1938 capitulo 3
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69Empreendedorismo
3.1 Contextualizando
Hoje, podemos identificar grande interesse em relação à temática
empreendedora, vindo de áreas e segmentos distintos neste mundo de
mudanças tecnológicas e reestruturação de mercados.
Muitas pessoas vêm se perguntando se devem seguir o seu próprio
desejo e conquistar a busca pela realização de um empreendimento próprio
ou se deveriam buscar as oportunidades nas empresas, como empregados
e até mesmo como agentes governamentais? Essas e outras questões sobre
o empreendedorismo vêm sendo colocadas. E assim, identificamos que a
capacidade empreendedora precisa ser melhor estudada e analisada, pois
o empreendedorismo possui muitas facetas importantes que necessitam ser
compreendidas.
Neste capítulo, vamos estudar o perfil do empreendedor de sucesso,
bem como suas características e os tipos de empreendedores existentes,
principalmente no Brasil, pois acreditamos que empreender envolve a
identificação de oportunidades e a agregação de valor.
Ao final deste capítulo, esperamos que você:
• saiba definir o perfil do empreendedor;
• identifique os tipos de empreendedores;
• defina as características do empreendedor;
• saiba identificar a capacidade de lidar com as mudanças que o
empreendedor precisar ter na sua vida profissional e pessoal.
O PERFIL DO EMPREENDEDOR DE SUCESSO
CAPÍTULO 33
Capítulo 3
70 Empreendedorismo
3.2 Conhecendo a teoria
3.2.1 O perfi l do empreendedor de sucesso
Acredita-se, atualmente, que o empreendedor seja o grande motor
da economia do mundo, um agente de mudanças que pode propiciar o
crescimento dos países e, principalmente, reverter situações de crise. Muitos
autores já mencionados na nossa disciplina apresentam variadas definições
de empreendedorismo, associando o empreendedor ao desenvolvimento
econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades de negócios.
Filion (1999) diz que empreendedor é aquela pessoa que imagina, desenvolve
e realiza visões.
Algumas perguntas propícias ao nosso estudo: quem são estes
empreendedores? Como podemos reconhecê-los? Eles nascem ou são formados
durante a caminhada?
Para essas perguntas, não existem respostas afirmativas ou negativas,
mas existem respostas variadas de acordo com a situação em análise. Em
recentes estudos realizados pela American Express com empreendedores
norte-americanos, a paixão foi considerada a principal motivação para
empreender, compreendendo 38% dos entrevistados. No Brasil, estudos
realizados pelo Sebrae também apresentaram resultados semelhantes, ou
seja, o dinheiro não foi considerado o principal motivador, mas a vontade
de fazer algo que propicie bem-estar à sociedade, além da autonomia como
profissional e a autorrealização.
Segundo Birley e Muzyka (2001), criamos o hábito de acreditar que os
empreendedores nascem de grupos marginais da sociedade, com baixo nível
de escolaridade, ou seja, pessoas mais humildes que tinham a necessidade de
sobrevivência e uma forte necessidade de vencer, mas no decorrer dos estudos,
foi identificado que essas tentativas de classificar empreendedores estavam
incompletas. O empreendedorismo é uma área de estudo muito diversificada
e variável ao longo do tempo.
Temos, sim, empreendedores que nasceram do nada e hoje possuem um
excelente empreendimento, mas também temos aqueles que identificaram
boas oportunidades e investiram tempo, estudos e até mesmo dinheiro
para prosseguir o empreendedorismo. Além daqueles que já estudamos no
Capítulo 3
71Empreendedorismo
capítulo 1, que são influenciados pela família, e em muitos casos, aqueles
sem escolaridade e destituídos de bens, mas que possuem visão de mercado
e conseguem desenvolver um empreendimento. Neste caso, temos o
exemplo de Silvio Santos, que começou sua trajetória no empreendedorismo
aos 14 anos, ao ganhar dinheiro vendendo capas de plástico para título de
eleitor, iniciando o seu império com a vida de camelô. Comprou uma carteira
para guardar título de eleitor e saiu pelas ruas dizendo que era a última,
vendeu e, em seguida, já comprou mais duas peças para venda; assim, logo
estava como ambulante vendendo canetas, baralhos e outros produtos. E
como se destacava ao conversar e tinha uma boa voz, disputou uma vaga
numa emissora de televisão com mais 300 candidatos, ganhando a seleção e
iniciando a sua vida artística.
EXPLORANDOEXPLORANDO
A história do apresentador e empresário Silvio Santos é muito interessante para o perfil de um empreendedor de sucesso, pois o jovem locutor não parou de atuar com as vendas. Continuou querendo ganhar um trocado a mais para a realização do sonho de ter um empreendimento próprio. Visite o site: <http://paginadosilviosantos.com/pags/historia/livro/cap2.htm> e conheça toda a história do mais famoso empreendedor de sucesso do Brasil.
Considerando o exemplo de Silvio Santos, a experiência de vendas o
levou a conseguir uma nova atividade, na função de locutor. Uma função
muito diferente daquela de vendedor ambulante, que até podia exigir um
grau de escolaridade, mas naquele momento, o fator principal foi o seu perfil
e vontade de crescer. O que pretendo com essa colocação? Mostrar a você que
muitos estudos já demonstram que o empreendedor de sucesso tanto pode
ter nível superior e já ter atuado em grandes corporações quanto ter deixado
de estudar muito cedo e iniciado a sua vida empreendedora. De toda forma, é
importante destacar que os estudos sempre vão ser um diferencial e fornecer
embasamento sólido para a formação do empreendedor.
Capítulo 3
72 Empreendedorismo
Você quer saber a resposta da pergunta “sou um empreendedor?” Então, aguarde até o item 3.4 Resolvendo o case, pois vamos aplicar um teste sobre empreendedorismo. Aguarde! Primeiro, vamos continuar o nosso estudo.
Mas o que se sabe, hoje, por meio das pesquisas sobre o perfil do
empreendedor em todo o mundo? Sabemos que o empreendedor é um ser
social; um fenômeno regional, ou seja, existem cidades, regiões e países com
mais empreendedores que outros locais; pessoas com mais características
empreendedoras têm mais chance de sucesso; precisa-se ter um bom
conhecimento do mercado e autoconhecimento para o sucesso do negócio,
dentre outros quesitos destacados pelos nossos estudiosos.
Um dado relevante, e também uma característica do Brasil nos últimos anos,
é o grau de qualificação dos novos empresários ou dos novos empreendedores. O
Relatório GEM 2008 revela que houve um crescimento no grau de estudo e cursos
específicos de gestão dos empreendedores que estão atuando no mercado, muitos
com cursos de especialização, mestrado ou doutorado. Assim como no Canadá,
Estados Unidos, Itália e Califórnia, onde o ensino do empreendedorismo está mais
avançado e estão surgindo empreendedores com grau de conhecimento técnico
de gestão, dispostos a assumir riscos e criar novos negócios.
O livro Empreendedorismo, do Instituto Euvaldo Lodi (2000), lembra
que uma das grandes diferenças entre o empreendedor e as outras pessoas
que atuam no mercado de trabalho é que o empreendedor define o objeto
e caminho que vai direcionar o seu próprio futuro, assumindo riscos maiores,
o que é imprescindível para a descoberta de novas tecnologias e estratégias
para o seu empreendimento.
Dolabela (2004) descreve em seu livro Empreendedorismo: uma forma de
ser que o ato de criar uma cultura empreendedora no país não é somente um
papel das universidades e escolas, mas um papel que cabe a toda a sociedade,
citando um dos paradoxos que vivemos: a nossa economia opera com novos
padrões de relações de trabalho, os jovens mudaram o seu sonho, mas a cultura
familiar e a forma que recebem nas nossas escolas continuam a prepará-
los para uma realidade que não mais existe. Ou seja, precisamos corrigir
deficiências ainda existentes na nossa sociedade e nas escolas, fortalecendo a
cultura empreendedora no Brasil.
Capítulo 3
73Empreendedorismo
EXPLORANDOEXPLORANDO
O livro Boa ideia! E agora?, de Fernando Dolabela, descreve que, para um empreendedor obter sucesso e permanência de mercado, precisa de conhecimento técnico e experiência, mas necessita também de uma dose especial de mudança de cultura das pessoas perante o que é
ser empreendedor e sua importância para o crescimento econômico, social e ambiental da comunidade no qual está inserido. Sugiro que você realize uma leitura desse livro, pois será de grande valia ao estudo da disciplina e crescimento pessoal.
Ainda Dolabela (1999), no livro O segredo de Luísa, faz alguns
questionamentos sobre o perfil do empreendedor de sucesso, principalmente
nas perguntas que muitos pesquisadores fazem a respeito dos traços da
personalidade e atitudes e comportamentos que contribuem para alcançar
o êxito dos negócios. Essas perguntas são realizadas para que possamos
aprender a agir e adotar comportamentos mais assertivos aos negócios que
pretendemos desenvolver ou até mesmo gerenciar.
Outro quesito importante que precisamos realçar neste estudo do perfil
do empreendedor é que ainda não se pode estabelecer uma certeza absoluta
de que os perfis destacados e encontrados em determinado empreendedor
vão ser motivo de sucesso em outro empreendedor. Ou seja, não se pode
afirmar que uma pessoa dotada das características de sucesso de outro
empreendedor irá alcançar o sucesso, mas sim que determinada pessoa que
tiver as características e aptidões descritas nos estudos e pesquisas possui mais
chance de ter sucesso no seu empreendimento.
Mas a grande pergunta que você deve estar se fazendo é: quais são
as características dos empreendedores de sucesso? O que eles possuem de
diferente dos outros empresários? Vamos responder a essas e outras perguntas
no próximo item, porém já informo que hoje há muita concordância entre
pesquisadores e estudiosos sobre as características dos empreendedores de
sucesso. Vamos conhecer?
Capítulo 3
74 Empreendedorismo
3.2.2 Características do empreendedor
Durante as duas últimas décadas,
o perfil empreendedor, destacando-se
suas características, vem apresentando
mudanças, ou seja, evoluções vêm
ocorrendo nesta temática, e cursos e
programas sobre empreendedorismo
propiciam a mudança e novas formas de
pensar o comportamento empreendedor.
O sucesso de uma organização
depende, basicamente, do papel de
empreendedor, sendo ele o personagem
principal para levar o empreendimento
ao sucesso, além de, em muitos casos, exercer, simultaneamente, o papel
de gestor, de estrategista, de produtor e de vendedor dos produtos ou
serviços. Por esses quesitos, o empreendedor deve procurar desenvolver as
características de empreendedor.
Vamos conhecer as características do empreendedor na visão de alguns
autores e instituições de referência na área.
É importante destacar que essas características são formadas num conjunto de fatores de comportamentos e atitudes.
Assim, vamos conhecer primeiramente algumas características que
formam o perfil do empreendedor de sucesso na visão do Sebrae (2010):
• possuir motivação pelo desejo de realizar;
• disposição de correr riscos viáveis, possíveis;
• possuir capacidade de análise;
• necessidade de liberdade para agir e para definir suas metas e os
Figura 1 Mapa do BrasilFonte: <http://aulabrasil.fi les.wordpress.com>.
Capítulo 3
75Empreendedorismo
caminhos para atingi-las;
• saber onde se quer chegar; confiar em si mesmo, sempre com alto
comprometimento;
• não depender dos outros para agir; porém, saber agir em conjunto;
• ser otimista, sem perder o contato com a realidade;
• ser flexível, sempre que preciso;
• saber administrar suas necessidades e frustrações, sem por elas se
deixar dominar;
• ser capaz de manter a automotivação, mesmo em situações difíceis;
• ser capaz de aceitar e aprender com seus erros e com os erros dos outros;
• ser capaz de recomeçar, se necessário;
• manter a autoestima, mesmo em situações de fracasso;
• ser capaz de exercer liderança, de motivar e de orientar outras pessoas
com relação ao trabalho;
• ser criativo na solução de problemas;
• ser capaz de delegar;
• dirigir sua agressividade para a conquista de metas, a solução de
problemas e o enfrentamento de dificuldades;
• ter prazer em realizar o trabalho e em observar o seu próprio
crescimento empresarial;
• ser capaz de administrar bem o tempo, e acima de tudo, conhecer
muito bem o ramo em que atua.
Capítulo 3
76 Empreendedorismo
EXPLORANDOEXPLORANDO
Visite o site do Sebrae e conheça mais sobre as principais características do empreendedor, além de outras informações relativas ao perfil do empreendedor de sucesso. Clique:
<http://www.sebrae-sc.com.br/faq/default.asp?vcdtexto=5287&%5E%5E>
Dolabela (1999) descreve, em seu livro, que o ser é mais importante do
que o saber, consequência das características pessoais que determinam a sua
metodologia de empreendedorismo.
A seguir, apresenta-se um resumo das características dos empreendedores,
baseado na pesquisa de Timmons (1994) e Hornaday (1982), descrito no livro O
Segredo de Luísa, de Fernando Dolabela:
• O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia.
• Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de
realização.
• Trabalha sozinho.
• Tem perseverança e tenacidade.
• O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer.
• O empreendedor aprende com os resultados negativos, com os
próprios erros.
• Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Ele é capaz de se
dedicar intensamente ao trabalho e sabe concentrar os seus esforços
para alcançar resultados.
• Sabe fixar metas e alcançá-las. Luta contra padrões impostos.
Diferencia-se. Tem a capacidade de ocupar um intervalo não ocupado
por outros no mercado, de descobrir nichos.
Capítulo 3
77Empreendedorismo
• Tem forte intuição. Como no esporte, o que importa não é o que se
sabe, mas o que se faz.
• Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz.
• Cria situações para obter feedback sobre o seu comportamento e sabe
utilizar tais informações para o seu aprimoramento.
• Sabe buscar, utilizar e controlar recursos.
• É sonhador realista. É racional, mas usa também a parte direita
do cérebro.
• É líder. Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado
a um “líder de banda”, que dá liberdade a todos os músicos, deles
extraindo o que têm de melhor, mas consegue transformar o conjunto
em algo harmônico, seguindo uma partitura, um tema, um objetivo.
• É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.
• Aceita o dinheiro como uma das medidas do seu desempenho.
• Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas
utilizadas intensamente como suporte para alcançar os seus objetivos.
A rede de relações internas (com sócios, colaboradores) é mais
importante que a externa.
• O empreendedor de sucesso conhece muito bem o ramo em que atua.
• Cultiva a imaginação e aprende a definir visões.
• Traduz seus pensamentos em ações.
• Define o que deve aprender para realizar as suas visões. É proativo diante
daquilo que deve saber: primeiramente, define o que quer, onde quer
chegar, depois busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo.
Preocupa-se em aprender a aprender, porque sabe que, no seu dia-a-dia, será
submetido a situações que exigem constante aprendizado de conhecimentos
que não estão nos livros. O empreendedor é um fixador de metas.
Capítulo 3
78 Empreendedorismo
• Cria um método próprio de aprendizagem. Aprende a partir do que
faz. Emoção e afeto são determinantes para explicar o seu interesse.
Aprende indefinidamente.
• Tem alto grau de “internalidade”, que significa a capacidade de influenciar
as pessoas com as quais lida e a crença de que pode mudar algo no mundo.
A empresa é um sistema social que gira em torno do empreendedor. Ele
acha que pode provocar mudanças nos sistemas em que atua.
• O empreendedor não é um aventureiro; assume riscos moderados.
Gosta do risco, mas faz tudo para minimizá-lo. É inovador e criativo.
(A inovação é relacionada ao produto. É diferente da invenção, que
pode não dar consequência a um produto.)
• Tem alta tolerância à ambiguidade e incerteza e é hábil em definir a
partir do indefinido.
• Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive,
usando-a para detectar oportunidades de negócios.
Figura 2 Empreendedor de sucessoFonte: <www.sxc.hu>.
Mas, afinal, o que preciso ter para ser um empreendedor de sucesso?
Malheiros, Ferla e Cunha (2005) apresentam três importantes fatores que
foram desenvolvidos por um grupo de estudiosos.
Capítulo 3
79Empreendedorismo
• Em primeiro lugar Estão os valores associados ao empreendedor, ou seja, às virtudes que são características fundamentais de quem quer iniciar seu próprio negócio.
• Em segundo lugar Estão as habilidades gerenciais, que incluem estratégias de nicho, gerenciamento do fluxo de caixa, um sistema orçamentário simples, mas eficiente, experiência anterior, educação e estrutura organizacional simples.
• Em terceiro Estão as habilidades pessoais, que incluem um bom relacionamento com um representante de crédito, boas relações com clientes e boas relações com os empregados.
Quadro 1 - Fatores para ser um empreendedor de sucessoFonte: Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p. 23).
Os pontos apresentados são determinantes para que o empreendedor
consiga alcançar seus objetivos e metas, destacando a competência, a
motivação, a criatividade e metas desafiadoras, mas que sejam possíveis
de ser realizadas.
Na visão de Dolabela (1999), os empreendedores dividem-se em dois times: aqueles para quem o sucesso é definido pela sociedade e aqueles que têm uma noção interna do sucesso, sendo que estes últimos possuem mais chance de alcançar a autorrealização.
SAIBA QUE
Vamos seguir no estudo da nossa disciplina para, em seguida, conhecer
alguns tipos de empreendedores, lembrando que o estudo do comportamento
do empreendedor é fonte de pesquisa também para compreender o
comportamento do ser humano no processo de geração de renda e realização
pessoal. Muitos pesquisadores da psicologia vêm estudando o comportamento
de empreendedores ao iniciar a sua atuação, ao desenvolver e manter a
atuação no mercado e sociedade, além de analisar o seu comportamento
familiar e amigos.
Capítulo 3
80 Empreendedorismo
3.2.3 Tipos de empreendedores
Nos capítulos 2 e 3 da nossa disciplina, já abordamos informações sobre
o Relatório GEM, que apresenta o Brasil como um dos dez países líderes no
comportamento empreendedor do mundo, mas por outro lado, apresenta o
Brasil ainda entre os países de maior índice de fechamento – falência de suas
empresas nos primeiros dois anos no ciclo de vida da organização.
Vamos analisar alguns tipos de empreendedores? Em um estudo mais
econômico, Bolton (apud LEITE e OLIVEIRA, 2007), apresenta três tipos de
empreendedores:
• Empreendedor corporativo: aquela pessoa que, a partir de uma
ideia, inicia um negócio, inovando e criando produtos/serviços e
técnicas de atuação, sempre pensando no sucesso e no futuro do
seu empreendimento, além de pensar nas gerações futuras e no
crescimento econômico do negócio e da sociedade.
• Empreendedor interno: possui característica semelhante a do
empreendedor, mas não inicia novos empreendimentos e, sim,
busca desenvolver as suas capacidades numa empresa já existente,
profissional independente, que gerencia suas ações sem vínculo
específico com a organização.
• Empreendedor social: é a pessoa que desenvolve uma atitude
proativa na gestão da organização e na relação com a comunidade,
propiciando benefícios e mudanças que gerem uma melhor qualidade
de vida, ou seja, contribui para a resolução dos problemas sociais,
geralmente desenvolvendo a formação de alianças intersetoriais
entre as organizações presentes na comunidade.
Para Dornelas (2001), existem quatro tipos de empreendedores, sendo:
• O empreendedor que busca resultados (empreendedor clássico):
possui uma grande necessidade de realização e de receber feedback
pela sua atuação, busca sempre estar bem planejado perante seus
objetivos, compromete-se fortemente com a organização e possui um
bom autocontrole.
Capítulo 3
81Empreendedorismo
• O grande vendedor: esse tipo de empreendedor é aquele que tem
uma boa rede de relacionamento e a capacidade de persuadir os
outros ao seu negócio, tendo boa capacidade de entender os
outros, além de acreditar que o relacionamento é a estratégia que
concede o sucesso ao empreendimento. Geralmente, possui alguma
experiência em vendas.
• O gerente: aquele que possui boas habilidades gerenciais combinadas
com uma agressiva orientação ao crescimento profissional, ou seja,
aquele indivíduo que possui o perfil competitivo, que deseja o poder,
e tem atitudes positivas em relação à autoridade. Geralmente, deseja
ficar um pouco distante dos demais funcionários.
• O criativo: gerador de ideias, ele possui desejo de inovação e acredita
que o desenvolvimento de novos produtos é parte crucial para a
estratégia da empresa. Geralmente, são pessoas inteligentes e usam
essa característica como uma vantagem competitiva, além de evitar
tarefas muito arriscadas.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Visite o site <http://www.josedornelas.com.br> e conheça melhor as obras do autor e também alguns estudos de casos da China in Box, do Habib’s, dentre outras pesquisas muito interessantes ao estudo do empreendedorismo. Lembremos que José Dornelas é autor de várias literaturas sobre empreendedorismo e plano de negócio.
Young (1990) apresenta quatro tipos de empreendedores. Vamos conhecer?
• Empreendedor artesão: o indivíduo que é essencialmente um
técnico e escolhe instalar um negócio independente para praticar o
seu conhecimento.
• Empreendedor tecnológico: aquele que associa o desenvolvimento
ou comercialização de um novo produto inovador e que monta um
negócio para introduzir essas melhorias tecnológicas e obter lucro.
Capítulo 3
82 Empreendedorismo
• Empreendedor oportunista: aquele que enfoca o crescimento e o ato
de criar uma nova atividade econômica e que monta, compra e faz
crescer organizações, em resposta a uma oportunidade identificada.
• Empreendedor “estilo de vida”: a pessoa autônoma ou que começa
um negócio por causa da liberdade, independência e outros benefícios
que identifica para seu estilo de vida e que tornam possível um
negócio/ empreendimento.
Importante destacar sobre os tipos de empreendedores apresentados
que em uma pessoa pode ser identificado um único tipo, como pode ser
encontrado mais de um tipo de empreendedor numa única pessoa, ou seja,
isso não invalida o perfil do empreendedor. Os tipos e perfis não são uma
regra para o empreendedorismo. São estudos realizados por pesquisadores,
sendo que você pode se encaixar, ou não, em um determinado modelo ou, por
outro lado, não ter nenhuma das características aqui apresentadas e descobrir
outro perfil que leva ao empreendedorismo.
Ser empreendedor significa, antes de tudo, querer realizar algo novo, colocar em prática o seu sonho, ideia, desejo e assumir riscos para inovar. Ou seja, ser empreendedor é transformar ideias recentes e inovadoras em negócios reais, e conseguir obter lucro e resultados com o seu produto ou serviço, pensando no hoje e no amanhã do seu empreendimento e sustentabilidade da sociedade.
SAIBA QUE
3.2.4 Perfi l do empreendedorismo no Brasil
Já conhecemos o perfil do empreendedor, os tipos de empreendedores e
agora vamos conhecer o perfil do empreendedorismo no Brasil. Vamos conhecer
o que pensam os autores brasileiros e organizações especialistas no assunto.
O Relatório GEM, já mencionado em vários momentos do nosso estudo,
confirma a vocação empreendedora do brasileiro, apresentando uma taxa de
12,7%, o que significa que 13 em cada cem brasileiros adultos estão envolvidos
com alguma atividade empreendedora, colocando o país entre os dez mais
Capítulo 3
83Empreendedorismo
empreendedores do mundo. Outro quesito importante a ser ressaltado pelo
relatório é a participação do empreendedor social, aquele que inova pensando
no crescimento sustentável e na geração da efetiva riqueza nacional.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Outro dado relevante: entre os integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia), em relação ao empreendedorismo, ficamos atrás somente da China, o que é facilmente explicável pela explosão da economia chinesa. Visite o site do Sebrae e tenha mais informações da pesquisa.
Site: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS>
Dornelas (2001), um dos maiores pesquisadores sobre empreendedorismo
no Brasil, diz que a temática ganhou força no Brasil somente a partir da
década de 1990, com a abertura da economia e início das atividades do Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade
Brasileira para Exportação de Software). Porém, isso não significa que não
existiam empreendedores. É certo que existiam, mas muitos atuavam em seus
cenários sem saber do perfil e características empreendedoras.
O Relatório GEM 2008 apresenta o perfil do empreendedorismo no
Brasil, bem como destaca informações relativas ao desempenho das mulheres
empreendedoras, à participação do jovem no mercado de negócios, além da
vontade e motivação para empreender.
Vamos conhecer o perfil do empreendedorismo no Brasil e informações
da pesquisa? As informações apresentadas a seguir foram retiradas do
Relatório GEM 2008 (SEBRAE, 2010):
• O Brasil ocupou a 13ª posição no ranking mundial de empreendedorismo
realizado pelo Global Entrepreneurship Monitor em 2008.
• A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira foi
de 12,02, o que significa que de cada 100 brasileiros 12 realizavam
alguma atividade empreendedora até o momento da pesquisa.
Capítulo 3
84 Empreendedorismo
• O Brasil está vivendo um ciclo de crescimento econômico, com
inclusão social.
• O Brasil ocupa o terceiro lugar como país com a maior população
de indivíduos desempenhando alguma atividade empreendedora,
ficando atrás somente da Índia e dos Estados Unidos.
• O Brasil é um país de alta capacidade empreendedora e que, na média,
entre 2001 e 2008, o brasileiro é 75,58% mais empreendedor que os outros.
• Melhoria observada entre empreendedorismo por oportunidade
e por necessidade, sendo registrados dois empreendedores por
oportunidade para cada empreendedor por necessidade.
• Aumento da atividade empreendedora entre os mais jovens. Jovens
de 18 a 24 anos tiveram a mais alta taxa de empreendedorismo entre
as faixas etárias analisadas.
• Os jovens são mais propensos a novidades e inovações.
• O Brasil apresenta-se com uma das mais baixas taxas de lançamento de
produtos novos (desconhecidos para o consumidor) e de uso de tecnologias
disponíveis há menos de um ano no mercado. Dos países da América
Latina, o Chile, Argentina, Uruguai e Peru destacam-se entre os primeiros.
• O Brasil ainda tem muito a avançar no desenvolvimento e apoio a
incubadoras tecnológicas.
• O Brasil é o país cujos empreendimentos têm menor expectativa de
exportação (0,5% dos empreendimentos são criados com a expectativa
de que mais de 75% dos consumidores sejam provenientes do mercado
externo).
• O Brasil é um dos últimos do ranking dos países com
empreendimentos inovadores.
• Os empreendedores brasileiros se caracterizam como não-inovadores,
dado que 84% só lançam produtos conhecidos no mercado, 65% têm
muitos concorrentes, 98% utilizam tecnologias disponíveis há mais
Capítulo 3
85Empreendedorismo
de um ano no mercado, 85% não possuem expectativa de exportar
seus produtos, 45% abrem suas empresas para gerarem o próprio
emprego, sem expectativa de gerarem novos empregos nos próximos
cinco anos, 78,3% não esperam gerar mais do que cinco empregos
(normalmente de familiares), e 60% desenvolvem atividades
orientadas aos consumidores finais em atividades de prestação de
serviços pessoais, de baixa qualificação.
• Os empreendedores brasileiros em 2008 apresentaram um sensível
crescimento na utilização de recursos financeiros para abertura de
seus empreendimentos.
• O empreendedor se mostrou muito mais otimista com a perspectiva
de retorno do seu investimento do que em anos anteriores.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Sugiro a leitura na íntegra do Relatório GEM 2008. Você pode encontrá-lo no seguinte endereço: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/1d7b269b07fee04a03256eae005ec615/5d1cac412448b0428325757b00697dc7/$FILE/NT0003EF2A.pdf>.
O relatório, além de apresentar informações do Brasil, também demonstra a comparação dos resultados com outros países.
3.2.5 As mudanças no perfi l do empreendedor
Pensar no perfil empreendedor já é pensar em mudanças. A globalização
dos mercados e a mudança de comportamento dos clientes estão alterando as
trajetórias de carreira profissional e até mesmo o funcionamento dos negócios e
a própria natureza de trabalho. O resultado do Relatório GEM que apresentamos
já descreve as mudanças que vêm ocorrendo no perfil do empreendedor, mas
quero destacar aqui, neste item, os pontos que ainda precisam ser mudados.
As empresas de pequeno porte precisam começar a pensar no uso de
tecnologias e identificar as oportunidades de negócios, além de inovar na forma
de relacionamento com os seus clientes. E como sustentam Malheiros, Ferla e
Cunha (2005), não basta ter uma boa formação acadêmica, o aprendizado
Capítulo 3
86 Empreendedorismo
precisa ser permanente, de busca contínua de capacitação profissional e que
proporcione realocação ou recolocação e/ou montagem do próprio negócio.
Os empreendedores precisam ter uma participação diferente no mercado,
precisam ser agentes do crescimento econômico, da geração de empregos, da
inovação e da produtividade de um país que está justamente na fase de crescimento.
E como é destacado no Relatório GEM, isso só será feito com investimentos
contínuos em programas e políticas de apoio ao empreendedorismo.
Outro quesito importante nesse item que já mencionamos no nosso estudo
é o compromisso social do empreendedor. Como ressalta Dolabela (1999), o
empreendedor deve ter comprometimento com o ambiente em todas as suas
esferas: cidadania, ética, economia, justiça social, ambiental, crescimento local,
fortalecendo e preservando o seu ambiente. O empreendedor que contribui
para a economia estará contribuindo para o seu próprio desenvolvimento
como cidadão e empreendedor.
A mudança de comportamento gera novas tendências, novos valores, novos estilos de vida e, portanto, novas oportunidades de negócio (MALHEIROS, FERLA e CUNHA, 2005).
SAIBA QUE
A inovação é o tema principal da mudança no perfil do empreendedor,
pois ele é o agente de mudança, explorando novas oportunidades com a
combinação de recursos do seu dia-a-dia, como: orientação estratégica,
comprometimento e controle dos recursos, estrutura administrativa e filosofia
de recompensas, além da habilidade que geralmente possui para a geração de
ideias, com conotação de realizador, energético e persistente.
Chiavenato (2008) ressalta alguns pontos chaves que devem ser
enaltecidos no perfil do empreendedor: visão sistêmica – o empreendedor
precisa desenvolver mais essa visão sistemática do ambiente em que está
inserido; tomada de decisão – o empreendedor precisa tomar decisões com
maior segurança, o que requer mais informações e conhecimento do assunto;
Capítulo 3
87Empreendedorismo
liderança - o empreendedor deve ser capaz de agregar pessoas por meio da
autoridade e não do poder, criando uma rede de contatos, para desenvolver e
manter relações comerciais; criatividade – o empreendedor precisa ser criativo
para acompanhar a capacidade de execução e inovação.
Hoje, a área emergente do mercado é o conhecimento, desenvolvido basicamente por pesquisadores, cientistas, educadores, consultores e empreendedores..., pois estão debruçados em constantes estudos e ativos na geração de novas ideias e oportunidades.
SAIBA QUE
3.2.6 O empreendedor e a capacitação técnica
O Relatório do GEM constatou que grande parte dos empreendedores
brasileiros, o equivalente a 90%, não participou de atividades relacionadas
à abertura de negócios em qualquer tempo, seja na formação educacional
formal, nos níveis de ensino fundamental, médio e superior, seja por meio
de participação em atividades dessa natureza em modalidades educacionais
diversas (independentes da educação formal). Isso se relaciona a uma das
características do alto índice de empreendedores que não possui conhecimento
e uso de novas tecnologias, além do grande número de falências das empresas
no primeiro e segundo ano de vida (SEBRAE, 2010).
Aqui, destacamos o maior desafio do empreendedorismo e das
instituições de ensino no Brasil: capacitar os futuros profissionais a inovarem,
com a finalidade de formar cidadãos e profissionais para tomar decisões
com certa autonomia e criatividade. A educação empreendedora já deve ser
introduzida nas séries iniciais da educação formal, sendo uma característica de
países como Estados Unidos e Inglaterra, que apresentam um alto índice de
inovação e criação de novos produtos e serviços.
Capítulo 3
88 Empreendedorismo
Se o empreendedorismo deve ser visto como um fenômeno transversal, não somente nas universidades, mas em todos os níveis de educação, a sociedade e todas as esferas governamentais e mercado deveriam estimular a importância de trabalhar as características empreendedoras, certo? Precisamos de empreendedores e intraempreendedores na nossa sociedade.
REFLEXÃO
Na cena atual, o Brasil possui algumas importantes instituições que
oferecem cursos, atividades e palestras de apoio ao empreendedorismo,
além dos cursos de graduação e tecnólogos que muitas instituições de ensino
oferecem na área de empreendedorismo.
Vamos conhecer algumas instituições?
• Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB);
• Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (Anprotec);
• Empreendedores Sociais (Ashoka);
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq);
• Financiadora de Estudos e Projetos (Finep);
• Instituto Empreender Endeavor Brasil (Endeavor);
• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);
• Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro
(Softex).
Outro ponto mencionado no Relatório GEM são as políticas públicas do
Brasil em relação ao empreendedorismo. Percebe-se que há certa distância
entre as políticas do governo federal e àquelas aplicadas pelos governos
estaduais e municipais. Essa situação se deve, em certa medida, à falta de
regulamentação por parte de estados e municípios dos instrumentos de apoio
aos empreendedores e empresas de pequeno porte, previstos pela Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa Lei Complementar (Lei n. 123/2006).
Capítulo 3
89Empreendedorismo
O Brasil vem se destacando no empreendedorismo, mas ainda
há necessidade de buscar aumento do número de cursos e programas
voltados aos pequenos e médios empreendedores, bem como se investir
em formações para instigar e despertar o empreendedorismo, a partir de
cursos de estratégias, tomada de decisão, gestão empreendedora, análise
financeira, marketing, atendimento ao cliente, criatividade e inovação,
entre outras temáticas que devem ser identificadas por região e segmento
de mercado.
Como diz Dolabela em seus livros, o Brasil precisa passar por diversas transformações, e o espírito empreendedor é uma delas. O empreendedor líder é a qualidade da equipe... e esse é o tipo de empreendedorismo que precisamos para o Brasil.
Agora, vamos responder a um teste adaptado do Desarrollo Empresarial
de Monterrey (1990) pelo professor Álvaro Guillermo Rojas Lezana da
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
Vamos fazer um acordo antes de responder? Você só vai verificar a
resposta depois de responder a todas as questões, certo?
3.3 Aplicando a teoria na prática
Perfil de empreendedor
1) Que tipo de atividade seus pais exercem?
a) Os dois têm trabalhado por conta própria a maior parte de suas vidas.
b) Os dois têm trabalhado por conta própria parte de suas vidas.c) Um deles tem trabalhado por conta própria boa parte da
sua vida.d) Nenhum dos dois trabalha por conta própria.
2) Você já foi demitido de algum emprego?
a) Sim, mais de uma vez.b) Sim, uma vez.c) Nunca.
Capítulo 3
90 Empreendedorismo
3) Qual a história da sua família?
a) Nasceu fora do Brasil.b) Um dos pais nasceu fora do Brasil.c) Pelo menos um dos avôs nasceu fora do Brasil.d) Os avôs, os pais e você nasceram no Brasil.
4) Descreva os lugares onde trabalhou.
a) Principalmente em pequenas empresas (menos de 100 funcionários).b) Principalmente, em médias empresas (de 100 a 500 funcionários).c) Principalmente, em grandes empresas (mais de 500 funcionários).
5) Você administrou alguma empresa antes do 20 anos (por exemplo, uma loja, segmento de varejo ou outros)?
a) Muitas.b) Algumas.c) Nenhuma.
6) Qual a sua idade?
a) Entre 21 e 30 anos.b) Entre 31 e 40 anos.c) Entre 41 e 50 anos.d) Mais de 50 anos.
7) Que lugar ocupa na sua família?
a) Primogênito.b) Irmão do meio.c) O mais jovem.d) Filho adotivo ou outra classe.
8) Estado civil:
a) Casado.b) Divorciado.c) Solteiro.
9) Qual é o nível de seus estudos?
a) Ensino fundamental.b) Ensino médio.c) Técnico de nível médio.d) Graduação.e) Mestrado ou doutorado.
10) Que motivo principal o impulsiona a criar uma empresa?
a) Dinheiro.b) Trabalhar de forma independente.c) Sentir-se importante.d) Dar vazão a sua energia.
Capítulo 3
91Empreendedorismo
11) Descreva o tipo de relação com o pai que contribuía ou contribui com a maior parte do orçamento familiar.
a) Amistosa.b) Boa.c) Competitiva.d) Inexistente.
12) Qual das opções escolheria: trabalhar duro ou trabalhar inteligentemente?
a) Trabalhar duro.b) Trabalhar inteligentemente.c) Ambas.
13) Com que pessoa conta como conselheiro para iniciar a empresa?
a) Com um familiar.b) Com alguém que iniciou outra empresa.c) Com uma pessoa de recursos.d) Com você mesmo e mais ninguém.
14) Ao participar de uma corrida de cavalos, que tipo de aposta você faria?
a) Apostar tudo, com oportunidade de dar um golpe excepcional.b) Apostar 10 contra 1.c) Apostar 3 contra 1.d) Apostar 2 contra 1.
15) Que fator considera você, ao mesmo tempo, necessário e suficiente para empreender um negócio?
a) Dinheiro.b) Clientes.c) Uma ideia ou produto.d) Motivação e trabalho duro.
16) Se fosse um jogador de tênis talentoso e tivesse a oportunidade de jogar com um profissional de primeira ordem, o que faria:
a) Recusar o convite porque perderia facilmente.b) Aceitar o desafio sem apostar dinheiro na partida.c) Apostar uma semana de salário na sua vitória.d) Apostar todo o possível para ganhar uma fortuna e liquidar o
campeão.
17) Qual das situações seguintes lhe convenceria mais rapidamente se tivesse uma empresa?
a) Novas ideias de produtos.b) Novos empregados.c) Novas ideias de manufatura.d) Novos programas financeiros.e) Todas.
Capítulo 3
92 Empreendedorismo
18) Das personalidades a seguir, qual é a melhor preparada para chegar a ser seu braço direito?
a) Inteligente e enérgico.b) Inteligente e preguiçoso.c) Preguiçoso e enérgico.
19) Por que razão seu trabalho é melhor do que os demais?
a) Porque gosta de cumprir com seus compromissos.b) Porque sempre organiza bem seus assuntos.c) Porque está acostumado a sair adiante.
20) Que pontos não gosta de discutir?
a) Problemas relacionados às pessoas.b) Problemas de dinheiro.c) Problemas de organização.d) O futuro.
21) Qual a sua preferência?
a) Jogar um dado com uma oportunidade sobre 3 de ganhar.b) Trabalhar num problema com uma oportunidade sobre 3 de
resolvê-lo no prazo previsto.
22) Se dependesse de você, qual das seguintes profissões escolheria?
a) Esportista profissional.b) Vendas.c) Consultoria pessoal.d) O ensino.
23) Que sócio escolheria para trabalhar?
a) Um velho amigo.b) Um expert na matéria.
24) Em que situação lhe agrada mais para um encontro com um grupo de pessoas?
a) Quando o grupo tem algo importante a fazer.b) Quando você pode fazer algo novo e diferente.c) Quando o grupo não tem planejado nada específico.
25) Com que grau você concorda com a seguinte afirmação: “Nas situações onde os negócios demandam que se empreendam ações, o fato de identificar o responsável pode ajudar nos resultados”?
a) De acordo.b) De acordo com reservas.c) Em desacordo.
Capítulo 3
93Empreendedorismo
26) Quando você participa de competições, o que mais lhe preocupa?
a) A forma como joga.b) Ganhar ou perder.c) Ambas.d) Nenhuma.
Fonte: Questionário produzido pela Desarrollo Empresarial de Monterrey (1990), citado pelo professor Álvaro Guillermo
Rojas Lezana, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
3.3.1 Resolvendo
Forma de calcular o resultado
Atribua a cada uma das respostas o número de pontos indicados na
tabela da próxima página e some os pontos acumulados.
Perg
un
ta RESPOSTA
Perg
un
ta RESPOSTA
A B C D E A B C D E
1 10 5 5 2 - 14 0 2 10 3 -
2 10 7 0 - - 15 0 10 0 0 -
3 5 4 3 0 - 16 0 10 3 0 -
4 10 5 0 - - 17 5 5 5 5 15
5 10 7 0 - - 18 2 10 0 - -
6 8 10 5 2 - 19 5 15 5 - -
7 15 2 0 0 - 20 8 10 0 0 -
8 10 2 2 - - 21 0 15 - - -
9 0 2 3 10 8 22 3 10 0 0 -
10 0 15 0 0 - 23 0 10 - - -
11 10 5 10 5 - 24 3 3 10 - -
12 0 5 10 - - 25 10 2 0 - -
13 0 10 0 5 - 26 8 10 15 0 -
Total
Capítulo 3
94 Empreendedorismo
PONTOS PERFIL
• 235-285Empreendedor com êxito. Pode iniciar várias empresas com êxito.
• 200-234 Empreendedor. Pode iniciar uma empresa com êxito.
• 185-199Empreendedor latente. Tem vontade de iniciar um negócio.
• 170-184Empreendedor potencial. Tem habilidade, mas ainda não pensou num negócio próprio.
• 155- 169Empreendedor incipiente. Necessita de treinamento para ter êxito.
Como foi o seu resultado? Em qual estágio você se encontra? É importante
destacar que o resultado do teste não corresponde a uma certeza de 100%
sobre ser um empreendedor, mas os resultados obtidos podem ajudar quem
pretende abrir um empreendimento, além de propiciar informações sobre os
quesitos que você precisa estudar ou pesquisar para abrir o negócio.
3.4 Para saber mais
Estamos chegando ao final do nosso terceiro capítulo e quero deixar
algumas sugestões de livros para leitura e filmes para você assistir.
Livros:
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do
empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 2008.
Um livro tanto indicado para os cursos de empreendedorismo quanto
para os empreendedores interessados em iniciar ou aprimorar um negócio.
Um aspecto interessante nessa leitura são os exemplos e técnicas apresentadas,
que correspondem ao perfil do empreendedorismo no Brasil.
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor.
São Paulo: Saraiva, 2008.
O autor Chiavenato já pode ser considerado referencial nos cursos de
administração, um autor que você vai ouvir falar em muitas disciplinas. O livro
Capítulo 3
95Empreendedorismo
aborda desde decisões iniciais e básicas para começar um negócio, passando
por planejamento, organização e demais atividades internas da organização,
chegando às maneiras de sustentar a lucratividade e gerações futuras.
Filmes:
Jerry Maguire – A grande virada (2008) é um filme muito interessante para você,
pois deixa alguns recados e reflexões para a nossa vida profissional e pessoal,
como ter claro os objetivos e metas de vida, além de pensar no futuro, ter amor
por aquilo que se faz e a importância dos relacionamentos que construímos
durante a nossa caminhada, principalmente a relação empresa e funcionários.
O filme A pequena Miss Sunshine (2008) é uma comédia que faz rir e, ao mesmo
tempo, permite refletir sobre o nosso “eu” e sobre os aspectos da vida. Conta a
história de uma família muito estranha que busca atingir um objetivo, destacando
que o verdadeiro empreendedor sempre enxerga os fracassos como momentos de
aprendizado para que possa se desenvolver e errar menos. Uma mensagem especial
do filme: “o verdadeiro fracassado não é alguém que não vence. O verdadeiro
fracassado é aquele que tem tanto medo de não vencer que não chega a tentar”.
3.5 Relembrando
Neste capítulo, conhecemos as principais características do perfil
empreendedor e destacamos os tipos de empreendedores e aqueles mais
identificados no mercado brasileiro, bem como o atual perfil do empreendedor
brasileiro nas últimas pesquisas do Relatório GEM 2008 e 2009 do Sebrae. Neste
estudo, sugiro que tenha uma atenção especial às informações e aos números da
pesquisa, pois se destaca o crescimento do público jovem no empreendedorismo
e a melhora do empreendedorismo brasileiro na gestão das empresas.
Principais pontos abordados neste capítulo:
• o perfil do empreendedor de sucesso;
• as principais características do empreendedor;
• os tipos de empreendedores mais conhecidos e característicos do Brasil;
• as principais mudanças que vêm ocorrendo no perfil do empreendedor;
• a importância da capacitação técnica ao empreendedor;
• os principais resultados do Relatório GEM 2008 do SEBRAE.
Capítulo 3
96 Empreendedorismo
3.6 Testando os seus conhecimentos
Vamos resolver dois exercícios para testar o aprendizado do capítulo 3
da nossa disciplina de Empreendedorismo.
1) Com base no estudo realizado e, principalmente, nos resultados apresentados
no Relatório GEM 2008, qual a importância do empreendedorismo no
momento atual da sociedade brasileira?
2) As principais características do empreendedor correspondem a:
I. Comprometimento, liderança, energia, criatividade, poder,
entusiasmo/paixão.
II. Ter autonomia, iniciativa, autoconfiança, otimismo, necessidade de
realização sempre financeira.
III. Ter autonomia, iniciativa, autoconfiança, otimismo, tenacidade e
perseverança.
IV. Sabe fixar metas e alcançá-las. Luta contra ICMS e abertura de mercado.
São incorretas, apenas, as afirmativas:
a) I, II e III. c) I, II e IV.
b) III e IV. d) II, III e IV.
Capítulo 3
97Empreendedorismo
Onde encontrar
BERNARDI, L. A. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos,
estratégias e dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2005.
BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F. Dominando os desafios do empreendedor: o seu
guia para se tornar um empreendedor. São Paulo: Makron Books, 2001.
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor.
São Paulo: Saraiva, 2008.
DE MORI, F. (Org.) Empreender: identificação, avaliando e planejando um
novo negócio. Florianópolis: ENE, 1998. v. 1.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo, transformando ideias em negócios.
Rio de Janeiro: Campus, 2001.
______. Empreendedorismo corporativo. São Paulo: Elsevier, 2003.
______. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de
sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 2008.
DOLABELA, F. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Associados, 1999.
______. Empreendedorismo: uma forma de ser. São Paulo: EAD, 2004.
FILION, L. J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial:
identifique uma visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, p. 63-71, jul./set. 1991.
______. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de
pequenos negócios. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, p.
5-28, abr./jul. 1999.
INSTITUTO EUVALDO LODI. Empreendedorismo: ciência, técnica e arte. Brasília:
Nacional, 2000.
MALHEIROS, R. C. C.; FERLA, Luiz Alberto; CUNHA, Cristiano J. C. de
Almeida. Viagem ao mundo do empreendedorismo. Florianópolis:
Capítulo 3
98 Empreendedorismo
Instituto de Estudos Avançados, 2005.
SEBRAE. Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008. Disponível
em: <http://www.sebrae.com.br/uf/tocantins/acesse/informes-locais/pesquisa-
gem-faz-retrato-do-empreendedorismo-no-brasil/> Acesso em: 25 jun. 2010.
YOUNG, R. Formação entrepreneurial e consolidação de desempenho
empresarial: Relatório final apresentado a Agência para o Desenvolvimento
Internacional, 1990.