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POR QUE LER Porque brincar com as palavras é porta de entrada para formar leitores para a vida inteira. Esse jogo de rimas e adivinhas vai despertar a sensibilidade dos seus alunos para a poesia. Os ditos populares, as par- lendas, os trava-línguas e as adivinhas fazem parte da nossa tradição oral e é a sabedoria do povo acumulada e repassada durante séculos. Seus alunos vão poder redescobrir esse “tesouro” meio esquecido hoje em dia. Além disso, brincar de trava-línguas é uma forma diverda de treinar a dicção do pequeno leitor, exerci- tando diversos fonemas. Estrutura da obra A história é um conto popular que traz uma forma tra- dicional das parlendas brasileiras: o tangolomango. O tangolomango, expressão que é sinônimo de feiço, magia, é uma espécie de conto cumulavo ao contrá- rio, em que os elementos da narrava vão diminuindo. No caso, as dez Furunfunfelhas vão sendo enfeiçadas uma a uma, a cada estrofe. Paralelamente à história, surgem trava-línguas e adivinhas, tornando a leitura envolvente e diverda. Principais conceitos Arte Diversidade cultural Cultura brasileira Sonoridade Expressão oral Ritmo Rima A CASA DAS DEZ FURUNFUNFELHAS LENICE GOMES Ilustração: Romont Willy Formato: 22x20 cm • 36 páginas ISBN: 978-85-617-3059-8 A OBRA Indicação de leitura: leitor iniciante (7 a 8 anos) Resumo: na casa cheia de fitas, vivem as dez Furunfunfelhas. Sempre animadas, as irmãs gostam de se reunir numa grande roda para demonstrar suas habilida- des com os trava-línguas; porém, vivem tendo “tangolomangos”. Ainda bem que o velho Félix, com seu fole e suas adivinhas, sempre salva as dez irmãzinhas. Tema transversal: pluralidade cultural, folclore Eixos Temácos: imaginação, educação visual, ritmo, prática linguística e cultura popular Interdisciplinaridade: língua portuguesa, arte ANTES DE LER Adivinhações, parlendas, trava-línguas... Quanta brin- cadeira com a linguagem! • Seus alunos devem conhecer muitas adivinhas. Peça que eles tragam para a aula o maior número de adi- vinhas que conseguirem e faça uma gincana: divida a turma em grupos; os grupos se alternam propon- do adivinhas uns para os outros. Ganha o grupo que acertar mais adivinhas! Para tornar a brincadeira ainda mais interessante, você pode escolher o gru- po que irá começar usando a canga: “Uni duni tê / Salamê-minguê / Um sorvete colorê / O escolhido foi você”. • O prêmio pode ser algum brinquedo popular, como uma pipa ou cata-vento. E que tal vocês escolherem as melhores adivinhas e fazerem um livro da classe, ilustrado por todos? • Traga para a sala de aula alguns trava-línguas escritos em ras de papel. Cada aluno pega um, lê em silêncio várias vezes e tenta ler em voz alta para os colegas: vai ser o “Fesval Nó na Língua”! Parcipe também e permita-se errar, ria com eles para mostrar que o objevo do fesval é se diverr e não ridicularizar quem não consegue. • Sentados no páo ou embaixo de uma árvore, os alunos formam uma grande roda. Vamos brincar de telefone sem fio. Você cochicha uma palavra ou frase no ouvido do aluno da direita, e ele vai cochichar no ouvido do colega ao seu lado, assim até chegar ao úlmo aluno à sua esquerda. Como a palavra ou a frase chegou? Mais uma vez, o objevo é rir e não censurar quem entendeu diferente. Você pode fa- Guia para o professor Projeto de leitura

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POR QUE LER

Porque brincar com as palavras é porta de entrada para formar leitores para a vida inteira. Esse jogo de rimas e adivinhas vai despertar a sensibilidade dos seus alunos para a poesia. Os ditos populares, as par-lendas, os trava-línguas e as adivinhas fazem parte da nossa tradição oral e é a sabedoria do povo acumulada e repassada durante séculos. Seus alunos vão poder redescobrir esse “tesouro” meio esquecido hoje em dia. Além disso, brincar de trava-línguas é uma forma divertida de treinar a dicção do pequeno leitor, exerci-tando diversos fonemas.

Estrutura da obra A história é um conto popular que traz uma forma tra-dicional das parlendas brasileiras: o tangolomango. O tangolomango, expressão que é sinônimo de feitiço, magia, é uma espécie de conto cumulativo ao contrá-rio, em que os elementos da narrativa vão diminuindo. No caso, as dez Furunfunfelhas vão sendo enfeitiçadas uma a uma, a cada estrofe. Paralelamente à história, surgem trava-línguas e adivinhas, tornando a leitura envolvente e divertida.

Principais conceitos Arte Diversidade culturalCultura brasileira SonoridadeExpressão oral RitmoRima

A CASA DAS DEZ FURUNFUNFELHASLENICE GOMES

Ilustração: Romont Willy

Formato: 22x20 cm • 36 páginasISBN: 978-85-617-3059-8

A OBRA

Indicação de leitura: leitor iniciante (7 a 8 anos)

Resumo: na casa cheia de fitas, vivem as dez Furunfunfelhas. Sempre animadas, as irmãs gostam de se reunir numa grande roda para demonstrar suas habilida-des com os trava-línguas; porém, vivem tendo “tangolomangos”. Ainda bem que o velho Félix, com seu fole e suas adivinhas, sempre salva as dez irmãzinhas.

Tema transversal: pluralidade cultural, folclore

Eixos Temáticos: imaginação, educação visual, ritmo, prática linguística e cultura popular

Interdisciplinaridade: língua portuguesa, arte

ANTES DE LER

Adivinhações, parlendas, trava-línguas... Quanta brin-cadeira com a linguagem! • Seus alunos devem conhecer muitas adivinhas. Peça

que eles tragam para a aula o maior número de adi-vinhas que conseguirem e faça uma gincana: divida a turma em grupos; os grupos se alternam propon-do adivinhas uns para os outros. Ganha o grupo que acertar mais adivinhas! Para tornar a brincadeira ainda mais interessante, você pode escolher o gru-po que irá começar usando a cantiga: “Uni duni tê / Salamê-minguê / Um sorvete colorê / O escolhido foi você”.

• O prêmio pode ser algum brinquedo popular, como uma pipa ou cata-vento. E que tal vocês escolherem as melhores adivinhas e fazerem um livro da classe, ilustrado por todos?

• Traga para a sala de aula alguns trava-línguas escritos em tiras de papel. Cada aluno pega um, lê em silêncio várias vezes e tenta ler em voz alta para os colegas: vai ser o “Festival Nó na Língua”! Participe também e permita-se errar, ria com eles para mostrar que o objetivo do festival é se divertir e não ridicularizar quem não consegue.

• Sentados no pátio ou embaixo de uma árvore, os alunos formam uma grande roda. Vamos brincar de telefone sem fio. Você cochicha uma palavra ou frase no ouvido do aluno da direita, e ele vai cochichar no ouvido do colega ao seu lado, assim até chegar ao último aluno à sua esquerda. Como a palavra ou a frase chegou? Mais uma vez, o objetivo é rir e não censurar quem entendeu diferente. Você pode fa-

Guia para o professor

Projeto de leitura

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DEPOIS DE LER

A vida nos reserva surpresas e mudanças...

• Seus alunos devem ter percebido as fitas presas na casa desde o começo da história. Ajude-os a fazer um paralelo com a ideia de vento (as fitas estão em movimento, como que sopradas por um vento cons-tante), com o fole do senhor Félix, que é um instru-mento no qual o ar provoca o som, as Furunfunfelhas sendo “levadas ao vento” e a ideia de instabilidade na história, onde tudo muda inesperadamente.

• É possível também comparar os vários sentidos da palavra “fita” na fala das Furunfunfelhas (p. 35): “fita” (faixa de tecido), “fazer fita” (enrolar, men-tir) e o verbo “fitar” (olhar fixamente). Desafie os alunos a descobrir os significados dessa palavra. Explique o que são palavras homônimas e dê outros exemplos do livro, como a palavra “serra”, na pági-na 24, ou outros exemplos como a clássica “man-ga”. Assim como essas palavras, que são iguais mas com significados bem diferentes, podemos pensar nos enganos e pequenas confusões que acontecem no dia a dia: por que se falou uma coisa e se enten-deu outra... E quantas vezes “tropeçamos” na vida (como no trava-língua) ou não sabemos a resposta (como numa adivinha)?

ASSUNTO PUXA ASSUNTO

Os contos de tradição oral eram usados pelos antigos sábios como forma de transmitir os conhecimentos e valores do povo . Vamos aguçar a curiosidade sobre nossa cultura popular?• Peça a seus alunos que façam uma pesquisa dife-

rente: a fonte não será o computador, mas as pes-soas. Peça aos seus alunos que perguntem aos pais, avós e pessoas mais velhas como eles brincavam, como eram os brinquedos, quem e como os fazia, como eram as brincadeiras “de rua” (passa anel, barra-manteiga, mãe da rua etc.) e as cirandas. Eles podem trazer fotos antigas: vai ser uma “viagem no tempo”. Combine uma data para fazer essas brin-cadeiras, e que tal chamar uma avó ou um tio ha-bilidoso que possa contar histórias para a turma? Você também pode promover o “dia em família”, para que todos, inclusive pais, avós e outros irmãos, possam brincar juntos.

• Traga material de sucata para a sala de aula e ensi-ne seus alunos a fazer brinquedos populares: pete-ca, pés de lata, bilboquê... É um bom momento para se discutir o consumismo, a reciclagem, o prazer em construir algo com as próprias mãos... Vamos passar o conhecimento adiante? Seus alunos podem ensi-nar outra turma com idade menor a confeccionar seus próprios brinquedos.

• Seus alunos podem montar uma peça de teatro baseada no livro. As rimas e adivinhas podem ser

zer isso algumas vezes e, na última vez, cochichar o nome do livro: A casa das dez Furunfunfelhas. Como será que essa frase chega ao final? Depois, convide seus alunos a lerem o livro juntos.

DURANTE A LEITURA

De forma lúdica e poética, essa história popular trata sobre as surpresas da vida. Tudo parece estar no lugar, quando um inesperado tangolomango muda tudo.• Mostre a capa do livro. Deixe que seus alunos co-

mentem à vontade tudo o que podem perceber: onde é esse lugar? O que tem na casa? Quem é aquele menino que está sentado no telhado da casa? O que tem de igual e o que tem de diferente nas per-sonagens das Furunfunfelhas? (Igual: todas as irmãs são mulheres, usam saia e meia, estão sentadas etc. Diferente: a cor e o jeito dos cabelos, a cor da roupa e das meias etc.) O que será que vai acontecer na casa das Furunfunfelhas? Abra o livro e comece a leitura em voz alta. Prepare antecipadamente cartazes com os trava-línguas da história para que, ao aparecerem, todos possam ler e tentar falar sem tropeços.

• Na página 25, faça suspense... acabaram-se as Furunfunfelhas, mas o livro ainda não está no fim. O que pode acontecer? Que reviravolta pode acon-tecer na história? Deixe os alunos levantarem hipó-teses, encorajando-os a justificar seus palpites. Se ninguém falar, sugira que pode aparecer um novo personagem... quem será? O que esse novo perso-nagem pode fazer na história?

• Continue lendo e dê tempo para que seus alu-nos pensem nas adivinhas do velho Félix e das Furunfunfelhas e tentem resolvê-las. Continue a ler a história até o fim.

• Deixe o livro à mão para que seus alunos possam ler em silêncio quantas vezes quiserem. Como a história é rica em brincadeiras com a linguagem, eles preci-sam de tempo para pensar e curtir cada passagem da história.

Como ler as ilustrações

• A ilustração da casa, na capa, está substituindo a le-tra “A”. O que tem na casa que lembra essa letra?

• As Furunfunfelhas somem quando dá um tangolo-mango nelas. O que é tangolomango? E para onde vão as meninas? Perceba que a partir da página 28 a folha parece rasgada, onde surgem as respostas das adivinhas e também por onde as irmãs voltam. Foi um jeito de o ilustrador mostrar que elas estavam fora da história.

• Note o menino que aparece a partir da página 25. Na página 26, ele anuncia a chegada do velho Félix, e daí é que as meninas começam a voltar. Será que esse menino não representaria cada um dos leitores que não querem que a história acabe triste?

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CONECTE-SE

O folclore, a tradição oral, os brinquedos, as histórias... você vai encontrar aqui uma porção de ideias interessantes:MúsicaHistórias Gudórias de Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias, de Francisco Marques (O Chico dos Bonecos). Palavra Cantada, 1999 – O Chico conta histórias populares brincando com as palavras e com os sons de brinquedos.Brinquedos Cantados, de Bia Bedran – Músicas folclóricas. Inclui faixa interativa com sugestões das brincadeiras. A fai-xa 15 é um Tangolomango musicado!MultimídiaCD-ROM + CD de áudio: O Contador de Histórias, de Roberto Carlos Ramos. Aqui, Roberto Carlos (que inspirou o filme O contador de histórias) narra divertidos contos populares usando diferentes recursos.LiteraturaEu vi! (Mundo Mirim, 2009), de Jonas Ribeiro e ilustrado por Giselle Rezende – Esse livro também brinca com as palavras, fazendo rimas divertidas.O bisavô do avô (Mundo Mirim, 2010), de Ana Claudia Ramos e ilustrado por Adriana Vegas e Roger Marmo – A fábula “O menino, o velho e o burro”, recontada pela Ana Cláudia, destaca o valor de nossas próprias ideias.Poesias de dar água na boca (Mundo Mirim, 2010), de Jonas Ribeiro e ilustrado por André Neves. Livro para sensibilizar o aluno para a poesia, as rimas, a melodia das palavras...A outra história da cigarra e da formiga (Mundo Mirim, 2010), de Alessandra Pontes Roscoe e ilustrado por Adilson Farias – A autora dá uma outra visão à tradicional fábula da Cigarra e a Formiga.Uma viagem desastrada e outros contos cumulativos (Mundo Mirim, 2010), de Zuleika de Almeida Prado e ilus-trado por Sami e Bill – Esta obra reúne seis contos que vão mexer com a imaginação, favorecer a alfabetização e desa-fiar a memória infantil. Internet

http://www.angela-lago.com.br/ – Neste site você vai ler o divertido Tangolomango dos ETs. Vai encontrar também a obra interativa Oh!, uma espécie de parlenda visual, em que uma ação leva a outra, que leva a outra ...

http://www.museudapessoa.net/vidaemfamilia/pai_mae_lenice_gomes.shtml – O site do Museu da Pessoa é um in-teressante museu virtual de histórias de vida. Nesta página, você pode ver o depoimento da escritora Lenice Gomes.

SOBRE A AUTORA

Lenice Gomes é pernambucana, escritora, com licenciatura e bacharelado em História. É especialista em Literatura Infantil/Juvenil, pesquisadora e contadora de histórias. Ministra cursos, oficinas e palestras, é autora de muitos livros infantis. Visite seu blog: http://blogdalenicegomes.blogspot.com/

SOBRE O ILUSTRADOR

Romont Willy nasceu em Teresina (PI) e vive no Distrito Federal. Iniciou sua carreira ilustrando uma revista em Brasília, e logo depois começou a ilustrar livros infantis. Já trabalhou para diversas editoras e agências de publicidade. Sua técnica preferida, que usou neste livro, é a pintura manual, utilizando vários materiais. http://romontwilly.blogspot.com/

ELABORADO POR SIMONE BIBIAN

musicadas (se possível, com a ajuda do professor de música) e acompanhadas com instrumentos como chocalho feito de sucata.

• Por falar nisso, pode-se trabalhar rimas e sonorida-de das palavras pela leitura de mais poesia (que tal Arca de Noé, de Vinícius de Moraes?). Pode-se tam-bém brincar de riminhas malucas: escolha algumas palavras e, com a ajuda dos alunos, faça uma lista de rimas. Depois, utilizem para fazer quadrinhas, por exemplo: “João quebrou o pé / Correndo na cozinha / Não quis tomar café / Feito pela vizinha”. Pode-se ilustrar e fazer um varal com as quadrinhas de toda a classe.

• Pense com seus alunos os conceitos matemáticos en-volvidos na história. Comece com a contagem decres-cente: quantas eram as Furunfunfelhas? O que acon-teceu com a primeira? Quantas ficaram? O que acon-teceu com a segunda? Quantas ficaram? etc. Depois invente outros problemas: eram dez Furunfunfelhas, oito foram comprar biscoito, voltaram apenas cinco. Quantos tangolomangos aconteceram?

• Os personagens do livro são engraçados e colori-dos. Seus alunos podem confeccionar um boneco de papel como se brincava antigamente e criar roupas para ele. E que tal combinar um dia de todos traze-rem roupas, perucas, chapéus e adereços para fazer o “Desfile da Furunfunfelha e do Félix”? Só não vale vestir mais de uma peça com a mesma cor. Vai ser divertido!