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No Semi-Árido brasileiro as chuvas variam entre 400 e 800 mm por ano e estão concentradas no primeiro semestre (época que chamamos de “inver- no”) o que provoca em muitos lugares uma insufi- ciência de abastecimento durante parte do ano. A situação agrava-se pelo fato de que em 70% do Nordeste existe uma base de rochas cristalinas bem perto da superfície. Por isso, os solos são rasos e têm pouca capacidade de acumular água. Por outro lado, a intensidade do sol, a ação dos ventos e a insufi- ciência de cobertura vegetal fazem com que a evapo- ração da umidade seja muito alta. Em terrenos onde predomina esse tipo de rocha a águá se acumula em “fraturas” (isto é, pontos do sub- solo onde existe um espaço entre as rochas). Encon- trar água e perfurar poços é caro e demorado. Além disso, as rochas cristalinas possuem grande quanti- dade de sais, o que faz com que a água desses poços seja freqüentemente imprópria para o consumo hu- mano, por ser muito salgada. A cisterna permite captar a água na época em que cai abundantemente e mantê-la limpa para consumo no período seco do ano. Além de garantir o acesso à água para consumo humano, as cisternas evitam que as pessoas, principalmente mulheres e crianças, tenham que andar longas distâncias para pegar água nos açudes e rios, muitas vezes poluída. Desta maneira, evitam-se também as doenças transmitidas pela água contaminada. Outro grande benefício é a autonomia das comunidades, que não precisam mais depender dos caminhões-pipa. A importância das cisternas água é um recurso natural fundamental para a sobrevivência humana. O acesso a esse bem tão precioso A tende, porém, a ficar cada vez mais escasso no mundo, por conta das alterações do clima, do excesso de consumo e da contaminação que ela vem sofrendo ao longo dos séculos. A água ocupa 70% da superfície da Terra, mas 97% é salgada, portanto imprópria para o consumo. Apenas uma pequena parte (3%) é de água doce. Nos rios e lagos, pronta para consumo, há apenas uma parcela pequena de 0,3%. O restante está em geleiras, icebergs e em subsolos. Para evitar a escassez, algumas medidas precisam ser tomadas, como aumentar a quantidade de água disponível e utilizá-la de forma responsável, evitando desperdícios. Uma forma de obter um melhor aproveitamento da água e garantir o abastecimento nos períodos de seca é a utilização das cisternas de placa, que veremos a seguir. As cisternas são reservatórios para conservar a água de chuva. A cisterna de placas, inventada na década de 1960, por Manoel Apolônio de Carvalho, um pedreiro da cidade de Simão Dias (Sergipe) é um dos tipos mais comuns. A cisterna de placa tem forma cilíndrica, é coberta e semi-enterrada. Funciona através da captação da água de chuva, que cai no telhado da casa e escoa por calhas (bicas) até o reservatório fechado, onde fica protegida da evaporação e da contaminação. O tamanho da cisterna varia de acordo com o número de pessoas da casa e do tamanho do telhado. A cisterna padrão, utilizada em muitas localidades no Semi-Árido brasileiro, permite armazenar 16 mil litros de água da chuva, o que garante água potável para 5 pessoas beberem e cozinharem durante 8 meses. Se bem cuidadas, as cisternas têm uma vida útil de, pelo menos, 40 anos. O que são cisternas? Água de beber As doenças transmitidas pela água são responsáveis por 80 a 90% das internações no Brasil, segundo dados do SIH/SUS. Dentre elas, estão a cólera, a diarréia, a amebíase, a hepatite infecciosa, a poliomielite, a febre tifóide, a disenteria bacilar e a esquistossomose. Portanto, água limpa é saúde! 2 FOLHA EDUCATIVA

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No Semi-Árido brasileiro as chuvas variam entre

400 e 800 mm por ano e estão concentradas no

primeiro semestre (época que chamamos de “inver-

no”) o que provoca em muitos lugares uma insufi-

ciência de abastecimento durante parte do ano.

A situação agrava-se pelo fato de que em 70% do

Nordeste existe uma base de rochas cristalinas bem

perto da superfície. Por isso, os solos são rasos e têm

pouca capacidade de acumular água. Por outro lado,

a intensidade do sol, a ação dos ventos e a insufi-

ciência de cobertura vegetal fazem com que a evapo-

ração da umidade seja muito alta.

Em terrenos onde predomina esse tipo de rocha a

águá se acumula em “fraturas” (isto é, pontos do sub-

solo onde existe um espaço entre as rochas). Encon-

trar água e perfurar poços é caro e demorado. Além

disso, as rochas cristalinas possuem grande quanti-

dade de sais, o que faz com que a água desses poços

seja freqüentemente imprópria para o consumo hu-

mano, por ser muito salgada.

A cisterna permite captar a água na época em que

cai abundantemente e mantê-la limpa para consumo

no período seco do ano. Além de garantir o acesso à

água para consumo humano, as cisternas evitam que

as pessoas, principalmente mulheres e crianças,

tenham que andar longas distâncias para pegar água

nos açudes e rios, muitas vezes poluída. Desta

maneira, evitam-se também as doenças transmitidas

pela água contaminada. Outro grande benefício é a

autonomia das comunidades, que não precisam mais

depender dos caminhões-pipa.

A importância das cisternas

água é um recurso natural fundamental para a

sobrevivência humana. O acesso a esse bem tão precioso Atende, porém, a ficar cada vez mais escasso no mundo, por conta

das alterações do clima, do excesso de consumo e da

contaminação que ela vem sofrendo ao longo dos séculos.

A água ocupa 70% da superfície da Terra, mas 97% é salgada,

portanto imprópria para o consumo. Apenas uma pequena parte

(3%) é de água doce. Nos rios e lagos, pronta para consumo, há

apenas uma parcela pequena de 0,3%. O restante está em

geleiras, icebergs e em subsolos.

Para evitar a escassez, algumas medidas precisam ser tomadas,

como aumentar a quantidade de água disponível e utilizá-la de

forma responsável, evitando desperdícios. Uma forma de obter

um melhor aproveitamento da água e garantir o abastecimento

nos períodos de seca é a utilização das cisternas de placa, que

veremos a seguir.

As cisternas são reservatórios para conservar a água de chuva. A

cisterna de placas, inventada na década de 1960, por Manoel Apolônio

de Carvalho, um pedreiro da cidade de Simão Dias (Sergipe) é um dos

tipos mais comuns. A cisterna de placa tem forma cilíndrica, é coberta e

semi-enterrada. Funciona através da captação da água de chuva, que

cai no telhado da casa e escoa por calhas (bicas) até o reservatório

fechado, onde fica protegida da evaporação e da contaminação.

O tamanho da cisterna varia de acordo com o número de pessoas da

casa e do tamanho do telhado. A cisterna padrão, utilizada em muitas

localidades no Semi-Árido brasileiro, permite armazenar 16 mil litros de

água da chuva, o que garante água potável para 5 pessoas beberem e

cozinharem durante 8 meses. Se bem cuidadas, as cisternas têm uma

vida útil de, pelo menos, 40 anos.

O que são cisternas?

Água de beber

As doenças transmitidas pela água são responsáveis por 80 a 90% das

internações no Brasil, segundo dados do SIH/SUS. Dentre elas, estão a cólera, a

diarréia, a amebíase, a hepatite infecciosa, a poliomielite, a febre tifóide, a disenteria

bacilar e a esquistossomose. Portanto, água limpa é saúde!

2FOLHA EDUCATIVA

O SODIS é um método que utiliza a

temperatura e a radiação ultravioleta do sol,

para eliminar bactérias e microorganismos,

desinfetando, assim, a água. A eficácia do

método já foi comprovada pela Organização

Mundial de Saúde. Comparando com outros

métodos de purificação, o SODIS tem a

vantagem de não alterar o sabor da água,

além de poder ser feito sem custo e exigir

pouco trabalho.

O bom uso das cisternas

O Projeto Um Milhão de Cisternas Rurais – uma iniciativa da sociedade civil, em parceria com o governo federal – tem ajudado a melhorar a situação de muitas famílias do Semi-Árido. O Projeto (chamado P1MC) tem o objetivo de construir 1 milhão de cisternas de placa, para viabilizar o acesso à água para a população rural.

A comunidade participa de todas as etapas do processo para a construção e instalação das cisternas. É ela quem ajuda no levantamento das famílias beneficia-das, na mobilização, na construção e na manutenção das cisternas. A cisterna é construída por pedreiros das próprias localidades, com ajuda das famílias, que executam os serviços gerais de escavação, aquisição e fornecimento da areia e da água e ainda ajudam na construção. No projeto, elas recebem capacitação sobre questões relativas à convivência com o Semi-Árido e o uso adequado da cisterna.

A comunidade em ação

Sociedade civil: conjunto de organizações e instituições civis que formam a base de uma sociedade em funcionamento.

Algumas pessoas acreditam que água boa para beber é apenas aquela retirada da nascente, o que faz com que elas resistam ao consumo de águas "paradas".

Essas pessoas precisam conhecer medidas simples que fazem com que a água da cisterna fique limpa o ano todo como:

Retirar as calhas e os canos nas primeiras chuvas, para permitir a peza do telhado, antes de deixar a água cair na cisterna;

Tratar a água coletada com água sanitária ou hipoclorito de sódio (cloro);

Fazer, a cada ano, a limpeza geral da cisterna e mantê-la sempre bem fechada, para não evaporar água nem os mosquitos colocarem suas larvas;

Manter as vasilhas utilizadas para retirar água da cisterna sempre limpas.

Outro cuidado que se deve ter é com a localização da cisterna. Ela deve ficar perto da cozinha e longe da fossa, do curral e das árvores grandes.

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Purificação da água pelo sol Para que o método funcione:As garrafas grandes de refrigerante são ideais para o SODIS. Não usar garrafas de vidro, pois elas não permitem a entrada suficiente de luz do sol. Por outro lado, as garrafas devem ser transparentes (as verdes não são adequadas). Recomenda-se não utilizar água muito turva, pois o sistema não purifica qualquer tipo de água. Já a água pouco turva pode ser utilizada, porém recomenda-se deixá-la parada, para que as impurezas se depositem e, depois, filtrá-la com um pano ou um filtro de areia, se ainda estiver turva. Se o tempo estiver nublado, as garrafas devem ser deixadas no telhado até dois dias, dependendo da quantidade de nuvens.

Passo a passo:Encha 3/4 da garrafa com água, tampe e mexa, com força, por uns 20 segundos. Em seguida, encha a garrafa completamente e deixe-a deitada num lugar onde ela receba luz direta do Sol durante pelo menos seis horas e onde o vento não a esfrie. Um telhado é o ideal, se for feito de chapas de metal, telhas ou concreto (só não pode ser de materiais como a palha, pois corre o risco de pegar fogo com o super aquecimento da garrafa). Depois, leve a garrafa para dentro de casa, para que esfrie. E pronto!

Portal do Jornal Escolar: www.primeirasletras.org.br

Ecossistema.org:www.ecossistema.org

Para saber mais:

Articulação do Semi-ÁridoBrasileiro (ASA):www.asabrasil.org.br

Portal do Jornal Escolar:www.primeirasletras.org.br

Clique Semi-Árido: www.cliquesemiarido.org.br

Agência Nacional de Águas: www.ana.gov.br

Para saber mais :

MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR

- Cada aluno deverá responder as perguntas individualmente. A seguir o professor divide os alunos em duplas e redistribui aleatoria-mente os questionários para que eles completem as respostas.

a) Discutindo idéias.- Avaliação coletiva: alunos e professores

- Realizar leitura compartilhada da letra da música PLANETA ÁGUA lO que observaram com os questionários?(Guilherme Arantes) e cantar a música. Veja a letra no verso.lO que aprendemos sobre o assunto?- Questionar: Qual a importância da água para o ser humano?

– Como é o uso que fazemos da água? Temos exemplos de desperdício de água?

b) Conteúdos conceituais.

- Explorar o texto da Folha Educativa. Se for possível visitar os sites Funcionalidade: os mapas conceituais são um instrumento para sugeridos e outros. Ver se tem algum material na biblioteca. organizar a informação e consolidar conhecimentos. - Confeccionar um gráfico (modelo pizza) para mostrar as estimativas - Reler coletivamente as atividades escritas nas aulas de Geografia apresentadas no texto de distribuição de água salgada / doce no planeta. (cartaz e questionário). Perguntar aos alunos o que ficou como Apresentar o gráfico aos alunos. aprendizagem. Anotar todas as colocações no quadro.- Explorar o Mapa da hidrografia do Ceará (em qualquer livro de - Criar coletivamente uma manchete para a nota que irá para o jornal, Geografia ou Atlas você poderá encontrar o mapa). relacionando o tema (Água de beber) com os conhecimentos adquiridos.- Discutir sobre a distribuição de água na sua região/município, os - O professor deverá organizar um roteiro sobre o tema Água de beber, problemas existentes e possíveis soluções. para os alunos redigirem a texto.

c) Representação do conhecimento. Sugestões para o roteiro:- Organizar a sala em subgrupos e solicitar que sejam listadas medidas

lQual será a informação mais importante que passaremos sobre para evitar o desperdício de água. esse tema?- Entregar a cada grupo uma cartolina ou folha grande de papel e pedir

lO que sabemos sobre o tema? que coloquem suas idéias.

lQue informações nosso texto deve conter? (outras perguntas podem - Escolher um representante de cada subgrupo para apresentação das ser agregadas)principais idéias.

- Dividir a turma em subgrupos e solicitar que escrevam respeitando o roteiro dado.

- Receber os textos, realizar a leitura para trazer na próxima aula os comentários.

a) Discutindo idéias

- Apresentar o texto: DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA. Texto no verso. Use o dicionário se preciso.

- Organizar a turma em subgrupos.

- Distribuir 2 artigos da Declaração Universal dos direitos da Água para Funcionalidade: a resenha é um texto expositivo que contém

cada grupo e solicitar que leiam e apresentem a idéia principalinformações para dar conta de algo observado, aprendido ou realizado. A

- Questionar: Qual a importância desta declaração? É utilizada e resenha será enviada para publicação no jornal.respeitada?

- Dividir os alunos em quatro grupos e entregar as resenhas escritas por eles na aula anterior.

b) Conteúdos conceituais:- Pedir que cada grupo selecione e corrija a melhor resenha

- Apresente aos alunos o que são as cisternas de placa, sua observando a organização das idéias em cada parágrafo. Ele fazem importância e como são construídas (utilize a Folha Educativa). também a correção ortográfica.Pergunte se alguém tem cisterna em casa e peça para falar sobre ela.

- A seguir, o professor deverá construir uma única resenha coletiva a partir dos quatro textos selecionados, com seus alunos.

c) Representação do conhecimento. - Recapitular as idéias escritas nos textos escolhidos, complementá-- Os alunos deverão responder um pequeno questionário envolvendo las com alguma informação necessária.as discussões feitas e os textos lidos. - Depois do texto escrito, realizar a leitura e revisão dos resultados,

l O que é semi-árido? com todos os alunos.

l Escreva o que é cisterna e sua importância. - Definir um grupo de alunos para "passar a limpo" e fazer a edição.

l Como as cisternas são utilizadas e como são feitas? - Se possível, selecionar outro grupo de alunos para fazer uma

l A cisterna é usada em nossa comunidade? Por quem? ilustração.

Apresentamos uma seqüência didática com duas aulas de Geografia e duas de Língua

Portuguesa, que permitem a apropriação dos conteúdos da Folha Educativa e a

produção de um texto (resenha) para o jornal da escola. A resenha é um texto expositivo

que contém informações que dão conta de algo observado, aprendido ou realizado.

Geografia – Água de beber

Geografia – Cisterna

Língua Portuguesa Mapas conceituais

Língua Portuguesa Elaboração de uma resenha para o jornal.

MaterialEducativoe precioso´

1ª Aula

2ª Aula

4ª Aula

3ª Aula

Outras atividades Água que nasce na fonte serena do mundoE que abre o profundo grotãoÁgua que faz inocente riacho e deságuaNa corrente do ribeirãoÁguas escuras dos riosQue levam a fertilidade ao sertãoÁguas que banham aldeiasE matam a sede da populaçãoÁguas que caem das pedrasNo véu das cascatas ronco de trovãoE depois dormem tranquilasNo leito dos lagos, no leito dos lagosÁgua dos igarapés onde Iara mãe d'águaÉ misteriosa canção

Planeta ÁguaGuilherme Arantes

ENTREVISTA (Para comunidades onde as cisternas de placas estão sendo usadas.)

1. Comunique que a turma irá fazer uma entrevista com uma família que dispõe de cisterna (a entrevista deverá ser marcada com antecedência pelo professor)

2. Prepare junto com a classe as perguntas que serão feitas à família entrevistada. Proponha uma tempestade de idéias, e registre as sugestões no quadro. Selecione junto com a classe as melhores, coloque-as em ordem e acerte com a turma quem irá fazer cada pergunta, para evitar a bagunça na hora da entrevista. Toda a turma toma nota das respostas.

3. Ao animar o processo de seleção das perguntas fique atento às seguintes áreas: memória da família (como era antes, como conseguiram a cisterna), utilidade da cisterna, cuidados necessários para sua limpeza e manutenção.

4. Na sala de aula, oriente os alunos a organizar as respostas da entrevista, a partir das anotações e lembranças que todos fizeram. Crie um texto introdutório para identificar o entrevistado e relatar os motivos da entrevista.

ILUSTRAÇÃO 1. Solicite aos alunos que se reúnam em equipes. Eles irão fazer uma ilustração para o jornal,

mostrando o percurso da água na cisterna e seus usos. Crie primeiro coletivamente a seqüência que irá ser representada (chuva / água cai no telhado / escoa pela calha / entra no reservatório / consumo pela família)

2. Depois de todas as ilustrações prontas, fazer uma exposição em um lugar de destaque para escolher a que será publicado no jornal.

RELATO DE UMA VIVÊNCIA 1. Pergunte aos alunos se já houve momentos em que faltou água em suas casas? Como se

sentiram diante da situação? O que pensaram? O que desejaram?

2. Trabalhe as questões acima e deixe que os alunos falem sobre suas experiências.

3. Peça que escrevam ou desenhem sobre como se sentiram durante o período em que ficaram sem água. Peça que escolham o(s) relato(s) que irá(ão) para o jornal da escola.

HISTÓRIA ORAL – Tarefa de casa 1. Explique aos alunos que eles deverão procurar pessoas idosas para pedir que falem de suas

lembranças das secas.

2. Sugira um roteiro de perguntas (Sugestão de perguntas: O(a) senhor(a) lembra se já houve uma grande seca no nosso município? Quando foi? Quais os fatos consegue lembrar? Como se sentiu vendo as conseqüências da seca no lugar onde morava?)

3. Os alunos devem trazer as respostas anotadas com o nome e idade da pessoa que deu o depoimento. O professor formará grupos que escolherão as melhores respostas, as quais serão lidas para toda a sala. O professor organizará essas respostas para o jornal, com o título História da Seca. Cada relato será apresentado, indicando quem deu a declaração.

PESQUISA COM FAMILIARES 1. Leia com a classe o texto a seguir:

As cisternas representam uma solução para vários problemas sociais, pois evitam que as pessoas, principalmente mulheres e crianças, tenham que andar longas distâncias por dia, para pegar água nos açudes e rios, muitas vezes poluída.

2. Faça um debate sobre os problemas enfrentados pelas famílias que não têm água em casa ou perto de casa.

3. Em seguida, explique aos alunos que deverão fazer uma pesquisa com um de seus familiares sobre este problema. Ajude-os a elaborar as perguntas. Sugestões:

a) Você já carregou água de um lugar distante porque faltou água em casa? Sim / Não

b) Faixa Etária do Entrevistado: Criança / adolescente ou jovem / Adulto / Idoso

c) Sexo: Feminino / Masculino

d) Qual a distância que você percorreu para pegar água? ______________________________

e) Como você transportou a água até sua casa?_____________________________________

4. Para a organização dos resultados da pesquisa, verificar a porcentagem de respostas "SIM" e "NÃO" referentes à pergunta do item "a".

5. Com base no número de respostas "SIM" elaborar as porcentagens referentes aos outros itens. Exemplo: com base no número de respostas "SIM", quantos são do sexo feminino ou masculino?

6. Organize os dados obtidos no quadro com os alunos. Em seguida, faça um debate. Encaminhe os resultados da pesquisa para publicação no jornal escolar.

A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclama-da tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva.Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamen-tais do ser humano: o direito à vida.Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecesso-res; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Declaração Universal dos Direitos da Água (Rio de Janeiro, 22 de março de 1992)

Água que o sol evapora pro céu vai emboraVirar nuvens de algodãoGotas de água da chuvaAlegre arco-íris sobre a plantaçãoGotas de água da chuvaTão tristes são lágrimas na inundaçãoÁguas que movem moinhosSão as mesmas águasQue encharcam o chãoE sempre voltam humildesPro fundo da terra, pro fundo da terraTerra planeta água... Terra planeta águaTerra planeta água.

(85) 3455.2150 www.jornalescolar.org.br

LEVE O JORNAL PARA SUA ESCOLA: Direção: Daniel Raviolo. Assessoria: Júlio Lyra. Conteúdo temático:

Aline Baima e Daniel Raviolo. Planos de Aula: Silene Silvino, Dulce Aires, Daniel Raviolo. Participação especial: Ângela Falcão. Diagramação e arte: Carlos Machado. Material não comercial de livre reprodução, desde que citada a fonte. (85) 3455.2150

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