2° seminário - a doutrina europeia da soberania

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Direito do Largo de São Francisco Teoria Geral do Estado I – DES0116 Título da obra: 1) O príncipe; e 2) Os seis livros da república. Autores: 1) MAQUIAVEL, Nicolau; e 2) BODIN, Jean. Unidades de leitura: 1) Capítulos IX “Do Principado Civil” e XIX “De como se deve evitar ser desprezado e odiado”; e 2) Capítulo VIII do Livro Primeiro “Da soberania”. 8044484 – Esther Lopes Cohim Moreira 8047682 – Gabriel Santa Rosa Cavaresi 8045040 – Gabriela Paiva 8046020 – Guilherme Gomes da Silva

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Page 1: 2° Seminário - A doutrina europeia da soberania

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOFaculdade de Direito do Largo de São Francisco

Teoria Geral do Estado I – DES0116

Título da obra: 1) O príncipe; e 2) Os seis livros da república.

Autores: 1) MAQUIAVEL, Nicolau; e 2) BODIN, Jean.

Unidades de leitura: 1) Capítulos IX “Do Principado Civil” e XIX “De como se deve

evitar ser desprezado e odiado”; e 2) Capítulo VIII do Livro Primeiro “Da soberania”.

8044484 – Esther Lopes Cohim Moreira

8047682 – Gabriel Santa Rosa Cavaresi

8045040 – Gabriela Paiva

8046020 – Guilherme Gomes da Silva

8046465 – Isabella Chiodi

São Paulo, 2012

Page 2: 2° Seminário - A doutrina europeia da soberania

1. O PRÍNCIPE

1.1. Tema discutido

No livro “O príncipe”, Maquiavel aborda sobre as questões fundamentais do

Estado, como a conquista do poder, a preservação do mando e os cuidados para

não perdê-lo.

1.2. Ideias centrais

Sobre o capítulo IX, o autor denomina de principado civil quando um cidadão,

com o auxílio de outros cidadãos torna-se príncipe de sua pátria. Tal principado

ascende-se ou por ajuda do povo ou de poderosos, pois o povo não quer ser

governado e nem oprimido pelos poderosos, mas esses querem dirigir e oprimir

aqueles.

Aquele que atingir o principado por meio dos poderosos terá maior dificuldade

de manter o reino do que aquele que sobe com auxílio do povo, pois com os

poderosos, o príncipe não consegue comandar a seu modo, no entanto, com o povo,

o governante terá poucos que não irão obedecê-lo.

Com relação ao príncipe que sobe ao poder com ajuda do povo, Maquiavel

defende que o príncipe deve ser amigo do povo, pois esse quer apenas não ser

oprimido. Agora, quando sobe ao poder com o auxílio dos poderosos, o príncipe

deve, em primeiro lugar, conquistar o povo, já que para garantir um governo

próspero e longo, é necessário ser amigo do povo.

No capítulo XIX, Maquiavel acredita que príncipe deve evitar ser odiado ou

desprezado, pois assim não encontrará perigo algum em seu reino. O que torna o

príncipe odiado é tomar a propriedade e a mulher dos súditos, portanto, é isso que

se deve evitar. Para evitar ser desprezado, o príncipe deve demonstrar grandeza,

coragem, seriedade e fortaleza nas ações dele, bem como fazer com que a

sentença dele seja irrecorrível.

Para evitar alguma conspiração dentro do reino, o príncipe não pode ser

odiado pela maioria, já que, se alguém quiser matá-lo, este fará com o intuito de

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satisfazer o povo, mas se tal feito for prejudicar o povo, a chance de que alguém

mate o governante será muito menor. Nesse caso, o conspirador deverá, diante da

execução do mal, temer o povo, tendo-o como inimigo. Além disso, o príncipe não

pode descontentar os poderosos.

Ao citar os governadores romanos, que além de terem de agradar os

poderosos e o povo, tinham que agradar os soldados, Maquiavel defende que o ódio

vem tanto pelas boas como pelas más ações e, portanto, para manter o reino, às

vezes é necessário não ser bom.

Ademais, o autor, comparando os príncipes da época dele com os da

antiguidade, conclui que, na época dele, os príncipes precisam dar menos satisfação

aos soldados, pois eles não possuem exércitos junto a eles e que tenham uma

relação muito antiga com os governos das províncias, como ocorria em Roma.

Por fim, para que um príncipe novo mantenha o seu novo principado deve

copiar as ações de Severo (as partes necessárias para fundar o estado) e as de

Marco (as partes que forem convenientes e cheias de glória para conservar um

estado já firme e estabelecido).

1.3. Visão de Estado

Maquiavel, por ter vivido na Itália numa época onde ela estava dividida em

vários pequenos reinos e marcada pela constante disputa entre os governantes pelo

poder, ele defende a criação de um estado absolutista, com o poder nas mãos de

um único governante, somente assim é que seria garantida a segurança da nação.

2. OS SEIS LIVROS DA REPÚBLICA

2.1. Tema discutido

Jean Bodin expõe a doutrina da origem divina da autoridade do rei,

representante que detém o poder supremo sobre os cidadãos e súditos sem

restrições determinadas pelas leis.

Page 4: 2° Seminário - A doutrina europeia da soberania

2.2. Ideias centrais

Para Jean Bodin, a soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma

República (entende-se soberania na síntese de três aspectos: a soberania como

poder de influência elevada e eminente; como sendo o poder normativo e legislativo

senhorial; e o poder senhorial de gerir a administração pública).

O fundamento principal de toda a República consiste na devolução do poder

por aquele que foi empossado de guardar ou de ser depositário do poder que

pertence a algum soberano. Por meio desse fundamento, o autor conclui que o

ditador não era soberano e sim alguém que tinha uma comissão para fazer guerra,

reprimir a sedição, formar o estado e instituir novos oficiais. Como a soberania não é

limitada nem em poder, nem em responsabilidade, nem por tempo determinado,

uma vez acabada a comissão, seu poder expirava, assim como o ditador. Além

disso, defende o autor que é soberano aquele que não reconhece nada maior do

que a si, a não ser Deus. Sendo assim, não é soberano aquele que exerça o poder

de outrem por certo tempo ou perpetuamente, pois ainda assim teria alguém ou algo

acima dele (além de Deus).

O poder absoluto, para Bodin, seria aquele que não apresenta outra condição

senão aquelas que a lei de Deus ou a da natureza comandam. Logo, o Príncipe

soberano não pode ser obrigado a seguir as leis de seus predecessores, bem como

não poder ser obrigado a seguir as leis que ele mesmo faz.

Diante da natureza divina do rei, todo o povo deve jurar guardar as leis e

prestar juramento de fidelidade ao monarca soberano, que deve juramento

unicamente a Deus, a quem deve o cetro e o poder.

2.3. Visão de Estado

O autor defende a presença de um estado absolutista, na qual o seu

governante exerce o poder conforme a vontade de Deus. Diante disso, não há

ninguém do povo ou a lei que possa limitar esse poder, que pertence

exclusivamente a Deus e este atribui o uso ao rei.