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20153ª edição

ÉLISSON MIESSA Procurador do Trabalho. Professor de Direito Processual

do Trabalho do Curso CERS on line.Autor e Coordenador de livros para concursos públicos.

Contato: [email protected]: [email protected]: [email protected]

www.elissonmiessa.com.br • facebook.com/elisson.miessa • twitter.com/ElissonMiessa

Para os concursos de Analista do TRT e do MPUINCLUI: • Questões comentadas de concursos• Súmulas e OJs do TST separadas por assunto no fi m de cada capítulo

DE ACORDO: • Lei 13.015/14 que dispõe sobre o processamento de recursos no

âmbito da Justiça do Trabalho

Para os concursos de Analista do TRT e do MPU

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Nesses casos, tem-se a modificação de competência, encaminhando-se os pro-cessos de um juízo para o outro. No processo do trabalho, os autos serão enviados para o juízo em que foi distribuída a primeira ação e não para aquele que despa-chou em primeiro lugar. Isso porque, na seara laboral, a prevenção se dá com a distribuição da reclamação.

2.4. Diferenças entre a competência absoluta e relativa

Podemos esquematizar da seguinte forma as diferenças entre a competência absoluta e a competência relativa.

f COMPETÊNCIA ABSOLUTA f COMPETÊNCIA RELATIVA

EspéciesCompetência material; competência em razão da pessoa; competência funcional

Competência territorial; competên-cia em razão do valor da causa

Momento de alegação

Qualquer tempo e grau de jurisdi-ção, exceto instância superior que depende do prequestionamento

Prazo para resposta

Conhecimento ex officio Pode ser conhecida ex officio Não pode ser conhecida ex officio

Forma de alegação

Qualquer petição e até mesmo oral-mente na audiência

Exceção de incompetência

Modificação Não pode ser modificadaPode ser modificada pela: a) prorro-gação; b) conexão; ou c) continência.

Nulidade Gera nulidade absoluta Gera nulidade relativa

Ação rescisória Poderá ser objeto de ação rescisória

Não pode ser objeto de ação resci - sória

3. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOAA Justiça do Trabalho teve considerável alteração na sua competência após o

advento da EC nº 45/04. Nesse contexto, o art. 114 CF/88, principal dispositivo que declina a competência dessa Justiça Especializada, estabelece:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sin-dicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

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Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho

V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º – Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Considerando que referido artigo versa sobre a competência material e também em razão da pessoa, analisaremos em conjunto tais critérios para fins didáticos.

Desse modo, a competência em razão da matéria é identificada pela causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos) e o pedido deduzidos em juízo. Nessa hipótese, o processo poderá ser de competência da Justiça Especializada (Justiça do Trabalho, Eleitoral ou Militar) ou da Justiça Comum (Justiça Federal ou Estadual).

� Assim, se, por exemplo, um trabalhador ajuíza reclamação trabalhista ale-gando ter trabalhado no período noturno e não ter recebido adicional noturno, postulando seu pagamento, verifica-se que os fatos, os fundamentos jurídicos e os pedidos dizem respeito à relação de emprego, o que atrai a competência da Justiça do Trabalho.

Já a competência em razão da pessoa é definida levando-se em conta a quali-dade das partes envolvidas na relação jurídico-processual.

Com efeito, para melhor compreensão do tema, passamos a analisar detidamente cada um dos itens do artigo supramencionado.

3.1. Ações oriundas da relação do trabalho

Antes do advento da EC nº 45/04, a Justiça do Trabalho era competente, em re-gra, para julgar as ações oriundas das relações entre empregados e empregadores.

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Nesse contexto, priorizava-se a competência em razão da pessoa (empregado e empregador).

Depois da entrada em vigor da aludida Emenda Constitucional, a competência da Justiça do Trabalho teve signifi cativa ampliação, pois passou a ter competência para julgar as ações referentes à relação de trabalho.

Relação de trabalho pode ser conceituado como “qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação”5. Trata-se, pois, de gênero, nele incluindo: relação de emprego; trabalho autônomo; trabalho eventual; trabalho avulso; trabalho voluntário; estágio etc.

relação de emprego

trabalho autônomo

trabalho eventual

trabalho voluntário

trabalho avulso

estágio

Relação de trabalho

A relação de emprego é, portanto, espécie de relação de trabalho, existindo quando estiverem presentes os requisitos descritos no art. 3 da CLT, quais sejam pessoalidade, pessoa física, não eventualidade, onerosidade e subordinação.

Com efeito, nos dias atuais, são integradas, na competência da Justiça do Traba-lho, as relações de trabalho e não somente as relações de emprego.

No entanto, cabe fazer duas observações quanto à competência da Justiça do Trabalho: as ligadas às relações de consumo e as ações penais.

Quanto à relação de consumo existem três correntes a respeito da competência da Justiça do Trabalho.

• 1ª tese – a relação de consumo é uma relação bifronte: do ângulo do consu-midor (destinatário do serviço) há uma relação consumerista a ser julgada pela Justiça Comum. Agora, do ângulo do prestador do serviço há relação de trabalho, sendo de competência da Justiça do Trabalho.

5. SARAIVA, Renato. Processo do Trabalho. 5. ed. Rio do Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2009. p. 29

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Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho

� Exemplo: encanador que presta serviços em uma residência. Se o consumi-dor for reclamar dos serviços do encanador, a relação será de consumo. Por outro lado, se a reclamação é do encanador (por exemplo, não pagamento), a relação será de trabalho.

• 2ª tese – a Justiça do Trabalho é competente para julgar as ações propostas pelo prestador de serviços, assim como aquelas propostas pelo consumidor em face do prestador do serviço.

� Exemplo: reconvenção do cliente, em ação ajuizada pelo prestador do serviço na Justiça do Trabalho.

• 3ª tese – a relação de consumo não é de competência da Justiça do Trabalho. Para essa tese há distinção entre consumidor e tomador dos serviços. O consumidor é a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza o produto ou serviço como destinatário final (CDC, art. 2º). Já o tomador dos serviços não é destinatário final, mas intermediário.

� Exemplo: médico de determinada clínica que presta serviço a um paciente. A relação entre o médico e o paciente (cliente) é de consumo, sendo de com-petência da Justiça Comum. Agora, a relação do médico com a clínica é de trabalho, atraindo a competência da Justiça do Trabalho.

f IMPORTANTE:Esse é o entendimento majoritário, sendo acompanhado pela Súmula nº 363 do STJ que assim vaticina: “Compete à Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.

Do mesmo modo, é o entendimento majoritário quanto à cobrança dos hono-rários advocatícios, estabelecendo-se que a Justiça Estadual é a competente para tal demanda.

No que se refere às ações penais, o Supremo Tribunal Federal deferiu liminar na ADIN 3.684, para afastar da competência da Justiça do Trabalho o julgamento das ações de natureza penal, ou seja, no âmbito dessa Justiça Especializada, não está incluída a competência para processar e julgar ações penais.

3.2. Entes de direito público externo

O art. 114, I, da CF/88 indica que a Justiça do Trabalho é competente para pro-cessar e julgar “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo”.

Entes de direito público externo são os sujeitos de Direito Internacional Público, ou seja:

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• os Estados estrangeiros, abrangendo as embaixadas e as repartições con-sulares; e

• os organismos internacionais (ONU, OIT etc.).

3.2.1. Estados estrangeirosQuanto aos Estados estrangeiros, alguns doutrinadores entendiam que eles não

poderiam se submeter à jurisdição brasileira, ou seja, havia imunidade de jurisdição.

No entanto, o Supremo Tribunal Federal analisou os atos dos Estados estrangeiros em dois aspectos:

1) atos de império, entendidos como aqueles praticados no exercício de suas prerrogativas soberanas. Ex: concessão de visto. Nesse caso, há imunidade absoluta de jurisdição.

2) atos de gestão sendo aqueles em que o Estado estrangeiro atua em matéria de ordem estritamente privada, equiparando-se ao particular, como é o caso da aquisição de bens, contratação de empregados etc. Nessa hipótese, não há imunidade de jurisdição.

Com efeito, declinou o C. STF que, nas causas de natureza trabalhista, o Estado estrangeiro se submete à jurisdição brasileira e, consequentemente, à competência da Justiça do Trabalho, uma vez que se trata de atos de gestão.

Contudo, a Corte Suprema reconheceu a imunidade de execução dos entes de direito público externo, sob pena de indevida invasão no Estado estrangeiro. Noutras palavras, a Justiça do Trabalho poderá, na fase de conhecimento, reconhecer que o trabalhador laborou para o ente estrangeiro e condená-lo, por exemplo, ao paga-mento das verbas rescisórias e das horas extras. No entanto, não poderá penhorar bens ou dinheiro de tais entes, devendo se valer da denominada carta rogatória.

Existem, porém, duas exceções em que não incidirá a imunidade de execução:

1ª) quando o Estado estrangeiro renunciar à intangibilidade de seus próprios bens;

2ª) quando houver no território brasileiro bens que, embora pertencentes ao ente externo, não tenham nenhuma vinculação com as finalidades essenciais inerentes às relações diplomáticas ou representações consultes mantidas em nosso País (STF – RE nº 222.368-4).

3.2.2. Organizamos internacionaisQuando se tratar, porém, de organização ou organismos internacionais, há imu-

nidade absoluta de jurisdição, nos termos da OJ nº 416 da SDI-I do TST:

Orientação Jurisprudencial nº 416 da SDI–I do TST. Imunidade de juris-dição. Organização ou organismo internacional

As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional

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incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

Nessa hipótese, tendo imunidade de jurisdição, consequentemente, também terá imunidade de execução, vez que não existirá nem mesmo condenação.

A Corte Trabalhista justifica seu posicionamento nos seguintes fundamentos.

O tema das imunidades das organizações internacionais, em regra, decorre do direito convencional, ao contrário da imunidade dos Estados estrangeiros que se embasa no direito consuetudinário6. Em outros termos, as imunidades dessas organizações vêm estabelecidas em tratados internacionais, os quais, depois de ratificados, integram o ordenamento interno brasileiro.

Em decorrência disso, o Estado brasileiro tem obrigação de cumprir os tratados firmados, vez que são pactuados livremente pelo Brasil, sendo compromissos inter-nacionais de caráter vinculante. Ademais, o descumprimento dos tratados firmados pelo Brasil sujeita o Estado brasileiro à responsabilização internacional.

Com efeito, estando a imunidade de jurisdição prevista em tratado internacio-nal, para o TST o organismo internacional não se submete à jurisdição brasileira. Excepciona-se, porém, o caso do organismo internacional, expressamente, renunciar a imunidade a ele conferida.

3.2.3. Esquema

Em suma, para o C. TST, tratando-se de Estado estrangeiro, não há imunidade de jurisdição nas lides trabalhistas. Por outro lado, sendo organizações (organismos) internacionais, tais entidades têm o privilégio da imunidade de jurisdição.

f ESTADOS ESTRANGEIROS, ABRANGENDO AS EMBAIXADAS E AS REPARTIÇÕES CONSULARES

f ORGANIZAÇÕES OU ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Não tem imunidade de jurisdição Tem imunidade absoluta de jurisdição

Regra: Tem imunidade de execução

3.3. Servidores da administração públicaA administração pública abrange a União, os Estados, os Municípios, as autarquias,

as fundações, as sociedades de economia mista e as empresas públicas.

No que se refere às empresas públicas e às sociedades de economia mista, o art. 173, II, da CF/88 submete-as ao regime próprio das empresas privadas,

6. PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional público e privado. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2011.p. 189.

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inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas. Nesse contexto, não há dúvida de que a Justiça do Trabalho é competente para julgar as ações oriundas de seus empregados.

Quanto à União, aos Estados, aos Municípios, às autarquias e às fundações públicas, a questão não é pacífica. Isso porque a relação de trabalho, nesses entes, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, pode ser de três espécies:

1ª) relação empregatícia;

2ª) relação estatutária;

3ª) relação de caráter jurídico-administrativa (temporária).

De acordo com o entendimento do STF e do TST, a competência da Justiça do Trabalho está limitada às ações oriundas da relação de emprego, ou seja, quando o ente público adotar o regime celetista para seus servidores (empregados públicos).

Por outro lado, fica a cargo da Justiça Comum a competência para julgar as relações estatutárias, inclusive os cargos em comissão. Nesse sentido, as Súmulas nº 137 e 218 do STJ:

Súmula nº 137 do STJ. Competência – Processo e Julgamento – Servidor Público Municipal – Direitos Relativos ao Vínculo Estatutário

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.

Súmula nº 218 do STJ. Competência – Ação de Servidor Estadual – Processo e Julgamento – Direitos e Vantagens Estatutárias – Cargo em Comissão

Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão.

Assim, cabe à Justiça Federal julgar os servidores públicos estatutários federais e à Justiça Estadual, os servidores públicos estatutários estaduais ou municipais.7

f ATENÇÃO:Na hipótese do ente público alterar o regime celetista para estatutário, a competência da Justiça do Trabalho fica limitada ao período do regime celetista, inclusive restringindo a execução àquele período7. Ademais, o TST entende que “a transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime” (Súmula 382 do TST).

7. Nesse sentido, a OJ nº 138 da SDI-I do TST: Competência residual. Regime jurídico único. Limitação da execução. Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a período anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista.

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Além disso, também é de competência da Justiça Comum o julgamento das ações relacionadas aos servidores temporários (relação de caráter jurídico-administrativa), que são contratados para “atender a necessidade temporária de excepcional inte-resse público” (CF/88, art. 37, IX).

f COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

f COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM

Empregado público (celetista) Servidor estatutário

Servidor temporário

3.4. Competência trabalhista perante a greve

A greve pode ser conceituada como “a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador” (Lei nº 7.783/89). Trata-se de um direito fundamental utilizado pelos trabalhadores, para pressionar o empregador a atender a suas reinvindicações.

Nos termos do art. 114, II, da CF/88, todas “as ações que envolvam exercício do direito de greve” são de competência da Justiça do Trabalho. Nesse contexto, passou a ser de competência dessa Justiça Trabalhista:

– as ações possessórias (reintegração de posse, manutenção de posse e interdito proibitório).

� Exemplo: Banco Z ajuíza interdito proibitório para evitar protestos dentro ou na porta do banco;

– as ações indenizatórias decorrentes do exercício do direito de greve.

� Exemplo: trabalhadores quebram maquinários da empresa durante o mo-vimento grevista;

– as ações de obrigação de fazer, a fim de garantir, durante a greve, a presta-ção dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade etc.

� Exemplo: MPT ajuíza ação civil pública para que 50% dos ônibus coletivos mantenham-se em funcionamento durante o movimento grevista.

Quanto às ações possessórias, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula vinculante nº 23, a qual declina:

Súmula Vinculante nº 23.

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação pos-sessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

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Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho

6. SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST

f COMPETÊNCIA

Imunidade de Jurisdição. Organização ou organismo interna cional

Orientação Jurisprudencial nº 416 da SDI – I do TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo internacionalAs organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasilei-ro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

Competência em razão da matéria

Súmula nº 392 do TST. Dano moral e material. Relação de trabalho. Competência da justiça do trabalho.Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da rela-ção de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas.

Súmula nº 189 do TST. Greve. Competência da Justiça do Trabalho. AbusividadeA Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve.

Súmula nº 300 do TST. Competência da Justiça do Trabalho. Cadastramento no PISCompete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).

Súmula nº 389 do TST. Seguro-desemprego. Competência da Justiça do Trabalho. Direito à indenização por não liberação de guiasI – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empre-gador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do seguro-desemprego.II – O não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro--desemprego dá origem ao direito à indenização.

Súmula nº 368 do TST. Descontos previdenciários e fiscais. Competência. Responsabilidade pelo pagamento. Forma de cálculoI – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previden-ciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.II – É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previden-ciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010.III – Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disci-plinado no art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição.

Súmula nº 454 do TST. Competência da justiça do trabalho. Execução de ofício. Contribuição social referente ao seguro de acidente de trabalho (SAT). Arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da Constituição da República

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Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapa-cidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).

Orientação Jurisprudencial nº 26 da SDI – I do TST. Competência da Justiça do Trabalho. Com-plementação de pensão requerida por viúva de ex-empregadoA Justiça do Trabalho é competente para apreciar pedido de complementação de pensão postu-lada por viúva de ex-empregado, por se tratar de pedido que deriva do contrato de trabalho.

Súmula nº 19 do TST. Quadro de carreiraA Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira.

Orientação Jurisprudencial nº 138 da SDI – I do TST. Competência residual. Regime jurídico único. Limitação da execuçãoCompete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a período anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajui-zada após a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista.

Competência Funcional

Orientação Jurisprudencial nº 129 da SDI – II do TST. Ação anulatória. Competência origináriaEm se tratando de ação anulatória, a competência originária se dá no mesmo juízo em que praticado o ato supostamente eivado de vício.

Orientação Jurisprudencial nº 68 da SDI – II do TST. Antecipação de tutela. CompetênciaNos Tribunais, compete ao relator decidir sobre o pedido de antecipação de tutela, sub-metendo sua decisão ao Colegiado respectivo, independentemente de pauta, na sessão imediatamente subsequente.

Competência territorial-funcional

Orientação Jurisprudencial nº 130 da SDI – II do TST. Ação civil pública. Competência. Local do dano. Lei 7.347/1985, art. 2º. Código de Defesa do Consumidor, artigo 93.I – A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela extensão do dano.II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinge cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos.III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência concorrente para a ação civil pública das varas do trabalho das sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho.IV – Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída.

Conflito de Competência

Súmula nº 420 do TST. Competência funcional. Conflito negativo. TRT e Vara do Trabalho de idêntica região. Não configuraçãoNão se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.

Orientação Jurisprudencial nº 149 da SDI – II do TST. Conflito de competência. Incompetência territorial. Hipótese do art. 651, § 3º, da CLT. Impossibilidade de declaração de ofício de incompetência relativaNão cabe declaração de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo re-conhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi proposta.

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7. LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO CAPÍTULO

» Constituição Federal

Art. 109, CF - Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Art. 114, CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

VII - as ações relativas às penalidades adminis-trativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acrésci-mos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à ne-gociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,

o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

» CLT

Art. 651, CLT - A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

§ 2º - A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissí-dios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

§ 3º - Em se tratando de empregador que promo-va realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Art. 677, CLT - A competência dos Tribunais Regionais determina-se pela forma indicada no art. 651 e seus parágrafos e, nos casos de dissídio coletivo, pelo local onde este ocorrer.

Art. 804, CLT - Dar-se-á conflito de jurisdição:

a) quando ambas as autoridades se considera-rem competentes;

b) quando ambas as autoridades se considera-rem incompetentes.

Art. 805, CLT - Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados:

a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho;

b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho;

c) pela parte interessada, ou o seu repre- sentante.

Art. 806, CLT - É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência.

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Art. 876, CLT - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.

Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Traba-lho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido27.

» Código de Processo Civil

Art. 1º, CPC - A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.

Art. 102, CPC - A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes.

Art. 103, CPC - Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir.

Art. 104, CPC - Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.

Art. 105, CPC - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propos-tas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.

Art. 111, CPC - A competência em razão da ma-téria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a compe-tência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.

§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.

§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

27. Vide Súmula nº 368, I, do TST

Art. 113, CPC - A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independen-temente de exceção.

§ 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas.

§ 2o Declarada a incompetência absoluta, so-mente os atos decisórios serão nulos, remetendo--se os autos ao juiz competente.

Art. 112, CPC - Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.

Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.

Art. 115, CPC - Há conflito de competência:

I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;

II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;

III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.

Art. 117, CPC - Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, ofereceu exceção de incompetência.

Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro.

» Lei 7.701/88

Art. 2º, Lei 7.701/88 - Compete à seção especia-lizada em dissídios coletivos, ou seção normativa:

I - originariamente:

a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos em lei;

b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios coletivos de que trata a alínea anterior;

c) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas;

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Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho

d) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seção especializada em processo de dissídio coletivo; e

e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em processos de dissídio coletivo.

II - em última instância julgar:

a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica;

b) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em ações rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos;

c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dis-sídio coletivo de sua competência originária, salvo se a decisão atacada estiver em consonância com procedente jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou da Súmula de sua jurisprudência predominante;

d) os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos e os agravos regimentais pertinentes aos dissídios coletivos;

e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de sua decisão; e

f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário nos processos de sua competência.

Art. 3º, Lei 7.701/88 - Compete à Seção de Dis-sídios Individuais julgar:

I - originariamente:

a) as ações rescisórias propostas contra deci-sões das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho e suas próprias, inclusive as anteriores à especia-lização em seções; e

b) os mandados de segurança de sua compe-tência originária, na forma da lei.

II - em única instância:

a) os agravos regimentais interpostos em dis-sídios individuais; e

b) os conflitos de competência entre Tribunais Regionais e aqueles que envolvem Juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista e Juntas de Conciliação e Julgamento em processos de dissídio individual.

III - em última instância:

a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária;

b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais;

c) os agravos regimentais de despachos dene-gatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos, na forma estabelecida no Regimento Interno;

d) os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos;

e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de julgamento; e

f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processo de sua competência.

Art. 4º, Lei 7.701/88 - É da competência do Tribunal Pleno do Tribunal Superior do Trabalho:

a) a declaração de inconstitucionalidade ou não de lei ou de ato normativo do Poder Público;

b) aprovar os enunciados da Súmula da juris-prudência predominante em dissídios individuais;

c) julgar os incidentes de uniformização da jurisprudência em dissídios individuais;

d) aprovar os precedentes da jurisprudência predominante em dissídios coletivos;

e) aprovar as tabelas de custas e emolumentos, nos termos da lei; e

f) elaborar o Regimento Interno do Tribunal e exercer as atribuições administrativas previstas em lei ou na Constituição Federal.

Art. 5º, Lei 7.701/88 - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada uma, a seguinte competência:

a) julgar os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, nos casos previstos em lei;

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b) julgar, em última instância, os agravos de ins-trumento dos despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a revista deve ser processada, caso providos;

c) julgar, em última instância, os agravos regi-mentais; e

d) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos.

» Lei 7.520/86

Art. 12, Lei 7.520/86 - Compete exclusivamente ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região processar, conciliar e julgar os dissídios coletivos nos quais a decisão a ser proferida deva produzir efeitos em área territorial alcançada, em parte, pela jurisdição desse mesmo Tribunal e, em outra parte, pela jurisdição do Tribunal Regional do Tra-balho da 15ª Região.

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Questões – Capítulos III e IV

QUESTÕES

Capítulos III e IV

Sumário • 1. Questões com gabarito comentado – 2. Questões de concursos – 3. Gabarito.

1. QUESTÕES COM GABARITO COMENTADO

01. (Fundação Carlos Chagas – Analista Ju-diciário – Área Jud. Of. Just. Avaliador Federal – TRT12/2013) No tocante à Or-ganização do Ministério Público do Tra-balho, considere:

I. Subprocuradores-Gerais do Trabalho são órgãos designados para oficiar jun-to ao Tribunal Superior do Trabalho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão.

II. O chefe do Ministério Público do Traba-lho é o Procurador-Geral do Trabalho nomeado pelo Presidente da República.

III. O Procurador-Geral do Trabalho deverá ser membro da instituição com mais de trinta e cinco anos de idade e dez anos de carreira e terá mandato de dois anos, vedada a recondução.

Está correto o que se afirma APENAS em a) III. b) I. c) I e II. d) III e IV. e) I e III.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: B. Item I. Correto. Conforme dispõe o art. 107 da Lei 75/93: “Os Subprocuradores-Gerais do Tra-balho serão designados para oficiar junto ao Tribunal Superior do Trabalho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão.”Item II. Incorreto. É chefe do Ministério Públi-co do Trabalho o Procurador-Geral do Traba-lho, que será nomeado pelo Procurador-Geral

da República, nos termos do art. 88 da Lei 75/93 que estabelece: “O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da República (...).”

Item III. Incorreto. De acordo com o mesmo art. 88 da Lei 75/93: “O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes da institui-ção, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, inte grantes de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procu-radores para um mandato de dois anos, per-mitida uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de candidatos com mais de cinco anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de dois anos na carreira.”

Julgue os itens que se seguem, a respeito do Poder Judiciário e do Ministério Público.

02. (CESPE – UnB. 2009. TRT da 17ª Região. Analista Judiciário – Área Administra-tiva) O Ministério Público brasileiro é composto pelo Ministério Público Fede-ral e pelo Ministério Público dos Esta-dos e do Distrito Federal. O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do Ministério Público Federal.

COMENTÁRIOS

Errado. O Ministério Público é uno, indivisível e independente (art. 127, § 1º, CF/88). Ele é composto pelo Ministério Público da União e pelos Ministérios Públicos dos Estados (art. 128, I e II, CF/88). O Ministério Públi-co da União, por sua vez, compreende o: a)

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Ministério Público Federal, b) Ministério Públi-co do Trabalho, c) Ministério Público Militar e d) Ministério Público do Distrito Federal e Ter-ritórios (art. 128, I e alíneas).

03. (Fundação Carlos Chagas. TRT da 7ª Re-gião/ 2009. Analista Judiciário – Área Judiciária. Especialidade Execução de Mandados) O Procurador-Geral do Tra-balho, terá mais de trinta e cinco anos de idade e cinco anos na carreira, e será nomeado pelo

a) Procurador-Geral da República, e esco-lhido entre membros da instituição, in-tegrantes de lista tríplice escolhida me-diante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores.

b) Procurador-Geral da República, e es-colhido entre membros da instituição, integrantes de lista tríplice escolhida mediante voto individual, obrigatório e secreto, pelo Colégio de Procuradores.

c) Procurador-Geral da República, e esco-lhido entre membros da instituição, in-tegrantes de lista tríplice escolhida me-diante voto plurinominal, obrigatório e aberto, pelo Colégio de Procuradores.

d) Presidente da República, e escolhido entre membros da instituição, integran-tes de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores.

e) Presidente da República, e escolhido entre membros da instituição, integran-tes de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, obrigatório e aberto, pelo Colégio de Procuradores.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: a. A Lei Complementar nº 75/1993 dispõe dobre o Ministério Público da União.De acordo com o seu art. 26, IV, é atribuição do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público da União, nomear e dar posse ao Procurador-Geral do TrabalhoAdemais, nos termos do art. 88, caput dessa Lei: “O Procurador-Geral do Trabalho será no-meado pelo Procurador-Geral da República,

dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e se-creto, pelo Colégio de Procuradores para um mandato de dois anos, permitida uma recon-dução, observado o mesmo processo”.

Com base na organização do Minis-tério Público do Trabalho, julgue os itens subsequentes.

04. (CESPE – UnB. 2009. TRT da 17ª Região. Analista Judiciário – Área Judiciária. Es-pecialidade Execução de Mandados) A carreira do Ministério Público do Tra-balho será constituída pelos cargos de subprocurador-geral do trabalho, pro-curador regional do trabalho e procu-rador do trabalho, sendo que o cargo inicial da carreira é o de procurador do trabalho e o do último nível, o de subprocurador-geral do trabalho.

COMENTÁRIOS

Certo. A carreira do Ministério Público do Tra-balho será constituída pelos cargos de subpro-curador-geral do trabalho, procurador regional do trabalho e procurador do trabalho (art. 86, caput, Lei Complementar nº 75/1993 – Lei do MPU).Ainda, de acordo com parágrafo único desse artigo: “O cargo inicial da carreira é o de pro-curador do trabalho e o do último nível o de subprocurador-geral do trabalho”.

05. (CESPE – UnB. 2009. TRT da 17ª Região. Analista Judiciário – Área Judiciária. Es-pecialidade Execução de Mandados) Aos membros do Ministério Público do Trabalho são conferidas garantias idên-ticas às asseguradas aos magistrados.

COMENTÁRIOS

Certo. A vitaliciedade no cargo, a inamovibili-dade e a irredutibilidade de subsídios são ga-rantias reservados aos membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, I, CF/88) e aos magistra-dos (art. 95, CF/88).

A respeito das condições da ação,

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das partes, da competência e dos atos processuais, julgue os itens que se seguem.

06. (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Jus-tiça Avaliador – TRT 16/2014) A Emenda Constitucional 45/2004 incorporou as seguintes matérias à competência da Justiça do Trabalho, EXCETO:

a) quanto aos funcionários públicos esta-tutários.

b) que envolvam exercício do direito de greve.

c) sobre representação sindical.d) alusivas a eleições sindicais.e) execução, de ofício, de contribuições

sociais, decorrentes das decisões pro-feridas pelos Juízes do Trabalho.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta A. De acordo com o en-tendimento do STF e do TST, tratando-se de servidor público a competência da Justiça do Trabalho está limitada àqueles contratados no regime celetista. Por outro lado, fica a cargo da Justiça comum a competência para julgar as relações estatutárias, inclusive os cargos em comissão, conforme estabelecem as Súmulas nº 137 e 218 , ambas do STJ.

07. (FCC – Técnico Judiciário – Área Admi-nistrativa – TRT 16/2014) A empregada “A” ajuizou reclamação trabalhista em Salvador, local em que se mudou após sua dispensa. Entretanto, o local em que prestou serviços foi em São Luís. A empresa, regularmente notificada, não compareceu à audiência, tendo sido decretada sua revelia e confissão quanto à matéria de fato. No tocante à alegação de incompetência em razão do lugar, é correto afirmar que:

a) tendo em vista se tratar de matéria de ordem, deverá ser declarada ex officio pelo juiz, que se declarará incompeten-te para conhecer e julgar a reclamação.

b) tendo em vista que a incompetência é relativa, poderá ser alegada em qual-quer fase do processo, mesmo após a

prolação da sentença, até a interposi-ção de recurso ordinário.

c) tendo em vista que a incompetência é relativa e não alegada no momen-to oportuno, ou seja, com a defesa, prorroga-se a competência do juízo de Salvador, tornando-se competente para conhecer e julgar o feito, havendo pre-clusão da matéria.

d) a empresa somente poderá alegar a exceção de incompetência em razão do lugar em preliminar de recurso ordiná-rio.

e) deverá a empresa interpor agravo de instrumento para conhecimento ime-diato da exceção.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta C. A incompetência relati-va não pode ser conhecida ex officio, depen-dendo, obrigatoriamente, de provocação do réu (OJ nº 149 da SDI-II, TST). A alegação de-verá ser feita por meio de exceção de incom-petência, no prazo para apresentação da con-testação (art. 112, CPC). Não sendo alegada a incompetência, o juiz que era, inicialmente, incompetente, passa a ser competente para a causa, ocorrendo fenômeno denominado prorrogação de competência.

08. (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador – TRT 2/2014) Mateus, residente na cidade de São Bernardo do Campo, foi contratado em Diadema para trabalhar como Auxiliar Adminis-trativo da Empresa Tudo Azul Ltda., cuja matriz está sediada em São Caetano do Sul. Após dois anos de contrato presta-do na filial da empresa em São Paulo, foi dispensado, mesmo tendo informa-do ao empregador que está em vias de se aposentar. Mateus decidiu ajuizar reclamação trabalhista requerendo sua reintegração ao emprego por estabili-dade pré aposentadoria. No presente caso, a Vara do Trabalho competente para processar e julgar a demanda é a do município de