1º ten al ana carla wanderley costa

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LIDERANÇA MILITAR A Importância do Desenvolvimento da Liderança Militar na Formação e Carreira do Oficial Médico do Exército Brasileiro 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA RIO DE JANEIRO 2009

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Page 1: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

LIDERANÇA MILITARA Importância do Desenvolvimento da Liderança Militar na Formação e Carreira do Oficial Médico do Exército

Brasileiro

1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

RIO DE JANEIRO2009

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1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

LIDERANÇA MILITARA Importância do Desenvolvimento da Liderança Militar na

Formação e Carreira do Oficial Médico do Exército Brasileiro

RIO DE JANEIRO 2009

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Saúde de Exército como requisito parcial para aprovação no Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde, especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares.

Orientadora: Msc. Márcia Groppa Rodrigues

Co-orientador: Rommel Diógenes Castello Branco

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C837i Costa, Ana Carla Wanderley Costa. A importância do desenvolvimento da liderança militar na formação e carreira do Oficial Médico do Exército Brasileiro / Ana Carla Wanderley Costa. - Rio de Janeiro, 2009.

48 f ; 30 cm

Orientador: Ms. Márcia Groppa Rodrigues Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Escola de Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às Ciências Militares, 2009.

Referências: f. 42-44.

1.Liderança Militar. 2. Exército Brasileiro. I. Rodrigues, Márcia Groppa. II. Escola de Saúde do Exército. III. Título.

CDD 158.4

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1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

LIDERANÇA MILITARA Importância do Desenvolvimento da Liderança Militar na

Formação e Carreira do Oficial Médico do Exército Brasileiro

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

Msc. Márcia Groppa RodriguesOrientadora

Rommel Diógenes Castello Branco – Maj – EsSEx Co-orientador

Jefferson José Ferradás – Maj – EsCom Avaliador

RIO DE JANEIRO

Page 5: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

2009

Dedico àqueles que acreditam que vale a pena doar a própria a vida para salvar tantas outras

vidas: Os médicos.

Page 6: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que sem Ele, nada somos e nada podemos fazer. O

Seu Amor nos guia e nos fortalece durante as provações da vida.

A meu companheiro e eterno amor, meu marido, Cláudio, que sempre está ao meu

lado, me incentivando e dando força para continuar. Quem me abriu os olhos para uma nova

vida, a vida de militar, por mim, até há pouco desconhecida.

À minha orientadora e amiga, Márcia. Muito mais do que uma mestra, uma professora,

uma amante da língua portuguesa. Obrigada por esta ajuda.

À Ten Lessa, que nos orientou e compartilhou conosco todo seu conhecimento sobre

Metodologia Científica, ministrando com dedicação e paciência as instruções cabidas.

Ao Maj Castello Branco, meu co-orientador, cuja ajuda foi fundamental na confecção

deste trabalho.

Agradeço aos colegas e instrutores do CFO 2009 por todo apoio e camaradagem, e

por fazerem parte de uma etapa importante e inesquecível da minha vida, o curso de

formação de oficiais.

Agradeço também aos instrutores e aos oficiais médicos da EsSEx, cujas entrevistas

colaboraram para a elaboração do presente trabalho.

Page 7: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

“Não cabe perguntar se devem existir líderes ou não;isso ficou estabelecido desde que o homem começou a existir.Cumpre, antes, perguntar que líderes devemos possuir e comodispor a ordem social e organizar as instituições de educação a

fim de que haja líderes sábios e úteis”.

Arthur Jones, 1942RESUMO

O trabalho pretende identificar a importância do desenvolvimento da liderança militar

na formação e carreira do oficial médico do Exército Brasileiro, uma vez que a liderança é

uma condição indispensável para a ação plena do militar, e deve ser desenvolvida de maneira

sistemática e contínua por meio de atividades diárias que simulam situações que exigem um

efetivo comando a fim de formar nos oficiais a consciência de suas tomadas de decisão,

Page 8: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

proporcionando-lhes atributos essenciais nas áreas técnica, científica e afetiva. Foi realizada

pesquisa em obras, documentos e trabalhos bibliográficos para verificar a importância do

tema em questão, como também realizadas entrevistas com instrutores e oficiais médicos

pertencentes ao quadro de oficiais da EsSEx para saber como é desenvolvida a liderança

militar durante o CFO e como esta é aplicada durante a carreira do oficial médico, estando

este servindo em Corpo de Tropa ou OMS. Verificou-se que o Projeto Liderança na EsSEx

orienta os instrutores e oficiais que servem nesta instituição para que desenvolvam a

liderança militar nos alunos, seja por meio do exemplo, seja por meio de atividades que

simulam situações em que é necessária a capacidade de comandar. O estudo apontou que o

Curso de Formação de Oficiais proporciona subsídios adequados aos alunos para a aquisição

de competência profissional, de valores fundamentais e de atributos da área afetiva que

desenvolvem a capacidade de exercer o comando, quando necessário, durante sua carreira.

Conclui-se que onde quer que o oficial médico sirva, ele precisará contar não só com

conhecimentos técnicos da medicina como, também, deverá apresentar capacidade de

liderar.

Palavras-Chave: liderança militar; atributos do líder; comando; oficial médico do Exército

Brasileiro.

ABSTRACT

The aim of this work is to identify the importance of the development of military

leadership in formation and career of Brazilian Army’s Medical Officers. Leadership is an

indispensable condition for complete military action, therefore it should be developed in a

Page 9: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

systematic and continuing way during daily activities that simulate situations which require an

effective command to construct officer’s consciousness of their decisions, giving them

essential attributes in the technical, scientific and emotional areas. Research in books,

documents and other bibliographic sources was done in order to verify the importance of this

issue. Some of the Medical Officers from The Health School of Brazilian Army were

interviewed in order to provide data concerning how the military leadership is developed during

the Officers’ Course and how leadership is applied during the medical officers’ carreer either in

troop corps or Health Military Organizations. It was found that the Project Leadership guide

instructors and officers who work at The Health School to get the military leadership developed

in students, either by means of examples, or activities that simulate situation in which

command is necessary. This study reports that the Officer’s Course provides adequate

conditions for students to acquire professional skills, fundamental values and attributes in the

affective area to develop the ability to exercise the command during his career whenever it is

necessary. It concludes that wherever the Medical Officer works, they will need not only

Medicine knowledge but also the ability to lead.

Keywords: military leadership; attributes of leadership, command, Brazilian Army’s medical

officer.

Page 10: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

LISTA DE ABREVIATURAS

AMAN ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRASCFO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAISCIOpEsp CENTRO DE INSTRUÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAISDECEX DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO

EXÉRCITODEP DEPARTAMENTO DE ENSINO E PESQUISADFA DIRETORIA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTOEB EXÉRCITO BRASILEIROECEME ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITOEstb Ens ESTABELECIMENTOS DE ENSINOEsAO ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAISEsSEx ESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITOGETEME GRUPO DE TRABALHO PARA O ESTUDO DA

MODERNIZAÇÃO DO ENSINOIP 20-10 INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS 20-10OMS ORGANIZAÇÃO MILITAR DE SAÚDEPLADIS PLANO DE DISCIPLINASIMEB/PPB SISTEMA DE INSTRUÇÃO MILITAR DO EXÉRCITO

BRASILEIRO E O PROGRAMA- PADRÃO BÁSICO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxo de Comportamento do Líder e do Liderado na Liderança

Page 11: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

Democrática............................................................................................ 22Figura 2 Fatores de Liderança segundo a IP 20-10.............................................. 26Figura 3 Processo de Liderança Militar................................................................. 31

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 122 CONCEITOS E MÉTODOS................................................................... 152.1 TEMA...................................................................................................... 15

Page 12: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

2.2 PROBLEMA............................................................................................ 152.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 152.4 HIPÓTESE.............................................................................................. 152.5 OBJETIVOS ........................................................................................... 162.5.1 Gerais..................................................................................................... 162.5.2 Específicos............................................................................................ 162.6 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 162.6.1 Considerações Gerais.......................................................................... 172.6.1.1 Conceitos............................................................................................... 182.6.1.1.1 Conceitos relativos à Chefia Militar......................................................... 182.6.1.1.2 Conceitos relacionados à liderança........................................................ 182.6.1.2 Manuais do EB........................................................................................ 192.6.1.2.1 IP 20-10 Liderança Militar....................................................................... 192.6.1.2.2 Nota de Coordenação Doutrinária Nr 01-02-SEA - Níveis de

Liderança, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército............. 192.6.2 Teorias sobre Liderança....................................................................... 202.6.3 Tipos de Liderança............................................................................... 212.6.4 Traços e Princípios de Liderança........................................................ 222.6.4.1 Traços de Liderança............................................................................... 222.6.4.2 Princípios de Liderança........................................................................... 232.6.5 Níveis de Liderança.............................................................................. 242.6.6 Fatores e Requisitos de Liderança...................................................... 252.6.6.1 Fatores de Liderança.............................................................................. 252.6.6.2 Requisitos de Liderança.......................................................................... 272.6.7 Atributos de um Líder........................................................................... 282.6.8 Papel do Líder....................................................................................... 292.6.9 Projeto Liderança Militar...................................................................... 312.7 METODOLOGIA..................................................................................... 333 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA NA

ESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITO.................................................... 35

4 APLICAÇÃO DA LIDERANÇA NA CARREIRA DO OFICIAL MÉDICO DO EXÉRCITO BRASILEIRO................................................. 38

5 CONCLUSÃO......................................................................................... 406 REFERÊNCIAS...................................................................................... 427 ANEXOS................................................................................................. 45

1 INTRODUÇÃO

O tema liderança é de grande importância para a instituição militar uma vez que é uma

atitude necessária para integrar diferentes hierarquias, ajustando-as de forma organizada e

sistemática no cumprimento do dever, visando aos propósitos da instituição.

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A palavra “liderança” apresenta sua origem etimológica do dialeto anglo-saxão leader

recebendo o devido aportuguesamento com sufixos para a criação do verbo “liderar”, dos

substantivos “líder” e “liderança” e do adjetivo “liderado”.

Embora o termo seja amplamente usado em situações diversas da vida, há algumas

controvérsias quanto ao seu significado. Confunde-se liderança com “chefia”, “poder”,

“comando”, “autoridade” e “influência”.

O Dicionário de Termos Militares (1997) não inclui o termo em questão.

Segundo as Instruções Provisórias IP 20-10, amparadas pela Portaria Nr 088 -3ª

Subchefia do Estado-Maior do Exército, de 19 de Setembro de 1991, a definição de liderança

militar é “a capacidade de influenciar o comportamento humano e conduzir pessoas ao

cumprimento do dever. Está fundamentada no conhecimento da natureza humana,

compreendendo a análise, a previsão e o controle de suas reações.”

Segundo a definição de Liderança e Motivação, constante no item Preparo das

Premissas Básicas da Introdução ao Sistema de Instrução Militar do Exército Brasileiro e o

Programa- Padrão Básico Nr 1 (SIMEB/PPB 1), a Liderança Militar tem “características e

peculiaridades especiais e é indispensável, tanto na paz como na guerra, devendo ser

estabelecida em todos os escalões, pois é o elemento catalisador que desperta a motivação

para o surgimento do espírito de corpo e que impulsiona as organizações militares para o

cumprimento de suas missões”.

A liderança militar constitui, portanto, importante ferramenta para a ação plena do

Comando e, por isso, necessita ser desenvolvida durante a formação de oficiais, pois, quando

vier o momento de crise, não haverá tempo oportuno para preparar chefes militares.

No caso do oficial médico, é importante ressaltar a relevância do desenvolvimento da

liderança em sua formação e em sua carreira, uma vez que o médico, ao ingressar no

Exército, pode não ter a aptidão natural de um chefe militar, o que não o impedirá de sê-lo, se

assim o desejar. Durante formação em Medicina, não são desenvolvidos os atributos de líder,

apesar de serem inerentes a sua profissão como médico. A sua formação militar, contudo,

pode e deve fazê-lo, contribuindo significativamente para alcançar os objetivos da instituição.

O desenvolvimento da liderança durante o Curso de Formação de Oficiais na EsSEx lhe

propiciará, dentre outras capacidades, a arte de comunicar-se; ter disciplina; saber conduzir

uma equipe; ter controle emocional; agir sob estresse e pressão; saber ouvir; conhecer

melhor seus subordinados, sendo estes atributos essenciais para um eficaz trabalho em

equipe, tanto no meio militar como no civil.

Pode-se citar como um exemplo de líder militar, na área de saúde, o General João

Severiano da Fonseca, que se destacou na Guerra da Tríplice Aliança, combatendo epidemia

Page 14: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

de varíola e cólera e na reestruturação do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro. Em

reconhecimento à sua grande liderança militar, foi escolhido, em 1940, Patrono do Serviço de

Saúde do Exército Brasileiro (BRASIL, 2007).

Este trabalho tem por objetivo relacionar, analisar e refletir, a partir de uma revisão

bibliográfica e pesquisa de campo, a importância do desenvolvimento da liderança militar na

formação e na carreira do oficial médico do Exército Brasileiro.

A visão conclusiva encontra amparo em livros, monografias, artigos publicados por

militares e civis a respeito do tema em questão, entrevistas e rede mundial de computadores.

Por fim, cumpre destacar a composição básica dos capítulos.

No primeiro capítulo, tem-se a introdução, que buscará despertar o leitor para a

relevância do assunto. Será abordada a importância da formação de líderes tanto no meio

militar como no civil e como a liderança militar contribui para um efetivo comando.

No segundo capítulo serão apresentados o tema, os objetivos, a hipótese, o problema,

a justificativa e o referencial teórico que levaram a autora abordar o presente assunto; serão

apresentadas também a metodologia científica e as considerações gerais sobre liderança

militar com suas peculiaridades, e a seguir, uma abordagem sobre o Projeto Liderança Militar.

No terceiro capítulo, será abordado como a liderança é desenvolvida durante o Curso

de Formação de Oficiais (CFO) na EsSEx.

No quarto capítulo, será abordada a aplicação da liderança durante a carreira do oficial

médico do Exército Brasileiro.

E no quinto capítulo, apresenta-se a conclusão deste estudo, após uma análise

qualitativa e quantitativa das informações colhidas, onde será demonstrada a hipótese da

autora.

2 CONCEITOS E MÉTODOS

2.1 TEMA

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Trata-se de um estudo sobre a importância do desenvolvimento da liderança na

formação e carreira do oficial médico do Exército Brasileiro.

2.2 PROBLEMA

Durante o Curso de Formação de Oficiais na EsSEx, os médicos e os demais

profissionais do corpo de saúde deparam-se com uma realidade diferente de tudo que eles já

experimentaram como estudantes no meio acadêmico ou como profissionais liberais (civis).

São novos conhecimentos e novas tomadas de ação significativas para seu exercício como

oficiais nessa área. A situação atual sofre algumas alterações: ser bom médico é tão

importante quanto ser bom militar. E um atributo necessário é a liderança.

Mas será que, durante a sua formação militar na EsSEx, o oficial médico desenvolve

liderança militar necessária à sua carreira do oficial médico em Corpo de Tropa ou OMS?

2.3 JUSTIFICATIVA

O Exército Brasileiro, cada vez mais, precisa de líderes habilitados para o exercício do

comando, liderando e motivando os seus subordinados para o cumprimento da missão.

Assim, a liderança é uma condição indispensável para a ação plena do militar e deve ser

desenvolvida de maneira sistemática e contínua e por meio de atividades diárias que simulam

situações que exigem um efetivo comando a fim de formar nos oficiais a consciência de suas

tomadas de decisão, proporcionando-lhes atributos essenciais nas áreas técnica, científica e

afetiva.

A liderança militar não é menos importante para o oficial médico do Exército Brasileiro,

visto que ele sempre necessitará liderar seus subordinados em qualquer missão.

2.4. HIPÓTESE

As considerações descritas na formulação do ”problema da pesquisa” direcionam a

investigação por meio da seguinte hipótese: Uma vez que liderança pode não somente ser

um dom natural, mas um atributo a ser adquirido e desenvolvido, durante o CFO, o Exército

Brasileiro busca desenvolver a liderança militar por meio de fundamentos teóricos e práticos,

sendo este atributo aplicado e aperfeiçoado durante a carreira do oficial médico.

2.5 OBJETIVOS

Page 16: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

2.5.1 Gerais

Analisar e demonstrar a importância do desenvolvimento da liderança militar na

formação e na carreira do oficial médico do Exército Brasileiro a fim de serem formados

oficiais capacitados a cumprirem, com excelência, as metas e objetivos de suas missões,

estejam eles trabalhando em Corpo de Tropa ou em OMS.

2.5.2 Específicos

a) Demonstrar o desenvolvimento da Liderança Militar durante o Curso de Formação de

Oficiais na EsSEx;

b) Demonstrar a aplicabilidade da Liderança Militar durante a carreira do Oficial Médico,

esteja este servindo em Corpo de Tropa ou em OMS.

2.6 REFERENCIAL TEÓRICO

Liderança é um assunto de suma importância tanto no meio militar como civil, pois

basta que duas pessoas estejam agrupadas para que uma delas passe a exercer liderança

sobre a outra e isso não foge ao contexto militar, onde ela é indispensável e, portanto, deve

ser desenvolvida desde o início da formação dos militares.A Instituição Militar, a despeito de todo o avanço tecnológico, possui como principal componente o homem, o qual se constitui em elemento de fundamental importância nas atividades militares, particularmente na guerra. Portanto, o conhecimento do comportamento humano assume papel relevante para todos aqueles que objetivam conduzir o principal componente da Força Terrestre até o sacrifício da própria vida, se necessário for. (CASAGRANDE FILHO,1997)

O líder deve possuir valores, atributos e habilidades para realizar ações para que

sejam alcançados os objetivos da instituição.

Conforme PINTO (1997), os atributos necessários ao desempenho da liderança

precisam ser desenvolvidos ao longo de toda a vida profissional, absorvendo as evoluções

que se fizerem necessárias.

O líder é um exemplo para seus subordinados, suas atitudes produzem efeitos que

determinam o desempenho das missões do seu grupo.

Os requisitos básicos para o bom funcionamento de uma organização militar estão baseados na existência de uma estrutura coerente e flexível, no emprego de adequadas estratégias, táticas e doutrinas, e na combinação de profissionais competentes utilizando meios apropriados. A eficiência da organização dependerá,

Page 17: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

entretanto, da disponibilidade de líderes capazes de realizar a conjugação harmoniosa desses fatores. (BLACKWELL e BOZEK, 1999)

O conceito de liderança reúne todas as ferramentas para a formação de um chefe

militar, com todas suas características, princípios, concepções e definições. Todo militar deve

explorar essa qualidade em todos os níveis de atuação, operacionais ou não, pois todas as

atividades militares proporcionam condições para o seu exercício.

“[...] proporcionar os meios, estimular o desenvolvimento e possibilitar seu exercício

devem ser os objetivos permanentes das instituições que elegeram o ser humano como peça

fundamental para a consecução de suas metas.” (CASAGRANDE FILHO, 1997)

2.6.1 Considerações Gerais

[...] Liderança é o processo de persuasão, ou de exemplo, através do qual um indivíduo ou equipe de liderança induz um grupo a dedicar-se a objetivos defendidos pelo líder, ou partilhado pelo líder e seus seguidores. (GARDNER, 1990,p.17)

Nesta seção serão considerados conceitos relativos à chefia militar, relacionados à

liderança segundo manuais do Exército Brasileiro.

2.6.1.1 Conceitos

Os conceitos aqui considerados estão contidos na IP 20-10 (1991), Liderança Militar.

2.6.1.1.1 Conceitos relativos à Chefia Militar

Vários conceitos são confundidos em relação à Chefia Militar, por isso é preciso fazer

algumas considerações em relação a eles.

a) Chefia Militar - Exercício profissional de um cargo militar.

b) Comando - a autoridade da qual o militar está investido legalmente no exercício

de um cargo.

c) Administração - as ações que o militar executa para gerir pessoal, material,

patrimônio e finanças, inerentes ao exercício do cargo que ocupar.

d) Liderança - Componente da chefia militar que diz respeito ao domínio afetivo do

comportamento dos subordinados, que permite ao militar, no exercício de um

cargo, conduzir seus liderados ao cumprimento das missões e à conquista dos

objetivos determinados.

e) Chefe Militar - Militar no exercício de um cargo de chefia.

Page 18: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

f) Comandante - Militar investido de autoridade legal para o exercício de um cargo

de chefia.

g) Administrador - Militar habilitado a gerir coisas e pessoas em função do cargo de

chefia que ocupa.

h) Líder - Militar habilitado a conduzir subordinados ao cumprimento do dever, em

razão do cargo de chefia que exerce.

2.6.1.1.2 Conceitos relacionados à liderança

a) Área Afetiva - Um dos domínios do comportamento humano que compreende

todos os aspectos relacionados com valores, atitudes, interesses e emoções.

b) Atitudes - São predisposições aprendidas de fundo emocional, para pensar,

sentir, perceber e agir consistentemente de maneira favorável ou desfavorável,

em relação a pessoas, conceitos ou fatos.

c) Caráter - Soma total dos traços de personalidade que dão consistência ao

comportamento e têm por base as crenças e valores, constituindo-se em fator

preponderante nas decisões e no modo de agir de qualquer pessoa.

d) Crenças - São suposições ou convicções julgadas verdadeiras a respeito de

pessoas, conceitos ou fatos.

e) Ética militar - É o conjunto de regras ou padrões que leva o profissional militar a

agir de acordo com o sentimento do dever, dignidade militar e decoro da classe.

f) Interesses - São atitudes favoráveis em relação a objetos e a idéias.

g) Motivação - É a força interna que emerge, regula e sustenta todas as ações

humanas. É o impulso interior que leva as pessoas a realizarem coisas.

h) Normas - São padrões, regras e diretrizes usadas para dirigir o comportamento

dos membros de um determinado grupo.

i) Valores - Representam o grau de importância atribuído, subjetivamente, às

pessoas, aos conceitos ou aos fatos.

2.6.1.2 Manuais do Exército Brasileiro

2.6.1.2.1 IP 20-10 Liderança Militar

É o manual básico para o estudo da liderança no Exército. Possui um conteúdo que

orienta o estudo da liderança para atributos a serem desenvolvidos, esclarecendo durante seu

desenvolvimento os aspectos relativos ao caráter (o ser) e a competência profissional (o

Page 19: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

saber) e como ambos se manifestam (o fazer). No entanto, falta uma orientação de como

desenvolver no líder a comunicação, a motivação e de como estimular a coesão, resumindo,

como desenvolver a liderança.

O manual define muito bem os tipos de liderança, mas não trata dos níveis de

liderança.

2.6.1.2.2 Nota de Coordenação Doutrinária Nr 01-02-SEA - Níveis de Liderança, da Escola

de Comando e Estado-Maior do Exército.

A Diretoria de Formação e Aperfeiçoamento no Encontro de Trabalho sobre Comando,

Chefia e Liderança, realizado em 10 e 11 Dez 2002, incumbiu a ECEME de preparar uma

nota de coordenação doutrinária tratando dos níveis de liderança, que são assim definidos:

a) Liderança Direta empregada em Seções, Pelotões, Subunidades e Unidades;

b) Liderança Organizacional, normalmente, empregado em Estado-Maior (EM);

c) Liderança Estratégica é típica dos escalões estratégicos e políticos.

Além de suprir uma lacuna existente no manual IP 20-10, a definição dos níveis de

liderança padronizou a terminologia a ser empregada pelos Estabelecimentos de Ensino

Subordinados a DFA.

2.6.2 Teorias sobre Liderança

Segundo a IP 20-10 (1991), a liderança é um fenômeno que abrange as relações

sociais e há muito tempo vem desafiando historiadores, sociólogos e psicólogos. Dos vários

estudos já realizados surgiram duas correntes: uma mais radical, segundo a qual o líder já

nasce pronto; e outra menos radical, que acredita que uma pessoa pode tornar-se um líder

por meio de treinamento e de desenvolvimento de habilidades, aperfeiçoando suas

qualidades inatas. Desses estudos, destacam-se as seguintes teorias:

a) Teoria Inatista: defende a tese do líder inato. Segundo esta teoria, fatores

relacionados com a hereditariedade determinam a existência do líder. Portanto

as influências do meio social são minimizadas e até desprezadas pelos inatistas,

para quem a liderança é um atributo da personalidade, que torna o líder

reconhecido como tal em todas as situações. Contudo, a fragilidade dos

argumentos em que se fundamenta essa teoria não explica a destituição de

líderes em face de situações variadas.

b) Teoria Sociológica: afirma que o líder é função do meio social e só alcança

Page 20: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

prestígio e aceitação por representar os ideais da coletividade em determinada

situação. Entretanto, esta teoria não considera a situação do líder emergente

como também não encontra justificativas para a sociedade que considera líderes

somente determinadas pessoas.

c) Teoria do Campo Social: defende que a liderança é uma relação funcional

entre os membros de um grupo, segundo o líder adquire prestígio por meio da

participação ativa e pela demonstração de suas capacidades. O líder deve

participar dos ideais da comunidade e neles estar plenamente integrado, ficando

evidente que suas qualidades devem coincidir com as exigidas para o momento,

pelo campo social.

2.6.3 Tipos de Liderança“Há tantos tipos de liderança quanto são os líderes bem-sucedidos” (Richard J. Kattar)

Nesta seção serão explicados os tipos de liderança, que são definidos como “as

maneiras de agir que o líder utiliza para estabelecer a direção, aperfeiçoar planos e ordens e

motivar seus subordinados para o cumprimento da missão.” (BRASIL, 1991).

Para cada situação, o chefe militar exerce um tipo de liderança necessária para o bom

desempenho dos seus subordinados e cumprimento da missão. O líder deve saber o

momento adequado de exercer cada uma delas.

Existem três tipos de liderança:

a) Liderança autoritária ou autocrática: dá ênfase à responsabilidade integral do

líder, que fixa normas, estabelece objetivos e avalia resultados. O líder é o único

dono da verdade; é quem estabelece normas rígidas, inspeciona os

subordinados nos mínimos detalhes e determina os padrões de eficiência

usando, para motivar os homens, o sistema de recompensas e punições. Ele

despreza as idéias do subordinado, inibindo criatividade e a iniciativa destes.

b) Liderança participativa (democrática): de acordo com este tipo, cabe ao líder o

cumprimento da missão por meio da participação, do engajamento dos homens

e do aproveitamento de suas idéias, procurando estabelecer o respeito e a

confiança mútua. O líder participativo se reúne com seus subordinados para

conversar sobre as áreas de atrito que interferem no trabalho. Entretanto, não

exclui o princípio da autoridade de que está investido e que, por este, deverá ser

exercido em toda sua plenitude, inclusive com a energia necessária e suficiente

para cada situação considerada. (vide figura 1)

c) Liderança delegativa: este tipo é mais indicado para assuntos de natureza

técnica, em que o líder atribui a seus assessores a tomada de decisões

Page 21: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

especializadas. Deste modo, ele tem mais tempo para dar atenção a todos os

problemas sem se deter, especificamente, numa determinada área. Contudo,

detém a palavra final sobre a execução da missão. O ponto crítico do sucesso

deste tipo de liderança é saber delegar atribuições sem perder o controle da

situação, ou seja, necessita de permanente acompanhamento e fiscalização.

Fig. 1 – Fluxo de Comportamento do Líder e do Liderado na Liderança Democrática(COUTINHO, 1997, p.159)

2.6.4 Traços e Princípios de Liderança

2.6.4.1 Traços da liderança

Segundo IP 20-10 (1991), “Um traço é uma qualidade ou característica que distingue

uma pessoa. A soma total de traços de personalidade chama-se caráter, o qual pode ser

definido como o elo que relaciona valores e comportamentos”. Apesar de certos traços de

personalidade serem comumente encontrados em líderes militares, não se pode afirmar que

existam fórmulas que indiquem quais os mais necessários ou como são utilizados no

exercício da liderança.

Estudos realizados dentro do Exército levaram a detectar certos traços como os mais

relevantes para o líder militar brasileiro. Dentre eles destacam-se: apresentação (aparência,

que integra o seu aspecto, porte, comportamento, conduta e autocontrole); coragem (que lhe

permite agir com calma e firmeza diante do medo, perigo e crítica); capacidade de decisão (comumente desenvolvida por meio da prática e experiência); competência profissional (segurança e certeza da execução correta do dever); capacidade de resistência (vigor físico

e mental para resistir à dor, fadiga, estresse e privação); entusiasmo (fator contagiante e

decisivo para o sucesso); iniciativa (aptidão para enfrentar uma situação na ausência de

recursos ou métodos normais); integridade (o discernimento, o espírito de justiça, a

competência); lealdade (qualidade de fidelidade à Pátria, ao Exército, superiores,

subordinados e pares); tato (aptidão para tratar os outros de maneira respeitosa, encorajando

Page 22: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

seus subordinados a terem esse tratamento cortês para consigo) e generosidade (abnegação e espírito de sacrifício).

2.6.4.2 Princípios da liderança

De acordo com o IP 20-10 (1991), os onze princípios de liderança militar aplicáveis a

todos os escalões de chefia são a base da doutrina de liderança, pois proporcionam

orientação para o desenvolvimento do líder, dos subordinados e da unidade. São eles:

a) Conhecer sua profissão

Isso implica compreender as técnicas, os procedimentos e a doutrina de

emprego do seu escalão; manter-se atualizado com os regulamentos, manuais, normas

e ordens referentes à organização a que pertence; ter compreensão nítida dos

problemas humanos e ser conhecedor dos deveres funcionais, responsabilidades e

necessidades de seus subordinados.

b) Conhecer-se e procurar o autoaperfeiçoamento

Para isso é necessário manter-se atualizado sobre assuntos concernentes à sua

profissão e aprimorar-se por meio de cursos e leituras.

c) Assumir a responsabilidade por seus atos

Ser responsável não só por seus atos, como também pelos de seus

subordinados em todas as situações de serviço.

d) Decidir com acerto e oportunidade

Ser capaz de raciocinar com lógica e analisar cada situação a fim de tirar

proveito das oportunidades e adotar a melhor decisão.

e) Desenvolver o senso de responsabilidade em seus subordinados

Ao atribuir missões a seus subordinados, fazer com que estes assumam as

conseqüências de seus atos, incentivando o respeito e a confiança e desenvolvendo o

espírito de iniciativa por meio da franca contribuição de seus liderados.

f) Servir de exemplo a seus homens

A apresentação e conduta do líder devem inspirar a admiração, o orgulho e o

desejo de imitação.

g) Conhecer e cuidar do bem-estar de seus subordinados

A fim de empregar seus homens com maior eficiência, o líder deve observá-los

frequentemente, familiarizar-se com eles, compreender-lhes as personalidades e

compartilhar suas alegrias e tristezas.

h) Manter seus homens bem informados

Page 23: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

Subordinados bem informados sobre a missão, a situação e a finalidade de seu

trabalho são mais eficientes e cumprem melhor e com maior iniciativa o seu dever.

Cabe ao líder, entretanto, avaliar quais informações podem ser divulgadas por

questões de segurança.

i) Assegurar-se de que as ordens são compreendidas, fiscalizadas e executadas

As ordens devem ser transmitidas de forma clara, precisa e concisa e a

fiscalização, realizada pelo próprio líder ou com o apoio de subordinados, assegura a

correta execução da missão.

j) Treinar seus subordinados como uma equipe

O treinamento pessoal e o desenvolvimento do espírito de equipe preparam os

homens para o cumprimento da missão, pois o sucesso das operações depende da

contribuição de cada liderado.

k) Atribuir missões a seus homens de acordo com as possibilidades destes

O conhecimento das qualidades e das limitações dos liderados por parte do líder

ajuda-o a designá-los adequadamente para que os objetivos das missões sejam

atingidos

2.6.5 Níveis de Liderança

Partindo do princípio de que os líderes, em todos os níveis, devem incutir em seus

subordinados os valores da Força, o Manual de Campanha Norte-Americano FM 22-100,

Liderança no Exército (Army Leadership), estabeleceu os níveis de liderança, especificando

as diferentes ações, necessárias para lidar com a crescente complexidade à medida que os

níveis atingem seus pontos mais elevados. De acordo com os níveis, existem três tipos de

liderança:

a) Liderança Direta ou de primeira linha: é aquela em que a comunicação entre

subordinados e líder acontece face a face. Aplica-se, particularmente, a grupos

de combate, seções, pelotões e companhias. O líder mantém contato constante

e direto com seus homens.

b) Liderança Organizacional: ocorre de forma indireta, por meio da cadeia de

comando. É realizada mais comumente nos escalões brigada e superiores, onde

a influência dos comandantes é muito mais ampla quando operam por

intermédio de seus estados-maiores, em função de ser praticamente impossível

conhecer pessoalmente e falar com todos os integrantes das unidades.

c) Liderança Estratégica: ocorre nos mais altos níveis, tanto no contexto

institucional do Estado quanto em contextos operacionais. É fundamental que o

Page 24: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

líder nesse nível tenha uma visão do futuro, com a finalidade de traçar metas

estratégicas. Os líderes estratégicos são, durante todo o tempo, os responsáveis

em transformar os objetivos políticos em objetivos militares. Preocupam-se,

constantemente, em explanar o pensamento da Força (o Exército Brasileiro)

para os líderes políticos, para os militares e até para o inimigo. Os líderes têm a

responsabilidade contínua de desenvolver habilidades para lidar com novas

atividades, equipamentos, táticas e com o pessoal. A interação entre

comandantes e comandados se faz cada vez menos direta, à medida que o

nível se eleva e, consequentemente, aumenta o efetivo sobre o qual os chefes

têm responsabilidade. Desta forma, quando a condução ocorre acima do nível

tático, há, normalmente, a tendência de se estabelecer intermediários para se

efetivarem as comunicações necessárias.

2.6.6 Fatores e Requisitos de Liderança, segundo a IP 20-10 (1991)

2.6.6.1 Fatores da liderança

São quatro os fatores gerais da liderança: o liderado, o líder, a situação e a comunicação. Estes fatores estão sempre presentes em qualquer ação de liderança, antes e

durante o seu desenvolvimento, mas a sua influência ou importância relativa é variável.

Os liderados são o primeiro fator geral de liderança. As suas competências,

motivações e empenhamentos têm que ser objeto de uma correta avaliação por parte do líder

a fim de tornarem possíveis ações mais adequadas de liderança a serem aplicadas em tempo

oportuno. Eles participarão ativamente e ajudarão o líder no cumprimento da missão desde

que sejam encorajados dentro de um clima de conhecimento mútuo, respeito e confiança.

O segundo fator geral da liderança é o próprio líder, que necessariamente deve ter um

conhecimento honesto de si próprio: do que é, do que sabe e do que pode fazer; das suas

capacidades e limitações a fim de poder controlar-se, disciplinar-se, liderar os seus

subordinados eficientemente e assegurar que cada um dos subordinados seja tratado com

dignidade e respeito.

A situação é o terceiro fator geral da liderança. Uma vez que todas as situações são

diferentes, determinadas ações de liderança que tiveram sucesso em uma determinada

situação podem não resultar numa outra. Para se determinar qual a melhor ação de liderança

a ser adotada, devem ser considerados os recursos disponíveis e os fatores dos estudos de

situação e, em seguida, considerar o nível de aptidão, motivação e empenho dos

subordinados para cumprir a missão. Numa determinada situação, o líder poderá ter que

Page 25: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

superintender de perto e dirigir a ação dos subordinados; noutra situação será mais indicado

delegar a um subordinado a autoridade para a apreciação de um problema e para a

consequente tomada de decisão.

A comunicação, o quarto fator geral da liderança, consiste na troca de informações e

idéias entre pessoas. É eficaz quando os subordinados compreendem exatamente o que o

líder tenta dizer-lhes, e quando o líder, por sua vez, compreende o que os subordinados

tentam lhe dizer. A comunicação poderá acontecer por meio da expressão oral, escrita ou

gestual ou, ainda, pela combinação de todas estas modalidades. A escolha das palavras, o

tom de voz e a atitude assumida influenciam as reações dos subordinados. A liderança é mais

do que dar o exemplo e comandar com bravura em combate. A aptidão para dizer o que deve

ser dito da forma mais adequada e no momento mais oportuno é também uma parte

importante da liderança. O líder deve ser capaz de ouvir, atentamente o que é dito e como é

dito. Se o líder ouvir os seus subordinados, estes não deixarão de ouvi-lo.

Fig. 2 - Fatores de liderança segundo a IP 20-10. p.6.

2.6.6.2 Requisitos da liderança

Os líderes militares devem satisfazer aos seguintes requisitos da liderança:

a) Liderar em tempo de paz para estar preparado em tempo de guerra

O Exército necessita de líderes com a aptidão para olhar para além das

preocupações do tempo de paz e que sejam capazes de executar as suas missões

de guerra mesmo depois de longos períodos de paz. As atividades administrativas

são importantes em tempo de paz, mas não devem, de forma alguma, ser

consideradas prioritárias em relação ao treino realista de combate. Os líderes têm

que instruir e treinar as suas tropas numa perspectiva de guerra.

b) Desenvolver os líderes individuais

Isso só é possível por meio de um sistema de desenvolvimento dos líderes

apoiado em três pilares:

Page 26: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

- Estabelecimentos de Ensino Militar, Escolas Práticas e Centros de

Instrução;

- Experiência própria, sobretudo operacional;

- Autodesenvolvimento, sendo a iniciativa individual e o auto-

aperfeiçoamento as "chaves" para o treino e desenvolvimento de todos os

líderes. O líder pode e deve continuar a desenvolver os conhecimentos

adquiridos por meio do ensino e instrução ministrados no primeiro dos pilares

referidos, por recurso, inclusive, ao ensino civil.

c) Desenvolver equipes de liderança

Esse é o tipo de requisito presente no Estado-Maior. A aptidão para

desenvolver equipes de liderança é essencial para o sucesso em operações de

guerra. A doutrina operacional atual exige que a liderança, para além do seu

sentido tradicional de esforço de influência individual, seja ainda considerada em

termos de equipes. Uma equipe de liderança consiste em líder e seus subordinados

necessários para planejar e executar operações. O desenvolvimento de equipes de

liderança revela-se ainda mais importante nas unidades de escalão superior. Uma

efetiva equipe de liderança é capaz de garantir a continuidade no combate de

acordo com a intenção do comandante. As equipes de liderança reagem com

rapidez devido ao seu conhecimento comum dos requisitos da missão.

d) Descentralizar

Esse tipo de requisito é o que chamamos de Cadeia de Comando, onde são

necessárias a hierarquia e disciplina.

Os líderes devem criar um clima de liderança em que a tomada de decisão é

descentralizada no escalão apropriado. Este clima é necessário para os líderes

subordinados aprenderem e, então, demonstrarem flexibilidade mental, iniciativa,

inovação e assunção de riscos que a nossa doutrina de treino e de operações

requer.

Os líderes devem gerir a descentralização tendo em conta a aptidão, treino e

experiência dos subordinados, que podem necessitar de ser preparados e

apoiados, bem como encorajados. A implementação da descentralização com êxito

requer tempo e paciência. A sua finalidade é desenvolver a aptidão dos

subordinados para resolver problemas.

O líder deve estabelecer níveis, decidir o que necessita ser executado, e então

deixar os subordinados competentes decidir como cumprir a missão.

Page 27: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

2.6.7 Atributos de um Líder

Segundo o IP 20-10 (1991), são atributos essenciais de um líder e eles constam como

objetivos educacionais dos PLADIS das escolas de formação do Exército: Autodomínio,

Autoconfiança, Camaradagem, Combatividade, Competência, Cooperação, Coragem,

Criatividade, Decisão, Dedicação, Disciplina, Equilíbrio emocional, Honestidade,

Imparcialidade, Iniciativa, Justiça, Lealdade, Objetividade, Persistência, Responsabilidade e

Resistência. Esses atributos são reconhecidos como os mais importantes para a orientação

do processo de desenvolvimento da liderança. A definição de cada um deles encontra-se no

Anexo “A” deste trabalho.

2.6.8 Papel do Líder

BRASIL (1991) define que o perfil do líder militar é estruturado segundo três aspectos

fundamentais: o caráter (o ser), a competência profissional (o saber) e a maneira como

ambos se manifestam pelo comportamento (o fazer).

VIEIRA (2007) aponta como dogma que o desenvolvimento dessa tríade permite ao

líder que lhe sejam asseguradas a autoridade moral, a autoridade profissional e a autoridade

afetiva, indispensáveis para conduzir os subordinados ao caminho do dever.

a) O que o líder deve ser

O líder militar deve ser competente para ter a capacidade de desempenhar,

adequadamente, em tempo hábil, as atividades relativas à sua área de atuação

profissional; além de ser responsável para assumir e enfrentar as consequências de

suas atitudes e decisões. Também é necessário que o líder seja decidido e capaz

de tomar iniciativa a fim de posicionar-se e agir face às situações inesperadas, sem

depender de ordem ou decisão superior.

Proceder conforme as normas, leis e padrões regulamentares faz com que o

líder seja um militar disciplinado. A disciplina permite a superação do medo ao dano

físico no cumprimento do dever e o desenvolvimento da coragem moral, tornando o

líder corajoso na defesa dos valores da instituição, mesmo que contrariando os

próprios interesses.

Por fim, deve ser organizado para desenvolver as atividades, sistematizando

tarefas. A organização permite que as missões sejam planejadas de forma

ordenada, segundo uma ordem de prioridade, e atribuídas a membros do grupo de

modo a possibilitar maior eficiência.

Page 28: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

b) O que o líder deve saber

É essencial que o líder conheça as capacidades e limitações dos subordinados,

observando-os e acompanhando-os constantemente a partir da convivência direta;

pois tal conhecimento lhe permitirá atender, de forma efetiva, às necessidades e ao

bem-estar dos liderados.

Igualmente importante é saber compreender a natureza humana, a fim de

entender os motivos que levam certas pessoas a terem determinados

comportamentos, diante de incertezas e medos, e influenciá-las a superar tais

dificuldades.

Além disso, cabe ao líder conhecer sobre técnica e tática. A capacidade técnica

é decisiva para a manutenção segura do equipamento militar e para o seu emprego

eficaz. A capacidade tática é essencial para o emprego das forças militares, cujo

objetivo é vencer o inimigo.

A liderança é o elemento crucial do poder de combate e qualquer falha na

integração da doutrina de liderança com a doutrina operacional pode determinar o

fracasso de uma ação militar.

c) O que o líder deve fazer

A comunicação eficaz entre líder e liderados é o passo inicial para evitar

problemas de relacionamento humano. É necessário que o líder esteja atento aos

seguintes fatos:

- ocorrência de bloqueio na comunicação – ocorre quando o chefe

constantemente impõe os seus argumentos como os únicos corretos, não

admitindo a colaboração de seus subordinados, levando-os ao

distanciamento e ao não cumprimento das missões;

- falta de percepção dos sentimentos – acentua no subordinado a sensação

de que não é compreendido e de que não está integrado ao grupo;

- avaliação errada e suposições prematuras sobre a conduta do subordinado

podem provocar uma conduta inadequada. O líder poderá ver na atitude do

subordinado a intenção de pôr à prova a sua autoridade, encolerizar-se e

não ter condições de lidar eficazmente com o problema de reconsiderar a

situação.

Page 29: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

O líder deve, também, procurar a cooperação de seus subordinados

predominantemente por meio da motivação, ocasionalmente pela sugestão e, apenas

em situações excepcionais, pela coação.

A motivação é a força interna que emerge, regula e sustenta todas as ações

humanas. É um impulso interior que leva as pessoas a realizarem planos e

pensamentos.

O líder precisa, também, disciplinar e unir. Disciplina é atributo fundamental na

motivação do funcionamento do grupo militar em qualquer escalão - a qual se

evidencia pela imediata e efetiva execução de tarefas em resposta a ordens. Constitui

o atributo que permeia as relações da vida militar, configura obrigação indelegável do

líder criar uma verdadeira consciência de respeito e obediência aos valores e preceitos

institucionais em seus subordinados.

Coesão e disciplina estão fortemente inter-relacionadas. Coesão pode ser

definida como a existência de fortes laços de lealdade, respeito recíproco, confiança e

compreensão entre os integrantes de uma organização militar.

Treinar os homens como uma equipe é o princípio de liderança que melhor se

ajusta ao aprimoramento da coesão.

Fig. 3 - Processo de Liderança Militar (COUTINHO, 1997, p. 121)

2.6.9 Projeto Liderança Militar

Face aos desafios estabelecidos pela complexidade dos cenários visualizados para o

século XXI, o EB elaborou, em 1994, uma “Nova Política Educacional”, caracterizando o

marco da modernização do ensino militar.

COMANDANTE

PE

RS

UA

O

S I TUAÇ

ÃO

ORGANIZAÇÃO

INTERAÇÃO

SUBORDINADOS

LÍDERMILITAR

MISSÃO

INFLUÊNCIA

CONFIANÇA

RESPEITO

RESPOSTA

Page 30: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

Criou o Grupo de Trabalho para o Estudo da Modernização do Ensino no Exército

(GETEME), que fez um diagnóstico da situação vivida. Levantou deficiências e apresentou

sugestões para implementação de planos de ação.

Assim, foi elaborado o Plano de Estruturação do Exército com a finalidade de realizar a

modernização do Ensino. Implementaram-se vários projetos que se referiam a Sistema de

Avaliação, Desenvolvimento de Recursos Humanos, Revisões Curriculares, História Militar,

Biblioteca, Liderança Militar entre outros. Com essa concepção é que foi estabelecido o

Projeto Liderança Militar.

Após várias Portarias e Diretrizes sobre a modernização do ensino, no ano de 1998, o

DEP (mudou de nome no início de 2009, sendo agora chamado de DECEX) estabeleceu

novas orientações e determinou que os Estb Ens deveriam elaborar um subprojeto específico

sobre a liderança militar. Como orientação metodológica descreveu, entre outras, que os

seguintes tópicos deveriam constar do projeto:

a) inclusão, nos currículos e nos aspectos observáveis do comportamento, nos

planos de disciplinas, de atributos necessários ao desenvolvimento da liderança;

b) criação de uma matriz de liderança com condições de desenvolver e

aprimorar estes atributos;

c) reformulação da grade curricular, visando ao ensino da disciplina Comando,

Chefia e Liderança em todos os níveis, determinando a sua inclusão no núcleo central

do conhecimento;

d) incentivo à prática dos princípios de liderança, constantes das IP 20-10

(1991), que são fundamentais para a capacitação dos líderes, independente do nível

do Estabelecimento de Ensino;

e) realização das seguintes atividades para o desenvolvimento dos atributos e

práticas dos princípios de liderança nas Escolas: aulas (utilizando os mais variados

processos de ensino), programas de leitura e de história militar e desempenho de

função de comando, chefia e liderança.

A partir desse período, as escolas, com apoio técnico das Diretorias do DEP (DECEX),

passaram a reestruturar seus currículos e PLADIS para estabelecerem seus projetos de

liderança, começando um período de aprendizado com novo enfoque de valorização e

desenvolvimento da liderança.

Com o decorrer do tempo, observou-se que para se ter liderança eram necessários

diversos outros atributos que, interdisciplinarmente, precisavam ser conjugados para a

elaboração do perfil do líder. Assim, em 11 de março de 2003, no Adt DFA/Bol DEP foi

publicado que “todos os estabelecimentos de ensino subordinados àquela Diretoria deveriam

Page 31: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

implementar os conceitos de liderança estabelecidos na Nota de Coordenação Doutrinária Nr

01/02-SEA, da Divisão de Doutrina da ECEME”.

O DEP (DECEX) não definiu claramente qual o nível de liderança que deveria ser

aplicado em cada escola. Pelas explanações apresentadas para cada nível de liderança

(abordadas no item 2.6.6), subentende-se que na AMAN aplicar-se-ia o direto; na EsAO, o

organizacional e na ECEME, o estratégico.

2.7 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, com uma abordagem qualitativa,

exploratória e descritiva.

O trabalho foi desenvolvido com base em pesquisa bibliográfica, documental e de

campo da seguinte maneira:

- realização de um estudo analítico da Liderança Militar e suas peculiaridades;

- realização de um estudo descritivo da importância na formação e carreira do

oficial médico do Exército, por meio de entrevistas na EsSEx.

A sequência para a elaboração do trabalho foi a seguinte:

- levantamento da bibliografia e de documentos pertinentes;

- revisão bibliográfica;

- leitura analítica da bibliografia e dos documentos selecionados;

- pesquisa de levantamento de dados;

- montagem de arquivos, ocasião em que foram elaborados as fichas

bibliográficas de citações, os resumos e as análises;

- análise crítica e consolidação das questões de estudo.

A coleta de material foi realizada por meio de consultas às bibliotecas do Exército, da

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola de Saúde do Exército, além da

rede mundial de computadores. Foram consultados diversos títulos, dentre eles livros,

trabalhos acadêmicos (monografias e dissertação), obras de referência e publicações

(revistas militares).

A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas com instrutores para saber

sobre o desenvolvimento de liderança militar no CFO 2009 e com oficiais médicos

pertencentes ao quadro de oficiais da EsSEx para saber sobre a importância do

desenvolvimento da liderança militar na carreira do oficial médico.

O terceiro capítulo foi confeccionado baseado nos comentários e transcrições de texto

do comandante de grupamento e do corpo de alunos.

Page 32: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

A confecção do quarto capítulo foi baseada em depoimentos dos oficiais médicos

pertencentes ao quadro de oficiais da EsSEx.

3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA NA ESCOLA DE SAÚDE DO EXÉRCITO

[...] Como desenvolver líderes que possuam certas qualidades, ao invés de um conhecimento específico? Já que os líderes não nascem feitos, conhecimentos de

Page 33: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

primeira ordem, necessários ao comando em combate, devem ser intencionalmente cultivados. Eles não serão desenvolvidos por acaso, nem tampouco podem ser desenvolvidos apenas durante o serviço em corpos de tropa operacionais – a melhor forma de se aprender é fazendo. (TC Dean A. Nowowiejski, Exército dos EUA, 1996)

A EsSEx é um estabelecimento de ensino da Linha de Ensino Militar de Saúde

diretamente subordinado à Diretoria de Especialização e Extensão (DEE). Destina-se a

formar oficiais do Serviço de Saúde (médicos, dentistas e farmacêuticos) para o serviço ativo

do Exército; formar e aperfeiçoar sargentos da Qualificação Militar de Subtenentes e

Sargentos (QMS) de Saúde; contribuir para o desenvolvimento da doutrina militar na área de

sua competência; realizar pesquisas na área de sua competência, inclusive, se necessário,

com a participação de instituições congêneres; ministrar estágios sobre assuntos peculiares à

instituição e realizar concursos para ingresso na Linha de Ensino Militar de Saúde.

O Projeto Liderança Militar surgiu da necessidade evidente de formação de líderes para

o Exército Brasileiro. Em todos os planos de disciplinas de nossas escolas, existe a

preocupação com o desenvolvimento de atributos da área afetiva, que têm por finalidade a

formação da personalidade do futuro comandante de fração.

Nesta pesquisa foi considerado o desenvolvimento da liderança militar durante o Curso

de Formação de Oficiais.

Os alunos que ingressam nesse curso têm idade próxima de 30 anos e chegam à

escola com alguns vícios e opiniões já formadas ou, pelo menos, direcionadas. Além disso, o

seu tempo de formação militar é de aproximadamente nove meses, um tempo curto, se for

levado em consideração o tempo de Curso de Formação dos Sargentos e de oficiais da

AMAN.

Devido à faixa etária com que entram na escola, bem como, na maioria dos casos,

vínculos profissionais no meio civil e responsabilidades com família já constituída, os alunos

que ingressam na EsSEx acabam por oferecer alguma resistência em relação aos conceitos

para o desenvolvimento da liderança militar aplicados por instrutores.

Na EsSEx, a liderança militar é trabalhada de forma bastante similar a outras escolas.

Os alunos daquela instituição têm a oportunidade de conhecer a parte teórica da liderança

prevista no PLADIS, onde eles tomam conhecimento das características e das peculiaridades

do líder, bem como os atributos desejáveis para um líder militar. O conhecimento teórico da

liderança demonstra para os alunos que liderança é uma situação desejável para um oficial

do Exército e também é uma situação plenamente realizável para qualquer militar que

observe os princípios teóricos apresentados em sala de aula.

Para ser formado um bom líder militar, procuram-se desenvolver os valores tais como:

responsabilidade, autoconfiança, dedicação, objetividade, camaradagem, decisão,

Page 34: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

organização, espírito de corpo, moral, disciplina, dentre outros. Esses valores são

desenvolvidos nas atividades do dia-a-dia quando, a todo momento, o aluno é avaliado. Os

instrutores, por meio do exemplo, e transmitindo sua experiência de vivência militar, procuram

aflorar os valores militares desejados e despertar o aluno para a importância de ser um líder e

de saber exercer o comando.

A liderança precisa ser exercitada e é no cotidiano que alguns atributos inerentes ao

líder vão sendo incorporados ao aluno. A essa incorporação progressiva de atributos foi dado

o nome Projeto Liderança Militar. Na EsSEx, esse Projeto começa com a escala de diversas

funções, tais como: chefe de turma, sub-xerife, S1, S4, faxineiros e escala de missões

internas e externas, como foi o caso da “Travessia dos Fortes” ocorrida em março do ano

corrente. Durante as instruções de ordem unida é prevista a nomeação de alunos para

exercerem comando de pequenas frações, despertando, dessa forma, a iniciativa, a disciplina

e o autocontrole, atributos essenciais à liderança.

Por último, a jornada de campo no CIOpEsp – RJ, ocorrida em maio do ano corrente,

representa o coroamento do Projeto Liderança Militar, embora os atributos continuem sendo

trabalhados até o final do curso. As adversidades oferecidas numa jornada de campo são os

instrumentos mais eficazes no despertar da liderança. Fora do ambiente tranquilo e previsível

da Escola, o aluno se depara com a incerteza e a inquietação oferecidas pelo campo,

desenvolvendo, dessa forma, vários atributos necessários para o futuro líder militar.

O desenvolvimento da liderança militar é um trabalho contínuo e progressivo, que tanto

depende dos instrutores como dos alunos. Na EsSEx, a liderança militar é apresentada,

demonstrada e desenvolvida, mas, durante sua carreira, o oficial assumirá várias funções que

irão aperfeiçoar sua capacidade de liderar. Por isso, tem-se a certeza da necessidade da boa

formação dos futuros líderes.

4 APLICAÇÃO DA LIDERANÇA NA CARREIRA DO OFICIAL MÉDICO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Page 35: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

[...] A liderança militar é um constructo classificável no domínio afetivo dos objetivos educacionais e passível de desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem, permitindo que o militar, independente do escalão ou da natureza do cargo de chefia que ocupa, seja um líder em sua profissão. (BRASIL, 1991, p.2-3)

O militar exerce, ao longo de sua carreira, cargos e funções em graus de complexidade

crescente, o que faz da liderança fator imprescindível à instituição.

O CFO proporciona, para os oficiais médicos, o primeiro contato com a liderança militar

e, durante sua carreira, esta continua a ser desenvolvida e aperfeiçoada com a vivência

militar, quando podem ser assumidos vários cargos e atribuições que exigirão um efetivo

comando. Inúmeras são as situações e para cada uma delas é exigida um tipo de liderança.

Após a formação na EsSEx, os oficiais médicos podem servir em Corpo de Tropa e/ou

em OMS e, em cada uma delas, eles se defrontam com situações diferentes e inusitadas,

mas fica claro que, qualquer que seja o local em que eles servirão, será preciso saber liderar.

Não se pode esquecer que, a qualquer momento, o oficial médico pode ser requisitado ou ser

voluntário para Missões de Paz ou para a guerra, onde, mais do que nunca, será testada sua

capacidade de liderar.

“O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício de funções de comando,

de chefia e de direção.” (ESTATUTO DOS MILITARES, Art. 36, p. 17)

No Corpo de Tropa, o oficial médico comandará Pelotões e Companhias de Saúde no

intuito de atender às necessidades da tropa tanto no ambulatório como em atividades de

campo. Ele também tem a função de ministrar cursos, palestras e instruções para seus

subordinados e para a tropa. Os principais valores exigidos são a iniciativa, a tomada de

decisões e a responsabilidade.

Em OMS, o oficial médico pode servir em hospitais (central, de guarnição), em Seções

de Saúde ou policlínicas. Em cada uma delas, ele pode exercer o comando em diferentes

situações e cargos. Ele pode chefiar uma equipe de enfermagem, uma equipe médica

(durante um procedimento cirúrgico ou resolução de um caso clínico) ou pode assumir algum

cargo administrativo (como por exemplo, assumir a direção de um hospital, de um setor e

etc), quando sua capacidade de comando será também exigida. Porém, o oficial pode não ter

nenhum cargo de chefia, e numa situação de emergência médica, pode assumir o comando

da situação e salvar vidas. Independente do cargo que o oficial médico assuma, em qualquer

momento de sua carreira, ele pode se deparar com uma situação em que será necessário

tomar uma decisão, tomar a iniciativa, saber liderar, visto que ele trabalha com vidas e uma

decisão errada ou retardada pode levar ao sacrifício da vida (morte do paciente).

O exercício da profissão militar exige uma rigorosa e diferenciada formação. Ao longo

de sua vida profissional, o militar de carreira passa por um sistema de educação continuada,

Page 36: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

que lhe permite adquirir as capacitações específicas dos diversos níveis de exercício da

profissão militar e realiza reciclagens periódicas para fins de atualização e manutenção dos

padrões de desempenho durante os cursos da EsAO e ECEME. A oportunidade para o

estudo, aprimoramento e desenvolvimento da liderança, de uma forma adequada, tanto em

relação à parte metodológica, quanto ao nível de maturidade e experiência dos alunos, ocorre

durante a realização desses cursos.

Conclui-se que, onde quer que o oficial médico sirva, ele precisará contar não só com

conhecimentos técnicos da medicina, como também deverá apresentar capacidade de liderar.

5 CONCLUSÃO

[…] E por esse motivo o mestre Wang declararia: “Se os oficiais não estiverem rigorosamente preparados, preocupar-se-ão e hesitarão no campo de batalha; se os

Page 37: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

generais não o estiverem também, encolher-se-ão interiormente frente ao inimigo.” (Tu Mu, citado por Sun Tzu, A Arte da Guerra, p. 26)

Este trabalho teve como objetivo avaliar e demonstrar a importância do

desenvolvimento da liderança militar na formação e carreira do Oficial Médico do Exército

Brasileiro. Buscou-se também verificar como é desenvolvida essa liderança na EsSEx e a sua

aplicabilidade durante a carreira desse oficial.

Para atingir esses objetivos foi necessário identificar, por meio de consultas nas

bibliotecas do Exército Brasileiro e na rede mundial de computadores, os conceitos sobre

liderança militar e sua importância. E, por meio de entrevistas com instrutores e oficiais

médicos da EsSEx, procurou-se conhecer não só o projeto de desenvolvimento de liderança

militar nessa Escola, como também em que circunstâncias esse conhecimento seria aplicado.

Ficou evidente neste trabalho, que desde há muito tempo o Exército Brasileiro é

constituído de líderes em todos os níveis de comando e, de acordo com diretrizes

estabelecidas pelo antigo DEP, foram elaborados Projetos de Liderança Militar nos

Estabelecimentos de Ensino a fim de se formarem líderes capacitados para comandar,

qualquer que seja sua missão. A preparação do oficial é feita formal e institucionalmente por

meio de cursos regulares proporcionados pelo Exército (escolas, centros, graduação,

aperfeiçoamento, especialização, altos estudos,...), porém também sabemos que a

preparação é feita na vivência profissional e na experiência de comando adquiridas.

De acordo com o presente trabalho, verificou-se que o desenvolvimento da liderança

militar na EsSEx está adequado às diretrizes emanadas pelo DECEX. Cabe lembrar a

importância da preparação do corpo docente que, diariamente, no exercício de suas

atividades e pelo exemplo, desenvolve as competências e atributos inerentes aos futuros

líderes do Exército Brasileiro. O oficial médico é preparado para o desempenho dos vários

cargos e funções, em especial aqueles que estão ligados ao Comando de Frações e,

consequentemente, à liderança.

A busca do desenvolvimento da liderança é uma condição necessária para o progresso

e aperfeiçoamento da instituição e para os oficiais, considerando o ambiente complexo e de

contínuas mudanças onde o oficial serve.

Ficou claro que durante a carreira do Oficial Médico poderá ser necessário que ele atue

como líder, qualquer que seja seu nível de comando, em tempos de guerra ou de paz. Esse

atributo deve, portanto, ser desenvolvido durante sua formação na EsSEx e, também, em sua

carreira durante seu aperfeiçoamento nos cursos da EsAO e ECEME.

Com o presente trabalho certifica-se que a Liderança Militar é um atributo, uma

ferramenta essencial para um bom desempenho no cumprimento das missões, e o Curso de

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Formação de Oficiais proporciona subsídios adequados aos alunos para a aquisição de

competência profissional, de valores fundamentais e de atributos da área afetiva que

desenvolvem a capacidade de exercer o comando, quando necessário, durante sua carreira.

6. REFERÊNCIAS

BLACKWELL, Paul E.; Bozek, Gregory J. Liderança para o Novo Milênio. Military Review. Kansas, v. 79, n. 1, p 20-27, 1º Trimester, 1999.

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BRANDÃO, Walter Amaral. Evolução Histórica da Liderança Militar. 2002. 44p. MONOGRAFIA (Especialização em Ciências Militares) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL. Ministério da Defesa. Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais. MD51-M-04: Doutrina Militar de Defesa. 2. ed. Brasília, DF, 2007.

________. Exército. Estado-Maior. IP 20-10: Instruções Provisórias de Liderança Militar. Brasília, DF, 1991.

CASA GRANDE FILHO, Oswaldo. A importância do desenvolvimento da liderança no diversos níveis da carreira militar. 1997. 39p. TESE (Curso de Altos Estudos Militares) – Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Rio de Janeiro,1997.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6.ed. São Paulo: Pearson : Prentice Hall, 2006.

COUTINHO, Sérgio Augusto de Avelar. Exercício do Comando – A Chefia e a Liderança Militares. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1997.

EXÉRCITO BRASILEIRO. Estatuto dos Militares. LEI N° 6.880, de 9 de dezembro de 1980.

GOES, José. Diferente Níveis de Liderança Militar na Força Terrestre. 2000. 44p. MONOGRAFIA (Curso de Altos Comandos Militares) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2000.

GUIMARÃES, Edson Barbosa. A Liderança Militar: Uma Abordagem em Todos os Níveis de Comando do Exército Brasileiro. 2007. 50p. MONOGRAFIA (Curso de Altos Estudos Militares) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2007.

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança. 22.ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

INSTITUTO DE ALTOS ESTUDOS MILITARES E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO. Dicionário de Termos Militares. Rio de Janeiro [s.n.] 1997.

Liderança Militar – compilação, traduções, adaptação e sistematização do Gen. Belchior Vieira. [S. 1.] : Academia Militar; Estado-maior de Exército, 2002.

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LYNCH, Jerry. A Arte da Guerra nos Esportes e na Vida: Lições de Sun-Tzu e da Sabedoria Taoísta sobre Liderança, Estratégia, Como Ser Um Campeão. 1 ed. São Paulo: Pensamento-Cultrix Ltda, 2008.

MELO, Iuri Roberto Martins de. O Desenvolvimento da Liderança Militar do Oficial de Carreira Combatente do Exército Brasileiro. 2008. 72p. MONOGRAFIA (Especialização em Ciências Militares) Rio de Janeiro, 2008.

NASCIMENTO, Airine Daniela Altino de Lima et al. Liderança Militar Aplicada à Função de Oficial-de-dia. PROJETO INTERDISCIPLINAR. EsSEx, Rio de Janeiro, 2008.

NOWOWIEJSKI, Dean A. Um Novo Paradigma na Formação de Líderes. Military Review. Kansas, v. 76, n. 3, p 2-15, 3º Trimestre, 1996.

PINTO, Antonio Carlos Barboteo. Como Desenvolver os Atributos da Liderança Militar nas Escolas do Exército. 1997. 36p. MONOGRAFIA (Curso de Altos Estudos Militares) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 1997.

RODRIGUES, Guilherme Marquez. A Sistemática do Ensino da Liderança Militar ao longo da Carreira do Oficial do Exército Brasileiro. 2008. 338p. DISSERTAÇÃO (Curso de Ciências Militares)- Escola de Comando e Estado-Maior de Exército, Rio de Janeiro, 2008.

SILVA, Marcílio Rosa da. O Assessor Militar de Alto Nível e a Liderança Militar: Uma Visão Prospectiva. 1997. 54p. MONOGRAFIA (Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército)- Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 1997.

SIQUEIRA FILHO, Francisco. A Liderança e sua Interdependência com a Ética Militar. 2000. 60p. MONOGRAFIA (Curso de Política, Estratégia e alta Administração do Exército) – Escola de Comando e Estado Maior- do Exército, Rio de Janeiro, 2000.

SOARES, Eustáquio Bonfim. A liderança do Oficial no Exército Brasileiro do Século XXI: Uma Nova Visão. 2000. 43p. MONOGRAFIA (Curso de Altos Estudos Militares) – Escola de Comando e Estado Maior- do Exército, Rio de Janeiro. 2000.

SOUZA, Alaíde Martins et al. A Importância da Liderança Militar nas Atribuições do Médico, do Dentista e do Farmacêutico Descritas no Regulamento Interno e dos Serviços Gerais. PROJETO INTERDISCIPLINAR. EsSEx, Rio de Janeiro, 2007.

TUPINAMBÁ BRUM DE OLIVEIRA, Mauro. A Liderança Militar como Base da Qualidade Total no Exército Brasileiro. 1996. 43p. MONOGRAFIA (Curso de Altos Estudos Militares) – Escola de Comando e Estado-Maior de Exército, rio de Janeiro, 1996.

Page 41: 1º Ten Al ANA CARLA WANDERLEY COSTA

TZU, Sun. A Arte da Guerra. São Paulo: Martin Claret, 2001.

VIEIRA, Gleuber. Reflexões sobre liderança. Revista Da Cultura, Rio de Janeiro, p 20-24, 2007.

ANEXO “A”

ATRIBUTOS DE UM LÍDER (SEGUNDO A IP 20-10)

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- AutodomínioCapacidade de controlar as próprias reações diante de situações anormais ou antagônicas;

- AutoconfiançaCapacidade de demonstrar segurança e convicção em suas atitudes, nas diferentes

circunstâncias;

- CamaradagemCapacidade de estabelecer relações amistosas com superiores, pares e subordinados;

- CombatividadeCapacidade de lutar, sem esmorecer, pelas idéias e causas em que acredita ou por aquelas

sob sua responsabilidade;

- CompetênciaCapacidade de apreciar e resolver determinado problema;

- CooperaçãoCapacidade de contribuir espontaneamente para o trabalho de alguém ou de uma equipe;

- Coragem (arrojo)Capacidade para agir de forma firme e destemida, diante de situações difíceis e perigosas,

seguindo as normas de segurança;

- CriatividadeCapacidade de produzir novos dados, idéias e (ou) realizar combinações originais, na busca

de uma solução eficiente e eficaz;

- DecisãoCapacidade de optar pela alternativa mais adequada, em tempo útil e com convicção;

- Dedicação (entusiasmo profissional)

Capacidade de realizar, espontaneamente, as atividades com empenho e entusiasmo;

- DisciplinaCapacidade de proceder conforme normas, leis e regulamentos que regem a Instituição;

- Equilíbrio emocionalCapacidade de controlar as próprias reações para continuar a agir, apropriadamente, nas

diferentes situações;

- HonestidadeConduta que se caracteriza pelo respeito ao direito alheio, especialmente no que se refere à

fraude e à mentira;

- ImparcialidadeCapacidade de julgar , com isenção, sem se envolver emocionalmente;

- Iniciativa

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Capacidade de agir, de forma adequada e oportuna, sem depender de ordem ou decisão

superior;

- JustiçaCapacidade de julgar segundo o direito e melhor consciência dando a cada um aquilo que é

seu;

- LealdadeAtitude de fidelidade a pessoas, grupos e instituições, em função dos ideais e valores que

defendem e representam;

- ObjetividadeCapacidade de destacar o fundamental do supérfluo para a realização de uma tarefa ou

solução de um problema;

- Persistência (tenacidade, perseverança)

Capacidade de manter-se em ação continuadamente, a fim de executar uma tarefa vencendo

as dificuldades encontradas;

- ResponsabilidadeCapacidade de cumprir suas atribuições assumindo e enfrentando as conseqüências de suas

atitudes e decisões;

- ResistênciaCapacidade de suportar pelo maior tempo possível, a fadiga resultante de esforços físicos e

(ou) mentais, mantendo a eficiência.

ANEXO “B”

ENTREVISTA

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA MILITAR NA FORMAÇÃO E CARREIRA DO OFICIAL MÉDICO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

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TEN AL ANA COSTA

PARA: COMANDANTE DE GRUPAMENTO/ COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS

1. Nos dias atuais, o Projeto Liderança é desenvolvido nos Estabelecimentos de Ensino Exército Brasileiro. Como é desenvolvida a liderança militar durante o Curso de Formação de Oficiais na EsSEx?

OBRIGADA!

ANEXO “C”

ENTREVISTA

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA MILITAR NA FORMAÇÃO E CARREIRA DO OFICIAL MÉDICO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

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TEN AL ANA COSTA

PARA: OFICIAL MÉDICO

2. Após o Curso de Formação de Oficias, são vários os locais onde o oficial médico do Exército Brasileiro pode servir:

( ) CORPO DE TROPA ( ) OMS

Destes, assinale o(s) local (is) que o (a) Sr (a). já serviu e nos locais em que trabalhou, qual foi a importância do desenvolvimento da Liderança Militar? Isto contribuiu ou continua contribuindo de alguma maneira para um melhor desempenho profissional na sua área?

OBRIGADA!