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Agrodok 15 Piscicultura feita em pequena escala na Ægua doce Assiah van Eer Ton van Schie Aldin Hilbrands

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Agrodok 15

Piscicultura feita em pequena escala na água

doce

Assiah van Eer Ton van Schie Aldin Hilbrands

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© Fundação Agromisa, Wageningen, 2004. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida qual-quer que seja a forma, impressa, fotográfica ou em microfilme, ou por quaisquer outros meios, sem autorização prévia e escrita do editor. Primeira edição em inglês: 1996 Primeira edição em português: 2004 Autores: Assiah van Eer, Ton van Schie, Aldin Hilbrands Ilustradores: Linda Croese, Oeke Kuller, Barbera Oranje Design gráfico: Janneke Reijnders Tradução: Mariana Moiana Impresso por: Digigrafi, Wageningen, the Netherlands ISBN: 90-77073-93-0

NUGI: 835

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Prefácio 3

Prefácio

Este Agrodok tem como objectivo fornecer a informação básica de como construir um tanque de peixes em pequena escala, com propósi-tos de adquirir as proteínas diárias necessárias para subsistência.

As práticas de piscicultura são muito diversificadas. Este manual en-foca sobre o cultivo de peixe da água doce. Nas zonas tropicais, é mais comum a criação de peixe nas piscinas para o peixe. Portanto a infor-mação dada neste manual diz respeito a construção e a gestão de peixe nesses tanques.

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Índice

1 Introdução 6

2 Piscicultura: princípios básicos 7 2.1 Planificação de uma empresa de aquacultura 8

3 Planificação de sitio e tipo de piscicultura 10 3.1 Escolha de terreno 10 3.2 Tipo de campos de aquacultura 16 3.3 Outros métodos de piscicultura 21

4 Practica de piscicultura 25 4.1 Selecção de espécies de peixe 25 4.2 Nutrição de peixe 28 4.3 A transparência da água como indicador de fertilidade 31 4.4 Saúde e doenças 33 4.5 Reprodução 36 4.6 Colheita de peixe 37 4.7 Manutenção e controlo 41

5 Cultura de carpa 46 5.1 Carpa comum 47 5.2 Carpa indiana e chinesa 52

6 Cultura de tilápia 56 6.1 Produção de ovos 59 6.2 Tanques de crescimento 60 6.3 Alimentar e fertilizar 60 6.4 Densidade de povoamento e níveis de produção 62

7 Cultura de peixe gato 63 7.1 Produção de ovos 64 7.2 Incubação 66 7.3 Produção de alvinos 67

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Índice 5

7.4 Tanques de crescimento 68 7.5 Requisitos alimentares 68

Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque 69

Anexo 2: Ampla variedade de espécies de peixes e sua comida preferida 82

Anexo 3: Características de substâncias de cal 83

Leitura recomendada 85

Endereços úteis 89

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Piscicultura feita em pequena escala na água doce 6

1 Introdução

Este Agrodok tem como objectivo fornecer a informação básica de como construir um tanque de peixes em pequena escala, com propósi-tos de adquirir as proteínas diárias necessárias para subsistência.

As práticas de piscicultura são muito diversificadas. Este manual en-foca sobre o cultivo de peixe da água doce. Nas zonas tropicais, é mais comum a criação de peixe nas piscinas para o peixe. Portanto a infor-mação dada neste manual diz respeito a construção e a gestão de peixe nesses tanques.

A primeira parte deste Agrodok (Capítulos 2 a 4) descreve os princípi-os da aquacultura, inclusive o local escolhido e o tipo de peixe culti-vado. No capítulo 4 são apresentados exemplos da prática de piscicul-tura, incluindo a selecção de espécies, a nutrição, aspectos de saúde, reprodução, colheita e manutenção dos tanques.

A segunda parte (Capítulos 5 a 7) dá a informação específica sobre a cultura de carpa comum , tilápia e de peixe gato.

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Piscicultura: princípios básicos 7

2 Piscicultura: princípios básicos

Por séculos , em muitas partes do mundo, o peixe tem fornecido a die-ta alimentar a uma importante parte da população. Durante os últimos cem anos, a captura de peixe tem crescido rapidamente devido as me-lhorias de tecnologia, inclusive o emprego de mais técnicas poderosas e equipamentos hidrofónicas. Apesar de que a excessiva captura de peixe tem sido travada nos últimos 15 anos, a sobre pesca já tem cau-sado o decrescimento das existências mundiais de peixe e tornou-se um verdadeiro problema. A necessidade de aumentar a produção de peixe através do seu cultivo é urgente.

O termo aquacultura significa todas as formas de cultura aquática dos animais e plantas nas águas doces, turvas ou salgadas.

A aquacultura tem o mesmo objectivo que a agricultura: o de aumentar a produção de comida acima do nível que seria possível alcançar pela produção natural. Como na agricultura, a tecnologia de piscicultura inclui a remoção das plantas e animais indesejáveis e sua substituição por desejáveis espécies ou por cruzamento e selecção de espécies e o melhoramento de disponibilidades de comida atravéz da utilização dos fertilizantes.

A piscicultura pode ser combinada com a prática da agricultura, a cri-ação dos animais e com a irrigação, o que pode conduzir a uma boa utilização de recursos locais e resultar em alta produção e altos lucros. Esta prática chama-se piscicultura integrada.

Este assunto é extensivamente tratado no Agrodok no. 21.

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� O peixe é fornecedor de protéinas de alta qualidade para o consumo hu-mano.

� Um lavrador pode integrar na sua fazenda a aquacultura para criar ingres-sos económicos adicionais e melhorar a gestão das águas da fazenda.

� O crescimento de peixe nos tanques pode ser controlado e depende de tipo e as espécies de peixe que o piscicultor pretende cultivar.

� O peixe produzido nos tanques é propriedade própria. O piscicultor pode fazer a colheita quando desejar e com a segurança.

� Pescar nas águas livres comuns é instável. O peixe dos tanques de pisci-cultura está sempre disponível.

� Habitualmente o peixe nos tanques está disponível. � É eficaz utilizar a terra das margens do tanque. Se a terra não for fértil para

a agricultura ou se for muito custosa para drenar, pode ser mais lucrativo utilizar a mesma terra para a piscicultura se esta é apropriadamente prepa-rada.

2.1 Planificação de uma empresa de aquacultura

Terra, água e as condições climáticas são provavelmente os factores naturais mais importantes que devem ser tomados em conta. Quando você escolher o lugar para aquacultura deverá considerar os efeitos que a actividade poderá causar ao ambiente. Naturalmente as áreas importantes para a ecologia, exemplo dos viveiros de plantas naturais como as florestas e os mangais, não deveriam ser elegíveis para aqua-cultura. Outro factor importante que necessita considerar é a qualidade e a quantidade da água. O tipo de aquacultura e as espécies de animais ou plantas que podem ser cultivados, depende grandemente das pro-priedades de lugar escolhido.

Os riscos implicados por desenvolver a piscicultura também podem acentuar-se. O peixe para crescer e reproduzir-se necessita proteínas. Isso significa que os peixes podem tornar-se concorrentes no consumo dos produtos que são destinados ao consumo humano. Além disso, o custo de produção é bastante alto. Portanto a criação de peixe nos tanques nem sempre pode competir com a pesca nas águas livres, desde um ponto de vista financeiro.

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O alto investimento inicial e os custos de produção, bem como os ris-cos económicos implicados no estabelecimento de uma empresa de piscicultura são alguns factores importantes que o piscicultor deve considerar antes de aventurar-se no cultivo de peixe.

? Finanças: Você pode fazer uma estimativa que inclui os custos da terra, assim como o capital que representa o peixe em stock, o valor de constru-ção do tanque, o custo de mão-de-obra e o custo de produção e co-lheita. ? Sitio:

O solo tem que ter a capacidade de manter a água. Uma boa quali-dade e quantidade de água deve estar disponível por razoável custo. O sítio deve ser cerca de casa e as eventuais perdas causadas por roubos devem estar estimadas. A propriedade da terra assim como a permissão para a sua utilização devem ser obtidas e reconhecidas. O terreno e as estradas devem ser transitáveis e não devem ser passí-veis das cheias. ? Povoamento de peixe:

Você deve decidir se quer produzir seu próprio peixe em stock ou comprar. Se decide comprar deve certificar-se de que adquire um stock de peixe de boa qualidade. Se escolher produzir na sua pro-priedade, então deve possuir o espaço suficiente para a produção e manutenção das crias. ? Colheita:

Procura ter suficiente número de gente disponível, para a colheita. Procure encontrar um método que seja mais rentável para a pesca. Vai necessitar de facilidades de armazenagem para a colheita de peixe.

Mais informações sobre os factores acima citados serão abordadas com mais detalhes nos capítulos posteriores.

Ao início de estabelecer a empresa de piscicultura, às vezes em forma de conselho técnico de extensão de serviços, em alguns casos, os futu-ros piscicultores podem ter assistência ou mesmo adquirir a ajuda fi-nanceira.

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3 Planificação de sitio e tipo de piscicultura

3.1 Escolha de terreno Uma justa escolha de lugar é provavelmente o factor mais importante para o sucesso de uma empresa de piscicultura. Contudo, o lugar ideal as vezes não está disponível.

As vezes há conflictos com respeito a terrenos e à utilização da água que devem ser resolvidos. De esse modo deve fazer-se certos com-promissos. Antes de tudo deve decidir quais as espécies de peixe que quer cultivar, de acordo com as disponibilidades de alimentos (produ-tos agrícolas) e fertilizantes (compostos ou estrume de animais).

O tipo de piscicultura que planeia seguir vai determinar o tipo de ter-reno a escolher. Para construir um tanque, você precisa considerar os factores seguintes: o tipo de solo, a qualidade e quantidade de água disponíveis e a possibilidade que tem para drenar o tanque.

Solo Quando se determina a qualidade do solo toma-se em conta estes dois factores:

A produtividade e a qualidade da água de um tanque de piscicultura. Contudo, o solo deve ser ajustado pela construção de dique. Para de-terminar justamente as duas mais importantes propriedades do solo, examina a textura do solo (a composição de tamanho das partículas) e a permeabilidade do solo (o poder de o solo reter a água).

O solo do fundo de tanque deve ser capaz de reter a água (tem que ter pouca porosidade ou infiltração da água). O solo pode também contri-buir para a fertilidade da água ao fornecer os nutrientes. A textura do solo é composta por muitas partículas de argila. O melhor solo para a construção de um tanque tem muitas partículas de argila. As três for-

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mas para determinar se o solo é adequado para a construção de um tanque são: 1 O método de pressão; 2 O teste de água do fundo; 3 O teste de permeabilidade da água.

1. O método de �squeeze� ou seja pressão (figura 1): A Molha uma mão cheia de solo com água, justamente para formar

uma bola bonita; B Pressiona o solo na mão; C Se o solo formar uma figura ovalada ao abrir a mão, então o solo

será adequado para a construção de tanque.

Figura 1: O método de pressão (Chakroff, 1976).

2 O teste de água do fundo de tanque (figura 2): Este teste deve ser feito durante o período seco para conseguir-se re-sultados confiáveis: A Cava um buraco com uma profundidade de um metro. B Cubra esse buraco com folhas, por uma noite para evitar a evapo-

ração.

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C Se o fundo do buraco estiver com água na manhã seguinte, você pode construir um tanque, mas deverá tomar em conta que vai provavelmente necessitar de mais tempo para drenar o tanque, de-vido a que a água pode reencher o tanque com facilidade.

D Se o buraco estiver sem água na manhã seguinte, não haverá pro-blemas de enchente como resultado de alto nível de água de lugar. O lugar será talvez adequado para a piscicultura.

Figura 2: O teste de água do fundo de tanque (Viveen e al., 1985).

Agora deve atestar a permeabilidade de terreno com respeito à água.

3 Teste de permeabilidade de solo com relação à água (figura 3): A Encha de água até ao topo um buraco. B Cubra o buraco com folhas. C No dia seguinte o nível da água deverá ter baixado devido a filtra-

ção. As paredes do buraco têm ficado saturadas provavelmente com a água e podem suportar melhor a água.

D Reencha de água o buraco até ao topo. E Cubra uma vez mais com as folhas.Verifique o nível da água ao

dia seguinte. F Se o nível da água é ainda elevado, significa que o solo é imper-

meável suficiente e é adequado para construir um tanque.

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G Se a água tiver desaparecido outra vez, o lugar não é adequado para construir uma piscina para peixes, a menos que você cubra o fundo com um plástico ou com uma camada pesada de argila.

Figura 3: Test de permeabilidade do solo com relação à água (Vi-veen e al., 1985).

A elevação de um terreno, especialmente a elevação de uma vertente, determinam a forma da construção de tanque. A inclinação de terreno pode ser aproveitada para drenar o tanque durante a colheita de peixe. Terrenos completamente planos ou colinas ou com inclinações de mais de 2%-4% são inadequados para construir tanques. Todas as inclina-ções entre 2% e 4% podem ser usadas para a construção de tanques. Um 2% de inclinação de terreno significa que um determinado ponto vertical de terreno declina 2 cm ao longo de um metro de distância horizontal. Se o lugar é suficientemente inclinado a drenagem e a en-chente de água ocorrerá com a acção da força de gravidade natural. De

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qualquer maneira, você deve tomar certas precauções para evitar a erosão dos diques do tanque.

Água É importante para todos os sistemas de piscicultura, ter disponível uma boa qualidade de água. Mas é ainda mais importante ter disponí-vel maiores quantidades de água para o sistema de piscicultura. É ne-cessário um constante abastecimento de água, não apenas para encher o tanque mas também para fazer face às perdas causadas por filtração e evaporação (figura 4).

Figura 4: Abastecimento e perda de água de um tanque de pisci-cultura. (Viveen e al., 1985). A: tubo de entrada da água; B: tubo de descarga da água; C: evaporação; D: filtração da água.

Para investigar os recursos de água é muito importante notar: � Que quantidade de água é disponível? � Há água disponível em todas as estações do ano ou as disponibili-

dades da água são diferentes na sequência das estações do ano? � Há probabilidade de ocorrer a poluição no lugar onde estão os re-

cursos da água?

De preferência, a água deveria estar disponível durante todo o ano. A possessão de várias fontes de água e suas desvantagens estão alistadas no quadro 1.

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Quadro 1: Recursos de água e suas principais desvantagens

Fonte de água Principal desvantagem Precipitação �Sky ponds� tanque �céu�depende só da chuva periódica.

Dependência O abastecimento de água depende forte-mente da chuva e das flutuações periódicas

Vazão O tange pode encher-se quando a água dos arredores corre para o tanque.

Alta turvação Turvação é a quantidade de a de lodo na água. Em caso de vazão a água será mais turva.

Águas Naturais A água dos rios, riachos ou lagos pode ser desviada para o tanque.

Contaminação Animais, plantas e a defecação de orga-nismos podem causar doenças. Há o perigo de pesticidas ou outro contaminante da água.

Fontes ou Nascentes A água subterrânea que encontrou uma saída para escapar para a superfície. Esta água é boa para a piscicultura por ser ge-ralmemente limpa.

Baixo nível de oxigénio e temperatura

Poços Os poços podem ser construídos onde há água subterrânea e a água pode ser eleva-da por meio de uma bomba.

Baixo nível de oxigénio e temperatura

Temperatura de água A temperatura de água é um factor que você deve tomar em conta para qualquer que seja a espécie de peixe que quiser criar. Uma temperatu-ra de entre 20 e 30 graus centígrados é geralmente adequada para a piscicultura.

Salinidade de água A variação de salinidade de água (quantidades de sais dissolvidos na água) é também um factor ambiental que deve ser considerado. Algu-mas espécies de peixes podem resistir mais à grandes quantidades de sal na água que outras: Por exemplo, a tilápia e o peixe gato são espé-cies que podem resistir à diferente salinidade, desde água doce até à água realmente salgada. Enquanto que a carpa só tolera viver na água doce.

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Essas foram as qualidades de água seleccionadas que se julgamos mais importantes. Há ainda outras características que são facilmente controláveis, com adequadas medidas de manutenção. Essas medidas são descritas com maiores detalhes no Capítulo 4.

3.2 Tipo de campos de aquacultura A piscicultura pode alcançar uma capacidade industrial empresarial ou também pode ser de uma escala reduzida composta de simples tanque de subsistência. Os sistemas de piscicultura podem ser distinguidos em termos de níveis de ingressos.

Piscicultura Extensiva Em termos económicos tem ingressos geralmente baixos. A produção de comida natural joga um papel muito importante e a produtividade é relativamente baixa. Os fertilizantes podem ser empregues para au-mentar a fertilidade e a produção de peixe.

Piscicultura Semi-Intensiva Tem entradas moderadas. A produção de peixe aumenta quando se empregue os fertilizantes ou ração enriquecida. Isto significa que é mais custoso e mais trabalhoso mas o rendimento resultante é alto e compensa o trabalho.

Piscicultura Intensiva Tem ingressos altos. Os tanques são povoados com mais número de peixe possível. O peixe recebe a ração enriquecida e a comida natural joga um papel insignificante. Em este sistema os custos de alimenta-ção são altos e os riscos aumentam, devido a alta densidade de povo-amento que pode aumentar a possibilidade de doenças e a diminuição de oxigénio dissolvido na água. O problema pode tornar-se difícil de manobrar. Por causa de alto custo de produção, o produtor pode ver-se obrigado a subir o preço de peixe no mercado para tornar a piscicultu-ra economicamente eficaz.

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Cultivo nos tanques A maioria de peixe da água doce é cultivado nos tanques de piscicultu-ra. A água é geralmente canalizada directamente desde um lago, baía ou fonte natural para o tanque. Uma vez que a água passou através de um tanque, essa água é drenada ou parcialmente substituída. Isso para permitir que certa percentagem de água se mantenha em circulação. Contudo o sistema de alta produção só substitui a água evaporada ou perdida pela filtração e não se faz a descarga de água. Em geral a cor-rente da água reduz a produção de peixe nos sistemas de piscicultura das regiões tropicais.

Os tanques de piscicultura podem ser de tamanhos distintos, desde os de um tamanho reduzido a poucas centenas de metro quadrado até aqueles tanques que alcançam vários hectares. Em geral os pequenos tanques são usados para a criação e produção de peixe pequeno. A produção nos tanques com mais de 10 hectares é difícil e dificulta a sua administração. Por isso esses tanques não são muito atractivos para os piscicultores. Os exemplos de tanques aqui apresentados são apenas de tipo que o produtor pode tratar de construir, dependendo dos recursos locais, equipamento e outras condições.

Em geral os tanques estão localizados em terrenos ligeiramente incli-nados. Eles são de formato rectangular ou quadrado, com os diques e as bases das inclinações bem terminados; não devem deixar filtrar a água subterrânea ou água dos arredores. É importante que haja água suficiente disponível para encher todos os tanques dentro de um perí-odo razoável e manter o mesmo nível da água num certo período de tempo. Você deve preferir tanques que facilmente podem drenar com-pletamente quando chega o momento da colheita. Os lados inclinados podem ser de 2:1 ou 3:1 (cada meter da altura precisa de 2 ou 3 metros de distância horizontal) o que vai permitir o acesso fácil da água e não encoraja o crescimento de vegetação e ajuda a combater o problema da erosão. Para prevenir o roubo de peixe, deve colocar-se postes de bambu ou ramas de árvores no tanque que constituirão uma camufla-gem e tornarão a pesca furtiva impossível. Um outro método para

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manter os ladrões longe de tanque é construir o tanque o mais perto possível de sua casa.

As características mais importantes de tanques são apresentadas no quadro 2.

Quadro 2: Características de um bom tanque de piscicultura.

Localização Escolha um lugar ligeiramente inclinado e construa o tanque tomando as vantagens de elevação do terreno.

Contrução Os tanques devem sser cavados no solo; eles estarão parcialmente acima e parcialmente dentro do solo; eles devem ser contruídos ao nível de elevação original do terreno. Os declives ligeiros e as bases devem ser respeitados durante a construção, porque eles vão prevenir a erosão e a filtração; O solo deve conter um mínimo de 25% de argila. Rochas, capim, ramos e outros objectos indesejáveis devem ser elimi-nados dos diques.

Profundidade Nas margens, a profundidade deve ser de 0.5-1.0 metro; O tanque deve ser ligeiramente mais inclinado nos lados onde estão situados os tubos de drenagem e a profundidade da parte mais funda deve alcan-çar 1.5-2.0 m; Nas regiões nortenhas do globo se exige que os tanques sejam mais profundos, por causa da ameaça de gelo no inverno que pode matar o peixo.

Configuração O melhor formato de tanques é rectangular ou quadrado. Lado inclinado Construa o tanque com 2:1 ou 3:1 de inclinação em todos os lados. Drenagem As válvulas de entradas e tábuas de impedimentos devem ser disponí-

veis. A drenagem não deve durar mais de 3 dias. Fontes de aflu-ência

As águas das fontes devem ser disponíveis e ter suficiente capacidade para encher os tanques dentro de três dias. Se é utilizada a água de superfície, esta deve ser filtrada para tirar os indesejáveis animais ou plantas ao entrar no tanque.

Volume total de água

A água deve ser suficiente e estar disponíveis para encher todos os tanques dentro de poucas semanas e manter os tanques completa-mente cheios no período de crescimento de peixe.

Diques Os diques devem ser suficientemente amplos para permitir cortar a relva; deve fazer-se ruas de dique ou de cascalho. Sobre os diques deve-se plantar relva.

Orientação Situe os tanques em lugares onde há vantagem de misturar a água através de vento. Evite áreas onde há intenso vento porque esse pode causar erosão de diques; Construa tanques com ângulos rectos para dessa forma prevenir o vento. Utilize sebes ou árvores se for necessá-rio para quebrar o vento.

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Figura 5: Diferentes tipos de tanques. (Bard e al., 1976 A: tanque desvio; B: tanque barragem.

Dependendo do sítio, podem ser construídos diferente tipo de tanques: Tanque desviado ou tanque barragem (figura 5).

1. Tanques desviados (fig. 5A) : São feitos utilizando-se a água pro-veniente de outros tanques. Existem diversos tipos de tanques desviados (figura 6): A Tanque - represa: Os diques de um tanque - represa são construídos acima de nível

do solo. Uma desvantagem desse tipo de tanques é que você precisa de uma bomba para encher o tanque. (figura 6A).

B Tanque escavado: O tanque é escavado profundamente no solo. A sua desvanta-

gem: você necessita uma bomba para drenar o tanque (figura 6B).

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C Tanques escavados parcialmente com diques baixos: O solo escavado é utilizado para construir os diques baixos do

tanque. O lugar ideal para construir um tanque tem uma ligeira inclina-

ção de (1-2%). O canal de entrada de água pode ser construído ligeiramente acima e o canal de descarga pode ser construído li-geiramente debaixo do nível da água do tanque. Você pode utili-zar a gravidade natural para encher e drenar o tanque e não ne-cessitará qualquer bomba (figura 6C).

Figura 6: Diferentes tipos de tanques escavados (Viveen e al., 1985) A: tanques represas; B: tanques escavados; C: tanques parcialmente escavados. Veja o exemplo de apêndice 1 para construir um tanque escavado.

2. Tanques barragem (figura 5B): são construídos com um dique a atravessar uma fonte natural de água. Os tanques são porém como uma pequena barragem de conservação. A vantagem de um tanque barragem: é fácil a sua construção. Contudo é muito difícil controlar o sistema, porque manter fora os peixes naturais é difícil e perde-se a ração que é levada pela corrente. Uma adequada construção de tanque barragem deve incluir os tubos de descarga e esses serão utilizados só em circunstâncias especiais.

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3.3 Outros métodos de piscicultura Embora a cultura de peixe nos tanques seja a forma mais comum de piscicultura, existem outros métodos usados, onde não é possível construir tanques, nas zonas tropicais.

Barragens e reservatórios A água guardada nas barragens e reservatórios é muitas vezes utilizada para aquacultura. Essa água pode ser povoada de pequenos peixes que depois são recolhidos com uma rede. O método de cultivar o peixe nesses lugares é muito mais difícil, porque a água pode não ser contro-lada. A drenagem é impossível e remover os prediadores é difícil. É quase impossível alimentar o peixe ou fertilizar a água completamen-te. E então a produção natural de peixe deve ser suficiente para permi-tir a sobrevivência e o crescimento de pequenos peixes. Cultivar o peixe em reservatórios pode tornar-se mais fácil se o peixe é colocado em redil e jaulas. Existem clausuras que podem confinar o peixe num mesmo lugar e dessa forma é possível ter mais controle sobre ele.

Peixe em jaulas Em muitas partes de mundo a única água disponível é a água corrente ou espalhada onde é difícil de desviá-la para um tanque. Nessas águas é possível cultivar o peixe em pequenas gaiolas. A cultura de peixe em gaiolas pode ser praticada também nas zonas pantanosas. As gaiolas devem ser caixas rectangulares ou cilíndricas de bambu ou outro ma-terial que pode deslocar-se na corrente de água. Essas caixas devem permitir que a água circule livremente (figura 7). Para além de bambu, as caixas podem ser feitas de materiais tais como os tecidos de arame, mecha de nylon e madeira.

Todas as jaulas devem ser ancoradas para não irem à deriva. A gaiola deve ser colocada melhor num lugar onde penetram os raios solares, na parte mais profunda da água e perto de sua casa. Esse lugar deve ter uma corrente ligeira para o vento trazer água limpa na gaiola. As jau-las ou gaiolas são também utilizadas para guardar o peixe entre o perí-

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odo de colheita e o período de venda. As vezes as gaiolas são usadas como tanques criadores.

As vantagens de criar o peixe nas gaiolas são: ? as gaiolas são fáceis e baratas para construir ? as gaiolas podem estar isoladas ou agrupadas ? é fácil alimentar um povoado de peixe na gaiola ? o peixe cresce rápido nas gaiolas ? a colheita torna-se fácil na gaiola

Figura 7: Jaula flutuante (FAO, 1995).

Redil O peixe pode ser criado também em gaiolas ou redis nos lagos ou suas áreas costeiras (figura 8). As gaiolas são construídas de bambu ou de barras de madeira que são depois atiradas para o fundo do lago ou nas águas das margens. As redes são atadas de madeira a madeira para formar um cerco. As redes são ancoradas no fundo do lago com um pesos para afundar a rede e o peixe é guardado dentro da jaula.

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Por tomar medida, como a colocação de redis em lugar fértil do lago, pode melhorar e aumentar a produção de peixe. Os peixes não necessi-tam uma extra ração ou fertilizantes e exigem poucos cuidados. Esse peixe vai ser povoado e pescado ao fim de fase de crescimento.

Se a água é menos fértil será necessário dar um alimento suplemento ao peixe de gaiola. Pode alimentar o peixe ao mergulhar uma espécie de anel flutuante que primeiro é abastecido de uma ração. Desse jeito a comida chega dentro da gaiola

Figura 8: Redil de peixe (Costa-Pierce, 1989).

Algumas desvantagens de gaiolas são: ? A construção de gaiolas é muito custosa. A rede deve ser de nylon

ou de plástico. As barras de madeira devem ser bem cuidadas para que não apodreçam. ? Uma gaiola de peixe só dura entre três e cinco anos na água.

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? As gaiolas são construídas geralmente para serem utilizadas nas águas não profundas do lago. A gaiola é colocada no mesmo espaço ambiental, onde os peixes naturais também utilizam para comer e reproduzir-se. Por isso a colocação de gaiolas pode reduzir a produ-ção natural, em certos lagos. ? Quando as gaiolas estão colocadas nas águas menos profundas, o

pescador local é obrigado a sair para ir pescar longe dessas águas. ? Excremento do peixe e o resto de comida que o peixe de gaiolas

deixa de comer podem provocar a poluição. ? O peixe de gaiolas pode ser facilmente roubado.

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Practica de piscicultura 25

4 Practica de piscicultura

4.1 Selecção de espécies de peixe Quando escolher o peixe adequado para cultivar, deverá tomar em conta vários aspectos biológicos e económicos:

? A oferta e a demanda de mercado (não quando é para o consumo próprio). ? O crescimento de preço. ? A capacidade para reprodução e a capacidade para colheita. ? Simples cultura de peixe jovem (larvas e alvinos). ? A contradição entre as necessidades alimentares de peixe e a ração

preferencial de peixe seleccionado.

As vezes será possível escolher o peixe que cresce nas águas regionais para evitar a introdução de peixes exóticos para o cultivo. As caracte-rísticas biológicas mais importantes são: taxa de crescimento, repro-dução, tamanho, idade, primeira maturidade, hábitos de alimentação, resistência ou susceptibilidade de apanhar doenças. Essas característi-cas vão determinar apropriadamente as espécies que você pode culti-var, baixo as condições climáticas de lugar. Embora algumas espécies, que eventualmente poderiam ser escolhi-das, cresçam lentamente, estas poderiam ser melhores candidatos para o cultivo, por possuírem um mercado válido. As vezes é difícil tornar a piscicultura um negócio lucrativo. É melhor que o peixes tenha um tamanho que o mercado exige, antes de atingir a maturidade, para as-segurar-se de que a alimentação foi utilizada para o desenvolvimento de músculos e não para a reprodução. Por outro lado, a maturidade prematura assegura o abastecimento de crias.

Se você próprio não pretender criar peixe vai ter que depender de pei-xinhos fornecidos pelas águas naturais selvagens. Em geral esta é uma fonte insegura, bem como os peixinhos pescados nas águas naturais podem variar em número de um momento para outro, porque a repro-dução de peixe de água natural depende de factores biológicos não

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controlados: (temperatura de água, comida disponível), etc. Para além disso, a pesca de pequenos peixes nas águas naturais pode desencadear ou aumentar o conflito entre os pescadores e comerciantes. É melhor escolher espécies de peixe fácil de reproduzir-se ou comprar peixe que vem de fornecedores confiáveis de estações de piscicultura ou de ser-viços extensivos de piscicultura.

A alimentação, é o factor de produção mais importante e o factor mais custoso sobre todo o total de produção na aquacultura. Os peixes her-bívoros (os que comem plantas) e os omnívoros (os que comem plan-tas e animais) são preferíveis porque eles se alimentam dos recursos ocasionais no tanque, e isso vai reduzir o custo dessas espécies e redu-zir relativamente o custo da produção. Os peixes carnívoros, (predado-res de peixes) precisam de uma alta dieta em proteínas e é muito cara a sua produção. Para compensar o alto de custos de produção das es-pécies carnívoras se procurará aumentar o preço do peixe ao mercado.

As espécies que podem tolerar fortemente as condições desfavoráveis conseguirão sobreviver melhor relativamente às condições pobres am-bientais, como é o exemplo de tilápia. Paralelamente a efeitos de con-dições climáticas sobre a espécie de peixe, também deve ser conside-rada a influência das novas espécies sobre o meio ambiente.

Para a introduzir as novas espécies de peixe considere o seguinte: ? Preencher aquela necessidade que o peixe local não satisfaz. ? A nova espécie não deve competir em alimentação com a espécie

local. ? Evitar espécie que ao cruzar-se com a espécie de peixe local poderia

resultar em indesejáveis híbridos. ? A nova espécie não deve introduzir doenças e parasitas no meio

ambiente. ? A nova espécie deve viver e reproduz-se em balanço com o ambien-

te.

Ao introduzir os peixes exóticos deve estar ciente de que suas activi-dades serão sujeitos ao controlo restrito nacional e internacional.

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Comparação: a criação de diferentes espécie de peixe num mesmo tanque (policultura) aumenta a produção de peixe do que quando cria uma só espécie de peixe separadamente (monocultura).

Monocultura Em monocultura se desenvolve uma só espécie de peixe num tanque. Vantagem: é fácil de dar determinados suplementos de ração para o peixe da mesma espécie, com respeito às preferências. Desvantagem: uma única doença pode matar todos os peixes de um tanque, enquanto que se há diferentes espécies num mesmo tanque, os diferentes peixes são susceptíveis a diferentes doenças.

Policultura Sistema de policultura: é onde se introduzem e se criam diferentes es-pécie de peixes no mesmo tanque. Desta maneira os vários recursos de um tanque são melhor utilizados. Cada espécie de peixe tem um de-terminado alimento preferencial, cujo é proporcional à necessidade de peixe no tanque.

Por exemplo, a carpa do lodo vive em geral pegado ao fundo do tan-que e alimenta-se de lodo e de materiais orgânicas mortas que ele en-contra no fundo do tanque.

A tilápia, por sua vez vive na coluna da água do tanque; algumas es-pécies alimentam-se de plantas e outras de zooplâncton (pequenos animais aquáticos). Ao combinar as espécies no mesmo tanque o re-sultado de produção pode aumentar para alto nível do que seria possí-vel com a criação de uma só espécie ou mesmo com diferentes espéci-es separados. Exemplo, quando os chineses praticam a piscicultura em sistema de policultura, eles combinam a carpa prateada com a carpa cabeçuda e com a carpa herbívora no mesmo tanque (figura 9). A car-pa prateada alimenta-se principalmente de algas; a carpa cabeçuda come principalmente os pequenos animais aquáticos (zooplâncton); a carpa herbívora come plantas de água. Por isso não há competência de comida. A mais conhecida policultura na piscicultura é a que combina a tilápia e a carpa comum: a tilápia consume principalmente algas e a

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carpa comum come plâncton, ou seja os restos de materiais orgânicos do lodo. Uma especial forma de concorrência é a cultura de tilápia e de peixe gato (predador de peixe para controlar a excessiva reprodu-ção de tilápias, Capítulo 6). Mas para adquirir uma produção de peixe com alta qualidade possível, é melhor criar o menos possível os peixes predadores. O importante seria que cada espécie vivesse de uma certa comida típica, para só competir com os peixes de sua espécie.

Figura 9: Policultura de carpa. A: carpa prateada; B: algas; C: car-pa cabeçada; D: �zooplankton�; E: carpa herbívora; F: plantas de água.

4.2 Nutrição de peixe Há dois tipos de comida para o peixe comer e crescer adequadamente nos tanque: a comida naturalmente produzida no tanque e a comida fornecida em forma de suplemento alimentar.

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Comida natural para peixe A comida naturalmente produzida no tanque é constituída de algas (fitoplâncton) e de pequenitos animais aquáticos (zooplancton) que se produzem por si só no tanque. Ambos tipos de comida, são partículas muito pequenas para observar-se a olho nu. As algas constituem o re-curso natural mais importante. Se há uma quantidade enorme de algas, a água torna-se de cor esverdeada. Fertilizar a água com os fertilizan-tes, como os excrementos de animais ou compostos de plantas pode estimular o crescimento de comida natural. Veja mais informação abaixo. As algas (plantas) produzem oxigénio com auxílio de luz solar. Quanto mais penetra a luz solar no tanque mais alta será a produção do oxigénio. A temperatura influencia também a produção do oxigé-nio. O peixe e todos os outros organismos que habitam o tanque usam o oxigénio para viver. Durante a noite, as algas em lugar de produzir o oxigénio elas consomem o oxigénio. Um bom hábito de fertilizar é importante para manter suficiente quantidades de ocorrência da pro-dução natural de comida na água. A fertilização de tanque influencia no crescimento das algas e de zooplancton, ou seja pequenos animais de água. Um alto nível de concentração desses organismos,significa maior uso de oxigénio de noite. Se os fertilizantes que foram postos no tanque são muito reduzidos, então vai ocorrer menos a produção de comida natural e menos peixe será produzido. Deitar demasiados ferti-lizantes ou fertilizar irregularmente o tanque pode provocar a redução do oxigénio e o peixe pode morrer.

Quando escurece não se produz oxigénio por meio de algas (plantas), porque não existe a luz do sol. Como o oxigénio é continuamente uti-lizado por todos os organismos habitantes na água do tanque, a quan-tidade do oxigénio na água decresce durante a noite. De manhã cedo a quantidade do oxigénio no tanque tem o nível mais baixo, porque foi usado ao longo de toda a noite, enquanto não ocorrera a sua produção. Você pode observar nesse momento que o peixe procura o oxigénio na superfície da água. Isso significa que o tanque recebe poucos fertili-zantes. O nível do oxigénio contido na água é geralmente alto ao fim de tarde, como resultado de produção do mesmo nas últimas horas de

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dia solar (figura 10). Você pode encontrar também mais informação no Agrodok no. 21: �Na fazenda de piscicultura�.

Figura 10: O nível de oxigénio durante o dia.

Suplemento de alimento para peixe A maioria de suplemento que se fornece ao peixe é imediatamente consumido pelo peixe. Mas aquele suplemento que resta actua como um fertilizante adicional do tanque. Mesmo quando os tanques rece-bem altas quantidades de suplemento alimentar, a comida natural joga um papel ainda importante no crescimento de peixe.

Em geral os desperdícios de produtos locais podem ser utilizados como comida suplementar para o peixe. O tipo de ração que se utiliza, depende das disponibilidades locais, de custos e de espécie de peixe por cultivar. Exemplo de tipo de suplemento alimentar são: o farelo de arroz, pão quebrado, migalhas de pão e cereais, os desperdícios de cereais, farinha de milho, erva Guiné erva de Napier, frutas e vegetais, os desperdícios de amendoim, de soja ou de cevada.

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Finalmente algumas linhas de orientação para alimentação de peixe: ? Alimenta o peixe em uma determinada hora e no mesmo lugar de

tanque; O peixe vai habituar-se a hora e vai chegar nesse lugar onde será fácil você observar o peixe se come e cresce adequadamente. A alimentação pode ocorrer no fim da manhã ou nos princípios da tar-de, quando o nível do oxigénio dissolvido na água é alto e assim o peixe tem tempo, antes do pôr do sol, de recuperar-se do esforço feito durante a actividade alimentar. ? Não sobre - alimentar o peixe, por estar a observar o seu comporta-

mento enquanto ele come, porque ele despende mais sua energia em oxigénio na actividade alimentar. ? Pára de alimentar o peixe, para dar-lhe a chance de fazer uma diges-

tão completa, pelo menos um dia, seja antes da reprodução, da co-lheita ou de sua transportação. Em geral os peixes mais jovens po-dem abster-se de alimentação durante 24 horas; As crias podem abs-ter-se de alimentação 48 horas e os peixes adultos podem abster-se por 72 horas. A tensão proveniente de qualquer actividade como a reprodução, a pesca ou a transportação faz o peixe purgar e o ex-cremento torna a água turva.

As características especiais de alimentação para o peixe como carpa, tilápia ou peixe gato são discutidas nos Capítulos 5, 6 e 7; as caracte-rísticas para outras espécies de peixe são resumidas no Apêndice 2.

4.3 A transparência da água como indicador de fertilidade

A transparência de água de tanques varia de nula claridade até águas muito claras. A classificação quase zero é para os casos de água muito turva. A turvação é a quantidade de coisas suspendidas na água (algas, partículas de terra), etc. As flores de algas geralmente mudam a cor de água para o verde. Quando se mede a transparência de cor esverdeada do tanque se obtém a ideia de abundância de algas presentes no tan-que, portanto a sua fertilidade.

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A transparência pode ser medida também usando um Secchi disco. Um Secchi disco é totalmente branco ou negro branco disco metálico que mede 25-30 cm de diâmetro. Este disco pode ser feito facilmente à mão (figura 11). O disco é atado a uma corda que está marcada em cada 5 cm em 5 cm de seu cumprimento.

Para medir a transparên-cia da água, baixa e faz desaparecer completa-mente o disco até à parte mais profunda da água. Mede essa profundidade usando um marcador na corda, ao qual o disco está atado. O quadro 3 mostra as actividades a ser levadas a cabo para diferentes transparências da água.

Povoamento de tanque Quando a transparência da água está entre 15 e 25 cm, os pequenos peixes (os alvinos) podem ser mantidos na água. Ao proceder à trans-portação de peixe, deve fazer-se com muito cuidado, como indica a figura 12.

Embora a temperatura da água, donde os alvinos provêm, seja igual à temperatura da água, aonde os peixinhos são depositados, eles ainda podem ficar chocados.

Figura 11: O disco Secch (Viveen e al., 1985).

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Quadro 3: Acções a serem empreendidas para diferentes tipos de transparência da água.

Transparência da água Acção 1 - 15 cm Bastantes algas no tanque. 15 � 25 cm Risco de faltar oxigénio para o peixe de madrugada. Pára

de alimentar e de fertilizar. Observa o comportamento de peixe. Se ele aparece para apanhar o ar à superfície da água, deve fazer correr a água ou trocar de água. Há abundância de algas.

25 � 30 cm Óptima abundância de algas pra a produção de peixe. Continue a alimentar e a fertilizar ao mesmo ritmo.

> 50 cm Muito baixa densidade de algas algas. Estimula o florres-cimento de algas por adicionar mais comida e fertilizantes até a transparência ser de 25 a 30 cm.

Figura 12: Repovoando um tanque de peixe (FAO, 1985).

4.4 Saúde e doenças O peixe é vulnerável a apanhar doenças quando as condições ambien-tais são pobres (qualidade da água e comida disponíveis). Uma vez que uma doença começa num tanque pode ser difícil a sua erradica-ção. Isso é motivado pelo facto de que é difícil separar um peixe infec-tado de outros, para dar-lhe o tratamento separadamente. A água é um perfeito agente de contaminação de doenças. O peixe pode sofrer de muitas e variadas infecções: Um peixe doente não cresce e o piscicul-

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tor despende dinheiro para fazer crescer os peixes. Quando o peixe cresce significa que haverá uma boa colheita. Se o peixe é afectado pela doença num período próximo ao da sua colheita, a perda é ainda severa. Os custos de tratamento podem ser elevados e as vezes esse tratamento pode tornar-se perigoso não só para os humanos mas tam-bém para outros animais e plantas da zona, porque quando o tanque for drenado, com o tempo a água correrá levando os desperdícios de tratamento para o meio ambiente. É melhor prevenir as doenças, porque a prevenção é mais barata do que o tratamento de doenças: se evitam as perdas, o pobre crescimento e a morte de peixe.

Prevenção de doenças de peixe Uma boa nutrição e uma boa qualidade de água com bastante oxigénio são os factores mais importantes para a boa saúde de peixe. Muitas das patologias de peixe são normalmente presentes na água esperando ata-car quando as condições ambientais tornam-se menos adequadas, ou seja, quando o peixe fica em tensão e sua resistência às doenças é me-nor.

Existem algumas regras básicas que devem ser observadas para evitar a explosão de doenças: ? Prevenção ? Controlar a doença quando ela ocorre

Os tanques devem ter uma provisão de água separada; Não é reco-mendável reservar a água que sai de um tanque, porque desde esta água pode haver doenças e o nível de oxigénio dissolvido talvez é bai-xo. É porém sensato não desenhar tanques em séries.

O peixe não deve ficar com a tensão: só movimenta o peixe se quiser levá-lo ao mercado. Toma a precaução ao tocar o peixe ou toca o peixe o menos possível. Excessiva tensão pode causar a morte de peixe. Os danos na sua pele, esfregão ou caída de escamas e remoção de líquidos protectores expõem facilmente o peixe à doenças. Assim o peixe deve

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ser mantido em boas condições e viver na água com alto nível de oxi-génio, com um correcto pH- balanço e pouco amoníaco.

Outro maior cuidado que deve observar quando misturar peixe de di-ferentes tanques ou quando vai introduzir novos peixes na proprieda-de: O novo peixe na propriedade pode ser guardado num tanque sepa-rado, até certificar-se de que ele não é portador de doenças. Só depois disso ele pode ser misturado com outro peixe em stock.

Qualquer mudança de comportamento que você observar pode ser um sinal de doença. Ao observar o peixe a procura o ar na superfícies ou ver esfregões de escama na pele de peixe ou quando o peixe bater a sua cabeça contra as paredes do tanque, ou observar - lhe o furor, você está presenciando sinais de doença de peixe. Quando você observar que o peixe deixou de comer de repente, é porque alguma coisa errada se passa. Observe o peixe muitas vezes, especialmente se está muito quente porque o oxigénio dissolve-se menos na água nessa condição climática.

Não fique desencorajado se encontrar um peixe morto no tanque. Isso também acontece na natureza. Porém tome o cuidado quando muitos peixes aparecem mortos. Se um número grande de peixe morre, tenta descobrir a causa de morte.

Doença de peixe As doenças de peixe podem ser classificadas em infecção e problemas de nutrição. As infecções são introduzidas de tanque a tanque por meio de novos peixes, por meio de piscicultor ou por meio de aparelhos que o pisci-cultor utiliza. As doenças de nutrição são causadas por dieta de ali-mentação pobre. Existem também doenças causadas pela poluição ou pela má qualidade da água. Essas doenças evidentemente podem cau-sar a morte de peixe.

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O piscicultor deve focalizar sua atenção na prevenção de doenças, porque o tratamento de doenças é muitas vezes difícil, custoso e con-some muito tempo.

4.5 Reprodução A escolha de peixes por espécie para o cultivo depende grandemente, entre outros factores, de utilizar o peixinho que você criou no tanque ou utilizar os alvinos que você obteve desde fornecedores comerciais ou utilizar o peixe pescado nas águas livres naturais.

Mesmo quando começar por empregar o peixe apanhado na natureza, é importante encontrar uma forma controlável de reprodução na pisci-cultura. Uma reprodução controlada oferece uma provisão de ovos e peixes pequenos, em razoável número para o produtor evitar os pro-blemas de esperar sempre e de novo os peixes recolhidos da natureza. A reprodução controlada vai oferecer-lhe as sementes que necessita usar no momento certo e não durante os poucos meses em que ocorre a procriação de peixes na natureza.

O ciclo reprodutório de quase todos os peixes é regulado pelo meio ambiente, (dia, ou seja a época própria de reprodução, a temperatura da água, o nível da água), etc. Tais condições facilitam a libertação hormonal através de cérebro de peixe, que actua sobre os órgãos re-produtores de fêmeas e de machos. Esses órgãos por seu turno produ-zem esperma no caso de machos e ovos no caso de fêmeas.

Se você conhecer as funções do ciclo reprodutivo pode utilizar seus conhecimentos para provir a apropriada estimulação ambiental de pei-xe, exemplo, uma boa condição do nível de água que permitirá a re-produção de peixe.

A maioria de reprodução ocorre em determinados períodos. A época reprodutória de peixe aparece a coincidir com as condições de meio ambiente mais apropriadas para a sobrevivência de crias. O momento,

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a temperatura, as chuvas, são factores importantes envolvidos na regu-lação do ciclo reprodutório.

Os capítulos sobre a carpa, tilápia e peixe gato vão dar mais informa-ção específica sobre a reprodução destas espécies de peixe.

4.6 Colheita de peixe Como em outros tipos de cultivo, a fase final na piscicultura é a co-lheita e a possível venda de peixe. Quando a maioria de peixe é sufici-entemente grande para ser consumido ou vendido, sua colheita pode começar normalmente depois de 5 a seis meses, mas somente o peixe que pode ser comido ou vendido dentro de 24 horas. Para a colheita, comece por vazar o tanque um pouco antes de nascer o dia, enquanto estiver frio ainda.

Há duas maneiras de colher o peixe: � Retirar todo o peixe de tanque ao mesmo tempo. � Seleccionar: apanhar o peixe maior para colocá-lo num outro tan-

que ao longo do ano.

Neste último método, é usual retirar grandes quantidades de peixe adulto, para deixar crescer os peixes mais pequenos no tanque.

É possível combinar os dois métodos: primeiro, ao retirar duma só vez grande quantidade possível de peixe e finalmente, noutra altura, remo-ver a outra restante parte de peixe.

Existem diferentes tipos de redes que você pode usar para a colheita de peixe de um tanque, como mostra a figura 13. O método usado para escolher continuamente o peixe é aquele em que se amarra a rede por onde o peixe vai tentar passar; na malha da rede fica apanhado o peixe maior. Deve escolher uma rede adequada para assegurar-se de que os peixes pequenos podem passar através das ma-lhas enquanto o peixe de tamanho maior ficará preso através de suas guelras.

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Figura 13: Diferentes tipos de redes para a colheita de peixe (Murnyak and Murnyak 1990). A: rede bênção �seine net�; B: rede guelra �gill net�; C: rede elevador �lift net�; D: rede colher �scoop net�; E: rede lança �cast net�.

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Com excepção, a chamada rede de guelras assegura com sucesso esse tipo de colheita. A rede de guelras é muitas vezes usada neste método de colheita (figura 13B ) para apanhar o peixe que tenta nadar através da rede amarrada. O peixe emperra a parte de trás da sua guelra nas malhas da rede.

O tamanho de peixe apanhado desta maneira pode ser estimado, por medir o tamanho de peixe que ficou emperrado na rede. Todo o peixe pequeno e pouco maior não será apanhado. Desta forma é possível pescar o peixe desejado ao longo do ano, sem a necessidade de drenar o tanque ou provocar tensão para os peixes que ficaram no tanque.

Se pretender colher duma vez todo o peixe de um tanque deve baixar lentamente o nível da água para assegurar-se de que todo o peixe será apanhado. Certifique-se de que o peixe está sendo pescado em boas condições para evitar o dano de sua pele e proceda rápido para o peixe manter-se fresco até ao final de toda a colheita. Por essas razões é co-mum usar dois métodos diferentes de pesca como abaixo iremos des-crever.

Em principio, a maioria de peixe deve ser apa-nhada em uma rede grande �seine net� (figura 13A, figura 14 e caixa: Como contruir uma �rede seine�) cuja malha tem tamanho de 1 cm, enquanto o nível de água for ainda alto. A rede é estendida fora de diques do tanque; é enrolada em um grosso meio círculo através do tanque até atingir os diques outra vez; A rede é outra vez arrastada em direcção aos diques

Figura 14: Rede bênçao �seine net� (FAO, 1985).

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deste maneira para emperrar o peixe e colhe-lo (figura 15). Como a água corre para fora de tanque, muitas quantidades de peixe serão apanhadas. Coloca redes de formato de caixas com ripas ou rede com formato de colher (figura 13D) debaixo de tubo de drenagem para prevenir que o peixe não escape ao drenar o tan-que.

Quando o tanque está completamente drenado, pode juntar à mão o peixe que ficou depositado no fundo do tanque. Trate de apanhar o maior número possível de peixe, antes de drenar completamente o tanque, porque o peixe pode esconder-se no lodo, onde vai danificar a sua qualidade.

Depois da colheita deve deixar o tanque secar até ver rachar-se o fun-do. Deita a cal para reduzir a acidez do fundo do tanque e desta manei-ra morrerão os animais e as plantas indesejáveis que crescem no tan-que.

Algumas redes mais simples e baratas são:

? A rede elevadora �lift net�(figura 13C): é feita do mesmo material que se fazem as malhas da rede �seine�. Esta rede pode ser de qual-quer forma e tamanho e deve ser colocada no fundo do tanque. Se o peixe nadar sobre ela a rede se elevará e o peixe será capturado.

? A rede colher �scoop net� (figura 13D): é uma pequena rede que tem uma pega através da qual é segurada na mão. Esta rede é muitas ve-zes usada para contar ou pesar o peixe e as crias.

Figura 15: Colheita técnica com uma �Seine rede�. (FAO, 1995).

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? Rede lança ou rede castanholas �cast net ou castanets�(figura 13E): é uma rede redonda que é atirada ao tanque desde à margem e pu-xada para trás a fim de capturar o peixe.

Material: Corda, rolha flutuadora, chumbo para afundar ou outro corpo pesa-do para manter a rede no fundo da água, fios e agulhas de costura para reparer as malhas.

Métodos: � Amarre duas cordas, entre duas árvores (formando uma linha com topo e

base). � Marque intervalos de 15 cm cada. Tenha a certeza de que essas duas

cordas são um pouco mais largas que a ponta final da rede. � Estique as malhas da rede até estarem completamente fechadas. Depois

conte o número de malhas que formarão uma secção de 23 cm. Uma boa rede seine� tem 6 a 9 malhas em cada secção da rede esticada de 23 cm.

� Use um fio nylon muito forte. Enrola uma divisão de malha com uma agu-lha. Amarre a extremidade de chumbo com a corda na a primeira parte marcada. Passe as agulhas através das malhas divididas em secções 23 cm cada malha. Amarre o fio com a corda já na segunda secção marca-da.

� Repita o processo até atingir a parte superior da corda. � Junte os elementos para afundar com a base da corda, num intervalo de

15 cm. � Ammar as rolhas flutuadoras com a parte superior que tem também 15

cm de intervalo. � Junte com o fio a base da linha com as malhas da mesma maneira.

Depois que a rede é usada deve ser lavada, reparada, seca na sombre, do-brada e guardada num lugar fresco e seco. Uma rede cuidada assim pode aguentar muito mais tempo.

4.7 Manutenção e controlo Para conseguir uma alta produção de peixe no tanque são necessários uma regular manutenção e controlo: ? Fazer uma manutenção diária para verificar a qualidade de água,

sua temperatura, o pH, controlar nas manhãs o nível de oxigénio dissolvido na água. ? Verifique se não há fugas de água de tanque. ? Limpe os tapumes protectores dos tubos de entrada e saída de água.

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? Observe os peixes quando comem. Estão a comer normal? São acti-vos? Se não comem normal ou não são activos controle o nível de oxigénio dissolvido na água. Se o nível indicar quase zero, pára de dar alimentos e fertilizantes e corra água no tanque até verificar que os peixes se comportam normal outra vez ou procure descobrir os sintomas que poderiam ser uma indicação de doença. ? Tome o cuidado com os predadores e tome medidas preventivas se

for necessário. ? Remove as ervas daninhas que crescem no tanque.

Turvação A turvação das águas significa uma quantidade de sujidade e outras partículas dissolvidas na água e que dão uma cor acastanhada a água. A alta turvação de água pode reduzir a produção de peixe, porque a turvação vai diminuir a penetração da luz solar na água e portanto vai reduzir a produção de oxigénio das plantas; a turvação vai entupir os filtros e danificar as guelras de peixe. Um método para medir a turva-ção é mostrado na figura 11. Um método adequado para reduzir a tur-vação é infiltrar o tanque. Coloque um pequeno reservatório junto ao tubo de entrada de água no tanque. A água correrá dentro do reservató-rio e ficará ali até o lodo assentar-se no seu fundo. Depois a água lim-pa será passada para o tanque.

Uma outra maneira para limpar o lodo da água é colocar o feno ou estrume no tanque e deixar decompor-se. A cal, o gesso ou a pedra-ume podem ser utilizados também para conseguir o mesmo resultado.

Quando a turvação não é causada especialmente pela abundância de algas na água, mas é causada por outros factores, a água não tem a cor esverdeada. Então para reduzir esta turvação pode recorrer a outras práticas como as seguintes: Espalhe o estrume de um animal antes de povoar o tanque: 240 g/m2, três vezes, com um intervalo de três a quatro dias entre as aplicações. Uma outra forma de reduzir a turvação é deitar a cal, o gesso, preferi-velmente o alume ou pedra-ume a medida de 1 grama per 100 litros de

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água. Este método não deve ser usado na época quente do ano, porque a cal pode apodrecer muito rápido.

Contudo, a única verdadeira solução para a turvação, em longo termo, é desviar as águas turvas para fora do tanque e finalmente proteger as ruas e os diques de erosão, que a turvação na última estância pode provocar.

Acidez, alcalinidade e dureza de água Outras características das qualidades importantes da água são: a aci-dez, alcalinidade e a dureza.

A água adequada para aquacultura deve ter um certo grau de acidez indicada por pH- valor que de preferência deve estar entre 6.7 e 8.6 (figura 16). Valores acima ou abaixo desse arranjo vão inibir um bom crescimento e reprodução. As algas requerem um pH de cerca de 7 e uma radiação solar baixa, (alcalinidade). O pH de 6.5 favorece o apa-recimento de pequenos animais �zooplancton� no tanque para o ali-mento e crescimento de peixe.

Figura 16: O efeito de pH no crescimento (Viveen e al., 1985).

O pH da água de um tanque as vezes pode mudar rapidamente. Por exemplo, uma chuva pesada pode transportar muitas substâncias áci-das do solo que vão terminar no tanque e ali dissolverem-se. Nestas condições o tanque recebe mais ácidos e então o valor de pH da água decresce. O melhor caminho para fazer subir outra vez o valor de pH da água e manter o mesmo valor neutral (cerca de 7) é deitar cal no tanque.

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A alcalinidade da água é uma medida de capacidade da água ligar ou armazenar os ácidos e a diferença de acidez da água. Isto significa que quando a alcalinidade da água é alta são necessárias mais substâncias ácidas para decrescer o valor de pH da água.

A dureza da água é a medição de sais totalmente solúveis na água. A água que contém muitos sais é chamada �água dura� e a água que con-tém poucos sais é chamada �água doce�. Um método para calcular a dureza da água é observar de perto as paredes de tanque onde se forma a linha de água. Quando se formou uma linha branca onde a água es-teve então há sais na água que ao secar a linha da água, os sais marca-ram as paredes do tanque. A dureza da água é importante para o cres-cimento de peixes. Se a água é muito doce (baixa quantidade de sais dissolvidos na água) o piscicultor pode aumentar a sua dureza ao adi-cionar a cal no tanque e assim aumentar a fertilidade para a produção de comida natural para o peixe.

Todos estes elementos como o ácido, o alcalino e a dureza da água podem ser mutáveis quando adicionar a cal no tanque assim como foi acima descrito. Estas três medidas de qualidades da água Não são a mesma mas normalmente são relacionadas uma com outra de seguinte maneira: baixa alcalinidade ≈ baixa pH ≈ baixa dureza.

Se colocar cal vai aumentar o pH, a alcalinidade e a dureza da água. Os tanques que acabam de ser construídos precisam de um tratamento em cal diferente que os tanques que já foram antes tratados com a cal.

? Tanques construídos recentemente Esses podem ser tratados com 20 até 150 kg de cal da agricultura por metro quadrado (Apêndice 3). A cal é misturada com a camada superior (5cm) do solo de tanque. O tanque é posteriormente enchi-do com a água até 30 cm. Em uma semana o pH da água deve atin-gir o 7 e a fertilização deverá ter já começado.

? Tanques que já foram antes tratados com cal

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Estes devem ser tratados com 10 até 15 kg de cal por cada 100 me-tro quadrado; Acrescenta a terra húmida do tanque para desfazer-se dos eventuais animais que transportam as doenças de peixe, as para-sitas e os predadores de peixes.

Depois de um período de 7 até 14 dias poderia encher de água o tanque novamente. Quando encher até a profundidade de 30 cm o pH da água pode ser ajustado por adicionar a cal da agricultura (Apêndice 3).

Aplicação de oxigénio Se o peixe engolir o ar com dificuldade na superfície da água, você pode fazer correr a água fresca através do tanque para resolver esse problema. Quando movimentar a água no tanque ajudará aumentar a quantidade de oxigénio dissolvido na água.

Não alimentar ou fertilizar os peixes neste momento porque as vezes a falta de oxigénio foi causada pelo excesso de alimentação.

Outra causa possível que pode reduzir o oxigénio é o sobre - povoa-mento do tanque pelos peixes. A redução de oxigénio pode causar do-enças, epidemias e morte de peixe.

Substâncias tóxicas Finalmente, as substâncias tóxicas na piscina de peixes podem reduzir seriamente a produção de peixe. Por isso é imperioso investigar qual-quer existência ou fonte potencial de poluição nas vizinhanças de tan-ques. Muitos produtos químicos usados para a criação de animais do-mésticos ou utilizados para o cultivo de sementes são venenosos para o peixe. Deste modo os produtos químicos não devem ser usados na área à volta de tanque, e especialmente não devem ser espalhados nos dias de vento.

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5 Cultura de carpa

A carpa pertence à família de peixe da água doce chamada Cyprinidae. Este é um peixe largamente espalhado e só não existe na sua distribui-ção natural na América do Sul, Madagáscar e Austrália. A família des-te peixe se compõe de 1600 diferentes espécies de carpas dos quais pouquíssimos são importantes para a piscicultura. O cultivo de carpa está dividido em três grupos: carpa comum, aquela cultivada na Europa, Ásia e Extremo Oriente, como a carpa Indiana e Chinesa mostradas no quadro 4 abaixo.

Quadro 4: Diferentes espécies de carpas e sua alimentação favori-ta

Nome comum Nome científico Comida favorita Carpa comum carpa Cyprinus carpio pequenos aninais e plantas Carpa indiana catla rohu calbasu mrigal

Catla catla Labeo rohita Labeo calbasu Cirrhina mrigala

algas e plantas mortas plantas mortas plantas mortas restos orgânicos no fundo do tanque

Carpa chinesa carpa herbívora carpa prateada carpa cabeçuda carpa negra carpa de lodo

Ctenopharyngodon idella Hypophtalmichthys molitrix Aristichthys noblis Mylopharyngodon piceus Cirrhina molitorella

plantas da água algas pequenos animais molluscos restos argânicos do tanque

Estas diferentes espécies de carpas têm diferentes tipos de comida como foi mostrado no quadro 4. Isso oferece a vantagem de manter num mesmo tanque as diferentes espécies juntas. Em um sistema de policultura se usa melhor o processo natural de alimentação e as dife-rentes espécies se alimentam de diferentes artigos no mesmo tanque. Deste modo as diferentes espécies de carpa não competem entre si pelos recursos alimentares. Porém é ainda elevada a produção de peixe do que seria possível em cultura de uma única espécie de carpa ou mesmo de diferente espécies só.

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5.1 Carpa comum A carpa comum é es-tritamente cultivada na água doce (figura 17). O peixe pode atingir o tamanho de cerca de 80 cm e pesar cerca de 10 a 15 kg. A tempera-tura adequada para o seu cultivo é entre 1 e 40 graus Centígrados, sendo a temperatura acima de 13 graus apropriada para o crescimento. Quando de repente a corrente aumenta e a temperatura vai acima de 18 graus é o momento ideal para a reprodução. Normal-mente a carpa torna-se adulta depois de dois anos e nessa altura pesa 2 a 3 kg. Nas zonas temperadas, a carpa tem crias todas as vezes na Primavera, enquanto nas zonas tropicais tem crias de três em três me-ses. As carpas fêmeas podem produzir 100.000 a 150.000 ovos por cada kg do seu peso. Se regista o grau de crescimento mais alto nas zonas tropicais, onde o peixe pode alcançar um peso de 400 a 500 gramas em seis meses. A carpa comum é muito forte e portanto resis-tente a maioria de doenças, quando as condições ambientais de con-servação são apropriadas.

Produção de ovos A procriação da carpa pode ser realizada nos tanques comuns ao ar livre ou numa chocadeira artificial para ovos de peixe onde são indu-zidos os métodos de procriação. A reprodução por indução é uma técnica na qual se usa substância hormonal que é produzida pelo próprio peixe, para desencadear o pro-cesso de procriação de ovos. Essas hormonais são alimentadas através de um alimento injectado nos músculos do peixe. Na zonas de clima tropical se reproduz a carpa comum em dois perío-dos piques ao longo do ano: na primavera (Janeiro a Abril) e em outo-

Figura 17: Carpa comum (Cyprinus carpa) (Hanks, 1985).

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no (de Julho a Outubro). Se obtém melhores resultados na criação de carpa comum quando as crias são cuidadosamente escolhidas.

Os seguintes pontos mostram as medidas que podem ser consideradas a fim de poder obter melhores resultados no momento da procriação, (veja também a figura 18): 1 Uma fêmea completamente adulta tem uma barriga inchada e quase

arredondada, macia com uma ruga escura no topo e uma pequena abertura projectada dentro de uma pequena �papilla� (órgão genital do peixe).

2 Uma carpa adulta pode descansar sobre a sua barriga sem cair de lado e quando é colocada de barriga para cima mostra um ligeiro deslizamento para os lados devido ao peso dos ovos dentro de sua barriga.

3 O macho adulto (como qualquer outro peixe) produz esperma quan-do sua barriga é apertada ligeiramente.

Figura 18: Carpa comum: fêmea adulta (esquerda) e macho (direi-ta) (Costa-Pierce e al., 1989b).

As crias são alimentadas de farelo de arroz, desperdícios da cozinha, cereais, etc. No sistema natural de reprodução nos tanques abertos se permite reproduzir o peixe em tanques especiais de reprodução. Os peixes parentes (a mãe e o pai)são retirados depois da procriação. Os tanques de criação têm uma superfície geralmente de 20-25 metros quadrados e o tanque é seco alguns dias antes de se encher de água doce limpa a uma altura de 50 cm. A água corre para o tanque de re-

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produção de manhã onde se misturam o alimento com as crias e de-pois os ovos colhidos são colocados durante a tarde. Os tanques são povoados com um, dois ou três grupos de peixes; cada grupo é com-posto de 1 fêmea (com o peso de seu corpo de 1 kg) e 2 a 4 machos (com um peso total de 1 kg).

Existem diferentes técnicas para a recolha de ovos desde os tanques de reprodução. Nalgumas técnicas se estendem os ramos de árvores flo-restais no tanque. Os ovos que ficam colados nas ramas são depois recolhidos e transferidos para um tanque viveiro. O outro método con-siste em colocar plantas flutuantes na água para servir de colectores de ovos no tanque. Na Indonésia colocam tapetes tecidos de capim ou de fibra feitas de palmeira para recolher os ovos. A superfície desses tapetes é de cerca de 10 metro quadrado para cada 2-3 kg de peso de fêmea. Depois da procriação os tapetes são levados para o tanque viveiro. O colector de ovos usado na Indonésia, é cha-mado �kakaban� feita de cabelo negro de cavalo parecida com as fi-bras de planta de �indjuk� (parenga pinnata Arenga saccharifera).

Para fazer um �kakabans�, as fibras da �Indjuk� são lavadas depois são colocadas separadas numa distância de 1,2 a 1,5 metro ao longo de faixa de �kakabans�. Duas delas são alinhadas de alto a baixo entre duas placas de bambu com 4 a 5 cm de largo e 1.5 a 2 metros de altu-ra. São juntos cosidos nos dois lados. Os �karabans� são mantidos numa posição de flutuação, um pouco debaixo de superfície da água, apoiados nos paus de bambu. Cinco a oito�karabans� por cada quilo-grama de peso das fêmeas povoam o tanque. Uma ligeira corrente da água é deitada no tanque quando os �karabans� são mudados de posi-ção e os peixes pequenos são retirados dos �karabans�. Por costume o peixe prende seus ovos debaixo de �karabans�. Quando esse lado está cheio de ovos, o �karabans� é virado ao contrário. Quando os dois la-dos de �karabans� estão cheios de ovos (figura 19), os ovos são trans-feridos para um tanque viveiro que deve ser 20 vezes maior que o tan-que da reprodução. No tanque viveiro os �karabans� são colocados ver-ticalmente entre os bambus flutuantes deixando uma brecha de 5 a 8 cm entre as fibras de outra �karabans�. Deve-se tomar o cuidado para

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que os ovos estejam colocados sempre completamente submersos, 8 cm dentro da água. Os ovos chocam entre 2 a 8 dias, dependendo da temperatura da água. A temperatura apropriada é de entre 20 e 22 graus Centígrados; Os ovos chocarão em 4 dias.

Figura 19: Retirando um acolhedor de ovos depois da reprodução (Costa-Pierce e al, 1989b).

Tanques viveiros Os tanques viveiros são de 2.500 a 20 .000 metro quadrado de área, dependendo de tamanho da propriedade. Esses tanques são 0.5 a 1.5 m de profundidade e são povoados de peixe de acordo com a densidade que é determinada pela corrente de água no tanque. Na água estagnada (onde não ocorre corrente de água), a densidade de peixe para povoar é de 5 larvas/metro quadrado, enquanto num tanque com a corrente a densidade pode atingir 30 a 80 larvas/metro quadrado.

As larvas podem fazer aumentar os alvinos dentro de um período de cerca de um mês. A prática mais comum é criar os pequenos peixes no tanque viveiro por um mês e transferi-los depois para os lugares onde

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vão crescer para ser vendidos. Um regular abastecimento de vermes, desperdícios de cereais, óleo de coco aumenta a disponibilidade de comida no tanque e portanto aumenta a possibilidade para a sobrevi-vência dos alvinos e a produção. Os vermes devem ser aplicados a uma média de 925 g/metro quadrado/semanalmente e o farelo de arroz e o óleo de coco são aplicados a uma média de 0.5 g/metro quadra-do/diariamente desde o momento de chocar.

Para o último cuidado, são completamente misturados secos numa proporção de 1:1 o farelo de arroz e o óleo de coco e depois molhados para formar pequenas bolas de 1 a 2 mm que depois constituirão o alimento para o peixe. Pode conseguir obter os vermes se misturar a água de jacintos com o estrume de coelho; Deixa essa mistura duas semanas antes de juntar a mesma com os vermes da terra; Espera dois meses mais tarde para colher os vermes.

Tanque de crescimento O tipo de sistema para superar o crescimento necessário para a carpa depende das condições climáticas e a exigência de mercado. Mas em geral a carpa comum é produzida em sistema de monocultura. Nos países tropicais 500 g/peixe pode ser produzido em seis meses e 1.0 a 1.5 kg/peixe em um ano. Na prática em 4 a 8 semanas o peixes adultos e os alvinos são povoados nos tanques que têm água com uma profun-didade de 70 cm. Para aumentar a comida natural para o peixe pode utilizar-se os fertilizantes. A melhor forma para o crescimento de carpa comum ocorre quando a densidade de povoamento de é de cerca de 1 a 2 peixes por cada metro quadrado

Produção Os níveis de produção variam de acordo com o tipo de peixe, a dura-ção de cultivo e o tamanho de peixe durante a colheita, as espécies semeadas no tanque, o nível de fertilidade e temperatura da água. O valor diário de produção varia: onde não se aplicou a ração e fertili-zantes o valor é de 30 g por metro quadrado e no tanque com ração, suplementos fertilizados e com uma regulada troca de água, o valor de produção pode atingir 800 g por metro quadrado, diariamente.

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5.2 Carpa indiana e chinesa As carpas rigidamente de água doce não podem resistir as temperatu-ras baixas de água. Essas espécies atingem um crescimento óptimo numa temperatura de 25 graus centígrados. As carpas tornam-se sexu-almente adultas aos dois ou três anos de idade (caso das carpas india-nas, figura 20) e as carpas chinesas são sexualmente adultas entre 4 e 9 anos de idade (figura 21). Em geral elas reproduzem-se em tempera-turas de água acima de 25 graus centígrados. A madureza sexual de-pende de género sexual de peixe e de taxa de crescimento diária. O macho cresce rápido e portanto madura mais cedo. Ele pode começar o seu processo reprodutivo um ano mais cedo do que a fêmea. A carpa chinesa adulta pesa pelo menos 5 kg e a carpa indiana adulta pesa en-tre 2 e 4 kg.

Figura 20: Carpas indianas (Mohammed Mohsin e al., 1983). A: catla; B: rohu; C: mrigal.

É aconselhável deixar crescer o peixe por causa da quantidade de ovos ou esperma que pode gerar. Portanto, finalmente o macho e a fêmea estarão aptos para produzir e para a procriação de novos peixes. Estas espécies de peixes são diferentes de outras carpas, porque libertam os ovos que flutuam na água antes de aqueles ovos chocarem.

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Produção de ovos Na Índia e na China o abastecimento de peixe jovem para a piscicultu-ra, até recentemente dependia completamente de colheita de ovos e peixe miúdo dos rios, onde os peixes adultos reproduzem. Actualmen-te algumas espécies de carpas são injectadas com os hormonais para induzi-las a reproduzir artificialmente. Como este modo de produção requer um alto nível de conhecimento e investimento, assim para o agricultor cultivar em pequena escala ele necessita comprar os alvinos das carpas indianas ou chinesas nos ven-dedores de peixe ou comprar o peixe de preferência na estação exten-siva local.

Figura 21: Carpas chinesas (Mohammed Mohsin et al., 1983). A: carpa herbívora; B: carpa prateada; C: Carpa cabeçuda.

Tanques viveiros A área destinada ao tanque viveiro varia consideravelmente de país em país. Na Índia, por exemplo, são usados tanques pequenos de 10 metro quadrado, ao passo que na China usam-se tanques com um tamanho acima de 20 000 metro quadrado. Os tanques têm 0.5 ou 1.0 metro de profundidade, variavelmente. Nesses tanques viveiros os alvinos po-dem ser conservados dentro de gaiolas flutuantes antes de serem liber-tados no tanque. Os tanques são abastecidos de 20 peixes por metro quadrado.

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Porém antes de colocar o peixe no tanque viveiro deita-se o estrume de animais no fundo do tanque a uma proporção de 200 g de estrume por metro quadrado para aumentar a fertilidade e portanto para o cres-cimento de peixe. São usados suplementos de alimentos, mas as algas e os pequenos animais que habitam o tanque são mantidos, porque constituem o alimento mais importante para os peixes miúdos. Um suplemento de alimento serve principalmente como um fertilizante adicional devido ao seu tamanho maior que não é adequado como co-mida para o peixe pequeno.

Tanques de crescimento Na China os tanques de crescimento de peixe por vezes são de 2 a 3 metros de profundidade. Um tanque é densamente semeado com cerca de 60-100 alvinos por 100 metro quadrado, dependendo de condições locais de piscicultura. O cultivo de peixe deve durar pelo menos três anos antes de sua colheita.

O rendimento médio de carpa chinesa é de cerca de 400 g por metro quadrado. Pode alcançar-se uma alta produção em policultura de dife-rentes espécie de carpas. Em policultura de carpa chinesa a densidade completa, ao povoar um tanque é de 2 peixes por metro quadrado dos quais 25% é constituída por carpa herbívora, 25% por carpa cabeçuda e 50% por carpa prateada.

A carpa indiana é criada nas margens de um pequeno tanque de cerca de 0.5 m de profundidade. Se semeia a carpa Indiana a uma densidade de cerca de 90 g por metro quadrado. A colheita ocorre depois de oito meses, quando o peixe já tem atingido um peso de 300 g. A taxa de crescimento de carpa indiana ou carpa chinesa pode aumentar quando se adiciona a alimentação em forma de plantas no tanque.

Sendo a carpa negra comedora de moluscos se lhe alimenta de cara-cóis. A carpa herbívora é uma espécie excelente para reduzir a erva daninha; ela come a erva que cresce naturalmente no tanque e nos ca-nais de irrigação, como parte importante de sua dieta alimentar.

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Quando se povoa cada 15 metro quadrado com 10 carpas herbívoras, se colocam outros dois peixes, do mesmo tamanho que a carpa herbí-vora que comem algas, fitoplancton (plantas) e zooplancton (pequenos animais). Cada quilograma de carpa herbívora é correspondido por 190 gramas de peixes que comem algas (fitoplâncton e zooplancton) e 150 gramas de peixes que comem tudo (omnívoros).

Quando um tanque é povoado de carpa comum, carpa cabeçuda e tilá-pia, numa densidade de 18.000 peixes por hectare, devem ser semea-dos, por cada 2 carpas cabeçudas ou outros peixes zooplancton, 3 car-pas comuns ou outros peixes comedores de lodo, 4 tilápias ou outros peixes comedores de algas ou comedores de peixes pequenos. Nestes casos os tanques devem ser fertilizados de estrume do pato a uma pro-porção de 1,000 kg por hectare, duas vezes por semana de preferência.

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6 Cultura de tilápia

A tilápia é um peixe de fácil criação em policultura, mesmo em pobres condições ambientais e mesmo com escassa manutenção.

A tilápia faz parte de grupo de peixes tropicais de água doce, nativos da África e do Médio Oriente. É um peixe forte capaz de resistir a ex-tremas temperaturas e poucos níveis de oxigénio dissolvido. A produ-ção natural de tilápia ocorre em quase qualquer tipo da água. O cres-cimento e reprodução óptimos alcançam-se à temperatura de água de 20 a 30 graus Centígrados. A tilápia tolera temperaturas de 12 graus centígrados e ela sobrevive por longo período a temperaturas abaixo de 10 graus Centígrados.

São conhecidas algumas espécies de tilápia que crescem e sobrevivem na água salgada. Sendo a tilápia por natureza omnívora, ela pode co-mer quase qualquer coisa, e de passagem as tilápias são chamadas as �galinhas aquáticas�. Devido as suas características favoráveis de cul-tivo como já acima foi mencionado, a tilápia é considerada a espécie de peixe mais ideal para a piscicultura. Todavia uma vantagem a con-siderar que torna o cultivo deste peixe lucrativo é a sua contínua re-produção. A tilápia é sexualmente adulta com 10 cm de tamanho e com 30 gramas de peso. O facto de madurar cedo e ter uma frequente reprodução causa a super povoação nos tanques com peixe pequeno o que leva a uma grande competência de comida entre tilápias adultas e alvinos. Isto faz decair o valor de crescimento de tilápia que intencio-nalmente foi colocada no tanque e resulta finalmente no aumento de pequenos peixes durante a colheita.

77 espécies de tilápia são pelo menos conhecidas. As diferentes espé-cies de tilápias e suas sob - espécies se classificam de acordo com a forma como se comportam e a comida que preferem. Um deduzido número de espécie de tilápia, constrói seu ninho no fundo do tanque e lá ocorre a reprodução. Elas se chamam Tilápias.

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Elas protegem os seus filhotes no ninho; têm dentes grossos e alimen-tam-se principalmente de plantas da água. A tilápia �mouth-brooders�, �filhotes da boca� choca os ovos fertilizados na boca da fêmea ou na boca do macho, no chamado (saco parental dos filhotes). Este peixe faz parte de sob espécie de tilápia chamada �sarotherdon�. A espécie de tilápia que pertence à família �Oreochromis� procria no ninho ao fundo do tanque e choca os ovos na boca da mãe (filhotes de saco ma-ternal). Elas têm bons dentes e alimentam-se principalmente de algas. De todas as espécies, a tilápia Nilo é a espécie que cresce mais rapi-damente (figura 22).

Em todas as partes do mundo se tem aplicado diferentes métodos de cultivo de tilápia na ten-tativa de superar o pro-blema de reprodução prematura e o problema de sobre povoamento de tanques. O mais comum e largamente método praticado para o contro-lo daqueles problema é o seguinte.

O método mais simples tem sido sempre a co-lheita de peixe através de uma rede especial feita de materiais natu-rais locais ou de nylon e com ela são pescados grandes quantidades de peixe. Para fins mercantis se deixa o peixe miúdo para crescer e atingir o nível de mercado. Este método requer um trabalho laborioso e se intensifica no período anterior à colheita. E é portanto o único de valor limitado. Há também o risco de deteriora-

Figura 22: Órgãos genitais femininos (A) e tilápia macho (B) (FAO, 1995).

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ção genética de volumes de peixe que cresceram muito rapidamente para serem vendidos. O restante peixe fica a crescer lentamente e de-pois transforma-se individualmente em reprodutor.

O método um pouco mais complicado é aquele em que se remove o peixes mais miúdo de um tanque para o viveiro. Mais uma vez o peixe tem tendência de reproduzir-se antes de atingir o tamanho desejado para o mercado e a super povoação continuará ser o problema. Contu-do a sobre população económica pode ser controlada em pequena es-cala por meter no mesmo tanque peixes predadores, como peixe gato junto com tilápias. O peixe gato vai comer os peixes tilápia que vão nascendo e deste modo se evitará a superpopulação de tilápia. Os vá-rios predadores que em muitas partes do mundo são utilizados: Ci-chlasoma managuense (El Salvador); Hemichromis fasciatus (Zaire); Nilo perch Lates niloticus (Egypt), Micropterus salmoides (Madagas-car), Bagrus docmac (Uganda). Quando se utiliza o método de contro-lo na reprodução, os predadores alcançam bom preço ao ser vendidos no mercado. Se você utilizar este método de controlo reprodutivo na população de tilápia, deverá considerar certos factores, como tempo, tamanho e densidade de população de tilápia e de predadores. Geral-mente a tilápia começa a reprodução imediatamente depois de ser co-locada no tanque; Dessa maneira o predador deve ser introduzido no tanque ao mesmo tempo que a tilápia. A densidade de provisões de tilápia é de 2 por metro quadrado e de peixe predador varia de acordo com a sua fome. 83 peixes gatos de pelo menos 30 cm de comprimen-to por 100 metro quadrado ou 7 cabeças de cobras �snake-heads� de pelo menos 25 cm de comprimento por metro quadrado.

Quando outros peixes predadores são colocados no tanque deve con-siderar-se cuidadosamente o número e o tamanho de peixe que já po-voa o tanque. Uma regra geral com respeito à quantidade de peixe �preso� que o predador �povoado� pode consumir: o consumo máximo de predador está para o máximo 40% de seu próprio comprimento. Assim tilápias de 10 cm colocadas num tanque são correspondidos por predadores que devem ter pelo menos 25 cm (10/0.40) de comprimen-to. Doutro modo o predador vai comer as reservas de peixe no tanque!

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A densidade de reserva de predadores depende de sua capacidade de comer. Desta maneira uma estimação de voracidade pode ser feita ao comparar a média de voracidade de predador peixe-gato com a de pre-dador peixe cabeça de cobra. O resultado pode ser usado para deter-minar o numero de predadores necessários para povoar o tanque (a proporção de peixe gato e de peixe-cobra).

A tilápia masculina cresce mais rapidamente que a feminina; O macho é maior em tamanho do que a fêmea da mesma idade. Portanto se compra os peixinhos com objectivos de praticar a piscicultura deve distinguir os maiores alvinos; apesar de pagar um alto custo, o preço será compensado pela boa qualidade de peixe em crescimento e o alto rendimento que dará. A tilápia macho se distingue da fêmea pela au-sência de abertura vaginal (figura 22).

6.1 Produção de ovos A produção de ovos não apresenta problemas comparado com a repro-dução total no tanque. A temperatura preferencial de água durante a reprodução está entre 20 e 30 graus Centígrados. O número de ovos produzidos por geração depende de tamanho da fêmea: uma tilápia Nilo de 100 g gera cerca de 100 ovos, enquanto uma fêmea que pesa entre 600 e 1000 g gerará 1.000 a 1.500 ovos.

As reservas de machos são de 10-25 por 1.000 metro quadrado. Os alvinos são colhidos num intervalo de um mês e eles crescem nos tan-ques viveiros. A média mensal é de cerca de 1.500 alvinos por metro quadrado. Normalmente as fêmeas de cerca de 700 g de peso e ma-chos de 200 g são juntados no tanque - um peixe por 2 metro quadrado de densidade- (1peixe/m2), à razão sexual é: um macho correspondido por quatro ou cinco fêmeas. A tilápia macho reprodutor, por vitalidade começará a cavar os buracos no fundo do tanque e imediatamente e a fêmea será atraída ao buraco onde libertará os seus ovos. Se o fundo do tanque não poder soltar-se se pode usar os materiais, como vasos de cerâmica ou caixas de madeira. A tilápia pode reproduzir-se cada 3 a 6 semanas.

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Nas primeiras semanas os alvinos se alimentam de comida natural que se produz no tanque. Os peixinhos são depois removidos desde os tan-ques reprodutores para os tanques viveiros ou vão directamente para os tanques de crescimento. Quando os alvinos são transferidos para o tanque viveiro recebem o suplemento de alimentos na taxa de 6 a 8% de peso de seu corpo, dependendo de o tipo de comida; Quando se usa o farelo de trigo o nível diário de alimentação varia de 4% até 11% sobre o peso de peixe.

6.2 Tanques de crescimento Geralmente o cultivo de tilápia está orientado para produzir o peixe com um tamanho de pelo menos 200-300 g -tabela de mercado. Os tanques que são usados para a cultura extensiva ou semi intensiva po-dem variar em tamanho, desde poucos metros quadrados até vários milhares de metros quadrados. Tipicamente, para a cultura intensiva são necessários cerca de 800-1.000 metro quadrado. Esse é o tamanho adequado para um piscicultor controlar o tanque.

A densidade recomendada para povoar o tanque de alvinos é de 2 al-vinos por metro quadrado. Com os fertilizantes ou alimentação de alta qualidade retardará a frequência de reprodução e melhorará o tamanho da fêmea adulta. E Desta forma artificial se reduzirá a superpopulação de tilápia nos tanques. Durante o ano se pode fazer duas colheitas de peixe com o peso de cerca 200 g, que é o tamanho exigido no merca-do. O tanque pode ser fertilizado com o estrume de galinha e fosfato de amónia. Se usa muitas vezes, como suplementos alimentares o fare-lo de arroz, o farelo de trigo e estrume seco de galinha.

6.3 Alimentar e fertilizar Embora haja duas espécies de famílias de tilápias, numa onde as tilá-pia comem principalmente plantas de água e, noutra família, onde as tilápias comem principalmente as algas, existe ainda muita flexibilida-de de hábitos alimentares deste peixe na piscicultura. A tilápia pode comer quase qualquer tipo de comida. Por exemplo, os materiais or-

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gânicos encontrados no fundo do tanque constituem um bom abaste-cimento de comida para a tilápia.

Fertilizar o tanque com estrume ou com outros fertilizantes artificiais aumenta totalmente a comida variável para o peixe. Os peixes miúdos dependem principalmente de produção natural de comida no tanque. As tilapias adultas aumentam só quando alimentam-se de comida na-tural produzida com auxílio de estrume e de fertilizantes artificiais deitados no tanque. Há mais produção de alimento natural ao adicio-nar mais ou menos estrume ou fertilizantes no tanque.

A tilápia pode ser alimentada de plantas como mandioca, batata doce, cana de açúcar, milho e papaia e ainda de vários desperdícios como o farelo de arroz, fruta, desperdícios de cevada, semente de algodão e de amendoim e a polpa de café.

O tipo de comida utilizada depende da necessidade e do custo local. Na maioria de casos a ração é feita na própria fazenda, com os produ-tos de campo aí produzidos. Alguns exemplos de fórmulas para ração simples são apresentados no quadro 5.

A quantidade de comida para alimentar um peixe depende de tamanho de peixe e o tipo de ração. O hábito de observar o peixe ao momento de sua alimentação é a melhor maneira para determinar a quantidade de ração que ele precisa. Não dar duma vez só muitos alimentos do que aquela quantidade que o peixe necessita.

Quadro 5: Algumas fórmulas de ração de peixe usadas em dife-rentes países (Pillay, 1990).

Filipinas Centro África Costa de Marfim 65% farelo de arroz 25% ração de peixe 10%ração de copra

82% óleo de semente do algodão 8% farinha de trigo 8% ração de sangue 2% fosfato de bicalcium

61-65% arroz raspado 12% trigo 18% óleo de grão 4-8% ração de peixe 1% concha de ostra

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6.4 Densidade de povoamento e níveis de produção

Em geral é recomendável povoar o tanque a densidade de 2 tilápias pequenas por metro quadrado.

Em sistema de policultura, onde é combinada a produção de tilápia com a carpa comum e a carpa prateada, pode contribuir para maximi-zar a ocorrência de processo natural de produção de comida nos tan-ques. A produção anual de peixe no sistema de policultura pode alcan-çar 750 a 1.070 g por metro quadrado anual.

Exemplos de alguns resultados obtidos em diferentes sistemas de pro-dução típica de tilapia são abaixo indicados:

Tanques não fertilizados sem predador semeado 30-60 g/m2/ano Tanques não fertilizados com alimento e com predador 250 g /m2/ano Tanques fertilizados com estrume de porco 500 g/m2/ano Tanques fertilizados com estrume de aves domésticas 300 g/m2/ano Tanques fertilizados e suplemento adicionado 800 g/m2/ano

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7 Cultura de peixe gato

O peixe gato pertence a ordem de peixe chamado �Siluriformes� que subdivide-se em famílias Ictaluridae, Pangasidae e Clariidae. É uma espécie de peixe encontrado em muitas partes do mundo e que tem dois habitat: marinho e água doce.

Mais de 2000 diferentes espécies de peixe gato têm sido registadas das quais mais de metade estão presentes na América Latina.

Algumas famílias de peixe gato e sua área de cultivo: ? Ictaluridae: peixe gato canal �Channel catfish� (Ictalurus Puncta-

tus); peixe gato azul �blue cat fish� (Ictalurus furcatus). Ambos são cultivados nos Estados Unidos. ? Pangasiidae: Pangasius sutchi é cultivado na Tailândia, Camboja,

Vietname, Laos e Índia; Pangasius iarnaudi. ? Clariidae: Asiático peixe gato �Clarias batrachu�; 'Clarias micro-

cephalus�: cultivado na Tailândia; Peixe gato africano (Clarias ga-riepinus) cultivado na África e Europa (figura 23).

Figura 23: Peixe gato africano (Clarias gariepinus).

Todo o peixe gato cultivado em tanques de piscicultura é de espécie de água doce.Todas as espécies de peixe gato têm uma cobertura nua ou a sua pele é coberta de espinhosas placas. Este sinal é útil para o pisci-cultor saber como manusear facilmente o peixe sem esfregar-lhe as escamas e danificar-lhe a pele. A sua resistência natural e a sua capa-cidade de permanecer vivo fora de água por largo tempo, é de valor

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especial nos países tropicais, onde a temperatura alta de água causa problemas práticos quando o peixe é transportado. O peixe gato canal �channel catfish� se reproduz facilmente nas mar-gens de tanque, onde os ovos são gerados, num ninho que é guardados por um peixe macho. O peixe gato asiático reproduz-se facilmente em cativeiro, enquanto o peixe gato africano precisa de mais cuidados mas pode também reproduzir-se naturalmente nos tanques. Justo como a tilápia, o peixe gato prefere uma grande variedade de comida; Ele pode comer qualquer coisa mas ele mostra preferência por comer os pequenos peixinhos (que correspondem 30% de seu comprimento) e matérias vegetais de fundo do tanque. São peixes de água quente com uma temperatura de 16 a 30 graus Centígrados.

Muitas espécies de peixes gatos para além de possuirem as guelras cuja função é tomar o oxigénio de água, têm um extra respirador órgão com o qual os peixes tomam o oxigénio do ar. Por isso os peixes gatos são capazes de passar considerável período de tempo fora de água. Eles rastejam as vezes fora dos tanques à procura de comida. Essa é a razão porque o peixe gato canal é chamado também peixe gato �an-dante�. Porque estes peixes podem viver baixo condições ambientais pobres, como nas margens de tanque onde há pouco oxigénio. Por isso os pis-cicultores povoam algumas vezes as fazendas de arroz, o peixe gato juntamente com a carpa e tilápia para aqueles peixes aproveitarem a comida natural disponível. O peixe gato que é povoado nos campos de arroz irá comer quase qualquer coisa mas ele prefere as minhocas, ca-racóis e outros peixes.

7.1 Produção de ovos O comportamento de reprodução de peixe gato é variável nas diferen-tes espécies de peixe gato. O peixe gato canal reproduz-se quando tem 2 a 3 anos de idade e pesa pelo menos 1.5 kg. Em ambos géneros o peixe tem uma abertura genital a �uro - genital� que está situada preci-samente atrás de ânus. O macho adulto pode ser distinguido da fêmea por ter sua �papilla� genital em forma projectada e alongado para trás.

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Na fêmea a �papilla� genital tem uma forma ovalada. Na figura 24 são mostrados os peixes gatos deitados de barriga para cima: (A) uma fê-mea madura, (B) o macho peixe gato. Os alvinos de peixe gato não têm ainda desenvolvido o órgão genital.

No processo natural de repro-dução, um par de peixes gatos é deixado no tanque, onde já con-tém ninhos adequados na área de reprodução. Os tanques de reprodução são de cerca de 2. 500 metro quadrado de área; A densidade de povoamento é de 5 a 30 peixes por cada 1.000 metro quadrado. Na reprodução em gaiola, cada par de peixe recebe um recipiente suficiente dentro duma malha de arame na gaiola de 3 a 6 metro quadrado e com 1 m de profundidade. Em ambos os sistemas, os ovos são deixados para chocar no tanque ou podem ser removidos para chocar numa chocadeira. As fêmeas produzem entre 3.000 e 20.000 ovos em cada ciclo reprodutório, cuja pode aumentar quando aumenta o peso do corpo de peixe.

No caso de família de peixe gato Pangasiidae e Clariidae, a maioria das germes é obtida na natureza em forma de pequenos alvinos. A re-produção por indução em todos os peixes gatos Pangasiidae é agora largamente praticada na Europa e Ásia, desde que nós não sejamos capazes de reproduzir o peixe naturalmente. O mesmo é válido para algumas peixes gatos Clariidae. O peixe gato asiático pode ser repro-

Figura 24: Papillae genital femini-na (A) e masculina (B) do peixe gato africano (Viveen e al., 1985).

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duzido naturalmente ao parar de dar-lhe a alimentação, aumentar e manter alto o nível de água. O peixe gato africano pode também ser reproduzido naturalmente, se seguir esta recomendação: subir o nume-ro de substratos alimentares, como fibra de sisal, folhas de palma e caroços.

7.2 Incubação Quando os ovos de peixe gato canal chocam dentro do tanque, os pei-xes pequenos são recolhidos e transferidos para um tanque viveiro onde são criados. Os ovos são chocados dentro de uma incubadora, um simples recipiente de alumínio, que é colocado na água doce cor-rente, para desta forma manter-se o movimento artificial (simulação de movimento que os peixes machos fazem durante reprodução natu-ral, enquanto guardam os ovos). Os ovos de peixe gato da família Ictaluriidae chocam em 5 a 10 dias geralmente numa temperatura de 21 a 24 graus Centígrados; Enquanto os ovos de peixe gato de família Pangasiidae chocam em 1 a 3 dias numa temperatura de 25 a 28 graus Centígrados. Os ovos de peixe gato asiático chocam nos ninhos de reprodução, onde são guardados pelos machos. A incubação dura entre 18 e 20 horas depois de geração dos ovos numa temperatura de 25 a 32 graus. Os recém chocados pei-xinhos ficam primeiro no ninho e depois são recolhidos para o tanque viveiro com uma rede que tem formato de uma colher depois de 6 a 9 dias. Cada fêmea de peixe gato produz 2.000 a 5.000 alvinos. Uma vez mais, a produção depende de o peso do corpo de peixe. Sob as condições da cultura controlada, o peixe gato se reproduz naturalmen-te mas grande parte de peixe adulto nas famílias de peixe gato não mostra qualquer cuidado paternal ou maternal para com os pequenos, o que resulta em uma taxa baixa de sobrevivência de alvinos. Se torna mais comum a realização de uma reprodução induzida e o controlo de alvinos. Assim os peixes gatos de tamanho reduzido que são cuidados nos tan-ques da piscicultura a maior parte deles, foi apanhada nas águas natu-rais ou foram comprados no mercado de negociantes de peixe ou comprados nas estações de extensão de produção de peixe do lugar.

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7.3 Produção de alvinos Os ovos de peixe gato são pequenos e chocam dentro de larvas redu-zidas. As larvas de peixe gato canal são chocadas com uma muito pe-quena gema glandular. Em esta gema glandular há uma extra alimen-tação que serve para os peixinhos comerem depois de que são choca-dos. Eles comem completamente essa a gema glandular antes de saí-rem à procura de sua própria alimentação natural no tanque. Desde que os alvinos foram chocados, criados no tubo glandular, alimentados de tubo e de gema glandular até ao momento em as eles terminam de consumir completamente aquele tubo e gema glandular, já se passaram cerca de quatro dias. E então as crias saiem a procura de comida de recursos naturais de tanque. E nesse momento as crias já podem ser transferidas para o tanque de alvinos. Os tanques para os alvinos po-dem variar em tamanhos. Estes tanques são povoados a uma densida-de de 50 alvinos por um metro quadrado. Se a profundidade �Secchi� está entre 25 e 50 cm pode fertilizar o tanque. A fertilização deve ser feita ao juntar estrume dos animais (5 quilogramas de estrume de boi ou 3 quilogramas de estrume de galinha ou de porco por cada 100 me-tro quadrado); ou por fertilizantes artificiais (50 gramas de superfosfa-to e 100 gramas de ureia por 100 metro quadrado). Cerca de duas se-manas depois de povoar o tanque, a taxa de produção de algas e das plantas da água �zooplancton� não vai mais cobrir as necessidades alimentares do peixe gato que está em crescimento.

Os peixes pequenos vão começar a comer os organismos do fundo do tanque, como a larva de mosquito e o canibalismo vai ocorrer frequen-temente. Sem um suplemento de alimentos a taxa de sobrevivência sobre o total de peixe semeado no tanque é de 30% em 30 dias que dura o período de crescimento. Os alvinos pesarão nesse período 1 a 3 g e medirão 3 a 6 cm de comprimento.

Os filhotes de peixe gato da família Pangasiidae são transferidos di-rectamente para o tanque destinado aos alvinos depois de serem cho-cados. Estes alimentam-se de comida natural ocorrida no tanque. É recomendável que lhes abasteça de suplemento de comida, porque a comida natural é sempre insuficiente.

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7.4 Tanques de crescimento Esses tanques variam entre 5.000 e 20.000 metro quadrado de tama-nho. Por causa de baixas temperaturas no inverno que atrasam o cres-cimento de peixe gato canal, as vezes o peixe é mantido dois anos até alcançar o tamanho de mercado. Os alvinos devem ser do mesmo ta-manho, doutro modo ocorrerá outra vez o canibalismo em que logo os maiores começarão a comer os mais pequenos quando não haver co-mida suficiente no tanque. Durante o primeiro ano a densidade de po-voamento é de 20 alvinos por 10 metro quadrado, tal número reduzirá a 4 durante o segundo ano.

Os tanques para o amadurecimento de peixe gato da família Clariidae e Pangasiidae podem variar entre 1.000 e 20.000 metro quadrado de tamanho e tem em geral uma profundidade de 1 a 3 metros. São seme-ados alvinos a uma razão de 25 individuais por metro quadrado. O peixe gato é também produzido nas gaiolas flutuantes as quais variam em tamanho entre 6 e 100 metro quadrado de superfície.

7.5 Requisitos alimentares O peixe gato africano alimenta-se da comida natural desenvolvida no tanque. A adição de fertilizantes para os tanques de peixe gato tem como objectivo aumentar totalmente a produção de comida no tanque. Experiências anteriores têm mostrado que utilizar estrume para fertili-zar o tanque resulta em alta produção do que usar os fertilizantes arti-ficiais (e são também caras muitas vezes).

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Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque 69

Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque

Tamanho e forma Tanques de formato quadrado e rectangular são mais fácil de construir. Mas o seu tanque pode ter uma forma diferente adequada para o tama-nho e a forma de terreno disponível. Um tanque familiar de bom ta-manho é de uma superficie de 300 metros quadrados, o qual você pode construir sem necessitar de usar maquinaria. Um tanque pode ser mai-or que isso, mas para o uso familiar é melhor ter vários pequenos tan-ques do que ter um só grande. Com mais de um você tem a possibili-dade de colher o peixe mais vezes.

Profundidade A profundidade da água é normalmente de 30 cm nas margens e um metro na parte profunda do tanque (figura 25). O tanque pode ser mais profundo do que aqueles utilizados como reservatórios de água na es-tação seca. É importante que o tanque seja completamente drenável durante a colheita de peixe.

Figura 25: Corte tranversal de um tanque (Murnyak, 1990).

Tipos O tipo de tanque que você necessita construir depende dos contornos (topografia) do terreno. Diferentes tipos de tanques são adequados para superfícies planas ou acidentadas.

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Os tanques escavados são construídos nas áreas planas, escavando uma superfície o mais profundo que for necessário para construir o tanque. O nível de água estará abaixo de nível de profundidade origi-nal (figura 26).

Figura 26: Tanque escavado (Murnyak and Murnyak, 1990)

Os diques elevados de tanque são construidos de forma inclinada no declive da montanha. A terra da parte superior do tanque é escavada e utilizada para construir uma barragem na parte baixa. A barragem deve ser forte porque o nível de água no tanque estará acima do nível origi-nal do terreno. (figura 27).

Figura 27: Dique elevado de um tanque (Murnyak and Murnyak, 1990)

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Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque 71

Construção de tanque de peixe A construção de um tanque pode ser a parte mais difícil e muito dis-pendioso de todo o projecto de piscicultura. Um tanque bem construí-do é um bom investimento que pode ser útil por muitos anos.

Para construir um tanque de piscicultura segue os seguintes passos: 1 Prepara o sítio 2 Constrói um núcleo argiloso (só para a elevação das paredes) 3 Escava o tanque e construi as paredes 4 Constrói as entradas e as saídas de água 5 Proteja os diques de tanque 6 Fertilize o tanque 7 Veda o tanque 8 Preencha o tanque com a água 9 Reviste para detectar os problemas antes de povoar de peixe o tan-

que

1 Preparação de sítio Primeiro remover as árvores, os bosque e as rochas; Cortar o capim na área planificada para construir o tanque. Depois meça e marca o com-primento e a largura do tanque (figura 28). Os diques de tanque serão aumentadas vários metros acima de nível de terreno. Na área monta-nhosa, tenta medir o declive de terreno com um nivelador ou um pau para encontrar melhor o sitio adequado de orientação para construção de tanque.

Retire a camada de terra que contem as raízes, folhas, etc. Deposite esses restos fora de área planificada para a construção de tanque (figu-ra 29). Mas salve o solo da parte de cima para mais tarde ter utilidade quando plantar a relva nos diques do tanque.

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Figura 28: Marcando o tanque (Murnyak and Murnyak, 1990).

Figura 29: Retirar a terra de cima (Murnyak and Murnyak, 1990).

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Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque 73

2 Construção de um núcleo argiloso (para elevar contornos de tanque)

Um núcleo argiloso é a fundação que fará a construção mais forte e evitará a fuga de água. O núcleo argiloso é necessário para elevar as paredes iniciais de tanque e é construído debaixo das partes dos diques onde a água estará acima de nível original de terreno. O núcleo de ar-gila não será necessário nos tanques escavados porque aí o nível de água fica debaixo de nível de terreno original.

Figura 30: Cavando uma trincheira (A) (Murnyak and Murnyak, 1990).

Retira toda a terra de cima na área onde vai construir os diques e esca-ve em forma de trincheira, da mesma maneira como você faria para cavar as fundações de uma casa. As trincheiras devem ser escavadas na parte mais baixa de tanque e ao longo de cada metade dos lados curtos do tanque. (figura 30). Enche a trincheira com uma boa camada de terra argilosa. Junte várias polegadas de argila duma vez e compac-

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ta muito bem. Esta vai prover uma fundação forte sobre a qual poderá construir os diques de tanque.

O desenho de (figura 31A+B) mostra como uma trincheira ajuda a fortalecer os muros de tanque e previne as fugas de água. Há uma ten-dência para fugas de água quando se junta nova camada de terra ao terreno original. No desenho acima (figura 31A) não há concentração de argila e a água foge debaixo do novo dique. As fugas de água po-dem eventualmente causar a completa queda de dique. No desenho mais abaixo (figura 31B) o concentrado de argila faz parar a fuga de água debaixo de dique recentemente construído.

Figura 31: A função de um núcleo de argila (Murnyak and Mur-nyak, 1990). A: água; B: margem de tanque; C: terra; D: filtração; E: núcleo de argila.

3 Escavação de tanque e construção de diques Utilize a terra que você escavou quando fez as trincheiras para intro-duzir o concentrado de argila. Com essa terra constrói o dique sobre a trincheira. Evite usar areia com rochas ou terra que contem restos de raízes, capim paus ou folhas, porque esses materiais vão causar a de-cadência do muro mais tarde ou deixaria uma fraca estrutura no lugar por onde a água viria filtrar-se.

Comprima o solo sempre que vai construindo os diques. Depois adici-one cada 30 cm de solo que se vai perdendo durante o trabalho; calque para baixo com os pés enquanto rega com água o dique. Depois com-pacte o dique com uma enxada ou com um tronco pesado ou com uma peça de madeira fixada na extremidade de uma vara (figura 32). Isto vai fortificar a represa.

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Anexo 1: Linhas de orientação para a construção de tanque 75

Os diques de tanque poderiam ser de cerca de 30 cm acima de nível de água de tanque. Se vai cultivar o peixe gato constrói diques com mais de 50 cm acima de nível de água para prevenir que o peixe gato não salte para fora de tanque. Uma vez que você tenha atingido aquela al-tura desejada de dique, adiciona um pouco de terra para permitir o ajustamento. Depois não adiciona mais outras camadas de terra por cima de diques.

Se você não tem feito ainda profundo, continua a escavar mas leva o solo fora de área de tanque. Se você colocar o solo por cima de topo de diques de tanque, estes se tornarão muito altos e instáveis e será difícil trabalhar a volta do tanque.

Figura 32: Compactando o dique (Viveen e al., 1985).

Os diques de tanque devem ser ligeiramente inclinados. Isto os tornará mais fortes e evitará que se dobrem e desabam dentro de tanque. A melhor forma de fazer os diques inclinados é escavar depois a parte mais principal de tanque.

Um dique de tanque bem inclinado é aquele que aumenta 1 metro em cada 2 metros de seu comprimento. É fácil fazer um triângulo como é

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mostrado na figura 33 para ajudar a adquirir a inclinação. Uma boa forma para determinar se os diques estão muito empinados é tratar de caminhar devagar desde o topo de dique para o fundo do tanque. Se isso não for possível então significa que o dique continua muito incli-nado.

Figura 33: Medindo a inclinação de um dique (Murnyak e Murnyak, 1990).

O fundo de tanque deve inclinar-se também e assim a água variará de profundidade ao longo de superfície do tanque. Alisa o tanque depois de alcançar a necessária profundidade de tanque. Isto tornará fácil o uso das redes durante a colheita de peixe, porque o peixe vai facilmen-te escorregar para o fundo do tanque.

4 Construção de entradas e de saídas de água A entrada de água consiste de um canal que traz a água, uma bacia estendida de aluvião, um cano para trazer água para o tanque (figura 34 e figura 35).

A água que entra no tanque contém as vezes tanta terra e muitos sedi-mentos que fará o tanque muito lodoso. A bacia estendida de aluvião tratará de travar a entrada dessa terra e sedimento no tanque. Alargue e aprofunde os canais de entrada de água justamente fora de dique. A terra vai ficar depositada nesse buraco em vez de entrar no tanque. Esse buraco é chamado bacia estendida de aluvião. O tubo de entrada

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de água corre desde a bacia estendida de aluvião. através de dique, isto pode ser cerca de 15 cm acima de nível de água Quando a água termi-na a sua trajectória através de tubo de entrada caí em forma salpicada no tanque. Isso prevê que o peixe escape ao nadar para o tubo de en-trada e ajuda também a misturar o ar (portanto o oxigénio na água). O tubo de saída.

Figura 34: A entrada e a saida da água de um tanque (Murnyak e Murnyak, 1990). A: canal deentrada; B: tubo dedescarga; C: Canal de entrada; D: Bacia estendida de aluvião.

É um tubo de descarga de água o qual é usado somente em casos de emergências. A água Não deve correr para à saída de tanque diaria-mente, em princípio. Durante a estação da chuva torrencial o tubo de descarga leva a excessiva água de chuvas que é descarregável fora de tanque. O tubo de descarga pode ser instalado num ângulo como mostra a figura 35. Se você instala o tubo de descarga e o tubo de entrada de-baixo de água como já foi mostrado, isso vai evitar o entupimento dos tapumes com os escombros que eventualmente podem flutuar na su-perfície de tanque.

Os tubos de entrada e de saída podem ser feitos de materiais como, metal, plástico, bambu, madeira ou outros. Instalar os tubos através de

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dique de tanque perto de superfície. Os tubos devem ter tábuas para tapar e evitar a entrada e ou saída de peixe.

Figura 35: Corte transversal de entrada e de saída da água de um tanque (Murnyak e Murnyak, 1990). A: Bacia estendida de aluvião; B: tubo de descarga; C: Canal de entrada; D: tapume.

O tubo de ENTRADA é tapado à margem que fica fora de tanque para travar a entrada de peixe natural e materiais como ramos e folhas ao tanque. O tubo de SAÍDA é tapado dentro de tanque para travar o es-cape de peixe para fora de tanque. Os tapumes podem ser feitos de vários tipo de materiais que permitam a passagem de água mas não deixem escapar o peixe pequeno (figura 36): ? peça metálico perfurado com buracos (figura 36A); ? tapume ou mecha de arame (figura 36B); ? um vaso de argila perfurado com buracos (figura 36C); ? um folgado tapete tecido de capim (figura 36D). Os tapumes devem ser limpos diariamente.

5. Protecção dos diques do tanque Quando os diques de tanque estão finalmente construídos, cubre-os com a terra, aquela que foi você retirou ao início de escavação do tan-que. Plante a relva assim como Rhodes capim (Choris gavana) ou ca-pim �star�(Cynodon dactylon) sobre os diques. Não plante aquela rel-va que tem raiz comprida ou árvores porque estas podem vir a enfra-quecer os diques e causar fugas de água. A terra fértil terra de topo vai ajudar a crescer a nova relva e a relva vai ajudar a proteger os diques de erosão. Com as chuvas abundantes os diques dos tanques podem ser destruídos pelas cheias. Se haver muita corrente esta levararia a

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água de chuva directamente para o tanque. Este problema afecta mais as elevações de diques dos tanques construídas no lado montanhoso.

Figura 36: Materiais para os tapumes (Murnyak e Murnyak, 1990).

Para prevenir o problema deve desviar a corrente de água a volta dos lados de tanque. Você pode conseguir isso ao escavar os fossos ao longo da parte superior do tanque, usando o lixo escavado no fosso para construir um pequeno cume abaixo do mesmo fosso. O fosso vai fazer a água de chuva correr para longe de tanque. Isto vai prevenir as cheias e proteger os diques de tanque (figura 37).

Figura 37: �Dique protector� feito por desviar a corrente de corrente de água (Murnyak e Murnyak, 1990). A: fosso; B: dique.

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6. Fertilização de tanque A produção de comida natural para o peixe no tanque pode ser aumen-tada se aplicar os fertilizantes no tanque. Os fertilizantes que podem ser utilizados incluem o estrume de animal, os compostos ou fertili-zantes químicos. Antes de encher o tanque de água, você deve espa-lhar os fertilizantes no fundo seco de tanque. Quando encher o tanque de água adicione os fertilizantes no tanque. Fertilize o tanque regular-mente por exemplo, todos os dias de preferência no fim da manhã ou de tarde mais cedo. A contínua adição de fertilizantes vai assegurar a contínua produção de comida natural para o peixe. Para uma mais de-talhada informação sobre as medidas de aplicação de fertilizantes veja o Agrodok no. 21 em �A Piscicultura Integrada�.

Se o solo é ácido, junta no fundo do tanque a cal ou cinza de madeira. Agrega fertilizantes antes de encher o tanque de água. Usa 10-20 kg de cal ou 20-40 kg de cinza de madeira por cada 100 metro quadrado do fundo do tanque (veja também a secção acidez, alcalinidade e du-reza da água, Capítulo 4).

7 Vedação de tanque Pôr uma vedação a volta de tanque vai proteger as crianças de caírem no tanque e pode ajudar também a manter longe os ladrões e os ani-mais predadores. Para tornar baixos os custos e fazer uma robusta ve-dação deve plantar um denso sebo a volta das margens do tanque ou deve construir uma vedação utilizando as varas e ramos espinhosos.

8 Encher de água o tanque Antes de encher de água o tanque, coloque rochas no fundo do tanque por onde a água irá cair e salpicar ao ser trazida através de tubo de entrada. As rochas vão evitar que a força causada pelo abate da água sobre o tanque não estrague o fundo do tanque.

Depois abre o tubo de entrada e encha o tanque. Encha o tanque deva-gar para que os diques não desçam desigualmente devido ao facto de estarem molhados. Enquanto o tanque é enchido, a água do fundo

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deve ser medida com um pau. Pára de encher o tanque quando tem já encontrado a profundidade de água desejada.

Não encher o tanque demasiado para não começar o processo de des-carga de água. O tubo de descarga foi construído para ser usado em casos de emergência, ou seja para retirar as águas causadas pelas chei-as e pelas correntes. A água no tanque não deve transbordar sobre as bordas do tanque (devido a sua estagnação). Se a água transbordar sobre o tanque o peixe baixará o seu crescimento porque a água em-purra com a sua corrente a produção natural de comida. A única água que deve acrescentar ao tanque é aquela que se perdeu por evaporarão e por filtração.

Os tanques que acabam de ser construídos, geralmente têm filtrações ao ser enchidos de água pela primeira vez, porque as partículas de ter-ra absorvem água. Acrescenta e mantenha de novo a água por várias semanas e lentamente o tanque vai reter água.

9 Fiscalização para detectar os problemas antes de povoar o tanque

Espere 4 a 7 dias antes de povoar de peixe o tanque enquanto se pro-cessa a produção natural de comida no tanque. Deste modo vai permi-tir que se alcance satisfatoriamente a produção de comida natural para o peixe. Deste ponto em diante é importante manter em bom estado de conservação o tanque e com água de boa qualidade.

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Anexo 2: Ampla variedade de espécies de peixes e sua comida preferida

Comedora de algas ? Carpa prateada chinesa (Hypophtalichthys molitrix) ? Carpa Indiana �catla� (Catla catla) ? Carpa Indiana �rohu� (Labeo rohita) ? Milkfish (Chanos chanos)

Comedoras de plantas da água ? Carpa herbívora chinesa (Ctenopharyngodon idella) ? Chinês �Wuchang bream� (Megalobrama amblycephala) ? Big gourami (osphronemus goramy) ? Tilápia (Tilápia rendalli) ? Zill�s tilápia ( Tilápia zillii)

Comedoras de pequenos animais aquáticos ? Carpa cabeçuda Chinesa (Aristichthys nobilis) ? Comedoras de caracóis ? Carpa negra Chinesa (Mylopharyngodon piceus)

Espécie de peixe predador (comedores de peixe) ? Espécies cabeça da cobra (Channa spp = Ohphiocephalus spp)

Omnívoros ? Espécies �Barb� (Puntius ssp.) ? Carpa �Crucian� (Carassius carassius) ? Carpa de lodo Chinesa (Cirrhinus molitorella) ? Carpa comum (Cyprinus carpio) ? Espécies de peixe gato (Clarias spp., Pangasius spp., Ictalurus

spp.) ? Carpa Indiana �mrigala� (Cyprinus mrigala) ? Espécie de tilápia (Oreochromis spp., Sarotherodon spp., Tilápia

spp.)

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Anexo 3: Características de substâncias de cal 83

Anexo 3: Características de substâncias de cal Os materiais de cal mais importantes utilizados na piscicultura são a cal da agricultura, a cal matosa �slaked lime e o cal viva �quicklime�. A cal de agricultura é aplicada mais vezes na piscicultura por ser segu-ra, efectiva e muitas vezes menos custosa. As quantidades de cal de agricultura necessárias comparadas com 1kg de cal de agricultura (CaCO3) são: ? 700 g cal matosa { (Ca(OH)2} ? 550 g cal viva (CaO) ? 2, 25 kg de cal básica em monte (basic slag) (CaCO3 +P 2 O5)

Isso significa por exemplo, que 550 g de cal viva tem o mesmo efeito de 1000 g de cal de agricultura.

O efeito de cal será melhor e dará melhor resultado quando o tamanho das partículas de materiais de cal forem maximamente esmagadas an-tes que sejam aplicados. Os melhores resultados serão obtidos quando a cal for distribuída igualmente no fundo do tanque ainda seco. A cal viva como desinfec-tante necessita de qualquer modo de certa humidade.

Aplicação de materiais de cal A cal deve ser aplicada aos tanques com acidêz no solo ou com água ácida ou com água doce de baixa alcalinidade. O quadro 6 abaixo pode servir como uma guia de orientação para estimar as quantidades necessárias de cal, expressas em kg/ha.

Quadro 6: Quantidade de cal agrícola necessária (kg/ha).

pH fundo do tanque Marga pesada ou argila Arga arenosa Areia 5-5.5 5400 3600 1800 5.5-6 3600 1800 900 6-6.5 1800 1800 0

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Se a cal escolhida é aplicada correctamente, o pH vai estar acima de 6.5 e a total alcalinidade estará acima de 20 mg/L depois de 2 a 4 se-manas.

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Leitura recomendada 85

Leitura recomendada

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EMEPA, Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Estado de Paraíba), Brasil Web-site: www.emepa.org.br

FAO, Food and Agricultural Organization of the United Nations FAO's mandate is to raise levels of nutrition, improve agricultural pro-ductivity, better the lives of rural populations and contribute to the growth of the world economy. Make sure people have regular access to enough high-quality food to lead active, healthy lives. Viale delle terme di carcalla, Rome, Italy Telephone: (+39) 06 57051; Fax: (+39) 06 570 53152 E-mail:[email protected]; web-site: www.fao.org

IAC, Instituto Agronómico de Campinas Caixa Postal 28, Av. Barão de Itapura, 1.481, 13020-902, Campinas, Brasil Web-site: www.iac.sp.gov.br

IICT/CVZ/FMV, Instituto de Investigaçao Científica Tropical/Centro de Veterinária e Zootecnia/Faculdade DE Medicina Veterinária Rua Professor Cid dos Santos, 1300-477, Lisboa, Portugal

INIA, Instituto Nacional de Investigação Agronómica CP 3658 Mavalane, Maputo, Moçambique Web-site: www.inia.gov.mz

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MAP, Ministério da Agricultura e Pescas Maputo, Moçambique Web-site: www.map.gov.mz

MAPF, Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas Lisboa, Portugal Web-site: www.min-agricultura.pt

RIVO, Netherlands Institut for fisheries research The Netherlands Institute for Fisheries Research is a research and con-sultancy organization that covers all stages of fish production from the sustainability of catch up to the appreciation of fish products by the consumer. Its abilities and strengths in these fields are recognised by national and international fish-related communities (governmental and commercial), by the scientific community and by non-governmental organizations (NGOs). It is also recognized as a Dutch research insti-tute for marine ecology and an excellent laboratory for chemical analysis postbus 68, 1970 AB IJmuiden, Harinkade 1, 1970 AB, IJmuiden, The Netherlands Telephone: 31 (0)255564646; Fax: 31(0)2555646 44 E-mail:[email protected]; web-site: www.rivo.dlo.nl

UEM, Universidade Eduardo Mondlane P.O. Box 257, Reitoria de Universidade, Praça 25 de Junho, Maputo, Moçambique Web-site: www.uem.mz

UFLA, Universidade Federal de Lavras Cx. Postal 37, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras, Telephone: 35 3829 1122 -; Fax: Fax: 35 3829 1100 Web-site: www.ufla.br

USP, Universidade de Sao Paulo Web-site: www.usp.br

World Fish Center The World fish center is an international organization committed to contributing to food security and poverty eradication in developing

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Endereços úteis 91

countries. This is achieved through research, partenership capacity and policy support on living acquatic resources. P.O.Box 500, GPO, Penang, Malaysia Telephone: (+60-4)626 1606; Fax: Fax: (+60-4) 626 5530 E-mail:[email protected]; web-site: www.worldfishcenter.org