2.0 meio ambiente mundial

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Meio ambiente mundial - Marcos referenciais A preocupação pelo meio ambiente tem sido especialmente intensa nesse último quarto de século, gerando uma série de atuações, conferências e acordos de âmbito internacional. Estas ações constituem os marcos referenciais e têm como finalidade estabelecer um diagnóstico da situação do meio ambiente na Terra e formular medidas que permitam tratar os problemas que o ameaçam. Figura 2.1 Esquema cronológico das atuações internacionais de maior destaque em matéria de meio ambiente. 2.1.1 O primeiro informe do Clube de Roma O Primeiro Informe do Clube de Roma, de 1972, intitulado "Limites do Crescimento", reconhece que "não pode haver crescimento infinito com recursos finitos". Neste informe são expostos os cinco fatores básicos que determinam e limitam o crescimento no planeta. - A população. - A produção agrícola. - Os recursos naturais. - A produção industrial. - A poluição.

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Meio ambiente mundial - Marcos referenciais

Meio ambiente mundial - Marcos referenciais

A preocupao pelo meio ambiente tem sido especialmente intensa nesse ltimo quarto de sculo, gerando uma srie de atuaes, conferncias e acordos de mbito internacional.

Estas aes constituem os marcos referenciais e tm como finalidade estabelecer um diagnstico da situao do meio ambiente na Terra e formular medidas que permitam tratar os problemas que o ameaam.

Figura 2.1 Esquema cronolgico das atuaes internacionais de maior destaque em matria de meio ambiente.

2.1.1 O primeiro informe do Clube de Roma O Primeiro Informe do Clube de Roma, de 1972, intitulado "Limites do Crescimento", reconhece que "no pode haver crescimento infinito com recursos finitos". Neste informe so expostos os cinco fatores bsicos que determinam e limitam o crescimento no planeta.

- A populao.

- A produo agrcola.

- Os recursos naturais.

- A produo industrial.

- A poluio.

Como medidas paliativas, prope-se deter o crescimento demogrfico, limitar a produo industrial, o consumo de alimentos e matrias primas, e cessar a poluio. 2.1.2 A conferncia das Naes Unidas em Estocolmo Em 1972, celebrou-se a Conferncia de Estocolmo sobre o Meio Ambiente (tambm denominada Conferncia sobre o Meio Humano), da Organizao das Naes Unidas (ONU), incluindo a participao de representantes de 113 naes. Desta conferncia, surgiu o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Posteriormente, em 1980, este organismo elaborou, em conjunto com a Unio Internacional para a Conservao da Natureza (UICN) e Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a "Estratgia Mundial de Conservao da Natureza". 2.1.3 O informe da comisso Brandt - Programa para a sobrevivncia e crise comum O Informe da Comisso Brandt realizou-se em 1982, e realou que a sociedade atual apresenta-se como um sistema frgil com interdependncias; conseqentemente, os problemas locais (especialmente os relacionados com meio ambiente, energia, ecologia e setores econmicos e comerciais) somente podero ser resolvidos em nvel internacional. 2.1.4 O informe do Instituto Worldwatch O Informe do Instituto Worldwatch sobre o estado do mundo apresentado anualmente desde 1984. No informe "Estado do Mundo 1997", denunciava-se que, cinco anos aps a realizao da Cpula da Terra do Rio de Janeiro, a maioria dos governos do mundo no estava cumprindo suas recomendaes. Desde a cpula do Rio, "a populao mundial cresceu em 450 milhes de habitantes, vastas reas de florestas tm perdido suas rvores e as emisses anuais de dixido de carbono procedentes de combustveis fsseis, a principal causa do efeito estufa, tem alcanado sua cota mais alta". Este informe culpa oito pases pela falta de cumprimento dos compromissos (Estados Unidos, Indonsia, China, Brasil, Rssia, Japo, Alemanha e ndia), que representam 56% da populao mundial, 53% da superfcie florestal da Terra e 58% das emisses de CO2.

2.1.5 O informe Bruntland O Informe Bruntland (1987), foi apresentado pela Comisso Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, sob o ttulo de "Nosso Futuro Comum", mais conhecido como Informe Bruntland em homenagem a sua presidenta. Este informe assinalava que a economia mundial deveria satisfazer as legtimas necessidades e aspiraes da populao, devendo o crescimento, no entanto, guardar consonncia com o carter esgotvel dos recursos do planeta. Com este informe introduz-se a noo de Desenvolvimento Sustentvel, definido como "um desenvolvimento que satisfaa s necessidades presentes, sem pr em risco a possibilidade das futuras geraes satisfazerem s suas"

Reflita: Perceba que, em 1987, o Informe Brutland introduziu o conceito de "Desenvolvimento Sustentvel". Reveja o conceito apresentado no captulo 1 deste mdulo.

2.1.6 O protocolo de Montreal Em 16 de setembro de 1987, 46 pases firmaram o Protocolo de Montreal, relacionado com as substncias que esgotam a camada de oznio. Posteriormente (em 1995), essa data foi proclamada pela Assemblia Geral da ONU como Dia Internacional de Preservao da Camada de Oznio.

O Protocolo de Montreal fixou as seguintes metas:

- reduo de 50% do consumo de 5 tipos de CFC para finais do sculo; e

- congelamento do consumo de trs tipos de halons (agentes de extintores de incndio).

Para os pases em processo de desenvolvimento, ampliou-se o perodo de tempo para dez anos. Este Protocolo caracterizado por sua flexibilidade, sendo que as reunies posteriormente celebradas (Londres 1990, Copenhague 1992, Viena 1995 e Montreal 1997) serviram para reajustar os objetivos a serem cumpridos, em decorrncia das inovaes tecnolgicas e cientficas, j que estas modificaes permitiriam a reduo das datas limites fixadas.

Procure saber: O que voc acha da flexibilidade deste protocolo? Da maneira como foi concebido mostra-se eficiente para, efetivamente, proteger a camada de oznio?

2.1.6.1 O que o Brasil est fazendo A adeso do Brasil Conveno de Viena e ao Protocolo de Montreal, alm dos ajustes estabelecidos na reunio de Londres, ocorreu em 19 de maro de 1990 (Decreto n 9.280 de 07.06.90).

O governo brasileiro elaborou o Programa Brasileiro de Eliminao da Produo e do Consumo de Substncias que Destroem a Camada de Oznio - PBCO, encaminhado-o, em julho de 1994, ao secretariado do Protocolo de Montreal.

Para coordenar as aes relacionadas proteo da camada de oznio, incluindo a implementao do PBCO, o governo instituiu um Comit Executivo Interministerial para a Proteo da Camada de Oznio - PROZON, atravs do Decreto de 19 de setembro de 1995. Esse Comit constitudo pelas seguintes pastas: Ministrio do Meio Ambiente, Ministrio do Desenvolvimento, Ministrio da Indstria e Comrcio Exterior, Ministrio das Relaes Exteriores, Ministrio da Cincia e Tecnologia, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, Ministrio da Sade e Ministrio da Agricultura e do Abastecimento. Incumbindo-se o PROZON de coordenar todas as atividades relativas implementao, desenvolvimento e reviso do PBCO.

Em Dezembro de 1995, com a aprovao da Resoluo CONAMA n13, que estabelece entre outras medidas a gradativa eliminao do uso de SDO (Substncias que Destroem a Camada de Oznio), o governo brasileiro proporcionou grande impulso implementao do Protocolo de Montreal, na medida em que houve antecipao da eliminao das SDO no Brasil, com relao aos prazos dispostos no Protocolo.

Algumas unidades da Federao, preocupadas com a problemtica da rarefao da Camada de Oznio, criaram legislaes especficas:

- 1994 - proibida, no Rio Grande do Sul, a liberao de CFC para a atmosfera;

- 1995 - proibida, no Rio de Janeiro, a emisso de CFC na manuteno e desativao de sistemas de refrigerao e manuteno de sistemas de ar condicionado;

- 1995 - criado, no Estado de So Paulo, o Programa Estadual para Proteo da Camada de Oznio.

O Programa Brasileiro, coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente, utiliza o Dia do Oznio (16 de setembro) como um dos meios de disseminao e divulgao das atividades de proteo da Camada de Oznio desencadeadas no pas.

O PNUD, a UNIDO e o Banco Mundial so os responsveis pela assistncia tcnica e projetos de investimento para realizao do "phase-out" das SDO.

Procure saber: Qual a importncia da camada de oznio, no planeta Terra, para os seres vivos?

2.1.7 A primeira Cpula da Terra (1992): uma estratgia para o futuro A primeira Cpula da Terra foi celebrada em junho de 1992, no Rio de Janeiro (Brasil), sendo organizada simultaneamente Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), como conseqncia da deciso tomada pela Assemblia Geral das Naes Unidas em 22 de Dezembro de 1989.

Essa Cpula reuniu os mais altos representantes de 179 pases, centenas de funcionrios de organismos da ONU, representantes de governos municipais, grupos de pesquisadores, empresrios, ONGs e outros grupos, ficando marcada como a mais ampla reunio de dirigentes mundiais j organizada.

De forma paralela, organizou-se o Forum Mundial'92, no qual efetuaram-se reunies, palestras, seminrios e exposies sobre temas ambientais.

No Rio de Janeiro, foram criados cinco documentos: dois acordos internacionais, duas declaraes de princpios e um programa de ao sobre desenvolvimento mundial sustentvel.

A Cpula da Terra gerou as duas declaraes e o programa de ao.

- Declarao do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel.

- Agenda 21.

- Declarao de Princpios Relativos s Florestas.

Paralelamente Cpula, foram negociados dois convnios (que possuem maior fora jurdica que uma declarao), subscritos pela maioria dos 179 governos reunidos no Rio.

- Convnio Marco das Naes Unidas sobre Mudana Climtica.

- Convnio sobre Biodiversidade .

2.1.7.1 A declarao do Rio A Declarao do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, contempla 27 princpios que pretendem estabelecer as bases para um desenvolvimento sustentvel.

DECLARAO DO RIO Princpio 1: Os seres humanos constituem o centro das preocupaes relacionadas ao desenvolvimento sustentvel. Todos tendo direito a viver saudvel e produtivamente em harmonia com seu entorno.

Princpio 2: De acordo com a Carta das Naes Unidas e com os princpios do direito internacional, os Estados possuem o soberano direito de utilizar de melhor modo seus prprios recursos, conforme suas prprias polticas ambientais e de desenvolvimento; e a responsabilidade de velar para que as atividades realizadas dentro de sua jurisdio, ou sob seu controle, no originem danos ao meio ambiente de outros pases ou de zonas situadas fora dos limites de toda a jurisdio nacional.

Princpio 3: O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de maneira que responda equitativamente s necessidades ambientais e de desenvolvimento das geraes presentes e futuras.

Princpio 4: Para o desenvolvimento sustentvel, a proteo do meio constitui parte integrante de todo processo produtivo, no podendo ser considerado de forma isolada.

Princpio 5: Todos os Estados e todas as pessoas devero cooperar no trabalho essencial de erradicar a pobreza como exigncia indispensvel ao desenvolvimento sustentvel, a fim de reduzir as disparidades nos nveis de vida e de responder melhor s necessidades da imensa maioria de cada povo.

Princpio 6: A situao e as necessidades especiais dos pases em desenvolvimento, em particular dos pases menos avanados e mais vulnerveis sob o ponto de vista ambiental, ho de ser objeto de ateno prioritria. Nas medidas internacionais a serem adotadas com respeito ao meio ambiente e ao desenvolvimento, deve-se ter em conta os interesses e as necessidades de todos os pases.

Princpio 7: Os Estados devem cooperar com espirito de solidariedade mundial, para conservar, proteger e restabelecer a sade e a integridade do ecossistema Terra. Dado que contribuiram sob diferente formas para a degradao do meio ambiente mundial, os Estados possuem responsabilidades comuns, porm diferenciadas. Os pases desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes corresponde na consecuo internacional do desenvolvimento sustentvel, considerando as presses que suas sociedades exercem sobre o meio ambiente mundial e as tecnologias e recursos financeiros disponveis.

Princpio 8: Com objetivo de alcanar o desenvolvimento sustentvel e uma melhor qualidade de vida para todas as pessoas, os Estados devem reduzir e eliminar os sistemas de produo e consumo insustentveis, assim como fomentar as polticas demogrficas que sejam mais apropriadas.

Princpio 9: Os Estados devem cooperar para que as capacidades endgenas que subjacem nas pessoas, aflorem, fazendo com que o desenvolvimento sustentvel seja estabelecido, aumentando o saber cientfico por meio do intercmbio de conhecimentos cientficos e tecnolgicos, e intensificando o desenvolvimento, a adaptao, a difuso e a transferncia de tecnologias, entre estas, de tecnologias novas e inovadoras.

Princpio 10: O modo mais conveniente de tratar as questes ambientais inclui a participao de todos os cidados interessados, no nvel que corresponda. Na esfera nacional, toda pessoa dever ter acesso adequado informao sobre o meio ambiente, disponibilizadas pelas autoridades pblicas, incluindo-se a informao sobre materiais e atividades que comportem perigo para suas comunidades, devendo ter tambm a oportunidade de participar nos processos de tomada de decises. Os Estados devem facilitar e fomentar a sensibilizao e a participao do pblico, pondo a informao disposio de todos. Ter que ser proporcionado um acesso efetivo aos procedimentos judiciais e administrativos e, entre estes, a compensao por danos aos recursos pertinentes.

Princpio 11: Os Estados devem promulgar leis eficientes sobre meio ambiente. As normas ambientais, os objetivos e prioridades em matria de ordenamento ambiental, devem refletir o contexto ambiental e de desenvolvimento ao qual so aplicados. As normas aplicadas por alguns pases podem ser inadequadas e representar um custo social e econmico injustificado para outros pases, em particular para os pases em desenvolvimento.

Princpio 12: Os Estados devem cooperar para a promoo de um sistema econmico internacional favorvel e aberto, que conduza ao crescimento econmico e ao desenvolvimento sustentvel de todos os pases, mantendo a finalidade de abordar, da melhor maneira, os problemas da degradao ambiental. As medidas de poltica comercial com fins ambientais no devem implicar em discriminaes arbitrrias ou injustificveis, nem restries ao comrcio internacional. No deve haver medidas unilaterais para soluo dos problemas ambientais produzidos fora da jurisdio do pas importador. As medidas destinadas ao tratamento dos problemas ambientais transfronteirios ou mundiais devem estar baseadas, na medida do possvel, num consenso internacional.

Princpio 13: Os Estados devem desenvolver a legislao nacional relativa responsabilidade legal e indenizao das vtimas da poluio e de outros danos ambientais. Os Estados devem cooperar tambm, de forma desembaraada e decisiva, na elaborao de novas leis internacionais sobre responsabilidade e indenizao por efeitos adversos de danos ambientais, causados por atividades realizadas dentro de sua jurisdio, ou sob seu controle e em regies situadas fora dela.

Princpio 14: Os Estados devem cooperar efetivamente, para inibir ou evitar a relocao e transferncia para outros pases de quaisquer atividades e substncias que sejam origem de degradao ambiental grave, ou consideradas nocivas para a sade humana.

Princpio 15: Para proteo do meio ambiente, os Estados devem aplicar amplamente o critrio de precauo, de acordo com suas capacidades. Quando h perigo de dano grave ou irreversvel, a falta de certeza cientfica absoluta no poder servir de base para postergao da adoo de medidas eficazes, em funo de custos, para impedir a degradao do meio ambiente.

Princpio 16: Os poderes pblicos devem fomentar a internalizao dos custos ambientais e o uso de instrumentos econmicos, considerando o critrio de que, quem contamina deve, a princpio, assumir os custos da poluio, e defender o interesse pblico, sem distorcer o comrcio e os investimentos internacionais.

Princpio 17: Deve-se efetuar a avaliao do impacto ambiental, na qualidade de instrumento nacional, sobre qualquer atividade suscetvel de produzir um considervel impacto negativo sobre o meio ambiente, estando esta sujeita deciso de uma autoridade nacional competente.

Princpio 18: Os Estados so obrigados a internotificarem-se, de modo imediato, quanto aos desastres naturais ou outras situaes de emergncia que possam produzir efeitos nocivos sobre o meio ambiente destes Estados. A comunidade internacional deve fazer todo o possvel para ajudar os Estados afetados.

Princpio 19: Qualquer nao h de proporcionar as informaes pertinentes - notificando-as previamente de maneira oportuna - aos demais Estados que possam ser afetados por atividades com possveis e considerveis efeitos ambientais nocivos transfronteirios, devendo-se efetuar consultas a estes Estados com suficiente antecipao e de boa f.

Princpio 20: As mulheres possuem um papel fundamental na ordenao do meio ambiente e no desenvolvimento. indispensvel contar com a plena incorporao das mulheres para alcanar o desenvolvimento sustentvel.

Princpio 21: A criatividade, os ideais e o valor dos jovens do mundo, devem ser mobilizados para forjar uma aliana orientada para o alcance do desenvolvimento sustentvel, de modo a garantir um melhor futuro para todos.

Princpio 22: Os povos indgenas e suas comunidades, e tambm outras comunidades locais, tm um papel fundamental no ordenamento do meio ambiente e no desenvolvimento, atravs da utilizao de seus conhecimentos e prticas tradicionais. Os Estados devem apoiar os povos indgenas, no intuito de preservar identidades, culturas e interesses, velando para que participem efetivamente na consecuo do desenvolvimento sustentvel.

Princpio 23: O meio ambiente e recursos naturais dos povos submetidos opresso, dominao e ocupao, devem ser precisamente preservados.

Princpio 24: A guerra , por definio, inimiga do desenvolvimento sustentvel. Conseqentemente, os Estados devem respeitar as medidas do direito internacional que garantam a proteo do meio ambiente, em pocas de conflito armado, cooperando na posterior melhoria, conforme a convenincia.

Princpio 25: A paz, o desenvolvimento e a proteo ao meio ambiente so interdependentes e inseparveis.

Princpio 26: Os Estados devem resolver suas controvrsias sobre meio ambiente de forma pacfica, consoante Carta das Naes Unidas.

Princpio 27: Os Estados e povos devem cooperar de boa f, com esprito de solidaridade, na aplicao dos princpios consagrados nesta Declarao e no ulterior desenvolvimento do direito internacional, na esfera do desenvolvimento sustentvel.

2.1.7.2 A Agenda 21 O Programa, ou Agenda 21, foi elaborado pelo Comit preparatrio da CNUMAD e aprovado por todos os pases participantes da Cpula da Terra. Esse Programa, desenvolvia um plano de ao para a dcada de 90, e incios do sculo XXI, tendo como base o desenvolvimento sustentvel e a proteo ambiental, cada vez mais interdependentes.

A Agenda 21 um programa global de ao dirigido aos governos, agncias, organizaes e programas do sistema das Naes Unidas, ONGs, aos grupos de eleitores e ao pblico em geral.

Como proposta, a Agenda 21 procura orientar meios para alcanar o Desenvolvimento Sustentvel, baseada no planejamento do futuro, com aes de curto, mdio e longo prazos. um roteiro de aes concretas com metas, recursos e responsabilidades definidas. Esse documento est organizado sob a forma de livro, contendo 40 captulos, divididos em quatro sees.

- Dimenses sociais e econmicas;

- Conservao e Gerenciamento dos Recursos para o Desenvolvimento;

- Fortalecimento do papel dos grupos principais;

- Meios de Implementao.

.

Captulo TEMA

1 Prembulo

Seo I - Dimenses Sociais e Econmicas

2 Cooperao internacional para acelerar o desenvolvimento sustentvel dos pases em desenvolvimento e polticas internas correlatas

3 Combate pobreza

4 Mudana dos padres de consumo

5 Dinmica demogrfica e sustentabilidade

6 Proteo e promoo das condies da sade humana

7 Promoo do desenvolvimento sustentvel dos assentamentos humanos

8 Integrao entre meio ambiente e desenvolvimento sustentvel na tomada de decises

Seo II - Conservao e Gerenciamento dos Recursos para o Desenvolvimento

9 Proteo da atmosfera

10 Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres

11 Combate ao desmatamento

12 Manejo de ecossistemas frgeis: a luta contra a desertificao e a seca

13 Gerenciamento de ecossistemas frgeis: desenvolvimento sustentvel das montanhas

14 Promoo do desenvolvimento rural e agrcola sustentvel

15 Conservao da diversidade biolgica

16 Manejo ambientalmente saudvel da biotecnologia

17 Proteo dos oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive fechados e semifechados - e das zonas costeiras, uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos

18 Proteo da qualidade e do abastecimento dos recursos hdricos: aplicao de critrios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hdricos

19 Manejo ecolgicamente saudvel das substncias qumicas txicas, incluindo a preveno do trfico internacional ilegal de produtos txicos perigosos

20 Manejo ambientalmente saudvel dos resduos perigosos, incluindo a preveno do trfico internacional ilcito de resduos perigosos

21 Manejo ambientalmente saudvel dos resduos slidos e questes relacionadas com os esgotos

22 Manejo seguro e ambientalmente saudvel dos resduos radioativos

Seo III - Fortalecimento do papel dos grupos principais

23 Prembulo

24 Ao mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentvel eqitativo

25 A infncia e a juventude no desenvolvimento sustentvel

26 Reconhecimento e fortalecimento do papel das populaes indgenas e suas comunidades

27 Fortalecimento do papel das organizaes no governamentais; parceiros para um desenvolvimento sustentvel

28 Iniciativas das autoridades locais em apoio agenda 21

29 Fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos

30 Fortalecimento do papel do comrcio e da indstria

31 A comunidade cientfica e tecnolgica

32 Fortalecimento do papel dos agricultores

Seo IV - Meios de Implementao

33 Recursos e mecanismos de financiamento

34 Transferncia de tecnologia ambientalmente saudvel, cooperao e fortalecimento institucional

35 A cincia para o desenvolvimento sustentvel

36 Promoo do ensino, da conscientizao e do treinamento

37 Mecanismos nacionais e cooperao internacional para fortalecimento institucional nos pases em desenvolvimento

38 Arranjos institucionais internacionais

39 Instrumentos e mecanismos jurdicos internacionais

40 Informao para a tomada de decises

Procure saber: A sua cidade j elaborou a Agenda 21 Local? Voc tem acompanhado algum processo municipal, estadual ou nacional de elaborao da Agenda 21? Na sua avaliao estes processos esto sendo realmente participativos?

2.1.7.3 A declarao de princpios relativos s florestas A Declarao sobre as florestas pretende apresentar uma srie de medidas que previnam o problema do desmatamento. O Governo brasileiro sugeriu que se adotasse um texto que protegesse a riqueza florestal da selva amaznica, porm o certo que esta Declarao no possui fora jurdica obrigatria, motivo pelo qual, legalmente, no se pode evitar que os pases desenvolvidos continuem explorando os recursos florestais.

Essa Declarao consta de 15 princpios, que podem ser resumidos nos seguintes:

RESUMO DA DECLARAO DAS FLORESTAS

Princpio 1: Os Estados tm o direito de explorar seus recursos sempre e quando no prejudiquem o meio de outros Estados. O custo derivado da no explorao das florestas deveria ser sufragado pela comunidade internacional.

Princpio 2: Os Estados tm o direito de explorar suas florestas de acordo com uma poltica nacional, compatvel com o desenvolvimento sustentvel. Deveriam ser tomadas medidas para a proteo das florestas, fornecer informao sobre estas e os ecossistemas florestais e promover a participao da comunidade em sua conservao.

Princpio 3: A poltica nacional deveria esforar-se para o estabelecimento de um marco de atuao para a proteo das florestas. Em nvel internacional, deveria-se promover disposies de ndole institucional. Todas as atuaes de proteo florestal deveriam estar integradas e consideradas conjuntamente.

Princpio 4: Deve-se reconhecer a funo ecolgica vital das florestas e sua grande riqueza biolgica.

Princpio 5: A poltica florestal deve respeitar a cultura e o interesse dos povos indgenas e considerar a participao da mulher.

Princpio 6: As florestas so uma fonte renovvel de energia, tendo-se que realizar o ordenamento sustentvel do fornecimento de lenha, o controle de seu uso e reciclagem, a promoo do reflorestamento e a avaliao do valor dos bens florestais.

Princpio 7: Deve-se potencializar um ambiente econmico internacional propcio ao desenvolvimento sustentvel das florestas, proporcionando recursos financeiros queles pases pobres que possuam grandes zonas florestais, de modo que se estimulem atividades substitutrias das exploraes florestais.

RESUMO DA DECLARAO DAS FLORESTAS

Princpio 8: H que se potencializar o reflorestamento, aumentar a superficie florestal, potencializar economicamente os planos de ordenao e conservao florestal, integrar na poltica nacional a proteo das florestas, proteger as espcies em perigo de extino e realizar avaliaes do impacto ambiental. Os Estados tm direito de participar dos benefcios da explorao de seus recursos biolgicos, incluido o material gentico.

Princpio 9: A comunidade internacional deve compensar os pases em desenvolvimento que pretendam conservar seus recursos florestais, contribuindo na reduo de sua dvida externa, facilitando seu acesso ao mercado de produtos florestais e, oferecendo alternativas populao que dependa da explorao das florestas.

Princpio 10: Devem ser facilitados novos recursos financeiros aos pases em desenvolvimento para que possam efetuar a ordenao, conservao e desenvolvimento sustentvel de seus recursos florestais (florestamento, reflorestamento, luta contra o desmatamento e degradao das florestas e terras).

Princpio 11: Deve-se fomentar, facilitar e financiar o acesso dos pases em desenvolvimento s tecnologias ecolgicas.

Princpio 12: H que se potencializar as investigaes cientficas, os inventrios e avaliaes florestais por parte de instituies nacionais. Tambm h que potencializar as atuaes na cincia, o ensino, a tecnologia, a economia, a antropologia, a capacitao e os aspectos sociais, assim como o intercmbio de informao florestal. Os habitantes autctones devem conduzir sua capacidade e conhecimentos para o desenvolvimento sustentvel das florestas, pelo que tambm devem participar dos benefcios delas obtidos.

Princpio 13: O comrcio aberto e livre dos produtos florestais deve ser facilitado, assim como a reduo ou eliminao de barreiras alfandegrias para acesso ao mercado de produtos florestais, a incorporao dos custos e benefcios para o meio ambiente nas foras e mecanismos do mercado. Devendo-se integrar a conservao florestal nas demais polticas evitando as prticas que a degradem.

Princpio 14: Devem ser eliminadas ou evitadas as medidas unilaterais, incompatveis com os acordos internacionais, que proibem ou restringem o comrcio internacional de madeira e de produtos florestais, com o objetivo de alcanar o ordenamento sustentvel a longo prazo.

Princpio 15: Deve ser regulada a quantidade de poluentes atmosfricos, em particular os causantes da chuva cida.

2.1.8 O convnio marco das Naes Unidas sobre a Mudana Climtica O Convnio sobre a Mudana Climtica foi firmado em 9 de maio de 1992, por todos os pases participantes da Cpula da Terra. Este acordo foi estruturado em 26 artigos, tendo como objetivo "a estabilizao da concentrao de gases de efeito estufa na atmosfera em um nvel que impedisse interferncias antropognicas perigosas no sistema climtico". Neste sentido, pretendia-se controlar, especialmente, as emisses de dixido de carbono (CO2), clorofluorcarbonos (CFCs) e metano (CH4).

Do mesmo modo, foi estabelecido que os pases desenvolvidos deveriam tentar manter, at o ano 2000, a emisso de suas cotas nos nveis de 1990.

O Brasil, foi o primeiro pas que assinou a Conveno - Quadro das Naes Unidas para a Mudana do Clima -, em 4 de junho de 1992. O Congresso Nacional ratificou-a em 28 de fevereiro de 1994, entrando em vigor, para o Brasil, em 29 de maio de 1994, no nonagsimo dia aps a ratificao pelo Congresso Nacional.

As discusses sobre mudanas climticas foram organizadas pela ONU na forma de Conferncias das partes. No perodo de 28 de maro a 7 de abril de 1995, foi realizada, em Berlim, Alemanha, a 1 Conferncia; entre 9 e 19 de julho de 1996, foi realizada, em Genebra, Sua, a 2 Conferncia; de 2 a 13 de novembro de 1998, foi realizada, em Buenos Aires, Argentina, a 4 Conferncia; e a 5, foi realizada em Bonn, Alemanha, no perodo de 25 de outubro a 5 de novembro de 1999.

Sem dvida, a inoperncia do convnio firmado durante a "Cpula da Terra", em 1992 ficou evidente durante a 3 Conferncia da ONU sobre Mudana Climtica, realizada no ano de 1997, em Quioto, no Japo.

Nesta Conferncia, verificou-se que somente poucos pases - basicamente os de economia precria, como a ex-URSS e outros pases do antigo bloco comunista - haviam reduzido suas emisses, diferentemente de pases como Estados Unidos, Japo, China, ndia, Brasil e Indonsia que, longe de diminuir suas emisses, as haviam aumentado em grande proporo.

Na Conferncia de Quioto, foram fixados os contedos do "Protocolo de Quioto", com o qual os pases industrializados se comprometiam a reduzir suas emisses de gases txicos em 5,2%, entre os anos de 2008 e 2012, mantendo os nveis de 1990. Para que este protocolo fosse "juridicamente vinculante", deveria ser ratificado por 55 pases, entre eles Estados Unidos e outras potncias. Porm, no se conseguiu que os Estados Unidos ou a China o fizessem.

Segundo um informe do Worldwatch Institute, as emisses mundiais de CO2 elevaram-se 26,4 milhes de toneladas durante 1997.

Principais aspectos debatidos durante o Protocolo de Quioto

- Acordou-se que os pases industrializados deveriam reduzir suas emisses atmosfera de CO2 e CH4 em 5,2%, correspondentes aos nveis de 1990, durante o perodo 2008-2012. Desta forma, os Estados Unidos se comprometeram a diminuir em 7% suas emisses, a UE, em 8%, e o Japo, em 6%. - Os pases em vias de desenvolvimento ficaram excludos do cumprimento de reduzir a emisso de gases de efeito estufa. - Para o ano 2005, esses pases devero demonstrar avanos em seus compromissos. Para atingir tal objetivo foram estabelecidos trs mecanismos: * um mercado de emisses, liderado pelos Estados Unidos, pelo qual um pas desenvolvido, que atinja o permitido, possa "vender" o excedente a outro pas (sem dvida, esta "pera bufa" pode converter o comrcio de emisses em um problema muito srio, pois alguns pases poderiam alcanar facilmente suas cotas de emisso, vendendo a outros um grande volume excedente, o que daria lugar a uma certa flexibilidade na hora de limitar, na prtica, as cotas de emisso; * As iniciativas dos pases desenvolvidos tendentes a combater o aquecimento global; * A transferncia de tecnologia incua aos pases em desenvolvimento (tecnologia limpa).

No Protocolo de Quioto, foram traados os objetivos gerais, que deveriam ser cumpridos pelos pases industrializados, quanto reduo das emisses de gases de efeito estufa, mas sem especificar quantidades nem datas de cumprimento obrigatrio.

No dia 26 de outubro de 1999, deu-se incio, em Bonn, a uma cpula para levar prtica os compromissos sobre reduo de gases de efeito estufa, expostos no Protocolo de Quioto de dezembro de 1997. Sem dvida, no se esperava que desta cpula saissem importantes acordos, pois era considerada como um "passo intermedirio" entre a celebrada em Buenos Aires, em novembro de 1998, e aquela que viria a ocorrer em Haia, em fins do ano 2000.

A cpula de Buenos Aires tentou materializar estes compromissos em algo concreto; embora, aps onze dias de discusses, o resultado mais relevante tenha sido a criao de um programa de trabalho denominado Agenda 2000, recomendando a poltica a ser seguida para que no ano 2000 ponha-se em funcionamento os mecanismos do Protocolo de Quioto, na inteno de cumprir os compromissos assumidos.

A Cpula de Buenos Aires, longe de desenvolver o Protocolo de Quioto, caracterizou-se por um certo conformismo e adiamento das principais medidas de reduo de gases.

Outros acordos de importncia tomadas nesta cpula foram:

- abriu-se a oportunidade das ONG estarem presentes nos rgos de negociao das conferncias;

- foi constituda uma plataforma para relacionar estreitamente os Protocolos de Montreal (enfocado na conservao da camada de oznio) e de Quioto (enfocado a partir das conseqncias dos gases de efeito estufa);

- o compromisso de reforar e ampliar a rede internacional de vigilncia da concentrao de gases na atmosfera;

- o adiamento das decises sobre as repercusses da absoro de CO2 pela vegetao e oceanos (sumidouros) para a cpula de Haia, no ano 2000;

- dar um novo impulso aos mecanismos financeiros da Conveno do Clima e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente;

- promover a participao de especialistas na denominada "tecnologia limpa".

- A assinatura, ltima hora, dos Estados Unidos, comprometendo-se em reduzir a emisso de gases poluentes sob a condio de que se exija o mesmo, mais ativamente, dos pases em desenvolvimento.

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Os Estados Unidos, com apenas 5% da populao mundial, produzem mais de 25% das emisses totais de CO2 do planeta.

Reflita: Com as informaes acima podemos relacionar as emisses de CO2 com o nmero de habitantes dos pases, ou com o modelo de desenvolvimento adotado?

E os acordos pendentes seguem sendo os mesmos de Quioto.

- Como e em que momento os pases desenvolvidos devem pr em funcionamento um plano de reduo das emisses de gases de efeito estufa.

- O Detalhamento da poltica a ser seguida, no denominado "comrcio de emisses", atravs do qual permite-se a venda e compra de poluio entre as naes desenvolvidas.

- A elaborao de um plano de ao a respeito da chamada "tecnologia limpa", consistindo no financiamento de tecnologia incua (energias renovveis) aos pases mais desfavorecidos em troca de "crditos" de poluio.

- Como chegar a um tipo de acordo com respeito limitao dos "crditos" de emisso. Com referncia a este tema, a Unio Europia respalda o estabelecimento de uma cota que limite tais "crditos", ao contrrio dos Estados Unidos, que defendem um comrcio totalmente livre.

- Acabar de definir o que se entende por sumidouro de CO2 , sobretudo no que diz respeito s florestas. A questo que aqui se contempla : de que forma se pode levar em considerao estes grandes absorvedores de dixido de carbono -muito difceis de quantificar-, com o intuito de no mascarar os resultados, na hora de avaliar uma possvel reduo dos gases de efeito estufa, por parte da atividade humana.

Em maio de 1999, a Unio Europia assentou as bases para reduzir as emisses em cada pas comunitrio em 50%, investindo o restante na compra-venda de "crditos de emisso", o que para WWF/Adena representa um retrocesso, pois com esta medida no se formaliza uma reduo real das emisses comunitrias.

Na Espanha, por exemplo, algumas fontes assinalam que durante 1998, as emisses de CO2 aumentaram 5,3%, o que significa um acrscimo de 23,2%, em relao aos valores estimados em 1990.

No marco da Unio Europia, e de acordo com o Protocolo de Quioto, a Espanha comprometeu-se a limitar o aumento de suas emisses de gases de efeito estufa em 15%, durante o perodo 2008-2012, mantendo os valores de 1990.

Reflita: Dois pases, o mais rico e o mais populoso da Terra, no ratificaram o Protocolo de Quioto. Que conseqncias isto pode trazer tanto em mbito global quanto regional?

O compromisso do Brasil o compromisso dos pases em desenvolvimento onde se prope:

1. elaborar e atualizar, peridicamente, inventrios nacionais de emisses antrpicas, por fontes, e das remoes, por sumidouros, de todos os gases de efeito estufa no controlados pelo Protocolo de Montreal ( artigo 4 do texto da Conveno);

2. informar medidas tomadas ou previstas para implementar a Conveno (artigo 12 do texto da Conveno).

2.1.9 O convnio sobre a Biodiversidade O Convnio sobre a biodiversidade tem como objetivo: "a conservao da biodiversidade, o aproveitamento sustentvel de seus componentes e a distribuio justa e equitativa dos benefcios procedentes da utilizao dos recursos genticos atravs, dentre outras coisas, do acesso adequado aos recursos genticos e da transferncia adequada de tecnologias pertinentes, tendo em conta todos os direitos sobre estes recursos e tecnologias, e tambm atravs de um financiamento adequado".

Este Convnio, obriga os pases desenvolvidos a pagarem aos pases em desenvolvimento pela utilizao de seu material gentico, todavia, os Estados Unidos, que contam com um forte comrcio em bioengenharia, decidiu no firm-lo.

Ser visto no captulo 4 deste mdulo, Meio Ambiente no Brasil, no tem 3.3.5, que o governo brasileiro criou o PRONABIO, como principal instrumento para a implantao da conservao sobre a diversidade biolgica no pas. 2.1.10 A conferncia Habitat II (1996) O Centro das Naes Unidas para os Assentamentos Humanos (The United Nations Centre for Human Settlements - UNCHS) - Habitat -, foi criado em 1978, dois anos antes da Conferncia das Naes Unidas para Assentamentos Humanos, realizada em Vancouver, Canad.

A Conferncia Habitat II, celebrada em Istambul em 1996, adotou o Programa Habitat. Esee Programa, pretende melhorar as condies de vida da humanidade, tendo como base o desenvolvimento sustentvel.

As atividades operacionais do Programa Habitat, focam a promoo de moradias para todos, o desenvolvimento da governabilidade urbana, a reduo da pobreza urbana, a oferta de meio ambiente limpo, o manejo de desastres e a reabilitao aps conflitos. Durante o binio 2000 - 2001, O Programa Habitat ir coordenar duas campanhas globais, uma para garantir a posse segura da terra e a outra relacionada governabilidade urbana. O foco destas campanhas a reduo da pobreza urbana atravs de polticas que enfatizem a eqidade, a sustentabilidade e a justia social. Outra grande atividade para este binio a preparao da Conferncia Istambul +5, uma sesso especial da Assemblia Geral das Naes Unidas, planejada para junho de 2001, que revisar e avaliar a implementao no mundo da Agenda Habitat. 2.1.11 A 2 Cpula da Terra (1997) A 2 Cpula da Terra, foi celebrada em New York, entre 23 e 27 de junho de 1997, na 19 Assemblia Geral da ONU, para revisar os compromissos firmados no Rio, em particular a Agenda 21.

Essa Cpula, ficou marcada pela escassez de acordos e, mais que uma reunio para revisar resultados, converteu-se no reconhecimento do baixo grau de cumprimento dos compromissos firmados cinco anos antes.

Apesar da negativa avaliao geral que se fez desta Cpula, adotaram-se alguns acordos como o "Plano para a posterior execuo da Agenda 21", que evitava renegociar este programa, estabelecendo um plano de trabalho para os prximos 5 anos, marcando-se uma data para novo exame no ano 2002. Este ano tambm foi definido como data limite, para que os pases acabassem de formular suas estratgias nacionais de desenvolvimento sustentvel. 2.1.12 Protocolo de proteo da Antrtida (1998) Considerando a importncia estratgica desta regio, em 1959, vrios pases assinaram o tratado da Antrtida, no qual se firma o compromisso da utilizao da Antrtida somente para fins pacficos e de cooperao internacional, para o desenvolvimento de pesquisas cientficas. O Brasil aderiu a este tratado em 1975, e em 12 de janeiro de 1982, foi criado o programa Antrtico Brasileiro - PROANTAR - Decreto n 86.830.

O Protocolo de Proteo da Antrtida, nasceu com o objetivo de controlar a degradao ambiental deste continente, causada pela explorao de seus recursos naturais, o incipiente turismo e o perigo de extino das espcies que ali habitam. Trata-se de um acordo firmado por 27 naes, inclusive o Brasil, segundo o qual, comprometem-se a no explorar os recursos naturais que ali se encontram. Por ser um acordo de carter voluntrio, o problema real alicera-se no fato de que, se um pas no signatrio decide explorar estas reservas, os demais pases no possuem fora legal para imped-lo.

2.1.13 Atuaes das ONG As Organizaes No-Governamentais, exercem um papel crucial na proteo do Meio Ambiente. Algumas das mais conhecidas so: o World Wildlife Fund (WWF), a Unio Internacional para Conservao da Natureza (UICN), a Federao de Amigos da Terra e o Greenpeace.

O termo ONG (Organizao No-Governamental) vem dos pases do Norte (NGOs - Non-Governmental Organizations), referindo-se s entidades ou agncias de cooperao financeira, e tambm a projetos de desenvolvimento ou assistencialistas, em favor das populaes desprivilegiadas do Primeiro e do Terceiro Mundo. Para WARREN (1995), a partir da Primeira Cpula da Terra em 1992( ECO 92), no Rio de Janeiro, Brasil, as ONGs passam tambm a simbolizar um espao de participao da sociedade civil organizada, que estruturam o chamado terceiro setor (diferente do Estado e do Mercado).

Mas, embora a atuao das ONGs esteja muitas vezes associada s atividades de proteo ambiental, WARREN (1995) aponta que, no Brasil, as ONGs tm se caracterizado como entidades de assessoria, apoio, promoo, educao e defesa de direitos humanos e ambientalistas, com objetivo de transformar aspectos negativos da realidade social (econmica, social e ambiental), manifestando-se atravs de movimentos sociais e/ou comunidades, atuando na defesa da cidadania e na construo de uma sociedade mais participativa e justa. Neste sentido, para WARREN, o conceito e a atuao das ONGs ultrapassam as fronteiras estritamente ambientais, articulando-se no espao conceitual do desenvolvimento sustentvel.

Algumas das ONGs de atuao mundial, com representao no Brasil, so: o Fundo Mundial da Natureza, a Unio Mundial para Conservao da Natureza (UINC), e o Greenpeace. No captulo 4 - O Meio Ambiente no Brasil -, esto referenciadas algumas das mais importantes ONGs com forte atuao no espao brasileiro. Essas entidades recebem aporte financeiro para subsidiar suas aes de diversas entidades e agncias nacionais (no Brasil) e internacionais (no Brasil e no Mundo).

A Unio Europia, por exemplo, prev subvencionar cerca de US$ 12.000.000 (doze milhes de dlares), s ONGs dedicadas s atividades ambientais, durante o perodo 1998 - 2001; 70% deste oramento, ser destinado para o funcionamento de suas atividades, e 30% aos gastos de tipo administrativo.

Procure saber: Na sua cidade ou regio existem ONGs atuantes? Elas integram os trabalhos de preservao e conservao ambientais ao desenvolvimento econmico e social das comunidades em que atuam? Conhea estes trabalhos procurando compreender como as ONGs podem contribuir para a consolidao do Desenvolvimento Sustentvel.

Pontos a destacar 1.- Desde 1972, proliferaram-se os acordos ambientais destinados a proteger o mundo das atuaes do homem.

2.- Uma das Cpulas mais relevantes celebradas, foi a Cpula para a Terra, de 1992, ainda que posteriormente tenha-se comprovado que os acordos e metas ali firmados no foram cumpridos em sua maioria.

3.- Embora haja um grande esforo mundial, as mudanas efetivas para proteo e conservao do meio ambiente esto abaixo das reais necessidades de mudanas.

4.- Muitos pases pobres relutam em internalizar os protocolos e documentos ambientais, estabelecidos mundialmente, pois ainda acreditam num modelo de desenvolvimento ambientalmente incorreto.

5.- As atuaes das organizaes no-governamentais ultrapassam as fronteiras estritamente ambientais. Elas tm contribudo para o estabelecimento de prticas que internalizam o conceito de Desenvolvimento Sustentvel.