1964 a conquista do estado - rene armand dreifuss

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René Armand Dreifuss. 1964 A conquista do Estado – Ação Política, Poder e Golpe de Classe. Petrópolis: Editora Vozes, 3 ed., 1981. I – Formação do populismo II – A ascendência econômica do capital multinacional e associado Baseando-se em pesquisa acerca da composição empresarial na economia brasileira, o autor afirma que “Através de seu controle oligopolista do mercado, as companhias multinacionais ditavam o ritmo e a orientação da economia da economia brasileira.” (p.57) “A maior parte dos investimentos no Brasil era feita por corporações americanas multinacionais de maior importância, organizadas localmente de acordo com a lei brasileira de modo a usufruir vantagens administrativas e tributárias. Em alguns casos essas corporações eram organizadas sob um nome tal que não as ligava, à primeira vista, à matriz, a fim de ganhar identidade local. Esses investimentos eram feitos em sua maior parte em indústrias cuja produção ajustava-se a um mercado consumidor de classe média e não tanto para a exportação. Foi esse altamente necessário mercado interno que 1

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Page 1: 1964 a Conquista Do Estado - Rene Armand Dreifuss

René Armand Dreifuss. 1964 A conquista do Estado – Ação Política,

Poder e Golpe de Classe. Petrópolis: Editora Vozes, 3 ed., 1981.

I – Formação do populismo

II – A ascendência econômica do capital multinacional e associado

Baseando-se em pesquisa acerca da composição empresarial na

economia brasileira, o autor afirma que “Através de seu controle

oligopolista do mercado, as companhias multinacionais ditavam o ritmo

e a orientação da economia da economia brasileira.” (p.57)

“A maior parte dos investimentos no Brasil era feita por

corporações americanas multinacionais de maior importância,

organizadas localmente de acordo com a lei brasileira de modo a

usufruir vantagens administrativas e tributárias. Em alguns casos essas

corporações eram organizadas sob um nome tal que não as ligava, à

primeira vista, à matriz, a fim de ganhar identidade local. Esses

investimentos eram feitos em sua maior parte em indústrias cuja

produção ajustava-se a um mercado consumidor de classe média e não

tanto para a exportação. Foi esse altamente necessário mercado interno

que seria consolidado, depois de 1964, pelo fornecimento das camadas

médias em detrimento das classes trabalhadoras industriais e rurais.”

(p. 57)

Na página seguinte o autor menciona várias empresas que estarão

realizando importantes investimentos no Brasil e participaram do

esforço ideológico de derruba do regime João Goulart.

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Page 2: 1964 a Conquista Do Estado - Rene Armand Dreifuss

“O capital monopolista mediado pela penetração de corporações

multinacionais, redefinia a divisão internacional do trabalho e

estabelecia um novo produtivo chave e um bloco organizacional dentro

da estrutura sócio-econômica brasileira. A industrialização do Brasil seria

integrada e absorvida por corporações multinacionais de acordo com a

estratégia de ampliação do capital global, sublinhando os novos graus

de internacionalização, centralização e concentração de capital. O

capital monopolista transnacional ganhou uma posição estratégica na

economia brasileira, determinando o ritmo e a direção da

industrialização e estipulando a forma de expansão capitalista nacional.”

(p.62)

II – A estrutura política de poder do capital multinacional e seus

interesses associados.

Toda “estrutura de poder político de classe do bloco multinacional

e associado era corporificado numa intelligentsia empresarial. Esses

agentes sociais modernizante-conservadores, todos eles verdadeiros

intelectuais orgânicos (grifo JH)do novo bloco em formação, eram:

a) diretores de corporações multinacionais e diretores e

proprietários de interesses associados, muitos deles com

qualificação profissional;

b) administradores de empresas privadas, técnicos e executivos

estatais que faziam parte da tecnoburocracia;

c) oficiais militares

ADELA página 61

Vínculo entre os militares e os empresários.

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Page 3: 1964 a Conquista Do Estado - Rene Armand Dreifuss

com a Escola Superior de Guerra identificava-se “a mente militar

das Américas com o centro militar hegemônico, assim como a uma

forma específica de desenvolvimento sócio-econômico.” (p.79)

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