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    OAB XIV EXAME 2 FASEProcesso do Trabalho

    Aryanna Manfredini

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    RESOLUO DO SEGUNDO EXERCCIO DE RECURSO ORDINRIO (IX EXAME DEORDEM)

    O pedido formulado numa reclamao trabalhista foi julgado procedente em parte. O juizcondenou a autora a 6 meses de deteno por crime contra a organizao do trabalho , poiscomprovadamente ela estava recebendo seguro desemprego nos dois primeiros meses docontrato de trabalho e por isso pediu para a empresa no assinar a sua CTPS nesse perodo; omagistrado reconheceu que a autora excedia a jornada em 3 horas dirias mas limitou opagamento da sobrejornada a duas horas por dia com adicional de 50% , em razo do Art. 59da CLT; reconheceu que a acionante trabalhou 10 horas em regime de prontido no ltimo mstrabalhado e deferiu o pagamento de 1/3 dessas horas; reconheceu que o local de trabalho daautora era de difcil acesso e que no deslocamento ela gastava 2 horas dirias mas, por existiracordo coletivo fixando a mdia de 1:30 h, com transporte concedido pelo empregador, deferiu,com base no 3 do Art. 58, da CLT, 1:30 h por dia como hora in itinere; deferiu o requerimentoda empresa e, com sustentculo no Art. 940 do CCB, determinou a devoluo em dobro do 13salrio do ano de 2012 porque a autora o postulou integralmente, sem qualquer ressalva, quandoa 1 parcela j havia sido quitada pela empresa. As custas foram arbitradas em R$ 300,00 sobre o valor arbitrado condenao de R$ 15.000,00. Autora: Vernica Silva; R: Indstria Metalrgica Ribeiro S.A., que possui 1.600 empregados;Processo 1111-55.2012.5.03.0100, em trmite na 100 VT/MG. Analisando a narrativa e considerando que a trabalhadora no se conformou com a sentena,apresente a pea pertinente reverso da deciso, no que couber, sem criar dados ou fatos noinformados.

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 100 VARA DO TRABALHO DO ...../MG

    Processo n. 1111-55.2012.5.03.0100

    VERNICA SILVA, j qualificada nos autos em epgrafe, em que contende com IndstriaMETALRGICA RIBEIRO S.A., tambm qualificada, vem respeitosamente perante VossaExcelncia, por intermdio de seu advogado adiante assinado, com fulcro nos artigos 893, II e895, I, da CLT, interpor:

    RECURSO ORDINRIO

    Para o Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da 3 Regio.

    Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso, dentre osquais se destacam a legitimidade, a capacidade, o interesse processual, a tempestividade e aregularidade de representao.

    Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimao da outra partepara apresentar contrarrazes ao recurso ordinrio, no prazo de 8 dias, conforme estabelece oart. 900 da CLT, e a posterior remessa ao Egrgio Tribunal do Trabalho da 3 Regio.

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    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    Local e Data.

    Advogado

    OAB n.

    EGRGIO TRIBIUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3 REGIO

    RAZES DO RECURSO ORDINRIO

    A respeitvel sentena no merece ser mantida, razo pela qual requer a sua reforma.

    I - MRITO

    1. INCOMPETNCIA ABSOLUTA

    O juzo a quo condenou a autora a 6 meses de deteno por crime contra a organizaodo trabalho.

    A sentena no merece ser mantida, pois, nos termos da ADI 3684, a Justia do Trabalho incompetente para processar e julgar crimes. Ademais, a competncia para julgar crimes contraa organizao do trabalho da Justia Comum Federal, nos termos do art. 109, VI, da CF. Aapreciao de prtica criminosa pelo juiz do trabalho implica violao ao devido processo legal e,assim, ao art. 5, LIV, da CF.

    Diante do exposto, requer a reforma da sentena para afastar a condenao da parteautora.

    LEGISLAO ESPECFICA

    Art. 5, CF. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-seaos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

    Art. 109, CF. Aos juzes federais compete processar e julgar:VI - os crimes contra a organizao do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o

    sistema financeiro e a ordem econmico-financeira; Sugesto de remisso: no art. 301, II, do CPC, incluir o art. 109, VI, da CF.

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    2. HORAS EXTRAS

    O Juzo a quo reconheceu que a autora excedia a jornada em 3 horas dirias, mas limitouo pagamento da sobrejornada a duas horas por dia com adicional de 50% , em razo do art. 59da CLT.

    A sentena no merece ser mantida, pois, nos termos da smula 376, I, do TST, alimitao legal da jornada suplementar a duas horas dirias, prevista no art. 59 da CLT, noexime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas em regime de sobrejornada, emobservncia ao princpio da primazia da realidade, sob pena de enriquecimento ilcito doempregador.

    Diante do exposto, requer a reforma da sentena para condenar a reclamada aopagamento de 3 horas extras dirias, acrescidas de 50%.

    LEGISLAO ESPECFICA

    Smula 376, TST. HORAS EXTRAS. LIMITAO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (converso dasOrientaes Jurisprudenciais n s 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005I - A limitao legal da jornada suplementar a duas horas dirias no exime o empregador depagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ n 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)

    Art. 59, CLT. A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, emnmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, oumediante contrato coletivo de trabalho.

    SUGESTO DE REMISSO: no art. 59 da CLT, acrescentar a smula 376 do TST.

    3. PRONTIDO

    O juzo a quo reconheceu que a acionante laborou 10 horas em regime de prontido, noltimo ms trabalhado e deferiu o pagamento de 1/3 dessas horas.

    A sentena no merece ser mantida, pois, nos termos do art. 244, 3, da CLT, as horas

    de prontido devem ser pagas na razo de 2/3 da hora normal.Diante do exposto, requer a reforma da sentena para condenar a reclamada ao

    pagamento 2/3 da hora normal, em decorrncia das horas de prontido.

    Legislao Especfica

    Art. 244, CLT. As estradas de ferro podero ter empregados extranumerrios, de sobre-aviso ede prontido, para executarem servios imprevistos ou para substituies de outros empregadosque faltem escala organizada.

    3 Considera-se de "prontido" o empregado que ficar nas dependncias da estrada,aguardando ordens. A escala de prontido ser, no mximo, de doze horas. As horas de

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    prontido sero, para todos os efeitos, contadas razo de 2/3 (dois teros) do salrio-horanormal

    SUGESTO DE REMISSO: no h.

    4. HORAS IN ITINERE

    O juzo a quo reconheceu que o local de trabalho da autora era de difcil acesso e que, nodeslocamento, ela gastava 2 horas dirias, mas, por existir acordo coletivo fixando a mdia de1:30 h, com transporte concedido pelo empregador, deferiu, com base no 3 do art. 58, da CLT,1:30 h por dia como hora in i tinere.

    A sentena no merece ser mantida, pois , nos termos do art. 58, 3, da CLT, somente asmicroempresas e empresas de pequeno porte podero, por meio de acordo ou conveno

    coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difcil acesso ou noservido por transporte pblico, fixar o tempo mdio despendido pelo empregado nodeslocamento. A norma coletiva, portanto, no se aplica a empresas de grande porte, como ocaso da r, que uma sociedade annima. Ressalte-se que, nos artigos 3, caput, e 30, 3, I,da LC 123/06, as sociedades annimas no podem ser consideradas microempresas ouempresas de pequeno porte.

    Diante do exposto, requer a reforma da sentena para condenar a reclamada a pagar 2horas extras dirias pelo tempo de deslocamento.

    Legislao Especfica

    Art. 58, CLT. A durao normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada,no exceder de 8 (oito) horas dirias, desde que no seja fixado expressamente outro limite. 3o Podero ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio deacordo ou conveno coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local dedifcil acesso ou no servido por transporte pblico, o tempo mdio despendido pelo empregado,bem como a forma e a natureza da remunerao.

    Art. 3, LC 123/2006. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ouempresas de pequeno porte a sociedade empresria, a sociedade simples, a empresa individualde responsabilidade limitada e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ouno Registro Civil de Pessoas Jurdicas, conforme o caso, desde que:

    I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e

    II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta superiora R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trsmilhes e seiscentos mil reais).

    Art. 30, LC 123/2006. A excluso do Simples Nacional, mediante comunicao dasmicroempresas ou das empresas de pequeno porte, dar-se-:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
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    3o A alterao de dados no CNPJ, informada pela ME ou EPP Secretaria da Receita Federaldo Brasil, equivaler comunicao obrigatria de excluso do Simples Nacional nas seguinteshipteses:

    I - alterao de natureza jurdica para Sociedade Annima, Sociedade Empresria em Comanditapor Aes, Sociedade em Conta de Participao ou Estabelecimento, no Brasil, de SociedadeEstrangeira;

    SUGESTO DE REMISSO:no art. 58, 3, da CLT incluir o art. 3 e 30, 3, I, da LC123/2006.

    5. DEVOLUO DO DCIMO TERCEIRO SALRIO

    O juzo a quo , com sustentculo no art. 940, do CCB, determinou a devoluo em dobro do13 salrio do ano de 2012 porque a autora o postulou integralmente, sem qualquer ressalva,quando a 1 parcela j havia sido quitada pela empresa.

    A sentena no merece ser mantida, pois, nos termos do art. 8, pargrafo nico, da CLT,o direito comum ser fonte subsidiria do direito do trabalho naquilo em que no for incompatvelcom os princpios fundamentais deste e o art. 940, do CCB, incompatvel com o princpio daproteo inerente ao direito do trabalho.

    Diante do exposto, requer a reforma da sentena para que seja afastada a determinaode devoluo em dobro do 13 salrio do ano de 2012.

    Legislao Especfica

    Art. 8, CLT. As autoridades administrativas e a Justia do Trabalho, na falta de disposieslegais ou contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia, por analogia, por eqidadee outros princpios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, deacordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhuminteresse de classe ou particular prevalea sobre o interesse pblico.Pargrafo nico - O direito comum ser fonte subsidiria do direito do trabalho, naquilo em queno for incompatvel com os princpios fundamentais deste.

    Art. 940, CCB. Aquele que demandar por dvida j paga, no todo ou em parte, sem ressalvar asquantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficar obrigado a pagar ao devedor, noprimeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir,salvo se houver prescrio.

    SUGESTO DE REMISSO: no art. 8, da CLT, acrescentar o art. 940 CC.

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    III REQUERIMENTOS FINAIS

    Diante do exposto, requer o conhecimento do presente recurso, e, no mrito, o seu provimento,para fins de reconhecer a incompetncia absoluta da Justia do Trabalho para julgar crimescontra organizao do trabalho e a reforma da sentena para julgar procedentes as postulaesdo reclamante.

    Nestes Termos,Pede Deferimento.Local e Data. Advogado.OAB n.

    _______________________________________________________________

    ESPELHO DE CORREO

    Espelho de correo

    Item Pontuao Nota

    ANLISE ESTRUTURAL- indicao do recurso ordinrio da autoracom base no Art. 895, I da CLT.- direcionamento do recurso ao juiz de 1grau e destinao das razes recursais aoTRT. (0,40)Obs.: A falta de qualquer elementoestrutural ou a indicao de juntada decomprovante de custas e/ou depsitorecursal ocasionar a perda de 0,20 pontos.

    0 / 0,2 /0,4

    INCOMPETNCIA ABSOLUTA a Justiado Trabalho no tem competncia criminalOU houve afronta ao princpio do devidoprocesso legal, pois o magistrado nopoderia apreciar eventualprtica de conduta criminosa OU acompetncia da Justia Federal Comum(0,50).Indicao do Art. 5, LIV ou 114 ou 109, I ou IV ou VI daCF/88 OU Smula 115 TFR OU ADI 3684-0

    (0,20).

    0,00/0,50/

    0,70

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    Item Pontuao Nota

    HORA EXTRAS no devem ficarlimitadas s duas horas, sob pena deenriquecimento ilcito do empregador OUdeve ser observado o princpio da primaziada realidade OU todas as horas extrasprestadas devem ser pagas (0,50).Indicao da Smula 376, I, do TST (0,20).

    0,00/0,50/

    0,70

    HORAS PRONTIDO devem ser pagasna razo de 2/3 da hora normal (0,50).Indicao do Art. 244, 3, da CLT (0,50).

    0,00/0,50/

    1,00

    HORA IN ITINERE a norma coletiva nose aplica a empresas de grande porte,como o caso da r, uma S.A. (0,50).Indicao do Art. 58, 3, da CLT OU Art.3, caput ou 30 3, I da LC 123/06. (0,50).

    0,00/0,50/

    1,00

    ART. 940 do CCB inaplicvel ao processodo trabalho em razo de incompatibilidade

    com o princpio da proteo OU violaprincpios trabalhistas (0,50). Indicao do Art. 8, nico, da CLT (0,30).

    0,00/0,50/

    0,8

    REQUERIMENTOS FINAISEncerramento reiterando a incompetnciaabsoluta (0,10), alm do conhecimento(0,10) e provimento do recurso (0,20).

    0,00/0,10/0,20/0,30/0,40

    TOTAL 5,0