10 desastres indústriais mais terríveis de todos os tempos
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TRABALHO DE PESQUISA DOS ALUNOS TECNOLOGOS DE SEGURANÇA NO TRABALHO DA UNIVERSIDADE POTIGUAR UNPTRANSCRIPT
10 DESASTRES INDÚSTRIAIS MAIS TERRÍVEIS DE TODOS OS TEMPOS
INTRODUÇÃO
Termo “desastre industrial” designa qualquer acidente que tenha sido causado por companhias
industriais, independente da causa da tragédia ou do ramo de atuação da empresa. Explosões,
incêndios, vazamentos de resíduos tóxicos e ocorrênciaafins são desastres industriais que
infelizmente têm se tornado cada vez mais comuns – enquanto alguns deles não podem ser
considerado graves, outros marcaram história pelo alto número de pessoas mortas, feridas ou
indiretamente prejudicadas.
Abaixo os 10 incidentes mais comentados nas mídias por suas características e/ou danos a
curto e longo prazo.
1) DESASTRE DE BHOPAL
Bhopal, Índia O pior desastre químico da história 1984-2002. Na madrugada entre dois e três
de dezembro de 1984, 40 toneladas de gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da
Union Carbide Corporation, em Bhopal, Índia. Foi o maior desastre químico da história.
Gases tóxicos como o isocianato de metila e o hidrocianeto escaparam de um tanque durante
operações de rotina. Os precários dispositivos de segurança que deveriam evitar desastres
como esse apresentavam problemas ou estavam desligados. Estima-se que três dias após o
desastre 8 mil pessoas já tinham morrido devido à exposição direta aos gases. A Union
Carbide se negou a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, e,
como conseqüência, os médicos não tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos
expostos. Mesmo nos dias atuais, os sobreviventes do desastre e as agências de saúde da Índia
ainda não conseguiram obter da Union Carbide e de seu novo dono, a Dow Química,
informações sobre a composição dos gases que vazaram e seus efeitos na saúde. Infelizmente,
a noite do desastre foi apenas o início de uma longa tragédia, cujos efeitos se estendem até
hoje. A Union Carbide, dona da fábrica de agrotóxicos na época do vazamento dos gases,
abandonou a área, deixando para trás uma grande quantidade de venenos perigosos. A
empresa tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre, pagando
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ao governo da Índia uma indenização irrisória face a gravidade da contaminação. Hoje, bem
mais de 150.000 sobreviventes com doenças crônicas ainda necessitam de cuidados médicos,
e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da herança tóxica deixada pela
indústria.
1.1 - O DESASTRE:
Na noite do desastre, as seis medidas de segurança criadas para impedir vazamentos de gás
fracassaram, seja por apresentarem falhas no funcionamento, por estarem desligadas ou por
serem ineficientes. A sirene de segurança, que deveria alertar a comunidade em casos de
acidente, estava desligada. Os gases provocaram queimaduras nos tecidos dos olhos e dos
pulmões, atravessaram as correntes sangüíneas e danificaram praticamente todos os sistemas
do corpo. Muitas pessoas morreram dormindo, outras saíram cambaleando de suas casas,
cegas e sufocadas, para morrer no meio da rua. Outras morreram muito depois de chegarem
aos hospitais e prontos-socorros. Os primeiros efeitos agudos dos gases tóxicos no organismo
foram vômitos e sensações de queimadura nos olhos, nariz e garganta, e grande parte das
mortes foi atribuída a insuficiência respiratória. Em alguns casos, o gás tóxico causou
secreções internas tão graves que os pulmões das vitimas ficaram obstruídos; em outros, as
vias aéreas se fecharam levando à sufocação e morte por asfixia. Muitos dos que
sobreviveram ao primeiro dia foram diagnosticados com problemas respiratórios. Estudos
posteriores com os sobreviventes também apontaram sintomas neurológicos, como dores de
cabeça, distúrbios do equilíbrio, depressão, fadiga e irritabilidade, além de danos nos sistemas
músculo-esquelético, reprodutivo e imunológico. Aquisição da Union Carbide pela Dow
Química Em 2001, a Union Carbide foi adquirida pela multinacional Dow Química, sediada
nos Estados Unidos. Com a compra da Union Carbide por um total de US$ 9,3 bilhões, a Dow
se tornou a maior indústria química do mundo. A Dow comprou não apenas os bens da
empresa, mas também a responsabilidade pelo desastre de Bhopal. Mesmo assim, a empresa
se recusa a aceitar a responsabilidade moral pelo passivo ambiental adquirido. Ao mesmo
tempo em que a responsabilidade legal da Dow está sendo julgada pela justiça norte-
americana, os moradores de Bhopal continuam a sofrer os impactos do desastre.
De acordo com a Dow, com a fusão das duas empresas, a receita anual passou a ser superior a
US$ 24 bilhões, e seus ativos estão avaliados em mais de US$ 30 bilhões. Em novembro de
2000, o novo presidente eleito da Dow, Michael D. Parker, demonstrou preocupação com as
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questões referentes à Union Carbide em Bhopal em seu primeiro informe oficial à imprensa:
“É claro que temos consciência do incidente em Bhopal e de sua associação ao nome da
Union Carbide, mas é importante ressaltar que [a Union Carbide] fez o que foi preciso para
adotar os programas adequados para meio ambiente, saúde e segurança”. Assim como no caso
dos atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, a morte de inocentes civis em
Bhopal também chocou o mundo e provocou mudanças no comportamento da indústria.
Depois desse desastre, a legislação ambiental e de segurança química em muitos países ricos
ficou mais rigorosa. Nos Estados Unidos, foi criada a legislação de Direito à Informação, e a
indústria química desenvolveu códigos de conduta, como a Atuação Responsável
(ResponsibleCare). De acordo com Sam Smolik, vice-presidente da Dow para questões de
meio ambiente, saúde e segurança, em um discurso feito recentemente, “(...) em 1984, a
terrível tragédia que ocorreu em Bhopal, na Índia, serviu para despertar a indústria química
como um todo...”. No entanto, as mudanças ocorridas no setor químico não foram suficientes
e trouxeram poucos benefícios aos indivíduos mais afetados pelo acidente, cujos pedidos de
indenização justa e de descontaminação da área continuam sendo ignorados. Justiça para
Bhopal A Union Carbide foi intimada a indenizar aqueles que, com o desastre, perderam sua
capacidade de trabalhar. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o
governo indiano e a empresa chegaram a um acordo, fixando a indenização em US$ 470
milhões (que ao meu ver e injusta com as vitimas do incidente). Essa quantia deveria ser
capaz de pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indenização
média, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, era suficiente apenas para cobrir despesas médicas
por cinco anos. Muitas das vítimas, assim como seus filhos, sofrerão os efeitos do desastre
pelo resto de suas vidas. Organizações locais de sobreviventes estimam que entre 10-15
pessoas continuam morrendo a cada mês como resultado da exposição. Desde 1984, mais de
140 ações civis a favor das vítimas e sobreviventes de Bhopal foram iniciadas nas Cortes
Federais dos Estados Unidos, na tentativa de obter indenização apropriada. Os casos
continuam em curso. Contaminação na Fábrica e Arredores Em 1999, o Greenpeace e grupos
comunitários de Bhopal visitaram a fábrica abandonada para avaliar as condições ambientais
do local e dos arredores. A equipe documentou a presença de estoques de agrotóxicos, assim
como resíduos perigosos e material contaminado espalhado por todo o terreno. Encontraram
níveis elevados de metais pesados e compostos clorados no solo e na água, e, em alguns
locais, os níveis eram bastante alarmantes.
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As amostras coletadas pelo Greenpeace mostraram níveis elevados de compostos clorados no
lençol freático amostrado a partir da água de poços, incluindo clorofórmio e tetracloreto de
carbono, indicativos de contaminação a longo prazo. Além disso, foram encontrados no solo
chumbo, níquel, cobre, cromo, hexaclorociclohexano (HCH) e clorobenzenos. A
contaminação geral do local e dos arredores deve-se a vazamentos e acidentes rotineiros
durante o período em que a fábrica funcionava, ou às contínuas emissões resultantes dos
resíduos tóxicos que permanecem no local. A muitos dos indivíduos que continuam habitando
as redondezas da fábrica, incluindo sobreviventes do desastre, não resta outra alternativa a não
ser usar água do lençol freático contaminada com poluentes tóxicos. Desde 1990 a
comunidade já luta por água limpa. Testes realizados pelo governo local em 1996 apontaram
níveis elevados de contaminação, concluindo que muitos dos poços tinham condições de
potabilidade inadequadas. O Greenpeace e os sobreviventes de Bhopal exigem que a Dow
Química:Descontamine a área e se responsabilize pelos custos da operação, como seria
exigido nos Estados Unidos; · Assegure tratamento médico e as condições necessárias para
tratamento a longo prazo de sobreviventes do desastre; · Indenize as pessoas afetadas pela
exposição ao gás, assim como suas famílias; · Providencie água potável para as comunidades
que são forçadas a consumir água de poços contaminados; Além disso, o Greenpeace e as
organizações de sobreviventes exigem que governos assinem tratados internacionais para
responsabilizar as empresas criminal e financeiramente pelos desastres industriais e pela
poluição resultante.
Uma criança vítima do Desastre de Bophal
Fonte da imagem: LalitKumar
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2) EXPLOSÃO DA PLATAFORMA P-36
Maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar à sua época, a P-36 tinha a dupla
função de servir como um instrumento importante para exploração petrolífera na costa
brasileira, mas igualmente como um ícone da importância e tamanho da Petrobras. Tratava-se
de uma megaestrutura operacional que custou à estatal brasileira US$ 350 milhões.
Sua construção exigiu técnicas inéditas de engenharia e a realização por etapas em locais
distintos. Começou pelo casco, na Itália, em 1995, e foi concluída no Canadá, em 2000.
Começou a ser operada pela Petrobras em 2000 no campo do Roncador, na Bacia de Campos.
Localizava-se a 130 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e produzia cerca de 84 mil barris
de petróleo por dia.
Em 15 de março de 2001, durante a madrugada, ocorreram duas explosões, afetando uma das
colunas da plataforma. Na hora do acidente, havia 175 pessoas a bordo, das quais 11
morreram. Os mortos eram todos integrantes da equipe de emergência. O acidente acabou por
provocar uma inclinação de 16 graus na plataforma, devido ao alagamento de parte de seu
compartimento após a explosão.
Os engenheiros da Petrobras tentaram, em vão, várias técnicas para aprumar a plataforma e
evitar o afundamento da estrutura. Por fim, no dia 20 de março, a P-36 naufragou a uma
profundidade estimada de 1.200 metros e com um reservatório de 1.500 toneladas de óleo a
bordo. Após um período de investigação sobre as causas do acidente, a Agência Nacional de
Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluiu que o acidente se deveu à “não
conformidade quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto”.
À época houve acusações do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), que geraram
investigações envolvendo o ex-presidente da Petrobras Joel Rennó e GérmanEfromovich,
empresário que prestava serviços de manutenção submarina para a estatal. O sindicato
acusava irregularidades nas operações e nos contratos, mas, após depoimento no Congresso,
não se chegou a uma conclusão.
Em 2007, a P-36 acabou sendo substituída pela P-52, cuja construção começou em Cingapura
e sua conclusão, no Brasil.
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Barco tenta fazer manutenção na plataforma
Fonte da imagem:Blue Star Line
3) ACIDENTE DE SEVESO
O primeiro grande acidente ecológico industrial ocorreu em 10 de julho de 1976, no norte
da Itália. O vazamento de produtos químicos de uma fábrica da Roche não matou ninguém
mas a saúde da população continua afetada até hoje.
O acidente de Seveso criou o que o ecologista suíço René Longet chama de "pedagogia da
catástrofe". Segundo ele, "mudou a visão da opinião pública a respeito da indústria química,
passando a considerá-la como potencialmente perigosa".
Seveso não foi tão grave quanto as catástrofes que ocorreram depois em Bopal, na Índia
(1984) e Tchernobyl, na Ucrânia (l986). No entanto, a partir de Seveso, os países
industrializados adotaram leis e formas de controle mais severas para a indústria química.
736 pessoas foram evacuadas e 193 tiveram de seguir tratamento médico em Seveso,
pequena cidade do norte da Itália, perto de Milão e da fronteira suíça. A fábrica foi fechada
dois dias depois do acidente e a multinacional suíça Roche pagou 240 milhões de dólares de
indenização às vítimas.
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"O acidente não causou mortes mas ainda tem conseqüências sobre a população", lembra o
médico Paolo Mocarelli, da Universidade de Milão, que estuda a questão há 25 anos.
Ele constata que o número de tumores e de diabéticos é maior que a média e que o número
de nascimento de meninos é bem menor que o de meninas. A média européia é de 105
meninos para 100 meninas. Em Seveso, a média é de 60 meninos para 100 meninas,
fenômeno ainda não totalmente explicado.
Nos 42 hectares da área contaminada, hoje existe uma reserva natural com 5 mil espécies de
árvores e pássaros. No meio do parque, inaugurado 5 anos atrás, há uma espécie de colina,
onde a grama cobre um tanque de cimento com 200 mil metros cúbicos de terra e dejetos
industriais contaminados pela dioxina.
Outra conseqüência do acidente de Seveso é a Convenção de Basiléia sobre o lixo tóxico,
em vigor desde 1992. Os países signatários se comprometem a reduzir a produção de
dejetos industriais e são obrigados a eliminá-los. A exportação só é autorizada se o país
produtor não puder eliminar o lixo sem poluir e com autorização do país importador
.
Cientistas investigam locais afetados Fonte da imagem: Reprodução/CERCH
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4) DESASTRE DE MINAMATA
Em janeiro de 1956, quatro pacientes de Minamata, Japão, uma cidade na costa ocidental da
ilha de Kyushu, foram internados no hospital. Os médicos ficaram confusos com os sintomas
que os pacientes tinham em comum: convulsões severas, surtos de psicose, perda de
consciência e coma. Após, febre muito alta, todos os quatro pacientes morreram.
4.1 COMEÇO DA HISTÓRIA
No Japão, uma Indústria lançava dejetos contendo Mercúrio na baía da Minamata desde 1930.
Somente 20 anos depois, começaram surgir sintomas de contaminação: peixes, moluscos e
aves morriam. Em 1956 foi registrado o primeiro caso de contaminação humana - uma criança
com danos cerebrais. Muitos casos foram observados depois desta data e a moléstia ficou
conhecida como Mal de Minamata.
4.2 ENVENENAMENTO POR MERCÚRIO
Os médicos ficaram chocados pela alta mortalidade da nova doença: ela foi diagnosticada em
treze outras pessoas, incluindo alguns de pequenas aldeias pesqueiras próximas de Minamata,
que morreram com os mesmos sintomas, assim como animais domésticos e pássaros. Foi
descoberto que o factor comum de todas as vítimas era que todas comeram grandes
quantidades de peixes da Baía de Minamata. Pesquisadores da Universidade
Kumamoto chegaram à conclusão que o mal não era uma doença, mas sim envenenamento
por substâncias tóxicas. Tornou-se claro que o envenenamento estava relacionado à fábrica
de acetaldeído e PVC de propriedade da Corporação Chisso, uma companhia hidroeléctrica
que produzia fertilizantes químicos. Falar publicamente contra a companhia era proibido já
que ela era um empregador importante na cidade. Com o tempo, a equipe de pesquisa médica
chegou à conclusão que as mortes foram causadas por envenenamento com mercúrio
mediante consumo de peixe contaminado; o mercúrio era usado no complexo Chisso
como catalisador. Por isso deve-se tomar cuidado com o destino final dado às lâmpadas
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fluorescentes e fosforescentes queimadas, pois se lançadas em locais inapropriados podem
quebrar-se, libertando vapor de mercúrio e trazendo riscos à saúde e ao meio ambiente.
A Síndrome de Minamata demora 20 anos para se manifestar após o início da contaminação: e
este foi o período de duração do garimpo. Tem o nome de Minamata porque foi detectada pela
primeira vez no Japão, numa aldeia de pescadores às margens de uma baía com esse nome,
contaminada por mercúrio despejado por uma indústria no local.
4.3 VÍTIMAS
No total, mais de 700 pessoas morreram com dores severas devido ao envenenamento. Em
2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por
comer peixe contaminado. No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas
sofreram da doença de Minamata. Destas, 2.265 viveram na costa do mar de Yatsushiro.
4.4 COMPENSAÇÃO
Muitas soluções foram propostas para compensarem as vítimas enquanto não quebrando a
Chisso. A primeira onda de compensações, estabelecida em 1959, não pôde ser mantida
quando novos casos da doença de Minamata começaram a aparecer. Estas vítimas e suas
famílias não foram incluídas no acordo original com a Chisso e portanto, não receberam a
mesma compensação que aqueles diagnosticados antes da solução original. Assim, as famílias
recém-dignosticadas começaram a reivindicar o recebimento de compensação similar para seu
caso. Um grupo decidiu processar a Chisso e portanto ir a julgamento pela sua compensação.
Outro grupo buscou negociações diretas com os executivos da Chisso.
Estas negociações diretas em Tóquio foram exaustivas. Depois disso, protestos e discursos
pelos pacientes ocorreram fora do edifício da Chisso. A cobertura da mídia foi ampla e muitos
jornalistas tomaram o lado das vítimas de minamata. Pacientes foram mostradas em cadeiras
de rodas nos protestos. Porém o impasse continuou.
Pacientes e simpatizantes marcharam até os escritórios da Chisso e tentam alcançar o
escritório do presidente. Eles foram e encontraram barras de aço bloqueando a porta da Chisso
no Edifíco Tóquio. Os pacientes usaram as barras a seu favor construindo memoriais para os
que morreram da doença de Minamata.
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Devido à grande cobertura da mídia, o Partido Comunista e o Partido Socialista do Japão
começaram a apoiar mais abertamente os portadores da doença de Minamata junto com a
Federação Trabalhista Sohoyo. A atenção da mídia e de autoridades dos partidos políticos
permitiram que a doença de Minamata se tornasse um dilema amplamente conhecido no
Japão, dando uma voz à minoria portadora da doença de Minamata, e permitindo democracia
japonesa atingir um novo nível. Também, devido ao suporto ostensivo dos partidos políticos,
e a chamada do sindicado à Chisso para negociar, o governo japonês entrou em ação com o
Diretor Geral da Agência do Meio Ambiente (OishiBuichi) pedindo para mediar as
negociações.
Também nesta época, o governador SawadaIssei veio a Tóquio para ajudar a romper o
impasse nas negociações. Ambos, Sawada e Oishi reuniram-se com os pacientes, Kawamoto e
Sato, e também com Shimada, executivo da Chisso, que tinha retornado do hospital. Os dois
lados concordaram com a mediação de Sawada e Oishi.
Assim que as negociações começaram, os pacientes se opuseram a um acordo espelhando a
primeira solução. Eles não apenas queriam compensação igual e suficiente, mas também que a
Chisso assumisse publicamente a responsabilidade pela doença de Minamata.
Durante estas negociações e também conversas por vantagens compensatórias, 29 outros
pacientes foram diagnosticados coma doença de Minamata. Estes novos pacientes foram mais
cooperativos com a Chisso e concordaram em aceitar uma baixa compensação de $570 cada.
Isto causou uma cisão entre as famílias recém-diagnosticadas. Isso tirou muito da vantagem
do grupo de negociação direta e deu vantagem à Chisso. A divisão entre o grupo de Tóquio e
o grupo de Minamata gerou ressentimentos. Os de Minamata continuaram a trabalhar,
enquanto os que protestavam em Tóquio recebiam suporte financeiro de simpatizantes em
Tóquio. Muitos daqueles em Minamata enfrentavam contínua discriminação, mas também
eram ameaçados de perder seus empregos se continuassem com as negociações. Somente
quatro pessoas decidiram deixar as negociações.
Os pacientes reduzem suas demandas para aproximar-se do primeiro acordo entre a Chisso e
as primeiras vítimas. Porém a Chisso recusou devido à ausência de um sistema de
classificação da gravidade da doença. Então as negociações foram suspensas.
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Finalmente, o veredito do julgamento foi dado em favor dos pacientes. A corte distrital julgou
a Chisso culpada de negligência corporativa e ordenou o pagamento de $66.000 para cada
paciente que já tinha morrido, entre $59.000 e $66.000 para pacientes sobreviventes,
atingindo um total de $3.44 milhões.
Isto deu ao grupo de negociação direta pontos para alcançar um acordo. Depois de dias de
negociações, a Chisso concordou em pagar $66.000 para pacientes falecidos que foram
incluídos no grupo dos recém-diagnosticados. Isto abriu as portas para os demais recém
dianosticados pacientes ser incluídos na decisão do julgamento. Finalmente, em 9 de julho
de 1973, mediante o trabalho do novo diretor da Agência Ambiental Miki, um acordo foi
alcançado. Esta proposta incluía a compensação baseada na classificação da gravidade dos
sintomas, mas também pagamentos aos pacientes por ano para cobrir despesas de vida, e
pagamento para despesas médicas. O governo também proveria exames médicos para as
pessoas vivendo na área afetada. Estas compensações e ações foram consideradas
inadequadas por muitos.
4.5 EFEITOS DEMOCRATIZANTES
De acordo com Timothy S. George, os protestos ambientalistas que cercaram a doença
aparentemente ajudaram a democratização do Japão. Quando os primeiros casos foram
reportados (ou mais exactamente suprimidos) as vítimas não tinham direitos e não recebiam
compensações. Em vez disso, os afectados eram excluídos de sua comunidade devido à
ignorância sobre a doença e as pessoas temiam que fosse contagiosa.
Embora alguns médicos e autoridades governamentais viessem a descobrir que o
envenenamento por mercúrio estava causando a doença e fossem capazes de rastrear a doença
até o consumo de peixe próximo à fábrica de Nitchitsu que despejou o mercúrio, nenhuma
acção foi tomada para solucionar o problema, uma vez que as os pescadores e vítimas
representavam uma pobre minoria sem voz influente.
As pessoas diretamente infectadas pela poluição da Baía de Minamata não participaram
inicialmente das ações que iriam afetar seu futuro. Vítimas da doença, famílias de pescadores,
e empregados da companhia foram excluídos do debate. Os progressos ocorreram quando as
vítimas de Minamata foram finalmente permitidos a reunir-se para discutir o assunto. Como
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resultado, o Japão do pós-guerra deu alguns passos em relação à democracia. Uma razão pode
ser porque depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a fábrica era parte do
novo zaibatsu que era determinado a ser mais importante que a vida de seus mais pobres
cidadãos.
Através da evolução dos sentimentos públicos, as vítimas e ambientalistas foram capazes de
proceder mais eficientemente em sua causa. O envolvimento da imprensa também ajudou o
processo de democratização porque fez com que mais pessoas tomassem conhecimento dos
fatos da doença de Minamata e da poluição que a causou. Embora os protestos ambientais
tenham contribuído para a democratização do Japão, eles não livraram o Japão do sistema que
primeiro oprimiu os pescadores e vítimas da doença de Minamata.
Icônica fotografia de uma mãe com seu filho afetado pelo desastre
Fonte da imagem: The AmericaConservative
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5) INUNDAÇÃO DE MELAÇO DE BOSTON
foi um incidente ocorrido em Boston, Estados Unidos, em 15 de janeiro de 1919, quando um
grande tanque de armazenamento de melaço arrebentou, espalhando o produto pelas ruas a
uma velocidade estimada de 56 km/h, matando 21 pessoas e ferindo 150. O acontecimento
entrou para o folclore local, e os moradores costumam dizer que em dias quentes de verão a
região ainda cheira a melaço.
5.1 O DESASTRE
Ocorreu na fábrica PurityDistillingCompany em 15 de janeiro de 1919, um dia estranhamente
quente para janeiro, com uma temperatura de 4ºC. Na época, melaço era o adoçante padrão
nos Estados Unidos, sendo também fermentado para produzir rum eálcool etílico, ingrediente
ativo de outras bebidas alcoólicas e então componente chave na fabricação de munição. O
melaço armazenado estava aguardando transferência para as instalações da Purity
em Cambridge.
O tanque, com 15 metros de altura, 27 de diâmetro e capacidade para mais de 8700 m 3 ,[3] arrebentou repentinamente, lançando uma imensa onda de melaço a uma altura de
aproximadamente 3 metros, a uma velocidade de 56 km/h e pressão de 200 kPa.[4] A força da
onda foi suficiente para quebrar as vigas da ferrovia elevada adjacente e tirar
um trem dos trilhos. Perto dali, construções foram arrancadas de suas fundações e demolidas.
Diversos quarteirões ficaram cobertos de melaço, que chegou a alcançar uma profundidade de
60 a 90 cm.
5.2 CONSEQUENCIAS
Após o tanque arrebentar, os primeiros a vir em auxílio das vítimas foram 116 cadetes sob as
ordens do tenente-comandante H. J. Copeland, que se encontravam no navio de
treinamento USS Nantucket, ancorado nas proximidades. Eles trabalharam para manter o local
isolado até a chegada da polícia, da Cruz Vermelha, do exército e de mais pessoal da marinha
para o resgate. Os feridos eram tantos que os médicos improvisaram um ambulatório em um
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prédio vizinho, e a busca por vítimas continuou por quatro dias. O saldo total foi de 21 mortos
e 150 feridos. Foram necessárias 87 000 horas-homem para remover o melaço das ruas de
pedra, dos teatros, comércio, automóveis e residências. O porto ficou marrom de melaço até o
verão seguinte. Os moradores locais entraram com um processo conjunto contra a United
States Industrial AlcoholCompany (USIA), que comprou a PurityDistilling em 1917. Apesar
da companhia alegar que o tanque fora explodido por anarquistas (devido ao fato de uma parte
do álcool ser destinada à produção de munição), após três anos de julgamento a corte
considerou a USIA responsável pelo incidente, condenando-a a pagar 600 000 dólares em
indenizações. A USIA decidiu não reconstruir o tanque no local, que atualmente abriga um
complexo recreativo, com um playground e campos de bocha e baseball.
5.3 CAUSAS
Diversos fatores podem ter contribuído para a ruptura do tanque, como montagem inadequada
e elevação da pressão interna devido à produção de dióxido de carbono resultante da
fermentação, assim como aumento da temperatura ambiente externa. Um inquérito para
apurar as causas do desastre revelou que Arthur Jell, que supervisionou a construção do
tanque, negligenciou testes básicos de segurança, como preencher o reservatório com água
para verificar por vazamentos. Quando enchido com melaço, o tanque vazou tanto que foi
pintado de marrom na tentativa de esconder os defeitos.
Uma lenda urbana especula que o tanque pode ter sido enchido além da conta no final de 1918
para que a fábrica pudesse produzir o máximo possível de rum antes que a Lei Seca entrasse
em vigor. A Purity, no entanto, não fabricava rum, sendo especializada na produção de álcool
industrial, eximido das leis de proibição de 1919. Apesar de seu caráter hipotético, a história
foi tema de um documentário de televisão integrante da série ModernMarvels'
EngineeringDisasters. Exibido em 1999, o programa argumentou que, mesmo que não
houvesse intenção de aumentar o fabrico de álcool para burlar a Lei Seca, pode ter existido
um plano de expandir o volume no último minuto para o caso do álcool ser proibido.
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Área destruída pelo melaço Fonte da imagem: Graça Vicente
6) ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL
Pripyat, a cidade fantasma Fonte da imagem: Marcelo Victor
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Foi um acidente nuclear catastrófico que ocorreu em 26 de abril de 1986 na central eléctrica
da Usina Nuclear de Chernobil (então na República Socialista Soviética Ucraniana), que
estava sob a jurisdição direta das autoridades centrais da União Soviética. Uma explosão e um
incêndio lançaram grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera, que se
espalhou por boa parte da URSS e da Europa ocidental.
O desastre é o pior acidente nuclear da história em termos de custo e de mortes resultantes,
além de ser um dos dois únicos classificados como um evento de nível 7 (classificação
máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (sendo o outro o Acidente nuclear
de Fukushima I, no Japão, em 2011). A batalha para conter a contaminação radioativa e evitar
uma catástrofe maior envolveu mais de 500 mil trabalhadores e um custo estimado de 18
bilhões de rublos. Durante o acidente em si, 31 pessoas morreram e longos efeitos a longo
prazo, como câncer e deformidades ainda estão sendo contabilizados.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética,
diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos
secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um
contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de
Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortes causadas pelos eventos de
Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de
atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de
2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças
com câncer de tireoide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças
relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que
a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Segue um trecho do
pronunciamento do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev,
quando o governo admitiu a ocorrência:Hoje, acredita-se que a tragédia tenha sido ocasionada
por uma série de falhas humanas e técnicas – a usina tinha alguns equipamentos de segurança
em mal funcionamento e foi constatado que os operários não realizaram os procedimentos da
forma correta. Uma enorme cobertura de concreto conhecida como Sarcófago de Chernobyl
foi erguida em torno do quarto reator da usina para deter a liberação de mais conteúdo
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radioativo.Por sua vez, Pripyat continua sendo uma cidade fantasma, embora seja possível
agendar uma visita guiada com a devida autorização do governo ucraniano.
7) EXPLOSÃO DA DEEPWATER HORIZON
Sendo o evento mais recente da nossa lista, o incidente de DeepwaterHorizon chama a
atenção pelas consequências ao meio-ambiente. O evento ocorreu em 20 de abril de 2010, no
Golfo do México, Estados Unidos. A plataforma petrolífera DeepwaterHorizon sofreu uma
enorme explosão em uma das suas torres de sustentação,matando 11 pessoas e ferindo 17. A
estrutura afundou completamente dois dias depois, derramando ao menos 5 milhões de barris
de petróleo no mar.
7.1 A EXPLOSÃO
A torre estava na fase final da perfuração de um poço, na qual se reforça com concreto o
poço. Este é um processo delicado, pois há possibilidade de os fluidos do poço serem libertos
descontroladamente. No dia 20 de abril de 2010 houve uma explosão na torre, e esta
incendiou-se. Morreram 11 pessoas em consequência deste acidente, 14 outros foram
encontrados com vida. Sete trabalhadores foram evacuados para a estação aérea naval
em Nova Orleães e levados para o hospital. Barcos de apoio lançaram água à torre numa
infrutífera tentativa de extinguir as chamas. DeepwaterHorizon afundou-se a 22 de abril de
2010, em águas de aproximadamente 1500 metros de profundidade, e os seus restos foram
encontrados no leito marinho a aproximadamente 400 metros a noroeste do poço.
O derrame de petróleo resultante prejudicou o habitat de centenas de espécies de aves.
7.2 ESTANCAMENTO
A British Petrolium – responsável pela operação da plataforma – só conseguiu conter o
vazamento três meses depois. Os danos ao ecossistema do Golfo do México – onde vivem
golfinhos, tartarugas, baleias, pelicanos e uma infinidade de outras espécies marinhas – ainda
são incalculáveis.
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Tentativa de controlar o incêndio Fonte da imagem: Reprodução/Prose BeforeHos
8) A EXPLOSÃO DE FÁBRICA DE MUNIÇÕES DE JAʿĀR
Deu-se quando uma explosão de fábrica de munições ocorreu em 28 de Março de 2011, na
aldeia de Khanfar, Abyan, na fronteira com a cidade de Jaʿār na província de Abyan, Sul do
Iémen, matando 124 pessoas. A explosão ocorreu um dia depois de cerca de 30 suspeitos
armados da Al-Qaeda os militantes invadirem a "saída 7" da fábrica de munições na cidade,
roubando caixas de munição e pólvora deixando expostos no local; militantes assumiram um
outro vizinho munições de fábrica em Khanfar. Segundo a Al-Jazeera, o fogo inicial teria sido
disparado por um morador local, deixando cair um cigarro aceso, enquanto no interior da
fábrica saqueados, como alguns estariam a verificar local para armas, o que levou a uma
explosão. Foi alto o suficiente para ser ouvida cerca de 15 km da fábrica, e deixou muitos
corpos carbonizados no local. Compilar o número de mortos tornou-se mais difícil, pois
muitos corpos foram encontrados completamente queimado completamente. Alguns dos
feridos foram levados para Jaʿār para o tratamento, enquanto outros receberam tratamento em
um hospital de Áden.
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9) CATÁSTROFE DE COURRIÈRES
Imagem e título do Le petitJournal(26 de março de 1906).
Os poços da companhia datavam da época do segundo império, e tinham importantes túneis
de hulha; o trabalho de extração era feito a profundidades entre 326 e 340 metros.
Uma grande explosão - extremamente violenta - foi ouvida às 6h34m da manhã de sábado 10
de março de 1906. Uma jaula do elevador subterrâneo do túnel 3 saiu projetada pelos ares,
danificando a entrada da mina: vidros e tetos foram derrubados; uma jaula do túnel 4 foi
extraída contendo apenas mortos e vítimas inconscientesContrariamente ao que sempre se
pensara, o incêndio que decorreu nos dias precedentes não seria a causa direta que contribuiu
para degradar as condições de trabalho no fundo (gases tóxicos) e aumentaram a mortalidade;
de facto, tinha-se descoberto fogo em um dos túneis de Méricourt. Os engenheiros e chefes
decidiram erguer barreiras para o reter. Pierre Simon, um delegado mineiro, solicitou que
ninguém descesse até que o fogo se tivesse extinguido, mas a sua advertência não foi levada
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em conta. A explosão foi provavelmente causada por grisu devido ao uso de lâmpadas sem
proteção.
9.1 A TRAGEDIA
Os poços da companhia datavam da época do segundo império, e tinham importantes túneis
de hulha; o trabalho de extração era feito a profundidades entre 326 e 340 metros.
Uma grande explosão - extremamente violenta - foi ouvida às 6h34m da manhã de sábado 10
de março de 1906. Uma jaula do elevador subterrâneo do túnel 3 saiu projetada pelos ares,
danificando a entrada da mina: vidros e tetos foram derrubados; uma jaula do túnel 4 foi
extraída contendo apenas mortos e vítimas inconscientes.
Contrariamente ao que sempre se pensara, o incêndio que decorreu nos dias precedentes não
seria a causa direta que contribuiu para degradar as condições de trabalho no fundo (gases
tóxicos) e aumentaram a mortalidade; de facto, tinha-se descoberto fogo em um dos túneis de
Méricourt. Os engenheiros e chefes decidiram erguer barreiras para o reter. Pierre Simon, um
delegado mineiro, solicitou que ninguém descesse até que o fogo se tivesse extinguido, mas a
sua advertência não foi levada em conta. A explosão foi provavelmente causada
por grisu devido ao uso de lâmpadas sem proteção.
9.2 NUMERO DE VITIMAS
O acidente originou um total oficial de 1099 vítimas, dos cerca de 1800 mineiros que se
encontravam no local nesse dia, mas o número real foi provavelmente superior em virtude da
presença de trabalhadores "irregulares", cujas mortes não foram imputadas a este acidente.
Além disso, a maior parte dos trabalhadores morreram asfixiados ou queimados pelas rajadas
ardentes de gás tóxico. Apenas 576 mineiros conseguiram escapar da catástrofe. Ao número
deve adicionar-se a morte de pelo menos 16 membros das equipas de socorro e resgate que
intervieram sob precárias condições de higiene e segurança.
O grande número de vítimas deveu-se em grande parte à obstinação da companhia mineira,
que continuou o trabalho de exploração quando no fundo da minha havia um incêndio ainda
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não extinto, enquanto os fumos e gás tóxico ocupavam as galerias. Talvez o número de
mortos pudesse ter sido menor se as buscas não se tivessem detido ao terceiro dia e se uma
parte da mina não tivesse sido tapada com um muro, para sufocar o incêndio e preservar a
jazida. A gestão da crise por parte da companhia foi particularmente desastrosa para os
mineiros e pelas suas famílias. A companhia foi acusada de ter ignorado a segurança dos
mineiros, à custa de proteger a infraestrutura, em particular ao tomar a decisão de murar as
galerias e de inverter o fluxo de ventilação de ar para extrair o fumo e sufocar o incêndio em
vez de ajudar facilitando o trabalho dos socorristas, enviando-lhes ar fresco.
Além disso, nos três primeiros dias, os corpos extraídos da mina não foram apresentados às
suas famílias para serem identificados. Quando foi possível, não abriu mais que um só dia: as
famílias deviam assim passar um dia diante dos mil corpos para identificar quem era seu
familiar. Nenhum responsável da mina, nem qualquer funcionário, deu informação aos
familiares.
9.3 SOBREVIVENTES
Em 30 de março, vinte dias depois da explosão, treze "rescapés"(sobreviventes), conseguiram
pelos seus próprios meios sair para a superfície, depois de terem andado quilómetros, dentro
da escuridão total, comendo o que encontravam -comida dos mineiros- e sacrificando um
cavalo. Um décimo-quarto sobrevivente foi encontrado em 4 de abril, graças à ajuda de uma
equipa de socorristas portugueses que se ofereceram espontaneamente para ajudar e que
levavam aparelhos respiradores que faltavam às companhias mineiras locais. É preciso notar
que quando os socorristas alemães chegaram, as buscas já tinham sido abandonadas, além de
terem sido recebidos com hostilidade devido à crise franco-alemã em Marrocos.O último
sobrevivente dos 14 "rescapés" chamava-se Honoré Couplet e morreu em 1977, aos 91 anos.
De entre os sobreviventes, dois continuaram a trabalhar na mina durante 42 e 45 anos, já que
era o seu único modo de subsistência.
9.4 REPERCUSSAO POLITICO - SOCIAL
A comoção que se seguiu à polémica sobre a gestão do auxílio deu origem a um grande
movimento de greve. Em 13 de março, após as exéquias das primeiras vítimas, na fossa
comum de Billy-Montigny, sob uma tempestade de neve, na presença de 15000 pessoas, o
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diretor da companhia foi recebido com insultos e gritos de "assassino!" e teve que fugir
rapidamente. A multidão gritava "Viva a revolução! Viva a greve!". No dia seguinte, os
mineiros recusaram regressar ao fundo da mina. Os sindicatos convocaram uma greve. O
movimento estendeu-se a todos os sítios mineiros da França e mesmo a Borinage (Bélgica).
Em 16 de março, 25000 trabalhadores declararam estar em greve, cifra que ascendeu a 60000.
Os incidentes multiplicar-se-iam entre os grevistas e os que não o eram, mas também originou
uma luta entre partidários do "Sindicato Velho", dirigido por ÉmileBasly, e do "Sindicato
Jovem", afiliado na CGT e dirigido por BenoîtBrotchoux. Frente aos mineiros encolerizados,
George Clemenceau, então ministro do interior, mobilizou 30000 oficiais e soldados e enviou
treze comboios com militares. Houve numerosas detenções.
A catástrofe teve lugar vinte anos depois da publicação da primeira edição da
novela Germinal, de Émile Zola, cuja história gira em torno de uma greve numa mina de
carvão.
10)EXPLOSÃO DA FÁBRICA DE WEST 2013
Desastre industrial que teve lugar na cidade de West, estado do Texas, nos Estados Unidos, no
dia 17 de abril (segundo o horário local do Texas).
10.1 ACONTECIMENTOS22
uma explosão ocorreu aproximadamente às 19:50 (hora local), 00:50 hora UTC do dia 18 de
abril na fábrica de fertilizantes West na cidade de West, Texas, a 29 quilómetros a norte
de Waco. Esta explosão provocou pelo menos 15 mortos e mais de 160 feridos. Não se sabe
ao certo quais as causas da explosão. Segundo a imprensa internacional, as primeiras
hipóteses indicaram que teria deflagrado um incêndio num dos edifícios da fábrica, e as
chamas teriam entrado em contacto com amoníaco, o que poderia ter provocado a grande
explosão. Mas as autoridades foram cautelosas. "Neste momento não sabemos [quais são as
causas]", disse uma fonte citada pela BBC. Além da fábrica, os outros edifícios afetados
foram, a escola West MiddleSchool, situada próxima da fábrica e um edifício de
apartamentos.
A West FertilizerCompany pertence na atualidade à Adair Grain, Inc. tem fornecido produtos
químicos como fertilizantes aos agricultores desde a sua fundação em 1962 até à sua
destruição em 2013.. A fábrica foi inspecionada pela OSHA em 1985. Na época, de acordo
com os registos da Associated Press, a OSHA verificou que a fábrica tinha um
armazenamento de amoníaco e multou-a com 30 dólares; a OSHA poderia ter-lhe exigido
uma multa superior a 1.000 dólares. Além disso a mesma agência citou a fábrica por violações
de padrões de proteção respiratória, mas não impôs multas. O que foi errado na época, se
houvessem exigido melhorias talvez o incidente não tivesse acontecido.
Depois de uma acusação em 2006 sobre o cheiro que vinha da fábrica, a Texas Commissionon
Environmental Quality investigou e citou que a fábrica não tinha obtido autorização para os
dois tanques de armazenamento de amoníaco. Uma autorização foi publicada uma vez que a
fábrica estava de acordo com os regulamentos e recomendações da agência.
Na altura da explosão, a fábrica tinha a autorização para armazenar 24.493 quilos
de amoníaco. Apesar disso, os funcionários da companhia arquivaram um relatório de um
plano de emergência com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, a EPA,
declarando que não havia risco de fogo ou de explosão na fábrica/usina . O mesmo relatório
afirmava que a fábrica não tinha qualquer equipamento de segurança aos fogos, tal como
alarmes e sistemas aspersores. De acordo com a EPA nos finais de 2012, a companhia
armazenava 245 toneladas de nitrato de amônio e 50 toneladas de amoníaco na fábrica.
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Além das consequências em vítimas humanas, a explosão provocou ainda um sismo, registado
mesmo num sismógrafo.
10.2 SISMÓGRAFO DE HOCLEY:
Sismógrafo de Hockley, a (228 km) a sudeste de West, mostrando o tremor de terra causado
pela explosão. Pessoas que viviam em redor de West relatam que a explosão foi sentida como
um terremoto/terramoto. O United StatesGeologicalSurvey gravou a explosão como um
tremor de 2.1 de magnitude. A explosão foi ouvida em lugares afastados como Ennis, a 64
quilómetros a NNE de West, Hillsboro, Waxahachie, DeSoto e até emArlington.
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REFERENCIAS
Approaches to Water Pollution Control, Minamata City, Kumamoto Prefecture
Allchin, Douglas. The Poisoning of Minamata.
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/em-2001-explosao-da-plataforma-36-deixou-
11-mortos-na-bacia-de-campos-9483525#ixzz3m6yruOa5
Explosão no Texas provoca pelo menos 15 mortos.Ler mais: http://expresso.sapo.pt/explosao-
no-texas-provoca-pelo-menos-15-mortos=f801117#ixzz2QwX7RMW3 Expresso. Visitado
em 19 de abril de 2013.
Marisa Soares e Victor Ferreira. Forte explosão em fábrica no Texas faz 14 mortos, diz
mayor de West. Visitadoem 19 de abril de 2013.
Multiple injuries reported in explosion at Texas fertilizer plant.
West Fertilizer Plant Showed Few Warning Signs
I-Team: What Went Wrong At West Fertilizer Plant
George, Timothy S. (2001). Minamata: Pollution and the Struggle for Democracy in Postwar
Japan. Harvard University Asia Center. ISBN 0674007859.
Steingraber, Sandra. (2001). Having Faith: An Ecologist Journey to Motherhood. Perseus
Publishing. ISBN 0425189996.
25
"Without Warning, Molasses in January Surged Over Boston". Eric Postpischil's
Domain (Smithsonian Institution), 24 de novembro de 2004
Dark Tide: The Great Boston Molasses Flood of 1919. Stephen Puleo. Beacon Press. ISBN 0-
8070-5021-0 (2004).
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