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A CHAVE PARA O CORAÇÃO DE SEU FILHO! Como superar o principal destruidor de famílias 101 Cinco passos para reabrir o espírito de uma criança: 103 Como os pais podem obter resultados positivos 107 Como dar apoio amoroso 109 Como equilibrar apoio amoroso com contratos 110 Três maneiras poderosas de motivarmos os nossos filhos 114 Criança de vontade forte 114 O líder de torcida 115 O pacificador 115 O ajudante 115 O forçador de barra 116 Mais 18 maneiras de motivar as crianças 118 O segredo de uma família unida 121 A Chave para o Coração de seu Filho! Gary Smalley Somos uma família comum com muitos conflitos típicos, mas tentamos achar soluções para esses conflitos que podem ser aplicadas a quase todas as famílias. Vamos relatar o que tem e o que não tem funcionado na nossa casa e falaremos também dos principais fatores que nos proporcionaram uma maior união e um relacionamento mais íntimo. Como superar o principal destruidor de famílias Certa noite, quando eu estava no meu quarto fazendo um interurbano, o meu filho Greg, na época com cinco anos, deu um grito horripilante no banheiro. Ele veio correndo até à porta gritando de tal forma que não dava para ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha. Comecei a sentir a minha pressão sangüínea subir e fiz sinal para ele ficar calado. Dramaticamente dei uma palmada no meu bumbum para lhe mostrar o que ele ia levar se não se calasse imediatamente. Mas Greg continuou berrando, então terminei rapidamente a ligação, dizendo à pessoa que voltaria a ligar mais tarde. Desligando o telefone, agarrei Greg pelo braço e o sacudi. - Por que você está berrando? - exigi que me respondesse. - Você não viu que eu estava no telefone? Sem esperar uma resposta empurrei-o para o corredor e disse: - Vá para o seu quarto agora mesmo. Ele caiu quando o empurrei, mas se levantou ainda chorando e correu para o quarto. Peguei na palmatória que usávamos para dar surras e disse-lhe para se deitar na cama. Então lhe dei umas palmadas bem fortes. Satisfeito com a minha disciplina, parei um pouco e pensei: "Isso é para você aprender a não violar as minhas regras". Entenda, ninguém podia gritar quando eu estivesse no telefone, eu não queria que as pessoas pensassem que eu não conseguia controlar a minha família. Era nosso costume depois de uma surra abraçar a criança e mostrar-lhe que a amávamos. Mas desta vez aconteceu algo que me assustou. Greg ainda estava chorando. Ele se levantou e o seu olhar dizia: "Eu te odeio". Ele se afastou de mim e me mostrou que não queria que eu lhe tocasse. De repente percebi o que tinha feito, e sabia que se não agisse imediatamente as conseqüências poderiam ser graves para o nosso relacionamento. Ainda bem que alguém tinha me ensinado o que fazer, e poucos momentos depois estávamos nos abraçando na sua cama, de volta ao bom convívio e harmonia. Um espírito fechado: A causa mais comum da desarmonia num lar é aquilo que eu denominei um espírito fechado. Para nos ajudar a compreender como o espírito, alma e corpo interagem, observemos um exemplo da natureza. Quando eu era pequeno gostava de ficar vendo os ouriços-do-mar nas praias da Califórnia. Geralmente eu os achava nas piscininhas naturais entre as rochas. Com uns dez a doze centímetros de diâmetro, eles parecem flores coloridas com tentáculos macios e ondulantes. Mas notei uma coisa interessante. Às vezes pegava um pedaço de pau e cutucava um deles. Imediatamente o ouriço recolhia seus tentáculos sensíveis e se fechava tanto que virava uma concha. Era semelhante a uma linda flor se fechando. - Agora estava protegido de outros danos. O que acontece com o ouriço-do-mar ilustra o que acontece com uma pessoa ofendida. Os tentáculos do ouriço-do-mar são semelhantes ao espírito de uma pessoa. O ouriço-do-mar permanece completamente

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A CHAVE PARA O CORAÇÃO DE SEU FILHO!

Como superar o principal destruidor de famílias 101Cinco passos para reabrir o espírito de uma criança: 103Como os pais podem obter resultados positivos 107Como dar apoio amoroso 109Como equilibrar apoio amoroso com contratos 110Três maneiras poderosas de motivarmos os nossos filhos 114Criança de vontade forte 114O líder de torcida 115O pacificador 115O ajudante 115O forçador de barra 116Mais 18 maneiras de motivar as crianças 118O segredo de uma família unida 121

A Chave para o Coração de seu Filho!Gary Smalley

Somos uma família comum com muitos conflitos típicos, mas tentamos achar soluções para esses conflitos que podem ser aplicadas a quase todas as famílias. Vamos relatar o que tem e o que não tem funcionado na nossa casa e falaremos também dos principais fatores que nos proporcionaram uma maior união e um relacionamento mais íntimo.

Como superar o principal destruidor de famíliasCerta noite, quando eu estava no meu quarto fazendo um interurbano, o meu filho Greg, na época

com cinco anos, deu um grito horripilante no banheiro. Ele veio correndo até à porta gritando de tal forma que não dava para ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha. Comecei a sentir a minha pressão sangüínea subir e fiz sinal para ele ficar calado. Dramaticamente dei uma palmada no meu bumbum para lhe mostrar o que ele ia levar se não se calasse imediatamente. Mas Greg continuou berrando, então terminei rapidamente a ligação, dizendo à pessoa que voltaria a ligar mais tarde.

Desligando o telefone, agarrei Greg pelo braço e o sacudi.- Por que você está berrando? - exigi que me respondesse. - Você não viu que eu estava no telefone?Sem esperar uma resposta empurrei-o para o corredor e disse:- Vá para o seu quarto agora mesmo. Ele caiu quando o empurrei, mas se levantou ainda chorando e

correu para o quarto. Peguei na palmatória que usávamos para dar surras e disse-lhe para se deitar na cama. Então lhe dei umas palmadas bem fortes. Satisfeito com a minha disciplina, parei um pouco e pensei: "Isso é para você aprender a não violar as minhas regras". Entenda, ninguém podia gritar quando eu estivesse no telefone, eu não queria que as pessoas pensassem que eu não conseguia controlar a minha família.

Era nosso costume depois de uma surra abraçar a criança e mostrar-lhe que a amávamos. Mas desta vez aconteceu algo que me assustou. Greg ainda estava chorando. Ele se levantou e o seu olhar dizia: "Eu te odeio". Ele se afastou de mim e me mostrou que não queria que eu lhe tocasse. De repente percebi o que tinha feito, e sabia que se não agisse imediatamente as conseqüências poderiam ser graves para o nosso relacionamento. Ainda bem que alguém tinha me ensinado o que fazer, e poucos momentos depois estávamos nos abraçando na sua cama, de volta ao bom convívio e harmonia.

Um espírito fechado: A causa mais comum da desarmonia num lar é aquilo que eu denominei um espírito fechado.

Para nos ajudar a compreender como o espírito, alma e corpo interagem, observemos um exemplo da natureza. Quando eu era pequeno gostava de ficar vendo os ouriços-do-mar nas praias da Califórnia. Geralmente eu os achava nas piscininhas naturais entre as rochas. Com uns dez a doze centímetros de diâmetro, eles parecem flores coloridas com tentáculos macios e ondulantes. Mas notei uma coisa interessante. Às vezes pegava um pedaço de pau e cutucava um deles. Imediatamente o ouriço recolhia seus tentáculos sensíveis e se fechava tanto que virava uma concha. Era semelhante a uma linda flor se fechando. - Agora estava protegido de outros danos.

O que acontece com o ouriço-do-mar ilustra o que acontece com uma pessoa ofendida. Os tentáculos do ouriço-do-mar são semelhantes ao espírito de uma pessoa. O ouriço-do-mar permanece completamente

aberto e vulnerável, mas quando o cutucamos com um pedaço de pau ele se fecha. De forma semelhante, quando uma pessoa fica ofendida ela se fecha.

Foi isto o que vi acontecer com Greg. Quando o empurrei para o corredor e gritei com ele com dureza, eu cutuquei o seu espírito. Quanto maior for a dureza, maior é a dor que a pessoa sente no espírito. O fato de eu ter sido duro, de tê-lo empurrado e batido dando três cutucadas fortes com um pedaço de pau sem ter averiguado os fatos, como no caso com o ouriço-do-mar, Greg fechou o seu espírito para mim com cada cutucada. E quando fechou o seu espírito, ele fechou tudo o mais. Ele não gostava de mim. Não queria se aproximar de mim. Não queria falar comigo. E resistia às minhas tentativas de tocá-lo. Foram estes os sinais que me indicaram que o seu espírito estava-se fechando.

Manifestações de um espírito fechado: Quando o espírito de uma criança está-se fechando são muitas as possíveis manifestações. Talvez ela discuta e resista quando você lhe pede para fazer algo. Talvez ela seja do contra e recuse-se a gostar de qualquer coisa que você gosta! Talvez fique reservada e geralmente não corresponda muito ao carinho.

Se o seu espírito estiver muito fechado, ela poderá buscar amigos que são o oposto do tipo de amigos que você quer que ela tenha. Poderá xingar ou usar linguagem desrespeitosa. A causa principal do uso de drogas e bebidas alcoólicas é um espírito fechado.

Na pior das hipóteses, uma criança cujo espírito se fechou completamente pode fugir de casa ou suicidar-se. Todos estes são sintomas de um espírito fechado. Se conseguirmos reconhecê-lo e ajudarmos a reabrir o espírito, muitas vezes os sintomas desaparecem automaticamente.

Este princípio é o segredo da maioria dos relacionamentos. Quando um empregado não tolera o seu patrão, isso é acima de tudo porque o seu espírito foi magoado ao ser "pisado" ou "cutucado".

Acontece o tempo todo no casamento. Durante anos fiz muitas coisinhas para fechar o espírito da minha esposa, Norma. Não me dei conta de que as minhas piadas, brincadeiras, comentários sarcásticos e ações insensíveis estavam cada vez mais fechando o espírito dela. Ao fim de vários anos de casamento, Norma tinha fechado grande parte do seu espírito para mim, mas eu não sabia. Eu só via os resultados exteriores, como as vezes em que eu chegava em casa do trabalho e ela não me cumprimentava. Eu dizia: "Ôi querida, cheguei", e ela não respondia. Eu perguntava: "Há algo errado?" e ela dizia "Não". Gradualmente comecei a aprender que "não" na realidade queria dizer "sim".

Durante os meus seminários, para demonstrar como o espírito é sensível, muitas vezes peço a um homem para vir à frente, fechar os olhos e estender a mão. Primeiro coloco uma pedra grande na sua mão e lhe peço para identificar o objeto. Ele geralmente identifica corretamente que é uma pedra. Então eu substituo a pedra por um seixo. Geralmente ele não consegue identificá-lo sem apalpar por um tempinho. A maioria dos homens quando dizem alguma coisa ofensiva às suas esposas acham que estão só deixando cair um seixozinho sobre o espírito dela. Mas para ela é uma pedra grande que pode fechar o seu espírito.

O mesmo pode acontecer em todos os relacionamentos, principalmente entre pais e filhos. Se um pai ou mãe for duro com sua filha e ofendê-la, ela começará a fechar o seu espírito. Mas ela ainda precisa ser tocada, e já que não aceita que a sua mãe ou pai lhe toque, ela busca isso em outro lugar.

Os rapazes podem facilmente perceber a sua necessidade de carinho e aproveitar-se dela. Tem pai que não abraça seu filho porque acha que isso não é uma atitude masculina. Está provado que esta falta de carinho pode levar os rapazes a procurarem afeto que pode conduzir ao homossexualismo. O Dr. Ross Campbell, um psiquiatra especialista em crianças, descobriu que em tudo que leu e viu, ainda não conheceu uma única pessoa sexualmente desorientada que tivesse um pai cordial, amoroso e carinhoso.

Se os pais forem frios e ofensivos, um filho pode fechar o seu espírito, e muitas vezes adotar um comportamento rebelde e anti-social.

Felizmente o espírito de uma criança é relativamente moldável nos primeiros anos. Quando as crianças ficam ofendidas, elas estão dispostas e prontas a regressar à harmonia.

Numa família comum é impossível deixar de ofender alguém. Parece que algo acontece quase todos os dias que deixará alguém ofendido. Contudo, é possível permanecer em harmonia desde que cada ofensa seja resolvida. Uma ofensa após a outra, e mais outra, pode criar uma muralha e fechar o espírito completamente. Ainda assim é possível reabrir o espírito de uma criança mesmo nas piores situações.

Como reabrir o espírito de uma criança: Quando vi que o espírito de Greg estava se fechando para mim, eu me ajoelhei e minha atitude se tornou mansa e terna. Gentilmente lhe perguntei:

- Greg, por que você estava gritando no banheiro?Com voz trêmula e lutando para não chorar, ele conseguiu dizer:

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- Caí e bati com a orelha na banheira.Ele me mostrou a sua orelha que estava inchada e sangrando. Quando vi o que acontecera me senti

pessimamente mal. Gentilmente lhe disse:- Greg, foi muito errado eu ter tratado você daquele jeito. Papai é que merece uma surra.Greg enxugou as lágrimas e acrescentou:- Aí quando você me empurrou para o corredor eu bati com a mesma orelha na caixa dos brinquedos.Nessa altura eu estava me sentindo como um abusador de crianças. Fui um pai irresponsável e

reconheci isso.- Greg, papai estava errado. - Eu lhe dei a palmatória. - Eu é que mereço uma surra. Eu é que preciso

levar uma.Ele pegou a palmatória e deixou-a cair no chão. Recuou de novo, ainda não querendo nada comigo.

Eu queria estender a mão e tocar-lhe, mas o seu espírito ainda estava fechado para mim. Finalmente, eu disse ternamente:

- Greg, eu estava errado. Eu sei que não mereço, mas será que é possível você me perdoar?Imediatamente ele estendeu seus braços e me abraçou. Deixamo-nos cair na cama e ele repousou sua

cabeça no meu peito por uma meia hora enquanto nos abraçávamos com força. Depois de algum tempo, olhei outra vez para a sua orelha e lhe perguntei:

- Tem certeza que estamos bem agora?- Sim, papai, eu te perdôo, disse ele dando-me tapinhas nas costas, todos nós cometemos erros.Pelo tom da sua voz e pela maneira como me tocou, eu sabia que o seu espírito estava se abrindo

novamente. Vamos examinar as cinco maneiras de abrir o espírito fechado de uma pessoa.* * *

Uma palavra impensada gera uma briga,Uma palavra cruel arruína uma vida,Uma palavra amarga pode o ódio instigar;Uma palavra rude, magoar e matar.

Uma palavra graciosa pode abrir o caminho,Uma palavra de alegria, iluminar o dia.Uma palavra dita a seu tempo pode tudo acalmar;Uma palavra de amor, curar e abençoar.

* * *

Cinco passos para reabrir o espírito de uma criança:1. Seja mais terno: A gentileza consegue dissipar a raiva. Os nossos movimentos, os nossos

músculos, nossa expressão facial e o tom de voz devem se tornar suaves, gentis, ternos e amorosos. Ao fazer isto, comunicamos várias coisas à pessoa a quem ofendemos:

Estamos dizendo: (a) Ela é valiosa e importante. Expressamos a sua importância de formas não verbais. Nos aproximamos dela com calma. A nossa cabeça poderá estar baixa e nos sentimos obviamente pesarosos por a termos ofendido.

(b) Não queremos que o seu espírito se feche; nos importamos com ela.(c) Sabemos que algo está errado. Através da nossa ternura reconhecemos que ocorreu uma ofensa e

vamos tomar o tempo que for presiso para corrigir o acontecido.(d) Estamos abertos para escutar. Está bem ela dizer o que aconteceu - não vamos ficar zangados

nem magoá-la outra vez.2. Seja mais compreensivo: Quando perguntei a Greg por que ele estava chorando e ele disse que era

por que tinha caído e batido na banheira, minha compreensão da sua dor aumentou imediatamente. Eu já estava sendo brando mas o meu espírito ficou ainda mais brando porque entendi profundamente e pude sentir seus sentimentos feridos. Eu provavelmente também teria gritado sem me importar com as regras se tivesse caído e batido na banheira.

Uma das melhores maneiras de compreendermos melhor o que magoou a criança é ilustrar as suas emoções. As ilustrações nos ajudam a ver a dor da criança de uma forma tão vívida que alguns conflitos se resolvem em segundos.

Um rapaz cujo pai constantemente o criticava, disse ao pai: "Às vezes me sinto como um passarinho num ninho. Você entra voando e eu deveria ficar muito animado por vê-lo, pois você vai ter um pouco de comida e estímulo para me dar, mas ao invés disso você arranca um dos raminhos ou fibrazinhas que segura o

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ninho e vai embora. Eu começo a pensar: "Espera aí. Ele está destruindo o ninho e eu ainda não estou pronto para voar. Sinto-me tão inseguro quando vejo você vindo porque você está sempre achando defeito em mim e me arrasando, e é como tirar aqueles raminhos do ninho." Quando o pai do rapaz escutou esta ilustração verbal, sentiu a mágoa e a insegurança do filho. Esta ilustração verbal emotiva ajudou o pai a reduzir consideravelmente as críticas que lhe fazia.

Se a minha filha me diz que está na fossa, posso lhe perguntar a profundidade da fossa e se dá para ver o azul do céu.

Podemos também ajudar os nossos filhos a expressar seus sentimentos relacionando-os com experiências anteriores. "Lembra-se de como você se sentiu na escola quando tirou uma nota baixa apesar de ter estudado muito para tirar um 10? E os seus colegas gozaram de você. Lembra-se como se sentiu envergonhado? Foi mais ou menos assim que você se sentiu hoje quando te corrigi na frente dos seus amigos?"

Se a criança se recusa a falar, talvez seja preciso um tempinho para "esfriar". Dê-lhe tempo para compreender a sua própria dor.

3. Reconheça a ofensa: O terceiro passo para abrir o espírito de uma pessoa é admitir que estávamos errados. É até possível que não tenhamos feito erro nenhum. Pode até ser que o que fizemos não fosse errado, mas sim a maneira como o fizemos - a nossa atitude estava errada. Por exemplo, eu poderia bater no meu filho pela razão certa, mas se lhe bati com raiva, preciso admitir que a minha atitude foi errada.

As crianças têm a tendência de pensar mais no que querem e precisam e não se importarem tanto com o bem-estar dos outros. Esse pensar em si próprio ou egocentrismo, aumenta as probabilidades de ficarem ofendidas. À medida que os jovens vão amadurecendo as pessoas deixam de ofendê-los tanto, porque eles começam a entender melhor os outros.

Temos que saber qual o nível de maturidade de uma criança. Se ofendermos o nosso filho porque ele é imaturo, podemos dizer: "Eu não devia ter tratado você desse jeito". Não devemos acrescentar: "Você só ficou magoado porque é muito imaturo". Isso só o ofenderia ainda mais.

Quando a criança fica ofendida e ouve os pais admitirem que a trataram mal e vê que eles compreendem como ela se sente, ela adquire uma sensação de importância. Às vezes basta isso para abrir o espírito de uma criança.

4. Tente tocar: O quarto fator é tentar tocar a pessoa ofendida. Se ela se aproximar e corresponder ao nosso toque então sabemos que o seu espírito está se abrindo. Tocar nos permite saber se o espírito de uma criança está se abrindo. Talvez a ofensa tenha sido mais profunda do que pensamos, talvez ela tenha sido ofendida por alguém fora da família.

A falta de contato físico não quer dizer que fechamos o espírito do nosso filho. As crianças passam por fases onde talvez evitem ser tocadas, como por exemplo, na puberdade.

Pode haver outra razão pela qual o nosso filho resista ao nosso toque. Num certo verão, a nossa família foi pescar nas montanhas do Colorado. Eu fui duro com Kari e a ofendi. Ela tinha machucado o joelho e eu queria que ela subisse rapidamente uma ladeira para eu poder voltar à minha pescaria. Mais ou menos no meio da ladeira me dei conta de que havia ferido o seu espírito, e ela era muito mais importante do que a minha pescaria. Então parei, lhe dei um abraço e disse-lhe que sabia que a tinha ofendido e que eu estava errado. Ela se esquivou dos meus braços e perguntou:

- Papai, você usou desodorante hoje?5. Procure obter o perdão da pessoa a quem você ofendeu: O último passo para abrir o espírito de

alguém é buscar o perdão da pessoa ofendida. Eu sabia que tinha reaberto o espírito de Greg, porque quando lhe pedi perdão ele correu para os meus braços. A verdadeira restauração é a confissão do erro mais a concessão do perdão.

Razões pelas quais alguém pode se recusar a perdoar: Talvez a ofensa tenha sido mais profunda do que pensávamos. Talvez tenhamos apressado as coisas ou talvez a criança queira ver primeiro uma mudança autêntica no comportamento do pai ou da mãe.

Seja qual for a razão, descobri que a melhor coisa a fazer é começar tudo de novo.Um erro que muitos pais fazem é abandonar totalmente a questão: "Bem, se ele não quer me perdoar,

o problema é dele. Eu fiz a minha parte". Com essa atitude o problema poderá nunca ser resolvido. É melhor recuar por um tempo, dar uns minutinhos ou até horas para as coisas esfriarem, e depois voltar e repetir estes cinco passos.

Se observarmos cuidadosamente as expressões não verbais, podemos entender melhor o que está se passando dentro da criança.

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Observe o tom da voz e expressões faciais para reconhecer um espírito fechado: Quando afloram palavras como: "Eu te odeio, e nunca mais quero viver com você. Sempre te odiarei", são reflexos de um espírito fechado.

Um filho pode dizer aos seus pais: "Eu odeio vocês. Não agüento mais isto. Estou cheio desta família. Estou por aqui e não quero falar disso". Quando as pessoas deixam tais palavras escaparem, descobri que na realidade o que estão dizendo é que querem falar sobre o assunto. Escute como elas o expressam, com que intensidade. Aprenda a observar as suas expressões faciais e a escutar o tom da sua voz em vez de limitar a sua compreensão às palavras que usam.

Quanto mais violenta e hostil for a resistência mais fortemente se fechou o espírito. A hostilidade pode assumir a forma de apatia ou indiferença indicando que, "o meu espírito encerrou-se definitivamente, não tente abri-lo".

A melhor maneira que eu conheço para lidar com tais palavras é permanecer brando e compreensivo e admitir que erramos, depois perseverar até conseguirmos tocar e obter perdão. Isto é na realidade o que eles querem. Mas pode levar tempo.

As ofensas que ocorreram há muito tempo podem ainda ser resolvidas da mesma forma. Se um pai ou mãe quer ter certeza de que o espírito de seu filho está totalmente aberto para ele, às vezes é bom voltar ao passado e mencionar essas velhas ofensas, desde que as ofensas sejam resolvidas ao serem mencionadas.

Como uma criança ou um adulto pode reabrir o seu próprio espírito: Corrie Ten Boom, que ajudou muitos judeus a escaparem dos campos de concentração alemães na II Guerra Mundial, me contou uma história que retrata o perdão. Alguns anos depois dela ter sido solta de um campo de concentração, falou numa igreja na Alemanha. Quando as pessoas estavam saindo depois do culto, ela viu um homem tentando chegar à frente. Horrorizada, ela o reconheceu. Ele fora um guarda - um dos mais cruéis - no campo de concentração onde ela e a sua irmã tinham ficado presas. Na verdade, foi principalmente por causa dele que a sua irmã Betsi tinha morrido. Ela ficou repugnada ao vê-lo. O seu espírito já tinha se fechado para ele há anos. Ele estendeu-lhe a mão e disse: "Corrie Ten Boom, eu me tornei cristão e sei que Deus me perdoou pelas coisas cruéis que fiz, mas vim pedir que você me perdoe". Corrie disse que ficou com os braços paralisados junto ao corpo. Não conseguia se mexer.

Ela me disse que foi a coisa mais difícil que já fez, mas finalmente estendeu a mão e aceitou a mão dele e disse que o havia perdoado. Naquele momento, foi como se o veneno e o ódio tivessem se desprendido dela. "Foi o amor de Deus fluindo através de mim para ele", ela me disse. "Eu na realidade o libertei das coisas que ele tinha feito contra mim. E ao fazer isso, eu fiquei livre!"

Nós, pais, podemos ajudar os nossos filhos a aprenderem esse princípio. Primeiro uma criança pode começar a reconhecer que a pessoa que a ofendeu também tem seus problemas. Segundo, podemos nos comprometer a orar por alguém que nos ofendeu. O grande problema é que as pessoas levam as ofensas muito à sério.

Até que ponto o espírito de seu filho está aberto? Faça um teste para ver até que ponto o espírito de cada um dos seus filhos está aberto. Esta é uma avaliação simples e generalizada que pode ajudar um pai ou mãe a detectar se o espírito do seu filho está se fechando ou não. Dê a cada resposta uma classificação de 1 a 5. 1= nunca; 2= raramente; 3= às vezes; 4= geralmente; 5= sempre.

____ 1. O meu filho (ou filha) (de 2 anos para cima) gosta de tocar em mim?____ 2. O meu filho (ou filha) me toca espontaneamente logo que o vejo depois da escola ou em

casa?____ 3. O meu filho (ou filha) respeita o que eu respeito na vida?____ 4. O meu filho (ou filha) de um modo geral dá valor ao que eu dou valor na vida; por exemplo,

à Bíblia, à minha vocação, etc.?____ 5. Os amigos do meu filho (ou filha) são os que eu escolheria para ele?____ 6. O meu filho (ou filha) usa roupas e penteados que eu aprovo?____ 7. O meu filho (ou filha) escolhe as atividades que eu escolheria para ele?____ 8. O tipo de música que o meu filho (ou filha) ouve reflete o que eu aprovo?____ 9. O meu filho (ou filha) gosta de conversar comigo?____ 10. O meu filho (ou filha) de um modo geral concorda com as minhas opiniões?____ 11. O meu filho (ou filha) gosta de sair comigo?____ 12. O meu filho (ou filha) me obedece regularmente?____ 13. O meu filho (ou filha) é geralmente afetuoso e carinhoso comigo?____ 14. O meu filho (ou filha) gosta de olhar naturalmente nos meus olhos?

Resultado: ____Estes resultados podem indicar:14-20 - Perigo, resolva as coisas imediatamente.21-30 - Atenção, avance com cautela.31-40 - Cuidado com desabamentos.41-50 - As coisas podem andar um pouco turbulentas, mas estão bem.51-70 - Fim das obras na estrada. Dirija com cuidado.

84 maneiras através das quais podemos ofender os nossos filhos: Ao procurar ver como você talvez tenha ofendido seu filho, pode ser que precise de um pouco de ajuda para ver as possibilidades. Nos meus aconselhamentos e trabalhos com crianças pelo país, perguntei a muitas delas como os seus pais as tinham ofendido. Fiz uma coletânea das respostas. Aqui estão o que elas responderam:

1. Falta de interesse em coisas que são especiais para mim.2. Não cumpre o prometido.3. Critica injustamente.4. Permite que o meu irmão ou irmã me rebaixe.5. Interpreta mal as minhas intenções.6. Fala impensadamente.7. Castiga por uma coisa pela qual já fui castigado.8. Diz que as minhas opiniões não contam muito.9. Dá a impressão de que nunca comete erros.10. Falta de gentileza ao assinalar as minhas fraquezas e defeitos.11. Dá um sermão e não é compreensivo, quando tudo o que preciso é de apoio.12. Nunca me diz "eu te amo". Nunca demonstra afeição física.13. Não passa tempo a sós comigo.14. É insensível, duro e falta ao prometido.15. Falta de consideração.16. Nunca agradece.17. Não passa tempo comigo.18. É insensível aos meus problemas.19. Fala palavras duras.20. É inconsistente.21. Não está agradecido por mim.22. Diz como fazer uma coisa que eu estava fazendo sozinho.23. Pega no meu pé por tudo.24. É mandão.25. Sinto que não reparam em mim ou não me dão valor.26. Sou ignorado.27. Não sou considerado uma pessoa que pensa e sente.28. Força demais a barra sem se importar comigo ou não me escutar.29. Não dá a devida importância às minhas necessidades, principalmente quando o trabalho ou

atividades deles são mais importantes.30. Menciona velhos erros do passado para lidar com problemas atuais.31. Implica excessivamente.32. Não repara nas minhas realizações.33. Faz comentários grosseiros.34. Gosta de mim só por causa da minha beleza física ou capacidades, em vez do que sou por dentro.35. Não sou elogiado nem recebo apreço.36. Sou incentivado a fazer uma coisa e depois sou deixado na mão.37. Dão esperança de que vamos fazer uma coisa em família e depois não fazem.38. Me corrigem sem me dizerem que me amam.39. Sou disciplinado com dureza e raiva.40. Não há diálogo, e nunca me dão uma razão por que estão me disciplinando.41. Abusam da força bruta.42. Reagem comigo da maneira oposta à que eu acho que um cristão deveria me tratar.43. Levantam a voz um com o outro.

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44. Não se interessam pela minha pessoa.45. Criticam algo que estou fazendo ou alguém com quem estou, dizendo que é bobo ou idiota.46. Falam palavrões quando estão chateados comigo.47. É impaciente, o que muitas vezes dá a impressão de rudeza.48. Diz "não" sem explicar o porquê.49. Não me elogiam.50. Sinto uma diferença entre o que dizem com a boca e o que dizem com as expressões do rosto.51. Fazem comentários sarcásticos a meu respeito.52. Zombam das minhas esperanças, sonhos e realizações.53. Castigam severamente por algo que eu não fiz.54. Ficam distraídos quando realmente tenho algo a dizer.55. Insultam-me na frente dos outros.56. Falam antes de pensar em como tal coisa me afetará.57. Pressionam quando eu já estou me sentindo deprimido ou ofendido.58. Comparam-me com outras crianças na escola e me dizem como elas são maravilhosas e que

gostariam que eu fosse melhor.59. Obrigam-me a discutir com eles quando estou realmente magoado.60. Sou tratado como uma criancinha.61. Não aprovam o que faço ou como faço as coisas. Estou sempre tentando obter a aprovação deles

mas eles não a dão.62. Eu os vejo fazer as mesmas coisas que me dizem para não fazer.63. Ignoram-me quando peço conselhos porque estão ocupados demais.64. Eles me ignoram e não me apresentam às pessoas que vêm à casa ou a alguém que encontramos

em público.65. Mostram favoritismo em relação ao meu irmão ou irmã.66. Agem como se algo que eu deseje fosse de pouca importância.67. Não sinto que sou especial para eles. Para mim é tão importante que os meus pais me mostrem,

até de maneiras simples, que sou especial para eles.68. Vejo o meu pai menosprezar a minha mãe, principalmente na frente de outras pessoas.69. Raramente me tocam ou abraçam.70. Ouço os meus pais brigando entre si ao ponto de um deles ficar verdadeiramente magoado.71. Não confiam em mim.72. Zombam de algo que seja fisicamente diferente em mim.73. Vejo a minha mãe e meu pai tentando se vingar um do outro.74. Percebo que o meu pai nunca aprova o que eu faço ou como faço.75. Não são capazes de controlar a sua raiva.76. Ficam zangados comigo porque não consigo acompanhar o seu ritmo ou ficar à altura da sua

capacidade.77. Fazem-me sentir que gostariam que eu nunca tivesse nascido.78. Não têm tempo suficiente para mim.79. Quando preciso dos meus pais ambos estão grudados na televisão.80. Vejo os meus pais gastarem muito dinheiro nos seus prazeres, mas quando eu quero algo parece

que eles nunca têm dinheiro.81. Fazem-me sentir infantil.82. Não se esforçam por compreender o que estou querendo dizer.83. Gritam comigo quando eu já sei que estou errado.84. Fazem-me sentir como se eu nem tivesse me esforçado para melhorar em algo quando na

realidade me esforcei.

Como os pais podem obter resultados positivos

Quatro tipos básicos de pais:1. Pais dominadores: Eles têm altos padrões e expectativas mas raramente são cordiais, carinhosos e

compreensivos, e dão pouquíssimas explicações para as suas rígidas regras.Algumas expressões e ações características de pais dominadores são:"Regras são regras. Você chegou atrasado - para a cama sem jantar".

"Não suporto que você me responda. Peça desculpas". (Ou dão um tapa no rosto do filho)."Você não precisa saber porquê. Apenas faça o que mandei"."Não quero saber quantos amigos seus estão indo. Você não vai e não quero ouvir falar mais no

assunto, entendido?""Nenhum filho meu vai ser preguiçoso. Você começou o trabalho, agora vai terminá-lo"."Quantas vezes eu já lhe disse para parar com isso? Vá lá agora mesmo; você vai apanhar!"Algumas reações possíveis de filhos de pais dominadores são:O seu amor-próprio é dos mais baixos. Têm pouca capacidade para se conformarem com regras ou

autoridade.A severidade e rigidez dos pais quebra o espírito do filho e como resultado este resiste, fecha-se ou

se rebela.O filho geralmente não quer ter nada a ver com as regras ou valores dos pais. Tende a rejeitar as

idéias dos seus pais.O jovem pode se sentir atraído por outros jovens que se revoltaram contra seus pais e as regras gerais

da sociedade. Poderá começar a tomar drogas e participar de outras atividades ilegais.O filho talvez seja barulhento e exija os seus direitos.Na sala de aula talvez perturbe a ordem para chamar a atenção dos outros.

2. Pais negligentes: Estes geralmente não dão apoio amoroso nem conseguem controlar os seus filhos. Eles demonstram uma atitude desinteressada ou imatura, repreendendo severamente o filho quando este insiste ou os irrita. Estes pais tendem a isolar-se dos filhos através do uso exagerado de babás para se entregarem às suas próprias atividades egoístas. As crianças são consideradas um estorvo e "criança não tem querer".

Há quatro razões principais por que as crianças estão sendo negligenciadas hoje em dia:a. O índice elevado de divórcios. É muito difícil para pais solteiros passarem o tempo necessário

cada dia com seus filhos para os escutarem e estarem emocionalmente acessíveis.b. O número cada vez maior de mães que trabalham fora. Um estudo mostra que os pais americanos

passam menos tempo com os filhos do que os pais em qualquer outro lugar exceto na Inglaterra. O estudo citava um pai russo que disse que nem lhe passava pela cabeça passar menos de duas horas por dia com seus filhos. Em contraste, um estudo na Universidade de Boston concluiu que um pai americano em média passa cerca de trinta e sete segundos por dia com seus filhos.

c. Assistir televisão demais.d. Uma sociedade onde as viagens são cada vez mais comuns.A seguir estão algumas ações e expressões características de pais negligentes:"Resolva você mesmo. Não vê que estou ocupado?""Não! Hoje à noite tenho um compromisso. Peça à sua mãe para ajudá-lo"."Não, não pode ficar acordado. Lembra-se que queria ficar acordado a noite passada? Pare de ficar

grudado em mim!""O problema é seu. Tenho que ir trabalhar.""Puxa vida pessoal! não dá para vocês serem mais cuidadosos?""Outra vez atrasado, minha nossa. Alguém pode passar a carne por favor?""Então você acha que eu sou idiota, né? Bem, o problema é seu, meu chapa. Dê o fora!"Alguns possíveis efeitos nos filhos de pais negligentes são:A dureza e a negligência tendem a ferir o espírito da criança, resultando em rebeldia.A negligência ensina ao filho que ele não é digno de que passem tempo com ele.A criança torna-se insegura porque os seus pais são sempre imprevisíveis.O filho poderá não criar um respeito sadio pelos pais porque não é respeitado e não aprendeu a se

controlar.Promessas não cumpridas quebram o espírito da criança e abatem a sua dignidade.A criança geralmente tende a se desempenhar mal na escola porque tem pouca motivação.

3. Pais permissivos: Geralmente são cordiais, apóiam as pessoas, mas são fracos para estabelecer e cumprir as regras e limites para os seus filhos.

Uma das razões principais por que alguns pais são muito permissivos é o receio de virem a prejudicar os filhos se forem muito rigorosos. Esse medo de confrontar seus filhos pode na realidade causar exatamente o que temem.

Um aspecto positivo dos pais permissivos é que são ótimos para apoiar. Os pais eficazes sabem que um certo grau de permissividade é saudável. Ou seja, aceitar que crianças são crianças, que uma camisa limpa não vai ficar limpa durante muito tempo, que as crianças vão correr em vez de andar, e que uma árvore foi feita para se subir nela.

Permissividade exagerada, por outro lado, dá ocasião a ações indesejáveis. As seguintes expressões e ações são características de pais permissivos:

"Tá, tudo bem. Você pode ficar acordado desta vez. Eu sei como você gosta deste programa"."Você está cansado, né? Entregar jornais é trabalho duro. Claro, eu levo você de caro"."Odeio ver você sob tanta pressão na escola. Por que não fica e descansa amanhã? Eu escrevo um

bilhete para a sua professora"."Você não me ouviu chamá-lo para jantar. Tudo bem. Sente-se. Não quero que você coma a comida

fria"."Por favor, não fique zangado comigo, mas você está fazendo uma cena"."Jimmy, por favor, ande mais depressinha. A mamãe vai chegar atrasada outra vez se não

começarmos logo".Estas são algumas reações possíveis de filhos de pais permissivos:A criança pressente que está com as rédeas na mão e pode jogar com os pais como quiser.A criança ganha um sentimento de insegurança, é como encostar-se a uma parede que parece firme

mas cai para o outro lado.A criança pode ter pouca auto-estima porque não aprendeu a controlar-se e a se autodisciplinar.A criança aprende que pode contornar as regras porque os padrões não são firmes.

4. Pais amorosos e firmes: Eles têm regras claras e definidas, limites e padrões para a vida. Eles se dedicam a educar seus filhos para compreenderem estes limites e dão avisos claros quando uma criança transgride um limite preestabelecido. Eles também dão apoio através do contato físico e dedicando tempo pessoalmente para escutar cada filho.

Os pais amorosos e firmes são uma combinação equilibrada entre pais dominadores e pais permissivos.

Algumas expressões e ações características de pais amorosos e firmes são:"Você chegou outra vez atrasado para o jantar, seu malandrinho. Como podemos resolver este

problema?" (Os pais passam tempo com o filho para arranjarem uma solução)."É, eu gostaria de poder deixá-lo ficar acordado, mas concordamos numa hora. Pense em como você

vai se sentir amanhã se for deitar tarde!""Quando nós dois estivermos mais calmos, vamos conversar sobre o que precisa ser feito"."Você não sabe como sair dessa, não é? Desta vez eu te ajudo. Depois vamos ver como você pode

fazer isso sozinho da próxima vez"."Pode atender o telefone, mas antes de atender tem que aprender a fazê-lo da maneira certa".Características típicas de crianças que têm pais amorosos e firmes:O apoio cordial e os limites claramente definidos geralmente fazem aumentar a auto-estima do filho.Uma criança fica mais contente quando aprende a se controlar.O mundo da criança é mais seguro quando ela se dá conta de que há limites nos quais não se cede, e

compreende por quê, compreende os princípios subjacentes.Como o espírito da criança não está fechado, as linhas de comunicação estão abertas com os pais. Há

uma chance menor de vir a ser um "adolescente rebelde".Os filhos de pais amorosos e firmes classificam-se melhor em: a) auto-estima, b) capacidade para se

submeterem a autoridades na escola, igreja, etc., c) um maior interesse na crença dos seus pais em Deus, e d) maior tendência a não participarem de grupos rebeldes.

Como dar apoio amorosoCompromisso incondicional: Uma das maneiras mais importantes de expressar cordialidade e apoio

amoroso aos nossos filhos é assumir um compromisso incondicional e vitalício com eles. É o tipo de compromisso que diz, "Você é importante para mim hoje e amanhã, não importa o que aconteça".

A minha família é lembrada todos os dias do meu compromisso com eles. Na entrada da nossa casa está pendurada uma placa que eu fiz. Nela se lê: "Para Norma, Kari, Gregory e Michael, como garantia do meu compromisso vitalício com vocês".

Eu e Norma freqüentemente dizemos aos nossos filhos que estamos comprometidos com eles para o

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resto da vida deles, não importa o que façam. Se eles se meterem em encrencas, estaremos lá para ajudá-los. Isso não quer dizer forçosamente que os deixaremos passar impunes num aperto, porque isso talvez nem seja o melhor para eles.

Em contraste, quando não há um compromisso incondicional pode surgir um grande conflito. Um rapaz de dezoito anos assustado, de pé diante de um juiz muito severo, o escutava enquanto este, um amigo íntimo do seu pai, lhe dizia que ele era uma desonra para a comunidade e sua família: "Você devia ter vergonha, desonrando o nome da sua família, causando aos seus pais uma grande angústia e constrangimento. O seu pai é um cidadão honrado nesta comunidade. Eu pessoalmente já participei de muitos comitês com ele e conheço a sua dedicação a esta cidade. O seu pai é um grande amigo meu e é com grande pesar que condeno você hoje pelo seu crime".

Cabisbaixo e obviamente envergonhado, o jovem escutou o juiz. Depois, antes da sentença ser dada, ele pediu para falar: "Sr. juiz eu não estou querendo ser desrespeitoso nem justificar o meu comportamento, mas tenho muita inveja do senhor. Sabe, foram muitos os dias e noites quando eu desejei ser o melhor amigo do meu pai. Houve muitas ocasiões em que precisei da ajuda dele nos deveres da escola, nos meus namoros e em algumas ocasiões difíceis que enfrentei como adolescente. Mas o meu pai estava quase sempre ausente, provavelmente participando de algum comitê com o senhor, ou jogando golfe. Eu sempre tive a impressão de que havia outras coisas mais importantes para ele do que eu. Não quero lhe faltar ao respeito, eu realmente gostaria de conhecer o meu pai como o senhor o conhece".

Atônito com as palavras do rapaz, o juiz suspendeu condicionalmente a pena e ordenou que o rapaz e seu pai passassem tempo juntos todas as semanas, para se conhecerem. O pai obviamente ficou humilhado com a sentença, ao se dar conta da falta de dedicação ao seu filho, mas isso o levou a conhecer melhor o seu filho e foi um ponto decisivo na vida do rapaz.

Horas programadas: Planeje horas especiais com sua família, de preferência todos os dias. A atividade em si não é tão importante, mas precisa ser algo agradável para ambos, tanto para o filho como para o pai (ou mãe). Freqüentemente os relacionamentos mais profundos podem se desenvolver durante as atividades mais simples. Muitas vezes acampamos juntos em família.

Estar acessível aos filhos: Às vezes quando estou lendo o jornal, assistindo a algo especial na TV ou saindo de casa para uma reunião, um dos meus filhos entra e diz: "Papai, posso falar com o senhor um minuto?" É preciso ter cuidado com o que se diz nessas ocasiões. Se dissermos: "Agora não, estou ocupado", eles vão observar o que estamos fazendo e comparar a sua importância em ralação a isso. Muitas vezes podemos dizer: "Agora não é a melhor hora para conversarmos, mas posso lhe dar toda a minha atenção dentro de meia hora". Às vezes podemos largar o que estamos fazendo, porque os nossos filhos simplesmente são mais importantes.

Um homem tem que avaliar por que está trabalhando. Os jovens têm uma necessidade muitíssimo maior de tempo com o seu pai do que de saberem que o seu pai saiu para trabalhar para que eles possam comer ou freqüentar a universidade.

Muitas vezes pergunto à minha esposa se ela acha que estou passando tempo suficiente com os meus filhos. Faço a mesma pergunta aos meus filhos, escutando cuidadosamente o que eles têm a dizer.

Os filhos precisam ser tratados com carinho: Dureza e sermões irados comunicam aos nossos filhos que eles têm pouco valor ou, em alguns casos, valor nenhum. A expressão: "Se eu fosse importante para alguém, eles não seriam tão maus para mim", é a conclusão subconsciente a que os adolescentes freqüentemente chegam.

Não é raro a minha filha Kari vir até mim e dizer algo como: "Papai, estou tendo um problema com um amigo na escola, o senhor acha que podemos conversar sobre isso hoje à noite?" Ela sabe que geralmente estou aberto para essas coisas. Aprendi que quando nos reunimos ela quer que eu escute, permaneça calmo, dê algumas sugestões e, principalmente, que tente compreender as sugestões dela. Ela não quer e nem precisa de sermões.

Recentemente, violei quase todos os princípios que recomendo neste livro, mas como Kari, agora com dezessete anos, sabe que eu a amo e que o nosso relacionamento é forte, aparentemente ela foi pouco afetada pela minha insensibilidade. Sob a tensão de terminar este livro e várias outras responsabilidades importantes eu lhe passei um grande e sério sabão. "Jamais espere até o último dia para terminar um relatório escolar", esbravejei. Ameacei a vida social dela e tudo o que me veio à cabeça. Saí de casa com um amigo e no meio do jantar pedi licença e liguei para Kari. "Kari", disse eu ternamente, pedindo desculpas, "O papai estava errado, não estava?" Muitas vezes acho que os filhos são muito mais maduros do que os pais. Ela respondeu: "Papai, mamãe me explicou que o senhor está bem estressado. A razão por que eu não disse nada foi porque sabia o que o senhor está passando. Mas muito obrigada por ligar, eu te amo".

Nossos filhos precisam de um contato visual freqüente conosco: Uma criança cujo espírito está se fechando tende a olhar para baixo ou para outro lado, ou virar completamente as costas ao pai (ou mãe). É difícil para uma criança olhar nos olhos dos seus pais quando se sente culpada. Uma criança poderá confessar alguma coisa só por insistirmos gentilmente em olharmos nos olhos um do outro.

Toque significativo: Segundo algumas pesquisas, a pele é o maior órgão do nosso corpo e tem uma necessidade inerente de ser tocada. Os psicólogos insistem que os terminais nervosos da pele na verdade estão associados a certas glândulas no cérebro. Estas glândulas regulam o crescimento e muitas outras funções do organismo. As pesquisas indicam que o crescimento de algumas crianças fica de certo modo inibido se elas não têm contato físico.

O toque também comunica às crianças que elas são importantes. Quando descanso a minha cabeça ternamente no ombro do meu filho, estou na realidade comunicando: "Você é importante para mim. Quero passar tempo com você". Por outro lado, afastar os nossos filhos para o lado ou bater-lhes comunica rejeição. Recusar-nos a tocar os nossos filhos comunica-lhes que eles são "intocáveis".

Também é importante que os filhos saibam que seus pais precisam receber abraços. Durante as nossas reuniões regulares em família, mencionamos a Greg, de quinze anos, que precisávamos que ele correspondesse quando o abraçávamos. Ele ficou meio constrangido, então falamos mais sobre isso. Ele disse que não sabia que resistir a alguns abraços nossos nos fazia sentir que ele não gostava de nós. Ele mudou imediatamente e tornou-se muito mais receptivo aos nossos abraços, embora às vezes achemos que ele está querendo colocar a nossa espinha no lugar.

Um dos problemas na cultura contemporânea é que associamos qualquer contato físico com sexo. Precisamos nos dar conta de que um contato físico não precisa ter essa conotação.

Eu nem sempre fui uma pessoa que gostava de ser tocada. Antes de casarmos eu disse a Norma: "Não espere que eu seja um desses maridos e pais `melosos', porque simplesmente não sou assim". Tive que aprender com o tempo a ter contato físico e a gostar disto.

Como equilibrar apoio amoroso com contratosO Dr. Robert Coles, um dos psiquiatras mais influentes no país, salientou que o que as crianças

precisam, talvez até mais do que qualquer outra coisa, são regras de vida definindo claramente o que está certo e o que está errado - regras práticas que podem governar o nosso dia-a-dia.

Ouvimos falar de uma pesquisa feita há vários anos com lingüistas, professores, pastores, evangelistas e médicos de renome. Perguntaram-lhes quais foram as coisas que influenciaram a escolha da sua vocação e como se tornaram tão bem-sucedidos nos seus respectivos campos. Cada um deles disse que veio de uma família rigorosa onde os limites eram claramente definidos. Estudos como esses nos animaram a estabelecer as nossas próprias regras e disciplina.

Grande parte do sentimento de segurança que temos na vida vem da ordem e da regularidade das coisas. Temos relativa confiança ao entrarmos num cruzamento quando o sinal de trânsito está verde, sabendo que os outros carros só atravessam quando o sinal está vermelho para nós. Nos encontramos cercados de limites. Podemos estar confiantes de que a cadeira onde estamos sentados não vai quebrar, as paredes da nossa casa não vão cair, e que os pneus do nosso carro, quando devidamente cuidados, manterão o ar, porque há regras e limites regulando a sua qualidade. Com a inconstância vem a insegurança.

O Dr. Haim Ginott afirma que uma das filosofias que mais mina o valor dos pais é a psicanálise de Freud. Freud perpetuou a idéia de que "sou o que sou hoje por causa da maneira como os meus pais me trataram". Os pais modernos não sabem como criar os filhos. Eles têm medo de que os seus erros tenham conseqüências custosas.

Estabelecer limites através de contratos: Quando os nossos filhos tinham uns três anos, os nossos primeiros e mais simples limites eram:

1. Obedeceremos a Deus conforme a Bíblia nos ensina.2. Obedeceremos ao papai e à mamãe.3. Seremos gentis para com as pessoas e coisas - a criação de Deus.Com a nossa primeira regra queríamos ensinar aos nossos filhos que nós, os pais, não somos a

autoridade máxima. Há uma autoridade superior. Se pedíssemos aos nossos filhos que fizessem alguma coisa que violasse a Bíblia, não íamos querer que eles nos obedecessem. Explicamos-lhes que queríamos ter esses limites em nossa casa porque isso honraria a Deus. Esses são os mandamentos d'Ele, não nossos. Ao nos obedecerem, eles estavam obedecendo a Deus.

O terceiro limite desenvolveu-se naturalmente a partir dos dois primeiros: ser gentil para com as pessoas e coisas. Não queríamos ter filhos dizendo nomes feios uns aos outros e fazendo coisas que fariam

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qualquer criança se sentir desvalorizada. Queríamos também que eles aprendessem que seus irmãos e colegas eram valiosos por que Deus os criara.

À medida que as crianças cresciam começamos a revisar e acrescentar mais limites. Todo o nosso contrato está baseado em limites que encontramos na Bíblia. Lembramos regularmente aos nossos filhos que estes são os limites de Deus para a nossa família. Quando agem de acordo com o contrato sabem que estão obedecendo a Deus, é o processo de aprendizagem de Deus, não o nosso.

1. Aprender a obedecer aos pais.2. Aprender a guardar as coisas depois de usá-las.3. Aprender a cumprir nossas tarefas e responsabilidades.4. Aprender a ter bons modos e a ser responsável por outros.5. Aprender a cuidar da criação de Deus: pessoas e coisas.6. Adquirir qualidades de caráter adequadas.Estes seis limites representavam a cópia final de um contrato escrito que cada um de nós assinou e

datou. Sendo realista, era exatamente como qualquer contrato comercial. Descobrimos que o fato de termos um contrato escrito e objetivo contribuiu muito para a harmonia na nossa família. Facilitou bastante o trabalho de disciplinar os filhos, porque simplesmente lembrávamos o contrato da família, e eles estavam muito mais dispostos a colaborar e ajustarem-se a ele.

A maioria de nós vive sob contratos, mas a maior parte destes contratos não estão escritos nem assinados. Votos de casamento e carteiras de motorista são contratos. Concordar em fazer um certo trabalho para um patrão é um contrato. Há até contratos que ninguém menciona. Por exemplo, você mantém o jardim numa certa condição senão os vizinhos dão queixa à prefeitura. Dirija o seu carro a 140 Km/h e descobrirá que tem um contrato com a cidade ou estado e isso lhe custará uma multa bem alta.

A essência de um contrato é que todas as partes participam das negociações. Todos têm que concordar com cada cláusula e com as conseqüências da infração a uma delas. Aí todos assinam o contrato, colocando-se sob a sua autoridade.

Os nossos filhos se envolveram muito na definição dos limites. Por exemplo, no nosso primeiro limite, "aprender a obedecer aos pais", perguntamos-lhes o que isso significava. Eles disseram que queria dizer duas coisas. Primeiro queria dizer não reclamar. Exemplos de reclamações incluíam, "Por que tenho que fazer isso? Por que não pede à Kari? Sou sempre eu que tenho que fazer essas coisas. Por que sempre eu? Por que você não faz?"

A segunda parte de obedecer era não ficar insistindo, "Por favor, papai, posso fazer isto? Posso? Por favor, todo mundo está fazendo. Puxa, não posso pelo menos fazer uma vez?" Insistência constante era interpretada como desobediência e uma violação do mandamento dos filhos obedecerem aos pais. Finalmente nos ajudaram a dar uma definição de "obedecer": "Sim, vou fazer isso sem reclamar".

Parte de cuidar da criação de Deus é cuidar do nosso próprio corpo. Escovar os dentes depois das refeições fazia parte de cuidar da criação de Deus, assim como tomar banho, lavar o cabelo, usar roupa limpa e estar arrumada.

Este limite incluía também cuidar dos outros, como por exemplo fazer perguntas ao invés de discutir. Queria dizer esforçar-se de verdade para compreender os outros porque o que eles dizem é importante. Incluía também jogar com cuidado, não atingir ninguém com a intenção de machucar, vingar-se ou chamar alguém de um nome feio.

Depois de escrever estes cinco primeiros limites num contrato, demos um espaço para todos assinarem. Isso mostrava que todos nós concordávamos com a direção que a nossa família estava tomando. Como nós incluímos os nossos filhos desde bem pequenos para nos ajudarem a definir esses limites, eles os consideravam como deles, em vez de padrões que os seus pais estavam lhes impondo. Depois, tivemos que descobrir como motivá-los e qual seria o melhor meio de corrigi-los quando se desviassem.

A questão então é como implementar o contrato a nível diário. Há três passos para o processo:1. Estabelecer limites claros e definidos redigindo um contrato.2. Supervisionar regularmente o cumprimento destes limites.3. Ser constante: quando se resiste ao cumprimento do dever isso resulta em perda de privilégios.Primeiro redigimos o contrato da família mais ou menos como no quadro abaixo:

QUADRO Nº11. Aprender a obedecer aos pais:Responder dizendo: "Sim, papai/mamãe", imediatamente e fazer o que se pede na hora.- Não se queixar: "Eu não quero fazer isso", "Tenho mesmo que fazer?", "Será que outra pessoa não

pode fazer?", "Não é justo".- Não ficar insistindo: "Por favor, por favor, não podemos fazer isso?" "Posso ir, mamãe? Posso ir,

mamãe? Posso ir, mamãe?"2. Aprender a guardar as coisas depois de usar:- Brinquedos no armário ou na garagem- Roupas no cesto ou penduradas no armário- Toalhas no toalheiro- Ter um lugar para tudo e ter tudo no seu lugar.3. Aprender a fazer as nossas tarefas:- Arrumar o quarto antes de ir para a escola- Colocar louça suja na pia após as refeições- Depois das aulas: deveres de casa e ensaiar música antes de brincar; levar o lixo para fora nas terças

e sextas; alimentar os gatos; levar o jornal para a mamãe.- Tarefas especiais quando mamãe e papai precisam de ajuda.4. Aprender a ter bons modos:- Refeições: andar até a mesa, mãos no colo, não falar antes de orarmos juntos. Mastigar com a boca

fechada. Dizer "por favor" e "obrigado".- Quando outros estão falando esperar por uma pausa na conversa antes de dizer "Com licença..."- Quando discordamos com alguém, não dizer nada, mas colocar-se na posição de aprender e

perguntar, "Como foi que você disse mesmo?" ou "Eu sempre achei que..."5. Aprender a cuidar da criação de Deus:Pessoas (eu próprio)- Hora de deitar: lavar-se, escovar os dentes, colocar a pasta da escola na porta da frente, escutar um

disco ou históriaPessoas (outros)- Fazer perguntas, não discutir- Jogar com gentileza- Orar pelos nossos "inimigos" - não bater- Ser amável e sensível, não dizer palavrõesCoisas- Proteger a casa e a mobília: não pular nem brincar em cima de cadeiras, camas, etc. Não jogar bolas

dentro de casa ou contra a parede da casa. Não subir em árvores pequenas.Em segundo lugar, fizemos uma lista de 30 a 40 possíveis perdas de privilégios e concordamos na

perda de um certo privilégio por 24 horas para cada um dos 5 limites.

QUADRO Nº2Limites da nossa famíliaResponsabilidades Privilégios perdidos por 24 horas1. Obediência: Obedecer ao papai e à mamãe; não reclamar, discutir nem insistir.Todos os brinquedos2. Limpeza: Limpar o quarto todas as manhãs; limpar depois de usar brinquedos ou outras coisas.Televisão3. Tarefas: Cortar a grama uma vez por semana; lixo todas as noites; piano às 17:30.Lanche depois da escola4. Boa educação: Nas refeições; na igreja e passeios.Ir comer fora com a família5. Ter consideração: Ir para a cama na hora; escovar os dentes; ser gentil com as pessoas e coisas

(criação de Deus); não implicar, não bater nem discutir.Ver os amigosAssinado: _____________ _____________ _____________ __________________________Data: _____________ _____________ _____________ _____________ _____________Reuníamo-nos todas as noites por 10 à 15 minutos depois do jantar para avaliar como todos estavam

indo em cada um dos 5 pontos. Colocamos o Quadro Nº3 perto da mesa da cozinha. Estava plastificado para podermos marcar com uma caneta hidrográfica e apagar na noite seguinte. Também usávamos este tempinho para corrigir os nossos filhos em vez de corrigi-los durante o dia, a menos que tivessem cometido uma ofensa

grave, claro, quando então cuidaríamos disso imediatamente.* * *

Responsabilidadesperdido

Kari Greg Mike Privilégio--------------1. Obediência brinquedos2. Limpeza TV3. Tarefas lanche4. Boa educação comer fora5. Ter consideração amigos

A responsabilidade é uma decisão diária.* * *

QUADRO Nº3Não fique esperando, inspecione: Durante algum tempo nos reunimos todas as noites depois do

jantar, aplicando o velho ditado: "O que você inspeciona é feito da maneira que você espera que seja feito". Depois deixamos de nos reunir todos os dias, porque os limites passaram a fazer parte do comportamento das crianças. O contrato ainda serve como a Constituição da nossa família. Está aberto a emendas, mas só podemos revisá-la se todos nós concordarmos com a mudança.

Quando os nossos filhos chegaram à adolescência redigimos contratos separados para incluir mais aspectos específicos, principalmente namoros e dirigir o carro.

Diretrizes para surras: A maior parte das violações dos nossos limites são punidas com uma perda de privilégios. Faz parte do nosso contrato darmos surras se alguém for obviamente desrespeitoso e rebelde, principalmente nos casos de insolência aberta contra um dos pais. O problema principal com surras é que podem ser uma forma dos pais darem vazão à sua frustração, raiva ou sentimentos de culpa. Por isso pode ser mais benéfico para os pais do que para os filhos. Os pais deveriam se perguntar quem vai se beneficiar mais com a surra. É principalmente com as crianças em idade pré-escolar que ela é eficaz, mas raramente deveria ser usada com crianças acima de treze anos. Geralmente uma perda de privilégios é mais eficaz para as crianças mais velhas.

Antes de redigirmos nossos contratos, descobrimos que a maioria das palmadas na nossa casa aconteciam antes das refeições. Esta é geralmente a hora mais difícil porque todos estão com fome e cansados. O nível de açúcar no sangue está baixo. As crianças estão inquietas, impacientes e o aroma da comida aumenta a tensão. Nessa hora podem acontecer várias coisas que levam as crianças a desobedecer. Vimos que eu podia reduzir parte da tensão simplesmente passando mais tempo com as crianças quando chegasse do trabalho.

Nove fatores a considerar quando se usa palmadas como método de correção:1. Dê um aviso claro antes das palmadas. As crianças precisam entender por que estão apanhando.

Dissemos aos nossos filhos que as palmadas seriam no caso de eles demonstrarem sinais evidentes de rebeldia contra as regras claramente estabelecidas. Por exemplo, se eles machucarem fisicamente um dos irmãos, ou se um dos pais lhes disser para não fazerem uma certa coisa e eles respondem que não querem saber e fazem isso de qualquer forma.

2. Defina a responsabilidade de uma criança pela sua desobediência. Quando uma criança desobedece depois das instruções e avisos, ela tem que assumir a responsabilidade pela sua desobediência. Perguntamos aos nossos filhos o que fizeram, para eles próprios verem que infringiram os limites estabelecidos pela nossa família.

3. Evite constrangimentos e interferências externas. Quando der uma surra ou corrigir um filho, certifique-se de que está sozinho com ele, principalmente quando o erro for cometido em público. Se um dos pais menciona um problema na frente dos amigos de seu filho e tenta corrigi-lo, ele ficará mais preocupado com a sua reputação do que com o erro. Tal correção desmoraliza a criança e pode fazê-la fechar seu espírito. Poderá também motivá-la a procurar justificativas para a sua ação diante dos que a viram ser castigada, para que fiquem do lado dela. Tenha cuidado principalmente se estiver em locais públicos, onde é ofensivo dar palmadas em uma criança.

4. Comunique a dor que os pais sentem com a ofensa.5. Associe amor à surra. É importante explicar às crianças o velho ditado: "Isto dói mais a mim do

que a você". Os meus filhos já questionaram isso muitas vezes, mas é verdade.Uma vez quando eu ia dar umas palmadas em Kari, ela tentou convencer-me a não fazê-lo. Prometeu

nunca mais fazer aquilo. Ela suplicou que eu não lhe batesse. Resolvi aproveitar essa oportunidade para ilustrar um exemplo de sacrifício e amor verdadeiro.

Eu lhe falei que quando Cristo morreu na cruz, Ele levou o castigo pelos nossos pecados. Então disse que queria lhe dar uma pequena demonstração do que Jesus fez. Iria deixar ela me bater.

"Alguém vai levar umas palmadas hoje", eu lhe disse. "Mas eu vou levá-las por você porque te amo e quero que saiba que não estou batendo em você para machucá-la. Estou fazendo isso porque acho que o que você fez está errado e queremos corrigir".

Kari parou de chorar, ficou radiante e olhou para mim como se dissesse: "Você está falando sério?" Eu lhe disse que estava, dei-lhe a palmatória e deitei-me na cama exatamente como tinha lhe pedido para fazer. Mas quando ela tentou, não conseguiu. Eu lhe disse que tudo bem, mas se ela não quisesse me bater, eu teria que bater nela. Ela rapidamente disse que achava que iria conseguir me bater. Depois de muita hesitação ela me deu uma boa palmada. E doeu. Eu me levantei e ela me deu um grande abraço, como sempre fazemos com ela depois de umas palmadas. Isto só aconteceu uma vez, mas deu a Kari uma idéia bem clara do que os pais sentem.

6. Discipline ou bata até que a vontade seja dominada. A correção pode revelar o nível de rebeldia em uma criança. Correção persistente pode dominar a teimosia.

7. Console uma criança depois de uma surra: abraços reforçam o nosso amor por uma criança.8. Fale sobre restituições se forem necessárias. Se a criança ganha umas palmadas porque - obstinada

e deliberadamente -- bateu no menino da casa ao lado, talvez seja importante conversar para ver como ela deve fazer para ir pedir perdão ao menino. Ou se roubou dinheiro de alguém, você pode combinar com a criança como e quanto deverá devolver.

9. Avalie a sua correção e a reação da criança à ela. Se de alguma maneira você ofendeu o seu filho através de alguma acusação falsa, raiva, ataque à pessoa dele em vez de à sua má ação, se deixou-o sem jeito, se demonstrou falta de amor, ou o castigou exageradamente, é importante ir até ele e tomar as medidas necessárias para ele abrir o seu espírito. Uma das acusações mais comuns que os filhos têm contra os pais é que estes raramente admitem quando estão errados. O orgulho dificulta muito uma correção futura porque poderá fazer com que a criança feche o seu espírito.

É mais importante que nós, pais, tenhamos um relacionamento cordial e amoroso com nossos filhos do que criarmos um ambiente de regime militar em nossa casa.

Três maneiras poderosas de motivarmos os nossos filhosHá muitíssimas coisas que motivam uma pessoa: poderá ser o aplauso, a torcida da multidão,

recompensas, mas a motivação verdadeira e duradoura vem de dentro.Quando uma criança usa a sua própria energia e dinamismo para atingir uma meta que estabeleceu,

ela fica verdadeiramente motivada. Essa meta poderá ser inspirada pelos pais ou amigos, mas é importante que a própria criança a estabeleça e veja que ela é atingível e que ela própria levará vantagem atingindo essa meta.

Repare que nós enfatizamos que deve ser a criança a estabelecer a meta. Há uma pequena diferença entre motivação e manipulação. Tanto os pais como as mães precisam ter muito cuidado para não usar seus filhos como peões para o que eles querem. Você já viu um pai forçando seu filho a ser bem-sucedido em algum campo porque ele precisa disso e não o seu filho?

A verdadeira motivação advém de um fator ou da combinação de dois fatores:1. Vontade de ganhar algo.2. Medo de perder.Imagine o que é acordar seu filho na manhã de Natal. Ele não precisa ser motivado a se levantar. Ele

pula da cama rapidamente porque sabe que vai ganhar algo. Essa mesma criança não coloca a mão no fogo porque teme a dor e o dano, e isso a motiva a evitar as chamas.

1. Use a tendência natural da criança: Observei que podemos encontrar pelo menos cinco tipos de temperamento nas crianças. (Veja o seguinte quadro:)

Criança de vontade forte

Características geraisAcredita que geralmente está certa.

É muitas vezes crítica e assinala os erros dos outros.Tende a ser perfeccionista.Acredita que há uma maneira certa e errada de agir.Tende a falar o que não deve.Quando faz alguma coisa quer fazer certo ou então não faz.Tem pensamentos negativos.Persistente.Muito leal.Não se esquece do que os outros lhe fazem.Comove-se facilmente com histórias tristes.

O que fazer e não fazer para motivá-lasPasse o tempo que for preciso para explicar as coisas, porque quando vêem que certa ação está certa

geralmente se submetem.Cuidado para não interpretar a capacidade de serem bruscas com os outros como um sinal de que em

troca podem receber palavras bruscas e diretas. Estas crianças são muito mais motivadas pela dor sincera, até mesmo lágrimas, mas são especialistas em detectar motivações insinceras ou manipulativas.

Gostam de saber em que estão erradas se tomarmos o tempo adequado e sabem se somos sinceros ou estamos dispostos a esperar até que elas realmente compreendam.

Evite discussões prolongadas porque a criança de "vontade forte" muitas vezes se sente ligeiramente hipócrita quando se discute coisas que elas "sabem" que estão certas, em outras palavras, a sua própria opinião.

O líder de torcida

Características geraisManipuladorEntusiastaIndisciplinadoReage facilmentePromove causasExpressivoGosta de ser prestativoCriativoFácil de abordarCordialComunicativoImpulsivo

O que fazer e não fazer para motivá-losTrate de saber suas opiniões e idéias. Ajude-os a saber como atingir suas metas de uma forma

realista. Muitas vezes suas metas não são realistas.Os "líderes de torcida" têm opinião para quase tudo. Para os motivar, descubra o que os interessam

mais e desenvolva uma amizade a esse nível.Eles correspondem muito bem a um bom amigo que goste de suas idéias.Ao se depararem com um problema, discuta soluções possíveis e deixe que eles próprios descubram

a solução, com a sua ajuda como pai.Se você discordar, evite discussões prolongadas porque eles têm uma grande necessidade de vencer.

Considere soluções alternativas que ambos aceitem.Os "líderes de torcida" tendem a fazer o que você insiste que façam e não o que você espera deles.

O pacificador

Características geraisConforma-se com os outrosMoldável

DependenteApoiadorCoração ternoCordatoEvita discussões persistentesDe certo modo introvertidoCuidadoso no que diz ou faz para evitar atritoNão gosta muito de "aparecer"

O que fazer e não fazer para motivá-losEles precisam saber que nós gostamos deles sinceramente como indivíduos únicos.Eles não gostam de ser estereotipados ou rotulados.Correspondem melhor a pessoas que considerem amigas.Descubra pacientemente suas metas pessoais e motive-os ajudando-os a alcançar essas metas.Se o pacificador discorda, incentive a discussão sobre sentimentos e opiniões pessoais em vez de

fatos objetivosEvite atitudes duras ou autoritárias porque são muito teimosos quando ofendidos.Diante de um desacordo, é melhor ter uma conversa suave e terna e tocá-lo gentilmente: "Você se

sente magoado, não é? Eu não quero que você se sinta mal. Vamos voltar a falar disto mais tarde quando estivermos mais calmos".

O ajudante

Características geraisParecido de certo modo com o pacificador em temperamento, mas mais interessado em ajudar

pessoas que precisam, em vez de sentir empatia.Tende a ser exigente; a sua maneira é a única maneira de fazer as coisas.Não é de muita confiançaImpulsivoEvita planejamentos a longo prazoConforma-se porque prefere evitar conflitosPrefere fazer um trabalho bem feito do que delegarGeralmente dedica-se exageradamente a uma coisa

O que fazer e não fazer para motivá-losEles vivem de louvor genuíno e sincero.Se você espera que façam um certo trabalho, provavelmente evitarão fazê-lo e farão outra coisa

inesperada para outra pessoa.Geralmente querem fazer mais num dia do que podem, então ficam frustrados. Ajude-os a

organizarem o seu dia, mas não exija que sigam o plano muito rigorosamente.Se quiser que ajudem num certo projeto, é melhor começá-lo na presença deles e esperar que

ajudem. Eles poderão preferir terminar sozinhos, sem sua ajuda.

O forçador de barra

Características geraisObjetivoPouco comunicativoReservadoIndependenteCompetitivoInicia a açãoInsistenteDifícil de convencerDominadorDuro

DeterminadoResoluto

O que fazer e não fazer para motivá-losAjude-os a ver o resultado do seu comportamento. Seja objetivo.Estão interessados em saber o que acontece, e não tanto no porquê.Quando uma discussão começar, use fatos e idéias, não conceitos de sentimento. Os "forçadores" são

motivados por fatos frios e objetivos.

Dentro dos cinco tipos de personalidade, o comportamento das crianças variará segundo a ordem de nascimento. Por exemplo, a criança mais velha tende a ser mais agressiva e inclinada a dar ordens. O segundo filho é inclinado a ser mais sociável. Outros fatores são responsáveis por variações dentro do temperamento: ser filho único, viver só com o pai ou com a mãe, ser o único menino numa família de meninas, e assim por diante.

Ao motivar uma criança usando a sua "inclinação natural" é importante conhecer os interesses e talentos básicos da criança. Você pode usar este conhecimento para motivar a criança a ser uma melhor aluna, a comer alimentos mais saudáveis, ler livros e fazer muitas outras coisas.

Por exemplo, quando o nosso filho de dez anos, Michael, nos disse que queria ser jogador profissional de futebol americano, usamos esta meta para motivá-lo a comer coisas mais nutritivas e a cuidar do seu corpo. "Você já viu algum jogador de futebol com saúde fraca?" eu lhe perguntava. Agora ele resolveu que quer ser um administrador de zoológico. Visitamos vários zoológicos e conversamos sobre o que é necessário para ser um bom administrador de zoológico. Como um zoológico tem que estar limpo e organizado, motivamos Michael a manter o seu quarto bem arrumado. Temos lhe dado livros sobre animais para incentivá-lo a ler mais, o que o motivou a sair-se bem na escola. Ele se interessou em fazer vários projetos escolares de pesquisa devido ao seu grande interesse por animais.

Quando os pais usam o interesse dos seus filhos para motivá-los, o progresso resultante é muitas vezes inacreditável. Motivar uma criança através dos seus interesses é eficaz porque é algo que vem delas.

Os pais, porém, têm que tomar cuidado para não "forçarem" a criança a ter uma certa "inclinação", principalmente se levarmos em consideração o temperamento dela. As pessoas podem assumir características de outros temperamentos, então os cinco temperamentos gerais deveriam ser apenas usados como um guia e não como um molde rígido. Pode ser muito prejudicial afirmar coisas do tipo: "Você é o tipo de menino de vontade forte, e será sempre assim". Saiba que eles podem se ajustar e até mudar o seu modo de ser com o tempo.

2. Use o Princípio do Sal: Para simplificar, o Princípio do Sal se baseia em usar os interesses da criança para ensinar coisas específicas que os pais acreditam que são importantes.

Existe um ditado que diz: "Você pode conduzir um cavalo à água mas não pode obrigá-lo a beber". Isso nem sempre é verdade. Se você colocar sal na aveia do cavalo, ele ficará com sede e vai querer beber. Quanto mais sal você colocar na sua comida, mais sedento ele ficará e mais vontade terá de beber.

Quando uso o Princípio do Sal, estou aguçando a curiosidade. Aqui estão algumas diretrizes para usar o sal com eficácia:

1. Identifique claramente o que quer comunicar.2. Identifique os interesses mais importantes do seu ouvinte.3. Usando os seus campos de interesse, transmita apenas o suficiente da sua idéia para estimular a

curiosidade dele para querer ouvir mais.4. Use perguntas para aumentar a curiosidade.5. Comunique a sua informação ou idéia importante só depois de ter certeza que captou o interesse e

atenção total do seu filho.Há pouco tempo eu queria ensinar a Mike uma lição importante. Se eu tivesse dito: "Hei, que tal uma

lição da Bíblia juntos, só você e eu?" Você pode imaginar a resposta: "Ah Papai, talvez depois, tá bem?" ou talvez: "Essa não, mais uma daquelas". Somos uma família comum e percebi que os meus filhos muitas vezes não estão interessados no que eu considero ser importante para as suas vidas. Mas posso "salgar" seu interesse relacionando a coisa com assuntos que lhes interessam. Aqui está como fiz isso com Mike:

- Êi Mike, quer que eu lhe conte uma história? - perguntei.- Não, papai, agora estou brincando. Talvez depois.- Tá, tudo bem, então não vou lhe contar a história de um cara bem louco e selvagem que vivia nos

montes e era tão forte que conseguia quebrar correntes e ninguém conseguia segurá-lo, e ele berrava tão alto

que todo o mundo tinha medo de chegar perto.Eu parei e Mike imediatamente saiu-se com:- Isso está na Bíblia?- Está, e você nem vai acreditar no que aconteceu a ele. Talvez eu lhe conte esta história outro dia.- Não, conte agora, por favor! Então passei a contar a história a Mike sobre como Jesus curou o

endemoninhado.Tive um professor de inglês que usava o sal para nos motivar a ler livros. Ele lia para a turma o

trecho de um livro. Aí, justamente quando chegava a parte mais emocionante ele parava de ler e fechava o livro. Naturalmente todos nós dizíamos:

- O que aconteceu?- Está no livro, respondia ele.- Em que página?, implorávamos.- Vocês vão encontrar.Então corríamos para a biblioteca e pegávamos o livro, e muitas vezes líamos o livro todo só para

saber o que tinha acontecido.A televisão nos mostra vinte ou trinta segundos dos programas seguintes. Mostram as cenas mais

emocionantes, mas não dizem o resultado. Mostram um carro voando por cima de uma barreira numa cena de perseguição, mas para descobrir se caiu bem ou mal, você vai ter que assistir ao programa.

Fofoca é o Princípio do Sal usado de forma negativa. Você pode ir até alguém e dizer: "Você não vai acreditar no que eu ouvi falar sobre fulano de tal". A resposta imediata é: "Que é que foi?" Se você disser: "Bem, prometi não contar nada a ninguém", você só colocou ainda mais sal. Este uso negativo do Princípio do Sal demonstra a eficácia dele. Pode ser usado para manipulação, o que é muito negativo, ou pode ser usado de forma muito positiva.

3. Use ilustrações emocionais: uma ilustração emocional é associar os nossos sentimentos com uma experiência real ou imaginária.

Uma vez, uma adolescente me contou como motivou o seu pai a escutá-la e compreendê-la. Ela usou uma ilustração emocional da profissão do seu pai que é mecânico para lhe contar algo que a estava preocupando.

- Papai, você sabe como às vezes você regula o motor de um carro e ele anda bem, mas não exatamente da maneira que deve ser? Aí o dono traz o carro de volta e diz que não está andando bem. Frustrado, você tira todas as suas ferramentas e verifica tudo outra vez, e de fato, faz um ajustezinho que faz o motor trabalhar que é uma beleza. Bem, você é um pai maravilhoso e o nosso relacionamento está bom, mas tem uma pequena peça nele que está desajustada. Gostaria que passássemos um tempinho conversando para eu explicar segundo o meu ponto de vista o que poderíamos fazer para "regular" o nosso relacionamento.

O pai da garota entendeu imediatamente, porque podia imaginar alguém devolvendo o carro para ser regulado. E porque ele compreendeu como a sua filha se sentiu, ocorreu uma mudança positiva no relacionamento deles.

Quando uma pessoa começa a sentir o que a outra está sentindo, ela tem mais compreensão e torna-se sensível ao espírito da pessoa.

Na história de Davi e Batsebá, Davi não estava motivado a arrepender-se ou mudar até que o Senhor enviou Natã que lhe mostrou a situação de uma forma emocional e cheia de impacto.

O relato deixou Davi furioso e ele ordenou que tal homem (na história de Natã) merecia morrer. Com ousadia Natã disse: "Tu és o homem!" A ilustração emocional foi tão poderosa que Davi clamou a Deus amargurado e arrependido do seu pecado.

Jesus Cristo era um mestre no uso de simbolismos emocionais. Ele usava coisas e experiências naturais para ensinar a verdade. Ele disse coisas como: "O reino de Deus é como achar uma pérola de grande valor". Ou, "a menos que caiamos no chão como a semente e morramos, não produziremos o verdadeiro fruto da vida". "Eu sou o Bom Pastor". "A fé é como um grão de mostarda". "Eu sou a Luz do mundo". Estas ilustrações retratam verdades que são compreensíveis ao Homem porque são colocadas no contexto da experiência e emoções humanas.

Observei o poder e eficácia das ilustrações emocionais em minha própria casa. Levou cinco minutos para ajudar o meu filho a mudar um hábito irritante. Eu viajo muito e freqüentemente fico fora por vários dias seguidos. Quando volto para casa, geralmente a família inteira me cumprimenta. Quando o nosso filho Greg tinha doze anos, houve uma época em que depois de vir me cumprimentar, ele me evitava por uma ou duas horas. Eu tentava tocá-lo ou perguntar-lhe o que ele tinha feito enquanto estive fora, mas ele dizia: "Deixe-me em paz, eu não quero falar".

Eu queria que Greg compreendesse como essa rejeição me magoava, então levei-o para jantar fora, só nós dois.

- Greg, suponhamos que você fizesse parte dos titulares do time de basquete e que estava jogando bem, e de repente você se machuca. Nós o levamos ao médico e ele diz que você não pode jogar por duas semanas até sarar o machucado. Então você não joga, mas aparece nos treinos. No final das duas semanas, você está pronto para jogar outra vez, mas os outros jogadores e o treinador o ignoram totalmente. Eles agem como se você nem estivesse lá. Como você se sentiria?

- Papai, isso me magoaria de verdade. Eu não gostaria de passar por isso.- É mais ou menos assim que o Papai se sente quando volta de uma viagem e você me dá um abraço,

mas depois me rejeita por uma ou duas horas. Eu quero voltar para a equipe da família, mas sinto que você está me ignorando.

- Eu não sabia disso - disse ele. - Mas realmente faz sentido. Não vou fazer mais.Umas duas semanas depois viajei novamente. Quando estava entrando no carro, depois de ter me

despedido da minha família, Greg gritou:- Tenha uma ótima viagem Papai. E prepare-se para ser rejeitado quando voltar. - Todos nós rimos,

mas ele se lembrou e nunca mais me rejeitou quando voltei para casa.

Mais 18 maneiras de motivar as crianças1. Ajude as crianças a escolher suas próprias metas: Uma parte de amar as crianças é ajudá-las a

atingir suas metas - não forçando as nossas metas sobre elas. Procure pô-las em contato com pessoas que tiveram êxito em campos nos quais os seus filhos se interessam. A força motivadora é muitas vezes mais poderosa quando vem de alguém de fora da família.

2. Ajude as crianças a visualizarem os resultados positivos de atingirem suas próprias metas e os resultados negativos de não as atingirem. O time de basquete ia enfrentar um outro time que os tinha humilhado no ano anterior. O treinador passou o filme do jogo no ano passado. O jogo parecia tão mal no filme como tinha sido naquela noite. Até pegara as expressões de vergonha dos torcedores, enojados com o seu time.

À primeira vista isso não parece ser o melhor meio de motivar os jogadores, mas depois o treinador passou um filme deste time vencendo um grande jogo. Desta vez os torcedores berravam e torciam. "Vejam só como vocês jogaram bem contra o outro time", disse o treinador. "Este ano vocês podem jogar igualmente bem contra o time que envergonhou vocês o ano passado. O que acham? Vamos arrasá-los!"

3. Lembre-se do poder do louvor: Em vez de mencionar-lhes as duas coisas que eles fizerem de errado hoje, falemos com eles sobre as dez coisas que fizeram certo. Ficará espantado com os resultados.

4. Ponha as crianças em contato com diversas atividades: O segredo é deixar a criança escolher o que quer fazer. Observe sua reação e interesse. Espere até ela pedir para ficar envolvida, apóie a criança o melhor que puder.

5. Espere que as crianças façam as coisas corretamente: As crianças sentem se você espera o melhor delas ou não. Se sentirem que podem escapar fazendo menos do que o melhor, muitas vezes é o que farão. Se sentirem que você não espera que elas consigam fazer melhor que isso, podem descer ao nível que você espera delas. Também vi crianças que foram altamente motivadas quando se esperou muito delas.

6. Acredite que os seus filhos podem realizar grandes coisas: Como pais, temos que comunicar aos nossos filhos que se quiserem experimentar alguma coisa, deveriam. Até mesmo esforçarem-se ao limite para o fazer. Essa é uma razão por que corri a minha primeira maratona aos quarenta e dois anos de idade. Queria mostrar aos meus filhos que até mesmo um "homem de idade" pode fazer coisas que parecem quase impossíveis.

7. Ajude as crianças a desenvolverem uma imagem própria mais positiva: Um menininho que sempre via o lado brilhante de tudo, ganhou de presente do pai uma bola e um bastão de beisebol. O pai disse ao rapaz que quando chegasse em casa do trabalho, iria jogar um turno inteiro de beisebol com o filho. E assim foi, quando o pai chegou do trabalho, o levou para o quintal para ver o que ele podia fazer.

O menino atirou a bola ao ar, girou o bastão, e falhou. "strike one" (ponto) disse o pai. O menino atirou outra vez a bola ao ar, girou o bastão, e falhou. O seu pai disse: "strike two". Mais determinado do que nunca, o menino atirou a bola ao ar pela terceira vez, girou com toda a força, falhou, e com o impulso girou e caiu na grama. O seu pai disse: "strike three". Você está fora. Que acha?

A isto, o jovenzinho otimista respondeu: "Cara, eu sou um lançador incrível!" O pensamento positivo pode ter muita influência na motivação. Uma imagem própria fraca afeta uma criança em praticamente todos os aspectos da vida: na maneira de se vestir, de conversar, na expressão do rosto, nas possibilidades futuras de

emprego, até mesmo no futuro do seu casamento.Quando aconselho crianças pequenas, adolescentes e até adultos, descobri que certos indivíduos

parecem estar programados para fracassar. É essencial que consigamos que os nossos filhos se dediquem com êxito a pelo menos uma atividade. Deveríamos literalmente levá-los ao êxito em pelos menos uma coisa.

Ainda me lembro quando o meu treinador de basquete na escola um dia gritou comigo dizendo que eu corria devagar. Levei anos para me livrar do eco daquelas palavras nos ouvidos. "Smalley, você corre muito devagar". Quando comecei a praticar atletismo, era difícil para mim correr porque ficava sempre me lembrando que era muito lento na corrida. A imagem fraca que eu tinha de mim mesmo na verdade inibia a minha capacidade de correr.

8. Recompense os seus filhos: Pais que estavam querendo que a filha parasse de chupar o dedo decidiram que lhe dariam uma surpresinha todas as vezes que ela passasse sete dias sem chupar o dedo. Quando ela já tinha trinta dias sem voltar ao hábito, eles lhe deram uma surpresa maior. As recompensas são ótimas para motivar e mudar o comportamento das pessoas, e com crianças pequenas podem ser ainda mais eficazes.

É claro que temos que ter cuidado para não ensinar as crianças a esperarem uma recompensa todas as vezes que realizarem algo, tal como tarefas rotineiras de casa.

Quando Greg tinha quinze anos descobrimos uma forma muito eficaz de motivá-lo a fazer tarefas mais difíceis na casa. Simplesmente colocamos em cima da geladeira uma lista de trabalhos a serem feitos com a remuneração correspondente para cada tarefa. Eram trabalhos que não faziam parte das tarefas normais da casa, como por exemplo: limpar a garagem, arrancar as ervas daninhas do quintal e jardim, e podar as árvores.

Estes trabalhos estavam à disposição de qualquer um dos nossos filhos, mas Greg procurava fazer todos os que podia.

9. Use o velho princípio de: "Você não consegue fazer isso, ou consegue?" O que acontece quando alguém lhe diz: "Provavelmente você não tem tempo para fazer isto", ou "Você não vai conseguir fazer isto, então vou pedir a outra pessoa"? Se você for como eu, tais afirmações te incomodam, então geralmente você põe mãos à obra e faz o que precisa ser feito. Tenho observado o mesmo tipo de motivação funcionar com meus filhos. Eu digo: "Provavelmente você não vai conseguir fazer isto" ou "Preciso de alguém forte para fazer isto. Quem será que poderia?" O resultado é que as crianças metem bronca e fazem o serviço.

Embora esta técnica possa ser muito bem sucedida, tem que ser usada com cautela. Se for usada numa pessoa com uma imagem própria fraca ou em alguém com dificuldade em acreditar em si mesmo, talvez você com isso consiga apenas desanimá-la ainda mais, e fazer com que desista completamente.

10. Ponha seus filhos em contato com pessoas a quem você admira: A motivação interior dos meus filhos aumentou muito quando eu os apresentei a pessoas muito bem sucedidas. Eles nunca esquecem esses encontros especiais.

Você ficará surpreso ao ver como é fácil passar um tempo com algumas dessas pessoas notáveis. Muitas querem contar suas vidas a outros, principalmente aos jovens. Há muitas pessoas influentes que adorariam conhecer os seus filhos, só por uns minutinhos, de modo que algumas das qualidades que as tornaram bem sucedidas possam passar para eles.

Por exemplo, pense na possibilidade de convidar o seu pastor para jantar. Prepare o evento, pedindo-lhe para contar por que ele decidiu seguir essa vocação, e permita que a conversa depois do jantar estimule e inspire os seus filhos. Experimente fazer o mesmo com um homem de negócios que você admira ou com um líder de destaque na sua comunidade. Informe esses líderes do que você tem em mente. Convide para a sua casa um missionário que voltou do campo ou um estadista. Leve seus filhos para visitarem um presídio. Incentive-os a perguntar ao diretor da penitenciária por que razão as pessoas geralmente se metem em problemas.

11. Seja persistente: Devemos ter cuidado em não confundir persistência com implicar. Implicar é algo basicamente negativo, é uma crítica a alguém que não está agindo da forma que você gostaria que agisse. Implicar geralmente reflete egoísmo: "Você ainda não começou a limpar o seu quarto? Ontem você também não limpou. Quando é que você vai se decidir a limpar o quarto?" O mesmo assunto e o mesmo tom de voz repetido vezes sem conta, pode causar rebeldia nas crianças e até minar o conceito que têm de si mesmas. Elas começam a acreditar no que escutam continuamente: "Não consigo fazer nada certo".

Já a persistência é quando nós, criativa e entusiasticamente, mencionamos algo que acreditamos ser importante. Mencionamos isso de maneiras diferentes em ocasiões diferentes e em diferentes tons de voz.

12. Seja entusiasta: Estar ao lado de uma pessoa entusiasta é como estar ao lado de alguém que está dando gargalhando. É contagiante. Até mesmo quando não sabemos de quê a pessoa está rindo, você começa

a sorrir, depois a dar risadas e pouco depois você também está morrendo de rir.Descobri que se eu, como pai, estiver entusiasmado com uma coisa, a minha família também começa

a ficar entusiasmada com isso. O entusiasmo é contagioso!13. Adquira convicções interiores fortes: Comunicações não verbais podem ser fatores muito

motivadores para crianças porque elas estão atentas às expressões faciais e corporais. Quanto mais fortes forem nossas convicções, mais a nossa comunicação não verbal comunica essas convicções.

Quantas pessoas tiveram uma influência duradoura na sua vida. Pense nisso. Provavelmente foram pessoas com fortes convicções. Quanto mais fortes forem as nossas convicções, mais influência temos sobre os que nos rodeiam.

14. Use contratos: Vimos que era muito motivador para uma criança se submeter a um contrato que ela própria ajudou a redigir. Temos observado os nossos filhos fazerem ajustes em suas vidas por concordarem com os termos do contrato.

15. Incentivo de colegas: Uma das influências mais poderosas sobre o seu filho são jovens da mesma faixa etária que dão um bom exemplo, que o ajudam a acreditar que ele pode ser bem sucedido.

16. Crie uma experiência bem sucedida e positiva: Muitas vezes tememos que se os nossos filhos se envolverem com certas atividades fracassarão porque lhes falta aptidão ou conhecimentos básicos.

Nesses casos creio que é apropriada a nossa intervenção, como pais, para ajudar os nossos filhos a obterem o conhecimento e aptidões que precisam.

17. Responsabilidade e apoio: Quando participamos aos outros as nossas metas, nos sentimos muito mais motivados a atingir essas metas porque sabemos que seremos responsáveis. Quando ficamos desanimados ou desapontados por não termos chegado aonde gostaríamos, o apoio dos outros pode gerar uma energia interior. Só o fato de alguém dizer: "Como você está indo?" ou "Você vai conseguir", é uma tremenda fonte de energia.

18. Tocar com ternura e escutar: As crianças podem ficar desanimadas por várias razões - um machucado, falta de progresso, saberem que há sempre alguém que é um pouquinho melhor. Qualquer uma dessas razões pode fazer uma criança perder seu entusiasmo. A maneira mais fácil para a criança readquirir essa energia é sentir alguém que a ama colocar o braço sobre os seus ombros, tocar a sua mão ou dar-lhe um tapinha nas costas. Quando alguém escuta de verdade para saber como ela se sente, isso bombeia energia para dentro dela e a motiva a continuar, ao passo que, em outra circunstância, ela ficaria desanimada e desistiria.

Quando uma criança estiver desanimada, experimente tocá-la e escutá-la: "Conte-me mais", você diz enquanto coloca seu braço em volta da criança. "Você hoje está muito magoada, não está? Quer falar sobre isso?"

Quando toca no seu filho, você não só está compartilhando algo com ele, mas está enchendo-o de energia. Você não está tendo dó dele, pois isso deixaria os dois desanimados. O que você está fazendo é tocando para escutar, para compreender.

Depois de experimentar isto não comece logo a falar ao seu filho sobre como voltar à normalidade. Às vezes tentamos corrigir tudo depressa demais e esgotamos as energias da criança. Dê-lhe tempo. Ficará surpreso ao ver como tocá-la e escutá-las as energiza.

Com qualquer meio motivador, temos que nos lembrar que a motivação duradoura tem que vir da criança. As técnicas de motivação tais como a coação, ameaças e subornos são apenas passageiras. O nosso trabalho como pais é ajudar os nossos filhos a estabelecerem metas e acreditarem em si mesmos o suficiente para as atingirem, e sempre que possível, usar os nossos recursos para ajudá-los a alcançar essas metas.

O segredo de uma família unidaSeis características de uma família unida: O Dr. Nick Stinnett dirigiu um estudo de várias famílias

unidas, nos Estados Unidos. Ele descobriu que há seis características constantes entre todas essas famílias. Primeiro, membros da família expressaram um alto grau de apreço mútuo. Uma família tinha um evento a que o Dr. Stinnett apelidou de "bombardeamento". De quatro em quatro meses, os membros da família se reuniam e cada um passava um minuto elogiando um outro membro. Às vezes as sessões eram meio constrangedoras, mas com toda certeza eram estimulantes e inspiradoras.

Segundo, estas famílias passavam bastante tempo juntas.A terceira característica era que as famílias bem-sucedidas tinham bons padrões de comunicação. Os

seus membros passavam tempo conversando uns com os outros, escutavam e procuravam compreender-se entre si.

Quarto, as famílias tinham um forte senso de dedicação.O quinto ingrediente comum era um alto grau de orientação religiosa.

A característica final era que tinham uma capacidade de lidar com crises de uma forma positiva, até mesmo nas piores situações elas conseguiam encontrar algum elemento positivo, por menor que fosse, e concentravam-se nisso. Quero tratar detalhadamente de dois destes fatores:

1. Partilhar das mesmas experiências de vida: uma das razões por que a nossa família é tão unida é que nós enfatizamos os tempos que passamos juntos e minimizamos os que passamos separados. Isso não quer dizer que não podemos ficar sozinhos como indivíduos.

Mas na maioria das vezes, tentamos disciplinar-nos a nível de família para organizarmos eventos que contam com a presença de todos. Por exemplo, todas as sextas à noite, é a noite da família. Devido à minha profissão, posso sair com a família por um período de tempo mais prolongado, mas passeios de um dia completo fornecem as mesmas oportunidades de união. Só é preciso um pouco de criatividade para achar coisas divertidas que a família inteira goste de fazer.

O princípio aplica-se também a casais sem filhos.Até as dificuldades que enfrentamos na vida unem muito a família. As recordações de férias em que

estávamos juntos e as coisas deram errado ou quando participamos juntos de aventuras é o que une a família.2. Enfrentar dificuldades de uma forma positiva: quando vamos acampar, podemos quase sempre ter

certeza de que alguma coisa vai dar errado: chuva, mosquitos, a gasolina acaba, um pneu furado, os cheques de viagem se perdem, o principal ingrediente para uma refeição é esquecido. Quando as famílias compartilham tais conflitos podem se unir ainda mais.

Deparar-se com tais crises geralmente não nos une imediatamente. Freqüentemente há muita tensão. Podemos facilmente ficar irritados e chateados uns com os outros. Uma certa dose de raiva ou tensão é natural num conflito ou infortúnio, mas os membros da família precisam reconhecer isso.

Imagine ficar preso dentro de um elevador com mais cinco pessoas por dois dias. Cada um de vocês vai ter fome, sede, sentir cãibras, medo, incerteza, e muito mais. Se voltarem a se reunir uns anos mais tarde, os seis vão contar o que aconteceu e rir sobre aquela experiência única. "Lembram-se o que aconteceu no segundo dia?" "Ah, puxa, aquilo foi terrível!" Quanto maior for o desafio, o perigo e a aventura na experiência, mais unidos nos sentiremos àqueles que passaram por essa experiência conosco.

Três formas práticas de compartilhar a vida em família:1. Programar ocasiões regulares para ficarem juntos: Passar tempo juntos é uma decisão que tem que

ser tomada e cumprida.2. Descubra a atividade mais significativa para cada pessoa: Depois que os pais concordam que é

importante passar tempo juntos em família, deverão discutir o assunto com os seus filhos. Os pais deverão pedir a cada filho para fazer uma relação das atividades que mais gosta.

3. Tenha cada membro da família em mente ao planejarem o seu tempo juntos.* * *

Uma viúva, sozinha com 5 meninos, foi homenageada num banquete. Ela criou os filhos e eles se tornaram homens nobres e íntegros. "Conte-nos, como foi que a senhora conseguiu isso?", perguntou alguém que propôs um brinde. Ela respondeu: "O segredo está em dar de vez em quando um tapinha nas costas. Esses tapinhas produzem resultados positivos se forem administrados quando são jovens o bastante, sempre que preciso for, e na parte inferior!"

* * *

Muitas pessoas começam as suas críticas com um elogio sincero acompanhado da palavra "mas" e concluem com uma declaração crítica. Por exemplo, ao tentar mudar a atitude desleixada de uma criança em relação aos estudos, talvez digamos: "Estamos muito orgulhosos de você, Miguel, por tirar notas melhores este ano. Mas se tivesse estudado mais álgebra, teria tirado notas melhores ainda."

Neste caso Miguel vai ficar encorajado até ouvir a palavra "mas". Ele então talvez questione a sinceridade do elogio inicial. Para ele o elogio parece ser apenas uma introdução planejada para introduzir uma dedução crítica de fracasso. Perderíamos muito da credibilidade e provavelmente não atingiríamos o objetivo desejado de mudar a atitude de Miguel em relação aos seus estudos.

Tal coisa pode ser facilmente superada se mudarmos a palavra "mas" para "e". "Estamos muito orgulhosos de você, Miguel, por tirar notas melhores este ano, e se você continuar a se esforçar assim no próximo ano, as suas notas em álgebra vão ficar no nível das outras."

Assim Miguel aceitaria o elogio porque não existe nenhuma inferência de fracasso. Nós indiretamente chamamos a sua atenção para o comportamento que queremos mudar, e ele provavelmente vai tentar viver de acordo com o que esperamos dele. - Dale Carnegie.

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