1-tradução - charles tilly
TRANSCRIPT
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Charles Tilly - Mechanisms in political process
Introduo.
Cedo nas carreiras estudantes de cincia poltica aprendem um exerccio de assimilar
escalas e arpejos que todo msico deve saber - essencial para ganhar um senso de disciplina,
mas no significa o corao de um desempenho virtuoso. O exerccio consiste em identificar
um fenmeno e ento alinhar duas ou trs explicaes aparentemente concorrentes.
Propem-se julgar entre as posies concorrentes por meio de testes lgicos, casos cruciais,
observao de variao entre casos ou talvez todo um programa de pesquisa cujos resultados
o novato pode relatar em uma tese.
No basta apenas tocar arpejos e escalas. Raramente um nico questionrio d prova
definitiva ou desaprova qualquer teoria. Para fazer algum reconhecer como definitivo requer
ir aos mtodos favoritos do oponente, mas ele tambm tem vrias ideias para ajustar e gerar
novos argumentos que no sofrem "falsificao". Os veteranos normalmente sabem fazer seus
casos "ficarem na direo da sua escolha". (dificuldade de provar ou refutar teorias; sempre
uma defesa dos veteranos..)
Entre as vrias disputas tericas esconde-se discordncias sobre a natureza de
explicaes vlidas. Confrontos entre abordagens referem-se mais a estratgias explicativas do
que diretamente a proposies concorrentes sobre como as naes interagem. (cada um com
uma estratgia explicativa/foco do que propostas divergentes). Se atentam muito para "o que
o analista deve explicar e como" do que para a relativa validade das teorias. O piv deve estar
no carter de explicaes vlidas.
Vises concorrentes de explicao.
Para clarear as questes leva em considerao relatos baseados no "processo" e no
"mecanismo" dentro da gama de abordagens concorrentes para explicao, especialmente
utilizadas nas anlises de democratizao. Tambm argumenta sobre a significncia de
mecanismos contextuais e relacionais j que interagem com os mecanismos cognitivos que
tem prevalecido nas explicaes mecanicistas recentes na cincia poltica.
Na cincia poltica assim em geral 5 vises de explicao competem por ateno:
ceticismo, covering laws, propenso, sistema e mecanismo.
Ceticismo.
O ceticismo considera os processos polticos sendo to complexos, contingentes,
impenetrveis, ou particulares, que desafiam explicao. Na opinio do ctico, os
investigadores podem, talvez, reconstruir as experincias dos atores submetidos ao que eles
ou outros chamam de democratizao, mas as tentativas de generalizao fracassaro
inevitavelmente. Resumo de uma posio extrema, no entanto, mesmo um ctico pode
esperar descrever, interpretar ou atribuir significado a processos que so complexos,
contingentes, particulares, e relativamente impenetrveis. Assim, os cticos continuam a
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descrever, interpretar e atribuir significado ao colapso da Unio Sovitica sem a pretenso de
ter explicado esse processo importante.
Covering law ("lei de cobertura"). *Ex: so leis que devem ser capazes de explicar e prever a
partir de um dado explanans. As covering laws implicam uma simetria entre explicao e
previso tese da simetria em que a explicao seria uma previso escrita pelo avesso
(Blaug, 1999, p.40). Nesse sentido, na explicao o explanandum encontra-se no passado, so
fenmenos que j ocorreram, e na previso o explanandum remete a eventos futuros, ainda
no concretizados. Blaug assinala, contudo, que nem toda teoria capaz de explicar e prever
ao mesmo tempo, o que seria um desafio noo de lei cientfica como covering law (Blaug,
1999, p.40-46). (retirado de outro texto para entender o significado de covering laws).
No que se refere a "covering law", a explicao consiste em submeter generalizaes
empricas robustas para generalizaes de nvel cada vez mais alto, sendo a mais geral de
todas "permanecendo" como lei. Em tais explicaes, os modelos so invariantes, eles
funcionam da mesma forma em todas as condies. Investigadores procuram por condies
necessrias e suficientes de resultados estipulados, esses resultados, muitas vezes concebidos
como variveis dependentes. Estudos de co-variao entre as causas presumveis e os efeitos
presumidos, portanto, servem como testes de validade de explicaes propostas;
investigadores nesta tradio, por vezes, invocam mtodos de John Stuart Mill de
concordncia, diferenas, resduos e variao concomitante, apesar das prprias dvidas de
Mill de suas aplicabilidades aos assuntos humanos.
As regras de inferncia causal propostas pelo texto padro de King et al (1994) no
necessitam de leis gerais, mas eles pertencem a esta tradio (Ragin 2000:14). Em princpio,
quer a democratizao ocorra de forma semelhante em todos os lugares em condies
especificamente necessrias e suficientes ou os elementos de democratizao (por exemplo,
criao de instituies representativas) se conformam as leis gerais. O trabalho do analista da
"covering law" estabelecer uniformidades empricas, e ento subsumi-las em tais
generalizaes.
Propenso
No referente a propenso, a explicao consiste em reconstruir um estado de um
determinado ator no limiar da ao, esse estado vrios estipularam como motivao,
conscincia, necessidade , organizao ou movimento. Com o entendimento de que certas
orientaes de atores podem ser universalmente favorveis ou mesmo essencial para a
democratizao, assim explicar a democratizao implica reconstruir as condies internas de
atores eficazes imediatamente anteriores e durante a transio de regimes no-democrticos
para regimes democrticos. Os atores em questo podem ser indivduos, mas analistas muitas
vezes constroem questes de propenso de organizaes ou outros atores coletivos. Mtodos
explicativos de escolha, em seguida, vo de interpretao "simptica" ao reducionismo,
psicologia ou de outra forma. Assim, muitos estudantes de democratizao procuram
caracterizar as atitudes dos atores principais em transies democrticas, em seguida, para
verificar essas caracterizaes por meio de entrevistas, anlises de contedo ou reconstrues
biogrficas.
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Sistema
Autores de "covering law" e de abordagem de "propenso" s vezes falam de sistemas,
mas as explicaes sistmicas, estritamente falando, consistem em especificar um lugar para
algum evento, estrutura ou processo dentro de um largo conjunto de auto-manuteno de
elementos interdependentes e mostrando como o evento, a estrutura, ou processo em
questo serve e/ou resulta das interaes entre o maior conjunto de elementos. Explicaes
funcionais normalmente se qualificam, uma vez que representam a presena ou a persistncia
de alguns elementos por suas consequncias positivas para alguns coerentes grandes
conjuntos de relaes sociais ou processos. No entanto, as questes sistmicas podem evitar o
funcionalismo, fazendo argumentos mais simples sobre os efeitos de determinados tipos de
relaes com sistemas maiores.
Dentro do reino da democratizao, as questes sistmicas normalmente argumentam
que apenas determinados tipos de ambientes sociais sustentam a democracia porque as
instituies democrticas servem ou expressam valores, interesses, ou estruturas dentro
dessas configuraes. Assim, anlises na tradio da sociedade de massa, agora abandonadas,
tratavam totalitarismo e democracia como decorrentes de diferentes graus e formas de
integrao entre as pessoas comuns e a sociedade como um todo.
Mecanismo e processo
Explicaes baseadas no mecanismo e processos explicam caractersticas marcantes de
episdios, ou diferenas significativas entre eles, por meio de identificar dentro desses
episdios robustos mecanismos de mbito relativamente geral (Elster 1989, 1999; Coleman
1990; Stinchcombe 1991; Padgett e Ansell 1993; Bunge 1997 ; Hedstrom & Swedberg , 1998).
Da mesma forma, eles buscam recorrentes concatenaes de mecanismos nos processos mais
complexos. Comparado com "covering law", propenso e abordagens do sistema, as
explicaes baseadas em processos e mecanismos visam de forma modesta - explicaes
seletivas de caractersticas marcantes, por meio de analogias causais parciais. Na anlise da
democratizao, por exemplo, mecanismos tais como "corretagem/brokerage" e formao de
coalizao entre classes agravam processos cruciais recorrentes, tais como o alargamento de
sistemas polticos. Mais adiante neste ensaio, proponho uma srie de mecanismos e processos
que figuram amplamente na democratizao.
Mecanismos, tambm, implicam escolhas. Uma classificao aproximada identifica trs
tipos de mecanismo: ambiental, cognitivo e relacional. Mecanismos ambientais so influncias
geradas externamente sobre as condies que afetam a vida social; palavras como
desaparecer, enriquecer, ampliar e desintegrar - aplicadas no para atores, mas para suas
configuraes - sugerem os tipos de relaes de causa-efeito em questo. Mecanismos
cognitivos operam atravs de alteraes da percepo individual e coletiva, e so
caracteristicamente descritos atravs de palavras tais como reconhecer, entender,
reinterpretar, e classificar. Mecanismos relacionais alteraram conexes entre pessoas, grupos
e redes interpessoais; palavras como aliado, ataque, subordinado, e apaziguar do uma
sensao de mecanismos relacionais.
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Alguns defensores da explicao mecanicista (por exemplo, Hedstrom & Swedberg
1998) no s privilegiam mecanismos cognitivos, mas tambm concebem a explicao
deslocando a um nvel mais baixo de agregao, explicando a guerra, por exemplo, atravs da
identificao de mecanismos que operam ao nvel do indivduo ou a um pequeno grupo, mas
agregada em efeitos de maior escala. A distino comum entre micro fundaes e efeitos
macro vem de uma tal concepo de explicao. Essa estratgia intelectual tem a vantagem de
ficar perto da linha principal de explicaes de cincia poltica e a desvantagem de ignorar uma
grande variedade significativa de conexes de causa e efeito. Na verdade, mecanismos de
relacionais (por exemplo, corretagem - "brokerage") e mecanismos ambientais (por exemplo,
esgotamento de recursos) exercem fortes efeitos sobre os processos polticos, sem qualquer
conexo necessria com mecanismos cognitivos de nvel individual.
Mecanismos causais fazem, com certeza, fazem aparies fora das anlises centradas
no mecanismo. Os tericos do sistema, muitas vezes apelaram para equilibrar os mecanismos,
embora esses mecanismos tm-se revelado extremamente difceis de especificar e observar.
Explicaes de "propenso" muitas vezes incorporam mecanismos cognitivos como satisfazer e
racionalizar. Explicaes "covering law" satisfatrias exigem no apenas uniformidades
empricas amplas, mas tambm mecanismos que causam essas uniformidades. Na medida em
que os mecanismos se tornam uniforme e universal, tambm, a sua identificao comea a
assemelhar-se a uma busca por "covering laws".
Mas duas grandes diferenas entre "covering law" e explicaes baseadas em
mecanismos ocorrem. Em primeiro lugar, os praticantes da explicao mecanicista geralmente
negam que qualquer, forte recorrncia interessante de estruturas e processos sociais de
grande escala ocorrem. Eles, portanto, questionam a utilidade de buscar generalizaes
empricas de lei-semelhante - em qualquer nvel de abstrao - comparando grandes pedaos
de histria.
Em segundo lugar, embora os mecanismos por definio, tm efeitos imediatos
uniformes, seus efeitos agregados, cumulativos a longo prazo variam consideravelmente,
dependendo das condies iniciais e em combinaes com outros mecanismos. Por exemplo, o
mecanismo de "corretagem"/brokerage sempre conecta pelo menos dois locais sociais mais
diretamente do que estavam anteriormente ligados, mas a ativao de
"corretagem"/brokerage no garante por si s uma coordenao mais eficaz de ao nos locais
conectados, isto depende das condies iniciais e combinaes com outros mecanismos.
Como representado por manuais, cursos e discursos presidenciais, doutrina da cincia
poltica "aceita/approved" geralmente favorece uma combinao de explicaes de
"propenso" e "covering law". Para explicar a ao poltica significa reconstruir com preciso o
estado de um ator, especialmente, mas no exclusivamente, as intenes de um indivduo que
cogita/pensa no momento da ao, mas para localizar esse estado como um caso especial de
uma lei geral sobre o comportamento humano. Tal doutrina repousa sobre uma afirmao
implausvel: a de que, ao fim, todos os processos polticos resultam de uniformidades
extremamente gerais nas propenses de atores humanos, especialmente os atores individuais.
Apesar de mais de um sculo de esforo extenuante, os cientistas polticos tm firmemente
no identificado nenhuma dessas uniformidades. Mas eles tm recorrentemente identificado
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mecanismos causais e processos amplamente operacionais. Ao invs de continuar a busca de
"covering laws" governadas por "propenso" (propensity-governing covering laws), faria,
portanto, mais sentido mudar todo o corao em direo a especificao de mecanismos e
processos.
MECANISMOS, PROCESSOS E EPISDIOS.
Vamos adotar uma simples distino entre mecanismo, processos e episdios.
Mecanismos formam uma classe delimitada de eventos que mudam relaes entre
grupos especficos de elementos de forma idntica ou bem similar sobre uma variedade de
situaes. Ex: brokerage - a juno de dois ou mais locais/sites previamente menos
socialmente conectados pela interveno de terceiras partes - constitui um mecanismo poltico
de escopo extremamente geral.
Processos so combinaes que ocorrem frequentemente ou sequncias de
mecanismos. Ex: mudana de escala - uma alterao na extenso de locais engajados em ao
coordenada - regularmente resulta de uma concentrao de brokerage com o mecanismo de
difuso, emulao, e atribuio de similaridade.
Episdios so fluxos limitados da vida social. Ex: dependendo do nosso proposito
analtico podemos adotar a eleio presidencial mexicana de 2000, a campanha de 1999-2000
ligada a essa eleio, ou todo o perodo de mobilizao da oposio de 1988 a 2000 como o
episdio em exame.
Episdios algumas vezes adquirem significncia social porque os participantes ou
observadores constroem nomes, limites e histrias correspondentes a eles - essa revoluo,
essa emigrao e etc. A maneira na qual episdios adquirem significados compartilhados
merece um estudo aprofundado. Mas no temos uma autorizao a priori para acreditar que
episdios agrupados por critrios similares brotam de causas similares. Estudantes de
episdios ento enfrentam trs problemas logicamente distintos:
a) delinear episdios de maneira que deem material para comparaes coerentes;
b) agrupar episdios de acordo com similaridade causal ou dissimilaridade;
c) Explicar como alguns episdios adquirem nomes e significados politicamente significantes.
Cientistas polticos tem investido energia considervel na delimitao de episdios.
Analistas frequentemente cortam/separam fluxos contnuos de vida social em episdios de
acordo com as convenes estabelecidas por eles mesmos, delineando as geraes,
movimentos sociais, modismos e afins (vrios autores..). Estudantes de democratizao
(autores..) tem frequentemente alinhado ostensivos episdio comparveis em diferentes
pases e perodos de forma a estabelecer generalizaes relativas a precondies, transies
ou consolidao democrtica.
Em geral, analistas de mecanismos e processos consideram a coerncia e significncia
dos episdios como algo a ser mais provado do que assumido. Eles rejeitam a viso comum de
que os episdios, que as pessoas chamam de revolues, movimentos sociais ou transies
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democrticas constituem um fenmenos "sui generis", cada um em conformidade com uma
lgica interna coerente. Esses analistas acham que episdios uniformemente identificados do
convenientes quadros para comparao j que buscam identificar mecanismos e processos
cruciais neles. A escolha de episdios, entretanto, influencia crucialmente a eficcia de tal
busca. Isso faz uma grande diferena, por exemplo, se os alunos de efeitos geracionais
distinguem geraes por meio de perodos de tempo arbitrrios ou eventos presumivelmente
crticos.
DEMOCRATIZAO COMO UM CASO EM QUESTO
Para esclarecer as estacas de escolhas entre o ceticismo, explicaes covering laws,
explicaes de propenso, ideias de sistema e explicaes mecanismo-processo, ir
ajudar se estreitarmos nosso foco emprico. Em vez de analisar conflitos em relaes
internacionais, controvrsias da escolha racional, e semelhantes locais bem definidos de
competio de paradigmas na cincia poltica, o restante deste ensaio concentra em
democratizao, um campo de investigao energtico onde disputas sobre princpios
explicativos ainda no atingiram tal sofisticao. Este campo convida ateno porque algumas
das ideias mais brilhantes da cincia poltica dizem respeito a democratizao, mas
especialistas no assunto geralmente procedem como se estivessem engajados em
comparaes well-joined de teorias concorrentes. (Isso acontece, eu especulo,
especialmente onde concorrentes propostas prticas encontram-se ao alcance da mo;
ostensivas explicaes concorrentes de democratizao ligam-se a programas concorrentes
para democratizao). Na verdade o ceticismo e todas essas outras explicaes disputam
espao dentro da zona de democratizao. Escolhas explicativas enfrentadas pelos
especialistas da democratizao permeiam a maioria da cincia poltica certamente a cincia
social e histria como um todo. Assim, podemos observar o mundo inteiro numa
justa/honesta pequena lagoa (numa boa amostra).
Ao invs de levantar abordagens alternativas para a democratizao, eu me concentro
em exemplares trabalhos recentes de Collier (1999) e Yashar (1997). Refletindo sobre as
tentativas de outros cientistas polticos para explicar a democratizao, Collier escreve como
se teorias alternativas estivessem competindo. Ela conclui que anlises recentes tm se
concentrado excessivamente nas decises deliberadas de elite em detrimento dos processos
sociais e atores populares. Tericos clssicos da democracia de Aristteles em diante
sublinharam tanto amplos processos histricos ou condies estruturais e culturais necessrias
para a democratizao, mas essas tradies clssicas deram lugar a especificaes rpidas de
condies favorveis, seguidas por extensas anlises de elite agency:
O quadro dominante usado em questes tericos e comparativos, ento, no
s adotou uma perspectiva baseada nos atores ao invs de uma baseada na
estrutura, mas tambm tende a privilegiar certos tipos de atores: elites
individuais em vez de atores coletivos, atores estrategicamente definidos, ao
invs de atores definidos por classes, e atores estatais ao invs de atores
sociais. (Collier 1999:8 )
Mais do que explicaes rivais se enfrentam aqui. Collier est descrevendo princpios
alternativos de explicao e, portanto, especificaes alternativas do que os alunos de
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democratizao devem explicar. Nessas questes ela critica (mas, ironicamente, em ltima
anlise, se junta), que explicao consiste em especificar as motivaes e aes desses
detentores do poder que propem e aprovam reformas democratizantes em momentos de
movimento relativamente rpido e definitivo dentro do terreno democrtico.
A atual nfase do campo na tomada de deciso estratgica da elite marca uma
mudana decidida de anlises anteriormente prevalentes de: cultura poltica, estrutura social e
processos institucionais. Muitos trabalhos anteriores conceberam explicaes identificando
durveis caractersticas polticas que causaram a democratizao: comear, ter sucesso ou
falhar. Estudiosos como Rokkan e Moore uma vez ofereceram explicaes do processo poltico
de longo prazo da democratizao e suas alternativas (Rokkan 1969 , 1970; Moore 1993
(1966), ver tambm Torsvik 1981 , Stephens 1989 Immerfall 1992 , Skocpol , 1998). Auto-
conscientemente criticando, ampliando e modificando a anlise de Rueschemeyer et al (1992,
1993) inspirada em Moore, Collier aponta em direo a essa tradio anterior.
Apesar da prpria Collier implicitamente aceitar a maior parte da recente mudana
para longe da explicao de longo prazo, ela implora principalmente para incluso dos
trabalhadores como, de vez em quando, advogados e agentes da democracia. Sua
concentrao em temporalmente compactos "episdios democrticos", durante os quais
regimes polticos passam de no-democrticos para regimes democrticos tira a ateno para
longe dos processos de longo prazo ligados a Rokkan, Moore e seus seguidores. A comparao
sistemtica de Collier de 38 dos tais episdios em 27 pases demonstra como muitas vezes os
trabalhadores organizados de fato participam diretamente e, consequentemente, nas
transies para regimes mais democrticos.
Collier conclui que em episdios de democratizao que ocorreram entre 1848 e 1931
(principalmente na Europa), os trabalhadores desempenharam um papel menos central do
que aqueles das anlises anteriores, especialmente aqueles que Rueschemeyer et al-
sugeriram. Em episdios de 1974-1990 (principalmente na Amrica Latina), no entanto, os
trabalhadores figuraram mais centrais do que os transitologists de hoje tm geralmente
permitido. Assim Collier desafia anlises centradas na elite, mas adota sua concepo de
explicao: no livro de Collier, a explicao consiste em atribuir corretamente agency para
atores cruciais no ponto de transio.
Nem todos os adversrios de explicaes centradas na elite viajam na mesma direo.
Yashar (1997) se junta a Collier, sublinhando os limites de ambas necessary-condition e
anlises centradas na elite. Como Collier, ela tambm rejeita tentativas de construir one-
size-fits-all teorias gerais da democratizao.
A grande teorizao tentou de uma vez faz-lo, concentrando-se em padres
estruturais do capitalismo agrrio, industrializao, nveis de desenvolvimento
e capital internacional. Subsequente teorizao de mdio alcance manteve
nfase em padres estruturais, mas focando em conjuntos especficos de
casos. Embora essas teorias de grande e mdio alcance delinearam padres
gerais que foram particularmente hostis ou de apoio democracia, elas eram
menos claras sobre o processo e os mecanismos causais pelos quais
determinadas democracias foram fundadas. Mais recentemente, os estudiosos
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tentaram corrigir esses problemas, concentrando-se sobre os atores
especficos envolvidos na fundao ou derrubada da democracia. Estas
explicaes orientados a processos e agency, no entanto, tm assumido um
elenco em grande parte descritivo e provaram ser menos que bem sucedidas
em explicar as condies em que as democracias recm-fundadas
duram/persistem. ( Yashar 1997:2 )
Assim dizendo, no entanto, Yashar comea a quebrar com a anlise de democratizao de
Collier. Ela constri uma comparao historicamente fundamentada de democratizao e de
seus fracassos na Costa Rica e Guatemala a partir da dcada de 1870 dcada de 1950. Ambos
os pases instalaram regimes autoritrios na dcada de 1870, ambos os regimes resistiram a
mobilizao popular para a reforma durante os anos 1930, os dois instalaram governos de
esquerda populista na dcada de 1940, e em ambos os casos, a transio crtica para
divergentes regimes democrticos e autoritrios comeou com uma oposio concertada e
armada aos governos de esquerda populista. Yashar procura explicar tanto (a) resultados
divergentes para crises semelhantes; e (b) a sobrevivncia subsequente de distintos regimes
diferentes. Ao faz-lo, ela afasta-se de condies necessrias e estratgias de elite para o
funcionamento de mecanismos causais muito gerais em contextos historicamente especficos.
Yashar (1997) aborda duas questes distintas: (a) Durante o perodo de 1941-1954
(mais precisamente 1941-1948 na Costa Rica e 1944-1954 na Guatemala), por que uma
coalizo democratizante chega ao poder na Costa Rica, mas no na Guatemala? (b) Em
seguida, por que a Costa Rica continua um processo de democratizao, enquanto a
Guatemala desvia para um autoritarismo repressivo? Suas explicaes centram-se sobre os
mecanismos que causaram: 1) a sobrevivncia da reforma de coalizo na Costa Rica da dcada
de 1940 e 2) e a perda/splinter da Guatemala, ambos em face de uma oposio determinada
das foras armadas e membros da elite agrria.
A resposta de Yashar no reside nas inclinaes mais pacficas das elites da Costa Rica.
Apesar de uma invaso militar seguida de um golpe ter feito iniciar a mudana definitiva da
Guatemala para o autoritarismo em 1954; no foi um ajuste incremental, mas a guerra civil
que iniciou a mudana definitiva da Costa Rica em direo democracia, em 1948. O fato de
que os Estados Unidos apoiaram a invaso de 1954 na Guatemala e o golpe de Estado, mostra
Yashar, de nenhuma maneira explica os diferentes destinos dos dois pases. Similares
processos polticos domsticos, permutados em sutilmente diferentes contextos
organizacionais, rendeu resultados dramaticamente diferentes.
Aps o perodo crtico de 1948-1954, Guatemala e Costa Rica irradiaram em direes
quase opostas. Apoiado pelos Estados Unidos, o governo guatemalteco construiu sua fora
militar. Ele procurou penetrar e subjugar o pas atravs da fora militar e paramilitar. Durante
os 30 anos de guerra civil que se seguiu, a Guatemala sofreu cerca de 100.000 mortes e 38.000
desaparecimentos (Stanley 1996:3). Enquanto isso, a Constituio de 1949 da Costa Rica aboliu
o exrcito e estabeleceu foras policiais controladas por civis, iniciando assim uma transio
para a poltica interna relativamente pacfica aps a guerra civil de 1948. Programas de
assistncia do governo e mobilizao poltico partidria integraram os moradores rurais da
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Costa Rica na poltica nacional. Depois de 1954, as divergncias entre a Guatemala autoritria
e a Costa Rica democrtica s aumentaram.
Minimizando os efeitos de demonstrao internacionais, Yashar argumenta que
processos similares produziram resultados diferentes nos dois pases .
Em primeiro lugar, uma diviso publicamente expressa dentro da elite no
contexto de crescentes demandas populares para a incluso poltica e
econmica precipitou a formao de alianas democratizantes de reforma. Em
segundo lugar, o perodo Liberal moldou as estratgias desenvolvidas e as
alianas formadas. Em terceiro lugar, o equilbrio de poder dentro da coalizo
de reforma determinou a estabilidade da prpria coalizo de reforma. (Yashar
1997:70).
Mais concretamente, em ambos os pases elites agrrias mobilizadas contra reformas
governamentais baseadas na cidade na dcada de 1940, mas o mecanismo crucial de formao
da coalizo produziu resultados diferentes na Costa Rica e Guatemala.
Na Costa Rica, uma diviso na coalizo de governo deixou os adversrios de classe
mdia do regime populista-reformista anterior no controle do aparato governamental. Esses
novos governadores flanquearam tanto a coalizo de trabalho comunista-populista anterior e
a oposio agrria - nacionalizando bancos da Costa Rica, impondo um imposto de
emergncia, e desmantelando o exrcito. Seu governo, ento, passou a solidificar o seu apoio
rural por meio de programas de bem-estar, controle de mercado e com mobilizao poltica
baseada em partido. Ambos os flancos relutaram, mas aceitaram de forma duradoura a
integrao no novo regime.
Apesar de ter seguido uma trajetria paralela Costa Rica de em 1940, Guatemala
depois perseguiu um caminho surpreendentemente diferente. Como na Costa Rica, um
governo de esquerda populista chegou ao poder na Guatemala durante a dcada de 1940 e
gerou oposio a elite generalizada. Um cdigo do trabalho de 1947 e uma reforma agrria de
1952, ambos liberais na concepo, estimularam ainda mais mobilizao anti-regime pela
oligarquia rural. Ao contrrio do seu homlogo Costa Rica politicamente dividido, a hierarquia
catlica guatemalteca geralmente se alinhou com a oposio para organizar o trabalho e o que
a Igreja denunciou como comunismo. Ativistas de classe mdia dividiram-se entre os
defensores do trabalho, reformistas moderados, e anticomunistas.
Dentro de uma oposio profundamente fragmentada ao regime, os militares
ofereceram as conexes mais fortes e maior capacidade de ao coletiva. Com o apoio dos
EUA, um pequeno "exrcito de libertao" invade de Honduras em junho de 1954. Apesar de
essa fora se manter perto da fronteira hondurenha, no prazo de 10 dias, o Exrcito da
Guatemala - tambm com o apoio dos EUA - tinha assumido o poder. Ao contar essas duas
histrias contrastantes, Yashar constitui um forte argumento de que os mecanismos de moldar
coalizo causaram diferenas cruciais entre a autoritria Guatemala e a democrtica Costa
Rica.
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Fazendo a mesma comparao aps o fato, outros analistas frequentemente apontam
para as diferenas nacionais supostamente durveis em economia poltica ou cultura poltica
como causas dos resultados contrastantes. Prosseguindo uma comparao maior entre El
Salvador, Nicargua, Guatemala e Costa Rica, por exemplo, Paige salienta diferenas entre as
posies das elites cafeeiras da Guatemala e Costa Rica.
A elite guatemalteca foi esmagadoramente territorial e agrria, com uma
frao agro-industrial relativamente fraca. Servido por dvida, servido, e
outras formas de servido legal criaram relaes de classe semelhantes aos
senhorial feudal europeu... Embora essas relaes comearam a mudar com a
racionalizao ps -Segunda Guerra Mundial do caf, antes da dcada de 1970
as instituies de trabalho coagido inibiram mobilizao popular e criaram um
forte interesse em estruturas polticas autoritrias para controlar a populao
no-livre... O contraste mais marcante com a elite guatemalteca foi o da Costa
Rica, em que a frao agrria estava relativamente pouco desenvolvida porque
perdeu o controle sobre quantidades substanciais de terra para uma classe
persistente de agricultores familiares... A elite da Costa Rica foi
esmagadoramente uma elite de processadores. As relaes de classe giravam
em torno da relao entre esses processadores e os pequenos proprietrios,
no entre os latifundirios e seus trabalhadores .... A poltica girava em torno
das divergncias cavalheirescas entre os proprietrios grandes e pequenos, e a
elite descobriu cedo que esses conflitos poderiam ser facilmente
administrados pela extenso gradual da concesso para os proprietrios rurais
e pela criao de instituies democrticas. (Paige 1997:87).
Apesar das concesses posteriores de seu livro para a recente influncia das ideologias
neoliberais, Paige geralmente depende de caractersticas durveis da estrutura de classe para
as suas explicaes de democratizao ou a sua ausncia. Em suas explicaes, divergncias de
1940 e 1950 vem de diferenas estruturais estabelecidas dcadas antes.
Em contraste, Yashar insiste em semelhanas considerveis entre as economias
polticas e regimes governamentais da Guatemala e Costa Rica at a dcada de 1940. Apesar
de arranjos polticos diferentes estabelecidos pela histria anterior afetarem fortemente os
realinhamentos polticos do ps-guerra da Guatemala e Costa Rica, Yashar demonstra
divergncias dramaticamente ampliadas entre os dois sistemas polticos durante e aps as
lutas de 1941-1954 .
Yashar realiza sua anlise sbria, levando concluso de que, nos dois casos em
apreo, os resultados a longo prazo da luta sobre a distribuio de propriedade e controle do
campo - no lutas explcitas entre os defensores e opositores da democracia como tal -
fundamentalmente afetam a democratizao subsequente e seus fracassos. Ela argumenta
sensatamente que ambos os tipos de luta importam de forma mais geral na democratizao e
instam profundas investigaes histricas dos processos causais semelhantes em outros
lugares. Sua abordagem de democratizao enfatiza a busca por mecanismos causais robustos,
em vez de modelos gerais, condies necessrias e suficientes universalmente aplicveis, ou
anlises de agency em pontos cruciais da transio.
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MECANISMO DE DEMOCRATIZAO
Como uma reorientao plena de explicao para mecanismos causais e processos pode
facilitar o estudo da democratizao? Deixe-me esboar um argumento ilustrativo baseado em
mecanismo. Democracia, para efeitos do presente, consiste em protegidas consultas - relaes
entre agentes e sujeitos de um governo no qual (a) diferentes categorias de sujeitos possuem
relativamente amplo e igualitrio acesso agentes, (b) a disposio governamental de
pessoas, atividades e recursos dentro de alada do governo responde a consulta de temas, e
(c) os temas recebem proteo contra a ao arbitrria de agentes governamentais.
Figura 1 Uma conta baseada em mecanismo de democratizao. Para maior clareza,
este diagrama apaga a distino entre as transies de regimes democrticos e de
sobrevivncia dos regimes democrticos , no pressuposto de que os mesmos
mecanismos e processos explicar transio e sobrevivncia.
Democratizao qualquer movimento em direo a consulta protegida, des-democratizando
qualquer afastamento da consulta protegida. Como e por que ocorrem tais movimentos? A
Figura 1 resume os termos gerais do argumento. Democratizao, conforme o argumento,
emerge de mudanas interagidas em trs grupos analiticamente separveis, mas
interdependentes de relaes sociais: polticas pblicas, desigualdade e redes de confiana. No
curso da democratizao, a maior parte da populao sujeita de um governo adquire
vinculativas, protegidas, demandas/claims relativamente iguais para agentes do governo,
atividades e recursos. Em um processo relacionado, desigualdade categrica recua naquelas
reas da vida social que tanto constituem ou imediatamente apoiam a participao em
polticas pblicas. Finalmente, uma mudana significativa ocorre no locus das redes
interpessoais em que as pessoas confiam quando esto em empreitadas de risco, empreitadas
de longo prazo como o casamento, o comrcio de longa distncia, membership em artesanato
e investimento de poupana; tais redes se deslocam de evaso de deteco e controle
governamental ao envolvimento de agentes do governo e presuno de que tais agentes iro
cumprir os seus compromissos de longo prazo. S onde os trs conjuntos de
alteraes/mudanas se cruzam a democracia efetiva e durvel emerge.
Uma variedade de mudanas , agrupadas como "ambiente de regime" na Figura 1, ativa
mecanismos que por sua vez geram alteraes incrementais em polticas pblicas,
desigualdade e redes de confiana. Alteraes de desigualdade e de redes de confiana tm
efeitos independentes sobre polticas pblicas. Ambiente do regime tambm produz choques
ocasionais na forma de conquista, de confronto, de colonizao, ou revoluo.
Tais choques aceleram os mecanismos de alterao padro, causando alteraes
relativamente rpidas de polticas pblicas, desigualdade e redes de confiana. Se incremental
ou abrupta, essas alteraes interagem. Em condies raras, mas especificveis, essas
interaes levam democratizao. Democratizao no um produto, mas uma condio
especial de polticas pblicas. Embora essas ideias surgiram do meu esforo para explicar
variaes na democratizao e suas falhas em toda a Europa desde 1650, elas coincidem com
os argumentos que Yashar (1997) aplica s experincias da Costa Rica e Guatemala.
-
Que mecanismos produzem as mudanas em questo? A Tabela 1 lista provveis
suspeitos. Ela inclui tanto os mecanismos individuais e processos robustos - sequncias e
combinaes de mecanismos que se repetem ao longo de um vasto leque de circunstncias e
produzem efeitos imediatos substancialmente similares. Seguindo a idia de que a
democratizao consiste na mudana de relaes entre sujeitos e governos, a lista se
concentra em mecanismos e processos relacionais. Um relato mais completo incluiria mais
mecanismos cognitivos e ambientais, por exemplo (a) mudanas nas crenas sobre a
probabilidade de que agentes governamentais iro cumprir seus compromissos e (b) aumentos
ou redues na base de recursos do governo. Desde que tratamentos anteriores de
democratizao sublinharam mecanismos cognitivos e/ou ambientais, no entanto, parece-nos
til realar a importncia provvel dos mecanismos relacionais nesta discusso.
A Tabela 1 agrupa mecanismos e processos em trs categorias: aqueles que afetam as
relaes entre desigualdade categrica e polticas pblicas, aquelas que afetam as relaes
entre redes de confiana e polticas pblicas, e as que operam principalmente na poltica
pblica. A questo da causalidade , portanto, decorre a trs nveis. Em primeiro lugar, todas as
alteraes que aumentam o isolamento entre as desigualdades no-governamentais e polticas
pblicas , integram redes de confiana interpessoal em polticas pblicas, e empurra as
prprias polticas pblicas para consulta protegidos promovendo a democratizao onde quer
que ocorram. Em segundo lugar, determinados mecanismos e processos favorecem o
isolamento da desigualdade, a integrao das redes de confiana e transformao das polticas
pblicas. Em terceiro lugar, quando o confronto, a colonizao, a conquista e a revoluo
promovem a democratizao, o fazem atravs da acelerao dos mesmos mecanismos e
processos que promovam a democratizao incremental.
Partes deste argumento so deliberadamente tautolgicos. Dizer que transformao
de polticas pblicas na direo da consulta protegida promove a democratizao apenas
reafirma a definio de democracia adotada aqui. As tautologias, no entanto, tm finalidades
importantes. Eles especificam o que os alunos de democratizao devem explicar. Eles, assim,
focam a busca de explicaes sobre as causas imediatas desses mecanismos-explicacadores
que alteram diretamente conexes entre redes de confiana e polticas pblicas, por exemplo,
e outros mecanismos que mudam a interseco entre as desigualdades governamentais e no
governamentais. Como a anlise de Collier (1999) nos encoraja a acreditar, causas prximas
certamente incluem mecanismos cognitivos e processos, mas eles tambm incluem
enfaticamente mecanismos relacionais e ambientais.
TABELA 1 Amostra mecanismos e processos que promovem a democratizao (a)
(a) Para maior clareza, a tabela exclui complementos negativos destes mecanismos e
processos, por exemplo, fortificao (em vez de dissoluo) dos controles coercitivos que
apoiam atuais relaes de explorao e oportunidade de acumulao.
-
Desigualdade -Dissoluo de controles coercitivos que apoiam atuais relaes de explorao e de oportunidade de acumulao; -Educao e comunicao que alteram adaptaes dando suporte a atuais relaes de explorao e acumulao oportunidade; -Educao e comunicao que suplantar os modelos existentes de organizao e, consequentemente, alterar a emulao de desigualdade na formao de novas organizaes; - Equalizao de ativos e/ou bem-estar em todas as categorias dentro da populao em geral; - Isolamento das existentes desigualdades categricas das polticas pblicas;
Redes de Confiana -Criao de garantias externas para os compromissos do governo; -Incorporao e expanso das redes de confiana existentes na poltica; -Absoro governamental ou destruio de redes clientelistas anteriormente autnomas; -A desintegrao das redes de confiana existentes; -Expanso da populao sem acesso a redes de confiana eficazes para as suas principais longo prazo, empresas de risco; -Aparecimento de novos longo prazo, oportunidades de risco que as redes de confiana existentes no podem lidar com; -Aumento substancial dos recursos do governo para a reduo de risco e/ou compensao de perda; -Visvel reunio governamental de compromissos com a vantagem de novos segmentos significativos da populao;
Poltica Pblica - Formao de coalizao entre os segmentos das classes dominantes e atores polticos constitudos que esto atualmente excludos do poder; - Brokerage/Corretagem de coalizes entre categorias desiguais e/ou redes de confiana distintas; - Cooptao central ou eliminao de anteriormente autnomos intermedirios polticos; - Conteno burocrtica de foras militares anteriormente autnomas; - Dissoluo ou segregao do governo de redes clientelistas no-governamentais; - Imposio de estruturas e prticas governamentais uniformes atravs da jurisdio do governo; - Ciclos de mobilizao - represso - negociao durante os quais os atores atualmente excludos atuam coletivamente em maneiras que ameaam a sobrevivncia do governo e/ou de suas classes dominantes, a represso governamental falha, a luta segue, e os assentamentos admitem posio poltica e/ou direitos de atores mobilizados; - Ciclos de extrao - resistncia - negociao, durante os quais os agentes governamentais exigem recursos que esto sob controle de redes no-governamentais e comprometidos com a fins no governamentais, os detentores desses recursos resistem, a luta segue, e os assentamentos emergem em que as pessoas produzem recursos, mas recebem garantias credveis em relao a restries sobre a extrao futura;
Frana versus Inglaterra
Uma rpida comparao da Frana e das Ilhas Britnicas 1650-2000 ir concretizar o
programa de teoria e pesquisa que se segue. Primeiro temos de decidir sobre as unidades de
observao. Nem o governo tinha limites constantes durante todo o perodo. Mesmo
desconsiderando o fato de que em 1650 a Fronde (guerras civis) privaram o jovem Louis XIV
e seu governo de controle sobre grande parte do seu territrio nominal, a Frana daquele
-
tempo no tinha Roussillon, grande parte da Provence, Crsega, Savoy, Franche-Comt, a
maioria da Alscia-Lorraine, e setores significativos do Norte. Mesmo depois de 1800, o
territrio da Frana expandiu e contraiu vrias vezes.
Nem o governo britnico permanecem constantes. Um viajante atravs das ilhas
britnicas em 1650 teria visto um Escocs rebelar abertamente contra a hegemonia Inglesa e
uma fora militar escocesa no norte da Inglaterra apoiando a afirmao de Charles Stuart para
suceder seu pai Charles I, apenas no ano anterior, os revolucionrios controversos da
Inglaterra se uniram temporariamente para decapitar Rei Charles. Na Irlanda, os lderes
catlicos estavam lutando no s entre si, mas tambm a fora invasora Inglesa de Oliver
Cromwell. Nem - como lutas atuais no Ulster esclarecem a incerteza territorial fez cessar com
a Revoluo Gloriosa de 1688-1689. Para traar democratizao e seus fracassos na "Frana" e
"Ilhas Britnicas" durante o perodo de 350 anos necessrio frequentes reajustes dos
governos, territrios e populaes em risco.
Estas especificaes feitas, alguns enigmas importantes surgem. Por que os franceses
criaram algumas das mais amplamente imitadas instituies democrticas do mundo, ainda
que oscilando rapidamente entre regimes relativamente democrticos e no democrticos em
1789-1793, 1829-1832, 1847-1851, 1868-1875, e 1936-1946? Por que a mesma Inglaterra que
lutou o seu caminho para a democracia relativamente estvel na Gr-Bretanha depois de 1815
nunca foi capaz de realizar o trick na Irlanda? Por que algumas colnias francesas e
britnicas acabam bastante democrticas e outras bastante autoritrias? Tais questes tornam
claro que o confronto, conquista, colonizao e revoluo tudo afetou as perspectivas da
democracia na Frana e nas Ilhas Britnicas vrias vezes desde 1650.
O programa baseado no mecanismo estabelecido acima sugere responder a tais
perguntas, traando alteraes nas redes de confiana, desigualdade categrica, e suas
intersees com polticas pblicas ano por ano ao longo de todo o perodo. Esse procedimento
no vai explicar nada, mas vai especificar o que deve ser explicado. Na Frana do sculo XIX,
por exemplo, conexes entre as polticas pblicas e redes de confiana dos trabalhadores
representados por sociedades de ajuda mtua, redes de comrcio e sistemas de migrao
claramente aumentaram e diminuram ao ritmo da ascenso e queda de consultas protegidas;
como e por que essas conexes mudaram merecem muita ateno de qualquer um que
procura explicar a democratizao francesa.
A Tabela 1 da lista de mecanismos sugere olhar atentamente para a desintegrao das
redes de confiana existentes, bem como a absoro governamental e destruio de redes
clientelistas previamente autnomas. O movimento tumultuoso da Frana em instituies
menos antidemocrticas entre o posterior Segundo Imprio e a Primeira Guerra Mundial, por
exemplo, resultou em parte do decaimento de grandes redes, clandestinas de artesos e sua
substituio por organizaes de trabalhadores legais integrados em polticas pblicas por
meio de partidos polticos, sindicatos reconhecidos, e instituies como as bolsas du Travail.
Do lado britnico do Canal da Mancha, a dcada de 1830 igualmente tumultuada
proporciona uma excelente oportunidade para o exame dos mecanismo democratizao em
operao. Em paralelos surpreendentes aos processos democratizantes descritos por Yashar
(1997), o governo britnico duas vezes reprimiu a insurreio por compromissos de engenharia
-
que produziram consequncias democrticas. Em primeiro lugar, depois de repetidos fracassos
anteriores de campanhas pelos direitos polticos catlicos, o governo de Wellington forado a
Emancipao Catlica (1829), em resposta a uma enorme mobilizao da Irlanda, apesar da
forte organizao anti-catlica dentro da prpria Gr-Bretanha. Em seguida, o governo de Grey
respondeu a grande agitao dentro da Gr-Bretanha, agitao inspirada e construda em
parte sobre as teias organizacionais da Emancipao Catlica, passando a Lei da Reforma
(1832) sobre a oposio inicialmente feroz do rei, da Cmara dos Lordes, e partes substanciais
da estrutura de poder nacional. Que o ato 1832 excluindo a maioria dos trabalhadores que
participaram da mobilizao pela reforma parlamentar e, assim, contribudo para o aumento
subsequente da demanda democrtica baseada nos trabalhadores (Chartism) s confirma a
importncia de examinar os mecanismos reais pelos quais a democratizao ocorre.
AGENDA
Adoo de explicaes mecanicistas tem fortes implicaes para a pesquisa e anlise em
cincia poltica. Permitam-me destacar quatro delas: (a) valorizao e desvalorizao
simultnea de episdios polmicos como objetos de estudo, (b) reorientao de explicaes
de episdios para processos, (c) anlise comparativa dos mecanismos e processos, como tal, e
(d) a integrao de mecanismos cognitivos, relacionais e ambientais.
A desvalorizao e valorizao simultnea de episdios duvidosos/incertos como objetos de
estudo
A desvalorizao consiste em negar a realidade sui generis a episdios controversos.
Como entidades convencionais ou arbitrrias, os eventos que chamamos de revolues,
mobilizaes nacionalistas, guerras e episdios de democratizao tomam forma como
construes retrospectivas por observadores, participantes e analistas. Eles no tm essncias,
histria natural, ou lgica de auto-motivao. Alm disso, eles se cruzam com mais processos
de rotina, o que mais uma razo para evitar a segmentao do seu estudo.
Episdios tambm exigem a valorizao/atualizao, no entanto. Uma vez que
reconhecemos que temos cortado eles de seus contextos histricos e sociais, preciso
explicitar os procedimentos e critrios que marcam o seu incio, termino, limites, e
participantes. Isso requer o desenvolvimento de competncias em delinear eventos
comparveis. O processo pelo qual um determinado episdio adquire o estatuto de revoluo,
movimento social, guerra, greve, ou qualquer outra coisa tem peso poltico e contedo; tais
designaes afetam no s como os analistas posteriores vo explic-los, mas tambm como
os participantes se comportam e como reagem terceiros a eles. Assim, os processos sociais
que rotulam e limitam episdios pertencem a nossa agenda.
Devemos tambm observar que as escolhas de escala - por exemplo, a escolha entre
eleies particulares, campanhas eleitorais e todas transies de no-democrticos para
regimes democrticos como a unidade de observao - afetam significativamente tanto a
natureza das comparaes entre os episdios e a almejada proeminncia relativa de vrios
mecanismos e processos. Muitos mecanismos e processos operam em escalas mltiplas;
desintegrao das redes de confiana, muitas vezes produz mudanas em pequenos grupos,
bem como em pases inteiros. Mas outras ocorrem com muito mais frequncia em uma escala
-
que em outra; compromisso ocorre na escala do indivduo e produz uma ao coletiva em uma
escala interpessoal. Inovao ttica acontece principalmente em uma escala local, seguido por
difuso (um processo cognitivo-relacional) para escalas mais amplas.
Democratizao , ao contrrio, depende, por definio, da presena de governo e
poltica e, assim, ocorre em escalas de comunidade a regio do mundo. Um grande desafio
examinar como os mecanismos e processos que caracterizam conteno em uma escala afeta
isso em outra - por exemplo, entre o local e o global nas transies democrticas (Markoff
1996, 1999) .
Reorientao de Explicaes de Episdios para Processos
Embora anlises recentes apoiem retenes de episdios semelhantes como unidades
de observao, elas tambm recomendam abandono de esforos para explicar todas as
caractersticas marcantes de episdios inteiros. Eles, assim, afastam o procedimento comum
de juntar episdios a modelos gerais, a fim de demonstrar que o modelo no se encaixa a
alguma caracterstica marcante do episdio, e em seguida, modificar o modelo geral para
melhorar o ajuste. Estudos recentes de democratizao no oferecem muita esperana de
ganhar alavancagem explicativa combinando episdios inteiros com modelos gerais
invariantes de mobilizao, transio ou consolidao, e muito menos com modelos gerais
invariantes de democratizao em todas as suas variedades.
Em vez disso, os cientistas polticos devem concentrar suas explicaes sobre
caractersticas selecionados de episdios (por exemplo, por que rpidas mudanas na
identidade ocorreram) ou em processos recorrentes nas famlias dos episdios (por exemplo,
como e por que as alianas entre classes frequentemente criam ou expandem situaes
revolucionrias). Em qualquer modo, a explicao consiste em identificar mecanismos cruciais
e sua combinao em processos transformadores.
O exame comparativo de mecanismos e processos como tal.
Muito alm da zona de democratizao, os mecanismos e os processos enumerados na
Tabela 1 merecem anlise comparativa para o seu prprio bem. Conteno burocrtica das
foras militares anteriormente autnomas, por exemplo, parece quase uma condio
necessria para a democratizao, mas tambm tem efeitos significativos sobre a capacidade
do governo, a probabilidade de uma guerra civil, o nvel de violncia domstica, e at mesmo a
possibilidade de que um determinado Estado vai se envolver em guerra internacional. Seria
avanar inqurito poltico para incentivar a investigao comparativa sobre os mecanismos de
conteno burocrtica, enquanto continua-se detalhado exame de episdios histricos. Da
mesma forma, a cincia poltica s poderia ganhar com conhecimento comparativo superior
quanto aos mecanismos e processos que conectam ou desconectam as desigualdades dentro e
fora das polticas pblicas.
Integrao dos mecanismos Cognitivos, Relacionais e ambientais.
Partindo da ideia de que os tericos recentes de fenmenos polticos, incluindo a
democratizao, tm menosprezado processos relacionais, este ensaio enfatiza
deliberadamente mecanismos relacionais. No entanto, minhas anlises concretas tm
-
invocado repetidamente combinaes de mecanismos relacionais com mecanismos cognitivos
e/ou ambientais. O mecanismo chamado de "isolamento das desigualdades categricas
existentes de polticas pblicas", por exemplo, inevitavelmente, inclui um componente
cognitivo definindo fronteiras entre as categorias. Alterando concepes de diferenas raciais,
tnicas, de gnero, religiosas ou de classe, portanto, afetam aquele isolamento ou o seu
fracasso. Tais mudanas, alm disso, muitas vezes resultam em parte de mudanas nos saldos
de recursos entre pessoas em lados opostos de limites de categorias por exemplo, o
aumento desproporcional do nmero ou da riqueza de um lado da linha.
Sob tais circunstncias, no est claro, em princpio, se estamos observando (a) dois ou
trs mecanismos distintos que frequentemente juntam-se ou (b) uma combinao de
alteraes cognitivas, relacionais e ambientais que suficientemente invariante para justificar
trat-la como um nico processo robusto. Tambm no podemos decidir em geral, e com
antecedncia a forma como os elementos interagem-se, por exemplo, mudanas cognitivas
sempre precedem mudanas relacionais ou vice-versa. A interao entre mecanismos
cognitivos, relacionais e ambientais apresenta problemas urgentes para a teoria e a pesquisa
sobre os processos polticos.
DE VOLTA TERRA FAMILIAR
Os cientistas polticos no devem achar a anlise dos mecanismos e processos aliengena. O
tratamento de Aristteles da democracia e seus males, afinal, especificaram mecanismos e
processos pelos quais transies de um tipo de regime para o outro ocorrem. Aristteles
reconheceu distines dentro de seus principais tipos de regime, por exemplo, cinco tipos de
democracia, de que o quinto
aquele em que no a lei, mas a multido, que tem o poder supremo, e
substitui a lei por seus decretos. Este um estado de coisas trazidas pelos
demagogos. Pois em democracias que esto sujeitas lei, os melhores
cidados possuem o primeiro lugar, e no h demagogos, mas onde as leis no
so supremas, l demagogos surgem. Para as pessoas torna-se um monarca, e
muitos em um, e muitos tm o poder em suas mos, no como indivduos,
mas coletivamente... esse tipo de democracia para outras democracias o que
a tirania para outras formas de monarquia. (Barnes, 1984: II, 2050-51)
Nestas circunstncias, alm disso, muitas vezes demagogos agitam a plebe para atacar os ricos
e, assim, tomar os poderes para si prprios. Dessa forma, a democracia se transforma em
tirania. Aristteles passa repetidamente a partir de categorias aparentemente estticas para
processos causais dinmicos. Ao pensar atravs dos efeitos de diferentes formatos militares,
por exemplo, ele ofereceu uma explicao causal perspicaz:
Como existem quatro divises principais das pessoas comuns, agricultores,
artesos, comerciantes, trabalhadores; assim tambm existem quatro tipos de
foras militares - da cavalaria, a infantaria pesada, as tropas de luz armadas, a
Marinha. Quando o pas est adaptado para a cavalaria, em seguida, uma
oligarquia forte susceptvel de ser estabelecida. A segurana dos habitantes
depende de uma fora desse tipo, e somente os homens ricos podem dar ao
-
luxo de manter cavalos. A segunda forma de oligarquia prevalece quando um
pas adaptado para infantaria pesada, pois este tipo de servio mais
adequado para os ricos do que aos pobres. Mas a luz armada e o elemento
naval so totalmente democrticos, e hoje em dia, onde eles so numerosos,
se as duas partes brigam, as oligarquias muitas vezes so derrotadas por eles
na luta. (Barnes, 1984: II, 2096-97)
No meio da especificao de condies favorveis para diferentes tipos de regime,
encontramos Aristteles identificando mecanismos centrados na luta pelo qual as transies
de regime para regime ocorrem. A verso curta do meu sermo, portanto, a seguinte:
Imitem Aristteles.
AGRADECIMENTOS
Sou grato a contragosto Sidney Tarrow, Deborah Yashar, e Viviana Zelizer para provar que uma
verso anterior deste artigo foi imprpria para publicao. Eu adaptei alguns pargrafos de
McAdam et al (2001).