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Nº 56 - jul./ago./set. de 2011 - ANO XII Associação de Deficientes Visuais e Amigos Banda Comitatus é fã da ADEVA Parceiros p. 6 Powerlifting: uma modalidade em alta Esporte p. 11 10 anos desenvolvendo talentos Editorial p. 2 Shutterstock Divulgação corposanoacademia.com

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Nº 56 - jul./ago./set. de 2011 - ANO XII Associação de Deficientes Visuais e Amigos

Banda Comitatus é fã da ADEVA

Parceiros p. 6

Powerlifting: uma modalidade em alta

Esporte p. 11

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Há dez anosNo próximo dia 4 de outubro, o Centro de Treinamento Mário Covas, onde a ADEVA

ministra seus cursos, completa dez anos. Voltando ao passado, lembramos que tudo começou quando o então governador Mário Covas, de saudosa memória, recebeu a diretoria da ADEVA na tarde ensolarada de 6 de outubro de 2000. Tínhamos pedido ajuda na busca por um lugar onde pudéssemos oferecer, de forma continuada, os cursos de capacitação profissional às pessoas com deficiência visual. Já havia um projeto em curso, o “Desenvolvendo Talentos”, em parceria com a Fundação Vitae, organização internacional que atuou no Brasil financiando aquisição de equipamentos e formação de pessoal.

Mário Covas recebeu-nos com um decreto pronto, que cedia à ADEVA o uso de algumas salas inativas na E.E. Profª Marina Cintra, no bairro da Consolação, afirmando que essa colaboração era devida à importância do nosso trabalho e “ao entusiasmo que os move e que poucos têm”.

Assinado o documento, sentamos com o então secretário de Governo e Gestão Estratégica, Antônio Angarita, com o secretário-adjunto da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho (Sert), José Luiz Ricca, com outros assessores e começamos a planejar as ações necessárias para a implantação de um centro de treinamento. Foi constituído um grupo para decidir as adequações necessárias para o espaço e elaborar um protocolo de intenções entre a ADEVA, Sert, Secretaria da Educação e Secretaria da Energia. Diversos parceiros cederam linhas telefônicas, móveis, instalação de rede e o centro de treinamento estava pronto em um ano. No dia 4 de outubro de 2001, batizado com o nome de seu maior incentivador, foi inaugurado. Infelizmente, nosso amigo partira para a eternidade. Sua esposa, Lila Covas, honrou o evento e descerrou a placa inaugural.

Hoje, o Centro de Treinamento Mário Covas está instalado na E.E. Lasar Segall, na Vila Mariana, conta com mais salas, uma gráfica braille, mais equipamentos, colaboradores e ampliou o número de atendimentos. Nesses dez anos, oferecemos cerca de 10 mil atendimentos e mais de 30 diferentes cursos de capacitação profissional para as pessoas com deficiência visual. Buscamos novos parceiros que nos ajudam a alimentar com cidadania, conhecimento e competência nossos alunos.

No próximo dia 17 de outubro, às 20h, na Assembleia Legislativa de São Paulo, vamos comemorar esse sucesso.

Estão todos convidados.

Por Markiano Charan Filho e Sandra Maciel, diretor-presidente e diretora vice-presidente da ADEVA

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“É impossível não mencionar a Lei de Cotas quando o assunto é mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. A Lei 8.213/91 facilitou-lhes o ingresso no mundo corporativo, porém é inevitável reconhecer que seus moldes não são suficientes para assegurar o direito ao trabalho especificado na Constituição de 1988.

Muitas empresas divulgam programas a maior parte voltada a cargos adminis-trativos. O processo seletivo desconsidera os candidatos preparados para exercer outras funções e avaliam da mesma forma desde os que não têm um dedo até aqueles com movimentos e falas muito comprometidos, apontando um despreparo para tratar

com a diversidade. Ao longo dos dez anos de minha trajetória, vivenciei pessoalmente essa realidade.

Comecei a trabalhar no programa de empregabilidade da Serasa, participei das primeiras turmas de informática da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara) em 1997, fiz cursos na Legião da Boa Vontade (LBV) e na ADEVA. Como trainee, participei sozinha de todo o processo, já que a empresa não tinha um programa modelado para deficientes. Graduada em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), com especialização pela Fundação Getúlio Vargas, trabalhei em grandes empresas nas quais eu e meus colegas com alguma deficiência não éramos devidamente distinguidos e respeitados enquanto profissionais. Apesar da minha qualificação, não recebia oportunidades de desenvolvimento iguais às oferecidas aos demais funcionários. Após passar por duas empresas e alguns gestores e por sempre me posicionar contra essa postura, acredito que começo a ter o devido reconhecimento.

Não se pode negar que um grande passo foi dado nesses vinte anos, mas há muito ainda a ser modificado por parte das corporações.”

Daniela Aparecida Rodrigues dos Santos (29)é economista e atua como analista de crédito

Ainda sobre a Lei Criada para diminuir a exclusão e o preconceito contra as pessoas com

necessidades especiais, a Lei de Cotas completou 20 anos em 24 de julho. Muitas empresas ainda não se adaptaram à legislação. O Ministério Público do Trabalho de São Paulo registra alta de 83,3% nas denúncias dessa natureza, numa comparação entre 2010 e os primeiros seis meses de 2011. No ano passado, 138 procedimentos foram instaurados pelo Ministério Público. Em 2011, 253 denúncias resultaram em inquérito civil, incluindo reclamações contra firmas que não cumprem a cota. A maior parte, 157 denúncias, está concentrada na capital, na Baixada Santista e na Grande São Paulo.

Fonte: Jornal da Tarde, 30 de junho 2011. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/2011/06/>. Acesso em: jul. 2011.

Legendas: 1. Sandra Maciel; 2. Fachada da E.E. Marina Cintra; 3. Markiano Charan Filho e Lila Covas descerram placa comemorativa da inauguração; 4. Infocentro; 5. Corredor de acesso às salas de aula; 6. Recepção do Centro de Treinamento “Mário Covas”; 7. Alunos do curso de Informática.

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Venha comemorar conosco no próximo dia 17 de outubro, às 20h, na Assembleia Legislativa de São Paulo!

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Lei de Cotas: bem ou mal?

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Reinaldo com a esposa, Lúcia, e os filhos, Lucas e Laura.

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Signo: Leão.

Cor: Azul e amarelo.

Hobby: Ler.

Um livro: As obras de Machado de Assis.

Um filme: Forrest Gump, com Tom Hanks.

Estilo de música: Todos, menos sertanejo moderno.

Uma música: Nenhuma preferida.

Cantora: Elis Regina.

Cantor: Djavan.

Sobre a deficiência: Um fator de desenvolvi-mento do ser humano.

Religião: Espírita.

Deus: A inteligência su-prema do Universo.

Amigos: Tesouros da nossa vida.

Amor: Excelência do relacionamento.

Esporte preferido: Futebol.

Time: São Paulo.

Família: Alegria de viver.

Um sonho: Construir um lar-escola para crianças carentes.

O que fazer para viver me-lhor? Ajudar ao próximo.

Uma frase: A perseverança é a chave do sucesso pessoal.

Jogo rápido com

Reinaldo Miluzzi

Um juiz inspirado em São PauloO amor ao próximo move seu trabalho e sua conduta

“Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência, que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.” Inspirado na carta de São Paulo aos Coríntios (13,1-2), o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), Reinaldo Miluzzi, se entrega ao trabalho, praticando justiça e ajuda ao próximo.

Na entrevista dada ao Conviva, com riqueza de pensamentos e grande habilidade para lidar com as palavras, ele falou sobre ser juiz, ser pai e ser amigo e trabalhador voluntário da ADEVA. “Foi o Antônio Resende, meu colega na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, quem me apresentou a entidade. Assim que ela foi instituída, eu aderi e comecei a trabalhar, participei até da compra da sede, na rua Brigadeiro Tobias, onde realizávamos todas as reuniões importantes e palestras, sempre lideradas pela Sandra Maciel, atual vice-presidente da entidade. Como advogado, eu redigia os ofícios que enviávamos para entidades e empresas, pleiteando colocação profissional para as pessoas cegas, sobretudo na área de informática”, recorda. “Mas também organizei bingos e churrascos, ampliei cartilhas e gravei livros didáticos.”

Nascido em Guatapará, interior de São Paulo, no dia 6 de agosto de 1946, é filho do Sr. Nelo, lavrador e operário, e da sra. Ermínia, dona de casa, pais de oito filhos. Fez o curso primário no grupo escolar da fazenda Guatapará, continuou os estudos no seminário São José, em Ribeirão Preto e, já morando com os pais em São Paulo, cursou Direito e casou-se com a Lúcia, com quem tem dois filhos, o Lucas e a Laura.

No cargo de desembargador do Tribunal, Reinaldo atua com Direito Público – julga questões referentes a impostos estaduais, municipais, ao funcionalismo e a ações de cidadãos “que, por exemplo, precisam de algum remédio que não podem comprar pelo alto custo”.

Continua atento à ADEVA, mesmo a distância. “Ajudamos a montar o alicerce; eles, o Markiano e a Sandra, da qual sou ‘macaco de auditório’, estão levantando o edifício”.

Por Lúcia Nascimento, jornalista

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GincanaA equipe Golfinhos, representante da ADEVA

na I Gincana Louis Braille, do Centro Cultural São Paulo, lidera o evento. Celso Freitas, presidente do Clube de Xadrez de São Paulo, venceu o torneio dessa modalidade, e a dupla do dominó, Eva Martins e Sérgio Danna, conseguiu o 2o lugar. Até 29 de outubro, data de encerramento do evento, aguardem mais notícias.

Jantar de aniversário

Reserve esta data - 23 de novembro de 2011, 19h30, Bar Brahma, av. São João, 677, jantar em comemoração aos 33 anos da ADEVA, com show de Jair Rodrigues.

I festa julinaCom música, comes e bebes “caipiras”, os Santos de

junho foram lembrados e comemorados dia 16 de julho no arraial da ADEVA. Confira quem esteve por lá.

Visita inesquecívelNo último dia 21 de maio, amigos, funcionários e a diretoria da ADEVA estiveram na Associação Portuguesa

de Desportos, a convite de seus dirigentes. Instalados nas numeradas cobertas, assistiram a esmagadora vitória da Lusa sobre o Náutico de Pernambuco por 4 a 0, no jogo válido para a primeira rodada do Campeonato Brasileiro Série B. Antes, porém, fizeram o reconhecimento do local, andaram pelo campo de futebol do estádio Dr. Osvaldo Teixeira Duarte, sentindo a extensão do campo, as traves, a rede e até ensaiaram alguns chutes a gol. No Museu, conheceram a gloriosa história da Lusa do Canindé. Os anfitriões – diretores, conselheiros e todos os funcionários, capitaneados pelo Gustavo da Silva, do departamento de marketing do Clube – acompanharam a visita com enorme simpatia e competência. Nosso muito obrigado a todos e também à empresa Sunflower Agência de Viagem e Turismo, que ofereceu graciosamente o ônibus que nos levou até lá.

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Acompanhe a ADEVA!

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A banda Comitatus surgiu em 1976, na cidade de São Paulo, para homenagear os Beatles reproduzindo suas músicas com a maior fidelidade possível.

Inicialmente foi composta pelo Beto [Carlos Alberto Herédia Pereira], guitarrista e tecladista, e o Paulo Marcos [Ragnole Silva], baixista e responsável pela coreografia de palco, e por outros integrantes que ora chegavam, ora partiam. “Hoje, além dos ‘fundadores’, conta com o Eugênio [Machado Cordaro], guitarrista, que responde pelos efeitos sonoros e visuais, especiais e onomatopéicos; com o Hélio [Padula], tecladista, que também toca violão e tem a regência de palco; e comigo, o baterista”, conta [Luiz] Morita. “E todos são responsáveis pelos vocais”, acrescenta.

Entre os anos 1980 e 1990, fizeram diversos shows pelo interior e litoral de São Paulo e tocaram no Calabar, um barzinho na alameda Itu, em São Paulo. Desde 2000, apresentam-se regularmente no Memphis, um bar em Moema.

Durante três temporadas memoráveis, passaram por Liverpool, cidade natal da banda inglesa, apresentando-se no Cavern Club, na Castle Street, para 5.000 pessoas, e outras casas de shows. “Estivemos também em Londres, onde gravamos uma música de autoria do Beto, Winter and summertime, um rock estilo anos 60, no Abbey Road Studios, estúdio famoso por ter sido utilizado pelos Beatles para gravar ao vivo e em transmissão mundial All you need is love em 1967”, recorda Morita.

Em 2000, venceram o festival Liverpool Nights de grupos covers dos Beatles, que reuniu mais de 45 conjuntos aqui no Brasil.

Comitatus e ADEVAA fama da banda chegou à Cesp [Companhia Energética

de São Paulo] onde o Morita trabalha. “Em 2009, o Markiano, presidente da ADEVA e colega de Cesp, nos convidou para tocar no jantar de aniversário da entidade. Aceitamos, é claro, e repetimos a apresentação no ano seguinte, porque ser parceiro deles é um privilégio para nós, diante do trabalho sério e profissional que desenvolvem, que merece todo o apoio”, afirma Morita.

Segundo ele, que tem deficiência auditiva, “causada por uma infecção renal aos 21 anos e pela elevada carga sonora a que me submeti tocando bateria desde os 16 anos”, as pessoas com necessidades especiais, aqui no Brasil, ainda não recebem tratamento adequado.

“Cabe às autoridades públicas aplicar as mudanças necessárias, em termos de infraestrutura de acessibilidade, de sinalização, e promover campanhas educativas dirigidas aos cidadãos não deficientes! Em 2000, no início do desenvol-vimento do projeto de reconstrução dos Edifícios Sede I e Sede II, principais escritórios da Cesp, danificados no incêndio de 1987, previmos sanitários acessíveis em todos os andares, embora a legislação da época não exigisse. Tivemos a preocupação de permitir o acesso a todos, independen-temente da sua condição física. A acessibilidade é coisa séria e tem de ser respeitada e implementada por quem de direito, seja o empreendedor, seja o poder público”, conclui.

ComitatusEles são covers dos Beatles e fãs da ADEVA

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Mestre do DireitoRoberto usa a cátedra para exercer cidadania

“A paixão pelo Direito tem tudo a ver com a minha vontade de ser livre.” É assim, por meio de sua profissão, que o advogado Roberto Bolonhini Júnior dribla a deficiência visual e busca a integração social, sua e das outras pessoas com necessidades especiais. Mestre em Direito Civil, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), há 16 anos Roberto é professor da Universidade São Judas Tadeu, no bairro da Mooca, tendo lecionado em diversas outras escolas de ensino superior.

Foi o primeiro cego a estagiar na Procuradoria Pública do Estado, hoje Defensoria Pública. Em 1990, recém-formado, Roberto foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sem ter feito cursinho preparatório. Em 1994, concluiu os créditos e, em 1996, defendeu sua tese de Mestrado, obtendo nota 10! Atualmente, cursa o Doutorado na PUC-SP.

Roberto desenvolve há dez anos, em parceria com a Universidade, o projeto SOS Direito. “No SOS Direito, atendo a população em geral e informo seus direitos básicos, na área civil, do consumidor e em relação à legislação referente às pessoas com deficiência”, explica. O resultado desse trabalho está registrado no livro “Portadores de necessidades especiais e a legislação brasileira”, lançado em 2010 pela editora Atlas. Em parceria com o ex-aluno, Fábio Vieira Figueiredo, Roberto publicou “Direito Civil (contratos)”, pela Rideel.

Roberto também orienta as monografias dos alunos da graduação e da pós-graduação, onde é o responsável pelo curso de Direito Civil e Processo Civil. Todo mês ministra uma palestra, aberta ao público, com temas de interesse da comunidade. Atende o público todas as segundas-feiras, das 14h às 18h, na rua Marcial, 91, Mooca, no escritório conduzido pela advogada e ex-aluna, Maria Helena de Carvalho, com quem é casado há cinco anos. “Ela é o meu braço direito e o amor da minha vida”, declara.

Para atingir metas “Lutar para viver, viver para lutar” é a frase inscrita em braille na capa do

seu livro sobre legislação e que “define a minha trajetória de vida e vai pautá-la até que Deus me dê saúde e existência”, afirma.

Nascido em 19 de setembro de 1964, Roberto ficou cego aos dez anos de idade por causa de descolamento de retina genético. “Estudei em escolas normais, num período em que não tinha livros em braille, nem computadores para cegos. Contava com a boa vontade dos colegas e de amigos que gravavam os livros em fitas cassetes”, lembra. Apesar das dificuldades, ele era um dos melhores alunos da escola.

Roberto diz que teve muita sorte e atribui as suas conquistas às oportunidades que encontrou, mas afirma que o deficiente que quiser vencer deve fazer do estudo a grande perspectiva de vida e buscar na mídia eletrônica recursos para uma boa qualificação. “Nos próximos dez, 15 anos, qualquer brasileiro, princi-palmente a pessoa com deficiência, que não estiver qualificado e devidamente educado, terá dificuldade de ingressar e vencer no mercado de trabalho.” E, lamentavelmente, o preconceito e a resistência do Estado e da iniciativa privada impedem que se invista na qualificação das pessoas com deficiência. Estes, por sua vez, como qualquer outra pessoa, agarraram-se no que lhes é oferecido, como o benefício garantido pela Lei Orgânica de Assistência Social, o Loas, ou se submetem a receber um salário sem trabalhar. Eu não critico, mas é ruim, porque a empresa cumpre a cota, mas não investe na qualificação”, opina.

Por Lúcia Nascimento, jornalista

Bolonhini é um advogado dedicado ao ensino

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www.caronetas.com.br

O Caronetas pretende criar a cultura da carona e integrá-la na

rotina dos brasileiros. Com a ajuda de ferramentas que garan-

tem segurança, praticidade e gratuidade para quem oferece

e para quem procura carona, o site integra colaboradores de

empresas e tem uma missão: tirar 100.000 carros das ruas até

o final de 2011.

www.educarparacrescer.abril.com.br

A proposta do site é melhorar a qualidade da Educação básica

do Brasil, país que ainda tem 13,9 milhões de analfabetos (Censo

2010). Mais de 300 jornalistas alimentam suas páginas com

reportagens, entrevistas, jogos e artigos sobre Educação, diri-

gidos a professores, estudantes, pais, dirigentes, empresários.

www.thepresleyradio.nl

Uma rádio onde se toca Elvis Presley 24 horas por dia, sete

dias por semana. Para ouvir, gratuitamente, as memoráveis

gravações do Rei do Rock, do início da sua carreira em 1954

até os sucessos dos anos 1970, pode-se optar pelo iTunes,

MediaPlayer ou pelo WinAmp.

Relatório mundial sobre deficiência

No último dia 9 de junho, na sede do Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, Suíça, foi divulgado o Relatório Mundial sobre Deficiência (World Report on Disability). O documento é uma atualização sobre o que aconteceu nos últimos trinta anos nessa área e traz recomendações para ações de apoio à Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências, ratificado pelo Brasil em 2008. Segundo o Relatório, mais de um bilhão de pessoas no mundo têm deficiência e 80% vive em países em desenvolvimento, com piores condições de saúde, baixo nível educacional e menos oportu-nidades econômicas na comparação com o restante da população. O Relatório completo pode ser acessado no endereço <http://whqlibdoc.who.int/publications/2011/9789240685215 _ eng.pdf>.

Audiodescrição e a TV

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério das Comunicações anunciaram, no último dia 20 de junho, a implementação da audiodescrição na TV aberta brasileira. Desde 1º de julho, as emissoras de televisão com sinal digital estão colocando no ar pelo menos duas horas, por semana, de programas com audiodes-crição. Atualmente, a Globo está transmitindo o Tela Quente nas noites de segunda-feira (22h) e o Temperatura Máxima nas tardes de domingo (14h), enquanto o SBT transmite o Chaves às sextas-feiras (17h30) e o Jornal Manhã (6h) aos sábados. A MTV veicula a audiodescrição no MTV Comédia (00h15) às quartas-feiras e aos sábados (22h15). O governo federal assumiu o compromisso de disponibilizar o sinal de todas as emissoras em sistema digital aos cinco mil municípios brasileiros até 2016.

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Um mundo no seu bolso Os smartphones também servem para quem não enxerga

Em 1983, quando o primeiro celular, pesando 800 g, chegou ao mercado, era difícil imaginar que em menos de três décadas estaríamos falando em smartphones, uma combinação de duas classes de dispositivos: os celulares e os assistentes pessoais (como os Palms e os Personal Digital Assistants-PDAs). O grande diferencial desse novo dispositivo é a sua capacidade de se conectar.

Hoje, esse aparelhinho que pode ter menos de 200 g e cabe no bolso, está se tornando cada vez mais indispensável. Seja através do bluetooth, 3 g ou wireless, mesmo aparelhos relati-vamente simples e baratos são capazes de navegar na WEB, acessar as redes sociais, rodar clientes de e-mail, fazer chamadas por VoIP (Skype), sem contar que podem ser usados como câmera fotográfica, filmadora, reprodutor de música e vídeo, navegador de GPS [Global Positioning System], dentre muitas outras funções. Contudo, o mais importante recurso é permitir que sejam instalados softwares desenvolvidos para seus sistemas operacionais. Graças a isso, surgiram os leitores de tela para smartphones. Com eles, os deficientes visuais foram inseridos nesse novo mundo da comunicação.

Há aproximadamente uma década, pode-se contar com o leitor de tela para o celular chamado Talks, com o qual é possível realizar praticamente todas as operações em um celular como acessar a agenda, e-mail, internet, enviar e receber torpedos, ler textos (livros), ouvir música e muito mais.

Desenvolvido inicialmente para o Nokia Navegator 9110, como a Nokia apostou fortemente na plataforma Symbian, rapidamente ganhou

visibilidade quando evoluiu para esse sistema operacional. Embora também funcione no Windows Mobile, a versão para Symbian é a mais usada em todo o mundo. Adquirido pela Nuance, é representado pela empresa portuguesa, com filial no Brasil, a Tiflotecnia e pela Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara), que atende pessoas com deficiência visual em São Paulo (SP). Seu custo é de R$ 495,00 o que dificulta a aquisição por grande parte dos deficientes visuais brasileiros.

Aplicativo gratuitoPensando nisso é que, na X Feira

Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), que aconteceu em abril deste ano, em São Paulo, o Bradesco lançou o aplicativo Bradesco Celular para deficientes visuais.

Assim como aconteceu com o Virtual Vision, mais uma vez o Bradesco sai na frente e adapta seu ambiente para que, com a ajuda do Talks, uma pessoa com deficiência visual possa realizar operações bancárias pelo celular sem auxílio de terceiros. E o melhor... sem qualquer custo. Para ter direito a uma cópia, é preciso ter, ou abrir uma conta no banco, apresentando RG, CPF e um comprovante de residência atualizado. Se for menor de idade, deve estar acompanhado de um adulto responsável por ele.

Para obter a licença do Bradesco Celular, basta solicitá-la ao gerente de conta, mencionando a circular operacional publicada em 18 de abril. Mais ou menos em sete dias, o Bradesco envia um comunicado por e-mail ou telefone com a chave de ativação. Basta seguir as instruções para fazer o download do software, instalá-lo e

registrá-lo.Para a instalação do Talks, é

interessante pedir ajuda a um técnico ou a alguém com experiência no assunto. Quem gosta de se aventurar nesse mundo, sugerimos seguir estes passos: instale o Eloquence 6.123, em seguida o Talks 5.20 e envie um SMS com o código recebido do Bradesco para a Nuance. Escolha registrar por SMS no painel de controle do Talks. Lembre-se que

é imprescindível ter permissão para envio de SMS interna-

cional, uma vez que os servidores da

Nuance não estão no Brasil.

Pa r ab éns ao Bradesco por mais essa iniciativa.

Por Laercio Sant’Anna,

analista de sistemas da Prodam

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Bons ventos geram boa energia O Brasil detém um dos maiores potenciais de correntes de vento do mundo

Os bons ventos do Nordeste ajudam o jangadeiro, amenizam o calor e geram energia eólica, considerada uma das fontes energéticas mais limpas, abundantes e renováveis.

Quem esteve há pouco no Ceará ou no Rio Grande do Norte, provavelmente observou as altas torres brancas, com aproximadamente 110 metros de altura e enormes hélices, que captam a força dos ventos para geração de energia eólica. Esses estados têm duas vezes mais capacidade de geração que a Alemanha.

Segundo os especialistas da área, ventos a partir de 21,6 km/h, presentes por cerca de cinco horas por dia, são viáveis para aproveitamento. O Brasil, com terrenos e ventos em abundância, na Chapada Diamantina, no sul do País, mas sobretudo no litoral nordestino, poderia aproveitar melhor esse recurso. Possuímos um dos maiores potenciais de

correntes de vento do mundo, 143.000 MW, mas somente 930 megawatts (0,65%) do que poderia ser explorado se aproveita atualmente. Por outro lado, 77% da energia consumida no Brasil é gerada a partir de hidrelétricas e menos de 1% é eólica.

Para quem quer saber mais, o atlas do potencial eólico brasileiro pode ser consultado no site do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), disponível em: <www.cresesb.cepel.br>.

PerspectivasCom a implementação do Programa

de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) pelo governo federal, uma atenção especial passou a ser dada ao Nordeste, região cujas condições naturais de relevo, clima, constância e força dos ventos sem muita turbulência são favoráveis à produção de energia eólica. No Brasil há cinquenta parques eólicos em operação e 35 sendo construídos, que devem garantir mais um gigawatt na rede de transmissão nacional.

A média mundial de geração de energia de uma turbina de um megawatt é aproximadamente 27% da capacidade plena por ano. A média brasileira chega a 50%. Por tudo isso, o Brasil tornou-se a

bola da vez, atraindo os maiores investidores mundiais

para os leilões de energia eólica.

A partir de 2020, passaremos a pagar pelas

emissões de gás carbônico, o que

certamente influenciará favora-velmente as decisões de investimentos na geração da energia dos ventos. Segundo um estudo da Secretaria de Infraestrutura do Ceará, o estado evitará, por ano, o equivalente à emissão de um milhão de toneladas de dióxido de carbono (o maior vilão do aquecimento

global) quando tiver com sua capacidade total de geração instalada.

Em todo o País, onde há bons ventos, pequenas turbinas podem ser instaladas em empresas, como hotéis, por exemplo, para suprir a energia elétrica consumida em seus centros de convenções, restau-rantes, espaços de lazer, inclusive com um bom retorno de marketing.

Apesar desse momento favorável à energia eólica, com leilões concorridos e a previsão de multiplicação da geração por 14 ao longo desta década, nada indica que se abrirá mão das fontes tradicionais de fornecimento.

A matriz hidrelétrica ainda é prioritária para o governo, que tem investido em obras de médio e grande porte na região amazônica, mesmo com tensões sociais e críticas em função do impacto ambiental que têm provocado.

Custo ambientalLíderes comunitários das localidades

onde parques eólicos foram construídos denunciaram, junto ao Ministério Público Federal, problemas relacionados a sua instalação, como o aterramento de lagoas, interferências em aquíferos, a devastação de dunas, a destruição de casas e os conflitos com comunidades de pescadores. Parte do litígio resulta da decisão de aproveitar a altitude das dunas para potencializar a captação dos ventos mais intensos, considerando--se apenas as vantagens econômicas, ignorando os custos ambientais. As comunidades locais não tiveram nem o benefício da energia elétrica e suas casas continuam sem luz, pois toda a energia gerada é vendida.

De maneira geral, qualquer obra gera impacto durante sua instalação. Cientes desse fato, em relação aos parques eólicos, os projetos futuros devem fazer o possível para evitar ou minimizar seus efeitos negativos.

Por Sidney Tobias de Souza, analista de sistemas da Prodam

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Desde os Jogos Mundiais da Internacional Blind Sports Federation (IBSA), realizados no estado de São Paulo, em 2007, pessoas com deficiência visual passaram a frequentar academias para praticarem uma modalidade esportiva que, até então, era absolu-tamente desconhecida desse público: o powerlifting.

Participaram dessa competição mundial cinco atletas provenientes de outras modalidades, porém já conquistando medalhas, o que acabou despertando o interesse de diversas pessoas que buscaram as academias para praticar o novo esporte.

Diferentemente das modalidades paradesportivas e paraolímpicas, o powerlifting pode ser praticado individu-almente e em qualquer horário, pois existem academias que funcionam dioturnamente.

O powerlifting é um esporte de força em que o atleta deve executar três movimentos básicos: agachamento, supino e levantamento da terra. No agachamento, inicia-se o movimento com a barra apoiada, flexionam-se os joelhos, tendo que ultrapassar o ângulo de 90 graus, e retorna-se à posição inicial. No supino, o atleta deita-se em um banco, iniciando o movimento com os braços estendidos, flexiona-os até que a barra encoste-se no peito e então retorna à posição inicial. No levantamento da terra, a barra encontra-se apoiada no solo, o esportista deve segurá-la com os joelhos flexionados e levantá-la até que fique na posição em pé. O atleta tem três chances em cada um dos movimentos; as melhores marcas do agachamento, supino e terra são somadas e o total determina o campeão.

O powerlifting é praticado por pessoas do sexo masculino e feminino. As categorias são divididas por idade e peso corporal:

• pré-juvenil, de 14 a 18 anos, e juvenil, de 19 a 23 anos, com peso corporal até 44 kg para as mulheres e 52 kg para homens;

• adulto, de 24 anos em diante, e máster, acima de 40 anos, com peso corporal até os 60 kg, sendo que, a categoria

muda a cada quatro quilos e, acima dos 60 anos, a mudança de categoria ocorre a cada 7,5 kg no feminino. Por exemplo: 48 kg, 52 kg, 56 kg, 60 kg, 67,5 kg, 75 kg..., e, no masculino, as categorias são de 100 kg, 125 kg e acima de 125 kg.

Uma brasileira nos EUANa primeira edição do Campeonato Brasileiro de

Powerlifting, realizada em 2009, participaram apenas nove competidores. Porém, a modalidade vem obtendo uma crescente adesão pelo País inteiro. Na última edição, em 2010, participaram mais de 30 atletas. A IBSA luta para colocar a modalidade nos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Recentemente, a técnica da Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais de São Bernardo do Campo (APADV), Cláudia Nagata, foi convidada para dirigir a equipe de powerlifting dos Estados Unidos, o que mostra o quanto estamos avançados na prática da modalidade por aqui.

Mais uma modalidadePowerlifting conquista um novo público

Por Ivan de Oliveira Freitas, professor da Universidade Guarulhos

e presidente da APADV

Ricardo de Oliveira, campeão mundial de powerlifting, no Campeonato Brasileiro de 2010

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EXPEDIENTE: Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Celso de Oliveira, Ivan de Oliveira Freitas, Laercio Sant’Anna, Lothar Antenor Bazanella, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: /www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e Impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - tel.: 11 2696-3288 - e-mail: [email protected] Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

Um dedo de trova

O abismo maior que existe,o mais fundo que já vi,é aquele que um homem tristecarrega dentro de si...

Waldir Neves

Diz, defendendo o garoto,ao diretor, um sujeito:Eu conheço esse canhoto,garanto que ele é direito!

Pedro Ornelas Rireis talvez ao saberdescomo eu me sinto em apurosse pousais os olhos verdesnos meus olhos já maduros!

José Fabiano - MG

São JoãoÉ São João... A belos tempos idoseu sinto ter minha alma transportada,ouvindo o vozerio da criançadaque vem, da praça em frente, aos meus ouvidos. Todos, do próprio inverno esquecidos,brincando em torno da fogueira armada,pediam longa vida ao Santo, em cadabalão que ia ao céu com seus pedidos... Guardei da infância essas alegriase, se cheguei julgá-las vãs, um dia,bem sei agora o quanto foi bom tê-las... Como fogueira, em meio à noite, aquecemenquanto os sonhos meus se desvanecemcomo balões que voltam das estrelas...

Lothar Bazanella

Por Lothar Bazanella, analista de sistemas da Prodam

ASSIM VIVEMOSO Festival Internacional de Filmes sobre a Deficiência “Assim Vivemos”, em sua 5ª edição, exibirá 28 filmes de 12 diferentes países, que abordam a inclusão. A mostra traz todas as acessibilidades: audiodescrição, catálo-gos em braille, legendas closed caption, interpretação em Libras nos debates e salas de cinema acessíveis a cadeirantes. Programação completa no site www.assimvivemos.com.br. Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 11 3113-3651/3652. De 5 a 16 de outubro. Grátis.

THEATRO MUNICIPALO Theatro Municipal de São Paulo comemora seu centenário com uma programação extensa de óperas, balés e concertos sinfônicos (programação completa no site www.teatromunicipal.sp.gov.br). Reaberto no último mês de junho, após a restauração de todo o edifício e da modernização do palco, seu café foi matéria do jornal New York Times online, com destaque para o mobiliário e a decoração assinados pelos designers Humberto e Fernando Campana. Agendamento de visitas monitoradas gratuitas pelos telefones 3397-0382 / 0383 (de terça a sexta-feira, a partir das 10h). Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro.

AS INTERMITÊNCIAS DA MORTEObra do escritor português José Saramago, ganhador do Nobel de Literatura de 1998, é uma divagação sobre a vida, a morte, o amor e o sentido, ou a falta dele, da existência humana. Companhia das Letras, 2005. Impresso em braille, em sete volumes, disponível para empréstimo na Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro, 1.000, tel.: 3397-4088, Paraíso.

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