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Gênero & mulher
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COLETIVO DE MULHERES: UMA HISTÓRIA DECONQUISTAS ATRAVÉS DA UNIÃO
Por: Por Piê Garcia Postagem: 17:00 15/03/2016
A luta feminina tem resultado em inúmeros avanços na ampliação de direitos das mulheres e nadiminuição das desigualdades sociais. Essas conquistas foram realizadas pela potência,mobilização e criaḠvidade dos movimentos de várias guerreiras do coḠdiano.
Ainda existem grandes desafios para a�ngir a sonhada equidade de gênero, mas o caminho estáaberto. E tem muita mulher protagonizando essa construção de uma sociedade mais justa eigualitária.
Nesse sen�do, muitos cole�vos femininos vêm surgindo e se estabelecendo com muita força. Comisso rompem o rótulo de que mulheres são essencialmente compe�doras entre si. Juntas, elastrabalham, constroem uma nova realidade, amplificam suas vozes e seus repertórios, além dedestruir esse velho estereó�po. É assim que as mulheres têm conseguido pautar mudanças noexecu�vo, legisla�vo e judiciário, reverter indica�vos nega�vos e criar polí�cas públicas quepossam fazer a diferença no enfrentamento das desigualdades de gênero e na promoção daigualdade racial.
O cole�vo Meninas Black Power é composto por mulheres pretas, com formação em diferentesáreas e dialoga sobre esté�ca, polí�ca, cultura e educação afrocentrada. O cole�vo incen�va a
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consciência do valor cabelo crespo natural e, sobretudo, do amor e valor que cada mulher crespadeve possuir aos próprios olhos.
Sobre as a�vidades do cole�vo, Jessyca Liris, uma das integrantes, conta: “Acreditamos que nossotrabalho é importante por ajudarmos a redefinir a lógica da educação e do acesso ao saber, masprincipalmente por criar, através da exposição da nossa imagem e visibilidade de imagens como asnossas, a nova lógica de que a negritude (revelada na herança cultural, caracterís�cas 䑋弐sicas etc.)não nos limita. Nosso trabalho potencializa nós, mulheres pretas, que sempre ocupamos o lugar decuidado de outros, mas nunca com o protagonismo necessário, inicia�vas como as nossas tambémcolocam a mulher negra como protagonista, contadora de sua própria história.”
O #AfroGrafiteiras é um programa de formação em arte urbana focado na expressão e promoçãodo protagonismo de mulheres afro‐brasileiras. É uma inicia�va da Rede NAMI (Rede Feminista deArte Urbana) que tem como obje�vo empoderar mulheres afro‐brasileiras através da arte urbana.O projeto reflete sobre o papel dessa mulher na sociedade.
Viviane Laprovita, uma das integrantes do programa, contou que “atualmente o cole�voAfrografiteiras realiza oficinas de graffiꚥ䈀 pelo fim da violência domés�ca, onde percorremosescolas e ins�tuições, promovemos debates e rodas de conversa sobre a lei Maria da Penha e sobrea violência domés�ca e em seguida grafitamos com os alunos inspiradas pelo tema.”
racismo para a�vistas
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Viviane Laprovita na aḠvidade. Foto: Panmela Castro
As Mulheres de Pedra mantêm vivo o circuito cultural de Pedra de Guara�ba. Elas garantem umfluxo conקnuo nesses espaços para fazer do Atelier Massas com Artes uma casa que recebe acolhee exibe arte e expressão, promover encontro, trazer gente de fora da Pedra, acolher ar�stas dePedra, da zona oeste como um todo. Exaltando arte, educação popular e economia solidária.
Para Lívia Vidal, uma das líderes do cole�vo, afirma que é fundamental a existência de inicia�vascomo essa. “Precisamos falar pela nossa própria voz, contar nossas histórias, escrevê‐las, roteirizá‐las, capturá‐las, exibi‐las, inventá‐las. Precisamos e isso é urgente! Dizer para o mundo quecomplexidade de pensamentos e ações, turbilhão de emoções e expressões, é potência, é criação,é fruição. Nossas potências femininas precisam ser saudadas, honradas, enaltecidas. Saudemosnossa intensidade e força, nossa mistura, nosso ciclo da vida. Saudemos nossa potência, potênciamaior que carregamos em nossos corpos, ninho humano. Ser mulher é realizar inicia�vas
valorizando o maior bem que temos: o bem da vida que se desenvolve em nós.”
Mulheres no cinema
Lívia também é uma das responsáveis pelo filme Elekô, sobre o filme, ela conta que decidiram queseria um projeto só de mulheres. “Primeiro, trocamos imagens soltas do que nos vinha à mente,relatei as ul�mas referências de Mulheres de Pedra no Sarau, os livros, textos e autoras lidas. Aloucura com Estella Patrocínio, Estamira, Bispo do Rosário e “PonciáVicêncio” (de ConceiçãoEvaristo). Compar�lhamos também o que nos inspirava o território, zona portuária, trouxemosalgumas referências das performances Priscilla Rezende (BH) e Millena Lizia (RJ). E fomos buscandoreferências outras, nossas raízes, nossa história de chegada, esse espaço como porta de entrada detantas pessoas, tantos africanos escravizados… Estudamos, discu�mos muitos textos do Geledés ereferências de orixás.”
Pensando em como são as atuações das mulheres negras no cinema, em que parte do fazeraudiovisual estão inseridas, como estão produzindo e construindo suas imagens, elas seguiramconvidando amigas, solicitando ajuda aqui e ali, equipamento, técnicas (áudio, edição…) e ficaramjuntas 72horas filmando, gravando trilha sonora, editando, renderizando, entre comidinha gostosa,carinho e apoio. “O legal é saber que o resultado final do filme é consequência de um processomuito carinhoso e intenso de produção, o que reflete na tela e causa reações maravilhosas emquem assiste!”, conta Lívia.
Sobre as dificuldades, Lívia diz que “o audiovisual é uma forma de arte e um mercado bastanteeli�sta, que depende de equipamentos que muitas vezes são caros e di䑋弐ceis de conseguir, o quetorna tudo de muito di䑋弐cil acesso para mulheres e para negros no Brasil. Mas que pode se tornarpossível: fazendo cole�vamente e buscando diferentes.” O filme recebeu 3 prêmios: Melhor Curta,Melhor Ficção, Som Designer e Menção honrosa.
Cena do curta Elekô
O filme Kbela foi um grande destaque na produção audiovisual feminina de 2015. Com o roteiro edireção de Yasmin Thayná – fazedora que atua em diferentes campos como cinema, literatura,jornalismo, entre outros – KBELA é um filme produzido por mulheres negras e narra a construção ea afirmação da iden�dade da personagem como mulher negra a par�r da relação com seu cabelocrespo.
Silvana Bahia, jornalista, coordenadora do Olabi Makerspace e diretora de comunicação do filme,faz uma reflexão sobre o protagonismo feminino: “Mulheres sempre produziram coisas, semprees�veram na cadeia produ�va e na base da pirâmide econômica e social do país. O racismo e omachismo são, infelizmente, estruturantes na sociedade, por isso qualquer inicia�va que vise avalorização e visibilidade de trabalhos realizados por mulheres eu acho importante. É maravilhosover novas narra�vas, projetos e ações lideradas por mulheres, pensada por mulheres, sobretudopor mulheres negras, que historicamente foram silenciadas e invisibilizadas.”
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Com a certeza de que lugar de mulher é onde ela quiser, essas a�vidades, projetos e cole�vos vêmpara fortalecer a união, a autoes�ma e corroborar a importância da organização feminina paraampliação das conquistas. E nessa perspec�va, é possível dizer que ainda existem muitosindica�vos a serem superados, especialmente os que dizem respeito à mulher negra. Porém, é noespírito “Uma sobe e puxa a outra” que as mulheres seguem avançando e vão avançar ainda mais.
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Fonte: nação Z
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