1b-fosfolípidos

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Lípidos • FOSFATIDOS • Glicerofosfolipidos Os glicerofosfolipidos ou fosfogliceridos são os componentes biológicos das membranas biológicas. São glicerol-3-fosfato, cujas posições C 2 e C 3 são esterificadas com ácidos gordos. O grupo fosfato pode ainda estar ligado a outra substância, grupo ou átomo, formando vários compostos.

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Lípidos

• FOSFATIDOS • Glicerofosfolipidos• Os glicerofosfolipidos ou fosfogliceridos são os

componentes biológicos das membranas biológicas.

• São glicerol-3-fosfato, cujas posições C2 e C3 são esterificadas com ácidos gordos.

• O grupo fosfato pode ainda estar ligado a outra substância, grupo ou átomo, formando vários compostos.

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Lípidos

CH2-O-P-O-X

O

CH2-O-C-R2

OH

O

CH3-O-C-R1

OX

-H

-CH2-CH2-NH3+

-CH2-CH2-N(CH3)3+

-CH2-CH-(NH3+)-COO-

OH

H

OH

HH

OHH

OH

H

H OH

-CH2-CH(OH)-CH2OH

NOME

ácido fosfatídico

fosfatidiletanolamina

fosfatilcolina (lecitina)fofatidilserina

fosfatildilinositol

fosfatidilglicerol

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• O dipalmitoil-fosfatidilcolina (DPPC) é o principal lipido do tensioactivo pulmonar, constituido por uma mistura de proteínas e lípidos que são essenciais à função pulmonar normal. As superfícies dos alvéolos são cobertas desse tensioactivo que contém 80 a 90% de fosfolipidos, predominantemente (70-80%) de DPPC.

• Como as cadeias do ácido palmítico são saturadas estendem-se linearmente, sem dobras, numa disposição compacta com as caudas apolares voltadas para cima e as cabeças polares para as células alvéolares.

Lípidos

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Lípidos

• Quando se expira os alvéolos contraiem-se, sendo o seu esvaziamento completo evitado pelo tensioactivo que resiste à compressão porque as cadeias do ácido palmítico o impedem.

• Os bébés prematuros e alguns adultos sofrem de “Síndrome de Angústia Respiratória” resultante da ineficiência do tensioactivo que leva ao colapso dos alvéolos. O tratamento é feito pela introdução do tensioactivo.

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Lípidos• Ácidos fosfatidílicos• São substâncias intermediárias na biosíntese de fosfogliceridos

• Ésteres fosfatidílicos• Os mais importantes ésteres fosfatidílicos são as Lecitinas e as

Cefalinas

• LECITINAS• As lecitinas encontram-se em grandes quantidades na gema do ovo

e no fígado e constituem a fracção fosfolipídica mais importante do plasma de coelho e do homem.

• São possíveis enúmeras lecitinas diferentes devido à ampla variedade de ácidos gordos que se podem ligar à molécula de glicerina.

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Lípidos

• Estrutura• R1 e R2 são

predominantemente ácidos gordos insaturados em C18. CH2-O-P-O-CH3-CH2-N-(CH3)3

O

CH2

OH

CH3-O-C=C-R1

OR2-C-

O

• Propriedades físicas• As lecitinas são substâncias sólidas, incolores,

que por exposição ao ar e à luz amarelecem, sendo higroscópicas, cristalizam em certas condições. São substâncias anfipáticas.

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Lípidos

• As estruturas dos glicerofosfolipidos são hidrolisadas pelas enzimas fosfolipases.

• A fosfolipase A2 remove por hidrólise o ácido gordo ligado ao C2 formando um lisofosfolipido do glicerol.

CH2-O-P-O-X

O

CH2

OH

CH3-O-C-R1

O

OR2-C-

O

Fosfolipase A1

Fosfolipase A2

Fosfolipase C fosfolipase D

H2O

fosfolipase A2

CH2-O-P-O-X

O

CH2

OH

CH3-O-C-R1

O

OH

R2-C-OH

O

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Lípidos

• CEFALINAS• São ésteres fosfatidílicos que se encontram no cérebro,

fígado e leveduras.• Do mesmo modo que nas lecitinas, há um número muito

elevado de cefalinas, devido ao número de ácidos gordos que se podem ligar à molécula de glicerina.

• Os alcoóis caracterizados que se ligam ao resíduo fosfórico são a etanolamina e a serina.

• As cefalinas com etanolamina são as mais largamente distribuidas e nelas se encontram ácidos godos saturados e insaturados em igualdade de percentagem.

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Lípidos

• LISOFOSFATIDOS

• O ácido lisofosfatidilico possui uma cabeça polar pequena e é produzido pela hidrólise dos lípidos das membranas das plaquetas sanguíneas e de células danificadas, estimulando o crescimento celular como processo de reconstrução da zona lesada.

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Lípidos

• PLASMALOGÉNEOS• São glicerofosfolipidos no quais o

substituinte em C1 do glicerol está ligado por meio de uma função éter -insaturada na configuração cis.

• A etanolamina, a colina e a serina fazem parte das cabeças polares mais comuns.

• A função dos plasmalogéneos ainda não é conhecida mas encontram-se na mielina cerebral e nervosa, músculo cardíaco e músculo estriado.

CH2-O-P-O-X

O

CH2

OH

CH3-O-C=C-R1

OR2-C-

O

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Lípidos

• ESFINGOLIPIDOS• São componentes das

membranas dos tecidos cerebral e nervoso, sendo a sua maioria derivada do aminoálcool em C18 a Esfingosina que é insaturada com configuração trans.

• Os derivados de ácidos gordos N-acil chamam-se Ceramidas. Estas são precursoras esfingolipidos.

HO-CH2-CH-CHOH

NH2CH

(CH2)12

CH3

HC

O=C

R

Esfingosina

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Lípidos

• Dentre os esfingolipidos temos a considerar:

• Esfingomielinas• As Esfingomielinas são ceramidas cujo

grupo polar pode ser constituido por uma fosfocolina ou uma fosfoetanolamina.

• A bainha de melina que reveste e isola electricamente muitos axónios é rica em esfingomielinas.

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Lípidos• GLUCOLÍPIDOS• Os componentes mais

importantes deste grupo são

• Cerebrosidos• Gangliosidos

• CEREBROSIDOS São ceramidas cujas cabeças

polares consistem num único resíduo de açúcar, tornando-os glicoesfingolipidos.

• Os galactocerebrósidos e os glicocerebrósidos são os mais comuns. Estes compostos como não possuem fosfato não são iónicos.

CH-CH2-CH3OH

NH2CH

(CH2)12

CH3

HC

O=C

R

OH

H

HO

H

HOHH

O-CH2

OHHO

OH

HC

HN

O=C

(CH2)22

CH3

Galactose

ácido linocérico

esfingosina

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Lípidos

• 3- Os gangliósidos são os esfingolipidos mais complexos, porque são ceramidas ligadas a um oligossacarido que inclui pelo menos um resíduo de ácido siálico

O-CH2-CH-CHOH

NH2CH

(CH2)12

CH3

HC

O=C

R

Esfingosina

OH

H

HO

H

HOHH

OH

O

O

H

H

OH

H

HH

OH

NH

C=OH3C

O

O

H

H

O

H

HOHH

OH

O

H

HO

H

O

H

HOHH

OH

ONH

H

COOH

H

HOH

H

(CH2OH)2

H

CH2OH

CH3C

O

D-galactose

N-acetil-D-galactosamina

D-galactose

D-glucose

ácido siálico(N-acetilneuramínico)

HO

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Lípidos

• Os ganglósidos têm um significado fisiológico importante, porque as suas cabeças com açúcares estendem-se para lá da superfície das membranas celulares, agindo como receptores específicos para hormonas pituitárias, para toxinas bacterianas, como a toxina da cólera, e são determinantes no reconhecimento célula a célula, regulando o crescimento e diferenciação dos tecidos.

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Lípidos

• Perturbações no metabolismo dos gangliósidos originam várias doenças entre as quais a doença de Tay-Sachs caracterizada por uma degradação neurológica quase sempre fatal no início da infância.

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Lípidos• PROTAGLANDINAS• São substâncias que

aparentemente actuam como moduladoras da actividade hormonal. Têm acção na contracção da musculatura lisa e na descida da pressão arterial

• As prostaglandinas, juntamente com os tromboxanos e as prostaciclinas formam a classe dos prostanóides, derivados de ácidos gordos.

• A classe dos prostanóides é uma sub-classe dos eicosanóides.

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Lípidos

• As prostaglandinas causam uma maior permeabilidade capilar e também tem o poder da quimiotaxia, atraíndo células como macrófagos especializadas na fagocitose de restos celulares resultantes durante o processo inflamatório.

• São substâncias que agem como hormonas locais, são ácidos gordos produzidos por quase todas as células do corpo. A sua acção varia de acordo com a célula alvo, sendo a sua vida útil muito curta.

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Lípidos

• A sua síntese e liberação no endométrio feminino são regulados pelo:

• Estrógenio: estimula a síntese de prostaglandina • Progesterona: inibe a liberação de

prostaglandinas • Na gravidez o excesso de estrógeno, aumenta a

concentração de prostaglandinas provocando a contração do endométrio e por consequência a expulsão do feto.

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Lípidos• TROMBOXANOS

• Os tromboxanos são membros de uma família de lípidos chamada eicosanóides.

• Os tromboxanos são vasoconstritores e potentes agentes hipertensivos, além de facilitarem a agregação plaquetária.

• Normalmente encontram-se num equilíbrio homeostático no sistema circulatório, juntamente com as prostaciclinas.

Tromboxano

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Lípidos

• Medicamentos que contenham aspirina agem inibindo a capacidade da ciclooxigenase (COX) sintetizar precursores dos troboxanos nas plaquetas. Como efeito colateral, pessoas que tomam aspirina regularmente podem sofrer hemorregias com maior freqüência.

• Tromboxanos são assim nomeados em referência à sua capacidade de formar trombos.

• Trombo é uma formação sólida no interior de um vaso sanguíneo.

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Lípidos

• PROSTACICLINAS• As prostaciclinas têm propriedades

anticoagulantes típicas do endotélio vascular, com propriedades vasodilatadoras, antiagregantes e citoprotectoras .

• Estas substâncias são os vasodilatadores pulmonares mais potentes conhecidos até o momento. A produção endógena de prostaciclinas está reduzida nos pacientes com hipertensão primária.

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Lípidos

• LEUCOTRIENOS• São eicosanóicos mediadores autócrinos e parácrinos. • Os leucotrienos são extremamente potentes na

constrição da musculatura lisa. Como as vias aéreas periféricas dos pulmões são sensíveis, é possível administrar esse tipo de substância a pacientes com dificuldades respiratórias, como os asmáticos. Além disso, os leucotrienos participam nos processos de inflamação crônica, aumentando a permeabilidade vascular e favorecendo, portanto, o edema da zona afetada.

Leucotrieno

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Lípidos

• Em bioquímica, chamam-se eicosanóides às moléculas derivadas de ácidos gordos das famílias ómega-3 e ómega-6.

• Os eicosanóides exercem um control complexo sobre diversos sistemas do organismo humano, especialmente na inflamação, imunidade, e como mensageiros do sistema nervoso central. As redes de controles biológicos que dependem dos eicosanóides estão entre as mais complexas do corpo humano.

• Todos os eicosanóides são derivados de um mesmo ácido gordo, o ácido araquidônico (C20: 4 D 5,8,11,14). A fosfolipase A2 é responsável pela hidrólise deste ácido, contido no C2 do glicerofosfolipídeo das membranas.

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Lípidos

• Mediadores autócrinos são mensageiros químico (hormonas) produzidos por uma célula (chamado de agente autócrino) e que agem nesta mesma célula.

• Mediadores parácrinos são moléculas produzidas por uma célula para agir sobre células vizinhas a ela. O efeito parácrino tem a função de suprir a necessidade de um conjunto de células adjacentes por uma grande concentração de hormonas sem comprometer outras células do corpo com uma possível toxicidade.