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Cyrano na Lua

Por Lorena Lira

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Agenda

• Contextualização

• Enredo

• Por que ler o Clássico: Histoire comique des états et empires de la Lune ?

• Referências Bibliográficas

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Contextualização

• Savinien de Cyrano (1619-1655), ou Cyrano de Bergerac.

• Obra: Histoire comique des états et empires de la Lune.

• Precursor da ficção científica. Mistura de fantasias com conhecimentos científicos da época e com as tradições renascentistas.

• Necessidade de compreensão sistêmica no universo, esquivando-se da forma teocentrica do medieval.

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Enredo

Excerto de como Cyrano explica a condensação dos planetas da nebulosa primordial e as massas estrelares que se contraem e se expandem, não tão diferente de como hoje nos explicam.

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Enredo

• “Todo dia, o Sol descarrega e se purga dos restos da matéria que alimenta o seu fogo. Mas quando tiver consumido inteiramente a matéria de que é composto, expandir-se-á de todos os lados para buscar outro alimento e se propagará para todos os mundos que um dia construíra e em particular aqueles que estiverem mais próximos...

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Enredo

• ... Então aquele grande fogo, tornando a fundir todos os corpos, irá lançá-los desordenadamente de todos os lados como antes e, tendo se purificado pouco a pouco, começará a servir de Sol aos planetas que há de gerar, lançando-os fora de sua esfera.”

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Enredo

Explicação sobre o movimento da Terra

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Enredo

• “São os raios de sol que vindo a golpeá-la, com sua circulação fazem-na girar como fazemos girar um globo golpeando-o com a mão”

• “Ou então são os vapores da própria Terra aquecida pelo sol que batidos pelo frio das regiões polares, caem-lhe por cima e, só podendo atingi-la de lado, fazem com que ela gire em círculo”

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Enredo

Elucidação sobre a unidade de todas as coisas

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Enredo

• “Vocês se maravilham de como esta matéria misturada confusamente, dependendo do acaso, pode ter constituído um homem, visto que havia tantas coisas necessárias para a construção de seu ser, mas não sabem que cem milhões de vezes essa matéria, quando estava a ponto de produzir um homem, se deteve para formar, ora uma pedra, ora chumbo, ora coral, ora uma flor, ora um cometa...”

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Enredo

Inventividade cyranesca: sistemas para ir a Lua.

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Enredo

• O patriarca Enoch: amarra sob as axilas dois vasos cheios de fumaça de um sacrifício que deve subir ao céu;

• O profeta Elias: realizou a mesma viagem instalando-se numa pequena embarcação de ferro e lançando para ar uma bola imantada;

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Enredo

• Cyrano: tendo untado com ungüento à base de miolo de boi as amassaduras resultantes das tentativas precedentes, sentiu-se erguido na direção do satélite, porque a Lua costuma sugar o miolo dos animais.

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Enredo

• A Lua abriga, entre outras coisas, o Paraíso terrestre.

• Cyrano cai justamente sobre a Árvore da Vida, emplastando a cara com uma das famosas maçãs.

• Elias explica: quanto à serpente, depois do pecado original, Deus a relegou ao corpo do homem, sob forma de intestino.

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Enredo

• Cyrano, fazendo uma “salaz” variação sobre o tema:

• “... A serpente é também aquela que sai do ventre do homem e se lança para a mulher a fim de espirrar seu veneno nela, provocando um inchaço que dura nove meses.

• Elias, não gostando das brincadeiras, expulsa-o do Éden.

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Enredo

• Cyrano expulso do Éden, visita as cidades da Lua: algumas móveis, outras sedentárias.

• Como guia na Lua, “demônio de Sócrates”

• Esse sábio espírito explica por que os habitantes da Lua não comem carne, além de comerem só repolhos mortos de morte natural.

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Por que ler o Clássico: Histoire comique des états et empires de la Lune ?

• Cyrano possui qualidade intelectual e qualidade poética.

• Nesse clássico, o que conta não é a coerência das idéias, mas o divertimento e a liberdade com que se vale de todos os estímulos intelectuais que Cyrano mais aprecia.

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• Provavelmente Cyrano tinha um nariz distinto: – “Para saber a hora, os habitante da Lua se

valem de um meridiano natural formado pelo nariz comprido que projeta sua sombra sobre os dentes, usados como quadrantes.”

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– Porém, não se tratava só de exibir o nariz: os lunares de condição nobre andam nus, levando na cintura um pingente de bronze em forma de membro viril.

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• “Esse uso me parece tão extraordinário”, disse ao meu jovem hóspede, “porque em nosso mundo é sinal de nobreza usar a espada”. Mas ele, sem se pertubar, exclamou: “Meu pequeno homem, como são fanáticos os grandes de seu mundo ao exibir um instrumento que designa o carrasco, construído só para destruír-nos, em suma, inimigo jurado de tudo aquilo que vive, e ao contrário esconder um membro sem o qual estaríamos na condição daquilo que não existe, o Prometeu de cada animal, o reparador incansável das debilidades da natureza! Infeliz lugar, em que os símbolos da procriação são objetos de vergonha e são honrados os da destruição! E, ainda por cima, vocês chamam aquele membro “as partes vergonhosas”, como se houvesse algo mais glorioso que dar a vida ou alguma coisa mais infame que tirá-la!”.

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• De forma que fica claro que Cyrano era “um adepto do “fazer amor e não a guerra”, mesmo tratando com indulgência uma ênfase procriadora que nossa época (1982) contraceptiva só pode considerar obsoleta.”

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“O livro todo é jocoso, no qual há brincadeiras que podem ser consideradas

verdades e outras que não são ditas a sério, embora não seja fácil distinguí-las.”

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Referências Bibliográficas

• http://www.levity.com/alchemy/cyrano.html

• http://teoliterias.blogspot.com/2007/07/por-que-ler-os-clssicos-livro-por-rmulo.html

• CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. 9ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

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Cyrano na Lua

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Obrigada pela atenção!

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