15 aula - prescrição e decadência

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  • 7/31/2019 15 aula - Prescrio e Decadncia

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    Prof. Chrystyan Costa

    Direito Civil I Aula 15

    PRESCRIO E DECADNCIA

    PRESCRIO

    O decurso do tempo tem influncia na aquisio e na extino dedireitos, gerando o fenmeno ou instituto da Prescrio, que poderser: extintiva ou aquisitiva (usucapio);

    O NCC 2002 tratou da prescrio extintiva na Parte Geral, enquantoque a prescrio aquisitiva foi tratada no Direito das Coisas, na partereferente aos modos de aquisio do domnio;

    Tanto na prescrio extintiva quanto na aquisitiva ou usucapio aplicam-se segundo o artigo 1.244 do CCb, as regras que obstam, suspendemou interrompem a prescrio:

    Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto aodevedor acerca das causas que obstam, suspendem ouinterrompem a prescrio, as quais tambm se aplicam usucapio.

    I - IDENTIFICAO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS E PRAZOSDECANDENCIAIS

    O novo Cdigo Civil de 2002 estabelece o seguinte critrio deidentificao:

    1. Prazos prescricionais so todos aqueles que esto taxativamentedescritos na Parte Geral, nos artigos 205 (regra geral) e 206 (regrasespeciais):

    Dos Prazos da Prescrio

    Art. 205. A prescrio ocorre em dez anos, quando a lei no lhe hajafixado prazo menor.

    Art. 206. Prescreve:

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    1o Em um ano:

    I - a pretenso dos hospedeiros ou fornecedores de vveres destinadosa consumo no prprio estabelecimento, para o pagamento dahospedagem ou dos alimentos;

    II - a pretenso do segurado contra o segurador, ou a deste contraaquele, contado o prazo:

    a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, dadata em que citado para responder ao de indenizao propostapelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com aanuncia do segurador;

    b) quanto aos demais seguros, da cincia do fato gerador dapretenso;

    III - a pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventuriosjudiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas ehonorrios;

    IV - a pretenso contra os peritos, pela avaliao dos bens queentraram para a formao do capital de sociedade annima, contadoda publicao da ata da assemblia que aprovar o laudo;

    V - a pretenso dos credores no pagos contra os scios ou acionistase os liquidantes, contado o prazo da publicao da ata deencerramento da liquidao da sociedade.

    2o Em dois anos, a pretenso para haver prestaes alimentares, apartir da data em que se vencerem.

    3o Em trs anos:

    I - a pretenso relativa a aluguis de prdios urbanos ou rsticos;

    II - a pretenso para receber prestaes vencidas de rendas

    temporrias ou vitalcias;III - a pretenso para haver juros, dividendos ou quaisquer prestaesacessrias, pagveis, em perodos no maiores de um ano, comcapitalizao ou sem ela;

    IV - a pretenso de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

    V - a pretenso de reparao civil;

    VI - a pretenso de restituio dos lucros ou dividendos recebidos de

    m-f, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuio;

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    VII - a pretenso contra as pessoas em seguida indicadas por violaoda lei ou do estatuto, contado o prazo:

    a) para os fundadores, da publicao dos atos constitutivos dasociedade annima;

    b) para os administradores, ou fiscais, da apresentao, aos scios,do balano referente ao exerccio em que a violao tenha sidopraticada, ou da reunio ou assemblia geral que dela deva tomarconhecimento;

    c) para os liquidantes, da primeira assemblia semestral posterior violao;

    VIII - a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contardo vencimento, ressalvadas as disposies de lei especial;

    IX - a pretenso do beneficirio contra o segurador, e a do terceiroprejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatrio.

    4o Em quatro anos, a pretenso relativa tutela, a contar da data daaprovao das contas.

    5o Em cinco anos:

    I - a pretenso de cobrana de dvidas lquidas constantes deinstrumento pblico ou particular;

    II - a pretenso dos profissionais liberais em geral, procuradoresjudiciais, curadores e professores pelos seus honorrios, contado oprazo da concluso dos servios, da cessao dos respectivoscontratos ou mandato;

    III - a pretenso do vencedor para haver do vencido o que despendeuem juzo.

    2. Prazos decadenciaisso todos os demais prazos estabelecidos como

    complemento de cada artigo que rege a respectiva matria, seja naParte Geral como na Parte Especial do Cdigo Civil.

    II Conceito e Espcies

    a. Prescrio Extintiva: a prescrio propriamente dita que conduz perda do direito de ao por seu titular negligente, ao fim de certo lapsotemporal e pode ser encarada como uma fora destrutiva.

    b. Prescrio Aquisitiva: consiste na aquisio do direito real pelo

    decurso do tempo, sendo que tal direito conferido em favor daqueleque possuir, com nimo de dono, o exerccio de fato das faculdades

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    inerentes ao domnio ou outro direito real, no tocante as coisas mveise imveis, pelo perodo de tempo que fixado pelo legislador.

    Aqui temos dois importantes fatores para aquisio de direito real pelousucapio: o tempo e a posse. O decurso do tempo essencial porcriar uma situao jurdica (posse) e a posse cria um estado de fato emrelao ao direito (uso e gozo).

    III Requisitos da Prescrio

    III.1. So os requisitos:

    a. A existncia de uma ao exercitvel. Tendo em vista a violao de

    um direito, a ao tem por fim eliminar os efeitos dessa violao. Violadoo direito surge a pretenso e a ao prescrever se o interessado nopromov-la;

    b. A inrcia do titular da ao pelo no exerccio da mesma. A inrcia o no exerccio da ao, logo aps a violao do direito;

    c. A continuidade da inrcia durante certo lapso de tempo. um fatoroperante da prescrio que atua no TEMPO. No a inrciamomentnea ou passageira que configura a PRESCRIO, mas aquelaocorrida DURANTE O LAPSO TEMPORAL FIXADO EM LEI,

    ESPECIFICAMENTE PARA O DIREITO VIOLADO.d. A ausncia de um fato impeditivo, suspensivo ou interruptivo daprescrio. A lei estipula causas que impedem, suspendem ouinterrompem a prescrio, sendo fatores neutralizantes do instituto.

    IV Pretenses Imprescritveis

    NO PRESCREVEM AS AES QUE:

    a. As que protegem os direitos de personalidade como o direito vida,

    honra, liberdade, integridade fsica ou moral;b. As que se prendem ao estado das pessoas (filiao, cidadania, condioconjugal);

    c. As de exerccio facultativos ou potestativo, em que no existe umdireito violado. Ex: as que viam extinguir o condomnio como a ao devenda de uma coisa comum;

    d. As pretenses de reaver bens confinados guarda de outrem, titulo dedepsito, penhor ou mandato.

    V Regras sobre Prescrio no atual Cdigo Civil

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    1. Artigo 191 CCB: A renncia da prescrio pode serexpressa ou tcita,e s valer, sendo feita, sem prejuzo de terceiro, depois que aprescrio se consumar; tcita a renncia quando se presume defatos do interessado, incompatveis com a prescrio.

    a. Renncia Expressa: somente pode ocorrer em prazo prescricional emcurso e antes do seu trmino. Decorre da manifestao taxativa,inequvoca, escrita ou verbal do devedor de que reconhece a ofensa aodireito do credor, de modo que a prescrio anterior em curso serrenovada.

    Ex: Quando o devedor ao violar o direito de crdito do credor peloinadimplemento e, pratica um ato inequvoco como uma proposta deacordo para pagar a dvida reconhecendo o direito do credor. Aprescrio que se iniciou com a violao interrompida, pelo que, oprazo inicia novamente. Disto, o prazo decorrido renunciadoexpressamente, pois substitudo por outro.

    b. Renncia Tcita: aquela em que ocorre o reconhecimento do direitoaps consumado o prazo prescricional, ou seja, nesse caso os fatos soconsiderados incompatveis com a prescrio.

    Ex: Qualquer ato de reconhecimento da dvida por parte do devedor, como um

    pagamento parcial ou um acordo visando pagar futuramente o dbito, aps,encerrado o prazo de prescrio. Isto ser interpretado como rennciatcita, pois pelo fato de que decorrido o prazo prescricional, pagar odbito fato incompatvel com a Prescrio. NO SE PODE COBRAR ENEM PAGAR DVIDA PRESCRITA.

    2. Artigo 192 CCB: Os prazos de prescrio no podem ser alteradospor acordo das partes. Somente em decorrncia de Lei que osprazos prescricionais, mesmo em curso, pois no geram direitoadquiridos, podem ser alterados.

    Ex: Cdigo Civil de 2002, que alterou os prazos em curso decorrente doCdigo Civil de 1916.

    3. Art. 193. A prescrio pode ser alegada em qualquer grau dejurisdio, pela parte a quem aproveita.

    A prescrio pode ser alegada em qualquer fase do processo deconhecimento ou grau de jurisdio. O ru deve alega-la comopreliminar em sua contestao, mas se no o fizer, poder faz-lo por

    simples petio em outro momento, no importando em precluso porser matria de ordem pblica.

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    4. Artigo 194 do CCB - A prescrio pela dico da Lei n. 11.280/2006 de

    natureza processual, revogou os termos do artigo 194 do atual CdigoCivil, impondo pelo artigo 219, pargrafo 5 do CPC que aprescrio deve ser pronunciada pelo juiz de oficio;

    5. Artigo 195 do CCB: Os relativamente incapazes e as pessoasjurdicas tm ao contra os seus assistentes ou representanteslegais, que derem causa prescrio, ou no a alegaremoportunamente.

    6. Artigo 196 do CCB:A prescrio iniciada contra uma pessoa continua acorrer contra o seu sucessor.

    O herdeiro do de cujusdispor apenas do prazo restante para exercer aao, quando o prazo se iniciou com o autor da herana em vida;

    VI Causas de Impedimento, Suspenso e Interrupo da Prescrio

    1. Causas que impedem ou suspendem a prescrio

    As causas que impedem ou suspendem a prescrio encontram-se namesma seo, de modo que, dependendo das circunstancias, as

    mesmas causas ora impedem, ora suspendem o curso do prazoprescricional; Diz parte da doutrina que, quando o prazo ainda no comeou a fluir,

    a causa ou obstculo impede que comece. Se a violao ocorreu,iniciando, portanto o prazo, ao ocorrer a causa impe a suspensodo mesmo.

    Ex: A deve B. Aps se casam. Suspende a prescrio para eventualao de cobrana.

    A deve B so casados. A deve B. O prazo prescricional

    impede de correr at encerrar o casamento.

    Art. 197. No corre a prescrio:

    I - entre os cnjuges, na constncia da sociedade conjugal;

    II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

    III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,durante a tutela ou curatela.

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    No artigo 197 do CCB, a razo de no se estabelecer o inicio do prazoprescricional, funda-se no vnculo ou lao afetivo entre estas pessoas,uma vez que h laos de confiana.

    Art. 198. Tambm no corre a prescrio:

    I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamenteincapazes)

    II - contra os ausentes do Pas em servio pblico da Unio, dosEstados ou dos Municpios;

    III - contra os que se acharem servindo nas Foras Armadas, emtempo de guerra.

    Nas hipteses do artigo 198 do CCB, a interpretao deve ser nosentido de que as pessoas elencadas esto na condio decredores, ou seja, quem tem o direito violado, porque se foremdevedoras a prescrio correr normalmente a seu favor.

    Os incapazes do artigo 3 so os absolutamente incapazes, menoresde 16 anos de idade, os que no tiverem discernimento e, os que,por causa transitria no puderem exprimir sua vontade.

    Art. 199. No corre igualmente a prescrio:

    I - pendendo condio suspensiva;

    II - no estando vencido o prazo;

    III - pendendo ao de evico.

    Art. 200. Quando a ao se originar de fato que deva serapurado no juzo criminal, no correr a prescrio antes darespectiva sentena definitiva.

    Art. 201. Suspensa a prescrio em favor de um dos credoressolidrios, s aproveitam os outros se a obrigao forindivisvel.

    Condio Suspensiva: aquela cuja eficcia do direito sobre algumacoisa subordina-se a seu implemento. Enquanto no ocorrer a condio,o titular do direito no goza dele, no o adquire, para assim em caso deviolao, correr prazo prescricional.

    Evico: a perda total ou parcial do direito sobre alguma coisa, em

    face de deciso judicial, que o atribui a outrem, que o adquiriu

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    anteriormente. Se o terceiro propor a AO DE EVICO, at seudesfecho, qualquer ao em face do bem fica com o prazo suspenso.

    As situaes seja o inciso I quanto do II so causas claras de

    impedimento da prescrio, porque no se iniciou qualquer prazo eso questes objetivas.

    2. Causas que interrompem a Prescrio

    2.1.Interrupo: qualquer ato que interrompe a prescrio, extinguindo otempo j decorrido, que volta a correr por inteiro.

    Pargrafo nico, do artigo 202 do CCB. A prescriointerrompida recomea a correr da data do ato que ainterrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper.

    Em face do pargrafo informado, o prazo interrompido comea a fluirimediatamente aps a interrupo, de forma integral ao credor, somentepodendo ocorrer tal fenmeno jurdico UMA NICA VEZ;

    Afora a data da citao do inciso I, do artigo 202 do CCB, ocorrendoos demais atos dispostos no artigo, a interrupo ser contada dadata do ato que causou a interrupo;

    2.2. CAUSAS DE INTERRUPO

    Art. 202. A interrupo da prescrio, que somente poderocorrer uma vez, dar-se-:

    I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar acitao, se o interessado a promover no prazo e na forma da leiprocessual;

    Para interromper a prescrio basta o despacho ordenando a citao,que deve ser feita na forma do artigo 219 do CPC, quanto ao prazo eforma. Feita a citao que ser valida se cumprida as formalidadesprocessuais, o efeito interruptivo retroagir a data do despacho que

    determinou a CITAO; Assim, pela lei processual, pelo despacho que determina a citao,

    o autor deve promov-la em 10 dias, providenciando a extrao domandado de citao e recolhendo as custas devidas, inclusivedespesas com a conduo do Oficial de Justia. Feito isto e citadoo ru, a prescrio interrompida retroagindo data do despachoque determinou a citao;

    Se o ru no for citado em 10 dias, o ser no prazo de 90 dias, naforma do artigo 219, pargrafo 3 do CPC, tendo o mesmo efeitointerruptivo retroativo.

    II - por protesto, nas condies do inciso antecedente;

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    Aqui trata-se do chamado Protesto Judicial que uma medidacautelar autorizada pelo artigo 867 do CPC, que diz que, Todoaquele que desejar prevenir responsabilidade, prover aconservao e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquerinteno de modo formal, poder fazer por escrito o seu protesto,

    em petio dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime aquem de direito. Feito isto pelo credor, interrompe a prescrio,quando devedor citado, na forma explicada no inciso I.

    III - por protesto cambial;

    Aqui a demonstrao de que, o credor em face da impontualidade dodevedor no esta inerte. O credor faz o protesto, causando a interrupoda prescrio, renovando prazo para cobrar seu direito violado.

    IV - pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrioou em concurso de credores;

    A habilitao do credor em inventrio, nos autos de falncia ouinsolvncia civil, constitui comportamento ativo que demonstra ainteno do titular do direito em interromper a prescrio.

    V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

    A lei no esclarece quais seriam estes atos, assim a doutrina fala quepodem ser medidas cautelares, notificaes ou interpelaes

    judiciais.

    Constituir em mora reconhecer a responsabilidade dodevedor em face do credor.

    VI - por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, queimporte reconhecimento do direito pelo devedor.

    Aqui o ato pode ser judicial ou extrajudicial, bastando que sejainequvoco, ou seja, que expressamente demonstre que o devedorreconhece o direito do credor.

    Ex: A Carta do devedor reconhecendo a legitimidade da dvida, bemcomo o pagamento parcial de juros ou da dvida. Estes atos declaram arenncia expressa pelo devedor do prazo prescricional decorridoem seu favor e desfavor do credor, que no promoveu nenhumaao.

    VII Artigo 204 do CCB

    Art. 204. A interrupo da prescrio por um credor noaproveita aos outros; semelhantemente, a interrupo operadacontra o co-devedor, ou seu herdeiro, no prejudica aos demaiscoobrigados.

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    Excees

    1o A interrupo por um dos credores solidrios (solidariedadeativa) aproveita aos outros; assim como a interrupo efetuadacontra o devedor solidrio envolve os demais e seus herdeiros.

    (afeta cada devedor, porque todos so responsveis pela dvidainteira, passando a correr o novo prazo prescricional para aao contra todos eles.) grifo nosso

    2o A interrupo operada contra um dos herdeiros do devedorsolidrio no prejudica os outros herdeiros ou devedores, senoquando se trate de obrigaes e direitos indivisveis.

    3o A interrupo produzida contra o principal devedor prejudica ofiador. (como a fiana um contrato acessrio, a regra que, oacessrio segue a sorte do principal, assim, se h a interrupo

    da prescrio contra o devedor principal, o seu fiador tambmser prejudicado, estando restabelecido em face do mesmo, onovo prazo prescricional.) grifo nosso

    DECADNCIA

    I Conceito: um instituto de direito substancial, onde h a perda de umdireito previsto em Lei, que deveria ser exercido em determinado tempo. Nose tem na decadncia a ideia da violao do direito e a ao para suaproteo, mas sim, o exerccio de um direito para se tornar efetivo por seutitular.

    II- Previso: artigos 207 a 211 do Cdigo Civil de 2002.

    III Regras Gerais

    a. Pelo artigo 207 do atual cdigo, no se aplica decadncia as regras

    de suspenso, impedimento ou interrupo da prescrio, pois osprazos decadenciais so contnuos;b. O artigo 208 CCB traz uma exceo com o disposto no artigo 207 do

    CCB, uma vez que afirma no correr o prazo decadencial contra oabsolutamente incapaz na forma do artigo 198, inciso I do CCB,lembrando que esta hiptese de impedimento ou suspenso daprescrio;

    c. O artigo 209 do CCB determina que no cabe a RENNCIA DECADNCIA FIXADA EM LEI. Deste pressuposto, como as partespodem fixar pelo artigo 211 do CCB, prazo decadencial porconveno, uma vez que podem fixar tempo para o exerccio de

    direitos, com relao a esta forma de prazo decadencial, a legislaopermite a renncia da decadncia;

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    Ex: a Clusula de Retrovenda aposta no Contrato de Compra e Venda .Por esta clusula, o vendedor ter um prazo de 1 a 3 anos, para recobrar obem vendido devolvendo o valor pago ao comprador acrescido de todas asdespesas gastas. Note-se que um prazo fixado no contrato porconveno das partes, em que no h um direito violado do vendedor,

    mas a possibilidade dele exercer um direito de reaver o bem alienado,restituindo a outra parte contratante, evitando prejuzos mesma. Esteprazo tambm no consta fixado nos artigos 205 e 206 do CCB.

    d. A decadncia pelo artigo 210 do CCB dever ser conhecida de Ofciopelo Juzo, quando se tratar de prazo decadencial fixado por Lei. Se oprazo decadencial for convencional, a parte a quem aproveita o prazopode aleg-lo em qualquer grau de jurisdio, mas o juiz no podersuprir a alegao, ou seja, ter que decretar a decadncia.

    Por fim, encerrando qualquer dvida sobre quando o prazo

    prescricional ou decadencial, o atual Cdigo Civil expressou que: os Prazosprescricionais so todos aqueles que esto taxativamente descritos na ParteGeral, nos artigos 205 (regra geral) e 206 (regras especiais) e, os Prazosdecadenciaisso todos os demais prazos estabelecidos como complementode cada artigo que rege a respectiva matria, seja na Parte Geral como naParte Especial do Cdigo Civil.