2. poder legislativo

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DIREITO CONSTITUCIONAL – JOÃO PAULO LORDELO PODER LEGISLATIVO 1 Sumário: 1. Disposições gerais 2. Formas de manifestação do Legislativo da União 3. Conceitos importantes 3.1. Sessões conjunta, bicameral e unicameral 4. Teoria das maiorias 5. Mesas 6. Número dos Deputados e Senadores 7. Atribuições do Legislativo da União 7.1. Comissões Parlamentares 7.1.1. Classificações 7.1.2. Princípios aplicáveis às Comissões 7.1.3. Espécies 7.1.4. COMISSÃO TEMÁTICA OU MATERIAL 7.1.5. COMISSÃO REPRESENTATIVA ou DE REPRESENTAÇÃO 7.1.6. COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO 8. Garantias do Legislativo (imunidades e prerrogativa de foro) 8.1. Estatuto dos congressistas no âmbito federal 8.2. Garantias do Poder Legislativo estadual e distrital 8.3. Garantias do Poder Legislativo Municipal 8.4. Isenção do dever de testemunhar 8.5. Incorporação às Forças Armadas 8.6. Imunidade parlamentar durante o estado de sítio 9. Incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares federais 10. Processo legislativo 10.1. Fases do processo legislativo 10.2. Medidas provisórias 10.3. Lei delegada 10.4. Decreto legislativo 10.5. Resolução 11. Função fiscalizatória exercida pelo Legislativo e o Tribunal de Contas 1. Disposições gerais No Brasil, o Legislativo da União é exercido pelo Congresso Nacional. Ele é bicameral. Questão de concurso: qual espécie de bicameralismo foi adotada no Brasil? FEDERATIVO. Foi adotado o bicameralismo federativo, em decorrência da nossa forma de Estado: os Senadores são representantes dos Estados e do DF (art. 46); os Deputados são representantes do povo (art. 45). A participação dos Estados-membros e do DF na criação da lei é uma característica básica do federalismo. Fala-se, no Brasil, em um bicameralismo federativo de equilíbrio: uma casa não é mais importante que a outra (estão no mesmo equilíbrio), embora possuam atribuições diversas. O Senado, em 1 Aula 1 – 06/08/2010. 1

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PODER LEGISLATIVO

Direito Constitucional Joo Paulo Lordelo

PODER LEGISLATIVO

Sumrio:

1. Disposies gerais

2. Formas de manifestao do Legislativo da Unio

3. Conceitos importantes

3.1. Sesses conjunta, bicameral e unicameral4. Teoria das maiorias

5. Mesas

6. Nmero dos Deputados e Senadores

7. Atribuies do Legislativo da Unio7.1. Comisses Parlamentares

7.1.1. Classificaes

7.1.2. Princpios aplicveis s Comisses

7.1.3. Espcies

7.1.4. COMISSO TEMTICA OU MATERIAL

7.1.5. COMISSO REPRESENTATIVA ou DE REPRESENTAO

7.1.6. COMISSES PARLAMENTARES DE INQURITO8. Garantias do Legislativo (imunidades e prerrogativa de foro)

8.1. Estatuto dos congressistas no mbito federal

8.2. Garantias do Poder Legislativo estadual e distrital

8.3. Garantias do Poder Legislativo Municipal

8.4. Iseno do dever de testemunhar

8.5. Incorporao s Foras Armadas 8.6. Imunidade parlamentar durante o estado de stio

9. Incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares federais

10. Processo legislativo10.1. Fases do processo legislativo

10.2. Medidas provisrias10.3. Lei delegada

10.4. Decreto legislativo

10.5. Resoluo

11. Funo fiscalizatria exercida pelo Legislativo e o Tribunal de Contas1. Disposies gerais

No Brasil, o Legislativo da Unio exercido pelo Congresso Nacional. Ele bicameral.

Questo de concurso: qual espcie de bicameralismo foi adotada no Brasil? FEDERATIVO.

Foi adotado o bicameralismo federativo, em decorrncia da nossa forma de Estado: os Senadores so representantes dos Estados e do DF (art. 46); os Deputados so representantes do povo (art. 45).

A participao dos Estados-membros e do DF na criao da lei uma caracterstica bsica do federalismo.

Fala-se, no Brasil, em um bicameralismo federativo de equilbrio: uma casa no mais importante que a outra (esto no mesmo equilbrio), embora possuam atribuies diversas. O Senado, em regra, mais conservador (vide a idade mnima, de 35 anos); a Cmara mais aberta (idade mnima: 21 anos).

Na Inglaterra, por outro lado, h um bicameralismo do tipo aristocrtico. L existem duas casas: a) Cmara Baixa ou Casa dos Comuns; b) Cmara Alta ou Casa dos Nobres.

Voltando ao Brasil, nos Estados-membros e Municpios, o Legislativo unicameral. Na poca da Constituio de 1891, chegou a ser bicameral (sendo a mudana para a unicameralismo nos estados-membos e municpios a grande alterao da Constituio de 1934 questo da DPE/SP de 2010).2. Formas de manifestao do Legislativo da Unio

Cmara dos Deputados (sem participao do Senado ou Presidente) ( Ao se manifestar sozinha, a Cmara o faz atravs de RESOLUO (art. 51):

Art. 51. Compete privativamente Cmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois teros de seus membros, a instaurao de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica e os Ministros de Estado;

II - proceder tomada de contas do Presidente da Repblica, quando no apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias;

V - eleger [2] membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.

Senado ( Ao se manifestar sozinho, o Senado tambm edita RESOLUO (art. 52).

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles [se no forem conexos, julgar o STF art. 102, I, c]

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade; [...]

IV - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio em sesso secreta, a escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente;V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

VII - dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito externo e interno da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Pblico federal;

VIII - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio em operaes de crdito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida mobiliria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; [...]

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributrio Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administraes tributrias da Unio, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municpios. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

Cmara dos deputados + Senado federal (art. 48) ( Nessas situaes de atuao conjunta, a manifestao do Poder Legislativo da Unio ocorre por meio de LEI (ordinria ou complementar), com a participao do Presidente da Repblica, sancionando ou vetando. Congresso Nacional (art. 49) ( Ao se manifestar, o Congresso Nacional o faz atravs de DECRETO LEGISLATIVO (sem a participao do chefe do Executivo).

Pergunta-se: qual a diferena entre as palavras exclusivo (art. 49) e privativo (arts. 51 e 52). Diferentemente do que ocorre na partilha constitucional de competncias (arts. 21, 22 etc.), no h diferena alguma entre essas palavras.

Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;

II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; [...]

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo; [...]

XI - zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concesso e renovao de concesso de emissoras de rdio e televiso;

XIII - escolher dois teros dos membros do Tribunal de Contas da Unio;XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos hdricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a dois mil e quinhentos hectares. Poder Legislativo da Unio investido do Poder Constituinte derivado reformador ( manifestado por meio de EMENDAS CONSTITUCIONAIS, sem a participao do Presidente da Repblica.3. Conceitos importantes

Legislatura ( Lapso temporal de 4 anos (art. 44, pargrafo nico);

Sesses legislativas ( Cada legislatura se divide em 4 sesses legislativas (art. 57).

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro.

Sesso ordinria (art. 57, caput) Uma sesso legislativa se divide em dois perodos legislativos:

1 - 02/02 a 17/07;

2 - 01/08 a 22/12.

Sesso extraordinria (art. 57, 6) A convocao do Congresso Nacional far-se-:a) Pelo Presidente do Senado, em caso de:

Decretao de estado de defesa; Interveno federal; Pedido de autorizao para decretao de estado de stio; Compromisso e posse do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica.b) Pelo Presidente da Repblica, da Cmara e do Senado, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, em caso de:

Urgncia ou Interesse pblico relevante e sempre com a aprovao da MAIORIA ABSOLUTA de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Na sesso legislativa extraordinria, o Congresso somente deliberar sobre a matria para o qual foi convocado, salvo se houver medida provisria em vigor na data de convocao extraordinria do Congresso Nacional, sendo elas automaticamente includas na pauta da convocao (art. 57, 8)

vedado o pagamento de parcela indenizatria, em razo da convocao extraordinria (7) ou de ajuda de custo. ATENO: Embora no seja possvel o pagamento de indenizao ou ajuda de custo na convocao extraordinrio, continua devida ajuda de custo nas sesses ordinrias (no incio e no final previstos, equivalente ao valor da remurao, visando compensar pelas despesas de transporte e outras).

Sesso conjunta (art. 57, 3) Ocorre para: Inaugurar sesso legislativa;

Elaborar regimento comum Regular a criao de servios comuns a ambas as casas; Receber compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica; Conhecer do veto e dele deliberar. Sesso preparatria (art. 57, 4) Como visto, a sesso ordinria s comea 2 de fevereiro. Contudo, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, cada uma das Casas reunir-se- em sesses preparatrias, com o seguinte objetivo: Posse dos membros; Eleies das respectivas mesas.Assim, excepcionalmente, o recesso parlamentar ser de 54, e no 55 dias.

3.1. Sesses conjunta, bicameral e unicameral

Na sesso BICAMERAL a discusso e a votao so separada: primeiro na Cmara e depois no Senado. A sesso bicameral a regra no processo legislativo brasileiro, para permitir a conjuno de vontades.

Na sesso CONJUNTA h a reunio da Cmara e Senado para discutir o veto conjuntamente, mas a votao feita separadamente (no ser decidida pela maioria absoluta dos membros do Congresso; ter que ter maioria absoluta em cada Casa legislativa: 257 votos de deputados + 41 votos de senadores).

Na sesso UNICAMERAL a votao conjunta do Congresso Nacional: basta haver 298 votos para aprovao. S h na Constituio Federal um caso de reunio unicameral: reviso constitucional, do art. 3 do ADCT.

4. Teoria das maiorias (expresso de Michel Temer)

Em seu livro elementos de Direito Constitucional, explica Michel Temer: na democracia, os colegiados decidem por maioria de votos. A maioria sempre vence. Contudo, no h que se falar em democracia sem que se respeitem os direitos das minorias.

No Brasil, temos 513 Deputados estaduais e 81 Senadores. Dentro da teoria das maiorias, temos as seguintes espcies:

Maioria absoluta ( Cuida-se do primeiro nmero inteiro acima da metade dos membros da casa legislativa. Sempre ser fixa/determinada (no Senado, 51 parlamentares). A MAIORIA ABSOLUTA a regra geral do qurum de votao, ou seja, o nmero mnimo de presentes para que haja manifestao nas Casas legislativas.

Art. 47. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa e de suas Comisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.Atente: No existe manifestao legislativa sem a presena, no mnimo, da maioria absoluta. Maioria simples ( a regra geral do qurum de aprovao, , desde que se faa presente, ao menos, a maioria absoluta. Ela varivel/indeterminada, j que depende do nmero de parlamentares presentes na casa legislativa. Tambm est prevista no art. 47 da CF: sero tomadas por maioria de votos. Convm atentar: quando a Constituio alude a uma maioria, sem qualific-la, esta maioria simples (ela a regra). Mas tome cuidado: o STF j decidiu de maneira diversa. Cf. art. 53, 2: este dispositivo no qualifica a maioria, o que nos leva a crer que se trata da maioria simples. Contudo, o STF j decidiu que, neste caso, a maioria absoluta:Art. 53, 2 Desde a expedio do diploma, os membros do Congresso Nacional no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria [ABSOLUTA] de seus membros, resolva sobre a priso. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

Maioria qualificada ( Cuida-se de maioria especial. Por assim ser, deve ser expressa, concretizando-se em uma frao (1/3; 2/3; 3/5 etc.). A maioria qualificada, em regra, superior maioria absoluta de votos.

Obs: lembrar que o Poder Legislativo : federal (nico bicameral), estadual, distrital, territorial (Cmara Territorial) e municipal.

5. Mesas

Mesa o rgo de direo de um colegiado. A mesa encarregada da conduo dos trabalhos legislativos e administrativos daquela casa. Todo colegiado possui uma mesa (ex.: no STF, ela composta por presidente e vice; no TJ, h o presidente, vice e corregedor geral). No Legislativo da Unio, h 3 mesas:

Mesa da Cmara Mesa do Senado;

Mesa do Congresso Nacional seu presidente o Presidente do Senado e compem sua mesa os ocupantes dos cargos anlogos no Senado e na Cmara, alternadamente.

Confiram-se os cargos existentes nas 3 mesas:

i. Presidente;

ii. 1 vice-presidente;

iii. 2 vice-presidente;

iv. 1, 2, 3 e 4 secretrios

Aqueles que exercem cargos nas mesas exercem mandato de 2 anos, vedada a reconduo para o mesmo cargo na eleio subseqente.

Na mesa da Cmara s h Deputados federais; na do Senado, Senadores. Mas veja: na mesa do Congresso, h Senadores e Deputados, nesta ordem.

Art. 57, 4 Cada uma das Casas reunir-se- em sesses preparatrias, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleio das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a reconduo para o mesmo cargo na eleio imediatamente subseqente. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006).

Obs: H casos de Deputados e Senadores que, inacreditavelmente, exerceram mandato nas mesas por mais de 2 anos (ex: Michel Temer e ACM).

Pergunta-se: o art. 57, 4 uma norma de reproduo obrigatria em sede estadual? NO. Esta no uma norma de reproduo obrigatria, de modo que cada Constituio estadual livre para dispor sobre o tema.

Ex: Tio Marcelo se elegeu Presidente da Cmara da Bahia 2 duas vezes seguidas.

Outra questo cobrada em concurso se o presidente da Cmara ocupa cargo na mesa do Congresso Nacional. A resposta negativa. No erre: o presidente da Cmara no ocupa nenhum cargo na mesa do Congresso Nacional.

A Constituio de 1988 valorizou as mesas, dando-lhes importantes atribuies. Veja:

i. As mesas da Cmara e do Senado promulgam Emendas Constitucionais (art. 60, 3) (a do CN no!);

ii. As mesas da Cmara e do Senado podem ajuizar ADI (art. 103) no erre: a mera do Congresso Nacional no pode ajuizar ADI!iii. O presidente da Cmara e depois o do Senado esto na linha sucessria do Presidente da Repblica (art. 80);

6. Deputados e Senadores

I. Deputados Federais

Os deputados federais so representantes do povo (art. 45), eleitos pelo sistema proporcional. A CF/88 define povo (art. 12) como a soma dos brasileiros natos e naturalizados.

i. Nenhum Estado ter menos que 8, nem mais que 70 Deputados Federais (o nmero de Deputados leva em conta a populao dos Estados). O nmero mximo de deputados federais 513 (LC 78/93).ii. Se territrios forem criados, cada um ter 4 Deputados Federais.iii. O nmero dos DF repercute no nmero dos Deputados Estaduais. Aquele Estado que tenha 8 DF (Estados menos populosos) ter 24 Deputados Estaduais (8 x 3 = 24). Mas veja: essa multiplicao por 3 tem um limite: atingido o nmero de 36, ser somado o nmero de Deputados federais acima de 12 (justamente por isso que o Estado de So Paulo tem 94 Deputados estaduais). Cf. art. 27 da CF:

Art. 27. O nmero de Deputados Assemblia Legislativa corresponder ao triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

DF = 8 a 70 (nos territrios, 4);

DE = 3 x DF;

Se 3 x DF > 36, DE = 36 + nmero de DF acima de 12.

Obs: Como j dito, o mandato do DF de 4 anos (uma legislatura). O STF j declarou a inconstitucionalidade da EC 16/05 Constituio de Roraima que, ao arrepio da CF/88, permitiu a extenso do mandato pela mudana da data de posse dos eleitos em 2006 (STF, ADI 3.825/RR).II. Senadores

Os senadores so representantes dos Estados-membros e DF, eleitos pelo sistema majoritrio.

Cada Estado da Federao possui 3 Senadores, independentemente de qualquer fator, totalizando o nmero de 81. Essa norma decorre do pacto federativo, que nos d referncia igualdade dos Estados (que so 27 no Brasil). Grave:

i. Os Senadores so escolhidos, alternativamente, em cada eleio, nos seguintes percentuais: 1/3 e 2/3.

ii. Territrios, como no so unidades federadas (mas entidades autrquicas), e no possuem autonomia federativa, no tm senadores. Tero apenas Deputados Federais (4).SENADO FEDERALCMARA DE DEPUTADOS

ComposioRepresentantes dos Estados e do DF.Representantes do povo.

Sistema de eleioPrincpio majoritrioPrincpio proporcional

Nmero de parlamentares3 senadores por Estado e DF, cada qual com 2 suplentes. Atualmenete so 81 senadores.A LC 78/93 fixou nmero de 513 deputados. Os Estados tero no mnimo 8 e no mximo 70 deputados. Os territrios tero 4 deputados.

Mandato 8 anos = 2 legislaturas4 anos = 1 legislatura

Renovao A cada 4 anos, por 1/3 e 2/3.A cada 4 anos

Idade mnima (condio de elegibilidade)35 anos21 anos

7. Atribuies do Legislativo da Unio

No Brasil, o Legislativo da Unio desempenha 2 tpicas atribuies:

Fiscalizao Inovao da ordem jurdica, por meio do processo legislativo (art. 59).

A fiscalizao se manifesta de 2 maneiras:

Fiscalizao econmico-financeira (arts. 70 a 75) ( Esta atribuio desenvolvida pelo Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.

Fiscalizao poltico-administrativa ( desempenhada pelo legislativo atravs das comisses (art. 58).7. 1. Comisses Parlamentares

Comisses so organismos parlamentares, com nmero restrito de membros, encarregado de:

Apresentar, debater, votar proposies legislativas e;

Fiscalizar.

[

Em razo da complexidade e diversidade de matrias tratadas pelo Poder Legislativo, as comisses parlamentares ganharam grande importncia a partir da CF/88, porque atravs delas h rgos especializados dentro do Parlamento para tratar das diversas matrias.

7.1.1. Classificaes

I. Quanto durao da comissoa) Temporrias Possuem prazo para encerramento, que pode ser:

Com o fim dos trabalhos: a comisso criada para determinada atividade ou investigar determinado fato.

Com o fim de seu prazo de durao: a comisso que possui prazo determinado para o desenvolvimento de seus trabalhos. Ex: CPI.

Com o fim da legislatura: nenhuma comisso temporria do Congresso Nacional pode ultrapassar a legislatura, que servir como prazo temporal mximo das comisses temporrias (atente: as comisses permanentes podem ultrapassar legislaturas).

b) Permanentes So as comisses que persistem por mais de uma legislatura. Ex: CCJ.

II. Quanto formao das comisses (quanto aos membros que a compem)

a) Comisses exclusivas So as comisses formadas apenas por Deputados ou apenas por Senadores.

b) Comisses mistas So as comisses formadas por membros das duas Casas Legislativas.

7.1.2. Princpios aplicveis s Comisses

Dois princpios se aplicam s comisso parlamentares:

PRINCPIO DA REPRESENTAO PROPORCIONAL-PARTIDRIA (art. 58, 1) ( Os partidos polticos devem ser representados proporcionalmente nas comisses, conforme a representao na respectiva casa, para refletir as foras dos partidos nas comisses.

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao.

1 - Na constituio das Mesas e de cada Comisso, assegurada, tanto quanto possvel, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

Muitas vezes a proporcionalidade fica em segundo plano quando em contraponto com a efetividade (no caso em que os partidos tm poucos representantes).

Toda comisso do Congresso Nacional tem que ter uma representao proporcional aos partidos e blocos polticos, na medida do possvel. PRINCPIO DA COLEGIALIDADE ( Define que quem decide a comisso, e no o seu presidente ou relator ( a regra da maioria).

7.1.3. Espcies

O art. 58 prev 3 espcies de comisso:

a) Comisso temtica ou material;

b) Comisso representativa ou de representao;

c) Comisso parlamentar de inqurito.

7.1.4. COMISSO TEMTICA OU MATERIAL

As comisses temticas estabelecem-se em razo da matria e so PERMANENTES.

A Constituio Federal no diz quais so as comisses temticas ou materiais de cada casa legislativa. Isso est nos regimentos internos de cada casa legislativa.

A doutrina encontra a seguinte caracterstica (no uma norma): a cada Ministrio do Executivo existe, em regra, uma comisso na Casa Legislativa. Ex: comisso de sade, comisso de educao, de agricultura etc. H quase um espelho entre os ministrios e as comisses dentro do Legislativo, embora no se trate de uma regra.

A comisso temtica ou material mais importante a CCJ (Comisso de Constituio e Justia). Ela faz um controle preventivo de constitucionalidade: todo projeto de lei, inicialmente, deve passar pela CCJ.

Depois de passar pela CCJ, o projeto vai para a comisso temtica da sua rea de abrangncia (ex: comisso de sade, educao etc.). Desta forma, o projeto passa, no mnimo, por 2 comisses.

I. Processo Legislativo Abreviado ou Delegao interna/imprpria

No Brasil, a comisso temtica ou material dotada da delegao interna ou delegao imprpria, que Gilmar Mendes e o STF designam de processo legislativo abreviado.

Trata-se do poder ofertado pela Constituio comisso temtica para votar projeto de lei, independentemente da manifestao do plenrio, conforme disposio no regimento interno. Isso est no art. 58, 2, I:Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao.

2 - s comisses, em razo da matria de sua competncia, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos membros da Casa;

II. Funes das comisses temticas

Em sntese, a comisso temtica tem as seguintes funes (art. 58, 2):

a) Discutir e votar projeto de lei que dispensar a competncia do Plenrio (delegao interna/imprpria ou proc. legislativo abreviado), salvo se houver recurso de 1/10 dos membros da Casa;

b) Ela prpria ou seus membros - pode apresentar projeto de lei. Cf. art. 61 da CF/88:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio.

c) Realiza audincias pblicas, com objetivo de aprimorar o projeto de lei;

d) Convocar Ministros de Estado para prestar informaes sobre assuntos inerentes a suas atribuies, sob pena de cometer crime de responsabilidade (art. 50);

e) Receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades pblicas;

f) Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidado;g) Apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;

7.1.5. COMISSO REPRESENTATIVA ou DE REPRESENTAO

Em razo do princpio da continuidade do servio pblico, o Congresso no pode fechar suas portas. Assim, durante o recesso parlamentar, funciona uma comisso representativa.

Em uma sesso legislativa h dois recessos parlamentares (de 18/07 a 31/07 e de 23/12 a 1/02), devendo ser eleita uma comisso representativa em cada um desses recessos.Art. 58, 4 - Durante o recesso, haver uma Comisso representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na ltima sesso ordinria do perodo legislativo, com atribuies definidas no regimento comum, cuja composio reproduzir, quanto possvel, a proporcionalidade da representao partidria.

Esta comisso mista ou conjunta, porque dela participam deputados federais e senadores, devendo reproduzir, na medida do possvel, a proporcionalidade das representaes polticas.7.1.6. COMISSES PARLAMENTARES DE INQURITO

As CPIs so comisses temporrias que podem ser exclusivas ou mistas.

DICA: Este tema cobrado com freqncia em concursos, sendo as questes retiradas das publicaes temticas do STF (http://www.stf.jus.br).

I. Evoluo histrica das atribuies do Poder Legislativo

At 1789 (Revoluo Francesa), os parlamentos europeus no inovavam a ordem jurdica (no elaboravam leis), possuindo apenas a previso de fiscalizar aqueles que exerciam o poder. Com a Revoluo Francesa, surge o chamado Estado Liberal, que se fundamenta em uma Constituio poltica-jurdica. O Estado liberal um Estado garantidor, sendo esta garantia fundamentada na Lei.

J no sculo XX, diferentemente do Estado Liberal, o Estado Social, alm da Constituio jurdica-poltica, passou a trazer uma Constituio econmica-social. Este Estado, sem deixar de ser garantidor, transforma-se tambm em prestador, havendo reforo ao Poder Executivo. Neste momento, o Executivo passa a se utilizar de funes do Legislativo, passando a ter o poder de editar decreto-lei/MP. Por conta disso, o Legislativo procura outro espao, fortalecendo a atribuio de fiscalizao atravs de CPI.

Veja: o fortalecimento da fiscalizao atravs de CPI comeou com o Estado Social, quando o Poder Executivo passou a desempenhar funo que antes somente era desenvolvida pelo Legislativo (inovar a ordem jurdica).

No sculo XXI, temos o chamado Estado Constitucional de Direito. Alm de garantidor e prestador, este Estado deve ser transformador. Esta transformao fortalece o Poder Judicirio. Assim diz Lnio Streck.

II. Finalidades da CPI

Auxiliar a atividade legislativa do Poder Legislativo, dando-lhe subsdios e informaes. Costuma-se dizer que so os olhos e os ouvidos do Parlamento. Essa a funo principal das CPIs.

Fiscalizar, exercer o controle da atividade administrativa (sobre o governo e a Administrao Pblica em geral). Informar a opinio pblica (ao investigar os fatos, a CPI permite o conhecimento sobre eles a toda a coletividade). Segundo Pedro Lenza, a CPI um direito pblico subjetivo das minorias de fiscalizar, investigar e responsabilizar a quem quer que seja. Sendo assim, a maioria do Plenrio da Cmara, Senado ou Congresso NO pode desconstituir ato de criao de CPI posteriormente sua instalao, cabendo Mandado de Segurana ao STF contra essa desconstituio.

Segundo o Min. Celso de Mello, no caso da CPI do Apago Areo (em que o Plenrio da Cmara dos Deputados desconstituiu o ato de instalao da CPI com base no art. 58, 3 da CF), a prerrogativa de investigar da minoria, j deferida, no poderia ser comprometida pelo bloco majoritrio (MS 26.441)

III. Quem pode ser investigado por uma CPI

A CPI pode desenvolver investigaes e exercer suas funes no apenas sobre os rgos e funcionrios pblicos, mas tambm sobre particulares.

ATENO: No qualquer fato que pode ser investigado, mas somente aqueles que tenham relao com a gesto da coisa pblica (se houver interesse pblico). Se a atividade no estiver dentro da competncia fiscalizatria exercida pelo Congresso Nacional, no poder ser apurada por meio de CPI.

Em suma, podem ser investigados em CPI: Poder Executivo, pessoas fsicas, pessoas jurdicas, rgos e instituies ligados gesto da coisa pblica ou que, de alguma forma, tenham que prestar contas sobre bens ou valores pblicos.

IV. Impetrao de MS ou HC em razo das investigaes em CPI

Quando h abuso de autoridade durante uma CPI, o mandado de segurana ou habeas corpus, em regra, so impetrados contra o presidente da CPI (autoridade coatora). No caso da CPI federal (no mbito do Congresso Nacional), a competncia para processar e julgar o MS e o HC ser do STF.

Se for CPI Estadual, ser competente o TJ; se municipal, o juiz de primeiro grau.V. Requisitos para a formao de CPI

ATENO: As normas sobre os requisitos para a formao das CPI so de observncia obrigatria tanto pelos Estados quanto pelos Municpios ( expresso do PRINCPIO DA SIMETRIA.a) REQUERIMENTO de 1/3 dos membros da Cmara ou do Senado (em CPI exclusiva) ou 1/3 dos membros da Cmara + 1/3 dos membros do Senado (em CPI mista) Segundo o STF, esse requisito atendido no momento do requerimento, sem que precise de uma ratificao posterior (MS 26.441).

No MS 26.441 o STF entendeu que, se no momento do requerimento havia assinatura de 1/3 dos membros, mesmo que depois eles saiam da CPI, ela continuar, pois no necessrio que haja posterior ratificao da assinatura.

Atente, pois no suficiente que haja 1/3 dos membros do Congresso Nacional. Isso reflete o histrico das CPIs que foram criadas, desde a Constituio de Weimer de 1919, como um direito das minorias.

CPI simples s da Cmara dos Deputados: requerimento de, no mnimo, 171 Deputados (so 513 no total);

CPI simples s no Senado: mnimo de 27 Senadores (so 81 no total);

CPMI: mnimo de 1/3 dos Senadores e 1/3 dos Deputados (171 + 27).

b) PRAZO CERTO DE DURAO A CPI uma comisso temporria. No requerimento de instaurao vem previsto o prazo para a concluso de seus trabalhos, mas esse prazo pode ser prorrogado quantas vezes forem necessrias. O termo final da CPI o fim da legislatura.

Toda CPI tem um prazo certo, a depender do regimento interno da casa do Legislativo. O fundamento deste prazo reside no princpio da segurana jurdica (caput do art. 5): estabilidade das relaes jurdicas.

Obs: Mesmo um inqurito policial no pode ser permanente, sob pena de ofensa segurana jurdica.

Questo: a Constituio Estadual pode dificultar a criao de uma CPI, trazendo outros requisitos alm destes? NO.

A Constituio Estadual no pode dificultar a criao de CPI, cujos requisitos (previstos na CF/88) devem ser obedecidos pelos Estados-membros (so de observncia obrigatria e no podem ser inovados).

A razo a seguinte: a CPI um instrumento das minorias parlamentares. um direito das minorias. Logo, qualquer dificuldade ser inconstitucional.

E mais: se o Presidente da mesa recebe o requerimento, notifica os partidos e estes resolvem no indicar os membros, o Presidente dar prazo para que os partidos os indiquem; caso contrrio, ele mesmo os nomear.

Obs: veja que a maioria dos membros da CPI pode inviabilizar os requerimentos formulados, j que tudo deve ser votado (princpio da colegialidade). Convm atentar tambm que a Comisso ter representatividade proporcional da casa.

c) APURAO DE FATO DETERMINADO Para ser determinado, o fato tem que ser CONCRETO.

Alm de o fato ter que ser determinado/concreto, no caso da CPI federal, o fato tem que ser de sua competncia fiscalizatria, abrangidos pela competncia do Congresso Nacional, ou seja, o fato tem que ser de INTERESSE DA UNIO (interesse geral), sob pena de violar o princpio federativo.

Ademais, o fato determinado no impede a apurao de fatos novos ou conexos com os primeiros (bastando um aditamento do objeto da CPI).

Se o fato de interesse exclusivamente estadual ou municipal, devem apur-lo a Assemblia Legislativa e a Cmara MunicipalSe, contudo, houver uma conjugao de interesses (municipal e geral), possvel haver duas CPIs.

necessrio que o fato seja especfico, objetivo. Deve-se circunscrever o que ser investigado. Obs: os nomes CPI dos Correios, CPI do Judicirio etc. so meramente fantasiosos, havendo fatos delimitados.

Pergunta-se: qualquer fato pode ser investigado pela CPI?

O fato determinado deve repercutir no espao pblico, estando dentro das atribuies da casa legislativa.

Obs: O STF, no MS 23.652, entendeu que outros fatos, inicialmente imprevistos, tambm podem ser aditados aos objetivos da CPI, j em ao ou em andamento, desde que sejam certos, indiscutveis, de evidente constatao.

Questo (MP/BA- 2010): De acordo com a jurisprudncia dominante do STF, interpretando o requisito normativo-constitucional de fato determinado, no se admite a ampliao do objeto da investigao durante o curso dos trabalhos da CPI. ERRADO.VI. Poderes da CPI

Os poderes da CPI esto previstos de forma genrica pela Constituio, que prev para as CPI poderes de investigao ou outros, que sejam previstos nos regimentos internos:Art. 58, 3 da CF - As comisses parlamentares de inqurito, que tero poderes de investigao prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero de seus membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Os poderes previstos nos regimentos internos devem estar previstos dentro da competncia fiscalizatria do Congresso Nacional. Esses poderes no so cobrados em provas.

a) As autoridades judiciais tm poderes de investigao? NO.

Quando a CF diz que a CPI tem poderes prprios de investigao dos juzes, no quer dizer que a autoridade judicial tem poderes de investigao (pois, como regra, juiz no investiga). O ato de investigar no se encontra dentre as atribuies do magistrado, em razo do sistema processual acusatrio (art. 129, I). O STF j decidiu neste sentido.Mas atente s excees:

a) A LOMAN (LC 35/79) permite que um juiz investigue o outro;

b) As autoridades dotadas de foro por prerrogativa de funo respondem a inqurito judicial (e no policial).

Assim, o dispositivo quis dizer que a CPI, para investigar, ter poderes prprios de autoridades judiciais, que possuem PODERES INSTRUTRIOS.

O art. 58, 3, quando alude a poderes de investigao das autoridades judiciais, fere-se exatamente a estes poderes instrutrios.

As leis 1.579/52 e 10.001/2000 regulamentam o art. 58. Alm disso, aplicam-se subsidiariamente o CPP e o CPC.

ATENO: As CPIs no possuem poder geral de cautela. Medidas acautelatrias (hipoteca judiciria, indisponibilidade de bens, arresto) no esto no mbito das CPIs porque essas medidas servem para garantir a deciso futura, e as CPIs no proferem deciso.

b) Carter instrumental dos poderes

A natureza do poder das CPIs instrumental, ou seja, os poderes atribudos s CPIs no so um fim em si mesmo, mas um meio para se conseguir realizar as finalidades da CPI.

Vanossi, ao tratar da natureza instrumental dos poderes, desenvolveu a teoria do corolrio, segundo a qual as comisses de investigao exercem funo auxiliar o Congresso, no possuindo qualquer poder especial que no esteja compreendido entre as atribuies comuns do Parlamento (pois a CPI rgo do Poder Legislativo).c) Poderes Instrutrios A CPI possui os seguintes poderes instrutrios, uma vez que dotada de autoridade prpria (STF):1 Afastar o sigilo de dados: BANCRIO, FISCAL, INFORMTICO e TELEFNICO, independentemente de autorizao judicial. Esse poder se estende s CPIs estaduais. Mas ATENO: o STF possui decises que no permitem CPI municipal afastar o sigilo bancrio e fiscal do cidado, por:

Motivo poltico: o sigilo bancrio e o fiscal se encontram dentro de um crculo imaginrio que protege o cidado (dados sensveis da personalidade art. 5, X). Esses dados sensveis no podem ser acessados por CPIs municipais, por um motivo simples: existem quase 6.000 municpios no Brasil. Logo, a quebra desses sigilos restaria facilitada, servindo at como instrumento de chantagem.

Motivo jurdico: por uma opo poltica, a pessoa jurdica com capacidade poltica municpio no possui Poder Judicirio. Logo, uma CPI municipal no pode ter poder de juiz que no existe.

Obs: Embora possa realizar a quebra do sigilo de dados telefnicos (acesso ao registro das ligaes telefnicas), a CPI no pode realizar a interceptao telefnica.

2 Requisitar DOCUMENTOS A LC 105/01 estabelece que as CPIs, no exerccio de sua competncia constitucional e legal de ampla investigao, obtero as informaes e documentos sigilosos de que necessitarem diretamente das instituies financeiras, ou por intermdio do Bacen ou da CVM, devendo as referidas solicitaes ser previamente aprovadas pelo Plenrio da Cmara de Deputados, do Senado ou do plenrio de suas respectivas CPIs.ATENO: A requisio de documentos NO abrange a busca e apreenso domiciliar, para a qual a CPI precisa de autorizao judicial.3 Realizao de EXAMES PERICIAIS4 Notificar testemunhas e determinar a sua CONDUO COERCITIVA, se se recusarem a comparecer para depor. Embora a testemunha seja obrigada a comparecer, sob pena de ser coercitivamente conduzida, no obrigada a depor, em razo de seu direito ao silncio (pois ningum obrigado a produzir provas contra si mesmo).

Ademais, a testemunha pode escusar-se a prestar depoimento, se este colidir com o dever de guardar sigilo em qualquer juzo, cvel, criminal, administrativo ou parlamentar (MS 27.483).

Em deciso sobre a situao da esposa de acusado convocada a depor em CPI como testemunha, o STF entendeu que a testemunha no pode se eximir da obrigao de depor mas, sendo conjuge de um dos investigados, no obrigada a firmar compromisso de dizer a verdade, em razo dos arts. 203, 206 e 208 do CPP (HC 86.355). Eu achei essa deciso muito confusa: acho que ela quer dizer que a esposa no pode deixar de comparecer, mas poder mentir em seu testemunho.Segundo a Lei 1.579/52, o cidado comparece CPI ostentando uma das 3 qualidades: Testemunha; Indiciado (investigado); Convidado.Questes: CPI pode determinar a conduo coercitiva de ndio? NO. A conduo coercitiva de ndio significa a remoo da sua terra, o que proibido pelo art. 231, 5 da CF.

Membros do MP podem ser obrigados a comparecer a CPI? Depende. Eles podem comparecer a CPI sim; contudo, no podem ser obrigados a se manifestar sobre fatos que constem em suas decises/pareceres. No cabe ao Legislativo se imiscuir na independncia do MP e dos magistrados.

5 Prender pessoas em flagrante (como qualquer pessoa pode). Mas veja: Assim como o juiz tem poder de polcia na audincia, os membros da CPI tambm o tm, durante a sesso.

Segundo o STF, toda deliberao da CPI deve ser motivada de forma ADEQUADA e CONTEMPORNEA prtica do ato, sob pena de padecer de vcio de INEFICCIA.

O STF diz que a fundamentao adequada no precisa ser to completa como em decises judiciais, mas tem que ser suficiente para justificar a prtica do ato.

VII. Limites das CPIs

Em Estados modernos, as CPIs possuem amplos poderes de investigao, mas estes deve sempre estar em consonncia com os direitos e garantias individuais, que funcionam como limites.

a) Reserva constitucional de jurisdio Existem matrias que so monoplio do Poder Judicirio, no as CPIs podendo delas tratar. Segundo o STF, as matrias reservadas so:

1 INVIOLABILIDADE DE DOMICLIO (art. 5, XI da CF) Segundo o STF, a CPI no pode determinar a busca e apreenso domiciliar.Obs: Casa, no inciso XI do art. 5 da CF, consiste em todo local autnomo e delimitado, sendo inviolvel. No se pode esquecer que o art. 150, 4 do CP fala que existe casa por extenso.

2 INTERCEPTAO TELEFNICA (art. 5, XII da CF) segundo o STF, quando a CF diz por ordem judicial no ltimo caso, est reservando essa matria ao Poder Judicirio.

No erre: embora no possa interceptar as comunicaes telefnicas diretamente, a CPI pode oficiar para a empresa telefnica, requisitando os extratos de dados, independentemente de autorizao judicial.

3 PRISO, salvo em flagrante (art. 5, LXI) O mandado de priso s pode ser expedido por autoridade policial competente (apesar disso, a CPI pode prender em flagrante, como todas as pessoas podem). Arremata Pedro Lenza: as CPIs no podem nunca impor penalidades ou condenaes.4 SIGILO IMPOSTO A PROCESSO JUDICIAL Se o processo judicial tramita em segredo de justia, somente o Poder Judicirio pode determinar a quebra do sigilo imposto.b) Privilgio da no auto-incriminao: Nemo tenetur se detegere (art. 5, LXIII) Esse o direito ao silncio, privilgio se entende a todas as pessoas, inclusive testemunhas.

c) Segredo de ofcio ou sigilo profissional (previsto no art. 5, XIV) no caso de deputados e senadores, h uma previso especfica acerca disso: art. 56, 6 da CF.

Esses direitos e garantias individuais so apenas exemplos mais especificamente relacionados CPI, pois todos devem ser respeitados.d) Medidas acautelatrias A CPI no tem poder para tomar medidas para assegurar a efetividade do provimento final, pois sua atuao no gera deciso. Exemplos: no pode a CPI determinar a indisponibilidade de bens, proibir ningum de ausentar-se do pas, determinar constries judiciais arresto, seqestro ou hipoteca judiciria etc.

e) A CPI tambm no pode: Impedir que o cidado saia do territrio nacional;

Realizar apreenso de passaporte;

Formular acusaes e punir delitos (a CPI no pode denunciar, que papel do MP).VIII. CPI estaduais

Os requisitos previstos para as CPI federais so de observncia obrigatria pelos estados. Assim, os poderes das CPIs estaduais so muito parecidos com os da CPI federal.

Ex: quebra de sigilo bancrio (ACO 730/RJ em votao apertada 6x5, o STF entendeu que a CPI estadual pode determinar a quebra de sigilo bancrio). Essa deciso foi especificamente sobre o sigilo bancrio, mas existem alguns regimentos internos de Assemblias que trazem essa previso (ex: de So Paulo). No h outra deciso do STF sobre isso, mas Novelino acha que no h problema algum nisso.

Em relao a esses poderes, h uma limitao especfica prevista paras as CPIs estaduais:

Na PET (AgRg) 1.611/RO o STJ entendeu que CPI estadual no pode investigar autoridade submetida a foro por prerrogativa de funo federal.

A competncia para julgar MS e HC impetrados contra o presidente da CPI estadual do TJ.IX. CPI municipal

O entendimento majoritrio na doutrina entende que, com base no princpio da simetria, seria possvel a criao de CPI no mbito municipal.

Nunca foi objeto de deciso diretamente, mas h uma deciso em que h indicativos acerca do entendimento do STF (mas no conclusivo, pois s 5 ministros de manifestaram).

Toda a doutrina unnime em dizer que os poderes da CPI municipal so mais restritos que os poderes de uma CPI estadual ou federal. O pensamento majoritrio no sentido de que, como no Municpio no existe Poder Judicirio, a CPI municipal no pode ter poderes prprios de autoridade judicial.

O que se alega que a Constituio Federal atribuiu uma srie de competncias aos municpios, dentro das quais no h qualquer competncia jurisdicional. Se se permite que a Cmara Municipal tenha poderes prprios de autoridade judicial estar-se- ampliando as competncias do Municpio.

Inclusive, houve uma deciso do STF (com base em constituio passada) dizendo que a CPI municipal no teria poder de conduo coercitiva. Se fosse hoje, Novelino acha que esse posicionamento seria repetido.

A competncia para julgar MS e HC contra presidente de CPI municipal da competncia do juiz de primeiro grau.

X. Trmino dos trabalhos: relatrio

Ao terminar seus trabalhos, a CPI formula um relatrio com suas concluses, devendo este ser votado pela colegialidade e, enviado, se for o caso, ao MP. O envio ao MP depende de oportunidade e convenincia ( ato discricionrio).

Se a CPI no enviar o relatrio ao MP, este poder requisit-lo. Por bvio, o relatrio no obriga/vincula o membro do MP, que possui independncia constitucional. Detalhe: enquanto a CPI investiga, o MP pode fazer uma investigao paralela (uma via no atrapalha a outra).

De porte desse relatrio, o MP promove as aes penais e as civis devidas (neste caso, em regra, de improbidade administrativa Lei 8.429/92).

O MP tem prazo para se manifestar sobre o relatrio de CPI? SIM.

MUITA ATENO: A Lei 10.001/00 dispe sobre a prioridade dos procedimentos a serem adotados pelo MP a respeito das concluses das CPIs. A Lei dispe que o MP deve priorizar as concluses das CPIs. Alm de formular o relatrio e envi-lo ao MP (se quiser), a CPI promove a responsabilidade poltica dos envolvidos (representa os parlamentares por ofensa ao decoro parlamentar). Obs: a comisso no pode cassar o mandato do parlamentar, mas apenas represent-lo. A CPI tambm pode fazer recomendaes. Exemplo clssico foi a CPI dos correios. Atente: a CPI no julga, apenas investiga. Por fim, tambm poder apresentar projeto de Lei (art. 61).

PI pode convocar membro de MP para acompanhar os trabalhos? NO.

Ela pode solicitar ao Procurador-Geral que, se entender necessrio, nomeie membros do MP para acompanhar os trabalhos. A CPI, por si s, no pode convocar o membro do MP.

Qual o papel do advogado na CPI? A CPI no animada pelo contraditrio/ampla defesa. Logo, o advogado no pode fazer perguntas (no pode prejudicar os trabalhos da CPI).

Mas atente: apesar disso, ele pode acompanhar o seu cliente, tendo sua importncia. Assim, conforme j entendeu o STF, a CPI obrigada a permitir a presena de advogados, exercendo defesa tcnica, com todas as prerrogativas do Estatuto da Advocacia.XI. Jurisprudncia do STF

Qualquer CPI pode estender seus trabalhos a fato que, no curso do procedimento investigatrio, se mostre irregular, desde que conexo causa determinante de sua criao (STF, MS 25.733).

A Esposa de investigado por CPI no tem obrigao de firmar compromisso de dizer a verdade, embora no possa se eximir do dever de depor (HC 86.355). Ela deve responder a todas perguntas, mas sem compromisso. Os interrogados tm direito indenizao por danos morais ou materiais, se forem injustamente atingidos em sua honra ou imagem (MS 25.617).

CPI no pode quebrar, sem ordem judicial, o sigilo das comunicaes telefnicas (MS 23452). Pode apenas requisitar os dados pretritos (sigilo de dados). A observncia do quorum previsto regimentalmente para deliberao maioria absoluta dos membros que integram a comisso formalidade essencial valia das decises, presente ato de constrio a alcanar terceiro (STF MS 25.005).

No dado maioria dos Parlamentares, com base no art. 58, 3 da CF, levantar questo de ordem e, com recurso, impedir a criao de uma CPI ou desconstituir uma CPI j instalada (MS 24.831). O poder investigatrio s pode ser exercido pelas prprias CPIs, e no por quais quer outras comisses do Legislativo (HC 88.189).

A princpio, livre o acesso de cmeras de televiso e de particulares em geral s sesses de CPIs (MS 25.832).

Ateno: nem mesmo a falta de condio financeira para o depoente ir CPI argumento capaz de impedir o seu comparecimento, exceto se o Parlamento no custear a viagem, hospedagem, deslocamento do depoente e de seu advogado (STF, HC 87.230). O depoente tem direito de ser assistido por advogado e com este comunicar-se durante o curso de seu depoimento perante qualquer CPI, resguardado o sigilo profissional

Os membros dos Tribunais de contas sujeitam-se s regras processuais que lhe asseguram o direito de serem inquiridos como testemunhas, em local, dia e ora previamente ajustados (HC 80.153). Todas as decises da CPI devem ser fundamentadas, sob pena de padecer de vcio de ineficcia (STF).

8. Garantias do Legislativo (imunidades e prerrogativa de foro)

8.1. Estatuto dos congressistas no mbito federal

As garantias que trataremos a seguir so atribudas ao Poder Legislativo, com a finalidade de assegurar a independncia e liberdade do exerccio da funo, razo pela qual so garantias institucionais (surgiram na 2 gerao de direitos fundamentais).

Justamente por serem garantias institucionais, so IRRENUNCIVEIS.

I. Durao das garantias institucionais do Poder Legislativo

Essas garantias iniciam com a diplomao e terminam com o trmino do mandato.

Pergunta-se: o parlamentar que se afasta para exercer outro cargo conserva a sua imunidade? NO, pois a imunidade ligada ao cargo, funo, e no pessoa.

Sobre o tema, vale lembrar que a smula 4 do STF foi cancelada.

Mas ateno: o parlamentar que se afasta do cargo, embora perca as imunidades, mantm a prerrogativa de foro, pois a prerrogativa relaciona-se com seu status de parlamentar e no com a funo de parlamentar (e mesmo se afastando do cargo, a pessoa no perde o status de parlamentar).

Logo, mesmo que esteja exercendo outro cargo, dever ser processado perante o STF.

O suplente NO goza das imunidades ou do foro por prerrogativa de funo, salvo se vierem a assumir o cargo.

As garantias so de 3 espcies: foro por prerrogativa de funo; imunidade material e; imunidade formal.

II. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNO

A prerrogativa de foro significa que o STF ser o rgo competente para processar e julgar os Deputados e Senadores, desde a diplomao at o trmino do mandato (ou renncia).

A prerrogativa de foro, no caso dos parlamentares, s ocorre no caso de CRIMES COMUNS praticados pelos parlamentares.

Para o STF, a expresso crimes comuns abrange: delitos eleitorais e contravenes penais (esse entendimento aplicado para todas as autoridades submetidas a foro por prerrogativa de funo, quando a Constituio se referir a crimes comuns Rcl 511/PR).

Mas cuidado: Essa competncia no se estende a casos de improbidade administrativa.

No caso de crimes dolosos contra a vida, a competncia continuar do STF, porque ambas as competncias (por prerrogativa de foro e do Tribunal do Jri) esto previstas na CF, e a competncia do STF mais especfica que a competncia do Jri (existe grande discusso no que concerne aos deputados estaduais).

Segundo o prprio STF, a prerrogativa de foro abrange tambm a tramitao do inqurito.

A regra da prerrogativa de foro que ela se estende ao co-reu. Assim, havendo conexo, o julgamento ser de competncia do tribunal (STF).

Havendo burla ao foro por prerrogativa de funo, cabvel o ajuizamento de reclamao constitucional (perante o STF), a fim de preservar a competncia do STF.

Em matria de foro por prerrogativa de funo no se aplica a regra da perpetuatio jurisdictionis, mas a REGRA DA ATUALIDADE DO MANDATO ou cargo, segundo a qual, com o trmino do mandato, o processo se desloca para a outra instncia, salvo quando j iniciado o julgamento (Julgado: Inq 2295 de 2008): Caso o processo, antes da diplomao, tenha tramitado em outro juzo (que era competente), apesar de ser imperativo o envio ao STF (aps a diplomao), os atos decisrios j existentes nos autos so plenamente vlidos. Aps o trmino do mandato, o STF no continua sendo competente, impondo-se o envio dos autos a outro juzo.

Obs: Ciranda dos processos

Essa expresso, cunhada por Gilmar Mendes, refere-se situao em que a renncia do parlamentar utilizada como uma forma de afastar a prerrogativa de foro. O STF decidiu, na AP 333 (2008) que no constitui abuso de direito a renncia do parlamentar realizada antes do incio do julgamento do processo. Desse modo, cassado o exerccio da funo, finda estar a prerrogativa de foro.Mas ATENO: Em 2010, na AP 396, o STF decidiu que a renncia do mandato realizada com o objetivo para escapar de condenao perante o STF no afasta a prerrogativa de funo. Assim, a renncia ao mandato no ir afastar a prerrogativa de foro no STF, mesmo que ocorrida antes do incio do julgamento do processo.

Situaes a depender do momento em que o delito foi praticado:

Infrao cometida durante o exerccio da funo parlamentar a competncia do STF, que no ter que pedir autorizao Casa respectiva para a instaurao do processo. O STF ter que dar cincia ao Legislativo, que poder sustar a ao. Infrao cometida antes do exerccio parlamentar diplomando-se o ru, o processo ser remetido ao STF para dar prosseguimento ao penal. O STF no ter que dar cincia Casa respectiva, que no poder sustar a ao.II. IMUNIDADE MATERIAL, REAL, SUBSTANCIAL, INVIOLABILIDADE ou INDENIDADE (art. 53, CF)

A imunidade material chamada pela Constituio de inviolabilidade. Na jurisprudncia do STF, denominada freedom of speech.

Dispe o art. 53 da CF: os Deputados e Senadores so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos.

Segundo o STF, essas garantias servem para que os deputados federais e senadores possam exercer o mandato livremente, sem presses ou constrangimentos (STF, Inq 617).

Segundo Uadi Lammgo, a imunidade material exclui a responsabilidade penal, civil, poltica e administrativa (disciplinar) do congressista, por suas opinies, palavras e votos.

Embora haja bastante divergncia na doutrina, segundo o STF, a natureza jurdica da imunidade penal de causa excludente de TIPICIDADE.

Atente: a imunidade por opinies, palavras e votos no abrange apenas as manifestaes ocorridas dentro do recinto legislativo (Congresso), mas tambm fora dele. Contudo, importante registrar um aspecto:

Palavras proferidas dentro do parlamento ( Segundo o STF, neste caso, no necessrio haver conexo com a atividade parlamentar (no precisa ter relao com a atividade parlamentar para que estejam abrangidas pela indenidade), pois h presuno absoluta de que h.

Palavras proferidas fora do recinto legislativo ( Neste caso, s haver imunidade se houver conexo entre o ato e a funo legislativa.

Sobre este assunto, muito importante atentar jurisprudncia do STF:

Para o STF, essas imunidades se estendem s publicaes da imprensa. Logo, reportagens jornalsticas sobre questes acobertadas pela imunidade tambm ficam imunes responsabilizao civil e penal. O meio de comunicao (revista/imprensa) NO pode ser condenado por divulgar os atos dos parlamentares. O STF tambm entende que aquele que responde imediatamente acusao formulada por parlamentar acobertado (no calor do debate) tambm est protegido pela imunidade. A RESPOSTA IMEDIATA tambm fica imune responsabilizao civil e penal.

Enquanto a prerrogativa de foro uma questo de julgamento, se estendendo ao c-reu, a imunidade no se estende. o quanto dispe a smula 245: a imunidade parlamentar no se estende ao co-ru sem essa prerrogativa.. Ou seja: a imunidade s vlida para o parlamentar. Essa smula de refere apenas imunidade formal (relacionada priso e ao processo).

No confunda: a Smula 245 se refere apenas imunidade formal, e no prerrogativa de foro (que se estende). No se aplica s imunidades materiais, que so causas excludente de tipicidade.III. IMUNIDADE FORMAL ou ADJETIVA (art. 53, 1 e 2) - freedom from arrest

Para alguns autores, a imunidade formal pode tambm ser denominada de processual. Novelino tem opinio diversa, dividindo a imunidade formal em dois aspectos de proteo do parlamentar: com relao priso e ao processo (essa, sim, imunidade processual). Deste modo, a imunidade formal mais ampla que a processual, na classificao de Novelino.

Como vimos, na imunidade material no h prtica de crimes. Na formal, a situao diversa: o parlamentar responde pelo ato praticado, embora possua garantias. Essa imunidade somente se aplica aos atos praticados aps a diplomao.

Obs: Como visto, se um indivduo pratica crime antes da diplomao e, depois, eleito Senador (v.g.), o processo j existente dever ser enviado ao STF, onde ter seguimento. Ou seja: neste caso, embora o ato tenha sido praticado antes da diplomao, o parlamentar possui prerrogativa de foro, embora no tenha imunidade processual.

a) Imunidade formal em relao priso (prisional) ( De acordo com o 2 do art. 53, desde a expedio do diploma, os membros do Congresso Nacional no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolver sobre a priso.

Esse dispositivo tem inteno de evitar prises arbitrrias, com finalidades polticas.

ATENO: O parlamentar s possui imunidade formal prisional quanto priso cautelar (salvo flagrante delito de crime inafianvel) e priso civil, mas no priso-pena.

QUESTO: Se o parlamentar for condenado por sentena penal definitiva com trnsito em julgado, poder ser preso? Alguns autores sustentam que no, mas o STF entende que a imunidade prisional s se aplica priso cautelar, no se estendendo priso decorrente de deciso transitada em julgado (priso-pena).

[

Assim, o parlamentar poder sofrer as seguintes penas:

Priso em flagrante delito por crime inafianvel ( os autos sero remetidos Casa respectiva em 24h, para que resolva sobre a priso, pelo voto ABERTO da maioria ABSOLUTA dos membros. A aprovao da Casa condio necessria para a manuteno da priso. Priso-pena (condenao penal definitiva) e priso-civil ( Nesses casos, a Casa respectiva no resolve sobre o processo.CUIDADO: No confundir os parlamentares com os membros do MP e Magistratura, que podem sofrer priso preventiva, temporria ou em flagrante de crime inafianvel (ou seja, sofrem todas as cautelares salvo a priso em flagrante por crime afianvel, diferentemente dos parlamentes, que no sofrem priso preventiva ou temporria). b) Imunidade formal processual (art. 53, 3) ( A Emenda n. 35/2001 substituiu o chamando princpio da improcessabilidade pelo PRINCPIO DA PROCESSABILIDADE. Antes, se um Deputado ou Senador praticasse determinado crime, para que fosse processado, era necessria prvia autorizao da Casa (princpio da improcessabilidade). Hoje, essa autorizao no mais necessria.

Atualmente, processado o parlamentar por crime posterior diplomao, o STF recebe a denncia (se for o caso) e d cincia Casa Parlamentar (Cmara ou Senado). Neste caso, o partido poltico com representao poder pedir a sustao do processo, o que poder ser decidido por voto da maioria ABSOLUTA dos membros da respectiva Casa.Ateno: o pedido de sustao feito pelo partido e apreciado pela Casa. O STF no aprecia o pedido de sustao; apenas cumpre. O pedido de sustao do processo s pode ocorrer at a prolao da deciso final.

Se o crime foi cometido antes da diplomao, o parlamentar ter prerrogativa de foro, mas no ter imunidade formal processual. Assim, o STF processa normalmente, sem necessidade de dar cincia ao Parlamento, que nada pode fazer.QUESTO: A imunidade formal processual s se aplica aos crimes cometidos posteriormente diplomao. VERDADE, em relao aos crimes praticados antes da diplomao no se aplica a imunidade formal processual, mas o parlamentar tem prerrogativa de foro.

O pedido de sustao pode ser formulado pelo partido at o trnsito em julgado da deciso final. Contudo, uma vez formulado, deve ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogvel de 45 dias do seu recebimento em Mesa.Nesta situao, surge a seguinte questo: haver suspenso da prescrio?

Segundo o STF, toda vez que houver suspenso do processo, mesmo que no haja previso expressa na Constituio, tambm ser suspensa a prescrio, sob pena de haver nulidade do julgado. Havendo concurso de pessoas envolvendo indivduo que no seja parlamentar, entendeu o STF que o processo deve ser desmembrado, haja vista que a suspenso da prescrio s ocorre em relao ao parlamentar (STF, Inq 1.107/MA).Art. 53. 3 Recebida a denncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido aps a diplomao, o Supremo Tribunal Federal dar cincia Casa respectiva, que, por iniciativa de partido poltico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder, at a deciso final, sustar o andamento da ao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

4 O pedido de sustao ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogvel de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

5 A sustao do processo suspende a prescrio, enquanto durar o mandato. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

8.2. Garantias do Poder Legislativo estadual e distrital

Conforme dispe o art. 27, 1 c/c art. 32, 3 da CF, todo o sistema das imunidades dos parlamentares federais aplicando tambm aos deputados estaduais, dentro da simetria.

Art. 27, 1 da CF. Ser de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-s-lhes as regras desta Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade [imunidade material], imunidades [imunidade formal], remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos e incorporao s Foras Armadas.Art. 32, 3. Aos Deputados Distritais e Cmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.ATENO: Deputados Estaduais e Distritais possuem as mesmas imunidades dos Deputados Federais. Segundo o STF, a Constituio Estadual no pode AMPLIAR ou RESTRINGIR as garantias de seus parlamentares.

A imunidade parlamentar estadual vale em todo o territrio nacional, no estando restrita a determinado Estado isso decorreu do cancelamento da smula 3 do STF, j que editada em poca quando a CR/88 no previa garantias aos parlamentares.

Muita ATENO: o STF entende que o regime de imunidades previsto na Constituio da Repblica se aplica de forma integral e imediata aos Deputados Estaduais.

Assim, havendo alterao na CF/88 (como houve com a EC n 35, v.g.), no necessrio esperar alterao da Constituio Estadual, pois as regras sero imediatamente aplicveis aos parlamentares estaduais.

Por fim, observa-se que o art. 27, 1 apenas prev a simetria das inviolabilidades e imunidades, no fazendo qualquer meno a prerrogativa de foro aos deputados estaduais. Entende o STF que o deputado s ter prerrogativa de foro no TJ, se houver previso na Constituio do respectivo Estado. Decorre do poder implcito do Estado estabelecer essa prerrogativa de foro. A prerrogativa de foro dos deputados estaduais, prevista na Constituio estadual, ir prevalecer sobre a competncia constitucional do Tribunal do Jri? 1 Corrente: Para Pacelli e Capez, o foro por prerrogativa de funo dos deputados estaduais est previsto na Constituio Federal, prevalecendo o foro do TJ sobre a competncia do Tribunal do Jri, porque consideram que a expresso imunidades (art. 27, 1) abrange a prerrogativa de foro. Esse foi o posicionamento mais recente do STF (de 2009), o que fez com que a smula 721 passasse a ser aplicada apenas para os Municpios pegar no material de apoio a deciso.Art. 27, 1 - Ser de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- s-lhes as regras desta Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos e incorporao s o no caso concreto. Armadas.2 Corrente: Nucci, Renato Brasileiro e Novelino entendem que o foro do deputado estadual est previsto exclusivamente nas Constituio Estaduais, prevalecendo a competncia do Tribunal do Jri.

Segundo Renato Brasileiro, no h como definir qual o que prevalece. Ateno: o STF entende que prevalece a competncia do TJ e que a smula 721 se aplica somente aos Municpios! Estabelecendo a Constituio Estadual competncia do TJ para o julgamento do Deputado Estadual, na prtica de crimes comuns, dever ser garantida a simetria prevista na CF: se este crime envolver bens ou interesses da Unio, o parlamentar ser julgado no TRF. Praticando o Deputado crime eleitoral, a competncia passa a ser do TRE (isso porque prevalece a CF).Diferenas de tratamento entre deputados estaduais e federais

a) Foro por prerrogativa de funo S existe para os deputados estaduais se previsto na Constituio Estadual.

b) Competncia para julgar crime doloso contra a vida Enquanto os deputados federais mantero sua prerrogativa de foro, os deputados estaduais sero julgados pelo Jri (essa a 2 corrente doutrinria, qual me filio).

8.3. Garantias do Poder Legislativo Municipal

No caso dos vereadores, a regra um pouco diferente. A sua imunidade foi uma inovao da CF/88: at ento, os vereadores no tinham qualquer tipo de imunidade.

A CF/88 confere a esses parlamentares apenas uma espcie de imunidade (art.29, VIII): IMUNIDADE MATERIAL, nos limites da circunscrio do municpio.

A prpria Constituio Federal restringe a imunidade material dos vereadores. Essa limitao poderia ser interpretada como sendo relativa aos interesses municipais ou como sendo indicativa dos limites territoriais dos municpios.

Jos Afonso, Gilmar Mendes e o STF (HC 74.201/MG) entendem que circunscrio corresponderia aos limites territoriais. Novelino, contudo, entende que uma interpretao finalstica do dispositivo levaria concluso de que circunscrio se refere aos interesses municipais (mas, em concurso, para adotar a posio do STF).

O vereador no possui imunidade formal e o STF j decidiu que a Constituio Estadual no pode estabelecer imunidade formal para vereadores (ADI 558/RJ). Embora o STF no tenha tratado da lei orgnica, Novelino entende que ela tambm no poderia prever a imunidade formal dos vereadores (por lgica).LEMBRAR: Como o vereador no tem imunidade formal, pode sofrer qualquer tipo de priso cautelar (e no apenas a priso em flagrante por crime inafianvel, como ocorre com os deputados federais e estaduais).

Ademais, assim como em relao aos deputados estaduais, a Constituio Federal no prev prerrogativa de foro aos vereadores. Nesse ponto, o STF tem aplicado o mesmo entendimento relativo aos Deputados Estaduais, ou seja: a Constituio Estadual pode criar prerrogativa de foro para o vereador (deve haver previso na Constituio Estadual).

A Constituio Estadual pode estabelecer prerrogativa de foro (aos vereadores e deputados estaduais), mas no pode estabelecer imunidade formal aos vereadores.

8.4. Iseno do dever de testemunhar (CF, art. 53, 6)

Os Deputados e Senadores no sero obrigados a testemunhar sobre informaes recebidas ou prestadas em razo do exerccio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informaes.

8.5. Incorporao s Foras Armadas (CF, art. 53, 7, c/c art. 143)

Depender de prvia licena da Casa a incorporao s Foras Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra. A exigncia de prvia licena constitui verdadeira imunidade, pois o parlamentar fica isento de uma obrigao constitucionalmente imposta.

8.6. Imunidade parlamentar durante o estado de stio (art. 53, 8)

As imunidades material e processual de Deputados ou Senadores subsistiro durante o estado de stio, s podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatveis com a execuo da medida.

Muita ateno: essa possibilidade de suspenso das imunidades material e processual somente possvel no estado de stio. Ou seja: inexiste suspenso de imunidades no estado de defesa (art. 136, CF).9. Incompatibilidades/impedimentos e perda de mandato I. Restries atividade do parlamentar

So restries atuao do parlamentar:

a) INELEGIBILIDADES ( Ocorrem antes das eleies se realizarem. As inelegibilidades podem ser absolutas e relativas.

Inelegibilidade ABSOLUTA: inalistveis (estrangeiros e conscritos) e analfabetos. Somente a Constituio Federal pode prever hipteses de inelegibilidade absoluta.

Inelegibilidade RELATIVA: reeleio (art. 14, 5); desincompatibilizao (6); reflexa (7); militares (8). Alm dessas hipteses, a lei complementar poder prever outras hipteses de inelegibilidade relativa (LC 64/90).

b) CRIME DE RESPONSABILIDADE ( So instrumentos colocados disposio do Poder Legislativo para exercer a fiscalizao dos poderes Judicirio e Executivo. Tradicionalmente, os membros do Poder Legislativo no praticam crimes de responsabilidade.

Na CF/88, h uma previso de crime de responsabilidade praticado pelo parlamentar, quando estiver atuando administrativamente: o Presidente da Cmara de Vereadores (art. 29-A, 3), pode praticar crime de responsabilidade quando exceder o limite de 70% da receita na folha de pagamento.

ATENO: As hipteses que vamos estudar de perda de mandato no so crimes de responsabilidade, embora haja livros que tratam dessa forma!c) INCOMPATIBILIDADES ( Ocorrem sempre aps as eleies e se referem a determinados atos praticados pelo eleito ou ao exerccio simultneo de cargos, funes ou empregos pblicos remunerados.Em decorrncia da funo que exercem, aos parlamentares vedado o exerccio de algumas atividades ou manter determinados comportamentos, desde a expedio do diploma e, posteriormente, at tomarem posse. Segundo Uadi Lammgo, essas vedaes no servem para interditar candidaturas, nem anular eleies.

Assim, segundo o art. 54, os Deputados e Senadores no podero:

Desde a expedio do diploma

(art. 54, I)a) Firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, salvo quando o contrato obedecer a clusulas uniformes;

b) Aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades constantes na alnea anterior.

Desde a posse

(art. 54, II)a) Ser proprietrios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo remunerada;

b) Ocupar cargo ou funo de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;

c) Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;

d) Ser titulares de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo.

II. Perda de mandato

A perda do mandato do parlamentar pode ser por cassao ou por extino:

a) CASSAO ( A perda do mandato decidida pela Casa do respectivo parlamentar, em escrutnio (votao) secreto (revogado pela EC n. 76/2013) da maioria ABSOLUTA de seus membros, mediante provocao da respectiva Mesa ou de partido poltico com representao no Congresso Nacional. Ela assegura a ampla defesa ao acusado. A deciso constitutiva.

OBS: O STF j declarou a inconstitucionalidade de norma de Constituio Estadual que previa a votao aberta, por violar as normas de observncia obrigatria da Constituio Federal. Pedro Lenza pondera que seria possvel, por EC, tornar a votao aberta, por no considerar violada clusula ptrea (que se referiria apenas s eleies).

O STF j decidiu no sentido de permitir aos parlamentares o direito de assistir s sesses de votao (secreta) do processo de cassao de mandato de parlamente.

A cassao ato que decreta a perda do mandato pelo cometimento de uma falta funcional, tipificada em lei e sancionada por ela. Casos:

Quebra de decoro.

Quebra de impedimentos.

Condenao criminal.

inconstitucional norma de Constituio estadual que prev a perda do mandato parlamentar estadual mediante voto aberto (ADI 2461). Contudo, em liminar, o STF j entendeu que os parlamentares teriam o direito de assistir s sesses de votao (Secreta) do processo de cassao de mandato parlamentar (ADI 3945, ainda pendente de julgamento).

b) EXTINO ( A perda do mandato por extino no decorre de deciso da Casa, mas de uma mera declarao: ato vinculado, eis que o efeito da perda do mandato automtico do ato ou fato. Essa declarao pode ser de ofcio ou por provocao. A extino torna a investidura inexistente. A deciso meramente declaratria. Casos:

No comparecimento s sesses.

Suspenso ou perda de direitos polticos (lembrar no ser possvel a cassao de direitos polticos).

Decreto da Justia Eleitoral.

O Poder Judicirio (STF) no pode interferir no mrito do julgamento que decida pela cassao do mandato de parlamentar, pois a questo interna corporis. As garantias formais, por sua vez, podem ser analisadas pelo Poder Judicirio (em mandado de segurana).

Perder o mandato o parlamentar federal que (art. 55):HiptesePeculiaridades

CASSAOI Quando o parlamentar infringir qualquer das proibies do art. 54.2 a perda do mandato ser DECIDIDA pela Cmara ou pelo Senado Federal, por maioria ABSOLUTA, mediante provocao da respectiva Mesa, ou de partido representado no Congresso.

1 incompatvel com decoro parlamentar, alm dos casos definidos no regime interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membros do Congresso Nacional ou a percepo de vantagens indevidas. Nesta hiptese, de acordo com o 2 do art. 55, a perda do mandato ser decidida pela Cmara ou pelo Senado, por maioria ABSOLUTA;

II - Cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar.

VI - Que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado.

EXTINOIII Que deixar de comparecer, em cada sesso legislativa, a 1/3 das sesses ordinrias da casa a que pertencer, salvo licena ou misso por esta autorizada.3 a perda ser DECLARADA pela Mesa da Casa respectiva, de ofcio ou mediante provocao de qualquer de seus membros, ou de partido poltico representado no Congresso, assegurada ampla defesa;

IV - Que perder ou tiver suspensos os direitos polticos.

V - Quando decretar a Justia Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituio.

III. Renncia do parlamentar (art. 55, 4)

Segundo Pedro Lenza, possvel a renncia do parlamentar submetido a processo que vise ou possa lev-lo perda do mandato. Todavia, nesta hiptese, a EC de Reviso n. 6/94, constitucionalizando o art. 1 do Decreto Legislativo 16/94 (art. 55, 4), estabeleceu que a aludida renncia ter seus efeitos suspensos at as deliberaes finais descritas nos 2 e 3 do art. 55. Ou seja, se a deciso for pela perda do mandato, a renncia no ter efeitos, mas se for pela manuteno do mandato, a renncia passa a ter eficcia.

A LC 64/90, que foi alterada pela Lei Ficha Limpa (LC 135/2010), passou a prever, em seu art. 1, I, k, 5 que, se o parlamentar renunciar durante o mandato para escapar de uma cassao, se o TRE entender que a renncia foi uma fraude (visando apenas escapar da cassao), o parlamentar ficar inelegvel pelo restante do mandato e, aps o trmino do mandato, mais 8 anos.Art. 1 da LC 64/90. So inelegveis:

I - para qualquer cargo:

k) o Presidente da Repblica, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Cmara Legislativa, das Cmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representao ou petio capaz de autorizar a abertura de processo por infringncia a dispositivo da Constituio Federal, da Constituio Estadual, da Lei Orgnica do Distrito Federal ou da Lei Orgnica do Municpio, para as eleies que se realizarem durante o perodo remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao trmino da legislatura; (Includo pela Lei Complementar n 135, de 2010)

5 A renncia para atender desincompatibilizao com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assuno de mandato no gerar a inelegibilidade prevista na alnea k, a menos que a Justia Eleitoral reconhea fraude ao disposto nesta Lei Complementar. (Includo pela Lei Complementar n 135, de 2010)

Fique atento: alguns ministros do STF tm se posicionado no sentido de que a Lei Ficha Limpa inconstitucional, mas no houve pronunciamento ainda acerca da constitucionalidade da lei.

IV. Casos em que no haver a perda do mandato do deputado federal ou senador

O art. 56 da CF enumera hipteses em que o Deputado ou Senado no perder o mandato, quais sejam:

Quando investidos nos cargos de: Ministro de Estado, Governador de Territrio, Secretrio de Estado, do DF, de Territrio, de Prefeitura de Capital ou chefe de misso diplomtica temporria (art. 56, I) ( nesses casos, embora no perca o mandato, os parlamentares perdem sua imunidade. Quando licenciado pela respectiva Casa por: motivo de doena (art. 56, II);

Quando licenciado pela Casa para: tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento no ultrapasse 120 dias por sesso legislativa (art. 56, II).

Obs: Nos casos de vaga, investidura em funes previstas no art. 56, I ou licena superior a 120 dias, haver convocao de suplente. Se no houver suplente e falta mais de 15 meses para o trmino do mandato, ser feita nova eleio.10. Processo legislativo

Processo legislativo consiste no conjunto de normas que regulam a produo dos atos normativos primrios (que possuem fundamento de validade direto na Constituio).

I. Objeto (art. 59)

Em primeiro plano, convm analisar as espcies legislativas que podem ser produzidas pelo Congresso Nacional. Essas espcies esto no art. 59 do CF, consistindo em atos normativos primrios:Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de:

I - emendas Constituio;

II - leis complementares;

III - leis ordinrias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisrias;

VI - decretos legislativos;

VII - resolues.

Obs.1: Os princpios bsicos relativos ao Processo Legislativo so normas de observncia obrigatria pelas Constituies Estaduais, Distritais e Leis Orgnicas Municipais (decorrncia do princpio da simetria).Ex: As matrias atribudas pela CF ao Presidente da Repblica como de sua competncia privativa, no mbito estadual a CE tem que atribu-las, dentro da competncia estadual, ao Governador. Da mesma forma, no mbito municipal, a Lei Orgnica, dentro da competncia municipal, tem que atribu-las ao Prefeito.

Ex: Algumas Constituies Estaduais previam o qurum de 4/5 para a alterao de suas normas, enquanto a Constituio Federal prev o qurum de 3/5. O STF entendeu que esse qurum de 4/5 era inconstitucional por violar a simetria.

Obs.2: Os parlamentares tm direito pblico subjetivo observncia do processo legislativo constitucional. Assim, se for violada norma da Constituio Federal acerca do Processo Legislativo caber impetrao de Mandado de Segurana (se a inobservncia for de regimento interno no cabe MS, porque questo interna corporis). Essa a nica hiptese de controle preventivo de constitucionalidade pelo Poder Judicirio.QUESTO: O processo legislativo um direito pblico subjetivo dos parlamentares. VERDADE.II. Classificao do Processo Legislativo

O processo legislativo dividido da seguinte forma:

Processo legislativo ORDINRIO ( o processo de elaborao da Lei Ordinria, que consiste na base para a maioria dos atos normativos. Processo legislativo SUMRIO ( A estrutura desse processo igual do processo legislativo ordinrio. A nica distino que tem prazo certo: o Presidente da Repblica pode solicitar urgncia na apreciao do projeto, desde que seja de sua iniciativa. Havendo pedido de urgncia, a Cmara dos Deputados ter 45 dias para apreciar o projeto e o Senado Federal, mais 45 dias. Se o Senado fizer alguma emenda ao projeto que veio da Cmara, ela ter o prazo de 10 dias para apreciar a emenda. Assim, o prazo mximo para apreciao de processo legislativo sumrio de 100 dias. Se o processo legislativo sumrio no for respeitado, tranca a pauta.

Esse prazo no corre no perodo de recesso.

Projetos de Cdigo no podem seguir o processo legislativo sumrio, em razo de sua complexidade). Somente o Presidente da Repblica pode dar incio ao processo legislativo sumrio (s ele pode pedir urgncia na apreciao de projeto) e ele no pode pedir urgncia em projetos iniciados por outros legitimados.

Atente: Se houver medida provisria ou qualquer outro ato com prioridade (prazo constitucional determinado), este ato prevalecer sobre a urgncia solicitada pelo Presidente.Art. 64. 1 - O Presidente da Repblica poder solicitar urgncia para apreciao de projetos de sua iniciativa. 2 Se, no caso do 1, a Cmara dos Deputados e o Senado Federal no se manifestarem sobre a proposio, cada qual sucessivamente, em at quarenta e cinco dias, sobrestar-se-o todas as demais deliberaes legislativas da respectiva Casa, com exceo das que tenham prazo constitucional determinado, at que se ultime a votao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

3 - A apreciao das emendas do Senado Federal pela Cmara dos Deputados far-se- no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no pargrafo anterior.

4 - Os prazos do 2 no correm nos perodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de cdigo.

OBS: H processo legislativo sumrio, alm dos projetos de iniciativa do Presidente da Repblica (quando ele solicita a tramitao de urgncia), nos casos de apreciao de atos de outorga ou renovao de concesso, permisso ou autorizao para servios de radiodifuso sonora e de sons e imagens (art. 223, 1), que seguiro os prazos do art. 64, 2 e 4 da CF (inclusive, trancando a pauta). Processos legislativos ESPECIAIS (todos os outros. ex: MP, Lei Delegada, Lei complementar, emenda constitucional etc.). 10.1. Fases do processo legislativo

As fases do processo legislativo podem ser divididas da seguinte forma:

I. Fase introdutria (iniciativa)

De maneira ampla, a CF atribui legitimidade s seguintes pessoas (art. 61, caput):

i. Qualquer Deputado Federal ou Senador;

ii. Comisso da Cmara, do Senado ou do Congresso Nacional;

iii. Presidente da Repblica;

iv. Supremo Tribunal Federal;

v. Tribunais Superiores;

vi. Procurador-Geral da Repblica;

vii. Cidados.

Cuidado para no confundir a legitimidade para propositura de leis:

Lei ordinria e lei complementar

(art. 61)Emenda constitucional

(art. 60, I a III)

Poder ExecutivoPresidentePresidente

MPPRG (leis relacionada ao MP)

Poder LegislativoMembro do Congresso

Comisso do Congresso1/3 dos membros da Cmara ou do Senado

Poder JudicirioSTF e Tribunais Superiores

(leis relacionadas ao Poder Judicirio)

OutrosCidados (mn: 1%; 5 Estados; 0,3% em cada) No existe previso expressa. Jos Afonso entende que deve ser admitida, por meio de interpretao sistemtica. Novelino contra, pois entende que o art. 60 uma exceo regra geral do art. 61, devendo ser interpretada restritivamente.

+ de 50% das Assemblias Legislativas, em maioria RELATIVA

Segundo Alexandre de Moraes, os parlamentares possuem iniciativa parlamentar, enquanto os demais legitimados (Presidente, Tribunais Superiores, MP e cidados) possuem iniciativa extraparlamentar.

a) A iniciativa de lei pode ser:

COMUM, GERAL ou CONCORRENTE ( a matria atribuda a mais de um legitimado. Ela pode ser assim diferenciada:

A iniciativa comum ou geral de todos. A iniciativa concorrente de alguns legitimados expressamente previstos. Ex. de competncia concorrente: leis de organizao do MP (Presidente e PGR ou PGJ); matria tributria.

EXCLUSIVA, PRIVATIVA ou RESERVADA ( H apenas um legitimado com iniciativa de projeto de lei sobre a matria.

A privativa admite delegao: ex: matrias do art. 22 da CF

A competncia exclusiva marcada pela indelegabilidade (porque so normas excepcionais que devem ser interpretadas restritivamente).

A iniciativa privativa ou exclusiva uma exceo regra geral da competncia geral, devendo, portanto, estar expressa na Constituio (j que as normas excepcionais devem ser interpretadas restritivamente). Segundo o STF, somente a Constituio pode criar iniciativas exclusivas, no podendo faz-lo as leis.

A iniciativa exclusiva prevista em numerus clausus, no se presume e deve ser interpretada restritivamente.

A sano do Presidente no supre o vcio de iniciativa, mesmo nos casos em que a matria for de sua atribuio, pois o vcio de iniciativa insanvel. Nessa linha, a smula 5 do STF, que consagrava entendimento oposto, foi cancelada.

Vejamos algumas matrias que geram dvida:

Matria tributria ( O art. 61, 1, trata de matrias que so de iniciativa privativa do Presidente. No mbito Estadual, a iniciativa do Governador; no municipal, do Prefeito.

Art. 61. 1 - So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Foras Armadas;

II - disponham sobre:

b) organizao administrativa e judiciria, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios;

Muita ATENO: a iniciativa privativa a que se refere o art. 61, 1, II, b, diz respeito matria tributria apenas no mbito dos territrios. O STF j decidiu vrias vezes que m relao a Unio, Estados, DF e Municpios a iniciativa, em matria tributria, COMUM. Matria oramentria ( de iniciativa exclusiva do Presidente (art. 165).

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes oramentrias;

III - os oramentos anuais.

Jurisprudncia: O STF j decidiu que no poder o legitimado exclusivo ser forado a deflagrar o processo legislativo, j que a fixao da competncia reservada traz, implicitamente, a discricionariedade para decidir o momento adequado de encaminhamento do projeto de lei.

Contudo, em algumas situaes excepcionais cujos prazos so previstos na CF, os legitimados podero ser compelidos a encaminhar o projeto de lei. Como ocorreria isso? Organizao do MP ( A CF/88 estabeleceu competncia concorrente ou compartilhada entre o Presidente e o Procurador-Geral da Repblica sobre o tema. Neste caso, h o que Jos Afonso chama de iniciativa compartilhada. Registre-se que, em razo do princpio da simetria, os Estados tambm devem observar essa regra. No mbito do DF, a competncia ser do PGR e do Presidente da Repblica, perante o Congresso (porque o MPDFT se inclui no MPU).No que concerne ao MP junto ao Tribunal de Contas, por entender o STF se tratar de MP Especial, a iniciativa de lei sobre a sua organizao ser privativa do respectivo Tribunal de Contas.

b) Iniciativa reservada do Judicirio

A CF/88, art. 96, II, dispe como sendo de iniciativa privativa (reservada ou exclusive) do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justia as matrias de seu interesse exclusivo. Alm disso, h previso no art. 93 para a elaborao de lei complementar, de iniciativa do STF, que dispor sobre o Estatuto da Magistratura.

c) Assuntos exclusivos da Cmara dos Deputados e do Senado

O art. 51, IV, estabelece como sendo de competncia privativa (exclusiva) da Cmara dos Deputados dispor sobre a organizao, funcionamento, polcia, criao e transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para a fixao da respectiva remunerao.d) Iniciativa popular

A iniciativa popular uma forma direta de exerccio do poder, prevista no art. 61, 2 c/c art. 29, XIII da CF. Algumas regras aplicveis:Art. 61. 2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Art. 29, XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especfico do Municpio, da cidade ou de bairros, atravs de manifestao de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992) O projeto de iniciativa popular dever circunscrever-se a um s assunto.

O projeto de lei de iniciativa popular no poder ser rejeitado por vcio de forma, cabendo Cmara dos Deputados, por seu rgo competente, providenciar a correo de eventuais impropriedades de tcnica legislativa ou de redao (art. 13, 2 da lei 9.709/98). No possvel iniciativa popular de matria de iniciativa reservada, exclusiva ou de emenda constitucional. Esse posicionamento ainda est sendo discutido (Pedro Lenza a favor) e o STF ainda no decidiu.ATENO: Embora no haja previso expressa na Constituio Federal de iniciativa popular de emenda constitucional, 16 Estados, inclusive Bahia (art. 31 da CE/BA), DF e SP prevem essa possibilidade expressamente.

Na jurisprudncia do STF h (ADI 825-1) aguardando julgamento de mrito ajuizada contra diversas normas da CE do Amap, entre eles essa previso. No julgamento da liminar, o STF suspendeu a eficcia de diversos dispositivos que tambm eram objeto de impugnao, e no dos que tratavam da iniciativa popular.

Na iniciativa conjunta, h presuno de consenso de vontades, fixando a Constituio Federal competncia para que diversas pessoas, conjuntamente, deflagrem o processo legislativo. Na CF/88 no h previso de iniciativa conjunta (a que havia, a norma do teto do funcionalismo, foi alterada pela EC 41/2003, que previu a iniciativa exclusiva do Presidente do STF).

II. Fase constitutiva

A fase constitutiva tem as seguintes etapas: discusso, votao e aprovao.

a) DISCUSSO ( A fase de deliberao pa