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UNICURITIBA UNICURITIBA Curso de Relações Curso de Relações Internacionais Internacionais Teoria das Relações Teoria das Relações Internacionais I Internacionais I Professor Rafael Reis Professor Rafael Reis Realismo Moderno

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UNICURITIBAUNICURITIBACurso de Relações InternacionaisCurso de Relações InternacionaisTeoria das Relações Internacionais ITeoria das Relações Internacionais IProfessor Rafael ReisProfessor Rafael Reis

Realismo Moderno

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HANS MORGENTHAU (1904-1980)

• Nasceu em uma família judia na Alemanha.• 1930: foi professor na Suíça e na Espanha.• Com 33 anos foi para os EUA.• Trabalhou em várias universidades .• Universidade de Chicago (1943-1971).• Chamado de “O Papa” das relações

internacionais.

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HANS MORGENTHAU

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HANS MORGENTHAU (1904-1980)

• Escreveu: – Scientific man versus power politics (1946): exposição

mais sistemática da filosofia realista e constitui uma crítica incisiva ao que ele chamava de “liberalismo racional”.

– “A Política entre as Nações” (1948): permanece como uma tentativa mais sistemática de emprego de princípios realistas para a construção de uma teoria empírica de política internacional.

– Além de quatro volumes de artigos.

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HANS MORGENTHAU (1904-1980)

• Juntamente com Carr, Morgenthau é mais lembrado como um dos que tentaram desenvolver uma teoria compreensível da “política de poder” sobre a base filosófica dos princípios realistas da natureza humana, a essência da política, o equilíbrio do poder e o papel da ética na política exterior.

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Contexto histórico• Morgenthau buscava delinear como seria a

política externa dos EUA no pós-guerra:I-) Substituição do multipolarismo pelo

bipolarismo, cujos centros estão fora da Europa Ocidental.

II-) Divisão da ‘unidade moral’ em dois sistemas antagônicos de pensamento que disputam entre si a lealdade dos homens.

III-) Desenvolvimento da tecnologia nuclear que poderia levar à destruição da humanidade.

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Princípios de Morgenthau

• Crítica ao Idealismo: a paz mundial somente seria possível por meio de um mecanismo de equilíbrio de poder.

• Nesse sentido, ele determina os chamados seis princípios realistas das relações internacionais, que diferenciam e definem o realismo em relação a qualquer outra perspectiva ou teoria nas relações internacionais.

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1º Princípio• A política, assim como a sociedade, obedece a leis

objetivas que são fruto da natureza humana.• Para Morgenthau, um natural desejo de dominação

que as pessoas teriam umas sobre as outras é que seria a base dos fenômenos políticos.

• Não é a modernidade que nos muda em nossa essência, portanto a nossa natureza, assim como a política obedece a leis objetivas (por exemplo, a busca pela sobrevivência), que não podem ser ignoradas.

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2º Princípio

• O interesse dos Estados é sempre definido em termos de poder.

• Os Estados são governados pelos seus próprios interesses, ou seja, aquilo que lhes trará os maiores benefícios aos menores custos, e esses interesses são sempre definidos em termos de poder.

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3º Princípio• O conceito de interesse traduzido em poder é uma

categoria objetiva de validade universal (ou seja, é constante na história da humanidade)*.

• Há um núcleo permanente de interesses e um núcleo variável. Este último seria fortemente influenciado por fenômenos históricos pela política interna dos países.

* A categoria do poder sempre existiu nas relações entre os povos. Quer dizer, mesmo na ausência de Estados como os concebemos modernamente, a relação entre as cidades gregas de Tucídides era condicionada por relações de poder.

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4º Princípio• Os princípios morais universais não podem ser

aplicados aos atos dos Estados, senão filtrados e analisados a partir das circunstâncias de tempo e lugar.

• Atenta para a ideia da separação entre moral e ação política, isto é, a política é dominada pelo poder e, dessa forma, quando analisamos qual a influência da moral e da ética na política, percebemos que eles geralmente são usados como mecanismos de justificação e legitimação da ação do Estado.

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5º Princípio• O Realismo Político de Hans Morgenthau se

recusa a identificar as aspirações morais de uma nação em particular com os preceitos morais que governam o mundo.

• Os princípios morais de um Estado não devem nem podem ser considerados princípios morais universais, expansíveis para toda a humanidade.

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5º Princípio• Ele estava claramente lidando com uma

tendência nos EUA de se considerar os princípios morais americanos superiores aos demais e, portanto, que é dever dos EUA “exportar” tais princípios ao resto do mundo.

• Pois, quaisquer que sejam os valores morais de um povo, sempre teremos o interesse definido em termos de poder.

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6º Princípio• A esfera política é autônoma, ou seja, não é

subordinada a nenhuma outra esfera (como a econômica, a jurídica ou a religiosa).

• A compreensão do universo da política internacional independe da compreensão do universo econômico ou do direito, porque o universo político internacional tem suas próprias lógicas e leis.

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Conceitos de Morgenthau:Poder

• É definido como as mútuas relações de controle estabelecidas entre os titulares da autoridade pública e entre estes e as pessoas em geral.

• A política internacional – com qualquer outra política – consiste em uma luta pelo poder.

• O poder é entendido como fim e não como meio da política.

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A variação do Poder Nacional

• É constituído de dois grupos de elementos: os relativamente estáveis e os sujeitos a constantes modificações. Sua enumeração parte dos mais estáveis até os mais variáveis: geografia, recursos naturais, capacidade industrial, estado de preparação militar, população, moral nacional, qualidade da diplomacia, qualidade do governo.

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Balança de Poder

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Balança de Poder

• Sendo a política internacional uma luta pelo poder, a limitação ao exercício do poder só pode vir de sua confrontação com outro poder que se lhe oponha. Forma-se a, assim, a balança de poder.

• A aspiração de poder por parte de várias nações, em que cada uma tenta manter ou alterar o status quo, leva necessariamente a um configuração que é chamada de balança de poder, bem como as políticas que se destinam a preservar esse equilíbrio.

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Equilíbrio de Poder

• Equilíbrio, na Balança de Poder, significa estabilidade dentro de um sistema composto de uma variedade de forças autônomas.

• Sempre que tal equilíbrio é perturbado por uma força externa ou por uma mudança ocorrida em um dos elementos componentes do sistema, este último mostra a tendência a restabelecer o equilíbrio original ou um novo equilíbrio.

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Equilíbrio de Poder

• O meio utilizado para manter o equilíbrio consiste em permitir que os diferentes elementos sigam normalmente suas tendências conflitantes, até o ponto em que a tendência de cada um deixa de ser suficientemente forte para superar a tendência dos demais, mas bastante vigorosa para impedir que as dos demais a subjuguem.

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Dois padrões básicos de balança de poder

Oposição direta (bipolaridade)Esse balanceamento das forças oponentes prosseguirá (o aumento no poder de uma nação induzindo um aumento pelo menos proporcional no poder da outra) até que as nações envolvidas mudem os objetivos de suas políticas imperialistas, ou até que uma nação adquira ou creia ter adquirido uma vantagem decisiva sobre a outra. Então, ou o mais fraco cede ao mais forte ou a guerra decide a questão.

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Competição (multipolaridade)

“A” e “B” querem exercer o controle político sobre “C”. A tentativa de “A” em controlar “C” é dificultada pelo poder de “B”; e a tentativa de “B” em controlar “C” é dificultada pelo poder de “A”. Ambas temem que o acréscimo do poder de “C” à outra nação altere a balança de poder em favor desta última, e cada uma tenta impedi-lo. Assim, a independência de “C” é, na prática, garantida pelas relações de poder existentes entre “A” e “B”.