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10 MODELOS QUE MESURAM A SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL Nichelle Carolliny de Oliveira Costa (UFPB) [email protected] Ricardo Moreira da Silva (UFPB) [email protected] Patricia Dias Guerreiro de Campos (UFPB) [email protected] Thiago Limeira de Souza (UFPB) [email protected] O mundo vive o paradigma da Sustentabilidade. Diante dessa realidade, uma vez que, as atividades empresariais não se restringem apenas ao âmbito econômico, exercem influência/impacto também nas condições do meio ambiente e na sociedade, as empresas tem se visto obrigadas a desenvolver mecanismos que lhes permitam se adequar à nova realidade exercendo a sua sustentabilidade empresarial. A Sustentabilidade Empresarial contribui para o sucesso da organização e por isso precisa ser mensurada através de modelos e indicadores. O objetivo deste trabalho foi fazer um ensaio bibliográfico sobre os modelos para mensuração da sustentabilidade empresarial a fim de colaborar com o conhecimento acadêmico e empresarial, visto que a exposição dos modelos existentes possibilitam que as organizações de acordo com as características e objetivos possam realizar adaptações a sua realidade a fim de possibilitar que a mensuração correta da sustentabilidade. Ao fim da pesquisa vê-se que ao longo dos anos muitos modelos foram criados e cabe a realidade de cada organização decidir qual modelo proporcionará a melhor mensuração. Palavras-chave: Mensuração; Modelos; Sustentabilidade Empresarial XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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10 MODELOS QUE MESURAM A

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Nichelle Carolliny de Oliveira Costa (UFPB)

[email protected]

Ricardo Moreira da Silva (UFPB)

[email protected]

Patricia Dias Guerreiro de Campos (UFPB)

[email protected]

Thiago Limeira de Souza (UFPB)

[email protected]

O mundo vive o paradigma da Sustentabilidade. Diante dessa realidade, uma

vez que, as atividades empresariais não se restringem apenas ao âmbito

econômico, exercem influência/impacto também nas condições do meio

ambiente e na sociedade, as empresas tem se visto obrigadas a desenvolver

mecanismos que lhes permitam se adequar à nova realidade exercendo a sua

sustentabilidade empresarial. A Sustentabilidade Empresarial contribui para

o sucesso da organização e por isso precisa ser mensurada através de

modelos e indicadores. O objetivo deste trabalho foi fazer um ensaio

bibliográfico sobre os modelos para mensuração da sustentabilidade

empresarial a fim de colaborar com o conhecimento acadêmico e

empresarial, visto que a exposição dos modelos existentes possibilitam que

as organizações de acordo com as características e objetivos possam realizar

adaptações a sua realidade a fim de possibilitar que a mensuração correta da

sustentabilidade. Ao fim da pesquisa vê-se que ao longo dos anos muitos

modelos foram criados e cabe a realidade de cada organização decidir qual

modelo proporcionará a melhor mensuração.

Palavras-chave: Mensuração; Modelos; Sustentabilidade Empresarial

XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens

avançadas de produção”

Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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1. Introdução

Sabe-se que as atividades empresariais não se restringem apenas ao âmbito econômico,

exercem influência/impacto também nas condições do meio ambiente e na sociedade e que o

mundo atualmente vive o paradigma da sustentabilidade no qual o pensamento deve ser

holístico, no que diz respeito as interações complexas entre os sistemas sociais, econômicos e

ambientais participativo.

Diante desse novo paradigma, as empresas estão sendo obrigadas a repensarem suas

responsabilidades perante a sociedade e o meio ambiente e mudarem seus processos, para que

consigam se adequar à nova realidade exercendo a sua sustentabilidade empresarial e

contribuindo efetivamente para o desenvolvimento sustentável da humanidade se mantendo

dessa forma extremamente competitivo no mercado, criando ações e programas direcionados

às questões ambientais e sociais (ANDRADE; CÂMARA, 2012).

A sustentabilidade empresarial é um conjunto de ações que as organizações praticam com

objetivo de reduzir os impactos ambientais, promover programas sociais e se conservar

economicamente viável no mercado (ARAÚJO et. al., 2006). Portanto, é indispensável a

prática da sustentabilidade empresarial para o sucesso da organização.

Para isto foram desenvolvidos vários modelos e indicadores que permitem mensurar,

monitorar e avaliar os avanços das empresas em relação à sustentabilidade, nos dias atuais a

mensuração da sustentabilidade empresarial, no entanto, nenhum desses métodos são

suficientes para serem utilizados por empresas de diferentes setores (SZÉKELY E KNIRSCH,

2005).

Este trabalho tem como objetivo fazer um ensaio bibliográfico sobre os modelos que

mensuram a sustentabilidade empresarial. Visto que, conhecer os modelos existentes

possibilitam que as organizações de acordo com suas características e objetivos possam

realizar adaptações a sua realidade e possibilitar a mensuração correta da sustentabilidade.

2. Materiais e Métodos

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Quanto a sua natureza deste trabalho é caracterizada como qualitativa e exploratória, visto que

não utilizam procedimentos estatísticos para produzir os resultados e tem como objetivo

principal o aprimoramento de ideias (STRAUSS E CORBIN, 2009; GIL, 2010). Quanto a

técnica é classificada como pesquisa bibliográfica por se tratar da mensuração da

sustentabilidade empresarial e servir de embasamento para conhecimento mais aprofundado

do tema, sendo elaborada a partir de materiais já elaborados, possibilitando que o investigador

obtenha a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia

pesquisar diretamente (GIL, 2010).

O método escolhido para a pesquisa foi a bibliometria, onde segundo Ensslin et al. (2010) se

define nas etapas a seguir: (i) o problema de pesquisa; a definição das palavras chave para

pesquisa, que foram: sustentabilidade, modelos de mensuração da sustentabilidade

empresarial, “sustentabilidade empresarial”, “corporate sustainability measurement”,

sustainability; (ii) seleção das bases de dados que tem maior relação com o tema,

ScienceDirect, Scielo, Web of Science e diretamente na base da CAPES; (iii) verificar o

alinhamento das palavras chave e o banco de dados; (iv) definir um período de analise

temporal (2006-2016); e por fim a (v) seleção do banco de dados por tema.

A execução da pesquisa consistiu em três etapas:

a) Pesquisa para embasamento teórico sobre a sustentabilidade empresarial e os diferentes

modelos de mensuração da sustentabilidade empresarial, definições encontradas para

sustentabilidade, autores e ano de publicação e/ou apresentação;

b) Análise dos modelos encontrados, descrevendo suas características

Por fim, a partir dos modelos analisados foi feito um brainwrinting, que se trata de uma forma

simples de coletar ideias de um grupo de pessoas, nesse caso dos modelos de mensuração de

sustentabilidade de autores diferentes e das diferenças e semelhanças encontradas nos

mesmos.

3. Resultados e Discussão

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3.1. Modelos de Mensuração de Sustentabilidade Empresarial

3.1.1. Modelo de Spangenberg e Bonniot (1998)

Para Spangeberg e Bonniot (1998) a sustentabilidade é composta por aspectos econômicos,

sociais e ambientais e se configura em uma complexa e ambiciosa meta a ser alcançada. Os

aspectos sociais, ambientais e econômicos que são considerados no modelo de indicadores de

sustentabilidade de Spangenberg e Bonniot (1998) estão apresentados na Figura 1.

Figura 1 – Proposta de sustentabilidade de Spangenberg e Bonniot

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Fonte: Spangenberg e Bonniot, 1998, apud Callado (2010, p. 49)

3.1.2. Modelo de Callens e Tyteca (1999)

O modelo de Callens e Tyteca (1999) tem como finalidade responder a seguinte questão "de

que maneira uma determinada empresa seria mais ou menos sustentável em relação a outra

empresa”. A partir desse questionamento os autores propõem um conjunto de indicadores de

sustentabilidade (ambientais, sociais e econômicos) que permitem que seja feita essa

comparação.

De acordo com os autores os indicadores podem ser explorados de duas formas: (1) podem ser

utilizados dados históricos dos fatores; e (2) podem ser projetados valores que reflitam um

conjunto possível de alternativas, nesse caso os indicadores servirão como uma ferramenta

prospectiva. Em ambos os casos, são assumidos que as empresas analisadas possuem uma

quantidade satisfatória de observações de fatores para um determinado conjunto de Unidades

de Tomada de Decisão (DMU - Decision Making Units).

Para cada conjunto de aspectos econômicos, sociais e ambientais, foram considerados fatores

que deverão ser minimizados (permanecendo os demais constantes), em busca de atingir a

eficiência, ou, mais comumente, em uma perspectiva de sustentabilidade. Na Tabela 1 é

apresentado o comportamento desses fatores:

Tabela 1 - Notação utilizada na definição de indicadores de sustentabilidade

Fonte: CALLENS E TYTECA (1999, p. 45)

Os valores a serem comparados entres diferentes DMUs são os somatórios de valores obtidos

através da seguinte equação:

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IndicadorCB =

Onde:

IndicadorCB = Índice de sustentabilidade da DMU

, , , representam coeficientes (positivos) e representam os preços de

mercado de quantidade econômicos (ex. salários, matéria-prima, etc.) ou preços de insumos

que não são mensuráveis pelos agentes de mercado (a exemplo da poluição, produtividade,

etc). Quando os coeficientes não possuem preços estabelecidos no mercado, como por

exemplo a biodiversidade ou existência de uma determinada espécie viva, considera-se para

quantifica-los os pesos ou intensidades que reflitam a importância associada a esses fatores.

No modelo supõe-se que cada quantidade que aparece na equação apresentada reflita a

atividade de uma determinada DMU. O índice de sustentabilidade deve apresentar uma

medida de resultado do processo produtivo de cada DMU, onde o resultado obtido por uma

determinada DMU deve ser comparada com os resultados obtidos por diferentes DMUs.

3.1.3. Modelo de Azapagic e Perdan (2000)

O modelo de Azapagic e Perdan (2000) permite identificar a opção mais sustentável por meio

de comparação de resultados de produção de produtos similares fabricados por diferentes

empresas, por comparação de resultados de diferentes processos que fabriquem o mesmo

produto, por comparação entre unidades de benchmarking dentro das organizações, por

classificação de uma empresa em comparação aos concorrentes dentro de um mesmo (sub-)

setor industrial e por avaliação de progresso em direção ao desenvolvimento sustentável de

um determinado (sub-)setor industrial.

A padronização de indicadores foi efetuada em duas etapas. Na primeira, os indicadores que

transmitem os princípios de desenvolvimento sustentável devem ser identificados e incluídos

os indicadores genéricos e específicos, que variam de acordo com a atividade desenvolvida

pela empresa. Na segunda etapa a métrica a ser utilizada é definida.

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Os autores apresentaram vários métodos de normalização e padronização de métricas, uma

vez que não é possível fixar um único processo de normalização aplicável a todos os

indicadores considerados: Demonstração do Valor Adicionado (DVA), Análise do Ciclo de

Vida de Produtos (ALC), e outros. E sugerem em seu modelo três possibilidades de análises:

(1) orientada ao produto; (2) orientada ao processo e (3) orientada à pesquisa.

3.1.4. Modelo de Dyllick e Hockerts (2002)

Dyllick e Hockerts (2002) no seu estudo descrevem três tipos de organizações sustentáveis: as

economicamente sustentáveis, as ecologicamente sustentáveis e as socialmente sustentáveis.

Segundo, os autores organizações economicamente sustentáveis que garantem em qualquer

período de tempo um fluxo de caixa suficiente para assegurar uma liquidez necessária, ao

mesmo tempo que participa de um processo de produção que permite o alcance de uma taxa

de retorno média diferenciada para os acionistas da organização.

Já as organizações ecologicamente sustentáveis, referem-se às organizações que utilizam

exclusivamente recursos naturais que são consumidos em uma taxa abaixo da reprodução

natural, ou a uma taxa inferior ao desenvolvimento de substitutos para estes recursos. Suas

emissões não se acumulam no meio ambiente em taxas maiores do que as capacidades de

absorção e assimilação do sistema natural. Como último aspecto, tem-se que estas

organizações não têm envolvimento em atividades que prejudicam os serviços ecossistêmicos.

O último tipo de organização apresentado pelos autores são as organizações socialmente

sustentáveis, que se referem as organizações que acrescentam valor as comunidades dentro

das quais realizam suas atividades operacionais ao incrementar o capital humano de seus

parceiros e, também, ao impulsionar o capital social destas comunidades. A prática gerencial

do capital social destas organizações é realizada de forma que os stakeholders possam

entender as motivações da empresa, e por conseguinte, concordar com o sistema de valores

que rege o modelo de gestão da organização.

Para Dyllick e Hockerts (2002) para que uma organização alcance o estágio completo de

sustentabilidade é necessário apresentar níveis significativos de sustentabilidade nas

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dimensões econômica, social e ambiental, bem como que haja a integração dos seguintes

fenômenos dentro de seus processos de gestão, conforme mostra a Figura 2:

Figura 2 – Uma visão geral sobre seis critérios de uma sustentabilidade organizacional

Fonte: DYLLICK E HOCKERTS (2002, p. 138)

De acordo com a Figura 2, as interações entre negócios e ambiente, pode ser alcançada por

meio de práticas de eco-eficiência e eco-eficácia; entre ambiente e sociedade, pode ser

obtida através de práticas que sejam aceitáveis e que persigam uma equidade ecológica; e, por

fim a interação entre sociedade e negócios, pode ser atingida por ações de gestão que

promovam simultaneamente a sócio-eficácia e a sócio-eficiência.

3.1.5. Modelo de McDonough e Braungart (2002)

O modelo de McDonough e Braungart (2002) para sustentabilidade organizacional é

representado por um triângulo fractal. Segundo os autores toda decisão tomada pela

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organização está conectada e possui um impacto sobre três valores principais: ecologia,

economia e equidade, todos os quais participam de uma relevância igualitária mediante todos

os processos. Na figura 3, visualiza-se a interação entre estes valores que promove a

constituição de seis relacionamentos.

Figura 3 – O triângulo fractal de McDonough e Braungart (2002)

Fonte: McDONOUGH; BRAUNGART (2002, p.253).

Para melhor entendimento do modelo cada relacionamento do triângulo de fractais é

comentado no Quadro 1.

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Quadro 1 – Explicação dos relacionamentos do triângulo de Fractais de Mcdonough e Braungart (2002)

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Fonte: MUNCK e SOUZA (2002)

3.1.6. Modelo de Coral (2002)

O objetivo do modelo de Coral (2002), chamado de modelo de Planejamento Estratégico para

a Sustentabilidade Empresarial – PEPSE é proporcionar às empresas uma ferramenta de

planejamento que permite a avaliar a sua posição em relação ás variáveis de sustentabilidade,

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de modo a prepará-la para atuar em mercados futuros e estabelecendo prioridades para o

desenvolvimento sustentável.

O grau de sustentabilidade da empresa proporciona uma medida quantitativa em relação à

performance sustentável da organização e é composto pela totalização de pontos recebidos em

cada uma das variáveis dos indicadores, junto ao fator de ponderação que serve para

equilibrar a importância das variáveis ambientais e sociais em relação ao fator econômico.

(CORAL, 2002)

De acordo com o índice obtido pela empresa, é possível realizar uma análise de sua situação

em relação a sustentabilidade empresarial, conforme Quadro 2.

Quadro 2 – Classificação do índice de sustentabilidade empresarial

Fonte: CORAL (2002, p 154)

3.1.7. Modelo de Oliveira (2002)

O modelo de Oliveira (2002), - Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade

Organizacional - M.A.I.S - avalia a sustentabilidade da organização a partir de quatro

dimensões de sustentabilidade (social, ambiental, econômica e cultural), sendo cada uma

dessas avaliadas através de dez indicadores, totalizando quarenta indicadores e pode ser

aplicado em qualquer organização.

De acordo com o modelo cada indicador é avaliado segundo três itens de verificação: a

elaboração ou existência de política ou procedimento (E), a implantação do planejado ou do

procedimento adotado (I) e o processo de verificação ou controle adotado na busca de

oportunidades de melhoria nos processos de gestão (V) e pode pontuar de 0 a 3 em cada um.

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Dessa forma a pontuação máxima 9, é tido como parâmetro de excelência organizacional.

Cada um dos critérios de análise e o significado da pontuação estão no Quadro 3:

Quadro 3 - Critérios, pontuação e significado de componentes do modelo M.A.I.S

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Fonte: Oliveira (2002, p.100)

Após a pontuação estabelecida, classifica-se a organização segundo faixas de sustentabilidade

proposta pelo autor. O Quadro 4 mostra a pontuação das diferentes faixas de Sustentabilidade:

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Quadro 4 - Faixas de Sustentabilidade organizacional do Modelo M.A.I.S

Fonte: Oliveira (2002, p. 103)

3.1.8. Modelo de Strobel (2005)

Strobel (2005) teve como objetivo fornecer subsídios para a mensuração das variáveis

determinantes da sustentabilidade de uma empresa para que o grau de sustentabilidade

corporativa seja determinado de forma ágil e eficaz.

Para a análise comparativa Strobel (2005), considerou dez aspectos relevantes para medição

da sustentabilidade empresarial:

1. Público de interesse: refere-se a quem é destinado o relatório final com os

indicadores;

2. Foco principal do relatório: objetivo maior do relatório final;

3. Finalidade do questionário: diz respeito à utilidade da ferramenta;

4. Dimensões da sustentabilidade: refere-se as dimensões são consideradas na

abordagem, em cada uma das ferramentas de avaliação da sustentabilidade quais

sejam, dimensão econômica, social, ambiental, cultural, governança corporativa,

natureza do produto e posição da empresa;

5. Análise Interna/ Externa: é a diferenciação se o foco é na empresa (interna) ou na

sociedade (externa);

6. Forma de obtenção dos indicadores: pode se objetiva através da utilização de

questionário ou subjetiva, por meio da observação em visita à empresa;

7. Auditabilidade: verificação/confirmação das informações prestadas pela empresa

através de documentos ou observação em visita técnica;

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8. Questionário por grupos de atores: questionário enviado a vários grupos diferentes

ou a apenas um representante da empresa;

9. Indicadores específicos: diferenciação dos indicadores de acordo com o setor

industrial;

10. Informação da metodologia de cálculo: descrição detalhada da forma como os

indicadores são avaliados.

Depois da análise realizada, Strobel (2005) propôs um modelo alternativo para a mensuração

da sustentabilidade corporativa através de indicadores, que permite a conversão de

indicadores qualitativos em quantitativos através do software Macbeth utilizando a

metodologia de “Comparação Par a Par”, para a que seja definida a pontuação no grau de

sustentabilidade corporativa, a partir da elaboração de um questionário abrange indicadores

correspondentes a todas as variáveis encontradas para as três dimensões do desenvolvimento

sustentável.

3.1.9. Modelo de Delai (2006)

O modelo de Delai (2006) teve como base para seu desenvolvimento a falta de congruência

em relação ao conteúdo da sustentabilidade apresentada em diversos sistemas. Teve como

objetivo desenvolver um modelo de referência para a mensuração da sustentabilidade

corporativa que pudesse ser utilizado pelas organizações como ponto de partida para o

desenvolvimento e classificação de seus atuais modelos de avaliação do desenvolvimento

sustentável.

É utilizada análise comparativa dos oito principais sistemas de mensuração da

sustentabilidade corporativa que são: Global Reporting Initiative (GRI), Métricas do Instituto

dos Engenheiros da Inglaterra (ICheme), Índice Dow Jones (DJSI), Triple Botton Line Index

System (TBL), Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial, Indicadores de

Desenvolvimento Sustentável da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável da ONU

(CSD), Barômetro da Sustentabilidade. A partir desses indicadores Delai (2006), propõe um

modelo de referência composto por 157 indicadores que mostram a complementariedade do

conteúdo dos sistemas pesquisados pela autora.

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Segundo Delai (2006) o modelo também se mostra útil para a avaliação e identificação de

oportunidades de aprimoramento e complemento dos sistemas de mensuração existentes nas

organizações, pois expõe o conteúdo complementar de oito sistemas de mensuração da

sustentabilidade que são largamente conhecidos e utilizados e apresenta as características

fundamentais de todo o sistema, desde a definição até a manutenção do sistema.

3.1.10. Modelo de Callado (2010)

A operacionalização deste modelo é realizada a partir do desenvolvimento das seguintes

etapas: cálculo de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS); cálculo do Escore de

Sustentabilidade Empresarial (ESE); integração dos EPS por meio de localização de

empresa(s) no Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE).

O GSE apresenta 43 indicadores: 16 ambientais, 14 econômicos e 13 sociais, a partir de cada

indicador foram sugeridos três níveis de desempenho e um valor para cada um: (1)

desempenho inferior (nesse caso a empresa apresenta desempenho insuficiente no indicador

analisado), o valor atribuído é 1 (um); (2) desempenho intermediário (a empresa, nesse caso,

exibe no indicador analisado desempenho mediano) e possui o valor de desempenho atribuído

2 (dois); e por último (3) desempenho superior (a empresa apresenta desempenho superior no

indicador analisado) e é atribuído o valor 3 (três) para este desempenho.

Após ter sido realizada as devidas pontuações o modelo calcula o desempenho empresarial

pela fórmula:

Desempenho da empresa = , onde:

n = número de indicadores considerados;

wi = peso definido pelos especialistas ao indicador de desempenho i; e

pi = nível de desempenho apresentado pela empresa no indicador i.

Para as dimensões ambiental, social e econômica, foram sugeridos intervalos de

valores associados aos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS), que possuem três pontos:

Escore mínimo – Emin (calculado a partir da soma de todos os valores de desempenho

inferiores de indicadores de uma determinada dimensão); Escore médio – Eméd (calculado a

partir da soma de todos os valores de desempenho medianos de indicadores de uma

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determinada dimensão) e o Escore máximo – Emáx (calculado através da soma de todos os

valores de desempenho superiores que são admitidos pelos indicadores de uma determinada

dimensão);

Para cada dimensão de sustentabilidade avaliada, o Escore Parcial de Sustentabilidade (EPS)

calculado assumirá um valor que representará o resultado obtido por uma empresa em uma

determinada dimensão, a saber: 0 (zero) quando a empresa estudada obtiver um valor de

desempenho inferior ao Escore médio; e valor 1 (um), caso a empresa avaliada apresente um

valor de desempenho igual ou superior ao Escore médio.

Por fim, para atender o Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE), o modelo proposto

classifica a Sustentabilidade Empresarial a partir de quatro faixas distintas de

sustentabilidade: Sustentabilidade Empresarial Satisfatória (ESE=3), Sustentabilidade

Empresarial Relativa (ESE=2), Sustentabilidade Empresarial Fraca (ESE=1), e ainda

Sustentabilidade Empresarial Insuficiente (ESE=0). Essa classificação pode ser observada no

Quadro 5.

Quadro 5 – Resultados, interpretações e significados do Escore de Sustentabilidade (ESE)

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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens

avançadas de produção”

Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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Fonte: Callado (2010, p. 89)

Para conclusão do modelo, o autor trabalha a integração dos EPS e considera que, quando

analisadas as três dimensões de sustentabilidade conjuntamente, elas assumem uma

representação tridimensional que integra seus diferentes aspectos, proposta como GSE,

composta por 8 (oito) posicionamentos espaciais.

4. Quadro Resumo

O quadro 6, a seguir traz um resumo dos modelos que foram apresentados neste trabalho, a

fim de possibilitar uma melhor visualização das principais características de cada modelo.

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Tabela 1 - Quadro resumo dos modelos

Modelo

Dimensões

de

Sustentabili

dade

Objetivo Anális

e

Spangenber

g e Bonniot

(1998)

Ambiental Estabelecer uma aproximação entre o nível macroeconômico e o nível

microeconômico através de indicadores de sustentabilidade. Teóric

a Econômico

Social

Callens e

Tyteca

(1999)

Ambiental Identificar de que forma uma empresa pode ser mais ou menos sustentável do que

outra. Numér

ica Econômico

Social

Azapagic e

Perdan

(2000)

Ambiental

Propor um modelo geral de indicadores de sustentabilidade aplicado à indústria. Teóric

a Econômico

Social

Dyllick e

Hockerts

(2002)

Ambiental Interligar o conjunto de critérios: eco-eficiência, eco-efetividade,

suficiência, socioeficiência, socioefetividade e equidade ecológcia para

que uma empresa alcance a sustentabilidade corporativa.

Teóric

a Econômico

Social

McDonoug

h e

Braungart

(2002)

Ambiental Parte do conceito do pensamento triple top line, que inicia com uma

lógica contábil, no entanto alcança uma linha de raciocínio que tem como

base a estruturação de processos.

Numér

ica Econômico

Social

Coral

(2002) -

PEPSE

Ambiental Proporcionar às empresas uma ferramenta de planejamento que permite a

avaliar a sua posição em relação ás variáveis de sustentabilidade, de modo

a prepará-la para atuar em mercados futuros e estabelecendo prioridades

para o desenvolvimento sustentável.

Numér

ica Econômico

Social

Oliveira

(2002) -

M.A.I.S.

Ambiental Determinar um método para avaliar indicadores de sustentabilidade

organizacional que permita identificar oportunidades em um processo de melhoria

contínua.

Numér

ica

Cultural

Econômico

Social

Strobel

(2005)

Ambiental Fornecer subsídios para a mensuração das variáveis determinantes da

sustentabilidade de uma empresa para que o grau de sustentabilidade

corporativa seja determinado de forma ágil e eficaz. Teóric

a

Econômico

Social

Delai

(2006)

Ambiental Desenvolver um modelo de referência para a mensuração da

sustentabilidade corporativa que pudesse ser utilizado pelas organizações

como ponto de partida para o desenvolvimento e classificação de seus

atuais modelos de avaliação do desenvolvimento sustentável

Numér

ica Econômico

Social

Callado

(2010) -

GRID de

Sustentabili

dade

Empresarial

Ambiental

Localizar diferentes empresas por meio de uma integração de resultados

parciais das dimensões ambiental, social e econômica de sustentabilidade

em um Grid de Sustentabilidade Empresarial

(GSE).

Numér

ica

Econômico

Social

Fonte: Elaboração própria

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da necessidade de mensurar ao longo dos anos, além a produtividade, a confiabilidade

e eficiência, a sustentabilidade, têm sido criados modelos que auxiliam as empresas a avaliar

tais aspectos. Nesse trabalho foram expostos dez modelos que estão disponíveis na literatura

para este fim, que também contribuem para os estudos da academia e das empresas.

Conclui-se, portanto, que ao passar do tempo foram surgindo diversos modelos de

Sustentabilidade Empresarial, deixando a responsabilidade para a empresa de decidir o

modelo adequado às características organizacionais que se enquadram na sua situação. Cada

modelo tem a sua particularidade, e podemos constatar que os dez trabalham a

sustentabilidade de acordo com os aspectos ambientais, sociais e econômicos e apenas o

modelo de Oliveira (2002) incorpora a dimensão cultura para a mensuração da

sustentabilidade.

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