multilaterais, exigindo grande sensibilidade para lidar com essas diferenças;

b) A proposta de integração física (Infraestrutura do IIRSA, 2002) para gerar sinergia econômica e melhor qualidade de vida pode ser discutíviel;

Segundo a Autora, não o modelo de integração dos anos 70 (rodovias extensas, indução a imigração, e subsídios ao capital) - utilizado em variadas escalas em todos os 8 países - deve ser descartado.

Sendo o Capital Natural base para a competitividade regional, este deve ser utilizado de modo conservacionista. E com políticas que internalize seus benefícios pra as populações locais, para evitar o risco da governabilidade.

Ao que indica, as tecnologias avançadas terão papel dominante na integração física dos 8 países, envolvendo redes de pesquisa; as técnicas menos impactantes - de telecomunicações, de energia, de circulação fluvial com equipamento moderno. De circulação aérea -, o planejamento inte4grado da água e dos eixos transfronteiriços: a biotecnologia, para aproveitamento imediato da biodiversidade.

Para a internalização do desenvolvimento em nível local (Brasil), as experiências mostram que: a definição de uma base econômica competitiva em relação ao narcotráfico, envolvendo agregação de valor aos recursos naturais locais; a utilização dos equipamentos territoriais existentes, constituídos pelas redes de circulação e comunicação que convergem nos núcleos urbanos; o fortalecimento das economias solidárias de fronteira, em que cidades gêmeas e fluxos transfronteiriços representam embriões de integração a serem reforçados e convenientemente geridos.

A Amazônia "sustentável" de Marina e Lula.

Neli Aparecida de Mello: Pesquisador de desenvolvimento sustentável da UnB (CDS-UnB, e da URM Territoires et Mondialisation dans le pays du sud (IRD-ENS)

,Richard Pasquis: Pesquisador do Centre de Cooperation Intrenacionale de Recherche Agronomique pour le Délevoppement (Cirad), pesquisador associado e professor visitante do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB (CDS-UnB).

Hervé Théry: Pesquisador do Centre Nacional de la Reserche Scientifique (CNRS), diretor da UMR Territoires et Mondialisation dans le pays du Sud, em missão no Brasil com apoio de IRD no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS-UnB)

Há mais de meio século as políticas dirigidas impuseram consequências ao Ambiente amazônico. Somente depois da Rio 92 a questão ambiental começou a ser considerada ao lado de fatores econômicos, sociais e políticos dentro do paradigma do desenvolvimento sustentável. Embora o objetivo principal da ocupação tenha sido cumprido.

Após 8 anos dos Investimentos de FHC na Amazônia que trouxe crescimento e infra-estrutura, o Governo Lula implantou o PAS que proporcionou caráter mais social ao desenvolvimento nacional direcionado à inclusão social e redução da fome.

Após as eleições [2002] surge a liderança de Lula importante nas negociações em acordos comerciais Regionais. O Tratado de Cooperação Amazônica em fins de 2002 confirma a liderança brasileira na Região; e ao mesmo tempo despertou outras Amazônias.

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A redemocratização do país e a organização da sociedade facilitaram os processos decisórios. E a redução da intervenção do Estado propiciou a participação do capital privado nos Planos Plurianuais (PPA's) a partir de 1995. Com novos atores (setor privado, governos e sociedade civil) as visões sobre a Região são diversas.

A Amazônia tem recebido atenção específica de sucessivos Ministérios do Meio ambiente, sendo que a Secretaria da Amazônia é a única regional, e 4 secretarias específicas (qualidade de vida, e assentamentos humanos, florestas e biodiversidade, desenvolvimento sustentável e recursos hídricos). E no fim mo mandado de FHC foi sugerido um Ministério Estratégico da Amazônia (Pasquis et tal., 2003).

Com Lula, a política ambiental tem 4 conceitos fundamentais: transversalidade, controle social, desenvolvimento sustentável e consolidação do setor. Pontos estes que cuja discussão exige a participação da sociedade e negociação conjunta com todos os atores para estabelecer uma política de Estado; e não simplesmente setorial.

A Amazônia foi reconhecida em suas diversidades naturais, e econômicas, sociais e culturais com a à "agenda positiva" para a Amazônia criada pelo Ministério do Meio Ambiente em 1999, e o PAS que possibilitam negociação entre os dois níveis de poder Federal

Em contraponto, a definição administrativa da Amazônia mostra-se questionável. Fato evidenciado no encontro dos Estados da região para elaborar o PAS e propor o PPA 204-2007 em que alguns Estados não se fizeram presentes. O consenso foi somente quanto á preservação das florestas, embora ainda com fronteiro aberta - talvez a última - e, portanto, com futuro incerto.

Uma nova política amazônica?

Na campanha eleitoral de Lula as propostas eram de investimentos públicos para um processo global de ordenamento do território e coordenação setorial. Mudanças no direcionamento das Políticas de Incentivo da União, Estados, e Municípios com destaque para os alvarás de mineração. Por ex., as diretrizes do FNO eram ainda de1953! -; novas tecnologias na construção de centrais hidrelétricas que não agridam demais o Meio com a construção de grandes barragens, supondo que projetos como Belo Monte, Santa Isabel e São Luis sofrerão alteração/revisão. O PPA anterior [ao governo de Lula] parou devido a protestos socioambientais, que exigem que projetos futuros sejam sustentáveis.

Foi notável o esforço conjunto das Instituições [que as políticas para a Amazônia tenham uma visão global; não setorial]. Por ex., fato que chamou a atenção d Diretor da Usaid, quando em 2003 tanto o Ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, quanto à do Meio Ambiente Marina Silva estavam juntos no encontro anual de apresentação do PAS elaborado por esforço interministerial coordenado pelo MI; mas a secretaria executiva ME, unindo temas integradores de vários Ministérios como 'luta contra a fome, ajuda à agricultura familiar', deixando no passado a abordagem setorial.

[seguindo a nova visão de políticas integradoras] o Ministério do Planejamento e da Fazenda anunciaram que o PPA 2004 - 2007 teria objetivos sociais, além dos econômicos. E a Comissão da Amazônia e de Desenvolvimento da Câmara de Deputados apresentou proposta urgente para Integração dos Programas do Ministério da Defesa, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da Integração Nacional (MI). Sendo que o MMA e o MI elaboraram estratégia conjunta (de 11 Ministérios) de integração das economias regionais, de ordenamento do território de defesa civil, de construção de infra-estruturas e de realização de investimentos em regiões transfronteiriços.

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Por sua vez o Ministério da Defesa - além do seu papel inerente - contribui também com a implantação de unidades de desenvolvimento econômico e social, direcionadas aos indígenas e comunidades pobres. E, também, embora negociação difícil, outros setores concordaram com o desenvolvimento do setor agroexportador, tão importante para o PIB.

Lula propôs novo modelo Institucional que anula a dispersão, a desconexão e os conflitos entre diferenças políticas, em que o ator principal nos Investimentos do Governo é a população [como catalisadora do poder político] para desenvolver a Região, com respeito ao Meio ambiente e inclusão social. Tendo o conhecimento da população como base; o habitante local como o capital principal acima a sua atividade produtiva. Para isso, redirecionou linhas de financiamento das Agências de Desenvolvimento, inclusive da ADA (ex-SUDAM) para a sustentabilidade, valorização da produção familiar, apoio à diversificação; à modernização e à comercialização dos produtos dos sistemas agroflorestais incentivando utilização múltipla da floresta

Amazônia sustentável, uma ideia viável

Amazônia sustentável arremete ao antigo debate ente conservação e desenvolvimento. Passar do circulo vicioso, para o círculo virtuoso é o grande desafio do Ministério do Meio Ambiente.

O Programa de Desenvolvimento sustentável para a Amazônia (PAS) - Um Acordo assinado em mai/2003 entre o Governo Federal e Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, e Pará.

O quadro a seguir mostra as iniciativas de ambos os Governos (FHC e Lula)

Estados FHC (1995 - 2002) Lula (2003...)Acre Governo da Floresta (1999 - 2002) Governo da FlorestaAmazonas Desenvolvimento Econômico (ZFM) Exploração sustentável das riquezas

naturais do EstadoAmapá Plano de desenvolvimento

Sustentável (PDSA)Développement économique (arrivé du soja?)

Mato Grosso Controle ambiental Desenvolvimento Econômico (era da soja)

Maranhão Desenvolvimento agrícola (grãos) Desenvolvimento agrícola (grãosPará Desenvolvimento sem destruir Crescimento econômico e

exportaçõesRondônia Desenvolvimento agrícola "Agenda Verde"Roraima Projeto Grão Norte Projeto Grão NorteTocantins Desenvolvimento agrícola

energéticoDesenvolvimento agrícola energético

Principal Objetivo do PAS é orientar os créditos públicos e privados, em especial do BNDES e das Agências de Desenvolvimento Regional , Superintendência da ZFM (SUFRAMA) e da ADA.

Esse Programa possui cinco (5) eixos: 1)Produção sustentável fundada em tecnologia; 2) novo modelo de financiamento; 3) gestão ambiental direcionada ao ordenamento do território; 4) inclusão social e cidadania; e 5) infra-estrutura pra desenvolvimento.

O Documento de 203 (Amazônia sustentável) modifica a concepção de que o ambiente seria o obstáculo ao desenvolvimento do país; e considera-o como elemento fundamental no processo de produção e garantidor da qualidade dos produtos. Agora, é atribuído ao ambiente o mesmo nível de importância da inclusão social para a superação de

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desigualdades regionais. Para Marina Silva, então Ministra do Meio ambiente, o problema está na forma e no método de utilização do Meio.

[Enfim] A Amazônia teria papel preponderante no desenvolvimento do país, do ponto de vista do seu potencial de recursos naturais (minerais, agropastoris, florestais) capacidade produtiva de suas populações, e da utilidade ambiental que a região possui ao país e ao planeta. Orientação esta seguida na elaboração do PAS, até então não consonante com o PPA. Os debates, paralelos, foram prejudicados (2004-2007) devido ao curto espaço de tempo, e os 'caminhos' diferentes. O PPA, sob a coordenação do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), de caráter programático; e o PAS, consulta à popular.

A Produção sustentável: "Somos um pais florestal, e não agrícola (Mary alegretti) -

A frase mostra-se 'paradoxal'. Mas a fórmula de Mary Alegretti - à sua época, Secretária da Amazônia revela a valorização dos recursos naturais amazônicos. Essa declaração foi no ano 2003, reflexo do maior grau desflorestamento (25.500Km2) ocorrido no ano 2002, época de grande ênfase na luta do então Ministro José Sarney Filho contra o desmatamento.

Entre o combate entre quem preconiza o crescimento econômico [da Região] para honrar compromissos financeiros perante o Capital Internacional; e a então Ministra Marina Silva, Lula se posiciona em favor da preservação, tendendo aos apelos do social:

"Existem ainda algumas pessoas, algumas por ignorância, outras por má fé, que crêem que os defensores do ambiente são contra o desenvolvimento. Como se o desenvolvimento significasse a destruição da natureza. É plenamente possível instaurar uma boa política de desenvolvimento sem destruir a natureza".

[Lula] falando nesse tom, além de exigir atenuações semânticas da sua então Ministra, se pronunciava acerca do que chamava "o movimento conservacionista que prejudicou investimentos na Amazônia". E [aquela Ministra] garantia que todas as propostas do governo para a Amazônia exigem também a preservação da floresta, e afirmava:

"Os Investimentos realizar-se-ão tendo em conta as questões ambientais e a legislação. Será um processo virtuoso, do qual todos serão vencedores".

[Mas] Segundo a Autora, a concepção daquela então Ministra que parece querer conciliar viabilidade ambiental, rentabilidade econômica e equidade social, isso não quer dizer que esse princípio sirva para outros setores, como por ex. o setor Agroexportador, o qual se movimenta pela legalização dos ONGs, onde parece se evidenciar mais uma luta pelo poder que propriamente pelos lucros, considerando que a soja natural (produzida no MT) é mais lucrativa que a transgênica, objetivo - aparente - desse embates.

Para o Governo, a natureza é umbilicalmente ligada ao povo. Equilíbrio ambiental e miséria são incompatíveis. Ou, a preservação da natureza é parte inerente à condição de vida da sociedade.

A prioridade é melhora a vida dos mais desfavorecidos. Promovendo um ambiente solidário, sem destruição, e sem concentração de riqueza. A Amazônia precisa ser vista com a mesma importância que o Nordeste do Brasil.

Segundo o conceito de Sachs 'civilização de biomassa' Produções sustentáveis e alternativas econômicas sustentáveis necessitam de uma 4º revolução científica para utilizar a biodiversidade e conhecimento local que modernize os setores econômicos tradicionais, e crie setores modernos como o turismo sustentável, biotecnologia e remunere serviços ambientais. Modernização esta que exige maneiras efetivar investimentos

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simultâneos em tecnologias avançada e de recursos humanos, pesquisas científicas e assistência técnica; na extensão agrícola e na ação coordenada entre instrumentos econômicos e níveis de governos.

O Governo [Lula] montou um Programa universitário através do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia, discutível, na opinião de muitos.

O desafio de vencer a exploração de madeireiras ilegais que já representava 80% da produção nacional. [Na tentativa de enlevar um bom presságio de vitória] A então Ministra (Marina Silva), acreana, observa que o nome 'Silva' que significa Floresta é comum no Nome dos Membros do Governo envolvidos nessa luta. O prognóstico era que em 2004 faltaria madeira no mercado interno. O que justifica a ênfase na silvicultura e reflorestamento no seu Mandato.

A Discussão sobre o Código Florestal propondo 80% de reserva legal nas propriedades, bem como a tratamento de áreas degradadas marcou fim do governo FHC, em 2002.

A nova norma de financiamento: poucos sinais convincentes.

Reorientação [no Governo Lula] para recursos do Fundo de Investimento da Amazônia (Finan), do FNO, do BB S/A e CEF; Bancos comerciais; da Cooperação Internacional pra setores estratégicos, tanto econômicos quanto social.

Mas estratégias não são suficientes. Os investimentos devem tirar da marginalidade setores que sem sequer tiveram oportunidades de apresenta projetos.

Os Recursos desses Fundos concentravam no MT e MA. E até 2004 o discurso de desconcentração ainda em 2004 não havia sinais de vontade efetiva do Governo,

Em nov/2003 divulgava-se que o PAS (2004-2007) sofreria alterações depois dos reflexos da Conferência Nacional do Meio Ambiente sob influência do Grupo Interministerial de Luta contra o Desmatamento. Mas, até então persistiam contradições entre PAS e PPA. Fato levantado por Deputados petistas no Congresso.

Gestão ambiental e ordenamento do território: prioridade aos conflitos agrários.

O eixo PAS é o ordenamento do território e a gestão ambiental. Ponto importante, sendo que os conflitos em origem na situação fundiária que é confusa (sem ordem). Áreas imensas foram desmatadas como sinal de povoamento [pasme, sob os auspícios da lei], o que originou problemas ambientais. Segundo o IBGE, em 2000 as terras amazônicas eram 24,00% propriedades privadas; 29% áreas legalmente protegidas; e 47% 'áreas de litígio' Situação que urge nova ordem fundiária na expansão da fronteira agrícola e de infra-estrutura. E, o Estado até então tem [havia] se mostrado incapaz de uma ação efetiva para gerir terras públicas, nem através do IBAMA, nem através da FUNAI. Nem através do DNER (terrenos de marinha ou margens de rios e rodovias). Também não detém a grilagem de terras. Nem com zoneamentos ecológicos, PRODEAGRO, PLANAFLORO; nem os sistemas de controle (Licenciamento ambiental Único - LAU); nem o SIVAN parece ser suficiente para evitar a apropriação particular de bens comuns; nem impor respeito às leis. [Portanto, à época, no Governo Lula] Casos de trabalho escravo no sul do Pará, fizeram o Governo a priorizar a luta contra a fome O Estado de Direito é prioridade na Região. Também, à época, especialistas se perguntavam se a "Terra do Meio (Cento do Pará) repetiria a alcunha "paragobalas" atribuída á violenta região de Paragominas (Leste do Estado).

Inclusão social e cidadania: a primeira conferência nacional do meio ambiente, mais uma ocasião de ampliar a consulta popular.

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Reclamado pelos Governos o projeto original, só a partir da Conferência ambiental, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente em jun/2003 - propagada concomitantemente á primeira conferência da infância e dos jovens - houve sinal efetivo em matéria de educação e papel da juventude no Meio ambiente, preconizada na frase "não herdamos a terra dos nossos antepassados, mas a temos emprestada de nossos filhos". Este eixo, além do anterior (nova infra-estrutura e ordem na terra) dá prioridade ao Estado de Direito [na Região] e melhor condição pra governança da Região.

Inclusão social e cidadania significam criar empregos em ambiente sustentável. Propostas, por ex., coleta e triagem dos resíduos [nas cidades] e de reabilitação econômica e ambiental de áreas desmatadas e abandonadas [recuperar 10mil km de áreas]; de apoio à silvicultura, como estratégia deredução do desmatamento. Propostas estas que dependem da iniciativa pública.

Quanto às infra-estruturas, continuidade:

Enfim, o eixo do desenvolvimento que exige consonância com a Lei ambiental e avaliação transparentes e participativas dos impactos ambientais e dos conflitos sociais potenciais. Também análise das alternativas e medidas preventivas e corretoras. O Conama(Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 1986. E do SLAP (Sistema de Licenciamento de Atividades potencialmente poluidoras) o estudo de impacto ambienta é obrigatório.

Experiências evidenciam que o IBAMA e Instituições ambientais nos Estados não conseguem controlar o processo. Ou, a proposta formal (no papel) não corresponde à realidade; e as obras são realizadas de forma antiga/tradicional, i.é, sem o controle efetivo. Mas, a questão é se mesmo com todo o progresso social, a população e a sociedade civil terão chance de tomar parte na responsabilidade do controle do impacto das infra-estruturas!

Alguns indícios indicam que sim, p/ex. foi realizado um seminário a respeito do asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) em SINOP-MT, organizado por um Grupo de ONG (ISA, Formad, ICVB, GRA, Ipaem,...) ocasião em que Ministros do Meio ambiente e Integração nacional anunciaram a criação de um 'consórcio social de gestão'.

Quanto ao eixo comunicação a questão a priori é definir por antecipação qual o papel das estradas. No caso da BR-163, era o escoamento de grãos, finalidade que não interessa à maior parte da população local; e só depois (a posteriori), quando o impacto já se tinha manifestado é que se perguntou sobre o que seria da região afetada [após as mudanças trazidas pela Rodovia]! A Proposta dos Ministérios (ME e MI), do Governo de MT e da sociedade civil organizada, em nov/2003 foi transformar a estrada num projeto de desenvolvimento regional (através de um Grupo de Trabalho Interministerial), iniciativa que pode trazer nova política na abertura de estradas na Região.

O PPA (Programa Brasil em Ação) 1996-1999 e Avança Brasil (PPA) 2000-2002, na Era FHC eram estratégias de Integração da Amazônia ao espaço produtivo brasileiro e de consolidação da política de Integração Regional da América do Sul, o qual disponibilizou Recursos consideráveis para eliminar resistências. P/ex. no período 1996-1999, a recuperação da Rodovia BR 364 (Brasília-Acre); e BR-163 (Cuiabá-Santarém) asfaltamento da BR-174(Manaus Boa-Vista); vigas navegáveis Araguaia-Tocantins e Madeira; gasoduto de Urucu e a linha lata tensão Tucuruí - Altamira e Itaituba.

O Programa Avança Brasil (PPA 2000-2002) concentrava Investimentos para a Amazônia Legal em 4 corredores multimodais de transportes, total de 3,53 bilhões. Sendo que 50% para o corredor Tocantins - Araguaia, 30% para o Sudoeste, 15% Oeste-Norte, e 5% Fronteira Norte.

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Essas estratégias visavam integrar regiões da extremidade ocidental do país, configurando um novo eixo de ligação Porto Velho Manaus -Boa Vista Caracas na Venezuela.

Houve rações imediatas, vez que esses grandes projetos atravessavam regiões até então intactas, inclusive as afetadas por períodos de secas prolongadas, com sérios riscos de fogo. Segundo Nepstad et al. (2000) os impactos seriam de 187.500km se o limite às margens fosse de 50km de cada lado da estada.

O setor ambiental obteve apoio e também críticas externas. Nas redes mundiais, de um lado o progresso; de outro o retrocesso, que pressionavam por mais tempo para melhoria no projeto visando à redução dos impactos. Ações junto ao Ministério Público Federal ou dos Estados contribuíram com base legal permitiram a ação popular. Chegaram mesmo a embargar a hidrovia Araguaia-Tocantins. Esperava-se que no PPA 2004-2007 remetido ao Congresso fosse alterado, mas, decepção, voltou com os mesmos projetos odiados pelos ambientalistas.

[No PAS 2004-2007] A prioridade é [foi] as hidrelétricas; em detrimento das hidrovias. O Pesquisador lamenta que a via aquática e uso do gás tenham sido preteridas às infra-estruturas de impacto ambiental.

Energia: Investimentos pesados em Tucuruí para estender a rede MT a RO, infra-estrutura na cidade de Manaus, e em outras cidades.

Destacou-se entre os Projetos [do PAS 2004-2007] a extensão Tucuruí a Macapá e Manaus, para o qual esperavam grandes dificuldades na efetivação sendo que cada cidade fica em margens diferentes do rio amazonas.

A barragem Belo Monte sofreu paralisações devido protestos ambientalistas, como também as do Rio madeira e Tocantins – com parte dos Recursos origem em Concessionárias.

Estradas: BR-156(Brasil-Guiana Francesa), BR-230 (Transamazônica) e BR-364 e BR-319 (Acre – Manaus) que empurram o corredor para o noroeste. A BR-163 detestada por ‘verdes’, mas bem-vinda pelos produtores de grãos na Região que anseiam escoar pelo Norte; não pelos longos caminhos do Sul.

São [eram] projetos desenvolvimentistas, porem não sobre os princípios propagados. P/esx.: ignoraram movimentos ambientalistas. O Desenvolvimento sustentável de Lula [contradição] com suas estradas e eletrificação, lembra a fórmula de Lênin “o comunismo é os sovietes mais a eletrificação’.

Pesadas derrotas aos ambioenmtalistas (ONGs) e ‘importação de pneus usados’ desmotivaram. Mas, ‘ficar atento, e participar nos acontecimentos Amazônicos é boa iniciativa, principalmente se houver diálogo construtivo como setor produtivo responsável pela economia da Região; e também a causa dos impactos ambientais.

No entanto, setores como o da agroexportação não internalizam (contabilizam) os custos ambientais do progresso econômico. Nesse caso, resta encontrar maneiras de fazer com eles próprios sejam inseridos e façam parte do desenvolvimento regional.

ANÁLISE SOBRE AS PRINCIPAIS GRANDES OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DO PLANO PLURIANUAL (PPA) 2004 - 2007 NA AMAZÔNIA. (por: Geraldo Smeraldi, Diretor da ONG amigos da Terra - Amazônia Brasileira, São Paulo)

O Autor compara o PAS 2004-2007 com um cardápio, sendo que o Plano contém tantos projetos que o Governo teria que escolher em qual investir os Recursos. Pois não havia como atender todas as megaobras. Sendo que, diz o Autor: 'dizer sim a tudo é o mesmo

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que dizer sim a coisa nenhuma'. Mas [o lado positivo] é que os recursos escassos geram competição entre os executores do Plano.

O Plano, elaborado para efetivação em 4 anos, depende da LDO anual, se o último ano seria já no próximo Governo/Mandato. Daí a dificuldade de atender o PAS em 360º.

O setor energético foi prioritário, inclusive projeto não setorial, expansivo, como o Complexo do rio Madeira: hidrovia madeira projeto conjugado (2 barragens girau e Santo Antônio) e transporte para fomentar a frente agrícola. Projeto de repercussão internacional, visto pelo IIRSA (Iniciativa pra a Integração da Infra-estrutura Regional da América do Sul, de Longo Prazo, concebido pelo BID como uma ideia multimodal de transporte, hidro e ferroviário. Projeto este que recebeu 13,2 bilhões, e tencionava produzir 17,5MWs de Energia hidrelétrica, com as 2 barragens projetadas; e 4.25m de hidrovias [atravessando] Brasil, Peru, Bolívia, [tornando] navegável pelos rios Madeira, Mamoré, Beni, Guaporé, Madre de Dios e Orthon.

O Projeto rio Madeira foi defendido pela Estatal Furnas e a Construtora Norberto Odebrecht S/A que divulgaram seus interesses na licitação, mesmo depois do BNDES e da CAF (Corporação Andina de Fomento) - cujos Acionistas eram os Governos da Venezuela, Perua, Equador e Bolívia; e Brasil como minoritário.

[Á época] O BNDES mostrou-se interessado no desenvolvimento regional, tanto com recursos dos países vizinhos (em parceria com o CAF), como também nacional. Financiou o Complexo rio madeira permitindo acesso da Bolívia à Costa leste oceânica trazendo desenvolvimento a toda A Região.

O Projeto também interessava aos produtores de soja, vez que reduziria os custos dos fretes pela BR-364; e Grupos - com destaque para o Grupo Maggi e o empresário Wander de Souza, sócio do então Vice-Presidente José de Alencar, do Estado de Mato Grosso - que planejavam instalar-se na região (Sul e Oeste de Rondônia); e ADM, Bunge, Cargill investidores na estrutura portuária na região.

O Projeto (Rio Madeira) previa um incremento de 28 milhões de toneladas anuais na Amazônia, além de 25 mi na Bolívia, com 80mil km2 de área destina para a soja, a partir de florestas e expulsão de agricultores familiar. Produção esta necessária para viabilidade econômica do Investimento

A construção do Complexo era interessante para as grandes fabricantes de maquinário [no Exterior] como a alemã Voith Siemens e a suiça Asea BrownBoveri (ABB), empresas articuladas na Associação Brasileira de Infra -estrutura e Indústria (Addib). Associação estima que a produção de máquinas para a Obra empregaria por 10 anos todo o parque industrial do Brasil.

A obra interessou as Governo de Rondônia; e senadores peemedebistas dos Estados. Mas, para o MPF as propostas par redução das Áreas de Conservação devia-se de latifundiários da região. E, para a Eletronorte, o projeto apresentava dúvidas técnicas referente ao assoreamento devido ao desnível em locais das barragens.

As questões levantadas pela Estatal (Eletronorte) arremetem diretamente ao projeto da hidrelétrica Belo Monte no rio Xingu., projetada para produzir 11.182 MW com potência firme de 4.675 MW, e custo de US$3,7bilhões com projetos auxiliares pra suprir o tempo de estiagem. [À época] o Projeto foi suspenso por determinação da Justiça Federal. Belo Monte figurou nos dois PAS anteriores. [Tal qual ocorreu com o Projeto Rio Madeira] Furnas, do Grupo Eletrobrás, defendia a obra, desde 1980 quando [Be4lo Monte] fazia parte de um grande projeto no rio Xingu cujo Financiamento foi negado pelo BID em 1988.

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O Governo Simão Jatene sinalizou positivamente pela construção de B. Monte, logo após eleito. Postura adotada pela maioria dos Municípios do entorno, porque acham que trará desenvolvimento á região: criar empregos na construção, e motivar desapropriações, (...).

Estatais como Furnas, Chesf, Eletronorte, subsidiárias da Eletrobrás negociaram consórcio de empresas privadas como a multinacional francesa Alston (que opera em mais de 100 países na área de equipamentos, para geração, distribuição e conversão elétrica -, a suíça ABB, a alemã Voith Siemens, a americana General eletric, além das brasileiras Camargo Correa e Andrade Gutierrez, formando parceria, que, sob a consultoria de José Antonio Muniz Lopes, presidente da Eletronorte em 2002, mento do Projeto desde 1988, o qual foi desafiado pela índia Kayapó na reunião de Altamira.

[À época] O vice-presidente da Voith Siemens afirmou que o consórcio - ainda não efetivado - objetivava também ganhar a licitação do PROJETO Rio Madeira em 2004. Especialistas dizem que o Ministro Guido Mantega tem reuniões com a Abdib e o BNDES que financiaria Belo Monte. Também CVRD interessaria participar desse consórcio pra a construção de Belo Monte, porque a emergia produzida atenderia suas indústrias de alumínio como na Albrás (CVRD e Grupo nipônico Amazon Alluminium Copany). É do interesse de Grupos Produtores de alumínio que se beneficiam de subsídios de energia.

(Albrás. Parte da Holding aluvale da CVRD, detentora de mais duas (2) Unidades industriais de alumínio no Pará, a MRN (Bauxita) e a alunorte (alumina). Albrás e Alumar ...

Na oposição à Obra estão o movimento social local da agricultura familiar, em Altamira e Anapu, grupos reunidos - e esclarecidos sobre a dinâmica da tomada de decisão - formaram o Movimento pela Defesa da TRANSAMAZÔNICA e do Xingu (MDTX) e na Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVP) com atuação sub-regional, de Repartimento até Itaituba. Movimentos que tem noção sobre o modelo que desejam (produção familiar) e rejeitam a construção de Belo Monte, sendo que temem [e com razão/experiência] a proliferação de grileiros e madeireiros. Em Anapu, Município com 10 mil habs. As serrarias passaram de 3 para 25. E a população não tem poder para a luta por falta de regularização fundiária e ordenamento na sub-região. Apenas 10 km de cada lado da rodovia são regulares.

Instituições como a FASE (Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional-Pará, e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participam da articulação local. Órgãos desconfiam de promessas da Eletronorte. Em out/2003 bloquearam a transamazônica em protesto contra grileiros e colonos.

Ambientalistas temem que Belo Monte seja pretexto para construção de outras usinas, já que o rio tem baixa vazão e B. Monte não serão suficientes para mover todas as turbinas.

Na área 'Energia' [PPA 2000 - 2003 Avança Brasil] é o gasoduto Urucu-Porto Velho, cortando 520 km de floresta densa, quase que totalmente no Estado do Amazonas, bacia do rio Purus. (Esta difere do projeto gasoduto Coari-Manaus, com 420 km, que atravessaria o Rio Amazonas).

A proposta da Petrobrás de fazer o transporte gás em barcaças justificaria a Obra dentro do PPA 1996-1999 (Brasil em ação). A Obra chegou a ser embargada pela Justiça Federal devido irregularidades ambientais.

Os principais interessados eram a Petrobrás, por meio da sua subsidiária Gaspetro S/A, e El Paso (sócio brasileiro Carlos Suarez e Controladas) criadores do consórcio TNG Participações, em out/2001. Também Partidos Políticos (PFL, PSDB, PMDB. E outros, p/ex. O Governador, então líder de pequenas centrais hidrelétricas no Estado rejeitam a ligação de MT pelo linhão, e defende (ram) Belo Monte.

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A El Paso (Multinacional norte-americana, a maior do mundo na área de gás e uma entre as grandes na área de energia; tem empresas no Paraná, Rio de Janeiro, Amazonas, Rondônia, gerando 2.700MW) foi condenada em 20 e 2002na Justiça Federal da Califórnia por causar escassez; e, jun 2003, foi obrigada pela Justiça a devolver US$1,7 bilhão que tria lucrado indevidamente. E suas Ações junk (a latíssimo risco) pela Mody's. (...) Quebrou unilateralmente Contratos de fornecimento de energia. ...

[...] A El Paso produzia 76%da emergia consumida no Amazonas através de suas 4 (quatro) Térmicas me Manaus; e com 2 (duas) Térmicas em Porto Velho-RO em parceria com a CS (Termonorte) monopoliza o mercado naquele Estado. (...)

A Termonorte adquiriu garantia de compra de sua energia pela Eletronorte, durante 20 (vinte) anos, a US$33,5 por MWh, além de receber o combustível subsidiado.

(...) A Petrobrás declarou que seu consórcio (TNG) financiaria Urucu-Porto Velho com Recursos do Petros (Fundo de Pensão dos Funcionários da empresa). Fato surpreendente para o Mercado, sendo que os Fundos de Pensão tendem a optar por Investimentos mais conservadores.

Vale observar que o Urucu-Porto Velho sofre resistências de conservadores por razões de ordem econômica; enquanto Coari-Manaus sofre exclusivamente resistências ambientais.

Porém ambos os Projetos sofrem resistência das populações ribeirinhas dos Municípios de Coari, Tefé, Humaitá, Canutama, Anori e Codajás, que seriam afetados pelo trajeto do gasoduto. Liderados pela Comissão Pastoral da terra e Grupo de Trabalho amazônico (GTA). Oposição que saiu fortalecida desde o incidente com a Petrobrás no trecho Urucu-Coari, tem forte oposição e construíram alianças estratégicas, como o Fórum de energia de Rondônia (coalizão de sindicatos, acadêmicos, ONG's; Universidade federal de Rondônia, Organização da Sociedade Civil (Oscip) Amigos da Terra. - Amazõnia brasileira. Outros opositores organizações indígenas, como a Organização dos povos indígenas do Médio Purus (Opimp), a Coordenação da União de nações e povos indígenas (Cunpir) de Rondônia e do Sul do amazonas e em geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab). O Povo 'Tenharim' seria o mais atingido

A imprensa internacional criticou os projetos, em especial o URUCU-Porto Velho. As reportagens permitidas pela Petrobrás nos locais de extração de gás evidenciam ainda mais que aquela atividade impacta populações indígenas.

Outra obra, a BR-319 contemplada no PPA, era improvável sair do papel, ainda que bandeira de políticos locais.

A obra em evidencia naquele PPA era a BR-163 (Cuiabá-Santarém) que, aberta em 1970, até então era asfaltado o trecho até guarantã do Norte. Segundo o PPA seriam asfaltados 784 km no Pará, o que reduziria o cisto da exportação da soja através do porto de Santarém e de outros terminais, projetados para a região; e ainda iria baratear os custos de transporte de produtos da ZFM. O financiamento, cerca de RS550 milhões para o projeto seria por consórcio privado. Desde então a área começou a ser especulada e a violência aumentou na região por ausência do Estado.

Houve interesse por parte de empresas da área do agronegócio soja. Empresas da ZFM; Petrobrás Fornecedora do asfalto e combustível; sem contar grileiros, e especuladores, companhias colonizadoras, madeireiros, pecuaristas. A soja ocuparia o percentual de 60% do valor dos produtos transportados pela rodovia; 15% seriam cargas de produtos da ZFM; e os restantes 25% madeira e outras commodities agrícolas.

Os interesses [diretos/indiretos] estão ligados à soja. Sojicultores da região do Sorriso (MT) organizaram-se em prol da pavimentação daquela rodovia. "Caminhonaço em 1998'

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organizado pelo empresário Blairo Maggi para aumentar a pressão pela efetivação da obra. [Aquelas] Principais empresas interessadas na rodovia, i.e. no barateamento dos custos do escoamento da produção da soja no MT são as maiores exportadoras: Cargil, Grupo Maggi Bunge, e ADM. Cargill investiu em terminais graneleiros em Santarém-Pa e Porto Velho-RO. Outros investiram em transporte, como o Grupo do empresário Irani Bertolini que faturou R$ em 2002 em transporte rodoviário na Amazônia; e da "Moto Grosso Cereais ' do empresário Clóvis Casagrande, acusado de grilagem e violência por agricultores familiares de Santarém, Belterra e Rurópolis.

O Comitê Cuiabá-Santarém defendia que a produção de soja ocorra ao longo da rodovia, congregando interesses de fabricantes de maquinas e implementos agrícolas para a produção e colheita. (...)

O principal articulador da parte dos interessados pelo transporte de produtos da ZFM foi o Grupo GPT, provedor logístico multimodal, do empresário Antônio Augusto Morato Leite Filho.

A grilagem aumentou na região. Sendo pior em Novo Progresso, Moraes Almeida, Castelos dos Sonhos, Tripuí, Trupuizão, Trairão, MITITIUBA, Santarém e Belterra.

Nesse processo destacou-se a Prefeitura de N. Progresso que incentivou a apropriação ilegal de terras, com participação direta e indireta do Prefeito e do seu Vice.

Também o sindicato dos produtores rurais do XV (Castelo dos Sonhos) foi uma entre as instituições que promoviam assentados de seus associados em áreas indevidas inclusive em áreas indígenas.

Madeireiros de Guarantã do Norte, Sinop e Paragominas participaram da 1ª fase do processo: apropriaram-se de posses de colonos antigos com a conivência de Cartórios locais. Ainda hoje atua em Moraes de Almeida - centro de atividade madeireira ilegal - a imobiliária Colonizadora que se ufana de ter articulado 18 mil pessoas na região.

No planalto Santareno, a grilagem e expulsão de colonos e intensa nas glebas Arapiuns e Pacoval, e também próximo do assentamento Corta-Corda. O Empresário - já referido - Clóvis Casagrande, com sua empresa Mato Grosso Cereais parceira da Cargill, é apontado como o 'articulador ' desse processo [Triste]! Estima-se que 2.500 famílias estão ameaçadas de expulsão da região dos rios Curuá-Una e Curuá-Tinga, px. Do entroncamento com a transamazônica.

O asfaltamento da BR-163 preocupou ONGs pelo seu impacto ambiental atraves do desmatamento adicional, ocupação desordenada. Entidades da Sociedade Civil, p/ex. o "Instituto Socioambiental (ISA) Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia defenderam a pavimentação, mas condicionada ao atendimento de várias reivindicações.

Os impactos da pavimentação [na BR-163 (Cuiabá-Santarém)] atingiram o Xingu e o Tapajós, passou perto de terras indígenas Xingu, Paraná, Menkragnoti e Baú. Portanto, a preocupação justifica-se, principalmente depois que uma Portaria do Ministério da Justiça cortou 316 mil ha da terra Baú, Ato este que é considerado ilegal por muitos.

O Governo, por sua parte, defendeu a criação de um grupo Interministerial com a missão de redigir um Plano "sustentável" para a Rodovia (BR-163), sem, porém, especificar o valor dos custos [desse Plano] e donde virão os Recursos.

O Autor entende que 'se os custos [advindos da dessa Comissão Interministerial] forem inclusos no Projeto, este poderá se tornar inviável economicamente; ou, no mínimo não ter efeitos na redução do valor do frete.