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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA E

    TECNOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE

    SEGURANA DO TRABALHO.

    LEVANTAMENTO DOS RISCOS DOS OPERADORES DE MOTOSSERRA NA EXPLORAO DE UMA FLORESTA

    NATIVA.

    PAOLO MONTE CRUZ RODRIGUES

    Prof. Dr. MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE NOGUEIRA

    Cuiab, MT, AGOSTO de 2004.

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA E

    TECNOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE

    SEGURANA DO TRABALHO.

    LEVANTAMENTO DOS RISCOS DOS OPERADORES DE MOTOSSERRA NA EXPLORAO DE UMA FLORESTA

    NATIVA.

    PAOLO MONTE CRUZ RODRIGUES

    Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Segurana do Trabalho - Universidade Federal de Mato Grosso, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Especialista em Engenharia de Segurana do Trabalho.

    Prof. Dr. MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE NOGUEIRA

    Cuiab, MT, AGOSTO de 2004.

  • DEDICATRIA

    Dedico este Trabalho a todas as pessoas que me ajudaram na obteno de informaes, a todos os empregados e empregadores que um dia possam precisar desta pesquisa. Dedico tambm, a minha orientadora, a professora Dr Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira, por ter concordado em ajudar nessa pesquisa, finalmente a todas as pessoas que conviveram junto a mim durante mais essa conquista.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus por ter me dado fora, sade e uma famlia maravilhosa que em todos os momentos de minha vida me deram suporte para que eu chegasse at aqui.

    A minha orientadora Prof. Dr. Marta, por me auxiliar nos momentos de

    dvidas;

    A Cezrio G. de Queiros Filho, A Elizete L. A. Nascimento e a Lior C. Arruda, pela colaborao nos servios da secretaria do curso;

    A todos os Professores do Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho;

    Aos meus pais que sempre me apoiaram e me deram exemplo de

    dignidade e honestidade;

    As minhas irms que me ajudaram em momentos difceis;

    A minha namorada Fernanda Zagatto, que me ajudou na elaborao deste trabalho;

    As empresas que colaboraram com algumas informaes tcnicas, especialmente a STHIL;

    A todas as pessoas que acreditaram no meu sucesso.

  • SUMRIO LISTA DE TABELAS..........................................,..............................................i

    LISTA DE FIGURAS........................................................................................ii

    RESUMO.........................................................................................................iii

    ABSTRACT.....................................................................................................iv

    1. INTRODUO..........................................................................................01 1.1 PROBLEMTICA....................................................................................01 1.2 JUSTIFICATIVA......................................................................................02 2. OBJETIVOS..............................................................................................04 2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................04 2.1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS................................................................04 3. SISTEMAS DE EXPLORAO FLORESTAL............................l............05 3.1. AVALIAO DOS SISTEMAS DE EXPLORAO E O CONCEITO DE DESEMPENHO.............................................................................................05 3.2. ESTRATGIAS PARA COLETA DE CAMPO.......................................07 3.3. PLANEJAMENTO DA PRODUO......................................................10 3.4. CARACTERSTICAS LEGAIS QUANTO AO EMPREGO DA MOTOSSERRA.............................................................................................11 3.4.1. NR 12: Anexo I Motosserras......................................................... 11

    3.4.2. PORTARIA NORMATIVA IBAMA N 149, de 30 de dezembro de

    1992.............................................................................................................. 15

    4. DELIMITAO E ESTRATGIAS METODOLGICAS...........................19 4.1. METODOLOGIA.....................................................................................19 4.2. RISCOS A SEREM AVALIADOS..........................................................20 4.2.1. Riscos Qumicos................................................................................. 22

    4.2.2. Riscos Ergonmicos............................................................................23

    4.2.3. Riscos Fsicos......................................................................................26

    4.2.3.1. Rudo................................................................................................27

    4.3.3.2. Vibrao............................................................................................30

  • 4.4. AVALIAES DOS ACIDENTES..........................................................32 4.5. AVALIAO SEGUNDO OS EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL PARA OPERADORES DE MOTOSSERRAS.........................37 4.6. DISPOSITIVOS DE SEGURANA DA MOTOSSERRA...................... 41

    4.7. MTODOS SEGUROS DE CORTE.......................................................45 4.7.1. Pr-Corte.............................................................................................46

    4.7.2. Tcnica Padro de Corte.....................................................................47

    4.7.3. Tcnicas Especiais de Corte...............................................................47

    4.7.3.1. rvores cuja direo de queda precisa ser alterada........................47

    4.7.3.2. rvores com oco...............................................................................48

    4.7.3.3. rvores grandes...............................................................................48

    4.8. PREVENO DE ACIDENTES NO CORTE.........................................49

    5. APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS........................50 5.1. FATORES PESSOAIS...........................................................................50 5.2. FATORES PROFISSIONAIS.................................................................51 5.3. DADOS RELACIONADOS SADE...................................................52 5.4. DADOS RELACIONADOS AOS HBITOS...........................................53 5.5. EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL....................................54 5.6. ACIDENTES...........................................................................................54 5.7. SATISFAO........................................................................................55 6. RECOMENDAES DE SEGURANA E PREVENO DE ACIDENTES..................................................................................................566.1. MANUTENO DA MOTOSSERRA.....................................................60 6.1.1. Manuteno Diria.............................................................................. 60

    6.1.2. Manuteno Semanal......................................................................... 61

    6.1.3. Manuteno Mensal ...........................................................................62

    6.1.4. Manuteno Peridica........................................................................ 62

    6.1.5. Cuidados............................................................................................. 62

    7. COMENTRIOS........................................................................................64 8. CONSIDERAES FINAIS......................................................................66 9. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................ 67 ANEXO..........................................................................................................70

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1- Limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente. (AnexoI / NR15).............................................................................................29

    TABELA 2 Partes do corpo mais atingidas nos acidentes com motosserra.....................................................................................................36

    TABELA 3 EPI x Minimizao de riscos ...................................................41

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 01- Cala motosserrista ....................................................................38 Figura 02 Jaqueta ....................................................................................38 Figura 03- Capacete com viseira e protetor auricular .................................39 Figura 04 Protetor auricular .....................................................................39 Figura 05 Perneira ....................................................................................39 Figura 06- Protetor Facial.............................................................................40 Figura 07 - Luvas .........................................................................................40 Figura 08 Coturno .....................................................................................40 Figura 09 Freio manual de corrente .........................................................42 Figura 10- Protetores de mo direita e esquerda .......................................43 Figura 11 Trava de segurana do acelerador ...........................................43 Figura 12 Amortecedores antivibrao ....................................................44 Figura 13 Silencioso ................................................................................44 Figura 14 Rota de fuga ............................................................................47 Figura 15 Corte padro ............................................................................47 Figura 16 Mdia de idade..........................................................................50 Figura 17 Estado civil..................................................................................51 Figura 18 N de dependentes.....................................................................51 Figura 19 Doenas......................................................................................52 Figura 20 Dores..........................................................................................53 Figura 21 Hbitos........................................................................................53 Figura 22 EPI..............................................................................................54 Figura 23 Acidentes / Parte do corpo atingida............................................55 Figura 24 Satisfao...................................................................................55

  • RESUMO

    RODRIGUES, P. M. C. Levantamento dos riscos dos operadores de motosserra na explorao de uma floresta nativa. Orientadora: Prof Dr Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira. Faculdade de Engenharia e Arquitetura e Tecnologia, Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiab, MT, agosto de 2004. . . .

    Este trabalho teve como objetivo geral diagnosticar os riscos que o operador de motosserra est exposto direta e indiretamente, na operao de corte de uma floresta nativa no Mato Grosso. A coleta de dados foi efetuada em uma rea de explorao florestal na cidade de Cceres, estado de Mato Grosso, no decorrer do ano de 2003. Foi observada a condio de trabalho de 10 operadores de motosserra. Foram identificados os riscos operacionais fsicos, qumicos, ergonmicos e de acidentes aos quais os operadores de motosserra esto expostos no decorrer de sua atividade. Foi avaliado o uso de EPIs (Equipamento de Proteo Individual) pelos operadores. Foram avaliadas as tcnicas de explorao, se so adequadas em relao segurana do operador e determinadas medidas preventivas de segurana para os operadores de motosserra. Os principais riscos que os operadores de motosserra esto expostos so: Riscos fsicos - rudo e vibrao; Riscos qumicos - poeiras; Riscos ergonmicos - postura inadequada e esforo fsico; e os Riscos de acidente - queda de galhos, rebote, corte com a corrente da motosserra. Foi observado que o ambiente de trabalho desfavorvel em relao segurana do operador e h dificuldade de gerenciamento dos mesmos. Tambm foi observado que a maioria dos operadores no receberam nenhum treinamento a respeito do uso de EPIs e que na maioria das vezes no usam os equipamentos. Porm, as tcnicas adotadas para o abate so adequadas para a operao, pois miniminizam o risco de acidentes desde que cumpridas com todo o rigor necessrio. Foram recomendadas algumas medidas preventivas de segurana para os operadores, para que estes possam gozar de mais segurana durante sua atividade, reduzindo significativamente a ocorrncia de acidentes e doenas ocupacionais.

    PALAVRAS-CHAVE: Operador, motosserra, riscos.

  • ABSTRACT

    RODRIGUES, P. M.C. Risks survey to which are motorsaw workers in exploring a native forest. Chief Professor: Dr Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira. Engineering Architecture and Tecnology School, Specialization Course in Work Security Engineering Federal University of Mato Grosso, Cuiaba, august 2004. This work had as an general objective to diagnosticate the risks to which motorsaw workers are exposed directly or indirectly in forest trees cutting in Mato Grosso. Data survey was made in a Caceres florestal region, in Mato Grosso, through 2003. 10 workers activities were monitorated to compose this study. Motorsaw operators work conditions, physical, chemical and ergonomical operational risks were beheld as well as accidents motorsaw workers could suffer through their daily activity. Individual Protection Equipment IPE - was also evaluated. Exploratory techniques were estimated to see if they are adequate with workers security and precautional measures were determined to motorsaw operators. The main risks to which motorsaw workers are exposed are: Physical risks - noise, vibration; Chemical risks - dust; Ergonomical injuries physical distress and inadequate posture. Accident risks are: branch falling, motorsaw chain cutting and reboot. It was seen, yet, that motorsaw workers dont receive training in IPE using, and to the majority of time, dont use them. Work ambient was seen as unhealthy to workers security due to management difficulties, though the adopted techniques in falling a tree were seen as apropriate due to dimnished accident risks, when all precautions are taken. Some preventive security measurements were commended to motorsaw workers wishing they can enjoy better security while working, and to reduce meaningfully ocupational diseases and accidents. KEY WORDS: Operator, motorsaw, risks.

  • 1. INTRODUO 1.1 PROBLEMTICA

    A Amaznia abriga 35% das florestas tropicais do mundo, estima-se

    que o volume total de madeira de 60 bilhes de metros cbicos de madeira

    em toras, cujo valor pode alcanar, 4 trilhes de reais em madeira serrada. A

    explorao comercial dessa riqueza comeou h trs sculos passados,

    mas at o final da dcada de 60, todo o processo de explorao era feito de

    forma rudimentar, ou seja, com o uso de ferramentas manuais e com o

    auxlio de trao animal, o volume extrado era pequeno. De acordo com a

    FIEMT (1997), uma poltica governamental de insero da Regio Centro

    Oeste no contexto da economia nacional, na dcada de 70, provocou um

    forte impacto econmico, principalmente pelo desenvolvimento dos

    complexos agrcolas e indstrias, atravs de polticas de incentivos fiscais.

    Entretanto, em menos de trs dcadas, a Amaznia assumiu a liderana na

    explorao comercial de madeira no pas. No incio dos anos 90, cerca de

    75% da madeira consumida no Brasil provinha da floresta amaznica

    (VERSSIMO e BARROS, 1996), sendo que Mato Grosso ocupa lugar de

    destaque na explorao de madeira.

    O desmatamento da floresta amaznica ocasionado por vrios

    motivos, como abertura de estradas, converso da floresta para atividade de

    agricultura, atividade de minerao, construo de hidreltricas dos mais

    variados portes e principalmente pela prpria explorao da madeira, pois

    essa matria prima tem um enorme valor comercial.

    Assim, no Brasil, a atividade de explorao florestal caracterizou-se

    inicialmente pela adaptao de sistemas, mtodos, mquinas e

    equipamentos utilizados em pases da Europa e da Amrica do Norte.

    Entretanto, algumas dessas adaptaes no foram bem sucedidas

    devido s inmeras diferenas existentes entre nossas condies e s

    particularidades desses pases que, apresentavam a atividade de explorao

  • florestal bastante consolidada, caracterizada por um alto grau de

    mecanizao e especializao da mo-de-obra.

    A demora da mecanizao na explorao florestal no Brasil

    caracterizou-se essencialmente pela existncia de mo-de-obra abundante,

    desqualificada conseqentemente de baixo custo, o que acarreta em vrios

    problemas sociais e econmicos, entre eles muitos acidentes de trabalho.

    Desta forma existe a necessidade de se preocupar com a

    miniminizao dos riscos com o uso dos equipamentos de proteo

    individual (EPIs) para os operadores de motosserra.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    O conceito de Segurana e de Sade Ocupacional na explorao

    florestal relativamente novo, j que, h alguns anos, somente se

    considerava a Segurana, Higiene e Medicina Industrial, nos estudos sobre

    Sade Ocupacional, apesar da grande importncia que representa a

    explorao florestal em vrios pases, quer pelo nmero de pessoas

    envolvidas, quer pelo capital investido, quer pelo valor que esta explorao

    representa na economia da regio, mesmo assim estes trabalhadores

    sempre ficaram a margem das atenes no que diz respeito Segurana e

    Sade Ocupacional.

    Devido dificuldade de fiscalizao pelos rgos competentes, pode-

    se dizer que os dados relacionados a acidentes do trabalho com operadores

    de motosserra no representam a realidade vivida hoje na explorao

    florestal, sabe-se que esta atividade situa-se entre as mais perigosas, com o

    grau de risco 3, representando um custo elevado em termos de tratamentos

    mdicos, indenizaes, perdas de produo, danos s mquinas, alm dos

    graves problemas que traz o acidentado e a sua famlia, sabe-se tambm

    que a motosserra uma mquina que envolve grandes riscos para o

    operador, assim acarretando em muitos acidentes, grande parte destes

  • omitidos pelos empregadores e pela falta de informao do trabalhador, o

    que torna muito difcil a contabilizao destes acidentes.

    Ao serem analisadas as medidas prevencionistas para o caso do

    trabalhador rural, deve-se ter claro que os princpios fundamentais de

    Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho, assim como as aplicaes

    destes princpios, so os mesmos que os recomendados para os demais

    tipos de explorao econmica, tais como: regulamentao oficial, inspeo

    das condies de trabalho, normas tcnicas e treinamento dos

    trabalhadores.

    So poucos os trabalhos desenvolvidos nesse tema, da a

    necessidade de se pesquisar cada vez mais este tipo de atividade que

    responsvel por vrias mutilaes e bitos.

    Com o desenvolvimento desta pesquisa pode-se obter mais

    informaes, possibilitando tomadas de decises mais acertadas em relao

    ao uso dos equipamentos, sendo assim acarretando numa atividade com

    mais segurana para o operador.

    Este estudo de suma importncia, tanto para os empregadores

    como para os empregados, obterem conhecimento tcnico para esta

    atividade de risco.

    Entretanto, devido s condies em que se d a explorao florestal

    (jornada de trabalho excessiva, grandes distncias a percorrer, resistncia

    do homem do campo em aceitar novas tcnicas de explorao, etc), nem

    sempre o trabalho pode ser supervisionado diretamente, dificultando, ento,

    a coordenao e a vigilncia das medidas prevencionistas de segurana,

    mostrando assim claramente, a importncia que se deve dar educao e

    ao treinamento prevencionista nesse tipo de atividade.

  • 2. OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    O objetivo dessa pesquisa diagnosticar os riscos que o operador de

    motosserra est exposto direta e indiretamente, na operao de corte.

    2.1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    a) Observar as condies de trabalhos dos operadores de motosserra;

    b) Identificar os riscos fsicos, qumicos, biolgicos, ergonmicos e de

    acidentes dos operadores de motosserra;

    c) Avaliar a segurana das tcnicas de explorao;

    d) Determinar medidas preventivas para esta operao.

  • 3. SISTEMAS DE EXPLORAO FLORESTAL

    3.1. AVALIAO DOS SISTEMAS DE EXPLORAO E O CONCEITO DE DESEMPENHO O corte florestal a primeira etapa da colheita de madeira e tem grande

    influncia na realizao das operaes subseqentes. As etapas do corte

    florestal so: derrubada, desgalhamento, traamento e empilhamento. O

    mtodo de corte mais difundido no Brasil ainda o semimecanizado,

    utilizando motosserras, apesar da crescente utilizao de outras mquinas

    (MACHADO, 1992).

    Uma das caractersticas do corte florestal ser um trabalho com alto

    risco de acidentes. Os trabalhadores atuam expostos diferentes condies

    climticas, em diferentes tipos de terreno e de florestas, sujeitos ainda a

    acidentes com animais peonhentos (SODERSTROM, 1982).

    neste sistema de explorao onde ocorre a maioria dos acidentes

    de trabalho seja ele ocasionado pela prpria motosserra ou pelo

    tombamento da rvore, pois se no for utilizada a tcnica de explorao

    corretamente, este trabalhador pode ser atingido por partes da rvore, como

    galhos ou at a rvore inteira.

    Segundo LEITE (1996) os sistemas de explorao florestal no Brasil

    podem ser classificados em trs formas, conforme veremos a seguir:

    a) Manual Consiste na explorao com utilizao de ferramentas manuais como serrotes, traadores, faces, foices e etc, este sistema

    no mais utilizado nos dias de hoje, pois necessita de grande

    contingente de mo-de-obra e grande tempo de explorao, tornando-

    se invivel economicamente e acarretando muitos acidentes de

    trabalho;

    b) Semimecanizado Constitui o sistema de explorao mais utilizado no Brasil, sendo caracterizado pelo uso de motosserra. Este sistema

    de explorao utilizado na explorao com base no princpio de

    manejo florestal ou seletiva e ser o sistema estudado na presente

  • pesquisa, pois nesse sistema de explorao onde ocorrem a

    maioria dos acidentes de trabalho nos dias de hoje;

    c) Mecanizado Consiste na explorao com utilizao de tratores florestais, nesse tipo de explorao j existem tratores no qual o

    operador no tem contato nenhum com as rvores, porm s podem

    ser utilizados em florestas plantadas onde s rvores possuem o

    mesmo padro ou na explorao irracional feita por tratores que

    arrastam correntes e derrubam as rvores com lminas. Na

    explorao irracional no existe possibilidade de aproveitamento da

    madeira. o sistema mais seguro em relao a acidentes de

    trabalho.

    O trabalho florestal no sistema tradicional caracterizado pela sua

    grande exigncia fsica, por ser pesado e geralmente com alto risco de

    acidentes, principalmente pelo meio ambiente rstico e pelas grandes

    dimenses do produto que tratado, a rvore. considerado como um dos

    trabalhos mais pesados e de mais alto risco de acidentes entre as atividades

    industriais brasileiras (SOUZA, 1992).

    O extrativismo oferece riscos s vezes simples, s vezes fatais. Por

    isto muitos dos trabalhadores no sabem, s vezes, porque sentem coceiras

    ou espirram durante o perodo de trabalho. Existem tambm aqueles

    trabalhadores que no tm a mnima noo do quanto uma motosserra pode

    ser perigosa. O extrativismo ainda o setor mais agravante. Por ser um

    trabalho feito na mata, em condies muito adversas, principalmente no

    Norte do pas, no existe uma preocupao sobre as condies de trabalho.

    Alm disso, a fiscalizao ainda no consegue ter uma atuao constante.

    Apesar de ser a atividade econmica muito importante no Brasil, ela

    continua sendo uma das recordistas em acidentes de trabalho (REVISTA

    PROTEO, 2000).

    A mecanizao do corte florestal, em reas de topografia plana, vem

    aumentando significativamente desde o final da dcada de 1980 e

  • intensificou-se na dcada de 1990. Esse cenrio permite prever que, em um

    futuro prximo, outras mquinas substituiro a motosserra em todas as

    reas florestais localizadas em terrenos planos. Entretanto, nas reas de

    topografia acidentada no Brasil, a mecanizao do corte florestal ainda

    tmida, devido aos altos custos e riscos envolvidos. Assim sendo, pode-se

    dizer que o operador de motosserra do futuro ir trabalhar, principalmente,

    em regies montanhosas do pas.

    3.2. ESTRATGIAS PARA COLETA DE CAMPO

    A motosserra classificada como uma ferramenta acionada por motor

    a gasolina e para a utilizao da mesma o operador deve ser bem treinado

    para o manuseio, conforme instrues do fabricante e tambm deve estar

    ciente de todos os riscos na operao da ferramenta e do combustvel.

    Existem vrias exigncias legais para este sistema de explorao,

    como treinamento do operador da motosserra, registro da mesma junto ao

    IBAMA, equipamentos de segurana na motosserra e equipamentos de

    segurana para o operador (EPI), etc.

    A motosserra uma das mquinas utilizadas na zona rural das mais

    perigosas. Entretanto, so inegveis os benefcios que ela representa devido

    ao seu alto rendimento operacional. Isso ficou demonstrado na construo

    da rodovia e colonizao da Transamaznica, ou quando uma

    Concessionria de Energia tem de correr contra o tempo para desmatar a

    rea a ser tomada pelo reservatrio de uma hidreltrica.

    A motosserra uma das mquinas que mais influenciaram a

    mecanizao da colheita florestal, substituindo o machado e a serra manual

    (traador) nas operaes de derrubada, no desgalhamento, traamento e

    destopamento de madeira.

    Apesar da evoluo tecnolgica no setor florestal, onde se utilizam

    sofisticadas mquinas, muitas das quais importadas, a motosserra continua

    sendo largamente utilizada. Na atividade, cerca de 60% das empresas

  • florestais brasileiras utilizam a motosserra nas operaes de corte florestal.

    Segundo LOPES (2001), o maior mercado de motosserras so as pequenas

    e mdias empresas florestais e os proprietrios rurais, que as utilizam na

    execuo de pequenos servios. Vale ainda ressaltar que, com o incremento

    da terceirizao dos servios da colheita florestal e os programas de

    fomento nas grandes empresas, a tendncia o aumento do uso da

    motosserra.

    Por outro lado, sabe-se que o trabalho com motosserra uma das

    ocupaes que mais tem causado acidentes no meio florestal, alm de exigir

    grande esforo fsico do trabalhador. Todavia, este fato se deve falta de

    conhecimentos tcnicos sobre a operao e de treinamento regulares.

    Somente o treinamento adequado e sistemtico dos operadores de

    motosserra possibilitar que eles sejam capazes de realizar um trabalho

    eficiente e utilizar a motosserra de forma racional, ergonmica e com

    segurana.

    No setor florestal, uma das primeiras tentativas de se derrubar rvores

    por outros meios, que no a fora humana, ocorreu em 1897, nos Estados

    Unidos, em um experimento, utilizando-se vapor com fora motriz. A partir

    dessa poca, vrios tipos de motosserras a motor foram desenvolvidos e

    testados, mas todas eram grandes e pesadas, requerendo dois operadores

    para o seu manuseio (LOPES, 2001).

    Segundo LOPES (2001) a primeira motosserra projetada para a

    colheita florestal apareceu no ano de 1916. Uma inovao em nvel mundial

    desenvolvida por Andras Stihl, foi uma motosserra acionada por

    eletricidade, comercializada em 1926, utilizada em ptios de madeireiras.

    Aps trs anos, surgiu a primeira motosserra acionada a gasolina, conhecida

    como a mquina derrubadora de rvores da Stihl. Como resultado,

    madeireiros no dependeram mais de uma fonte de energia estacionria.

    Por volta de 1930, na antiga Unio Sovitica, tambm foi desenvolvida uma

    motosserra a gasolina e, em 1932, uma eltrica. Estas motosserras eram

    muito pesadas, cerca de 46 kg*, e requeriam duas pessoas para manuse-

    las, alm de no poderem ser operadas em qualquer posio por causa do

  • seu sistema de carburao. Eram ergonomicamente incorretas e no

    possuam qualquer tipo de proteo.

    No incio da dcada de trinta, as correntes das motosserras j eram

    lubrificadas automaticamente, os cilindros de alumnio tinham superfcies de

    funcionamento cromados e os motores a dois tempos tinham em vez de

    bia, membrana no carburador. Isto permitia que a motosserra fosse usada

    em cortes horizontais ou verticais, sem precisar modificar o carburador.

    Essas j foram as primeiras preocupaes dos fabricantes relacionadas a

    segurana do operador.

    A partir de 1950, a indstria foi capaz de produzir a motosserra

    pesando menos de 15 kg*, podendo ser operada por uma nica pessoa.

    Vale ressaltar, alguns dos avanos que foram incorporados a

    motosserra, dentre os quais podem ser citados: o amortecedor antivibratrio

    e o freio de corrente. Estes so itens de segurana, hoje obrigatrios em

    qualquer motosserra que venha a ser fabricada ou importada.

    No Brasil, as primeiras motosserras foram importadas na dcada de

    60, havia inconvenientes das dificuldades de reposio de peas e

    assistncia tcnica. Somente na dcada de 70, os fabricantes de

    motosserras se instalaram no Brasil. Alm disso, com o avano da

    tecnologia e o surgimento de novos materiais, as motosserras foram se

    tornando cada vez mais leves e hoje com menos de 10 kg*, podendo chegar

    a menos de 5 kg*. Tornado sua operao cada vez mais segura, por

    possurem vrios itens de segurana na prpria mquina (LOPES, 2001).

    Atualmente, no Brasil, podem-se encontrar vrias marcas e modelos

    de motosserras disponveis no mercado, bem como implementos e

    acessrios que podem ser acoplados ao seu motor, para execuo de outros

    servios.1

    Kg* = kgf que corresponde a massa de mesmo valor numrico.

  • 3.3. PLANEJAMENTO DA PRODUO

    O ambiente de trabalho do operador de motosserra a floresta em si,

    pois nessa condio em que o trabalhador desenvolve sua atividade, a

    derrubada de rvores.

    Segundo RODRIGUES (2002) a floresta nativa um ambiente mido,

    relativamente frio e com pouca iluminao devido ao entrelaamento das

    copas das rvores.

    A locomoo do trabalhador no ambiente no fcil, pois a vegetao

    rasteira (mato, arbustos) se torna um obstculo para o operador, tendo que,

    na maioria das vezes, abrir picadas (trilhas) no meio da mata, levando em

    considerao que o trabalhador necessita transportar a motosserra junto, o

    que torna ainda mais difcil.

    Em empresas florestais que contratam profissionais especializados,

    com registro em carteira, estes tem a sua disposio alojamentos com boa

    infra-estrutura, banheiros, camas, etc.

    Como na maioria das vezes estes trabalhadores so contratados por

    empreitada (contrato safra ou contrato por tempo determinado), estes ficam

    instalados no meio da mata mesmo, em alojamentos improvisados

    (barracos), para ficar mais perto do posto de trabalho, o que proibido por

    lei, pois no tm acesso s condies bsicas de higiene, sade e

    segurana. Ali eles moram por um determinado tempo, onde preparam suas

    refeies, dormem (redes), improvisam banheiros (covas) para as

    necessidades bsicas, geralmente esses acampamentos so montados

    perto de uma fonte de gua, para que possam usufruir a mesma para beber,

    tomar banho, cozinhar, etc. Esto expostos a vrios riscos de acidentes.

    O ambiente de trabalho do operador de motosserra considerado,

    sem dvida algum um ambiente insalubre, tornando-se impossvel que a

    situao se inverta, a no ser em florestas plantadas, onde toda a plantao

    totalmente planejada, podendo ser planejado o espaamento das rvores,

    facilitando e muito a sua explorao.

  • A floresta nativa um ambiente de trabalho que oferece os mais

    diversos riscos operacionais, como fsicos, biolgicos, ergonmicos e de

    acidentes (RODRIGUES, 2002).

    3.4. CARACTERSTICAS LEGAIS QUANTO AO EMPREGO DA MOTOSSERRA

    Como j se viu anteriormente, a motosserra uma mquina das mais

    utilizadas em funo de seu baixo custo de aquisio e da infinidade de

    trabalhos que podem ser realizados com ela. Como considerada uma

    mquina de alto risco mereceu ateno especial no Anexo I Motosserras,

    da NR-12 (2002). Tambm necessrio a obteno do registro e porte da

    mesma, independente do local ou finalidade do trabalho. Deve-se registra-la

    junto ao rgo florestal competente da unidade federativa (Portaria

    Normativa IBAMA N 149, de 30 de dezembro de 1992).

    A seguir ser apresentado o anexo I da NR-12 (2002) que apresenta

    as exigncias quanto a produo, uso e segurana da motosserra.

    3.4.1. NR 12: Anexo I Motosserras

    1. FABRICAO, IMPORTAO, VENDA, LOCAO E USO DE

    MOTOSSERRAS

    proibida a fabricao, importao, venda, locao e uso de

    motosserras que no atendam s disposies contidas neste Anexo, sem

    prejuzo dos demais dispositivos legais e regulamentares sobre segurana e

    sade no trabalho.

    2. PROIBIO DE USO DE MOTOSSERRAS

    proibido o uso de motosserras a combusto interna em lugares

    fechados ou insuficientemente ventilados.

  • 3. DISPOSITIVOS DE SEGURANA

    As motosserras, fabricadas e importadas, para comercializao no

    Pas, devero dispor dos seguintes dispositivos de segurana:

    a) freio manual de corrente;

    b) pino pega-corrente;

    c) protetor da mo direita;

    d) protetor da mo esquerda;

    e) trava de segurana do acelerador.

    3.1. Para fins de aplicao deste item, define-se:

    a) freio manual de corrente: dispositivo de segurana

    que interrompe o giro da corrente, acionado pela mo

    esquerda do operador;

    b) pino pega-corrente: dispositivo de segurana que, nos

    casos de rompimento da corrente, reduz seu curso,

    evitando que atinja o operador;

    c) protetor da mo direita: proteo traseira que, no caso

    de rompimento da corrente, evita que esta atinja a mo

    do operador;

    d) protetor da mo esquerda: proteo frontal que evita

    que a mo do operador alcance, involuntariamente, a

    corrente, durante a operao de corte;

    e) trava de segurana do acelerador: dispositivo que

    impede a acelerao involuntria.

  • 4. RUDOS E VIBRAES.

    Os fabricantes e importadores de motosserras instalados no Pas

    introduziro, nos catlogos e manuais de instrues de todos os modelos de

    motosserras, os seus nveis de rudo e vibrao e a metodologia utilizada

    para a referida aferio.

    5. MANUAL DE INSTRUES

    Todas as motosserras fabricadas e importadas sero comercializadas

    com Manual de Instrues contendo informaes relativas segurana e

    sade no trabalho, especialmente:

    a) riscos de segurana e sade ocupacional;

    b) instrues de segurana no trabalho com o equipamento, de

    acordo com o previsto nas Recomendaes Prticas da

    Organizao Internacional do Trabalho - OIT;

    c) especificaes de rudo e vibrao;

    d) penalidades e advertncias.

    6. TREINAMENTO OBRIGATRIO PARA OPERADORES DE

    MOTOSSERRA.

    Devero ser atendidos os seguintes:

    6.1. Os fabricantes e importadores de motosserra instalados no Pas,

    atravs de seus revendedores, devero disponibilizar treinamento e

    material didtico para os usurios de motosserra, com contedo

    programtico relativo utilizao segura de motosserra, constante no

    Manual de Instrues.

  • 6.2. Os empregadores devero promover a todos os operadores de

    motosserra treinamento para utilizao segura da mquina, com

    carga horria mnima de 8 (oito) horas, com contedo programtico

    relativo utilizao segura da motosserra, constante no Manual de

    Instrues.

    6.3. Os certificados de garantia dos equipamentos contaro com

    campo especfico, a ser assinado pelo consumidor, confirmando a

    disponibilidade do treinamento ou responsabilizando-se pelo

    treinamento dos trabalhadores que utilizaro a mquina.

    7. ROTULAGEM.

    Todos os modelos de motosserra devero conter rotulagem de

    advertncia indelvel e resistente, em local de fcil leitura e

    visualizao do usurio, com a seguinte informao:

    O uso inadequado da motosserra pode provocar acidentes graves

    e danos sade.

    8. PRAZO.

    A observncia do disposto nos itens 4, 6 e 7 ser obrigatria a partir de

    janeiro de 1995.

    Vale ressaltar ainda que a Portaria Normativa IBAMA N 149, de 30 de

    dezembro de 1992, trata do registro das motosserras, sem o qual a mesma

    no poder ser utilizada, cabendo apreenso caso seja encontrada pela

    fiscalizao dos rgos competentes.

  • 3.4.2. PORTARIA NORMATIVA IBAMA N 149, de 30 de dezembro de 1992. "Dispe sobre o Registro de Comerciante ou Proprietrio de motosserra,

    junto ao IBAMA.

    O PRESIDENTE SUBSTITUTO DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO

    AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVVEIS - IBAMA, no uso

    das atribuies que lhe confere o Artigo 83, incisos XIV e XV do Regimento

    Interno, aprovado pela Portaria MINTER N 445, de 16 de agosto de 1989,

    publicada no Dirio Oficial da Unio, de 17 de agosto de 1989 e em

    atendimento, ao disposto no Artigo 45 da Lei N 4.771, de 15 setembro de

    1965, com a nova redao dada pela Lei N 7.803, de 18 de julho de 1989, e

    considerando a necessidade de simplificar os procedimentos relativos ao

    registro e licenciamento das atividades ligadas a comercializao e uso de

    motosserras, e tendo em vista o que consta no Processo IBAMA

    SEDE/2.031-90, RESOLVE:

    Art. 1 - Ficam obrigados ao registro no IBAMA, os estabelecimentos

    comerciais responsveis pela comercializao de motosserras, bem como

    aqueles que, sob qualquer forma, adquirirem este equipamento.

    1 - Para os efeitos desta Portaria, entende-se por motosserra todo e

    qualquer equipamento utilizado para o corte de rvore e/ou madeira em

    geral, constitudo de motor de combusto interna, sabre e corrente.

    2 - Para efeito de registro, o estabelecimento comercial ser denominado

    Comerciante e o adquirente de motosserra, proprietrio.

    Art. 2 - Para a efetivao do Registro de COMERCIANTE ou

    PROPRIETRIO, o interessado dever preencher corretamente o formulrio

    "Documento nico de Arrecadao - DUA" adotado por este Instituto, o qual servir como Certificado de Registro.

  • 1 - Recolher junto rede bancria autorizada a importncia equivalente,

    para que o registro passe a ter validade.

    2 - As instrues para preenchimento do "Documento nico de

    Arrecadao - DUA", para o caso especfico que trata este artigo,

    encontram-se no Anexo a esta Portaria.

    3 - O formulrio de que trata o caput deste Artigo estar disposio dos

    usurios nas Unidades Descentralizadas do IBAMA, nos revendedores de

    motosserra, nos rgos conveniados com o IBAMA e na Rede Bancria

    Autorizada.

    4 - Apenas o comerciante de motosserra sujeita-se renovao anual do

    registro.

    Art. 3 - Para cada motosserra dever ser preenchido um DUA - Documento

    nico de Arrecadao - conforme Anexo I, letra B, no qual dever conter no

    campo 15, as informaes discriminadas nas alneas a seguir, sem prejuzo

    das informaes referentes identificao do interessado que devero

    constar nos campos especficos do referido documento:

    a) a expresso "LICENA PARA PORTE E USO DE MOTOSSERRA - LPU";

    b) o nmero da motosserra;

    c) a marca da motosserra.

    1 - Aps o recolhimento da taxa equivalente na rede bancria autorizada,

    o DUA devidamente preenchido e com a autenticao mecnica, ser a

    "LICENA PARA PORTE E USO DE MOTOSSERRA - LPU" e ter validade

    de 2 (dois) anos a contar da data do pagamento.

  • 2 - A licena de que trata este artigo, dever ser renovada a cada 2 (dois)

    anos, mediante os mesmos procedimentos.

    Art. 4 - Os valores das taxas de Registro, bem como da LPU de que trata

    esta Portaria, sero cobrados conforme discriminado a seguir:

    Registro/Renovao Comerciante Proprietrio

    (Valores em UFIR)

    Pessoa Fsica 15.77 15.77

    Pessoa Jurdica 47.30 47.90

    Licena para Porte e Uso de Motosserra 5.26 UFIRs

    1 - Ficam isentas das citadas taxas, as Entidades Pblicas Federais,

    Estaduais, Municipais e as reconhecidas legalmente como de Utilidade

    Pblica, devendo estas entidades comparecer ao IBAMA, para obteno do

    Registro e LPU.

    Art. 5 - Os fabricantes de motosserras firam obrigados a imprimir em local

    visvel no equipamento, numerao cuja seqncia dever ser encaminhada

    Diretoria de Controle e Fiscalizao - DIRCOF do IBAMA, at o dia 10 dia

    do ms subseqente ao final de cada semestre civil.

    Art. 6 - Os estabelecimentos comerciais enquadrados na categoria de

    Comerciante, na forma da presente Portaria, devero encaminhar

    Superintendncia Estadual do IBAMA, sediada no Estado de seu domiclio,

    relao das motosserras comercializadas a cada semestre civil, onde dever

    constar o nmero e data de emisso da nota fiscal de venda, o nmero de

    srie e a marca da motosserra.

    Art. 7 - A comercializao ou utilizao de motosserra sem o registro e/ou

    licena a que se refere esta Portaria constitui crime contra o meio ambiente,

  • sujeito pena de deteno de 1 (um) a 3 (trs) meses e multa de 1 (um) a

    10 (dez) salrios mnimos de referncia e apreenso da motosserra, sem

    prejuzo da responsabilidade pela reparao dos danos causados ( 3,

    artigo 45, Lei N 4.771/65).

    Art. 8 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao, revogadas

    as disposies em contrrio, especialmente as Portarias Normativas Ns.

    1.052, de 4 de julho de 1990, 1.088, de 10 de julho de 1990, 2.228, de 6 de

    novembro de 1990 e 01, de 2 de janeiro de 1991.

  • 4. DELIMITAO E ESTRATGIAS METODOLGICAS

    Anualmente ocorrem muitos acidentes na explorao florestal, grande

    parte deles nas operaes de derrubada, desgalhamento, destopamento e

    toragem com motosserra. A falta de experincia nessas operaes e a falta

    de treinamento pessoal so as principais causas de acidentes no trabalho,

    em especial podemos destacar os acidentes ocorridos com os operadores

    de motosserra.

    4.1. METODOLOGIA

    A coleta de dados foi efetuada em uma rea de explorao florestal

    na cidade de Cceres, estado de Mato Grosso, no decorrer do ano de 2003.

    Foi observada a condio de trabalho de 10 operadores de motosserra.

    Foram identificados os riscos fsicos, qumicos, ergonmicos e de acidentes

    aos quais os operadores de motosserra esto expostos no decorrer de sua

    atividade. Foi avaliado o uso de EPIs (Equipamento de Proteo Individual)

    pelos operadores. Foram avaliadas as tcnicas de explorao, se so

    adequadas em relao segurana do operador e determinadas medidas

    preventivas de segurana para os operadores de motosserra.

    Foi feita entrevista individual com cada um dos 10 operadores de

    motosserra na rea.

    O levantamento foi feito tambm, baseado numa reviso bibliogrfica,

    feita atravs de leituras de livros, manuais de operao, legislao existente,

    pesquisas em sites da internet.

    Algumas informaes foram obtidas com Auditores Fiscais do

    Trabalho especializados e tambm com revendedores de motosserra.

    A partir das informaes advindas dos levantamentos bibliogrficos e

    das entrevistas, relativos a ergonomia e ao trabalho de explorao florestal,

    foram estabelecidas relaes entre o meio ambiente de trabalho dos

    operadores de motosserra e os procedimentos corretos relacionados

  • segurana.

    Assim, buscou-se a maneira mais correta e vivel para o operador de

    motosserra, desenvolver suas atividades na explorao florestal.

    Tais procedimentos de segurana devem seguir as normas

    regulamentadoras, onde esta visa estabelecer parmetros que permitam a

    adaptao das condies de trabalho, proporcionando o mximo de conforto

    e segurana.

    4.2. RISCOS A SEREM AVALIADOS

    A motosserra segundo CUNHA (2000) um equipamento largamente

    utilizado nas operaes de corte e processamento de madeira dentro da

    explorao florestal, em atividades rurais e outros servios. Sua utilizao

    pode ocasionar graves acidentes e doenas ocupacionais em decorrncia de

    procedimentos e posturas de trabalho, das caractersticas e condies do

    equipamento utilizado, do tempo de exposio dirio, do desconhecimento

    dos riscos pelo usurio e ausncia de medidas de proteo, entre outros

    fatores.

    A motosserra a principal ferramenta utilizada no sistema tradicional,

    sendo considerada perigosa por trs motivos (SELL, 1989): a) O peso e as

    dimenses da motosserra dificultam o seu manuseio; b) A parada na

    corrente, que possui as lminas de corte, no depende exclusivamente do

    desejo do motosserrista, incluindo-se a as aes de inrcia; c) Os pontos de

    pega da motosserra so bastante lisos, favorecendo a ocorrncia de

    resvalos e direcionando-a para locais indesejados.

    A motosserra uma mquina perigosa e seus riscos inerentes podem

    ser classificados, segundo SANTANNA (1992) em:

    a) Riscos da operao, tais como rebote, queda de rvores, postura

    de trabalho e projeo de cavacos (serragem) nos olhos;

    b) Riscos do equipamento, tais como rudo, vibrao, parte cortante,

    tanque de combustvel, parte eltrica e escapamento.

  • Segundo RODRIGUES (2002) os operadores de motosserra esto

    expostos diretamente aos riscos fsicos (rudo e vibrao), riscos qumicos

    (gases), riscos biolgicos (fungos, parasitas e bactrias), Riscos

    ergonmicos (esforo fsico intenso, levantamento e transporte manual de

    peso, exigncia de postura inadequada, ritmos excessivos, jornada de

    trabalho prolongada, repetitividade) e riscos de acidentes (animais

    peonhentos, quedas de galhos). Sendo que os riscos fsicos, ergonmicos

    e de acidentes so os principais.

    PINTO (2003) considera que os operadores de motosserra esto

    sujeitos a trs tipos bsicos de risco: Riscos do meio ambiente A terra, o

    sol, a gua e o vento constituem-se em arma potencial contra a segurana e

    a sade do trabalhador, os raios oferecem mais perigo no campo que na

    cidade. No devendo esquecer que, desenvolvendo seu trabalho em geral

    longe de sua comunidade, o trabalhador necessita freqentemente de

    transporte, o que feito, na maioria das vezes por veculos em pssimas

    condies e em estradas mal conservadas, sem as mnimas condies de

    segurana; Riscos por ataque de animais So representados por animais

    peonhentos (cobras, aranhas, escorpies, abelhas, mosquitos, etc.),

    bastante comuns nas diferentes regies, podendo constituir-se tanto em

    transmissores biolgicos de diversas doenas, como responsveis por

    ataques diretos ao homem; Riscos mecnicos Aqueles inerentes

    utilizao da prpria motosserra.

    Dentre os principais riscos de acidentes decorrentes da utilizao de

    motosserra, destacam-se: a) Contatos com a corrente (durante a partida,

    durante o transporte da motosserra em funcionamento de um local para

    outro, durante manuteno e limpeza da motosserra); b) Proteo de

    partculas (cavacos, terra) durante o corte das rvores e das toras, capazes

    de provocar graves ferimentos no operador; c) Vibraes produzidas pelo

    motor e pela corrente da motosserra, as quais, transmitidas pelas mos e

    braos, podem ocasionar graves danos fisiolgicos no motosserrista; d)

    Rudo excessivo, capaz de provocar surdez do operador, conforme o grau

    de exposio dirio do mesmo; e) Temperatura elevada do escapamento,

  • capaz de provocar queimaduras nas mos ou nos braos do operador; f)

    Quebra de corrente resultante do desgaste dos rebites ou da ruptura dos

    elos de unio, provocando leses no operador, quando no protegido

    adequadamente FUNDACENTRO (2000).

    Em relao segurana e ergonomia de mquinas, a conveno n

    184 Segurana e Sade na Agricultura, da OIT (Organizao Internacional

    do Trabalho), alerta que: a) Mquinas, equipamentos, equipamentos de

    proteo individual, insumos e ferramentas manuais devem estar de acordo

    com os padres reconhecidos de segurana e sade e sejam

    adequadamente instalados mantidos e protegidos; b) Mquinas e

    equipamentos sejam utilizados somente para fins a que se destinam e sejam

    operados por pessoas treinadas e competentes; c) Produtores importadores

    e fornecedores cumpram os padres reconhecidos de segurana e sade e

    providencie informao adequada, incluindo sinalizao de advertncia na

    lngua do pas usurio; d) Os trabalhadores devem receber e compreender

    as informaes de segurana e sade.

    importante que as empresas florestais adquiram motosserras

    profissionais, equipadas com freio de corrente, pino pega-corrente, sistema

    antivibratrio, protetor da mo esquerda, protetor da mo direita, trava de

    segurana do acelerador, direcionador de serragem e escapamento com

    dispositivo silencioso e direcionador de gases. Alm disso, as motosserras

    devem ter baixo peso, design ergonmico, baixo nvel de rudo e de vibrao

    e balanceamento adequado (SANTANNA et al., 1995).

    4.2.1. Riscos Qumicos

    Segundo REVISTA PROTEO (2000), as poeiras provenientes da

    madeira podem causar asma ocupacional. As poeiras da madeira no so

    fibrognicas, portanto no chegam a causar neumoconioses. O que pode

    acontecer so os problemas irritativos das vias areos superiores, como as

    alergias ao p. O problema do p no est relacionado a um tipo de madeira

    especfica. Pode ser qualquer espcie de madeira, depende da sensibilidade

  • do trabalhador. Sensibilidade esta que no se restringe ao aparelho

    respiratrio, o p das madeiras podem causar dermatoses de vrios tipos.

    Informa, inclusive, o problema das resinas naturais, como a do ip,

    extremamente abrasiva, causando queimaduras na pele, principalmente no

    caso da extrao, existem ainda outras madeiras como a maaranduba, que

    causa espirros e alergia no nariz, a mandioqueira, que incha os olhos e

    provoca mal-estar e o pequi, causando coceira e urticria quando solta os

    plos da casca. Esses problemas so comuns acontecerem com os

    operadores de motosserras.

    4.2.2. Riscos Ergonmicos

    A Ergonomia considerada por alguns autores como cincia,

    enquanto geradora de conhecimentos. Outros autores a enquadram como

    tecnologia, por seu carter aplicativo, de transformao.

    Para WISNER (1972) a ergonomia o conjunto de conhecimentos

    cientficos relativos ao homem e necessrios a concepo de instrumentos,

    mquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o mximo de

    conforto e eficcia.

    A ergonomia uma cincia bastante recente, em muitos pontos

    coincidentes com a segurana do trabalho.

    A Organizao Internacional do Trabalho (OIT) define ergonomia

    como a aplicao das cincias biolgicas humanas em conjunto com os

    recursos e tcnicas da Engenharia para alcanar o ajustamento mtuo ideal

    entre o homem e sua atividade laboral, e cujos resultados se medem em

    termos de eficincia humana e bem estar durante a execuo do seu

    trabalho.

    Os agentes ergonmicos so aqueles relacionados com os fatores

    fisiolgicos e psicolgicos inerentes execuo das atividades laborais.

    Estes fatores podem produzir alteraes no organismo e estado emocional

    dos trabalhadores, comprometendo a sua sade, segurana e produtividade.

  • Entre os principais fatores incluem-se monotonia, a posio e o ritmo de

    trabalho, a fadiga, a preocupao, trabalhos repetitivos, etc.

    Um dos problemas mais comuns no trabalho com a motosserras est

    na ergonomia, o levantamento e transporte manual de pesos e ritmos

    excessivos necessita de intervenes ergonmicas em quase todos os

    postos de trabalho. Alm dos pesos e ritmos excessivos, existem

    agravantes, como os controles rgidos da produtividade, jornadas de trabalho

    prolongadas, monotonia e repetitividade, estresse fsico e/ou psquico.

    As lombalgias por excesso de peso e m postura so comuns nessa

    atividade REVISTA PROTEO (2000).

    Durante a execuo do seu servio o operador faz um enorme esforo

    fsico, pois o ambiente de trabalho (floresta) limita a locomoo do operador,

    que muitas vezes precise abrir trilhas no meio da mata, alm de se

    locomover com a motosserra que pesa em mdia 6 kg*. Durante a operao

    de corte em si, o operador tambm necessita de grande esforo fsico, pois

    necessita fazer presso contra a rvore. Isso pode causar fadiga no

    operador.

    Sabe-se que na fisiologia do trabalho distingue duas formas de

    esforos musculares: O trabalho dinmico (trabalho rtmico), caracteriza-se

    por uma seqncia rtmica de contrao e extenso portanto de

    tencionamento e afrouxamento da musculatura em trabalho e o trabalho

    esttico (trabalho postural), em oposio, caracteriza-se por um estado de

    contrao prolongada da musculatura.

    O trabalhador que est exposto a atividades que levam a esforos

    dinmicos e estticos, poder ter a capacidade de produo diminuda e

    uma perda de motivao para qualquer outra atividade, com isto atingir um

    estado de fadiga.

    A operao de corte exige uma postura inadequada para o operador,

    pois uma das normas bsicas de segurana nunca efetuar um corte acima

  • da altura do ombro. Este corte feito na maioria das vezes 30 cm acima do

    solo para maior aproveitamento do fuste (tronco) da rvore. Outra norma de

    segurana que o operador nunca esteja na linha de corte da motosserra,

    ou seja, sempre ao lado da linha de corte. Tendo em vista que estas normas

    visam proteger o operador, este tem que efetuar o corte abaixado e ao lado

    da rvore. A postura mais indicada para o operador flexionar os joelhos

    com as pernas abertas na linha do ombro e coluna reta, o que na maioria

    das vezes no acontece porque tal trabalhador j tem o vcio da postura

    inadequada. Esta postura inadequada pode causar vrias doenas

    ocupacionais como as lombalgias, por exemplo.

    Na maioria das vezes os operadores de motosserra so remunerados

    pela produtividade, ou seja, por m/dia, ento existe uma presso psicolgica

    muito grande em cima do operador, tanto pelo contratante como por ele

    mesmo, pois quanto mais trabalhar mais receber. Essa questo implica

    tambm nas jornadas prolongadas de trabalho, trabalham o mximo que

    podem durante um dia, muitas vezes ocasionando acidentes gravssimos.

    Isso leva o operador ao estress fsico e psquico. Essa questo ocorre na

    maioria das vezes por falta de informao do operador, ele no sabe que se

    trabalhar menos tempo com mais disposio render muito mais do que

    nesta situao.

    Apesar de no encontrar na literatura nenhuma citao da ocorrncia

    de LER (Leso por Esforo Repetitivo) em operadores de motosserra, deve-

    se levar em considerao que a repetitividade existe, pois para a acelerao

    da motosserra feita sempre do mesmo modo, com o dedo indicador, essa

    acelerao deve ser contnua durante o corte, porm no isso que

    acontece, operador sempre precisar alterar a rotao da motosserra

    quando a motosserra travar, aps a partida para esquentar a mquina, antes

    de comear a cortar, etc. Portanto existe o risco.

    Como se pode ver muita coisa vem sendo feita em relao

    ergonomia para a execuo do trabalho. Vrios dispositivos de segurana j

    so itens obrigatrios nas motosserras, como o sistema antivibrao que

    elimina em parte, no s o risco fsico (vibrao), mas ajuda na ergonomia

  • tambm, pois aumenta o conforto do operador, deve-se levar em

    considerao tambm o peso da mquina, que a cada dia que passa fica

    mais leve, como foi citado antes, a primeira motosserra fabricada pesa em

    mdia 46 kg*, hoje pesa em mdia 5 kg*, este tambm um fator

    ergonmico, os silenciadores, os cabos aquecidos disponveis em alguns

    modelos, etc.

    4.2.3. Riscos Fsicos

    Os principais riscos fsicos que os operadores de motosserra esto

    expostos so, o rudo e a vibrao.

    Na extrao, com o uso das motosserras, o rudo apontado como

    um dos principais problemas para o operador de motosserra. Existem

    empresas que fornecem o protetor auricular sem nenhum cuidado com a

    instruo de uso, reposio e conservao. Existem casos em que mesmo

    que o trabalhador utilize o protetor, ocorre um acmulo de poeira e cerume

    nos ouvidos. Isso causa uma infeco que se no for tratada resulta em

    perda auditiva. A proteo de responsabilidade do empregador e na sua

    falta ele pode responder pelas vrias instncias na justia REVISTA

    PROTEO (2000).

    A REVISTA PROTEO (2000) alerta que:

    Alm do problema do maquinrio, resultando em mutilaes e rudo, o trabalho na indstria madeireira totalmente descontrolado, tornando-se uma questo emergencial para a segurana do trabalhador. Vale ressaltar tambm que o rudo, as poeiras, as condies sanitrias e de conforto nestes locais de trabalho so totalmente adversas.

    Nas atividades florestais, diferentes mquinas, como cortadores de

    arbustos, motosserras e mquinas mais complexas destinadas ao

    processamento de rvores, podem produzir nveis perigosos de vibrao e

    rudo. Entre os trabalhadores florestais, os motosserristas apresentam o

  • maior risco de desenvolvimento de dedos brancos, segundo MIRBOD et al.

    (1992).

    4.2.3.1. Rudo

    O rudo o risco operacional mais freqente na operao de

    motosserra, porm nem sempre considerado com o respeito que merece.

    Produz uma reduo de capacidade auditiva no operador. A exposio

    intensa e prolongada ao rudo atua desfavoravelmente sobre o estado

    emocional do operador, com conseqncias imprevisveis sobre o equilbrio

    psicossomtico (CUNHA, 2000).

    Dependendo do tipo de madeira, dura ou mole, pode-se ter maior ou

    menor nvel de presso sonora. O desconhecimento e a negligncia em

    relao s prticas seguras so evidenciados em um nvel de rudo da

    motosserra, na operao de corte que varia de 90 a 105 decibis (rotao

    mxima), sem levar em considerao o rudo de fundo que o rudo

    ambiental gerado por outras fontes, que no as de estudo, como no caso

    especfico os tratores (LOPES, 2001).

    Os operadores de motosserra esto expostos ao rudo contnuo, que

    aquele cujo nvel de presso sonora varia em at 3 decibis durante um

    longo perodo de observao, suas variaes so desprezveis ao longo

    desse tempo.

    Segundo OLIVEIRA (2004) os operadores esto expostos a uma dose

    de rudo de at 105 decibis, caso no seja tomada nenhuma medida de

    controle de rudo, seja na fonte ou atravs do uso de EPIs, os operadores s

    podem se expor durante 35 minutos dirios, conforme a NR 15 (2002)

    Anexo I.

    A fonte de rudo qual o operador est exposto advinda do motor

    da motosserra e do contato da corrente com a madeira durante o corte. Por

    isso um dos itens obrigatrios nas motosserras o escapamento com

    silenciador que ameniza o rudo gerado pelo motor.

  • A medio do rudo contnuo deve ser feita utilizando-se o medidor de

    presso sonora operando na curva de compensao A e resposta lenta.

    Esse aparelho fornece o valor instantneo do Nvel de Presso Sonora a

    que o operador est exposto (CUNHA, 2000).

    O rudo elevado influi negativamente na produtividade, alm de ser,

    freqentemente, o causador de acidentes do trabalho, por distrao ou mau

    entendimento de instrues, podendo ainda mascarar avisos e sinais de

    alarme. Um dos mais facilmente demonstrveis a interferncia com a

    comunicao oral, causando um mascaramento da voz humana que pode

    atrapalhar a execuo de trabalhos, ou dificultar a audio da voz de

    comando ou de aviso, o que pode ser considerado um fator que aumenta a

    probabilidade de acidentes. Em relao aos efeitos sobre o sistema auditivo,

    estes podem ser de trs tipos: 1) Mudana temporria do limiar de audio

    ou surdez temporria que ocorre aps a exposio do indivduo a barulho

    intenso, mesmo por um curto perodo de tempo; 2) Surdez permanente, que

    se origina da exposio repetida, durante longos perodos, a barulhos de

    intensidade excessiva. Deve-se atentar para o fato de que, no comeo do

    processo, as pessoas no percebem a alterao, porque esta no atinge, de

    imediato, as freqncias utilizadas na comunicao verbal, entretanto, com o

    passar do tempo as perdas progridem; 3) Podem provocar aes sobre o

    sistema cardiovascular, alteraes endcrinas, desordens fsicas e

    dificuldades mentais e emocionais, entre as quais, irritabilidade fadiga e

    maus ajustamentos, incluindo tambm a possibilidade de conflitos entre os

    trabalhadores expostos ao barulho (CUNHA, 2000).

    Para os rudos contnuos a NR 15 (2002) Anexo I, fixa para cada

    nvel de presso sonora o tempo dirio mximo permitido, conforme a tabela

    1 a seguir.

  • TABELA 1 - Limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente.

    Nvel de Rudo dB (A) Mxima Exposio Diria Permissvel

    85 8 horas

    86 7 horas

    87 6 horas

    88 5 horas

    89 4 horas e 30 minutos

    90 4 horas

    91 3 horas e 30 minutos

    92 3 horas

    93 2 horas e 40 minutos

    94 2 horas e 15 minutos

    95 2 horas

    96 1 hora e 45 minutos

    98 1 hora e 15 minutos

    100 1 hora

    102 45 minutos

    104 35 minutos

    105 30 minutos

    106 25 minutos

    108 20 minutos

    110 15 minutos

    112 10 minutos

    114 8 minutos

    115 7 minutos

    Fonte: Anexo I / NR15.

  • 4.3.3.2. Vibrao

    A exposio ocupacional vibrao no to estudada quanto os

    outros agentes, porm sua ocorrncia freqente na operao de

    motosserra. Os efeitos desse agente na sade do operador so

    considerveis, portanto a avaliao e o controle da vibrao so

    necessrios.

    A vibrao um movimento oscilatrio de um corpo devido a foras

    desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma

    mquina ou equipamento (CUNHA, 2000).

    A vibrao pode ser subdividida em duas categorias: vibraes

    localizadas e vibraes de corpo inteiro.

    A vibrao de corpo inteiro aquela transmitida ao corpo como um

    todo, geralmente atravs de superfcie de suporte, tal como p, costas,

    ndegas de um homem sentado ou na rea de suporte de um homem

    reclinado, um exemplo simples e claro de tratorista.

    A vibrao localizada aquela que atinge certas partes do corpo do

    trabalhador, principalmente as mos e os braos, que o caso do operador

    de motosserra.

    Exposies prolongadas e contnuas vibrao podem produzir

    diversas doenas ocupacionais aos operadores.

    Com o advento das motosserras a gasolina a partir da dcada de

    1950, houve um aumento nos casos de Dedos Brancos induzidos por

    vibrao (patologia ocasionada por exposio vibrao) em razo dos

    efeitos resultantes de prolongadas exposies. Em alguns pases, o uso em

    larga escala de motosserras mais leves nas atividades florestais teve incio

    em torno de 1960. O caso de Dedos Brancos em motosserristas

    apresentado por GROUNDS (1964) foi o primeiro a ter muita repercusso. A

    partir de ento, desenvolveram-se dezenas de trabalhos que se encontram

    disponveis na literatura mundial.

    GRIFFIN (1980) cita o aumento da exposio vibrao no perodo

    de 1960 a 1970, resultando na ocorrncia de problemas com operadores em

  • vrios pases. A partir de 1970, passou a haver ampla utilizao de

    motosserras com sistema antivibrao (AV). Geralmente constitudo de

    material resiliente, o sistema montado entre o bloco do motor e o conjunto

    que contm as empunhaduras traseira e dianteira. Apesar da introduo dos

    sistemas antivibrao, os nveis de vibrao produzidos no so

    suficientemente baixos para prevenir danos s mos quando o equipamento

    utilizado em jornada de trabalho excessiva.

    Como a vibrao um movimento oscilatrio, para sua quantificao

    pode-se utilizar os parmetros: deslocamento, velocidade e acelerao. Para

    efeito de higiene do trabalho, a avaliao da vibrao feita em m/s ou em

    dB (decibis).

    Segundo CUNHA (2000), os valores das vibraes variam de 3 m/s

    13,7 m/s no punho esquerdo e de 4 m/s 20,2 m/s no punho direito.

    A vibrao gerada pela motosserra pode aumentar consideravelmente

    medida que se aumenta o tempo de uso. Os fatores contribuintes para

    esse aumento so: a queda de desempenho dos isoladores de vibrao, a

    velocidade de rotao, a afiao da corrente, a deteriorizao e o desgaste

    ocorridos com o tempo de uso, as condies de manuteno do

    equipamento ao longo de sua vida til e os mtodos de trabalho aplicados.

    A Organizao das Naes Unidas (ONU), por meio de matria

    publicada pela FAO (Food and Agriculture Organization, Roma, 1992), relata

    que, com a introduo de motosserras providas de sistemas antivibratrios

    no mercado, houve significativa melhora nas condies de exposio dos

    trabalhadores. No obstante, nenhuma motosserra com sistema

    antivibratrio disponvel em 1987 pode ser classificada como segura em

    relao ao desenvolvimento dos Dedos Brancos. Desse modo, e por ser a

    natureza da doena de longo prazo, a vibrao transmitida s mos e braos

    continuar sendo problemtico por muito tempo, para alguns operadores de

    motosserra.

  • 4.4. AVALIAES DOS ACIDENTES

    Acidente, de modo geral, toda ocorrncia no-programada que

    altera o curso normal de uma atividade. J o acidente de trabalho todo

    aquele que decorre do exerccio do trabalho, a servio da empresa,

    provocando, direta ou indiretamente, leso corporal, perturbao funcional

    ou doena que ocasione a morte, perda ou reduo, permanente ou

    temporria, da capacidade de trabalho (SEGURANA E MEDICINA DO

    TRABALHO, 2002).

    Para SILVA (1989), a causa dos acidentes est vinculada forma de

    realizar as tarefas. O acidente percebido em sua relao com a forma pela

    qual o trabalhador realiza ou obrigado a realizar o seu trabalho. A

    configurao dos acidentes est vinculada configurao da atividade em

    que eles ocorrem. O acidente desvinculado do processo, tambm chamado

    de azar, ocorre em nmero mnimo e sua preveno praticamente

    impossvel. Entretanto, geralmente os trabalhadores se acidentam durante

    as atividades para as quais esto previstos, com os equipamentos previstos

    e, na maioria das vezes, de forma absolutamente previsvel.

    Os acidentes aos quais os operadores de motosserra esto expostos

    so basicamente, queda de galhos e ferimento com a corrente da

    motosserra devido a vrios fatores como o rebote (principal).

    Cerca de 85% dos acidentes com motosserra so provocados pela

    corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, na maioria das

    vezes, devem-se queda de rvores, derrubadas sem a devida tcnica de

    corte.

    O contato do operador com a corrente ocorre, na maioria das vezes

    durante a partida, no transporte da motosserra em funcionamento, na

    manuteno e limpeza da mesma e no golpe de retrocesso (rebote).

    As correntes podem ocasionar graves leses aos operadores. Alguns

    princpios bsicos devem ser respeitados, desde a instalao do conjunto de

    corte at a forma correta de utilizao da motosserra. As precaues a

    serem tomadas esto ligadas, principalmente, aos mtodos recomendados

  • para instalao, ajuste e manuteno de todo o conjunto de corte. Deve-se

    tomar cuidado com o golpe de retrocesso, principalmente ao se fazer o uso

    da ponta da barra, lembrando que a ponta da barra no deve ser utilizada

    para o corte. Porm, existe o risco dela tocar em algo acidentalmente

    ocasionando assim a perda de controle da motosserra, causando srias

    leses ao operador e s pessoas que estiverem prximas a rea de

    trabalho.

    Deve-se dar ateno especial tambm aos riscos de leso

    ocasionados por partculas slidas como cavacos de madeira e estilhaos de

    pedra, essas partculas podem ocasionar em leses graves ao operador.

    Deve-se ressaltar que a corrente de motosserra mi a madeira

    durante o corte, um acidente com a corrente, na maioria das vezes, causa

    leso irreversvel ao operador, pois no ocasiona em um corte cirrgico

    como em acidentes com lminas, ento dificilmente consegue-se reimplantar

    as partes atingidas no acidente.

    A afiao da corrente da motosserra facilita a operao de corte,

    assim como evita a ruptura dos elos de unio da mesma.

    Durante muitos anos, o rebote foi responsvel por cerca de 30% dos

    acidentes com operadores de motosserra. O rebote ocorre quando a ponta

    do sabre da motosserra toca na madeira ou outro tipo de superfcie,

    provocando um golpe no sentido contrrio, fazendo com que a ponta do

    sabre volte em direo ao corpo do operador. No fim dos anos 70 muitas

    motosserras foram equipadas com dispositivos anti-rebote e o nmero de

    acidentes em conseqncia dos rebotes diminuiu. Em 1978, 23% dos

    acidentes com motosserra, nos Estados Unidos, foram atribudos aos

    rebotes (SODERSTROM, 1982).

    O grande nmero de acidentes com motosserra na Sucia, em virtude

    de rebote, bem como a alta incidncia da doena dos dedos brancos (m

    circulao sangunea nas mos, provocada pelas vibraes da motosserra),

    s comeou a ser solucionado aps concisas estatsticas de acidentes, e

    mediante pesquisa e desenvolvimento do trabalho. No fim dos anos 70, o

    nmero de acidentes com motosserra havia decrescido 85% e a ocorrncia

  • da doena dos dedos brancos, 80%. Ao mesmo tempo, o nmero de horas

    de trabalho com motosserra diminuiu em torno de 20% (PETTERSSON,

    1987).

    O rebote pode ocorrer quando a corrente em movimento na ponta da

    barra encosta-se a um objeto ou quando a madeira estreita e prende a

    corrente no corte.

    O contato com a ponta da barra pode em alguns casos causar uma

    reao reversa muito rpida, impulsionando a barra para cima e para trs

    em direo ao operador. A reteno da corrente na parte superior da barra

    pode empurrar rapidamente a barra contra o operador. Qualquer uma destas

    reaes pode causar perda do controle da corrente, que poder resultar em

    srios danos ao operador como tambm as pessoas que estejam prximas

    da rea de operao.

    A parte superior da ponta da barra na motosserra conhecida como

    REA DE RISCO DE REBOTE. Quando esta parte entra em contato com

    um objeto tal como galho ou ramo, existe o perigo de uma reao

    inesperada de rebote. Motosserras mais modernas so equipadas com uma variedade de

    dispositivos intencionados a reduzir o risco de perigos de rebote ou de

    outras causas. Entre estes dispositivos esto o freio, o protetor da mo

    frontal (esquerdo). Para assegurar que a condio de proteo destes

    dispositivos so mantidos, importante que a motosserra esteja montada

    corretamente e que todos os componentes estejam bem presos e em boas

    condies.

    Os acidentes ocasionados por queda de galhos ou da rvore em si,

    muitas vezes levam o operador ao bito, pois so muito pesados e atingem

    a cabea do trabalhador.

    As quedas de galhos ocorrem pela no utilizao dos mtodos

    corretos de corte, pois o operador deve fazer uma anlise prvia da rvore a

    ser abatida, olhando se existem galhos podres ou que possam se quebrar

  • facilmente, estes galhos devem ser removidos antes da operao de corte

    para evitar a queda acidental, ocasionando assim o acidente.

    Nos acidentes ocasionados pela queda da rvore, corre-se o risco de

    morte do operador tambm por esmagamento, so ocasionados por falta de

    instruo do operador que no utiliza o mtodo adequado de corte.

    Antes do abate da rvore, o operador deve fazer a rota de fuga,

    direcionar a queda da mesma, fazer a limpeza em torno da rvore, verificar

    se a direo de queda da mesma no ser alterada pelo entrelaamento da

    copa com outra rvore vizinha ou se ela no est sendo alterada por cips,

    caso isso ocorra antes do abate, devem ser retiradas tais obstrues,

    ocasionando assim uma operao segura.

    As partes do corpo mais atingidas pelos acidentes com motosserra

    pelo contato com a corrente so as pernas e os braos, j pela queda de

    galhos e rvores a cabea.

    FORSTWIRTSCHAFTLICHE ZENTRALSTELLEDER SCHWEIZ e

    STEPHANI (1987) registraram a seguinte estatstica de partes do corpo

    atingidas em acidentes com motosserra na Sua: 29% nas pernas (4% nas

    coxas, 12% nos joelhos e 13% nas canelas); 25% nas mos (11% na mo e

    14% nos dedos); 14% nos ps; 12% no tronco; 11% na cabea (4% nos

    olhos e 7% na cabea) e 9% nos braos (4% nos antebraos e 5% nos

    braos).

    HASELGRUBER e GRIEFFENHAGEN (1989) afirmam que

    aproximadamente 80% dos acidentes com operadores de motosserra tm

    origem em falhas humanas e 20% so provenientes de causas mecnicas.

    As partes do corpo mais atingidas so: pernas (30%), braos (25%), cabea

    (20%), ps (13%) e tronco (12%).

    FENNER (1991) estudando as partes mais atingidas pelos acidentes

    com motosserra, nas operaes de derrubada e traamento de eucalipto,

    encontrou os seguintes valores: pernas (37%), p (15%), tronco (15%),

    cabea (12%), mos (11%) e braos (10%).

  • J o INSS diz que as partes mais atingidas em acidentes causados

    por motosserras no Brasil so: 43 % as mos e braos, 38% as pernas, 6%

    os ps, 8% a cabea e face e 5% o tronco.

    A estocagem da madeira de forma inadequada um problema

    encontrado tanto na explorao/extrao quanto nas madeireiras,

    constituindo-se no principal risco fatal para o trabalhador. Na destopagem

    das rvores, realizada durante a extrao, quanto no desdobramento das

    toras, feito nas madeireiras, existe o risco de esmagamentos e cortes, na

    destocagem das rvores, existe o risco de quedas dos galhos e troncos em

    funo do corte (REVISTA PROTEO, 2000).

    A tabela 2 a seguir resume as parte do corpo mais atingidas nos

    acidentes com motosserra, segundo alguns autores.

    TABELA 2 Partes do Corpo mais atingidas nos acidentes com motosserra

    PARTE DO

    CORPO ATINGIDA

    HASELGRUBER e GRIEFFENHAGEN

    FENNER

    FORSTWIRTSCHAFTLICHE

    ZENTRALSTELLEDER SCHWEIZ e STEPHANI

    INSS

    PERNAS 30 % 37 % 29 % 38 % BRAOS 25 % 21 % 34 % 43 % CABEA 20 % 12 % 11 % 8 %

    PES 13 % 15 % 14 % 6 % TRONCO 12 % 15 % 12 % 5 %

    No podemos esquecer de citar ainda que os operadores de

    motosserra esto expostos ainda ao risco de acidente com animais

    peonhentos, como cobras, escorpies, aranhas, abelhas, etc. Estes

    animais podem ocasionar graves leses ocasionando at a morte do

    operador.

  • 4.5. AVALIAO SEGUNDO OS EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL PARA OPERADORES DE MOTOSSERRAS

    A maioria dos acidentes com motosserras ocorrem quando a corrente

    atinge o operador, em quaisquer circunstancias de utilizao da motosserra,

    o operador dever usar o equipamento de proteo individual (EPI)

    aprovado pelas autoridades competentes. O equipamento de proteo

    individual no elimina o risco de leso, mas reduz os seus efeitos em caso

    de acidente.

    Segundo HASELGRUBER e GRIFFENHAGEN (1989), para garantir a

    segurana no trabalho, preciso que o operador de motosserra utilize os

    seguintes equipamentos de proteo individual (EPIs): capacete, protetores

    auriculares, protetor facial, luvas, cala de segurana e botas com biqueira

    de ao e solado antiderrapante.

    A escolha dos EPIs importante para a segurana, o conforto e a

    capacidade do trabalho do operador de motosserra. O EPI ideal deve

    proteger o operador contra determinados fatores ambientais que influenciam

    as condies de trabalho: temperatura, umidade relativa do ar, rudo,

    vibrao, etc., bem como da prpria motosserra. Alm disso, eles tambm

    devem facilitar os movimentos do corpo, no causando limitaes no

    movimento, alm de possuir cores vivas e chamativas por questo de

    segurana.

    Existe uma grande resistncia por parte dos operadores na utilizao

    de equipamento de proteo individual, pois o mesmo, torna-se

    desconfortvel em conseqncia do clima muito quente e com umidade

    relativa alta das florestas. Alm dos riscos gerados pelas atividades

    intrnsecos do setor muitos dos operadores de motosserra no so

    especializados o que contribui para um grande nmero de absentesmo, falta

    de interesse profissional e tambm desconhecimento dos riscos a que esto

    expostos, alm de negligncia em relao s atitudes de segurana.

  • Os EPIs recomendados pelo fabricante de motosserra e que devem

    ser utilizados pelo operador no trabalho florestal so: cala de motosserrista,

    conjunto de capacete, protetor auricular e protetor facial, luvas, caneleira e

    coturno.

    a) Calca de motosserrista: Confeccionada em tecelagem especial e fios 100% polister, permitindo perfeita ventilao e mxima

    resistncia, com proteo interna na frente e panturrilha em camadas de

    malha e polisteres, sem emendas e conferindo alta resistncia e proteo

    ao operador.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 1 - Cala motosserrista

    b) Jaqueta: Confeccionada em tecido que permita perfeita

    ventilao, para o conforto do operador, e mxima resistncia, com proteo

    na rea do antebrao, cotovelo e peitoral;

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 2 Jaqueta

    c) Capacete: Confeccionado em polietileno de alta resistncia, apresenta internamente coroa ajustvel em tecido de nilon, carneira e

    suspenso de material plstico, visando amortecer e distribuir a carga

  • impacto; tira absorvente de suor e filme plstico perfurado e revestido

    internamente com uma camada de espuma plstica. Os capacetes devem

    ser nas cores vermelha ou amarela, de modo a destacar e facilitar a

    visualizao do operador na rea de trabalho;

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 3 - Capacete com viseira e protetor auricular

    d) Protetor auricular: O protetor auricular possui haste metlica

    tipo mola, fabricado em ao especial galvanizado, ligado por grampo duplo

    regulvel. Acoplado ao capacete, o protetor visa proteger o ouvido do

    operador dos rudos excessivos advindos da motosserra e do ambiente de

    trabalho;

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 4 - Protetor auricular

    e) Perneira: Confeccionada em fibra de vidro, couro ou

    polietileno, possui a funo de proteger as pernas do operador;

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 5 Perneira

  • f) Protetor facial: Acoplado ao capacete e confeccionado em

    material plstico com tela de nilon, na cor preta, possui a funo de

    proteger o rosto do operador contra galhos e serragens;

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 6 Protetor Facial

    g) Luva: confeccionada em vaqueta e nilon, palma 100% de

    vaqueta, dorso em poliamida com 3mm de espuma de proteo e sobre o

    forro de Jersey. Visa proteger as mos do operador contra cortes e

    perfuraes, bem como minimizar as vibraes da motosserra.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 7 Luvas

    h) Coturno: Confeccionado em vaqueta lisa curtida em cromo; palmilha de montagem em couro; acolchoado internamente com uma

    camada de espuma; solado antiderrapante e biqueira de ao visa proteger

    os ps do operador contra cortes e perfuraes.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 8 - Coturno

  • A Tabela 3 mostra qual risco cada EPI anteriormente citado

    miniminiza.

    TABELA 3 EPI x Minimizao de riscos

    EPI Risco minimizado Cala de motosserrista Fsicos; Biolgicos; Ergonmico e de

    Acidentes. Jaqueta Fsicos; Biolgicos; Ergonmico e de

    Acidentes Capacete Fsicos e de Acidentes.

    Protetor auricular (abafador)

    Fsicos

    Protetor facial (viseira) Qumicos e de Acidentes. Luva Fsicos; Biolgicos; Ergonmicos e de

    acidentes. Perneira De Acidentes Coturno De Acidentes

    4.6. DISPOSITIVOS DE SEGURANA DA MOTOSSERRA

    A execuo de um trabalho com motosserra de alto risco e requer

    certas precaues para evitar acidentes. A motosserra profissional possui

    dispositivos de segurana que protegem o operador contra acidentes. Assim,

    importante que o operador tenha conhecimentos sobre seu funcionamento

    e uso correto. Os dispositivos de segurana de uma motosserra so:

    a) Freio manual de corrente: O freio da corrente um dispositivo de segurana que interrompe o movimento da corrente

    durante o trabalho. Esse sistema pode ser utilizado basicamente em

    trs situaes: Em caso de rebote do conjunto de corte, o freio da

    corrente instantaneamente acionado, levando-se a proteo da mo

    para frente. Com esse movimento, a corrente pra imediatamente;

    Para dar o arranque na motosserra, o freio dever ser utilizado de

  • modo a bloquear o movimento da corrente; Durante o transporte, com

    a motosserra em funcionamento, a corrente dever ser bloqueada

    pelo acionamento do freio.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 9 - Freio manual de corrente

    b) Pino pega-corrente: Em situaes onde a corrente est

    muito tencionada ou frouxa, ela poder romper-se, rebatendo para

    trs e atingindo o operador. Isso. Isso pode ser evitado, se as

    motosserras possurem um pino de segurana, localizado sob a

    tampa do pinho.

    c) Protetor das mos: As mos do operador esto sempre

    expostas durante a execuo do trabalho. Para evitar os acidentes, a

    motosserra profissional possui dois protetores, um dianteiro (freio

    manual de corrente) e outro traseiro. O protetor dianteiro est

    localizado frente do cabo, enquanto que o traseiro est sob o

    punho.

  • Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 10 - Protetores de mo direita e esquerda

    d) Trava de segurana do acelerador: um dispositivo de

    segurana que evita que a corrente se movimente devido a uma

    acelerao involuntria. Isto somente ocorre se o operador segurar de

    forma firme e consciente o punho da motosserra e iniciar a

    acelerao.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 11 - Trava de segurana do acelerador

    e) Sistema antivibratrio: Para evitar possveis problemas de sade ao operador dadas s vibraes do motor, as motosserras

    so dotadas de um sistema antivibratrio. Esse sistema consiste de

    elementos resilientes, denominados amortecedores, os quais esto

    distribudos na carcaa da motosserra, em pontos estratgicos, de

    modo a eliminar quase todas as vibraes do motor e da corrente.

  • Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 12 - Amortecedores antivibrao

    f) Silencioso e escapamento: Para evitar danos sade

    do operador por causa do forte rudo emitido pelo motor e dos gases

    provenientes da combusto, as motosserras possuem um conjunto

    formado por um silencioso e escapamento. Estes visam,

    respectivamente, diminuir o nvel de rudo emitido pelo motor e o

    contato do operador com gases resultantes da combusto.

    Fonte : www.sthil.com.br

    FIGURA 13 - Silencioso

    Segundo HARSTELA (1987), somente os dispositivos de segurana

    da mquina e o uso de equipamentos de proteo individual no so

    suficientes para garantir a segurana do trabalhador. Tambm so

    considerados itens essenciais segurana no corte florestal:

    a) Treinamento de formao de operadores, abrangendo tcnicas de

    operao, manuteno e segurana no trabalho;

  • b) observncia de distncia de segurana entre um operador e outro

    (equivalente pelo menos duas vezes a altura da rvore), para evitar a

    queda de rvores sobre algum;

    c) sinalizao nos limites e proximidades do talho de corte;

    d) disponibilidade de material de primeiros socorros e veculo para

    locomoo de feridos na rea de corte;

    e) uso de meios de comunicao eficientes na floresta.

    Os problemas econmicos acarretados pelos acidentes de trabalho

    atingem o acidentado, a empresa, a sociedade e o Pas. A reduo da

    capacidade de trabalho, em virtude de acidente, diminui a produtividade do

    trabalhador, reduzindo assim as suas possibilidades de progresso na

    empresa, limitando o aumento salarial e a motivao de uma futura

    promoo. Alm do custo do equipamento danificado, salrios pagos para

    treinar o substituto, despesas mdicas e farmacuticas e queda da

    produo, muitos outros fatores contribuem para aumentar os custos de um

    acidente de trabalho (PEREIRA e MACHADO, 1989).

    4.7. MTODOS SEGUROS DE CORTE

    As tcnicas de corte de rvores aplicadas na explorao madeireira

    buscam evitar erros, tais como o corte acima da altura ideal e o destopo

    abaixo do ponto recomendado. Esses erros causam desperdcios excessivos

    de madeira, danos desnecessrios floresta e uma maior incidncia de

    acidentes de trabalho. O corte das rvores considera o direcionamento de

    queda das rvores para proteger a regenerao de rvores de valor

    comercial e facilitar o arraste das toras, evitando assim acidentes.

    Os procedimentos para a derrubada (ou o corte) de uma rvore

    variam muito, conforme ela esteja localizada na cidade ou no campo.

    A equipe de corte composta por um ou dois motosserristas e um

    ajudante. O ajudante localiza a rvore a ser derrubada, limpa o local e

    prepara o caminho de fuga. Um dos motosserri