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Informativo Mensal da Paróquia São Pedro Apóstolo | Gaspar, Julho 2012 | Ano 14 | Nº 156 150 anos www.paroquiagaspar.com.br Editorial ..................................................................................... 2 800 anos do Carisma de Clara .......................................... 2 O espelho de Gandhi ............................................................. 3 Um chamado ............................................................................ 3 O Milagre da Multipilicação ............................................... 4 1º Dia do Tríduo ..................................................................... 5 1º Dia do Tríduo ..................................................................... 6 1º Dia do Tríduo ..................................................................... 7 Missa das crianças ................................................................. 7 Cronograma .............................................................................. 8 Encontro da Família .............................................................. 8 Festa de São Cristóvão ......................................................... 8 Bem cedo, às 7 horas, podiam se ouvir os fogos na Comunidade São Sebastião, em Gas- par, de onde saiu a procissão com a imagem do santo Padroeiro de Gaspar, São Pedro Apósto- lo. O sol, ainda tímido no domingo (01/7), já iluminava as embarcações que traziam a ima- gem até a Matriz, onde esperava o pároco Frei Germano Guesser, que na sequência presidiu a Missa Solene desta Festa de São Pedro. Foi uma celebração linda e muito devo- cional, como não se vê em grandes metrópo- les. O Coral Santa Cecília e a Banda de Músi- ca São Pedro garantiram uma tradição que, felizmente, continua viva em Gaspar. É uma grandiosa festa junina que reúne no comple- xo de eventos da Paróquia mais de trinta mil pessoas. Na procissão de entrada, foram apresen- tados os festeiros deste evento. Casais cami- nharam com velas acesas, enquanto o povo aplaudia reconhecendo a dedicação e a doa- ção para que este evento pudesse se realizar novamente. Cansado, mas sem perder sua alegria, Frei Germano presidiu a celebração tendo como concelebrante Frei José Bertoldi e o di- ácono Frei Clauzemir Makximovitz e professo solene Frei Róbson Scudela. Um momento belo da celebração du- rante a comunhão: no coro da igreja, o Coral e a Banda tocaram e cantaram “A Barca”. Frei Germano convidou o diácono Frei Clauzemir para fazer a homilia. Ele deverá ser ordenado presbítero no início do ano que vem e ficará com Frei Róbson durante o mês de julho em estágio na Fraternidade São José de Gaspar. Frei Clauzemir, com muita segurança, conduziu uma reflexão à altura da Missa So- lene. A partir das indagações de Jesus a Pe- dro – “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” e “E vós, quem dizeis que eu sou?” -, o pregador levou a assembleia a responder com ele estas perguntas. “Para responder essa grande pergunta, talvez palavras não sejam suficientes. É preciso que a nossa vida fale, que nossa vida testemunhe. E quando a vida fala, a gente fala de relacionamento com Deus”, dis- se, insistindo nas perguntas de Jesus. Para o frade, o encontro com Deus é uma experiência diária e é para a vida toda. “Se so- mos cristãos, e hoje estamos verdadeiramen- te reunidos em seu nome, é porque reconhe- cemos em todos os momentos da vida, a sua ação e a sua presença”. E finalizou: “Tu és rocha porque amas. Porque amas, cuidas. Sobre essa rocha está construída a nossa fé e a nossa Igreja. Essa é a pedra fundamental da nossa fé. Saber que Deus se importa com cada um de nós. Saber que tem sentido nos dirigirmos a Ele como filhos que se dirigem ao Pai. Porque sem isso não construímos Igreja; sem isso não somos comunidade de fé”, finalizou. Segundo o pároco, esta foi uma das me- lhores edições da Festa de São Pedro.

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Informativo Mensal da Paróquia São Pedro Apóstolo | Gaspar, Julho 2012 | Ano 14 | Nº 156

150 anos www.paroquiagaspar.com.br

Confira nesta edição!!!Editorial ..................................................................................... 2800 anos do Carisma de Clara .......................................... 2O espelho de Gandhi ............................................................. 3Um chamado ............................................................................ 3O Milagre da Multipilicação ............................................... 41º Dia do Tríduo ..................................................................... 5

1º Dia do Tríduo ..................................................................... 61º Dia do Tríduo ..................................................................... 7Missa das crianças ................................................................. 7Cronograma .............................................................................. 8Encontro da Família .............................................................. 8Festa de São Cristóvão ......................................................... 8

Missa solene e procissão encerram Festa do PadroeiroBem cedo, às 7 horas, podiam se ouvir os

fogos na Comunidade São Sebastião, em Gas-par, de onde saiu a procissão com a imagem do santo Padroeiro de Gaspar, São Pedro Apósto-lo. O sol, ainda tímido no domingo (01/7), já iluminava as embarcações que traziam a ima-gem até a Matriz, onde esperava o pároco Frei Germano Guesser, que na sequência presidiu a Missa Solene desta Festa de São Pedro.

Foi uma celebração linda e muito devo-cional, como não se vê em grandes metrópo-les. O Coral Santa Cecília e a Banda de Músi-ca São Pedro garantiram uma tradição que, felizmente, continua viva em Gaspar. É uma grandiosa festa junina que reúne no comple-xo de eventos da Paróquia mais de trinta mil pessoas.

Na procissão de entrada, foram apresen-tados os festeiros deste evento. Casais cami-nharam com velas acesas, enquanto o povo aplaudia reconhecendo a dedicação e a doa-ção para que este evento pudesse se realizar novamente.

Cansado, mas sem perder sua alegria, Frei Germano presidiu a celebração tendo como concelebrante Frei José Bertoldi e o di-ácono Frei Clauzemir Makximovitz e professo solene Frei Róbson Scudela.

Um momento belo da celebração du-rante a comunhão: no coro da igreja, o Coral e a Banda tocaram e cantaram “A Barca”. Frei Germano convidou o diácono Frei Clauzemir para fazer a homilia. Ele deverá ser ordenado presbítero no início do ano que vem e ficará com Frei Róbson durante o mês de julho em estágio na Fraternidade São José de Gaspar.

Frei Clauzemir, com muita segurança, conduziu uma reflexão à altura da Missa So-lene. A partir das indagações de Jesus a Pe-dro – “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” e “E vós, quem dizeis que eu sou?” -, o pregador levou a assembleia a responder com ele estas perguntas. “Para responder essa grande pergunta, talvez palavras não sejam suficientes. É preciso que a nossa vida fale, que

nossa vida testemunhe. E quando a vida fala, a gente fala de relacionamento com Deus”, dis-se, insistindo nas perguntas de Jesus.

Para o frade, o encontro com Deus é uma experiência diária e é para a vida toda. “Se so-mos cristãos, e hoje estamos verdadeiramen-te reunidos em seu nome, é porque reconhe-cemos em todos os momentos da vida, a sua ação e a sua presença”.

E finalizou: “Tu és rocha porque amas. Porque amas, cuidas. Sobre essa rocha está construída a nossa fé e a nossa Igreja. Essa é a pedra fundamental da nossa fé. Saber que Deus se importa com cada um de nós. Saber que tem sentido nos dirigirmos a Ele como filhos que se dirigem ao Pai. Porque sem isso não construímos Igreja; sem isso não somos comunidade de fé”, finalizou.

Segundo o pároco, esta foi uma das me-lhores edições da Festa de São Pedro.

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| 2 | O PESCADOR Julho 2012

O PescadorInformativo Mensal da Paróquia São Pedro Apóstolo

Gaspar | Julho 2012 | Ano 14 | Nº156Rua Cel. Aristiliano Ramos, Gaspar, SC

47 3332-0053 | [email protected]

ExpedienteCoordenação Geral: Frei Laerte de F. dos Santos, Frei Germano Guesser Frei José Bertoldi.Coordenação: Cezar Roberto Costa, Gertrudes C. Spengler.Colaboração: Comunidades, Pastorais, Movimentos.Diagramação Eletrônica: Celso Ricardo Ronchi / Gráfica e Editora 3 de Maio Ltda.Tiragem: 1.500 exemplares

EditorialLouvado sejas meu Senhor,

Por todo o bem que realizas em nós eAtravés de cada um de nós...

Só Tu és a própria Bondade...

Caríssimos irmãos, Paz e Bem!Essa é uma edição especial de nosso

jornal, pela Festa de São Pedro – sem dúvida um momento ímpar de celebração em nossa comunidade. Somos gratos a Deus por nos presentear com uma semana tão boa para a realização da Festa do Padroeiro. Não lembro, das festas em que já participei, de um tempo tão abençoado. Liturgicamente, foi muito bem preparado e celebrado. Contamos ainda com a presença agradável de Frei Gustavo Medella. Ele que acompanhou tão bem as celebrações,

também gostou muito e chegou a afirmar: “uma verdadeira injeção de ânimo vocacio-nal”... “um banho de fé”...

Nas dependências do Salão Cristo Rei, tudo preparado, espaços divididos e ocupados pelas barracas... Todo o trabalho dos voluntá-rios que não mediram esforços para oferecer a alimentação e outros atrativos. Voluntários de longa data, outros mais recentes..., sem eles a festa não teria todo esse sucesso ou talvez nem tivesse condições de acontecer! A pre-sença do grande público veio coroar todo o esforço e cansaço sentidos. Diferente da edi-ção anterior, onde a preocupação era “o que fazer com a sobra”, desta vez foi de as coisas acabarem antes do previsto... Melhor assim!

Por cada um que arregaçou as mangas, doou seu tempo e o fez com alegria, o nosso muito obrigado e que Deus lhe abençoe!

E, como somos todos limitados, por

maior esforço e boa vontade despendidos, ocorreram erros, falhas, frustrações... Por es-sas e outras situações, nosso pedido de per-dão!

Mês de julho acontece na Província o es-tágio dos frades estudantes de Filosofia e Teo-logia. E conosco estão dois frades estudantes de Teologia: Frei Clauzemir Makximovitz e Frei Robson Luiz Scudela. A eles nossas boas vindas!

Este é o Ano da Família em nossa Diocese de Blumenau. Por questões de agenda, nosso Bispo vai estar conosco no dia 17 de julho (terça-feira). Teremos uma missa na matriz para todas as Comunidades da Paróquia às 19hs. Não deixem de participar!

Um bom mês de julho a todos. Fi-quem com a bênção de Deus!

Frei Germano Guesser

Clara, desde pequena, exercia grande caridade para com os pequeninos e os pobres. Quan-do viu o exemplo de Francisco de Assis, jovem abastado que abandonou riquezas, honrarias e vida fácil para abraçar, por amor de Cristo, a mais extrema pobreza, Clara teve uma inclinação irresistível de seguir o mesmo caminho. Aos 18 anos, no domingo de Ramos de 1212, no silêncio da noite, fugiu de casa para ir ao encontro de Francisco e seus confrades na Igrejinha da Porciún-cula. Aí se deu o início do seu Carisma.

Portanto, neste ano de 2012, a Família Franciscana do mundo inteiro, está celebrando os 800 anos de fundação da Ordem de Santa Clara, também conhecida como das “Irmãs Clarissas”.

Para melhor celebrar esse acontecimento, está peregrinando um estandarte de Santa Clara, o qual está sendo recebido pelas fraternidades franciscanas do Regional de Santa Catarina. Em nossa Paróquia, esse estandarte ficou exposto na Igreja Matriz, nos dias 21, 22 e 23 de junho. Neste último dia, os franciscanos com a comunidade, na missa das 19 horas, celebraram este acontecimento.

As irmãs Clarissas são em número de umas vinte e um mil, espalhadas pelo mundo inteiro. No Brasil, há 20 mosteiros dessas irmãs, que procuram viver conforme o exemplo e a regra de vida de Santa Clara. As Irmãs Clarissas, como todas as Irmãs contemplativas, consagram sua vida ao amor de Jesus Cristo, levam uma vida de oração e de trabalho, exercitando-se diariamente no amor a Deus e aos irmãos e às irmãs. Representam uma grande força dentro da igreja. São uma preciosa energia que abastece a comunidade Igreja com os dons da fé e do amor. Com suas orações, alcançam numerosas graças para o povo de Deus.

800 ANOS DO CARISMA DE SANTA CLARA

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| 3 |Julho de 2012 O PESCADOR

Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem os seres humanos.Ele respondeu: “A política, sem princípios – o prazer, sem compromisso – a riqueza, sem trabalho – a

sabedoria, sem caráter – os negócios, sem moral – a ciência, sem humanidade – a oração, sem caridade. E continuou: a vida me ensinou que as pessoas são amigáveis, se eu sou amigável; que as pessoas são tristes, se estou triste; que todos me querem, se eu os quero; que todos são ruins, se eu os odeio; que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio; que há faces amargas, se eu sou amargo; que o mundo está feliz , se eu estou feliz; que as pessoas ficam com raiva, quando eu estou com raiva; que as pessoas são gratas, se eu sou grato.

“A vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta. A atitude que eu tomar pe-rante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim. Quem quer ser amado, ame!”

O caminho para a felicidade não é reto. Existem curvas, chamadas equívocos, existem semáforos, cha-mados amigos; luzes de cautela, chamadas família.

E tudo se consegue, se tens decisão; um motor poderoso, chamado amor; um bom seguro, chamado fé; combustível abundante, chamado paciência; mas, acima de tudo, um motorista habilidoso, chamado Deus.

Espelho de Gandhi

ConviteMissa da Família para a Paróquia São Pedro ApóstoloDia 17 de julho 2012Igreja Matriz São Pedro ApóstoloHorário 19hsCelebrante: Dom José Negri

No dia 15 de dezembro de 1962 Dom José Aguirre, Bispo emérito de Sorocaba(SP), com 80 anos de idade, ordenava 15 sacerdotes na igreja do Sagrado coração de Jesus em Petrópolis (RJ). Entre os 15 padres ordenados estava eu, Frei José Bertoldi, O.F.M.

Neste ano de 2012 celebro bodas de ouro de sacerdócio.

Achei por bem contar algumas passagens da caminhada durante a preparação à ordenação sa-cerdotal. Senti desde tenra idade um chamado de Deus para este Ministério

O Espírito de Deus ilumina a todo o ser hu-mano para que descubra qual é a missão que o Criador lhe destina neste mundo. Os dons do Es-pírito Santo são muitos e a cada pessoa é dado algum carisma para servir à Igreja.

Na minha infância sentia grande atração às práticas religiosas e à oração. Vibrava com as orações nas celebrações litúrgicas, especialmente com a Missa. Admirava o sacerdote nas celebra-ções em nossa capela de Santa Teresinha na lo-calidade de Ilze Grande no Município de Ascurra, onde eu nasci no dia 22 de fevereiro de 1935.

Aos seis anos de idade perdi meu pai (34 anos de idade). Após a morte do pai, mamãe Ana Bertoldi teve a missão de encaminhar para a vida quatro filhos, sendo eu o mais velho. Logo depois, de mim vinha a Ana Lídia de quatro anos e meio, em seguida a Rosa com dois anos e meio e o Moa-cir com um ano de idade. Mamãe lutou com mui-ta fé e venceu a batalha, encaminhando os filhos para uma vida digna e cristã. Ela foi uma “guerrei-ra”. Faleceu em 1996 aos 86 anos de idade.

O meu desejo de ser padre era tão grande que tentava imitar o padre na celebração da Mis-sa. Em minha casa, estendia uma toalha sobre um baú, picava uma banana em rodelas, imaginando que fossem as hóstias, colocava em uma pequena taça um pouco de leite, simbolizando o vinho e

Um Chamadofazia de contas que celebrava a Missa, vestido com o capote preto do falecido pai. As duas irmãs eram as assistentes!

Ao completar 09 anos de idade participei da primeira Eucaristia. Pode-se imaginar a alegria que experimentei naquele venturoso dia! Sempre que havia Missa na nossa capela lá estava o “geppe” (meu apelido em casa), recebendo a Comunhão.

No dia 01 de agosto de 1945 a comunidade recebeu a graça de ter a Irmã Liduína Venturi, co-fundadora das Irmãs Catequistas Franciscanas, como professora e animadora da vida cristã na Co-munidade de Ilze Grande.

Ingressei na Escola Municipal naquele ano. Aprendi com facilidade as primeiras letras e de-corei facilmente as tabuadas da aritmética. Sentia-me feliz em participar das aulas da Irmã Liduína.

Contudo, no final do ano, mudamos de resi-dência. Passamos a viver em Diamante, Município de Rodeio. Com a mudança de lugar, mudaram-se também os padres que visitavam as Comunidades. Na Ilze Grande eram os padres de Ascurra, os sale-sianos e em Diamante, os padres franciscanos de Rodeio. Continuei na Igreja e na Escola com o mes-mo entusiasmo.

Continuação nos próximos números de “O Pes-cador”.

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| 4 | O PESCADOR Julho 2012

A festa do Padroeiro de Gaspar, São Pe-dro Apóstolo, mantém uma tradição que dura 162 anos e revela uma característica própria do evento: é tempo de unidade na paróquia. Todos os movimentos, pastorais, ministérios, colaboradores, voluntários, grupos e comuni-dades se unem para realizar o milagre da mul-tiplicação. Enquanto as equipes começam a pôr a mão na massa, literalmente, as doações chegam em grandes ou pequenas quantidades para encherem a mesa da partilha.

“É emocionante você ver uma família doar dúzias e dúzias de ovos e uma pessoa trazer alguns ovos. Mas todos querem parti-cipar da festa, nem que seja com o pouco que têm. Como a viúva da parábola”, lembra Dona Lídia Mônica Nagel, uma das coordenadoras da cozinha.

Para o pároco Frei Germano Guesser, mais do que arrecadar dinheiro, a festa cum-pre o seu papel de ser uma grande confrater-nização entre os paroquianos. “É bonito ver essa comunhão da Igreja. Todos partilham um pouco do que têm. Eles fazem as doações dos alimentos e depois vêm participar dos even-tos”, diz Frei Germano, destacando a presença de Benedito Aleixo Schmitt, que, aos 90 anos, participa ativamente de todas as festas.

“Nuti”, como é conhecido o sr. Benedito, ficou encarregado, junto com José Leopoldo Schmitt, de receber as prendas. “Já perdi a conta do tempo que participo da festa”, diz Be-nedito, que antes de ficar nas prendas vendia as rifas nas escadarias da igreja. Pelos cálculos de José Leopoldo, na quarta-feira (27/6), pou-cos mantimentos faltariam para cobrir todas as necessidades da festa.

Alfonso Rodolfo Pamplona e Elza de Souza fizeram suas doações. “É um presente para São Pedro. Hoje não somos mais festei-

ros mas mantemos a tradição com uma filha e uma neta”, diz Elza. Alfonso fala com orgulho da sua participação de 16 anos na Banda de São Pedro. “O coreto foi inaugurado no meu tempo”, observa.

Segundo Dona Lídia, foram vendidos 838 tíquetes para a macarronada, com os molhos A Bolonhesa, Matriciana, Al Pesto e A Carbo-nara, além de muitas saladas. Para preparar essa quantidade de pratos, Dona Lídia contou com uma equipe seis pessoas desde o início da semana. “Deixamos pronta a massa e os mo-lhos são preparados na quarta-feira pela equi-pe de Gasparin”, explicou Dona Lídia. Como não poderia deixar de ser, os integrantes do Circolo Trentino di Gasparin, descendentes de italianos, são especialistas em macarronada e a que fazem já é uma tradição na região. Além de ajudar na quarta-feira, o Circolo auxiliará na barraca do pastel, no sábado à noite.

Na quinta-feira, Dona Lídia terá ou-tro desafio pela frente: o rodízio de sopas. E não pense que depois ela vai ficar tranquila. “Temos os pratos do buffet e a refeição para cerca de 500 pessoas que trabalham na festa”, acrescenta a coordenadora, que durante 23 anos trabalhou na residência dos frades como cozinheira. “Antes trabalhei mais cinco anos para o bispo diocesano de Lages”, emenda. Hoje, aposentada, ela participa ainda mais ati-vamente da Igreja, como terceira franciscana. “Esta é minha paróquia e aqui está a minha fraternidade”, referindo-se à Ordem Francis-cana Secular (OFS) de Gaspar, onde é professa há 39 anos.

Quem também não fica atrás de Dona Lídia é Gertrudes Crescencia Spengler, a Tuti, irmã de Frei Evaristo Spengler. Ela está à fren-te da equipe que cuida da preparação dos pastéis, que nesta edição pode chegar a servir

cerca de 15 mil pastéis. “Nosso recorde foi de 18 mil unidades”, diz Tuti, que acha difícil che-gar a esse número: “Antigamente, o pastel era o prato principal. Hoje, temos a macarronada, sopa e o churrasco que são servidos ao mes-mo tempo. Então, nunca vamos chegar a essa quantia”, diz, lembrando que serão oferecidos dois tipos de pastéis: de frango com palmito e de carne moída.

Tuti também é professa na Ordem Fran-ciscana Secular e há 25 anos é encarregada da equipe de preparo do pastel. Ele teme pelo fu-turo da festa, já que as novas gerações não se interessam por esse trabalho voluntário.

“A maioria destas senhoras é de idosas e o que vai acontecer quando elas faltarem?”, pergunta Tuti. Hoje, muitas paróquias tiveram que terceirizar as festas. “Mas nunca é a mes-ma coisa. Aqui fazemos com carinho e muito cuidado todos os alimentos”, confessa Tuti.

O milagre da multiplicação não fica só nos alimentos. José Bernardo Wiser, conhe-cido como Juca, é o responsável pela orga-nização do Leilão do Gado da Festa. Mas seu trabalho começa bem antes, quando pega uma lista de possíveis doadores e, junto com Frei José Bertoldi e mais um ajudante, sai de casa em casa para conseguir a prenda. Neste ano, conseguiu 20 animais para o evento, que se-rão recolhidos no dia 31 para o leilão no dia do Padroeiro.

No livro “158 anos, nas malhas da his-tória”, o autor Frei Elzeário Schmitt diz que a primeira missa celebrada na igrejinha da freguesia de Gaspar aconteceu no dia 29 de junho de 1850, quando esse pequeno templo ainda ficava na margem esquerda do rio Itajaí-Açu. Portanto, há 162 anos acontece esse mi-lagre da partilha em Gaspar.

O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO

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| 5 |Julho de 2012 O PESCADOR

“Regenerados para uma esperança viva”Frei Gustavo Medella, orientador peda-

gógico do Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), presidiu a celebração eu-carística das 19 horas, que tinha como tema nesta abertura litúrgica um trecho da Primei-ra Carta de São Pedro, capítulo 1, versículo 3: “Regenerados para uma esperança viva”.

Segundo São Pedro, ressuscitando a Je-sus Cristo dos mortos, ele nos fez renascer para uma esperança viva. Para o celebrante, todo cristão tem essa tarefa de ser todos os dias da sua vida renascido. “De viver como alguém renascido. Mas não renascido de qual-quer forma, mas da forma como São Pedro nos apresenta hoje: renascidos para uma esperan-ça viva”, ressaltou Frei Medella.

Segundo o celebrante, o primeiro renas-cimento é o batismo, quando simbolicamen-te somos mergulhados na água viva de nossa esperança, que é Cristo. Mas, lembra Frei Me-della, que todo dia ao acordar estamos renas-cendo para a vida, para as nossas tarefas, para aquilo que nos espera. “Ao conhecer alguém estamos renascendo, porque depois que uma pessoa passa por nossa vida nos tornamos diferentes e também aquela pessoa. A nossa existência passa a ter um novo rosto. Apren-der é renascer, conhecer é renascer. E esta é a nossa grande lição: darmos razão para a nos-sa esperança. Deixar que renasça em nós essa força que vem do próprio Deus. Que não nos livra das dificuldades e das lutas, mas que nos garante a esperança viva e a certeza de que tudo pode ser melhor”, acrescentou.

1º DIA DO TRÍDUO

Frei Medella levantou algumas questões: Em que aspecto de sua vida você está preci-sando renascer? Pode ser no seu casamento, pode ser na sua relação familiar, na sua vida profissional? Para o celebrante, renascer é uma possibilidade que está ao alcance de to-dos nós. “Vamos deixarmos de lado tudo aqui-lo que nos impede de renascermos para uma esperança nova, tudo aquilo que nos puxa para baixo, que nos amedronta, que nos en-tristece, que nos frustra, para abraçar o nas-cimento novo com Cristo Jesus. Ele mesmo sempre está renascendo em nossos corações”, lembrou.

Frei Medella lembrou que é preciso re-nascer e transformar nossas vidas, nossas famílias, nossas comunidades e o nosso pla-neta. “A nossa mãe Terra está sofrendo, está chorando. A Conferência Ambiental Rio+20 lançou este alerta: ela precisa renascer tam-bém. Nós precisamos repensar a nossa forma de nos relacionarmos com o nosso Planeta, a nossa forma de consumir, a nossa forma de viver. Uma vida mais simples, uma vida mais no chão, próxima da realidade. Uma vida de renascidos para Deus”, concluiu.

Quentão e fogueiraFoi uma noite tipicamente junina a de

quinta-feira. Céu estrelado, lua crescente, muito quentão e fogueira para esquentar o frio. Foi também a noite do rodízio de sopas, do pastel, do sonho, do Bolo de São Pedro. E como não poderia deixar de ser, todos os es-paços da festa ficaram tomados pela multidão.

Além do grande Salão de Festas, onde foi servido o rodízio de sopas, o pátio asfaltado concentrou a maioria das barracas, mas um segundo pátio ficou reservado para a foguei-ra e a churrascaria, além de um espaço onde ficarão concentrados os animais doados para o leilão. Ilson Fantoni ganhou o sorteio para acender a fogueira.

O pároco Frei Germano Guesser aben-çoou o Bolo de São Pedro e a festa não parou mais até meia-noite.

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| 6 | O PESCADOR Julho 2012

“Sede vós santos em todo o vosso agir”No segundo dia do Tríduo da Festa de

São Pedro, Frei Gustavo Medella refletiu so-bre o tema do dia “Sede vós santos em todo o vosso agir” (1Pe 1,15), durante a celebração eucarística às 19 horas.

Frei Medella, primeiro, mostrou o que é não ser santo e depois levou o povo a refletir sobre o que é ser santo.

SER SANTO NÃO É:

1) Ser sem defeitos!O limite é condição de nossa existência.

Nosso corpo é um limite, uma fronteira que nos torna particulares e nos permite existir. Podemos até superar limites, em diversas si-tuações, mas os limites superados ficam para trás e surgem outros (Exemplo do horizonte). Somos limitados no espaço e no tempo! Ah, mas no Evangelho Jesus nos convida a sermos perfeitos… De fato, convida, porque sabe que não somos! E perfeição não é a ausência de defeitos, mas a superação dos limites… É um crescimento constante, sempre renascer de novo! (Olha aí o tema de ontem: “Regenerados para uma esperança viva”!)

Temos nossas dificuldades, nem sempre somos como gostaríamos de ser. E isso tam-bém aconteceu com os Santos: “São Paulo nos diz: Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 7,19). São Pedro nega Cristo três vezes, fica com raiva do guarda e lhe corta a orelha… LIMITE… Portanto, ser santo não é ser sem defeito.

2) Buscar ser melhor do que os outrosA busca pela santidade não é uma dis-

puta, uma corrida onde só um é premiado. O prêmio é para todos que o buscam de coração. Não devemos ficar nos comparando, achando-nos melhores, mais perfeitos, mais santos do que ninguém. Este olhar nos distancia de Deus e das pessoas, nos tornam isolados e so-litários. Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que se acha o suprassumo da bondade, da generosidade, da justiça… Julgando-se sem pecado, sem defeito, melhor do que os outros, mas digna do Reino dos Céus, quem age assim, sem perceber, incorre no pecado do orgulho e, caso insista e se aprofunde nessa prática, não demora muito a se achar igual ou até mesmo superior ao próprio Deus! PURO DELÍRIO!

3) Isolar- se da realidadeQuanta gente às vezes não fala: “O mun-

do está perdido! Só tem gente interesseira,

2º DIA DO TRÍDUOgananciosa, ardilosa, falsa. Meu trabalho é um ninho de serpentes… Até quem eu achava que era meu amigo me puxou o tapete… Já sei! Vou largar tudo e ir morar no meio do mato… Sozi-nho, eu e Deus! Quero viver rezando, sem con-tato com ninguém, buscando a santidade… Aí vou conseguir ser santo… Porque se depender de quem está à minha volta, Deus me livre… Um pior do que o outro…”

SER SANTO É:

1) Reconhecer-se pecador e limitado e trabalhar firme para melhorar

Quem busca a santidade olha para a própria vida e sabe bem onde o calo aperta… Reconhece os próprios defeitos, os pontos de fraqueza… Não fica apavorado diante disso e muito menos tenta esconder as próprias fa-lhas. Ao contrário: Sabe que é pecador, mas se sente profundamente amado por Deus, e por isso busca com toda força aproximar-se cada vez mais do Senhor, combatendo os próprios vícios para crescer na Graça de Deus.

O Salmo 31 nos conta a felicidade e o alívio do ser humano que se reconhece peca-dor: “Feliz o homem que foi perdoado/ e cuja falta já foi encoberta!/ Feliz o homem a quem o Senhor/ não olha mais como sendo culpa-do,/ e em cuja alma não há falsidade! Eu con-fessei, afinal, meu pecado,/ e minha falta vos fiz conhecer./ Disse: ‘Eu irei confessar meu pecado!’/ E perdoastes, Senhor, minha falta. Alegrai-vos, ó justos, em Deus,/ e no Senhor exultai de alegria!/ Corações retos, cantai ju-bilosos!”

2) Procurar vencer a si mesmoNo caminho da santidade, o maior limite,

o maior obstáculo a ser vencido está no pró-prio coração. Humildemente, a pessoa reco-nhece o próprio orgulho, as próprias dificul-dades e se coloca com seriedade no caminho da superação, sempre confiante no auxílio de Deus. Quem busca a santidade sabe que pode sempre vencer-se um pouco mais… Tornar-se mais próximo de Deus pela oração, mais pró-ximo de seus irmãos e irmãs pela caridade, sempre num caminho de vencer os próprios obstáculos interiores da vaidade, da preguiça, da falta de fé, do egoísmo…

3) Transformar a realidadeAí está a instrução de Jesus, que nos pede

para sermos sal da terra e luz do mundo. Não temos que nos isolar das pessoas, dos am-bientes, mas ao contrário… Lá onde o pecado parece imperar é que devemos estar… Não so-

zinhos, mas com Deus e os irmãos, fermentan-do a massa, unindo as pessoas, levando amor, carinho, alimento, compreensão, um abraço, um sorriso, um minuto de atenção a quem se sente abandonado, sozinho, triste, faminto. É nestes lugares de desafio que devemos estar para buscar a santidade. Não há dúvida de que é uma tarefa gigantesca, e, por mais que fizer-mos, sempre ainda haverá muito por fazer… Mas é assim mesmo, com paciência, insistên-cia que conseguiremos construir um mundo melhor…

Então, para concluir:• SER SANTO NÃO É SER SEM DEFEITOS,

MAS RECONHECER-SE PECADOR E LIMITADO E TRABALHAR FIRME PARA MELHORAR.

• SER SANTO NÃO É BUSCAR SER ME-LHOR DO QUE OS OUTROS, MAS PROCURAR VENCER A SI MESMO.

• SER SANTO NÃO É ISOLAR- SE DA REA-LIDADE, MAS TRANSFORMAR A REALIDADE.

Resumindo: SER SANTO É SER POR CRISTO, COM CRISTO E EM CRISTO!

É tornar-se outro Cristo para o mundo e para as pessoas. Não para ser como Deus, mas para se colocar a serviço de todos, em especial dos mais pobres e fracos, como Jesus Cristo se colocou até as últimas consequências…

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| 7 |Julho de 2012 O PESCADOR

“Esforçai-vos por consolidar vossa vocação e eleição”

No último dia do Tríduo da Festa de São Pedro, em Gaspar, Frei Gustavo Medella refle-tiu sobre o tema “Esforçai-vos por consolidar vossa vocação e eleição” (1Pe 1,10) e o Evan-gelho do dia.

Frei Medella presidiu a sua última celebra-ção eucarística às 19 horas, já que às 15 horas celebrou a Missa das Crianças. No sábado, a imagem de São Pedro foi levada, no final da Missa, para a Comunidade de São Sebastião, de onde sairá a procissão marítima até a Ma-triz, quando será celebrada a Missa solene em honra ao Padroeiro, às 9 horas, no domingo.

Frei Medella apresentou ao povo gaspa-rense Frei Clauzemir Makximovitz e Frei Rób-son Scudela, frades estudantes de Teologia, que farão estágio durante o mês de julho na Paróquia.

Segundo Frei Medella, Jesus sabe da li-mitação humana e por isso o mesmo Cristo, que no Evangelho de ontem nos pediu para sermos perfeitos como o Pai do Céu, é per-feito, hoje pergunta a Pedro insistentemente:

3º DIA DO TRÍDUO“Tu me amas?”. E pergunta a mim, pergunta a você: “Tu me amas?”.

“É, meu irmão, minha irmã, esta afirma-ção, esta profissão de fé, esta consagração ao amor, EU TE AMO, anda um pouco desgastada entre nós… Creio que é tarefa importante pra todos que estamos aqui, seguidores de Jesus Cristo, retomar o sentido desta afirmação, que deve nos comprometer por inteiro, des-de as entranhas com o sonho de implantar o Reino de Deus. Eu te amo deve ser traduzido em gestos concretos de serviço, de doação, de partilha, no casamento, na vida de família, na vida de fé, em nossa comunidade cristã… O Eu te amo! Dito e redito a Cristo deve perpassar todo o nosso ser…”, insistiu o pregador.

Segundo Frei Medella, não tem como amarmos a Deus sem amarmos nossos irmãos e irmãs. E é por isso que São Pedro nos emo-ciona na primeira leitura, ao partilhar sem reservas aquilo que tinha de mais precioso, a sua fé. “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou: Em nome de Nosso Senhor Je-sus Cristo, eu te ordeno: Levanta-te e anda!” Quantas vezes é este testemunho de fé que as pessoas esperam de nós. Essa fé que faz uma revolução na vida, que muda o rumo da histó-

Nem as catequistas esperavam tamanha resposta das crianças e jovens à Missa do Padro-eiro de Gaspar, São Pedro Apóstolo. E ela veio com grandiosidade e muita alegria. Crianças e jovens lotaram a bela Matriz dos gasparenses e fizeram uma bonita celebração eucarística, às 15 horas do sábado (30/6), que fez o celebrante Frei Gustavo Medella confessar durante a ação de graças que estava emocionado.

Depois de uma hora e meia de celebração, todas as crianças, jovens e adultos saíram em procissão pelo caminho da Gruta, que circunda a Matriz, com uma imagem menor do Padroei-ro, carregada pelas crianças. Ninguém arredou pé desta manifestação de fé a Jesus Nosso Se-nhor e àquele a quem confiou a sua Igreja.

Não é à toa que a Paróquia comemorou 150 anos de fundação e a Festa do Padroeiro está na 162ª edição. A religiosidade do povo continua firme como uma rocha e continua sendo trans-mitida para as gerações futuras.

Frei Gustavo, muito à vontade na presidên-cia da celebração, fez a festa com as crianças e jovens, interagindo sempre com eles. Foi assim durante a sua homilia, onde falou da arte de pescar… “Quem já pescou? Qual é o maior rio daqui da cidade? Lá tem peixe? Como estamos cuidando do nosso rio?”, perguntou. E ouviu das crianças que a poluição já não permite que as redes sejam jogadas no Itajaí-Açu.

ria, que dá movimento, graça, ritmo e sentido ao que estava parado, que firma o ser humano nos balanços e desequilíbrios da vida!”

Frei Medella lembrou que no primeiro dia do Tríduo fizemos referência ao batismo, e hoje é dia de olharmos para o Sacramento da Crisma da confirmação. “Que o Senhor nos dê a Graça de seguirmos firmes no caminho iniciado. Que tenhamos a ousadia de trazer de volta para o caminho de Cristo tantos irmãos que iniciaram o percurso, mas que se desvia-ram e hoje andam sem rumo. Vamos assumir de novo o compromisso que firmamos com Jesus!

E para encerrar, Frei Medella deixou uma frase de ânimo e coragem, do querido e sau-doso Dom Hélder Câmara, o bispo dos Pobres: “Não, não pares! É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa, manter o ritmo. Mas a graça das graças e não desistir. Podendo ou não, caindo, embora aos pedaços, chegar ao fim.”

Antes do encerramento da Missa, Frei Gus-tavo Medella foi homenageado com uma lem-brança pelo coordenador do CPC, Clarindo Francisco Fantoni e a esposa Salete, em nome da Paróquia de Gaspar. O Tríduo da Festa de São Pedro terminou com uma grande queima de fogos de artifícios.

Prendendo a atenção das crianças, convi-dou três delas para escolherem um peixe da rede, que trazia uma mensagem. O primeiro tinha a seguinte frase: “Na pescaria de Jesus nós somos peixe e pescador!”. Segundo Frei Medella, somos peixes porque fomos lançados no mar da vida por Deus que nos Criou. “Nossa família nos apresentou para o Batismo (Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo). E a partir dali nós nos transformamos em peixinhos do cardume de Jesus (Bagre, ti-lápia, bacalhau, pirarucu, dourado, tubarão… Que peixe você é?)”, disse, fazendo as crianças rirem muito quando disse que era um tubarão e que ninguém dissesse que era uma baleia por causa de sua altura. “A baleia é um mamífero”, completou.

“Somos pescadores porque Jesus nos con-vidou a ajudar nesta pesca de outros peixinhos para o seu cardume, como convidou a São Pedro e os Primeiros apóstolos: ‘Vocês vão ser pesca-dores de homens’. Não é que vamos sair por aí jogando a rede em cima de quem encontrarmos pela rua… É pelo nosso exemplo, pela nossa dis-posição, pelo nosso respeito e carinho em tratar as pessoas que nós vamos pescá-las, conquistá-las não para nós, mas para Deus!”, acrescentou.

Frei Gustavo chamou mais uma criança e pediu para escolher um peixe, que tinha a se-guinte mensagem: “Todo mundo segura a rede junto e ninguém pode largar!”. Foi, então, que chamou várias crianças para segurar a rede ao mesmo tempo. Frei Gustavo pediu que algumas

largassem a rede, para que as crianças vissem que a união estava desfeita.

E ensinou: “Cada um precisa fazer a sua par-te, e Deus quer contar com todo mundo. Quando alguém deixa de fazer, quando uma pessoa larga a rede, toda a

pescaria fica comprometida… Isso é em casa, na escola, na Igreja, onde a gente convive… Todo mundo precisa colaborar…”

A terceira criança escolheu um peixe com os dizeres: “Fazer parte desta pescaria nos enche de alegria!”. Frei Gustavo disse que os discípulos ficaram surpresos e muito felizes com aquela pesca! “Viram o milagre da ação de Deus enchen-do a rede de peixes. Deus enche a rede, mas eles precisam ajudar a recolher… Mas recolhem com gosto, ficam contentes.. E nós também, quan-do conseguimos apresentar Jesus Cristo, nossa Igreja, a nossos irmãos e irmãs e eles vêm para somar conosco, nosso coração fica mais feliz, o mundo fica melhor, as pessoas passam a se en-tender mais, a se gostar mais!”, completou.

Para fazer a alegria das crianças, no final, perguntou quem ainda se lembrava das três fra-ses. Quem se lembrou ganhou um tíquete para gastar na festa.

A procissão saiu pela frente da igreja e ter-minou na lateral, quando foi solto um rosário de bexigas infláveis. Frei Gustavo pediu às crianças que cantassem “Com minha Mãe estarei no céu” e uma queima de fogos encerrou a emocionante celebração.

Missa das crianças emociona Frei Medella

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| 8 | O PESCADOR Julho 2012

CRONOGRAMA

No dia 26 de maio passado, aconteceu um encontro com a Família Franciscana do Brasil – FFB, do Sub-Regional da Diocese de Blumenau.

Início com a Santa Missa, na Igreja Ma-triz, presidida por Frei Laerte Farias dos San-tos, OFM. Na homilia ele fez uma bela reflexão sobre a Vida e o Caminho de Francisco e Clara.

No Salão São Francisco, local do encon-tro, o irmão Marcos Deschamps, coordenador do Sub-Reginal de nossa Diocese, deu as boas vidas e agradeceu a presença de todos.

Estavam presentes, Frei Germano Gues-ser, OFM e Frei Laerte Farias dos Santos, OFM, de Gaspar; Irmãs Catequistas Franciscanas de Blumenau e de Indaial; Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição de Gaspar; membros da Ordem Franciscana Secular – OFS das Fra-ternidades: São Francisco das Chagas de Blu-menau, Monte Alverne da Itoupava Central e Santo Antônio de Pádua de Gaspar.

O Irmão Marcos Deschamps, em sua reflexão, falou que Francisco e Clara fizeram suas escolhas livres, mas radicais. Deixaram suas famílias e construíram suas vidas fazen-do o caminho do Evangelho, seguindo o Cristo pobre, acolhendo os marginalizados e os cha-gados, ajudando a reconstruir a Igreja que es-tava em ruínas.

A nossa conversão, nada mais é que um caminho. A cada dia devemos fazer uma ava-liação de nossas atitudes e nossa conduta. Se o caminho que trilhamos nem sempre foi de boas escolhas, precisamos nos penitenciar, e, com a ajuda dos irmãos retomar o caminho certo.

Neste encontro também foi escolhida uma nova coordenação para o próximo triê-nio.

Encerrou-se o encontro com almoço, simples mais muito alegre e fraterno.

Paz e Bem!Marilse BohnMinistra da OFS

ENCONTRO DA FAMÍLIA FRANCISCANA DO BRASIL –

FFB EM GASPAR

FESTA DE SÃO CRISTÓVÃOEntre os dias 26 e 29 próximos estará acontecendo as Festividades de São Cristóvão em Gaspar Grande. Segue

a programação:26/07 – 19h30: Celebração do 1º dia do Tríduo27/07 – 19h30: Celebração do 2º dia do Tríduo; logo após festejos externos.28/07 – 19h30: Celebração do 3º dia do Tríduo; logo após festejos externos.29/07 – 7h30: Tradicional procissão com saída do Ginásio João dos Santos. 9h30: Missa em honra do Padroeiro.