20 a 22 out 2012

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XX 205 20 a 22/10/2012 * Falta de verba e ações judiciais emperram a reforma agrária - p.01 * Jusça confisca e depois devolve dinheiro apreendido em bingo - p.26 * Sem cadeia para corrupto - p.28

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XX 205 20 a 22/10/2012

* Falta de verba e ações judiciais emperram a reforma agrária - p.01

* Justiça confisca e depois devolve dinheiro apreendido em bingo - p.26

* Sem cadeia para corrupto - p.28

HOJE EM DIA - Mg - p. 10 E 11 - 21.10.2012

01

cOnt.... HOJE EM DIA - Mg - p. 10 E 11 - 21.10.2012

02

cOnt.... HOJE EM DIA - Mg - p. 10 E 11 - 21.10.2012

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O tEMpO - Mg - p. 08 - 21.10.2012

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cOnt.... O tEMpO - Mg - p. 08 - 21.10.2012

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HOJE EM DIA - Mg - p. 05 - 22.10.2012

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 02 - 21.10.2012BAptIStA cHAgAS DE ALMEIDA

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HOJE EM DIA - Mg - p. 04 - 20.10.2012cEnárIO pOLítIcO

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HOJE EM DIA - Mg - p. 26 - 20.12.2012

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HOJE EM DIA - Mg - p. 06 - 22.10.2012

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cOnt... HOJE EM DIA - Mg - p. 06 - 22.10.2012

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 05 - 20.10.2012

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cOnt... EStADO DE MInAS - Mg - p. 05 - 20.10.2012

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 06 - 20.10.2012

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fOLHA DE Sp - p. A7 - Sp 1- 22.10.2012

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HOJE EM DIA - Mg - p. 03 - 22.10.2012

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O tEMpO - Mg - p.08 - 20.10.2012

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vEJA - Sp - p. 66 pAnOrAM - rADAr 24.10.2012

IMprEnSA

O bispo vende

A Universal está finalizando a venda para a gráfica Esde-va do Hoje em Dia, Jornal da igreja de Edir Macedo em Belo Horizonte.

O tEMpO - Mg - p. 03 - 20.10.2012

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O tEMpO - Mg - p. 24 - 19.10.2012

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HOJE EM DIA - Mg - p. 05 - 21.10.2012

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Justiça confisca e depois devolve dinheiro apreendido em bingoDecisão inédita, tomada com base em parecer da Procuradoria Geral de Justiça, pode abrir precedente no país

O gLOBO - rJ - 11ª p. - 21.10.2012

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O gLOBO - rJ - p. 03 E 04 - 21.10.2012

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cOnt... O gLOBO - rJ - p. 03 E 04 - 21.10.2012

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HOJE EM DIA - Mg - p.20 - 20.10.2012

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Renata Mariz e Juliana BragaBrasília – Considerados verdadeiros guardiões dos direi-

tos da infância e adolescência, os conselhos tutelares, presentes em quase todo o território brasileiro, não receberam nem 1% dos R$ 38 milhões previstos pelo governo federal no programa para reestruturar e qualificar os órgãos em 2012. Dependentes dos orçamentos minguados das prefeituras para funcionar, os conselhos padecem de todo tipo de problema – falta de mo-biliário, computador, telefone, carro e até tinta para imprimir processos. E o pouco que a União reserva demora a chegar.

“É muito preocupante constatar uma execução tão baixa dos recursos que deveriam apoiar as atividades dos conselhos tutelares faltando pouco tempo para fechar o ano”, critica Ariel de Castro, vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil. Ele res-salta que, embora a missão de manter os órgãos administra-tivos seja dos Executivos locais, o governo federal não deve se omitir de complementar os investimentos. “Os conselhos têm a missão de zelar, averiguando qualquer suspeita de direito violado. Para isso, precisam ter estrutura”, afirma.

Uma radiografia completa dos 5,9 mil conselhos existen-tes no Brasil deve sair nas próximas semanas, quando a Secre-taria de Direitos Humanos divulgará o 1º Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares. Mas já se sabe, dentro do órgão, que os novos números não destoarão muito do último levantamen-to semelhante encomendado pela pasta, em 2007, apesar de avanços. Naquela ocasião, verificou-se que a falta de um espa-ço permanente atingia 12% dos então 4,8 mil conselhos. Em 15%, não havia mobiliário básico, como cadeira e mesa, e 24% não contavam nem com papel.

Cinco anos depois do levantamento que apontou esses dados, alguns problemas se perpetuam no Novo Gama (GO), a apenas 50km de Brasília. Em um terreno pequeno, funcio-nando em um prédio de aproximadamente 40m2, faltam itens básicos como armário para arquivar os documentos e até tinta para a impressora. Mais grave do que isso, na opinião do con-selheiro Marco Aurélio Cardoso Ribeiro, é a ausência de uma rede para dar prosseguimento às atividades do conselho. “Não temos como encaminhar as crianças com problemas de média e alta complexidade que chegam aqui”, lamenta Marco.

A precariedade do conselho tutelar do Novo Gama veio à tona esta semana, depois de revelada a história de quatro crianças – com 4, 7, 9 e 12 anos – que precisaram ser retiradas de casa, mas não tinham para onde ir. Elas tiveram de dor-mir no Centro de Referência em Assistência Social (Creas) do município, onde não há acomodação adequada, em colchões improvisados pela equipe. “Sem essa rede de assistência, as crianças ficam desamparadas”, conta Marco.

Depois de quase três meses sem tinta na impressora do conselho, o item só foi comprado pelo governo local quando a história das quatro crianças ganhou as manchetes dos jornais e da internet. “Precisamos da tinta para imprimir os autos, sem ela, nosso trabalho é inviabilizado”, diz o conselheiro. Marco

Aurélio também reclama da falta de uma sala especial para atendimento de crianças abusadas sexualmente. “É preciso ambiente para elas se abrirem. Não adianta colocar numa sala só com quatro paredes”, explica.SEM IntErnEt

A falta de estrutura chegou ao ponto de o conselho estar ameaçado de perder os recursos federais aos quais tem direi-to. Falta um técnico em informática da prefeitura para instalar o Sistema de Informações para a Infância e a Adolescência (Sipia), programa pelo qual o governo federal controla, en-tre outras coisas, a aplicação dos recursos, conta Marco. Em Luziânia (GO), o mesmo problema acontece. “Precisamos da internet para trabalhar com o Sipia, mas estamos sem acesso. Faz três meses que pedimos a visita de um técnico e nada. Já acionamos o Judiciário”, afirma João Souza Filho, presidente de um dos dois conselhos tutelares de Luziânia.

Para conseguir uma reforma na casa cedida pela prefeitu-ra e o conserto de um veículo, conta João, o mesmo expediente teve que ser usado. “Só conseguimos as coisas depois de mui-ta pressão, tendo que requerer na Justiça itens básicos para o nosso funcionamento”, lamenta o presidente do conselho. Ele enxerga dois motivos para a falta de investimento por parte das prefeituras. “Muitos não entendem a importância do nosso trabalho. Outros evitam investir exatamente para minar nossa capacidade de averiguar as violações de direitos ocorridas no município”, destaca João.

O 1º Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares reforçará a ampla cobertura de conselhos tutelares no Brasil, mostrando, por exemplo, que apenas nove estados não têm ao menos um órgão em cada município. São Paulo, que tem a maior quanti-dade, conta com 44 unidades – pouco, considerado o parâmetro instituído pelo Conselho Nacional de Criança e do Adolescen-te (Conanda), de um conselho para cada 100 mil habitantes. Por esse cálculo, São Paulo deveria ter 410 conselhos.

Saiba maisconselho tutelar

Criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, o conselho tutelar é um órgão autônomo, de caráter administrativo, regulamentado por lei municipal e sem relação com o Judiciário.

Tem como principal objetivo zelar pelos direitos da crian-ça e do adolescente de uma forma ágil, que dispensa a judicia-lização do processo.

Diante de qualquer suspeita de violações, o órgão tem que agir, verificando denúncias, dando os primeiros atendimentos e encaminhando os problemas – conforme as características de cada caso – aos demais órgãos (como Ministério Público, Judiciário e rede de assistência social).

Formado por cinco cidadãos escolhidos pela sociedade, na maioria das vezes por meio de voto, que não é obrigatório. Há cidades onde eles são indicados por entidades credenciadas pelo Conselho Municipal da Criança. A qualificação exigida para ser conselheiro tutelar diverge em cada cidade. Algumas

EStADO DE MInAS – On LInE – 20.10.2012 DIrEItOS AMEAÇADOS

Guardiões da infância à míngua Nem 1% dos R$ 38 milhões destinados este ano pelo governo federal para reestruturar os conselhos tutelares foi liberado

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DIárIO DO cOMércIO - BH - Mg - p. 10 - 19.10.2012

legislações municipais estabelecem critérios como escolarida-de mínima e experiência no tema da infância. Outras exigem apenas que o conselheiro, que tem mandato de quatro anos, seja uma pessoa atuante na comunidade.

Os conselheiros são pagos pelas prefeituras, que depois de criar o órgão por meio de lei também devem garantir sua manutenção e o bom funcionamento. Os conselhos passam a ser vinculados a determinadas secretarias, geralmente de Ação Social, Justiça ou Direitos Humanos. Mas nem sempre há uma atenção do Executivo local com o órgão, levando a proble-mas de financiamento. Em virtude disso, o governo federal age tentando fortalecer os conselhos. Os investimentos da União, entretanto, têm chegado pouco aos conselhos tutelares pelo Brasil.

Licitações ainda em andamento A Secretaria de Direitos Humanos, que gerencia os R$

38 milhões do programa de reestruturação e qualificação de conselhos tutelares, explicou que somente 0,83% dos recur-sos foram liquidados (ou seja, efetivamente pagos em função

de itens adquiridos ou serviços prestados) porque há licitações ainda em andamento para comprar um kit que será distribuído a conselhos em todo o país. Cada kit será composto por veícu-lo, computador, bebedouro e telefone. A pasta explicou ainda, sem detalhar, que parte dos recursos sob sua responsabilidade não foram ainda liberados pelo Planejamento, apesar de esta-rem autorizados.

Até mesmo o percentual de empenho (montante já reser-vado para posterior pagamento em função de compras ou ser-viços contratados) é muito baixo: 1,45% (ou apenas R$ 565 mil dos R$ 38 milhões). Vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Bra-sil, Ariel de Castro mostra desânimo. “Nesse ritmo, dificilmen-te os recursos serão aplicados até o fim do ano. Essa lentidão é antiga e já deveria ter melhorado”, afirma. Para João Souza Filho, presidente de um dos conselhos tutelares de Luziânia (GO), ações do governo federal são raras. “Tenho quase dois anos aqui e sempre ouvimos rumores de edital para receber-mos veículos ou outras benfeitorias, mas nunca nada de con-creto”, diz. (RM)

cOnt... EStADO DE MInAS – On LInE – 20.10.2012

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Evento debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da região

Foram abordadas

questões sobre as rotinas

administrativas e judiciais dos

trabalhos da Justiça,

entre outras

Em mensagem aos partici-pantes do encontro, o 1º vice--presidente do TJ, desembar-gador Almeida Melo, ressaltou o fato de o Encor promover a comunicação e a interação entre o Tribunal e os juízes. O magistrado destacou ainda o momento de mudanças pelo qual a Justiça está passando, com destaque para a chegada do Processo Judicial Eletrônico (PJe), tema contemplado na programação do Encor.

Para o presidente da Asso-ciação dos Magistrados Minei-ros (Amagis), juiz Bruno Terra Dias, encontros como esse proporcionam momentos de reencontro e troca de experi-ências. O juiz destacou ainda que o Encor é oportunidade para aferir as necessidades das comarcas.

O Encor teve início em abril de 2005. O público dessa edição são os juízes diretores do Foro, com competência para Infância e Juventude e execuções penais. Todos da Região 6 de atuação da Cor-regedoria estão sob a res-ponsabilidade do juiz auxiliar da Corregedoria Adilon Cláver de Resende.

PIRAPORA - “Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data”. Com essas palavras de Guimarães Rosa, o corregedor Audebert Delage se referiu a Pirapora, cidade que atuou como magistrado entre 1982 e 1987 e que esco-lheu para sediar o 12º Encor.

Às margens do Rio São Francisco, Pirapora completou 100 anos de instalação do município em 2012. A cidade tem 54 mil habitantes e está distante 340 Km de Belo Hori-zonte. A comarca foi instalada em 1936 e atualmente possui três varas e uma Unidade Juris-dicional da Justiça Especial.

Mensagens aos participantes

Corregedoria-Geral de Justiça e Ejef promovem encontro em Pirapora

A12ª edição do Encontro da Corregedoria (Encor) foi aber-

ta no fim da tarde do dia 18, na Comarca de Pirapora, pelo corre-gedor-geral de Justiça, desem-bargador Audebert Delage, e pelo superintendente-adjunto da Escola Judicial Desembarga-dor Edésio Fernandes (Ejef), desembargador Saldanha da Fonseca. Ele representa o 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJMG), desembargador Baía Borges.

O objetivo é debater temas relevantes das rotinas adminis-trativas e judiciais dos trabalhos da Justiça, orientar os juízes, além de ampliar a interação entre a Corregedoria e os magistrados do interior. O Encontro, resultado da parceria entre a Corregedoria--Geral de Justiça e a Ejef, foi até o fim da tarde do dia 19, e debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da Região, seis de atuação da Corregedoria--Geral de Justiça.

A palestra magna “Conhe-cendo a Corregedoria”, proferi-da pelo corregedor Audebert Delage, marcou o início dos tra-balhos. Também participaram da solenidade o 1º vice-presi-dente do Tribunal, desembarga-dor Almeida Melo; a vice-corre-gedora-geral de Justiça, desem-bargadora Vanessa Verdolim Hudson Andrade; os desembar-gadores Wagner Wilson e Wan-derley Salgado Paiva; juízes auxiliares da Corregedoria; autoridades municipais, civis e militares, entre outros.

O desembargador Saldanha

da Fonseca reafirmou o propósito assumido pelo desembargador Baía Borges, à frente da Escola Judicial, de aproximação com os juízes do interior do Estado. Segundo ele, são em debates como o Encor que surgem temas que devem ser desenvolvidos pela Escola.

PALESTRA - O corregedor ini-ciou sua participação contando que a palestra magna, “Conhe-cendo a Corregedoria”, é resulta-do do compromisso de divulgar as ações e funções das correge-dorias, assumido por todos os corregedores do Brasil, durante O 60º Encontro do Colégio de Corregedores (Encoge), ocorrido no mês de agosto.

Em Minas Gerais, a divulga-ção da atuação do órgão vai ocor-rer por meio da elaboração de um manual de rotinas de traba-lho da casa e da produção de material informativo impresso e audiovisual sobre a Corregedoria de Minas. Também em produ-ção, uma edição do programa de televisão do TJMG, Justiça em

Questão, enfocando o trabalho da Corregedoria. Em sua pales-tra, o corregedor explicou a estrutura organizacional e os campos de atuação da Corre-gedoria, bem como as funções administrativas, de orientação e de fiscalização que o órgão exer-ce, em um estado composto por 853 municípios e 296 comarcas. “A Corregedoria de Minas tem atuação reconhecida nacional e internacionalmente”, destacou o corregedor.

Ainda na palestra, o desem-bargador Audebert Delage abor-dou os Sistemas Conveniados (Bacenjud, Renajud, entre outros) e os Sistemas CNJ, que consistem num conjunto de banco de dados a ser alimenta-do pelo juiz ou servidor desig-nado. “Para que os sistemas funcionem, é preciso que a ali-mentação dos bancos de dados seja feita corretamente”, afir-mou, ressaltando que a atuali-zação das informações é fiscali-zada pela Corregedoria Estadu-al e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Magistrados se reuniram para discutir propostas por uma Justiça mais eficiente

MARCELO ALBERT

MInAS gErAIS - p.07 - 20.10.2012

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cOnt... MInAS gErAIS - p.07 - 20.10.2012MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

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Evento debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da região

Foram abordadas

questões sobre as rotinas

administrativas e judiciais dos

trabalhos da Justiça,

entre outras

Em mensagem aos partici-pantes do encontro, o 1º vice--presidente do TJ, desembar-gador Almeida Melo, ressaltou o fato de o Encor promover a comunicação e a interação entre o Tribunal e os juízes. O magistrado destacou ainda o momento de mudanças pelo qual a Justiça está passando, com destaque para a chegada do Processo Judicial Eletrônico (PJe), tema contemplado na programação do Encor.

Para o presidente da Asso-ciação dos Magistrados Minei-ros (Amagis), juiz Bruno Terra Dias, encontros como esse proporcionam momentos de reencontro e troca de experi-ências. O juiz destacou ainda que o Encor é oportunidade para aferir as necessidades das comarcas.

O Encor teve início em abril de 2005. O público dessa edição são os juízes diretores do Foro, com competência para Infância e Juventude e execuções penais. Todos da Região 6 de atuação da Cor-regedoria estão sob a res-ponsabilidade do juiz auxiliar da Corregedoria Adilon Cláver de Resende.

PIRAPORA - “Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data”. Com essas palavras de Guimarães Rosa, o corregedor Audebert Delage se referiu a Pirapora, cidade que atuou como magistrado entre 1982 e 1987 e que esco-lheu para sediar o 12º Encor.

Às margens do Rio São Francisco, Pirapora completou 100 anos de instalação do município em 2012. A cidade tem 54 mil habitantes e está distante 340 Km de Belo Hori-zonte. A comarca foi instalada em 1936 e atualmente possui três varas e uma Unidade Juris-dicional da Justiça Especial.

Mensagens aos participantes

Corregedoria-Geral de Justiça e Ejef promovem encontro em Pirapora

A12ª edição do Encontro da Corregedoria (Encor) foi aber-

ta no fim da tarde do dia 18, na Comarca de Pirapora, pelo corre-gedor-geral de Justiça, desem-bargador Audebert Delage, e pelo superintendente-adjunto da Escola Judicial Desembarga-dor Edésio Fernandes (Ejef), desembargador Saldanha da Fonseca. Ele representa o 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJMG), desembargador Baía Borges.

O objetivo é debater temas relevantes das rotinas adminis-trativas e judiciais dos trabalhos da Justiça, orientar os juízes, além de ampliar a interação entre a Corregedoria e os magistrados do interior. O Encontro, resultado da parceria entre a Corregedoria--Geral de Justiça e a Ejef, foi até o fim da tarde do dia 19, e debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da Região, seis de atuação da Corregedoria--Geral de Justiça.

A palestra magna “Conhe-cendo a Corregedoria”, proferi-da pelo corregedor Audebert Delage, marcou o início dos tra-balhos. Também participaram da solenidade o 1º vice-presi-dente do Tribunal, desembarga-dor Almeida Melo; a vice-corre-gedora-geral de Justiça, desem-bargadora Vanessa Verdolim Hudson Andrade; os desembar-gadores Wagner Wilson e Wan-derley Salgado Paiva; juízes auxiliares da Corregedoria; autoridades municipais, civis e militares, entre outros.

O desembargador Saldanha

da Fonseca reafirmou o propósito assumido pelo desembargador Baía Borges, à frente da Escola Judicial, de aproximação com os juízes do interior do Estado. Segundo ele, são em debates como o Encor que surgem temas que devem ser desenvolvidos pela Escola.

PALESTRA - O corregedor ini-ciou sua participação contando que a palestra magna, “Conhe-cendo a Corregedoria”, é resulta-do do compromisso de divulgar as ações e funções das correge-dorias, assumido por todos os corregedores do Brasil, durante O 60º Encontro do Colégio de Corregedores (Encoge), ocorrido no mês de agosto.

Em Minas Gerais, a divulga-ção da atuação do órgão vai ocor-rer por meio da elaboração de um manual de rotinas de traba-lho da casa e da produção de material informativo impresso e audiovisual sobre a Corregedoria de Minas. Também em produ-ção, uma edição do programa de televisão do TJMG, Justiça em

Questão, enfocando o trabalho da Corregedoria. Em sua pales-tra, o corregedor explicou a estrutura organizacional e os campos de atuação da Corre-gedoria, bem como as funções administrativas, de orientação e de fiscalização que o órgão exer-ce, em um estado composto por 853 municípios e 296 comarcas. “A Corregedoria de Minas tem atuação reconhecida nacional e internacionalmente”, destacou o corregedor.

Ainda na palestra, o desem-bargador Audebert Delage abor-dou os Sistemas Conveniados (Bacenjud, Renajud, entre outros) e os Sistemas CNJ, que consistem num conjunto de banco de dados a ser alimenta-do pelo juiz ou servidor desig-nado. “Para que os sistemas funcionem, é preciso que a ali-mentação dos bancos de dados seja feita corretamente”, afir-mou, ressaltando que a atuali-zação das informações é fiscali-zada pela Corregedoria Estadu-al e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Magistrados se reuniram para discutir propostas por uma Justiça mais eficiente

MARCELO ALBERT

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Evento debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da região

Foram abordadas

questões sobre as rotinas

administrativas e judiciais dos

trabalhos da Justiça,

entre outras

Em mensagem aos partici-pantes do encontro, o 1º vice--presidente do TJ, desembar-gador Almeida Melo, ressaltou o fato de o Encor promover a comunicação e a interação entre o Tribunal e os juízes. O magistrado destacou ainda o momento de mudanças pelo qual a Justiça está passando, com destaque para a chegada do Processo Judicial Eletrônico (PJe), tema contemplado na programação do Encor.

Para o presidente da Asso-ciação dos Magistrados Minei-ros (Amagis), juiz Bruno Terra Dias, encontros como esse proporcionam momentos de reencontro e troca de experi-ências. O juiz destacou ainda que o Encor é oportunidade para aferir as necessidades das comarcas.

O Encor teve início em abril de 2005. O público dessa edição são os juízes diretores do Foro, com competência para Infância e Juventude e execuções penais. Todos da Região 6 de atuação da Cor-regedoria estão sob a res-ponsabilidade do juiz auxiliar da Corregedoria Adilon Cláver de Resende.

PIRAPORA - “Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data”. Com essas palavras de Guimarães Rosa, o corregedor Audebert Delage se referiu a Pirapora, cidade que atuou como magistrado entre 1982 e 1987 e que esco-lheu para sediar o 12º Encor.

Às margens do Rio São Francisco, Pirapora completou 100 anos de instalação do município em 2012. A cidade tem 54 mil habitantes e está distante 340 Km de Belo Hori-zonte. A comarca foi instalada em 1936 e atualmente possui três varas e uma Unidade Juris-dicional da Justiça Especial.

Mensagens aos participantes

Corregedoria-Geral de Justiça e Ejef promovem encontro em Pirapora

A12ª edição do Encontro da Corregedoria (Encor) foi aber-

ta no fim da tarde do dia 18, na Comarca de Pirapora, pelo corre-gedor-geral de Justiça, desem-bargador Audebert Delage, e pelo superintendente-adjunto da Escola Judicial Desembarga-dor Edésio Fernandes (Ejef), desembargador Saldanha da Fonseca. Ele representa o 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJMG), desembargador Baía Borges.

O objetivo é debater temas relevantes das rotinas adminis-trativas e judiciais dos trabalhos da Justiça, orientar os juízes, além de ampliar a interação entre a Corregedoria e os magistrados do interior. O Encontro, resultado da parceria entre a Corregedoria--Geral de Justiça e a Ejef, foi até o fim da tarde do dia 19, e debateu temas de relevância para juízes de 63 comarcas da Região, seis de atuação da Corregedoria--Geral de Justiça.

A palestra magna “Conhe-cendo a Corregedoria”, proferi-da pelo corregedor Audebert Delage, marcou o início dos tra-balhos. Também participaram da solenidade o 1º vice-presi-dente do Tribunal, desembarga-dor Almeida Melo; a vice-corre-gedora-geral de Justiça, desem-bargadora Vanessa Verdolim Hudson Andrade; os desembar-gadores Wagner Wilson e Wan-derley Salgado Paiva; juízes auxiliares da Corregedoria; autoridades municipais, civis e militares, entre outros.

O desembargador Saldanha

da Fonseca reafirmou o propósito assumido pelo desembargador Baía Borges, à frente da Escola Judicial, de aproximação com os juízes do interior do Estado. Segundo ele, são em debates como o Encor que surgem temas que devem ser desenvolvidos pela Escola.

PALESTRA - O corregedor ini-ciou sua participação contando que a palestra magna, “Conhe-cendo a Corregedoria”, é resulta-do do compromisso de divulgar as ações e funções das correge-dorias, assumido por todos os corregedores do Brasil, durante O 60º Encontro do Colégio de Corregedores (Encoge), ocorrido no mês de agosto.

Em Minas Gerais, a divulga-ção da atuação do órgão vai ocor-rer por meio da elaboração de um manual de rotinas de traba-lho da casa e da produção de material informativo impresso e audiovisual sobre a Corregedoria de Minas. Também em produ-ção, uma edição do programa de televisão do TJMG, Justiça em

Questão, enfocando o trabalho da Corregedoria. Em sua pales-tra, o corregedor explicou a estrutura organizacional e os campos de atuação da Corre-gedoria, bem como as funções administrativas, de orientação e de fiscalização que o órgão exer-ce, em um estado composto por 853 municípios e 296 comarcas. “A Corregedoria de Minas tem atuação reconhecida nacional e internacionalmente”, destacou o corregedor.

Ainda na palestra, o desem-bargador Audebert Delage abor-dou os Sistemas Conveniados (Bacenjud, Renajud, entre outros) e os Sistemas CNJ, que consistem num conjunto de banco de dados a ser alimenta-do pelo juiz ou servidor desig-nado. “Para que os sistemas funcionem, é preciso que a ali-mentação dos bancos de dados seja feita corretamente”, afir-mou, ressaltando que a atuali-zação das informações é fiscali-zada pela Corregedoria Estadu-al e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Magistrados se reuniram para discutir propostas por uma Justiça mais eficiente

MARCELO ALBERT

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Pedro FerreiraLiminar judicial garante o fun-

cionamento em Belo Horizonte de grandes aglomerados comerciais e empresas sem equipe própria de bombeiros, unidade de combate a incêndio e primeiros socorros, como exige a Lei Municipal 10.389, de 12 de janeiro, que prevê, em caso de desobediência, multa de R$ 5 mil e até cassação de alvará. A decisão é da 5ª Vara da Fazenda Municipal, a pedido do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas) e outros três entidades sindicais.

O juiz Ronaldo Claret Moraes aceitou o argumentos das entida-des e concedeu liminar favorável aos lojistas. A decisão é provisó-ria, mas garante a continuidade das atividades comerciais sem que os empresários tenham de cumprir a legislação municipal, até que seja julgada a constitucionalidade da lei. Em julho, o juiz já havia concedido liminar semelhante ao Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Ali-mentícios de Belo Horizonte (Sin-covaga).

Pela lei municipal, estão obriga-das a ter equipe própria de bombei-ros empresas como shoppings cen-ters, hipermercados, grandes lojas

de departamento, casas de shows e espetáculos e câmpus universitá-rios, instalados em imóvel com área superior a 3 mil metros quadrados, ou que recebam mais de 3 mil pes-soas.

vItÓrIA No caso de hipermercado ou

outro estabelecimento associado a shopping, a unidade de combate a incêndio poderá ser única, segun-do a lei. O complexo deve ter pelo menos cinco bombeiros por turno de trabalho, de nível básico, comba-tente de fogo. A lei exige também um bombeiro civil líder por turno de trabalho, formado como técnico em prevenção e combate a incêndio, em nível de ensino médio, além de um bombeiro civil mestre, formado em engenharia, com especialização em prevenção e combate a incêndio, responsável pelo Departamento de Prevenção e Combate a Incêndio.

“Baseamos a ação na inconsti-tucionalidade0 da lei, já que consi-deramos ser a segurança pública de-ver do Estado e por isso somente a ele compete legislar sobre o assun-to. Esta foi uma importante vitória para o setor”, disse o presidente do Sindilojas, Nadim Donato Filho.

A prefeitura informou que so-

mente se manifesta depois de noti-ficada oficialmente da decisão judi-cial. A Secretaria Municipal Adjun-ta de Fiscalização explicou que a lei está em vigor, mas que ainda não foi iniciada fiscalização punitiva, es-tando em andamento apenas ações de orientação.

EStADUAL O assessor de imprensa do Cor-

po de Bombeiros, capitão Frederico Pascoal, disse que as exigências da lei municipal já estão previstas na legislação estradual. A Lei Estadual 14.130, de 2001, atribui ao Corpo de Bombeiros a regulamentação das medidas de segurança em todas as edificações de uso coletivo.

“Essa lei foi regulamenta por vários decretos, mas está em vigên-cia o de número 44.746, de 2008. Além dele, temos 39 instruções téc-nicas que regulamentam uma série de itens de segurança.

Em caso de shoppings, por exemplo, o decreto define as me-didas a serem tomadas pela briga-da de incêndio”, disse o capitão. Segundo ele, a brigada de incêndio prevista pelo estado também é pre-parada para trabalhar com primeiros socorros

EStADO DE MInAS – On LInE – 20.10.2012 LEI SUSpEnSA

Justiça livra lojas de ter bombeiros

EStADO DE MInAS - Mg - On LInE - DIrEItO & JUStIÇA - 22.10.2012tOME nOtA

Segurança públicaComeça na quarta-feira, em Belo Horizonte, o Congresso

Brasileiro de Direito e Política de Segurança Pública, que tem como tema a responsabilidade social e desafios da segurança ci-dadã. Na abertura, o coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro Mário Sérgio de Brito Duarte, que comandou a invasão do Mor-ro do Alemão, fará palestra sobre o combate à criminalidade em seu estado, com o tema “Duas décadas de conflito armado”. As inscrições podem ser feitas pelo site www.idespbrasil.org. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3296-8331.

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fOLHA DE Sp - p. A8 - Sp - 22.10.2012MEnSALÃO - O JULgAMEtO

STF decide hoje se Dirceu e outros 12 formaram quadrilhaPara ministros, sétimo e último capítutlo do julgamento deve ter placar apertdo; pena chega a 4 anos de prisão

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IStO é - Sp - p. 46 A 48 - 24.10.2012

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cOnt.... IStO é - Sp - p. 46 A 48 - 24.10.2012

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A Associação Nacional dos Membros do Ministério Pú-blico (CONAMP) impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4870 contra a Emenda Constitucional nº 85/2012, publicada no dia 10 de julho de 2012, emanada pelo Estado do Espírito Santo.

A ADI propõe a suspensão da alínea impugnada que já está em vigor, pois deslocará Ações Civis por Improbidade Administrativa para o Tribunal de Justiça do Estado, criando morosidade na prestação jurisdicional.

A Emenda Constitucional emanada do Estado capixaba estabeleceu emanada do Estado capixaba, que estabeleceu “foro no Tribunal de Justiça para aqueles que nele tenham foro por prerrogativa de função, previsto na Constituição Estadual, nas ações que possam resultar na suspensão ou perda dos direitos políticos ou na perda da função pública ou de mandato eletivo, com a inclusão no artigo 109, inciso I, daquela Carta Constitucional, da alínea “h”.

A matéria foi distribuída ao relator, Ministro Dias To-ffoli.

nOtícIA DA HOrA - cOnAMp - BrASíLIA, 18 DE OUtUBrO DE 2012.

CONAMP impetra ADI contra Lei capixaba que estabelece foro por prerrogativa de função para ações civis

EStADO DE MInAS - Mg - 1ª p. - 21.10.2012

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Paula Sarapu e Jefferson da Fonseca CoutinhoHá um grupo civil armado, silencioso e crescente em

Belo Horizonte. A cada dia a cidade tem mais atiradores como o economista Gustavo Calixto, de 35 anos, cidadão de bem, trabalhador, com capacitação em arma de fogo para esporte e defesa. Como treinamento, são 400 disparos, em média, por mês. No teste prático para obter licença, o apro-veitamento foi de nada menos que 100%. Consultor finan-ceiro, Gustavo é também dono de arma e atirador de elite nas horas vagas. Parte da família não aprova. A outra respeita. Integrante de clube de tiros desde 2005, ele diz ter fascínio por armas desde criança, assunto encarado com seriedade na fase adulta, quando decidiu se aperfeiçoar na técnica para se defender. “A polícia não está preparada e não tem contingen-te para dar proteção ao cidadão”, dispara. Como ele, cada vez mais belo-horizontinos têm procurado meios legais para poder se armar. Dados do Sistema Nacional de Armas, da Polícia Federal (PF), mostram que houve aumento de 406% nas expedições de portes em território mineiro entre 2008 e 2011.

No ano passado, segundo a PF, 223 documentos foram emitidos em Minas, número que vem crescendo há três anos, apesar das campanhas de desarmamento. Desde 2009, quan-do a Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos passou a catalogar as estatísticas referentes às solicitações de porte, 766 pedidos foram feitos no estado. O Exército, por sua vez, controla as autorizações para a prática de tiro esportivo, com avaliações a cada dois anos e uma série de exigências de documentos, aptidões e certificados.

Favorável ao controle rígido, o economista Gustavo Calixto defende que todo cidadão de bem, “devidamente treinado”, deveria fazer valer seu direito à autoproteção. Especialistas em segurança, porém, desaconselham e usam estatísticas para alertar que ter uma arma muitas vezes au-menta o risco em caso de um episódio violento. E a PF é criteriosa: do total de pedidos de 2008 a 2011, 86,2% (661) foram indeferidos. Mas há uma parcela invisível de cidadãos que mantêm armamento mesmo sem autorização oficial. É o

que admite o próprio Gustavo, afirmando conhecer também “cidadãos trabalhadores armados” sem registro. “Conheço muitos”, afirma, arriscando um percentual de 50% do total.

A motivação da maioria dos que se armam é a mesma de Rossi, um empresário de 53 anos que mora na Pampulha e pede para ter a identidade preservada, ao afirmar ter se tor-nado atirador por necessidade. “Fui assaltado cinco vezes. Na última, ameaçaram minha família. Cansei de esperar que o poder público fizesse o que já está mais que comprovado que ele não dá conta”, desabafa. Para Rossi, o desarmamen-to precisaria começar pelos criminosos e não pelos cidadãos honestos. “É uma hipocrisia. Os bandidos invadem essa quantidade de casas e empresas, como a gente vê todos os dias nos jornais, roubam, fazem o que querem da sociedade, porque sabem que não vão encontrar perigo. Na minha casa, na minha empresa, bandido não é bem-vindo. É recebido à bala.” cOvArDIA

Com revolta, o empresário recorda o assalto que sofreu, quando foi rendido por dois homens no escritório, em uma manhã de sábado. “Eles passaram quase uma hora na empre-sa. Foram covardes, atiraram no meu funcionário à toa, me deram uma coronhada, levaram tudo e até hoje a polícia não dá nem notícia”, critica. Em uma espécie de desafio, Rossi acrescenta que quando a polícia desarmar os bandidos ele será “o primeiro pai de família a entregar as armas”.

Para o especialista em segurança Alexis Pettersen, de 47, instrutor e competidor com mais de 10 mil tiros dispa-rados por ano, a principal defesa não vem da arma, mas sim do comportamento, das medidas particulares e dos cuidados de cada cidadão. “O que pode proteger é a antecipação dos fatos. O armamento é um complemento.” Criterioso, ele se-para a prática esportiva da defensiva. E, por conhecer as po-lêmicas que envolvem o assunto, defende que a arma precisa ser “desmistificada”.

“Não tenho nada contra as pessoas conhecerem as ar-mas. Elas podem muito bem praticar em um clube de tiro, sem terem uma arma em casa. E se o indivíduo estiver apto,

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que tenha uma arma legalizada, de acordo com as regras da PF ou do Exército. É um direito de todo cidadão. Por que não?”, questiona o fundador do Clube Tiro Urbano. Com ex-periência internacional em defesa pessoal, Alexis diz que o armamento para a defesa do cidadão é um “último recurso”. Bem antes da arma de fogo, ensina, vem a preocupação de “estar sempre atento”, com cuidados permanentes para não dar chance ao azar.

O instrutor cita exemplos de práticas cotidianas, como prestar atenção ao estacionar ou voltar ao carro, ter cuidado redobrado ao abrir e fechar portões e ter consciência de que

ostentar riqueza aumenta a exposição de qualquer pessoa. “A pessoa diz: ‘Mas eu trabalhei tanto e não posso ter um carro caro...’ e fica irritada. Lamento. Não que ela não possa ter um carro de luxo. Mas é importante que ela saiba que isso é um atrativo. E que vai exigir ainda mais a atenção dela”, considera. Armado, com faca e pistola automática, Alexis jamais se senta de costas para portas. Comportamento que esteve evidente durante a conversa com a equipe do Esta-do de Minas, durante a qual o entrevistado manteve o olhar atento a todo e qualquer movimento no ambiente.

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telefonia

Setor é campeão das reclamações no país

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O gLOBO - rJ - p. 46 - 21.10.2012

Nos supermercados, preços variam até 38%Pesquisa da Proteste mostra que, sem pesquisar, carioca pode desperdiçar R$ 1.300 por ano nas comprar

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Marinella CastroA renda do brasileiro cresceu na última década, mas as dívidas

também. Em sete anos, o indicador que mede o comprometimento da renda das famílias quase dobrou, atingindo perto de 44%, segundo o Banco Central. O aperto para quitar os compromissos financeiros, prin-cipalmente o cartão de crédito, tem feito crescer os conflitos com os bancos. Juros considerados altos demais, revisão de extratos e até ações para cancelar a conta têm entulhado o Judiciário. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que listou os 100 maiores conflitos do país, mostram que a cada mil processos que chegam aos tribunais, 380 en-volvem os bancos. Nos tribunais estaduais, o percentual chega a 54%. Para o consumidor envolvido em uma demanda judicial, mesmo que simples, o prazo de espera não costuma ser inferior a 12 meses.

Para tentar desafogar o Judiciário, aliviar o consumidor – que tem a chance de negociar valores e prazos – e também as instituições finan-ceiras que podem receber dívidas em atraso, o Poder Judiciário tem promovido mutirões bancários de conciliação. A partir de hoje, no Fó-rum Lafayete, 1.177 processos sairão das varas cíveis com boas chan-ces de ser resolvidos pela conciliação. A expectativa do setor judiciário é de solucionar pelo menos 60% dos processos.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no ano passado, somente em Minas, mais de 10,4 mil acordos foram realiza-dos em ações judiciais envolvendo as principais instituições financeiras privadas do país, o que representa índice superior a 40% considerando os processos passíveis de conciliação.

O mutirão que começa hoje vai até sexta-feira, desta vez envol-vendo processos do Itaú-Unibanco. Cerca de 50% dessas ações foram movidas pela instituição, outra metade pelos consumidores. O juiz coordenador do Mutirão de Conciliação Bancária, Roberto Oliveira Silva, explica que as principais demandas dizem respeito a ações que se repetem nos tribunais, envolvendo temas como revisões bancárias para valores de juros, correção monetária, taxas cobradas para servi-ços de terceiros, também ações de indenizações e execuções. “É uma oportunidade para o consumidor negociar suas dívidas em melhores condições. É vantajoso também para a instituição financeira que vai receber a dívida.”

As pendências envolvendo os sistemas financeiros lideram tam-bém os rankings dos Procons e dos juizados especiais de pequenas causas. O mestre de obras Aldair Soares Coelho tinha quatro cartões de crédito e acabou caindo na roda-viva dos juros, capazes de fazer rapidamente a dívida dobrar. Sem conseguir resolver a pendência com os bancos, ele recorreu ao Procon. “Foi bom. De quase R$ 6 mil, a dí-vida caiu para R$ 3.450, dividida em 10 vezes”, conta aliviado. Aldair ainda tenta negociar com outros dois bancos, mas não tem considerado o processo fácil.’AgILIDADE nA pAUtA

O advogado Bernardo Junqueira, sócio-diretor da Ananias Jun-queira Ferraz & Advogados e um dos idealizadores dos mutirões ban-cários em Belo Horizonte, diz que a manutenção das demandas afoga o Poder Judiciário e não é interessante para as partes. Segundo ele, até 70% das ações que chegam aos tribunais poderiam ser resolvidas pela conciliação. Junqueira lembra que um único juiz chega a ter perto de 10 mil processos ativos. “Uma decisão demorada é uma decisão injusta. Se a decisão não for célere, o direito perece”, diz o especialista.

De acordo com ele, que estará à frente do mutirão do Itaú-Uni-banco, realizado em parceria com o Tribunal de Justiça (TJ), em dois anos de atividade, cerca de 2,5 mil processos envolvendo a instituição financeira foram resolvidos.

A Febraban diz em nota que, apesar do grande volume de pro-cessos, os bancos estão colocando em prática políticas de conciliação, sendo que os mutirões judiciais são apenas uma dessas iniciativas em que as instituições financeiras têm a oportunidade de indicar os proces-sos e, quando há comparecimento do cliente, o êxito nas conciliações

é superior a 40%.

Serviço:Mutirão bancário do grupo Itaú-UnibancoQuando: de hoje ao dia 29Local: Fórum Lafayete (Avenida Augustode Lima, 1.549 – BH)

O que diz o códigoArt. 6.º São direitos básicos do consumidor:V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam

prestações desproporcionais ousua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem ex-

cessivamente onerosas.Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas con-

tratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que

coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incom-patíveis com a boa-fé ou a equidade; Presume-se exagerada, entre ou-tros casos, a vantagem que:

I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;

II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à na-tureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual;

III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con-siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

Estratégia também é usada no varejoOs mutirões de conciliação têm se tornado uma alternativa real

em diversos setores. A estratégia é utilizada também por grandes redes do varejo. Segundo o juiz Roberto Oliveira Silva, coordenador do Mu-tirão de Conciliação Bancária que se realiza a partir de hoje no Fórum Lafayette, a ideia é que a estratégia no futuro atinja também causas como o seguro Dpvat e o comércio em geral.

A advogada Érika Compart, da comissão do consumidor da Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), diz que os mutirões de con-ciliação têm se mostrado benéficos para o consumidor, já que as de-mandas judiciais são onerosas e desgastantes. Segundo a especialista, vale a pena o consumidor comparecer, avaliar a possibilidade oferecida e também se preparar levando para o acordo uma contraproposta.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) promove a 7ª Se-mana Nacional da Conciliação, de 7 a 14 de novembro. Em 2012, os mutirões para a resolução de conflitos vão ocorrer durante sete dias, incluindo um fim de semana. A semana, coordenada pelo Conselho Na-cional de Justiça (CNJ), é realizada todos os anos, com a adesão dos tribunais. Em 2011, o TJMG obteve a quinta colocação nacional, com 16.740 audiências realizadas.LIMpAnDO O nOME

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) também vai abrir a temporada para regularizar o nome de milhares de consumidores da capital. A semana de recuperação de crédito, que vem sendo realizada há mais de uma década, começa em 26 de novembro e segue até o dia 30 do mesmo mês, na sede da CDL/BH, na Avenida João Pinheiro, 495. Entre as empresas que tradicionalmente participam da campanha estão redes varejistas e instituições financeiras.

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revela que o endividamento das famílias brasileiras é caracterizado por dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carros e seguros, sendo que o cartão de crédito é apontado como o principal vilão por 73,3% das famílias endividadas.

A boa notícia é que o percentual de famílias com dívidas ou con-tas em atraso também recuou, registrando 19,1% em setembro, ante 21,3% em agosto. (MC)

EStADO DE MInAS - On LInE - 22.10.2012 cOnSUMIDOr

Oportunidade para resolver seu problema com o banco Com explosão de ações contra as instituições financeiras, Judiciário promove mutirão de conciliação.

Cerca de 60% dos processos devem ser resolvidos, aliviando orçamento

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 03 - 20.10.2012

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Helena Mader

Brasília – Receber um salário de R$ 26,7 mil é um luxo para poucos no país. Mas para os deputados federais que ganham essa bolada todos os meses, os rendimentos privilegiados não são o único atrativo do cargo. A lista de benefícios é tão extensa que um parlamentar pode viver sem sequer colocar a mão no próprio bolso. Além do gordo contracheque, eles têm direito a atendimento médico ilimitado, passa-gens aéreas, carro alugado, combustível, conta de telefone paga pelo estado e auxílio-moradia. Numa comparação dos benefícios garantidos aos deputados com os direitos assegurados aos cidadãos comuns é fácil constatar que a situa-ção de quem tem mandato no Congresso destoa – e muito – da realidade dos brasileiros que eles representam.

Na semana que passou, esse abismo entre a ilha em que vivem os parlamentares e a re-alidade do trabalhador comum ficou mais evi-dente quando a Câmara restringiu as sessões deliberativas às terças, quartas e quintas-feiras. Assim, ficou oficializada uma prática já bastan-te popular entre os representantes do povo: a de desaparecer do Congresso na segunda e na sexta-feira.

Em relação aos vencimentos salariais, nem mesmo na capital federal, onde a renda já é bas-tante alta em comparação com o resto do país, existem tantas famílias que chegam ao nível de remuneração dos parlamentares. São 7.783 fa-mílias vivendo com renda domiciliar entre 40 e 50 salários mínimos, o que corresponde a 1% dos lares brasilienses. Na Região Metropolita-na de Belo Horizonte, 90% dos trabalhadores ganham menos de R$ 2,5 mil, ou seja, recebem menos de um décimo do que ganham os parla-mentares.

Como 505 dos 513 deputados vêm de outras unidades da Federação, a Câmara garante R$ 3 mil mensais para que os beneficiários paguem o aluguel de um imóvel ou a conta de um hotel. A Casa legislativa dispõe ainda de 432 aparta-mentos funcionais e, para mantê-los, gastou R$ 30 milhões desde 2008. Essa benesse está bem longe da realidade da maioria dos brasileiros. Em raros casos o trabalhador recebe uma mão-

zinha do empregado como os deputados.

A assistência médica ilimitada é outro be-nefício utópico para a maioria dos cidadãos. Os deputados podem pedir reembolso de despesas médicas e hospitalares realizadas em qualquer local do país. A Câmara paga cirurgias, exames e tratamentos realizados na clínica ou hospital de preferência do parlamentar. Segundo a Câ-mara, esse serviço de reembolso é mais vanta-joso para os cofres públicos. Isso porque o custo de pagar um plano de saúde para deputados se-ria alto, já que a maioria tem mais de 50 anos.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Al-meida, explica que poucas empresas oferecem planos de saúde com sistema de reembolso que cubram todo e qualquer tipo de procedimento ou consulta. Ele estima que um benefício como esse custaria pelo menos R$ 5 mil para um ci-dadão comum. “É um plano de saúde muito caro. Se a pessoa quiser incluir cirurgias, trans-plantes, todos os exames, o valor é altíssimo. Poucas empresas oferecem essa possibilidade de o paciente ser atendido em qualquer lugar e depois pedir reembolso das despesas”, comenta Arlindo.

Tanque cheio Mas é na cota parlamentar que estão as maiores vantagens do cargo. Os deputados têm direito a reembolso dos recursos gastos com uma série de produtos ou serviços e o limite mensal varia de R$ 23 mil a R$ 34,2 mil, dependendo do estado do parlamentar. Com esse dinheiro, é possível comprar passagens aé-reas; pagar telefone e serviços postais; manter escritório de apoio à atividade parlamentar; acertar conta de restaurantes e de hotéis; alu-gar ou fretar aeronaves, embarcações ou carros; encher o tanque de combustível; contratar segu-rança particular ou serviços de consultoria.

Apesar de todas as regalias e de terem aprovado a rotina de três dias de expediente, os parlamentares até hoje adiam uma decisão a respeito do fim do 14° e 15° salários. Eles re-cebem em fevereiro e em dezembro de todos os anos uma “ajuda de custo” equivalente à remu-neração de R$ 26,7 mil. Em um ano, esses sa-lários extras representam um incremento médio de R$ 4,4 mil no rendimento mensal.

EStADO DE MInAS – On LInE - 21.10.2012

Pouco trabalho e muita regalia Lista extensa de benefícios recebidos e o alto salário deixam deputados federais longe da realidade da

população. Último privilégio criado foi a redução dos dias de sessões ordinárias

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 03 - 22.10.2012

MORDOMIA ESCANCARADALevantamento mostra que a autoconcessão de privilégio pelos deputados é histórica na câmarae tem ganhado força. Com a semana de eleições, a Casa só voltará aos trabalhos em novembro

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HOJE EM DIA - Mg - p. 04 - 22.10.2012

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O tEMpO - Mg - p. 04 - 21.10.2012

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RodRigo iennaco de MoRaes - PRoMotoR de Justiça, MestRe eM ciências Penais Pela uFMg

O problema envolvendo ataques de cães pit bull tem contornos mundiais, variando a intensidade do debate à me-dida que casos específicos repercutem na mídia, porém, in-variavelmente, diluindo-se a discussão diante de polêmica resistência oferecida pelo movimento dos direitos dos ani-mais. Nos anos 1980, os cães pit bull representavam 1% da população de cães nos Estados Unidos, sendo responsáveis por 67% dos ataques com resultado morte.

Desde que essa raça se disseminou, inadvertidamente transposta do submundo das rinhas, alastram-se notícias trá-gicas de ataques, com ou sem a conivência do proprietário/criador. Não se pode negar o pressuposto de que o cão, inde-pendentemente da raça, terá seu caráter definido pelo rela-cionamento com o criador e pelas experiências com o meio, de acordo com os reforços, condicionamentos e castigos ad-ministrados como recompensa ou punição. Há um dado irre-futável: algumas raças têm preponderância em ocorrências com vítimas, de acordo com sua popularização e com suas características morfológicas e temperamentais.

Frequentemente são propostas medidas restritivas à procriação de cães pit bull, estendendo seus efeitos a outras raças tradicionais, com artificial comparação que conta com vigorosa oposição de especialistas. Em Minas Gerais, a Lei 16.301/06 disciplina a criação de cães das raças pit bull, do-bermann, rottweiler, respectivos mestiços e outras raças de porte físico e força semelhantes, segundo classificação da Federação Cinológica Internacional. A lei proíbe “a adoção, a procriação e a entrada de cães pit bull no estado”. O pro-prietário é obrigado a registrar o animal com mais de 120 dias de idade no Corpo de Bombeiros, que é o órgão com-petente para a operacionalização da lei, nos termos do artigo 12 da Lei Delegada 117/07.

O proprietário do cão é obrigado a adotar uma série de medidas de segurança (coleira com o número de registro; manutenção do animal em área delimitada e segura; afixação de placa de advertência etc.), bem como a usar, na condução em via pública, equipamentos de contenção. Se o cão agredir alguém, será recolhido e examinado, podendo permanecer no convívio social ou, eventualmente, ser “eliminado” após sedação. Nos termos do Decreto 44.417/06, qualquer pessoa poderá solicitar concurso policial, quando verificada a con-dução de cães em desacordo com as regras de segurança, ou a ocorrência de omissão de cautela na guarda ou condução de animais. A polícia deverá providenciar a condução do in-frator à Delegacia de Polícia para fins de responsabilidade penal, nos termos da Lei 9.099/95.

Na visão do legislador mineiro, está claro que a simples guarda negligente ou a condução do animal, na via pública, sem os utensílios de contenção (coleira com guia e focinhei-ra), configura a contravenção do art. 31 da LCP (omissão de cautela na guarda ou condução de animais), razão por que a atribuição para providência em situação de flagrante é da Polícia Militar, que, acionada, pode solicitar o concurso

(atribuição subsidiária) do Corpo de Bombeiros, para even-tual auxílio na apreensão do animal, evitando, se possível, seu abate pela polícia em caso de resistência do condutor do cão.

A contravenção do artigo 31 da LCP configura hipótese de tutela penal preventiva (tipificação de simples infração de dever), cujo resultado prático perseguido é a responsabi-lização do descumprimento das normas de cuidado perante órgãos de persecução criminal. A contravenção tem nítido caráter subsidiário em relação a eventual resultado lesivo (causalidade e resultado naturalístico) advindo de ataque de cão por omissão de cautela humana. Logo, para caracteriza-ção do crime de resultado (doloso ou culposo), necessário o cumprimento do percurso normativo de imputação, apto a garantir os postulados de “ofensividade” e “responsabilida-de subjetiva”. As referências regulamentares estaduais, de nítido caráter administrativo, funcionam como meros pontos de partida para aferir a responsabilidade diante de resultados lesivos decorrentes de ataques de cães submetidos à custó-dia humana. A responsabilidade penal não prescinde, nesses casos, da análise concreta do processo de imputação apto a conferir realidade substancial aos tradicionais modelos de culpa (negligência, imprudência e imperícia). Ou seja, a le-gislação mineira não tem como objetivo complementar as normas penais, mas estabelecer padrão de conduta a ser ado-tado por criadores e distribuir competências administrativas para atuação dos órgãos envolvidos na segurança pública e na defesa social (polícias Militar e Civil, Corpo de Bombei-ros Militar, etc.).

O sentido preponderante das regras administrativas do estado não é positivar ou viabilizar a punição na esfera pe-nal, mas externar a exegese dos comandos legais em matéria penal no nível estadual, com a precípua função de orientar a atuação das forças de defesa social e segurança pública, contribuindo para a operacionalização racional de suas atri-buições.

O rol de raças previstas na legislação estadual funciona como mera exemplificação de cães potencialmente perigo-sos, quer pelo temperamento genérico ou pelo caráter espe-cífico de alguns exemplares, quer pela conformação morfo-lógica (tamanho, peso, característica e força da embocadura etc.). Esse critério, válido no plano hermenêutico, portanto, pode ser também extraído dos órgãos de certificação de ra-ças, para as quais se prevê a desqualificação por excessiva agressividade. Não se faz necessário um critério pericial-ve-terinário ou genético para definição da raça do cão, sendo suficiente o saber empírico. Daí se infere o dever de se infor-mar para a escolha do animal. São supérfluas, assim, even-tuais características de pureza que enquadrariam o cão como pit bull, bem como quanto às divergências morfológicas e temperamentais em comparação com outras raças.

Há uma certa defasagem na discussão sobre a respon-sabilidade criminal advinda de condutas descuidadas de criadores/possuidores de cães cujo comportamento se revela perigoso (ainda que em potência) ou lesivo.

EStADO DE MInAS - Mg - On LInE - DIrEItO & JUStIÇA - 22.10.2012

Dever de cautela do criador de pit bull

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EStADO DE MInAS - Mg - p. 11 - 19.10.2012

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Desde a aprovação da Emenda Cons-titucional n.º 45, que introduziu a refor-ma do Poder Judiciário, há seis anos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) é uma das cortes que mais se têm destacado na digitalização dos processos e na mo-dernização de seus procedimentos, para agilizar seus julgamentos. Por mês, são protocolados 27 mil novos recursos no STJ, que conta com 33 ministros. Atual-mente, há 262 mil ações aguardando uma decisão de uma das seis turmas da Corte - cada uma integrada por cinco ministros - ou do plenário.

A última iniciativa do STJ para ate-nuar o problema da excessiva carga de trabalho de seus ministros foi preparar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que autoriza a Corte a implantar um mecanismo processual nos moldes do princípio da repercussão geral, que já é aplicado aos recursos enviados ao Su-premo Tribunal Federal. Segundo esse princípio, quando a mais alta Corte do País declara a existência da repercussão geral num determinado tema, os tribu-nais federais e estaduais suspendem au-tomaticamente o envio de recursos seme-lhantes, até que o plenário julgue o caso, diminuindo assim o fluxo de processos.

O princípio da repercussão geral atua, assim, como uma espécie de filtro processual. Depois do julgamento defini-tivo do caso, a decisão deve ser aplicada aos demais processos que tratam da mes-ma matéria, nas instâncias inferiores.

Graças ao princípio da repercussão geral, o Supremo deixa de julgar casos repetitivos, o que permite aos ministros dedicar mais tempo na análise e julga-mento dos recursos extraordinários, que discutem questões constitucionais e vão além das pretensões das partes, interes-sando a toda a sociedade. Desde que en-trou em vigor, há cinco anos, o filtro da repercussão geral reduziu drasticamente o número de recursos enviados ao Supre-mo.

Em 2007, foram distribuídos cerca de 160 mil recursos. Em 2012, foram 38 mil.

Elaborada em março de 2012, a cha-mada “PEC da Relevância da Questão Federal” foi encaminhada pelo STJ ao

Congresso no primeiro semestre e foi pa-trocinada pelos deputados peemedebis-tas Luiz Pitiman (DF) e Rose de Freitas (ES).

Recentemente, o novo presidente da Corte, ministro Felix Fischer, reuniu-se com dirigentes da Frente Parlamentar de Gestão Pública, com o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça e com o vice-presidente do Conselho Fede-ral da Ordem dos Advogados do Brasil, para agilizar a tramitação da proposta. Assim que a PEC receber parecer favo-rável à admissibilidade, no plano formal, será criada uma comissão especial para analisá-la no mérito, em até 40 sessões.

Pela proposta do STJ, que é a última instância da Justiça Federal, a Corte só analisará um recurso especial se o recor-rente demonstrar a relevância para a so-ciedade das questões discutidas no caso.

Quando a PEC foi apresentada, al-gumas entidades de advogados acusaram o STJ de valorizar mais os problemas operacionais do Judiciário do que a ga-rantia constitucional do acesso à Justiça. O ministro Fischer refutou a crítica, ar-gumentando que a aplicação do princípio da repercussão geral, na interpretação de leis federais, não prejudica o direito de defesa das partes nem dificulta o acesso aos tribunais.

“A PEC vai permitir ao STJ que dei-xe de julgar matérias que normalmente não deveriam chegar a uma corte supe-rior. Ela vai ajudar o STJ a cumprir seu objetivo constitucional, que é uniformi-zar a interpretação de leis federais. O que não tem sentido é padronizar a interpre-tação dessas leis com base em causas que não têm maior significado”, disse o pre-sidente da Corte.

Um exemplo ilustrativo dessas cau-sas irrelevantes, que deveriam ser encer-radas na primeira instância da Justiça Federal, foi o julgamento, em agosto, de um processo sobre a morte de um papa-gaio causada por um rottweiler. O caso só chegou ao Superior Tribunal de Justiça porque uma das partes - um procurador da República - tinha direito a foro privi-legiado. “É algo que não poderia chegar a um tribunal superior”, afirmou Fischer na ocasião.

O EStADO DE Sp – On LInE - 20 DE OUtUBrO DE 2012

A repercussão geral no STJ

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