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A Revoluco Francesa

Por: Gabriel Fialho Manochio Shion

(...) "Como a Revoluo Francesa no teve apenas por objetivo mudar um governo antigo, mas abolir a forma antiga da sociedade, ela teve de ver-se a braos a um s tempo com todos os poderes estabelecidos, arruinar todas as influncias reconhecidas, apagar as tradies, renovar costumes e os usos e, de alguma maneira, esvaziar o esprito humano de todas as idias sobre as quais se tinham fundado at ento o respeito e a obedincia."(...) As instituies feudais do Antigo Regime iam sendo superadas medida que a burguesia, a partir do sculo XVIII, consolidava cada vez mais seu poder econmico. A sociedade francesa exigia que o pas se modernizasse, mas o entrave do absolutismo apagava essa expectativa. O descontentamento era geral, todos achavam que essa situao no podia continuar. Entretanto, um movimento iniciado h alguns anos, por um grupo de intelectuais franceses, parecia ter a resposta. Esse movimento criticava e questionava o regime absolutista. Eram os iluministas, que achavam que a nica maneira possvel de a Frana se adiantar em relao Inglaterra era passar o poder poltico para as mos da nova classe, isto , a burguesia (comerciantes, industriais, banqueiros). Era preciso destituir a nobreza que, representada pelo Rei , se mantinha no poder. A monarquia absoluta que, antes, tantos benefcios havia trazido para o desenvolvimento do comrcio e da burguesia francesa, agora era um empecilho. As leis mercantilistas impediam que se vendessem mercadorias livremente. Os grmios de ofcio impediam que se desenvolvessem processos mais rpidos de fabricao de mercadorias. Enfim, a monarquia absoluta era um obstculo, impedindo a modernizao da Frana. Esse obstculo precisava ser removido. E o foi ela revoluo. A Revoluo Francesa significou o fim da monarquia absoluta na Frana. O fim do antigo regime significou, principalmente, a subida da burguesia ao poder poltico e tambm a preparao para a consolidao do capitalismo. Mas a Revoluo Francesa no ficou restrita Frana. suas idias espalharam-se pela Europa, atravessaram o oceano e vieram para a Amrica latina, contribuindo para a elaborao de nossa independncia poltica. Por esse seu carter enumnico que se convencionou ser a Revoluo Francesa o marco da passagem para a Idade Contempornea.

A situao da Frana antes da revoluoA economia A situao econmica da Frana era crtica. A maioria da renda vinha da agricultura, onde as tcnicas eram atrasadas em relao ao consumo do pas. Dos

26 milhes de habitantes, 20 milhes viviam no campo em condies de vida extremamente precrias. Uma parte dos camponeses estava ainda sob o regime de servido. Um comerciante, para transportar suas mercadorias de um lado para outro do pas, teria que passar pelas barreiras alfandegrias das propriedades feudais, pagando altssimos impostos, o que impedia os comerciantes de venderem livremente suas mercadorias. Para piorar a situao, parece que ate a natureza ajudou a revoluo: entre os anos de 1784 a 1785 houve inundaes e secas alienadamente, fazendo com que os preos dos produtos ora subissem, no dando condies para que os pobres comprassem, ora descessem, levando alguns pequenos proprietrios falncia. A situao da indstria francesa no era melhor, pois parte dela ainda estava sob o sistema rural e domstico, e as corporaes (grmios) impediam o desenvolvimento de novas tcnicas. Como se no bastasse, o governo francs assinou o seguinte tratado com o governo ingls: os franceses venderiam vinhos para os ingleses, e estes venderiam panos para os franceses, sem pagar impostos, o que levou as manufaturas francesas a no suportarem a concorrncia dos tecidos ingleses, entrando numa grave crise.

A sociedadeA sociedade francesa, na poca, estava dividida em trs partes, conhecidas como Estados: Primeiro Estado - era o clero francs e estava dividido em alto e baixo. O alto clero era composto por elementos vindos das ricas famlias da nobreza, possuindo toda a sorte de privilgios, inclusive o de no pagar impostos. O baixo clero era o pobre, estando ligado ao povo em geral e no nobreza, como o primeiro. Segundo Estado - era a nobreza em geral. Os privilgios eram incontveis, sendo que o mais importante era a iseno de impostos. Ha que se salientar aqui que a nobreza tambm estava dividida: a nobreza cortes, que vivia no palcio, e outros setores da nobreza, que viviam na corte, recebendo penses do Rei, onerando os seus castelos, no campo, as custas do trabalho de seus servos. medida que a crise aumentava, essa nobreza que viviam no campo aumentava a presso sobre seus servo , favorecendo o clima de insatisfao. Terceiro Estado - era constitudo de todos aqueles que no pertenciam nem ao Primeiro nem ao Segundo Estado. Afinal, o que era o Terceiro Estado? Era o setor da sociedade francesa composto pela maioria esmagadora da populao,

sobre cujos ombros recaia todo o peso de sustentao do reino francs. Esse setor era composto, na sua maioria, pelos camponeses que, com um rduo trabalho, forneciam os alimentos para toda a Frana, alm de terem de pagar pesadssimos impostos. Finalmente, os membros mais destacados do Terceiro Estado, quanto a liderana: a burguesia. Esta se dividia em pequenos burgueses (pequenos comerciantes, artesos), uma camada mdia (composta de lojistas, profissionais liberais) e a alta burguesia (grandes banqueiros, comrcio exterior). O Terceiro Estado ser aquele que, pelo peso das responsabilidades, se levantar contra a opresso do Estado Absolutista. Os camponeses tero papel importante, os pobres das cidades tambm, mas a liderana e os frutos dessa revoluo cabero a uma frao do Terceiro Estado: a burguesia. A poltica na Frana prrevolucionria mostrava os sinais da decadncia acumulada dos outros Reis absolutos, principalmente um dficit crnico no reinado Lus XVI, que subiu ao trono em 1774. As crticas ao regime aumentavam dia-a-dia. Os intelectuais, baseando-se nas teoria dos iluministas, no poupavam seus escritos para criticar exasperadamente o regime.

Os antecedentes da revoluo

O Rei, diante dessa situao, tenta alguns expediantes para resolver a questo. Convidou um iluminista de nome Necker que comeou a trabalhar imediatamente, pois queria ver sanado o mal do pas. Necker, um homem de confiana do Rei, que pensa numa soluo para a crise, era preciso que todos pagassem impostos na Frana. Necker faz seu primeiro ato: manda publicar as contas do Estado, onde fica claro o enorme Dficit de 126 milhes de libras Em seguida, com a anuncia do Rei e da nobreza, convoca os Estados Gerais, nica soluo encontrada para discutir uma sada. Os Estados Gerais, uma assemblia de todos os Estados que desde 1614 no eram convocados, deveriam discutir mais ou menos abertamente uma soluo para a crise financeira e achar uma sada para que todos pagassem impostos iguais. Todavia, o Terceiro Estado no pensava s nisso, mas tambm em aproveitar a oportunidade e fazer exigncias de carter poltico. A notcia da convocao dos Estados Gerais caiu como uma bomba sobre a Frana. Da noite para o dia todo o pas foi invadido por milhares de jornais, panfletos e cartazes. Os bares e os cafs tornaram-se centro de agitao, como o famoso Caf Procope. A nobreza e o Rei viam isso tudo apavorados: "J se prope a supresso dos direitos feudais... Vossa Majestade estaria acaso determinado a sacrificar e humilhar sua brava e antiga ... nobreza ?"; Este era um desesperado apelo da nobreza ao Rei. Como reagia o

Terceiro Estado? Organizava-se ainda mais e queria as transformaes imediatamente. Os Estados Gerais comearam sua reunio de abertura no dia 5 de maio de 1789, sendo que dai em diante foi impossvel deter a revoluo.

A revoluo estourou: as jornadas

O Rei abre a sesso dos Estados Gerais fazendo um discurso de advertncia contra as pretenses polticas: "Estamos aqui para tratar de problemas financeiros e no para tratar de poltica". O Terceiro Estado reagiu prontamente, exigindo a qualquer custo que as reunies fossem conjuntas e no separadamente por Estados. Diante da negao, o Terceiro Estado proclama-se em Assemblia Geral Nacional. O Rei, desesperado diante do atrevimento dos representantes populares, manda fechar a saia de reunies. Mas o Terceiro Estado no se da por vencido e seus deputados se dirigem para um salo que a nobreza utilizava para jogos. L mesmo fizeram uma reunio, onde ficou estabelecido que permaneceriam reunidos at que a Frana tivesse uma Constituio. Esse ato ficou conhecido com o nome de O Juramento do Jogo de Pela. No dia 9 de julho de 1789, rene-se uma Assemblia Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Constituio para a Frana. Isso significava que o Rei deixaria de ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por sua vez, apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789, toda a populao parisiense avana, num movimento nunca visto, para a Bastlha, a priso poltica da poca, onde o responsvel pela priso foi preso e enforcado. O momento agora e dos camponeses, que percebem a fraqueza da nobreza e invadem os castelos, executando famlias inteiras de nobres numa espcie de vingana, de uma raiva acumulada durante sculos. Avanam sobre a propriedade feudal e exigem reformas. A burguesia, na Assemblia, temerosa de que as exigncias chegassem tambm s suas propriedades, prope que se extingam os direitos feudais como nica sada para conter o furor revolucionrio dos camponeses. A 4 de agosto de 1789, extingue-se aquilo que por muitos sculos significou a opresso sobre os camponeses. A burguesia, preocupada em estabelecer as bases tericas de sua revoluo, fez aprovar, no dia 26 de agosto do mesmo ano, um documento que se tornou mundialmente famoso: A Declarao dos Direitos do Homem e do do.

O processo revolucionrio

Primeira fase - Assemblia Nacional Constituinte Um dos atos mais importantes da Assemblia foi o confisco dos bens do clero francs, que seriam usados como uma espcie de lastro para os bnus emitidos para superar a crise financeira. Parte do clero reage e comea a se organizar Como resposta, a Assemblia decreta a Constituio Civil do Clero isto , o clero passa a ser funcionrio do Estado, e qualquer gesto de rebeldia levara a priso. A situao estava muito confusa. A Assemblia no conseguia manter a disciplina e controlar o caos econmico. O Rei entra em contato com os emigrados no exterior (principalmente na Prssia e na ustria) e comeam a conspirar para invadir a Frana, derrubar o governo revolucionrio e restaurar o absolutismo. Para organizar a contra-revoluo, o monarca foge da Frana para a Prssia, mas no caminho e reconhecido por camponeses, preso e enviado Paris. Na capital, os setores mais moderados da Assemblia conseguiram que o Rei permanecesse em seu posto. A partir da uma grande agitao tem incio, pois seria votada e aprovada a Constituio de 1791. Esta constituio estabelecia, na Frana, a Monarquia Parlamentar, ou seja, o Rei ficaria limitado pela atuao do poder legislativo (Parlamento). Neste poder legislativo era escolhido atravs do voto censitrio e isso equivalia dizer que o poder continuava nas mos de uma minoria, de uma parte privilegiada da burguesia. Resumindo, o que temos uma Monarquia Parlamentar dominada pela alta burguesia e pela aristocracia liberal, liderada, por exemplo, pelo famoso La Fayette, o total afastamento do povo francs. Os setores populares estavam descontentes, porque continuavam ainda sob o despotismo, no o da monarquia absoluta mas o despotismo dos homens do dinheiro, setores tradicionais da nobreza e do clero conspiravam, com a anuncia do Rei, para tentar restaurar o antigo regime. Os grupos polticos organizavam-se para definir suas posies: No recinto da Assemblia, sentava-se esquerda o partido liderado por Robespierre, que se aproximava do povo: eram os Jacobinos ou Montanheses (assim chamados por se sentarem nas partes mais altas da Assemblia); ao lado, um pequeno grupo ligado aos Jacobinos, chamados Cordeliers, onde apareceram nomes como Marat, Danton, Hebert e outros; no centro, sentavam-se os constitucionalistas, defensores da alta burguesia e a nobreza liberal, grupo que mais tarde ficar conhecido pelo nome de plancie; direita, ficava um grupo que mais tarde ficar conhecido como Girondinos, defensores dos interesses da burguesia francesa e que temiam a radicalizao da revoluo; na extrema direita, encontram-se alguns remanescentes da aristocracia que ainda no emigrara, conhecidos pelo nome de negros ou aristocratas, que pretendiam a restaurao do poder absoluto.

Quanto a situao externa, o clima era de total apreenso. As monarquias absolutas vizinhas olhavam para o que estava acontecendo na Frana com grande temor. Tanto verdade, que alguns elementos emigrados da nobreza francesa pretendiam que pases como a ustria e a Prssia iniciassem imediatamente uma guerra contra a Frana. A Assemblia Legislativa, sabedor dessa situao, raciocinava da seguinte forma: ou expandimos o ideal revolucionrio para esses pases ou, ento, a Frana Revolucionaria ver-se- isolada e condenada ao fracasso. Da a Assemblia tambm pensar na guerra. Segunda fase - Assemblia Legislativa A Assemblia Legislativa francesa exigiu da ustria e da Prssia um compromisso de no invaso e, como no foi atendida pelas monarquias absolutas, declarou guerra a 20 de abril de 1792. Lus XVI exultava, pois esperava que os exrcitos franceses fossem derrotados para que ele pudesse voltar ao poder como Rei absoluto; dessa forma, o Rei e a Rainha, a famosa Maria Antonieta, entram em contato com os inimigos, passando-lhes segredos de guerra. A atuao dos exrcitos franceses foi um fracasso no campo de batalha. Na Assemblia, Robespierre denuncia a traio do Rei e dos generais ligados a ele, que tambm estavam interessados na derrota da Frana revolucionaria. Num discurso aos jacobinos, Robespierre dizia: "No! Eu no me fio nos generais e, fazendo excees honrosas, digo que quase todos tm saudades da velha ordem, dos favores de que dispe a Corte. S confio no povo, unicamente o povo." Nas ruas de Paris e das grandes cidades, os sans culottes (maneira como os pobres das cidades se identificavam) se agitavam pedindo a priso dos responsveis pelas derrotas da Frana diante dos exrcitos austracos e prussianos. Terceira fase - A Conveno Nacional A 2 de setembro, pela manha, chegou a Paris a notcia de que Verdun estava sitiada; Verdun, a ltima fortaleza entre Paris e a fronteira. Imediatamente, foi lanada uma proclamao aos cidados: " s armas cidados, s armas! O inimigo est s portas !" Vrios prisioneiros, suspeitos de ligao com o antigo regime, foram massacrados pela populao. No dia 20 de setembro de 1792, chegou a Paris a notcia da esmagadora vitria dos exrcitos franceses sobre os exrcitos prussianos e, no mesmo dia. foi oficializada a proclamao da Repblica, a primeira da Frana. Agora, o rgo que governar a Frana ser a

Conveno eleita por voto universal. A situao dos "partidos" polticos ficou mais ntida com a Conveno: direita, o grupo dos girondinos defendendo os interesses da burguesia, que nesse momento estava dominando a Conveno. No centro, o grupo da plancie (ou pntano), defendendo os interesses da burguesia financeira, mas tendo uma atitude oportunista dizia-se estar do lado de quem estava no poder. esquerda e no alto, a montanha (jacobinos), defensores dos interesses da burguesia e do povo. O que fazer com o Rei? Os girondinos queriam mant-lo vivo, pois temiam que sua execuo fizesse com que o povo quisesse mais reformas, o que ia contra seus interesses. Os jacobinos queriam que o Rei fosse julgado e executado como traidor da ptria. A proposta jacobina saiu vencedora e o Rei foi executado. Os jacobinos tornavam-se cada vez mais populares e eram apoiados pelos sans culottes. Por sua vez, os exrcitos franceses aproveitavam suas vitrias para propagar os ideais da revoluo, e os pases de governos absolutistas se sentiam cada vez mais sujeitos propaganda liberal. O novo governo revolucionrio francs fez reformas de vrios nveis, mas todas elas extremamente moderadas, de tal forma que no questionassem o poder dos girondinos. Entretanto, os girondinos no poder viam na guerra uma forma de aumentarem suas fortunas e, por isso, quanto mais altos os preos dos produtos (alimentos, roupas), melhor para eles. Na verdade, eram eles que os vendiam e quem os comprava era o povo que, em sua extrema pobreza, no podia comprar mercadorias caras. E nessa contradio que vamos entender o porque da queda do governo da Conveno do jacobinos. Os sans culottes, nas ruas de Paris, exigiam reformas, controle dos preos, mercadorias baratas, salrios altos, e os girondinos exigiam exatamente o contrrio. Nesse momento, os jacobinos (montanheses) comeam a liderar as reivindicaes e conseguem que se forme a Comisso de Salvao Publica, tendo por obrigao controlar os preos e denunciar os abusos feitos pelos altos comerciantes girondinos. A agitao aumenta, os girondinos ficam cada vez mais temerosos diante das manifestaes dos sans culottes. Aumentando a crise, uma regio inteira da Frana, chamada Vendia, instigada pelo clero e pelos ingleses, levanta-se num movimento contrarevolucionrio. Entre maio e junho de 1793, o povo se levanta em Paris, cerca o prdio da Conveno e exige a priso dos Deputados traidores, isto , dos girondinos. Os jacobinos (montanheses) aproveitaram as manifestaes de apoio dos sans culottes e depuseram os girondinos, instaurando um novo governo. A fase do terror - a ditadura dos jacobinos Agora que os jacobinos estavam no poder, era preciso controlar os movimentos populares. O governo dos jacobinos ter como caracterstica principal sua posio moderada na esquerda. Os jacobinos fazem parte de um governo popular, mas no tomam medidas que atendam aos interesses de todas as faixas da populao e

sim medidas mais ligadas pequena burguesia francesa. No dia 13 de julho de 1793, o dolo popular Marat assassinado por uma mulher membro do partido girondino. A partir da a populao exige a radicalizao da revoluo. Inicia-se o terror: todos os elementos suspeitos de ligaes com os girondinos e com a aristocracia contra-revolucionria so massacrados ou executados nas guilhotinas, depois de julgamentos populares. Reformas imediatas so feitas: a principal foi a redistribuio da propriedade, surgindo condies para o aparecimento de trs milhes de pequenas propriedades na Frana. As reformas atingem at mesmo o calendrio oficial, que adquire caractersticas marcadas e anticlericais e passa a basear-se nos fenmenos da natureza. Por exemplo, o ms do calor (julho, na Europa) transforma-se no ms do Termidor; dezembro, o ms das neves (inverno), transforma-se no Nevoso. Robespierre tenta, com alguma habilidade inicial, manter-se no centro para governar. Aos poucos comea a atacar seus aliados da esquerda: foram presos e executados elementos como Hebert e Jacques Roux. Com a liqidao dos elementos de extrema esquerda, Robespierre no pode contar com um apoio seguro dos sans culottes. Quer, a todo custo manter-se no meio da esquerda, incorruptivelmente. Golpeia depois seus companheiros que tinham uma posio mais prxima da direita moderada; como exemplo, temos a execuo de Danton. Robespierre, durante a ditadura dos jacobinos, consegue uma srie de xitos: liqida a contra-revoluo da Vendeia e obtm vrias vitrias contra os inimigos externos da revoluo (entre esses inimigos, contava-se no s a Prssia e a ustria, mas tambm a poderosa Inglaterra); acelera os processos do segundo terror, que executa, na guilhotina, vrios contra-revolucionrios. Mas o problema persistia. Robespierre tomava algumas medidas que, ao povo, pareciam anti-populares, e outras, que desagradavam a burguesia (como, por exemplo, o fato de no haver liberdade de comrcio). Conspirava-se. A alta burguesia financeira, que na sua posio oportunista dentro do partido da plancie, conseguiu sobreviver ao perodo do terror, conspirava contra o governo jacobino. Robespierre apela para os sans culottes, a fim de salvar seu governo. Mas onde estavam os lideres que podiam mobiliz-los? Todos executados. O governo jacobino estava s. A reao termidoriana: o golpe do 9 do Termidor No dia 27 de julho de 1794 (9 do Termidor, pelo novo calendrio revolucionrio), ao iniciar-se mais uma reunio da Conveno, Robespierre e seus partidrios foram impedidos de falar, e contra eles foi imediatamente decretada a priso. Seus partidrios ainda fizeram uma desesperada tentativa de salv-los, conclamando os sans culottes para se manifestarem publicamente e pegarem em armas contra o golpe de Estado que estava sendo dado. Mas poucos atenderam aos seus apelos. O partido da plancie liderava o golpe. A alta burguesia, que havia suportado o domnio do governo jacobino, de tendncia popular, queria agora se libertar e acabar de uma vez por todas com ele, para estabelecer um governo dos ricos. Aos poucos, o partido da plancie vai dominando a situao, e uma das primeiras medidas foi executar Robespierre e todos os seus adeptos, sem ao menos julg-los. A guilhotina

funcionou sem parar: todos os elementos que poderiam exercer alguma liderana junto ao povo eram sumariamente executados. Jovens de famlias ricas organizavam-se em bandos para perseguir todos aqueles que eram considerados suspeitos de atividades revolucionarias. Que estava fazendo esse movimento antipopular? "Financistas, banqueiros, municionadores, agiotas contidos antes pelo Terror voltaram preeminencia, enquanto os nobres, os grandes burgueses e tambm os emigrados retomavam a tradio mundana do Velho Regime. E Comeou a formar-se, assim, a burguesia nova pela fuso das antigas classes dirigentes e dos homens enriquecidos na especulao (...) e nos fornecimentos de guerra. " O novo governo apressa-se em tomar uma srie de medidas para salvaguardar seus interesses: restaura a escravido nas colnias (havia sido abolida anteriormente), acaba com a Lei do Mximo, que regulava os preos das mercadorias,(agora, poder-se-a vender as mercadorias a preos os mais altos possveis), e probe que se cante nas ruas a Marselha, o hino da revoluo. Quarta fase - O Diretrio Em setembro de 1795, prepara-se a nova Constituio. A Conveno Revolucionria desaparecia e cedia lugar a um tipo de governo exercido por um Diretrio, composto por cinco membros representando o poder executivo, e duas Cmaras; uma delas era o Conselho dos Ancios, e a outra, o Conselho dos Quinhentos, ambos representando o poder legislativo. O governo do Diretrio suprimiu o voto universal, implementado pela Conveno e restabeleceu o voto censitrio. Isto significa que todos os esforos feitos pela maioria do povo francs foram aproveitados pelas novas classes ricas. A poltica interna do Diretrio Internamente, a poltica do Diretrio era totalmente voltada s novas classes ricas. O comrcio ficou totalmente liberado e sem restries, significando que os setores pobres da populao arcavam com a alta dos preos e com a inflao. A corrupo havia se tornado quase oficial. A alta burguesia jogava desenfreadamente na bolsa para auferir lucros cada vez maiores. Alguns antigos militantes jacobinos, liderados por Gracus Babeuf, exprimiam suas insatisfaes no jornal A Tribuna do Povo, de propriedade do lder. Esse jornal clamava pela volta da Constituio de 1793 e pelo fim dos privilgios. Pedia tambm que o que fora proposto na Declarao dos Direitos do mem no continuasse s no papel, como at ento. Babeuf comea a conspirar e a organizar uma grande rebelio popular para tomar o poder e estabelecer uma sociedade mais justa e sem

privilgios. Mas, um dos seus agentes militares denunciou a Conjurao dos Iguais (movimento assim conhecido). No dia l0 de maio de 1796, imediatamente, Babeuf e seu companheiro Buonarotti foram presos. Depois de um ano, Babeuf foi condenado morte pela guilhotina. Esta tentativa de estabelecer um governo popular na Frana foi violentamente reprimida pelas altas classes enriquecidas. A poltica externa do Diretrio Essa poltica pautava-se pela tentativa de vencer os inimigos da Frana e, se possvel, aumentar os domnios franceses na Europa, numa tentativa de anexao dos territrios conquistados, principalmente a leste (pedaos da atual Alemanha at o Rio Reno) e ao sul (a anexao de uma regio chamada Lombardia, ao norte da Itlia). O militar encarregado dessas anexaes foi o jovem e habilidoso General Napoleo Bonaparte, que cumpriu perfeitamente a misso expansionista, j delineada nessa nova fase do capitalismo. Napoleo garantiu todos esses territrios ao governo do Diretrio assinando um tratado com a ustria, na cidade de Campo Frmio, no qual esta reconhecia o direito da Frana de se apossar dessas regies em troca de outras concesses. 18 de Brumrio - o golpe em nome da burguesia A situao era extremamente grave. A burguesia, em geral, apavorada com a instabilidade, esquecia seus ideais de liberdade, pregados alguns anos antes, e pensava num governo forte, numa ditadura, se fosse preciso, para restaurar a lei e a ordem, para restabelecer as condies de se ganhar dinheiro de uma forma segura. Todos sabiam que a nica pessoa que poderia exercer um governo desse tipo deveria ser um elemento de prestigio popular e ao mesmo tempo forte o suficiente para manter com mo de ferro a estabilidade exigida pela burguesia. Nesse momento, quem reunia essas condies era o jovem general que tantas glrias j havia trazido para a Frana (e outras mais ainda estavam por ser conseguidas): Napoleo Bonaparte. No dia 10 de novembro de 1799 (18 de Brumrio, pelo calendrio revolucionrio), Napoleo retorna do Egito, e, com o apoio de dois outros polticos, dissolvem o Diretrio e estabelecem um governo conhecido pelo nome de O Consulado. O governo de Napoleo Bonaparte (1799-1814)

Foi a partir do golpe do 18 Brumrio, 9 de novembro de 1799, que Napoleo Bonaparte assumiu o governo frans. sua chegada ao poder significou a soluo para os distrbios de um governo anterior que oscilava entre a ameaa terrorista e a ameaa monarquista. As reformas administrativas implementadas na perodo napolenico foram um dos aspectos de maior durabilidade do governo. Medidas que foram implantadas naquele momento permanecem at os dias de hoje na administrao francesa. O remanejamento administrativo centralizou o governo sob a gide de Paris. No aspecto poltico tudo levava a crer que na verdade a sociedade francesa estaria diante de uma autocracia mal disfarada. O Cdigo Civil fixado em 1804 foi responsvel pela fixao dos tragos da moderna sociedade francesa e tambm servil de exemplo para diversos Estados europeus que nele se inspiraram, adotando-lhe seus princpios e reproduzindo-lhe as disposies. Como estadista Napoleo ratificou a redistribuio de terras levada a efeito pela Revoluo permitindo inclusive que o campons mdio continuasse a ser um lavrador independente reformou o sistema tributrio fundando o Banco Francs com o objetivo de exercer maior controle nos negcios fiscais. As obras pblicas, drenagem dos pntanos, construo de pontes e redes de estradas e canais, foram realizadas sobretudo com objetivos militares bem como para conquistar o apoio da burguesia. educao mereceu ateno especial por parte do imperador que instalou escolas pblicas elementares em cada aldeia ou cidade francesa e fundou um escola normal em Paris para preparao dos professores. A poltica externa de Napoleo Bonaparte foi marcada pelo fim da diplomacia tradicional fundamentada sobretudo sobre alianas dinsticas, acordos matrimoniais ou convenincia dos soberanos Durante o perodo em que esteve a frente do governo francs deparou com inmeras guerras, que resultaram em importantes mudanas na orientao da historia contempornea, provocando a ira e a oposio das foras conservadoras e reacionrias representadas pela Santa Aliana. A exemplo da guerra de conquista e explorao imperial destacamos um conflito fundamental que alterou as relaes europias, durante o perodo em questo, entre a Frana e a Gr-Bretanha, refletindo na poltica comercial europia. No dia 21 de novembro de 1806 foi decretado, pelo governo francs, o bloqueio continental vedando aos neutros o acesso aos portos franceses e proibindo a introduo de todos os produtos britnicos no continente. Tal medida justificada pelo desejo de Napoleo eliminar seu principal concorrente para alcanar total predomnio comercial nos mercados europeus bem como o controle dos mercados coloniais e ultramarinos. Todo esse quadro a nvel interno e externo, fez surgir o mito napolenico, o "pequeno cabo" como era denominado pelos seus aficionados, e o bonapartismo, doutrina pregada por aqueles que eram a favor do modelo imperial estabelecido por Napoleo na Frana. Entretanto no se pode negar que Napoleo Bonaparte destruiu o legado da Revoluo jacobina, inspirada no sonho da igualdade, liberdade e fraternidade Pela sua tirania foi acusado por seus opositores de ter sido o principal responsvel pela "experincia

abortada da Frana". (...)"Bonaparte praticou uma traio parricida, perventendo os poderes que lhe haviam sido confiados na qualidade de magistrado republicano, para chagar subverso da repblica e instituio de um despotismo militar em seu benefcio e no de sua famlia. Se ele houvesse exercdo seus poderes honestamente para estabelecer e fortalecer um governo livre em seu pas, a Frana gozaria agora da liberdade e do repouso, e, tendo seu exemplo atuado diretamente, cada nao da Europa se beneficiaria de um regime sobre o qual a vontade do povo exerciria um certo controle. Seu egosmo atroz bloqueou o progresso salutar dos prncipes e o inundou de rios de sangue que ainda no se esgotaram. E h ainda muito a acrescentar considervel soma de devastao e de misria por que foi responsvel..."(...)

Biografias dos Principais RevolucionriosDANTON, Georges-Jacques (1759-1794) - Modesto advogado antes da Revoluo, aderiu a ela desde os primeiros momentos. Fundou o Clube dos Cordeliers. Foi um dos principais artfices da insurreio de 10 de agosto e foi nomeado ministro da Justia. Alguns o consideram responsvel pelos massacres de setembro. Eleito na Conveno, foi enviado em misso Blgica. De volta a Paris, votou pela morte do rei, apesar de no._ incio parecer procurar poup-lo. Em abril de 1793 entrou no Comit de Sade Pblica, do qual foi afastado em julho. Procurando resistir ao Terror, tornou-se juntamente com Desmoulins o chefe dos Indulgentes, contra Robespierre e seus seguidores. Preso a 30 de maro de1794, foi condenado morte e guilhotinado a 5 de abril. CONCEITO: Justia CON:18 FR:17 DEX:16 AGI:16 INT:17 WILL:18 PER:14 CAR:12 ROBESPIERRE, Maximilien- Marie Isidoro (1758-1794) - Comeou cedo a transformar-se em mscara ou marionete. Primeiro, o monstro. O Terror Branco, com seus massacres, fixou sua fisionomia. Depois, sobreveio o espectro tambm para os tardios herdeiros dos Jacobinos. "Robespierre est perambulando" - der Robespierre geht um - era o refro dos proletrios de Estrasburgo, do fim do sculo passado. A caricatura do Incorruptvel, do glido racionalista, do idelogo fantico, j estava feita nos anos

do Imprio. A capacidade de reduzir a histria ao melodrama no cabe apenas em um sculo de filmes, atravs de todas as nuanas do srdido, at o Danton de Wajda. Deu-se tambm atravs da leitura potica (traidora da paixo revolucionria das suas cenas ferozes) de A Morte de Danton, de Georg Bucbner, 1830. Pelo menos, os estudantes neonazistas alemes que, por volta de 1950, impediram uma encenao de A Morte de Danton, tinham compreendido de que se, tratava. Desde ento a mscara de Danton, com a sua "sangunea humanidade", corno ainda hoje se escreve, funciona como anttese simblica, para muitos usos, para aquela de Robespierre - o reprimido, o sdico, o glacial amante da virtude, dominado e seduzido pelo "atroz e teatral" Saint-Just, como o chamou Chateaubriand (ao qual no faltava, tem de ser dito, o sentido dos adjetivos). CONCEITO: Duro CON:14 FR:14 DEX:12 AGI:12 INT:16 WILL:14 PER:17 CAR:07 LUIS XVI (1754-1793) - Lus XVI foi um chaveiro amador, tmido, mope, por demais influencivel e irresoluto, Eu poderia comear com esta frase o retrato do rei, mas estaria enganando o leitor, mesmo sendo verdade que o seu passatempo favorito era desmontar fechaduras, Ao privilegiar esta descrio estaria induzindo ao erro e a caricatura. Lus de XVI foi na verdade um rei bem-intencionado e malaconselhado. Casou aos 16 anos com Maria Antonieta e recebeu a coroa com 20 anos em 1774. Imediatamente atende aos anseios dos reformadores e quase desmente a frase atribuda a seu recm-falecido av Lus XV: Depois de mim, o dilvio! O jovem rei chama um ministro que quer abolir privilgios e servides: Turgot, homem ntegro e competente e, fato pouco conhecido, um precursor de Ricardo e da cincia econmica liberal moderna, Mas Turgot est mexendo com algumas mordomias da corte, os nobres conservadores e o partido clerical. Intrigam para que ele perca a confiana do rei. E conseguem; Lus dispensa Turgot com menos de dois anos no ministrio. A corte no sabe que ao recusar o anel vai perder o dedo ou a cabea. O rei da Frana nomeia outro ministro de progresso, o banqueiro protestante Necker, homem muito popular junto ao que chamaramos hoje de sociedade civil. Necker tambm quer reformas, embora mais tmidas que as de Turgot e esbarra

na faco reacionria da corte de Versalhes. Ao demitir Necker (1781), o rei perde o apoio daqueles que mantinham esperanas em mudanas vindas de cima. Os ministros seguintes, Calonne e por fim Brienne, no tm a estatura dos primeiros nem incomodam a corte com seus gastos e regalias faranicos. No entanto, Lus XVI tomou antes de 1789 medidas humanistas como a abolio da tortura e plenos direitos civis aos protestantes, Tambm realou o prestgio externo da Frana com a ajuda militar aos revolucionrios norte-americanos. A Inglaterra foi derrotada na terra e no mar e alguns nobres chegaram a brincar de dar nomes franceses s ruas de Londres, que seria facilmente tomada, Mas no governo de Brienne aparece a dura realidade: no h mais dinheiro nos cofres reais, somente dvidas. J disseram que a Revoluo Francesa foi a vitria da nobreza de toga sobre a nobreza de espada e isto fato pelo menos no incio. Os advogados, magistrados, membros dos parlamentos municipais esto em conflito aberto com o poder do monarca. Para obter mais impostos e desarmar o descontentamento, Lus XVI chama de volta Necker (1788) e promete convocar os famosos Estados Gerais, uma medida que a monarquia francesa no tomava h dois sculos. Os Estados Gerais so a reunio das trs ordens ou Estados (hoje diramos classes) da sociedade desde a Idade Mdia: o nobre que luta, o clero que reza e o campons (Terceiro Estado) que trabalha. Lus XVI reconquista a popularidade decretando que o Terceiro Estado ter tantos representantes (400) quanto o clero e a nobreza juntos, Mas no sabe aproveitar a situao para orientar as eleies e nem propor aos deputados algum programa de reformas. Em 1789, com a reunio dos Estados Gerais comea a Revoluo Francesa e Lus XVI fica logo ultrapassado pela importncia dos eventos. Quer esvaziar os Estados Gerais pela falta de assunto e medidas a tomar, mas tarde demais, os deputados j tomaram conscincia de sua fora e se autoproclamam Assemblia Nacional e logo depois Constituinte. Necker demitido numa intil provocao aos parisienses que tomam a Bastilha e descobrem 50 mil fuzis no prdio dos Invlidos, Apesar das jornadas revolucionrias, o rei ainda popular em Paris, mas ele vai de maneira quase constante prejudicar ou embaraar seus partidrios e favorecer seus inimigos mais radicais. Um punhado de nobres ligados rainha vai lev-lo a querer adotar a poltica do pior. O rei recusa assinar a Declarao dos Direitos do Homem e demais medidas da Assemblia. Uma multido de parisienses revoltados o traz semiprisioneiro de Versalhes a Paris em outubro de 1789. Entretanto, Lus ainda tem muitos trunfos: a grande maioria dos revolucionrios quer manter a monarquia como poder moderador. Mirabeau e La Fayette so seus aliados. No primeiro aniversrio do dia 14 de julho, o rei jura fidelidade nova Constituio e aclamado pelos parisienses e pelos guardas nacionais enviados para a cerimnia de todos os cantos da Frana. Lus cometeu o erro de no se conformar com a monarquia constitucional e a sua conscincia parece ter sido perturbada pela questo do

juramento civil que a Revoluo exige dos padres. A sua esperana agora a represso de seu prprio povo pelos reis estrangeiros. Ele vai tentar fugir at os exrcitos monarquistas franceses e austracos para voltar com eles ao poder: a desastrada fuga de Varennes (junho de 1791), quando um taberneiro e um empregado dos correios reconhecem e prendem o rei da Frana. Lus XVI perdeu definitivamente sua popularidade. Mas ainda rei. Muitos membros da Assemblia querem manter o monarca como smbolo e contra as tendncias igualitrias mais radicais. E mais uma vez o rei vai conspirar contra seus prprios interesses. Ele prope Assemblia a declara de guerra ustria (abril de 1792) com a esperana de ver os revolucionrios derrotados. A Prssia se junta ustria e a guerra comea como o previsto, com derrotas para os franceses. Mas a histria muda em Valmy, a grande vitria da liberdade sobre a qual profetiza Goethe: "Hoje comea uma nova poca para o mundo. E o rei dos franceses j considerado um traidor, o cmplice dos inimigos da Ptria, destitudo e prisioneiro em Paris. A Assemblia Legislativa d lugar Conveno mais radical que julga o cidado Lus Capeto e o condena morte por uma estreita maioria. Lus impressionou pela dignidade e coragem, mas no convenceu ao negar as acusaes sistematicamente. At o ltimo campons dos confins da Rssia ficar sabendo: os franceses guilhotinaram o seu rei. A monarquia baseada na vontade divina tem os dias contados, vai prevalecer a vontade popular. CONCEITO: Comandar CON:15 FR:13 DEX:12 AGI:13 INT:12 WILL:12 PER:08 CAR:10

MARAT, Jean Paul (1743-1793) Mdico dos guardas do conde dArtois, fundou em setembro de 1789 Lami du Peuple, jornal de tons violentamente revolucionrios que inaugurou a linguagem do Terror e foi muito difundido entre as classes populares. Membro do Clube dos Cordeliers, eleito deputado na Conveno, encarnou o esprito sanguinrio da Revoluo. Chateaubriand o definiu como o Calgula das encruzilhadas. Victor Hugo como Funcionrio da runa, Louis Blanc como Rei dos Hunos. Feroz inimigos dos Girodinos, promoveu a sua queda. Foi assassinado por Charlotte Corday a 13 de julho de 1793, enquanto estava imerso em sua banheira. Uma dermatose inflamatria o obrigava a banhos freqentes e demorados. Depois de sua morte, foi objeto de culto popular e celebrao como um dos mrtires da Revoluo. CONCEITO: Justia CON:14 FR:12 DEX:12 AGI:13 INT:18 WILL:18 PER:16 CAR:17 BONAPARTE, Napoleo (1769-1821) - Um dos mais famosos generais dos tempos contemporneos e um extraordinrio estadista nascido em Ajcio, na Crsega, ilha do Mediterrneo sob administrao da Frana, desde o ano do seu nascimento, que deixou marcas duradouras nas instituies da Frana e de grande parte da Europa ocidental. Filho de famlia pobre, mas dona de um ttulo de nobreza da Repblica de Gnova, estudou na academia militar de Brienne e na de Paris, saindo como oficial de artilharia (1785). Aderiu Revoluo francesa (1789), uniu-se aos jacobinos, serviu como tenente da recm-criada guarda nacional e transformou-se num dos principais estrategistas do novo sistema de guerra de massa. Fez uma carreira meterica e se destacou pela originalidade nas campanhas militares. Capito de artilharia na retomada de Toulon aos ingleses e foi promovido general-de-brigada (1793), o mais jovem general do Exrcito francs. Aps a queda de Robespierre foi detido sob acusao de ser jacobino, mas depois foi encarregado de dirigir a represso ao levante monarquista de Paris (1795). Casou-se com Josefina (1796), viva do general guilhotinado (1794) Beauharnais, e tornou-se o comandante-em-chefe do Exrcito nas campanhas da Itlia, contra os austracos (1795-1797), e do Egito, contra os ingleses (17961799). Quando da ocupao do Egito (1798) a expedio cientfica que o

acompanhou inclua o astrnomo Laplace, o qumico Bertholet, o fsico Monge e o arquelogo Denon. Em pesquisas arqueolgicas foi descoberta a pedra de Rosetta, fragmento de estela, espcie de monolito de basalto negro, que apresenta um decreto de Ptolomeu V, em caracteres hieroglficos, demticos e gregos (196 a. C.), que Champollion usaria para decifrar os hierglifos egpcios (1822) e est exposta no British Museum, em Londres. Liderou um golpe de Estado (1799), instalou o Consulado e fez-se eleger cnsul-geral, apoiado em um plebiscito popular. Promulgou uma Constituio de aparncia democrtica. Organizou o governo, a administrao, a polcia, a magistratura e as finanas. Tomou medidas despticas e antiliberais, como o restabelecimento da escravido nas colnias, e outras de grande importncia econmica, como a criao do Banco de Frana (1800). Concluiu com o papa Pio VII a concordata (1801), que restabelecia a igreja na Frana, embora submetida ao estado. Criou a Legio de Honra e o novo cdigo civil, depois chamado Code Napolon, elaborado por uma comisso de juristas com participao ativa do primeiro-cnsul. Essa medida de grande alcance tornou-se o maior feito jurdico dos tempos modernos, consubstanciou os princpios defendidos pela revoluo francesa e influenciou profundamente a legislao de todos os pases no sculo XIX. O restabelecimento da ordem e da paz, bem como atentados frustrados de monarquistas, fizeram crescer a sua popularidade, que habilmente a utilizou para se fazer proclamar cnsul vitalcio por plebiscito (1802). Coroou-se rei da Itlia (1805) divorciou-se da imperatriz Josefina (1809) e casou-se com Maria Lusa, filha do imperador austraco. Em guerra permanente contra as potncias vizinhas enfrentou a coalizo de todas as potncias europias e foi derrotado em Leipzig (1813). Depois de uma desastrada campanha na Rssia, foi derrotado pelos exrcitos aliados adversrios dos franceses e obrigado a abdicar (1814). Exilou-se na ilha de Elba, na costa oeste da Itlia. No ano seguinte organizou um exrcito e tentou restaurar a monarquia, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, na Blgica (1815). esse perodo ficou conhecido como o Governo dos Cem Dias. Preso pelos ingleses, foi deportado para a ilha de Santa Helena, no meio do Atlntico, onde morreu em 5 de maio. CONCEITO: Guerreiro CON:15 FR:16 DEX:15 AGI:16 INT:17 WILL:17 PER:15 CAR:16 ROUSSEAU, Jean-Jacques

(1712-1778) - Filsofo e romancista suo de lngua francesa. Considerado o representante mais radical do iluminismo e um dos idelogos da Revoluo Francesa. Nasceu em Genebra. rfo de me, abandonado pelo pai aos 10 anos e entregue aos cuidados de um pastor. Em 1728 vai para Annecy, na Frana. Muda-se para Paris com 13 anos depois, onde se torna amigo do filsofo Denis Diderot e escreve para a Enciclopdia. Em Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens (1755), afirma que o homem nasce bom e sem vcios o bom selvagem , mas pervertido pela sociedade civilizada. Em sua obra mais conhecida, O Contrato Social (1762), defende um Estado baseado na democracia e voltado para o bem comum e para a vontade geral. o primeiro a atribuir soberania ao povo. Prega liberdade, igualdade e fraternidade, lema assumido pela Revoluo Francesa. Escreve tambm romances, como Jlia ou a Nova Helosa, que obtm grande sucesso, tratados sobre msica e uma pera, O Adivinho da Aldeia. Suas idias causam polmica com outros pensadores e com as autoridades francesas. Obrigado a sair do pas, exila-se na Inglaterra, mas volta para Paris em 1770. Mais tarde se muda para o castelo do marqus de Girardin, em Ermenonville, onde morre. CONCEITO: Cidado CON:15 FR:14 DEX:16 AGI:13 INT:17 WILL:17 PER:13 CAR:16

Nesse Net Book no h percias pois aquela poca o tipo de armamento no definido, e para que uns tenham percias e outros no deixamos para que voc mesmo s criem