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14/05/2010 Meta de superávit só com desconto do PAC Usiminas vai concentrar mineração e logística numa nova empresa GOVERNO CORTA MAIS R$10 BI PARA CONTER CRESCIMENTO Petrobras adapta refinaria do Maranhão ao pré-sal Ajuste nos trilhos Construção do metrô em Curitiba provoca polêmica Investimentos em BRTs vão chegar a R$ 4,5 bilhões Receosa, Bacabeira aguarda chegada de 'obra redentora' Licitação do BH-Tec terá novo adiamento Avanços em logística Reunião do SGT-5 é realizada em Porto Alegre Instituto divulga estudo sobre portos brasileiros DNIT refaz projeto de obras Petrobras inaugura nova termelétrica Porto: carga offshore cresce ANTT cogita adoção de modelo espanhol para ferrovias Ministério dos Transportes estuda separar operação e manutenção no setor ferroviário São Vicente vai transformar ruínas de 1º porto do País em museu BNDES suporta obras no CE

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14/05/2010 Meta de superávit só com desconto do PAC Usiminas vai concentrar mineração e logística numa nova empresa

GOVERNO CORTA MAIS R$10 BI PARA CONTER CRESCIMENTO

Petrobras adapta refinaria do Maranhão ao pré-sal

Ajuste nos trilhos

Construção do metrô em Curitiba provoca polêmica

Investimentos em BRTs vão chegar a R$ 4,5 bilhões Receosa, Bacabeira aguarda chegada de 'obra redentora' Licitação do BH-Tec terá novo adiamento Avanços em logística Reunião do SGT-5 é realizada em Porto Alegre Instituto divulga estudo sobre portos brasileiros DNIT refaz projeto de obras Petrobras inaugura nova termelétrica Porto: carga offshore cresce ANTT cogita adoção de modelo espanhol para ferrovias Ministério dos Transportes estuda separar operação e manutenção no setor ferroviário São Vicente vai transformar ruínas de 1º porto do País em museu BNDES suporta obras no CE

O Globo 14 de maio Meta de superávit só com desconto do PAC Mesmo com gasto menor do governo, economia de 3,3% do PIB não deve ser atingida BRASÍLIA. O corte adicional de R$10 bilhões no Orçamento não deve evitar que o governo tenha de abater os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para cumprir a meta de superávit primário (economia para pagamento de juros) de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. A avaliação é compartilhada por analistas, parlamentares e alguns técnicos da equipe econômica. O que se diz agora internamente nos corredores do governo é que não vai ser possível atender o desejo do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No primeiro relatório trimestral de inflação do ano, o próprio Banco Central (BC) já havia avaliado que o país precisará usar esse mecanismo para abater até 1,12 ponto percentual da meta. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que Mantega "está tentando ser mais realista do que o rei". Até porque o decreto do Orçamento já está levando em conta o desconto dos investimentos: - Estamos debelando um incêndio e não se pode querer economizar água agora. Não dá para tratar este ano com normalidade depois de 2009. A Europa ainda está em crise - disse Jucá. Mesmo com alta na arrecadação, meta é difícil, dizem analistas Para o economista da consultoria Tendências Felipe Salto, se o governo não usar o abatimento do PAC, o superávit primário de 2010 dificilmente passará de 2,8% do PIB, descumprindo a meta: - Mesmo com a recuperação da arrecadação em função do crescimento e com o novo corte nas despesas, é muito difícil que o governo consiga cumprir a meta cheia do primário. A estimativa de despesas para o ano já veio muito alta. O especialista em contas públicas Raul Velloso afirmou que, embora a arrecadação tenha se recuperado e voltado aos níveis de antes da crise de 2008, as despesas públicas já estavam crescendo num patamar muito superior ao das receitas: - Para equilibrar as contas, a arrecadação tem que crescer acima do PIB, que está muito acelerado. No início do ano, o governo federal já havia cortado R$21,8 bilhões, o que, somado ao novo contingenciamento, equivale a cerca de 1% do PIB. Para o economista da Austin Rating Alex Agostini, ainda não se pode dizer que o cumprimento da meta cheia é impossível, mas está cada vez mais difícil. Ele lembrou

que o governo sempre encontra mecanismos para ajustar as suas finanças na reta final.

<volta>

O Globo 14 de maio Usiminas vai concentrar mineração e logística numa nova empresa

Siderúrgica fornecerá 7,7 mil toneladas de aço para navios da Transpetro BELO HORIZONTE. A Usiminas pretende criar uma nova empresa que vai concentrar seus ativos de mineração e logística. A direção do grupo afirma que já negocia com um parceiro estratégico do exterior e que tem bancos dando suporte à empreitada, mas não revela os nomes do possível parceiro nem das instituições financeiras. A Usiminas também pretende lançar ações da nova companhia no mercado, mas adianta que isso não deve ocorrer este ano. A nova empresa seria formada com as quatro minas de minério de ferro que a Usiminas adquiriu da J.Mendes em Serra Azul de Minas; com a participação de 20% na MRS Logística; e com um terreno comprado pelo grupo em 2008 por R$72 milhões em Sepetiba, na zona portuária do Rio. O anúncio das negociações para a criação da nova empresa foi feito ontem, durante divulgação do lucro de R$309 milhões obtido pela empresa no primeiro semestre de 2010, após prejuízo de R$112 milhões no mesmo período do ano passado. A recuperação é resultado principalmente do aumento de 54,1% nas vendas físicas da empresa, que saltaram de 1.048 milhão de toneladas nos três primeiros meses de 2009 para 1.615 milhão de toneladas em 2010, sendo 73% do total para o mercado interno. Receita da empresa cresceu 14% no 1º trimestre O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, afirma que a separação dos ativos e a entrada do parceiro estratégico deve ocorrer no segundo semestre deste ano. Segundo Brumer, o objetivo de criação da empresa, já aprovada pelo conselho de administração do grupo, é destacar "ativos que o mercado ainda não reconhece o devido valor". - A nova empresa é o caminho para o mercado dar valor a esse ativo - avalia. Ele afirma ainda que a Usiminas ficará com mais de 50% das ações para manter o controle da companhia e que o parceiro estratégico deve ficar com uma participação de entre 20% e 25% do capital. O restante será lançado no mercado, mas ainda não há previsão de quando isso ocorrerá. - Depende do momento do mercado. Os últimos IPOs (abreviatura da sigla em inglês

que designa o primeiro lançamento de ações de uma empresa) foram feitos com um desconto grande - observa o executivo. Pelo balanço divulgado ontem, a receita líquida da empresa chegou a R$3,043 bilhões no primeiro trimestre de 2010, alta de 14% em relação aos R$2,67 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. A Usiminas anunciou também a vitória em licitação internacional promovida pela Transpetro para o fornecimento de 7,7 mil toneladas de aço destinados à produção de navios para transporte de derivados de petróleo. Nem a empresa nem a Transpetro revelaram o valor do negócio, mas adiantaram que o material será usado na produção de um navio no Estaleiro Mauá Petro Um, em Niterói (RJ). A compra faz parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, que prevê construção de 49 navios, com consumo total 680 mil toneladas de aço.

<volta> O Estado de S. Paulo 14 de maio

GOVERNO CORTA MAIS R$10 BI PARA CONTER CRESCIMENTO

Medida eleva contingenciamento para R$ 31,8 bi, e Mantega fala em teto de 7% para a expansão da economia. Depois de cortar R$ 21,8 bilhões nas despesas do Orçamento deste ano, o governo anunciou contingenciamento adicional de R$ 10 bilhões, para esfriar a economia. O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a medida será menos dolorosa do que a elevação dos juros. Anteontem, em entrevista ao Estado, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) antecipou que haveria cortes. Segundo Mantega, será atingido o custeio da máquina administrativa, e não investimentos e programas sociais. No governo, a avaliação é que há espaço para reduções, sobretudo no Ministério da Educação. Para analistas, porém, o impacto no aquecimento da economia será baixo. Mantega afirmou que não deixará o País crescer 7% em 2010, diante do risco de aceleração da inflação. Projeções oficiais indicam expansão do PIB de até 10%. "A gente tem de ir observando porque não podemos fazer bobagem", disse Mantega.

Menos de dois meses depois de cortar R$ 21,8 bilhões do Orçamento deste ano, o governo anunciou ontem um contingenciamento adicional de R$ 10 bilhões. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o corte vai reduzir "na veia" a demanda pública e que a soma das duas medidas, no valor de R$ 31,8 bilhões, será menos dolorosa para a economia do País do que a elevação dos juros pelo Banco Central.

Analistas avaliam, porém, que o impacto na contenção do crescimento acelerado da economia será muito pequeno e o governo está mesmo é cuidando do caixa para cumprir a meta do superávit primário. Nas últimas semanas, com a divulgação de resultados fiscais ruins das contas do setor público, mesmo num cenário de aumento da arrecadação, aumentou também a desconfiança dos analistas sobre o cumprimento da meta cheia de superávit, que é 3,3% do PIB ? apesar do compromisso assumido por Mantega no início do ano.

"Consideramos que os R$ 31,8 bilhões são suficientes para fazer o efeito anticíclico que queremos, reduzindo a demanda do governo para que a economia não cresça mais que o necessário e sustentável", afirmou Mantega. Segundo ele, esse é um "sacrifício" que os ministérios terão de fazer. Ontem, em entrevista ao Estado, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, antecipou a decisão do governo. "Vamos tentar fazer o menos dolorido possível, mas vai doer", anunciou Bernardo.

O corte complementar representa cerca de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Os R$ 31,8 bilhões correspondem a uma economia de quase 1% do PIB, valor semelhante ao das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que podem ser abatidas da meta de superávit primário de 3,3% do PIB.

Segundo Mantega, o corte atingirá as despesas de custeio da máquina administrativa, sem afetar investimentos e programas sociais. Mas fontes do governo informaram que a área econômica terá de passar a tesoura também em investimentos considerados não prioritários. Os técnicos estão atrás de "gordura" a ser cortada em obras com calendário muito comprometido. Entre elas, algumas rodovias e ferrovias.

Educação. A avaliação é de que há espaço para cortes, especialmente no Ministério da Educação. Mas os técnicos do próprio governo admitem que é pequena a margem para cortar R$ 10 bilhões após o bloqueio de R$ 21,5 bilhões anunciado em março.

Dono da maior fatia de gastos de custeio, o Ministério da Saúde está a salvo de cortes por causa da Constituição, que estipula a variação do PIB para correção dos gastos na área.

O segundo ministério no ranking dos maiores gastos de custeio é o do Desenvolvimento Social. Mas 85% do valor corresponde ao Bolsa-Família, carro-chefe da política social do governo, também imune a cortes.

Em seguida, vem o Ministério da Educação, com R$ 15,1 bilhões de custeio. Ontem, o ministro Fernando Haddad preferiu não se manifestar sobre a possibilidade de novos cortes, além dos R$ 536 milhões bloqueados nos gastos da pasta em março.

Outra grande fatia dos gastos de custeio está no Ministério das Cidades, mais de R$ 7 bilhões. Mas é dinheiro do programa Minha Casa Minha Vida, uma das vitrines eleitorais do governo, Segundo pesquisas do próprio governo, o programa é mais popular que o PAC.

<volta>

Valor Econômico 14 de maio Petrobras adapta refinaria do Maranhão ao pré-sal

O início da contratação das obras de terraplenagem da futura refinaria da Petrobras no Maranhão coincide com a revisão do projeto e a provável redução do valor do investimento, previsto inicialmente em US$ 20 bilhões. A refinaria, que será construída no município de Bacabeira, será readequada para processar também o petróleo leve a ser produzido no pré-sal.

A refinaria premium do Maranhão, projeto de maior valor da Petrobras, com orçamento inicial previsto de cerca de US$ 20 bilhões, deve ganhar novo impulso em junho com o início das obras de terraplanagem. Este mês a Petrobras recebeu dez propostas de empresas interessadas em terraplanar a área de cerca de 8 quilômetros quadrados onde será construída a refinaria, em Bacabeira, município situado ao sul da capital, São Luís. Estimativas de mercado apontam que só o contrato de terraplanagem da unidade deve custar R$ 1 bilhão.

A perspectiva de contratar no curto prazo os serviços de terraplanagem coincide com a revisão do projeto da refinaria, conhecida como premium 1, a partir das definições do novo plano de negócios da Petrobras para o período 2010-2014. O plano ainda não foi divulgado. A reavaliação do projeto busca adequá-lo para processar petróleo leve a ser produzido no pré-sal. Inicialmente, tanto a premium 1 como a 2 - planejada para o Ceará - foram pensadas para refinar óleo pesado extraído na Bacia de Campos. "Ao invés de processar apenas petróleo pesado, o processo está sendo revisto para processar 50% de óleo do pré-sal e 50% de óleo pesado", diz Luiz Alberto Domingues, gerente-executivo de programas de investimento da área de abastecimento da Petrobras.

A revisão deverá reduzir o investimento no projeto uma vez que serão necessários menos equipamentos como compressores e bombas, disse Domingues. Ele não quis dizer qual percentual mais barata ficará a refinaria como resultado das mudanças nas fontes de suprimento de matéria-prima. Por outro lado, a valorização do real frente ao dólar preocupa, uma vez que os serviços de construção de refinarias são pagos em reais.

Também não houve definição até o momento sobre a entrada das japonesas Marubeni e Mitsui como sócios dos projetos das duas refinarias. Em janeiro do ano passado, a Petrobras assinou memorando com a Marubeni para fazer estudos conjuntos sobre a premium 1. Alguns meses depois, em maio, foi assinado outro memorando com a Mitsui com o objetivo de realizar estudos para analisar a viabilidade de implantação da premium 2, no Ceará.

Em termos de capacidade, o desenho da refinaria do Maranhão continua o mesmo: a unidade será projetada para refinar 600 mil barris de petróleo por dia. Esse volume é

quase o dobro da refinaria de Paulínia (Replan, em São Paulo), hoje a maior unidade de refino da Petrobras em operação, com capacidade de processar 390 mil barris por dia.

A implantação da refinaria do Maranhão se dará em duas fases, cada uma de 300 mil barris ao dia. O planejamento original prevê o primeiro módulo para 2013 e o segundo para 2015. Mas é possível que haja um ajuste no cronograma da unidade maranhense. Perguntado se o atraso na instalação do primeiro módulo dessa obra poderia chegar a um ano, Domingues respondeu: "No máximo."

Os prazos na implantação da refinaria dependem de outros fatores, entre os quais estão o fluxo de caixa da companhia e a capitalização da empresa, atualmente em discussão no Congresso. Existe preocupação em não aumentar a dívida da empresa de forma a comprometer o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco. Esses fatores estão sendo considerados e, quando forem definidos, permitirão ter maior clareza sobre o prazo para a entrada em operação do primeiro módulo da refinaria, de 300 mil barris ao dia.

Planejada para produzir diesel, GLP, QAV (combustível de aviação) e coque, a refinaria do Maranhão está sendo pensada para atender aos mercados interno e externo. A ideia é que a unidade permita abastecer a região Centro-Oeste, hoje suprida a partir de São Paulo, disse Domingues. Em relação à terraplanagem, o executivo afirmou que o objetivo é começar as obras em junho para aproveitar a época de seca do segundo semestre. De janeiro a junho, chove muito no Maranhão, o que é um entrave para preparação de solos.

O andamento da terraplanagem vai depender de outros fatores, além do clima. Um deles é a transferência de 40 famílias que vivem numa comunidade dentro de uma das áreas a ser ocupada pela refinaria. O secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Maurício Macedo, disse que as famílias serão realocadas para novas casas em Bacabeira e Rosário. Segundo Domingues, a estatal já tem contratos de comodato que somam 93% da área da refinaria, formada em grande parte por antigas fazendas. Nessa área, a Petrobras já esta instalando cercas e fazendo a supressão vegetal com manejo de fauna.

A terraplanagem também depende da remoção de duas linhas de transmissão da Cemar, a distribuidora de energia elétrica do Maranhão, que cortam a área da refinaria. Segundo Domingues, uma empresa foi contratada para remover as duas linhas.

<volta> Valor Econômico 14 de maio

Ajuste nos trilhos

Se fossem um organismo vivo, é como se, todos os dias, as quase quinhentas cidades brasileiras com populações de 50 mil a 500 mil habitantes sofressem algum tipo de acidente vascular. Em diferentes graus de gravidade, elas apresentam artérias entupidas, trânsito "coagulado" e "pressão alta" no sistema de transporte coletivo. Uma situação que se agrava nos centros urbanos maiores e nas principais capitais do país.

No mais detalhado estudo em curso a respeito dos congestionamentos nas ruas brasileiras, a Fundação Dom Cabral definiu o problema como "apagão na mobilidade urbana". Iniciado em 2004 e com atualizações anuais, o levantamento é constituído de dezenas de medições mensais em campo e centenas de entrevistas entre as populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Essas capitais registram elevação anual nunca inferior a 15% no tempo perdido no trânsito diário. Uma média que se repete, com pequenas variações, em todos os anos da pesquisa.

A partir de uma equação complexa e rigorosa, os pesquisadores estabeleceram uma remuneração média diária de R$ 70 para cada pessoa presa no tráfego, multiplicaram esse valor pelas horas gastas para a conclusão dos trajetos partida-destino e concluíram que, só em São Paulo, as perdas econômicas chegam a nada menos que R$ 4 bilhões a cada ano.

"Averiguamos um aumento preocupante com o tempo gasto no trânsito e uma drástica redução na qualidade de vida das pessoas", afirma o professor Paulo Resende, responsável pelo Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral. "O pior é que essa situação vai se estendendo a praticamente todas as cidades com mais de 50 mil habitantes, que muitas vezes nem departamento de trânsito ou secretaria de transportes possuem." Resende é um duro crítico da forma improvisada com que governos lidam com a questão. "Não conheço uma cidade brasileira que use a lei de ocupação do solo a favor do transporte", diz. "Depois que se constrói um shopping, por exemplo, é que se vai ver o que deve ser feito para minimizar o caos."

As principais apostas nas capitais para atenuar esse quadro são a integração dos sistemas de transportes e a construção de vias de metrô. No Rio de Janeiro, as duas linhas expandidas recentemente em 1,8 quilômetro e 8 quilômetros já transportam cerca de 550 mil pessoas por dia. "Chegamos a esse volume logo após a entrega à população", afirma o presidente da concessionária Metrô-Rio, José Gustavo de Souza Costa. "A demanda estava latente." Orçada em R$ 2,6 bilhões, está em construção a Linha 4. Porém, a ritmo lento. A licitação foi vencida pela empreiteira Queiroz Galvão em 1998, mas a abertura efetiva das linhas só aconteceu em março deste ano.

"Um dos maiores e mais caros gargalos a serem superados é o das desapropriações", justifica o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Fleury, CEO do Instituto de Logística e Supply Chain. "Há dez anos, a Barra (por onde a linha 4 vai passar) era repleta de terrenos vazios, mas agora há um adensamento urbano e, com isso, os valores a serem pagos ficam mais elevados."

A previsão é de entrega da linha completa em 2016, ano da Olimpíada. Uma meta que abarca um sonho. "Faremos a primeira grande garagem pública metroviária da cidade, onde o usuário deixará seu carro, tomará um carrinho elétrico até a estação do metrô e

pagará uma tarifa integrada mais barata", garante o secretário de transportes, Júlio Lopes.

No Nordeste, a capital do Ceará vive situação semelhante. A licitação para a primeira linha de metrô de Fortaleza foi concluída em 1997, mas somente em agosto deste ano chegarão os dois primeiros trens, de um total de 20, para os testes iniciais. Com 24,1 quilômetros de extensão, o metrô, que poderá acelerar a mobilidade de 350 mil pessoas, só deverá entrar em operação no fim de 2011 - contados 14 anos depois da publicação do edital para as obras. Uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, Fortaleza tem um plano anunciado este ano pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), de melhorias em seu sistema viário, integração entre ônibus e metrô e reforma do aeroporto. Custo: R$ 6 bilhões.

Apenas o metrô tem custo estimado em R$ 1,44 bilhão. "Aos poucos, estamos conseguindo os recursos necessários por meio do PAC, do BNDES e do nosso próprio caixa", diz o secretário estadual de infraestrutura, Adail Fontenele.

Em Salvador, o quadro, do ponto de vista da pontualidade, parece ser igualmente grave. O projeto inicial, que previa a ligação do centro com dois dos bairros mais populosos, começou em 2000. Até o momento, as obras a cargo do consórcio Metrosal (Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemens) já consumiram cerca de R$ 1 bilhão, mas a extensão da linha foi reduzida de 11,6 quilômetros para 6. De acordo com a prefeitura da cidade, a previsão é de que as obras terminem este ano e as portas dos trens sejam abertas ao público no primeiro semestre de 2011.

Enquanto Belo Horizonte tem 28 quilômetros e não possui planos para fazer a sua ampliação, Porto Alegre dá mostras de querer mais. A construção da primeira linha foi iniciada em 1980, ligando o centro às cidades ao norte da área metropolitana. Hoje, são 33,8 quilômetros de linhas. Até 2012, mais 9,3 quilômetros deverão ser entregues. "Acreditamos em conexões de meios de transporte para aumentar a mobilidade urbana na capital gaúcha", explica o secretário nacional de mobilidade urbana, Luiz Carlos Bueno, ligado ao Ministério das Cidades. "Vamos investir mais na linha 1, contratar o projeto da linha 2 e conectar a Estação Aeroporto da Trensurb com o Terminal do Aeroporto Salgado Filho, por meio do aeromóvel."

Há, porém, os que questionam os custos dos investimentos em metrô quando comparados, por exemplo, a soluções com a dos VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), como os de Curitiba. Com efeito, um quilômetro de construção de metrô custa, em média, R$ 99 milhões, enquanto a mesma extensão de VLT pode ser feita por R$ 33 milhões. Na avaliação do presidente do Centro de Transporte Sustentável do Brasil, Luís Antonio Lindau, nem todas "as cidades brasileiras precisam de metrô", afirma. "Para São Paulo, realmente é uma necessidade, inclusive por ter uma iniciativa privada forte e possibilitar retorno financeiro, mas as realidades das outras 70 cidades com mais de 500 mil habitantes são diferentes."

A interligação de modais também é defendida pelos especialistas. Em São Paulo, com seus 20 milhões de habitantes projetados para 2015, a fórmula da interligação de meios de transporte está sendo seguida. De acordo com o estudo da Dom Cabral, os congestionamentos na cidade cresceram 23% entre 2007 e 2008, com duração igual

ou superior a duas horas em 74% dos casos. No entanto, a inauguração do trecho sul do Rodoanel e a entrega de duas estações de metrô e 12 de trens, num total de 9,6 quilômetros de extensão de linhas, nos últimos três anos, mostram que as queixas dos paulistanos sobre os congestionamentos tendem, no curto prazo, a diminuir.

Até 2011, o governo estadual deve investir R$ 23 bilhões em transportes. O objetivo é quadruplicar a rede sobre trilhos de 60,2 quilômetros, em 2007, para 240 em 2011 - 162 quilômetros de trens e 78 de metrô. Este ano, os pontos de conexão entre os dois modais subiram para 40 na Grande São Paulo (eram 30 em 2007) e deverão chegar a 91 em 2014. A essas medidas somam-se a ampliação para 6,1 mil vagas nos 39 bicicletários em operação nas estações de metrô e trens. "Nosso plano pretende aumentar o número de usuários do metrô e dos trens", afirma o secretário de transportes metropolitanos José Luiz Portella.

<volta>

Valor Econômico 14 de maio

Construção do metrô em Curitiba provoca polêmica

A chegada do metrô a Curitiba está provocando discussões sobre o futuro do sistema de transporte urbano da capital paranaense, considerado exemplar e imitado em mais de 80 países. Para alguns urbanistas, a implantação do transporte subterrâneo na capital paranaense é bem-vinda como um complemento para o sistema de transporte adotado no município, batizado de Bus Rapid Transport (BRT), que já exibe sinais de estrangulamento por conta do próprio crescimento da cidade. Para outros, entre eles o ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, que introduziu o BRT na cidade nos anos 70, o sistema de transporte por superfície necessita apenas de ajustes, dispensando-se a necessidade da introdução do metrô, um meio de transporte cuja implantação é considerada cara.

O metrô de Curitiba terá 22 quilômetros de extensão, repartidos entre 21 estações, ligando os terminais de ônibus de CIC Sul, na Zona Sul da cidade, e Santa Cândida, na zona Norte. "O metrô atenderá a Zona Sul de Curitiba, a região da cidade que mais cresce", diz o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida. Sua construção demandará investimentos de R$ 3,5 bilhões. A primeira fase, que abrangerá 13 quilômetros entre CIC Sul e a praça Eufrásio Correia, no centro da cidade, terá um custo de R$ 2 bilhões e deverá estar concluída no inicio de 2014, antes, portanto, do início da Copa do Brasil, que terá Curitiba como uma das cidades-sede.

Segundo ele, algumas características do projeto do metrô serviram para reduzir o seu custo. O presidente do Ippuc diz que 8 quilômetros do metrô serão construídos a uma profundidade mais baixa, com redução dos custos das suas obras. Além disso, o metrô será construído seguindo o traçado da Linha Verde, outro projeto de entroncamento de

transporte por ônibus que está sendo implantado, que resultará em redução dos valores de desapropriações.

"Precisamos fugir desse falso dilema da mobilidade urbana dividida entre o automóvel e o metrô", diz Lerner. "A cidade não se viabiliza somente com o automóvel e não pode ficar aguardando o metrô, que às vezes não vem". Ele acrescenta que frequentemente, quando se pensa em metrô, se imagina que "ele estará ali, na porta de casa", destacando que a construção de linhas do transporte subterrâneo exige vultosos investimentos.

Em artigo publicado na imprensa paranaense, Lerner afirmou que são transportados diariamente 2,3 milhões de passageiros no sistema de transporte em superfície, "mais ou menos o mesmo que o metrô de São Paulo, ou o metrô e o trem de subúrbio do Rio de Janeiro, juntos".

Lerner defende a continuidade e aprimoramento do sistema.. "Ele abriu um caminho para Curitiba. Temos pela frente um longo caminho no que se refere ao aperfeiçoamento desse sistema", diz. Confrontado com as críticas de que o sistema de transporte por ônibus articulados que trafegam em canaletas exclusivas apresenta pontos de estrangulamento, Lerner defende a retomada da eficiência com sincronia dos semáforos para que os ônibus parem o mínimo possível. "Tem de se manter uma frequência de passagem dos ônibus nas estações-tubo de no máximo 30 segundos."

<volta> Valor Econômico 14 de maio Investimentos em BRTs vão chegar a R$ 4,5 bilhões

Depois de inspirar sistemas de transportes urbanos em mais de 80 países, o modelo adotado há mais de 30 anos em Curitiba, baseado em calhas exclusivas para ônibus articulados, deverá ser uma das estrelas do pacote de obras de infraestrutura previsto para preparar o Brasil para sediar a Copa de 2014. A previsão é de que 12 cidades-sede da Copa receberão 20 projetos de Bus Rapid Transit (BRT), como é conhecido esse modelo, como parte do chamado PAC da Mobilidade Urbana anunciado pelo governo federal, com um conjunto de 47 projetos. Os projetos de BRT previstos para a Copa deverão absorver investimentos de mais de R$ 4,5 bilhões.

"O sistema de Curitiba foi o início do BRT. Mas, apesar de ter sido implementado em mais de 80 países, por conta de seus reconhecidos benefícios, esse sistema estava estagnado aqui no Brasil", diz Marcos Bicalho dos Santos, diretor-superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Para transportar os turistas que chegarão ao país para acompanhar a Copa do Mundo de futebol neste ano, a África do Sul também aderiu ao sistema BRT como forma de criar uma alternativa de transporte aos táxis-coletivos (vans) para as cidades-sedes.

Os BRTs, segundo Bicalho, são mais do que ônibus articulados que percorrem corredores exclusivos. Funcionam de forma bastante parecida com os metrôs e trens: acomodam uma só linha (um único destino), com os ônibus trafegando com calhas exclusivas, ao longo das quais são construídos estações, que recebem os passageiros transportados por outros meios. Os BRTs contam com sistemas de controle, com a utilização de GPS nos ônibus, que permitem que os passageiros sejam comunicados nos terminais sobre o tempo de chegada do próximo carro.

As passagens são vendidas nas estações, que são fechadas - características que conferem rapidez no embarque e segurança aos passageiros. O embarque é feito em plataformas que ficam no mesmo nível do ônibus, o que agiliza o embarque.

<volta> Valor Econômico 14 de maio Receosa, Bacabeira aguarda chegada de 'obra redentora'

Os bacabeirenses, gentílico que denomina os habitantes de Bacabeira, vivem hoje uma mistura de esperança e receio em relação ao futuro do município, situado 50 quilômetros ao sul de São Luís, a capital do Maranhão. "Ainda há dúvidas se a refinaria virá", afirma Dino Petronilio Silva, secretário-adjunto de finanças do município. A desconfiança se explica. Essa não é a primeira vez que Bacabeira aparece como candidata a receber um grande projeto industrial. Até hoje, porém, nada aconteceu.

Há cinco anos, surgiu a possibilidade de Bacabeira receber uma usina siderúrgica da Vale em parceria com os chineses da Baosteel, mas o projeto não foi adiante. Agora, aparece uma nova oportunidade de esse pequeno município, de apenas 15.574 habitantes, segundo dados do IBGE, crescer e distribuir riqueza. Em janeiro, o presidente Lula esteve em Bacabeira para lançar a pedra fundamental da refinaria premium da Petrobras, projeto estruturante com impactos em toda a economia do Maranhão, como diz o secretário de Indústria e Comércio do Estado, Maurício Macedo.

Para Bacabeira, a refinaria também pode significar uma revolução. Hoje, o município tem a economia sustentada na atividade de pedreiras e de algumas cerâmicas, além dos empregos criados pela prefeitura. Bacabeira não tem hospitais, só posto e centro de saúde, nem saneamento básico. Este ano o município, emancipado de Rosário em 1994, recebeu o primeiro cartório.

Apesar da infraestrutura precária, Bacabeira está tornando-se destino de imigrantes em busca de empregos que deverão ser criados com a implantação da refinaria da Petrobras, diz Dino Silva, que cuida das finanças do município. Ele acredita que a população do município já passou de 20 mil habitantes. Muitas pessoas moram em Bacabeira, mas trabalham em São Luís, o que confere ao local uma característica de cidade-dormitório.

O advogado José Guilherme Zagallo, ligado à área ambiental em São Luís, afirma que Bacabeira e Rosário não têm a menor estrutura para receber a refinaria. "Do ponto de vista social, a refinaria será crítica para as populações dos dois municípios", diz Zagallo. Ele também questiona os efeitos ambientais da refinaria e a forma como foi feito o licenciamento ambiental do projeto. Ele informou que entidades não governamentais com atuação na área ambiental pretendiam fazer denúncia ao Ministério Público Federal no Maranhão questionando a licença prévia da refinaria porque não teriam sido mensuradas emissões de gases que seriam cancerígenos.

Luiz Alberto Domingues, gerente executivo da Petrobras que responde pelos programas de investimento da companhia na área de abastecimento, refuta as afirmações do advogado. Ele disse que os estudos e os relatórios de impacto ambiental, contratados junto à Universidade Federal do Maranhão, tiveram participações de outras empresas subcontratadas, as quais se encarregaram, por exemplo, dos levantamentos sobre emissões.

"Não vemos essa baixa qualidade no estudo", disse Domingues. Ele também informou que na área social foi assinado acordo de cooperação com o Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e BNDES para financiar estudos em vários projetos de refinarias em construção pela Petrobras. O trabalho, a ser feito por empresa contratada, deve abordar questões históricas, demográficas, econômicas, urbanas e sociais. Existem ainda estudos de mobilidade e muitos outros, disse Domingues.

<volta> Diário do Comércio 14 de maio Licitação do BH-Tec terá novo adiamento A publicação do edital de licitação para escolha das empresas que vão se instalar no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), localizado na região da Pampulha, só deve acontecer no final deste ano ou no começo de 2011. O atraso no processo licitatório, que estava previsto para ter início em dezembro de 2009 - e depois foi adiado para este mês - se deve, de acordo com o superintendente do empreendimento, Roberto Alves Nogueira, à não conclusão das obras do prédio-sede. A construção do edifício, orçada em R$ 24,823 milhões, é de responsabilidade do governo do Estado e está sendo executada pela Haec Congel Construções Gerais Ltda. "A empresa previa o término dos trabalhos no começo de agosto. Porém, isto só deve ocorrer no final deste ano, em função de alguns trâmites burocráticos inerentes ao processo", explicou o superintendente do BH-Tec. No entanto, o atraso na conclusão das obras do prédio-sede teria sido provocado pelo desabamento de uma laje da edificação. O superintendente, porém, desmentiu a informação e alegou que desde que assumiu o cargo, em setembro do exercício, não

houve problemas relativos à estrutura. Nogueira chegou a considerar que seria possível publicar o edital antes da conclusão do prédio-sede. Mas ele preferiu não criar expectativas no mercado, já que o prazo para o término das obras é incerto. "A edificação é uma estrutura metálica muito complicada e foi resultado de um concurso de arquitetura. Por isso, já passou até por algumas adaptações", disse. O superintendente lembrou que as obras de infraestrutura interna do parque, iniciadas em setembro do ano passado e de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), já estão "praticamente concluídas". Os investimentos foram da ordem de R4 1,150 milhão. As intervenções incluíram cercamento do local, limpeza, construção de passeios, sinalização de trânsito e instalação de guaritas de segurança. René Rachou - O terreno onde será implantado o BH-Tec possui 500 mil metros quadrados, com 150 mil metros quadrados de área construída, de acordo com o projeto. Até agora está garantida apenas a instalação da nova sede do Centro de Pesquisas René Rachou. O aporte está avaliado em R$ 80 milhões e será financiado pelo Ministério da Saúde. O termo de compromisso que oficializou o investimento foi assinado em fevereiro, entre o centro de pesquisas, que é o braço mineiro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O contrato para a cessão do terreno de 18 mil metros quadrados que abrigará a nova sede da instituição também já foi firmado. Um instrumento contratual estabelecendo as condições e os princípios que irão reger a gestão tecnológica, operacional e administrativa do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde de Minas Gerais (CDTS-MG), que será implantado no local, também está sendo elaborado. A previsão da superintendência do parque é que a conclusão do projeto, incluindo os três edifícios institucionais, cujas obras estão orçadas em aproximadamente R$ 50 milhões, e as instalações da Fiocruz, demorem pelo menos cinco anos, caso o cronograma de investimentos seja mantido pelo próximo governo do Estado. O projeto prevê que as empresas que se instalarem no parque poderão ser beneficiadas pelos incentivos fiscais garantidos pelo Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresa (Proemp). Entre as isenções está a redução de até 60% da alíquota do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), durante cinco anos, ou o diferimento do tributo devido por 30 meses.

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Folha de S. Paulo 14 de maio Avanços em logística OS AVANÇOS conquistados nos últimos anos com relação à logística dos transportes são notáveis em nosso país. Há melhorias nos setores de infraestrutura, nas áreas de energia e comunicação, por exemplo, e no setor energético. No entanto, ainda há muito o que melhorar. O setor de transportes aquaviários é um dos que clama por mais investimentos e organização. A busca pela melhoria em infraestrutura, aliás, é uma necessidade de toda a sociedade, especialmente em um ano em que teremos eleições. É pungente que tenhamos investimentos em setores diversificados da economia brasileira, com destaque para as áreas que estão defasadas e que gritam por investimentos. Como consta do Programa Nacional de Logística Portuária (PNLP), a matriz de transportes do país tem que ser modificada. Nossos custos de logística estão entre os mais elevados do mundo e correspondem a 15,4% do PIB, de acordo com o estudo How to Decrease Freight Logistics Cost in Brazil (como reduzir custos com logística de transporte no Brasil), publicado em fins de 2008 pelo Banco Mundial (Bird). Esse número é quase o dobro do americano (8,5%), e, segundo o próprio Bird, pode chegar a até 18% de todo o PIB nacional, o que representa custos da ordem de US$ 290 bilhões. Mesmo assim, o país entrou em 2010 com uma ótima notícia sobre logística, também divulgada pelo Banco Mundial. Segundo o Índice de Desenvolvimento Logístico deste ano, o Brasil pulou da 61ª posição, desde a última divulgação do índice, em 2007, para a 41ª posição neste ano. Subimos 20 posições em apenas três anos, e estamos em primeiro lugar na América Latina, à frente de países como México, Argentina e Chile. O Índice de Desempenho Logístico avalia desempenhos em eficiência de processos de liberação nas transações alfandegárias; infraestrutura; simplicidade e disponibilidade para embarques; competência de logística; rastreamento e acompanhamento de cargas; custos de transporte, armazenagem e manejo de cargas e rapidez e economia de tempo. Em 2007, foram 150 países analisados; em 2010, esse número subiu para ra 155 nações estudadas. O intervalo entre as duas divulgações do índice pelo Bird (2007-2009) coincide exatamente com o período em que a Secretaria Especial de Portos (SEP) está funcionando. Criada em 2007 como uma secretaria com status de ministério, o órgão tem obtido resultados muito positivos no desenvolvimento de políticas de logística para o setor portuário. Usando esse mesmo intervalo, para efeito de comparação, as exportações brasileiras cresceram 11% no período de 2007 a 2009, apesar da retração de demanda externa em função da crise financeira. A movimentação apresentou resultados surpreendentes em Santos, o maior porto da América Latina, em um período entre 2004 e 2008. Em apenas quatro anos, passou de 60 milhões de toneladas para 80 milhões de toneladas movimentadas. Os investimentos públicos e privados em infraestrutura portuária, no período, não pararam. Entre 2007 e 2009, foram aplicados pelo governo federal mais de R$ 2 bilhões, enquanto a carteira de investimentos privados conhecidos, entre 2007 e 2015, supera US$ 5 bilhões. Ao fazer uma análise cuidadosa e criteriosa do documento produzido pelo Bird, vemos que as maiores deficiências do setor portuário não estão em problemas de infraestrutura ou de competência logística. Enfrentamos mais problemas em questões relacionadas ao impacto negativo da burocracia e diversos processos que dificultam o desembaraço de

mercadorias importadas e o embarque de produtos para o exterior. Se resolvermos essas questões burocráticas, certamente poderemos pular mais 20 posições na divulgação do próximo Índice de Desenvolvimento Logístico. Para isso, é necessário que haja investimentos em inteligência logística e em todos os modais, para que o desenvolvimento seja sustentável, de longo prazo e que traga retornos positivos para o país, como a melhoria nos padrões de competitividade e o auxílio no crescimento da economia. PEDRO BRITO é ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. [email protected]

<volta> G&A 14 de maio Reunião do SGT-5 é realizada em Porto Alegre Na última quinta-feira (06/05), a sede do SETCERGS, localizada em Porto Alegre (RS), recebeu representantes de empresas e entidades convocados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para a realização da reunião preparatória da 39ª Reunião do Subgrupo de Trabalho nº 5 - Transportes – MERCOSUL (SGT-5).

A coordenação da reunião ficou a cargo do superintendente da ANTT, Noboru Ofugi. O objetivo do encontro foi tratar os aspectos técnicos e operacionais do transporte rodoviário internacional de cargas e passageiros entre os países do MERCOSUL.

<volta> A Tribuna Online 14 de maio Instituto divulga estudo sobre portos brasileiros O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) irá apresentar, nesta segunda-feira (17/05), o Comunicado do Ipea n° 48 - Portos brasileiros: diagnóstico, políticas e perspectivas. Parte da série Eixos do Desenvolvimento Nacional, o estudo apresenta as principais questões econômicas e institucionais que têm envolvido os portos do País nos últimos anos.

O texto trata de um setor considerado fundamental para a economia do Brasil e o comércio internacional, já que os complexos marítimos são responsáveis pela maior parte da relação comercial brasileira com o resto do mundo. Entre os assuntos

abordados no estudo estão planos e programas desenvolvidos com o intuito de alavancar o setor e apresentação de projeções e cenários para os próximos anos.

A apresentação do Comunicado será realizada às 10 horas, no auditório do Ipea, em Brasília. Durante a entrevista coletiva, que será transmitida on-line para todo o Brasil, jornalistas terão suas perguntas respondidas pelos pesquisadores. Para participar, é necessário fazer o cadastro pelo e-mail [email protected].

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Webtranspo 14 de maio DNIT refaz projeto de obras Luiz Antonio Pagot, diretor Geral do DNIT, e Herbert Drummond, diretor de Infraestrutura Aquaviária, apresentaram nesta terça-feira, 11, um novo cronograma para a execução de obras das Eclusas de Tucuruí. O termo de compromisso entregue ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê que até 20 de setembro o empreendimento seja inaugurado. Na última semana, Paulo Sérgio Passos, Ministro dos Transportes, e técnicos do DNIT e da Eletronorte, além de representantes das empresas, haviam feito uma vistoria nas obras das eclusas e assinado o documento para garantir a conclusão dos serviços em setembro. O sistema de transposição é composto por duas eclusas medindo 33m x 210m x 3,50m, ligadas por um canal intermediário com 5,5 quilômetros de extensão e 140 metros de largura, e irá restabelecer a navegabilidade no rio Tocantins, interrompida pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. O investimento total para o empreendimento foi de R$ 1,2 bilhão. De acordo com o DNIT, a construção das eclusas vai permitir o tráfego de comboios transportando até 22 mil toneladas de carga, em um trecho de 780 quilômetros entre o porto de Vila do Conde, perto de Marabá/PA e a foz do Rio Araguaia. A região tem intensa produção agropecuária e agro-industrial da região, além de jazidas minerais e outros recursos naturais que podem ser transportados por via fluvial – como o minério de ferro, que vem de Marabá, e os grãos vindos do Centro Oeste do País.

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Webtranspo 14 de maio Petrobras inaugura nova termelétrica Nesta quarta-feira, 12, o governador da Bahia, Jaques Wagner, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Silva Foster, inauguraram a Usina Termelétrica Arembepe. A unidade é fruto de uma sociedade entre a estatal e a empresa Nova Cibe Energia. A usina – que integra os empreendimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) - possui capacidade instalada de 150 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes. Segundo a companhia, o empreendimento é importante para aumentar a oferta de energia ao SIN ( Sistema Interligado Nacional), além de incrementar segurança elétrica na Bahia. A usina, movida a combustível, está localizada no Pólo Petroquímico de Camaçari. “Hoje o nosso sistema elétrico tem uma fortaleza. Essa usina será importante para dar estabilidade quando eventualmente tivermos problemas, principalmente na geração hidrelétrica”, destacou Gabrielli. Com investimento total de R$ 334 milhões, as obras foram iniciadas em fevereiro de 2008 e concluídas em março de 2010. De acordo com a Petrobras, foram gerados 800 empregos diretos e 1.500 indiretos, nos quais se destaca grande aproveitamento de mão de obra local. Mais de 90% desses trabalhadores foram recrutados na região.

<volta> Webtranspo 14 de maio Porto: carga offshore cresce Visando atender ao crescimento das atividades de apoio marítimo, o Brasil registra um aumento na movimentação de equipamentos para o segmento offshore. Nesta semana, o Cais do Porto de Vitória recepcionou o navio Seven Oceans, que embarcou estacas de sucção para o transporte até a bacia continental do Espírito Santo. Essas estacas são cilindros abertos no fundo e fechados no topo que servem para a acoplagem da bomba de sucção que auxilia na ancoragem das plataformas de petróleo no fundo do mar. Segundo a Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo), quase diariamente navios

supply atracam no Porto de Vitória para dar apoio às plataformas de petróleo, transportando materiais de suprimento. Informações da ABEAM (Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo) apontam que a frota supply atuante na costa brasileira é composta de 267 embarcações e dessas, 132 são nacionais. De acordo com a entidade, a frota atual é capaz de atender às demandas em toda a costa brasileira, com destaque para as bacias de Campos, Espírito Santo e Santos. Na análise da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), até 2014 mais de 500 embarcações desse tipo devem estar em operação, significando investimentos superiores a US$ 1 bilhão nesse mercado.

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Porto Gente 14 de maio ANTT cogita adoção de modelo espanhol para ferrovias

O superintendente de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Noboru Ofugi, afirmou na última terça-feira (11) que o Governo Federal pode adotar o modelo espanhol de concessão de ferrovias para dar uma guinada no modal ferroviário brasileiro. Uma decisão sobre o assunto deve ser anunciada pelo Ministério dos Transportes até o final do mês de julho.

O anúncio foi feito pelo superintendente da ANTT durante o seminário "Porque o sistema multimodal não funciona no Brasil?", realizado em São Paulo (SP), e acabou sendo uma resposta a quem cobra ações práticas da União em relação à multimodalidade no País. A vantagem do modelo espanhol é que ele prevê a separação da operação da ferrovia e da responsabilidade de ampliação da infraestrutura da malha. Ou seja, ou a concessionária cuida dos vagões ou da melhoria dos trilhos.

<volta> Porto Gente 14 de maio Ministério dos Transportes estuda separar operação e manutenção no setor ferroviário

O Ministério dos Transportes, por meio de sua assessoria de imprensa, informou ao PortoGente que está estudando, junto com a Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT), um novo modelo para as futuras concessões ferroviárias, examinando a separação entre a operação e a manutenção da via permanente. Uma concessionária seria encarregada de manter a via e oferecer capacidade de transporte a um ou mais operadores independentes, que entrariam com os seus trens e pagariam pela utilização.

O Ministério, num balanço dos últimos anos, avalia como positivo o volume de investimentos que o Governo Federal (por meio do PAC e do PPA) fez para superar os principais gargalos no sistema nacional de transportes, constatando que a situação atual já apresenta melhorias significativas em relação à situação de poucos anos atrás.

Apesar do esforço de investimentos e de realizações, observa o Ministério, é inegável que ainda existem gargalos nos diversos modos de transporte, e que somente ao longo dos próximos anos, com investimentos crescentes, serão definitivamente superados. “Nas ferrovias, persistem as invasões de faixa de domínio [foto], uma quantidade excessiva de passagens de nível, a falta de contornos em áreas urbanas e uma extensão insuficiente da malha”.

O Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) atual, em seu portfólio de projetos, apresenta uma previsão de investimentos em projetos ferroviários que totaliza R$ 150 bilhões, sendo R$ 34 bilhões entre 2008 e 2011, R$ 53 bilhões entre 2012 e 2015 e R$ 63 bilhões no período 2015-2023, envolvendo recursos da União e das concessionárias de ferrovias.

<volta> Agência Estado 14 de maio São Vicente vai transformar ruínas de 1º porto do País em museu

A primeira cidade do Brasil vai resgatar a história do primeiro porto do País. A prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, assinou nesta quinta-feira (13) uma parceria com a entidade Ama-Brasil para transformar as ruínas do Porto das Naus em um museu. Instalado por Martim Afonso de Sousa em 1532, o atracadouro era feito de madeiras em estacas. Ali, bem próximo da Ponte Pênsil, onde hoje fica a Avenida Tupiniquins, foram realizadas as primeiras transações comerciais com os navios que chegavam à região.

O arqueólogo Manoel Gonzalez foi contratado para fazer a prospecção em terra e no mar. "Pode acontecer de se achar espadas e punhais. Muitos piratas passaram por ali." A prospecção deve demorar 15 dias e a expectativa é que o pré-projeto seja concluído em 90 dias. A partir daí, o pré-projeto segue para a aprovação do Ministério da Cultura.

De acordo com o prefeito de São Vicente, Tércio Garcia (PSB), é impossível estimar o custo do restauro até que o pré-projeto esteja pronto, mas a Companhia Docas do

Estado de São Paulo (Codesp) está comprometida em ajudar a viabilização do museu dos portos.

<volta> Diário do Nordeste 14 de maio BNDES suporta obras no CE Para LUCIANO Coutinho, a concessão de créditos dos bancos de desenvolvimento foi decisiva durante a turbulência Importância de bancos de desenvolvimento no combate à crise econômica é enfatizada O BNDES é o principal financiador do governo de Estado atualmente, de acordo com o governador Cid Gomes. Segundo ele, além do Centro de Eventos, a instituição financia hoje o Metrô de Fortaleza, equipamentos para o Porto do Pecém, além de obras de infraestrutura na área do complexo. Em 2009, em meio a crise internacional, o Ceará cresceu 3,1%. Para Cid Gomes, o Estado é exemplo da importância das instituições financeiras de promoção do desenvolvimento na redução dos impactos da crise. O governador e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participaram ontem da abertura da 40ª Reunião Ordinária da Assembleia Geral da Associação Latino-americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide). Passada a crise, o presidente do BNDES disse, no evento, que os bancos de desenvolvimento devem manter a concessão de crédito para projetos de inovação e infraestrutura. "Essas são carências quase universais. No caso do Brasil, esses problemas causam a paralisação de muitas atividades econômicas", afirma. Outras áreas de atuação que devem permanecer no foco desses bancos, segundo ele, são inclusão social, desenvolvimento regional e meio ambiente. Coutinho garantiu que o BNDES continuará investindo na América Latina. Para o Brasil, ele afirmou que as perspectivas de investimentos são maiores do que antes da crise. Segundo ele, até abril de 2010, os desembolsos do BNDES atingiram o recorde histórico de US$ 80 bilhões. O montante, revela, foi aplicado nas pequenas e médias empresas, por meio do PSI, energia, portos, infraestrutura de ferrovias e rodovias, e inovação industrial, principais áreas de atuação do banco em 2010. O presidente do BNDES reforçou que a atuação dos bancos de desenvolvimento foi importante para contrabalançar a retração do crédito privado em 2009. "É claro que América Latina sofreu menos porque estava menos vulnerável. Já vinha num impulso de crescimento e a política econômica estava mais bem fundamentada do que noutros países. Havia reserva de divisas. Mas a política de concessão de créditos dos bancos de desenvolvimento foi decisiva", frisou. Ele também reconheceu que países mais dependentes das exportações, principalmente para os EUA, sofreram mais do que aqueles com mercado interno mais forte, como o Brasil. Recuperação O Brasil, apesar da pequena retração em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, chega em 2010 com perspectiva de 5,5% de crescimento real para o

corrente ano. O último relatório Focus aponta para uma expectativa de crescimento do mercado acima de 6%. A América Latina também demonstra sua capacidade de recuperação e já projeta crescer mais de 4% em 2011. Tal performance se deve, em parte, ao aporte financeiro dos bancos de desenvolvimento, que ampliaram a oferta de crédito justamente quando os bancos privados estrangeiros reduziram as contratações de empréstimos. Financiamentos em debate O tema "O Financiamento do desenvolvimento latino-americano além da crise: Novas áreas de atuação dos bancos de desenvolvimento" está em debate até o fim da tarde de hoje, na sede do Banco do Nordeste (BNB), no bairro do Passaré. PAÍS FORTALECIDO Crédito agrícola foi fundamental na crise Para o presidente do BNB, papel de bancos como o BNDES foi revigorado durante a recessão econômica Roberto Smith, presidente da Alide e do Banco do Nordeste (BNB), afirma que o papel dos bancos de desenvolvimento foi revigorado durante o processo de crise. Smith destaca o crédito para o pequeno produtor e para o setor agrícola como fundamentais para minorar os efeitos de queda da atividade econômica no período. Ana Teresa Holanda de Albuquerque, chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento (MP), explicou que o papel dos bancos de desenvolvimento no Brasil é agir de forma complementar, a partir da identificação de lacunas do mercado, incluindo ferramentas de inovação e microfinanças. Segundo ela, graças também a atuação dos bancos de desenvolvimento, como o BNDES, o Brasil saiu da crise fortalecido. "Temos hoje uma economia estável e previsível, uma dívida pública decrescente e elevadas reservas cambiais". Ela lembrou que estão no rol da agenda nacional investimentos em logística - principalmente estradas, energia, saneamento básico e habitação. Alide A 40ª Reunião Ordinária da Assembleia Geral da Alide, que ocorre até hoje no BNB Passaré, na Capital, reúne representantes de instituições financeiras de países como Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, e outras nações latino-americanas, além de bancos associados de países como Japão, Alemanha, e Rússia, entre outros.

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