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 Libras na Graduação Médica: o Despertar para uma Nova Língua Libras in Medical Graduation: the Awakening to a New Language. Danielle de Azevedo Levino I Emyle Brito de Souza I Pedro Capela Cardoso I  Anderson Carvalho da Silva I  Adriana Edelves T rindade Martins Car valho I PALAVRAS-CHAVE:  Linguagem de Sinais; Surdez; Relações Médico-Paciente;  Acesso aos Serviços de Saúde; Comunicação. RESUMO  Mais de 200 idiomas são fala dos no Brasil e, apesar do domínio da língua portugues a, esta não é capaz de abarcar todas as necessidades de expressão da sociedade pluricultural brasileira. Assim, outras  formas linguísticas surgiram para representar diferente s grupos sociais, como a língua brasileira de sinais (libras), utilizada pelos surdos. Diferentemente de mímica, a libras constitui um sistema lin-  guístico de natureza gestual-visual, com estrutura gramatical própria. No contexto em que muito se discute acessibilidade, torna-se importante difundir conhecimentos sobre libras entre discentes de cursos de saúde, para contribuir na formação de profissionais habilitados a compreender e auxiliar as necessidades das pessoas que a utilizam como sua primeira língua. Assim, este trabalho busca relatar a experiência vivenciada com o minicurso de libras ministrado aos discentes dos cursos de saúde da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e divulgar os resultados colhidos como frutos da oficina que almejou diminuir a desinformação provocada pela barreira linguística e cultural existente entre ouvintes e surdos, proporcionando aos acadêmicos noções elementares que permitam melhorias nas  futuras relaçõ es médico-paciente e stabelecidas entr e esses dois grupos. KEYWORDS: Sign Language; Deafness; Doctor-Patient Relations; Health Services Accessibility;  Communication. ABSTRACT  More than 200 languages are spoken in Brazil and, despite the domination of Portuguese, this lan-  guage is unable to meet all the expressive needs of the multicultural society of Brazil. Thus other linguistic forms have arisen to represent different social groups such as Brazilian Sign Language (LIBRAS) – used by deaf communities of urban Brazil. Unlike mime, LIBRAS is a linguistic system of a visual-gestural nature with its own grammatical structure. In a world where accessibility is increasingly discussed, it is important to disseminate knowledge about LIBRAS among students of health education courses to train qualified professionals in understanding and helping those who use it as their first language. This study highlights the experience of medicine students from the Federal University of To cantins (UFT) who took a part time course in LIBRAS. This article also aims to di-  ffuse the results o f workshop aim ed at reducing misinfo rmation cause d by the linguistic and cultural barrier existing between the deaf and hearers. Learners are thus provided with basic knowledge that will enable improved relationships between doctors and deaf patients. Recebido em: 29/11/2012  Aprovado em: 26/02/2013 REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA 37 (2) : 291-297; 2013 291 I  Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil.

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lingua de sinais do brasil

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  • Libras na Graduao Mdica: o Despertar para uma Nova Lngua

    Libras in Medical Graduation: the Awakening to a New Language.

    Danielle de Azevedo LevinoI

    Emyle Brito de SouzaI

    Pedro Capela CardosoI

    Anderson Carvalho da SilvaI

    Adriana Edelves Trindade Martins CarvalhoI

    PALAVRAS-CHAVE:

    Linguagem de Sinais;

    Surdez;

    Relaes Mdico-Paciente;

    Acesso aos Servios de Sade;

    Comunicao.

    RESUMO

    Mais de 200 idiomas so falados no Brasil e, apesar do domnio da lngua portuguesa, esta no capaz

    de abarcar todas as necessidades de expresso da sociedade pluricultural brasileira. Assim, outras

    formas lingusticas surgiram para representar diferentes grupos sociais, como a lngua brasileira de

    sinais (libras), utilizada pelos surdos. Diferentemente de mmica, a libras constitui um sistema lin-

    gustico de natureza gestual-visual, com estrutura gramatical prpria. No contexto em que muito

    se discute acessibilidade, torna-se importante difundir conhecimentos sobre libras entre discentes de

    cursos de sade, para contribuir na formao de profissionais habilitados a compreender e auxiliar as

    necessidades das pessoas que a utilizam como sua primeira lngua. Assim, este trabalho busca relatar

    a experincia vivenciada com o minicurso de libras ministrado aos discentes dos cursos de sade da

    Universidade Federal do Tocantins (UFT) e divulgar os resultados colhidos como frutos da oficina

    que almejou diminuir a desinformao provocada pela barreira lingustica e cultural existente entre

    ouvintes e surdos, proporcionando aos acadmicos noes elementares que permitam melhorias nas

    futuras relaes mdico-paciente estabelecidas entre esses dois grupos.

    KEYWORDS:

    Sign Language;

    Deafness;

    Doctor-Patient Relations;

    Health Services Accessibility;

    Communication.

    ABSTRACT

    More than 200 languages are spoken in Brazil and, despite the domination of Portuguese, this lan-

    guage is unable to meet all the expressive needs of the multicultural society of Brazil. Thus other

    linguistic forms have arisen to represent different social groups such as Brazilian Sign Language

    (LIBRAS) used by deaf communities of urban Brazil. Unlike mime, LIBRAS is a linguistic system

    of a visual-gestural nature with its own grammatical structure. In a world where accessibility is

    increasingly discussed, it is important to disseminate knowledge about LIBRAS among students of

    health education courses to train qualified professionals in understanding and helping those who use

    it as their first language. This study highlights the experience of medicine students from the Federal

    University of Tocantins (UFT) who took a part time course in LIBRAS. This article also aims to di-

    ffuse the results of workshop aimed at reducing misinformation caused by the linguistic and cultural

    barrier existing between the deaf and hearers. Learners are thus provided with basic knowledge that

    will enable improved relationships between doctors and deaf patients.

    Recebido em: 29/11/2012

    Aprovado em: 26/02/2013

    REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAO MDICA

    37 (2) : 291-297; 2013291 I Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil.

  • REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAO MDICA

    37 (2) : 291 297 ; 2013292

    Danielle de Azevedo Levino et al. Libras: Despertar para uma Nova Lngua

    INTRODUO

    Atualmente, mais de 200 idiomas so falados no Brasil, com lnguas autctones indgenas ou alctones advindas de co-munidades imigrantes e, apesar dessa variedade lingustica, a lngua portuguesa prevaleceu sobre as outras1. O monolin-guismo nacional no contempla todas as necessidades de ex-presso de uma sociedade pluricultural como a brasileira e, assim, outras formas lingusticas surgiram para representar diferentes grupos sociais, como a lngua brasileira de sinais (libras), utilizada pelas comunidades surdas urbanas brasilei-ras. H tambm registros de outra lngua de sinais utilizada pelos ndios urubus-kaapor na floresta Amaznica2.

    O obstculo da deficincia auditiva impeliu os surdos a compreender e interagir com o mundo por meio de experi-ncias visuais, culminando com o desenvolvimento de uma cultura prpria manifestada principalmente pelo uso de uma lngua gestual-visual, a libras. Diferentemente da mmica, a libras constitui uma lngua natural, com estrutura gramatical prpria em seus nveis fonolgico, morfolgico, sinttico, se-mntico, capaz de transmitir conceitos concretos e abstratos por meio de canal essencialmente visual2,3,4,5.

    Devido sua importncia para o pas, foram sancionadas a Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece oficial-mente a libras como meio legal de comunicao e expresso6, e o decreto 5.626 de 2005, que, alm de regulamentar a lei supra-citada, determina a obrigatoriedade do ensino da libras nos cursos de formao para o exerccio do magistrio ou licencia-tura nas diferentes reas do conhecimento, seja de nvel mdio ou superior, sob diferentes esferas gestoras (federal, estadual ou municipal). Aos demais cursos de educao superior e pro-fissional, o decreto afirma que a disciplina tambm dever ser ofertada de forma eletiva7. Tais referncias legais favorecem a incluso social dos surdos e contribuem para a garantia de seus direitos como cidados brasileiros.

    Conforme dados do Censo brasileiro de 2000, 14,5% da po-pulao, o correspondente a 24,6 milhes de pessoas, era por-tadora de algum tipo de deficincia (dificuldade em enxergar, ouvir, locomover-se ou outra deficincia fsica ou mental). Os deficientes auditivos, sejam os incapazes de ouvir ou aqueles com alguma ou grande dificuldade permanente de ouvir, re-presentavam 16,7%, o equivalente a 5.735.099 pessoas8. O cen-so de 2010 revela que 24% da populao, cerca de 45,6 milhes de brasileiros, majoritariamente mulheres, possui ao menos uma das deficincias mental, motora, visual e auditiva. Os de-ficientes auditivos somaram 9,7 milhes de pessoas, cuja dis-tribuio entre os sexos corresponde a 5,3% dos homens e 4,9% das mulheres brasileiras. O documento ainda afirma a perma-nncia das desigualdades em relao aos deficientes, que tm

    taxas de escolarizao, ocupao e rendimento menores que a populao sem nenhuma das deficincias investigadas9.

    No contexto em que muito se discute acessibilidade, tor-na-se importante difundir conhecimentos sobre a libras entre discentes de cursos de sade, para contribuir na formao de profissionais habilitados a compreender e auxiliar as necessi-dades das pessoas que a utilizam como sua primeira lngua.

    OBJETIVOS

    Relatar a experincia vivenciada com o minicurso de libras ministrado aos discentes dos cursos de sade da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e divulgar os resultados colhidos como frutos dessa oficina.

    Diminuir a desinformao provocada pela barreira lin-gustica e cultural existente entre ouvintes e surdos de forma a proporcionar aos acadmicos noes elementa-res que permitam melhorias nas futuras relaes mdi-co-paciente estabelecidas entre eles e pacientes surdos.

    Promover a ampliao do acesso de portadores de de-ficincia auditiva aos servios de sade por intermdio de profissionais capazes de estabelecer comunicao e compreender a necessidade desses pacientes alm do previsto no modelo biomdico.

    METODOLOGIA

    Durante as atividades da IV Semana Acadmica de Medicina, promovida pelos alunos do Curso de Medicina da UFT em novembro de 2011, foi ofertado o minicurso de libras em par-ceria com o Ncleo de Incluso e Acessibilidade do Deficiente (NIAD) da universidade. A semana acadmica um evento de periodicidade anual, que tem por objetivo despertar nos dis-centes posturas relacionadas ao aprimoramento do conheci-mento profissional, cientfico, tecnolgico, artstico e cultural e, ainda, habilidades relativas organizao de tais atividades10.

    Para avaliar o impacto do minicurso foi executado um pr-teste, no qual os participantes descreveram seus conheci-mentos prvios sobre o surdo e a libras. Ao final das exposi-es, o ps-teste foi composto pela redao da contribuio dos conhecimentos adquiridos pelos discentes.

    A interpretao de uma msica na lngua dos sinais mar-cou o comeo das atividades e destacou a importncia dos sinais acompanhados da expresso corporal e demais compo-nentes inerentes libras, indispensveis ao estabelecimento da comunicao. Na oportunidade, buscou-se apresentar aos participantes conceitos sobre a surdez e o surdo; a expresso clnica e cultural da surdez; a realidade da comunidade surda na regio; as implicaes prticas do uso de libras no cotidia-no mdico e conhecimentos bsicos para a compreenso da

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    lngua de sinais, com vistas a um adequado atendimento ao paciente surdo.

    Os tpicos seguintes traro uma discusso acerca dos temas apresentados no minicurso, norteadores dos saberes transmitidos.

    1. O SURDO E A SURDEZ

    A surdez se caracteriza pela diminuio da acuidade e percep-o auditivas que dificultam a aquisio da linguagem oral de forma natural3. luz da medicina, surdez entendida como a perda da sensibilidade auditiva com reduo da percepo sonora e pode ser classificada em dois grandes grupos: de conduo e neurossensorial. A surdez de conduo, menos co-mum, afeta o ouvido externo ou mdio e acontece quando as ondas do fenmeno acstico no so bem conduzidas para o ouvido interno. A surdez neurossensorial aquela que ocorre quando a cclea no consegue converter a energia mecnica da vibrao do som em energia eltrica para transmiti-la ao crebro11.

    Qualquer alterao ou distrbio no processamento nor-mal da audio, independentemente da sua causa, tipo ou grau de severidade, constitui uma alterao auditiva12. A mo-dificao da audio pode ser congnita ou adquirida, com diferentes implicaes para o paciente. Quando o indivduo nasce surdo, a surdez pr-lingual, iniciada antes da aquisi-o da linguagem oral, quando acomete o indivduo no decor-rer de sua vida, pode ser pr ou ps-lingual, se advier antes ou depois da aquisio da oralidade12 . Surdez pr-lingual inclina seus portadores a adotar a linguagem de sinais como primeira lngua13, devido dificuldade da aquisio da linguagem oral de forma natural.

    Diversas causas podem contribuir para acarretar a surdez, sejam elas pr-natais, como fatores genticos, doenas infec-tocontagiosas (rubola) e exposio a substncias ototxicas; perinatais, devido a parto prematuro, anoxia cerebral, trau-mas de parto; ou ps-natais, por doenas infectocontagiosas (meningite, rubola, caxumba), exposio a substncias oto-txicas, problemas metablicos (diabetes), tumores, acidentes ou avano da idade11,12.

    O comprometimento da audio ou deficincia auditi-va caracterizado pela perda total ou parcial da capacidade de ouvir, pode ser graduado de leve (16 a 40 dB) a profundo (acima de 91 dB), conforme verificao por audimetro, uni ou bilateralmente. Considera-se deficincia auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de 41 dB ou mais, aferida por audio-grama em diferentes frequncias7, 14.

    O surdo o sujeito que se identifica enquanto tal, apreen-de o mundo por meio de experincias visuais e tem o direito e

    a possibilidade de apropriar-se da lngua de sinais e da lngua oficial do pas3. A legislao brasileira considera pessoa sur-da aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experincias visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da libras7 .

    Dessa forma, diferenciam-se adequadamente sujeitos no ouvintes dos indivduos surdos, conceitos de grande relevn-cia para a compreenso da complexidade do universo da dis-funo auditiva.

    2. CULTURA E COMUNIDADE SURDA

    Cultura pode ser encarada como medidor simblico que torna a vida em comunidade possvel. Por essa perspectiva, se ex-pressa atravs de linguagem, juzos de valor, arte, motivaes, gerando a ordem do grupo, com a criao de cdigos, formas de organizao e representao15. Logo, a cultura surda re-sultado das interaes dos surdos com o meio em que vivem, os jeitos de interpretar o mundo, de viver nele, e constitui um complexo campo de produes culturais: lngua de sinais, identidades, pedagogia, poltica, leis, artes, etc.16

    O conceito de comunidade remete ideia de indivduos que participam e compartilham dos mesmos interesses em uma determinada localizao. Extensivamente comunida-de surda, tais pessoas no necessariamente so surdas, pois envolve sujeitos ouvintes membros da famlia, intrpretes, professores e amigos2,17.

    O fato de uma pessoa ser surda no equivale a dizer que ela faa parte de uma cultura e uma comunidade surdas. A distino entre ser surdo e ser deficiente auditivo est na atua-o poltica e social desempenhada pelo indivduo. Uma pes-soa surda que luta por seus direitos polticos, lingusticos e culturais faz parte de uma comunidade surda2.

    Profissionais da sade capazes de estabelecer comunica-o, vnculo e adequada assistncia pessoa surda tambm so participantes dessa comunidade. Suas aes sero ainda mais diferenciadas quando estiverem imbudos da compreen-so da identidade da pessoa surda, dos fatores culturais que caracterizam a sua comunidade e dos instrumentos legais que norteiam as relaes entre eles e tais pacientes18.

    3. MODALIDADE LINGUSTICA

    A libras uma lngua espao-visual natural, originando-se da integrao entre pessoas surdas e possui nveis lingusticos estabelecidos: fonolgico, morfolgico, sinttico, semntico e pragmtico2,3,4,5, sendo, portanto, adequada para transmitir informaes e para ensinar.

    A analogia com a linguagem oral permite melhor compre-enso: os fonemas so as menores unidades da lngua, que,

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    em combinao, originam as palavras; os queremas (cheremas, do grego cher, palavra que significa mo), detm o mesmo valor para a libras na formao dos sinais19, estes ltimos se assemelham s palavras. Tais sinais no podem ser interpre-tados isoladamente, e sim no contexto de seus mais diversos parmetros de componentes manuais ou no manuais. A con-figurao de mos (posio das mos), pontos de articulao (local que as mos ocuparo), movimento, orientao/direcio-nalidade retratam os componentes manuais e as expresses facial e corporal, os no manuais2,3,4,5.

    As configuraes das mos so as formas adotadas pelas mos dominantes para a formao do sinal e podem ser aque-las utilizadas para representar as letras (grafemas) na datilolo-gia, ou outras feitas por uma ou pelas duas mos do emissor ou sinalizador2, podem ainda conferir flexo de gnero e n-mero. Existem 64 configuraes de mos das quais o alfabeto manual utiliza apenas 26 para representar as letras2,5.

    O ponto de articulao o lugar que a mo dominante configurada ocupa ou toca. Pode-se tocar alguma parte do corpo ou ocupar o espao neutro, seja ele vertical (do tronco cabea) ou horizontal ( frente do emissor)2, 3, tambm pode corresponder flexo de lugar.

    Os sinais podem ou no se deslocar no espao, isto , ter movimento e direo/orientao 2. Tais parmetros podem re-presentar a flexo para processo/tempo e pessoa do discurso, respectivamente.

    As expresses facial e corporal atribuem aos sinais uma entonao, uma intensidade, ou ainda determinam se a frase interrogativa, exclamativa, negativa ou afirmativa, atuao semelhante aos advrbios modais e intensificadores3,4, 5.

    Por exemplo: para podermos dizer: Qual seu nome? e Prazer conhec-lo em libras, so necessrios:

    sinais NOME e SEU, somados expresso facial de in-terrogao ou apenas o sinal NOME e a expresso facial de interrogao.

    O sinal NOME formado com a mo dominante em letra [U] do alfabeto manual, no espao neutro vertical, movimen-tando da esquerda para a direita (se mo dominante for esta ltima). O sinal SEU formado com a mo dominante com configurao de numeral um, com o dedo indicador na hori-zontal, apontando para frente. A expresso facial de dvida/questionamento acompanha os sinais.

    sinais PRAZER e CONHECER e expresso facial de ale-gria, felicidade.

    O sinal PRAZER composto pela mo dominante aberta, com a palma virada para o trax, movimentando-se em sen-tido horrio no espao neutro vertical. O sinal CONHECER formado pela mo dominante com configurao de letra [B]

    do alfabeto manual, tocando o queixo com o dedo indicador e a palma da mo voltada para o lado oposto ao dominante.

    Percebe-se que foram utilizados diferentes sinais, cada um com seus parmetros adequados emisso da mensagem desejada. Nota-se que nem toda palavra oral necessita de si-nal e nem todo sinal representa uma palavra e, ainda, que os elementos conectivos (artigos, preposies, conjunes) esto incorporados aos sinais3,4, 5.

    Diferenas bsicas entre a libras e a lngua portuguesa podem ser evidenciadas pelo fato de a primeira ser visual--espacial, com sintaxe espacial, estrutura tpico-comentrio, sem flexo de gnero, escrita no alfabtica. J a segunda oral-auditiva, com sintaxe linear e escrita alfabtica. Dessa for-ma, as expresses utilizadas na lngua de sinais no so ditas usando o mesmo tipo de construo gramatical da lngua por-tuguesa3, 5. A construo das expresses reflete a forma como o surdo processa suas ideias com base na sua percepo visual e espacial da realidade.

    Como as lnguas orais, a libras tambm est sujeita a va-riaes regionais (sinais diferentes em cada regio podem ter o mesmo significado), variaes sociais (variao na configu-rao das mos e/ou movimento) e mudanas histricas (al-terao dos sinais com o decorrer dos tempos), ratificando o seu papel de lngua natural e sua independncia com relao lngua portuguesa5.

    4. LEGISLAO ESPECFICA: A SADE E O SURDO DECRETO DE LEI 5.626/2005

    O reconhecimento legal de sua utilizao e composio foram sacramentados pela Lei n 10.436/2002, regulamentada pelo Decreto n 5.626/2005. A partir desse marco, a libras tornou-se lngua oficial do Brasil, lngua materna da comunidade surda brasileira, que deve ter garantido seu direito de uso e de sua difuso.

    A legislao especfica teve impactos em vrios espaos sociais, principalmente na educao, que deve garantir o di-reito educao da pessoa surda ou com deficincia auditiva por meio das medidas adotadas para incluir o ensino da libras como disciplina curricular em todas as graduaes de licencia-tura, fonoaudiologia e ensino especial; fomentar a formao de intrpretes e tradutores de libras; e estabelecer o papel do poder pblico e das empresas que detm concesso ou per-misso de servios pblicos, para o apoio ao uso e difuso da libras.

    Dentre as implicaes para a sade, tm-se: a garantia do acesso das pessoas surdas ou com deficincia auditiva a um ambiente preventivo, curativo e reabilitador; programas de sade destinados a tais utentes; e apoio capacitao e forma-

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    o de profissionais da rede de servios do sistema nico de sade (SUS) para o uso de libras. O inciso X, do artigo 25 do Decreto 5.626 de 2005, garante o apoio capacitao e forma-o de profissionais da rede de servios do SUS para o uso de libras e sua traduo e interpretao.

    O Ministrio da Sade, atento s adaptaes ao SUS, lan-ou os documentos A pessoa com deficincia e o Sistema nico de Sade e Manual de legislao em sade da pessoa com deficincia e diversas portarias sobre o assunto, com o intuito de fomentar em seus profissionais a incluso social dessa parcela da popu-lao, com uma assistncia especfica sua condio, alm dos servios prestados comumente aos demais cidados14,20.

    Dez anos aps a publicao da lei que regulamentou a li-bras no pas, muitos desafios ainda precisam ser superados para que a comunidade surda tenha seus direitos preservados, principalmente porque o exerccio de sua cidadania envolve a colaborao dos diferentes atores sociais, como a interao mdico-paciente e o acesso aos servios de sade, perpassan-do pelos seus diferentes profissionais.

    As barreiras de comunicao existentes entre profissio-nais da sade e pacientes surdos podem pr em risco a qua-lidade da assistncia ofertada18,21. Associa-se a isso o fato de a legislao exigir profissionais habilitados ao atendimen-to ao paciente surdo. A adequao do currculo das escolas superiores de cincias da sade, para contemplar as habi-lidades necessrias ao acolhimento desses pacientes, faz-se urgente.

    Logo, verifica-se a importncia da difuso dos conheci-mentos sobre libras aos futuros profissionais da sade do pas, com vistas ao atendimento adequado, estabelecimento de vn-culo e maior resolutividade dos problemas vivenciados pelas pessoas surdas. preciso fazer com que as dificuldades re-presentadas por medo, desconfiana e frustrao, promotoras do uso diferente do sistema de sade entre pacientes surdos e ouvintes, sejam minoradas18.

    5. COMUNIDADE SURDA NO TOCANTINS

    O estudo do processo de formao da comunidade surda na cidade de Palmas escasso, talvez pela juventude da cidade, que conta apenas com 23 anos. Entretanto, reflexes crticas sobre as polticas sociais assumidas pelo Estado j so rela-tadas em pesquisas como a do socilogo Ottmar Teske que, durante o perodo de 1995 a 1997, analisou aspectos da experi-ncia vivida e compartilhada pelos surdos da cidade.

    Em seu estudo, o pesquisador aponta a falta de informa-o dos surdos sobre seus direitos; os olhares estereotipados, excluso j instalada socialmente; e a falta de harmonia na co-municao entre os prprios surdos22.

    Outro estudo realizado entre os instrutores de libras de Palmas, TO, evidencia que h necessidade de conhecimento da variedade padro da lngua de sinais pelos surdos tocan-tinenses e escassez de formao de nvel superior para os ins-trutores surdos com repercusses na qualidade do ensino e no desempenho dos candidatos tocantinenses na prova do PRO-LIBRAS, programa que oferece certificao aos profissionais que trabalham no ensino da lngua, para atuar como instruto-res e intrpretes23.

    Essa realidade est em constante transformao e perce-be-se maior movimentao da comunidade surda em prol de melhorias no ensino e do exerccio de seus direitos. Manifes-taes pblicas, organizao de uma associao de surdos e o envolvimento de parcerias no ensino de libras so algumas das aes que atualmente fazem parte da realidade local.

    A Universidade Federal do Tocantins (UFT) oferece co-munidade o curso bsico de libras, por intermdio do Ncleo de Incluso e Acessibilidade do Deficiente (Niad), com o intui-to de fomentar o estudo da lngua entre os acadmicos, fun-cionrios, familiares de surdos e pblico em geral. Da mesma forma, contribuem as entidades Fundao Universidade do Tocantins (Unitins), o Centro de Capacitao de Profissionais da Educao e de Atendimento s Pessoas com Surdez (CAS) e o Centro Universitrio Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). No Brasil, a Federao Nacional de Educao e Integrao dos Surdos (Feneis) a entidade que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da comunidade surda e tem como maior propsito a divulgao da libras2, 24.

    RESULTADOS E DISCUSSES

    Os participantes do minicurso relataram que lhes foram pro-porcionados saberes que lhes permitiro estabelecer adequa-das relaes mdico-paciente entre eles e os surdos. Desper-tou-se nos alunos o desejo de ampliar seus conhecimentos sobre a lngua, capacitando-os a atuarem como facilitadores do acesso dos surdos aos servios de sade, contribuindo para a garantia de seus direitos como cidados.

    Ofertou-se aos discentes a oportunidade de adquirir os conhecimentos mnimos sobre a libras, qualificando a atuao profissional para que o contato com os pacientes surdos seja uma demonstrao de incluso social.

    O pr-teste evidenciou o desconhecimento dos alunos sobre a cultura surda e a linguagem de sinais, que referiram como mmica e/ou gestos sem muito valor para a comunica-o. Os surdos foram identificados genericamente como os portadores de deficincia auditiva por todos os participantes.

    No ps-teste, a mudana foi significativa: os alunos con-seguiram diferenciar o surdo do portador de deficincia au-

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    ditiva pela insero ou no na cultura surda; destacaram a dificuldade dos surdos em aprender a lngua oral por terem a lngua de sinais como primeira lngua e que a construo do conhecimento se faz de maneira diversa para cada uma das modalidades de linguagem; destacaram a dificuldade de comunicao encontrada tanto pelo paciente quanto para o profissional que desconhece grande parte dos temas aborda-dos no minicurso; relataram que apesar de no reconhece-rem todos os sinais da libras, j podem compreender melhor a necessidade do paciente surdo por meio dos componentes no manuais da lngua de sinais; compreenderam que devem singularizar o processo teraputico desses indivduos, ultra-passando o modelo biomdico vigente e valorizar as diferen-tes nuanas que compem esses pacientes (biopsicossocial e cultural); e enfatizaram a necessidade de proporcionar aos fu-turos profissionais de sade noes elementares sobre lngua de sinais.

    As avaliaes concordaram com a literatura, que afirma que o problema de comunicao do indivduo surdo no or-gnico, e sim social e cultural21, pelo fato de a sociedade ou-vinte no estar preparada para lidar com os surdos e, assim, atender adequadamente suas demandas.

    Dessa forma, conseguiu-se atingir os objetivos propostos na elaborao do minicurso por ter despertado nos participan-tes o desejo de ampliar os conhecimentos sobre a libras e con-tribuir para minimizar a desinformao provocada pelas bar-reiras lingustica e cultural existentes entre ouvintes e surdos.

    CONSIDERAES FINAIS

    O minicurso ministrado transps barreiras no ensino curri-cular dos alunos participantes e proporcionou ampliao do conhecimento sobre a temtica. A relevncia social do projeto deu-se em mbito acadmico e social por contribuir para a for-mao dos alunos; facultar a oportunidade de obteno de no-vos conhecimentos; suscitar reflexes por parte dos discentes sobre a cultura surda, favorecendo a incluso destes; e destruir estigmas e preconceitos sobre a comunidade surda.

    Conforme elucidado, a libras a lngua pela qual o surdo se expressa, e os profissionais da sade necessitam estud-la. Para tanto, considera-se importante a produo de um manual prtico com sinais do contexto da sade, a fim de sistematizar e facilitar a qualificao dos diversos profissionais dessa rea, o que representaria grande conquista para a difuso da libras no processo de cuidado.

    A conquista de uma prtica em sade inclusiva em rela-o pessoa surda ser alcanada quando noes bsicas so-bre lngua de sinais e particularidades culturais e lingusticas da comunidade surda forem considerados conhecimentos in-

    dispensveis que devem ser ministrados ainda no transcorrer da formao acadmica dos profissionais. Dessa forma, as ha-bilidades comunicativas necessrias satisfatria assistncia a essa populao sero desenvolvidas e praticadas.

    REFERNCIAS

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    CONTRIBUIO DOS AUTORES

    Danielle de Azevedo Levino participou da redao, traduo e participao no minicurso. Emyle Brito de Souza, redao, reviso e participao no minicurso. Pedro Capela Cardoso, redao, reviso geral. Anderson Carvalho da Silva, redao, reviso, participao no minicurso e orientao. Adriana Edel-ves Trindade Martins Carvalho contribuiu na participao no minicurso e orientao.

    CONFLITO DE INTERESSES

    Declarou no haver.

    ENDEREO PARA CORREPONDNCIA

    Danielle de Azevedo Levino Colnia Agrcola Samambaia,chcara 49,lote 2TaguatingaCEP 72110-600 DF. E-mail: [email protected].