14730077 apostila do budismo de nitiren daishonin comunidade soka gakkai

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  APOSTILA DE APOIO À COMUNIDADE Abril de 2008 www.adrianobrito.com.br  Versão 1.0  

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APOSTILA DE APOIO COMUNIDADE

Abril de 2008 www.adrianobrito.com.brVerso 1.0

NDICEAprendendo de forma fcil ........................................................................................................... 5 Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo ................................................................................................. 6 Lei de Causa e Efeito ................................................................................................................. 11 Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo................................................................................ 15 Gongyo....................................................................................................................................... 20 F, prtica e estudo.................................................................................................................... 26 Trs Provas................................................................................................................................ 29 Prtica individual e prtica altrustica (jigyo keta)....................................................................... 31 Dez Estados da Vida (jikkai) - Conceitos gerais (1) ................................................................... 34 Dez Estados da Vida (jikkai) - Trs e Quatro Maus Caminhos (2) ............................................. 35 Dez Estados da Vida (jikkai) - Os Seis Caminhos (3) ................................................................ 36 Dez Estados de Vida (jikkai) - Os Quatro Nobres Caminhos (4) ................................................ 37 Dez Estados de Vida (jikkai) - Concluso (5) ............................................................................. 38 Possesso Mtua dos Dez Estados (jikkai-gog ......................................................................... 39 Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi) ................................................................. 41 Trs obstculos e quatro maldades (sansho shima) .................................................................. 45 Transformao do veneno em remdio (hendoku iyaku) ........................................................... 49 Chakubuku e propagao do budismo....................................................................................... 52 Diferentes corpos com a mesma mente (itai doshin) ................................................................. 56 A tartaruga de um olho............................................................................................................... 59 Unicidade de mestre e discpulo (shitei funi).............................................................................. 61 O pssaro das Montanhas Nevadas - Kankutyo ........................................................................ 64 Revoluo humana .................................................................................................................... 65 Kossen-rufu................................................................................................................................ 67 Esprito de doao ..................................................................................................................... 70 A importncia da f .................................................................................................................... 74 Nikko Shonin, o sucessor de Nitiren Daishonin.......................................................................... 76 Shijo Kingo, um discpulo exemplar ........................................................................................... 79 Benefcios conspcuos e inconspcuos....................................................................................... 81 A vida de Sakyamuni.................................................................................................................. 82 Trs Princpios da Individualizao da Vida (sanseken) ............................................................ 84 Fuso entre sujeito e objeto (kyoti myogo)................................................................................. 86 As Escrituras de Nitiren Daishonin (Gosho) ............................................................................... 88 Seis atos difceis e nove fceis (roku ran ku i) ........................................................................... 96 Os Trs Tesouros (san-p) ........................................................................................................ 98 Unicidade de corpo e mente (shiki shin funi)............................................................................ 101 Trs Grandes Ensinos Fundamentais (sandai hiho) ................................................................ 103 Trs Propriedades Iluminadas (sanjin)..................................................................................... 107 Ganken Ogo............................................................................................................................. 110 Yu myo sho jin (avano corajoso e ininterrupto)....................................................................... 112 Transformando a f em sabedoria (ishin dai) ......................................................................... 114 Dez Fatores da Vida (junyoze) ................................................................................................. 116 Amenizar o efeito crmico (tenju kyoju) ................................................................................... 119 O esprito de dedicar a prpria vida (fu-ji-shaku-shin-myo) ...................................................... 121 Nove conscincias ................................................................................................................... 123 Preceito da adaptao a costumes locais (zuiho bini).............................................................. 125 Desejos mundanos so iluminao (bonno soku bodai) .......................................................... 127 Trs mil mundos num nico momento da vida (itinen sanzen) ................................................ 129 Dois aspectos da prtica do Budismo de Nitiren Daishonin: keho e kegui............................... 132 Kuon Ganjo .............................................................................................................................. 133 2

Hosshaku Kempon ................................................................................................................... 136 Bodhisattva da Terra ................................................................................................................ 140 Gohyaku jintengo ..................................................................................................................... 143 Parbola do bom mdico ......................................................................................................... 146 Trs poderosos inimigos .......................................................................................................... 149 Torre do Tesouro...................................................................................................................... 153 Cerimnia do Ar ....................................................................................................................... 156 Sutra de Ltus.......................................................................................................................... 159 Bodhisattva Jamais Desprezar................................................................................................. 162 O Caminho do Meio ................................................................................................................. 165 Os Irmos Ikegami ................................................................................................................... 167 O princpio mstico da verdadeira causa .................................................................................. 169 Nitimoku Shonin Incansvel admoestador do budismo ....................................................... 172 F como chamas ardentes e f de gua corrente ............................................................... 175 Quatorze calnias .................................................................................................................... 177 Sessen Doji O Menino das Montanhas Nevadas................................................................. 179 Niji Nesse momento .......................................................................................................... 180 Os Quatro Poderes .................................................................................................................. 182 Comparao Quntupla ............................................................................................................ 184 Os Quatro Sofrimentos............................................................................................................. 186 Os Quatro Reis Celestiais ........................................................................................................ 188 Bodhisattva Som Maravilhoso.................................................................................................. 189 Os Cinco Tipos de Viso.......................................................................................................... 190 Os benefcios da alegre aceitao ........................................................................................... 191 Vencer o estado de Ira determina a felicidade na vida............................................................. 193 A sabedoria dos Budas infinitamente profunda e imensurvel.............................................. 195 Os Cinco Critrios de Propagao........................................................................................... 196 Nanjo Tokimitsu........................................................................................................................ 198 Pico da guia ........................................................................................................................... 200 Rei Adorno Maravilhoso ........................................................................................................... 202 Confiar na Lei e no nas pessoas.......................................................................................... 204 A importncia da continuidade na prtica da f ....................................................................... 205 A atitude na prtica revela a f................................................................................................. 207 O Bodhisattva Perceptor dos Sons do Mundo ......................................................................... 209 Consistncia do incio ao fim.................................................................................................... 211 Benevolncia Budista (Jihi) ...................................................................................................... 213 O Grande Bem e o Grande Mal (Dai-aku Dai-zen Gosho) ...................................................... 215 Sharihotsu O Supremo em Sabedoria ................................................................................. 217 Trinta e Duas Feies do Buda (Sanjuni so)............................................................................ 219 Surihandoku (em snscrito, Shuddhipanthaka)........................................................................ 221 Abutsu-bo, um modelo de esprito de procura ......................................................................... 222 Dosho e Domyo Os mensageiros do cu ............................................................................ 224 A Escurido Fundamental da Vida ........................................................................................... 225 Obutsu myogo fuso harmoniosa da Lei budista e a lei secular.......................................... 228 Shoten zenjin: funes protetoras do Universo........................................................................ 230 Myo no shoran: aes invisveis .............................................................................................. 232 A viso do budismo sobre a doena ........................................................................................ 233 Os Trs Poderosos Inimigos (Sanrui no gteki) .................................................................... 236 Relao Inversa ....................................................................................................................... 239 Daimoku de f e de prtica ...................................................................................................... 241 Kenzoku (relao compartilhada) .......................................................................................... 245 Felicidade relativa e absoluta................................................................................................... 247 Leitura literal e substancial....................................................................................................... 250 Bom amigo (Zentishiki) e mau amigo (Akutishiki) .................................................................... 252 3

Kishimojin Me das crianas-demnio ................................................................................ 254 Rei Asoka................................................................................................................................. 257 Kumarajiva ............................................................................................................................... 259 Os trs perodos de propagao.............................................................................................. 262 Zangue (sincero arrependimento).......................................................................................... 264 Rei Demnio do Sexto Cu (Dai Rokuten no Mao) .................................................................. 265 As Trs Virtudes de Soberano,Mestre e Pais do Budismo da Semeadura dos ltimos Dias da Lei .... 267 Os Oito Ventos (happu)............................................................................................................ 273 Quatorze Calnias.................................................................................................................... 276 A Pregao Espontnea ........................................................................................................ 278 A prtica principal e a complementar ....................................................................................... 279 Sobre a prtica do Gongyo ...................................................................................................... 282 A Sala da Orqudea.................................................................................................................. 286 A poderosa espada do Sutra de Ltus................................................................................... 288 A parbola da pedra preciosa escondida no manto ................................................................. 289 Buda e mortal comum .............................................................................................................. 290 A iluminao dos seres insensveis.......................................................................................... 292 Trs assemblias em dois locais.............................................................................................. 293 A filha do rei-drago ................................................................................................................. 296 O que importa o corao .................................................................................................... 299 O rugido do leo....................................................................................................................... 301 F na vida diria....................................................................................................................... 303 Budismo a prpria vida diria................................................................................................ 305 O corao do grande rei leo................................................................................................... 306 Benefcios da prtica budista ................................................................................................... 308 A infinita alegria da lei .............................................................................................................. 312 Parbola das trs carroas e da casa em chamas................................................................... 314 Rissho Ankoku ........................................................................................................................ 316 O budismo e a sociedade......................................................................................................... 319 Bonten e Taishaku ................................................................................................................... 320 Jambudvipa (1) ........................................................................................................................ 322

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Aprendendo de forma fcil(Brasil Seikyo, edio n 1587, 13/01/2001, pgina 7.) Foram anos e anos de empenho e dedicao visando a receber o ano 2001, o incio do novo sculo. E aquilo que parecia pertencer a um longnquo futuro j se tornou presente e estamos vivendo h vrios dias o Novo Sculo Ano da Vitria Total. Na escritura Carta a Jakuniti-bo, Nitiren Daishonin afirma: A morte vinda a uma pessoa ontem pode vir a ns hoje. Flores se tornam frutos e noivas tornam-se sogras. Recite Nam-myoho-rengue-kyo e aprofunde a f. (END, vol. 1, pg. 148.) Neste ano, com o intuito de propiciar uma constante evoluo em nossa maneira de enxergar e de interpretar as questes da vida diria, e de agir de forma coerente e positiva como um praticante budista, publicaremos semanalmente esta coluna com o ttulo Budismo na Vida Diria. Sero apresentados temas relacionados ao nosso diaa-dia como praticantes do budismo, procurando sempre uma anlise sob a tica do Budismo de Nitiren Daishonin com base em suas escrituras (Gosho) e em seus princpios filosficos. O significado do Nam-myoho-rengue-kyo, da lei de causa e efeito, do Gohonzon, da prtica diria do Gongyo, entre outros, so alguns dos temas que sero tratados da forma mais descomplicada possvel. Conforme as palavras do segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, citadas na Nova Revoluo Humana, a razo cria a f, e a f busca a razo. Ou seja, aprofundando a razo por meio do estudo do budismo, fortalece-se tambm a f, e o fortalecimento da f possibilita uma maior profundidade no estudo. (Nova Revoluo Humana, vol. 2, pg. 14.) nosso desejo contribuir de alguma forma para esclarecer dvidas de algumas pessoas, para encorajar algum em um momento de dificuldades ou simplesmente relembrar princpios budistas. Enfim, gostaramos que um nmero cada vez maior de pessoas fortalea a convico e aprofunde a f no Gohonzon para assim resolver quaisquer problemas e sofrimentos que a vida lhes impuser. Em nossa prtica diria do Gongyo, lemos Yumyo Shojin, que significa corajosa e ininterruptamente. O presidente Ikeda, em sua preleo sobre os captulos Hoben e Juryo, afirma: Em primeiro lugar, corajosa e ininterruptamente significa ter f... A prtica budista deve ser conduzida com determinao e coragem. Quando nos desafiamos corajosamente com o esprito de realizar muito mais hoje do que ontem e muito mais amanh do que hoje, estamos praticando verdadeiramente. (Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, pg. 68.) Assim, neste Ano da Vitria Total, o primeiro ano do sculo XXI, vamos avanar vitoriosamente, com novas decises e tornando a prtica budista cada vez mais integrada realidade da vida diria. Departamento de Estudo do Budismo

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Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo (1)(Brasil Seikyo, edio n 1588, 20/01/2001, pgina 6.) O primeiro passo para aqueles que iniciam a prtica budista aprender a recitar a frase Nam-myoho-rengue-kyo. Mesmo no compreendendo seu significado, munidas de sinceridade e convico, essas pessoas dedicam-se prtica budista e, com o passar do tempo, vm a adqirir mudanas positivas na vida. Essas mudanas, muito mais do que explicaes tericas, so o que validam e comprovam a fora do Nam-myoho-rengue-kyo. Praticantes do mundo inteiro recitam essa mesma frase seguindo o mesmo ritmo e pronncia. No h uma traduo dos caracteres snscritos e chineses que formam o Nam-myoho-rengue-kyo para cada um dos idiomas existentes no mundo. Essa tarefa impraticvel devido ao profundo e diversificado significado de cada um dos caracteres. Myoho-rengue-kyo o ttulo em japons do Sutra de Ltus, o ensinamento do primeiro Buda registrado historicamente, Sakyamuni, que viveu na ndia h mais de trs mil anos. Muitas eras decorreram at que no sculo XII, no Japo, Nitiren Daishonin, aps ter estudado profundamente as principais doutrinas, chegou concluso de que o Sutra de Ltus continha o ensinamento mais profundo de Sakyamuni e que o ttulo Myoho-rengue-kyo era sua essncia. Ao antepor a palavra Nam, que derivada do snscrito Namas e significa devotar a prpria vida, aos cinco caracteres Myoho-rengue-kyo, ele transformou o que seria um simples ttulo em um ato de devoo para atingir a suprema condio de vida do estado de Buda, ou iluminao. Dessa forma, Nitiren Daishonin deixou como legado para toda a humanidade a chave da felicidade absoluta e revelou o caminho para a conquista da revoluo humana. Isso ele fez ao estabelecer seu budismo em 28 de abril de 1253, recitando pela primeira vez o Nam-myohorengue-kyo. Na escritura O Daimoku do Sutra de Ltus, Nitiren Daishonin nos mostra quo extraordinrio conhecer e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo por meio da seguinte passagem: Suponha que algum arremesse uma linha do topo do Monte Sumeru de um outro mundo tentando pass-la pelo furo de uma agulha colocada no topo do Monte Sumeru deste mundo em um dia de forte ventania. mais fcil passar a linha pela agulha nessas condies do que encontrar o Daimoku do Sutra de Ltus. Assim, ao recitar o Daimoku, esteja certo de que uma alegria maior do que um cego tornar-se capaz de ver seus pais pela primeira vez, e mais raro do que um prisioneiro de um forte inimigo ser libertado e reunido com sua esposa e filhos. (The Writings of Nichiren Daishonin, pg. 143.) Fontes da pesquisa: Terceira Civilizao, edies de setembro e novembro de 1998. Pesquisa Lei Mstica: O Caminho para a Felicidade Absoluta e Guia Prtico do Budismo

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Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo (2)(Brasil Seikyo, edio n 1589, 27/01/2001, pgina 6.) Vamos analisar agora o significado literal da palavra Nam-myoho-rengue-kyo: Nam - derivado do sncrito Namas, significa "devotar a prpria vida", Myoho-rengue-kyo - ttulo do Sutra de Ltus, em japons, o principal ensino do Buda Sakyamuni; Myo - significa mstico, no no sentido de milagre, mas indicando que o mistrio da vida de inimaginvel profundidade e, portanto, alm da compreenso do homem; Ho - significa lei. A natureza da vida to mstica e profunda que transcende o mbito do conhecimento humano. Uma lei familiar encontrada no desenvolvimento do ser humano. Ele nasce, cresce, torna-se jovem e depois idoso e falece. Isso , obviamente, uma inquebrvel lei que regula cada espcie da vida. Ningum pode nascer como adulto nem escapar desse ciclo. Em suma, Myoho significa Lei Mstica, que a realidade imutvel e essencial de todos os fenmenos. Rengue - significa flor de ltus, que simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. O budismo esclarece que todos os fenmenos do universo so regidos por essa lei. Portanto, a condio da vida presente o efeito das causas acumuladas no passado e as aes do presente criam causas para o futuro. Kyo - significa sutra ou ensino do Buda, que eterno. Propaga-se pelas trs existncias da vida - passado, presente e futuro - transcendendo as condies mutveis do mundo fsico e do ciclo de nascimento e morte. Assim, sob o ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matria e todas as formas de vida existentes no universo. Se o expandirmos ao espao ilimitado, o mesmo que a vida do universo, e se o condensarmos ao espao ilimitado, igual vida individual dos seres humanos. No entanto, esta idia superficial, pois a mera traduo dos caracteres no expe a profundidade da Lei Mstica em sua totalidade. No se compreende o budismo apenas racionalmente, mas com a prpria vida. Por isso que se torna impraticvel a traduo do Nam-myoho-rengue-kyo para cada idioma. Apenas a ttulo de ilustrao, tomemos como exemplo o significado da palavra "Brasil". Com certeza, "Brasil" representa muito mais do que mero significado literal da palavra. Alm do samba, da praia e do futebol, "Brasil" contm seu povo, seus costumes, suas tradies, sua lngua, a exuberncia de sua natureza, seus sertes, seus mares, histria, folclore, diversidade de raas e muito mais. Nam-myoho-rengue-kyo o Brasil, a Europa, os Estados Unidos, o Japo, o planeta Terra, os seres humanos, os animais, as plantas, as pedras, os rios, mares, os outros planetas, as estrelas e tudo mais no universo. Ao mesmo tempo, Nam-myoho-rengue-kyo a nossa prpria vida. Fonte de pesquisa: "Lei Mstica: O Caminho para a Felicidade Absoluta", Terceira Civilizao, edies de setembro e novembro de 1998 e Guia Prtico do Budismo.

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Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo (3)(Brasil Seikyo, edio n 1590, 03/02/2001, pgina 6.) As seguintes passagens de uma orientao do presidente Ikeda nos conduzem a uma melhor compreenso sobre a abrangncia do Nam-myoho-rengue-kyo em termos do Universo como um todo e da nossa prpria vida: O Budismo de Nitiren Daishonin ensina que nossa existncia idntica ao Universo como um todo, e o Universo como um todo idntico a nossa existncia. Cada vida humana individual um microcosmo. A correspondncia de cada parte de nosso corpo com as partes do Universo a prova de que nossa existncia um microcosmo. Nossas cabeas so redondas assim como o cu acima de ns redondo. Nossos olhos so como o dia e a noite. Nossos cabelos brilham como as mais brilhantes estrelas e nossas sobrancelhas so como as sete estrelas da Ursa Maior. Nossa respirao como o vento, e a silenciosa respirao de nossas narinas como o tranqilo ar dos vales. H cerca de trezentas e sessenta junes no corpo humano, quase tantas quanto os dias do ano. As doze junes principais representam os doze meses do ano. O calor dos rgos dianteiros de nosso corpo nosso abdmen e o nosso estmago so como o outono e o inverno. Nossos vasos sanguneos e nossas artrias so como as correntes e os rios. Quando sofremos uma hemorragia cerebral, como se um dique fosse rompido. Nossos ossos so como as pedras, e nossa pele e msculos so como a terra. Nosso couro cabeludo como uma floresta. As escrituras budistas discutem em detalhes essas correspondncias, incluindo cada rgo interno, ensinando que nosso corpo realmente um Universo em miniatura. Nitiren Daishonin descobriu e inovou a grande Lei de toda a existncia que se manifesta em todas as leis parciais que governam todos os fenmenos fsicos e espirituais, e foi ele quem revelou essa lei para a humanidade na forma de Nam-myoho-rengue-kyo. Essa Lei Mstica aplica-se igualmente ao Universo como um todo e a todos os seres humanos. O Universo e o indivduo so apenas um dentro dessa Lei Mstica. Tanto o Universo como nossa existncia individual so como uma concreta manifestao do Nam-yoho-renguekyo, como tambm do Gohonzon. Eis porque quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo com f no Gohonzon, nossa existncia e o Universo encaixam-se perfeitamente como duas engrenagens e, com um estmulo inicial comeam a trabalhar juntas. (Guia Prtico do Budismo, pgs. 18-20.) Fontes da pesquisa: Terceira Civilizao, edies de setembro e novembro de 1998. Pesquisa: Lei Mstica: O Caminho para a Felicidade Absoluta e Guia Prtico do Budismo.

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Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo (4)(Brasil Seikyo, edio n 1591, 10/02/2001, pgina 6.) O Nam-myoho-rengue-kyo a prtica fundamental do budismo, por isso recitamos todos os dias. Nitiren Daishonin ensinou que com a recitao do Nam-myoho-rengue-kyo, ou Lei Mstica, podemos despertar para a realidade fundamental ou a essncia de nossa vida. Daishonin incorporou a Lei Mstica na forma de um mandala, o objeto de devoo chamado Gohonzon. Na verdade, ele incorporou sua prpria vida iluminada de Buda no Gohonzon. Em outras palavras, a vida em toda sua plenitude no Universo, representada pela vida do Buda que alcanou a suprema iluminao, est incorporada no Gohonzon. Portanto, a Lei Mstica , por um lado, o objeto de devoo e, por outro lado e de forma mais ampla, a verdade inerente em nossa prpria vida. Vale ressaltar que no se trata de algo que Daishonin inventou. A realidade fundamental para a qual ele despertou nada mais que a essncia da vida. o que permeia tudo e rege todos os fenmenos universalmente e por essa razo chamada de Lei Universal ou Lei Mstica. Fazendo uma analogia, Isaac Newton foi um grande cientista que descobriu a lei da gravitao. Ele no inventou uma teoria, pois a lei da gravitao sempre existiu, mesmo antes de Newton t-la descoberto. Ele percebeu que os objetos caem no cho devido atrao que a Terra exerce sobre todos os corpos. Portanto, a lei da gravitao no foi inventada mas sim, revelada por Newton. Por ter percebido a existncia da fora universal da gravidade, ele considerado um cientista. Daishonin percebeu a existncia da realidade fundamental da vida e expressou-a na forma da Lei Mstica, do Nammyoho-rengue-kyo. Por ter despertado para esta verdade, ele considerado o Buda Original. Na escritura Carta a Abutsu-bo, Nitiren Daishonin ensinou: Abutsu-bo a prpria Torre de Tesouro e esta o prprio Abutsu-bo.(END, vol. 1, pg. 347.) A Lei Mstica no existe fora do mundo fenomenal, o que nos leva a concluir que inseparvel da nossa vida. Cada forma de vida a entidade da Lei. Com nossa viso superficial, difcil acreditar que nossa vida seja realmente a Lei Mstica, e dessa forma, desperdiamos nossos esforos tentando encontr-la em algum outro lugar. A verdade que nossa vida a prpria Torre de Tesouro. Daishonin explica que a Torre de Tesouro representa o Gohonzon e a vida daqueles que o abraam, manifestando dessa forma a natureza inata de Buda. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edies de setembro e novembro de 1998. Lei Mstica: O Caminho para a Felicidade Absoluta e Guia Prtico do Budismo.

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Sobre o Nam-myoho-rengue-kyo (5)(Brasil Seikyo, edio n 1592, 17/02/2001, pgina 6.) Conforme vimos em edies anteriores, o significado literal de Nam-myoho-rengue-kyo nos oferece uma idia da profundidade da filosofia budista. Entretanto, a verdadeira compreenso do Nam-myoho-rengue-kyo s pode ser alcanada com sua prtica. Quando aprendemos sobre a profundidade do budismo, ficamos maravilhados e impressionados com o Nam-myoho-rengue-kyo. Porm, somente com a sincera recitao do Nam-myoho-rengue-kyo que elevamos nossa condio de vida e manifestamos alegria, coragem, esperana e sabedoria para desafiar e superar as dificuldades do dia-a-dia. Em uma de suas escrituras, Nitiren Daishonin fala da fora do Nam-myoho-rengue-kyo da seguinte forma: O Nammyoho-rengue-kyo como o rugido de um leo. Que doena pode, portanto, ser um obstculo? (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 275.) O presidente Ikeda discorreu sobre os benefcios advindos da recitao do Nam-myoho-rengue-kyo por ocasio da Conferncia de Representantes da Soka Gakkai da Malsia em dezembro de 2000: Se acreditamos na Lei Mstica e recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, colocando nossa vida ao ritmo da Lei do Universo, desenvolvemos um eu forte, rico e saudvel que brilha com intelecto e sabedoria e que transborda de felicidade por toda a eternidade. Assim como o Buda est dotado dos dez ttulos honorficos, ns tambm seremos coroados com imensa boa sorte e benefcio. Ns praticamos o Budismo de Daishonin para construirmos um brilhante palcio de felicidade nas profundezas de nossa vida. (Brasil Seikyo, edio especial, 1o de janeiro de 2001, pg. 4.) O budismo tambm nos ensina que o caminho correto da prtica da f constitudo de prtica individual e prtica altrustica. Por isso, o objetivo de nossa organizao o Kossen-rufu o movimento para transformar o Universo, a Terra e a sociedade humana em um mundo de paz, conforto e harmonia de acordo com o ritmo da Lei Mstica. O presidente Ikeda nos orienta: O Gohonzon a concreta manifestao da exata existncia de Nitiren Daishonin, que ensinou o Kossen-rufu. Devido a isso, se os senhores apenas praticarem o Gongyo e recitarem o Daimoku e no tomarem qualquer ao em prol do Kossen-rufu, ou desenvolverem sua prpria vida, o Gohonzon no manifestar seu verdadeiro e completo efeito. Se, contudo, os senhores empreenderem aes para atingir o Kossenrufu, elas serviro como impulso extra para sua prpria vida e lhes auxiliaro a alcanar estados cada vez mais elevados de mente tanto no Gongyo quanto na recitao do Daimoku. O fato que sua prtica de Gongyo e suas aes em prol do Kossen-rufu se tornaro unas, e juntas libertaro o infinito poder da Lei Mstica em sua vida. (Guia Prtico do Budismo, pg. 22.) Fontes da pesquisa: Terceira Civilizao, edies nos 361 e 363, setembro e novembro de 1998, Lei Mstica: O Caminho para a Felicidade Absoluta. Guia Prtico do Budismo, A Verdadeira Felicidade o Propsito da Vida.

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Lei de Causa e Efeito (1)(Brasil Seikyo, edio n 1593, 24/02/2001, pgina 6.) A vida, repleta de incertezas, muitas vezes nos parece injusta. Alguns sofrem por questes financeiras, outros por doenas ou desarmonia familiar. Almejamos a felicidade, porm, somos surpreendidos por adversidades (desemprego, acidentes, desavenas, entre outros) ou simplesmente nos acostumamos com nossa condio de vida precria. E a tal felicidade parece ser um sonho distante. Sobre este ponto, o presidente Ikeda orienta: As pessoas da sociedade atual podem ser comparadas a um navio que perdeu a bssola no meio do oceano. Sem um guia correto para dirigi-las, elas navegam sem rumo para o futuro. Ter uma vida feliz este o desejo acalentado por toda a humanidade. Esta a razo pela qual, desde a Antiguidade, as pessoas tm procurado religies, e vrias teorias tm sido expostas como fontes da felicidade. Quantos podem dizer que j se sentem bem-sucedidos em obter uma resposta satisfatria para todas as suas perguntas? H uma tendncia abrangente na sociedade atual, proeminente em especial entre as geraes mais jovens, de desvalorizar a vida humana, incluindo a sua prpria. Acredito que essa tendncia advm da ignorncia da lei de causa e efeito. (Guia Prtico do Budismo, pg. 1.) Quando falamos em causa e efeito, imaginamos uma srie de situaes do dia-a-dia em que se observa claramente a relao entre a ocorrncia do fato e o motivo que o causou. Assim, dizemos, por exemplo, que uma determinada pessoa sofreu um acidente automobilstico devido alta velocidade com que estava dirigindo; que um estudante passou nos exames por ter estudado as matrias com afinco; que uma inundao foi causada por uma forte chuva; ou ainda, que a causa de um incndio foi um curto-circuito na instalao eltrica. Mas ocorrem tambm muitos acontecimentos cujas causas no conseguimos enxergar de forma muito clara. A dificuldade de perceber essas causas torna-se ainda maior especialmente quando se trata de fatos negativos relacionados prpria vida. O Budismo de Nitiren Daishonin esclarece que todas estas questes podem ser observadas sob a luz da rigorosa Lei da Causalidade que permeia todo o universo. Na escritura Carta de Sado, Daishonin escreve: Um indivduo que escala uma montanha conseqentemente ter de descer. Uma pessoa que insulta uma outra ser desprezada. Algum que deprecia o belo nascer feio. Quem rouba o alimento e as roupas de outros nascer no mundo da fome... Esta a usual lei de causa e efeito. (As Escrituras de Nitiren Daishonin [END], vol. 1, pg. 203.) Sob o ponto de vista budista, a lei de causa e efeito rigorosa e abrange o passado, o presente e o futuro de nossas existncias. Produzimos causas boas ou ruins a todo instante, com pensamentos, palavras e aes, ou seja, nossa vida atual efeito de causas geradas no passado e no presente e, portanto, esses resultados so de nossa nica e exclusiva responsabilidade. Na escritura Abertura dos Olhos consta a seguinte passagem: O Sutra Shinjikan afirma: Se deseja compreender as causas que existiram no passado, veja os resultados que so manifestados no presente. E se desejar compreender quais resultados sero manifestados no futuro, olhe as causas que existem no presente. (END, vol. 2, pg. 164.) Fontes da pesquisa: Terceira Civilizao edio no 369, maio de 1999, Causa e efeito: A lei mais rigorosa da vida. Guia Prtico do Budismo.

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Lei de Causa e Efeito (2)(Brasil Seikyo, edio n 1594, 10/03/2001, pgina 6.) Um ponto importante ao analisarmos a Lei de Causa e Efeito que ela reside em nossa prpria vida e no em algum outro lugar. Em outras palavras, fazemos as causas que queremos e recebemos os efeitos que merecemos. Por mais que ningum saiba ou veja o que fazemos, tudo registrado nas profundezas de nossa vida. O budismo considera no somente esta vida mas tambm todas as incontveis existncias j vividas desde o infinito passado. Nascemos, vivemos e morremos inmeras vezes mas, o nosso eu fundamental permanece como essncia eterna da vida. Para entender os resultados da nossa vida, importante analisar as causas que geramos constantemente, desde o infinito passado. Para simplificar, de maneira superficial, classifiquemos todas essas causas em positivas e negativas. Figurativamente, colocando as causas negativas num prato da balana e no outro prato as causas positivas, podemos analisar o seguinte: Se o prato de causas positivas pender mais, isto significa que so mais causas positivas do que negativas. Ento, desfrutaremos dos efeitos positivos de todas essas causas. Isso no quer dizer que as causas negativas no tero seus efeitos. Se existe a causa, o efeito se manifesta infalivelmente, cedo ou tarde, em algum momento da vida. Mas, como os efeitos positivos so mais abundantes devido ao balano positivo das causas acumuladas, a vida ter mais felicidade que sofrimentos. Seguindo o mesmo raciocnio, se o prato da balana pender mais para o lado das causas negativas, significa que foram feitas mais causas negativas do que positivas e viveremos uma vida infeliz, arraigada nos numerosos sofrimentos decorrentes dessas causas. Naturalmente, a vida no pode ser equacionada to simplesmente assim. A dinmica da vida avana num complexo emaranhado de fatores interdependentes que estabelece o destino ou carma da pessoa. No entanto, o exemplo da balana ilustra a essncia do processo pelo qual age a Lei de Causa e Efeito. Portanto, independentemente de nossa atual condio de vida, imprescindvel que a cada dia acumulemos mais e mais causas positivas a fim de construir a verdadeira felicidade. Fontes da pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 369, maio de 1999, Causa e efeito: A lei mais rigorosa da vida. Guia Prtico do Budismo.

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Lei de Causa e Efeito (3)(Brasil Seikyo, edio n 1595, 17/03/2001, pgina 6.) Uma vez que temos conscincia de que tudo que vivemos no presente resultados de nossas aes do passado, o que devemos fazer? No podemos ficar numa posio passiva, pois isso no nos levar a lugar algum. Devemos comear a fazer causas positivas que superem as negativas para colhermos resultados positivos no futuro. Na obra Nova Revoluo Humana, o presidente Ikeda enfatiza: O budismo expe que se uma pessoa comete algum mal contra seu semelhante ter de trilhar o curso da infelicidade como resultado dos atos negativos do passado. Entretanto, este apenas um aspecto dos ensinos budistas. Se a vida se restringisse apenas a isso, as pessoas teriam de viver em constante insegurana justamente por no conseguirem saber as causas negativas de existncias passadas, tendo de carregar inclusive um grande complexo de culpa. Alm disso, o destino seria algo previamente delineado e provocaria nas pessoas o desinteresse pela prpria vida, tornando-se adeptas de um modo de vida passivo no qual a nica preocupao seria a de no cometer nenhum mal. O Budismo de Nitiren Daishonin transcende o limite da concepo superficial de causa e efeito, de castigo e recompensa, e revela a natureza real da causalidade e a forma como recuperar o estado de pureza da vida existente desde o infinito passado. Isso significa que uma pessoa deve viver em prol do Kossen-rufu consciente de sua misso como Bodhissattva da Terra. (NRH, vol. 1, pg. 197.) O presidente Ikeda tambm escreveu: O presidente Toda disse o seguinte: Se nessa fria lei de causa e efeito estivesse encerrado todo o budismo, ento teramos de considerar nosso destino fixo e imutvel. Seramos impelidos a viver passiva e timidamente para no cometermos algum outro ato errneo. Uma lei superficial no tem nada a ver conosco que vivemos nos ltimos Dias da Lei. Ns necessitamos de uma lei suprema que nos habilite ultrapassar as barreiras das causas e efeitos para evidenciar a natureza de Buda inata em nossa vida. Foi Nitiren Daishonin quem, respondendo a essa necessidade, estabeleceu a Lei para demolir o destino que continua desde existncias passadas e assim reconstru-lo melhor. Isto , a recitao do Nam-myoho-rengue-kyo a frmula da mudana da vida para um destino melhor. Nitiren Daishonin reformulou a limitada viso da lei de causa e efeito e elucidou a lei da causalidade mais fundamental que permeia as profundezas da vida humana.(...) Mesmo que no tenhamos acumulado boa sorte alguma no passado, a partir do momento em que tomamos f no Gohonzon estaremos dotados da causa e efeito para o estado de Buda. Nesse instante seremos capazes de abrir a porta para um futuro de ilimitada boa sorte. A chave para essa porta a singular palavra f. Numa escritura consta: A lei de causa e efeito como flores e sementes. Suponhamos que algum lance fogo em uma rea de mil milhas de campo de capim seco. Ainda que a chama seja dbil como a luz de um pirilampo, ela instantaneamente consumir uma poro de capim, duas, dez, cem, mil e dez mil pores mais. Todas as plantas de uma rea de dez ou vinte acres sero queimadas em questo de segundos. Conforme essa frase, ainda que uma fraca chama seja jogada em um campo de capim seco, o fogo rapidamente se espalhar por toda a rea. Da mesma forma, a lei budista da causalidade promete-nos que se a nossa f brilhar vigorosamente, nunca falharemos em obter o caminho para um grandioso futuro. como a flor de ltus que floresce apresentando simultaneamente suas sementes. por essa razo que a lei da flor de ltus chamada de lei da simultaneidade de causa e efeito. Aqui se assenta a razo pela qual o budismo de Nitiren Daishonin a mais grandiosa e suprema religio do mundo. (Guia Prtico do Budismo, pgs. 4-5.) Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 369, maio de 1999, Causa e efeito: A lei mais rigorosa da vida. Guia Prtico do Budismo.

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Lei de Causa e Efeito (4)(Brasil Seikyo, edio n 1596, 24/03/2001, pgina 6.) Com a prtica diria do Budismo de Nitiren Daishonin adquirimos fora, coragem e sabedoria para vencer os sofrimentos e abrimos caminhos para viver de forma prazerosa sem as amarras do destino e, ao mesmo tempo, criamos imensurveis causas que traro benefcios para a existncia presente e para as prximas. A partir do momento em que mudamos a nossa maneira de visualizar a realidade, os obstculos e os sofrimentos da nossa vida deixam de ser empecilhos e passam a ser oportunidades para o nosso desenvolvimento. Quando nos conscientizamos verdadeiramente disso, administramos nossa vida de forma diferente e o passado deixa de ser o foco de nossas atenes, pois no temos como apagar as causas realizadas, e passamos a fazer causas positivas para superar as negativas. O presente torna-se nosso palco principal, pois, de acordo com o budismo, o que realizamos agora, neste exato momento, definir todo nosso futuro. Ou seja, quanto mais estivermos conscientes desta rigorosa Lei de Causa e Efeito, nossas atitudes sero mais responsveis, benevolentes e agiremos com o mximo respeito com a nossa vida e a dos demais. Conseqentemente, nossas aes criaro causas para um futuro glorioso, livre do medo e da insegurana e poderemos desfrutar uma felicidade indestrutvel. Nossa vida, apesar de parecer longa, muito curta. Se permanecermos indolentes, ela passar instantaneamente como um sonho. Ns podemos viv-la prazerosa e significativamente ou nos lamentando. No importa que tipo de vida levemos, a rigorosa Lei de Causa e Efeito se manifestar infalivelmente. Portanto, seja qual for a situao atual, podemos tanto dar uma direo de felicidade como de infelicidade ao curso de nossa vida. O presidente Ikeda escreveu: A lei da causalidade no reside em algum outro lugar seno em nossa prpria vida. nossa crena no Gohonzon que faz tudo no Universo funcionar como desejamos. Devem estar firmemente convencidos dos ensinos de Daishonin aqueles que acreditam no Sutra de Ltus reuniro a fortuna de mil milhas distantes.(...) Ns abraamos o Dai-Gohonzon, o supremo objeto de adorao. Nada mais do que um infinito sentimento de gratido me envolve toda vez que leio a passagem do Sutra de Ltus que diz: Se o senhor deseja arrepender-se, sente-se ereto e visualize a verdadeira entidade da vida. Todos os pecados so como gelo e como as gotas de orvalho que rapidamente se evaporam sob os raios do sol da sabedoria. A escritura adverte: No desperdice sua vida com futilidades, pois se arrepender por dez mil anos. Nitikan Shonin declarou na Explanao sobre o Verdadeiro Objeto de Adorao: Uma vez que voc perder seu corpo humano, ser incapaz de recuper-lo, mesmo que tente por dez mil eternidades. No desperdice sua vida com futilidades ou se arrepender por toda a eternidade. (Guia Prtico do Budismo, pgs. 6-8.) Dessa forma, vamos utilizar esta Lei a nosso favor em todos os momentos da vida. Vamos elevar nossa condio de vida por meio da sincera prtica da f, vivendo cada dia com infinita esperana. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 369, maio de 1999, Causa e efeito: A lei mais rigorosa da vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo (1)(Brasil Seikyo, edio n 1597, 31/03/2001, pgina 6.) O Dai-Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo do Verdadeiro Budismo, foi inscrito pelo Buda Original Nitiren Daishonin em 12 de outubro de 1279, legando-o para toda a humanidade. Honzon significa objeto de respeito fundamental, enquanto Go um prefixo honorfico. Nitiren Daishonin revelou a Lei que permeia a vida e o Universo, o Nam-myoho-rengue-kyo, e a incorporou na forma de um mandala chamado de Gohonzon. O prefixo Dai de Dai-Gohonzon significa grande ou supremo, pois antes de inscrev-lo, Nitiren Daishonin j havia inscrito outros Gohonzon que foram concedidos a um limitado nmero de discpulos verdadeiramente devotos. Por ocasio do incidente de Tatsunokuti, em 12 de setembro de 1271, Nitiren Daishonin revelou sua identidade de Buda Original. Quando se encontrava no exlio na Ilha de Sado, escreveu suas mais importantes teses e inscreveu o Gohonzon pela primeira vez. Mais tarde, aps oito anos, ocorreu o histrica Perseguio de Atsuhara, ocasio em que vinte camponeses, discpulos de Nitiren Daishonin, sofreram violentas perseguies por parte das autoridades governamentais devido sua crena no Verdadeiro Budismo, culminando com a execuo dos trs irmos, Jinshiro, Yagoro e Yarokuro. Mesmo sob a ameaa de perder a prpria vida, os discpulos de Nitiren Daishonin no abandonaram a f no Verdadeiro Budismo e, com isso, o Buda percebeu que havia chegado a poca para inscrever o Supremo Objeto de Devoo para a salvao de toda a humanidade e deixou o Dai-Gohonzon dos Trs Grandes Ensinos Fundamentais para a posteridade. Aps inscrever o Dai-Gohonzon, Nitiren Daishonin entregou a um homem chamado Yashiro Kunishigue, do qual no se tem quase nenhuma informao a no ser o fato de que era uma pessoa comum. Este detalhe muito importante para que possamos entender qual a real inteno de Nitiren Daishonin ao inscrever o Dai-Gohonzon. Sobre o significado desse ato, o presidente Ikeda afirma: Nitiren Daishonin no confiou o Dai-Gohonzon aos sacerdotes, aos ricos, aos aristocratas, aos sbios ou aos famosos. Ele escolheu um homem humilde, um homem do povo. Conseqentemente, ele era um representante das massas que, oprimidas pelas autoridades, esto ansiosas por aprender a Lei e prontas a aceitar o sofrimento em prol de um conhecimento maior desta Lei. Estou certo de que este ponto da maior importncia. Nunca devemos duvidar da penetrante sabedoria de Nitiren Daishonin, que compreendia plenamente o desejo das pessoas comuns de viver plenamente e em paz. No devemos esquecer nunca que este o significado fundamental da postura essencial do Budismo de Nitiren Daishonin.(Uma Paz Duradoura, vol. 1, pg. 10.) Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 354, fevereiro de 1998, Gohonzon: O Tesouro da Vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo (2)(Brasil Seikyo, edio n 1598, 07/04/2001, pgina 6.) Para entender a forma como o Gohonzon interage na vida, vejamos a seguinte analogia: Todas as pessoas possuem dentro de si o Nam-myoho-rengue-kyo, ou a natureza de Buda. No entanto, esse estado invisvel e no o enxergamos com os olhos de mortal comum. Da mesma forma que necessrio um espelho para melhor se arrumar, tambm preciso de algo para enxergar a natureza de Buda inerente na vida. O Gohonzon pode ser comparado a um poderoso espelho que revela o Nam-myoho-rengue-kyo inerente na vida de cada pessoa. Embora esta Lei Suprema esteja dentro de cada um, impossvel evidenci-la sozinho. Somente Nitiren Daishonin, por ser o Buda Original, pde faz-lo. E para todas as pessoas atingirem o estado de Buda, Daishonin incorporou sua prpria vida ao Gohonzon. Na escritura Resposta a Kyoo, Daishonin escreveu: Eu, Nitiren, inscrevi minha vida em sumi, assim, creia no Gohonzon com todo seu corao. O corao do Buda o Sutra de Ltus, mas a vida de Nitiren no nenhuma outra seno o Nam-myoho-rengue-kyo. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 276.) Com essas palavras, ele incentiva a crer no Gohonzon existente dentro de cada um. claro que o Gohonzon inerente em nossa vida no tem a mesma aparncia do Gohonzon consagrado nos lares, porm, apesar de ser invisvel aos olhos, possui o mesmo valor. Em outras palavras, existe em cada pessoa algo to precioso e respeitoso como o prprio Gohonzon. Portanto, a f no Gohonzon se d em razo do quanto a pessoa preza sua prpria vida. Takehisa Tsuji, dirigente veterano da Soka Gakkai, exemplifica a importncia da f no Gohonzon com as seguintes palavras: Ao ver botes de cerejeira, o senhor pode pensar: Que lindo! Os botes de cerejeira so algo externo e o prazer de ach-lo bonito surge de seu interior. Os japoneses, tradicionalmente, gostam de admirar a Lua. A Lua algo externo, mas o sentimento de prazer uma funo interna. Os cds de msica esto fora de ns, mas a sensao que produzem uma experincia interna. Da mesma forma, quando se forma uma relao com o Gohonzon manifesta-se o estado de Buda de seu interior. Ns estabelecemos esse relacionamento por meio de nossa orao mental, verbal e fsica, em outras palavras recitando o Gongyo. O senhor Tsuji complementa com a seguinte orientao: Entre as pessoas que fazem o Gongyo, algumas alcanam imediatamente os benefcios, enquanto outras parecem receber muito pouco. Qual a diferena entre elas? A maior diferena est na orao com real convico e alegria, seja qual for a circunstncia em que se encontre. Quando uma pessoa ora com esse sentimento, o estado de Buda inerente manifesta-se na vida e ela recebe benefcios. Porm, enquanto orar relutantemente, no receber os benefcios que almeja. Isso no culpa de Nitiren Daishonin, mas da prpria convico e alegria da pessoa. Em outras palavras, quantos benefcios receber depende de cada pessoa, e no do Gohonzon. Sobre esse mesmo assunto, o presidente Ikeda enfatiza: A Lei Mstica invisvel. Apesar disso, no h dvidas sobre sua existncia. Nitiren Daishonin revelou o Supremo Objeto de Devoo, o Gohonzon, na forma de um mandala para extrairmos e manifestarmos o poder da Lei Mstica de nossa vida. por isso que o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, exps esse fato de uma maneira fcil de compreender, dizendo: Perdoem-me por utilizar uma analogia to simples, mas o Gohonzon pode ser comparado a uma mquina de fazer felicidade. Quando fazemos o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fuso com o macrocosmo do Universo. (Brasil Seikyo, edio no 1.484, 14 de novembro de 1998, pg. 3.) Assim, vamos manifestar o potencial mximo inerente na vida, o estado de Buda, por meio de oraes sinceras e repletas de convico. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 354, fevereiro de 1998 Gohonzon: O Tesouro da Vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo (3)(Brasil Seikyo, edio n 1599, 14/04/2001, pgina 6.) O Gohonzon concedido atualmente pela SGI aos membros e consagrado nos lares uma transcrio do DaiGohonzon de Nitiren Daishonin feita por Nitikan Shonin, conhecido como o restaurador do Verdadeiro Budismo. Esse Gohonzon tem a forma de um mandala e nele esto contidos vrios caracteres. Alguns desses caracteres representam personagens histricos, figuras msticas ou deuses budistas. Nitiren Daishonin utilizou-os para representar as funes do Universo e de nossa vida. Todas essas funes esto reunidas em torno da Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Portanto, o Gohonzon a personificao da vida do Buda dentro de ns. No centro do Gohonzon, de cima para baixo, est escrito, em destaque, Nam-myoho-rengue-kyo Nitiren. Esses caracteres ilustram a unicidade de Pessoa e Lei e significam que a vida de Nitiren Daishonin incorpora a Lei Mstica. Demonstra tambm que, fundamentalmente, nossa vida e a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo so unas e inseparveis, conforme Nitiren Daishonin comprovou durante toda sua vida. Em outras palavras, a inscrio Nammyoho-rengue-kyo Nitiren ensina que todas as pessoas possuem qualidades idnticas s do Buda Original. esquerda e direita da inscrio Nam-myoho-rengue-kyo Nitiren esto vrias figuras budistas representando os Dez Mundos. O Buda as incluiu no Gohonzon para mostrar que at sua vida contm inerentemente os nove mundos inferiores. Alm disso, ao escrever Nam-myoho-rengue-kyo Nitiren em destaque no centro, com os outros caracteres menores ao redor, Daishonin representa graficamente a iluminao dos nove mundos inferiores por meio da Lei Mstica. Na escritura Resposta Dama Nitinyo, Nitiren Daishonin afirma: Banhados pela brilhante luz dos cinco caracteres da Lei Mstica, eles revelam a natureza iluminada que possuem inerentemente. Este o Verdadeiro Objeto de Devoo da f. (The Major Writing of Nichiren Daishonin, vol. 1, pg. 212.) No Gohonzon transcrito por Nitikan Shonin, os Dez Mundos so representados em dois grupos: os Quatro Nobres Caminhos (Erudio, Absoro, Bodhisattva e Buda) e os Seis Caminhos Inferiores (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqilidade e Alegria). Os Quatro Nobres Caminhos so representados por Sakyamuni e Taho, que representam o estado de Buda; e pelos quatro lderes dos Bodhisattvas da Terra Jogyo, Muhengyo, Anryugyo e Jyogyo. Os Seis Caminhos Inferiores so representados por figuras indicando os estados de Alegria, Animalidade e Fome. O estado de Alegria, por exemplo, indicado pelos Quatro Reis Celestiais Grande Rei Celestial Ouvidor de Muitos Ensinos (Dai Bishamon Tenno), Grande Rei Celestial Defensor da Nao (Dai Jikoku Tenno), Grande Rei Celestial da Ascenso e do Progresso (Dai Zojo Tenno) e Grande Rei Celestial de Ampla Viso (Dai Komoku Tenno) e tambm pelo Grande Rei Celestial do Sol (Dai Nittenno), Grande Rei Celestial da Lua (Dai Gattenno), Grande Rei Celestial das Estrelas (Dai Myojo Tenno) e o Rei Demnio do Sexto Cu (Dai Rokuten no Mao). O estado de Animalidade representado pelos Oito Grandes Reis-Drages (Hati Dai-ryu-), e o da Fome pelo Demnio Feminino Kishimojin e suas Dez Filhas (Jurassetsuny). Assim, no Gohonzon esto simbolizados todos os Dez Mundos, assim como todas as funes do Universo, que por sua vez so iluminadas pela Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Essa totalidade da vida expressa no Gohonzon o que o torna absoluto. Isso explica o porque de no adorarmos imagens, como por exemplo, a figura do Buda sentado, que representa o estado de Alegria (Buda Amida); a do Cristo na cruz, representando o estado de sofrimento, entre outros. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 354, fevereiro de 1998 Gohonzon: O Tesouro da Vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo (4)(Brasil Seikyo, edio n 1600, 21/04/2001, pgina 6.) A compreenso do Gohonzon no deve ser analisada meramente sob o ponto de vista do sentido literal dos caracteres nele contidos. A simples capacidade de ler o que est escrito no Gohonzon no traz nenhum benefcio, tampouco significa que a pessoa realmente o compreende. Na escritura Resposta Dama Nitinyo, Nitiren Daishonin observa: neste sentido que o Gohonzon chamado de mandala, em snscrito, e indicativo de perfeitamente dotado e total concentrao de benefcios. Este Gohonzon existe unicamente na palavra f, tal como o sutra ensina: Pode-se penetrar atravs da f. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 326.) Em nossa prtica diria do Gongyo, no captulo Hoben, lemos a frase i-shu-nan-gue, que significa ainda que seja difcil compreender sua inteno. Na Preleo dos Captulos Hoben e Juryo consta: Sobre o significado do trecho ainda que seja difcil de compreender sua inteo, o presidente Toda esclareceu: Enquanto o Buda v o que est para acontecer, para ns o futuro totalmente obscuro e s podemos ver o que j passou. Por essa razo, difcil para ns despertarmos para a essncia do Gohonzon. suficiente acreditarmos sinceramente no Gohonzon, no importando o qu. Se assim procedermos, ento infalivelmente receberemos benefcios. De nada adiantar se duvidarmos no meio do caminho.(...) A inteno de Nitiren Daishonin possibilitar todas as pessoas a tornarem-se budas. Portanto, impossvel que aqueles que abraam o budismo por toda a vida no atinjam a verdadeira felicidade. Contudo, no curso de nossa prtica, vrios acontecimentos ocorrem devido a causas negativas e tendncias de nossa prpria vida. Pode haver ocasies em que pensamos: O que fiz para merecer isso? No entanto, no devemos ser influenciados a cada vez que essas situaes ocorrerem, pois so uma certeza de que seremos felizes no final. Devemos considerar tudo o que nos ocorre como parte de nossa prtica para atingir a felicidade, como nosso treinamento. Se assim fizermos, ento, mais tarde, compreenderemos o profundo significado e a inteno de cada um desses acontecimentos. (Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, pg. 78.) Em outro trecho tambm consta: Nossa vida passa a ser o Gohonzon quando realizamos a prtica da Lei Mstica para ns mesmos e para os outros. Ns podemos realmente fazer com que nossa vida brilhe como a entidade da Lei Mstica. O presidente Toda disse: O Gohonzon penetra totalmente em nossa vida quando adoramos e recitamos o Nammyoho-rengue-kyo. Quando abrimos os olhos e observamos o Universo, ali encontramos o Gohonzon. E quando fechamos os olhos e contemplamos o interior de nosso ser, o Gohonzon tambm aparece ali claramente, com uma fora cada vez mais poderosa e um brilho cada vez mais resplandecente. (Ibidem, pg. 126.) Dessa forma, o que torna possvel estabelecer o Nam-myoho-rengue-kyo no centro de nossa vida, iluminando nossas condies inferiores, exatamente o poder da f e a prtica para si e para os outros. Por isso, devemos desafiar a dar continuidade em nossa prtica ao Gohonzon com a firme convico de que todos esto plenamente dotados com o mais supremo tesouro que o estado de Buda. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 354, fevereiro de 1998 Gohonzon: O Tesouro da Vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gohonzon, o Supremo Objeto de Devoo (5)(Brasil Seikyo, edio n 1601, 28/04/2001, pgina 6.) Vejamos agora como, em termos concretos, o Gohonzon age para salvar as pessoas da infelicidade. Quando uma pessoa recita o Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon, ela faz manifestar o estado de Buda e capaz de vencer quaisquer obstculos e dificuldades por meio da fora vital e da sabedoria que surgem. Por exemplo, no alpinismo, para uma pessoa sem habilidade e resistncia fsica, o empreendimento pode lhe custar a vida. Mas para um alpinista com habilidade, uma aventura emocionante, cheia de desafios e satisfaes. As dificuldades da vida so como os perigos ao escalar uma montanha traioeira. Quando elas so enfrentadas por uma pessoa repleta de fora vital e sabedoria adquiridas com a recitao do Daimoku ao Gohonzon, transformam-se em tijolos que edificaro um carter verdadeiramente humano. O Gohonzon no livra as pessoas de seus problemas. Porm, faz com que elas despertem para a sabedoria e para a energia vital inerentes em sua vida para enfrentarem as barreiras que surgem em seu caminho com mais tranqilidade. O budismo no leva o ser humano a buscar uma existncia utpica e livre de sofrimentos. Pelo contrrio, a viso budista da vida muito mais realista, pois ensina que as pessoas, por serem as criadoras do prprio carma, devem permanecer firmes e desafiar a recitao do Daimoku para superar o mau carma criado. Assim, o Gohonzon possibilita s pessoas estabelecerem uma atitude forte e positiva perante a vida, fazendo com que os obstculos e os sofrimentos se tornem desafios e no influncias negativas que as conduzem para a infelicidade. Nesse sentido, o Gohonzon pode ser comparado a um mapa que indica a localizao do supremo tesouro da vida e do universo a Lei Mstica de Nam-myoho-rengue-kyo. Esse mapa nos revela que o tesouro pode ser encontrado dentro de ns mesmos. Para aqueles que conseguem compreender este significado, o Gohonzon no apenas um pedao de papel, mas sim um objeto inestimvel, um tesouro representado pela condio suprema e pelo infinito potencial da prpria vida. Entretanto, para aqueles que no conseguem captar essa mensagem, o valor do mapa se reduz a um mero pergaminho. Na escritura Resposta Dama Nitinyo, Nitiren Daishonin afirma: Nunca procure o Gohonzon em outros lugares. Ele somente pode habitar no corao das pessoas comuns como ns que abraam o Sutra de Ltus e recitam o Nam-myoho-rengue-kyo. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 325.) Na Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, consta a seguinte passagem: O Gohonzon que adoramos a vida de benevolncia e sabedoria de Nitiren Daishonin. Em uma explanao, o presidente Toda observou: Quando recitamos respeitosamente o Daimoku ao Gohonzon e despertamos a vida do Gohonzon em ns mesmos, o poder do Gohonzon evidencia-se profusamente em nossa vida, porque a nossa vida o Nam-myoho-rengue-kyo. Quando isso ocorre, livramo-nos dos grandes erros em nossos julgamentos com relao s questes da sociedade ou quaisquer outras. Por meio da f, evidenciamos o poder do Gohonzon em nossa vida, e isso nos possibilita trilhar sem erro nosso caminho pelo mundo. isso o que viemos enfatizando. Vamos conduzir uma vida livre de erros com nossa crena no Gohonzon. (Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, pg. 201.) Assim, cientes de que a vida o maior tesouro do universo e possui um valor inestimvel, vamos nos dedicar em nossas oraes ao Gohonzon para manifestarmos um aspecto de realizaes e de vitrias, superando todos os tipos de dificuldades e trilhando o mais correto caminho em nosso dia-a-dia. Fontes de pesquisa: Terceira Civilizao, edio no 354, fevereiro de 1998 Gohonzon: O Tesouro da Vida. Guia Prtico do Budismo.

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Gongyo (1)(Brasil Seikyo, edio n 1602, 05/05/2001, pgina 7.) O Gongyo a prtica fundamental realizado diariamente de manh e noite pelos praticantes do Budismo de Nitiren Daishonin. Consiste em recitar trechos dos captulos Hoben e Juryo, respectivamente o 2o e o 16o captulos do Sutra de Ltus. A recitao do Gongyo e do Daimoku constitui a base da f e a mais importante cerimnia de devoo ao Gohonzon. Por meio do Gongyo e do Daimoku, podemos unificar nossa vida com o Gohonzon e extrair incontveis benefcios. Gon de Gongyo significa exercitar-se diligentemente, e gyo significa cumprir. Portanto, o Gongyo significa prtica assdua que deve ser realizada diariamente sem ser dominado pela preguia ou negligncia. O ritmo dirio embasado nessa prtica assdua vital para estabelecer um ritmo de avano. Com essa prtica manifestamos o estado de Buda inerente em nossa vida e estabelecemos um progresso cada vez maior. Sob outro ponto de vista, a prtica do Gongyo pode ser comparada a uma tarefa para absorver a inesgotvel fora da Lei Mstica a terra-me da vida do universo para fortalecer nossa prpria vida. De toda forma, evidenciando a natureza de Buda inerente na vida, criamos uma condio inabalvel e nos tornamos fortes para no sermos arrastados pelo prprio carma e pelas maldades. Portanto, com a prtica diria do Gongyo, desenvolvemos a determinao de transformar nosso mau carma, revelando a sabedoria, manifestando a benevolncia e realando a energia vital e a criatividade para colocar nossa vida no curso da felicidade absoluta. A base da prtica da f est no Gongyo da manh e da noite realizado com prazer. O Gongyo da manh decide a vitria do dia e o Gongyo da noite a partida para o dia seguinte. Podemos dizer que o ato de realizar o Gongyo da manh e da noite o ponto de partida para que possamos estabelecer um ritmo na vida diria buscando a prpria revoluo humana. No livro Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, consta: O Gongyo e o Daimoku so as razes que, como tais, possibilitam que os senhores se desenvolvam em uma grande rvore. Sua rvore da vida torna-se forte e robusta como resultado cumulativo da prtica contnua do Gongyo e do Daimoku. Embora seja impossvel enxergar quaisquer mudanas de um dia para o outro, sua vida ir se tornar um dia altiva e vasta como uma grande rvore devido aos nutrientes dirios que uma prtica consistente produz. Ao realizarem uma prtica resoluta, os senhores desenvolvero uma condio de vida de felicidade absolutamente indestrutvel. (Pg. 43.) Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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Gongyo (2)(Brasil Seikyo, edio n 1603, 12/05/2001, pgina 7.) A realizao do Gongyo deve ser considerada como uma das cerimnias mais fundamentais da prtica do budismo, durante a qual manifestamos nossa gratido e oferecemos nossa orao ao Gohonzon. Sendo assim, ao realizarmos o Gongyo importante observar se a forma como nos vestimos diante do Gohonzon est adequada, a forma de sentar-se a coluna deve estar ereta e as palmas das mos posicionadas juntas na altura entre a boca e o peito e, principalmente, se nos concentramos na orao. O presidente Ikeda orienta: A recitao do Gongyo e do Daimoku uma cerimnia na qual louvamos o Buda Original e a grande Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Pode-se dizer que o Gongyo um poema ou uma cano que louva ao mximo o Nam-myoho-rengue-kyo, a Lei fundamental do Universo, e o Buda. Ao mesmo tempo, quando realizamos o Gongyo, tambm louvamos a vida eterna do Universo e o estado de Buda de nossa prpria vida. (Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, pg. 45.) E continua: A recitao do Gongyo e do Daimoku representa uma sublime cerimnia na qual o microcosmo de nossa vida entra em harmonia com o ritmo fundamental do macrocosmo, o Universo. Juntamos as palmas de nossas mos em orao diante do Gohonzon e recitamos o Gongyo e o Daimoku. Assim, nossas vozes alcanam os budas, os bodhisattvas e as divindades celestiais as funes protetoras do Universo. Embora no possamos vlos, eles nos rodeiam e nos protegem do perigo. Ficamos envoltos por eles. Quando realizamos o Gongyo da manh, voltamo-nos para o leste e saudamos o Sol, que representa todas as divindades celestiais, e quando o fazemos, oferecemo-lhes um pouquinho da Lei. Assim, quando nos posicionamos novamente de frente para o Gohonzon, todas as divindades celestiais do Universo juntam-se a ns na mesma direo, com as palmas unidas em reverncia, prontas a trabalhar em nosso favor. algo extraordinrio recitar Daimoku! Todas as funes protetoras os budas, bodhisattvas e as divindades celestiais tornam-se nossos aliados. por essa razo que possumos o poder e a capacidade de conduzir a humanidade felicidade, e tambm por isso que temos essa misso. (Brasil Seikyo, edio no 1.539, 15 de janeiro de 2000, pg. 4.) Afirma ainda: Endireitar as costas, manter-se ereto e o peito erguido no somente faz com que paream mais jovens e atraentes como tambm melhora a sade e estimula os nervos do corpo humano. Fazer o Gongyo com uma postura correta, portanto, melhora sua aparncia geral. At mesmo aos setenta ou oitenta anos de idade, podero manter uma tima e bela postura se se esforarem. (Ibidem, edio no 1.323, 10 de junho de 1995, pg. 3.) Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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Gongyo (3)(Brasil Seikyo, edio n 1604, 19/05/2001, pgina 6.) O tom de voz na realizao do Gongyo no deve ser muito alto e nem muito baixo. No deve ser muito rpido nem muito lento. Porm, se a voz for fraca, sem energia vital, no se pode transformar o carma e nem vencer a natureza malfica da prpria vida. Por outro lado, uma voz demasiadamente alta pode perturbar familiares e os vizinhos. A recitao do Gongyo deve ser feita com uma tonalidade forte e ressoante. O presidente Ikeda orienta: A voz executa o trabalho do Buda. O trabalho do Buda em prol do Kossen-rufu somente avana quando bradamos com toda energia, quando empregamos ativamente nossa voz para esse fim. O mesmo se aplica ao Gongyo. Espero que realizem o Gongyo com uma voz vibrante e repleta de energia positiva e vigorosa, e no com uma voz cansada, fraca e desanimada. No existe alegria maior do que recitar o Daimoku. Uma voz que recita a Lei Mstica alcana instantaneamente os recantos mais longnquos do Universo. Quanto mais recitarmos Daimoku e ensinarmos aos outros a fazerem o mesmo, mais rpido alcanaremos um estado de vida que nos possibilitar percorrer livremente o Universo com perfeita serenidade e liberdade. A recitao do Daimoku a fonte de boa sorte e de infinita energia vital que abarca as trs existncias do passado, presente e futuro. (Brasil Seikyo, edio no 1.475, 5 de setembro de 1998, pg. 3.) Em todo caso, o mais importante realizar o Gongyo com a determinao de unir a natureza de Buda inerente em nossa vida com a do Gohonzon. A natureza de Buda oculta aos nossos olhos. Porm, quando oramos ao Gohonzon manifestamos essa condio inerente na nossa vida. Entre as pessoas que realizam o Gongyo, algumas alcanam imediatamente os benefcios, enquanto outras parecem receber poucos. Qual a diferena entre elas? A diferena est na determinao da orao. A real convico e a alegria na orao, independentemente da circunstncia em que se encontre, o que faz a diferena. Quando uma pessoa ora com alegria e fora, o estado de Buda inerente se manifesta e ela ser capaz de conquistar um grande benefcio. Por outro lado, enquanto orar relutantemente no poder receber os benefcios que almeja. Vamos, em primeiro lugar, nos habituar a realizar o Gongyo da manh e da noite diariamente cada vez mais cheio de alegria, tal como o galopar de um corcel branco. Vamos superar as foras negativas existentes em nosso corao que impedem nossa prtica. Enfim, vamos nos esforar na prtica vitoriosa do Gongyo e do Daimoku! Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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Gongyo (4)(Brasil Seikyo, edio n 1605, 26/05/2001, pgina 6.) A leitura dos captulos Hoben e Juryo do Sutra considerada prtica complementar e a recitao do Nam-myohorengue-kyo, a prtica principal. O 26o sumo prelado Nitikan Shonin explicou a relao entre essas duas prticas fazendo uma analogia com o alimento e o tempero. O arroz ou as massas, que so a fonte principal dos nutrientes, ao serem cozidos so complementados pelo sal e pelo vinagre, que do melhor sabor ao alimento. Da mesma forma, embora o benefcio da prtica principal da recitao do Daimoku seja imenso, a prtica complementar da recitao dos captulos Hoben e Juryo aumenta e acelera este poder benfico da prtica principal. O Buda Original Nitiren Daishonin definiu como prtica complementar a recitao de trechos do Sutra de Ltus por representar o propsito do advento do Buda Sakyamuni. E, dos 28 captulos do Sutra de Ltus, o captulo Hoben representa a essncia do ensino terico e o captulo Juryo, a essncia do ensino fundamental. Na escritura A Recitao dos Captulos Hoben e Juryo, em resposta a uma pergunta formulada por uma senhora quanto aos captulos do Sutra de Ltus que deveria ler diariamente, Nitiren Daishonin a orienta com as seguintes palavras: Conforme eu disse antes, embora nenhum captulo do Sutra de Ltus seja desprezvel, entre todos os 28 captulos, o Captulo Hoben e o Captulo Juryo so particularmente importantes. Os captulos restantes so todos, de certo modo, os ramos e as folhas desses dois captulos. Portanto, para a sua recitao regular, eu recomendo que pratique a leitura das partes em prosa dos captulos Hoben e Juryo. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 6, pg. 69.) Quanto atual forma da prtica do Gongyo, cinco oraes pela manh e trs noite, um aspecto formal que foi criado posteriormente. De acordo com os estudiosos da histria do Budismo de Nitiren Daishonin, uma forma mais prxima da atual prtica do Gongyo constitudo de cinco oraes pela manh e trs noite foi estabelecida na poca do 26o sumo prelado Nitikan Shonin, no incio do sculo XVIII. Entretanto, at a poca anterior ao surgimento da Soka Gakkai, a prtica do Gongyo era considerada uma cerimnia fechada e restrita ao mundo dos clrigos. Foi a prpria organizao leiga Soka Gakkai que, em torno do segundo presidente Jossei Toda, definiu a realizao da prtica diria do Gongyo, de cinco oraes pela manh e trs noite, por todos os seus membros. E, assim, criouse nos dias de hoje esta situao indita na histria do budismo, em que mais de dez milhes de pessoas em todo o mundo praticam convictamente o Gongyo, recitando diariamente os captulos Hoben e Juryo, seguindo fielmente os ensinamentos do Buda Original Nitiren Daishonin. Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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Gongyo (5)(Brasil Seikyo, edio n 1606, 02/06/2001, pgina 6.) Quando iniciamos a prtica do budismo, um dos primeiros passos aprender a recitao do Gongyo que, para a maioria das pessoas, parece uma tarefa bastante rdua. No incio, normal sentirmos uma grande dificuldade para ler e pronunciar as palavras e frases, e acabamos cometendo muitos erros, alm de levarmos um tempo demasiadamente longo para realiz-lo. Porm, o primordial a sinceridade e a persistncia na prtica do Gongyo. Aos poucos, as frases difceis e as palavras com sons estranhos tornam-se parte da nossa vida e passam a ser to naturais como a respirao, a alimentao e o sono. Fazendo uma analogia, o Gongyo como o alimento para sobreviver, ou o treino dirio de um atleta para conquistar a vitria, ou o ato de estudar continuamente para se desenvolver. Em outras palavras, para atingir a felicidade absoluta, devemos acumular boa sorte constantemente empreendendo um grande esforo na realizao do Gongyo dirio. Recomenda-se aprender o Gongyo passo a passo, por exemplo, com a leitura de uma ou de algumas pginas de cada vez. Um outro fator importante a constante participao nas reunies, pois com a recitao em conjunto com outras pessoas, pode-se assimilar tanto o ritmo como a pronncia da forma mais correta possvel. De toda forma, com a sinceridade e a persistncia em aprender o Gongyo podemos conquistar todos os benefcios. Um outro ponto que devemos sempre atentar o da regularidade e da constncia da nossa prtica diria do Gongyo. Muitas vezes, mesmo tendo a plena compreenso da importncia da recitao do Gongyo e do Daimoku, somos dominados pela prpria fraqueza e acabamos no realizando a prtica. Na verdade, somente com coragem e forte vontade de manter a prtica diria que conseguimos superar as fraquezas inerentes em nossa vida. Para se cultivar isso, importante que se estabelea objetivos concretos na prtica da f e orar profundamente ao Gohonzon. O presidente Ikeda certa vez orientou: importante que nossas oraes sejam especficas e concretas. Uma atitude vaga e dispersa durante a orao como atirar uma flecha sem mirar o alvo. Devem orar com uma forte e apaixonada determinao de concretizar sua orao. Aquele que pensa levianamente Se eu orar, tudo correr bem, est demonstrando apenas um desejo. Uma fervorosa orao a orao do fundo do corao e com toda a vida ser infalivelmente comunicada ao Gohonzon. Outro ponto importante que, medida que o foco de nossas oraes se expande, incluindo no apenas nossos prprios desejos como tambm a felicidade de nossos amigos, de nossa famlia, de nossos colegas de classe, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes tambm se expandiro, bem como nossa grandeza como seres humanos. (Brasil Seikyo, edio no 1.516, 24 de julho de 1999, pg. 4.) Portanto, enaltecendo o esprito de f, vamos realizar o Gongyo e o Daimoku diariamente e edificar um novo amanhecer na vida, evidenciando a verdadeira natureza de Buda e a cada dia consolidar a maneira mais elevada de viver. Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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Gongyo (6)(Brasil Seikyo, edio n 1607, 09/06/2001, pgina 6.) Quando iniciamos a prtica do Gongyo, comum questionarmos como ela pode produzir benefcios se no entendemos seu significado. Para explicar esta questo, Nitiren Daishonin escreveu: Um beb no sabe a diferena entre a gua e o fogo, e no pode distinguir o veneno do remdio. No entanto, ao sugar o leite, sua vida nutrida e sustentada. Da mesma forma, mesmo que uma pessoa no seja versada nos sutras, se ouvir mesmo um caractere ou uma frase do Sutra de Ltus, no deixar de atingir o estado de Buda. (Gosho Zenshu, pg. 1.046.) Sobre isso, o presidente Ikeda tambm orienta: Os ces tm uma linguagem do mundo dos ces, e os pssaros, uma linguagem do mundo dos pssaros. Embora as pessoas no compreendam essas linguagens, os ces e os pssaros certamente se comunicam uns com os outros de sua espcie. Alm disso, ainda que algumas pessoas no compreendam os termos cientficos ou uma lngua estrangeira, certamente outras podem comunicar-se perfeitamente bem por meio dessas linguagens. De forma semelhante, pode-se dizer que, quando estamos realizando o Gongyo e recitando o Daimoku, estamos nos expressando na linguagem do mundo dos budas e dos bodhisattvas. Mesmo que os senhores no compreendam o que esto dizendo, suas vozes com certeza atingem o Gohonzon, todos os deuses budistas e todos os budas e bodhisattvas das trs existncias e das dez direes; e, em resposta, todo o Universo envolve os senhores com a luz da boa sorte. (Preleo dos Captulos Hoben e Juryo, pgs. 4445.) Por fim, para entendermos o significado das oraes silenciosas que oferecemos mentalmente no Gongyo, o presidente Ikeda afirma: As oraes silenciosas so oferecidas de corao. Por isso, mesmo que estejamos lendo mentalmente o texto das oraes silenciosas, o contedo delas ser o sentimento que ocupa o nosso corao nesse momento. O presidente Toda disse: Como somos seres humanos, natural que durante a recitao do Daimoku nos ocorram vrios pensamentos. Mas, se orarmos com seriedade e sinceridade, gradativamente conseguiremos nos concentrar totalmente no Gohonzon. Se fizermos Daimoku com essa atitude, nossas vrias preocupaes do cotidiano sero resolvidas. Nesse momento, para dar um exemplo, as lamentaes de sua esposa ou de seu marido passaro a soar como uma serena cano de ninar. Por isso, ao oferecermos as oraes silenciosas, vamos procurar ser cuidadosos. Os sentimentos que ocupam nosso corao so fielmente transmitidos ao Gohonzon. Se durante as oraes silenciosas pensamos: Esse sujeito um verdadeiro tratante, ento embora estejamos lendo as palavras do texto das oraes, o sentimento de nosso corao de que fulano um verdadeiro tratante que passa a ser nossa orao ao Gohonzon. Oferecer as oraes silenciosas da forma correta uma luta decisiva. As oraes que oferecemos refletem nosso estado de vida. Elas tm de ser concretas, srias, sinceras e determinadas. Seja no momento da recitao do Daimoku, seja no momento do oferecimento das oraes silenciosas, o mais importante orar com determinao. As oraes no devem ser vagas nem abstratas. Os budas e os deuses protetores agem em resposta s oraes sinceras e srias, que surgem das profundezas da vida. (Ibidem, pgs. 324325.) Enfim, dia aps dia, vamos aprimorar a pureza, a sinceridade e a seriedade na prtica do Gongyo e do Daimoku para usufruirmos de extraordinrios benefcios em nossa vida. Fontes de pesquisa: Guia Prtico do Budismo e Preleo dos Captulos Hoben e Juryo.

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F, prtica e estudo - definio (1)(Brasil Seikyo, edio n 1608, 16/06/2001, pgina A6.) O princpio de f, prtica e estudo fundamental para a prtica correta do Budismo de Nitiren Daishonin. A f corresponde ao ato de acreditar nos ensinos de Daishonin como a mais elevada religio dos ltimos Dias da Lei (Mappo). A prtica consiste em praticar o budismo em exata conformidade com seus ensinamentos. O estudo refere-se ao ato de buscar o aprendizado dos ensinamentos budistas. Quando se falha em qualquer um desses trs itens, no possvel desenvolver uma correta prtica do Verdadeiro Budismo. Nitiren Daishonin definiu o princpio de f, prtica e estudo da seguinte forma: Creia no Gohonzon, o maior Objeto de Devoo do mundo. Esforce-se destemidamente para forjar uma f suficientemente forte, para receber a proteo de Sakyamuni, Taho e todos os outros budas. Exera-se nos dois caminhos da prtica e do estudo. Sem estes dois, no pode haver budismo. No somente o senhor deve perseverar, mas tambm deve ensinar os outros. Tanto a prtica como o estudo surgem da f. Deve contar aos outros com o melhor da sua habilidade, mesmo que seja somente a respeito de uma nica sentena ou frase. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 369.) Essa frase ensina que o Gohonzon o Supremo Objeto de Devoo da prtica budista e que nossa f nele deve ser suficientemente forte para gerar a proteo das funes protetoras do universo. Daishonin enfatiza tambm a importncia do empenho concreto na prtica e no estudo tendo a f como base. O budismo bastante rigoroso nesse princpio. Mesmo que uma pessoa acredite no Gohonzon, mas no se empenha na prtica, sua crena no vai alm de f meramente terica. uma f que no se enquadra no padro da crena budista. Para aprofundar a f e fortalecer a prtica, necessrio buscar o correto aprendizado nos ensinamentos de Nitiren Daishonin. Isso corresponde ao estudo. Numa analogia simples, o princpio de f, prtica e estudo pode ser comparado s partes de um automvel. A f pode ser comparada ao motor, que a fora motriz que libera a energia para que ele possa se movimentar. A prtica corresponde s rodas, que o possibilitam movimentar-se. Sem a prtica no h progresso dentro do budismo. O estudo direciona a prtica budista, tal como o volante do carro que faz com que ele se movimente na direo desejada. Assim, da mesma forma que um automvel, no possvel a algum cumprir sua misso com a falta de uma das partes. A f, a prtica e o estudo so indispensveis para uma correta prtica do budismo.

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F, prtica e estudo (2)(Brasil Seikyo, edio n 1609, 30/06/2001, pgina A6.) A f manifesta-se na vida diria Na escritura Resposta Dama Nitinyo, Nitiren Daishonin definiu a f da seguinte forma: O mais importante recitar o Nam-myoho-rengue-kyo de tal modo que possa alcanar o estado de Buda. Tudo depende da fora de sua f. O budismo toma a f como a fonte fundamental da iluminao. (As Escrituras de Nitiren Daishonin [END], vol. 1, pg. 326.) Por outro lado, em Carta a Niike, ele escreveu: Conhecimento sem f uma descrio daqueles que podem ser versados no Sutra de Ltus, mas no crem nele. Essas pessoas jamais atingiro o estado de Buda. Aqueles que tem f sem conhecimento podem estar privados do conhecimento, mas eles crem, e podem atingir o estado de Buda. (END, vol. 4, pg. 286.) Sobre isso, o presidente Ikeda orienta: A f, nos ltimos Dias da Lei, se d no reino da realidade, ao invs de no da teoria. Portanto, ns no praticamos a f pela f em si. Esta deve ser enraizada profundamente na vida diria, na sociedade e no curso da existncia humana. Deve possibilitar que as pessoas levem uma vida diria correta, prolonguem a vida e renovem-se continuamente, ao mesmo tempo em que conduzem uma vida ativa, como parte integrante da sociedade. A fonte que torna tudo isso possvel a Lei suprema do Nam-myoho-rengue-kyo... A atitude importante para o que quer que se faa. Isso vale especialmente para a f. No existe f sem a prtica consistente de Gongyo e Daimoku. Mesmo que uma pessoa tenha o Gohonzon, sem uma atitude sincera na f e a ao prtica, grandes benefcios no surgiro. Acima de tudo, no mundo da f, que assegura a nossa felicidade eterna, uma sincera atitude e um esprito de procura so importantes. (Seleo de Orientaes, pgs. 97-98.) Os dois tipos de prtica A prtica do Budismo de Nitiren Daishonin pode ser dividida em dois tipos: prtica individual (jigyo) e prtica altrustica (keta). A prtica individual consiste na recitao diria do Gongyo e do Daimoku ao Gohonzon para beneficiar a si prprio. A prtica altrustica consiste em dedicar-se na propagao do budismo e nas atividades para o desenvolvimento do Kossen-rufu a fim de beneficiar outras pessoas, ou seja, a realizao do Chakubuku. A prtica individual pode ser comparada ao movimento de rotao da Terra em torno do seu prprio eixo e a prtica altrustica, ao movimento de translao em torno do Sol. Na escritura Perguntas e Respostas Sobre Abraar o Sutra de Ltus, Nitiren Daishonin solicita: Recite determinadamente o Nam-myoho-rengue-kyo e recomende aos outros a fazerem o mesmo, isto permanecer como a nica lembrana de sua presente vida no mundo humano. (END, vol. 5, pg. 18.)

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F, prtica e estudo (3)(Brasil Seikyo, edio n 1610, 07/07/2001, pgina A5.) Estudo para aprofundar e fortalecer a f Na escritura Resposta ao Lorde Matsuno, Nitiren Daishonin declara: No importando quo humilde possa ser a pessoa, se a sabedoria desta um mnimo maior que a sua, deve perguntar-lhe a respeito do significado e inteno do sutra. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pg. 377.) E nos Vinte e Seis Artigos de Advertncias de Nikko Shonin consta: Por mais humilde que seja uma pessoa, se ela mais versada no Verdadeiro Budismo, deve louv-la como seu mestre. Nesses trechos, compreendemos a necessidade de forjar um puro esprito de procura ao estudo do budismo. Jamais devemos nos tornar arrogantes e achar que somos superiores aos outros por possuirmos certo conhecimento do budismo. Essa atitude errnea um ato de calnia ao Verdadeiro Budismo. O objetivo do estudo aprofundar a f e fortalecer a prtica. No romance Nova Revoluo Humana, o presidente Ikeda escreveu: O conhecimento sobre o budismo imprescindvel para se distinguir corretamente as qualidades das religies e tambm para discernir claramente o verdadeiro esprito e o ensino de Nitiren Daishonin. O presidente Toda disse que a razo cria a f, e a f busca a razo. Ou seja, aprofundando a razo com o estudo do budismo, fortalece-se tambm a f, e o fortalecimento da f possibilita uma maior profundidade no estudo. Por outro lado, como o corao do ser humano muda com muita facilidade, mesmo uma alegria cheia de ardor pode esfriar com o passar do tempo. Pior ainda quando ocorre uma perseguio religiosa, pois o costumeiro nas pessoas criar logo a dvida na prtica da f. Infelizmente esta a conduta e a natureza do ser humano. Na ocasio daquela grande opresso sofrida pela Gakkai durante a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos discpulos do presidente Makiguti abandonou a f, com exceo do presidente Toda. Eles no conseguiram compreender o porqu de terem de sofrer daquela maneira se haviam iniciado a prtica da f para se tornarem felizes, embora Nitiren Daishonin tivesse elucidado claramente em suas escrituras a razo do surgimento das perseguies. Consequentemente, todos apostaram da f por falta de conhecimento sobre o budismo. Com o estudo do budismo, podemos iluminar o caminho da f pelo qual devemos trilhar como discpulo de Nitiren Daishonin. (Vol. 2, pgs. 14-15.) O estudo do budismo abrange todos os fenmenos do universo, tudo que se refere existncia humana. Sem o estudo as pessoas tornam-se cegas realidade da vida diria. Numa ocasio, o presidente Ikeda sintetizou a finalidade do estudo do budismo em quatro pontos: 1) Estuda-se o budismo para adquirir uma correta viso da vida, da sociedade e dos objetivos; 2) Estuda-se o budismo para nutrir a prtica da f e o empenho nas atividades; 3) Estuda-se o budismo para avanar e crescer dia aps dia; 4) Estuda-se o budismo para cultivar a capacidade de orientao e para prestar incentivos a todos os companheiros.

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Trs Provas - Conceitos gerais (1)(Brasil Seikyo, edio n 1611, 14/07/2001, pgina A6.) Em diversos momentos da vida, passamos por situaes que exigem decises rpidas. A necessidade de tomar uma deciso acontece tanto em momentos corriqueiros do dia-a-dia como tambm em outros mais importantes que determinam at mesmo o rumo de nossa existncia. Naturalmente, a deciso que tomamos em muitas das situaes meramente intuitiva, muitas vezes embasada em uma experincia j vivida. Porm, determinadas situaes exigem e possibilitam uma anlise de julgamento com base em critrios claros e objetivos. Assim, por exemplo, uma boa escolha para a compra de um produto leva em conta critrios tais como preo, qualidade, adequao ao uso etc. Quando o assunto religio, dificilmente se faz uma avali