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    V.1 N 2, Setembro, 2003 1

    Novas Tecnologias na EducaoCINTED-UFRGS

    Seleo e uso de recursos instrucionais aptos ao estabelecimentode distncia transacional adequada em cursos a distncia.

    Lus Alberto Guadagnin*,

    Renato Luis De Souza Dutra**,

    Liane M. R. Tarouco***

    Resumo.O artigo se prope a contribuir para o processo de seleo e utilizao derecursos tecnolgicos, em cada curso a distncia, aptos ao estabelecimento da

    distncia transacional apropriada. A otimizao dos resultados a serem alcanados

    pela EAD demanda a configurao de recursos e estratgias mais adequada para cada

    curso, consideradas as especificidades do pblico-alvo, do tema e do estgio atual de

    desenvolvimento tecnolgico das ferramentas de EAD e dos recursos instrucionais

    multimdia.

    Palavras-chave: educao distncia, recursos tecnolgicos, distncia transacional.

    *Doutorando no PGIE/UFRGS, Mestre em Administrao, Professor do NAVI/EA/UFRGS e da FACE/PUCRS, Fiscal

    de Tributos Estaduais da Secretaria da Fazenda do RS ([email protected]).**Doutorando no PGIE/UFRGS, Mestre em Cincia da Computao

    ***Doutora ....

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    1. INTRODUO

    Organizar, implementar e administrar processos de aprendizagem a distnciaimplica na avaliao prvia das alternativas de estratgias a adotar. Na educaodesenvolvida por meio de cursos presenciais aloca-se um espao fsico para funcionar

    como sala de aula, estipulam-se horrios fixos para as atividades de ensino; definem-sedatas para incio e trmino do curso; h a proximidade fsica professor-alunos.Diferentemente, na Educao a Distncia mediada por computador no se fazempresentes tais caractersticas. Ao invs disso, h necessidade de: adequada preparaode recursos instrucionais multimdia, construo de ambiente virtual, seleo derecursos de interatividade, prospeco remota do perfil e das expectativas dos alunos,definio dos papis a serem exercidos por professores e tutores; elaborao de planodelineando a interao e os desafios a serem propostos. O dinamismo da evoluotecnolgica propicia, em ciclos sempre menores, inovaes que ampliam e qualificamas ferramentas utilizadas como suporte para a EAD. A disseminao do acesso Internet permite superar barreiras geogrficas e sociais. A acelerao da obsolescnciados saberes amplia a demanda por atualizao profissional continuada, insuficiente ou

    inadequadamente atendida pelos cursos presenciais de escolas e universidades. Nestecontexto, a otimizao dos resultados a serem alcanados pela EAD demanda oplanejamento estratgico da configurao mais adequada para cada curso. O presenteartigo se prope a contribuir no processo de seleo e uso dos recursos tecnolgicosapropriados para o estabelecimento de distncia transacional que propicie a melhordosagem de dilogo, estrutura e autonomia, em cada curso.

    2. DISTNCIA TRANSACIONAL.

    Desde a Grcia antiga educao envolve proximidade fsica de docentes e

    discentes. A tendncia para estabelecer dicotomias, reforada pela hegemonia domodelo cartesiano-mecanicista que imperou do sculo XVIII a meados do sculo XX,quando ocorreu a universalizao do acesso escola, consagrou a proximidade fsicacomo requisito para a aprendizagem e, por outro lado, a distncia como um dficit a sersuperado. As primeiras tentativas para estabelecer princpios didticos especficos paraa educao a distncia, mesmo nos modelos baseados no ensino por correspondncia,privilegiaram a busca de meios e caminhos para superar, reduzir, amenizar ou atmesmo anular a distncia fsica (Peters, 2001, 47). Diferenciando distncia fsica dedistncia comunicativa ou psquica, Michael Moore (1993, 22) introduz o construtoterico de distncia transacional. O construto uma construo lgica de um conjuntode propriedades aplicveis a elementos reais. Possui um significado construdointencionalmente a partir de um marco terico, devendo ser definido de tal forma quepermita ser delimitado, traduzido em proposies particulares observveis emensurveis. A elaborao do construto consiste em (Quivy & Campenhoudt, 1998, p.123): a) determinar as dimenses que o constituem, atravs das quais d contado real; b) precisar os indicadores, que so manifestaes objetivamenteobservveis e mensurveis das dimenses do conceito. Elabora-se, no quadro quesegue, o construto terico de distncia transacional.

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    Construto terico: Distncia Transacional

    Dimenses Atributos extremos

    Dilogo

    Docentes e discentesno mantm qualquer

    intercomunicao.

    Dilogos freqentes, podendo

    expressar-se os pr-conhecimentos,

    interesses e desejos de cada estudante,

    influenciando no ritmo e no rumo docurso.

    Estrutura

    Ensino pr-programadoem todos os detalhes eprescritocompulsoriamente.

    Ensino customizado, valorizando a

    experincia e a expectativa de cada

    estudante e atendendo sua necessidade

    especfica.

    Autonomia

    Etapas e atividades doensino determinados por

    estruturao e dilogo;controle daaprendizagem a cargode terceiros.

    Os prprios estudantes reconhecem

    suas necessidades de estudo, formulam

    objetivos, selecionam contedos,

    projetam estratgias de estudo,

    arranjam materiais e meios didticos,

    identificam fontes humanas e materiais

    adicionais e fazem uso delas; eles

    prprios organizam, dirigem, controlam

    e avaliam o processo da aprendizagem,

    no sendo limitados nem por dilogos e

    nem por estruturas preestabelecidas.

    a. Figura 1: Construto terico da distncia transacional.

    Moore destaca que o desafio no consiste em suprimir a distncia transacional,mas em implement-la na dosagem adequada, em razo das caractersticas pessoais dosparticipantes, dos temas e objetivos propostos, e dos meios disponveis. Cada curso

    requer a implementao de distncia transacional especfica, a ser obtida pela seleo detcnicas e estratgias que propiciem a combinao adequada das trs dimenses que adefinem: estrutura, dilogo e autonomia. Peters (2001, 71) reala a importncia que oconjunto dilogo, estrutura e autonomia tem para a EAD e afirma que o dilogodidtico, o estudo tecnolgico pedagogicamente estruturado e o estudo autnomo nopreponderam na prtica do ensino superior.

    2.1 Dilogo

    Moore (1993, 24) confere primazia ao dilogo na estruturao do conceito dedistncia transacional. A aprendizagem dialogal tem papel central na pedagogiahumanista, que o preconiza sem estruturas e sem fim predeterminado, exigindoparceria, respeito, calor humano, considerao, compreenso emptica, sinceridade e

    autenticidade:

    Um dilogo direcionado, construtivo e apreciado pelosparticipantes. Cada uma das partes presta respeitosa e interessadaateno ao que o outro tem a dizer. Cada uma das partes contribuicom algo para seu desenvolvimento e se refere s contribuies do

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    outro partido. Podem ocorrer interaes negativas e neutras. Otermo dilogo, no entanto, sempre se reporta a interaes positivas.D-se importncia a uma soluo conjunta do problema discutido,desejando chegar a uma compreenso mais profunda dos estudantes.

    O dilogo ativa e aprofunda a reflexo sobre os temas em estudo. Aoconfrontar opinies divergentes, assumir posicionamentos, externar dvidas, questionare criticar, o estudante envolve-se com o contedo. Diversamente, o mtodo expositivo-entregador (Dolch, 1952, apud Petters, 2001, p. 79) propicia, no mximo umaaprendizagem no sentido de apropriar-se, de guardar na memria e de reproduzir osaber quando desafiado, no contribuindo para desenvolver a capacidade de um pensarcrtico autnomo, a capacidade de aplicaresse pensamento crtico, de experimentar aautonomia racional da decorrente e de afirmar-se nisso. necessrio que todapercepo seja uma traduo reconstrutora realizada pelo crebro, a partir de terminaissensoriais, e que nenhum conhecimento possa dispensar interpretao (Morin, 2002,52). No tem sentido o mero repasse copiado, sustenta Demo (2001, 130). Contatopedaggico prprio da universidade aquele mediado pela produo/reconstruo deconhecimento. A utilizao de modernas mdias para a mera exposio dos contedos,no ameniza e, ao contrrio, pode agravar as conseqncias deletrias da ausncia deproduo cientfica prpria, da falta de nfase no aprender a aprender e da inexistnciaou insuficincia do dilogo.

    2.2 Estrutura

    A estruturao pormenorizada do processo de ensino-aprendizagem designada por Moore (1993, 26) como estrutura, exemplificando-a, no limite, com um

    filme didtico pela televiso, no qual cada termo, cada movimento do docente, cadamomento e cada atividade esto predeterminados. Escasso o espao que resta aoestudante para trilhar rumo didtico diverso, adequ-lo s suas necessidades ou seguirinspiraes espontneas (Peters, 2001, 87). Adota-se o modelo behaviorista, baseado empremissas positivistas terico-cientficas e no emprego de procedimentos empricos. Atecnologia do ensino respalda a fixao dos objetivos de ensino e aprendizagem, aescolha dos contedos e das estratgias, a construo de testes e o controle do sucessoobjetivado.

    Dentre as desvantagens dos cursos a distncia excessivamente estruturados,Peters (2001, 89-92) destaca: nfase no ensino em detrimento da participao dosestudantes, escolarizando de forma tendenciosa a aprendizagem; excluso de

    objetivos de aprendizagem que no possam ser objeto de avaliao padronizada; escolhado caminho mais curto em direo ao alvo, inibindo a anlise dos fenmenos estudadosa partir de diferentes vises auto-escolhidas; proteo artificial contra as experincias dobloqueio e do fracasso; reduo do complexo processo de ensino e aprendizagem a umconjunto unidimensional e linear de funes; dificulta a aprendizagem por meio departicipao, reflexo e metacognio; so expressamente centrados no professor. Adifuso de cursos estruturados assentou-se nas seguintes razes:

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    a) crena firmada nos anos 70 e 80 de que os procedimentos dascincias naturais e da rea tecnolgica poderiam ser replicados com igual xito nastarefas pedaggicas e didticas: o ensino deveria ser planejado racionalmente,desenvolvido sistemicamente, melhorado com base em experincias, controlado paracoibir lacunas e mensurado como algo produzido industrialmente;

    b) inteno de promover oferta de ensino de qualidade elevada, pelaalocao de especialistas renomados na elaborao do material didtico;

    c) possibilidade de oferecer mais formao para mais pessoas.

    Subsidiando a tomada de deciso entre privilegiar o dilogo em detrimento daestrutura, ou a estruturao em prejuzo do dilogo, Peters (2001, 92) destaca quedidaticamente mais desejvel a concepo do dilogo. Entretanto, apesar dacoisificao do ensino na forma de sistemas de ensino minuciosamente planejados,construdos, experimentados e avaliados, a estruturao propicia a disseminao emmassa e apresenta longa aprovao prtica em grandes universidades a distncia ouopen universities.

    2.3 Autonomia

    Conforme Peters (2001, 93-104), Moore delimita autonomia autodeterminao dos estudantes, destacando que consistiria em um comportamentonatural para adultos. Peters, amplia a abrangncia do conceito de autonomia, destacandoas dimenses a seguir sintetizadas.

    Construto terico: Autonomia

    Dimenses Atributos

    Filosfica

    Immanuel Kant queria libertar o ser humano de sua menoridade por culpaprpria, levando-o a fazer uso de sua razo sem ajuda alheia. Para ele, amoralizao tinha o primado na educao. Essa, porm, se quiser ativar aliberdade moral do educando autnomo, no pode ser prescrevedora e

    determinadora de fora, mas, sim, somente despertadora e doadora (Bhm,1994, 365). Uma de suas sentenas que, quanto ao sentido, pode ser aplicadadiretamente ao estudo autnomo a seguinte: Quem educa pratica aes,cujo alvo tornar-se suprfluo. Quem est sendo educado tem que aprendera fazer ele mesmo o que at ento outros fizeram por ele.

    PedaggicaOs seres humanos no so mais objetosda conduo, influxo, ascendncia ecoero educacionais, mas, sim, sujeitos de sua prpria educao. O serhumano obra dele mesmo.

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    Didtica

    Estudantesso autnomosquando assumem e executam as funesdos docentes: eles mesmos reconhecem suas necessidades de estudo,formulam objetivos para o estudo, selecionam contedos, projetam

    estratgias de estudo, arranjam materiais e meios didticos,

    identificam fontes humanas e materiais adicionais e fazem uso delas,

    bem como organizam, dirigem, controlam e avaliam o processo da

    aprendizagem.

    Psicolgica

    Pode-se considerar estudantes como autnomos somente quando soparticipantes metacognitiva, motivacional e comportamentalmente ativos deseus prprios processos de aprendizagem; o estudo autnomo componentede uma qualidade tipicamente humana: a nsia de entender e regular a simesmo.

    b. Figura 2: Construto terico de autonomia

    Peters (2001, 97) reala: a proposta do estudo autnomo conhecida h muito

    na teoria e na prtica, est teoricamente elaborada e praticada; em contraposio, ostradicionais procedimentos didticos expositivos referem-se a um estgio passado dasociedade e so grosseiramente inadequados:

    Em relao s universidades com presena isso vale especialmentepara as prelees, em universidades a distncia em relao aos cursosde ensino a distncia preparados em detalhes. O estudo autnomo, aocontrrio, parece corresponder s tendncias do tempo e estar abertopara o futuro.

    Os estudantes que buscam cursos a distncia para atualizar, qualificar e/oucomplementar sua formao podem apresentar certas especificidades: maior experinciade vida e profissional; estudo em tempo parcial, paralelo a atividades laborais, sociais efamiliares; busca de ascenso social; qualificao e idade mdia superior a dosestudantes de cursos regulares presenciais (Peters, 2001, 37-38).

    3. A DISTNCIA TRANSACIONAL APOIDA NA TECNOLOGIA

    A Distncia Transacional um conceito importante na EAD e para que sepossa oferecer cursos distncia com qualidade necessrio buscar o nvel ideal destadistncia, oferecendo cursos de qualidade, estruturados que privilegiem o dilogo eautonomia. Esta viso deve ser levada em considerao no planejamento edesenvolmimentdo de cursos distncia, levando-se em considerao tanto o contedoa ser desenvolvido como os aspectos tecnolgicos necessrios para que se possa atingirum bom nvel de distncia transacional

    O dilogo, durante o Curso, pode ser viabilizado atravs do contato direto eapresentao recproca nas aulas presenciais e atravs da colocao dos endereoseletrnicos dos professores e dos alunos alm de nomes, horrios, formas e nmeros

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    para contato com o pessoal de apoio. As ferramentas de conversao sncrona (chat)poderm ser utilizadas para a realizao de debates e esclarecimentos em rede, com amediao dos professores, em datas e horrios previamente definidos. As ferramentasde frum so indicadas para discusses com mais profundidade e sua disponibilizaoem em tempo integral, como Frum Permanente, propicia a cooperao e a discussodos temas entre os participantes. Ferramentas como dirios de bordo podem ser

    utilizados para que os alunos registrem sua evoluo e dificuldades, alm de fornecerum canal para a monitorao e o suporte por parte do professor e demais colegas, bemcomo incentivos e orientao quanto ao progresso nos estudos. Outro item importante a utilizao de ferramentas para a proposio de atividades individuais ou em grupopara propor por exemplo a resoluo de casos reais com apresentao dos resultados aosparticipantes, via web.

    A importncia do dilogo no obscurece a importncia da estruturanos cursosEAD. Como dito anteriormente, cursos excessivamente estruturados no privilegiam ainterao com os alunos. Por outro lado, atividades de dialogo sncrono como chats,precisam estar previamente agendadas, terem um objetivo definido e uma mediaocompetente, para que esta consiga seus objetivos educacionais.

    Outro fator a ser considerado que devido a cultura educacional em nossasinstituies e a legislao, os cursos EAD precisam ter requisitos mnimos comofreqncia mnima, avaliaes e perodo de realizao pr-determinado. Os prpriosdocumentos elaborados para fins de aprovao de cursos de graduao e ps-graduaocontm informaes como estrutura do curso, objetivos, ementas, modelo de avaliao,bibliografia etc. Cursos como a Especializao em Informtica na Educao (PGIE) e oMestrado em Educao a Distncia (PPGEDU), possuem uma estrutura bem definida dedisciplinas, dilogos sncronos, avaliaes e aulas presenciais. Isto indica que mesmo odilogo sendo um fator importante os cursos EAD precisam ter um estrutura.

    Para que esta estrutura seja implementada de forma qualitativa o primeiro passoe apresentar esta esta estrutura, por mnima que seja, no inicio do curso, ou seja naintroduo, visto que segundo Peters. So necessrias tambm ferramentas para o

    agendamento de atividades, nas quais o professor pode agendar dilogos sncronos,entrega de trabalhos e estudos individuais. Os testes on-line so outro importanterecurso para fixar e estimular a aprendizagem. Indicaes de materiais de apoio epossibilidade de criar discusses (fruns) temticas, so caractersticas necessrias parase direcionar as discusses. Os sistemas de gerenciamento de aprendizagemprofissionais e acadmco, tais Aulanet, Teleduc, eProinfo, LearningSpaecenormalmente implementam estes recursos.

    Junto ao dialogo e a estrutura, a autonomia o terceiro componente a ser apoiadona EAD visando diminuir a distncia transacional. Apesar da autonomia ser historicamenteligada ao estudo individual, eles no so sinonimos. A autonomia est mais ligada aliberdade e auto regulao e estas caractersticas no so exclusivas do individuo e podemtambm ser exercidas em grupos, que podem surgir por indicao do professor ou tambm

    por iniciativa dos prprios participantees. Esta considerao importante visto que Para seapoiar a autonomia deve-se disponibilizar ferramentas que apiem os alunos no processo deauto-estudo e auto-organizao, visto que justamente por sua autonomia necessitam ter umamaior disciplina e controle de suas atividades. Entre estas ferramentas podemos citar asagendas pessoais e o dirio de bordo, complementando a agenda de atividades do curso. Asdiscusses assncronas so recursos importantes, pois alm de potencializar o dilogooferecem a flexibilidade necessria a autonomia. No auto-estudo a metacognio umaspecto importante visto que atravs dela o aluno vizualiza seu proceso cognitivo edetermine suas ferramentas mais teis e seu ritmo de aprendizado. O aluno deve, ento ser

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    estimulado neste processo atravs e os cursos devem disponibilizar ferramentas queauxiliem neste processo, tais como dirio de bordo e auto avaliao.

    Ferramentas e Recursos Tecnolgicos

    Dilogo Chats, Fruns, Dirio de Bordo, Gerenciador de Atividades, Resoluo de

    ProblemasEstrutura Gerenciador de Atividades, Agenda do curso, Descrio on line do Curso,

    Testes on-line, Frum flexvel

    Autonomia Frum, Agenda Pessoal dos alunos, Dirio de Bordo, FerramentasCognitivas (diagramas e mapas)

    c. Quadro 1 Resumo de recursos disponveis para a Distncia Transacional

    A interface tambm das ferramentas tambm deve ser levada em consideraoquando se fala em autonomia, visto que eelapode ser um dos sesinteragir com, com oprofessor e seus colegas de cruso. P e

    3. CONCLUSO.

    Nos cursos distncia, o ideal que a metodologia a ser adotada deva agilizaro processo de criao, transmisso, atualizao e disseminao do conhecimento, commenor custo, garantindo a melhoria contnua na criao, aperfeioamento e divulgaode conhecimentos. Busca-se, com a EAD, propiciar acesso ao conhecimento e odesenvolvimento de hbitos, habilidades e atitudes relativos ao estudo, profisso e prpria vida dos participantes, atravs de cursos bem estruturados, que possam serfreqntados no tempo e local que lhe sejam mais adequados, com a mediao deprofessores (orientadores/tutores), atuando ora a distncia, ora em presena, e com oapoio de materiais didticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentessuportes de informao, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados nosdiversos meios de comunicao e interao disponveis.

    Este equilibrio entre dilogo, estrutura e autonomia o objetivo maior buscadono planejamento de desenvolvimento de cursos distncial. Atualmente existemdiversos recursos e ferramentas que suprem de diversas maneiras estes trscomponentes. A cada dia mais sistemas de gerenciamento de aprendizagem, incorporamestes recursos e ferramentas, oferecendo a flexibilidade para que cada professorconfigure o exato nvel de Distncia Transacional desejado. O grande desafio comomelhor utilizar estes recursos, qual o nvel ideal para cada curso e quais as abordagens emetologias a serem empregadas.

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