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1 Projeto de Nova Constituição Inspirado nas lições de Milton Friedman, Friedrich Von Hayek, Ludwig Von Mises, Bruno Leoni, John Rawls, Murray Rothbard, Hans Hermann Hoppe e na experiência parlamentarista monárquica brasileira. Organizador: Sebastião Fabiano Pinto Marques São João del-Rei, MG 3ª Edição

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Projeto de Nova

Constituição

Inspirado nas lições de Milton Friedman, Friedrich Von Hayek, Ludwig Von Mises, Bruno Leoni, John Rawls, Murray Rothbard, Hans Hermann Hoppe e na experiência parlamentarista monárquica brasileira.

Organizador: Sebastião Fabiano Pinto Marques

São João del-Rei, MG

3ª Edição

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Índice

TÍTULO I- DOS PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS ................... 7

CAPÍTULO I- FUNDAMENTOS DO BRASIL .............................................. 7

CAPÍTULO II- DOS OBJETIVOS DO BRASIL.............................................. 8

CAPÍTULO III- DO DIREITO AO TRATAMENTO ISONÔMICO POR

PARTE DO ESTADO......................................................................................... 8

CAPÍTULO IV- DO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DA

PRESUNÇÃO DE BOA FÉ .............................................................................. 10

CAPÍTULO V- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS .......................................... 12

CAPÍTULO VI- DOS LIMITES GERAIS DO PODER ESTATAL ............ 18

Seção I- Das Garantias Processuais Gerais ....................................................... 18

Seção II- Dos Princípios Penais ....................................................................... 23

Seção III- Da Proteção Geral dos Indivíduos Contra o Estatismo ................... 30

TÍTULO II- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO DE DIREITO .................. 37

CAPÍTULO I- DAS LEIS ................................................................................. 37

Seção I- Características Gerais das Leis ........................................................... 37

Seção II- Da Elaboração e da Consolidação das Leis ....................................... 39

Seção III- Das Espécies de Leis. ...................................................................... 40

CAPÍTULO II- DO PROCESSO LEGISLATIVO ........................................ 42

Seção I- Da Apresentação de Projetos de Leis ................................................. 42

Seção II- Das Reuniões Legislativas ................................................................. 44

Seção III- Das Deliberações Legislativas .......................................................... 46

Seção IV- Da Sanção, do Veto e da Promulgação das Leis .............................. 48

Seção V- Da Reapresentação de Projetos de Lei Rejeitados ............................. 49

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Seção VI- Da Delegação da Competência para Propor Projetos de Lei ............ 50

CAPÍTULO III- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................... 50

Seção I- Princípios e Disposições Gerais .......................................................... 50

Seção II- Da Acumulação de Cargos e Empregos Públicos .............................. 52

Seção III- Da Compra de Bens e Serviços pelo Poder Público ......................... 53

Seção IV- Do Concurso Público ...................................................................... 55

Seção V- Da Publicidade dos Atos Públicos ..................................................... 56

Seção VI- Da autonomia Gerencial da Administração Pública......................... 59

Seção VII- Da Organização das Carreiras Públicas e de sua Remuneração ...... 60

Seção VIII- Da Responsabilidade do Estado e de seus Agentes ....................... 63

CAPÍTULO IV- DAS FINANÇAS PÚBLICAS .............................................. 65

CAPÍTULO V- DOS BENS DE CADA ENTE FEDERADO ...................... 75

CAPÍTULO VI- DOS TRIBUTOS EM GERAL ............................................ 76

CAPÍTULO VII- DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ........................... 82

CAPÍTULO VIII- DOS TERRITÓRIOS ........................................................ 84

CAPÍTULO IX- DA DEFESA DO ESTADO DE DIREITO ....................... 86

Seção I- Do Conselho de Estado ..................................................................... 86

Seção II- Da Intervenção Provincial e Federal.................................................. 91

Seção III- Do Controle da Constitucionalidade das Leis ................................. 95

TÍTULO III- DA CIDADANIA........................................................................... 97

CAPÍTULO I- DA NACIONALIDADE ......................................................... 97

CAPÍTULO II- DOS DIREITOS POLÍTICOS ............................................ 103

CAPÍTULO III- DOS PARTIDOS POLÍTICOS ......................................... 112

TÍTULO IV- DA ORGANIZAÇÃO DOS ENTES FEDERADOS ................ 115

CAPÍTULO I- DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................... 115

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CAPÍTULO II- DOS PODERES ESTATAIS E DA FORMA DE GOVERNO

........................................................................................................................... 117

CAPÍTULO III- DA COMPETÊNCIA DE CADA ENTE FEDERADO . 121

Seção I- Das Competências Comuns dos Entes Federados ............................ 121

Seção II- Das Competências dos Municípios ................................................. 122

Seção III- Das Competências das Províncias .................................................. 125

Seção IV- Das Competências da União .......................................................... 125

CAPÍTULO IV- DO INGRESSO DE OUTRAS NAÇÕES NA

FEDERAÇÃO BRASILEIRA, DO DIREITO DE SECESSÃO E DE

FORMAÇÃO, UNIÃO, SEPARAÇÃO E EXTINÇÃO DE PROVÍNCIAS E

DE MUNICÍPIOS ........................................................................................... 126

TÍTULO V- DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ..................................... 130

CAPÍTULO I- DA COMPETÊNCIA COMUM DE TODOS OS PODERES

........................................................................................................................... 130

CAPÍTULO II- DO PODER LEGISLATIVO .............................................. 134

Seção I- Composição Geral ............................................................................ 134

Seção II- Dos Membros do Poder Legislativo ................................................ 136

Seção III- Das Competências das Câmaras de Vereadores ............................. 140

Seção IV- Das Competências do Congresso Provincial e do Congresso Nacional

....................................................................................................................... 142

Seção V- Das Competências das Assembleias Legislativas e da Câmara dos

Deputados Federais ........................................................................................ 145

Seção VI- Das Competências do Senado Provincial e do Senado Federal ...... 146

CAPÍTULO III- DO PODER EXECUTIVO ................................................ 147

Seção I- Do Chefe de Governo ...................................................................... 147

Seção II- Das Atribuições do Chefe de Governo............................................ 148

Seção III- Da Direção Superior da Administração Pública ............................ 151

CAPÍTULO IV- DO PODER JUDICIÁRIO ................................................ 152

Seção I- Deveres, Garantias e Impedimento dos Juízes .................................. 152

Seção II- Do Impedimento e da Suspeição dos Juízes .................................... 163

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Seção III- Da Justiça Privada ......................................................................... 165

Seção IV- Dos Agentes do Poder Judiciário ................................................... 167

Seção V- Das Competência Gerais do Poder Judiciário ................................. 169

Seção VI- Do Tribunal do Júri ....................................................................... 177

Seção VII- Do Tribunal de Justiça Municipal ................................................ 181

Seção VIII- Do Tribunal de Justiça da Província ........................................... 186

Seção IX- Do Tribunal de Justiça Federal ...................................................... 194

Seção X- Dos Atos Institucionais ................................................................... 202

CAPÍTULO V- DO PODER MODERADOR .............................................. 208

Seção I- Disposições Gerais ........................................................................... 208

Seção II- Do Ministério Público .................................................................... 212

Seção III- Das Polícias ................................................................................... 222

Seção IV- Das Forças Armadas ...................................................................... 224

Seção V- Do Chefe de Estado ........................................................................ 226

Seção VI – Da dissolução do Parlamento ....................................................... 227

TÍTULO VI- DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ........................ 228

CAPÍTULO I- DA ATIVIDADE ECONÔMICA ........................................ 228

CAPÍTULO II- DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ..................... 231

CAPÍTULO III- DA EMISSÃO DE MOEDA E DA PREVENÇÃO DE

ABUSOS NO MERCADO FINANCEIRO ................................................... 232

TÍTULO VII - DAS LIBERDADES CULTURAIS .......................................... 234

CAPÍTULO I- DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA ................................... 234

CAPÍTULO II- DAS COMUNICAÇÕES .................................................... 238

CAPÍTULO III- DO MEIO AMBIENTE ..................................................... 241

CAPÍTULO IV- DA UNIÃO CIVIL E DAS FAMÍLIAS ............................ 243

CAPÍTULO V- DAS SOCIEDADES ALTERNATIVAS EM GERAL ..... 245

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CAPÍTULO VI- DA FILANTROPIA, DOS SINDICATOS E DOS

CONSELHOS PROFISSIONAIS .................................................................. 247

TÍTULO VIII- DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

............................................................................................................................... 249

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PREÂMBULO

Nós, brasileiros, reunidos em Assembleia Constituinte para instituir um Estado de

Direito destinado a proteger o indivíduo contra os tiranos, e guiados pelos valores da

Liberdade e da Justiça, promulgamos a seguinte CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.

TÍTULO I- DOS PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I- FUNDAMENTOS DO BRASIL

Art. 1º. O Brasil é formado pela associação livre e voluntária de indivíduos responsáveis

pela condução da própria vida, os quais escolheram estabelecer para si um Estado de

Direito que tem como fundamentos:

I- o respeito ao indivíduo, a menor de todas as minorias, e ao seu direito à

autopropriedade e de todos os demais direitos patrimoniais daí decorrentes, inclusive

o de autodefesa armada contra agressões injustas;

II- a liberdade e a responsabilidade individuais;

III- a proteção do indivíduo contra o moralismo coletivo;

IV- o livre mercado e a livre iniciativa;

V- a filantropia privada;

VI- a separação entre estado e economia;

VII- a separação entre estado e fé religiosa ou antirreligiosa;

VIII- o Direito como descoberta da ordem espontânea que surge dos usos e

costumes;

IX- a limitação do poder do estado e de seus agentes;

X- a proteção da liberdade de expressão, extensão do direito à autopropriedade,

contra a censura estatal e contra quem agir para a limitar ou para a destruir;

XI- a aplicação imparcial e isonômica das leis;

XII- a proteção do indivíduo contra a arbitrariedade política, o estatismo e o

sofrimento de violência sem justo motivo.

§1º. Todo o poder político emana do indivíduo, pilar da sociedade, que o exerce

diretamente e, por exceção, por meio de representantes eleitos responsáveis e

compromissados, nos termos desta Constituição.

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§2º. Os cidadãos brasileiros organizam o estado por meio dos municípios, das

províncias e da União, nos termos desta Constituição.

§3º. Outras nações poderão se unir ao Brasil. De igual forma, as províncias e municípios

poderão declarar independência e deixar de fazer parte do Brasil, nos termos do Título

IV, Capítulo IV, desta Constituição.

CAPÍTULO II- DOS OBJETIVOS DO BRASIL

Art. 2º. Constituem objetivos fundamentais do Estado Brasileiro:

I- proteger a liberdade individual, de expressão e de iniciativa;

II- não intervir na vida privada dos indivíduos pacíficos;

III- manter o mercado livre e aberto;

IV- evitar intervenções estatais na economia e no exercício de qualquer profissão;

V- não interferir nas manifestações artísticas, religiosas, antirreligiosas, morais,

imorais, desportivas ou culturais;

VI- evitar a criação de novos impostos, reduzir os existentes e eliminar os

desnecessários;

VII- substituir a administração estatal por empreendimentos privados mantidos e

organizados segundo os princípios do livre mercado e da livre concorrência.

Parágrafo Único. O objetivo supremo desta Constituição é criar as condições para que

o estado seja totalmente eliminado e, enquanto a meta não for alcançada, reduzir o

estado e o poder de seus agentes ao mínimo indispensável para resguardar a liberdade

dos indivíduos pacíficos.

CAPÍTULO III- DO DIREITO AO TRATAMENTO ISONÔMICO

POR PARTE DO ESTADO

Art. 3º. Todos os brasileiros serão tratados de forma igual pela lei e pelo estado.

Considera-se discriminatória qualquer lei que confira vantagens, punições ou

obrigações diferenciadas às pessoas, de forma irrazoável, em razão de algum atributo

do indivíduo como riqueza, sexo, sexualidade, etnia, fé ou não fé religiosa, moralidade,

condição física ou qualquer outro.

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§1º. Não se considera discriminatório o estabelecimento de qualquer distinção entre os

indivíduos para a realização de sensos com finalidade estatística, desde que a pessoa

entrevistada, após a pesquisa, não seja identificável.

§2º. A distinção das pessoas em razão de riqueza é considerada discriminatória e vedada

para efeito de cobrança de tributos e fixação de alíquotas tributárias, mas será permitida

sempre que razoável e nas seguintes hipóteses:

I- para fixar pena de multa;

II- para estebelecer o preço de qualquer serviço, inclusive determinar a taxa de juros;

III- outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

§3º. A distinção das pessoas em razão de sexo genético é considerada discriminatória,

mas será permitida sempre que razoável e nas seguintes hipóteses:

I- para estebelecer o preço de qualquer serviço, inclusive determinar a taxa de juros;

II-para punir a prática de estupro;

III- para efeito de cumprimento de pena em locais fechados de internação coletiva;

IV- para organização de dormitórios públicos ou privados de uso coletivo;

V- para controlar o acesso ao interior de vestiários e banheiros de uso coletivo, sendo

facultado ao poder público e à iniciativa privada ofertarem vestiários e banheiros

unissex para uso coletivo, além dos usuais masculino e feminino;

VI- para proceder revista policial em suspeitos;

VII- outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

§4º. A distinção das pessoas em razão da idade ou de seu estado de saúde física ou

mental também é considerada discriminatória, mas será permitida sempre que razoável

e para:

I- estebelecer o preço de qualquer serviço, inclusive determinar a taxa de juros;

II- punir a prática de crimes contra vítimas incapazes ou vulneráveis em razão da

idade ou do estado de saúde física ou mental;

III- proteger a autopropriedade de indivíduos incapazes e seus demais direitos

patrimoniais:

a) contra atos de violência;

b) contra o roubo implícito (fraude);

c) contra a exposição forçada aos vícios e ao que possa os levar a se tornarem

viciados;

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d) contra a prática de sexo mediante coerção ou roubo implícito;

e) contra a fraude praticada contra eles em razão de sua incapacidade mental.

IV- efeito de cumprimento de pena em locais de uso coletivo;

V- averiguar o preenchimento das condições mínimas indispensáveis para, de forma

responsável:

a) exercer qualquer ofício privado ou público, inclusive emprego, cargo ou função

pública eletiva;

b) gozar os direitos civis em geral;

c) responder pela prática de atos ilícitos comissivos ou omissivos;

VI- prover acesso diferenciado e adaptado às necessidades dos deficientes físicos ou

mentais;

VII- outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

CAPÍTULO IV- DO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO

E DA PRESUNÇÃO DE BOA FÉ

Art. 4º. Ressalvado o disposto no art. 14, não é considerado discriminatório o mero

exercício do direito de autopropriedade relativo à fala ou à manifestação do pensamento

por qualquer meio, inclusive o relato de fatos verdadeiros ou falsos, o mero xingamento,

a expressão de opinião ou de juízo de gosto sobre qualquer assunto, mesmo que

politicamente incorreto ou feito com grosseria ou em tom de comédia ou de deboche.

§1º. Não são considerados discriminatórios, nem abusivos ou ofensivos contra qualquer

princípio desta Constituição:

I- o poder familiar exercido de forma razoável por pai, mãe ou outro responsável por

pessoa incapaz sob sua guarda para:

a) discipliná-lo, inclusive mediante violência;

b) evitar que ele se destrua por qualquer meio;

c) decidir, de forma soberana, sobre a alimentação, a educação acadêmica, a

educação moral ou a educação religiosa de quem estiver sob sua guarda;

d) impedi-lo de acessar conteúdo impróprio para sua capacidade mental, em

qualquer meio, inclusive revistas, livros, televisão, rádio ou internet;

e) impedi-lo de se relacionar com pessoas que podem abusar de sua condição

mental;

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f) impedi-lo de participar de qualquer evento não adequado para incapazes;

g) conduzi-lo à escola, instituição religiosa ou não religiosa e qualquer outra não

proibida para incapazes, mesmo que o incapaz manifeste resistência;

h) outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

II- O poder disciplinar exercido de forma razoável por instituição de ensino sobre

seus alunos para:

a) discipliná-los;

b) incentivar o bom rendimento nos estudos;

c) punir o mau rendimento e a falta de comprometimento com os estudos;

d) impedi-los de acessar, por qualquer meio, conteúdo de mídia considerado

nocivo ou irrelevante para a educação pela instituição de ensino dentro de suas

instalações;

e) impedir a venda de produtos ou serviços inadequados para incapazes, desde que

a instituição atenda esse público;

f) outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

III- O poder disciplinar exercido de forma razoável por empreendimento privado,

por qualquer meio, para:

a) manter a ordem e a segurança dentro de suas instalações e em suas áreas de uso

coletivo;

b) impedir que seus funcionários acessem conteúdo de mídia considerado nocivo

ou irrelevante para o trabalho pelo empreendimento privado no ambiente de

trabalho;

c) na área de uso coletivo frequentada por público infanto-juvenil, impedir que

incapazes acessem conteúdo prejudicial à sua saúde mental, exibido em qualquer

meio, inclusive televisão, internet, rádio e outras mídias;

d) impedir a entrada de pessoas incapazes em suas instalações quando a entrada

só for permitida para as pessoas capazes;

e) impedir a venda de produtos ou serviços inadequados para as pessoas incapazes;

f) outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

IV- o poder disciplinar exercido de forma razoável pelo estado para:

a) disciplinar seus agentes a respeitarem os princípios da administração pública e

os objetivos do respectivo ente e poder;

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b) manter a ordem e a segurança dentro de suas instalações;

c) impedir que seus agentes, inclusive militares, acessem conteúdo de mídia nocivo

ou irrelevante para o trabalho no ambiente de trabalho;

d) assegurar o cumprimento de suas ordens quando elas obedecerem aos princípios

desta Constituição;

e) garantir o sigilo das informações referidas no art. 63, §1º.

V- a difamação, a calúnia e qualquer outra modalidade de fofoca, ressalvado o

disposto no art. 14;

VI- a chantagem verbal, desde que praticada desacompanhada de violência, ameaça

real de violência ou de roubo implícito;

VII- outras hipóteses razoáveis previstas pelo Direito Privado ou reconhecidas pela

lei mor de cada província.

§2º. Presumem-se legais os atos praticados nas formas descritas por este artigo.

CAPÍTULO V- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

Art. 5º. Todo brasileiro possui direito à autopropriedade – o que inclui usufruir de sua

liberdade, a cuidar da própria vida, a proteger-se, a adquirir propriedades e a buscar a

felicidade do modo que bem entender e pacificamente – e à todas as demais garantias

decorrentes desse princípio:

I- toda pessoa tem direito a proteger a vida e o patrimônio, inclusive de forma

armada, contra agressores e invasores, sendo vedada a proibição ou a penalização da

legítima defesa, em qualquer de suas formas;

II- todo cidadão possui direito a portar armas em local público, inclusive as de uso

militar, bem como armazenar qualquer delas em qualquer quantidade sem a

necessidade de nenhum tipo de licença, registro, autorização, permissão ou exigência

de formação escolar por parte do estado, salvo as armas que puderem causar danos

de destruição em massa, nos termos do §1º deste artigo, cujo porte e uso serão

regulados nos termos da lei mor de cada província;

III- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício, profissão, atividade ou

empreendimento, tenham ou não finalidade econômica. É vedado ao estado exigir

qualquer tipo de autorização, registro, licença, permissão, ou formação escolar para

o exercício de qualquer deles; salvo o que puder, comprovadamente, causar danos de

destruição em massa que ultrapassem a extensão territorial do imóvel utilizado pelo

proprietário, nos termos do §1º deste artigo. Apenas nessa hipótese excepcional,

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caberá a cada Província, e de forma residual, ao município, por meio de lei mor,

regulamentar o seu exercício, optando, sempre que possível, pela alternativa que

menos interfira na iniciativa privada e que seja suficiente para evitar o dano maior,

sendo considerada nula qualquer regulamentação que exceda este limite. É facultado

a qualquer pessoa ou empreendimento acionar o Poder Judiciário competente para

requerer a imediata revogação da regulamentação excessiva ou desnecessária;

IV- é livre o exercício de qualquer empreendimento financeiro, bancário ou

creditício, desde que não resulte em criação artificial de moeda ou em emissão de

moeda não lastreada, nos termos do art. 298;

V- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude

de lei e dos acordos aos quais voluntariamente aderir, desde que que não firam os

princípios desta Constituição. Os acordos voluntários serão nulos:

a) se houver vício no consentimento;

b) se imporem obrigação a terceiro que não participou do acordo;

c) se seu conteúdo for apenas uma promessa cujo descumprimento não resulte em

roubo implícito;

d) se versarem sobre a renúncia ao exercício da própria liberdade, em qualquer de

suas formas.

VI- é livre a manifestação do pensamento por qualquer meio, ressalvado o disposto

no art. 14;

VII- é inviolável o direito de propriedade sobre os próprios equipamentos de

comunicação e dos dados neles contidos, inclusive sobre os dados criptografados em

trânsito, qualquer deles, salvo por ordem judicial temporariamente, na forma da lei

penal de cada província, para fins de investigação criminal ou instrução processual

penal, apuração de atos ilícitos em geral ou responsabilização civil por danos causados

pelo exercício abusivo da liberdade de expressão (art. 14). Em qualquer caso, é

proibido ao estado obrigar o investigado, terceiros ou o empreendimento que

fabricou ou projetou o dispositivo ou o programa utilizado, a fornecer senha, técnica,

projeto do dispositivo, programa, código fonte ou qualquer outro meio para acessar

o conteúdo do dispositivo ou programa;

VIII- é resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional,

salvo quando houver risco de destruição em massa, na forma do §1º, ou se tratar de

informação ultrassecreta referida no art. 63, §1º; hipótese em que todos os envolvidos

serão punidos por alta traição, inclusive os responsáveis pelo órgão de mídia que

permitir que a informação seja divulgada. Não serão punidos por alta traição os

profissionais ou o órgão de mídia que entregar a informação de que trata o art. 63,

§1º, sem divulgá-la, diretamente ao chefe de governo, ao chefe de estado ou ao

premier de qualquer das casas do Poder Legislativo do ente federado a que se refiram

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para adoção das providências previstas no art. 63, §1º, inc. I no prazo máximo de 30

dias. Caso a autoridade se omita, os profissionais ou o órgão de mídia poderão

divulgar a informação e não sofrerão nenhum tipo de punição pelo ato, nem serão

responsabilizados civil ou penalmente pela prática, cabendo tal responsabilidade às

autoridades que deveriam ter agido na forma do art. 63, §1º, inc. I e se omitiram;

IX- é inviolável a liberdade de consciência, de crença e de não crença, sendo

assegurados o livre exercício dos cultos religiosos e não religiosos, bem como a total

liberdade de ensino, nos termos desta Constituição;

X- ninguém será privado de direitos por motivo de fé ou não fé, convicção filosófica

ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação imposta a todos ou para

cometer atos ilíticos;

XI- a casa é o refúgio do indivíduo. Nela, a entrada só é permitida com

consentimento do morador, salvo por determinação judicial, em qualquer horário,

para impor pena definitiva ou temporária a quem lá estiver. Equipara-se à casa, os

imóveis onde funcionem empreendimentos privados, exceto as áreas abertas para uso

coletivo;

XII- é livre a locomoção no território brasileiro em tempo de paz, podendo qualquer

pessoa, nos termos da lei da União, nele entrar ou sair com seus bens, desde que não

viole a propriedade privada de outras pessoas. É vedado aos entes federados

estabelecerem qualquer tipo de tributo para que uma pessoa possa circular dentro do

Brasil com seus bens;

XIII- todos podem reunir-se pacificamente, inclusive portando armas, em locais

abertos ao público, independentemente de autorização, registro, permissão ou

licença, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o

mesmo dia, local e horário. O estado não exigirá prévio aviso, mas, se for comunicado

com antecedência ou tomar conhecimento do evento por qualquer meio, poderá

adotar as providências necessárias para garantir a segurança das pessoas pacíficas no

local, bem como para organizar o trânsito de veículos nas proximidades;

XIV- é plena a liberdade de associação civil para fins lícitos, inclusive as de caráter

militar e paramilitar, sendo vedado ao estado impedir ou dificultar que os cidadãos

organizem ou financiem exércitos privados ou participem deles como membros,

sócios ou gestores, seja em tempo de paz ou de guerra;

XV- em caso de guerra, o Estado não proibirá, nem dificultará que grupos de

cidadãos armados ou empreendimentos dela participem voluntariamente, não

importa o motivo. O Estado não proibirá os milicianos de retornarem da guerra

portando bens, nem os tributará por causa disso, nem emitirá qualquer tipo de

censura ou opinião a respeito, em obediência ao disposto no art. 94, §3º, §4º, §5º e

§6º;

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XVI- os empreendimentos privados e públicos só poderão ser compulsoriamente

dissolvidos ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no

primeiro caso, o trânsito em julgado;

XVII- ninguém poderá ser forçado a negociar ou se abster de negociar não importa

o motivo, sob pena de anulação do negócio viciado e de responsabilização do infrator

nos termos do Direito Privado de cada província;

XVIII- é garantido o direito de propriedade, exceto quando o bem for adquirido

mediante violência ou roubo implícito, hipótese em que ele será devolvido ao

proprietário. Caso não seja possível identificar o proprietário, a propriedade será

fixada em que o possuir de boa fé. Não havendo posseiro de boa fé, o bem será

destinado à instituição privada de caridade;

XIX- a propriedade de bem imóvel só se transmite com a inscrição do negócio em

registro público ou naquele de que trata o inc. XX;

XX- o município poderá oferecer serviço de registro público, mas não impedirá a

iniciativa privada de oferecer serviços de registros alternativos aos estatais para

qualquer fim, inclusive para identificação de pessoas, para o registro de bens, para

comprovação de propriedade ou da existência de qualquer negócio, ou para emissão

de passaportes. Os serviços privados de registro serão exercidos sob o regime de livre

mercado, sem regulamentação estatal, inclusive quando o seu objeto coincidir no

todo ou em parte com qualquer serviço de resgistro prestado por ente público;

XXI- o estado não imporá servidões a propriedades particulares, salvo no caso de

desastres de destruição em massa ou na sua iminência, desde que comprovada a

impossibilidade de solucionar o problema por qualquer outro meio negociado. Nessa

hipótese, a autoridade competente poderá, mediante autorização judicial, usar a

propriedade particular ou nela fazer servidão temporária, sendo assegurado ao

proprietário justa indenização ulterior pelo seu uso, pelos lucros cessantes e pelos

danos patrimoniais sofridos;

XXII- qualquer propriedade poderá ser objeto de penhora e qualquer bem imóvel

poderá ser hipotecado, mesmo que único ou de baixo valor;

XXIII- a função da propriedade é servir a seu proprietário da forma que ele

considerar melhor. É garantido, em qualquer caso, a responsabilização civil e penal

do proprietário pelos danos que ele causar a terceiros em razão de sua utilização

comissiva ou omissiva, ressalvada as hipóteses de caso fortuito ou de força maior;

XXIV- o proprietário de bem imóvel não poderá impedir outras pessoas de passarem

por águas navegáveis que cortam sua propriedade, podendo, em parceria com outros

proprietários do trecho ou, por meio de empreendimentos privados, estabelecer

tarifas de pedágio, observados, em todo caso, o dever de não comprometer a

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qualidade da água que passa pela sua propriedade e de tratá-la se ela for

comprometida pelo uso que a der.

XXV- cabe ao proprietário dispor de forma soberana para quem será transmitido

qualquer de seus bens por ocasião de sua morte ou por dissolução de sua união civil,

sendo vedado ao estado limitar a escolha do destinatário ou cobrar tributos sobre a

transmissão desses bens. Se o proprietário não tiver deixado a sua vontade registrada

por qualquer meio, inclusive testamento, pacto, ou contrato de união civil, a

destinação dos bens será feita conforme o Direito Privado de cada província;

XXVI- todo ser vivo ou máquina com notória capacidade para ser livre de forma

similar ao homo sapiens maduro e saudável, não importa se originado do Planeta

Terra ou não, será tratado como um indivíduo livre e equiparado ao estrangeiro se

brasileiro não for. Os animais e máquinas sem capacidade ou potencialidade para

serem livres na forma deste inciso serão tratados como propriedade privada. Lei mor

da União estabelecerá os requisitos mínimos para que uma máquina ou ser vivo de

outra espécie possa ser considerada similar ao homo sapiens;

XXVII- as entidades associativas possuem legitimidade ativa para representar seus

filiados judicial ou extrajudicialmente desde que autorizadas e se trate de direitos

individuais homogêneos. Elas também poderão demandar contra qualquer ente

sobre temas relacionados a sua área de atuação. As decisões judiciais prolatadas para

tais entidades também beneficiam ou obrigam todos os membros que nela estiverem

filiados na data da publicação da sentença ou do acórdão;

XXVIII- todos têm direito a manifestação estatal lógica, fiel à realidade e não-

eufemística nos termos do art. 24, inc. XLII;

XXIX- todos têm o direito de obter informações de órgãos públicos de caráter

coletivo ou de seu interesse particular, sob pena de responsabilidade do dirigente do

órgão, ressalvadas aquelas descritas no art. 63, §1º;

XXX- Os órgãos públicos da administração direta ou indireta são proibidos de cobrar

taxas ou emolumentos para:

a) permitir a proposição ou acompanhamento de ações judiciais ou administrativas

ou de qualquer delas recorrer;

b) fornecer certidões para defesa de direitos;

c) prestar informações a pessoa interessada;

d) negociar dívidas tributárias;

e) fornecer ou enviar guias para pagamento de impostos.

§1º. Considera-se dano de destruição em massa aquele que – produzido por uma

pessoa, família ou empreendimento, e de forma não consentida pelos afetados – resulta

em:

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I- ruína generalizada de área igual ou maior que 1 km2 pertencente a outras pessoas

além do proprietário do imóvel de origem da conduta danosa;

II- intoxicação, contágio ou adoecimento grave da maioria da população do entorno

do local da ocorrência do dano cuja área de afetação for igual ou maior que 1 km2

além da extensão territorial do imóvel de origem da conduta danosa;

§2º. As normas estabelecidas no Título I desta Constituição têm aplicação imediata.

§3º. Os direitos e garantias estabelecidos por esta Constituição não alcançam os

territórios e faixas de fronteiras descritos no Título II, Capítulo VIII.

Art. 6º. Qualquer um, inclusive o estado, poderá acessar informação existente em

registro público ou ao que se refere o inc. XX do art. 5º para identificar qualquer pessoa,

desde que preenchidos os seguintes requisitos cumulativos:

I- Haja justo motivo para o requerimento, como a prova da materialidade de ato

ilícito ou outras hipóteses reconhecidas pelo Direito Privado ou pela lei mor de cada

província;

II- A finalidade da medida for:

a) identificar paternidade genética;

b) identificar responsável por prática de ato ilícito;

c) outras permitidas pelo Direito Privado de cada Província e compatíveis com

esta Constituição.

III) a medida esteja amparada por decisão judicial.

§1º. Não gozam dos direitos garantidos no art. 5º, inciso VII; no art. 12, §6º; no art.

13, incisos VII e XVI; no art. 90, inc. VI, e nos incisos do caput deste artigo:

I- os agentes políticos;

II- os candidatos a cargos eletivos desde o registro de sua candidatura;

III- os ocupantes e os indicados para ocupar cargo:

a) de secretário de município, de província ou de estado;

b) em comissão ou função de confiança na administração pública direta ou indireta

de quaisquer dos entes federados.

IV- exclusivamente em relação ao negócio realizado, qualquer pessoa ou

empreendimento que forneça produtos ou preste serviços:

a) para qualquer das pessoas indicadas nos art. 6º, §1º, incisos I, II e III;

b) para qualquer órgão público da administração direta ou indireta.

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V- investigados por prática de crime de terrorismo ou que estejam respondendo

processo judicial por tráfico de informações de que trata o art. 63, §1º.

§2º. O cônjuge, para todos os fins, se equipara ao companheiro ou a pessoa unida

civilmente com outra, nos termos do art. 316.

§3º. Cada pessoa, desde que capaz, poderá requerer a alteração de seu nome por

qualquer motivo, mesmo que o nome escolhido não tenha relação com seu sexo

genético ou com sua família de origem. Também poderá modificar o próprio corpo

para atender qualquer finalidade, mas poderá ser responsabilizada se a omissão dolosa

de seu sexo genético ou de outros dados de identificação resultar em roubo, inclusive

implícito, nos termos do Direito Privado e da lei penal de cada província.

Art. 7º. Os estrangeiros legalizados usufruem de todos os direitos garantidos aos

brasileiros em geral nesta Constituição, ressalvados os:

I- que dependam do pleno exercício do direito à cidadania descritos no Título III;

II- relativos ao porte e armazenamento de armas de uso militar, ressalvado, em

qualquer caso, o uso de armas de pequeno calibre para defesa pessoal, nos termos da

ordenação da União.

§1º. As representações diplomáticas estrangeiras e seus agentes poderão usar armas de

uso militar para defesa de suas instalações, bem como portá-las para defesa de seus

agentes, salvo as de destruição em massa, desde que a representação diplomática

brasileira e seus agentes possuam o mesmo direito no país de origem da representação

diplomática.

§2º. O estrangeiro que entrar ilegalmente no Brasil ou nele for encontrado será

imediatamente deportado, sem direito à ampla defesa e ao contraditório, e não será

permitida sua reentrada no Brasil, mesmo que de forma legal, enquanto não ressarcir a

União pelas despesas decorrentes do processo de sua deportação, ressalvada a hipótese

prevista no art. 111, Art. 113º, inc. VIII. Nesse caso, enquanto a situação do estrangeiro

não for definitivamente julgada pelo Poder Judiciário competente, ele gozará de todos

os direitos conferidos aos estrangeiros legalizados, nos termos do caput do art. 7º.

CAPÍTULO VI- DOS LIMITES GERAIS DO PODER ESTATAL

Seção I- Das Garantias Processuais Gerais

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Art. 8º. Ninguém será obrigado pelo Estado, civil ou penalmente, a responder por algo

sem o devido processo legal no qual lhe seja assegurado o direito ao contraditório, à

ampla defesa e aos recursos a ela inerentes, nos seguintes termos:

I- os atos judiciais serão praticados conforme os princípios estabelecidos no art. 181

e no art. 183;

II- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, desde que o peticionário comprove, por qualquer meio, a impossibilidade de acordo entre os envolvidos ou a resistência irrazoável a sua pretensão. Havendo acordo de conciliação prévia e voluntária entre as partes, seus termos prevalecerão como Lei, desde que não seja incompatível com os princípios desta Constituição e não tenha havido violação ao disposto no art. 5º, inc. V;

III- é garantido o acesso ao duplo grau de jurisdição para as decisões do Poder

Judiciário nos termos desta Constituição, observado:

a) a parte interessada deverá recorrer no prazo legal;

b) quando se tratar de decisão interlocutória, a instância recursal examinará apenas

o cumprimento dos requisitos legais e formais do ato praticado (art. 181 e art.

183), sendo-lhe vedado examinar o mérito do ato judicial apreciado pelo Juiz de

primeiro grau, sob pena de nulidade absoluta.

c) quando se tratar de recurso contra sentença, a instância recursal apreciará todos

os requisitos do ato judicial, inclusive o mérito.

IV- a lei não estabelecerá nenhuma forma de recurso necessário que independa da

expressa e voluntária manifestação de vontade dos litigantes, inclusive quando for

ente público;

V- ninguém será processado ou julgado, senão pelo pelo juiz privado competente que

todas as partes voluntariamente aceitarem ou pelo juiz estatal competente. Caso o

processo tenha se iniciado com juiz incompetente, impedido ou suspeito, é facultado

ao juiz competente da causa convalidar os atos anteriores ou saneá-los se a medida

for cabível;

VI- ninguém será obrigado a depor, a testemunhar ou a produzir prova contra si

mesmo ou contra terceiros;

VII- conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não

amparado por habeas corpus, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de

autoridade for autoridade pública ou agente privado no exercício de atribuições do

Poder Público, ressalvado:

a) quando o direito questionado puder ser amparado por ação ordinária;

b) quando o ato judicial impugnado, ao tempo de sua prática, estava sujeito a

recurso judicial e a parte interessada tiver deixado o prazo expirar.

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VIII- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício de direito constitucional, nos termos do

art. 108, §2º;

IX- qualquer cidadão é parte legítima para propor:

a) ação anulatória de ato lesivo ao patrimônio público ou a entidade em que o

estado participe ou forneça verba ou incentivo, bem como a que busque reparação

pelos danos causados;

b) ação com o objetivo de responsabilizar penal, administrativa ou civilmente

qualquer agente público por ilítico cometido em razão do exercício da função

pública;

c) ação com o objetivo de responsabilizar o suposto infrator pela prática de ilícito

civil, penal ou administrativo que resulte em danos à saúde do requerente, seja de

forma individual, difusa ou coletiva, sem prejuízo do pedido de reparação pelos

danos causados.

Parágrafo Único. O direito ao contraditório pode ser dispensado quando:

I- tratar-se de:

a) reconhecimento da decadência ou da prescrição do direito reclamado pelo autor;

b) ilegitimidade manifesta da parte autora;

c) pedido impossível, jurídica ou faticamente;

d) ausência de interesse processual da parte autora.

II- a petição inicial for inepta nos termos da lei processual de cada província;

III- o juiz apurar a notória existência de perempção, litispendência ou de coisa

julgada;

IV- a petição inicial não for emendada no prazo ou de acordo com o determinado

pelo juiz.

V- a sua dispensa não prejudicar a pessoa contra quem se pede. A lei processual de

cada província poderá detalhar outras hipóteses que materializem este princípio.

Art. 9º. A ação civil ou penal, quando se referir a fatos conexos, tramitará no juízo

privado ou estatal prevento, salvo quando se tratar de competência absoluta e o conflito

for entre dois ou mais juízes privados ou estatais.

Parágrafo Único. Quando o fato for comum, o juiz poderá dispensar a produção de

prova pericial e adotar as conclusões científicas já estabelecidas como razão de decidir,

salvo se houver fundado receio que justifique realizar perícia para o caso específico.

Considera-se fato comum:

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I- queimadas de resíduos orgânicos;

II- queima de lixo doméstico;

III- ruídos em geral;

IV- outras hipóteses definidas pela lei processual de cada província.

Art. 10. É vedado a lei processual impedir a parte de postular sem advogado caso ela

queira. Em qualquer caso:

I- a parte assumirá os bônus e os ônus de sua escolha;

II- a parte que vencer a demanda sem advogado não será indenizada por despesas

com advogado.

§1º. Não haverá ressarcimento de despesas com advogado quando a demanda for

encerrada sem a citação da outra parte por qualquer razão. Neste caso, haverá

decadência do direito ao ressarcimento pelas despesas efetuadas.

§2º. Os honorários de sucumbência são destinados a indenizar o vencedor pelas

despesas realizadas em razão do processo judicial, inclusive com o pagamento de

perícias e de advogado. O estado não poderá dispensar o sucumbente de pagar essa

verba em razão da natureza do procedimento, mas a parte vencedora poderá dispensar

o juízo de impor esta condenação ao vencido.

§3º. Cabe a cada parte remunerar seu advogado de acordo com o acordado com ele.

Ressalvado o disposto no art. 11, o advogado terá o mesmo tratamento dispensado aos

demais prestadores de serviços nos termos do Direito Privado de cada província.

§4º. A condenação ao pagamento de sucumbência não poderá ultrapassar o valor da

causa, hipótese em que o valor será considerado exorbitante. Neste caso, a indenização

será estabelecida de acordo com os critérios gerais fixados pela lei processual ou, não

havendo, segundo o livre convencimento do juiz.

§5º. Quando ambas as partes forem vencedoras e vencidas de forma igual, o juiz não

condenará nenhuma delas ao pagamento de sucumbência. Caso uma parte tenha sido

mais vencedora que a outra, o juiz fará as compensações devidas e, se for o caso, aplicará

o diposto no §4º.

§6º. A indenização fixada pelo juiz privado ou estatal na forma deste artigo encerra a

discussão judicial desta questão para todos os fins.

Art. 11. É assegurado ao advogado:

I- gozar os direitos garantidos a todas as pessoas em geral, inclusive o previsto no art.

5º, inc XI; ressalvado o disposto no art. 6º, §1º, inc. IV;

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II- comunicar-se com seu cliente, reservadamente, mesmo sem procuração, quando

este se achar preso, detido ou recolhido em estabelecimento civil ou militar, desde

que observado o disposto no art. 13, inc. XXV e no art. 5º, §3º.

Art. 12. Os processos administrativos se submeterão ao devido processo legal,

ressalvado:

I- o reexame das decisões administrativas, opção que fica a critério da organização

administrativa do órgão;

II- a publicidade dos atos praticados quando se tratar de investigação de prática de

ato ilícito, nos termos do §4º.

§1º. As decisões administrativas vinculam a administração em relação ao administrado.

É vedada a revisão administrativa do ato em prejuízo do administrado, sob qualquer

pretexto.

§2º. As decisões administrativas fazem coisa julgada após a decadência do direito de

revisão do ato ou depois de ocorrido a prescrição. Enquanto isso, elas poderão ser

discutidas por qualquer parte interessadas perante o Poder Judiciário competente. O

Ministério Público também poderá atuar quando o ato administrativo praticado

resultar em prejuízo financeiro para o ente público ou violar princípio da administração

pública.

§3º. A propositura de processo administrativo interrompe, uma única vez, o transcurso

do prazo decadencial ou prescricional do direito discutido, ressalvado quando se tratar

de investigação criminal.

§4º. O inquérito policial, o inquérito civil, a sindicância ou qualquer outro meio

administrativo de apuração de materialidade e de indício de autoria de atos ilícitos não

se submeterão aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do acesso ao duplo

grau de jurisdição e possuem caráter sigiloso nos termos do §6º.

§5º. Os processos administrativos de que trata o §4º só poderão ser consultados por

quem requereu a investigação ou pelo Ministério Público, sem prejuízo da punição dos

responsáveis, caso haja violação do sigilo.

§6º. O conteúdo de inquérito, inquérito civil, sindicância ou qualquer outro meio

administrativo de apuração de ato ilícito só poderá ser divulgado pela imprensa após a

publicação de sentença de condenação, independentemente do trânsito em julgado. Os

agentes públicos infratores serão exonerados, sem prejuízo de responderem por crime

de abuso de autoridade. O empreendimento de mídia infrator poderá ter sua atividade

suspensa temporariamente ou permanentemente, mediante sentença judicial, nos

termos e gradações previstos pela lei de cada Província.

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Seção II- Dos Princípios Penais

Art. 13. São princípios gerais da persecução penal:

I- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

II- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, exceto a lei penal temporária;

III- não haverá juízo ou tribunal estatal de exceção;

IV- é proibido criar leis penais para punir condutas comissivas ou omissivas para as

quais inexistam dados estatísticos aferidos de forma objetiva e auditável. A Lei penal,

após criada, será automaticamente revogada se, após um ano de sua vigência, não

reduzir a prática do crime contra a qual foi criada em no mínimo 60%; podendo

qualquer cidadão peticionar ao Poder Judiciário competente para requerer a

revogação da lei ineficaz;

V- o estado não proibirá, não criminalizará, não regulamentará e nem reprimirá, por

qualquer meio, as ações ou as omissões que possam matar ou causar danos apenas a

quem adere a elas voluntariamente, seja de forma individual ou coletiva; ressalvado

quando violarem ou ameaçarem a integridade física ou patrimonial de outras pessoas

que não concordarem com tais práticas. É absolutamente nula qualquer lei ou ato

administrativo, inclusive decisão ou sentença judicial, que contrarie este inciso;

VI- é vedado ao estado estabelecer leis ou deveres civis que resulte na repressão ou

proibição de condutas consideradas “imorais” quando elas não contrariarem os

princípios estabelecidos por esta Constituição. É absolutamente nula qualquer lei ou

ato administrativo, inclusive decisão ou sentença judicial, que contrarie este inciso;

VII- é vedado ao estado e a seus agentes usar provas obtidas por meios ilícitos para

punir pessoas ou empreeendimentos. Contudo, qualquer ente não público ou pessoa

que não exerça função pública poderá se valer de qualquer prova para se proteger da

persecução estatal ou provar fatos ilícitos praticados por qualquer agente público,

inclusive quando a prova for conseguida por meios ilegais ou moralmente

questionáveis;

VIII- ninguém será preso senão em flagrante delito pela autoridade policial ou de

forma preventiva por decisão judicial nos termos do art. 16, salvo nos casos de

indiciplina militar ou de crime propriamente militar nos termos da lei de cada ente

federativo;

IX- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, bem como à família do preso ou à pessoa por ele

indicada. No caso de prisão em flagrante, ela deverá ser encaminhada ao juízo

competente para ratificação no prazo estabelecido pela lei penal de cada província,

ou no prazo de um dia útil se nenhum outro prazo tiver sido fixado, sob pena de seu

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imediato relaxamento e da responsabilização da autoridade policial pelo

cometimento de crime de abuso de autoridade;

X- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,

sendo-lhe assegurado a assistência da família e de advogado, nos termos desta

Constituição e das leis aplicáveis;

XI- o preso tem direito à identificação dos agentes públicos responsáveis por sua

prisão ou por seu interrogatório policial;

XII- pelo juiz privado ou estatal, a prisão ilegal será imediatamente relaxada e a

prisão preventiva será imediatamente revogada quando deixar de existir as razões de

sua decretação.

XIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado

de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou

abuso de autoridade. Não é abusiva a prisão em flagrante judicialmente ratificada e

a amparada por decisão judicial de prisão preventiva. Não se admitirá habeas corpus quando o interessado tiver deixado expirar o prazo recursal de que trata o art. 16;

XIV- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade

provisória;

XV- é proibida a cobrança de fiança para concessão de liberdade provisória;

XVI- ninguém será considerado culpado até a publicação de sentença condenatória,

independentemente do trânsito em julgado;

XVII- nenhuma pena passará da pessoa do condenado; salvo a de reparação de danos,

de multa e de perda de bens que poderão ser estendidas aos herdeiros ou a quem tiver

recebido patrimônio do condenado, mesmo que de boa fé, até o limite do valor da

herança ou do patrimônio transferido;

XVIII- a contravenção penal poderá ser tipificada e punida pela lei municipal, e

poderá ser cumulada com outras penas, desde que respeitados os princípios gerais

desta Constituição;

XIX- não se admitirá a tentativa de contravenção penal;

XX- se a conduta delituosa for tipificada por contravenção penal no município e

como crime pela província, o acusado responderá apenas pelo crime;

XXI- havendo conflito de aplicação de legislação da União e da província ao caso

concreto, aplicar-se-á a legislação material e processual da Província, ressalvado os

casos expressos por esta Constituição;

XXII- passados mais de cinco anos do cumprimento integral da pena sem que o ex-

condenado tenha sofrido qualquer outra condenação ou contra ele não esteja em

curso outra ação penal ou inquérito que possa resultar em condenação penal; é-lhe

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garantido, por parte do estado, o sigilo sobre seus processos e condenações anteriores;

sendo vedado ao estado se valer desses registros para efeito de exame de antecedentes

criminais ou para impor qualquer outra restrição ao ex-condenado, exceto para

apuração de inelegibilidade para cargos políticos, nos termos da lei de que trata o art.

130;

XXIII- é assegurado aos condenados não punidos com a morte ou com reclusão, o

respeito a sua integridade física, mental e moral. Às mulheres, não condenadas à

morte ou a reclusão, serão asseguradas as condições para que possam permanecer

com seus filhos durante o período de amamentação.

XXIV- aguardar-se-á o nascimento da criança da mulher grávida condenada à morte

ou a remoção da criança para outro útero ou dispositivo que assegure o nascimento

com saúde;

XXV- os presos preventivamente, sujeitos à pena de morte ou de reclusão, bem como

os condenados por sentença definitiva à pena de morte ou de reclusão, em nenhuma

hipótese receberão visita íntima, só podendo se comunicar com outras pessoas,

inclusive advogados, por meio de equipamento de mídia e separados por vidro

transparente blindado ou por outro meio seguro que impeça o contato físico direto

entre os interessados;

XXVI- os crimes praticados contra pessoas físicas ou empreendimentos privados

terão ação penal de iniciativa privada. A lei só poderá estabelecer iniciativa pública

para os crimes:

a) que punam condutas que resultem em destruição em massa, nos termos do art.

5º, §1º;

b) cuja vítima tenha morrido ou esteja incapaz e não tenha deixado herdeiros ou

outros interessados com legitimidade ativa para investigar ou processar o

responsável, ou exigir a execução da pena;

c) que a vítima seja incapaz e não tenha representante legal, exceto se houver

possível conflito de interesses entre eles;

d) crimes militares ou de guerra;

e) crimes praticados por meio de terrorismo, sem prejuízo da iniciativa

concorrente de qualquer legitimado ativo para propor a ação ou para participar

como assistente do Ministério Público;

f) praticados em razão do exercício de função pública;

g) os crimes contra a administração pública, os crimes de responsabilidade, os

crimes de alta traição, os crimes de abuso de autoridade, os crimes eleitorais, bem

como a responsabilização por ato de improbidade administrativa, terão ação de

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iniciativa pública, sem prejuízo da iniciativa concorrente de qualquer cidadão ou

da participação de qualquer interessado como assistente do Ministério Público.

§1º. Os crimes contra a administração pública que tipificarem condutas que também

seriam punidas se fossem praticadas por particular contra particular, devem ter a pena

base estabelecida, no mínimo, com o triplo do rigor fixado para o particular.

§2º. O crime comum cometido por agente político terá a pena base dobrada, no

mínimo, em razão de violação ao seu dever de decoro político.

§3º. O crime comum cometido por servidor público ou empregado público terá a pena

base aumentada pela metade da estabelecida para o agente político de que trata o §2º,

em razão de violação ao seu dever de decoro administrativo.

§4º. O princípio da presunção de inocência, inc. XVI, não impedirá:

I- o suspeito de ser preso em flagrante, nos termos da lei de cada província;

II- o indiciado ou o acusado de cumprir prisão preventiva ou medida cautelar não

prisional, nos termos da lei de cada província;

III- a prisão imediata de quem for condenado à prisão pelos juizes privados ou

estatais de primeiro grau.

Art. 14. A difamação, a calúnia e qualquer outra modalidade de fofoca jamais serão

punidas penal ou civilmente, mas o seu autor, sempre que identificável, poderá ser

publicamente exposto como mentiroso, sem que disso lhe decorra nenhum direito de

indenização por eventuais danos patrimoniais sofridos.

§1º. Quem cometer atos ilícitos com fundamento em difamação, calúnia ou qualquer

outra modalidade de fofoca, responderá integralmente por seus atos. Caso o ato

também seja tipificado como crime ou contravenção penal, a pena será aumentada em 1/3, no mínimo.

§2º. Excepcionalmente, a expressão do pensamento poderá ser punida:

I- quando restringir, mediante violência injusta ou ameaça real e iminente de

violência injusta, o exercício de direito constitucional ou outro reconhecido pelo

Direito Privado ou legalmente garantido a qualquer pessoa;

II- quando instigar a adoção de qualquer medida violenta, inclusive estatal, que

reduza ou restrinja o gozo dos direitos garantidos no art. 1º desta Constituição,

ressalvado quando à medida for relacionada à decretação do Estado de Defesa, nos

termos desta Constituição e das leis aplicáveis.

§3º. Quem for ofendido nos termos do inc. I ou II, do §2º deste artigo, poderá:

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I- em qualquer hipótese, exigir a responsabilização penal do infrator se o fato

também for tipificado como crime na província ou contravenção penal no município,

sem prejuízo da responsabilização civil pelos danos patrimoniais causados;

II- no caso do inciso II do §2º deste artigo: exigir o direito de resposta, proporcional

à ofensa que será pago às custas do ofensor, na forma estabelecida pelo Direito

Privado.

Art. 15. É vedado ao estado punir penalmente os pais, as mães ou qualquer outro

responsável por incapaz com fundamento em negligência, imprudência ou imperícia

em relação à guarda de incapazes sob sua responsabilidade. Contudo, o estado poderá,

nos termos do Direito Privado de cada província, mediante processo judicial e conforme

a gravidade da culpa:

I- condenar os pais ou responsáveis pelo incapaz a participarem de curso

preparatório, terapia ou outra providência recomendável ao caso apresentado;

II- destituir o poder familiar dos responsáveis e retirar o incapaz de seu lar original

para ser adotado ou curatelado por outras pessoas interessadas.

Parágrafo Único. Na hipótese do inc. II, o incapaz será adotado, obrigatoriamente, pelo

denunciante, salvo quando o denunciante for agente público no exercício de sua função.

Art. 16. A prisão em flagrante ratificada por juiz e a prisão preventiva decretada

judicialmente são recorríveis nos termos da lei processual da província, hipótese em que

o preso ou seu advogado poderão ter vista do processo para apresentarem recurso ou

peticionarem da forma que melhor entenderem.

§1º. Após o indeferimento do recurso de que trata o caput deste artigo, o juiz privado

ou estatal julgará extinto, sem exame de mérito, os novos pedidos de liberdade

provisória que forem formulados com fundamento nos mesmos fatos já apreciados e

decididos pelo julgamento anterior de indeferimento.

§2º. Cabe recurso contra o julgamento de que trata o §1º.

Art. 17. A lei penal de cada província regulará a individualização da pena e adotará, de

forma cumulada ou alternativa, qualquer uma das seguintes:

I- morte;

II- reclusão por tempo determinado;

III- banimento;

IV- trabalho compulsório;

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V- sofrimento de lesão da mesma natureza e intensidade causada à vítima do crime,

inclusive tortura;

VI- restrição da liberdade de ir e vir;

VII- perda de bens;

VIII- multa;

IX- prestação alternativa;

X- suspensão ou interdição de direitos;

XI- participação compulsória em curso de qualificação técnica ou profissional;

XII- retratação;

XIII- outras penas definidas pela lei mor de cada província.

§1º. As penas de reclusão que somadas a idade do condenado ultrapassarem 120 anos,

serão automaticamente convertidas em pena de morte.

§2º. O condenado a pena de reclusão superior a 10 anos, poderá, se quiser, a partir do

5º ano, requerer a conversão da pena de reclusão para a de morte, devendo seu pedido

ser deferido pela autoridade que o apreciar.

Art. 18. A lei penal de cada província definirá os tipos penais e a pena aplicável dentre

as referidas no art. 17 e punirá o infrator conforme a gravidade da ação ou da omissão

praticada, respeitado sempre o princípio da proporcionalidade o qual determina que a

pena a ser infringida ao criminoso deve ser da mesma natureza e intensidade do crime

cometido, não podendo a lei permitir que o ofendido ou os interessados exijam a

aplicação de pena mais grave do a que a natureza do delito cometido, ressalvadas as

exceções desta Constituição.

Art. 19. A lei reprimirá de forma diferenciada e mais rigorosa quem praticar a conduta

penal com finalidade terrorista, da seguinte forma:

I- com tortura e morte, se do ato terrorista houver resultado morte, sem prejuízo do

imediato corte das relações diplomáticas com o país que tiver apoiado tais atos por

qualquer meio, inclusive financeiramente;

II- com o triplo da pena base, no mínimo, se por causa do ato alguém houver se

ferido gravemente;

III- com o dobro da pena base, no mínimo, para os demais casos;

Parágrafo Único. Se o crime tiver sido praticado por estrangeiro, ele não será deportado

nem julgado conforme as regras dos incisos do caput deste artigo, mas sofrerá as penas

de tortura e morte após ser condenado pelo Poder Judiciário competente.

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29

Art. 20. A aplicação da pena contra o criminoso não é direito do estado, mas do

ofendido e possui natureza patrimonial disponível, podendo qualquer legitimado ativo

investigar, perseguir penalmente ou exigir a aplicação da pena, ressalvado o disposto no

art. 13, inc. XXVI.

§1º. O ofendido ou qualquer letigitimado ativo poderá alienar o seu direito de perseguir

criminalmente o ofensor ou de executar a pena, bem como poderá perdoar o ofensor de

forma inequívoca e irretratável, salvo quando o crime for de iniciativa pública, nos

termos do art. 13, inc. XXVI.

§2º. No caso em que o criminoso agredir mais de uma vítima e a execução da pena não

puder ser separada por vítima, para a validade do perdão será necessário que todas as

vítimas ou todos os legitimados ativos perdoem o agressor, caso contrário, a persecução

penal continuará e, se for o caso, a pena será integralmente executada.

§3º. É garantido a todas as pessoas contratarem empreendimentos privados ou

especialistas para investigar qualquer crime de seu interesse se não preferir esperar que

a autoridade policial ou o Ministério Público realize a investigação, sendo vedado ao

estado proibir que a iniciativa privada preste serviços de investigação policial. Também

é vedado ao estado regulamentar a atividade policial ou investigativa privadas.

Art. 21. É vedado ao estado garantir conforto ou gastar com os condenados à morte ou

com quem estiver recluso mais do que o mínimo para que não morram de fome. Eles

não possuem direito à integridade física, mental, espiritual, moral, nem à visita íntima.

Parágrafo Único. A lei de cada província regulamentará a destinação de produtos ou

serviços originados da filantropia privada para os presos em geral, inclusive aos referidos

no caput deste artigo.

Art. 22. A lei de cada província regulamentará as hipóteses em que os condenados à

morte ou à pena de reclusão poderão converter a pena sofrida em serviço militar ou civil

com risco de morte ou grave lesão, bem como o tempo mínimo de trabalho a ser

prestado para obtenção da liberdade, desde que o ofendido ou os interessados na

execução da pena expressamente concordem.

§1º. O tempo de trabalho de que trata o caput deste artigo será proporcional à pena

aplicada ao condenado, desde que seja respeitado o disposto no art. 13, inc. V e no art.

5, inc. V, desta Constituição.

§2º. A Lei de cada província também poderá premiar com a liberdade os condenados

que saiam vitoriosos em qualquer prática desportiva perigosa não proibida pelo art. 13,

inc. V e que não viole o disposto no art. 5, inc. V.

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§3º. Os fundos obtidos com as práticas desportivas de que trata o §2º serão utilizados

para custear as despesas do sistema prisional e para indenizar as vítimas dos crimes,

quando os criminosos não dispuserem de recursos próprios para indenizá-las. Caso

sobrem recursos, eles serão transferidos ao Poder Executivo para o fim exclusivo de

custear bolsas de estudos ou de pesquisa nos termos do art. 306.

Art. 23. É facultado à nação estrangeira que criticar as penas a serem impostas na forma

do art. 17, incisos I a V, abrigar em seu país a pessoa indiciada, acusada ou condenada,

desde que o ofendido ou os interessados na execução da pena expressamente concordem

e sejam observados todos os seguintes requisitos:

I- o interessado que aceitar ir para o outro país, perderá:

a) a cidadania brasileira, caso seja brasileiro, inclusive nato;

b) todos os seus bens, ressalvado se quantidade inferior for suficiente para a

integral reparação dos danos causados às vítimas.

II- o país que se dispor acolher o interessado, deverá lhe conceder sua nacionalidade,

salvo se ele já for nacional do país que deseja acolhê-lo;

III- o interessado assinará termo no qual se comprometerá a não regressar ao Brasil,

sob pena responder pelo crime contra o qual não correrá o prazo de prescrição.

Parágrafo Único. O benefício previsto por este artigo não se aplica aos crimes referidos

no art. 116, e aos demais que forem definidos pela lei mor de cada Província.

Seção III- Da Proteção Geral dos Indivíduos Contra o Estatismo

Art. 24. É vedado ao estado, em qualquer circunstância:

I- tratar os cidadãos e as demais pessoas capazes como se elas fossem incapazes,

idiotas ou irresponsáveis;

II- propor leis que reduzam o poder de autodeterminação das pessoas capazes;

III- legislar sobre Direito Civil, Direito Comercial, Direito Empresarial, Direito

Minerário e qualquer outro ramo do direito ligado à vida privada ou econômica,

ressalvadas as exceções permitidas por esta Constituição para evitar danos de

destruição em massa;

IV- impedir as pessoas de trabalharem, não importa o motivo, desde que o façam

por meio de acordos voluntários;

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V- impedir a saída do país, a qualquer tempo, de brasileiro nato ou naturalizado, não

importa se de forma permanente ou temporária;

VI- impedir o retorno ao seu país, salvo em caso de guerra, de estrangeiro para o seu

país de origem;

VII- impedir os trabalhadores não-públicos de atuar em mais de um emprego

privado ou de serem sócios, gerentes ou acionistas de qualquer empreendimento

privado, ressalvado quando for condenado nos termos do art. 315, §2º ou na hipótese

prevista no art. 303;

VIII- impedir o funcionamento de empreendimento privado, salvo nas hipóteses

previstas pelo art. 315, §2º, ou pelo art. 303;

IX- tabelar preços a serem praticados pela iniciativa privada para fornecimento de

produto ou para prestação de serviços;

X- desapropriar terceiros, salvo a União para estabelecer faixas de fronteira e

territórios, nos termos do Título II, Capítulo VIII;

XI- reprimir a expressão do pensamento, mesmo quando polêmico, politicamente

incorreto, grosseiro, vulgar, imoral, religioso, antirreligioso, de mau gosto ou

notoriamente mentiroso, ressalvado:

a) o disposto no art. 14;

b) o excepcionado por esta Constituição exclusivamente para os agentes públicos

com o fim de resguardar os princípios da administração pública;

XII- exigir qualquer tipo de autorização, permissão, licença, registro ou formação

escolar para a expressão do pensamento ou para o funcionamento de qualquer tipo

de meio de comunicação, inclusive rádios, jornais, canais de televisão e internet,

ressalvada as medidas necessárias para:

a) resguardar os princípios estabelecidos no art. 1º desta Constituição (art. 14);

b) proteger as pessoas incapazes (art. 3º, §4º, inc. III).

XIII- tributar renda do trabalho para o fim de estabelecer ou manter seguros

públicos;

XIV- tributar faturamento ou folha de pagamento de empreendimentos para o fim

de estabelecer ou manter seguros públicos;

XV- subordinar o Brasil a qualquer organismo internacional ou nação estrangeira de

forma permanente;

XVI- alterar regras linguísticas por meio de lei;

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XVII- proibir, criminalizar, reprimir, regulamentar, incentivar, impor ou tornar

ilegal, por qualquer meio, as manifestações culturais, artísticas, religiosas,

antirreligiosas ou desportivas; salvo, desde que respeitado o art. 13, incisos V e VI:

a) o disposto no art. 14;

b) quando violarem o art. 5º, inc. V.

XVIII- proibir, criminalizar, reprimir, regulamentar, incentivar, impor ou tornar

ilegal, a caça, a pesca e qualquer atividade de coleta praticadas em caráter de

subsistência para saciar a fome ou em estado de necessidade, em terras devolutas ou

em propriedade pública de acesso não restrito;

XIX- proibir, criminalizar, reprimir, regulamentar, incentivar, impor ou tornar

ilegal, em propriedade privada:

a) a caça, a pesca, bem como o extrativismo vegetal ou animal, não importa a

finalidade, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 5º, incisos III e XXIII;

b) a criação ou reprodução de qualquer espécie da fauna ou da flora, inclusive as

que estejam em risco de extinção, bem como o livre comércio de quaisquer delas,

não importa qual seja a finalidade;

c) as experiências científicas, salvo as que puderem resultar em dano de destruição

em massa nos termos do §1º, do art. 5º;

d) práticas desportivas, sexuais, morais, imorais, religiosas ou antirreligiosas e

experiências científicas com seres humanos, desde que respeitados o art. 5º, inc. V

e não resultem em dano de destruição em massa, nos termos do art. 5º, §1º.

e) o uso de recursos naturais ou de tesouros nela disponíveis, inclusive os do

subsolo e os acima do solo na altura e profundidade que seu proprietário conseguir

utilizar, na forma do Direito Civil de cada província, ressalvado, em qualquer caso,

o disposto no no art. 5º, incisos III e XXIII;

f) a demolição, conservação, reforma ou construção de edifício,

independentemente de ele ter ou não valor histórico, cultural ou paisagístico.

XX- tomar ou confiscar os recursos naturais ou os tesouros contidos em propriedade

privada;

XXI- cobrar impostos sobre tesouro encontrado em propriedade privada;

XXII- tomar ou confiscar objetos caídos do espaço, salvo se tratar de artefato de

propriedade do ente federativo respectivo. Se o objeto for de outra nação e não

houver tratado internacional que preveja a devolução, ou não for possível identificar

o proprietário, a propriedade do objeto será fixada em quem for o proprietário do

imóvel ou, não havendo, em quem primeiro o encontrar;

XXIII- cobrar impostos sobre o valor de objetos caídos do espaço;

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XXIV- estabelecer monopólio ou oligopólio para o fornecimento de bens ou serviços,

não importa a finalidade;

XXV- estabelecer monopólio ou oligopólio para o fim de impedir a prestação de

serviços privados alternativos aos prestados pelo estado, inclusive registros com fé

pública, representação política, fiscalização dos agentes públicos, defesa militar,

polícia, justiça e outros. Tais serviços podem ser livremente exercidos pela iniciativa

privada, desde que respeitem os princípios estabelecidos por esta Constituição;

XXVI- regulamentar qualquer atividade econômica ou o exercício de profissão,

ressalvado:

a) o disposto no art. 5º, inc. III;

b) o disposto no art. 303;

c) as normas de organização e de administração aplicáveis somente à

administração pública direta ou indireta de qualquer ente federativo.

XXVII- homenagear criminosos, terroristas, invasores de terra, vândalos e pessoas

contrárias aos princípios estabelecidos no art. 1º desta Constituição com comenda,

medalha, menções honrosas ou estátuas, bem como dar o nome deles para vias

públicas, prédios e espaços públicos, sob pena de cometimento de crime de

responsabilidade. Serão punidos por alta traição todos os agentes públicos envolvidos

se o homenageado tiver comprovadamente assassinado pelo menos uma pessoa;

podendo qualquer cidadão requerer a punição dos envolvidos perante o Poder

Judiciário competente;

XXVIII- conceder direitos para máquinas ou animais diferentes do homo sapiens, ressalvado o disposto no art. 5º, inc. XXVI;

XXIX- punir, impedir, proibir, regulamentar ou censurar quem voluntariamente

danificar, alterar ou destruir a sua própria propriedade, inclusive seu próprio corpo,

ressalvado o disposto no art. 5º, inc. XXIII;

XXX- doar recursos públicos, emprestar verbas ou bens públicos, não importa a

finalidade, para:

a) sindicatos;

b) associações profissionais;

c) movimentos estudantis;

d) movimentos sociais;

e) instituições filantrópicas;

f) instituições de ensino privadas;

g) instituições religiosas ou antirreligiosas;

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h) partidos políticos;

i) fundações privadas;

j) outros países;

k) empreendimentos privados;

l) outras entidades especificadas pela lei de cada ente federativo.

XXXI- restringir a formação de uniões civis ou incentivá-las ou as desincentivar ou

sobre elas emitir opinião. Considera-se união civil a comunhão de duas ou mais

pessoas capazes, sob o mesmo teto ou não, para o atendimento de qualquer fim não

comercial dos interessados, inclusive o de conceber filhos ou de compartilhar sexo.

Os efeitos patrimoniais dessa união serão estabelecidos livremente pelas partes

envolvidas, vedado, em qualquer caso, a interferência estatal, nos termos do art. 316;

XXXII- regulamentar os efeitos patrimoniais das uniões civis, ressalvado o disposto

no art. 316, §4º, inc. III;

XXXIII- impor qualquer tipo de obrigação a terceiros, inclusive parentes, com

fundamento em suposto dever de solidariedade, exceto:

a) dos pais em relação aos filhos, inclusive os adotados, que:

1. forem incapazes em razão da pouca idade;

2. tenham se tornado incapazes física ou mentalmente antes de completarem os

requisitos legais mínimos para serem considerados capazes.

b) de quem tenha assumido, voluntariamente, nos termos do Direito Privado de

cada província, a responsabilidade por cuidar de qualquer pessoa incapaz ou

vulnerável.

XXXIV- exigir da iniciativa privada aquilo que o estado não cumpre nem para si

mesmo, como adaptar bem imóvel para prover acesso facilitado aos portadores de

deficiência. Qualquer cidadão poderá requerer ao Poder Judiciário a suspensão da

eficácia da lei até que o ente público responsável demonstre ter cumprido,

integralmente, o conteúdo da própria lei que criou para seus órgãos da administração

direta ou indireta;

XXXV- criar restrições, regulamentações ou limitações para os cidadãos que também

não sejam extensíveis aos agentes públicos em geral, inclusive os políticos;

XXXVI- estabelecer, manter, administrar, impor, exigir, recomendar ou regular os

seguros em geral, inclusive os fundos de aposentadoria ou de pensão.

XXXVII- obrigar as pessoas ou os empreendimentos privados ou públicos a contratar

plano de aposentadoria, de pensão ou qualquer outro seguro, bem como cobrar

tributos para esse fim;

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XXXVIII- obrigar, exigir ou recomendar que as pessoas ou empreendimentos

comprem produtos ou serviços, salvo para evitar danos de destruição em massa nos

termos do art. 5º, §1º;

XXXIX- recusar fé aos documentos públicos ou aos produzidos pelo serviço de

registro alternativo de que trata o art. 5º, inc. XX;

XL- criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si, ressalvadas às

estabelecidas no art. 110;

XLI- praticar qualquer ação proibida pela lei de seu ente federativo, ressalvado os

princípios desta Constituição;

XLII- mentir, desinformar, distorcer palavras, prometer o impossível, manipular

dados estatísticos, propagar ideias ou conceitos em desacordo com a realidade ou

com dados científicos comprovados, ou dar tratamento eufemístico à realidade para

torná-la mais amena aos ouvidos do público, em qualquer meio, inclusive discursos

oficiais, leis, atos administrativos, atos judiciais, documentos oficiais ou página de

internet, como, por exemplo:

a) chamar de "contribuinte" quem é obrigado a pagar impostos como se ele

pudesse escolher pagar o tributo ou não;

b) nomear de "direito" uma obrigação imposta a alguém, enfim: um dever;

c) nomear de “investimento” o “endividamento”;

d) nomear de “vítima” quem é o agressor;

e) nomear de “agressor”, “criminoso” ou “assassino” quem apenas agiu em legítima

defesa;

f) nomear de "liberal" o que tem natureza estatal ou violenta;

g) classificar como “classe média” quem tem renda per capta pífia;

h) nomear de “crescimento negativo”, o que é diminuição ou retração.

i) dizer que a “inflação” está “sob controle” e que o problema é apenas de

“crescimento dos preços”.

§1º. Qualquer cidadão poderá acionar o Poder Judiciário do ente federativo competente

para requerer a imediata adequação à realidade de qualquer termo usado pela legislação

de forma eufemística ou imprópria sem prejuízo da responsabilização do agente público

pela violação dolosa dos princípios da administração pública. Caso a correção invalide

parte de lei, ela será revogada judicialmente apenas em parte. Se a incorreção levar a

invalidade integral de lei, ela será integralmente revogada judicialmente.

§2º. As vedações à atuação estatal estabelecidas neste capítulo não se aplicam aos casos

em que esta Constituição admite a intervenção estatal para o único fim de proteger, de

forma razoável, as pessoas incapazes nos termos do art. 3º, §4º, inc. III.

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§3º. Mesmo para o fim de proteger incapazes, a intervenção estatal não é considerada

razoável, por qualquer meio, quando versar sobre:

I- a compra de seguros em benefício dos incapazes;

II- a compra de qualquer produto ou serviço em benefício dos incapazes;

III- a forma como os pais ou o responsável devem disciplinar os incapazes sob sua

guarda;

IV- o ensino pelos pais ou responsável de temas morais ou éticos aos incapazes;

V- a forma como os pais ou responsável devem educar ou não educar os incapazes

sob sua guarda;

VI- a prática da circunscisão masculina;

VII- o corte de cabelo dos incapazes;

VIII- a colocação de brincos nas orelhas dos incapazes;

IX- a forma como os pais ou os responsáveis devem vestir os próprios filhos ou os

incapazes sob sua guarda;

X- os alimentos escolhidos e a forma como os pais ou os responsáveis devem prepará-

los ou dá-los de comer aos incapazes sob sua guarda;

XI- a forma como as mães decidem conceber ou dar a luz aos próprios filhos;

XII- estabelecimento de presunção de ilegalidade para qualquer ato praticado na

forma prevista pelo art. 4º;

XIII- outras práticas culturais razoáveis e compatíveis com os princípios desta

Constituição, nos termos do Direito Privado de cada província.

Art. 25. O Brasil não se subordinará de forma permanente a nenhum tratado

internacional o qual deverá ser revalidado pelo Congresso Nacional periodicamente,

nos termos da Lei da União. Caso o Congresso não elabore a lei, os tratados serão

automaticamente renunciados após 5 anos, cabendo ao Chefe de Estado da União

tomar as providências cabíveis para comunicar a prática do ato de renúncia às outras

nações e organismos internacionais interessados.

Parágrafo Único. É vedado ao Congresso Nacional estabelecer prazo superior a uma

legislatura para revalidação de tratados internacionais.

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TÍTULO II- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO DE DIREITO

CAPÍTULO I- DAS LEIS

Seção I- Características Gerais das Leis

Art. 26. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 27. Quando inexistir recursos orçamentários suficientes para resguardar o integral

cumprimento da lei, ela será revogada pelo Poder Judiciário competente a pedido de

qualquer interessado.

§1º. Podem requerer a revogação da lei com fundamento no caput deste artigo:

I- qualquer cidadão;

II- membro do Poder Moderador de qualquer ente federado;

III- gestor do órgão responsável pelo cumprimento da lei;

IV- empreendimento privado contratato pelo poder público para cumprir a lei;

§2º. Projetos de lei que aumentem a demanda do estado por qualquer produto ou

serviço deverão ser acompanhadas de estudo de custos e de projeção das despesas

permamentes.

§3º. É vedado aprovar leis para as quais não haja recursos orçamentários suficientes

para garantir seu integral cumprimento, sob pena de responsabilidade de todos os

agentes políticos responsáveis por sua aprovação e sancionamento.

§4º. Os projetos de leis originados da iniciativa popular não precisam ser

acompanhados de estudo de custos ou de projeção das despesas permanentes, cabendo

tal encargo a casa legislativa competente para apreciar o projeto proposto pelos

cidadãos.

Art. 28. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa

julgada; salvo se decorrentes de ordem constitucional anterior e com esta for

incompatível.

Art. 29. Ressalvado o art. 90, inc. V, alínia “b” e eventual disposição diversa da própria

lei publicada; a lei começa a vigorar tão logo seja oficialmente publicada.

§1º. Nas nações estrangeiras, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se

inicia na mesma data de sua vigência no Brasil.

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§2º. Se antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto com

modificações, o prazo do caput deste artigo começará a correr da nova publicação.

§3º. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

§4º. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o disposto no art. 28.

§5. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique

ou a revogue.

§6. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com

ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§7. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não

revoga nem modifica a lei anterior.

§8. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora

perdido a vigência.

Art. 30. A alteração da lei será feita:

I- mediante reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração

considerável;

II- mediante revogação parcial;

III- nos demais casos, por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo

alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, observadas as seguintes regras:

a) é vedada, mesmo quando recomendável, qualquer renumeração de artigos e de

unidades superiores ao artigo, devendo ser utilizado o mesmo número do artigo

ou unidade imediatamente anterior, seguido de letras maiúsculas, em ordem

alfabética, tantas quantas forem suficientes para identificar os acréscimos;

b) é vedado o aproveitamento do número de dispositivo revogado, vetado ou

anulado, devendo a lei alterada manter essa indicação, seguida da expressão

“revogado”, “vetado” ou '‘anulado’' e, quando for o caso, da indicação da lei que

tenha determinado a providência;

c) é admissível a reordenação interna das unidades em que se desdobra o artigo,

identificando-se o artigo assim modificado por alteração de redação, supressão ou

acréscimo com as letras ‘NR’ maiúsculas, entre parênteses, uma única vez ao seu

final, obedecidas, quando for o caso, as prescrições da alínea "b".

Art. 31. Considera-se oficialmente publicada a lei disponibilizada em diário eletrônico

ou sítio da internet pertencente ao ente e poder responsável por sua publicação ou outro

meio de amplo e fácil acesso.

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Parágrafo Único. Os entes públicos deverão publicar suas leis, atos normativos em geral

e atos administrativos em geral e mantê-los acessíveis ao público de forma ampla, sem

cobrança de taxas ou tarifas, preferencialmente na internet ou outro meio de fácil e

amplo acesso.

Seção II- Da Elaboração e da Consolidação das Leis

Art. 32. Lei mor da União disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação

das leis. As leis serão redigidas com precisão, concisão, e com respeito aos seguintes

princípios, sob pena de nulidade:

I- logicidade. A lei e suas partes devem respeitar aos princípios lógicos da identidade,

da não-contradição e do terceiro excluído;

II- fidelidade à realidade. A lei não pode contrariar a realidade e determinar que as

pedras caiam para cima, nem amparar manifestações eufemísticas, nos termos do art.

24, inc. XLII;

III- legalidade. A lei deve ser proposta, apreciada e aprovada com estrita observância

de seus requisitos constitucionais e legais;

IV- impessoalidade. A lei não pode ser constituída para favorecer ou punir pessoas

específicas e deve respeitar os princípios do art. 3º desta Constituição;

V- probidade. A lei deve favorecer a prática de atos estatais honestos e íntegros, sem

margem para que o aplicador da lei alcance outros fins que não se associem

exclusivamente ao atendimento dos objetivos da lei. A lei que der margem para a

prática de atos estatais desonestos, mesmo que legais, deve ser declarada nula;

VI- publicidade. A lei deve ser de fácil entendimento e de amplo acesso. E deve estar

disponível em todas as línguas oficiais reconhecidas pelo ente federativo que a

publicou, nos termos do art. 118, §3º;

VII- motivação. O legislador deve especificar as razões de fato e de direito que o

levou a adotar a solução expressa pela lei como um todo. Também deverá especificar

as razões de cada uma de suas partes, inclusive artigos, parágrafos, incisos, alíneas e

itens. As motivações legislativas serão publicadas junto com a lei aprovada em forma

de anexo;

VIII- eficiência. A lei deve alcançar os fins a que se propõe, nos termos do art. 13,

inc. IV, e do art. 27.

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§1º. O disposto neste artigo aplica-se a todas as espécies de leis previstas no art. 34,

inclusive àquelas com objetivo de modificar ou revogar lei existente. A mesma regra

também se aplica aos atos administrativos normativos em geral.

§2º. A lei que for publicada em meio digital, inclusive ato administrativo normativo,

trará para cada uma de suas partes, inclusive artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens,

link para que o leitor tome conhecimento das razões que motivaram a formulação

daquele dispositivo.

Art. 33. O projeto de consolidação de leis de cada ente federativo poderá ser proposto

por iniciativa de:

I- qualquer associação civil de profissionais do direito, inclusive professores, juízes

ou promotores de justiça;

II- qualquer escola brasileira especializada no estudo do Direito;

III- por iniciativa de quaisquer dos poderes vinculados ao ente federativo que

emanou as leis;

IV- outros legitimados pela lei mor do respectivo ente federativo, desde que não viole

os demais princípios desta Constituição;

§1º. Os atos administrativos normativos também poderão ser consolidados, observado,

no que couber, os critérios gerais deste artigo e da lei mor de que trata o art. 32.

§2º. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Casa Legislativa respectiva

apreciará os projetos de consolidação de leis apresentados e promoverá a atualização

dos já existentes, sob pena dos causadores do retardamento cometerem crime de

responsabilidade, sem prejuízo da dissolução da casa legislativa e de convocação de

novas eleições pelo chefe de estado, em caso de demora irrazoável na forma da

ordenação do Poder Moderador.

§3º. Os projetos de consolidação de atos administrativos de caráter normativo serão

apreciados pela autoridade administrativa responsável no início de cada ano e serão

acolhidos ou rejeitados no prazo de 90 dias, sob pena de cometimento de crime de

responsabilidade.

§4º. Os projetos de consolidação de leis, para fins de cumprimento do disposto no art.

32, inc. VII, basta fazer referência ao dispositivo original compilado.

Seção III- Das Espécies de Leis.

Art. 34. A lei ordinária ou lei será chamada de:

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41

I- lei popular, quando de iniciativa popular;

II- decreto legislativo, quando de iniciativa do Poder Legislativo;

III- decreto, quando de iniciativa do Poder Executivo;

IV- decreto marcial, nas hipóteses estabelecidas no art. 100;

V- ordenação, quando de iniciativa do Poder Moderador;

VI- ordenação marcial, nos casos do art. 106;

VII- edito, quando de iniciativa do Poder Judiciário;

VIII- tratado, quando o Congresso Nacional conferir validade temporária a acordo

assumido pelo Brasil com nação estrangeira ou organismo internacional, nos termos

do art. 172, §2º, inc. I;

IX- ato institucional, quando emanado por qualquer dos tribunais de justiça, suas

câmaras ou turmas, nos termos do Título V, Capítulo IV, Seção X, desta

Constituição.

§1º. Quando se tratar de emenda à Constituição, as leis serão nomeadas da mesma

forma descrita pelos incisos do caput deste artigo seguidas da expressão “de emenda à

Constituição”.

§2º. quando se tratar de ato institucional produzido da forma prevista no Título V,

Capítulo IV, Seção X, ele será nomeado como ato institucional seguido de seu número

de ordem e da expressão:

I- “do município”, seguida do nome do município, caso se trate de ato do poder

judiciário municipal;

II- “da província”, seguida do nome da província, caso se trate de ato do poder

judiciário provincial;

III- “do Brasil”, caso se trate de ato do poder judiciário federal;

§3º. Quando se tratar de leis com quórum qualificado (art. 45, §2º), as leis serão

nomeadas da mesma forma especificada nos incisos do caput deste artigo seguidas da

expressão “mor”.

§4º. A lei mor não é hierarquicamente superior a lei ordinária, diferenciando-se uma

da outra apenas pelo quórum necessário para sua aprovação.

Art. 35. A lei poderá ser regulamentada por meio de ato administrativo normativo

emanado por qualquer dos poderes do ente federado para o qual a lei se aplica, a fim de

facilitar seu entendimento ou cumprimento, desde que o ato administrativo não inove

em matéria reservada à iniciativa de lei, qualquer de suas espécies, sob pena de nulidade.

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§1º. O ato administrativo normativo alcança apenas os órgãos da administração direta

ou indireta do poder que o emanou.

§2º. Caso os demais poderes julguem conveniente, poderão adotar para a administração

de seus órgãos, parte ou a integralidade de ato administrativo normativo emanado por

outro poder.

Art. 36. O ato administrativo, mesmo quando for modificado total ou parcialmente por

força de ato institucional, poderá:

I- ser integralmente revogado pela autoridade administrativa competente;

II- sofrer modificação pela autoridade administrativa competente.

Art. 37. O regimento é considerado espécie de ato administrativo normativo.

CAPÍTULO II- DO PROCESSO LEGISLATIVO

Seção I- Da Apresentação de Projetos de Leis

Art. 38. O Poder Executivo, Moderador ou Judiciário poderão apresentar projeto de

lei de iniciativa própria para apreciação pelo Poder Legislativo, desde que possuam

competência de iniciativa para tanto, e sejam propostos nas seguintes casas legislativas,

ressalvado o disposto no art. 40, §2º:

I- na Câmara de Vereadores, quando o poder proponente for vinculado ao

município;

II- na Assembleia Legislativa, quando o poder proponente for vinculado à província;

III- na Câmara de Deputados Federais, quando o poder proponente for vinculado à

União.

Art. 39. Os projetos de lei de inciativa do Poder Legislativo serão apresentados por

qualquer um de seus membros ou mesas na forma estabelecida pelo regimento da casa

a que pertence o parlamentar, ressalvado quando o projeto de lei for de competência

do:

I- Congresso Provincial, o qual se dará na forma do regimento comum do Congresso

Provincial;

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43

II- Congresso Nacional, o qual se dará na forma do regimento comum do Congresso

Nacional.

Art. 40. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I- de iniciativa popular;

II- de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados Federais;

III- da maioria simples, no mínimo, do Senado Federal;

IV- do chefe de governo da União ou do chefe de estado da União;

V- do juiz premier de qualquer tribunal de justiça;

VI- de promotor de justiça atuante em qualquer tribunal de justiça;

VII- subscrita por mais da metade das assembleias legislativas das províncias do

Brasil, com apoio, em cada uma delas, de pelo menos 1/3 de seus membros;

VIII- de mais da metade dos senados das províncias do Brasil, manifestando-se, cada

um deles, pela maioria simples de seus membros;

IX- de ato institucional de câmara de justiça constitucional, quaisquer delas, na

forma prevista no art. 253, incisos I e II.

§1º. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal ou de

qualquer medida passível de deliberação pelo Conselho de Estado da União, nos termos

do art. 100.

§2º. As propostas de emenda à Constituição que não forem de iniciativa da Câmara de

Deputados Federais ou do Senado Federal deverão ser apresentadas pela parte

interessada na Câmara dos Deputados Federais.

Art. 41. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente:

I- a abolir ou reduzir direitos individuais;

II- a aumentar o poder de interferência do estado na economia ou na vida privada

das pessoas pacíficas;

III- a retirar direitos dos indivíduos para atribuí-los a qualquer dos entes federativos;

IV- a reduzir a eficácia e o alcance de quaisquer dos princípios declarados no art. 1º

e no art. 2º desta Constituição;

V- a abolir ou a reduzir a autonomia dos municípios e das províncias;

VI- a retirar poderes dos municípios para concentrá-los nas províncias;

VII- a retirar poderes dos municípios ou das províncias para concentrá-los na União;

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VIII- a abolir o voto direto, secreto, universal, auditável e periódico de igual valor

para cada cidadão;

IX- a abolir o voto direto, aberto, auditável e de igual valor para cada parlamentar;

X- a abolir ou a reduzir o alcance da iniciativa popular;

XI- a abolir ou a reduzir a competência do Tribunal do Júri para a apreciação de atos

ilícitos;

XII- a abolir o voto direto, secreto, auditável, periódico e de igual valor para cada

juiz para indicar juízes para compor os tribunais de justiça ou para confirmar a

permanência de juiz em qualquer tribunal;

XIII- a abolir o voto direto, secreto, auditável, periódico e de igual valor para cada

promotor de justiça a fim de indicar promotores de justiça para atuar nos tribunais

de justiça ou para confirmar a permanência de promotor de justiça em qualquer

tribunal;

XIV- a abolir ou a reduzir a atividade de fiscal da Constituição e das leis exercida

pelo Poder Moderador e seus membros;

XV- a abolir ou a reduzir a autonomia dos poderes dos entes federativos;

XVI- a abolir ou reduzir a separação dos poderes dos entes federativos;

XVII- a sabotar ou a impedir a realização do objetivo previsto no art. 2º, parágrafo

único, desta Constituição.

Parágrafo Único. Não são consideradas inconstitucionais – mesmo se violarem os

incisos do caput deste artigo – as emendas que produzam o resultado previsto no art.

2º, parágrafo único;

Seção II- Das Reuniões Legislativas

Art. 42. As casas legislativas reunir-se-ão ordinariamente para deliberarem na capital

que estabelecerem para si, nos termos dos art. 141, de 6 de janeiro a 20 de dezembro

de cada ano.

§1º. As reuniões marcadas para dia não útil serão transferidas para o primeiro dia útil

subsequente, salvo nas hipóteses do art. 44.

§2º. A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de

diretrizes orçamentárias do respectivo ente.

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45

§3º. Caso o poder legislativo não aprove o projeto de que trata o §2º até dia primeiro

de novembro, o chefe de estado dissolverá o poder legislativo na forma prevista pelo

art. 291.

§4º. A Câmara de Vereadores e cada uma das casas legislativas das províncias e da

União reunir-se-ão em sessões preparatórias, a partir de 6 de janeiro, no primeiro ano

da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas mesas, para

mandato de dois anos vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição

imediatamente subsequente.

Art. 43. Além de outros casos previstos nesta Constituição e no regimento da casa,

reunir-se-ão:

I- a Câmara de Vereadores para:

a) inaugurar a sessão legislativa;

b) elaborar ou alterar o seu regimento;

c) receber o compromisso do chefe de estado ou do chefe de governo municipal;

d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.

II- a Assembleia Legislativa e o Senado Provincial, nas províncias; e a Câmara dos

Deputados Federais e o Senado Federal, na União, em sessão conjunta para:

a) inaugurar a sessão legislativa;

b) elaborar ou alterar:

1. o regimento comum do Congresso Provincial, nas províncias;

2. o regimento comum do Congresso Nacional, na União.

c) receber o compromisso do chefe de estado ou do chefe de governo do respectivo

ente federado;

d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§1º. A eleição das mesas do Congresso Provincial e Nacional será feita nos termos do

regimento comum da casa respectiva;

§2º. O regimento de cada casa legislativa regulamentará a escala de férias de seus

membros para o fim de resguardar a continuidade dos trabalhos legislativos, podendo

o respectivo parlamentar, mesmo que em gozo de férias, retornar para participar de

qualquer reunião com o fim de deliberar ou votar.

§3º. A mesa do Congresso Provincial será dirigida pelo premier do Senado Provincial,

e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos

equivalentes na Assembleia Legislativa e no Senado Provincial. De igual forma, a mesa

do Congresso Nacional será dirigida pelo premier do Senado Federal, e os demais

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46

cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na

Câmara dos Deputados Federais e no Senado Federal.

Art. 44. Far-se-á a convocação extraordinária:

I- da Câmara de Vereadores e do Congresso Provincial ou Nacional, em caso de:

a) decretação de qualquer das medidas passíveis de deliberação pelo Conselho de

Estado de seu ente federativo;

b) apresentação de moção de confiança ou de moção de desconfiança contra o

chefe de governo do respectivo ente federado;

c) recebimento do compromisso e para a posse do chefe de estado e do chefe de

governo do respectivo ente federado.

II- da Câmara de Vereadores, pelo seu premier, em caso de deliberação sobre a

suspensão de repasse de impostos à província ou à União nos casos previsto no art.

93;

III- do Congresso Provincial, pelo seu premier, em caso de pedido de intervenção

em município, salvo quando o poder legislativo estiver impedido ou for o coator;

IV- do Congresso Nacional, pelo seu premier, em caso de pedido de intervenção em

província, salvo quando o poder legislativo estiver impedido ou for o coator;

V- nas demais hipóteses previstas pelo regimento da casa.

§1º. Na sessão legislativa extraordinária, o Poder Legislativo deliberará somente sobre

a matéria para a qual foi convocado, sendo vedado o pagamento de parcela indenizatória

em razão da convocação.

§2º. A reunião extraordinária, conforme o caso, poderá ocorrer em local diferente do

habitual, nos termos do e art. 101, §6º.

Seção III- Das Deliberações Legislativas

Art. 45. A lei será aprovada pelo Poder Legislativo competente após ser discutida e

votada:

I- pela Câmara de Vereadores em turno único;

II- pelo Congresso Provincial, em turno único, quando se tratar de matéria de sua

iniciativa privativa;

III- pelo Congresso Nacional, em turno único, quando se tratar de matéria de sua

iniciativa privativa;

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47

IV- em cada Casa do Congresso Provincial ou Nacional, ressalvado o disposto nos

incisos II e III. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra em

turnos independentes de discussão e votação. Se o projeto for emendado, voltará à

Casa iniciadora para reiniciar o trâmite legislativo. Se a Casa revisora não emendar

o projeto, ele será aprovado ou rejeitado.

§1º. A lei ordinária será aprovada se obtiver maioria simples dos votos, após ser

discutida e votada nos termos do caput deste artigo.

§2º. A lei mor será aprovada se obtiver maioria absoluta dos votos, após ser discutida e

votada nos termos do caput deste artigo.

§3º. A emenda à Constituição será aprovada se obtiver três quintos dos votos em cada

Casa do Congresso Nacional, após ser discutida e votada nos termos do inc. IV do

caput deste artigo.

Art. 46. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Art. 47. Em nenhuma hipótese admitir-se-á votação secreta em casa legislativa, não

importa a finalidade.

Art. 48. No que não for contrário a esta Constituição, o processo legislativo será

regulamentado:

I- pelo regimento da Câmara dos Vereadores para os projetos de lei municipais;

II- pelo regimento de cada Casa do Poder Legislativo da Província ou da União,

quando a matéria for de competência privativa de qualquer de suas casas;

III- pelo regimento comum do Congresso Provincial, quando a matéria for de sua

competência privativa;

IV- pelo regimento comum do Congresso Nacional, quando a matéria for de sua

competência privativa.

Art. 49. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações legislativas serão

tomadas, desde que presentes a maioria absoluta dos membros:

I- da Câmara de Vereadores ou de suas mesas para qualquer matéria de sua

competência;

II- do Congresso Provincial ou de suas mesas, quando a matéria for de sua

competência privativa;

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48

III- do Congresso Nacional ou de suas mesas, quando a matéria for de sua

competência privativa;

IV- de cada casa do Poder Legislativo ou de suas mesas, quando a matéria for de

competência privativa de qualquer delas.

§1º. Para apuração do quórum de que trata o art. 49, incisos II e III, será considerado

a soma do total de membros das duas casas, sendo vedado contar o quórum por casas

separadas.

§2º. O parlamentar que faltar sem justificativa em qualquer das deliberações de que

trata o art. 49, será punido disciplinarmente, nos termos do regimento de sua casa, sem

prejuízo das demais responsabilidades civis, administrativas ou penais, se cabíveis.

Seção IV- Da Sanção, do Veto e da Promulgação das Leis

Art. 50. A Câmara de Vereadores, o Congresso Provincial, o Congresso Nacional ou a

última casa que tiver aprovado projeto de Lei na forma do inc. IV do art. 45, enviá-lo-

á para:

I- o chefe de governo, que, aquiescendo, o sancionará, se o projeto for de iniciativa

do Poder Legislativo ou do Poder Moderador, ressalvado o disposto no §1º;

II- ao chefe de estado, que, aquiescendo, o promulgará, se o projeto for de iniciativa

do Poder Judiciário ou do Poder Executivo, ressalvado o disposto no §1º.

§1º. Não se sujeitam à sanção do chefe de governo, nem à promulgação do chefe de

estado:

I- os projetos originários da iniciativa popular;

II- os projetos de emenda à Constituição;

III- as matérias de competência privativa de qualquer das casas legislativas.

§2º. O chefe de governo ou de estado que considerar o projeto, no todo ou em parte,

inconstitucional ou ilegal, poderá vetá-lo total ou parcialmente, no prazo de quinze

dias, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de dois dias úteis, os

motivos do veto ao premier:

I- da Câmara de Vereadores, em caso de lei municipal;

II- do Senado Provincial, em caso de lei provincial;

III- do Senado Federal, em caso de lei federal;

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§3º. Decorrido o prazo de quinze dias sem que o chefe de governo sancione a lei, a

competência para o ato será automaticamente transferida para o chefe de estado que

poderá promulgá-la ou vetá-la na forma do §2º.

§4º. O veto parcial somente abrangerá todo o conteúdo de artigo, de parágrafo, de

inciso, de alínea ou de item, sendo vedado o veto sobre apenas uma palavra ou algumas

palavras contidas em artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item.

§5º. Os atos institucionais serão sancionados da forma prevista no art. 254.

Art. 51. O veto será apreciado dentro de trinta dias a contar de seu recebimento pela

Câmara de Vereadores, ou em sessão conjunta pelo Congresso Provincial ou pelo

Nacional, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

§1º. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no caput do art. 51, o veto será

colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até

sua votação final.

§2º. Se o veto do chefe de governo não for mantido, o projeto será enviado para

promulgação ao chefe de estado do respectivo ente federativo.

§3º. Se o veto do chefe de estado não for mantido, o projeto será enviado para

promulgação na forma estabelecida nos incisos do §4º.

§4º. Se a lei não for promulgada, nem vetada, no prazo que cabia ao chefe de estado

tomar a providência, o:

I- premier da Câmara dos Vereadores a promulgará, se for lei municipal;

II- premier do Senado Provincial a promulgará, se for lei provincial;

III- premier do Senado Federal a promulgará, se for lei federal.

§5º. Caso os líderes mencionados nos incisos do §4º se omitam, em igual prazo, caberá

ao substituto do premier fazê-lo. Se ele também se omitir, caberá a qualquer cidadão

requerer ao Poder Judiciário competente para que o faça em igual prazo, sem prejuízo

da responsabilização civil e penal dos parlamentares omissos.

Seção V- Da Reapresentação de Projetos de Lei Rejeitados

Art. 52. A matéria de projeto de Lei rejeitada por qualquer das casas legislativas não

poderá ser objeto de nova apreciação na mesma sessão legislativa, salvo se o projeto for

novamente proposto com subscrição da maioria absoluta dos membros da casa

iniciadora.

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§1º. A matéria de projeto de emenda à Constituição rejeitada por qualquer das Casas

legislativas não poderá ser objeto de nova apreciação na mesma sessão legislativa.

§2º. A vedação deste artigo e a contida no §1º não se aplicam aos projetos de lei de

iniciativa popular, nem aos referendos, plebiscitos e demais medidas exigidas pelos

cidadãos na forma do art. 120.

Seção VI- Da Delegação da Competência para Propor Projetos de Lei

Art. 53. A competência para propor lei ordinária, inclusive quando se tratar de matéria

privativa, pode ser delegada para órgão ou comissão específica do referido poder, desde

que recomendável em razão da qualificação técnica ou em benefício da celeridade do

trabalho, e também para:

I- chefe de governo ou seus secretários, ou para qualquer outro órgão do Poder

Executivo;

II- chefe de estado ou para qualquer outro órgão do Poder Moderador;

III- premier de tribunal, de câmara ou de turma do Poder Judiciário ou para qualquer

outro órgão do Poder Judiciário;

IV- instituição de ensino reconhecida com a finalidade de se manifestar sobre

assunto técnico de sua área de atuação;

V- qualquer associação profissional com a finalidade de que ela se manifeste sobre

assunto de sua área de especialização técnica;

VI- outras pessoas ou empreendimentos autorizados por lei mor:

a) municipal, para projetos de lei do município;

b) provincial, para projetos de lei da província;

c) federal, para projetos de lei da União.

CAPÍTULO III- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I- Princípios e Disposições Gerais

Art. 54. A administração pública direta e indireta de qualquer dos entes federados e de

seus Poderes obedecerá aos seguintes princípios: logicidade, fidelidade à realidade,

legalidade, impessoalidade, probidade, publicidade, motivação e eficiência.

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Art. 55. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em

concurso público de provas ou de provas e habilidades, de acordo com a natureza e a

complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista no art. 62, ressalvado:

I- as nomeações para cargo em comissão ou função de confiança, na forma da lei a

que se refere o §4º;

II- os cargos políticos eletivos referidos nesta Constituição;

III- os cargos políticos não eletivos de que trata o art. 146.

Art. 56. Os cargos públicos são restritos às funções de caráter estatal. Poderão assim

serem consideradas as atividades que envolvam pelo menos uma das seguintes

características:

I- o exercício de mandato político;

II- o exercício de jurisdição;

III- o exercício de atividade militar das forças armadas ou de segurança interna;

IV- o exercício de poder de polícia;

V- o exercício de atividade administrativa estatal em que haja prática de ato

discricionário.

§1º. É vedado a criação de cargos públicos para a realização de funções sem caráter

estatal. É absolutamente nula qualquer disposição legal em sentido diverso.

§2º. Considera-se empregado público quem exerce função sem caráter estatal

remunerada pelo estado, mesmo quando ela for regulamentada como “cargo” pela

legislação.

§3º. Considera-se servidor público quem, mediante aprovação em concurso público

válido e após a posse, exerce função de caráter público nos termos dos incisos do caput deste artigo, mesmo quando a atividade for regulamentada como “emprego público”

pela legislação.

§4º. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de

cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira

nos casos, condições e percentuais mínimos previstos na lei de cada ente e poder,

destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

§5º. As funções de confiança e os cargos em comissão de livre nomeação somente

poderão ser assumidos por pessoa que cumpra todos os requisitos legais e que não esteja

impedida por nenhuma das vedações previstas pelos incisos do art. 178.

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§6º. É vedada a criação de cargo em comissão ou de função de confiança para realização

de atividade sem caráter estatal.

Art. 57. A administração pública poderá contratar pessoas para o exercício de funções

sem caráter estatal, ou contratar empreendimento privado para prestar o mesmo serviço

de forma terceirizada, cabendo a cada ente e poder deliberar quanto ao mérito desta

escolha.

Seção II- Da Acumulação de Cargos e Empregos Públicos

Art. 58. É vedado ao estado impedir servidor público ocupante de cargo efetivo ou

empregado público de atuar como trabalhador em empresa privada ou como sócio ou

gestor de empreendimento privado, não importa a natureza, desde que não haja conflito

de interesses e os horários sejam compatíveis, observados os seguintes termos:

§1º. Não gera conflito de interesses:

I- o exercício de emprego público com:

a) trabalho privado;

b) sociedade ou gerência de negócio privado.

II- o exercício de qualquer função pública, sem acesso a informações privilegiadas,

com outra atividade de:

a) magistério e outras relacionadas ao aprendizado e ao ensino;

b) pesquisa científica.

III- o exercício de cargo público com a advocatícia, desde que a atividade jurídica

exercida pelo servidor não tenha potencial para comprometer sua atuação imparcial

no órgão em que presta serviços;

IV- o exercício de cargo ou emprego público com atividade artística;

V- a atividade militar, desde que sem acesso a informações privilegiadas, com

qualquer outra atividade de segurança privada, inclusive na condição de sócio ou

como gerente de empreendimento de segurança;

VI- o exercício de cargo público, sem acesso a informações privilegiadas, com

sociedade ou gerência de empreendimento privado, desde que o empreendimento

não faça negócios com nenhum órgão público da administração direta ou indireta de

qualquer dos entes federativos;

VII- as atividades especificadas no art. 59, §1º, inc. IV.

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§2º. Considera-se privilegiada qualquer informação que possa resultar em:

I- vantagem indevida;

II- grave comprometimento da segurança;

III- deterioração das finanças públicas ou da economia.

§3º. Cada ente e Poder poderá estabelecer, por meio de lei, outras hipóteses de conflito

de interesses, obedecido, em todo caso, as disposições gerais desta Constituição.

Art. 59. O agente político é proibido de acumular outro cargo público ou de exercer

outro trabalho na iniciativa privada, salvo quando houver compatibilidade de horários

e inexistir conflito de interesses.

§1º. Desde que respeitado o disposto no caput deste artigo e os demais princípios desta

Constituição, o agente político poderá exercer as seguintes atividades:

I- magistério e outras relacionadas ao aprendizado e ao ensino;

II- pesquisa científica;

III- artísticas em geral;

IV- outras definidas pela lei mor de cada ente federativo, desde que respeitados os

princípios desta Constituição.

§2º. Gera conflito de interesses:

I- as atividades descritas:

a) nos incisos do art. 166;

b) na lei de que trata o art. 130;

c) no art. 311.

II- atuar como sócio, gerente, representante de empresa privada que possua contrato

de prestação de serviços ou de fornecimento de produtos para qualquer órgão da

administração pública direta ou indireta de qualquer ente federativo, inclusive na

condição de acionista, independentemente de as ações terem ou não direito a voto.

III- outras atividades descritas na lei de cada ente federativo.

Seção III- Da Compra de Bens e Serviços pelo Poder Público

Art. 60. Os negócios relativos a compra de bens e serviços para suprir às necessidades

da administração pública serão realizadas sem licitação, observado, em todo caso, os

princípios gerais da administração pública e aos seguintes:

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I- todas as compras e transações serão registradas em banco de dados constantemente

atualizado que conterá informação precisa do bem ou serviço adquirido, o

quantitativo, a data, o preço, a identificação pormenorizada do fornecedor, os termos

do contrato, a dotação orçamentária utilizada, a forma de pagamento, a indicação da

conta de origem e de destino dos recursos usados no pagamento, bem como a

identificação de todos os agentes públicos envolvidos em cada fase da contratação

com referência precisa ao conteúdo completo de todos os atos administrativos

praticados;

II- as informações de que trata o inc. I deverão ser disponibilizadas por meio

eletrônico de fácil acesso, sem cobrança de taxas e dotado de opção de pesquisa e de

download da íntegra do conteúdo das informações contidas no banco de dados;

III- a inserção, alteração ou exclusão de informação no banco de dados a que se refere

o inc. I será restrita aos agentes autorizados e será monitorada com registro de data,

hora e responsável pelas operações realizadas;

IV- lei de cada província punirá penalmente a violação aos princípios estabelecidos

nesta seção;

V- a equipe técnica a serviço do ente federado poderá criar vários bancos de dados e

organizá-los de qualquer forma, desde que sejam respeitados os princípios desta

seção;

VI- as informações gravadas por sigilo não constarão no banco de dados referido no

inc. II, mas em outro de caráter restrito, com as mesmas características do inc. I, para

ser auditado a qualquer tempo nos termos do art. 63, §1º, inc. I;

Art. 61. É vedado aos órgãos públicos da administração direta ou indireta:

I- adquirir produtos ou serviços com preço acima da média de mercado;

II- adquirir produtos ou serviços de péssima qualidade, mesmo com preço abaixo da

média de mercado;

III- adquirir produto ou serviço de pessoa ou empreendimento privado quando um

dos agentes públicos responsáveis pela contratação for cônjuge ou parente

consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau inclusive, da pessoa

contratada ou dos gerentes ou sócios do empreendimento contratado;

IV- adquirir produto ou serviço de empreendimento privado quando o agente

público contratante ou com poder para autorizar a contratação for sócio ou gerente

da empresa contratada ou com ela mantiver vínculo de emprego ou receber

remuneração a qualquer título, vedação que também se estende ao conjuge;

V- adquirir produtos ou serviços de empreendimento privado do qual qualquer

agente político, não importa o ente da federação ou poder, ou seus parentes

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consanguíneos ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau inclusive, sejam

sócios, gerentes ou representantes;

VI- outras vedações definidas pela lei de cada ente federativo.

Parágrafo Único. As obras são consideradas espécie de serviço.

Seção IV- Do Concurso Público

Art. 62. Desde que observado o art. 54 e os demais princípios desta Constituição, cada

ente e poder, para o fim de contratar pessoas para ocupar cargo ou emprego público, e

o poder executivo, para o fim de selecionar pessoas para participar de programas de

governo, deverão organizar processo de seleção pública que assegure igualdade de

tratamento a todos os candidatos, o qual somente permitirá a exigência de qualificação

técnica ou de qualificação técnica e de habilidades que sejam indispensáveis, nos termos

seguintes:

I- são princípios do concurso público, além dos gerais da administração pública:

a) isonomia;

b) seleção do melhor candidato;

c) vinculação ao instrumento convocatório;

d) julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

II- é vedado ao estado:

a) admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou

condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e

estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do

domicílio dos candidatos ou de qualquer outra circunstância impertinente ou

irrelevante para a finalidade da seleção;

b) estabelecer tratamento diferenciado entre brasileiros e estrangeiros legalizados.

c) outras hipóteses previstas na lei do respectivo ente ou poder.

§1º. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma

vez, por igual período.

§2º. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado

em concurso público será convocado com prioridade sobre novos concursados.

§3º. É vedado à administração pública impedir a posse de pessoa portadora de

deficiência, a qual deverá concorrer em igualdade de condições com os demais

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candidatos, devendo a administração prover os meios necessários para que ela faça a

prova, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 3º, §4º, inc. V, alínea “a”.

§4º. A lei de cada ente federado estabelecerá os casos de contratação por tempo

determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público e

estabelecerá as normas gerais a serem obedecidas pelos processos de seleção em geral,

observado os princípios desta Constituição.

§5º. Qualquer cidadão poderá demandar no poder judiciário competente para requerer

a anulação de concurso público em andamento ou já realizado, que tiver violado seus

requisitos constitucionais e legais mínimos, sem prejuízo da apuração da

responsabilidade civil, administrativa e penal dos responsáveis.

Seção V- Da Publicidade dos Atos Públicos

Art. 63. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos

públicos deverá ter caráter informativo ou educativo, dela não podendo constar nomes,

símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos, partidos

políticos, coligações ou de ideias partidárias.

§1º. As informações relativas a planos militares estratégicos, abastecimento de tropas,

desenvolvimento ou aprimoramento de tecnologia com finalidade bélica ou militar,

arsenal disponível, efetivo disponível e em reserva; inteligência militar, espionagem e

quaisquer outras ligadas à defesa militar de qualquer dos entes federativos são

consideradas sigilosas e só podem ser acessadas pelos chefes de poderes do respectivo

ente federativo; sendo vedado a qualquer ente impor ao outro que as revele, observados

os seguintes termos:

I- os premieres do poder legislativo, executivo e moderador poderão auditar as

informações de que trata o §1º, desde que o órgão militar se vincule ao seu ente

federativo, para o fim de investigar e promover a responsabilização pela eventual

prática de atos ilícitos, inclusive a má aplicação de recursos públicos, podendo:

a) instituir comissões de forma independente ou conjunta com outras chefias de

poderes habilitadas a auditar;

b) atuar pessoalmente na comissão ou indicar pessoas de sua confiança para

representá-lo, tantas quantas necessitar;

c) o Comando Militar atenderá as requisições da comissão em prazo razoável e

concederá os acessos necessários para que a comissão exerça seu trabalho; sob pena

de cometimento de crime militar e de responsabilidade regulado pela lei do

respectivo ente.

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II- em qualquer caso, a comissão investigativa e os juízes marciais resguardarão o

sigilo das informações, sob pena de cometimento de crime de alta traição. Se o

traidor tiver sido indicado por premier de poder, o premier também responderá pelo

crime de alta traição na modalidade culposa;

III- caso a comissão apure a ocorrência de ato de improbidade administrativa, crime

de responsabilidade, crime comum ou militar; formulará seu parecer e encaminhará

o processo ao órgão do Ministério Público competente que adotará as medidas

cabíveis para responsabilizar o infrator. Os autos que a comissão instruir durante a

investigação não poderão incluir informações confidenciais, devendo a comissão

diligenciar para evitar o vazamento de informações sigilosas, sob pena de responder

pelo crime de alta traição na modalidade culposa;

IV- caso a comissão também apure a mera má aplicação de recursos que não

configure crime; formulará seu parecer e encaminhará o processo ao poder legislativo

do respectivo ente com recomendação de que o orçamento militar seja reduzido. A

comissão também poderá recomendar o reforço do orçamento e sugerir cifras, caso

chegue a conclusão de que atividade militar exercida é vital aos interesses do

respectivo ente. Os autos que a comissão instruir durante a investigação não poderão

incluir informações confidenciais, devendo a comissão diligenciar para evitar o

vazamento de informações sigilosas, sob pena de os envolvidos responderem pelo

crime de alta traição na modalidade culposa.

§2º. Lei mor de cada ente federativo poderá estabelecer outras hipóteses de sigilo para

suas forças armadas militares e para o fim de resguardar a segurança do chefe de governo

e do chefe de estado, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 65.

Art. 64. Ordenação de cada ente federativo estabelecerá as hipóteses dolosas e culposas

de crimes de alta traição, bem como fixará as penas aplicáveis que variarão conforme a

gravidade do ato praticado.

Parágrafo Único. Independentemente do que estabelecer a ordenação de que trata o

art. 64, serão punidos com a morte e com o confisco integral dos bens de todos os

envolvidos, agentes públicos ou não, se do vazamento da informação resultar:

I- assassinato ou tentativa de assassinato do chefe de estado ou do chefe de governo;

II- dano de destruição em massa em qualquer lugar do território nacional ou sofrido

por sede de representação diplomática brasileira no exterior;

III- atentado terrorista em qualquer lugar;

IV- ataque ou invasão estrangeiros;

V- rebelião, guerra civil ou comoção popular violenta;

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VI- ataque contra instalação militar estratégica que tenha resultado em morte de

militar ou de civil;

VII- vazamento de tecnologia relacionada à construção de armas de destruição em

massa;

VIII- vazamento de planos de defesa estratégicos.

Art. 65. São necessariamente públicas e não podem ser acobertadas por sigilo, as

informações sobre:

I- os negócios realizados por ente público não-militar, qualquer deles;

II- os gastos realizados por agentes políticos, inclusive os pessoais e os relativos à

manutenção de seus gabinetes, bem como com assessores e a aquisição de produtos

e serviços para supri-los;

III- os gastos com o quadro de pessoal civil do respectivo poder, bem como os

relativos a compra de produtos ou serviços para suprir as necessidades de seus órgãos;

IV- os dados estatísticos produzidos pelas polícias relativos ao combate ou a

investigação de atos ilícitos;

V- a arrecadação de tributos e sua distribuição entre os entes federados e respectivos

poderes;

VI- a aplicação de recursos públicos, ressalvado o orçamento militar;

VII- atos normativos em geral; salvo os de natureza militar relacionados ao art. 63,

§1º;

VIII- movimentação bancária ou financeira, negócios imobiliários e outros

realizados pelo órgão e, também, por agente político e ocupantes de cargos de

confiança ou em comissão, inclusive os de caráter pessoal sem relação com o órgão

no qual exerce suas funções, ressalvada as informações relacionadas ao art. 63, §1º;

IX- inquérito policial ou de sindicância administrativa desde que obedeça as

restrições previstas no art. 12, §4º e §6º; ressalvados os que se relacionem com o

disposto no art. 63, §1º;

X- processo judicial não acobertado por sigilo, podendo a lei processual de cada

província limitar o acesso as informações nele contidas ou a presença, em

determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, nos

casos em que não se prejudique o interesse público à informação, respeitado o

disposto no art. 143.

XI- outras hipóteses estabelecidas pela lei de cada ente que não contrariem esta

Constituição.

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§1º. todas as informações de que trata os incisos do caput deste artigo serão gravadas

em banco de dados com as características descritas pelos incisos do art. 60, no que for

aplicável.

§2º. As informações gravadas por sigilo não constarão no banco de dados referido no

§1º, mas em outro de caráter restrito, protegido, não acessível por internet, com

características semelhantes ao referido no §1º para ser acessado pelos agentes

autorizados e auditado a qualquer tempo nos termos do art. 63, §1º, incisos I, II, III e

IV.

§3º. O banco de dados relativo à folha de pagamento ocultará os nomes dos servidores

ocupantes de cargo efetivo e de empregados públicos, a fim de resguardar a segurança

deles, assegurado o acesso de qualquer cidadão a esses dados, inclusive da polícia e do

Ministério Público, desde que atendido o disposto art. 6º desta Constituição.

§4º. Os dados relativos a folha de pagamento de agentes políticos, dos ocupantes de

cargos em comissão e dos exercentes de função de confiança são necessariamente

públicos e não gozam da ressalva do §3º.

§5º. A lei de cada ente e poder disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante

de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a

informações privilegiadas.

Seção VI- Da autonomia Gerencial da Administração Pública

Art. 66. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da

administração pública direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser

firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação

de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei de cada ente dispor

sobre:

I- o prazo de duração do contrato;

II- os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e

responsabilidade dos dirigentes;

III- a remuneração do pessoal.

Art. 67. Os municípios, as províncias e a União poderão celebrar convênios ou

contratos entre si ou com instituições de ensino privadas para o fim de aprimorar as

habilidades de seus agentes públicos.

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Seção VII- Da Organização das Carreiras Públicas e de sua Remuneração

Art. 68. O poder de cada ente federado, de forma independente, no âmbito de sua

competência, estabelecerá regime jurídico e planos de carreira para os servidores

públicos efetivos e seus agentes políticos, bem como fixará a remuneração dos

funcionários públicos sob sua administração direta.

§1º. Considera-se administração direta os órgãos que compõe o respectivo poder, suas

autarquias e fundações públicas.

§2º. A remuneração dos agentes públicos, inclusive os políticos, observará o disposto

no art. 69.

§3º. O empregado público receberá remuneração variável estabelecida com fundamento

no valor médio pago pela iniciativa privada para o exercício de atividade assemelhada

no município em que ele exercer sua atividade.

§4º. Os empregados públicos serão tratados da mesma forma que os demais

trabalhadores privados e deverão respeitar os princípios da administração pública

estabelecidos no caput do art. 54.

Art. 69. Os padrões de vencimento e os demais componentes do sistema remuneratório

dos servidores públicos efetivos e dos agentes políticos observarão os seguintes

princípios:

I- para fixação do vencimento básico será observado:

a) a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos

componentes de cada carreira;

b) o valor pago pela iniciativa privada para o exercício de funções similares;

c) os requisitos para a investidura;

d) as peculiaridades do cargo e seus riscos.

II- a remuneração dos servidores públicos efetivos e dos agentes políticos será

revisada periodicamente e sem distinção de índices na mesma data a fim de repor

perdas inflacionárias ou decotar ganhos deflacionários. Se a taxa de inflação ou

deflação do período for inferior ao módulo de 5% ao ano, as revisões serão anuais,

caso contrário, mensais, na forma estabelecida na lei de cada ente e poder;

III- o aumento ou a redução no valor das remunerações dos servidores públicos

efetivos e dos agentes políticos, que exceda o disposto no inc. II, dependerá de

aprovação por referendo popular que abrangerá apenas o ente federado responsável

pela mudança;

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IV- é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para

o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, inclusive entre entes federados

e seus poderes, ou entre quaisquer de seus funcionários ou agentes públicos;

V- os acréscimos pecuniários percebidos por agente público ou funcionário público

não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos

ulteriores;

VI- o servidor público efetivo e os agentes políticos serão remunerados de forma

modesta, compatível com a função exercida, nos termos do inc. I, e terão como

limite remuneratório a quantia de dez vezes o salário médio recebido por todos os

trabalhadores privados do respectivo ente federativo;

Parágrafo Único. O descumprimento dos incisos II, III, IV, V,VI do caput deste artigo

e do disposto no art. 70, sujeita os infratores a responderem por crime de

responsabilidade e também é motivo para intervenção no ente federado infrator, nos

termos dos art. 103 e art. 106.

Art. 70. É vedado ao estado:

I- pagar verba indenizatória a servidor público efetivo ou agente político por exercício

de atividade já sopesada para a fixação de seu vencimento, nos termos do art. 69, inc.

I, alínea “d”;

II- pagar verba indenizatória a qualquer agente público, inclusive funcionário

público, a título de auxílio-alimentação, auxílio-saúde, auxílio-creche, auxílio

família, auxílio pré-escolar, auxílio-moradia, auxílio-transporte, auxílio paletó e

qualquer outra despesa da qual o costume seja que trabalhador privado pague com o

próprio salário;

III- conceder tratamento tributário favorável a agente público que não seja

igualmente concedido a todos os trabalhadores privados;

IV- pagar vencimento, subsídio ou qualquer outra verba remuneratória a servidor

público efetivo ou agente político que receba de outra fonte renda igual ou superior

ao limite estabelecido no art. 69, inc. VI.

Art. 71. São estáveis, após três anos de trabalho, os servidores públicos efetivos

regularmente investidos no cargo e aprovados por avaliação de desempenho objetiva e

mensurável, salvo os agentes públicos eletivos.

§1º. O servidor público estável só perderá o cargo mediante sentença judicial e após o

trânsito em julgado em razão de:

I- infração disciplinar grave definida pela lei de cada ente e poder;

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II- baixa produtividade e desempenho apurados mediante avaliação objetiva,

mensurável e periódica instituída pela lei mor de cada ente e poder;

III- participar de entidade ou organismo a que se refere o art. 133, §2º, inc. V;

IV- ato de improbidade administrativa;

V- crime de responsabilidade;

VI- crime de alta traição;

VII- crime contra a administração pública;

VIII- crime eleitoral;

IX- crime que resulte em extradição, expulsão ou banimento do condenado;

X- crime de terrorismo;

XI- qualquer crime cuja pena exceda 2 anos de reclusão;

XII- outros crimes relacionados na lei do ente federado em que o agente público

exerce suas funções para o fim de resguardar a moralidade administrativa.

§2º. À sindicância administrativa, no que couber, aplica-se as regras do art. 12 desta

Constituição.

§3º. O juízo competente para a causa, mediante provocação, deliberará se o servidor

público processado ou investigado de que trata o §1º e §2º deverá ser imediatamente

afastado do exercício do cargo enquanto tramitar o inquérito ou a respectiva ação. Caso

seja afastado, será colocado em disponibilidade até a medida preventiva ser revogada ou

o processo ser definitivamente julgado.

§4º. Caso a ação seja julgada improcedente, o servidor retornará ao cargo e o eventual

ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à

indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com

remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§5º. Será paga indenização ao servidor que retornar ao cargo nos termos do §4º, a qual

será correspondente ao dobro do valor que ele deveria ter recebido na ativa, descontado

o valor que ele recebeu enquanto encontrava-se em disponibilidade, sem prejuízo das

promoções que lhe seriam devidas.

§6º. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em

disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado

aproveitamento em outro cargo.

§7º. Caso o período a que se refere o §6º exceder 1 ano, o agente público será

definitivamente exonerado de sua função e a ele será pago indenização equivalente a 1

mês de remuneração para cada ano de serviço público prestado, exceto se estiver em

disponibilidade por efeito da decisão judicial prevista no §3º, hipótese em que ficará

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em disponibilidade até a medida preventiva ser revogada ou o processo ser

definitivamente julgado.

§8º. Não possui estabilidade o empregado público a que se refere o art. 54, §2º.

Art. 72. O agente público, inclusive o político e o militar:

I- será definitivamente afastado da função ou do mandato, exonerado do cargo ou

dispensado do emprego público quando, em razão de sua saúde e de forma

permanente, não possuir condições físicas ou mentais necessárias para continuar a

exercer suas atividades;

II- será temporariamente afastado do exercício de função, mandato, cargo ou

emprego público quando, em razão de seu estado de saúde, e de forma provisória,

não possuir condições físicas ou mentais necessárias para continuar exercer suas

atividades.

§1º. Cada ente e poder poderá regulamentar a aplicação deste dispositivo por meio de

ato administrativo normativo de sua iniciativa.

§2º. É vedado ao estado pagar qualquer tipo de remuneração ao agente público que seja

afastado de suas funções, inclusive aos seus dependentes, em razão do disposto nos

incisos I e II.

§3º. É vedado ao estado exigir de seus agentes que contratem qualquer tipo de seguro

para se precaverem dos riscos decorrentes da idade, da saúde, de sua profissão e de

quaisquer outros riscos.

Seção VIII- Da Responsabilidade do Estado e de seus Agentes

Art. 73. Salvo nas hipóteses de caso fortuito ou de força maior, a administração direta

e indireta, de qualquer dos entes ou poderes, responderá objetivamente pelos danos que

seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso

contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§1º. Decai em 5 anos o direito a que se refere o caput deste artigo.

§2º. Prescreve em 5 anos, a contar da data do trânsito em julgado contra a fazenda

pública nos termos do caput deste artigo, a ação de regresso da administração pública

contra o agente público responsável que tenha agido com dolo ou culpa.

§3º. Os agentes políticos não responderão civilmente pelos atos praticados em razão do

exercício de sua função, salvo quando procederem com dolo ou fraude, ou quando

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recusarem, omitirem ou retardarem, sem justo motivo, providência determinada por

esta Constituição ou pela lei.

Art. 74. Serão punidos, nos termos da lei de cada província, os atos de improbidade

administrativa, dolosos e culposos, praticados por agente público contra a

administração direta ou indireta dos municípios, das províncias ou da União, ou contra

empreendimento privado cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra

com mais de trinta por cento do patrimônio ou da receita anual, e que resultem em:

I- enriquecimento ilícito;

II- prejuízo ao erário;

III- violação aos princípios da administração pública estabelecidos no caput do art.

54 desta Constituição.

§1º. Também será punido quem, mesmo não sendo agente público, de forma dolosa,

induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie.

§2º. A lei de cada província estabelecerá prazo de prescrição não inferior a 8 anos para

ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário.

§3º. A ação de responsabilização por improbidade administrativa interrompe e

suspende o prazo prescricional para ajuizamento das ações de ressarcimento o qual

voltará a correr a partir do trânsito em julgado da sentença.

§4º. Em caso de condenação por prática de ato de improbidade tipificado art. 74,

incisos. I e II, a sentença decretará o confisco dos bens do agente ímprobo o qual

corresponderá ao valor total do patrimônio do agente reduzido de ½ do total de

patrimônio cuja origem for demonstrada por rendimentos lícitos e outras fontes

legítimas.

§5º. Sem prejuízo das demais ações penais e civis cabíveis pela prática dos mesmos

fatos, os atos de improbidade administrativa serão punidos na forma e gradação

previstas na lei de cada província com as seguintes penas:

I- perda do cargo ou da função pública, inclusive a eletiva;

II- suspensão dos direitos políticos;

III- perda de bens;

IV- multa;

V- ressarcimento ao erário;

VI- proibição de contratar com o poder público;

VII- proibição de exercer função, emprego ou cargo público, inclusive os cargos em

comissão de livre nomeação.

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§6º. Os atos de improbidade administrativa praticados por agente político serão

processados e julgados pelo Tribunal do Júri, nos termos do art. 217.

Art. 75. São crimes de responsabilidade, além dos demais previstos nesta Constituição,

os atos de agente político ou de servidor público que atentem contra esta Constituição

e, especialmente, contra:

I- a existência ou a autonomia de qualquer ente federado;

II- a independência de quaisquer dos poderes do estado;

III- o exercício, conforme às normas Constitucionais e legais, do poder legislativo,

do poder executivo, do poder judiciário ou do poder moderador;

IV- o exercício dos direitos do indivíduo e dos direitos políticos;

V- a segurança do Brasil ou a independência do Brasil;

VI- a lei orçamentária;

VII- os princípios que regem as finanças públicas;

VIII- a economia popular;

IX- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

X- outros princípios estabelecidos na lei mor de cada ente e poder;

§1º. Sem prejuízo das demais ações penais e civis cabíveis pela prática dos mesmos

fatos, os crimes de responsabilidade serão punidos na forma e gradação previstas na lei

de cada província com as seguintes penas:

I- perda do cargo ou da função pública, inclusive a eletiva;

II- suspensão dos direitos políticos;

III- proibição de contratar com o poder público,

IV- proibição de exercer função, emprego ou cargo público, inclusive os cargos em

comissão de livre nomeação.

§2º. Os crimes de responsabilidade praticados por agente político serão processados e

julgados pelo Tribunal do Júri, nos termos do art. 217.

CAPÍTULO IV- DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Art. 76. São princípios inarredáveis das Finanças Públicas;

I- a responsabilidade fiscal;

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II- o não-endividamento público externo ou interno;

III- a quitação de dívidas públicas existentes;

IV- a responsabilização dos agentes políticos por prática de atos lesivos às finanças

públicas e à economia popular;

V- a integração, por meio de sistema informatizado ou outro mais eficiente, dos

dados relativos à execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos entes

da administração pública direta e indireta dos Municípios, das Províncias e da União.

§1º. A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em

que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas

públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a

obediência a limites e condições no que se refere a renúncia de receita, geração de

despesas com pessoal, dívidas, operações de crédito, concessão de garantia, inscrição

em restos a pagar e quaisquer outras.

§2º. O sistema de que trata o art. 76, inc. V, terá por objetivo:

I- prover a publicidade das finanças públicas, nos termos dos art. 60 e art. 63;

II- prover os meios adequados ao controle diário da execução orçamentária,

financeira e patrimonial dos órgãos da Administração Pública direta e indireta dos

municípios, das províncias e da União;

III- fornecer os meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização

dos recursos públicos, através da unificação dos recursos de caixa dos municípios, das

províncias e da União;

IV- permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de

informações gerenciais destinadas a todos os níveis da administração pública direta

e indireta dos municípios, das províncias e da União;

V- padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos

de todos os entes federativos e órgãos da administração direta e indireta;

VI- permitir o registro contábil dos balancetes dos municípios, das províncias e da

União e dos órgãos de sua administração direta e indireta;

VII- permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências

de recursos, quaisquer deles;

VIII- integrar e compatibilizar as informações no âmbito dos municípios, das

províncias e da União;

IX- permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos nos

municípios, nas províncias e na União, bem como de cada um de seus poderes e

órgãos;

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X- proporcionar a transparência dos gastos públicos nos municípios, nas províncias

e na União.

§3º. O sistema de que trata o art. 76, inc. V, deverá ser instituído e gerido pelo Poder

Executivo de cada ente federativo, sendo facultado:

I- aos municípios aderir ao sistema desenvolvido e gerido pelas províncias ou pela

União, caso não prefira desenvolver e manter sistema próprio;

II- às províncias aderir ao sistema desenvolvido e gerido pela União ou por algum

município, caso não prefira desenvolver e manter sistema próprio.

Art. 77. Lei mor da União disporá sobre:

I- resgate de títulos da dívida pública;

II- emissão de título da dívida pública apenas para o caso previsto no art. 321, §2º;

III- amortização das dívidas públicas externa e interna existentes, incluída a das

autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder público;

IV- operações de câmbio realizadas por órgãos da administração direta ou indireta

dos municípios, das províncias ou da União.

Parágrafo Único. Lei de cada ente federativo disporá sobre:

I- finanças públicas no que não for contrário a esta Constituição;

II- fiscalização financeira da administração pública direta e indireta.

Art. 78. Lei de iniciativa do poder executivo de cada ente federativo estabelecerá:

I- o plano plurianual;

II- as diretrizes orçamentárias;

III- os orçamentos anuais.

§1º. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma pormenorizada, as

diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e

outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da

administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro

subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as

alterações na legislação tributária.

§3º. o poder executivo de cada ente federativo publicará, diariamente, por meio do

sistema de que trata o art. 76, inc. V, dados completos da execução orçamentária,

financeira e patrimonial seu e dos demais poderes do mesmo ente federativo.

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§4º. Os planos e programas serão elaborados em consonância com o plano plurianual

e apreciados pelo poder legislativo de cada ente federativo.

§5º. A lei orçamentária anual compreenderá:

I- o orçamento fiscal referente aos poderes de cada ente, seus fundos, órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e

mantidas pelo poder público;

II- o orçamento de investimento das empresas em que o poder público, direta ou

indiretamente, detenha a maioria das ações com direito a voto;

§6º. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo pormenorizado

por área do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias e

remissões de natureza tributária.

§7º. Os orçamentos previstos no §5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano

plurianual, terão entre suas funções a de amortizar dívidas públicas.

§8º. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à

fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos

suplementares desde que todas as dívidas públicas já tenham sido pagas, inclusive os

títulos da dívida pública não vencidos.

§9º. Cabe à lei mor:

I- dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a

organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei

orçamentária anual;

II- estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e

indireta bem como em qual fundo aplicar os recursos sem utilização.

III- dispor sobre critérios para a execução;

§10. Os orçamentos públicos adotarão e utilizarão a terminologia cientificamente aceita

pela ciência econômica e contábil, sendo vedado ao estado mudar o significado dos

termos por meio de lei ou regulamentos, bem como violar o disposto no art. 24, inc.

XLII.

Art. 79. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao

orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara de Vereadores

na forma de seu regimento, e, pelo Congresso Provincial e Nacional, na forma do

regimento comum.

§1º. Caberá a Comissão de Orçamento permanente:

I- examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas

apresentadas anualmente pelo chefe de governo e de estado de seu ente federativo;

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II- examinar e emitir parecer sobre os planos e programas e exercer o

acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais

comissões instituídas.

§2º. As emendas serão apresentadas na Comissão de Orçamento, que sobre elas emitirá

parecer, e apreciadas, na forma do regimento.

§3º. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o

modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I- sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II- indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação

de despesa desde que seja obedecido o disposto no §9º, excluídas as que incidam

sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias entre entes federativos;

III- sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§4º. As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas

quando incompatíveis com o plano plurianual.

§5º. O chefe de governo poderá enviar mensagem ao poder legislativo para propor

modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na

Comissão de Orçamento, da parte cuja alteração é proposta.

§6º. Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento

anual serão enviados pelo chefe de governo, nos termos da lei mor a que se refere o art.

78, §9º.

§7º. Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o

disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§8º. qualquer poder poderá cancelar programa de governo sem autorização legislativa,

ressalvado se resultar em exoneração de servidores públicos estáveis.

§9º. Os recursos que ficarem sem despesa correspondente por causa de veto, emenda,

rejeição do projeto de lei orçamentária anual, cancelamento de programa de governo

nos termos do §8º ou qualquer outro motivo, deverão ser utilizados para amortizar

dívidas públicas existentes, inclusive para resgatar títulos da dívida pública, mesmo que

ainda não vencidos. Após a amortização integral de todas as dívidas e o regate integral

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de todos os títulos, se ainda restarem recursos, eles poderão ser utilizados mediante

créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

§10º. Lei de cada ente e poder disciplinará a aplicação de recursos orçamentários

provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,

para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,

treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do

serviço público, inclusive sob a forma de prêmio de produtividade, este último, desde

que temporário e vinculado ao cumprimento de metas objetivas e mensuráveis.

Art. 80. Em matéria orçamentária, são vedados:

I- aumentar o endividamento público interno e externo;

II- contrair empréstimos com instituições nacionais ou estrangeiras ou emitir títulos

da dívida pública para o fim de pagar qualquer despesa corrente;

III- contrair empréstimo com instituições nacionais ou estrangeiras ou emitir títulos

da dívida pública para financiar qualquer programa de governo, novo ou já existente,

não importa para qual finalidade, exceto para atender à necessidade temporária

prevista no art. 321, §2º;

IV- apresentar proposta orçamentária com previsão de déficit nas contas públicas;

V- reservar menos que 40% da previsão de receita para a amortização de dívidas,

salvo quando o valor total da dívida for menor, sempre que houver dívida pública

interna ou externa a ser paga, mesmo que ainda não vencida, inclusive títulos da

dívida pública a vencerem;

VI- Estabelecer qualquer novo programa de governo ou aumentar os recursos

direcionados para os já existentes, enquanto as dívidas externas e internas não forem

integralmente amortizadas e todos os títulos da dívida pública não forem resgatados,

mesmo que não vencidos;

VII- o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

VIII- a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os

créditos orçamentários ou adicionais;

IX- a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa;

X- a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e

sem indicação dos recursos correspondentes;

XI- a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria

de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização

legislativa;

XII- utilizar créditos ilimitados;

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XIII- a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento

fiscal e de outras fontes de renda do respectivo ente federativo;

XIV- a utilização de recursos públicos para cobrir déficit de empreendimentos

privados que não façam parte da administração pública direta ou indireta;

XV- a aplicação de recursos públicos em investimentos financeiros não permitidos

pelo poder legislativo por meio de lei;

XVI- a transferência voluntária de recursos para pagamento de despesas com pessoal;

XVII- a utilização de recursos públicos para financiamento de atividade de

empreendimentos privados ou para empréstimo para outros órgãos da administração

direta e indireta de qualquer dos poderes dos entes federados;

XVIII- outras hipóteses previstas pela lei de cada ente federativo.

§1º. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser

iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão,

sob pena de crime de responsabilidade, sem prejuízo da responsabilização dos agentes

públicos envolvidos pelos demais ilícitos penais, administrativos e civis praticados.

§2º. Qualquer cidadão poderá acionar o poder judiciário competente para

responsabilizar penal ou civilmente quem violar qualquer das disposições deste capítulo.

§3º. Os créditos especiais e extraordinários, desde que obedecido o disposto no art. 79,

§9º, terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de

autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,

reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício

financeiro subsequente.

Art. 81. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os

créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos poderes legislativo,

moderador e judiciário, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,

na forma da lei mor a que se refere o art. 78, §9º.

Art. 82. As despesas dos municípios, das províncias e da União, inclusive de pessoal,

não poderão exceder os limites estabelecidos na lei orçamentária.

§1º. A criação de cargos, empregos e funções públicas ou alteração de estrutura de

carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos

órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas

e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I- se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de

despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

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II- se houver autorização específica na lei de diretriz orçamentária, ressalvadas as

empresas públicas e as sociedades de economia mista que não dependam de verbas

públicas.

§2º. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração de agentes

públicos observará o disposto no art. 68, inclusive a alteração e reestruturação de

carreiras, quando ela resultar em aumento real da remuneração de seus servidores e

empregados.

Art. 83. Cada ente e poder possui o dever de adequar suas despesas ao disposto na lei

orçamentária.

§1º. Considera-se deficitário o ente e poder público que gaste mais do que receba, por

dois meses consecutivos, incluindo as dívidas vencidas e os juros de pagamento de

dívida, qualquer delas.

§2º. O ente federativo que se encontre deficitário terão os repasses de que trata o art.

93 imediatamente suspensos, até que o ente e o poder infratores se adéquem aos limites.

§3º. Para a adequação das despesas ao limite estabelecido no caput deste artigo, cada

ente e poder adotará as seguintes providências:

I- suspenderá a realização de novos concursos públicos para preenchimento de cargos

ou emprego na administração direta ou indireta;

II- suspenderá a contratação de novos servidores ou empregados públicos, inclusive

para preenchimento de cargos vagos em razão de morte, exoneração ou demissão por

qualquer motivo, inclusive os cargos ocupados por agentes políticos não eletivos;

III- não concederá, mesmo com a aprovação por referendo de que trata o art. 69, inc.

III, aumento real na remuneração de qualquer de seus servidores ou agentes públicos.

A medida popular terá sua eficácia suspensa até o saneamento das contas públicas;

IV- suspenderá a compra de novos bens e serviços para suprir as necessidades de cada

ente e poder até que a situação orçamentária se normalize;

V- cancelará, imediatamente, os contratos em vigor de compra de bens e serviços

não essenciais para a manutenção das atividades do respectivo ente e poder, entre os

quais:

a) qualquer bem ou serviço não relacionado à finalidade do órgão;

b) bens ou serviços adquiridos para prover conforto ou satisfazer necessidades

estéticas de agentes públicos, inclusive político;

c) bens ou serviços de luxo, quaisquer deles.

VI- reduzirá, em pelo menos cinquenta por cento, as despesas com cargos em

comissão e funções de confiança;

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VII- demitirá os empregados públicos desnecessários;

VIII- exonerará os servidores não estáveis.

§4º. Se as medidas adotadas com base no §3º não forem suficientes para assegurar o

cumprimento da lei orçamentária, o servidor estável perderá o cargo, desde que

fundamentado em ato administrativo de cada ente e poder que especifique a atividade

funcional, o órgão, seção, subseção ou unidade administrativa objeto de extinção ou da

redução de pessoal.

§5º. O chefe de governo de cada ente federativo, além das medidas apontadas no §4º,

poderá extinguir secretaria, assim como qualquer de seus órgãos, seções ou subseções.

§6º. O chefe de governo poderá propor ao poder legislativo de seu respectivo ente

federado:

I- a privatização de autarquia, fundação pública ou qualquer atividade exercida por

órgão da administração direta ou indireta do respectivo ente, desde que seja

deficitária ou demande investimentos incompatíveis com o orçamento disponível;

II- o cancelamento de qualquer programa de governo em execução;

III- a adequação da remuneração de qualquer agente público ao disposto no art. 69,

inc. VI, inclusive político, vinculado ao seu ente federativo, inclusive dos outros

poderes do mesmo ente federativo, sem prejuízo da punição dos responsáveis pelo

descumprimento do preceito;

IV- a redução de remuneração de servidores públicos vinculados ao seu ente

federativo, mediante confirmação posterior por referendo, nos termos do art. 69, inc.

III.

§7º. O chefe de estado proporá ao poder legislativo de seu ente federativo a adoção de

quaisquer das medidas previstas nos §3º, §4º, §5º e §6º, caso o chefe de governo não

as proponha no prazo de até 3 meses após ocorrida a infração.

§8º. Desde que as medidas previstas no §6º ou no §7º já tenham sido propostas ao

poder legislativo e ele as tenha ignorado ou indeferido, o chefe de estado convocará

plebiscito para os brasileiros se manifestarem se obrigarão ou não o poder legislativo a

adotar as medidas propostas pelo chefe de estado, sem prejuízo das medidas previstas

no art. 103 e no art. 106.

§9º. Caso o poder legislativo se recuse a cumprir qualquer medida aprovada pelos

brasileiros na forma do §8º, o chefe de estado dissolverá o parlamento nos termos do

art. 291, sem prejuízo de executar as medidas previstas no art. 103 e no art. 106.

§10. O aumento de impostos só será admitido como opção de adequação do orçamento

público, somente após todas as medidas relacionadas nos §3º, §4º §5º, §6º, §7º e §8º

e §9º deste artigo tiverem sido adotadas em sua máxima extensão pelos entes e poderes

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envolvidos, inclusive a medida extrema prevista no art. 106, inc. II, alínea “b” e no art.

157.

§11. O disposto no §10 não se aplica em caso de guerra ou em sua iminência para efeito

da cobrança do imposto previsto no art. 92, §2º.

§12. O agente político que propuser o aumento de impostos sem observar o disposto

no §10 será responsabilizado por crime de responsabilidade, sem prejuízo da punição

dos envolvidos pelos demais atos ilícitos cometidos, inclusive pela prática de tentativa

de crime contra a economia popular ou crime consumado se o imposto já tiver sido

criado ou aumentado.

§13. O servidor estável que perder o cargo na forma do §4º e §5º fará jus a indenização

correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço prestado que será paga

quando houver orçamento disponível de forma parcelada ou integral.

§14. O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado

extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou

assemelhadas pelo prazo mínimo de dez anos, facultado a cada ente federativo

estabelecer prazo maior por meio de lei.

§15. Os parlamentares que tiverem se recusado ou abstido de cumprir ordem popular

emanada por meio de referendo ou plebiscito ficarão inelegíveis na forma prevista pela

Lei do respectivo ente federativo, nos termos do art. 126, inc. VI.

§16. Lei de iniciativa de cada ente e poder disporá sobre as normas gerais a serem

obedecidas na efetivação do disposto nos §3º e §4º. De qualquer forma, mesmo que a

lei de que trata este parágrafo não for elaborada, ainda assim será aplicada todas as

disposições deste artigo as quais possuem eficácia imediata.

Art. 84. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas municipais, provinciais e

federal, em virtude de sentença judicial, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica

de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação

de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para

este fim, conforme regulado pela lei mor de cada ente federado e observados os

seguintes princípios:

§1º. O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se

aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as

Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado e

observado, em qualquer caso, o disposto no art. 3º.

§2º. É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba

necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,

constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o

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pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados

monetariamente para mais ou para menos de acordo com a taxa de inflação ou deflação

do período.

§3º. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao

Poder Judiciário do ente federado respectivo, cabendo ao Premier do tribunal que

proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a

requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito

de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu

débito, o sequestro da quantia respectiva.

§4º. O Premier do tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar

ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de

responsabilidade;

§5º. É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor

pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins

de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o §1º deste artigo.

§6º. No momento da expedição dos precatórios, independentemente de

regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor

correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e

constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas

vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em

virtude de contestação administrativa ou judicial.

§7º. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a

terceiros, independentemente da concordância do devedor.

CAPÍTULO V- DOS BENS DE CADA ENTE FEDERADO

Art. 85. Os bens públicos são penhoráveis, hipotecáveis, sujeitos a negociações em geral

e alienáveis desde que atendidos aos seguintes requisitos:

I- não sejam utilizados para prestação de serviço público ou para sediar órgãos

administrativos ou judiciais;

II- não tenham sido reservados para execução de projetos com orçamento já

aprovado;

III- não incorram em nenhuma das vedações previstas nos incisos do art. 80.

§1º. Os bens públicos não são passíveis de usucapião. Presume-se de má-fé quem deles

tenta se apossar ou apropriar.

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§2º. As benfeitorias, qualquer delas, realizadas em bem público sem a devida

autorização, licença ou permissão do ente proprietário não são indenizáveis em

nenhuma hipótese.

§3º. O poder público, mediante procedimento judicial, poderá requerer a expulsão de

invasores de seus bens imóveis, inclusive a demolição das benfeitorias irregulares que

neles forem feitas. Caso haja resistência, o poder público poderá solicitar apoio da

Polícia Militar ou das Forças Armadas, se preciso, que usarão dos meios necessários

para cumprir a ordem de forma integral.

Art. 86. São bens:

I- do município:

a) os bens registrados em seu nome e os demais bens por ele adquiridos;

b) as terras devolutas;

c) as vias públicas municipais e suas calçadas.

II- das províncias:

a) os bens registrados em seu nome e os demais bens por ela adquiridos, ressalvado

o disposto no inc. I;

b) o mar territorial, naquelas banhadas pelo mar ou oceano, salvo as praias e os

terrenos de marinha e seus acrescidos os quais pertencem ao proprietário da terra

ao qual se ligam, nos termos do Direito Privado de cada província.

III- da União:

a) os bens registrados em seu nome e os demais bens por ela adquiridos, ressalvado

o disposto nos inc. I e II;

b) os territórios sob o seu domínio ou por ela adquiridos.

§1º. As terras devolutas e parcelas do mar territorial podem ser alienados para

particulares, desde que obedecido o disposto nos incisos do caput do art. 85 e seja

observado o Direito Privado da província em que se encontrem.

§2º. Os territórios da União podem ser alienados para particulares ou para outros

países, desde que obedecido o disposto nos incisos do caput do art. 85. Caso estejam

localizados na faixa de fronteira com outros países, deverá ser preservada a área mínima

prevista no art. 96.

CAPÍTULO VI- DOS TRIBUTOS EM GERAL

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Art. 87. Os municípios, as províncias e a União poderão instituir os seguintes tributos:

I- impostos;

II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou

potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao pagador do

tributo ou postos a sua disposição.

§1º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

§2º. É proibido ao poder público cobrar impostos ou indenizar pessoas com

fundamento em suposta valorização ou desvalorização de bens particulares por causa de

obras ou de serviços públicos executados.

Art. 88. Cabe à lei mor da União:

I- estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

b) o conceito de tributo e de suas espécies referidas nos incisos do art. 87, bem

como o de fato gerador, o de base de cálculo e de outros de uso geral no direito

tributário, respeitadas as definições estabelecidas pela Ciência Contábil.

§1º. A Lei mor de cada ente federativo estabelecerá os tributos de sua competência e

indicará os respectivos fatos geradores, bases de cálculo e quem são seus pagadores,

obedecidos, de qualquer forma, a norma geral de que trata o art. 88, incico I.

Art. 89. A cobrança de impostos pelos entes federados será feita periodicamente, de

forma unificada, simples, uma única vez, para poupar o pagador de cumprir obrigação

tributária acessória e observado os seguintes termos:

I- o recolhimento de que trata este artigo deverá ser feito, preferencialmente e por

padrão, de forma eletrônica, automática ou por outro meio mais fácil, rápido,

cômodo e barato para o pagador;

II- os impostos indiretos devidos aos entes federados serão cobrados uma única vez,

quando o produto ou o serviço forem comprados pelo consumidor final.

§1º Cabe aos entes federados, na forma estabelecida no art. 93, §7º, fornecer aos

empreendimentos os meios eletrônicos necessários para que cumpram o disposto:

I- no art. 89, incisos I e II;

II- no art. 90, inc. X;

III- no art. 90, §3º e §5º.

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§2º. Os meios de que trata o §1º serão fornecidos pelo poder público aos

empreendimentos sem cobrança de taxas e devem ser adequados às rotinas normais das

empresas para evitar aumento de suas despesas operacionais.

§3º. A equipe de que trata o art. 93, §7º, manterá constante contato com os pagadores

de impostos ou com as associações formadas por eles para o fim de adequar seus

sistemas e torná-los menos onerosos.

Art. 90. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao pagador de impostos, é vedado

aos municípios, às províncias e à União:

I- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II- instituir tratamento desigual entre os pagadores de tributos, pessoa física ou

jurídica, que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção,

inclusive em razão de riqueza, sexo, idade, ocupação profissional, função por eles

exercida ou outras;

III- estabelecer alíquotas diferenciadas de impostos em razão do produto produzido

ou do serviço prestado, não importa qual seja a finalidade da medida;

IV- estabelecer alíquotas diferenciadas para o pagamento de imposto de renda, não

importa a origem dos recursos ou a quantidade paga;

V- cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os

houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu

ou os aumentou antes de decorridos duzentos e dez dias da data em que haja sido

publicada;

c) de qualquer pessoa ou empreendimento apenas pelo fato de ser proprietário de

bem móvel ou imóvel como automóveis, casas, terrenos, aeronaves, embarcações

e outros;

d) sobre a transmissão ou divisão de bens em razão de doação, morte ou dissolução

de união civil;

e) sobre a alienação de bens e serviços sem destinação comercial, inclusive bens

imóveis;

f) diferenciados sobre produtos ou serviços importados, os quais, para qualquer

fim, terão o mesmo tratamento tributário dos produtos ou serviços produzidos ou

prestados no respectivo ente federativo;

g) para emitir boletos, guias e etc. para que o devedor pague tributo.

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h) sobre faturamento, lucro ou prejuízo de empreendimentos, sendo permitido a

cobrança de imposto de renda quando da distribuição do lucro entre os sócios ou

por ocasião do pagamento de rendimentos aos acionistas.

i) quando o bem ou serviço produzido ou comercializado não se destinar ao

consumidor final, como na venda de produtos industrializados para distribuidores

ou atacadistas, ou de importadores para lojas em geral.

VI- utilizar tributo com efeito de confisco;

VII- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos

intermunicipais ou interprovinciais;

VIII- instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros,

inclusive de suas autarquias e fundações públicas;

IXI- impor a qualquer pessoa ou empreendimento a cobrança de tributos por

antecipação, previsão de receita ou por qualquer outra forma baseada em previsão ou

mera expectativa;

X- bitributar, ressalvado o disposto no art. 92, §2º.

§1º. Considera-se confisco a cobrança de tributos em montante igual ou superior a

trinta por cento sobre a base de cálculo.

§2º. Também considera-se confisco quando a soma de todos os tributos incidentes

sobre determinado produto ou serviço ultrapasse o limite descrito no §1º.

§3º. Também considera-se bitributação a cobrança de tributo sobre aquisição de

produto ou serviço quando o recurso utilizado para esse fim for originário de renda já

tributada.

§4º. A nota fiscal, o cupom fiscal, o recibo ou qualquer outro documento

comprobatório do negócio celebrado com o consumidor, discriminará o preço e o

percentual de impostos incidentes em cada produto ou serviço e de forma total, da

seguinte forma: p x i = pf . Onde “p” é o preço do produto ou do serviço, “i” é o

percentual de impostos aplicado, e “pf” é o preço final ao consumidor com impostos.

§5º. As rendas já tributadas na fonte serão depositadas em contas especiais para o fim

de serem utilizadas para compra de produtos ou serviços sem incidência de impostos

indiretos a fim de evitar a bitributação, nos termos do art. 90, inc. X e §3º.

§6º. A isenção prevista no art. 90, inc. VIII, não se aplica aos entes da administração

direta ou indireta que exerçam atividade econômica.

§7º. Não se considera tratamento desigual entre pagadores de impostos a redução ou

isenção de impostos para algumas pessoas ou empreendimentos que se enquadrem nas

atividades descritas no art. 1º, inc. V e no art. 321, §1º.

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Art. 91. É vedado:

I- aos municípios:

a) instituir tributo que não seja uniforme em todo município ou que implique

distinção ou preferência em relação a uma área em detrimento de outra;

b) tributar a renda das obrigações da dívida pública das províncias e da união, bem

como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis

diferentes aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

c) instituir isenções de tributos da competência das províncias ou da união.

II- às províncias:

a) instituir tributo que não seja uniforme em toda província ou que implique

distinção ou preferência em relação a uma área da província em detrimento de

outra;

b) tributar a renda das obrigações da dívida pública dos municípios e da União,

bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em

níveis diferentes aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

c) instituir isenções de tributos da competência dos municípios ou da União.

III- à União:

a) instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que

implique distinção ou preferência em relação a uma área do Brasil em detrimento

de outra;

b) tributar a renda das obrigações da dívida pública dos municípios e das

províncias, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes

públicos, em níveis diferentes aos que fixar para suas obrigações e para seus

agentes;

c) instituir isenções de tributos da competência dos municípios ou das províncias.

Parágrafo Único. É vedado aos municípios, às províncias e à União estabelecerem

diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua

procedência ou destino.

Art. 92. Os impostos que poderão ser instituídos pelos municípios, pelas províncias e

pela União serão definidos em espécie por lei mor da União, observando-se, em todo

caso, às limitações estabelecidas neste capítulo a fim de evitar o confisco, a bitributação

e a imposição de várias obrigações acessórias aos pagadores de impostos.

§1º. Os municípios poderão estabelecer, mediante lei mor, impostos não previstos pela

lei mor referenciada no caput deste artigo, desde que obedeçam aos princípios

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estabelecidos neste capítulo, sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base

de cálculo próprios dos que só podem ser estabelecidos pelas províncias e pela União.

§2º. A União poderá instituir, na iminência de guerra ou em caso de guerra externa,

impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os

quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação, no prazo

máximo de 6 meses.

§3º. A competência para instituir os impostos em espécie será distribuída entre os entes

federados de forma a resguardar o disposto no art. 93, §1º e §2, e diminuir a posterior

divisão de receitas tributárias entre os entes federados de que trata o art. 93.

Art. 93. Lei mor da União estabelecerá como e em que periodicidade será dividida o

total da receita tributária entre os entes federados, desde que obecedida a proporção

estabelecida no §1º e §2º.

§1º. O volume bruto de impostos coletados no município com o destino de custear o

município necessariamente deverá ser maior que a soma dos impostos destinados a

custear a província e a União que tiverem sido coletados na mesma área, considerando

todos os impostos tomados da população, inclusive os municipais, provinciais ou

federais;

§2º. O volume bruto de impostos destinados à província e tomados na província

necessariamente deverá ser maior que a soma de todos os impostos tomados na

província com o fim de custear a União;

§3º. Caso seja necessário a União repassar impostos para as províncias ou para os

municípios a fim de manter a proporção estabelecida nos §1º e §2º, os tributos serão

divididos entre as províncias e municípios na exata proporção em que tiverem tomado

tributos no todo, sendo vedado distribuir mais receita de impostos para quem toma

menos e menos para quem toma mais;

§4º. As províncias, caso necessitem repassar impostos para os municípios a fim de

manter a proporção estabelecida §1º e §2º, obedecerão, no que couber, a mesma regra

do §3º.

§5º. Os municípios, caso necessitem repassar impostos para a província ou para a União

a fim de manter a proporção estabelecida §1º e §2º, obedecerão o disposto no §6º.

§6º. Os impostos tomados da população, inclusive os municipais, provinciais ou

federais, serão repartidos entre os entes federados no seguinte percentual, caso outro

não seja definido pela lei mor de que trata o caput deste artigo:

I- 70% para o município;

II- 21% para a província;

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III- 9% para a União.

§7º. A repartição das receitas tributárias entre os entes federados poderá ser complexa,

mas, em nenhuma hipótese tal complexidade poderá ser repassada ao pagador de

impostos, cabendo a administração tributária dos entes federados se virarem para

cooperarem entre si e encontrarem formas de atender as suas necessidades sem impor

obrigações aos pagadores de impostos, inclusive acessórias, a fim de cumprir

integralmente o disposto no art. 89 desta Constituição.

CAPÍTULO VII- DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Art. 94. O Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I- proteção dos brasileiros e de quem estiver a serviço do Brasil;

II- defesa dos interesses dos brasileiros;

III- autodefesa armada e irrestrita;

IV- independência política e militar;

V- respeito e tolerância em relação à qualquer nação pacífica;

VI- aliança e cooperação com as nações que escolherem proteger todos os princípios

descritos nos incisos do art. 1º desta Constituição;

VII- respeito às demais nações e as suas escolhas internas, bem como ao direito delas

à autodefesa armada contra agressores injustos;

VIII- repúdio às nações belicosas sem justa causa, bem como às que patrocinam o

terrorismo;

IX- reconhecimento da responsabilidade do povo de outras nações por seus

governos;

X- solução pacífica dos conflitos e das tensões com outras nações, salvo quando o

conflito ou a tensão já tiver sido objeto de acordo e a outra nação o tiver descumprido

ou dado causa ao descumprimento, hipótese que configurará casus belli a favor do

Brasil;

XI- resposta violenta e imediata contra qualquer ato de violência injusta praticado

por outras nações contra o Brasil;

XII- reciprocidade, em tempo de paz e de boas relações.

§1º. Guerra é guerra, inclusive a guerra civil. Na guerra, o Brasil não respeitará nenhum

suposto direito do inimigo, nem se preocupará em resguardar a população civil inimiga

e seus supostos direitos, nem assumirá compromisso de agir de forma ética ou moral

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com seu inimigo, e utilizará de todos os meios disponíveis para atingir o seu fim,

independentemente de serem considerados éticos ou não.

§2º. É vedado ao estado punir qualquer brasileiro ou empreendimento, inclusive

agentes públicos e oficiais militares em razão de atos praticados na guerra em tempo de

guerra, mesmo que sejam tipificados como crime comum e militar no Brasil ou sejam

considerados imorais ou antiéticos, ressalvada as punições militares por atos de

indisciplina cometidos por militares no exercício de seu dever.

§3º. Os crimes cometidos por brasileiros no território inimigo e demais ilícitos lá

praticados, em tempo de guerra, não serão punidos no Brasil, nem responsabilizados,

mesmo que não guardem relação com o conflito. De igual forma, os crimes cometidos

por brasileiros no território brasileiro contra estrangeiros com o qual o Brasil esteja em

guerra, em tempo de guerra, também não serão punidos no Brasil se estiverem

relacionados com o conflito bélico.

§4º. O Brasil não indenizará o inimigo, nem a sua população ou quem lá reside, por

eventual devastação e destruição causados em razão da guerra;

§5º. O poder judiciário não conhecerá nenhuma ação de estrangeiro contra brasileiro

ou empreendimento situado no Brasil, em razão de atos praticados contra o inimigo

em tempo de guerra, mesmo que não guardem relação com o conflito, salvo se o ato

tiver sido praticado em solo brasileiro e não estiver relacionado com o conflito bélico.

§6º. Os crimes cometidos por inimigos contra brasileiros em tempo de guerra no

território em guerra serão todos punidos pelo Brasil, caso o infrator adentre no território

nacional e ainda não tenha ocorrido a prescrição.

§7º. O chefe de governo e o chefe de estado e seu corpo diplomático poderão exigir,

como condição para celebrar acordo de cessar-fogo ou paz, que o inimigo em guerra

pague tributo em dinheiro, tributo em ouro, tributo em quaisquer recursos naturais ou

direitos a sua extração, tributo em parte de território, tributo na forma de assassinato

de pessoas determinadas e quaisquer outras exigências a critério do chefe de governo

ou do chefe de estado, mesmo que sejam consideradas antiéticas, imorais, degradantes,

desumanas, cruéis ou excessivas. É vedado ao Estado responsabilizar o chefe de governo

ou o chefe de estado e seu corpo diplomático por fazer exigências, mesmo que absurdas,

para celebrar acordo de cessar-fogo ou paz.

§8º. Após a celebração do acordo de cessar-fogo ou paz, o Brasil se comprometerá a

respeitar os direitos civis da população estrangeira, bem como a punir os militares e

seus nacionais que, depois da assinatura do acordo, vierem a cometer crimes comuns

ou militares no território da nação objeto do cessar-fogo.

§9º. O governo brasileiro renunciará a todos os tratados internacionais que afrontarem

os princípios defendidos pelo Brasil nesta Constituição, cabendo a qualquer cidadão

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buscar o Poder Judiciário para responsabilizar o agente político que se omitir em relação

a seu dever.

CAPÍTULO VIII- DOS TERRITÓRIOS

Art. 95. A União, mediante acordo com a província e com os municípios afetados,

poderá estabelecer território sobre área desabitada ou de baixa concentração

populacional, o qual terá administração exclusivamente militar.

§1º. Os territórios serão estabelecidos:

I- no Brasil, preferencialmente, sobre terras devolutas ou públicas de forma

negociada com os entes federativos envolvidos;

II- sobre terras anexadas pelo Brasil em razão de guerra;

III- sobre planetas, luas, asteroides e outros corpos celestes sob o domínio do Brasil.

§2º. Caso haja propriedade particular na área a ser estabelecido o território, ela será

desapropriada, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, conforme o valor de

mercado. Os posseiros também serão indenizados da mesma forma, desde que seja

posse mansa e pacífica que não recaia sobre bem público. Os habitantes da área também

receberão justa e prévia indenização em dinheiro para que imigrem para o município

mais próximo.

§3º. Invasores de terras públicas serão compulsoriamente removidos da área, sem

direito a indenização. Caso resistam e não saiam, o território será estabelecido mesmo

assim, e eles assumirão os riscos decorrentes de sua escolha, dentre os quais o de não

poderem usufruir de direitos e garantias fundamentais nos termos do art. 5º, §3º, e de

sofrerem as medidas militares aplicáveis em territórios.

§4º. Não há representação política em territórios, nem exercício de jurisdição, nem

prestação de serviços públicos, nem a garantia de usufruto a direitos fundamentais

previstos nesta constituição, nos termos do art. 5, §3º.

§5º. Qualquer conflito ocorrido dentro de territórios será resolvido

administrativamente pela autoridade militar encarregada a qual imporá de imediato a

pena prevista em regulamento militar para a espécie.

§6º. Podem ser estabelecidos nos territórios prisão de segurança máxima, áreas de teste

de armas de destruição em massa, área de teste de armamentos pesados, centros de

pesquisa militar avançada e quaisquer outras atividades de interesse militar ou da

segurança do Brasil.

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§7º. A União poderá celebrar acordo com empreendimentos privados, com os

municípios ou com as províncias para o uso dos territórios, bem como das instalações

especiais nele situadas, ressalvado, em qualquer caso, o dever dos envolvidos de se

submeterem à administração militar e de resguardarem sigilo sobre as questões de

segurança nacional, sob pena de responderem por crime de alta traição, sem prejuízo

da aplicação dos regulamentos militares adequados à espécie.

§8º. A autoridade militar poderá ordenar o imediato abate de qualquer veículo ou

pessoa que adentre, permaneça ou tente sair do território sem a devida autorização.

Art. 96. As faixas de fronteiras serão estabelecidas em áreas de divisa com outras nações

e poderão ter entre 200 metros até 10 quilômetros de largura e serão estabelecidas na

forma de território, conforme lei da União.

Parágrafo Único. Desde que relevante à segurança nacional, as cidades, povoados, vilas

e outros aglomerados urbanos situados em faixa de fronteira poderão ser parcial ou

integralmente removidos para outra localidade, nos termos da lei da União, desde que

a medida seja aprovada por meio de plebiscito pela população a ser removida e pelo

município que receberá esta população.

Art. 97. A União poderá comprar vastas extensões de terra de outros países ou corpos

celestes de outras nações as quais serão incorporadas ao Brasil como:

I- territórios, nos termos do art. 95;

II- províncias, desde que habitadas e sejam atendidos os seguintes requisitos:

a) a população nela existente aprove a medida;

b) as terras ou corpos celestes comprados estejam isentos de dívida com o Brasil e

com outras nações;

c) as terras possuam recursos financeiros suficientes para o custeio das atividades

administrativas da nova província e de seus poderes;

§1º. Cabem aos cidadãos brasileiros aprovar ou rejeitar, por meio de plebiscito, a

compra ou anexação de terras estrangeiras ou corpos celestes como províncias. Caso os

brasileiros rejeitem a incorporação, elas serão anexadas como territórios.

§2º. Preenchidas todas as condições e aprovada o ingresso da nova província por

plebiscito, serão aplicadas as regras do art. 109 às pessoas daquelas terras para efeito de

determinar quem será tratado como brasileiro nato ou naturalizado. Para tanto, a nação

estrangeira incorporada será considerada como se Brasil já fosse, exceto para os fins

previstos pelo art. 94, §3º, §4º, §5º e §6º.

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§3º. A União poderá alienar ou alugar seus territórios para outras nações ou particulares

interessados.

Art. 98. Os territórios podem ser transformados em províncias ou municípios, desde

que aplicadas as regras deste capítulo e as previstas no Título IV, Capítulo IV.

CAPÍTULO IX- DA DEFESA DO ESTADO DE DIREITO

Seção I- Do Conselho de Estado

Art. 99. O Conselho de Estado é órgão de consulta do chefe de governo em cada ente

federativo, em qualquer assunto relacionado a defesa do respectivo ente contra ameaça

estrangeira, invasão estrangeira, guerra civil, rebelião, ação terrorista, calamidade

pública, epidemia mortal de grandes proporções ou qualquer outra forma de ameaça à

vida ou à segurança da população com potencial de causar danos de destruição em massa

e dele participam como:

I- premier do Conselho, o chefe de governo;

II- substituto do premier do Conselho, o chefe de estado;

III- membros permanentes:

a) o premier da Câmara de vereadores, no município;

b) o premier da Assembleia Legislativa e o premier do Senado Provincial, nas

províncias;

c) o premier da Câmara dos Deputados e o premier do Senado Federal, na União;

d) o promotor de justiça indicado pelo chefe de estado do respectivo ente, o qual

exercerá a função de secretário e de alertar os demais membros sobre a observância

dos critérios constitucionais e legais;

e) os Comandantes Maiores da Polícia Militar do respectivo ente federativo;

f) os Chefes de Estado-Maior de cada Comando das Forças Armadas do

respectivo ente federativo;

g) o chefe máximo do Órgão de Inteligência do respectivo ente federativo;

h) os agentes públicos indicados pelo chefe de governo para prestarem contas aos

membros sobre as finanças públicas e do que será necessário para reforçá-la em

caso de qualquer ação marcial;

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i) qualquer perito especialista que for requisitado por qualquer membro do

Conselho para opinar sobre questão técnica de sua área de conhecimento.

j) os membros indicados pelos líderes do poder legislativo de que trata o §1º;

k) outros membros na forma da lei de cada ente federativo, desde que possuam

relevância técnica para o Conselho;

§1º. Cada premier do poder legislativo poderá indicar mais três membros cujo critério

de escolha será definido pelo regimento da casa a que o parlamentar pertence.

§2º. É vedado a indicação de membros do poder judiciário para o Conselho.

§3º. Qualquer membro, caso discorde da decisão do Conselho, poderá recorrer ao

Poder Judiciário competente a quem caberá se manifestar apenas sobre os aspectos

Constitucionais e legais do ato, podendo ordenar a sua suspensão, caso se trate de

medida liminar, ou cancelamento ou confirmação, caso se trate de julgamento

definitivo, ressalvado, em todo caso, o disposto no art. 101, §4º e §6º.

§4º. Em caso de Conselho da União, o especialista de que trata o art. 99, inc. III, alínea

“i”, poderá ser convocado com escolta militar, por qualquer membro do Conselho, sem

necessidade de ordem judicial, tantos quanto forem necessários, desde que haja

urgência e ressalvado, em todo caso, o disposto no §5º.

§5º. Tratando-se de Conselho da União, se o especialista for brasileiro e estiver em

outro país, será imediatamente convocado onde estiver e, se não vier voluntariamente,

será trago ao Brasil por qualquer meio disponível para prestar esclarecimento.

§6º. Se não houver tempo disponível para reunir todos os membros do Conselho em

função de grave ataque estrangeiro em andamento, desastre iminente, epidemia grave

e mortal e qualquer outra situação que torne inviável aguardar a reunião do Conselho,

o chefe de governo tomará, de pronto, qualquer medida que seja necessária, inclusive

autorizar o uso de armas de destruição em massa e tudo mais que estiver ao seu alcance

para repelir a injusta e iminente agressão.

§7º. É vedado a União impedir as províncias e municípios de se defenderem como

puderem de ataque estrangeiro em andamento, inclusive de responderem à agressão

com armas de destruição em massa e quaisquer outras que possam ser usadas na defesa

de sua população, ressalvado o disposto no §8º.

§8º. Se o ataque estrangeiro de que trata o §7º for de pequena proporção, sem grave

risco de destruir parte considerável do município ou de região importante para a

província, os municípios e as províncias se defenderão da forma que puderem, mas

aguardarão a deliberação do Conselho de Defesa da União antes de responderem à

agressão com a utilização de armas nucleares ou biológicas, sob pena de cometimento

de crime de guerra. Contudo, poderão usar qualquer outra arma de destruição em massa

que não deixe resíduos mortais 7 dias após utilizada.

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§9º. Se não houver chefe de governo, ou o chefe de governo estiver morto ou tiver

violado o disposto no art. 133, §2º, o chefe de estado tomará a decisão de que trata o

§6º, temporariamente, até que o poder legislativo respectivo escolha outro chefe de

governo. Se o poder legislativo já tiver sido destruído pelo ataque, o chefe de estado

assumirá interinamente até que a ordem possa ser restabelecida e nova eleição

convocada para preencher os cargos do poder legislativo. Se o chefe de estado também

estiver morto, assumirá o sucessor do chefe de estado. Se esse também estiver morto,

caberá a qualquer Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas assumir a chefia de

estado enquanto não for possível reestabelecer a normalidade do Estado de Direito.

Art. 100. Compete ao Conselho de Estado opinar sobre:

I- estado de emergência;

II- estado de defesa civil;

III- estado de calamidade pública;

IV- estado de defesa antiterrorismo;

V- estado de guerra civil;

VI- estado de sítio;

VII- estado de guerra com nações estrangeiras;

VIII- celebração de acordo de cessar-fogo ou tratado de paz com nações estrangeiras;

IX- outras hipóteses previstas na lei mor de cada ente federativo, ressalvados os

incisos VII e VIII, nos termos do §1º.

§1º. Compete ao Conselho de Estado da União, exclusivamente, deliberar sobre o

disposto nos incisos VII e VIII.

§2º. Caso o Conselho de Estado do município, da província ou da União tenham

expedido decreto marcial que alcancem uma mesma região ou parte dela, os entes

trabalharão em conjunto da seguinte forma:

I- sobre orientação e Comando Militar das autoridades responsáveis pela execução

do decreto marcial da província, quando, sobre a mesma área ou parte dela estiver

sob o comando dos executores do decreto marcial do município, aplicando-se

também, no que couber, as limitações aos direitos constitucionais estabelecidos pelo

decreto marcial do município;

II- sobre orientação e Comando Militar das autoridades responsáveis pela execução

do decreto marcial da união, quando, sobre a mesma área ou parte dela estiver sob o

comando dos executores do decreto marcial do município ou da província,

aplicando-se também, no que couber, as limitações aos direitos constitucionais

estabelecidos pelo decreto marcial do município ou da província.

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§3º. A lei de cada ente regulará a organização e o funcionamento administrativo do

Conselho de Estado e a mesma lei indicará o órgão militar que formulará os protocolos

a serem executados para que o Conselho de Estado se reúna o mais rápido possível, a

fim de evitar a medida prevista no art. 99, §6º.

§4º. Os protocolos referidos no §3º e o local de reunião do Conselho são acobertados

pelo sigilo de que trata art. 63, §1º. A autoridade militar responsável por elaborá-los

adotará as providências necessárias para que o Conselho se reúna em lugares aleatórios

e seguros, sempre que for necessário, a fim de evitar emboscadas, ou ataque

premeditado por nações estrangeiras ou por grupos terroristas.

Art. 101. Após ouvido o Conselho de Estado, para preservar ou prontamente

restabelecer a segurança da população, à ordem pública ou a paz social quando

ameaçada por grave e iminente perigo, o chefe de governo decretará por meio de

decreto marcial, qualquer uma das medidas previstas nos incisos do caput do art. 100

que for de sua competência.

§1º. o chefe de governo poderá dispensar os membros indicados, no art. 99, inc. III,

alíneas “e” e “f” para deliberar sobre as medidas indicadas no art. 100, incisos I, II e III.

§2º. O decreto marcial terá vigência imediata e determinará o tempo estimado de sua

duração, especificará as áreas a serem abrangidas, os responsáveis por sua execução e

indicará as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

I- Suspensão, de forma motivada e razoável, de qualquer direito constitucional

necessário para sua execução, ressalvado, em qualquer caso:

a) a proteção à vida das pessoas pacíficas;

b) a proibição de confisco de propriedade imóvel, empreendimento, dinheiro e

qualquer outro ativo financeiro;

c) a proibição de confisco de bens móveis de propriedade particular necessários à

qualidade de vida e à proteção de seu proprietário como remédios, alimentos,

vestuários, cobertores e armas em geral;

d) O direito de permanecer na sua propriedade ou em local público, mesmo sob

ordem de evacuação, em respaldo ao disposto no art. 13, inc. V;

e) as prerrogativas constitucionais dos membros de qualquer poder e as relativas

ao funcionamento das casas legislativas;

f) o direito dos brasileiros à autodefesa armada e a de lutarem na guerra contra

inimigos de forma independente do Comando Militar, nos termos do art. 94, §1º,

§2º, §3º e §5º;

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II- ocupação e uso temporário de qualquer propriedade, sem necessidade de

autorização judicial, assegurado ao proprietário justa indenização ulterior em

dinheiro por eventuais danos causados;

III- qualquer bem móvel que for requisitado da população civil será imediatamente

devolvido logo após o término da medida, ou, se não for possível a devolução, o

proprietário receberá justa indenização ulterior em dinheiro, inclusive pelos danos

causados aos bens devolvidos com deterioração;

IV- em nenhuma hipótese será permitido as Forças Armadas abrir fogo, sem justo

motivo, contra a população civil brasileira. Os responsáveis por eventual excesso no

uso da força responderão por crime militar e, dependendo da gravidade, também por

alta traição na forma da lei de cada ente federativo.

§3º. Qualquer uma das medidas previstas no caput deste artigo poderá durar até trinta

dias, podendo ser prorrogada quantas vezes forem necessárias, desde que persistam as

razões que justificaram a sua decretação. Cada pedido de prorrogação poderá ser

rejeitado, na forma do §4º;

§4º. O decreto marcial poderá ser rejeitado no todo ou em parte pelo poder legislativo

competente, somente pelo voto de pelo menos três quintos dos membros até 24 horas

de sua decretação ou prorrogação, sob pena de convalidação dos atos já praticados.

§5º. Se a casa legislativa estiver em recesso, será convocada, extraordinariamente, nos

termos de seu regimento.

§6º. A casa legislativa apreciará o decreto marcial, nos termos do regimento e

continuará funcionando enquanto vigorar a medida de exceção, podendo alterar sua

sede temporariamente para outro lugar mais seguro, sem necessidade de observar o

disposto art. 141.

§7º. A casa legislativa poderá designar, nos termos de seu regimento, qualquer número

de parlamentares que considerar necessário para fiscalizar o fiel cumprimento do

decreto marcial;

§8º. Rejeitado o decreto marcial na forma no §4º, cessa imediatamente seus efeitos,

sem prejuízo da responsabilização do chefe de governo e dos demais agentes públicos

envolvidos pelos eventuais abusos praticados durante o período não convalidado,

inclusive crime de abuso de autoridade, crime de responsabilidade, crimes militares,

crime de alta traição, crimes contra a economia popular, atos de improbidade

administrativa e quaisquer outros ilícitos penais e civis praticados por agentes públicos

durante a medida de exceção não convalidada.

§9º. A propriedade que tiver sido ocupada na forma do §2º, inc. II, uma vez anulado o

decreto marcial, passará a ser indenizada na forma do art. 5º, inc. XXI.

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§10. O decreto marcial poderá ser expedido sem a prévia reunião com o Conselho na

forma do art. 99, §6º. E, na ausência do Chefe de Governo, por quem estiver autorizado

nos termos do art. 99, §9º.

§11. Caso não haja tempo suficiente para expedir o decreto marcial, a medida ainda

assim será adotada de pronto pela autoridade responsável a quem caberá formalizar o

decreto marcial e encaminhá-lo para a casa legislativa respectiva para apreciação no

prazo máximo de 12 horas, sob pena de cometimento de crime de responsabilidade.

Art. 102. O chefe de governo ou de estado poderão reunir o Conselho de Estado para

se aconselhar sobre:

I- requisição das Forças Armadas da União para perseguir e prender criminosos

comuns que estão além do poder de repressão das polícias locais;

II- requisição da Polícia Militar e das Forças Armadas da União para prender,

desmontar ou combater pessoa ou grupo associado à prática de terrorismo;

III- a criação de territórios, nos termos do art. 95;

IV- proposta de acordo de parceria com a União para uso de seus territórios;

V- a requisição de Força Militar da União para atendimento de demanda urgente

além do poder bélico do ente federado requerente;

VI- a associação com outros municípios ou províncias;

VII- propostas de propositura de independência do Brasil;

VIII- desmembramento de município;

IX- Outras matérias definidas na lei mor de cada ente federado.

§1º. Compete ao Conselho de Estado do município, exclusivamente, opinar sobre a

matéria de que trata o inc. VIII.

§2º. Compete aos Conselhos de Estado dos municípios e das províncias,

exclusivamente, opinar sobre as matérias dos incisos VI e VII.

§3º. Compete ao Conselho de Estado da União, exclusivamente, opinar sobre a matéria

de que trata o inciso III.

§4º. Qualquer dos entes federados podem reunir o Conselho de Estado para opinar

sobre matérias não exclusivas de outros entes federados e nas demais de sua

competência definidas pela lei mor de que trata o inc. IX.

Seção II- Da Intervenção Provincial e Federal

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Art. 103. A intervenção é medida de exceção que só será executada para:

I- garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação;

II- reorganizar as finanças da unidade da federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois meses consecutivos,

salvo em caso de desastre de grandes proporções que comprometa a tomada de

tributos;

b) encontrar-se deficitárias por mais de quatro meses seguidos sem que o poder

responsável tenha adotado nenhuma das medidas previstas no art. 83 §3º, §4º §5º,

§6º, §7º e §8º, hipótese em que o interventor as adotará e, não sendo suficientes

para resolver a crise, agirá conforme o disposto art. 157.

c) violar o disposto nos incisos II, III, IV, V,VI do art. 69 ou o disposto no art.

70;

d) deixar de entregar a qualquer outro ente federativo as receitas tributárias que

lhe pertençam, dentro dos prazos estabelecidos na lei de que trata o art. 93, salvo

na hipótese prevista pelo art. 83, §2º e em caso de desastre de grandes proporções

que comprometa a coleta ou o repasse dos tributos tomados;

III- para assegurar o cumprimento do processo de escolha de juízes privados ou

estatais para atuar nas cortes de justiça nos termos desta Constituição;

IV- para assegurar o cumprimento do processo de escolha de promotores de justiça

para atuar nas cortes de justiça nos termos desta Constituição;

V- para assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) previstos no art. 1º ou no art. 2º desta Constituição, ressalvadas as sociedades

alternativas exceto quando elas violarem o disposto no art. 319, §6º e as

autoridades competentes por responsabilizá-las se omitirem ou forem coniventes;

b) sufrágio universal exercido na forma estabelecida no título III desta

Constituição;

c) responsabilidade fiscal;

d) autonomia municipal;

e) autonomia provincial;

f) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

g) publicidade dos atos públicos na forma dos art. 63 e art. 65.

h) publicidade das compras públicas na forma do art. 60 desta Constituição;

i) qualquer outro princípio constitucional, nos termos da lei mor do ente federativo

coacto.

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VI- prover a execução de lei;

VII- prover o cumprimento de decisão, sentença ou acórdão judicial.

VIII- cumprir o disposto no art. 331;

Art. 104. Poderá requisitar a intervenção:

I- qualquer dos premieres de poder do ente federativo coacto;

II- o chefe de governo e o chefe de estado do ente federativo coacto;

III- juiz de primeiro grau privado ou estatal (art. 197), ou membro do Ministério

Público se a coação for exercida diretamente contra qualquer um deles;

IV- juiz de primeiro grau privado ou estatal (art. 197) que teve sua decisão ou

sentença descumprida ilegalmente por outro poder;

V- premier de tribunal, de câmara ou de turma de justiça que teve sua decisão ou

acórdão descumprido ilegalmente por outro poder;

VI- qualquer parlamentar ou membro de Ministério Público do ente federativo cuja

lei foi descumprida ou lhe foi recusada cumprimento ilegalmente por outro poder;

VII- qualquer parlamentar, qualquer membro do Ministério Público, chefe de

governo ou chefe de estado do ente federativo a que pertencer o órgão do poder que

tiver violado o disposto nas alíneas do inc. II, do art. 103;

VIII- chefe de governo, chefe de estado, qualquer parlamentar, qualquer cidadão ou

qualquer membro do Ministério Público do ente federativo a que pertencer o

tribunal que descumprir o art. 202 e seus parágrafos.

§1º. O requerimento de intervenção será encaminhado à Câmara de Justiça

Constitucional competente que o decidirá em no máximo 15 dias, sob pena de

deferimento automático, sem prejuízo da apuração da responsabilidade cível, penal e

administrativa dos juízes omissos.

§2º. Caso a Câmara de Justiça Constitucional competente esteja impedida ou seja a

coatora, o requerimento será encaminhado à Câmara de Justiça Marcial do mesmo

tribunal que decidirá a questão de forma soberana e irrecorrível no prazo máximo de 15

dias, sob pena de deferimento automático, sem prejuízo da apuração da

responsabilidade cível, penal e administrativa dos juízes omissos.

Art. 105. O exame do pedido de intervenção, seja na forma do art. 104, §1º ou §2º,

limitar-se-á apenas aos aspectos constitucionais da questão e não se submeterá aos

princípios do contraditório e da ampla defesa. Caso o requerimento não esteja

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devidamente instruído, será indeferido, podendo a parte interessada renová-lo desde

que junte as peças necessárias para sua reapreciação.

§1º. Servirá como prova para exame do pedido nos termos do art. 105:

I- cópia da publicação do ato impugnado;

II- informação contida em banco de dados público de que trata o art. 60, art. 63 e

art. 76, §2º;

III- qualquer outro documento ou meio de prova com fé pública.

§2º. Decidido procedente o pedido de intervenção ou expirado o prazo para decisão

judicial, a intervenção será ordenada, na forma do art. 106, pelo chefe de estado:

I- da província, quando o município for o causador de qualquer hipótese de

intervenção.

II- da União, nos demais casos.

§3º. Se o chefe de estado da província se omitir, estiver impedido ou for o coator, a

providência será tomada pelo chefe de estado da união.

§4º. Se o chefe de estado da união se omitir, estiver impedido ou for o coator, a

providência será tomada pelo Comandante de qualquer dos Estados Maiores das Forças

Armadas.

§5º. Caracteriza a omissão do chefe de estado quando ele é aconselhado a adotar a

medida por qualquer Comandante Maior das Forças Armadas, mas ainda assim

permanece inerte por prazo superior a quinze dias.

§6º. O Comandante Maior das Forças Armadas que requerer a intervenção na forma

prevista no art. 103, §3º e §4º e tiver seu pedido indeferido ou cassado pelo tribunal

Constitucional por falta de provas, será exonerado do serviço ativo das Forças Armadas,

sem prejuízo da responsabilização civil, penal e militar se for o caso.

Art. 106. A intervenção será executada por ordenação marcial, desde que seja

requisitada e aprovada na forma do art. 104 ou seja requisitada diretamente pela

população na forma do art. 120, inc. X. Em qualquer caso, serão observados os demais

princípios estabelecidos nos parágrafos deste artigo.

§1º. A ordenação marcial de intervenção será expedida pelo chefe de estado na forma

do art. 105, §2º ou pelo comandante do Estado Maior das Forças Armadas, na forma

do art. 105, §4º. O ato especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução,

bem como nomeará os interventores que farão os ajustes necessários para normalizar a

situação no ente federado sob intervenção.

§2º. Se a intervenção não atingir o poder legislativo do ente interventor, a ordenação

marcial será submetida à apreciação do Congresso Provincial ou do Congresso

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Nacional, no prazo de 1 dia útil. Caso contrário, a ordenação marcial só será

apresentada para apreciação pelo Congresso Provincial ou pelo Congresso Nacional

após o preenchimento dos cargos legislativos depois da realização de novas eleições nos

termos do art. 291.

§3º. Se não estiver funcionando o Congresso Provincial ou o Congresso Nacional e a

intervenção não atingir o poder legislativo do ente interventor, far-se-á convocação

extraordinária, no prazo de um dia útil, na forma do regimento comum dessas casas.

§4º. Reunido o Congresso Provincial ou Nacional na forma prevista no §2º ou §3º, o

parlamento poderá rejeitar a Ordenação Marcial pelo voto de pelo menos três quintos

de seus membros, salvo quando a medida tiver sido requerida pela população do ente

federado afetado nos termos do art. 120, inc. X, hipótese que ela será integralmente

executada independentemente de aprovação do poder legislativo.

§5º. A ordenação marcial limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado ou a

revogar expressamente a lei ou o ato administrativo ilegal se essas medidas bastarem ao

restabelecimento da normalidade.

§6º. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes

voltarão, salvo impedimento legal.

Seção III- Do Controle da Constitucionalidade das Leis

Art. 107. A ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de

constitucionalidade podem ser propostas contra qualquer espécie de lei ou ato

administrativo de qualquer ente federativo e de seus poderes, quando eles forem

incoerentes com qualquer dispositivo desta Constituição.

§1º. consideram-se incoerentes as normas infraconstitucionais e os institutos jurídicos

por elas regulados que sejam contraditórios com os princípios defendidos por esta

Constituição, segundo os parâmetros estabelecidos pelos princípios lógicos da

identidade, da não contradição e do terceiro-excluído.

§2º. A ação de que trata o caput deste artigo também pode ser proposta contra:

II- leis e atos administrativos que foram produzidos antes da entrada em vigor desta

Constituição;

III- leis que foram produzidas, após a entrada em vigor desta Constituição, em

desacordo com o processo legislativo previsto nesta Constituição.

§3º. Qualquer membro do Ministério Público que atuar na Câmara de Justiça

Constitucional competente, deverá ser previamente ouvido antes do julgamento das

ações de que trata o caput deste artigo.

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Art. 108. As ações a que se refere o art. 107 poderão ser propostas no órgão competente

do poder judiciário por qualquer um dos seguintes legitimados:

I- o chefe de governo do município, da província ou da União;

II- o chefe de estado do município, da província ou da União;

III- qualquer membro da Câmara de Vereadores;

IV- qualquer membro de Assembleia Legislativa;

V- qualquer membro de Senado Provincial;

VI- qualquer membro da Câmara de Deputados Federais;

VII- qualquer membro do Senado Federal;

VIII- qualquer promotor de justiça atuante em tribunal de justiça, qualquer deles;

IX- qualquer associação ou conselho de profissionais do Direito;

X- partido político com representação em Câmara de Vereadores, no Congresso

Provincial ou no Congresso Nacional;

XI- qualquer associação ou organização sem fins lucrativos em matéria relacionada

a sua área de atividade;

XII- qualquer conselho profissional ou empreendimento privado em matéria

relacionada a sua área de atuação.

§1º. Quando o ato impugnado for o regimento da Câmara de Justiça Constitucional

competente para apreciar a ação, a constitucionalidade será julgada pelo plenário do

tribunal a qual a respectiva Câmara se vincula.

§2º. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva

norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para que regulamente a

matéria, inicie e termine o processo legislativo no prazo máximo de 120 dias. Em se

tratando de órgão administrativo, ordenará a regulamentação do preceito no prazo

máximo de trinta dias. Caso o poder ou o órgão responsável não cumpra os prazos, a

Câmara de Justiça Constitucional competente regulamentará o preceito por Ato

Institucional em trinta dias na forma prevista pelo Título V, Capítulo IV, Seção X,

desta Constituição, sem prejuízo de encaminhar os documentos pertinentes ao

Ministério Público competente para que os agentes públicos envolvidos respondam

pela omissão.

§3º. Se a Câmara de Justiça Constitucional competente não regulamentar o preceito

dentro do prazo a que se refere o §2º, qualquer cidadão poderá requerer ao Poder

Judiciário competente à responsabilização dos juízes omissos.

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§4º. Quando a ação for proposta para apreciação da inconstitucionalidade, em tese, de

norma legal ou de ato normativo administrativo, inclusive regimento de tribunal de

justiça, será citado, previamente, o poder do ente federado que teve a iniciativa de

produzir a espécie a lei ou o ato, o qual, se quiser, defenderá o texto impugnado. Ao

final, se for o caso, será expedido ato institucional na forma prevista pelo Título V,

Capítulo IV, Seção X.

TÍTULO III- DA CIDADANIA

CAPÍTULO I- DA NACIONALIDADE

Art. 109. São brasileiros:

I- natos:

a) os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não

estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, desde que um dos genitores seja brasileiro e quem

tenha dado à luz esteja no exterior a serviço do governo do Brasil ou em trânsito

com previsão de retorno ao Brasil, nos termos da Lei da União;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam

registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e

optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade

brasileira.

II- naturalizados, os que, na forma da lei, adquirirem a nacionalidade brasileira,

desde que obedeçam aos seguintes requisitos:

a) não violem nenhuma das disposições previstas no art. 112.

b) residência por dezesseis anos ininterruptos em qualquer lugar do Brasil;

c) ausência de antecedentes criminais;

d) seja capaz de se expressar por escrito e oralmente, de forma funcional e

satisfatória, em pelo menos um dos idiomas oficiais reconhecidos pela província

na qual tenha requerido sua naturalização;

e) faça juramento público e solene, oralmente e por escrito, diante do juiz e do

Sacerdote da sua fé ou não fé religiosa. O juramento será escrito com o sangue

extraído de seu próprio corpo em nome da Divindade que ele acredita ou de outro

Princípio que o imigrante julgue mais importante. Uma das mãos ele colocará

sobre o Livro Sagrado de sua fé ou não fé religiosa, a outra ele usará para escrever

o juramento. Após finalizar toda a escrita, ele escreverá no Livro Sagrado de sua

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fé ou não fé religiosa “o que eu declarei é verdade, juro pelo meu sangue”. A caneta

com o sangue restante será queimada na sua presença e ele lerá o juramento em

voz alta diante de todos os presentes. Ele dirá que “enquanto viver, respeitará os princípios do art. 1º desta Constituição e que ensinará seus filhos a respeitá-los, sob pena de trair” sua Divindade ou o Princípio em que ele acredita. Em seguida,

dirá em voz alta cada um dos princípios do art. 1º desta Constituição que ele já

terá escrito com o próprio sangue e jurará após ler cada um deles que “os respeitará e ensinará seus filhos a respeitá-los”. Ao terminar todos, o Sacerdote da sua fé ou

não fé religiosa o abençoará e dirá o que entender devido naquele momento.

Depois, o juiz o cumprimentará pessoalmente e dirá “espero que suas palavras sejam tão verdadeiras quanto o sangue que está neste papel”. O juiz levantará o

papel e o mostrará escrito com sangue a todos os presentes. Em seguida dirá ao

novo brasileiro: “viva feliz e deixe as pessoas pacíficas viverem felizes a sua maneira”. Caso o juiz queira, poderá falar o que entender necessário no momento

ou, se considerar adequado, poderá proferir uma palestra. O Livro Sagrado da fé

ou não fé religiosa do imigrante que contiver a escrita com o sangue do imigrante

será guardado pelo Poder Judiciário competente em local lacrado. O ato será

filmado e disponibilizado em meio eletrônico de fácil e amplo acesso. A lei

processual da província regulamentará esse procedimento público e solene.

§1º. Os povos de cultura ocidental, inclusive Israel, se houver reciprocidade em favor

de brasileiros, terão os mesmos direitos inerentes aos brasileiros, salvo o de ocupar os

cargos de que trata o art. 110.

§2º. O prazo de que trata o art. 109, inc. II, alínea “b”, será reduzido:

I- em três quartos para os povos praticantes da cultura descrita nos incisos do art. 1º

desta Constituição;

II- em dois quartos para os povos praticantes da cultura descrita nos incisos I a IV

do art. 1º desta Constituição;

III- em nada, nos demais caso.

§3º. O imigrante originário de qualquer país de cultura ocidental será tratado como

estrangeiro originário de país de cultura não-ocidental se praticar costumes culturais

estranhos à tradição laica e ao individualismo descrita nos incisos do art. 1º desta

Constituição.

§4º. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo

nos casos previstos nesta Constituição.

Art. 110. São privativos de brasileiros natos os cargos:

I- chefia de estado e de governo dos municípios, das províncias ou da União;

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II- premier de câmara legislativa, qualquer delas;

III- premier de Tribunal de Justiça, suas Câmaras ou Turmas, qualquer delas;

IV- carreira diplomática;

V- oficial das Forças Armadas.

VI- secretário de município, de província ou de Estado.

VII- outras funções públicas reguladas pela Lei mor de cada ente federativo.

Art. 111. O Brasil é um país aberto para acolher estrangeiros pacíficos de forma

permanente e legalizada, desde que se tratem de pessoas que valorizem e respeitem os

fundamentos do Estado Brasileiro expressos no art. 1º desta Constituição e que

concordem com os objetivos desta nação, nos termos do art. 2º.

Parágrafo Único. O estrangeiro que não concorde com os fundamentos e objetivos

deste país não será naturalizado em nenhuma hipótese.

Art. 112. É vedada a concessão de visto permanente e a naturalização de estrangeiro

que:

I- defende a discriminação não razoável de indivíduos pacíficos por meio da

violência, inclusive estatal, por causa de:

a) etnia;

b) sexo;

c) sexualidade;

d) riqueza;

e) opção de fé ou não fé religiosa;

f) deficiência física ou mental;

g) convicção filosófica.

II- defende o uso da violência, inclusive estatal, para controlar a conduta moral

adotada pelas pessoas pacíficas para conduzir a própria a vida;

III- defende o uso da violência, inclusive estatal, para impor a prática de princípios

morais ou imorais quando tal escolha só compete ao indivíduo de forma pacífica;

IV- admire, considere correto ou concorde expressa ou tacitamente com quem age

da forma prevista no art. 112, incisos I, II e III;

V- tenha lutado em guerra contra o Brasil ou tenha apoiado as ações de guerra contra

o Brasil publicamente;

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VI- tenha lutado em guerra contra outros países ou contra eles tenha executado ou

apoiado ato de violência, cuja causa tenha sido a discordância com os princípios

defendidos pelo Brasil no art. 1º desta Constituição;

VII- outras hipóteses estabelecidas na lei da União com o fim de resguardar a

tolerância entre indivíduos e a liberdade individual.

Art. 113. A União facilitará a concessão de visto permanente e a naturalização de

estrangeiro que não viole as vedações previstas no art. 112 e atenda pelo menos uma

das seguintes condições:

I- possua boa qualificação técnica profissional;

II- empreenda no Brasil;

III- seja sócio ou investidor de empreendimento já existente no Brasil;

IV- seja unido civilmente a brasileiro e aqui pretenda residir;

V- tenha lutado no estrangeiro como aliado de guerra do Brasil;

VI- seja internacionalmente reconhecido como profissional de referência em sua área

de atuação;

VII- trabalhe em empreendimento brasileiro há pelo menos 6 meses e tenha sua

naturalização recomendada pela gerência do negócio;

VIII- seja perseguido político em seu país de origem por defender os princípios

estabelecidos no art. 1º desta Constituição e tenha vindo para o Brasil em busca de

refúgio, mesmo que ilegalmente;

IX- outros casos estabelecidos pela lei mor da União.

Parágrafo Único. Ressalvadas as exceções estabelecidas por meio de lei mor da União,

a União facilitará a concessão de visto temporário ao estrangeiro que preencha pelo

menos um dos seguintes requisitos:

I- esteja matriculado em instituição de ensino brasileira;

II- tenha recebido convite de empreendimento brasileiro para trabalhar, estagiar ou

treinar no Brasil;

III- intencione fazer turismo no Brasil;

IV- outros casos estabelecidos pela lei da União.

Art. 114. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado que:

I- tenha praticado no estrangeiro, antes da naturalização, conduta tipificada como

crime na província em que escolheu para viver no Brasil;

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II- tiver praticado as condutas previstas no art. 115;

Parágrafo Único. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou

de opinião, salvo quando o estrangeiro não puder receber visto permanente nos termos

do art. 112.

Art. 115. Perderá a nacionalidade o brasileiro que:

I- adquirir voluntariamente outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento unilateral de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente

em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para

o exercício de direitos civis;

II- por decisão Judicial, tiver cancelada sua naturalização em virtude da prática de

atividade nociva ao interesse do Brasil, incluindo:

a) qualquer uma das relacionadas nos incisos do art. 112;

b) os atos ilícitos descritos nos incisos I e II, §2º, do art. 14;

c) terrorismo;

d) outras hipóteses a serem estabelecidas nos termos da lei da União a fim de

resguardar a liberdade individual, a segurança nacional e os princípios desta

Constituição.

Art. 116. O brasileiro naturalizado que for condenado na forma do art. 115, inc. II,

sofrerá também as seguintes penas:

I- tortura e morte, se por causa de sua conduta alguém tiver morrido.

II- tortura e morte, se for reincidente na hipótese prevista no inc. III deste artigo.

III- sofrimento de lesão proporcional a que tiver causado na vítima, se, por causa de

sua conduta, alguém tiver sido ferido. Ele também será obrigado a queimar o livro

que ele assinou com seu próprio sangue, nos termos do art. 109, inc. II, alínea “e”.

Ele também terá que dizer em voz alta de que “ele não é merecedor das palavras do Livro” e que ele “traiu a” Divindade ou o Princípio pelo qual jurou. Ele também terá

que dizer que “mereço a pena e que minha conduta não é digna dos seguidores deste Livro”. Em seguida, ele perderá a nacionalidade brasileira, sofrerá a pena e será

expulso do Brasil.

§1º. Na hipótese prevista pelo inc. III, se a pessoa se recusar a queimar o livro ou a falar

o que deve, sofrerá a pena de tortura e de morte e outra pessoa queimará o livro na

frente dele e dirá que ele renegou sua Divindade ou o Princípio pelo qual jurou com o

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próprio sangue e que isso jamais será esquecido pela sua Divindade ou pelos seguidores

do princípio pelo qual ele jurou. E tudo será dito na frente dele antes dele ser executado.

Tudo será filmado e disponibilizado em meio eletrônico de fácil e amplo acesso e jamais

poderá ser removido por ordem estatal, nos termos da lei processual de cada província.

§2º. O brasileiro nato, se praticar crime de terrorismo, também sofrerá as penas

previstas nos incisos do caput deste artigo, salvo a pena de cancelamento da

naturalização e de expulsão do país.

Art. 117. São símbolos do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

Parágrafo Único. Os municípios e as províncias poderão adotar símbolos próprios.

Art. 118. Qualquer língua poderá ser adotada como idioma oficial do Brasil.

§1º. Cada município adotará idioma oficial, podendo escolher mais de um, conforme

a língua utilizada por sua população, devendo observar, em qualquer hipótese, o

disposto no §3º e na lei mor a que se refere o §4º.

§2º. É vedado às províncias e à União estabelecerem qualquer tipo de discriminação ou

restrição entre brasileiros em função do idioma oficial utilizado por qualquer de seus

municípios. As províncias e a União são obrigadas a reconhecer como suas línguas

oficiais, qualquer língua reconhecida oficialmente por município que delas faça parte e

deverão obedecer ao disposto no §3º.

§3º. É dever de cada ente federativo prestar informações de interesse dos brasileiros em

todas as línguas oficiais por ele reconhecidas, o que inclui:

I- o atendimento às pessoas em geral, pessoalmente ou por qualquer outro meio:

II- sua legislação, atos administrativos e judiciais;

III- a publicação de informativos oficiais e outros atos informativos oficiais, por

qualquer meio.

IV- o dever de realizar concursos públicos e outras seleções públicas, desde que se

trate do mesmo conteúdo, em todas as línguas oficiais reconhecidas pelo respectivo

ente federativo;

V- outras hipóteses previstas pela lei mor da União.

§4º. Lei mor da União estabelecerá os critérios mínimos a serem atendidos para que os

municípios reconheçam outra língua como oficial e, também, os critérios para que uma

língua deixe de ser reconhecida oficialmente.

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§5º. Nenhum ente federativo poderá ser obrigado a cumprir as obrigações estabelecidas

no §3º em língua diferente das que ele reconheceu como oficiais.

CAPÍTULO II- DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 119. A soberania popular será exercida diretamente e pelo sufrágio universal com

voto direto, secreto e auditável, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,

mediante:

I- iniciativa popular.

II- plebiscito;

III- referendo;

IV- eleições regulares para representantes do Poder Legislativo;

V- outras formas previstas na Lei mor da União.

§1º. Quem possui idade mínima para votar para qualquer cargo eletivo da Província

não poderá ser impedido de exercer outros direitos civis em razão de sua idade como

escolher serviços ou produtos para seu consumo, unir-se civilmente a outras pessoas,

medicar-se, fazer negócios, empreender, trabalhar, acessar o ensino superior, assumir

cargo ou emprego público provido mediante concurso de provas ou habilidades,

locomover-se, inclusive mediante uso de qualquer veículo, frequentar estabelecimentos

ou shows ou usufruir de qualquer outro direito permitido às pessoas capazes.

§2º. De igual forma, quem possui idade mínima para votar em qualquer cargo eletivo

da Província não poderá ser isento de responsabilidade civil, administrativa, militar ou

penal em razão de sua idade.

Art. 120. A iniciativa popular poderá, em qualquer ente federativo:

I- apresentar projetos de lei popular;

II- propor plebiscito ou referendo sobre qualquer tema;

III- requerer o afastamento e a cassação de mandato de qualquer agente político;

IV- requerer o afastamento da função e a responsabilização, nos termos da Lei, de

qualquer juiz, inclusive dos que exercem suas atribuições em tribunais de justiça, suas

câmaras ou turmas, qualquer delas;

V- requerer o impeachment de chefe de governo ou a deposição de chefe de estado;

VI- revogar leis, inclusive mores, salvo as Constitucionais e de Emenda à

Constituição (art. 34, §1º).

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VII- vetar quaisquer leis aprovadas pelo respectivo ente federativo, inclusive emendas

à Constituição, desde que o pedido de veto popular seja registrado por qualquer

cidadão dentro do prazo de quinze dias nos termos do §2º deste artigo. Qualquer lei

estará sujeita ao veto popular, inclusive as matérias de competência privativa de

qualquer dos poderes, desde que obtenha o apoiamento mínimo de que trata o art.

121.

VIII- derrubar veto do chefe de governo ou do chefe de estado, desde que a censura

ao veto seja registrada por qualquer cidadão dentro do prazo concedido à câmara

legislativa respectiva para a derrubada do veto, nos termos do art. 121, §2º. Qualquer

lei estará sujeita a derrubada do veto pela população, desde que obtenha o

apoiamento mínimo de que trata o art. 121.

IX- ordenar ao chefe de estado do ente federativo que dissolva o parlamento e

convoque novas eleições;

X- requerer a intervenção em município, província ou na União por violação do

disposto no art. 103, inc. II;

XI- outras medidas nos termos da lei de cada ente federativo.

Art. 121. A lei mor de cada ente federativo estabelecerá o percentual mínimo do

apoiamento do eleitorado necessário para que as medidas determinadas nos incisos do

caput do art. 120 sejam cumpridas. Em qualquer caso, serão respeitados os seguintes

critérios mínimos:

I- no município, 5% do eleitorado municipal;

II- na província, 2% do eleitorado provincial distribuído por pelo menos cinco

municípios com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

As províncias compostas por menos de cinco municípios deverão ter o apoiamento

popular de pelo menos três décimos por cento dos eleitores de cada município;

III- na União, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco

províncias, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada uma delas.

§1º. A lei mor de cada ente federativo poderá estabelecer requisitos mais severos para

o cidadão propor as medidas previstas nos incisos III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X do

art. 120 e para algumas medidas previstas pela lei mor de que trata o inc. XI, do art.

120, sendo vedado ao estado estabelecer percentual maior do que o obtido pelo

parlamentar mais votado no respectivo ente federativo na última eleição.

§2º. Qualquer cidadão interessado poderá registrar sua pretensão de iniciativa popular

na justiça eleitoral competente, por mais absurda que pareça, sendo vedado ao poder

judiciário impedir o registro de requerimento em razão do conteúdo deles.

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105

§3º. Uma vez registrada, a pretensão será posta em votação pela Justiça Eleitoral do

ente federativo respectivo. A votação ficará disponível pelo prazo que a lei mor de cada

ente federativo determinar, não podendo ser inferior a 3 meses. Nesse período, qualquer

cidadão registrado na respectiva circunscrição poderá ir ao seu cartório eleitoral e votar

eletronicamente para expressar seu apoio a pretensão posta em votação. Também

poderá utilizar outro meio mais cômodo, seguro e auditável disponibilizado ou

permitido pela Justiça Eleitoral. Caso a adesão seja massiva, o juiz eleitoral poderá

requisitar servidores de outros órgãos ou convocar eleitores para organizar melhor a

prestação do serviço, nos mesmos termos que ordinariamente procede durante as

eleições regulares.

§4º. Terminada a votação, caso a pretensão tenha conseguido o apoiamento mínimo,

ela será apresentada pela Justiça Eleitoral competente ao chefe da casa legislativa

respectiva que proporá a medida para apreciação imediata, ressalvada as seguintes

medidas, na seguinte forma:

I- as previstas no art. 120, incisos IX e X serão entregues, em forma de mandado,

diretamente ao chefe de estado para que as cumpram no prazo de 3 dias úteis, sob

pena de cometimento de crime de alta traição, sem prejuízo da execução da medida

prevista no art. 103, §3º e §4º.

II- as previstas no art. 120, incisos VI, VII e VIII serão cumpridas em forma de ato

institucional emanado pela Justiça Eleitoral competente que declarará revogada a lei,

vetada ou derrubado o veto. Qualquer membro do poder legislativo do ente cujo ato

foi revogado poderá questionar a constitucionalidade do ato institucional perante a

Câmara de Justiça Constitucional competente a qual examinará apenas a

constitucionalidade do ato, sendo vedado ela se manifestar sobre seus aspectos

políticos.

III- as previstas na lei mor de que trata o art. 120, inc. XI, serão cumpridas na forma

que a referida norma determinar observado, em qualquer caso, os princípios

estabelecidos nesta Constituição.

Art. 122. O alistamento eleitoral e o voto são facultativos, nos seguintes termos:

§1º. Não podem alistar-se como eleitores:

I- os estrangeiros;

II- os analfabetos, qualquer deles, inclusive o funcional, condição que será aferida

por meio de prova objetiva a ser elaborada pela Justiça Eleitoral, na forma

estabelecida por Edito da Câmara de Justiça Eleitoral competente.

III- durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

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§2º. O interessado em se alistar como eleitor poderá escolher fazer a prova de que trata

o §1º, inc. II, em qualquer das línguas oficiais reconhecidas pela província onde se

alistar, nos termos do art. 118, §2º e §3º.

Art. 123. É vedado ao estado realizar eleições regulares em ano em que haja Copa do

Mundo ou Olimpíadas, ressalvado o disposto no art. 291.

Art. 124. Os filiados a partidos políticos são proibidos de participarem de cargo de

direção ou representação de associação profissional, sindical, ONGs, fundações

privadas, entidades religiosas, entidades antirreligiosas, instituições de ensino,

entidades filantrópicas e de qualquer outra com o poder de propor ações judiciais em

geral (art. 323), inclusive a direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de

constitucionalidade (art. 107), bem como de iniciar o processo legislativo ou dele

participar, inclusive para propor projeto de consolidação de Lei (art. 33), ou de atuar

na assessoria de projetos art. 168, §3º.

Parágrafo Único. A violação ao disposto neste artigo é causa de nulidade absoluta do

processo judicial proposto pela entidade que o descumpra, bem como do processo

legislativo em que a entidade impedida haja participado ou atuado.

Art. 125. São condições de elegibilidade:

I- a nacionalidade brasileira;

II- ausência de qualquer impedimento previsto no art. 126;

III- o alistamento eleitoral;

IV- o domicílio eleitoral na circunscrição;

V- a filiação partidária, ressalvado para ocupar a chefia de estado;

VI- idade mínima para o exercício do cargo na data provável da eleição.

§1º. A idade mínima para votar deve ser a mesma para ser eleito para o cargo

pretendido. Caso o eleitor não esteja habilitado para votar para todos os cargos, votará

apenas para aqueles que estiver habilitado na data da eleição.

§2º. O domicílio eleitoral de que trata art. 125, inc. IV, é o mesmo que o domicílio

reconhecido pelo Direito Privado de cada província.

Art. 126. São inelegíveis:

I- os inalistáveis;

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II- quem estiver com os direitos políticos suspensos por qualquer motivo.

III- quem não possuir a qualificação técnica ou a instrução escolar mínima para o

exercício do cargo até a data da posse;

IV- os sócios e gerentes e representantes de empresa privada em que 20% ou mais

do faturamento seja originário de pagamentos feitos por qualquer órgão da

administração direta ou indireta de qualquer ente da federação ou de partido político,

não importando se o contrato for de adesão ou não, ou quem deles for parente

consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau, inclusive.

V- o proprietário, sócio ou gerente de empreendimento televisivo, de radiodifusão

ou de divulgação de notícias por qualquer meio, inclusive impressas, bem como

aquele que tenha parentesco consanguíneo ou afim com qualquer deles até o 4º grau,

inclusive;

VI- por no mínimo 12 anos, o agente político que tiver se recusado, impedido,

abstido ou protelado por mais de 15 dias o cumprimento de ordem popular emanada

por meio de referendo, plebiscito ou de iniciativa popular;

VII- outros casos previstos nesta Constituição e na lei mor de que trata o art. 130.

Art. 127. Não podem votar:

I- os agentes públicos em geral, inclusive os políticos, os ocupantes de cargo efetivo,

os servidores militares e os empregados públicos da administração direta ou indireta

dos municípios, das províncias e da União;

II- os ocupantes de cargo em comissão ou de cargos de confiança em qualquer órgão

da administração pública direta ou indireta;

III- os sócios, gerentes, representantes e empregados de empresa privada em que

20% ou mais do faturamento seja originário de pagamentos feitos por qualquer órgão

da administração direta ou indireta de qualquer ente da federação ou de partido

político, não importando se o contrato for de adesão ou não;

IV- os agentes políticos, qualquer deles;

V- quem se beneficia de forma direta de qualquer programa governamental, inclusive

os assegurados temporariamente pelos Atos das Disposições Constitucionais

Transitórias;

VI- quem recebe pagamento ou qualquer outro benefício concedido pelo estado,

ressalvado o disposto no art. 321, §1º.

VII- outras hipóteses estabelecidas pela lei mor de cada ente federativo com a

finalidade de evitar a suspeição do voto e o viciamento da vontade do eleitor.

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§1º. As pessoas indicadas nos incisos do art. 127 são elegíveis, desde que não se insiram

em nenhuma das vedações previstas no art. 126.

§2º. Os agentes políticos eleitos são elegíveis para qualquer cargo eletivo, desde que a

lei mor da União que regulamentar o processo eleitoral não vede a reeleição nem

estabeleça outras restrições em relação ao assunto.

Art. 128. A pessoa elegível nos termos do art. 127, §1º e §2º, para tomar posse no cargo

para o qual foi diplomada, atenderá as seguintes condições:

I- deverá afastar-se, em definitivo, de sua atividade nas hipóteses previstas no art.

127, incisos I, II, III e III e na lei mor de que trata o art. 127, inc. VII;

II- deverá afastar-se definitivamente do cargo eletivo, salvo em caso de reeleição e

obedecido o disposto no art. 127, §2º.

III- deverá renunciar, em definitivo, ao recebimento de benefício ou pagamento do

estado, e também à participação em qualquer programa governamental mencionados

no art. 127, incisos V e VI e na lei mor de que trata o art. 127, inc. VII, ressalvados:

a) o recebimento de valores atrasados relativos a remuneração por exercício de

cargo, emprego ou função pública exercida antes da posse no cargo eletivo;

b) a isenção de que trata o art. 321, §1º.

Parágrafo Único. Os servidores públicos efetivos que se afastarem de seus cargos para

tomar posse na forma do caput deste artigo em nenhuma hipótese serão indenizados

pelo tempo de serviço prestado, nem serão reconduzidos ao cargo público ocupado

anteriormente.

Art. 129. O representante eleito pelo povo está limitado aos termos do mandato para o

qual foi eleito. As cláusulas que o regem estão expressas no estatuto do partido e nos

compromissos publicamente assumidos durante a campanha e registrados por qualquer

meio. O representante deverá ser imediatamente afastado do cargo pelo seu partido,

caso vote, manifeste opinião ou assuma compromisso em desacordo com as ideias

defendidas pelo estatuto de seu partido ou em desacordo com qualquer compromisso

publicamente assumido durante a campanha eleitoral.

§1º. Caso o partido não proponha a respectiva ação judicial prevista no art. 129 no

prazo de trinta dias, poderão propor a ação no poder judiciário competente:

I- qualquer partido político;

II- qualquer cidadão;

III- o Ministério Público competente;

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IV- o chefe de estado do respectivo ente federativo.

§2º. A medida proposta no §1º não exime o político infrator de responder pela prática

de crime de estelionato eleitoral, e também não isenta os dirigentes do partido político

omisso de responderem por prática de ato de improbidade administrativa.

Art. 130. Lei mor de cada ente federativo, para o exclusivo fim de preencher os cargos

políticos de seu próprio ente federativo, estabelecerá outros casos de inelegibilidade e

os prazos de sua cessação, a fim de evitar o estelionato eleitoral, proteger a probidade

administrativa, o dever de fidelidade à realidade, a moralidade para o exercício de

mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das

eleições contra o abuso do exercício de cargo, emprego ou função pública na

administração direta ou indireta, bem como em associação profissional, sindical, ONG,

movimento social, entidade filantrópica, fundação privada, partido político, instituições

de ensino e outras definidas pela lei, assim como prevenirá os possíveis abusos

decorrentes do exercício de poder político e econômico.

§1º. É vedado ao candidato eleito para qualquer cargo eletivo do poder legislativo dele

se afastar para o exercício de cargo de confiança vinculado a outro poder ou outro ente

da administração pública direta ou indireta, inclusive para a função de secretário

municipal, provincial ou de estado; salvo para:

I- assumir a chefia de governo do ente federativo para o qual foi escolhido ou para

assumir a função de Senador Federal nas hipóteses previstas no art. 160, §2º e §6º;

II- exercer cargo público de caráter efetivo provido mediante concurso público de

provas e habilidades, hipótese em que, para assumi-lo, deverá se afastar em definitivo

do cargo para o qual foi eleito. Quem se afastar nessa hipótese, mesmo que

posteriormente desista de entrar em efetivo exercício ou saia do cargo por qualquer

motivo, até a data prevista para o término regular da legislatura a que renunciou,

ficará impedido de:

a) assumir cargo em comissão ou função de confiança;

b) de ser indicado para secretário de município, de província ou de estado;

c) concorrer ou ser escolhido para assumir chefia de estado;

d) outras hipóteses previstas pela lei da União;

Art. 131. Qualquer eleição em que mais de 50% dos votos sejam anulados para

determinado cargo, deverá ser anulada e necessariamente repetida com imediata

apresentação de novos candidatos para o cargo, sendo vedada a reapresentação de

candidato que participou da eleição anulada ou concorreu para outros cargos na mesma

eleição.

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§1º. A urna eletrônica, ou outro meio de votação colocado à disposição,

necessariamente deverá possuir um botão diferenciado ou algo similar, em vermelho,

devidamente identificado com os dizeres “anular eleição”, para que o eleitor anule seu

voto para escolha de candidato de determinado cargo e manifeste seu repúdio contra

todos os candidatos apresentados para aquele cargo.

§2º. A eleição para os outros cargos que não tiverem obtido mais de 50% de votos nulos

continuará válida e não será repetida.

§3º. O voto em branco ou em candidato inexistente não anula as eleições para

determinado cargo.

§4º. Para o fim de calcular o disposto no §2º, será considerado o número de eleitores

que efetivamente votaram e não o número de eleitores habilitados a votar.

Art. 132. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de

trinta dias contados da diplomação, por qualquer cidadão, representante de partido

político ou pelo Ministério Público, instruída a ação com provas de violação de qualquer

disposição expressa no art. 126, bem como de prática de qualquer abuso de que trata a

lei referida no art. 130, inclusive em caso de corrupção ou fraude, ressalvada a

competência do Tribunal do Júri se o impugnado já era agente político à época dos

fatos, nos termos do art. 217.

§1º. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo

o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Após sentenciada,

qualquer interessado poderá ter acesso a seu conteúdo, sendo vedado ao poder judiciário

criar qualquer embaraço a sua divulgação.

§2º. O processo de que trata o §1º deverá ser julgado em no máximo 90 dias, sob pena

de declínio automático da competência para o Tribunal do Júri, o qual, em preliminar,

decidirá se afastará o parlamentar processado de suas funções enquanto o feito é

instruído e julgado, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal e civil dos

causadores do retardamento.

Art. 133. É vedada a cassação de direitos políticos, nos termos seguintes:

§1º. Haverá perda dos direitos políticos, nos seguintes casos:

I- cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II- opção voluntária por outra nacionalidade, nos termos do art. 115, inc. I.

§2º. Haverá suspensão dos direitos políticos nos casos de:

I- incapacidade civil absoluta ou relativa;

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II- condenação criminal transitada em julgado, qualquer delas, enquanto durarem

seus efeitos;

III- recusa de cumprir obrigação a todos imposta, enquanto a obrigação principal ou

a alternativa não for cumprida, nos termos da lei do ente federativo competente;

IV- condenação por prática de ato de improbidade administrativa, crime de alta

traição, crime de abuso de autoridade, crime de responsabilidade, crime militar,

crime contra a economia popular, crime eleitoral, crime de terrorismo e crime contra

a segurança nacional pelo prazo que a respectiva lei determinar;

V- participação em foro ou organismo, nacional ou estrangeiro, que tenha qualquer

um dos seguintes objetivos:

a) subordinar o Brasil de forma permanente ou incentivar a sua submissão de

forma permanente aos interesses de:

1. outros países;

2. organismos ou entidades estrangeiros;

3. pessoa popular com aspiração de alcançar o poder absoluto.

b) incentivar a luta armada contra o governo brasileiro, salvo quando os poderes

judiciário e moderador, em razão de aparelhamento político, deixarem de realizar

sua missão institucional de fazer cumprir a Constituição e as Leis.

c) incentivar a separação de brasileiros por classes (sexo, riqueza, raças, etnia,

sexualidade, fé, não-fé e outros) para o fim de:

1. fomentar conflito entre brasileiros;

2. conceder vantagens ou exigir deveres proibidos por esta Constituição e não

compatíveis com o estipulado no art. 3º e seus parágrafos.

d) legitimar, incentivar ou elogiar:

1. o furto;

2. o roubo;

3. a invasão de propriedade alheia pública ou privada;

4. a supressão ou redução de qualquer direito garantido nos incisos do art. 1º

desta Constituição.

e) incentivar a concentração de poderes no Estado.

Art. 134. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua

publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência,

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salvo no caso de eleição convocada na forma do art. 291 cuja aplicação das novas regras

se dará de forma imediata.

CAPÍTULO III- DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 135. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,

resguardados os princípios defendidos pelo Título I desta Constituição, e observados

os seguintes preceitos cumulativos:

I- caráter nacional;

II- proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo

estrangeiros ou de subordinação a eles;

III- proibição de envio de recursos financeiros para entidade ou governo estrangeiros

ou de cooperação com eles;

IV- proibição de recebimento de recursos financeiros de:

a) qualquer ente ou poder estatal;

b) qualquer órgão da administração direta ou indireta;

c) qualquer entidade ligada a movimentos sociais, filantrópicos ou educacionais,

inclusive sindicatos, associações profissionais, ONGs, fundações privadas,

entidades filantrópicas e instituições de ensino;

d) empreendimentos de divulgação de notícias ou de telecomunicações por

qualquer meio;

e) outras entidades e empreendimentos, nos termos da lei mor da União, para o

fim de resguardar a independência e probidade da atuação dos partidos políticos.

V- proibição de envio de recursos financeiros para qualquer ente listado no art. 135,

inc. IV;

VI- prestação de contas à Justiça Eleitoral, aos demais partidos e ao público em geral;

VII- funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

VIII- outros requisitos estabelecidos pela lei mor da União.

§1º. Apesar de os partidos políticos serem entidade de direito privado, seguirão os

princípios gerais da administração pública insculpidos no caput do art. 54. Os dirigentes

que descumprirem os princípios serão punidos na forma definida pelo estatuto do

partido, sem prejuízo das demais responsabilidades aplicáveis.

§2º. As compras e demais negócios realizados por partido político se sujeitam aos

princípios estabelecidos no art. 60 desta constituição. Os dirigentes e representantes do

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partido serão equiparados a agentes públicos para efeitos de serem investigados e

responsabilizados em caso de prática de atos ilícitos.

§3º. Os partidos políticos divulgarão suas ideias preferencialmente pela internet ou

outro meio de fácil e de amplo acesso cujo custo será pago pelos partidos.

§4º O tempo total de rádio e de televisão de todos os partidos políticos não poderá

exceder a 2 horas diárias em época de eleição, e 15 minutos nos demais dias e deverá

ser pago pelos partidos. A distribuição do tempo entre os partidos será regulamentado

pela Justiça Eleitoral competente.

§5º. As contas bancárias e as informações fiscais de partidos políticos não gozam de

sigilo. Qualquer cidadão poderá ter acesso às movimentações bancárias, inclusive às

informações relativas as origens e a destinação de seus recursos.

Art. 136. A criação de novos partidos políticos observará os seguintes requisitos

cumulativos:

I- não existir outro que já defenda as mesmas ideias, seja por identidade de princípios

ou por continência, salvo se o partido defensor de tais ideias deixar de existir com a

formação do novo.

II- obtenção do apoiamento mínimo do eleitorado nacional para sua formação,

consistente em 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco

Províncias, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada uma

delas, podendo a Lei determinar critérios mais severos.

§1º. É vedado a extinção de partido político com dívidas em geral, sendo sua plena

quitação condição inarredável para sua dissolução, inclusive na hipótese do art. 136,

inc. I.

§2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica na forma do Direito

Privado de cada Província, registrarão seus estatutos na Câmara de Justiça Eleitoral

Federal. A partir daí, a pretensão será posta em votação pela Justiça Eleitoral a qual

ficará disponível pelo prazo que a lei determinar, não podendo ser inferior a 3 meses.

Nesse período, qualquer cidadão não filiado a partido político e habilitado para votar

para deputado federal, poderá ir ao seu cartório eleitoral e votar eletronicamente para

expressar seu apoio ao novo partido. Também poderá utilizar outro meio mais cômodo,

seguro e auditável permitido pela Justiça Eleitoral. Caso a adesão seja massiva, o juiz

Eleitoral poderá requisitar servidores de outros órgãos ou convocar eleitores para

organizar melhor a prestação do serviço, nos mesmos termos que ordinariamente

procede durante as eleições regulares.

§3º. Finalizado o prazo de que trata o §2º, tendo ou não o número de voto suficientes,

a proposta de criação do novo partido será encaminhada para a Câmara de Justiça

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Eleitoral Federal para se manifestar sobre a procedência ou a improcedência do pedido,

no prazo de trinta dias.

§4º. Os partidos já existentes por ocasião da promulgação desta Constituição possuem

60 dias para adequarem seus estatutos e símbolos aos princípios deste capítulo, sob pena

de imediata cassação do registro pela Justiça Eleitoral Federal, podendo qualquer

cidadão, partido ou o Ministério Público requerer a aplicação imediata da medida.

Art. 137. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura

interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime

de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas

em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, salvo se houver incompatibilidade

das ideias defendidas pelos partidos que pretendam se coligar, devendo seus estatutos

estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Parágrafo Único. Considera-se infidelidade partidária punida com pena de imediata

desfiliação:

I- assumir publicamente, durante a campanha política ou depois de eleito,

compromisso incompatível com as ideias defendidas pelo estatuto do partido político

ao qual está filiado;

II- desfiliar-se do partido, após eleito, para filiar-se a outro, não importa o motivo,

salvo quando expressamente autorizado pelo partido nos termos de seu estatuto;

III- outras hipóteses definidas pelo estatuto do partido.

Art. 138. É vedado aos partidos políticos:

I- preencherem seus cargos de direção, gerência ou representação com pessoas

inelegíveis e com as que atuarem como dirigentes, gerentes, trabalhadores ou

representantes das entidades relacionadas no art. 138, inc. II;

II- estabelecerem relação, cooperação e qualquer outro acordo com:

a) entidades religiosas ou antirreligiosas;

b) entidades de caráter militar ou paramilitar legais ou ilegais;

c) órgão da administração direta ou indireta, sindicatos, associações profissionais,

movimentos sociais, ONGs, fundações privadas, instituições de ensino, entidades

filantrópicas e qualquer outra entidade proibida pela lei mor da União.

III- violar o disposto no art. 133, §2, inc. V.

IV- descumprir outras exigências estabelecidas pela lei mor da União.

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Parágrafo Único. Cabe a qualquer cidadão, partido político bem como ao Ministério

Público requerer ao poder judiciário competente a punição dos partidos que

descumpram os preceitos estabelecidos nos incisos do caput do artigo art. 135 e do art.

138, cláusulas pétreas, bem como requerer a cassação de seu registro, caso a norma seja

descumprida pela direção nacional do partido.

TÍTULO IV- DA ORGANIZAÇÃO DOS ENTES FEDERADOS

CAPÍTULO I- DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 139. A organização político-administrativa do estado brasileiro compreende os

seguintes entes federativos: os municípios, as províncias e a União.

§1º. O cidadão é a base indissolúvel, inviolável e soberana da legitimidade e da

organização político-administrativa em qualquer dos entes federativos.

§2º. Os municípios são formados pela associação voluntária de cidadãos.

§3º. As províncias são formadas pela associação voluntária de municípios.

§4º. A União é formada pela associação voluntária das províncias e dos municípios.

§5º. O estado brasileiro é uno para as pessoas em geral e para as nações estrangeiras. A

sua divisão interna é apenas político-administrativa para o fim de evitar a concentração

de poderes e realizar suas atividades com mais eficiência, transparência e respeito aos

brasileiros.

§6º. Os entes federativos, seus poderes e órgãos cooperarão entre si e, sempre que

possível, estabelecerão banco de dados e registros de uso comum com o fim de facilitar

os trabalhos administrativos e o acesso a qualquer informação de posse do poder

público, bem como a realização de pesquisa sobre qualquer delas, podendo, qualquer

órgão de qualquer ente federativo, acessá-la em razão do serviço, sempre que precisar e

independentemente de autorização administrativa ou judicial, desde que:

I- não estejam resguardadas por sigilo, nos termos do art. 63, §1º;

II- a pessoa já esteja identificada, caso contrário, terá que seguir o procedimento

previsto no art. 6º, ressalvada a hipótese prevista no art. 6º, §1º.

Art. 140. O poder político é exercido prioritariamente e diretamente pelos cidadãos os

quais são indivíduos presumidamente livres, capazes, racionais e com poder de

autodeterminarem-se pacificamente segundo o que consideram melhor para si.

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Art. 141. A sede política administrativa dos poderes municipais será estabelecida em

qualquer lugar do município a critério de cada poder, salvo o poder legislativo o qual,

obrigatoriamente, deverá estabelecer sua sede no local mais povoado com o fim de

facilitar a participação da população em suas deliberações.

§1º. A sede de poder de província ou do Brasil poderá ser estabelecida em qualquer

município que esteja dentro de sua área, cabendo a cada um dos poderes escolher em

qual deles estabelecerá a sua capital. O poder legislativo, obrigatoriamente, deverá

estabelecer a sua sede em local onde esteja concentrada a maior parte da população e

seja fácil o seu acesso com o fim de incentivar a participação dos cidadãos em suas

atividades, ressalvada a hipótese prevista no art. 101, §6º.

§2º. É vedado a um poder impor ao outro o local onde ele deverá estabelecer a sua

capital, cabendo tal decisão unicamente a chefia do respectivo poder, desde que

respeitada as limitações constitucionais.

§3º. É vedada a concessão de direitos especiais para município que seja capital de poder

de província ou da União.

Art. 142. São poderes dos municípios, das províncias e da União o:

I- legislativo;

II- executivo;

III- judiciário;

IV- moderador.

§1º. Compõe o poder executivo;

I- o chefe de governo municipal e os secretários municipais, nos municípios;

II- o chefe de governo provincial e os secretários provinciais, nas províncias;

III- o chefe de governo do Brasil e os secretários de estado, na União;

§2º. Compõe o poder judiciário os agentes descritos no art. 201.

§3º. Compõe o poder moderador os agentes descritos no art. 263;

§4º. É considerado agente político quem exerce qualquer um desses poderes, salvo os

cidadãos que compõe o Tribunal do Júri e os juízes privados de primeiro grau, os quais,

apesar de serem equiparados aos juízes estatais no exercício da função, continuam como

agentes privados para todos os efeitos legais, inclusive para o usufruto de todos os

direitos e garantias constitucionais e legais sem as exceções previstas no art. 6º, §1º e

no art. 143.

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§5º. O juiz privado que exerce função jurisdicional em tribunal de justiça, qualquer

deles, é considerado agente político para todos os fins, inclusive para o disposto no art.

6º, §1º e no art. 143.

Art. 143. O exercício de cargo de poder ou de função estatal é um dever público e sujeita

o seu titular a relativização de seus direitos fundamentais, nos termos do art. 6º, §1º e

da lei de cada ente federativo que relativizará outros direitos para resguardar o

cumprimento dos princípios da administração pública, do dever de transparência do

agente político, e para prevenir os abusos que podem ser cometidos durante o exercício

do poder político. Essas restrições também alcançam:

I- todos os candidatos a cargos de poder, sejam eletivos ou não eletivos, desde o

registro da candidatura ou inscrição no processo seletivo até o encerramento da

eleição ou da seleção;

II- todos os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo e quem presta concurso

para assumir tais cargos, desde a inscrição no processo seletivo até o término da

seleção;

III- quem exerce cargo em comissão ou cargo de confiança, enquanto exercer a

função;

IV- todos os secretários de município, secretários de província ou secretários de

estado, e quem for indicado pelo chefe de governo para o exercício dessas funções,

desde a indicação até a posse.

§1º. Se as pessoas indicadas nos incisos do art. 143 estiverem sob investigação em

andamento por prática de qualquer ato ilícito que resulte em suspensão dos direitos

políticos, a restrição aos direitos fundamentais de que trata o art. 143 continuará até a

conclusão da investigação, mesmo que os investigados já tenham requerido exoneração,

demissão ou tenham desistido de assumir o cargo ou dele saído por qualquer motivo.

§2º. O agente público, qualquer deles, ou o ocupante de cargo de confiança ou em

comissão que tentar se valer da sua posição para descumprir obrigação imposta a todos,

será preso em flagrante, sem direito a privilégio, nem tratamento especial e responderá

pelo ilícito praticado, sem prejuízo de responder também pela prática de abuso de

autoridade. Se o agente for condenado, o responsável pela prisão em flagrante receberá

medalha pelo serviço prestado a seu país.

CAPÍTULO II- DOS PODERES ESTATAIS E DA FORMA DE

GOVERNO

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Art. 144. São poderes do estado brasileiro, independentes e harmônicos entre si, o

legislativo, o executivo, o moderador e o judiciário.

§1º. A forma de governo poderá ser escolhida a qualquer tempo pelos cidadãos por

meio de plebiscito, os quais poderão optar por uma dentre as seguintes:

I- monarquia parlamentarista;

II- república parlamentarista;

III- anarcocapitalismo;

IV- qualquer outra forma de governo compatível com os princípios desta

Constituição.

§2º. É vedada a propositura das seguintes formas de governo, em qualquer caso:

I- autocracia civil ou militar;

II- monarquia absoluta;

III- república presidencialista;

IV- qualquer outra forma de governo que concentre poder em apenas uma pessoa ou

em suposto “salvador da pátria”;

V- qualquer outra forma de governo que facilite a concentração de poderes no estado

em detrimento dos indivíduos;

VI- qualquer forma de governo teocrática ou moralista;

Art. 145. É vedado escolher para a chefia de estado quem:

I- esteja filiado a partido político;

II- possua histórico de militância partidária;

III- tenha participado de guerrilhas, guerras e rebeliões por motivo partidário contra

o governo brasileiro, salvo quando os poderes judiciário e moderador, em razão de

aparelhamento político, deixarem de realizar sua missão institucional de fazer

cumprir a Constituição, o Direito e as leis;

IV- tenha atuado em cargo de direção ou como representante de:

a) partido político;

b) associação sindical;

c) associação profissional;

d) movimento social;

e) ONG;

f) instituição religiosa ou antirreligiosa;

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g) instituição de ensino;

h) instituição filantrópica;

i) fundação ou instituição privada que forneça produtos ou preste serviços em

auxílio de pessoas fragilizadas ou vulneráveis, qualquer que seja o motivo;

V- tenha atuado como advogado, assistente jurídico, contador ou administrador das

entidades referidas no art. 145, inc. IV, ainda que indiretamente por meio de

prestação de serviço a pessoa jurídica;

VI- esteja inelegível nos termos do art. 126.

VII- para o exclusivo fim de resguardar a imparcialidade política para o exercício do

cargo, esteja inserido em outras vedações estabelecidas:

a) pela lei mor do município para a chefia de estado do município;

b) pela lei mor da província para chefia de estado da província;

c) pela lei mor da União para chefia de estado da União.

VIII- tenha sido condenado, em qualquer instância, por prática de crime comum,

crime eleitoral, crime de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime de

alta traição, crime militar, crime de terrorismo, crime contra a segurança nacional,

crime contra a economia popular ou por ato de improbidade administrativa.

IX- tenha violado o disposto:

a) no art. 24, inc. XXVII;

b) no art. 133, §2º, inc. V;

c) nos incisos do caput do art. 167 e em seu §2º no que for aplicável.

X- seja parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau

inclusive:

a) de chefe de governo de município, de província ou da União;

b) de secretário municipal, provincial ou de estado;

c) de membro de Câmara de Vereadores de qualquer município;

d) de membro de Assembleia Legislativa ou de Senado Provincial;

e) de membro da Câmara dos Deputados Federais ou do Senado Federal;

f) de juiz que exerça suas funções em Tribunal de Justiça, qualquer deles.

XI- outras hipóteses especificadas pela lei da União com a finalidade de evitar o

nepotismo e o patrimonialismo na administração pública.

Parágrafo Único. Poderá ser escolhido para chefe de estado, desde que não viole as

vedações dos incisos do art. 145, os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo,

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inclusive militares, os empregados públicos, juízes estatais ou privados e membros do

ministério público, desde que seja obedecido o disposto no art. 127, §1º e art. 128, inc.

I.

Art. 146. Caso os brasileiros optem pela monarquia parlamentar, adotar-se-á os

seguintes princípios:

I- a lei mor da União disciplinará como se dará a sucessão do monarca e sua

substituição no caso de flagrante despreparo ou incapacidade física ou mental para o

exercício do cargo, sendo vedado ao monarca, sob pena de responsabilidade e

deposição, exercer militância política ou qualquer das atividades descritas no art. 145.

A mesma lei também disciplinará como será a escolha do novo monarca caso não

haja nenhum descendente habilitado na linha sucessória de Dom Luís Gastão Maria

José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach,

Príncipe Imperial do Brasil e legítimo Chefe da Casa Imperial brasileira;

II- o monarca escolherá, dentre os cidadãos, alguém que obedeça o disposto no art.

145 para exercer a chefia de estado na província, a quem caberá exercer o ducado,

sob ordem real, de forma vitalícia, até que se torne incapaz definitivamente para o

exercício do cargo, seja demitido pelo monarca, na forma da ordenação da União, ou

seja deposto do cargo por prática de ato ilícito, ocasião em que será substituído pelo

mesmo processo. Qualquer membro do Congresso Provincial poderá contestar a

escolha do monarca na câmara de justiça constitucional competente a quem caberá

examinar apenas os requisitos constitucionais e legais da escolha. Caso o duque seja

cassado, o título conferido pelo monarca será revogado e outra pessoa será indicada

para o exercício da chefia de estado da província na forma estabelecida por este inciso.

III- o monarca escolherá, caso não delegue a atribuição ao duque, dentre os cidadãos,

alguém que obedeça o disposto no art. 145 para exercer a chefia de estado no

município, a quem caberá exercer o marcado, sob ordem direta do monarca ou

indireta do duque, de forma vitalícia, até que se torne incapaz definitivamente para

o exercício do cargo, seja demitido pelo monarca ou pelo duque, na forma da

ordenação da União, ou seja deposto do cargo por prática de ato ilícito, ocasião em

que será substituído pelo mesmo processo. Qualquer membro da Câmara de

Vereadores poderá contestar a escolha do monarca ou do duque na câmara de justiça

constitucional competente a quem caberá examinar apenas os requisitos

constitucionais e legais da escolha. caso o marquês seja cassado, o título conferido

pelo monarca será revogado e outra pessoa será indicada para o exercício da chefia

de estado no município na forma estabelecida por este inciso.

§1º. O monarca, os duques e os marqueses de que tratam o art. 146 podem ser depostos

do cargo pelo Poder Judiciário competente por prática de crime comum, crime eleitoral,

crime militar, crime de abuso de autoridade, crime de responsabilidade, crime de alta

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traição, crime contra a economia popular ou prática de ato de improbidade

administrativa.

§2º. Com exceção do título de monarca, os títulos de duque e de marquês não são

hereditários.

§3º. Existindo na província ou no município casa real distinta da reinante com

potencial para reinar se o município ou a província se tornar uma nação independente,

é obrigatório, desde que preenchidos os requisitos legais, que os duques e marqueses

sejam escolhidos dentre os membros da casa real reconhecida pela população.

§4º. Lei mor de cada ente federativo regulará o processo de escolha do chefe de estado

para o seu ente federativo, independentemente de qual seja a forma de governo

escolhida pelos cidadãos, obedecido, em todo caso, os princípios desta Constituição.

CAPÍTULO III- DA COMPETÊNCIA DE CADA ENTE

FEDERADO

Seção I- Das Competências Comuns dos Entes Federados

Art. 147. É competência comum dos municípios, das províncias e da União:

I- perseguir criminosos e proteger os indivíduos pacíficos contra crimes, ataques ou

ameaça de ataques;

II- manter e organizar seus poderes, estrutura e quadro de pessoal com observância

dos princípios e limites estabelecidos por esta Constituição;

III- manter e organizar suas polícias, podendo unificá-las, a critério de cada ente,

observado o disposto no art. 281; ou, caso a iniciativa privada já proveja suficiente

segurança, dispensar a constituição dos órgãos públicos de polícia;

IV- manter e organizar suas Forças Armadas públicas;

V- zelar pela guarda da Constituição, das leis e do funcionamento das instituições

de estado em conformidade com a lei, bem como pela proteção e conservação de seu

patrimônio;

VI- legislar sobre:

a) o próprio orçamento;

b) sistema tributário e coleta de tributos de sua competência, com observância das

limitações constitucionais;

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c) eliminação da obrigatoriedade do pagamento de impostos de sua competência,

transformando-o em contribuição para que sejam pagos apenas por quem quiser

pagar;

d) florestas, a caça, a pesca, a fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos

recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição e quaisquer

outros assuntos ligados a parques, terras, ou bens imóveis de sua propriedade,

observado, em qualquer caso as vedações previstas no art. 24, incisos XVIII e XIX;

e) proteção de documentos e outros bens públicos de valor histórico que lhes

pertençam, inclusive monumentos e sítios arqueológicos;

§1º. É facultado aos entes federados contratarem seguro com empreendimento privado

ou cooperativa de seguros advocatícios para prestar assistência jurídica aos miseráveis.

§2º. É obrigatório adotar a medida prevista no §1º quando, comprovadamente, ela for

mais barata ao ente federado do que a manutenção de órgão de defensoria pública

estatal.

§3º. É competência comum das províncias e da União legislar para definir quais são as

causas de sua competência que serão processadas no juizado especial de pequenas

causas, assim consideradas as causas de baixo valor, não complexas e de rápida solução.

Seção II- Das Competências dos Municípios

Art. 148. Compete privativamente aos Municípios:

I- legislar sobre o uso de vias públicas municipais estatais, inclusive passagem de

servidões e instalação de equipamentos para exploração de atividade econômica;

II- licenciar passagem de servidões em vias públicas municipais estatais, preenchidos

os requisitos legais;

III- licenciar o uso de suas propriedades e bens para instalação de equipamentos que

tenham ou não finalidade econômica,

IV- legislar sobre as características mínimas das vias públicas municipais estatais,

observado os seguintes requisitos:

a) largura mínima para o tráfego de veículos por tipo de via, ressalvado a

manutenção das vias já estabelecidas se úteis ao interesse turístico do município;

b) largura mínima dos passeios para utilização de forma funcional, segura e sem

obstáculos pelas pessoas em geral, inclusive cadeirantes, cegos e idosos com

dificuldade de locomoção; ressalvado a manutenção das já estabelecidas, se úteis

ao interesse turístico municipal;

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c) reserva de espaço para passagem de servidões para o fim de manter ou facilitar

a prestação de serviços privados de interesse coletivo, como coleta de água pluvial,

fornecimento de água, fornecimento de energia elétrica, coleta de esgoto, serviços

de comunicações em geral e outros.

V- Legislar sobre trânsito em vias públicas municipais estatais, observadas as

diretrizes gerais estabelecidas no art. 150, inc. I, alínea “b”, bem como aplicar as

multas decorrentes da violação de suas regras;

VI- conservar as vias públicas municipais estatais;

VII- comprar imóveis para o estabelecimento de vias públicas estatais, praças estatais,

parques municipais estatais, sede de seus serviços administrativos e outras finalidades

de interesse público municipal;

VIII- negociar com particulares o estabelecimento de servidões em propriedade

particular para satisfazer o interesse coletivo;

IX- ressalvado o disposto no art. 5º, inc. XX, legislar sobre registros públicos e sua

organização quando não houver empreendimento privado disponível no local que já

preste serviço similar, mesmo que a sede do empreendimento esteja em outro

município;

X- legislar sobre contravenções penais e aplicar as penas dela decorrentes;

XI- buscar reparação civil no Poder Judiciário por danos sofridos de forma difusa por

sua população em razão de poluição produzida, facultado ao município cumular o

pedido com obrigação de fazer para forçar o agressor a resolver o problema;

XII- demandar judicialmente contra pessoas, entes públicos ou empreendimentos

privados em razão de ameaça de dano de destruição em massa;

XIII- criar, organizar e suprimir distritos;

XIV- delimitar suas regiões e bairros;

XV- nomear vias públicas municipais estatais, praças estatais, espaços públicos

estatais, bem como alterar o nome deles para se adequar ao estabelecido no art. 24,

inc. XXVII;

XVI- organizar o poder judiciário do município;

XVII- legislar sobre o sentido de fluxo do trânsito nas vias públicas estatais;

XVIII- proteger o patrimônio público histórico, de qualquer ente federativo, sendo

vedado, em qualquer hipótese, impor restrições em áreas que estejam situadas a mais

de 1km do núcleo histórico público protegido ou violar o disposto no art. 24, inc.

XIX, alínea “f”;

XIX- outros temas permitidos por esta Constituição.

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§1º. O município poderá vender os direitos de captação de água pluvial em suas

propriedades para que particulares aproveitem os recursos hídricos coletados, o mesmo

se aplica a captação de energia solar ou outro recurso econômico em potencial.

§2°. O município poderá alugar os seus bens, inclusive as vias públicas municipais

estatais, para instalação de equipamentos de produção de energia e outros de interesse

econômico da iniciativa privada.

§3º. É facultado ao município terceirizar seus serviços administrativos e sua mão de

obra não essencial. Considera-se não essencial a mão de obra que não exerça função de

caráter estatal nos termos do art. 56.

§4º. É vedado ao município exigir licença, autorização, registro ou permissão para a

formação de loteamentos urbanos ou rurais; facultado ao município multar o

empreendimento que não se adequar a legislação pertinente, bem como demandar

judicialmente para obrigá-lo a se adequar às leis e a indenizar o município pelos danos

patrimoniais causados, se for o caso.

§5º. É vedado ao município exigir licença, registro, autorização ou permissão de

empreendimentos privados para a prestação de serviços de transporte coletivo, qualquer

deles.

§6º. É vedado ao município impor restrições a empreendimentos privados, ou exigir

licença, autorização, registro ou permissão para que eles construam portos, aeroportos,

heliportos, marinas, estações de metrô e suas linhas, estações de trens urbanos e suas

linhas, estações ferroviárias e suas linhas, hidrovias, estações rodoviárias e estradas

privadas, rodovias, e qualquer outro tipo via ou estação de transporte, inclusive

espaciais, subespaciais e hiperespaciais.

§7º. É vedado ao município criar legislação com o objetivo de reprimir

comportamentos “imorais” que não violem os princípios desta constituição.

§8º. A calçada e os passeios adjacentes às vias estatais municipais pertencem ao

município, podendo o particular nelas construir desde que respeite a legislação

municipal. O município poderá ordenar ao particular a adaptação da calçada irregular

às normas municipais. Caso não o faça dentro do prazo estabelecido, o município

poderá demoli-la e adaptá-la sem necessidade de ordem judicial. Nesse caso, o custo da

obra será incluído em dívida ativa e o responsável imediatamente executado no Poder

Judiciário competente.

§9º. São reservadas aos municípios as competências que não sejam vedadas à iniciativa

estatal, nem conferidas aos outros entes federados por esta Constituição.

§10. O município poderá legislar sobre empreendimentos em geral e exercício

profissional apenas no que for indispensável e necessário para evitar danos de destruição

em massa, nos termos do art. 5º, inc. III, e desde que a norma não contrarie a

regulamentação da província de que trata o art. 171, §1º, inc. X.

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Seção III- Das Competências das Províncias

Art. 149. Compete privativamente às províncias legislar sobre:

I- direito penal;

II- direito processual;

III- sociedades alternativas;

IV- propaganda comercial, observado os limites do art. 309;

V- entrada, extradição e expulsão de estrangeiros, naquilo que a lei da União for

omissa;

VI- outros temas permitidos por esta Constituição.

§1º. As províncias, obedecidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, se

organização da maneira que quiserem.

§2º. As províncias poderão, mediante lei de sua iniciativa, instituir regiões

metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos

de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de

projetos públicos de interesse comum.

Seção IV- Das Competências da União

Art. 150. Compete privativamente à União:

I- legislar sobre:

a) requisições civis e militares, em caso de guerra iminente ou em tempo de guerra,

respeitados os limites do art. 101, inc. I;

b) diretrizes para organização dos transportes a qual se limitará ao mero

reconhecimento dos padrões internacionalmente aceitos. Será considerada nula a

regulamentação que extrapole esse limite;

c) sistema de medidas, o qual se limitará a reconhecer os padrões

internacionalmente aceitos. Será considerada nula a regulamentação que extrapole

esse limite;

d) nacionalidade, cidadania e naturalização;

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e) emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros,

observados os princípios estabelecidos no art. 7º, art. 109, inc. II e art. 111,

ressalvada a competência residual das províncias.

f) defesa militar do Brasil;

g) outros temas permitidos por esta Constituição.

II- estabelecer, manter ou cortar relações com nações estrangeiras;

III- participar ou não de organizações internacionais;

IV- declarar a guerra ou celebrar a paz;

V- permitir, nos casos previstos em lei mor da União, que forças estrangeiras

transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

Parágrafo Único. Lei poderá autorizar as províncias ou os municípios a legislar sobre

questões específicas relacionadas a qualquer matéria especificada neste artigo.

CAPÍTULO IV- DO INGRESSO DE OUTRAS NAÇÕES NA

FEDERAÇÃO BRASILEIRA, DO DIREITO DE SECESSÃO E DE

FORMAÇÃO, UNIÃO, SEPARAÇÃO E EXTINÇÃO DE

PROVÍNCIAS E DE MUNICÍPIOS

Art. 151. Outras nações poderão se unir ao Brasil. De igual forma, qualquer município

ou província, individual ou conjuntamente, poderá declarar independência do Brasil.

§1º. Cabem aos cidadãos brasileiros aprovar ou rejeitar, por meio de plebiscito, o

pedido de união da outra nação ao Brasil, aplicando-se, no que couber, o disposto no

art. 97, §1º.

§2. Após declarado válido, pelo chefe de estado da União, o pedido de união da nação

estrangeira ao Brasil como nova província ou parte de província já existente, serão

aplicadas as regras do art. 109 às pessoas daquela nação para efeito de determinar quem

será tratado como brasileiro nato ou naturalizado. Para tanto, a nação estrangeira

incorporada será considerada como se Brasil já fosse, exceto para os fins previstos pelo

art. 94, §3º, §4º, §5º e §6º se a nação incorporada tiver guerreado contra o Brasil ou

seus aliados, ressalvado, em qualquer caso, a ocorrência de prescrição ou de decadência.

§3º. Uma vez declarada publicamente a independência de município ou província pelo

chefe de estado da União, os nacionais do novo país deixarão de ser brasileiros

automaticamente, nos termos do art. 133, §1º, inc. II, desta Constituição.

Permanecerão como brasileiros natos ou naturalizados quem tiver imigrado para outra

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província que faça parte da União ou tenha permanecido no novo país a serviço do

Brasil.

Art. 152. Cada município poderá se desmembrar em dois ou mais municípios. Da

msma forma, vários municípios poderão se unir para constituir um ou mais municípios

ou se unirem a outro município já existente.

§1º. Só podem se unir os municípios que sejam contíguos, mesmo que originários de

províncias diferentes, sendo vedada a união entre municípios que não sejam vizinhos,

salvo quando estiverem separados apenas por porção de água de qualquer natureza,

outro município que também se unirá a eles, ou quando o município a ser unido estiver

situado em outro corpo celeste que faça parte da mesma província.

§2º. Os municípios também poderão, de forma conjunta ou individual, optar por deixar

de fazer parte de suas províncias de origem para constituírem nova província, se

juntarem a outra província já existente ou declararem independência, desde que sejam

contíguos na forma do §1º.

§3º Só poderá optar por fazer parte de outra província o município situado em área de

divisa com outra província ou quando ele se unir a outros municípios para formar nova

província ou declarar independência nos termos do §2º.

Art. 153. Cada província poderá se desmembrar em duas ou mais províncias. Da

mesma forma, várias províncias poderão se unir para constituir uma ou mais províncias

ou se unirem a outra província já existente, de forma conjunta ou individual, as

províncias poderão se unir para constituírem nova província ou se unir a outra já

existente.

§1º. Só podem se unir as províncias que sejam contíguas, sendo vedada a união entre

províncias que não sejam vizinhas, salvo quando estiverem separadas apenas por porção

de água de qualquer natureza, outra província que também se unirá a elas, ou quando a

província a ser unida estiver situada em outro corpo celeste e nele não houver outra

província já constituída.

§2º. As províncias também poderão, de forma conjunta ou individual, declarar

independência do Brasil ou se unirem a outra província já existente, desde que sejam

contíguas na forma do §1º.

Art. 154. São requisitos para declaração de aceitação de qualquer pedido relacionado

aos art. 151, art. 152 ou art. 153:

I- comprovação de que a maioria simples da população interessada no assunto aprova

a medida de livre vontade;

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II- demonstração de que todas as obrigações públicas, inclusive as obrigações

vincendas, estejam integralmente quitadas, inclusive com o Brasil, quaisquer de seus

entes federados ou órgãos de sua administração direta ou indireta.

III- a existência de capacidade financeira, sem se valer de aumento de impostos, para

manter em funcionamento os órgãos públicos que deverão ser constituídos ou

mantidos em razão da aceitação do pedido;

IV- não estar em guerra com outras nações, nem na iminência de começar uma;

V- demonstração de que o interessado concedeu prazo razoável, mínimo de 6 meses

após o resultado da consulta popular, para que os habitantes discordantes com a

medida possam se retirar do local com seus bens, caso assim o desejem.

§1º. Quando se tratar de pedido relativo a município ou a província, a consulta popular

a que se refere o inc. I do caput deste artigo será feita por meio de plebiscito do qual

poderá participar qualquer cidadão habilitado a votar para qualquer cargo eletivo da

província. A medida proposta será considerada aprovada pela população a que se refere

se, no mínimo, a maioria simples dos participantes do pleito se manifestarem pela

aprovação.

§2º Considera-se interessada a população:

I- da nação de origem e de todo Brasil, quando se tratar de união de nação estrageira

ao Brasil como nova província ou parte de província já existente;

II- apenas do ente que estiver em processo de independência, não cabendo à

população dos demais entes se manifestarem sobre a saída;

III- do ente de origem e do ente de destino quando se tratar de união de entes

federados;

IV- do município de origem e da província de destino, quando se tratar da união de

município à outra província;

V- do ente federado de origem quando se tratar da divisão de município ou de

província em dois ou mais entes federados.

§3º. Quando se tratar de pedido de independência de município ou de província do

Brasil, é dispensável a demonstração da quitação integral de todas as obrigações

públicas vincendas com outros países ou credores privados externos. Nesse caso, para

que o pedido seja aceito, é necessário:

I- que a nação credora e a nação sede do credor privado externo, se manifestem

expressamente e de forma irretratável no sentido de que a obrigação vincenda, se não

for quitada pela nova nação a ser formada, jamais será cobrada do Brasil em nenhuma

hipótese, sob pena da violação se constituir em casus belli a favor do Brasil;

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II- que a nova nação a ser constituída declare de forma expressa e irretratável que

está ciente de que se o Brasil for cobrado por quaisquer dessas obrigações no futuro,

a nova nação terá constituído uma casus belli a favor do Brasil.

Art. 155. Os requisitos estabelecidos no caput do art. 154 serão examinados:

I- pelo órgão competente da Justiça Eleitoral em relação aos incisos I e V e ao

diposto no §1º do art. 151;

II- pelo Senado Federal, em relação aos incisos II, III e IV, para os pedidos de união

de outras nações com o Brasil, independência de municípios ou províncias, ou para

os pedidos relacionados à formação, divisão, ou à união de províncias;

III- pelo Senado Provincial, em relação aos incisos II e III, para os pedidos de união

de outros municípios com a província, saída de municípios para outras províncias, ou

para os pedidos relacionados à formação, à divisão, ou à união de municípios à

província;

§1º. Nos casos que envolverem pedido de independência de município, o Senado

Provincial providenciará o acesso a todos os dados necessários para que o Senado

Federal examine os requisitos, sob pena de cometimento de crime de responsabilidade

pelos responsáveis pelo retardamento.

§2º. Cabe aos entes interessados formularem os seus pedidos junto ao órgão da Justiça

Eleitoral competente, bem como junto ao órgão do senado competente para exame do

pedido, os quais emitirão seus pareceres em trinta dias e os encaminharão ao chefe de

estado competente para apreciação.

§3º. O chefe de estado competente declarará publicamente a validade do pedido, em

trinta dias a contar do recebimento do último parecer. Dentro deste prazo, o chefe de

estado poderá ajuizar ação contra o parecer no órgão judicial competente para discutir

a existência de vício de legalidade. Nessa hipótese, o prazo será interrompido e ficará

suspenso até que o órgão judiciário competente decidir sobre a validade jurídica do

parecer. O retardo no exame do pedido ou na declaração de validade do pedido constitui

crime de responsabilidade.

§4º. O ato do chefe de estado que declara a validade do pedido possui natureza

vinculada e é dever do chefe de estado declará-lo quando todos os requisitos legais

estiverem preenchidos, sob pena de comentimento de crime de responsabilidade.

Art. 156. Lei mor da União poderá disciplinar o processo de união de outras nações ao

Brasil, anexação de territórios e independência de município ou província do Brasil,

respeitados os princípios desta Constituição. Em qualquer caso, as disposições deste

capítulo possuem eficácia imediata.

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Art. 157. Os municípios e províncias deficitários serão extintos, na forma prevista no

art. 103, inc. II, alínea “b”, caso outra medida administrativa não seja possível para

normalizar as finanças nos seguintes termos:

§1º. todos os poderes do ente federativo extinto serão dissolvidos, ressalvada a justiça

privada;

§2º. os bens do ente dissolvido serão alienados pelo interventor para pagar as dívidas

vencidas e, se não houver bens suficientes para saldá-las, ela será paga:

I- pela província, caso se tratar de município extinto;

II- pela União, caso se tratar de província extinta.

§3º. As áreas remanescentes dos entes federativos extintos serão incorporadas da

seguinte forma:

I- tratando-se de município dissolvido, serão distribuídas aos municípios mais

próximos nos termos definido pela ordenação-marcial interventora;

II- tratando-se de província dissolvida, serão distribuídas às províncias mais

próximas nos termos definido pela ordenação-marcial interventora.

§4º. Serão presos preventivamente e responsabilizados civil, penal e

administrativamente pelos atos e omissões praticados, todos os agentes públicos,

inclusive políticos, que tiverem causado ou contribuído com a situação de calamidade

financeira que levou a extinção do ente federativo.

§5º. Os agentes políticos eletivos não serão indenizados pela dissolução do ente

federativo em nenhuma hipótese.

§6º. Os agentes políticos não eletivos e os servidores públicos estáveis do ente federativo

extinto serão indenizados na forma do art. 83, §13, ressalvado:

I- quando tiverem sido condenados nos termos do §4º.

II- enquanto estiverem sob investigação ou processo que investigue a prática de ato

ilícito previsto no §4º, hipótese em que o pagamento da indenização prevista no §6º

ficará suspensa até o término definitivo da ação.

TÍTULO V- DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I- DA COMPETÊNCIA COMUM DE TODOS OS

PODERES

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Art. 158. Aos poderes legislativo, executivo, judiciário e moderador dos municípios,

das províncias e da União são assegurados autonomia financeira, orçamentária e

gerencial, e a todos eles competem em relação ao seu ente federativo:

I- encaminhar ao promotor de justiça competente qualquer elemento de prova que

indique possível crime ou provável prática de ato ilícito de que tomarem

conhecimento em razão do exercício de cargo, emprego ou função pública, sob pena

de cometimento de crime de responsabilidade;

II- organizar sua estrutura administrativa, serviços, órgãos e quadro de pessoal, sem

a necessidade do aval dos outros poderes, desde que sejam obedecidos os princípios

estabelecidos por esta Constituição, especialmente nos art. 68, art. 82 e art. 27;

ressalvada a competência privativa do poder legislativo para fixar, por meio de lei, a

remuneração do chefe de governo, do chefe de estado e dos agentes públicos

diretamente a eles vinculados;

III- prover, por concurso público de provas, ou de provas e habilidades, obedecido o

disposto no art. 62 e demais princípios constitucionais, os cargos de que trata o inciso

II deste artigo;

IV- expedir atos administrativos normativos para regular a fiel execução das leis,

sendo vedado, sob pena de nulidade, exorbitar o mero poder regulamentar;

V- expedir atos administrativos em geral, observado, no que couber, o disposto no

inc. IV;

VI- adotar as medidas previstas no art. 83, quando necessárias;

VII- organizar sua própria polícia, caso não prefira:

a) contratar serviços de segurança privada;

b) requisitar os serviços profissionais da Guarda Pretoriana a que se refere o §1º.

VIII- requerer intervenção quando o exercício do seu poder for ilegalmente

ameaçado ou violado, na forma dos art. 103 e art. 106;

IX- administrar o próprio orçamento aprovado pelo poder legislativo, sendo vedado

aos poderes legislativo, judiciário e moderador estabelecerem programas de governo

que extrapolem a atividade fim do poder, mesmo quando ela tiver como objetivo

satisfazer suposto interesse geral da população;

X- zelar pelo fiel cumprimento de todos os preceitos estabelecidos por esta

Constituição, com atenção especial para o cumprimento dos seguintes princípios:

a) gerais da administração pública (art. 54);

b) do concurso público (art. 55);

c) relativos às compras públicas (art. 60);

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d) relativos à publicidade dos atos administrativos (art. 63);

e) referentes à remuneração dos agentes públicos (art. 68 e art. 82);

f) estabelecidos nos art. 76 e art. 83 relacionados às finanças públicas.

XI- Proteger os documentos e outros bens públicos de valor histórico ou paisagístico

que lhes pertençam na forma da lei municipal;

XII- Cooperar com os demais entes federativos, poderes e seus órgãos nos termos do

art. 139, §6º;

XIII- Legislar sobre qualquer matéria de sua competência ou que esta Constituição

tenha facultado a qualquer ente ou poder.

§1º. Cada poder poderá determinar ao chefe de estado de seu respectivo ente que

destaque efetivo da Polícia Militar ou das Forças Armadas, conforme a necessidade de

segurança, em caráter temporário ou permanente, para promover o policiamento e a

segurança da sede do poder, de seus membros, trabalhadores e usuários, ocasião em que

o Militar de maior patente do efetivo destacado responderá apenas, enquanto estiver

destacado para essa missão, ao premier do respectivo poder ou ao servidor responsável,

e assim permanecerá até o término da missão, sob pena de cometimento de crime de

crime militar, caso desobedeça a nova cadeia de comando.

§2º. Os municípios que não possuírem Polícia Militar ou Forças Armadas próprias,

poderão requisitar ao chefe de estado da província que providencie o destacamento de

Guarda Pretoriana.

§3º. A folha de pagamento dos militares requisitados permanentemente na forma dos

§1º e §2º será paga pelo poder requisitante. O poder requisitante poderá requerer, sem

necessidade de motivação, a substituição imediata de qualquer militar requisitado na

forma dos §1º e §2º. Considera-se permanente qualquer requisição de Guarda

Pretoriana, mesmo que por períodos intercalados, cuja soma de dias requisitados supere

quinze dias no último semestre.

§4º. É facultado a cada poder contratar seguro com empreendimento privado ou

cooperativa de seguros advocatícios para se defender de eventuais demandas judiciais

propostas contra os órgãos vinculados ao seu poder ou contra seus atos praticados.

§5º. É obrigatório adotar a medida prevista no §4º quando, comprovadamente, ela for

mais barata do que a manutenção de órgão de defensoria próprio para atendimento de

suas necessidades jurídicas.

Art. 159. Os poderes legislativo, executivo, judiciário e moderador elaborarão suas

propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais

poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

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§1º. O encaminhamento da proposta orçamentária, ouvidos todos os Poderes

interessados, compete:

I- no poder legislativo:

a) ao premier da Câmara dos Vereadores, nos Municípios;

b) ao premier do Congresso Provincial, nas Províncias;

c) ao premier do Congresso Nacional, na União.

II- no poder executivo ao chefe de governo:

a) municipal, nos municípios;

b) provincial, nas províncias;

c) da União, na União;

III- no poder judiciário:

a) municipal, ao premier do Tribunal de Justiça do Município, se houver;

b) provincial, ao premier de cada Tribunal de Justiça da Província;

c) da União, ao premier do Tribunal de Justiça Federal;

IV- no poder moderador ao chefe de estado:

a) municipal, no município;

b) provincial, nas províncias;

c) da União, na União.

§2º. Se os poderes legislativo, judiciário e moderador não encaminharem as respectivas

propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias,

o poder executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária

anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo:

I- com os limites estipulados na forma do caput do art. 159;

II- com a taxa de inflação ou deflação do período;

§3º. Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em

desacordo com os limites estipulados na forma do caput do art. 159, o poder executivo

procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária

anual.

§4º. Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de

despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de

diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de

créditos suplementares ou especiais na forma prevista pelo art. 80, §3º.

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§5º. Todos os poderes poderão poupar recursos orçamentários não gastos, por qualquer

meio, sem necessidade de devolvê-los ao poder executivo, para o fim prioritário de

pagar as dívidas existentes ou, caso não haja dívidas, para aplicá-los posteriormente para

execução de projetos já aprovados pelo poder legislativo, como a construção de novas

sedes, aquisições imobiliárias e outros, sem prejuízo da responsabilização penal e civil

dos envolvidos pelo investimento dos recursos em fundos financeiros podres ou em

projetos sem relação com a finalidade do órgão.

CAPÍTULO II- DO PODER LEGISLATIVO

Seção I- Composição Geral

Art. 160. O Poder Legislativo é exercido:

I- pela Câmara dos Vereadores;

II- pelo Congresso Provincial, composto pela Assembleia Legislativa e pelo Senado

Provincial;

III- pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados Federais e pelo

Senado Federal.

§1º. Os vereadores representam os cidadãos do município.

§2º. A Assembleia Legislativa é composta pelos Deputados Provinciais que

representam os cidadãos da província.

§3º. O Senado Provincial é composto de Senadores Provinciais que representam os

interesses dos municípios da província.

§4º. A Câmara dos Deputados Federais é composta pelos Deputados Federais que

representam os cidadãos de sua província.

§5º. O Senado Federal é composto pelos Senadores Federais os quais representam os

interesses das províncias (art. 162, §6º) e dos municípios (art. 162, §2º).

§6º. Lei mor da União definirá a duração de cada legislatura que, em qualquer caso,

terá a mesma duração dos demais cargos do poder legislativo. Também definirá o

sistema de eleição dos membros do poder legislativo e regulamentará o disposto no art.

161 e art. 162.

Art. 161. O número total de Vereadores por Município, Deputados Provinciais por

província, e de Deputado Federais por Província, será estabelecido por lei mor da

União, proporcionalmente ao eleitorado de cada ente, procedendo-se aos ajustes

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necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma unidade da federação tenha

menos de nove vereadores, deputados provinciais ou deputados federais e para que,

também não tenham mais que:

I- um vereador para cada 5.000 eleitores;

II- um deputado provincial para cada 100.000 eleitores;

III- um deputado federal para cada 300.000 eleitores;

Parágrafo Único. Caso o número total de membros da Câmara de Vereadores, da

Assembleia Legislativa e da Câmara de Deputados resulte em número par, quem for

escolhido para premier não terá poder de voto nas deliberações, nem será computado

para efeito de apuração de quórum mínimo de votação. A mesma disposição se aplica

ao Senado Federal.

Art. 162. Cada um dos 7 municípios que concentrem a maior parte do PIB da

província, elegerá, por voto majoritário, um Senador Provincial que representará os

interesses do município perante a província e, eventualmente, perante a União, nos

termos do §2º.

§1º. Em qualquer caso, a Justiça Eleitoral fornecerá os meios para que o eleitor possa

escolher até quatro senadores, por ordem de preferência, para ocupar o cargo no Senado

Provincial;

§2º. O Senado Provincial indicará, no início de cada Legislatura, por maioria absoluta

de seus membros, nos termos de seu regimento, dois membros de sua casa para

representar os interesses dos municípios da província no Senado Federal. Os senadores

poderão substituir os representantes a qualquer tempo, desde que haja justo motivo,

nos termos do regimento do Senado da Província.

§3º. Os escolhidos na forma do art. 162, §2º, serão substituídos pela segunda

preferência mais votada pelos eleitores para seu município de origem e, se não houver,

pela próxima preferência até a quarta, nos termo do §1º.

§4º. Proceder-se-á da mesma forma estipulada no §3º em relação aos demais senadores

que falecerem ou forem afastados do cargo por mais de 15 dias por qualquer motivo.

§5º. Os deputados provinciais ou federais que falecerem ou forem afastados do cargo

por mais de 15 dias, por qualquer motivo, serão substituídos pelo próximo eleito nos

termos da lei de que trata o art. 160, §6º.

§6º. A Assembleia Legislativa de cada província indicará, no início de cada legislatura,

por maioria absoluta de seus membros, nos termos de seu regimento, um membro de

sua casa para representar os interesses de sua província no Senado Federal. Os

deputados provinciais poderão substituir o representante a qualquer tempo, desde que

haja justo motivo, nos termos do regimento da Assembleia Legislativa.

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§7º. É vedado a eleição de vereador, de deputado provincial, de deputado federal ou de

senador provincial junto com suplente. Vagando o cargo, deverá ser empossado o

próximo eleito e diplomado para ocupá-lo, na forma da lei de que trata o art. 160, §6º.

§8º. A Assembleia Legislativa ou o Senado Provincial que retardar a indicação de

membro para compor o Senado Federal nos termos do §2º e §6º, inclusive nos casos

previstos no §4º e §5º, ficará sem representação no Senado Federal até cumprir a

providência, sem prejuízo da continuidade dos trabalhos do Senado Federal ou do

Congresso Nacional. O membro faltante não será contado para efeito de apuração de

quórum para deliberação.

Art. 163. São casas do poder legislativo:

I- municipal: a Câmara de Vereadores;

II- provincial: a Assembleia Legislativa e o Senado Provincial;

III- federal: a Câmara de Deputados Federais e o Senado Federal;

Seção II- Dos Membros do Poder Legislativo

Art. 164. Os vereadores, os deputados provinciais, os senadores provinciais, os

deputados federais e os senadores federais são invioláveis civil e penalmente, por

quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, ressalvado:

I- o disposto no art. 14;

II- o dever de expor suas ideias com clareza e de ser fiel à realidade. O parlamentar

não pode mentir, nem distorcer ou maquiar seu discurso com manifestações

eufemísticas, nos termos do art. 24, inc. XLII.

III- o dever de argumentar e votar com obediência as cláusulas do mandato para o

qual foi eleito, nos termos do art. 129;

IV- o dever de defender a Constituição, de agir conforme as leis e de se portar como

exemplo para as pessoas que representa.

Parágrafo Único. A incorporação às Forças Armadas de Membros do Poder

Legislativo, ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da casa

respectiva.

Art. 165. Qualquer membro do poder legislativo poderá:

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I- propor, deliberar e votar sobre projetos de lei de sua competência nos termos do

regimento aplicável à matéria;

II- acessar, investigar e auditar quaisquer negócios realizados por qualquer poder

vinculado ao respectivo ente federado, suas contas bancárias, registros contábeis,

contratos, bem como a aplicação de seu orçamento, sem necessidade de autorização

do poder judiciário, ressalvado o procedimento especial disposto no art. 63, §1º e

seus incisos;

III- contratar consultoria especializada para o fim de auditar contas de qualquer

poder vinculado ao seu ente federativo;

IV- requisitar à polícia pública a abertura de investigação sobre fatos de que tenha

conhecimento ou contratar os serviços da polícia privada para o mesmo fim;

V- estabelecer comissões para investigar a má aplicação de recursos públicos ou para

apurar denúncias relativas à má gestão pública ou contratar empreendimento privado

para este fim;

VI- estabelecer comissões para investigar ato de improbidade administrativa, crime

de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime contra a administração

pública, crime de alta traição ou infração disciplinar praticada por qualquer agente

público da administração pública direta ou indireta de qualquer poder vinculado ao

seu ente federativo;

VII- proceder inspeção in loco, sem prévio aviso, em qualquer repartição, obra ou

serviço público da administração direta ou indireta de seu ente federado para o fim

de averiguar a correta aplicação de recursos públicos, da lei ou de normas

administrativas, ressalvado o procedimento especial disposto no art. 63, §1º e seus

incisos.

Art. 166. É vedado ao membro do poder legislativo:

I- desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,

empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de

serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que

sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior.

II- desde a posse:

a) ser proprietário, sócio, controlador ou diretor de empresa que goze de de

contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função

remunerada;

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b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades

referidas no inciso I, alínea "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere

o inciso I, alínea "a";

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

e) abandonar o cargo para exercer a função de Secretário Municipal, Secretário

Provincial ou Secretário de Estado em quaisquer dos entes federados.

III- outras hipóteses estabelecidas pela lei de cada ente federativo.

Art. 167. Perderá o mandato o membro do poder legislativo que:

I- infringir qualquer das proibições estabelecidas no art. 166;

II- a conduta pública for declarada incompatível com o decoro parlamentar nos

termos do regimento da casa a que pertence;

III- tornar-se inelegível na forma prevista no art. 126 ou na lei de que trata o art.

130, devendo o Tribunal do Júri se manifestar sobre o imediato afastamento do

parlamentar infrator;

IV- deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a um vigésimo das sessões

ordinárias da casa em que atuar, salvo licença ou missão por esta autorizada nos

termos de seu regimento;

V- for julgado e condenado nos termos do art. 132;

VI- tornar-se inelegível por qualquer meio;

VII- for afastado de suas funções em decorrência do disposto no art. 72, inc. I.

§1º. É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento,

o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do poder legislativo ou a percepção de

vantagens indevidas.

§2º. Considera-se vantagem indevida, sem prejuízo da responsabilização penal, civil ou

administrativa, os seguintes atos praticados por membro do poder legislativo:

I- votar ou apoiar qualquer medida em desconformidade com as ideias do estatuto

do partido político e com as promessas assumidas publicamente em campanha, em

troca de indicação de nome próprio ou de terceiro para ocupar cargo, de promessa

de aprovação ou de reprovação de projetos de leis próprios ou de terceiros, de

emendas parlamentares, de dotação orçamentária ou de qualquer outro tipo de

vantagem ou promessa de vantagem, ainda que legal;

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II- deixar de agir quando tinha o dever legal de agir por exigência desta Constituição

ou por força de determinação contida no estatuto do partido ou pelos compromissos

assumidos publicamente durante a campanha;

III- exigir qualquer tipo de vantagem de terceiros para votar ou apoiar ou não votar

e deixar de apoiar qualquer proposta legislativa ou projeto político;

IV- outros casos especificados na lei de cada ente federativo;

§3º. No caso do inciso II, do caput do art. 167, a perda do mandato será decidida pela

casa respectiva nos termos de seu regimento. Nos demais casos previstos por este artigo,

a perda será julgada pelo Poder Judiciário competente.

§4º. A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda

do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até a decisão final de

que trata o §3º.

§5º. Não perderá o mandato o membro do poder legislativo:

I- licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença temporária, até o término

da legislatura, nos termos do art. 72, inc. II.

II- licenciado pela respectiva Casa para tratar, sem remuneração, de interesse

particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cinco dias por sessão

legislativa.

Art. 168. As casas do poder legislativo, ou qualquer de suas comissões, poderão

convocar qualquer autoridade subordinada diretamente ao chefe de governo ou ao chefe

de estado de seu respectivo ente federativo para prestarem, pessoalmente, informações

sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a

ausência sem justificação adequada.

§1º. Os secretários de município, os secretários de província e os secretários de estado

poderão comparecer a qualquer casa legislativa de seu ente federado ou a qualquer de

suas comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a mesa respectiva,

para expor assunto de relevância de sua área de atribuição.

§2º. As mesas das casas legislativas poderão encaminhar pedidos de informações, por

qualquer meio, a qualquer autoridade da administração direta ou indireta, importando

em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias,

bem como a prestação de informações falsas ou eufemísticas, ressalvado, em qualquer

caso, o procedimento especial de que trata o art. 63, §1º.

§3º. As mesas poderão convidar, mediante acordo, qualquer associação profissional,

instituição de ensino, fundação privada, organização não governamental ou

empreendimento privado para prestar esclarecimento técnico sobre qualquer assunto

de sua área de especialidade.

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Seção III- Das Competências das Câmaras de Vereadores

Art. 169. Cabe a Câmara de Vereadores, com a sanção do chefe de governo ou do chefe

de estado nos termos do art. 50, não exigida essa para o especificado no art. 170, dispor

sobre todas as matérias de competência do município e, também sobre:

I- plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual do município.

II- criação ou extinção do poder judiciário estatal municipal;

III- contravenções penais, respeitado o disposto no art. 5º, incisos I e V, art. 13 e

seus incisos, art. 24 e os demais dispositivos desta Constituição;

IV- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas de seu ente federativo;

V- quaisquer das medidas previstas no art. 158;

VI- ilícitos administrativos e parâmetros para fixação de multa pecuniária em caso

de violação da legislação municipal;

VII- multas de trânsito nas vias estatais municipais;

VIII- características mínimas das vias públicas estatais municipais;

IX- passagem de servidões em vias públicas estatais municipais;

X- trânsito em vias públicas estatais municipais;

XI- língua oficial utilizada pelo município, observado o disposto no art. 118, §1º;

XII- uso de propriedades e bens municipais para instalação de equipamentos de

utilidade coletiva, tenha ou não finalidade econômica;

XIII- proteção ao patrimônio público de valor histórico, observado as limitações

estabelecidas no art. 148, inc. XVIII;

XIV- bens do município, respeitado, em qualquer caso, o disposto no art. 86, incisos

II e III e as vedações do art. 24;

XV- o disposto no art. 100, §3º, para o Conselho de Estado Municipal;

XVI- empreendimentos em geral e exercício profissional apenas no que for

indispensável e necessário para evitar danos de destruição em massa, nos termos do

art. 5º, inc. III, e desde que a norma não contrarie a regulamentação da província de

que trata o art. 171, §1º, inc. X;

XVII- as demais matérias cuja competência tenha sido atribuída ao município por esta Constituição ou por meio de lei e que não esteja descrita no art. 170.

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Parágrafo Único. Qualquer outra matéria que não seja de competência da província ou da União poderá ser regulamentada pelo município, desde que sejam obedecidas as normas e vedações estabelecidas por esta Constituição.

Art. 170. Compete privativamente à Câmara de Vereadores:

I- autorizar o chefe de governo e o chefe de estado a se ausentarem do município,

quando a ausência ultrapassar cinco dias;

II- rejeitar o veto de chefe de governo ou de chefe de estado;

III- aprovar ou suspender qualquer uma das medidas que podem ser deliberadas pelo

Conselho de Estado municipal nos termos do art. 101, §4º;

IV- aprovar ou rejeitar os acordos celebrados pelo chefe de governo ou pelo chefe de

estado com outros entes federativos ou entidades públicas ou privadas;

V- sustar os atos administrativos normativos dos demais poderes municipais que

exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VI- mudar sua sede, observado o disposto no art. 141 e no art. 101, §6º;

VII- fixar os subsídios do chefe de governo e do chefe de estado, bem como dos

agentes públicos que a eles diretamente se subordinam, observado o disposto no art.

68 e art. 82 e o disposto no art. 27;

VIII- julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe de governo e apreciar os

relatórios sobre a execução dos planos de governo;

IX- fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas casas, os atos do

poder executivo, incluídos os da administração indireta;

X- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição

normativa dos outros poderes;

XI- autorizar referendo e convocar plebiscito;

XII- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas municipais

com área superior a fixada pela lei municipal.

XIII- propor moção de censura contra o chefe de governo;

XIV- propor moção de confiança a favor de chefe de governo;

XV- proceder à tomada de contas do chefe de governo, quando não estiverem

prontas e disponíveis para serem auditadas a apreciadas pela Câmara de Vereadores

por ocasião da abertura da sessão legislativa;

XVI- elaborar seu regimento;

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XVII- eleger membros do Conselho de Estado, nos termos do art. 99, inc. III, alínea

“a“ c/c §1º do art. 99;

XVIII- aprovar previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha de

qualquer titular de cargo público que a lei municipal determinar;

XIX- qualquer outra atribuição atribuída por lei privativamente à Câmara de

Vereadores e que não contrarie esta Constituição.

Seção IV- Das Competências do Congresso Provincial e do Congresso

Nacional

Art. 171. Compete ao Congresso Provincial e ao Congresso Nacional, com a sanção

do Chefe de Governo ou do Chefe de Estado de seu ente federativo nos termos do art.

50, não exigida essa para os casos especificados nos art. 172, art. 173 e art. 174, dispor

sobre todas as matérias de sua competência, e também sobre:

I- plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual de seu ente

federativo;

II- criação e extinção de cargos, empregos ou funções públicas, inclusive de órgãos

da administração pública direta ou indireta de quaisquer dos poderes, inclusive dos

que forem diretamente subordinados ao chefe de governo ou ao chefe de Estado de

seu ente federativo;

III- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas de seu ente federativo;

IV- o disposto no art. 100, §3º, para o Conselho de Estado de seu ente federativo.

§1º. Compete ao Congresso Provincial, com a sanção do chefe de governo ou do chefe

de estado da província nos termos do art. 50, dispor sobre:

I- outras hipóteses razoáveis de distinção das pessoas em razão da riqueza (art. 3º,

§2º, inc. III), sexo (art. 3º, §3º, inc. VII), idade ou estado de saúde física ou mental

(art. 3º, §4º, inc. VII);

II- proteção de pessoas incapazes em razão da idade ou do estado de saúde física ou

mental (art. 3º, §4º, inc. III);

III- outras hipóteses razoáveis de exercício de poder disciplinar que não serão

consideradas discriminatórias, nem abusivas ou ofensivas a qualquer princípio desta

Constituição (art. 3º, §1º, inc. VII);

IV- punição das condutas de que trata o art. 74;

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143

V- os crime de responsabilidade a que se refere o art. 75 e demais artigos desta

Constituição, bem como estabelecer os tipos específicos e a gradação das penas

dentre as previstas no art. 75, §1º;

VI- Direito Penal, desde que respeitados os princípios estabelecidos por

Constituição;

VII - as hipóteses em que os condenados à morte ou a pena de reclusão poderão

converter a pena sofrida em serviço militar ou civil com risco de morte ou grave lesão

nos termos do art. 22;

VIII- bens da Província, respeitado, em qualquer caso, o disposto no art. 86, incisos

I e III e as vedações do art. 24.

IX- porte e armazenamento de armas com potencial de causar danos de destruição

em massa, respeitado o disposto no art. 5º, inc. II e art. 7º, inc. II;

X- qualquer atividade econômica ou exercício de profissão com potencial de geração

de danos de destruição em massa, respeitado o disposto no art. 5º, inc. III;

XI- os crimes contra a economia popular, nos termos do art. 297;

XII- as demais matérias cuja competência tenha sido atribuída à província ou à lei

de sua iniciativa e que não esteja descrita nos art. 172, art. 173 e art. 174.

§2º. Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Chefe de Governo ou do Chefe

de Estado da União nos termos do art. 50, dispor sobre:

I- tempo máximo de revalidação dos tratados internacionais e da renovação da

permanência do Brasil em órgãos internacionais nos termos do art. 25;

II- limites do território nacional, respeitado o mar territorial das províncias nos

termos do art. 86, inc. II, alínea “b” e as vedações do art. 24;

III- os critérios mínimos a serem atendidos para que os municípios reconheçam outra

língua como oficial e, também, os critérios para que uma língua deixe de ser

reconhecida oficialmente, nos termos do art. 118, §4º;

IV- bens da União, respeitado, em qualquer caso, o disposto no art. 86, incisos I e II

e as vedações do art. 24;

V- criação, incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de territórios;

VI- diretrizes para organização do câmbio a qual se limitará ao mero reconhecimento

dos padrões internacionalmente aceitos quando o reconhecimento estatal for

indispensável para que os empreendimentos privados façam transações. Será

considerada nula a regulamentação que extrapole este limite;

VII- moeda, desde que observado os princípios estabelecidos no art. 1º, inc. VI e nos

art. 298 e art. 299;

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VIII- as demais matérias cuja competência tenha sido atribuída à União por esta

Constituição e que não esteja descrita nos art. 172, art. 173 e art. 174.

Art. 172. Compete privativamente ao Congresso Provincial e ao Congresso Nacional,

em relação ao seu ente federado:

I- autorizar o chefe de governo e o chefe de estado a se ausentarem do território do

ente federado, quando a ausência ultrapassar cinco dias;

II- aprovar ou suspender qualquer uma das medidas que podem ser deliberadas pelo

Conselho de Estado de seu ente federativo nos termos do art. 101, §4º;

III- rejeitar o veto de chefe de governo ou de chefe de estado;

IV- sustar os atos administrativos normativos dos demais poderes do respectivo ente

que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

V- mudar sua sede, observado o disposto no art. 141 e no art. 101, §6º;

VI- fixar os subsídios do chefe de governo e do chefe de estado, bem como dos

agentes públicos que a eles diretamente se subordinam, com observância dos

princípios estabelecidos por esta Constituição;

VII- fiscalizar e controlar, diretamente ou indiretamente, ou por qualquer de suas

casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

VIII- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição

normativa dos outros poderes;

IX- julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe de governo e apreciar os

relatórios sobre a execução dos planos de governo;

XIV- propor quaisquer das medidas previstas no art. 158;

X- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas de seu ente

federativo com área superior a determinada pela Lei do respectivo ente federativo.

§1º. Compete privativamente ao congresso provincial aprovar a intervenção provincial

em município, nos casos em que o poder legislativo não estiver impedido, nos termos

art. 103 e art. 106.

§2º. Compete privativamente ao Congresso Nacional:

I- resolver temporariamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais em

obediência ao disposto no art. 25, sendo vedado, em qualquer hipótese, validar

tratados:

a) acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

b) resultem em limitação ou interferência ao exercício de direito consagrado por

esta Constituição;

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c) violem qualquer princípio estabelecido no art. 94.

II- aprovar a intervenção federal em província, nos casos em que o poder legislativo

não estiver impedido, nos termos dos art. 103 e art. 106.

Seção V- Das Competências das Assembleias Legislativas e da Câmara

dos Deputados Federais

Art. 173. Compete privativamente às Assembleias Legislativas e à Câmara dos

Deputados Federais, em relação ao seu ente federativo:

I- propor moção de censura contra o chefe de governo;

II- propor moção de confiança a favor do chefe de governo;

III- proceder à tomada de contas do chefe de governo, quando não estiverem prontas

e disponíveis para serem auditadas a apreciadas pelo Congresso por ocasião da

abertura da sessão legislativa;

IV- autorizar referendo e convocar plebiscito;

V- elaborar seu regimento;

VI- eleger os membros do Conselho de Estado, nos termos do art. 99, inc. III,

alíneas “b“ e “c“ c/c §1º do art. 99.

§1º. Compete privativamente às Assembleias Legislativas:

I- escolher qual parlamentar atuará como Senador Federal no Congresso Nacional,

nos termos do art. 160, §6º;

II- substituir, a qualquer tempo, por maioria absoluta de votos, o Senador Federal

de que trata o §1º, inc. I;

III- legislar sobre emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de

estrangeiros, observados os princípios estabelecidos no art. 7º; art. 109, inc. II; e art.

111, desde que não contrarie a norma geral elaborada pela União nos termos do art.

173, §2º, inc. I, alínea “e”;

IV- propor emenda à Constituição nos termos do art. 40, inc. VII.

§2º. Compete privativamente à Câmara de Deputados Federais:

I-legislar sobre:

a) requisições civis e militares, em caso de guerra iminente ou em tempo de guerra,

respeitados os limites do art. 101, inc. I;

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b) diretrizes para organização dos transportes a qual se limitará ao mero

reconhecimento dos padrões internacionalmente aceitos. Será considerada nula a

regulamentação que extrapole esse limite;

c) sistema de medidas, o qual se limitará a reconhecer os padrões

internacionalmente aceitos. Será considerada nula a regulamentação que extrapole

esse limite;

d) nacionalidade, cidadania e naturalização;

e) emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros,

observados os princípios estabelecidos no art. 7º, art. 109, inc. II e art. 111,

ressalvada a competência residual das províncias;

f) defesa militar do Brasil;

g) trânsito e permanência temporária de forças militares estrangeiras no território

nacional.

II- Aprovar ou rejeitar o ato do chefe de estado que estabelecer, manter ou cortar

relações com estados estrangeiros. Da decisão cabe recurso para a Câmara de Justiça

competente para questionar sua legalidade;

III- Aprovar ou rejeitar o ato do chefe de estado que determinar a participação ou a

saída do Brasil de organização internacional. Da decisão cabe recurso para a Câmara

de Justiça competente para questionar sua legalidade.

Seção VI- Das Competências do Senado Provincial e do Senado Federal

Art. 174. Compete privativamente ao Senado Provincial e ao Senado Federal, em

relação ao seu ente federativo:

I- aprovar previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha de:

a) juízes, nos casos estabelecidos nesta constituição;

b) titulares de outros cargos que a lei determinar;

II- elaborar seu regimento;

III- eleger membros do Conselho de Estado, nos termos do art. 99, inc. III, alíneas

“b“ e “c” c/c §1º do art. 99.

§1º. Compete privativamente ao Senado Provincial:

I- escolher os Senadores da Província que atuarão no Senado Federal, nos termos do

art. 160, §2º;

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II- substituir, a qualquer tempo, por maioria absoluta de votos, qualquer dos

Senadores a que se refere o §1º, inc. I;

III- propor emenda à Constituição nos termos do art. 40, inc. VIII;

§2º. Compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre:

I- aprovar previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha dos chefes

de missão diplomática de caráter permanente;

II- autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse dos municípios,

das províncias e da União, apenas na hipótese prevista no art. 321, §2º ou para pagar

as dívidas vencidas ou vincendas;

III- avaliar, periodicamente, a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em

sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias dos

municípios, das províncias e da União e, sempre que possível, propor melhorias que

aumentem a sua eficiência, diminua seus custos e melhore a capacidade de

compartilhar informações entre os entes federados, com obediência aos princípios

estabelecidos no art. 93, §7º.

CAPÍTULO III- DO PODER EXECUTIVO

Seção I- Do Chefe de Governo

Art. 175. O Chefe de Governo será indicado, dentre seus membros e por maioria

absoluta:

I- pela Câmara de Vereadores, nos municípios;

II- pelo Congresso Provincial, nas províncias;

III- pelo Congresso Nacional, na União.

§1º. O chefe de governo liderará o governo, enquanto representar a maioria do poder

legislativo e poderá ser substituído a qualquer momento pelo mesmo poder que o

indicou, nos termos do regimento:

I- da Câmara de Vereadores, nos municípios;

II- do regimento comum do Congresso Provincial, nas províncias;

III- do regimento comum do Congresso Nacional, na união.

§2º. O chefe de estado recusará a indicação para a chefia de governo da pessoa que

violar qualquer dos impedimentos especificados nos incisos do art. 178.

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Art. 176. O chefe de governo prestará o compromisso de manter, defender e cumprir

a Constituição, observar as leis, zelar pela liberdade de cada indivíduo, pela soberania

do povo brasileiro e de respeitar a autonomia e a liberdade de cada ente federativo e de

seus poderes.

§1º. Se, decorridos cinco dias da data fixada para a posse, o chefe de governo ainda não

tiver assumido o cargo por qualquer motivo, esse será declarado vago e outra pessoa

será indicada, nos termos do art. 175.

§2º. Caso o chefe de governo precise se afastar do cargo por mais de quinze dias por

qualquer motivo, inclusive para tratar da própria saúde, será exonerado da chefia de

governo e outra pessoa será indicada para ocupar o cargo na forma do art. 175. Tão

logo o ex chefe de governo se recupere, desde que seja na mesma legislatura, fica a

critério do poder legislativo recolocá-lo de volta na chefia.

Seção II- Das Atribuições do Chefe de Governo

Art. 177. Compete privativamente ao chefe de governo dos municípios, das províncias

e da união:

I- indicar:

a) os secretários de municípios, nos municípios, que serão sabatinados pela

Câmara de Vereadores;

b) os secretários de províncias, nas províncias, que serão sabatinados pelo Senado

Provincial;

c) os secretários de estado, na União, que serão sabatinados pelo Senado Federal.

II- exonerar a qualquer tempo e sem necessidade de motivação:

a) os secretários de municípios, nos municípios;

b) os secretários de províncias, nas províncias;

c) os secretários de estado, na União.

III- exercer, com o auxílio dos agentes políticos indicados no inc. I, a direção superior

da administração pública do respectivo ente federativo;

IV- iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

V- governar o próprio ente federativo por meio da proposição de leis de competência

não privativa dos outros poderes, e da criação, extinção e modificação de programas

de governo de interesse público geral;

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VI- sancionar leis, ou vetá-las total ou parcialmente nos termos do caput do art. 50

e do art. 50, §2º desta Constituição;

VII- dispor, mediante ato administrativo normativo, sobre organização e

funcionamento dos órgãos vinculados ao poder executivo de seu ente federativo,

quando não implicar em aumento de despesa;

VIII- providenciar quaisquer das medidas de competência do Conselho de Estado

de seu ente federativo;

IX- indicar membros para o Conselho de Estado de seu ente federativo, nos termos

do art. 99, inc. III, alínea “h”.

X- remeter mensagem e plano de governo ao poder legislativo por ocasião da

abertura da sessão legislativa, expondo a situação do ente federado e solicitando as

providências que entender necessárias;

XI- enviar ao poder legislativo competente o projeto de plano plurianual, o projeto

de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta

Constituição;

XII- prestar, anualmente, ao poder legislativo competente, as contas referentes ao

exercício anterior as quais deverão estar disponíveis tão logo seja aberta a sessão

legislativa;

XIII- exercer o comando supremo das Forças Armadas de seu ente federativo

enquanto durar as operações de que trata os incisos do art. 100, sendo vedado, em

qualquer hipótese, exercer as funções de que trata o art. 288, inc. III;

XIV- celebrar acordos com demais entes federativos para efeito de dispor sobre

permissão de uso de territórios, nos termos do art. 95, §6º e §7º;

XV- exercer outras atribuições previstas nesta Constituição;

XVI- quaisquer das medidas previstas no art. 158;

XVII- propor projetos de leis de sua competência e aqueles dos quais recebeu

delegação legislativa para propô-lo, observado, em qualquer hipótese, os limites

estabelecidos pelo ato legislativo de delegação e o disposto no art. 82 e no art. 27.

§1º. O chefe de estado do respectivo ente participará das sabatinas de que trata o inc.

I, do art. 177. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para

aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem

prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações

levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado

para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de

informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.

§2º. Compete ao chefe de governo da União:

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I- estabelecer, por meio de ato administrativo normativo, as diretrizes para o

exercício da diplomacia internacional, obedecidos os limites impostos por esta

Constituição, as cláusulas do estatuto de seu partido e os compromissos assumidos

publicamente por ocasião de sua campanha eleitoral;

II- permitir, nos termos da lei mor de que trata o art. 173, §2º, inc. I, alínea “g”, que

forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam

temporariamente.

Art. 178. O Chefe de Estado recusará a indicação para a ocupar a chefia de governo ou

o cargo de secretário de município, de província ou da União, da pessoa que:

I- tenha se tornado inelegível nos termos do art. 126;

II- tenha sido condenada, em qualquer instância, por prática de crime comum, crime

eleitoral, crime de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime militar,

crime de terrorismo, crime contra a segurança nacional, crime de alta traição, crime

contra a economia popular ou por ato de improbidade administrativa.

III- tenha violado o disposto:

a) no art. 24, inc. XXVII;

b) no art. 133, §2º, inc. V;

c) nos incisos do caput do art. 167 e em seu §2º.

IV- tenha pego em armas ou participado de convulsão civil ou militar para:

a) derrubar o governo, salvo quando os poderes judiciário e moderador, em razão

de aparelhamento político, deixarem de realizar sua missão institucional de fazer

cumprir a Constituição e as leis;

b) abolir qualquer das garantias estabelecidas no art. 1º desta Constituição;

c) outras hipóteses estabelecidas pela lei de cada ente federativo;

V- seja parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau

inclusive:

a) de chefe de governo de município, de Província ou da União;

b) de chefe de estado de município, de Província ou da União;

c) de secretário municipal, provincial ou de estado;

d) de membro de Câmara de Vereadores de qualquer município;

e) de membro da Assembleia Legislativa ou do Senado Provincial;

f) de membro da Câmara dos Deputados Federais ou do Senado Federal;

g) de juiz que exerça suas funções em Tribunal de Justiça, qualquer deles.

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VI- outras hipóteses especificadas pela Lei da União com a finalidade de evitar o

nepotismo e o patrimonialismo na Administração Pública.

§1º. Se o chefe de estado se omitir no dever de que trata o caput deste artigo, responderá

pela prática de crime de responsabilidade.

§2º. Qualquer membro do parlamento poderá recorrer à câmara de justiça

constitucional competente no caso de o chefe de estado nomear ou recusar a nomear

qualquer agente público indicado no caput deste artigo, no prazo prescricional de cinco

dias, desde que o recurso seja subscrito por pelo menos um terço dos parlamentares

responsáveis pela indicação. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas

com documentos com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e

da ampla defesa. O processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a

apreciação dos requisitos constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A

demora para decidir além do prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de

responsabilidade.

§3º. Se a nomeação for recusada com fundamento no caput deste artigo e o tribunal

Constitucional não anular o ato na forma do §2º, caberá a parte interessada indicar

outro nome para ocupar o cargo. Em se tratando de nomeação de chefe de governo e

não havendo ninguém habilitado, o chefe de estado dissolverá o poder legislativo e

convocará novas eleições, nos termos do art. 291.

Seção III- Da Direção Superior da Administração Pública

Art. 179. Os secretários municipais, provinciais e de estado, serão indicados livremente

pelo chefe de governo na forma do art. 177, inc. I.

§1º. o chefe de estado do respectivo ente recusará a indicação para secretário, da pessoa

que violar qualquer dos impedimentos especificados nos incisos do art. 178.

§2º. Competem aos secretários de município, aos secretários de província, e aos

secretários de estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na

lei de seu respectivo ente:

I- exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da

administração pública na área de sua competência de acordo com a direção e os

princípios determinados pelo chefe de governo;

II- expedir atos administrativos normativos para fiel execução das leis e dos atos

administrativos normativos expedidos pelo chefe de governo;

III- apresentar ao chefe de governo relatório mensal de sua gestão na secretaria, o

qual conterá, de forma objetiva e fidedigna à realidade:

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a) dados sobre o cumprimento das metas estabelecidas;

b) dados sobre projetos de governo em andamento, e, para cada um deles,

informações sobre o resultado alcançado até o momento e o resultado que se espera

alcançar após sua conclusão;

c) outros dados e informações na forma e nos termos estabelecidos por ato

normativo do chefe de governo.

IV- praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas

pelo chefe de governo ou diretamente pelo poder legislativo.

§3º. Decreto disporá sobre a criação e extinção de Secretarias e de órgãos a elas

vinculados.

§4º. É facultado ao secretário municipal, provincial ou de estado contratar serviços de

assessoria privada para realizar as funções previstas no §2º.

§5º. É obrigatório adotar a medida prevista no §4º quando, comprovadamente, ela for

mais econômica do que a manutenção de órgão público permanente para o atendimento

das mesmas necessidades.

§6º. Será punido por crime de responsabilidade, sem prejuízo das demais

responsabilidades civis e criminais, o secretário que apresentar, por qualquer meio,

informação falsa ou eufemística ao chefe de governo ou ao público em geral.

Art. 180. É vedado ao chefe de governo:

I- criar secretarias para administrar ou gerenciar quaisquer das atividades descritas

nos incisos do art. 263, inclusive aquelas que são típicas do poder legislativo e do

poder judiciário;

II- avocar ou tentar avocar para si competência dos demais poderes, salvo quando

tiver recebido delegação legislativa nos termos do art. 53.

Parágrafo Único. A violação de quaisquer dos incisos do caput configura prática de

crime de responsabilidade.

CAPÍTULO IV- DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I- Deveres, Garantias e Impedimento dos Juízes

Subseção Primeira- dos Deveres dos Juízes

Art. 181. São deveres dos juízes estatais e privados:

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I- julgar as demandas de sua competência com estrita obediência:

a) à Constituição e aos usos e costumes locais quando a matéria se tratar de Direito

Privado;

b) à Constituição e às leis aplicáveis, quando a matéria não for de Direito Privado.

II- prezar, sempre, pelo cumprimento dos preceitos estabelecidos por esta

Constituição em todos os casos que lhe for apresentado;

III- interpretar a Constituição:

a) e os usos e costumes locais conforme o sentido comum atribuído pela população

local e descoberto pelos juízes privados em casos semelhantes para a solução dos

litígios;

b) e as leis conforme o sentido técnico atribuído à palavra para o contexto, ou,

inexistindo, conforme seu sentido comum dicionarizado;

IV- julgar todas as demandas de sua competência, mesmo quando não exista

precedente costumeiro ou lei específica para o caso.

§1º. Inexistindo lei específica, salvo quando se tratar de direito privado, o caso será

julgado conforme os seguintes princípios listados por ordem decrescente de relevância:

I- os estabelecidos por esta Constituição;

II- os estabelecidos pelo Direito Privado da província para assunto semelhante;

III- os estabelecidos pela lei aplicável para assunto semelhante;

IV- a jurisprudência dominante para o caso apresentado ou para outro caso

assemelhado ao apresentado.

V- teoria defendida por doutrinador do Direito com reconhecimento nacional ou

internacional desde que:

a) ela atenda ao disposto no art. 183, inc. I;

b) ela se fundamente na observação da realidade e seja testável por critérios

objetivos;

c) seus conceitos não sejam indefinidos ou tautológicos.

§2º. Em se tratando de matéria de Direito Privado, o caso será julgado em estrita

obediência aos usos e costumes locais e de acordo com os precedentes jurídicos

formulados pelos juízes privados de primeiro grau para situações semelhantes na

província.

§3º. Decisão ou sentença de juiz estatal não tem poder para formar precedente, mesmo

quando a matéria for de Direito Privado.

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154

§4º. O juiz privado ou estatal poderá decidir ou julgar de forma diferente do precedente

já firmado ou da jurisprudência expressa em ato institucional, desde que exponha, de

forma objetiva e fundamentada, as razões de fato e de direito que motivaram o seu

convencimento e o porquê, no caso concreto, o precedente ou o ato institucional não

podem ser aplicados.

§5º. É vedado ao juiz deixar de decidir ou sentenciar os casos de sua competência que

lhe forem apresentados, inclusive quando se tratar de jurado ou juiz que exerça suas

funções em tribunal, câmara ou turma de justiça.

Art. 182. O juiz estatal, para o exclusivo fim de exercer corretamente sua função, além

dos deveres estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71

e art. 72, está proibido de:

I- filiar-se ou manter-se filiado a partido político;

II- dedicar-se à atividade político-partidária, ainda que informalmente;

III- manifestar-se publicamente sobre temas morais, éticos, políticos, religiosos,

antirreligiosos, desportivos, culturais, econômicos ou sociais, ressalvado:

a) o mero comentário sobre leis aplicáveis a situação concreta que envolva tais

assuntos;

b) quando a manifestação for parte de atividade acadêmica, científica, cômica, de

lazer ou obra de arte.

IV- exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda

que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou

aceitar promessa de tal vantagem;

V- praticar ato judicial contra o disposto no art. 183, inc. III, para satisfazer interesse

ou sentimento pessoal;

VI- outros casos previstos pela lei da província ou pelo edito do tribunal da qual o

juiz faça parte.

§1º A violação de qualquer dos deveres estabelecidos no caput deste artigo e em seus

incisos sujeita o infrator as responsabilidades civil, penal e disciplinar.

§2º. O juiz privado não se sujeita às restrições impostas aos juízes estatais pelo caput deste artigo, mas deve cumprir o disposto em cada um de seus incisos, sob pena de

responder pelo exercício irresponsável de sua profissão, nos termos do art. 315, inc. I.

Subseção Segunda- dos requisitos de validade dos atos judiciais

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155

Art. 183. Os atos judiciais praticados por juiz privado ou estatal devem atender aos

requisitos gerais de que trata o caput do art. 54, sob pena de nulidade, da seguinte

forma:

I- logicidade. Seu todo e suas partes devem respeitar aos princípios lógicos da

identidade, da não-contradição e do terceiro excluído.

II- fidelidade à realidade. Os atos judiciais não podem contrariar a realidade dos

fatos ou determinar que as pedras caiam para cima, nem amparar manifestações

eufemísticas, nos termos do art. 24, inc. XLII.

III- legalidade. Nos seguintes termos:

a) as sentenças devem ser emanadas por juiz privado livremente aceito pelas partes

ou por juiz estatal competente;

b) os atos judiciais devem obedecer à forma exigida pela Constituição, pelos usos

e costumes locais e, finalmente, pelas Leis quando a matéria não for de Direito

Privado;

c) o juiz é obrigado a julgar de acordo com os usos e costumes locais quando a

matéria for de Direito Privado, ou de acordo com a lei e com a forma por ela

exigida, salvo quando os usos e costumes ou as leis contrariarem disposição

expressa desta Constituição ou algum princípio por ela defendido, hipótese em

que o juiz exporá as razões de fato e de direito que fundamentem sua convicção,

afastará a aplicação do costume ou da lei e, em seguida, praticará o ato judicial

conforme o disposto no parágrafos do art. 181.

IV- impessoalidade. Os atos processuais não podem favorecer nenhuma das partes,

ressalvado quando o direito ou a lei processual estabelecer ônus razoável para alguma

delas. No mais, o Juiz deve tratar as partes de forma isonômica e observado os

seguintes princípios:

a) os atos judiciais não podem ser praticados:

1. por juiz impedido, nos termos do art. 193;

2. por juiz declarado suspeito, nos termos do art. 194;

3. com o fim diverso de solucionar a lide com estrita observância ao disposto no

inc. III.

V- probidade. Os atos judiciais devem ser praticados de forma honesta e íntegra, sem

margem para o alcance de outros fins que não se associem exclusivamente com a

solução da lide de acordo com o determinado pelo inc. III. Será declarado nulo, a

qualquer tempo, o ato judicial praticado:

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a) sob coação irresistível exercida contra o juiz que o emanou ou contra seu

cônjuge, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o 4º grau

inclusive;

b) por juiz que, ao tempo da prática do ato, tenha violado o art. 182 ou seus incisos.

c) outros casos previstos pelo Direito Privado ou pela lei da província ou pelo

Edito do tribunal a qual o juiz se vincule.

VI- publicidade. O ato judicial só produzirá efeito após publicado nos seguintes

termos:

a) considera-se publicado o ato judicial que a parte interessada tenha dele tomado

conhecimento na íntegra por qualquer meio;

b) sua íntegra deve ser publicada em algum idioma oficial reconhecido pela

província, podendo usar expressões em línguas estrangeiras, desde que

acompanhadas da respectiva tradução, salvo quando de conhecimento comum.

Considera-se de conhecimento comum a expressão em outra língua que esteja

contida em dicionário da língua oficial que seja popular e não pertença a dicionário

especializado do ramo do Direito.

c) as ementas publicadas pelas Tribunais de Justiça, qualquer delas, suas Câmaras

e Turmas devem estar acessíveis em todos os idiomas oficiais reconhecidos pelo

ente federativo do qual fazem parte, nos termos do art. 118, §3º.

d) todo o conteúdo de processo judicial e de qualquer de suas partes deve ser

público e facilmente acessível por qualquer cidadão, nos termos do art. 63 e art.

65, incisos IX e X, e art. 65, §1º, ressalvada a hipótese de sigilo, nos termos do

art. 65, §2º.

VII- motivação. O juiz deve especificar, mesmo que de maneira concisa, as razões

de fato e de direito que o levaram a decidir da forma expressa no dispositivo. É

vedado ao Juiz:

a) remeter-se às razões que extrapolem os fatos apresentados, salvo quando o

Direito ou a lei de cada província determinar admiti-los como verdadeiros por

qualquer razão, exceto quando se tratar:

1. de matéria criminal de qualquer espécie;

2. de responsabilização por ato de improbidade administrativa;

3. outros casos especificados pelo Direito Privado de cada província, pela Lei

ou pelo Edito do tribunal à qual se vincule.

b) Adotar, em substituição ou de forma conflitante ao texto constitucional, aos

precedentes costumeiros ou à legislação infraconstitucional:

1. preceitos religiosos ou antirreligiosos;

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2. preceitos morais ou imorais;

3. ideias políticas, qualquer delas;

4. conceitos indefinidos ou tautológicos ainda que utilizados pelos

doutrinadores do direito, não importa se reconhecidos nacionalmente ou

internacionalmente.

5. outras hipóteses previstas pelo Direito Privado de cada província, ou pela Lei

ou pelo Edito do tribunal à qual o juiz se vincule.

Subseção Terceira- Das Garantias dos Juízes

Art. 184. Os juízes estatais para o exclusivo fim de exercerem a função com respeito

aos deveres estabelecidos nos art. 181 e art. 183, além das garantias estabelecidas para

os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71 e art. 72, gozarão também das

seguintes:

I- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de Juiz, mediante concurso público

de provas e habilidades, com fiscalização obrigatória do Ministério Público em todas

as fases, exigindo-se do prático em direito, no mínimo, dez anos de atividade jurídica

e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

II- inamovibilidade, salvo por opção voluntária do juiz nos termos das normas do

tribunal a que se vincula;

III- livre convencimento, desde que atendido ao disposto no art. 181 e no art. 183.

IV- independência funcional a qual se limita apenas ao exercício da jurisdição;

V- poder para escolher o nome que comporá a lista que será enviada ao chefe de

governo do ente federado a que pertence o tribunal a que se vincula, nos termos do

art. 186 e art. 188, §2º;

VI- poder para decidir sobre a recondução de juiz de tribunal que representa a

localidade na qual atua nos termos do art. 190;

VII- poder para ser votado para compor a lista que será enviada ao chefe de governo

do ente federado a que pertence o tribunal a que se vincula, nos termos do art. 186 e

art. 188, §2º;

VIII- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as

despesas de transporte de sua residência para seu local de trabalho e vice-versa.

§1º. O juiz estatal responderá por crime de responsabilidade se deixar de prestar

jurisdição por estar ausente da comarca, ressalvado se estiver em gozo de licença ou

legalmente afastado.

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§2º. não será removido a pedido, nem permutado, o juiz estatal que, injustificadamente,

retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los sem decidi-

los, sentenciá-los ou despachá-los.

§3º. Será punido disciplinarmente o juiz estatal que proferir despacho de caráter

protelatório nos autos, nos termos do edito do tribunal a que se vincula.

§4º. Ressalvadas as garantias especiais estabelecidas nos incisos deste artigo, o juiz

estatal será tratado de forma igual a qualquer outro servidor público efetivo.

§5º. Os juízes privados de que trata o art. 197 gozam das prerrogativas de que trata o

art. 184, incisos III, V, VI, VII e VIII.

Art. 185. O Poder Judiciário é Uno. Sua divisão é apenas para efeito de atribuição de

competência para definição do Juízo natural para a causa, sendo vedado o

estabelecimento de qualquer hierarquia funcional, distinção ou privilégio entre juízes

privados ou estatais, não importa se ele exerce jurisdição de forma singular ou colegiada,

nem o ente federativo ao qual se vincule.

§1º. Não existe hierarquia entre juízes de Tribunal de justiça federal e juízes de outras

tribunais, nem entre juízes de tribunal e juízes de primeiro grau, nem entre um juiz e

outro, quaisquer deles. Cada juiz é independente e livre no exercício de sua parcela de

jurisdição, obedecidos os limites desta Constituição, e nenhum juiz deve nenhum tipo

de obediência ou reverência a qualquer outro.

§2º. É vedado à atribuição de nomes distintivos entre os juízes como “substituto”,

“ministro”, “desembargador”, “adjunto” ou qualquer outro nome. O juiz será chamado

apenas de juiz, salvo quando ele for líder de tribunal, câmara ou turma de justiça,

hipótese que ele será chamado de juiz premier apenas para designar que ele é o líder.

§3º. A exigência de tratamento especial por parte de juiz, não conferido por lei

genericamente a todas as pessoas, consubstancia hipótese de crime de abuso de

autoridade e sujeita o infrator ao afastamento de suas funções, a critério do Tribunal do

Júri, até o término do processo.

Subseção Quarta- Da escolha de Juízes para as Tribunais

Art. 186. Os juízes estatais e privados de determinada localidade deverão escolher por

meio de voto secreto, obrigatório, de igual peso para todos os juízes e auditável, qual

juíz poderá atuar no tribunal para o fim de representar sua localidade. A escolha será

regulada por lei do ente federativo a que o tribunal se vincula ou por edito da próprio

tribunal, observado os seguintes princípios:

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I- é vedada a candidatura de Juiz:

a) que tenha violado o disposto nos incisos do art. 145;

b) que já tenha atuado como Vereador, Deputado Provincial, Senador Provincial,

Deputado Federal ou Senador Federal;

c) estatal que tenha violado os princípios indicados no caput do art. 182, ou de

juízes estatais ou privados que tenham violado quaisquer dos incisos do art. 182;

d) outras limitações indicadas pela Lei do ente federativo a que pertence o tribunal

ou pelo Edito da respectivo tribunal.

II- poderá ser escolhido para membro do tribunal, dentre os juízes de primeiro grau,

quem:

a) exerça jurisdição em determinada localidade;

b) tenha notável produção científica na área do Direito;

c) tenha histórico de superação de metas ou de solução de problemas;

d) atenda outros critérios técnicos estabelecidos pela Lei do ente a que pertence o

tribunal ou pelo Edito de cada tribunal, respeitadas as vedações estabelecidas no

§2º, para o fim de garantir a imparcialidade de sua atuação.

§1º. Qualquer juiz, inclusive os estatais que estejam em estágio probatório, poderão ser

votados, desde que preencham os critérios estabelecidos no caput, inc. II e não violem

os estabelecidos no caput, inc. I.

§2º. Em nenhuma hipótese a idade ou o tempo de judicatura serão utilizados como

critério de desempate, devendo ser utilizada a votação recebida pelos juízes e, caso haja

empate, o histórico de atendimento de partes e a produção científica na área do direito.

Se ainda assim houver empate, os candidatos serão desempatados conforme as normas

de Direito Privado ou por sorteio.

§3º. É vedado aos juízes que se candidatarem no processo de escolha de que trata o

caput deste artigo:

I- fazer propaganda para ser votado, por qualquer meio;

II- prometer que irá fazer ou deixar de fazer algo, caso seja votado;

III- outras hipóteses previstas pela Lei do ente federativo a que o tribunal se vincula

ou pelo Edito do tribunal.

§4º. É vedado ao mesmo juiz privado ou estatal se candidatar para mais de umo tribunal

ao mesmo tempo.

§5º. A violação de quaisquer dos incisos do §3º configura crime de responsabilidade.

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Art. 187. Para efeito do disposto no art. 186, são consideradas localidades:

I- o município, para a escolha dos juízes que atuarão no Tribunal de Justiça do

Município.

II- cada Província, para efeito de escolha dos juízes que poderão compor O Tribunal

de Justiça Federal;

III- regiões formadas por comarca ou agrupamentos de comarcas para a escolha dos

Juízes que atuarão no Tribunal de Justiça da Província;

§1º. As regiões de que trata o art. 187, inc. III, serão estabelecidas por ato

administrativo normativo do Tribunal de Justiça da Província. O número total de

regiões será igual ao número de membros que comporão O Tribunal de Justiça da

Província. As regiões deverão ser dividas de modo que todas elas tenham número

semelhante de população, não podendo nenhuma delas possuir mais do que dez por

cento da população de outra.

§2º. Não havendo candidatos interessados na localidade ou candidatos eleitos

disponíveis, o chefe de governo indicará qualquer juiz privado ou estatal de sua

preferência, desde que o escolhido seja da localidade a que pertencer a vaga aberta e o

juiz preencha os critérios estabelecidos no art. 186, inc. II e não viole os estabelecidos

no art. 186, inc. I.

§3º. A escolha pelo chefe de governo de que trata o §2º é um munus publico e não

pode ser recusada pelo juiz escolhido, sob pena de cometimento de crime de

responsabilidade.

Art. 188. O processo de votação de que trata o art. 186 será regulamentado e

organizado pela Justiça Eleitoral.

§1º. A Justiça Eleitoral divulgará na sua página da internet ou outro meio de fácil e

amplo acesso, o nome de cada candidato com indicação do nome completo, foto,

localidade de atuação, número para votação e breve relato dos atributos de que trata o

art. 186, inc. II, na forma da Lei ou do Edito de que trata o caput do art. 186.

§2º. Os três nomes mais votados para cada vaga disponível em cada localidade, na

forma do art. 186, serão colocados na lista que será encaminhada ao chefe de governo

do ente federado a que pertence o tribunal para efeito do disposto no art. 189.

§3º. É vedado a escolha de juízes que sejam parentes consanguíneos ou afim, por linha

reta ou colateral, até o 4º grau inclusive. Nessa hipótese, o mais votado será escolhido

e o menos votado será excluído da lista, e, se houver empate, proceder-se-á da forma

prevista no art. 186, §2º.

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Art. 189. O Chefe de Governo do ente a que pertence o tribunal escolherá um nome

da lista de que trata o art. 188, §2º para o preenchimento da vaga disponível para a

localidade ou, não havendo nenhum outro nome disponível na lista, escolherá um nome

na forma prevista no art. 187, §2º.

§1º. O juiz escolhido será sabatinado:

I- pela Câmara de Vereadores, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça

de município;

II- pelo Senado da Província, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça

da província;

III- pelo Senado Federal, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça federal;

§2º. O chefe de estado do ente federado a que pertencer o tribunal, participará das

sabatinas. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para

aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem

prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações

levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado

para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de

informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.

§3º. Os membros do poder legislativo competente poderão aprovar ou recusar a

indicação do chefe de governo. Caso recusem, o chefe de governo deverá indicar outro

nome na forma prevista no caput do art. 189.

§4º. O chefe de estado do ente federativo a que pertence o tribunal recusará a nomeação

de juiz aprovado na sabatina caso verifique que ele tenha violado o disposto no art. 186,

inc. I.

§5º. Da nomeação do juiz para o tribunal pelo chefe de estado ou da recusa de que trata

o §4º caberá recurso para a câmara de justiça constitucional competente no prazo de

cinco dias, desde que ele seja subscrito por pelo menos 1/3 dos membros do poder

legislativo competente. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas com

documentos com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e da

ampla defesa. O processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a apreciação

dos requisitos constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A demora para

decidir além do prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de

responsabilidade.

§6º. Aprovada a indicação pelo chefe de estado competente e não havendo recurso, ele

dará posse para o juiz no tribunal.

Art. 190. Os juízes escolhidos para o tribunal exercerão o cargo pelo período de dois

anos. Ao final do tempo, os juízes da localidade de origem do juiz votarão por voto

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secreto, obrigatório e auditável, para se manifestarem sobre a permanência ou saída do

juiz no tribunal.

§1º. Caso a maioria vote pela permanência, o juiz será reconduzido para exercer a

função no tribunal por mais dois anos sem a necessidade de passar pelo procedimento

previsto nos art. 186, art. 188 e art. 189. Ao final do novo período de dois anos, o juiz

será novamente submetido ao procedimento previsto no caput do art. 190.

§2º. O juiz estatal que sair do tribunal voltará para o cargo que ocupava anteriormente.

§3º. O processo de votação previsto neste artigo será regulamentado e organizado pela

justiça eleitoral competente.

Art. 191. Caso algum juiz do tribunal esteja afastado do cargo por qualquer motivo,

ressalvada a competência da justiça marcial, o tribunal convocará como substituto, na

localidade do juiz licenciado ou afastado, o juiz mais votado que esteja disponível e que

conste na lista mais recente de que trata art. 188, §2º. Não havendo ninguém disponível

na lista, o tribunal escolherá, dentre os juízes da localidade a que pertence o cargo vago,

um nome que preencha o critério estabelecido no art. 186, inc. II e que não viole o

estabelecido no art. 186, inc. I, o qual substituirá o juiz afastado temporariamente.

§1º. Se o afastamento de que trata caput deste artigo for superior a trinta dias, o juiz

afastado será exonerado do tribunal e outro será escolhido para preencher o cargo, nos

termos dos art. 186, art. 188 e art. 189. Será aplicado o disposto no art. 190, §2º ao juiz

estatal afastado quando ele retornar.

§2º. Enquanto o procedimento de que trata o §1º não terminar, o juiz substituto atuará

no tribunal.

Art. 192. O juiz de tribunal, câmara ou turma de justiça que estiver impedido ou for

declarado suspeito na forma dos art. 193, art. 194 e art. 195; será substituído por outro

ad hoc o qual será escolhido na forma estabelecida no caput do art. 191 para atuar no

processo.

§1º. O juiz privado de primeiro grau que estiver impedido ou for declarado suspeito,

remeterá os autos para outro juízo privado livremente escolhido e aceito pelas partes

ou, não havendo, para qualquer juízo estatal de primeiro grau competente para apreciar

o caso.

§2º O juiz estatal de primeiro grau que estiver impedido ou for declarado suspeito, será

substituído por outro de acordo com as normas definidoras de competência para os

juízes estatais.

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§3º. Em qualquer hipótese, o juiz que suceder o juiz impedido ou o declarado suspeito,

anulará os atos viciados e convalidará os que puderem ser convalidados na forma do

direito e da lei processual aplicáveis.

Seção II- Do Impedimento e da Suspeição dos Juízes

Art. 193. Está impedido de atuar o juiz privado ou estatal:

I- que já tenha participado do processo como:

a) parte, assistente ou terceiro interessado;

b) advogado de qualquer das partes;

c) perito;

d) membro de Ministério Público;

e) serventuário ou oficial de justiça;

f) testemunha.

II- que já tenha conhecido o processo em outro grau de jurisdição ou nele já tenha

praticado qualquer ato decisório;

III- quando seu cônjuge ou seu parente consanguíneo ou afim em linha reta ou

colateral até o quarto grau, inclusive, participar do processo como:

a) advogado;

b) membro do Ministério Público;

c) parte ou assistente de parte.

IV- que for sócio, gerente, representante ou empregado de empreendimento que

participe do processo como parte, assistente ou terceiro interessado na demanda;

V- que for herdeiro presuntivo, donatário, empregador ou empregado de qualquer

das partes;

VI- que for fornecedor habitual de produtos ou serviços para qualquer das partes;

VII- cuja parte seja empreendimento com o qual ele mantenha contrato de prestação

de serviços ou de fornecimento de produtos, salvo quando o contrato obedecer

cláusulas uniformes;

VIII- cuja parte seja cliente de escritório de advocacia no qual seu cônjuge ou parente

consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o quarto grau, inclusive, seja

sócio, gerente, representante ou lá trabalhe em qualquer função, mesmo como

prestador de serviço terceirizado.

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IX- quando ele, seu cônjuge ou parente em linha reta ou colateral até o quarto grau,

inclusive, tiver patrocinado ação judicial contra algumas das partes ou seus

advogados, salvo quando a parte for ente público da administração direta;

X- que for amigo íntimo ou inimigo pessoal de qualquer das partes ou de seus

advogados;

XI- quando qualquer das partes for sua credora ou sua devedora, bem como de seu

cônjuge ou companheiro ou de qualquer parente seu em linha reta, colateral ou por

afinidade, até o quarto grau, inclusive;

XII- que tenha interagido com a parte ou seu advogado fora do trâmite regular do

processo, salvo quando a parte interessada estiver acompanhada das demais partes ou

dos advogados das demais partes;

XIII- que ele tenha aconselhado qualquer das partes acerca do objeto da causa,

mesmo quando se tratar de demanda de juizado especial;

XIV- que receber dádivas, mesmo que de valor irrisório, antes ou depois de iniciado

o processo;

XV- que tenha fornecido meios financeiros ou assessoria jurídica a qualquer das

partes para que ela ingresse com nova demanda ou continue alguma já existente.

XVI- outras hipóteses previstas pelo Direito Privado ou no edito de cada tribunal ou

na lei de cada província.

§1º. O ato praticado por juiz impedido é absolutamente nulo.

§2º. O impedimento previsto no art. 193, inciso III, alínea “a” do caput deste artigo

também alcança todos os membros do escritório de advocacia em que tenha atuado o

advogado impedido.

§3º. Após o afastamento de suas funções por qualquer razão, está impedido de atuar como advogado no poder judiciário, pelo prazo mínimo de três anos:

I- o juiz estatal;

II- o juiz privado ou estatal que tenha atuado em tribunal de justiça, suas câmaras ou turmas, qualquer delas.

Art. 194. Há suspeição de atuação do juiz privado ou estatal no processo:

I- que conhecer pessoalmente qualquer das partes em função de relação próxima de

trabalho e de qualquer outra relação social;

II- no caso de outras hipóteses previstas pelo Direito Privado, pela lei ou pelo edito

do tribunal a qual o juiz estaja vinculado.

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§1º. Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, desde que motive o

ato.

§2º. Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I- houver sido provocada por quem a alega;

II- a parte que a alega praticar ato que signifique manifesta aceitação da jurisdição

do juiz contra quem alega a suspeição;

III- outras hipóteses previstas pelo Direito Privado, pela lei ou pelo edito do tribunal

a qual o juiz estaja vinculado.

§3º. A suspeição de juiz, quaisquer deles, deve ser arguida pela parte interessada na

primeira oportunidade de se manifestar nos autos, sob pena de convalidação.

§4º. O juiz impedido ou declarado suspeito será substituído nos termos do art. 192.

Art. 195. A criação de fato superveniente pela parte para o fim de forçar o impedimento

ou a suspeição de juiz privado ou estatal caracteriza violação ao princípio do juiz natural

e não induzirá ao impedimento nem a suspeição, podendo ser tipificada como crime

pela lei da província, sem prejuízo da responsabilização civil dos envolvidos.

Art. 196. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição descritos nos art. 193

e art. 194:

I- aos membros do Ministério Público, inclusive dos que atuarem em tribunal,

câmara ou turma de justiça, qualquer delas;

II- aos auxiliares da justiça privada ou pública quando a atuação deles puder interferir

no andamento do processo ou na imparcialidade do julgamento;

III- aos demais sujeitos com dever de atuar com imparcialidade no processo nos

termos do Direito Privado, da lei ou do edito processual de cada província.

Seção III- Da Justiça Privada

Art. 197. Ressalvadas as competências da justiça marcial, a iniciativa privada poderá

oferecer, em concorrência com o Estado, serviço de aplicação de justiça privada relativa

a qualquer matéria que pode ser conhecida pelos juízes estatais de primeiro grau de

qualquer ente federativo, desde que:

I- o juiz privado atenda ao disposto nos art. 181 e art. 182 e não viole as normas

relativas ao impedimento e suspeição dos juízes (art. 193, art. 194 e art. 195), o que

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também se aplica aos sócios e gestores da pessoa jurídica prestadora de serviço de

justiça;

II- a decisão ou sentença atenda ao disposto no art. 183, cabendo recurso de suas

decisões para o órgão recursal apropriado do poder judiciário, nos mesmos termos e

condições do juiz estatal;

III- o autor pague pelo serviço e pelas demais despesas dele decorrentes. É vedado

ao Estado regulamentar o preço, a prestação do serviço ou a forma de pagamento de

equalquer serviço de justiça privada. Em qualquer hipótese, o serviço de justiça

privada se submeterá às normas costumeiras de Direito Privado do local onde os

serviços forem contratados ou prestados em igualdade de condições com qualquer

outro serviço prestado por empreendimento privado.

§1º. Os tribunais de justiça permitirão que a iniciativa privada de que trata o art. 197

acesse seus bancos de dados para o fim de registrar processos e de unificar o sistema de

informações, sem prejuízo da responsabilização penal e civil pelos ilícitos que forem

praticados.

§2º. O juiz privado, ao condenar o vencido a pagar os honorários de advogados, aplicará

o disposto no art. 10º, §4º.

§3º. Caso o condenado seja o réu, o juiz privado, ao fixar a condenação de pagamentos

de honorários, somará a essa quantia as despesas pagas pelo autor nos termos do art.

197, inc. III, observado o limite estipulado no art. 10, §4º;

§4º. Da mesma forma que na justiça estatal, o Ministério Público deverá ser intimado

pelo juiz privado para participar nos feitos em que sua atuação for obrigatória.

§5º. É vedado ao Estado limitar a competência dos juízes privados ou regulamentar sua

atuação a qual se dará em regime de livre concorrência, cabendo a escolha do juiz

privado à livre aceitação das partes envolvidas.

Art. 198. O juiz privado poderá, em igualdade de condições com o o juiz estatal:

I- constituir e dirigir o Tribunal do Júri, nos termos do art. 219, inc. I;

II- expedir qualquer mandado, inclusive de prisão preventiva;

III- requisitar força policial para assegurar o cumprimento de suas ordens;

IV- requisitar intervenção nos termos do art. 104, incisos III e IV;

V- praticar qualquer outra medida permitida pela Constituição e pelas Leis aos juízes

estatais não-marciais de primeiro grau, inclusive no que se refere ao alistamento

eleitoral e outras matérias de competência da justiça federal de primeiro grau;

VI- atuar como juiz marcial na hipótese prevista pelo art. 199, §2º.

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Art. 199. Caso o poder legislativo do ente federado interessado decida que a população

já se encontra suficientemente atendida pela justiça privada e de que é mais barato pagar

as tarifas de que trata o art. 197, inc. III, do que manter órgão próprio de justiça estatal,

é facultado:

I- à Câmara de Vereadores abolir a justiça municipal estatal não-marcial nos

municípios;

II- ao Congresso Provincial abolir a justiça provincial estatal não-marcial, na

província.

III- ao Congresso Nacional abolir a justiça estatal não-marcial da união, na União.

§1º. Em caso de abolição ou inexistência da justiça estatal não-marcial em qualquer

ente federado, suas tribunais e órgãos não-marciais poderão ser organizados, compostos

e mantidos livremente pela iniciativa privada, desde que respeitados os princípios

estabelecidos nesta Constituição, inclusive sobre os deveres dos juízes privados, a

suspeição e o impedimento de juízes, e os relativos ao processo de escolha de membros

para o tribunal, ressalvado, em qualquer caso, a atuação do Ministério Público como

fiscal da lei nos processos em que seja obrigatória a sua participação.

§2º. A critério do poder moderador de cada ente federado, seus órgãos de justiça marcial também poderão ser privatizados ou terem suas atividades terceirizadas para a justiça privada, nos termos da ordenação mor do respectivo ente, respeitada, em qualquer hipótese, o sigilo sobre as informações de que trata o art. 63, §1º.

Seção IV- Dos Agentes do Poder Judiciário

Art. 200. Exercem o poder judiciário:

I- o Tribunal do Júri e cada um dos jurados que o compõe;

II- os juízes privados e estatais atuantes em qualquer grau de jurisdição;

III- os tribunais de justiça estatais ou privadas, suas câmaras e turmas, quaisquer

delas.

Parágrafo Único. O serviço de justiça estatal será exercido em regime de livre

concorrência e cooperação com a iniciativa privada nos termos do art. 197, sendo

vedado ao estado estabelecer restrições ou regulamentar a atuação da justiça privada,

ressalvada as exceções estabelecidas por esta Constituição.

Art. 201. Compõe o poder judiciário:

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I- dos municípios:

a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição municipal;

b) O Tribunal de Justiça do Município, privada ou estatal;

II- das províncias:

a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição provincial;

b) O Tribunal de Justiça da Província, privada ou estatal;

III- da União:

a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição federal;

b) O Tribunal de Justiça Federal, privada ou estatal.

§1º. O Tribunal de Justiça do Município exerce jurisdição em todo município,

ressalvado os territórios e as faixas de fronteira, nos termos do art. 5º, §3º.

§2º. O Tribunal de Justiça da Província exerce jurisdição em toda província, ressalvado

os territórios e as faixas de fronteira, nos termos do art. 5º, §3º.

§3º. O Tribunal de Justiça Federal exerce jurisdição em todo Brasil, ressalvado os

territórios e as faixas de fronteiras, nos termos do art. 5º, §3º.

Art. 202. Caso seja necessário, devido ao volume de processos e ao tamanho da

população atendida, e desde que respeitado o disposto no art. 82 e no §1º deste artigo,

o número de juízes para compor os tribunais estatais de justiça poderá ser aumentado

ou diminuído de forma temporária ou permanente nos termos da lei mor do ente

federado interessado ou do edito mor do tribunal de justiça interessado.

§1º. Em qualquer caso, o número de juiz por localidade de que trata os incisos II e III

do art. 187 será o mesmo em todas elas, sendo vedado privilegiar uma localidade em

detrimento de outra.

§2º. É vedado aos tribunais de justiça das províncias e ao Tribunal de Justiça Federal

constituírem câmara ou turma para atender localidade ou município cuja média de

processos ali originados seja inferior à média de outras localidades do tribunal,

considerando a população atendida.

§3º. A divisão da província por comarcas e varas de primeiro grau será proporcional à

efetiva demanda judicial e à respectiva população nos termos da lei de cada província

ou do edito do tribunal da província.

§4º. Os tribunais de que trata os incisos II e III do art. 201 deverão ser constituídas

pelo poder legislativo no prazo de 90 dias a partir da promulgação desta Constituição

ou do surgimento da província, sob pena de dissolução do parlamento pelo chefe de

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estado, salvo se as tribunais já tiverem sido constituídas pela iniciativa privada nos

termos do art. 199, §1º.

§5º O tribunal de que trata a alínea “b”, inciso I, do art. 201, é de constituição

facultativa para o município a que se refere, não podendo o município, em nenhuma

hipótese, impedir a constituição de tribunal municipal privado nos termos do art. 199,

§1º.

§6º. A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nas

tribunais, câmaras e suas turmas as quais, nos dias em que não houver expediente

forense, funcionarão juízes em plantão permanente.

§7º. Qualquer cidadão poderá requerer ao Tribunal do Júri a responsabilização dos

agentes públicos que violarem o disposto neste artigo e em seus parágrafos.

§8º. As normas deste artigo não se aplicam aos tribunais privados de justiça, ressalvadas

as normas previstas nos §1º, §3º e §6º.

Seção V- Das Competência Gerais do Poder Judiciário

Subseção Primeira – Dos Princípios Gerais para Fixação de Competência

Art. 203. Lei processual de cada província estabelecerá as normas gerais para a fixação

da competência, bem como os critérios a serem adotados para a prorrogação ou

modificação da competência, observados os princípios gerais desta subseção, e os

seguintes princípios:

I- as causas poderão ser processadas e julgadas em qualquer um dos seguintes lugares:

a) no lugar da sede do juízo privado que as partes tiverem livremente aceito;

b) onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se

produziu ou deveria produzir-se o resultado;

c) onde esteja situado o bem ou o indivíduo sobre o qual se discute;

d) onde for domiciliada uma das partes.

II- Ressalvadas as competências da justiça marcial, o juiz de primeiro grau privado

ou estatal é competente para conhecer e julgar em primeira instância qualquer

demanda que esteja na área onde exerça jurisdição nos termos do art. 203 inc. I,

exceto se a demanda for de competência de outro órgão do poder judiciário nos

termos desta Constituição;

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§1º. A lei de cada província poderá estabelecer exceções em relação ao disposto no art.

203 inc. I para o fim de atender o disposto no art. 3º, §3º, inc. VII e no art. 3, §4º,

incisos III e VII.

§2º. A distribuição da petição inicial torna o juízo prevento, salvo quando ele não for o

competente pelo não atendimento de nenhum dos critérios estabelecidos no art. 203

inc. I ou por violação de competência absoluta a que se refere o art. 204.

§3º. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência.

Art. 204. É inderrogável por convenção das partes a competência:

I- fixada em juiz privado de primeiro grau em razão da livre aceitação das partes;

II- fixada pelo tribunal, qualquer delas, para si mesma ou para suas câmaras ou

turmas em razão da matéria ou do rito processual, desde que respeitadas as normas

estabelecidas por esta Constituição e ressalvada a competência da justiça marcial;

III- fixada pelo tribunal de justiça estatal da província para as varas de justiça estatal

de primeiro grau em razão da matéria ou do rito processual, desde que a vara exerça

jurisdição nas áreas a que se refere o art. 203 inc. I, salvo quando a demanda for de

competência de outro órgão do Poder Judiciário ou as partes tiverem aceito

livremente a jurisdição de juiz privado;

IV- fixada por convenção das partes, exceto se tiver havido vício de consentimento,

nos termos do Direito Privado da província onde o negócio tiver sido praticado.

Art. 205. A competência territorial do juízo prevento será estendida se a demanda

versar sobre coisa ou pessoa que também esteja situada em área de jurisdição

pertencente a outros juízes.

Art. 206. Onde inexistir Tribunal de justiça municipal privada ou estatal, caberá ao

Poder Judiciário da província conhecer e julgar as ações de competência da justiça

municipal.

Parágrafo Único. Uma vez constituído o tribunal de justiça municipal privado ou

estatal, o poder judiciário da província remeterá os processos que estiverem em sua

posse, no estado em que se encontrarem, para o juízo municipal competente, salvo

quando a ação estiver em curso em juízo privado.

Art. 207. Será utilizada a lei processual da província onde estiver situada a sede do juízo

de primeiro grau competente para o julgamento da demanda, inclusive quando se tratar

de processos da competência da justiça municipal onde houver.

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Art. 208. Ressalvadas as exceções expressas neste artigo, os conflitos de competência

serão resolvidos:

I- pelo tribunal, quando se tratar de conflito entre juízes de primeiro grau estatais ou

privados a ela vinculados;

II-pelo tribunal, quando se tratar de conflito entre câmaras a ela vinculadas;

III- pelas câmaras quando se tratar de conflito entre turmas da mesma câmara;

IV- pela câmara de justiça marcial do tribunal, quando o conflito envolver a justiça

marcial e outras câmaras ou turmas da mesmo tribunal;

§1º. Excepcionalmente, os conflitos de competência serão resolvidos:

I- pelo Tribunal de Justiça Federal, quando envolver:

a) juízes estatais ou privados de uma província com os de outra;

b) juízes estatais ou privados em que pelo menos um deles esteja investido de

jurisdição federal;

c) Tribunais de justiça de províncias diferentes;

d) Tribunal de Justiça Federal com tribunal de município ou de província;

e) Tribunal de Justiça Federal com juiz privado ou estatal de primeiro grau.

§2º. Observadas as regras deste artigo, o conflito será resolvido pela câmara de justiça

marcial do tribunal, quando o conflito envolver a justiça marcial e outras justiças.

Subseção Segunda – Da Competência dos Juízes de Primeiro Grau

Art. 209. Competem aos juízes privados ou estatais que exercem jurisdição de primeiro

grau:

I- nos municípios:

a) conciliar as partes e homologar acordos sobre temas de qualquer matéria,

inclusive marcial, desde que o acordo respeite o disposto no art. 5º, incisos I, V,

XVII; art. 13, incisos V e VI e art. 24 e seus incisos;

b) conhecer e julgar as contravenções penais;

c) conhecer e julgar, segundo os usos e costumes locais, qualquer causa de Direito

Privado que a lei da província tiver atribuído competência ao juizado especial;

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d) conhecer e julgar, segundo as leis aplicáveis, qualquer causa de Direito não-

privado que a lei da província ou a lei federal tenha atribuído competência ao

juizado especial.

II- na província:

a) conhecer e julgar, segundo os usos e costumes locais, qualquer causa de Direito

Privado que não seja de competência da justiça municipal;

b) conhecer e julgar, segundo as leis aplicáveis, qualquer causa de Direito não-

privado que não seja de competência originária de tribunal, câmara ou turma de

justiça, ressalvada a competência da justiça marcial;

c) conhecer e julgar as causas de competência da justiça municipal de primeiro

grau quando não houver justiça municipal privada ou estatal constituída no

município em que exercer jurisdição;

§1º. A existência da justiça municipal na localidade não impedirá os outros agentes do

poder judiciário de homologar acordo que as partes estabelecerem entre si para encerrar

demanda contenciosa em andamento, desde que respeitada a competência originária da

justiça municipal.

§2º. As sentenças homologatórias de acordo são irrecorríveis, salvo quando estiverem

maculadas por vício de ilegalidade, hipótese em que caberá proposição de ação rescisória

no agente do Poder Judiciário competente. Anulada a sentença homologatória de

acordo, a parte interessada poderá celebrar novo acordo ou propor novamente a

demanda no agente do poder judiciário competente.

Art. 210. Ressalvada a competência da justiça marcial, a justiça federal de primeiro grau

será exercida pelos juízes privados e estatais de primeiro grau:

I- do município, quando a causa for de competência do juizado especial;

II- da província, quando a causa for de competência do juizado especial e não houver

justiça municipal privada ou estatal constituída no município;

III- da província, quando a causa não for de competência originária de tribunal,

câmara ou turma de justiça federal.

Subseção Terceira – Das Competências Comuns de todos os Tribunais,

Câmaras e Turmas de Justiça

Art. 211. Compete privativamente aos tribunais de justiça, qualquer deles:

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I- elaborar seu regimento;

II- escolher seu premier, nos termos do regimento;

III- escolher o município que sediará o tribunal, desde que o município faça parte

do mesmo ente federativo ao qual o tribunal se vincula;

IV- criar, modificar e extinguir suas câmaras de justiça, ressalvada as câmaras de

existência obrigatória a que se referem o art. 222, o art. 231 e o art. 242;

V- adotar, caso se trate de órgão de justiça estatal, quaisquer das medidas previstas

no art. 158, inclusive às relacionadas a criação e extinção de cargos de juízes estatais

de primeiro grau, ressalvado o Tribunal de Justiça Federal que não possui cargos de

juízes estatais de primeiro grau;

VI- com exceção do tribunal de justiça dos municípios, escolher o município que

sediará cada câmara, podendo ser diferente do município escolhido para sede do

tribunal, desde que o município faça parte do mesmo ente federativo ao qual o

tribunal se vincula;

VII- compor as câmaras de justiça vinculadas ao tribunal de justiça;

VIII- delegar competência às câmaras de justiça para o julgamento das matérias de

sua especialidade e estabelecer as exceções que deverão ser julgadas pelo plenário do

tribunal, observado o disposto no art. 107, §1º;

IX- delegar as funções meramente administrativas, qualquer delas, nos termos do

art. 215, sendo vedado a lei infraconstitucional criar limitações nesse sentido;

X- Propor, por meio de edito, ao poder legislativo do ente federado a que se vincula:

a) qualquer projeto de lei de competência do poder judiciário;

b) qualquer projeto de lei que esta Constituição tenha atribuído a iniciativa por

edito;

XI- propor, por meio de edito, à Assembleia Legislativa da província onde se localiza

a sua sede, projeto de lei processual em relação a qualquer matéria passível de

deliberação pelo plenário do tribunal;

XII- expedir os atos institucionais de sua competência;

§1º. Os tribunais de justiça, quaisquer deles, aplicarão a lei processual da província do

município onde estiver situada a sua sede.

§2º. Quando se tratar de câmara de justiça marcial, os tribunais não possuírão

competência para deliberar sobre as regras previstas no caput deste artigo para os incisos

V, VI, VII, VIII, IX. Neste caso, competirá somente a respectiva câmara de justiça

marcial deliberar para si, com competência plena, sobre todas as matérias descritas nos

incisos do caput deste artigo, sem prejuízo das estabelecidas no art. 212.

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§3º. Quando se tratar de lei marcial de qualquer natureza, as tribunais não possuírão

competência para propor edito na forma prevista nos incisos X e XI do caput deste

artigo. Neste caso, a competência só poderá ser exercida pela respectiva câmara de

justiça marcial interessada.

§4º. Enquanto o projeto de edito de que trata o inc. XI do caput deste artigo não for

votado e sancionado, ele valerá como lei processual se ainda não existir lei processual

vigente sobre o tema.

§5º. Os tribunais de justiça deverão possuir, no mínimo, vinte e oito membros,

ressalvado o Tribunal de Justiça do município que poderá possuir, no mínimo, vinte

um membros ou quatorze membros nos termos do art. 222, §3º.

§6º. Quando o número total de juízes do tribunal resultar em número par, o juiz

premier não será contato para o quorum de votação e não votará nas deliberações.

Art. 212. Competem às câmaras de justiça, qualquer delas:

I- elaborar seu regimento;

II- escolher seu premier, nos termos do regimento;

III- criar, modificar e extinguir suas turmas de justiça;

IV- compor as turmas vinculadas à câmara de justiça;

V- delegar competência às turmas de justiça para o julgamento das matérias de sua

especialidade e estabelecer as exceções que deverão ser julgadas pelo plenário da

câmara de justiça;

VI- com exceção da câmara de justiça municipal, escolher o município que sediará

cada turma de justiça, podendo ser diferente do município escolhido para sede da

câmara, desde que o município faça parte do mesmo ente federativo ao qual o

tribunal se vincula;

VII- expedir os atos institucionais de sua competência;

VIII- propor ao tribunal de justiça a criação, modificação ou extinção de câmaras de

justiça especializadas.

IX- propor, por meio de edito, à assembleia legislativa da província onde se localiza

a sua sede, projeto de lei processual de sua área de especialidade.

§1º. As câmaras de justiça, quaisquer delas, aplicarão a lei processual da província do

município onde estiver situada a sua sede.

§2º. Enquanto o projeto de edito de que trata o inc. IX do caput deste artigo não for

votado e sancionado, ele valerá como lei processual se ainda não existir lei processual

vigente sobre o tema.

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§3º. As câmaras de justiça deverão possuir, no mínimo, sete membros.

§4º. Quando o número total de juízes da câmara resultar em número par, o juiz premier

não será contato para o quorum de votação e não votará nas deliberações.

Art. 213. Competem às turmas de justiça, qualquer delas:

I- elaborar seu regimento;

II- escolher seu premier, nos termos de seu regimento;

III- expedir os atos institucionais de sua competência;

IV- propor à câmara de justiça a criação, modificação ou extinção de turmas de

justiça especializadas;

V- propor, por meio de edito, à Assembleia Legislativa da Província onde se localiza

a sua sede, projeto de lei processual de sua área de especialidade.

§1º. As turmas de justiça, quaisquer delas, aplicarão a lei processual da província do

município onde estiver situada a sua sede.

§2º. As turmas de justiça deverão possuir, no mínimo, três membros.

§3º. Quando o número total de juízes da turma resultar em número par, o juiz premier

não será contato para o quorum de votação e não votará nas deliberações.

Art. 214. Aplicam-se as regras do art. 193, art. 194 e art. 195 aos juízes privados e

estatais atuantes nos tribunais, câmaras ou turmas de justiça, quaisquer deles.

Art. 215. Ressalvada às competências da justiça marcial, os tribunais de justiça estatais,

qualquer deles, poderão estabelecer órgãos administrativos e para eles delegar, por meio

de ato administrativo normativo, atribuição para:

I- organizar as secretarias e os serviços auxiliares da justiça, bem como a estrutura

administrativa dos juízos que forem vinculados ao tribunal;

II- autuar e distribuir processos;

III- exercer atividade correcional, quando não envolver exercício de jurisdição estatal;

IV- administrar o quadro de pessoal, inclusive no que diz respeito à concessão de

qualquer licença ou afastamento para juízes, servidores ou funcionários públicos que

forem vinculados à respectivo tribunal;

V- aplicar sanções administrativas, inclusive para juízes, ressalvada a competência do

Tribunal do Júri;

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VI- organizar, na forma prevista nesta Constituição, concurso público para

preenchimento de seus cargos, inclusive o de juiz estatal;

VII- sugerir ao tribunal a criação, extinção ou modificação de câmaras de justiça,

respeitados os limites estabelecidos por esta Constituição;

VIII- sugerir à câmara de justiça a criação, modificação ou extinção de turmas de

justiça;

IX- organizar a execução do orçamento, bem como elaborar a proposta orçamentária

do tribunal;

X- traduzir os atos judiciais e administrativos para os demais idiomas oficiais e

publicá-los;

XI- comprar bens e serviços para atender às necessidades do tribunal, câmaras,

turmas e varas de primeiro grau e outros órgãos a ela vinculados, respeitadas as

limitações desta Constituição;

XII- cooperar com outros entes federativos, seus poderes e órgãos para efeito de

cumprir o disposto no art. 139, §6º;

XIII- elaborar estatísticas relativas a prestação de serviço judiciário;

XIV- elaborar avaliações de desempenho;

XV- qualquer outra atividade meramente administrativa que não implique no

exercício de jurisdição.

§1º. O tribunal de justiça, a seu critério, poderá contratar empreendimento privado

para exercer qualquer atividade descrita nos incisos do art. 215.

§2º. Os tribunais de justiça poderão delegar, a seu critério, atribuições administrativas

as suas Câmaras.

§3º. As câmaras de justiça que detenham atribuições administrativas, poderão delegar,

a seu critério, atribuições administrativas as suas turmas.

§4º. Qualquer competência delegada na forma deste artigo pode ser avocada ou

revogada, a critério do órgão que a delegou.

§5º. O ato de revogação de competência, de que trata o §4º, deve ser aprovado pelo

mesmo meio utilizado para o ato de delegação.

§6º. O ato administrativo normativo de delegação de que trata o caput deste artigo

deverá ser aprovado nos termos do regimento do tribunal.

Art. 216. As câmaras de justiça marcial, quaisquer delas, no que for compatível,

poderão estabelecer órgãos administrativos e para eles delegar atribuições nos termos

do art. 215.

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Seção VI- Do Tribunal do Júri

Art. 217. Ressalvadas as competências da justiça marcial, o Tribunal Júri, composto por

21 cidadãos, é instituição essencial à defesa do Estado de Direito e a ele compete:

I- o Julgamento dos crimes dolosos e culposos praticados contra:

a) a vida;

b) o patrimônio que resulte em morte;

c) o patrimônio praticado com violência ou grave ameaça;

d) a integridade física;

e) a liberdade sexual;

f) crianças, adolescentes, idosos e outras pessoas vulneráveis em geral;

g) a liberdade de expressão nos termos do art. 14;

h) a segurança nacional;

i) terrorismo;

j) qualquer outro crime de sua competência estabelecida por esta Constituição ou

pela lei de cada província.

II- deliberar sobre a prisão em flagrante ou seu relaxamento, bem como a conversão

em prisão preventiva de agente político, qualquer deles, e de outras pessoas que com

ele tiver se associado para a praticar ato ilítico de qualquer natureza;

III- deliberar sobre a prisão em flagrante ou seu relaxamento, bem como a conversão

em prisão preventiva de pessoa que tiver cometido crime contra agente político,

qualquer deles, em razão do exercício da função pública;

IV- deliberar se o agente político preso em flagrante ou preventivamente de que trata

os incisos II e III deverá ser imediatamente afastado de suas funções enquanto

tramitar o inquérito ou a respectiva ação judicial;

V- deliberar se o agente político investigado ou processado de que trata os incisos II

e III deverá ser imediatamente afastado de suas funções enquanto tramitar o

inquérito ou a respectiva ação;

VI- deliberar sobre a concessão ou denegação de habeas corpus impetrado por agente

político nos casos relacionados aos incisos II e III, inclusive das pessoas associadas

com eles;

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VII- julgar qualquer agente político (inclusive juízes estatais e membros do Ministério Público), desde a expedição do diploma para os cargos eletivos, ou desde a posse ou contratação para os demais casos, por prática ato ilítico de qualquer natureza;

VIII- julgar os juízes privados, qualquer deles, em razão de ato ilítico cometido em razão do trabalho.

Art. 218. Aplicam-se aos jurados, no que for compatível, enquanto estiverem no

exercício de suas funções:

I- as mesmas prerrogativas e deveres dos juízes;

II- as regras relativas a impedimento e suspeição descritas nos art. 193, art. 194 e art.

195.

III- foro de julgamento dos agentes políticos para o caso de ilícitos praticados ou

sofridos em razão do exercício da função.

Art. 219. O Tribunal do Júri será constituído e dirigido:

I- pelo juiz privado de primeiro grau, nos termos do art. 197, ou por juiz estatal de

primeiro grau quando o crime for praticado por qualquer pessoa não especificada nos

incisos II e III do art. 219 e o crime não for de competência da justiça marcial das

províncias ou da União;

II- por juiz de tribunal de justiça da província quando a autoridade envolvida for:

a) vereador, deputado federal ou senador federal;

b) chefe de governo de município ou da União;

c) chefe de estado de município ou da União;

d) secretário de município ou secretário de estado;

e) delegado de polícia de município ou da União;

f) juiz de primeiro grau privado ou estatal, ou membros de Ministério Público que

não atue em tribunal de justiça, qualquer deles;

g) juiz de tribunal municipal de justiça e membros do Ministério Público que nele

atuem;

h) juiz de tribunal federal de justiça e membros do Ministério Público que nele

atuem;

i) comandante das forças armadas de município;

j) comandante do Estado-Maior das forças armadas da União;

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k) chefe de polícia municipal ou da União;

l) chefes de missão diplomática em caráter permanente;

m) outras autoridades municipais definidas pela lei do Município;

n) outras autoridades da União, definidas pela lei da União;

III- por juiz do Tribunal de justiça federal quando a autoridade for:

a) deputado estadual ou senador provincial;

b) chefe de estado ou de governo da província;

c) secretário de Província;

d) juiz de tribunal da província bem como os membros do Ministério Público que

nele atuem;

e) comandante das forças armadas da província;

f) delegado de polícia de província;

g) outras autoridades da província definidas pela lei da província.

§1º. Para atuar no Tribunal do Júri será indicado qualquer membro do Ministério

Público habilitado para atuar na instância do juiz que dirigir o Tribunal do Júri, desde

que não esteja impedido nos termos do art. 196.

§2º. Lei processual regulará a composição do Tribunal do Júri.

§3º. O juiz privado ou estatal que dirigir e organizar o Tribunal do Júri será chamado

de juiz premier;

§4º. As decisões interlocutórias serão tomadas pelos jurados, cabendo ao juiz premier

apenas reduzi-las a termo e determinar seu cumprimento.

Art. 220. As decisões e acórdãos do Tribunal do Júri são irrecorríveis, salvo o:

I- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:

a) violar norma municipal;

b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.

II- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município

quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso

de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município.

III- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:

a) violar norma provincial;

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b) violar interpretação pacífica de lei provincial normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 257 ou do art. 258.

IV- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província

quando a aplicação de norma provincial violar a norma Constitucional e não for caso

de recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província;

V- recurso especial para o Tribunal de Justiça Federal quando:

a) violar norma federal;

b) violar interpretação pacífica de lei federal normatizada em qualquer um dos atos

institucionais expedidos na forma do art. 259 ou do art. 260.

VI- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando

a aplicação de norma federal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso

especial para o Tribunal de Justiça Federal.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Art. 221. Caso a decisão ou o acórdão do Tribunal do Júri for anulado parcialmente em

grau de recurso, o juiz premier do Tribunal do Júri apresentará o que falta decidir ou

julgar para que os jurados deliberem.

§1º. Se a decisão ou o acórdão do Tribunal do Júri for anulado integralmente em grau

de recurso, o juiz premier do Tribunal do Júri dispensará todos os jurados e convocará

outros para decidir novamente a questão ou julgar o processo se for o caso.

§2º. Em qualquer hipótese de anulação, o juiz premier do Tribunal do Júri, antes de

iniciar a nova tomada de votos dos jurados, explicará a todos, de forma didática, as

razões jurídicas da anulação da decisão ou do acórdão, tomando todas as providências

preventivas necessárias para evitar a repetição do vício de legalidade. Em qualquer

hipótese, é vedado ao juiz premier tecer considerações de mérito sobre o caso para os

jurados, devendo suas explicações limitarem-se ao vício de legalidade, sob pena de

nulidade da decisão ou acórdão que vier a ser proferido pelo Tribunal do Júri, sem

prejuízo da responsabilização do juiz premier por prática de crime de abuso de

autoridade.

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Seção VII- Do Tribunal de Justiça Municipal

Subseção Primeira – Organização da Justiça do Município

Art. 222. O Tribunal de Justiça do Município será composto, obrigatoriamente, pelas

seguintes câmaras:

I- Câmara de Justiça;

II- Câmara de Justiça Marcial, ressalvado o disposto no §2º;

III- Câmara de Justiça Constitucional;

IV- outras câmaras criadas nos termos do art. 211, inc. IV;

§1º. As câmaras de justiça do município exercerão jurisdição em todo município,

ressalvado os territórios, nos termos do art. 5º, §3º.

§2º. A constituição da Câmara de Justiça Marcial (inc. II) será dispensada nos

municípios que não tiverem Forças Armadas ou, pelo menos, polícia militarizada.

§3º Os tribunais de justiça municipais que não tiverem constituído câmara de justiça

marcial em razão do disposto no §2º, terão seu número mínimo de membros reduzido

para quatorze.

§4º. Ressalvadas as competências da justiça marcial, Lei mor do município poderá

estabelecer outras competências para o Tribunal de Justiça do Município ou para suas

Câmaras e Turmas, desde que elas sejam compatíveis com os princípios adotados por

esta Constituição.

§5º. Qualquer matéria que a Lei mor de que trata o art. 222, §4º e esta Constituição

atribuam competência para julgamento à Tribunal de Justiça do Município, o tribunal

poderá delegar a competência para alguma câmara de justiça especializada, nos termos

do art. 211, inc. VIII, ressalvada a competência da Câmara de Justiça Marcial.

§6º. Qualquer matéria que a Lei mor de que trata o art. 222, §4º e que esta Constituição

atribuam competência para alguma Câmara ou Turma de Justiça vinculada ao Tribunal

de Justiça do Município, poderá ter sua competência delegada para outra Câmara de

Justiça especializada nos termos do art. 211, inc. VIII, ou para qualquer de suas Turmas

de Justiça Especializada, nos termos do art. 212, inc. V, ressalvada a competência da

Câmara de Justiça Marcial.

§7º. Caso seja necessário, o Tribunal de Justiça do Município ou a Câmara de Justiça

especializada expedirá ato institucional para corrigir a lei de que trata o §4º.

§8º. Para compor o tribunal de que trata o caput deste artigo, será escolhido na

localidade (art. 187, inc. I), qualquer juiz privado ou estatal que exerça jurisdição

municipal na forma prevista nos art. 186, art. 188, art. 189, art. 190, art. 191 e art. 192.

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Subseção Segunda – Das competências da Câmara de Justiça do

Município

Art. 223. Compete a Câmara de Justiça do Município decidir e julgar as causas

municipais que esta Constituição tenha atribuído competência aoTribunal de Justiça

do Município e que não sejam de competência, inclusive delegada, de outras câmaras

de justiça municipais:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados e dos juízes privados

e estatais de primeiro grau que exerçam jurisdição:

1. municipal;

2. do juizado especial provincial;

3. do juizado especial federal;

b) as causas entre órgãos do mesmo município;

c) o habeas corpus contra ato de juiz privado ou estatal de primeiro grau no

exercício de jurisdição municipal, o qual não será conhecido se o pedido violar o

disposto no art. 8º, inc. XIII;

II- em grau de recurso ordinário:

a) todas as causas decididas ou sentenciadas pelos juízes privados e estatais de

primeiro grau no exercício de jurisdição municipal, ressalvada a competência dos

outros agentes do poder judiciário;

b) todas as causas decididas ou sentenciadas pelos juízes privados e estatais de

primeiro grau no exercício de jurisdição do juizado especial provincial, ressalvada

a competência dos outros agentes do poder judiciário;

c) todas as causas decididas ou sentenciadas pelos juízes privados e estatais de

primeiro grau no exercício de jurisdição do juizado especial federal, ressalvada a

competência dos outros agentes do poder judiciário.

III- em grau de recurso especial, as demais causas que esta Constituição lhe tenha

atribuído competência.

Parágrafo Único. Lei mor do município disporá sobre as ações de competência da

justiça municipal, ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça

e sendo vedado, em qualquer hipótese, suprimir competência constitucional do juiz

privado e dos agentes do poder judiciário dos outros entes federativos.

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Art. 224. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça do Município são irrecorríveis,

salvo o:

I- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município

quando a aplicação de norma municipal violar esta Constituição e a solução do

conflito não estiver prevista em ato institucional expedido na forma do art. 256;

II- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:

a) violar norma provincial;

b) violar interpretação pacífica de lei provincial normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 257 ou do art. 258.

III- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província quando a aplicação de norma provincial violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província;

IV- recurso especial para o Tribunal de Justiça Federal quando:

a) violar norma federal;

b) violar interpretação pacífica de lei federal normatizada em qualquer um dos atos

institucionais expedidos na forma do art. 259 ou do art. 260.

V- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando

a aplicação de norma federal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso

especial para o Tribunal de Justiça Federal;

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Subseção Terceira – Das competências da Câmara de Justiça Marcial do

Município

Art. 225. Compete a Câmara de Justiça Marcial do Município processar e julgar:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias julgadas, em primeiro grau de

jurisdição, pelos juízes marciais do município ou pelo órgão colegiado marcial do

município.

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II- em grau de recurso ordinário, as infrações disciplinares militares e os crimes

militares decididos ou julgados, em primeiro grau de jurisdição, pelos juízes marciais

do município ou pelo órgão colegiado marcial do município.

III- em grau de recurso especial, as demais causas que esta Constituição lhe tenha

atribuído competência.

§1º. A Câmara de Justiça Marcial será presidida por um juiz do Tribunal de Justiça do

Município o qual não terá direito a voto, salvo quando o número de membros da

Câmara for par. Em qualquer caso, o juiz designado guardará sigilo sobre as matérias

de que trata o art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição. Os outros

membros da câmara serão exclusivamente militares, os quais serão escolhidos na forma

da ordenação a que se refere o art. 228.

§2º. A Critério da Câmara de Justiça Marcial do Município, seus serviços auxiliares

poderão ser executados, exclusivamente, por servidores militares do município.

Art. 226. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Marcial do Município são

irrecorríveis, salvo o disposto nos incisos do caput do art. 224.

§1º. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral ou

parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

§2º. Em qualquer hipótese, a Câmara de Justiça Marcial adotará as diligências cabíveis

para resguardar o sigilo das informações de que trata o art. 63, §1º, sob pena de

cometimento de crime de alta traição.

Art. 227. Ordenação do município definirá os crimes de competência da justiça marcial

do município.

Parágrafo Único. A lei de que trata o caput deste artigo poderá delegar competência

para os Comandos Maiores das Forças Armadas do município e para o Comando

Maior da Polícia Militar do munícipio para que eles regulamentem as infrações

disciplinares de seus membros e estabeleçam as respectivas punições.

Art. 228. A Justiça Marcial do município será organizada e estruturada por ordenação

mor do município, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 225 e nos seguintes

princípios:

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185

I- A primeira instância será formada, exclusivamente, por membros das Forças

Armadas do município ou da Polícia Militar do município, sendo vedada a escolha

de pessoas não submetidas a disciplina militar e a hierarquia militar para esse fim;

II- a primeira instância poderá ser constituída apenas por juiz marcial ou por órgão

colegiado, desde que respeitado o disposto no inc. I;

III- quando a matéria julgada for de interesse de mais de um Comando Superior das

Forças Armadas do município ou de mais um Comando das Polícias Militares do

município, o órgão colegiado de que trata o inc. II, obrigatoriamente, deverá ser

composto por membros provenientes de todos os Comandos, respeitado a igualdade

numérica entre eles;

IV- não será admitida a interposição de habeas corpus ou de mandado de segurança

contra as decisões de juiz marcial do município ou de Órgão Colegiado Marcial do

município;

§1º. O promotor de justiça municipal designado para atuar na justiça marcial do

município possui o dever de guardar sigilo sobre as matérias de que trata o art. 63, §1º,

sob pena de cometimento de crime de alta traição.

§2º. Se não houver Ministério Público constituído no município, caberá ao Ministério

Público da província atuar nos processos de competência da justiça marcial do

município, sem prejuízo do dever de guardar sigilo sobre as matérias de que trata o art.

63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição.

Subseção Quarta- Das Competências da Câmara de Justiça Constitucional

do Município

Art. 229. Compete a Câmara de Justiça Constitucional do Município a guarda da

Constituição no município, cabendo-lhe processar e julgar:

I- originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato administrativo municipal

e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou de ato administrativo

municipal;

b) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for

atribuição de qualquer dos poderes do Município;

c) a demanda que contestar a constitucionalidade de ato praticado por chefe de

estado de município que:

1. nomear ou recusar pessoa indicada para chefe de governo;

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2. nomear ou recusar pessoa indicada para secretário de município.

d) os demais casos previstos nesta Constituição.

II- extraordinariamente, as demais causas que esta Constituição lhe tenha atribuído

competência.

Art. 230. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Constitucional do Município

são irrecorríveis, salvo o:

I- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:

a) violar norma provincial;

b) violar interpretação pacífica de lei provincial normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 257 ou do art. 258.

II- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província quando a aplicação de norma provincial violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província;

III- recurso especial para o Tribunal de Justiça Federal quando:

a) violar norma federal;

b) violar interpretação pacífica de lei federal normatizada em qualquer um dos atos

institucionais expedidos na forma do art. 259 ou do art. 260.

I- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando a

aplicação de norma federal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso

especial para o Tribunal de Justiça Federal.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Seção VIII- Do Tribunal de Justiça da Província

Subseção Primeira – Organização da Justiça da Província

Art. 231. O Tribunal de Justiça da Província será composto, obrigatoriamente, no

mínimo, pelas seguintes Câmaras:

I- Câmara de Justiça;

II- Câmara de Justiça Eleitoral;

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187

III- Câmara de Justiça Marcial;

IV- Câmara de Justiça Constitucional.

V- outras câmaras criadas nos termos do art. 211, inc. IV;

§1º. As câmaras de justiça da província exercerão jurisdição em toda província,

ressalvado os territórios, nos termos do art. 5º, §3º.

§2º. Ressalvadas as competências da justiça marcial da província ou da União, Lei mor

da Província poderá estabelecer outras competências para o Tribunal de Justiça da

Província ou para suas Câmaras e Turmas, desde que elas sejam compatíveis com os

princípios adotados por esta Constituição.

§3º. Qualquer matéria que a Lei mor de que trata o art. 231, §2º e esta Constituição

atribuam competência para julgamento à Tribunal de Justiça da Província, o tribunal

poderá delegar a competência para alguma Câmara de Justiça especializada, nos termos

do art. 211, inc. VIII, ressalvada a competência da Câmara de Justiça Marcial.

§4º. Qualquer matéria que a lei mor de que trata o art. 231, §2º e que esta Constituição

atribuam competência para alguma Câmara ou Turma de Justiça vinculada ao Tribunal

de Justiça da Província, poderá ter sua competência delegada para outra Câmara de

Justiça especializada nos termos do art. 211, inc. VIII, ou para qualquer de suas Turmas

de Justiça Especializada, nos termos do art. 212, inc. V, ressalvada a competência da

Câmara de Justiça Marcial.

§5º. Caso seja necessário, o Tribunal de Justiça da Província ou a Câmara de Justiça

especializada expedirão ato institucional para corrigir a lei de que trata o §2º.

§6º. Para compor o tribunal de que trata o caput deste artigo, será escolhido um Juiz

por localidade (art. 187, inc. III), na forma prevista nos art. 186, art. 188, art. 189, art.

190, art. 191 e art. 192.

Subseção Segunda – Das Competências da Câmara de Justiça da Província

Art. 232. Ressalvada a competência originária da Câmara de Justiça do Município,

compete a Câmara de Justiça da Província decidir e julgar as causas provinciais que esta

Constituição tenha atribuído competência ao Tribunal de Justiça da Província e que

não sejam de competência, inclusive delegada, de outras câmaras de justiça provinciais:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados e dos juízes privados

e estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição provincial;

b) as causas entre municípios de uma mesma província;

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c) o habeas corpus contra ato de juiz privado ou estatal de primeiro grau no

exercício de jurisdição do Poder Juciário da província, o qual não será conhecido

se o pedido violar o disposto no art. 8º, inc. XIII;

d) as ações de competência originária de Câmara de Justiça do Município quando

não houver tribunal de justiça municipal constituída no município;

II- em grau de recurso ordinário:

a) todas as causas decididas ou sentenciadas pelos juízes privados e estatais de

primeiro grau no exercício de jurisdição do poder juciário da província, ressalvada

a competência dos outros agentes do poder judiciário;

b) as ações de direito provincial que deveriam ser decididas ou sentenciadas em

grau de recurso ordinário pela câmara de justiça do município quando não houver

tribunal de justiça municipal constituída no município;

III- em grau de recurso especial, as causas provinciais que esta Constituição tenha

atribuído competência à Tribunal de Justiça da Província e que não sejam de

competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça da província.

§1º. Lei mor da província disporá sobre as ações de competência da justiça provincial,

ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça e sendo vedado,

em qualquer hipótese, suprimir competência constitucional do juiz privado e dos

agentes do poder judiciário dos outros entes federativos.

Art. 233. As decisões da Câmara de Justiça da Província são irrecorríveis, salvo o:

I- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província

quando a aplicação de norma provincial violar esta Constituição e a solução do

conflito não estiver prevista em ato institucional expedido na forma do art. 258;

II- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:

a) violar norma municipal;

b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.

III- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município;

IV- recurso especial para o Tribunal de Justiça Federal quando:

a) violar norma federal;

b) violar interpretação pacífica de lei federal normatizada em qualquer um dos atos

institucionais expedidos na forma do art. 259 ou do art. 260.

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V- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando

a aplicação de norma federal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso

especial para o Tribunal de Justiça Federal.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Subseção Terceira – Das Competência da Câmara de Justiça Eleitoral da

Província

Art. 234. Ressalvada a competência originária do Tribunal de Justiça do Município,

Compete a Câmara de Justiça Eleitoral da Província processar e julgar:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados e dos juízes privados

e estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição eleitoral provincial;

b) o habeas corpus contra ato de juiz privado ou estatal de primeiro grau investidos

de jurisdição eleitoral provincial, o qual não será conhecido se o pedido violar o

disposto no art. 8º, inc. XIII; ressalvada a competência do Tribunal do Júri em

qualquer caso;

c) o registro e o cancelamento de registro de candidatos a vereador;

d) as impugnações à apuração do resultado das eleições municipais, proclamação

dos eleitos e expedição de diploma para os cargos eletivos do município, inclusive

por eleição indireta;

e) outras competências que lhe tenham sido atribuídas pela lei mor de que trata o

§1º ou pelos art. 130 e art. 146, §4º, desde que respeitados os princípios desta

Constituição;

f) as ações de direito eleitoral provincial que deveriam ser decididas ou

sentenciadas originariamente pelo Tribunal de Justiça do Município quando não

houver tribunal de justiça municipal constituída no município;

g) outras competências que lhe tenham sido atribuídas pela lei mor de que trata o

§1º ou pelos art. 130 e art. 146, §4º, desde que respeitados os princípios desta

Constituição.

II- em grau de recurso ordinário:

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a) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelos juízes privados e

estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição eleitoral provincial, ressalvada

a competência do Tribunal do Júri;

b) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelas juntas eleitorais

provinciais, ressalvadas a competência do Tribunal do Júri e da Justiça Eleitoral

Federal;

c) as ações de direito eleitoral provincial que deveriam ser decididas ou

sentenciadas em grau de recurso ordinário pelo Tribunal de Justiça do Município

quando não houver tribunal de justiça municipal constituída no município;

III- em grau de recurso especial, as causas provinciais eleitorais que esta Constituição

tenha atribuído competência à Tribunal de Justiça da Província e que não sejam de

competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça da província.

§1º. Lei mor da província disporá sobre as ações de competência da Justiça Provincial

Eleitoral, ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça

provincial e sendo vedado, em qualquer hipótese, suprimir a competência do juiz

privado e dos agentes do poder judiciário dos outros entes federativos.

§2º. Aplicam-se aos integrantes das juntas eleitorais provinciais, aos mesários

provinciais e aos fiscais do juízo eleitoral provincial, no que for compatível, enquanto

estiverem no exercício de suas funções:

I- as mesmas prerrogativas dos juízes;

II- as regras relativas a impedimento e suspeição descritas nos art. 193, art. 194 e art.

195.

III- foro de julgamento dos agentes políticos para os atos ilícitos praticados ou

sofridos em razão do exercício da função.

Art. 235. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Eleitoral da Província são

irrecorríveis, salvo o disposto nos incisos do caput do art. 233.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Subseção Quarta – Das competências da Câmara de Justiça Marcial da

Província

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Art. 236. Ressalvada a competência originária da Câmara de Justiça Marcial do

Município, compete a Câmara de Justiça Marcial da Província processar e julgar:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias julgadas, em primeiro grau de

jurisdição, pelos juízes marciais da província ou pelo órgão colegiado marcial da

província;

c) as ações de competência originária da Câmara de Justiça Marcial do município

quando não houver câmara de justiça marcial municipal constituída no município;

II- em grau de recurso ordinário:

a) as infrações disciplinares militares e os crimes militares decididos ou

sentenciados, em primeiro grau de jurisdição, pelos juízes marciais da província

ou pelo órgão colegiado marcial da província;

b) as ações que deveriam ser decididas ou sentenciadas em grau de recurso

ordinário pela Câmara de Justiça Marcial do município quando não houver câmara

de justiça marcial municipal constituída no município;

III- em grau de recurso especial, as causas provinciais marciais que esta Constituição

tenha atribuído competência à Tribunal de Justiça da Província e que não sejam de

competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça da província.

§3º. A Câmara de Justiça Marcial será presidida por um juiz do Tribunal de Justiça da

província o qual não terá direito a voto, salvo quando o número de membros da câmara

for par. Em qualquer caso, o juiz designado guardará sigilo sobre as matérias de que

trata o art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição. Os outros

membros da câmara serão exclusivamente militares, os quais serão escolhidos na forma

da ordenação a que se refere o art. 239.

§4º. A Critério da Câmara de Justiça Marcial da província, seus serviços auxiliares

poderão ser executados, exclusivamente, por servidores militares da província.

Art. 237. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Marcial da província são

irrecorríveis, salvo o disposto nos incisos do caput do art. 233.

§1º. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral ou

parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

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§2º. Em qualquer hipótese, a Câmara de Justiça Marcial adotará as diligências cabíveis

para resguardar o sigilo das informações de que trata o art. 63, §1º, sob pena de

cometimento de crime de alta traição.

Art. 238. Ordenação da província definirá os crimes de competência da justiça marcial

da província.

Parágrafo Único. A lei de que trata o caput deste artigo poderá delegar competência

para os Comandos Maiores das Forças Armadas da Província e para o Comando Maior

da Polícia na Província para que elas regulamentem as infrações disciplinares de seus

membros e estabeleçam as respectivas punições.

Art. 239. A justiça marcial da província será organizada e estruturada por ordenação

mor da província, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 236 e nos seguintes

princípios:

I- A primeira instância será formada, exclusivamente, por membros das Forças

Armadas da província ou da Polícia Militar da província, sendo vedada a escolha de

pessoas não submetidas a disciplina militar e a hierarquia militar para esse fim;

II- a primeira instância poderá ser constituída apenas por juiz marcial ou por órgão

colegiado, desde que respeitado o disposto no inc. I;

III- quando a matéria julgada for de interesse de mais de um Comando Superior das

Forças Armadas da Província ou de mais um Comando das Polícias Militares da

Província, o órgão colegiado de que trata o inc. II, obrigatoriamente, deverá ser

composto por membros provenientes de todos os Comandos, respeitada a igualdade

numérica entre eles;

IV- não será admitida a interposição de habeas corpus ou de mandado de segurança

contra as decisões de juiz marcial da província ou de órgão colegiado marcial da

província;

Parágrafo Único. O promotor de justiça da província designado para atuar na justiça

marcial da província possui o dever de guardar sigilo sobre as matérias de que trata o

art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição.

Subseção Quinta- Das Competências da Câmara de Justiça Constitucional

da Província

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Art. 240. Compete a Câmara de Justiça Constitucional da província a guarda da

Constituição na província, cabendo-lhe processar e julgar:

I- originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato administrativo provincial;

b) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for

atribuição de qualquer dos poderes da província;

c) a demanda que contestar a constitucionalidade de ato praticado por chefe de

estado de município que:

1. nomear ou recusar a indicação de juiz para compor tribunal municipal;

2. nomear ou recusar a indicação de promotor de justiça para atuar em tribunal

municipal.

d) a demanda que contestar a constitucionalidade de ato praticado por chefe de

estado de província que:

1. nomear ou recusar pessoa indicada para chefe de governo;

2. nomear ou recusar pessoa indicada para secretário de província;

3. nomear ou recusar a indicação de Juiz para compor Tribunal de justiça

federal;

4. nomear ou recusar a indicação de promotor de justiça para atuar em Tribunal

de justiça federal.

e) as ações de competência originária da Câmara de Justiça Constitucional do

município quando não houver Tribunal de justiça municipal constituída no

município;

f) os demais casos previstos nesta Constituição.

II- extraordinariamente:

a) as ações de competência extraordinária da Câmara de Justiça Constitucional do

município quando não houver Tribunal de justiça municipal constituída no

município

b) as demais causas que esta Constituição lhe tenha atribuído competência.

Art. 241. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Constitucional da província são

irrecorríveis, salvo o:

I- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:

a) violar norma municipal;

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194

b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.

II- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município;

III- recurso especial para o Tribunal de Justiça Federal quando:

a) violar norma federal;

b) violar interpretação pacífica de lei federal normatizada em qualquer um dos atos

institucionais expedidos na forma do art. 259 ou do art. 260.

IV- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando

a aplicação de norma federal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso

especial para o Tribunal de Justiça Federal.

Seção IX- Do Tribunal de Justiça Federal

Subseção Primeira – Organização da Justiça Federal

Art. 242. O Tribunal de Justiça Federal será composto, obrigatoriamente, no mínimo,

pelas seguintes Câmaras:

I- Câmara de Justiça Federal;

II- Câmara de Justiça Eleitoral Federal;

III- Câmara de Justiça Marcial Federal;

IV- Câmara de Justiça Federal Constitucional;

V- outras câmaras criadas nos termos do art. 211, inc. IV;

§1º. As câmaras de justiça federal exercerão jurisdição em todo Brasil, ressalvado os

territórios e faixas de fronteira, nos termos do art. 5º, §3º.

§2º. Ressalvadas as competências da justiça marcial, lei mor da União poderá

estabelecer outras competências para o Tribunal de Justiça Federal ou para suas câmaras

e turmas, desde que elas sejam compatíveis com os princípios adotados por esta

Constituição.

§3º. Qualquer matéria que a lei mor de que trata o art. 242, §2º e esta Constituição

atribuam competência para julgamento ao Tribunal de Justiça Federal, o tribunal

poderá delegar a competência para alguma câmara de justiça especializada, nos termos

do art. 211, inc. VIII, ressalvadas as competências das câmaras de justiça marcial,

qualquer delas.

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195

§4º. Qualquer matéria que a lei mor de que trata o art. 242, §2º e que esta Constituição

atribuam competência para alguma câmara ou turma de justiça vinculada ao Tribunal

de Justiça Federal, poderá ter sua competência delegada para outra câmara de justiça

especializada nos termos do art. 211, inc. VIII, ou para qualquer de suas turmas de

justiça especializada, nos termos do art. 212, inc. V, ressalvadas as competências da

Câmara de Justiça Marcial Federal.

§5º. Caso seja necessário, o Tribunal de Justiça Federal ou a Câmara de Justiça

especializada expedirá ato institucional para corrigir a lei de que trata o §2º.

§6º. Para compor o tribunal de que trata o caput deste artigo, será escolhido um Juiz

por localidade (art. 187, inc. II), na forma prevista nos art. 186, art. 188, art. 189, art.

190, art. 191 e art. 192.

Subseção Segunda – Das competências da Câmara de Justiça Federal

Art. 243. Ressalvada a competência originária da Câmara de Justiça do Município,

compete a Câmara de Justiça Federal decidir e julgar as causas federais que esta

Constituição tenha atribuído competência ao Tribunal de Justiça Federal e que não

sejam de competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça

federal:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias:

1. de seus julgados;

2. dos juízes privados e estatais de primeiro grau que estiverem investidos de

jurisdição federal;

b) o habeas corpus contra ato de juiz privado ou estatal de primeiro grau investido

de jurisdição federal, o qual não será conhecido se o pedido violar o disposto no

art. 8º, inc. XIII;

c) as causas entre a União e alguma província;

d) as causas entre duas ou mais províncias;

e) as causas entre o município de uma província com o município de outra;

f) litígio de nação estrangeira ou organismo internacional contra Município,

Província ou União;

g) a extradição solicitada por nação estrangeira;

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196

h) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas

rogatórias;

i) as ações federais de competência originária da Câmara de Justiça do município

quando não houver tribunal de justiça municipal constituída no município;

II- em grau de recurso ordinário, as decisões e sentenças de juiz privado ou estatal

de primeiro grau, inclusive os municipais, que estiverem investidos de jurisdição

federal, ressalvada a competência dos outros agentes do poder judiciário.

a) todas as causas decididas ou sentenciadas pelos juízes privados e estatais de

primeiro grau no exercício de jurisdição do poder juciário federal, ressalvada a

competência dos outros agentes do poder judiciário;

b) as ações de direito federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas em grau

de recurso ordinário pela Câmara de Justiça do Município quando não houver

tribunal de justiça municipal constituída no município;

III- em grau de recurso especial, as causas federais que esta Constituição tenha

atribuído competência à Tribunal de Justiça Federal e que não sejam de competência,

inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça federal.

Parágrafo Único. Lei mor da União disporá sobre as ações de competência da justiça

federal comum, ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça e

sendo vedado, em qualquer hipótese, suprimir competência constitucional do juiz

privado e dos agentes do poder judiciário dos outros entes federativos.

Art. 244. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Federal são irrecorríveis, salvo

o:

I- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando a

aplicação de norma federal violar esta Constituição e a solução do conflito não estiver

prevista em ato institucional expedido na forma do art. 260;

II- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:

a) violar norma municipal;

b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.

III- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município;

IV- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:

a) violar norma provincial;

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197

b) violar interpretação pacífica de lei provincial normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 257 ou do art. 258.

V- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província quando a aplicação de norma provincial violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província;

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Subseção Terceira – Das Competência da Câmara de Justiça Eleitoral

Federal

Art. 245. Ressalvada a competência originária do Tribunal de Justiça do Município,

compete a Câmara de Justiça Eleitoral Federal processar e julgar:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados e dos juízes privados

e estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição eleitoral federal;

b) o habeas corpus contra ato de juiz privado ou estatal de primeiro grau investidos

de jurisdição eleitoral federal, o qual não será conhecido se o pedido violar o

disposto no art. 8º, inc. XIII; ressalvada a competência do Tribunal do Júri em

qualquer caso;

c) o registro e o cancelamento de registro de candidatos a deputado de província,

deputado federal e a senador de província;

d) o registro e a cassação de registro de partidos políticos;

e) as impugnações à apuração do resultado provincial, proclamação dos eleitos e

expedição de diploma para os cargos eletivos da província, inclusive por eleição

indireta;

f) as impugnações à apuração do resultado nacional, proclamação dos eleitos e

expedição de diploma para os cargos eletivos da União, inclusive por eleição

indireta;

g) as ações de direito eleitoral federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas

originariamente pelo Tribunal de Justiça do Município quando não houver

Tribunal de justiça municipal constituída no município;

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198

h) outras competências que lhe tenham sido atribuídas pela lei mor de que trata o

§1º ou pelos art. 130 e art. 146, §4º, desde que respeitados os princípios desta

Constituição.

II- em grau de recurso ordinário:

a) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelos juízes privados e

estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição eleitoral federal, ressalvada a

competência do Tribunal do Júri;

b) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelas juntas eleitorais

federais, ressalvadas a competência do Tribunal do Júri e da Justiça Eleitoral

Provincial;

c) as ações de direito eleitoral federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas

em grau de recurso ordinário pelo Tribunal de Justiça do Município quando não

houver tribunal de justiça municipal constituída no município;

III- em grau de recurso especial, as causas federais eleitorais que esta Constituição

tenha atribuído competência à Tribunal de Justiça Federal e que não sejam de

competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça federal.

§1º. Lei mor da União disporá sobre as ações de competência da justiça federal eleitoral,

ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça federal e sendo

vedado, em qualquer hipótese, suprimir a competência do juiz privado e dos agentes do

poder judiciário dos outros entes federativos.

§2º. Aplicam-se aos integrantes das juntas eleitorais federais, aos mesários federais e

aos fiscais do juízo eleitoral federal, no que for compatível, enquanto estiverem no

exercício de suas funções:

I- as mesmas prerrogativas dos juízes;

II- as regras relativas a impedimento e suspeição descritas nos art. 193, art. 194 e art.

195.

III- foro de julgamento dos agentes políticos para os atos ilícitos praticados ou

sofridos em razão do exercício da função.

Art. 246. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Eleitoral Federal são

irrecorríveis, salvo o disposto nos incisos do caput do art. 244.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

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199

Subseção Quarta – Das competências da Câmara de Justiça Marcial

Federal

Art. 247. Ressalvada a competência originária da Câmara de Justiça Marcial do

Município, compete a Câmara de Justiça Marcial Federal processar e julgar:

I- originariamente:

a) as revisões criminais e as ações rescisórias:

1. de seus julgados;

2. dos juízes privados e estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição

marcial federal;

3. dos órgãos colegiados marciais de primeiro grau no exercício de jurisdição

marcial federal;

b) as ações de direito marcial federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas

originariamente pela Câmara de Justiça Marcial do Município quando não houver

câmara de justiça marcial municipal constituída no município.

II- em grau de recurso ordinário:

a) as infrações disciplinares militares e os crimes militares decididos ou

sentenciados:

1. pelos juízes privados e estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição

marcial federal;

2. pelos órgãos colegiados marciais de primeiro grau no exercício de jurisdição

marcial federal;

b) as decisões ou sentenças militares proferidas em território ou faixas de fronteira

que a norma militar aplicável tiver facultado recurso para a Câmara de Justiça

Marcial Federal;

c) as ações de direito marcial federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas

em grau de recurso ordinário pela Câmara de Justiça Marcial do Município

quando não houver câmara de justiça marcial municipal constituída no município.

III- em grau de recurso especial, as causas federais marciais que esta Constituição

tenha atribuído competência ao Tribunal de Justiça Federal e que não sejam de

competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça federal;

§1º. A Câmara de Justiça Marcial Federal será presidida por um Juiz do Tribunal de

Justiça Federal o qual não terá direito a voto, salvo quando o número de membros da

Câmara for par. Em qualquer caso, o juiz designado guardará sigilo sobre as matérias

de que trata o art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição. Os outros

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membros da câmara serão exclusivamente militares, os quais serão escolhidos na forma

da ordenação a que se refere o art. 250.

§2º. A Critério da Câmara de Justiça Marcial Federal, seus serviços auxiliares poderão

ser executados, exclusivamente, por servidores militares da União.

Art. 248. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Marcial Federal são irrecorríveis,

salvo o disposto nos incisos do caput do art. 244.

§1º. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral ou

parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

§2º. Em qualquer hipótese, a Câmara de Justiça Marcial adotará as providências

cabíveis para resguardar o sigilo das informações de que trata o art. 63, §1º, sob pena

de cometimento de crime de alta traição.

Art. 249. Ordenação da União definirá os crimes de competência da Justiça Marcial

Federal.

Parágrafo Único. A lei de que trata o caput deste artigo poderá delegar competência

para os Comandos Maiores das Forças Armadas da União e para o Comando Maior

da Polícia da União para que elas regulamentem as infrações disciplinares de seus

membros e estabeleçam as respectivas punições.

Art. 250. A Justiça Marcial Federal será organizada e estruturada por ordenação mor

da União, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 247 e nos seguintes princípios:

I- A primeira instância será formada, exclusivamente, por membros das Forças

Armadas da União ou da Polícia Militar da União, sendo vedado a escolha de pessoas

não submetidas a disciplina militar e a hierarquia militar para esse fim;

II- a primeira instância poderá ser constituída por juiz marcial federal ou por órgão

colegiado federal, desde que respeitado o disposto no inc. I;

III- quando a matéria julgada for de interesse de mais de um Comando Superior das

Forças Armadas da União ou de mais um Comando das Polícias Militares da União,

o órgão colegiado de que trata o inc. II, obrigatoriamente, deverá ser composto por

membros provenientes de todos os Comandos, respeitado a igualdade numérica

entre eles.

IV- não será admitida a interposição de habeas corpus ou de mandado de segurança

contra as decisões de juiz marcial federal ou de órgão colegiado marcial federal.

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V- o membro do Ministério Público da União designado para atuar na Justiça

Marcial da União possui o dever de guardar sigilo sobre as matérias de que trata o

art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição.

Subseção Quinta- Das Competências da Câmara de Justiça Constitucional

Federal

Art. 251. Compete a Câmara de Justiça Constitucional Federal a guarda da

Constituição, cabendo-lhe:

I- processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato administrativo federal e

a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou de ato administrativo federal;

b) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for

atribuição de qualquer dos poderes da União;

c) a demanda que contestar a constitucionalidade de ato praticado por chefe de

estado de província que:

1. nomear ou recusar a indicação de juiz para compor tribunal da província;

2. nomear ou recusar a indicação de promotor de justiça para atuar em tribunal

de província.

d) a demanda que contestar a constitucionalidade de ato praticado por chefe de

estado da União que:

1. nomear ou recusar pessoa indicada para chefe de governo;

2. nomear ou recusar pessoa indicada para secretário de estado;

e) os demais casos previstos nesta Constituição.

II- em grau de recurso extraordinário, as demais causas que esta Constituição lhe

tenha atribuído competência.

Art. 252. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Constitucional Federal são

irrecorríveis, salvo o:

I- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:

a) violar norma municipal;

b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.

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202

II- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município;

III- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:

a) violar norma provincial;

b) violar interpretação pacífica de lei provincial normatizada em qualquer um dos

atos institucionais expedidos na forma do art. 257 ou do art. 258.

IV- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional da Província

quando a aplicação de norma provincial violar a norma Constitucional e não for caso

de recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província.

Parágrafo Único. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral

ou parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,

em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a

competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.

Seção X- Dos Atos Institucionais

Subseção Primeira- Dos Atos Institucionais em Geral

Art. 253. Os Tribunais de justiça, suas câmaras e turmas poderão, qualquer deles, de

ofício, para evitar a multiplicação de processos sobre questão idêntica ou assemelhada,

mediante decisão da maioria absoluta de seus membros, após reiteradas decisões ou

sentenças sobre matéria que lhes compete, expedir ato institucional com força de lei

para colocar fim em qualquer controvérsia jurídica com repercussão geral.

§1º. Considera-se reiterada a decisão ou sentença, quando o tribunal, suas Câmaras ou

Turmas já tiverem se manifestado mais de cem vezes, no mesmo semestre, sobre a

mesma questão jurídica de fundo em diferentes processos;

§2º. O ato institucional poderá, além das medidas previstas para cada tribunal:

I- retificar ou atualizar os termos antiquados que se encontrem na norma objeto de

revisão, dentre eles:

a) os modos de escrita ultrapassados;

b) os índices de atualização de preços revogados ou inexistentes;

c) os equipamentos e as tecnologias obsoletas referidas na norma;

d) as referências a outras normas já revogadas;

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203

e) as referências a artigo de norma posteriormente alterado que já não guarde

relação com a referência original;

f) as referências a moedas extintas;

g) as referências a órgãos públicos extintos ou que tiveram sua denominação

alterada;

h) as referências a cargos públicos extintos ou que tiveram sua denominação

alterada;

i) as referências a profissões extintas ou que tiveram sua denominação alterada;

j) outras hipóteses previstas pela lei mor do ente federativo a que pertencer o

tribunal;

II- corrigir os erros materiais presentes na norma objeto de revisão, dentre eles:

a) os erros de cálculo;

b) os eufemismos;

c) os preciosismos;

d) os erros de ortografia e de gramática;

e) outras hipóteses previstas pela lei mor do ente federativo a que pertencer o

tribunal;

§3º. Para o fim do disposto nesta seção, considera-se coerente as normas e institutos

jurídicos não-contraditórios entre si, segundo os parâmetros estabelecidos pelos

princípios lógicos da identidade, da não contradição e do terceiro-excluído.

§4º. Considera-se harmônico o ordenamento jurídico que obedece ao disposto no §3º,

levando-se em conta o disposto no §5º.

§5º. Não existe omissão ou contradição na Constituição, sendo vedado a qualquer juiz

alterar a Constituição por meio de ato institucional, salvo as hipóteses previstas nos

incisos I e II do §2º.

§6º. Quando o ato institucional recair sobre texto desta Constituição, ele não terá

vigência imediata e deverá ser proposto na forma prevista no §2º, do art. 40 e só terá

vigência após aprovado e promulgado nos termos do art. 45, §3º.

Art. 254. O ato institucional será sancionado pelo juiz premier do tribunal, câmara ou

turma que o expediu e vigorará como lei para todos os efeitos, salvo o disposto no art.

253, §6º.

Parágrafo Único. O ato institucional não é definitivo e pode ser modificado por

iniciativa do poder que possuir competência para dispor da matéria.

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204

Subseção Segunda- Dos Atos Institucionais do Tribunal de Justiça do

Município

Art. 255. O Tribunal de Justiça do Município, suas câmaras e turmas, ressalvada a

competência da Câmara de Justiça Constitucional do Município prevista no art. 256,

poderão expedir ato institucional para:

I- retificar ato administrativo municipal ou parte dele para torná-lo compatível com

a lei municipal quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

II- retificar lei municipal ou parte dela para eliminar a incoerência com outras leis

municipais ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter

a harmonia do ordenamento jurídico municipal, quando esta medida bastar para

interromper a multiplicação de demandas;

III-revogar ato administrativo municipal ou parte dele, quando extrapolar o disposto

na lei municipal e esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência

do município, quando inexistir lei municipal ou ela for insuficiente para regular o

instituto na sua integralidade de forma coerente com as demais leis municipais, e

nenhuma das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a

multiplicação de demandas.

Parágrafo Único. Os atos institucionais expedidos na forma deste artigo não poderão

contrariar o conteúdo dos atos institucionais expedidos na forma do art. 256, sob pena

de nulidade.

Art. 256. A Câmara de Justiça Constitucional do Município e suas turmas poderão

expedir ato institucional para:

I- retificar ato administrativo municipal ou parte dele para torná-lo compatível com

a Constituição quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

II- retificar lei municipal ou parte dela para eliminar a incoerência dela com esta

Constituição ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter

a harmonia do ordenamento jurídico municipal com os princípios desta

Constituição, quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

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205

III- revogar lei municipal ou parte dela, quando ela tiver sido declarada

inconstitucional, quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência

do município, quando inexistir lei municipal ou ela for insuficiente para regular o

instituto na sua integralidade de forma coerente com esta Constituição e nenhuma

das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação

de demandas.

V- regulamentar a aplicação de dispositivo desta Constituição quando a competência

for do município e ele tiver se omitido, nos termos do art. 107, §2º.

Parágrafo Único. A Câmara de Justiça Constitucional do Município interpretará a

Constituição da forma mais fiel possível e sempre com obediência aos princípios

estabelecidos no art. 1º e no art. 2º, sob pena do município sofrer intervenção na forma

prevista no art. 103, inc. V, alínea “a”.

Subseção Terceira- Dos Atos Institucionais do Tribunal de Justiça da

Província

Art. 257. O Tribunal de Justiça da Província, suas câmaras e turmas, ressalvada a

competência da Câmara de Justiça Constitucional da província prevista no art. 258,

poderão expedir ato institucional para:

I- retificar ato administrativo provincial ou parte dele para torná-lo compatível com

a lei provincial quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

II- retificar lei provincial ou parte dela para eliminar a incoerência com outras leis

provinciais ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter a

harmonia do ordenamento jurídico provincial, quando esta medida bastar para

interromper a multiplicação de demandas;

III-revogar ato administrativo provincial ou parte dele, quando extrapolar o disposto

na lei provincial e esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência

da província, quando inexistir lei provincial ou ela for insuficiente para regular o

instituto na sua integralidade de forma coerente com as demais leis provinciais, e

nenhuma das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a

multiplicação de demandas.

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206

Parágrafo Único. Os atos institucionais expedidos na forma deste artigo não poderão

contrariar o conteúdo dos atos institucionais expedidos na forma do art. 258, sob pena

de nulidade.

Art. 258. A Câmara de Justiça Constitucional da Província e suas turmas poderão

expedir ato institucional para:

I- retificar ato administrativo provincial ou parte dele para torná-lo compatível com

a Constituição quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

II- retificar lei provincial ou parte dela para eliminar a incoerência dela com esta

Constituição ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter

a harmonia do ordenamento jurídico provincial com os princípios desta

Constituição, quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

III- revogar lei provincial ou parte dela, quando ela tiver sido declarada

inconstitucional, quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência

da província, quando inexistir lei provincial ou ela for insuficiente para regular o

instituto na sua integralidade de forma coerente com esta Constituição e nenhuma

das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação

de demandas.

V- regulamentar a aplicação de dispositivo desta Constituição quando a competência

for da província e ela tiver se omitido, nos termos do art. 107, §2º.

Parágrafo Único. A Câmara de Justiça Constitucional da Província interpretará a

Constituição da forma mais fiel possível e sempre com obediência aos princípios

estabelecidos no art. 1º e no art. 2º, sob pena da província sofrer intervenção na forma

prevista no art. 103, inc. V, alínea “a”.

Subseção Quarta- Dos Atos Institucionais do Tribunal de Justiça Federal

Art. 259. O Tribunal de Justiça Federal, suas câmaras e turmas, ressalvada a

competência da Câmara de Justiça Constitucional Federal prevista no art. 260, poderão

expedir ato institucional para:

I- retificar ato administrativo federal ou parte dele para torná-lo compatível com a

lei federal quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas;

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207

II- retificar lei federal ou parte dela para eliminar a incoerência com outras leis

federais ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter a

harmonia do ordenamento jurídico federal, quando esta medida bastar para

interromper a multiplicação de demandas;

III-revogar ato administrativo federal ou parte dele, quando extrapolar o disposto na

lei federal e esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência

federal, quando inexistir lei federal ou ela for insuficiente para regular o instituto na

sua integralidade de forma coerente com as demais leis federais, e nenhuma das

medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação de

demandas.

Parágrafo Único. Os atos institucionais expedidos na forma deste artigo não poderão

contrariar o conteúdo dos atos institucionais expedidos na forma do art. 260, sob pena

de nulidade.

Art. 260. A Câmara de Justiça Constitucional Federal e suas turmas poderão expedir

ato institucional para:

I- retificar ato administrativo federal ou parte dele para torná-lo compatível com a

Constituição quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de

demandas;

II- retificar lei federal ou parte dela para eliminar a incoerência dela com esta

Constituição ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter

a harmonia do ordenamento jurídico federal com os princípios desta Constituição,

quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas;

III- revogar lei federal ou parte dela, quando ela tiver sido declarada inconstitucional,

quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas;

IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico federal reconhecido pela

jurisprudência federal, quando inexistir lei federal ou ela for insuficiente para regular

o instituto na sua integralidade de forma coerente com esta Constituição e nenhuma

das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação

de demandas.

V- regulamentar a aplicação de dispositivo desta Constituição quando a competência

for da União e ela tiver se omitido, nos termos do art. 107, §2º.

Parágrafo Único. A Câmara de Justiça Constitucional Federal interpretará a

Constituição da forma mais fiel possível e sempre com obediência aos princípios

estabelecidos no art. 1º e no art. 2º, sob pena Federal sofrer intervenção na forma

prevista no art. 103, inc. V, alínea “a”.

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208

CAPÍTULO V- DO PODER MODERADOR

Seção I- Disposições Gerais

Art. 261. O poder moderador, sob a coordenação do chefe de estado, é essencial à

conservação do Estado de Direito e tem por missão:

I- atuar como fiscal e guardião da Constituição e das leis;

II- defender a probidade e a moralidade administrativa em todos os Poderes da

administração pública de qualquer ente federativo;

III- Atuar com imparcialidade e com absoluto respeito à Constituição;

IV- zelar pela manutenção da separação entre órgãos de Estado e órgãos de governo;

V- combater e prevenir o uso abusivo de qualquer poder estatal;

VI- combater a violação da Constituição e das leis;

VII- prevenir a violação da Constituição e das leis por parte do estado e seus agentes;

Art. 262. Para o fim de atender o disposto no art. 261, todos os membros do poder

moderador podem:

I- acessar, investigar e auditar quaisquer negócios realizados por qualquer Poder

vinculado a qualquer ente federado, suas contas bancárias, registros contábeis,

contratos, bem como a aplicação de seu orçamento, sem necessidade de autorização

do poder judiciário ou legislativo, ressalvado o procedimento especial disposto no

art. 63, §1º e seus incisos;

II- contratar consultoria especializada para o fim de auditar contas de qualquer Poder

de qualquer ente federativo;

III- requisitar a abertura de investigação sobre fatos de interesse público

possivelmente ilícitos de que tenha tomado conhecimento;

IV- investigar a má aplicação de recursos públicos ou apurar denúncias relativas à má

gestão pública;

V- investigar:

a) ato de improbidade administrativa;

b) crime de responsabilidade;

c) crime de abuso de autoridade;

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209

d) crime contra a administração pública;

e) crime de alta traição;

f) qualquer crime de ação penal pública;

g) infração disciplinar praticada por qualquer agente público;

h) violação de direitos de pessoa incapaz.

VI- zelar para que todos os poderes públicos respeitem esta Constituição e as leis,

promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

VII- proceder inspeção in loco, sem prévio aviso, em qualquer repartição, obra ou

serviço público da administração direta ou indireta de qualquer ente federado para o

fim de averiguar a correta aplicação da Constituição, das leis e dos recursos públicos,

ressalvado o procedimento especial disposto no art. 63, §1º e seus incisos.

Parágrafo Único. Cada membro do poder moderador é livre e independente e não se

submete hierarquicamente a nenhum outro agente público, órgão, pessoa ou

empreendimento. Ele deve obediência apenas à Constituição e às leis que não

contrariem esta Constituição. E, no que não for contrário a esses princípios, ele se

guiará exclusivamente conforme sua própria consciência.

Art. 263. São membros do poder moderador e o exercem diretamente:

I- o chefe de estado de qualquer ente federativo;

II- os Comandantes de Estado-Maior das Forças Armadas ou Militares de qualquer

ente federativo;

III- os promotores de justiça, qualquer deles;

IV- os delegados de polícia, qualquer deles.

Art. 264. Sob a fiscalização vigilante dos agentes públicos a que se referem o art. 263 e

a liderança do chefe de estado, são órgãos do poder moderador do ente federativo ao

qual estão vinculados:

I- as Forças Armadas, qualquer delas;

II- as Polícias, qualquer delas.

III- os órgãos da administração pública direta ou indireta responsáveis pela tomada

dos impostos;

IV- os órgãos da administração pública direta ou indireta com a missão de fiscalizar

a aplicação das leis e que não estejam diretamente subordinados aos outros poderes.

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210

V- os órgãos públicos da administração direta ou indireta de caráter permanente e

que não estejam diretamente subordinados aos outros poderes.

§1º. Em relação às Polícias, o chefe de estado do respectivo órgão policial escolherá um

membro do Ministério Público para assumir a chefia e coordenação dos trabalhos da

Polícia, podendo escolher mais de um caso o órgão policial seja subdividido em vários

outros.

§2º. O chefe de estado acompanhará pessoalmente as atividades das Forças Armadas

de seu ente federativo e diligenciará pessoalmente para que ela seja a mais forte e efetiva

dentre todas.

§3º. Em relação aos órgãos da administração pública direta de que tratam os incisos

III, IV e V do art. 264, o chefe de estado, por meio de ordenação, estabelecerá os

critérios gerais de escolha dos dirigentes desses órgãos a fim de garantir a probidade e

a qualificação técnica. Em qualquer caso, a escolha final do dirigente será feita pelo

poder legislativo do ente federado a que o órgão se vincula. O poder legislativo poderá

regulamentar a ordenação por meio de ato administrativo normativo:

I- da Câmara de Vereadores, caso se trate de órgão público municipal;

II- do Congresso Provincial, caso se trate de órgão público provincial;

III- do Congresso Nacional, caso se trate de órgão público da União.

§4º. O chefe de estado poderá recusar a escolha dos dirigentes dos órgãos da

administração indireta se a pessoa indicada já tiver sido condenada pelo poder judiciário

por crime contra a administração pública, crime eleitoral, crime militar, crime de alta

traição, crime de improbidade administrativa, crime contra a economia popular ou

crime de responsabilidade ou esteja sendo processada ou investigada por quaisquer

destes crimes, ou careça de experiência ou de qualificação técnica para o exercício do

cargo, hipóteses em que o poder legislativo deverá indicar outra pessoa para a direção

do órgão.

Art. 265. Os membros do poder moderador, ao praticarem qualquer ato, deverão

atender aos requisitos gerais de que trata o caput do art. 54, sob pena de nulidade, da

seguinte forma:

I- logicidade. Suas manifestações e atos devem respeitar aos princípios lógicos da

identidade, da não-contradição e do terceiro excluído.

II- fidelidade à realidade. Seus atos e manifestações não podem contrariar a realidade

ou amparar manifestações eufemísticas, nos termos do art. 24, inc. XLII.

III- legalidade. Seus atos e manifestações devem obedecer, rigorosamente, o disposto

na Constituição e nas Leis aplicáveis.

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211

IV- impessoalidade. Seus atos e manifestações não podem favorecer nenhuma das

partes, ou serem praticados com fim diverso do estabelecido no inc. III.

V- probidade. Seus atos e manifestações devem ser praticados de forma honesta e

íntegra, sem margem para o alcance de outros fins que não se associem

exclusivamente ao determinado pelo inc. III.

VI- publicidade. Os atos e manifestações oficiais devem ser publicados nos termos

desta Constituição.

VII- motivação. Seus atos e manifestações devem ser motivados pelo dever de

cumprir fielmente a Constituição e as Leis, sob pena de nulidade. É vedado aos

membros do Poder Moderador extrapolar essa motivação ou agir de forma

conflitante com ela com fundamento em:

a) preceitos religiosos ou antirreligiosos;

b) preceitos morais ou imorais;

c) ideias políticas, qualquer delas;

d) conceitos indefinidos ou tautológicos ainda que utilizados por pessoas de

renome, não importa se reconhecidos nacionalmente ou internacionalmente.

Art. 266. O membro do poder moderador, para o exclusivo fim de exercer corretamente

sua função, além dos deveres estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art.

62, art. 68, art. 71 e art. 72, está proibido de:

I- filiar-se ou manter-se filiado a partido político;

II- dedicar-se à atividade político-partidária, ainda que informalmente;

III- manifestar-se publicamente sobre temas morais, éticos, políticos, religiosos,

antirreligiosos, desportivos, culturais, econômicos ou sociais, ressalvado:

a) o mero comentário sobre leis aplicáveis a situação concreta que envolva tais

assuntos;

b) quando a manifestação for parte de atividade acadêmica, científica, cômica, de

lazer, ou obra de arte.

IV- exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda

que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou

aceitar promessa de tal vantagem;

V- incentivar ou desincentivar a população a participar de projetos de iniciativa

popular;

VI- advogar;

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212

VII- praticar outras ações ou omissões previstas pela Lei Mor do ente federativo ao

qual está vinculado, desde que a proibição seja compatível com a missão do Poder

estipulada no art. 261.

Parágrafo Único. A violação de qualquer dos deveres estabelecidos no caput deste artigo

e em seus incisos sujeita o infrator as responsabilidades civil, penal e administrativas

cabíveis.

Seção II- Do Ministério Público

Subseção Primeira- Dos Deveres e Garantias dos membros do Ministério

Público

Art. 267. São funções institucionais do Ministério Público, além das previstas no art.

262:

I- promover a ação penal ou civil pública;

II- promover, de forma concorrente com qualquer cidadão e outros legitimados, ação

judicial para:

a) proteger o patrimônio público e outros interesses públicos;

b) prevenir os danos de destruição em massa;

c) investigar os causadores de danos de destruição em massa;

d) punir os crimes de responsabilidade, os crimes de abuso de autoridade, os

crimes de abuso de autoridade, os crimes de alta traição e os crimes contra a

economia popular;

e) punir os atos de improbidade administrativa;

f) resguardar os direitos de pessoa incapaz;

g) outras demandas de interesse público nos termos da Lei de cada ente federativo.

III- facultativamente, caso opte por não determinar a polícia que o faça, poderá

promover o inquérito penal ou civil público para investigar qualquer ato ilícito que

possa resultar nas ações judiciais referidas nos incisos I e II, bem como outras ações

de sua competência;

IV- promover as ações de iniciativa de qualquer cidadão quando ela não for proposta

em até 30 dias da ocorrência do fato ou de seu conhecimento público;

V- atuar como litisconsorte em qualquer ação de iniciativa de qualquer cidadão;

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213

VI- defender a aplicação da Constituição e das Leis em todos os processos judiciais

em que haja interesse público ou a participação de pessoas incapazes;

VII- exercer, na forma da ordenação do ente federativo ao qual está vinculado, o

controle externo da atividade policial;

VIII- exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com

sua finalidade, sendo-lhe vedado exercer atividade de representação judicial ou de

consultoria jurídica de entidades da administração pública direta ou indireta.

§1º. Na hipótese do inciso II do caput, caso qualquer cidadão já tenha proposto a ação,

o Promotor de Justiça poderá atuar nelas como litisconsorte ativo e poderá juntar

qualquer prova ou requerer a produção de qualquer prova que julgue pertinente para o

caso, desde que ainda não tenha havido prolação de sentença ou acórdão, ou também

poderá atuar no processo apenas como custos legis, se considerar que essa medida é

suficiente para resguardar o interesse público.

§2º. É facultado ao Promotor de Justiça, a qualquer tempo, inclusive antes da instrução

de inquérito policial ou do ajuizamento da ação contenciosa no Poder Judiciário

competente, negociar com a outra parte a formulação de acordo. Caso a outra parte

aceite, o acordo valerá como título executivo extrajudicial e será executado em qualquer

juízo privado que também seja aceito pelo executado ou no órgão estatal do Poder

Judiciário que processaria a demanda caso ela fosse ajuizada na justiça estatal.

§3º. O acordo celebrado e cumprido na forma do §2º do art. 267 extingue a

punibilidade dos fatos sobre o qual ele versa.

Art. 268. Os membros do Ministério Público, para o exclusivo fim de exercerem a

função com respeito aos deveres estabelecidos nos art. 262, art. 265 e art. 267, além das

garantias estabelecidas para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71 e

art. 72, gozarão também das seguintes:

I- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de Promotor de Justiça, mediante

concurso público de provas e habilidades, com fiscalização obrigatória do Chefe de

Estado e do Tribunal do Júri em todas as fases, exigindo-se do prático em direito,

no mínimo, dez anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem

de classificação;

II- inamovibilidade, salvo por opção voluntária do Promotor de Justiça nos termos

das normas da instituição a que se vincula;

III- livre convencimento, desde que atendido ao disposto nesta Constituição e nas

leis;

IV- independência funcional a qual se limita apenas ao exercício da função;

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V- poder para escolher o nome que comporá a lista que será enviada ao chefe de

governo do ente federado a que pertence o tribunal no qual pretende atuar, nos

termos do art. 270 e art. 271, §2º;

VI- poder para decidir sobre a recondução de membro de Ministério Público que

representa a localidade na qual atua nos termos do art. 274;

VII- poder para ser votado para compor a lista que será enviada ao chefe de governo

do ente federado ao qual se vincula, nos termos do do art. 270 e art. 271, §2º;

VIII- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as

despesas de transporte de sua residência para o seu local de trabalho e vice-versa.

§1º. Os membros do Ministério Público estão sujeitos aos deveres estabelecidos no

caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único

do art. 266.

§2º. Não existe hierarquia entre promotores de justiça, não importa se atuante em

tribunal de justiça, suas câmaras ou turmas. Cada promotor de justiça é independente

e livre no exercício de sua parcela do poder moderador, obedecidos os limites desta

Constituição; e nenhum promotor de justiça deve obediência ou reverência a qualquer

outro.

§3º. É vedado à atribuição de nomes distintivos entre os promotores de justiça como

“substituto”, “geral”, “procurador”, “adjunto” ou qualquer outro nome. O promotor de

justiça será chamado apenas de promotor de justiça ou promotor.

§4º. Quando dois ou mais promotores de justiça atuarem em tribunal, turma ou câmara

de justiça, quaisquer deles poderá opinar no processo, sem distinção, hierarquia ou

preferência entre eles.

§5º. A exigência de tratamento especial por parte de promotor de justiça, não conferido

por lei genericamente a todas as pessoas, consubstancia hipótese de crime de abuso de

autoridade e sujeita o infrator ao afastamento de suas funções, a critério do Tribunal do

Júri, até o término do processo.

Art. 269. Caso seja necessário, devido a demanda por fiscalização dos processos em

tramitação em cada tribunal de justiça, qualquer deles, e desde que respeitado o disposto

no art. 82 e no §1º, o número de membros do Ministério Público habilitados para atuar

nos tribunais de justiça poderá ser aumentado ou diminuído de forma temporária ou

permanente:

I- nos termos da lei mor ou de ordenação mor de cada município para o fim de atuar

no Tribunal de Justiça do Município;

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215

II- nos termos da lei mor ou de ordenação mor de cada província para o fim de atuar

no Tribunal de Justiça da Província ou em Tribunal de Justiça do Município nos

locais em que não houver Ministério Público Municipal;

III- nos termos da lei mor ou de ordenação mor da União para o fim de atuar no

Tribunal de Justiça Federal.

§1º. Em qualquer caso, o número de promotores de justiça por localidade de que trata

o art. 272, incisos II e III, será o mesmo em todas elas, sendo vedado privilegiar uma

localidade em detrimento de outra.

§2º. É vedado ao Ministério Público da União e ao Ministério Público da Província

designar promotor de justiça para atender localidade ou município cuja demanda por

fiscalização seja inferior à média de outras localidades, considerando a população

atendida.

§3º. A divisão da província por localidades de atuação será proporcional à efetiva

demanda por fiscalização de ilícitos, incluindo o quantitativo de processos judiciais por

localidade, e à respectiva população nos termos da Lei ou da Ordenação de cada

Província.

§4º. A atividade fiscalizatória do Ministério Público será ininterrupta, sendo vedado a

concessão de férias coletivas para os promotores de justiça, os quais, nos dias em que

não houver expediente forense, continuarão atuando na fiscalização dos outros poderes.

§5º. Qualquer cidadão poderá requerer ao Tribunal do Júri a responsabilização dos

agentes públicos que violarem o disposto neste artigo e em seus parágrafos.

Subseção Segunda- Da escolha dos Promotores de Justiça que Atuarão nas

Tribunais de Justiça

Art. 270. Os Promotores de Justiça de determinada localidade deverão escolher por

meio de voto secreto, obrigatório, de igual peso e auditável, quais promotores de justiça

atuarão nas tribunais para o fim de representar sua localidade. A escolha será regulada

por lei ou ordenação do ente federativo a que o órgão do Ministério Público se vincula,

observado os seguintes princípios:

I- é vedada a candidatura de membro do Ministério Público:

a) que tenha violado o disposto nos incisos do art. 145;

b) que já tenha atuado como vereador, deputado provincial, senador provincial,

deputado federal ou senador federal;

c) que tenha violado os princípios indicados no art. 266;

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d) outras limitações indicadas pela lei ou ordenação do ente federativo a que

pertence o membro do Ministério Público para o fim de garantir a imparcialidade

de sua atuação.

II- poderá ser escolhido para atuar em tribunal de justiça, dentre os membros do

Ministério Público, quem:

a) exerça o poder moderador em determinada localidade;

b) tenha notável produção científica na área do Direito;

c) tenha histórico de superação de metas;

d) atenda outros critérios técnicos estabelecidos pela lei ou ordenação do ente

federativo a que está vinculado, respeitadas as vedações estabelecidas no §2º.

§1º. Qualquer promotor de justiça, inclusive os que estiverem em estágio probatório,

poderão ser votados, desde que preencham os critérios estabelecidos no caput, inc. II e

não violem os estabelecidos no caput, inc. I.

§2º. Em nenhuma hipótese a idade ou o tempo de exercício do poder moderador serão

utilizados como critério de desempate, devendo ser utilizada a votação recebida pelos

promotores de justiça e, caso haja empate, a produção científica na área do direito e o

histórico de superação de metas. Se ainda assim houver empate, os candidatos serão

desempatados por sorteio.

§3º. É vedado aos promotores de justiça que se candidatarem no processo de escolha

de que trata o caput deste artigo:

I- fazer propaganda para ser votado, por qualquer meio;

II- prometer que irá fazer ou deixar de fazer algo, caso seja votado;

III- outras hipóteses previstas pela lei ou ordenação do ente federativo do qual o

membro do Ministério Público faça parte.

§4º. A violação de quaisquer dos incisos do §3º configura crime de responsabilidade.

Art. 271. O processo de votação de que trata o art. 270 será regulamentado e

organizado pela Justiça Eleitoral.

§1º A Justiça Eleitoral divulgará na sua página da internet o nome de cada candidato

com indicação do nome completo, foto, localidade de atuação, número para votação e

breve relato dos atributos de que trata o art. 270, inc. II, na forma da lei ou da ordenação

de que trata o caput do art. 270.

§2º. Os três nomes mais votados por vaga em cada localidade na forma do art. 270

serão colocados na lista que será encaminhada ao chefe de governo do ente federado a

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que pertence o tribunal no qual o membro do Ministério Público irá atuar para efeito

do disposto no art. 273.

§3º. É vedado a escolha de promotores de justiça que sejam parentes consanguíneos ou

afim, por linha reta ou colateral, até o 4º grau inclusive, entre si ou de qualquer membro

do tribunal na qual ele será designado para atuar. Nessa hipótese, o mais votado será

escolhido e o menos votado será excluído da lista, e, se houver empate, proceder-se-á

da forma prevista no art. 270, §2º.

Art. 272. Para efeito do disposto no art. 270, são consideradas localidades:

I- cada município, para efeito de escolha dos promotores de justiça que poderão atuar

no Tribunal de Justiça do Município;

II- cada província, para efeito de escolha dos promotores de justiça que poderão atuar

no Tribunal de Justiça Federal;

III- regiões formadas por comarca ou agrupamentos de comarcas para a escolha dos

promotores de justiça que atuarão no Tribunal de Justiça da Província;

§1º. As regiões de que trata o art. 272, inc. III, serão estabelecidas por ato

administrativo normativo do Ministério Público da província. O número total de

regiões será igual ao número de membros que atuarão no Tribunal de Justiça da

Província. As regiões deverão ser dividas de modo que todas elas tenham número

semelhante de população, não podendo nenhuma delas possuir mais do que dez por

cento da população de outra.

§2º. Não havendo candidatos interessados na localidade ou candidatos eleitos

disponíveis, o chefe de governo indicará qualquer membro do Ministério Público de

sua preferência, desde que o escolhido seja da localidade a que pertencer a vaga aberta

e o promotor de justiça preencha os critérios estabelecidos no art. 270, inc. II e não

viole os estabelecidos no art. 270, inc. I.

§3º. A escolha pelo chefe de governo de que trata o §2º é um munus publico e não

pode ser recusada pelo promotor de justiça escolhido, sob pena de cometimento de

crime de responsabilidade.

Art. 273. O chefe de governo do ente a que pertence o tribunal escolherá, para cada

vaga, um nome da lista de que trata o art. 271, §2º para o preenchimento da vaga

disponível para a localidade ou, não havendo nenhum outro nome disponível na lista,

escolherá um nome na forma prevista no art. 272, §2º.

§1º. O promotor de justiça escolhido será sabatinado pelo senado do ente federado a

que pertencer o tribunal.

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§2º. O chefe de estado do ente federado a que pertencer o tribunal, participará das

sabatinas. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para

aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem

prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações

levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado

para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de

informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.

§3º. Os senadores poderão aprovar ou recusar a indicação do chefe de governo. Caso

recusem, o chefe de governo deverá indicar outro nome na forma prevista no caput do

art. 273.

§4º. O chefe de estado do ente federativo a que pertence o tribunal no qual atuará o

membro do Ministério Público recusará a nomeação do promotor de justiça aprovado

na sabatina caso verifique que ele tenha violado o disposto no art. 270, inc. I.

§5º. Da nomeação do promotor de justiça para atuar no tribunal pelo chefe de estado

ou da recusa de que trata o §4º caberá recurso para a Câmara de Justiça Constitucional

Federal no prazo de cinco dias, desde que ele seja subscrito por pelo menos 1/3 dos

senadores. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas com documentos

com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e da ampla defesa. O

processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a apreciação dos requisitos

constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A demora para decidir além do

prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de responsabilidade.

§6º. Aprovada a indicação pelo chefe de estado e não havendo recurso, ele dará posse

para o promotor de justiça atuar no tribunal.

Art. 274. Os membros do Ministério Público escolhidos para atuar no tribunal

exercerão o cargo pelo período de dois anos. Ao final desse tempo, os promotores de

justiça da localidade de origem do membro do Ministério Público escolhido votarão

por voto secreto, obrigatório e auditável, para se manifestarem sobre a permanência ou

saída do membro do Ministério Público atuante no tribunal.

§1º. Caso a maioria vote pela permanência, o promotor de justiça será reconduzido

para exercer a função no tribunal por mais dois anos sem a necessidade de passar pelo

procedimento previsto nos art. 270, art. 271 e art. 273. Ao final do novo período de

dois anos, o membro do Ministério Público será novamente submetido ao

procedimento previsto no art. 274.

§2º. O promotor de justiça que sair do tribunal voltará para o cargo que ocupava

anteriormente.

§3º. O processo de votação de que trata o caput deste artigo será regulamentado e

organizado pela justiça eleitoral competente.

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Art. 275. Caso algum membro do Ministério Público atuante em tribunal esteja

afastado do cargo por qualquer motivo, o Ministério Público atuante no tribunal

convocará como substituto, na localidade do membro licenciado ou afastado, o

promotor de justiça mais votado que esteja disponível e que conste na lista mais recente

de que trata art. 271, §2º. Não havendo ninguém disponível na lista, será escolhido

alguém dentre os promotores de justiça que atuarem na localidade a que pertence o

cargo vago, desde que preencha o critério estabelecido no art. 270, inc. II e não viole o

art. 270, inc. I.

§1º. Se o afastamento de que trata caput deste artigo for superior a trinta dias, o

promotor de justiça afastado será exonerado de sua função e outro será escolhido para

preencher o cargo, nos termos dos art. 270, art. 271 e art. 273. Será aplicado o disposto

no art. 274, §2º ao promotor de justiça afastado quando ele retornar.

§2º. Enquanto o procedimento de que trata o §1º não terminar, o promotor de justiça

substituto atuará no tribunal.

Art. 276. O promotor de justiça que estiver impedido ou seja declarado suspeito de

atuar em qualquer processo do tribunal na forma dos art. 193, art. 194 e art. 195, desde

que não haja outro promotor de justiça apto para atuar; será substituído por outro ad hoc o qual será escolhido na forma estabelecida no caput do art. 275 para atuar no

processo.

Subseção Terceira- Da Organização do Ministério Público

Art. 277. O Ministério Público é Uno. Sua divisão é apenas para efeito de distribuição

de atribuições e para definição do promotor de justiça natural para condução de

investigações e fiscalização de processos judiciais, sendo vedado o estabelecimento de

qualquer hierarquia funcional, distinção ou privilégio entre promotores de justiça, não

importa se ele exerce o poder moderador na primeira instância ou nos tribunais de

justiça, nem ao ente federativo ao qual se vincule.

Art. 278. São órgãos do Ministério Público:

I- O Ministério Público do Município;

II- O Ministério Público da Província;

III- O Ministério Público da União.

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220

§1º. Compõe o Ministério Público do Município o conjunto de promotores de justiça

municipais.

§2º. Compõe o Ministério Público da Província o conjunto de promotores de justiça

provinciais.

§3º. Compõe o Ministério Público da União o conjunto de promotores de justiça

federais.

§4º. O Ministério Público, com o auxílio do chefe de estado do ente ao qual se vincula,

providenciará que o Ministério Público tenha sede própria e infraestrutura suficiente e

independente dos outros Poderes para cumprir a sua finalidade.

Art. 279. Compete privativamente ao Ministério Público, qualquer deles:

I- elaborar seu regimento;

II- escolher seu premier, quando necessário, nos termos do regimento;

III- organizar a divisão do trabalho entre os promotores de justiça atuantes no

primeiro grau de jurisdição e nos tribunais;

IV- delegar as funções meramente administrativas, qualquer delas, nos termos do

art. 280, sendo vedado a lei infraconstitucional criar limitações nesse sentido;

V- Exercer outras atribuições conferidas pela lei mor do ente federativo ao qual se

vincule e que não sejam incompatíveis com esta Constituição.

Parágrafo Único. Compete ao Ministério Público de cada ente federativo:

I- organizar, na forma prevista nesta Constituição, concurso público para

preenchimento dos cargos de promotor de justiça que estejam vagos nas localidades,

respeitados os limites estabelecidos por esta Constituição;

II- comprar bens e serviços para atender às necessidades do órgão, respeitadas as

limitações desta Constituição.

Art. 280. Os órgãos do Ministério Público, qualquer deles, desde que não resulte em

aumento de despesas, poderão estabelecer, sem necessidade de autorização do chefe de

estado, órgãos administrativos e para eles delegar, na forma estabelecida por ato

administrativo normativo, atribuição para:

I- organizar seus serviços administrativos, inclusive modificar a estrutura

administrativa de seus órgãos auxiliares, sem necessidade de autorização do chefe de

estado do ente federativo a que se vincula, quando a medida não resultar em aumento

de despesas;

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221

II- sugerir e requerer ao chefe de estado do órgão a que se vincula a criação, extinção

ou modificação da estrutura de seus serviços administrativos auxiliares, quando

resultar em aumento de despesas;

III- sugerir e requerer ao chefe de estado do órgão a que se vincula o aumento ou

diminuição temporária ou permanente do número de promotores de justiça no órgão

em que atua, observados os requisitos estabelecidos por esta Constituição;

IV- distribuir processos para os promotores de justiça;

V- administrar o quadro de pessoal, inclusive no que diz respeito à concessão de

qualquer licença ou afastamento para promotores de justiça, servidores ou

funcionários públicos que forem vinculados ao respectivo órgão;

VI- aplicar sanções disciplinares, inclusive para promotores de justiça, ressalvada a

competência do Tribunal do Júri;

VII- organizar, na forma prevista nesta Constituição, concurso público para

preencher seus cargos auxiliares que estejam vagos;

VIII- organizar a execução do orçamento, bem como elaborar a proposta

orçamentária do órgão;

IX- publicar os atos praticados, nos termos desta Constituição;

X- comprar bens e serviços para atender às necessidades do órgão;

XI- cooperação com outros entes federativos, seus poderes e órgãos para efeito de

cumprir o disposto no art. 139, §6º;

XII- elaborar estatísticas relativas a prestação de serviço de investigação e de

fiscalização dos processos;

XIII- elaborar avaliações de desempenho;

XIV- qualquer outra atividade meramente administrativa que não implique no

exercício direto do poder moderador.

§1º. O órgão ministerial, a seu critério, poderá contratar empreendimento privado para

exercer as atividades descritas nos incisos do art. 280. Apenas as funções descritas no

art. 56 não estão sujeitas a terceirização.

§2º. Qualquer competência delegada na forma deste artigo pode ser avocada ou

revogada, a critério do órgão que o delegou.

§3º. o ato de revogação de competência de que trata o §2º, deve ser aprovado da mesma

forma que o ato de delegação.

§4º. O ato administrativo normativo de delegação de que trata o caput deste artigo

deverá ser aprovado pela maioria simples dos promotores de justiça que compõe o órgão

do Ministério Público.

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Seção III- Das Polícias

Art. 281. A segurança pública será exercida para preservar a liberdade, a vida e o

patrimônio das pessoas pacíficas, bem como para perseguir e capturar qualquer um que

use de violência injusta contra as pessoas pacíficas ou esteja na iminência de usar

violência injusta contra elas.

§1º. A polícia será organizada pela ordenação de cada ente e poderá ser subdivida em

vários órgãos.

§2º. A polícia atuará, de ofício:

I- repressivamente, para manter a ordem pública e resguardar o cumprimento da

legalidade;

II- preventivamente, para evitar o comentimento de crimes de ação pública;

§3º. Em qualquer hipótese, a polícia cumprirá ordem emanada por autoridade judicial,

salvo quando anuladas ou suspensas por outra autoridade judicial em grau de recurso

ou em caso de intervenção no ente federativo que emanou a ordem ilegal.

§4º. Os agentes policiais gozam das garantias gerais conferidas aos servidores públicos

e devem respeitar os deveres estabelecidos nos art. 62, art. 68, art. 71 e art. 72, no que

não for contrário a este capítulo.

Art. 282. Compete à polícia, dentro da legalidade, a vigilância ostensiva contra atos

ilícitos em geral e qualquer ameaça contra a ordem pública ou contra a legalidade e lhe

compete, dentre outras funções:

I- exercer policiamento contra qualquer ato ilícito, não importa de qual ente

federativo seja a competência para apurar ou julgar o crime;

II- reprimir, pelo meio que for necessário, a prática de qualquer ato ilícito, não

importa de qual ente federativo seja a competência para apurar ou julgar do crime;

III- investigar qualquer ato ilícito praticado de sua competência, observado:

a) a polícia municipal apurará as contravenções penais e as infrações à lei municipal

e os demais crimes conexos;

b) a polícia provincial apurará as violações à lei da província e os crimes de

competência da polícia municipal nos municípios que não dispuserem de órgão

próprio de polícia, e os demais crimes conexos.

c) a polícia federal apurará as violações à lei federal e os demais crimes conexos;

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§1º. A chefia de cada órgão especializado de polícia será exercida por promotor de

justiça escolhido pelo chefe de estado do respectivo ente federativo nos termos do art.

264, §1º. Os demais cargos de direção de investigação policial serão exercidos pelos

delegados de polícia.

§2º. A ordenação de cada ente disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos

responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades

e o cumprimento do disposto no art. 139, §6º.

§3º. Aos policiais militares, no que couber, aplicam-se as disposições previstas nos

incisos do art. 286.

§4º. Os policiais estão sujeitos aos deveres estabelecidos no caput do art. 266 e em seus

incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único do art. 266.

Subseção Primeira- Dos Delegados de Polícia

Art. 283. São funções institucionais do delegado de polícia, além das previstas no art.

262:

I- investigar qualquer crime de ação penal pública que tenha ocorrido em área sob

sua responsabilidade nos termos do art. 203 inc. I;

II- investigar com fundamento em pedido de qualquer pessoa legitimada a propor a

ação penal privada, qualquer crime de ação penal privada que tenha ocorrido em área

sob sua responsabilidade nos termos do art. 203 inc. I;

III- investigar, com fundamento em ordem de promotor de justiça, qualquer fato

que tenha ocorrido na sua área de responsabilidade, nos termos do art. 203 inc. I;

IV- exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua

finalidade, sendo-lhe vedado exercer atividade de representação judicial ou de

consultoria jurídica de entidades da administração pública direta ou indireta.

Art. 284. Os delegados de polícia, para o exclusivo fim de exercerem a função com

respeito aos deveres estabelecidos nos art. 262, art. 265 e art. 283, além das garantias e

obrigações estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71

e art. 72, gozarão também das seguintes garantias:

I- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de delegado de polícia, mediante

concurso público de provas e habilidades, com fiscalização obrigatória do Ministério

Público em todas as fases, exigindo-se do prático em direito, no mínimo, cinco anos

de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

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II- inamovibilidade, salvo por opção voluntária do delegado de polícia nos termos

das normas da instituição a que se vincula;

III- livre convencimento, desde que atendido ao disposto nesta Constituição e nas

Leis;

IV- independência funcional a qual se limita apenas ao exercício da função;

V- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as

despesas de transporte de sua residência para seu local de trabalho e vice-versa.

Parágrafo Único. Os delegados de polícia estão sujeitos aos deveres estabelecidos no

caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único

do art. 266.

Seção IV- Das Forças Armadas

Art. 285. As Forças Armadas da União, instituições permanentes e regulares, e dos

outros entes federativos, instituições facultativas, são organizadas com base na

hierarquia e na disciplina e destinam-se à defesa da população, da legalidade e à garantia

dos poderes constitucionais.

§1º. Em tempos de guerra, as Forças Armadas se submetem às decisões do Conselho

de Estado de seu respectivo ente, liderado pelo chefe de governo de cada ente federativo

e, de forma substituta, pelo chefe de estado.

§2º. A administração e organização das Forças Armadas, em qualquer tempo, compete

ao chefe de estado de cada ente, conforme o art. 288, inc. III.

§3º. As Forças Armadas, para o fim de garantir a lei e a ordem, poderão atuar sob

requisição do chefe de qualquer dos poderes, quando a atuação da polícia do respectivo

ente não for suficiente para lidar com a questão apresentada.

§4º. A ordenação de cada ente estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na

organização, no preparo e no emprego de suas Forças Armadas, observado, em qualquer

caso, o disposto no art. 288, inc. III.

§5º. Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares, nem aos

fatos que sejam tipificados como crimes militares.

§6º. Os membros das Forças Armadas estão sujeitos aos deveres estabelecidos no caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único do

art. 266.

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225

Art. 286. Os membros das Forças Armadas são denominados militares. Além das

garantias e obrigações estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art.

68, art. 71 e art. 72, aplicam-se a eles as seguintes disposições:

I- as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas

pelo chefe de estado e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou

reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os

demais membros, o uso dos uniformes apropriados;

II- o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil

permanente, ressalvada o disposto no art. 58, será transferido para a reserva, nos

termos da lei do respectivo ente;

III- ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

IV- o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou

com ele incompatível, por decisão de tribunal marcial, em tempo de paz ou de guerra;

V- o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade

superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao

julgamento previsto no inciso anterior;

VI- aplicam-se aos Militares, no que não for contrário a este capítulo, as disposições

aplicáveis aos servidores públicos civis;

VII- a ordenação de cada ente disporá sobre o ingresso nas suas Forças Armadas, a

estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os

direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos

militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas

cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra, observado, em

qualquer caso, os limites estabelecidos por esta Constituição.

Art. 287. O serviço militar é facultativo, independentemente da opção sexual, nos

termos da ordenação de cada ente;

§1º. É vedado:

I- impedir o ingresso de pessoa deficiente nas Forças Armadas se a deficiência é

irrelevante para o exercício da função, conforme disposto no §2º e §3º.

II- impedir o ingresso de pessoa incapaz na hipótese prevista no §4º.

§2º. As Forças Armadas, a seu critério, poderão adaptar suas máquinas de guerra para

serem operadas por portadores de deficiência, desde que não haja prejuízo no

desempenho que se espera delas.

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§3º. As Forças Armadas, a seu critério, poderão desenvolver qualquer tipo de prótese

para substituir partes do corpo ou do cérebro a fim de aplicá-las em soldados com

deficiência e recuperar a plena capacidade deles;

§4º. Excepcionalmente, em caso de ataque estrangeiro massivo, invasão alienígena,

calamidade de graves proporções ou grave risco de extinção do povo brasileiro, poderá

ser admitido o emprego de pessoas incapazes pelas Forças Armadas, nos termos da

Ordenação de cada ente.

Seção V- Do Chefe de Estado

Art. 288. Além das funções previstas no art. 262, compete privativamente ao chefe de

estado de todos os entes federativos:

I- representar o ente federativo ao qual está vinculado;

II- nomear ou rejeitar a indicação de chefe de governo ou de secretário de seu ente

federativo;

III- nomear os Comandantes dos Estados-Maiores das Forças Armadas de seu ente

federativo, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são

privativos, bem como organizar a carreira e apreciar os pedidos que tenham

repercussão orçamentária para o fim de consolidar a proposta orçamentária do Poder

Moderador que será enviada ao Poder Executivo;

V- sancionar leis, ou vetá-las total ou parcialmente nos termos do caput do art. 50 e

do art. 50, §2º desta Constituição;

VI- promulgar as leis de sua competência;

IV- publicar as leis de seu ente federativo;

V- substituir o chefe de governo enquanto não for escolhido outro nos termos desta

Constituição e das leis aplicáveis;

VI- conferir condecorações e distinções honoríficas estabelecidas pela Lei de seu ente

federativo;

VII- outras atribuições que lhe tenham sido conferidas por esta Constituição ou pelas

Leis compatíveis com o exercício do poder moderador.

Parágrafo Único. Os chefes de estado estão sujeitos aos deveres estabelecidos no caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único do

art. 266.

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227

Art. 289. Compete privativamente ao chefe de estado da província

I- nomear os juízes do tribunal de justiça da província;

II- nomear os membros do Ministério Público que atuarão no tribunal de justiça da

província.

III- outras funções que lhe forem atribuídas por esta Constituição e pelas leis.

Art. 290. Compete privativamente ao chefe de estado da União

I- representar o Brasil internacionalmente e, em seu nome, celebrar tratados com

estrita obediência ao disposto no ato normativo estabelecido nos termos do art. 177,

§2º, inc. I, desde que não seja contrário aos princípios desta Constituição, podendo,

em qualquer caso, delegar esta atribuição para qualquer diplomata brasileiro de sua

confiança;

II- manter relações com as nações estrangeiras e com os organismos internacionais,

pessoalmente, ou por meio dos órgãos de diplomacia com estrita obediência ao

disposto no ato normativo estabelecido nos termos do art. 177, §2º, inc. I, desde que

não seja contrário aos princípios desta Constituição;

III- acreditar seus representantes diplomáticos e diligenciar para que os agentes

diplomáticos atuem com estrita obediência ao disposto pelo ato normativo

estabelecido nos termos do art. 177, §2º, inc. I, desde que não seja contrário aos

princípios desta Constituição;

IV- nomear os juízes do Tribunal de Justiça Federal;

V- nomear os membros do Ministério Público da União.

VI- outras funções que lhe foram atribuídas por esta Constituição e pelas leis.

Seção VI – Da dissolução do Parlamento

Art. 291. O chefe de estado, nos casos previstos nesta Constituição e pelas leis

aplicáveis, demitirá o chefe de governo, dissolverá o parlamento e convocará,

imediatamente, novas eleições com a observância dos seguintes princípios:

I- não serão convocadas novas eleições se for o último ano da legislatura e a eleições

já tiverem ocorrido. Nesse caso, serão empossados os candidatos já eleitos, salvo se

eles estiverem impedidos em função dos últimos acontecimentos;

II- caso o parlamento seja dissolvido em menos de um ano para as próximas eleições,

os novos eleitos completarão o mandado restante e assumirão o seguinte.

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§1º. O chefe de estado dissolverá o parlamento e convocará novas eleições:

I- em caso de grave crise política que comprometa a credibilidade do poder

legislativo, não importa a causa;

II- quando a atuação dolosa ou culposa do parlamento ameaçar o ente federado com

a eclosão de:

a) guerra civil;

b) rebelião civil;

c) desobediência civil sistematizada;

d) descontentamento social de grandes proporções;

e) outras hipóteses previstas na lei mor do ente federativo;

III- em caso de escândalo de corrupção que comprometa a credibilidade do

parlamento;

IV- quando o chefe de governo for o responsável pela instabilidade política, pela

ameaça da ordem interna ou estiver envolvido em escândalo de corrupção e o

parlamento não adotar nenhuma medida para substituir o chefe de governo

responsável no prazo de até 3 dias após ser avisado pelo chefe de estado;

V- outras hipóteses previstas na lei mor do ente federativo.

§2º. Se o chefe de estado estiver impedido ou se omitir no prazo de quinze dias após

ser aconselhado pelos Chefes de Estado Maior das Forças Armadas, proceder-se-á da

forma prevista no art. 103, §3º e §4º.

TÍTULO VI- DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

CAPÍTULO I- DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 292. A ordem econômica, fundada na valorização do indivíduo, na livre iniciativa

e na responsabilidade pelas obrigações assumidas, tem por finalidade assegurar os

seguintes princípios:

I- a propriedade privada;

II- o exercício livre das profissões, salvo para prevenir danos de destruição em massa

nos termos desta Constituição;

III- a livre concorrência e o livre mercado;

IV- o repúdio a intervenção do Estado na economia;

V- o repúdio a emissão de moeda sem lastro;

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VI- o repúdio a concessão de empréstimos privados sem lastro;

VII- o repúdio ao fascismo;

VIII- o repúdio a intervenção do Estado no mercado financeiro e monetário;

IX- a proteção aos incapazes.

Parágrafo Único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade

econômica, independentemente de autorização, licença, registro, formação acadêmica

ou permissão de órgãos públicos, ressalvada a atuação estatal para evitar danos de

destruição em massa, nos termos do art. 5º, inc. III.

Art. 293. Qualquer ente federado poderá explorar diretamente por meio de órgão

público, ou, indiretamente, por meio de autarquia, fundação pública, empresa pública

ou sociedade de economia mista, o exercício de atividade econômica quando lhe for

conveniente em razão do interesse público, nos seguintes termos:

§1º. A atuação estatal em qualquer área sempre se dará no regime de livre mercado,

sem estabelecimento de monopólio, oligopólio ou exploração exclusiva de mercado de

tal forma que, qualquer empresa privada ou indivíduo poderá exercer aquela atividade

em concorrência com o Estado, sem limitações, ressalvadas aquelas permitidas por esta

Constituição para evitar danos de destruição em massa.

§2º. Se a atividade econômica exercida pelo Estado não tiver relevante interesse

estratégico-militar, nem for indispensável à segurança do ente federativo responsável

por ela; tão logo surjam empreendimentos privados que prestem serviço ou forneçam

produtos semelhentes na região de atuação do ente público, o Estado deverá privatizar

a atividade estatizada, sob pena de cometimento de crime contra a economia popular

pelos responsáveis por retardar ou impedir a privatização.

§3º. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de

empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei mor do

ente interessado, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

§4º. Depende de autorização legislativa do ente que a constituiu, em cada caso, a criação

de subsidiárias das entidades mencionadas no §3º, assim como a participação de

qualquer delas em empresa privada.

§5º. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de

facilidades fiscais que não forem igualmente extendidas para a iniciativa privada.

Art. 294. A lei de cada ente e poder estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,

da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade

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econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,

dispondo sobre:

I- sua formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II- a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos

direitos e obrigações civis e tributários;

III- cumprimento das disposições do art. 54, art. 55, art. 60 e art. 62;

IV- a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com

a participação de acionistas minoritários, vedado, em qualquer caso, a indicação

política de diretores, membros da administração e de quaisquer outros funcionários

que nela trabalhe;

V- os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos

administradores.

Art. 295. É vedado ao estado legislar sobre o horário de funcionamento dos

empreendimentos privados em geral, inclusive em dias de semana, feriados e datas de

relevância cultural, cabendo tal escolha exclusivamente ao gestor do respectivo negócio

privado.

§4º. Cada ente e poder poderá regulamentar apenas para seus órgãos da administração

direta ou indireta, se haverá ou não expediente em dia de feriado cívico ou de evento

cultural considerado importante, inclusive quanto ao funcionamento em dia de sábado

e de domingo.

§5º. A pessoa que desejar participar de qualquer evento cívico ou cultural deverá

negociar eventual falta ao serviço com seu empregador privado, sendo vedado ao Estado

impedir o funcionamento de empreendimento privado, mesmo durante feriado cívico

ou data cultural de relevância popular.

Art. 296. A lei de cada província estabelecerá a responsabilidade dos dirigentes de

empreendimentos em relação aos atos praticados contra a ordem econômica e

financeira e contra a economia popular, sujeitando-os às punições compatíveis com sua

natureza sem prejuízo da responsabilidade individual.

Art. 297. Consideram-se lesivos à economia popular, a ação ou omissão que:

I- resulte em endividamento público, ressalvado o disposto no art. 321, §2º;

II- resulte em aumento injustificado de impostos, na forma prevista no art. 165, §10.

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III- exonere qualquer ente ou poder público da obrigação de pagar as dívidas

assumidas.

IV- resulte em criação artificial e não lastreada de moeda;

V- resulte em controle estatal da oferta monetária para o fim de controlar taxa de

juros, câmbio, inflação, deflação e outros indicadores econômicos;

VI- resulte em concessão de empréstimos não lastreados, inclusive privados;

VII- resulte na escolha de setores específicos da economia para serem tributados com

alíquotas mais suaves ou severas em razão do bem ou serviço negociado;

VIII- salve, com dinheiro originário de impostos, empresas em dificuldades

financeiras;

IX- invista, com dinheiro de impostos, em empresas estatais ou estatizadas de outros

países ou em empresas privadas em processo de falência ou na iminência de falir;

X- impeça a realização de pesquisas científicas ou o emprego de novas tecnologias

quando a prática não violar os princípios desta Constituição;

XI- outros casos especificados na lei mor de cada província.

CAPÍTULO II- DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 298. O sistema financeiro, estruturado de forma a evitar abusos na emissão de

moeda e de prevenir a concessão de empréstimos sem lastro, em todas as partes que o

compõem, obedecerá aos seguintes princípios:

§1º. Os empreendimentos financeiros poderão emprestar moeda a terceiros, desde que

possuam a quantia correspondente, sendo-lhes vedado criar moeda de forma artificial.

§2º. Não se considera criação artificial de moeda, a concessão de empréstimos com

lastro no valor de ativos valiosos de alta liquidez de propriedade do empreendimento

ou nele depositados, tais como:

I- ouro e outros metais preciosos;

II- diamante e outras pedras preciosas;

III- dinheiro em espécie, inclusive o lucro obtido com transações e parcelas

devolvidas à instituição financeira a título de amortização de empréstimos;

IV- ações de empreendimentos;

V- moedas estrangeiras de valor estável.

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§3º. O valor dos ativos referidos no §2º devem ser atualizados diariamente, a fim de

guardarem correspondência com seu valor de mercado;

§4º. É vedado às instituições financeiras concederem empréstimo a terceiros com base

nos seguintes ativos:

I- o valor de suas próprias ações, de suas filiais, de suas subsidiárias ou de suas

coligadas;

II- o valor segurado por apólice de seguros, qualquer delas;

III- o valor dos bens móveis e imóveis de suas sedes, agências e sucursais, bem como

o dos bens móveis e imóveis de empresas filiais, subsidiárias ou coligadas.

§5º. A violação dos princípios deste artigo será punida como crime contra a economia

popular.

CAPÍTULO III- DA EMISSÃO DE MOEDA E DA PREVENÇÃO

DE ABUSOS NO MERCADO FINANCEIRO

Art. 299. A competência da União para emitir moeda, respeitado o disposto no art.

300, será exercida exclusivamente pela Casa da Moeda, a qual possui autonomia para:

I- propor ao Congresso Nacional a adoção de qualquer sistema monetário, inclusive:

a) papel moeda;

b) moeda metálica;

c) moeda eletrônica.

II- propor alteração nas esfinges e homenageados na moeda adotada, desde que

respeitado o disposto no art. 24, inc. XXVII, e a medida tenha sido aprovada pelo

Congresso Nacional;

III- regulamentar os atributos de segurança da moeda, observado, em qualquer caso,

as recomendações científicas da área, independentemente de aprovação do

Congresso Nacional e ressalvado, em qualquer caso, a responsabilização dos

envolvidos por falha de segurança que comprometa a fé pública e a validade da

moeda.

§1º. Não será admitida:

I- a emissão de moeda sem lastro;

II- o retardamento ou emissão precoce de moeda para o fim de alterar a oferta

monetária e influenciar a taxa de juros, a taxa de câmbio ou a inflação, sob pena de

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cometimento de crime contra a economia popular pelos agentes públicos

responsáveis;

III- a intervenção do estado na economia.

§2º. O Congresso Nacional poderá delegar à Casa da Moeda autonomia para tratar de

outros assuntos relacionados a emissão e recolhimento de moeda, desde que respeitado

o disposto neste artigo e seus parágrafos.

§3º. É vedado a Casa da Moeda conceder, direta ou indiretamente, empréstimos a

qualquer ente federativo e a seus órgãos da administração direta ou indireta.

§4º. É facultado a União reservar à Casa da Moeda a prerrogativa de guardar os recursos

financeiros de sua propriedade, caso a União não opte por transferir o serviço para

algum empreendimento privado.

§5º. É vedado a União proibir as instituições financeiras de emitirem títulos ou moedas

garantidas pelos recursos mencionados no art. 298, §2º, salvo se, por qualquer razão,

deixarem de serem valiosos.

Art. 300. É vedado ao estado impedir a circulação de outras moedas em território

brasileiro, sendo facultado aos negociantes aceitar moeda estrangeira como forma de

pagamento.

Parágrafo Único. É obrigatória a aceitação da moeda nacional para pagamentos

realizados no Brasil.

Art. 301. É vedado aos municípios, às províncias e a União instituírem banco central,

banco público, ou qualquer entidade da administração pública direta ou indireta com a

finalidade de:

I- regular a oferta de moeda com o fim de manipular taxa de juros, taxa de câmbio,

taxa de inflação, taxa de deflação, ou para favorecer ou desfavorecer o exercício de

qualquer atividade econômica;

II- oferecer empréstimos a terceiros, não importa a finalidade, inclusive em

condições mais vantajosas que as oferecidas pelas instituições financeiras privadas;

III- prestar serviços financeiros ou bancários em geral;

IV- qualquer outra medida vedada, mesmo que implicitamente, pelo art. 1º, inc. IV

e pelo art. 292, inc. IV.

§1º. Qualquer ente e poder poderão se valer dos serviços financeiros de

empreendimento privado para guardar ou investir dinheiro, bens ou valores;

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§2º. As contas bancárias e os investimentos feitos por entes e poderes públicos não são

acobertados por sigilo. Qualquer cidadão poderá acessar o conteúdo delas e as

movimentações realizadas, ressalvado o disposto no art. 63, §1º;

§3º. Em nenhuma hipótese o estado emprestará ou doará recursos públicos para salvar

empreendimentos financeiros da falência, não importa se públicos ou privados.

TÍTULO VII - DAS LIBERDADES CULTURAIS

CAPÍTULO I- DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA

Art. 302. As atividades de ensino e de aprendizado são livres, não obrigatórias e não

sujeitas à intervenção estatal, salvo a vedação prevista no art. 303.

§1º. É vedado ao estado regulamentar à atividade de ensino por qualquer meio ou para

qualquer fim, bem como para determinar a grade curricular obrigatória ou facultativa,

a carga horária a ser ministrada, os dias letivos, o horário de funcionamento, a

organização do corpo docente, discente e administrativo, a metodologia de trabalho, as

formas de avaliação e qualquer outro tipo de intervenção.

§2º. São exceções ao disposto no §1º:

I- o ensino de línguas. As instituições de ensino fundamental se comprometerão a

ensinar a seus alunos, da forma que considerarem melhor, os fundamentos básicos

de pelo menos uma das línguas oficiais utilizadas na província em que atuam, sendo

vedado ao Estado determinar a este respeito qualquer obrigação proibida pelo §1º;

II- as escolas estatais da administração pública direta ou indireta poderão ser

regulamentadas pela lei do ente federativo a que pertencem, desde que a norma

observe o disposto no §3º.

III- as escolas militares poderão ser regulamentadas administrativamente pelo

Comando Militar a que pertencem ou por quem tiver recebido delegação do

Comando, desde que não contrarie o disposto no §3º.

§3º. É vedado às escolas indicadas nos incisos II e III do §2º:

I- violar os princípios defendidos pelo art. 24, inc. XLII;

II- promover, incentivar ou permitir, por qualquer meio, a militância partidária ou

política em ambiente escolar;

III- promover, incentivar ou ensinar “moral”, “religião”, “antirreligião” ou temas

éticos aos alunos;

IV- influenciar a orientação sexual dos alunos;

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V- instigar seus alunos a atuarem contra os princípios defendidos no art. 1º desta

Constituição;

VI- constranger alunos em razão de suas convicções políticas, filosóficas, morais,

imorais, religiosas ou antirreligiosas; ressalvadas as escolas militares nas quais o aluno

não poderá se valer desses motivos para descumprir ordem de seu superior

hierárquico;

VII- contratar pessoas impedidas nos termos do art. 303;

VIII- outras limitações definidas pela lei do ente federativo ou pelo poder que

mantém o estabelecimento.

§4º. A prática de qualquer das condutas vedadas pelo §3º sujeitará os agentes públicos

envolvidos a responderem civil, penal e administrativamente, podendo qualquer

cidadão ajuizar a ação no poder judiciário competente.

Art. 303. Está proibida de exercer, no Brasil, qualquer ofício ou empreendimento na

área de educação, pesquisa, telecomunicações, jornalismo ou cultura, a pessoa brasileira

ou estrangeira que participe de foro ou de organismo de que trata o art. 133, §2º, inc.

V.

§6º. Ficará impedida de exercer qualquer ofício de que trata o caput deste artigo pelo

prazo mínimo de cinco anos, a pessoa:

I- que já tiver participado do organismo de que trata o caput deste artigo, mas não

mais participe, a contar da data da última participação;

II- que tiver sido condenada por violar o disposto no art. 3º, Art. 4º, incisos I e II.

§7º. A Lei de cada província, poderá estabelecer prazo maior que o estipulado no §6º

e exigir do infrator que cumpra requisitos como condição para que ele possa a voltar a

exercer qualquer das atividades de que trata o caput deste artigo.

§8º. Se a pessoa contrariar a proibição de que trata o §6º e, ainda assim, exercer

clandestinamente para pessoas no Brasil qualquer atividade de educação, pesquisa,

telecomunicações, jornalismo ou cultura durante o período de suspensão desse direito,

poderá ser responsabilizada penalmente pela lei da província e perderá, em favor do

Estado, os direitos patrimoniais sobre qualquer obra ou empreendimento que tenha

criado, sem prejuízo de responder pelos demais atos ilícitos que tenha praticado.

§9º. Não se considera ofício, para o efeito de aplicação das penalidades e impedimentos

previsto neste artigo, a participação, como aluno, em curso técnico ou

profissionalizantes, qualquer deles.

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Art. 304. As escolas, universidades, institutos e outros empreendimentos de ensino e

pesquisa são livres para se organizarem e poderão, se quiserem, conceder quaisquer

títulos honorários, inclusive certificados e diplomas.

§1º. É vedado ao estado exigir formação escolar mínima para o exercício de qualquer

profissão na iniciativa privada, nos termos do art. 5º, inc. III, bem como a posse de

qualquer título referido no art. 304, ressalvado o disposto no §2º.

§2º. O estado poderá exigir formação escolar mínima para exercer cargo público,

emprego público ou função pública, eletiva ou não, inclusive para ocupar cargo em

comissão ou função de confiança.

§3º. É vedado ao estado regulamentar, por qualquer meio, a emissão dos certificados e

diplomas a que se refere o caput deste artigo.

Art. 305. São livres a formação de escolas religiosas e não-religiosas e o estado não

intervirá no ensino de matéria afeitas a sua fé ou não-fé, desde que:

I- não militem com violência, nem instiguem seus alunos a atuarem com violência

contra os princípios defendidos no art. 1º desta Constituição;

II- não empreguem, nem tenha como sócio ou gerente pessoa impedida nos temros

do art. 303;

Parágrafo Único. A violação dos incisos do caput deste artigo poderá levar ao

encerramento das atividades do estabelecimento, nos termos do art. 5º, inc. XVI, e,

também, ao confisco da propriedade nos termos do art. 303, §8º.

Art. 306. O poder executivo poderá instituir programa de governo consistente no

pagamento de bolsas integrais ou parciais de estudos, ou bolsa integral ou parcial de

pesquisa, desde que sejam observados os seguintes princípios:

I- a concessão da bolsa produza efeito difuso expressivo e positivo para os brasileiros

em geral, sendo proibida a concessão de bolsas para privilegiar pessoa específica que

não trará benefício para o restante da sociedade pagadora de impostos;

II- É vedado ao estado:

a) exigir que o beneficiado escolha algum estabelecimento específico;

b) interferir na pesquisa ou nos estudos realizados pelo beneficiado;

c) impor a instituição de ensino escolhida pelo beneficiado que faça ou deixe de

fazer alguma coisa como condição para o pagamento ou concessão da bolsa;

d) violar o disposto no art. 302, §1º;

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III- a bolsa deve ser concedida, dentre os interessados, aos melhores candidatos que

serão selecionados na forma prevista pelo art. 62.

§1º. Considera-se atividade que gera efeito difuso expressivo e positivo para os

brasileiros em geral:

I- pesquisa científica em área de relevante potencial econômico ou militar;

II- estudo profissionalizante em área de alta demanda pela sociedade e de grande

impacto positivo para a população em geral;

§2º. Decreto de cada ente, com fundamento em pareceres científicos objetivos,

regulamentará o disposto no §1º.

§3º. É vedado ao estado regulamentar, em qualquer hipótese, a concessão de bolsas

pela iniciativa privada.

§4º. As instituições de ensino poderão, se quiserem e da forma que quiserem,

obedecidos os princípios desta Constituição, organizar times esportivos e estabelecerem

campeonatos.

Art. 307. O estado não intervirá nas manifestações culturais, salvo a restrição

estabelecida no art. 303, mas poderá estabelecer, desde que haja relevante benefício

coletivo difuso, e obedecidos o disposto no art. 293, órgão da administração pública

direta ou indireta para:

I- constituir bibliotecas e museus, inclusive virtuais;

II- arquivos públicos em geral, inclusive na forma virtual;

III- sítios de valor histórico, arqueológico, ou paleontológico.

§1º. Aplicam-se aos órgãos constituídos com fundamento nos incisos do caput deste

artigo as limitações estabelecidas nos incisos do §3º do art. 302.

§2º. A atividade de que trata esse artigo poderá ser transferida para ONG, desde que

ela assuma os riscos e as despesas decorrentes do empreendimento.

§3º. É vedado, em qualquer hipótese, o Estado usar recursos públicos para financiar

ONGs, associações ou empreendimentos privados de caráter cultural.

Art. 308. Pode ser estabelecido feriado cívico, por meio de lei do ente federado

interessado, para comemorar o dia:

I- de sua independência política;

II- de sua fundação ou entrada para a Federação Brasileira;

III- de vitória em batalha;

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IV- de início ou término de qualquer guerra travada para assegurar as liberdades

defendidas pelo art. 1º desta Constituição;

V- de nascimento ou morte de pessoa importante para a conquista ou manutenção

das liberdades estabelecidas pelo art. 1º desta Constituição, sendo vedado, em

qualquer hipótese, homenagear as pessoas a que se refere o art. 24, inc. XXVII.

Parágrafo Único. A lei que estabelecer feriado respeitará o disposto no art. 295.

CAPÍTULO II- DAS COMUNICAÇÕES

Art. 309. É vedado ao estado adotar qualquer procedimento ou regulamentação

tendente a cercear a liberdade de expressão ou de comunicação, ressalvada as medidas

necessárias e indispensáveis para resguardar o art. 1º desta Constituição (art. 14), bem

como para proteger as pessoas vulneráveis (art. 3º, §4º, inc. III), e as medidas previstas

para evitar o uso da liberdade de expressão para o fim de destruir os direitos individuais

(art. 303).

§1º. A produção e a programação das emissoras de rádio e de televisão, os produtos e

serviços disponibilizados ao público em geral, bem como os eventos e shows abertos ao

público em geral, atenderão aos seguintes princípios:

I- respeito aos valores protegidos pelo art. 1º desta Constituição;

II- respeito aos incapazes, inclusive crianças, adolescentes e deficientes mentais.

§2º. Não será exibido ou difundido, na mesma faixa de horário e no mesmo canal aberto

ao público em geral, programas destinados ao público infantojuvenil misturado com

quaisquer outros que possam comprometer a saúde mental dos incapazes, inclusive

propagandas, notícias ou referências a programas violentos, sexualmente explícitos ou

que incitem ao vício.

§3º. A lei mor de cada província especificará quais tipos de programas, notícias e

propagandas não podem ser veiculados junto com a programação infantojuvenil a que

se refere o §2º. É vedado ao estado, em qualquer hipótese, estabelecer restrições para o

público civilmente capaz, inclusive quanto a exibição de programas violentos,

sexualmente explícitos ou ao conteúdo das propagandas veiculadas, inclusive as que

incitem ao vício.

§4º. As publicações, programas, propagandas e exibições em geral, inclusive pela

internet, respeitarão o disposto no §2º somente quando abertas ao público em geral,

não podendo haver nenhuma regulamentação quando elas forem restritas para o

público capaz.

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§5º. As apresentações privadas, shows, eventos desportivos e quaisquer outros

destinados exclusivamente ao público capaz, não permitirão que incapazes neles

adentrem nos termos do art. 3º, §1º, inc. III, alínea “d”, sob pena de responderem

civilmente ou penalmente pela omissão, conforme o Direito Privado ou a lei de cada

província.

§6º. As propagandas exibidas em via pública, durante o dia, deverão respeitar às

limitações impostas ao público infantojuvenil previstas no §2º e regulamentadas na

forma do §3º. A lei de cada província regulamentará o horário que qualquer propaganda

será permitida em via pública. Caso se omita, ficará assim estabelecido:

I- durante a primavera e o verão: entre 23h e 5h do horário local;

II- Durante o outono e o inverno: entre 22h e 6h do horário local;

§7º. Qualquer pessoa, ou empreendimento público ou privado, que viole o disposto nos

§2º, §4º, §5º, §6º e no art. 3º, §1º, inc. inc. III, alínea “e”, poderá ser responsabilizado

pelo ofendido ou por seu responsável para reparar os danos patrimoniais causados, sem

prejuízo da responsabilização penal dos responsáveis, se o fato for tipificado como crime

pela lei da província, ressalvado o disposto no §2º do art. 310.

§8º. É vedado ao estado, em qualquer hipótese, estabelecer restrições para programas

ou eventos que não forem abertos ao público em geral e sejam destinados às pessoas

capazes, independentemente de qual seja o meio utilizado pelo evento ou programa.

De igual forma, é vedado ao estado regulamentar as propagandas que vierem a ser

exibidas nestes eventos ou programas.

Art. 310. A lei de cada província poderá responsabilizar penalmente quem permitir, de

forma premeditada ou dolosa, que o incapaz seja exposto a produtos ou serviços

inadequados à sua capacidade mental, bem como a exibição de conteúdo impróprio

para sua capacidade mental, por qualquer meio, inclusive pela introdução do incapaz

em local inadequado.

§1º. Quando a conduta narrada no caput deste artigo se der de forma culposa, é vedado

ao estado punir penalmente os responsáveis. Contudo o estado poderá, nos termos do

Direito Privado de cada província, de acordo com a gravidade do fato e por meio de

processo judicial:

I- multar o empreendimento infrator;

II- suspender temporariamente ou encerrar definitivamente as atividades do

empreendimento infrator;

III- adotar qualquer uma das providências previstas nos incisos no art. 15.

§2º. É vedado responsabilizar qualquer pessoa ou empreendimento se ficar

demonstrado que o incapaz mentiu, trapaceou ou violou o sistema de segurança a fim

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de ter acesso a conteúdo de mídia, produto, serviço ou evento proibido para incapaz.

Se o incapaz infrator já for maior de idade à época do fato, será dada ciência da situação

ao Ministério Público para que examine a possibilidade de revogação da curatela e para

que responsabilize o infrator, caso o ato praticado também seja tipificado como crime

de ação penal pública, sem prejuízo da responsabilização civil ou penal por parte de

terceiros lesados, se cabível.

Art. 311. É vedado aos agentes públicos brasileiros e estrangeiros, qualquer deles,

inclusive políticos brasileiros e estrangeiros:

I- atuar como proprietário, sócio ou gerente de empreendimento televisivo, de

radiodifusão ou de divulgação de notícias por qualquer meio, inclusive impressas,

salvo na condição de acionista sem poder de voto;

II- trabalhar como empregado, colunista, articulista, jornalista, free lancer ou

qualquer outra função que se relacione com a divulgação de notícias.

§1º. As vedações estabelecidas nos incisos I e II também alcançam:

I- o cônjuge de agentes políticos brasileiros e estrangeiros;

II- a pessoa impedida nos termos do art. 303.

§2º. As vedações estabelecidas no inc. I também alcançam os parentes de agentes

políticos brasileiros e estrangeiros consanguíneos ou afins, por linha reta ou colateral

até o quarto grau, inclusive;

§3º. Exceto para as publicações de notícias feitas em sua página eletrônica oficial na

internet ou nos seus perfis oficiais nas redes sociais e, excepcionalmente, nos demais

meios legalmente permitidos pela legislação eleitoral aplicável, as vedações dos incisos

I e II do caput deste artigo também se aplicam a quem atua em cargo de direção ou

como representante de:

I- partido político brasileiro ou estrangeiro;

II- associação sindical brasileira ou estrangeira;

III- associação profissional brasileira ou estrangeira;

IV- movimento social brasileiro ou estrangeiro;

V- ONG brasileira ou estrangeira;

VI- instituição religiosa ou antirreligiosa brasileira ou estrangeira;

VII- instituição de ensino brasileira ou estrangeira;

VIII- instituição filantrópica brasileira ou estrangeira;

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IX- fundação ou instituição privada brasileira ou estrangeira que forneça produtos

ou preste serviços em auxílio de pessoas fragilizadas ou vulneráveis, qualquer que seja

o motivo.

§4º. As vedações dos incisos I e II do caput deste artigo também se aplicam a quem

tenha atuado como advogado, assistente jurídico, contador ou administrador das

entidades referidas nos incisos do §3º, ainda que indiretamente por meio de prestação

de serviço a pessoa jurídica.

§5º. É vedado impor ao estrangeiro qualquer vedação não imposta a brasileiro para o

exercício de empreendimento ligado à comunicação.

Art. 312. É vedado ao estado contratar serviços pagos com empreendimentos de

divulgação de notícias para o fim de divulgar programas de governo ou outros assuntos

de interesse público. Todas as publicações a esse título deverão ser feitas por meio

oficial.

Parágrafo Único. Espontaneamente e sem contraprestação de qualquer natureza por

parte do estado e qualquer de seus órgãos da administração direta ou indireta, os

empreendimentos de comunicação de notícias privados poderão divulgar os programas

de governos, comunicados e demais atos estatais públicos.

CAPÍTULO III- DO MEIO AMBIENTE

Art. 313. É dever de todos usar a sua propriedade de forma responsável, sem causar

danos a terceiros, inclusive à saúde, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 5º,

inc. XXIII.

§1º. Qualquer pessoa cuja saúde seja prejudicada ou ameaçada pelo uso omissivo ou

comissivo de qualquer propriedade pública ou privada, poderá demandar no poder

judiciário competente para exigir que o responsável cesse com a lesão ou a ameaça, bem

como indenize o prejudicado ou o ameaçado pelos danos patrimoniais sofridos.

§2º. O Ministério Público e qualquer cidadão possuem legitimidade para demandar

contra ente público ou privado para o fim de prevenir a ocorrência de dano de destruição

em massa (art. 5º, inc. III).

Art. 314. Para proteger o meio ambiente, cada ente federado poderá estabelecer, nas

suas terras públicas, área para atender qualquer uma das seguintes finalidades:

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I- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico

das espécies e ecossistemas

II- preservar a diversidade e a integridade da fauna e da flora;

III- receber animais recolhidos de via pública;

IV- depositar lixo;

V- outras finalidades previstas na lei de iniciativa de cada ente;

§1º. A fim de evitar despesas com pessoal e com burocracia, fica facultado a cada ente

e poder transferir a administração das áreas referidas nos incisos do caput deste artigo

para as organizações não governamentais, associações privadas ou pessoas que estejam

dispostas a assumir a responsabilidade e os custos da administração.

§2º. A terceirização prevista no §1º deverá ser feita por meio de lei de cada ente, a qual

estabelecerá os direitos e obrigações das partes envolvidas, sendo vedado, em qualquer

hipótese, o repasse de recursos estatais para as entidades ou pessoas que queiram

assumir a administração da área.

§3º. É facultado a qualquer empreendimento privado ou pessoa adquirir bens imóveis

com a finalidade de preservá-lo, vedado, em qualquer caso, a utilização de dinheiro

público para manter tais empreendimentos.

Art. 315. É permitido a qualquer interessado propor ação judicial para punir o

responsável pelos danos patrimoniais causados pelo exercício imprudente, negligente

ou imperito de profissão ou de atividade econômica.

§1º. O poder judiciário julgará improcedente a ação de que trata o caput deste artigo

quando o fornecimento do produto ou a prestação do serviço não violar o art. 5º, inc.

V, e o art. 13, incisos V e VI, ou:

I- quando a finalidade for:

a) responsabilizar profissional ou empreendimento por usar métodos considerados

eficazes pela ciência vigente à época de sua prática;

b) punir profissional ou empreendimento por não ter atingido o resultado

esperado quando a sua obrigação era apenas de meio;

c) punir o profissional ou empreendimento por não ter previsto o que, na situação

em que atuou, não era previsível;

II- quando os possíveis riscos corridos pelo consumidor estão claramente descritos

na embalagem ou no folheto informativo do produto ou serviço e, ainda assim, o

consumidor quis adquiri-lo ou usá-lo;

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III- quando o consumidor, mesmo ciente dos riscos por outra forma, ainda assim

quis correr o risco de sofrer os possíveis danos;

IV- quando o dano resulte de uso abusivo do produto ou serviço ou para finalidade

diversa para a qual o produto ou serviço foi originalmente concebido;

V- quando o consumidor usar o produto ou serviço para cometer atos ilícitos em

geral, inclusive crimes. Nesse caso, apenas o consumidor será o responsável;

VI- quando, ao tempo de sua aquisição e uso, o produto ou serviço era considerado

seguro pelos estudos científicos da época;

VII- outras hipóteses razoáveis estabelecidas pelo Direito Privado de cada província.

§2º. O juiz poderá condenar o infrator a uma ou mais das seguintes penas:

I- indenização pelos danos patrimoniais causados;

II- suspensão do exercício profissional ou da atividade econômica por tempo

determinado;

III- dissolução compulsória do empreendimento econômico, enquanto não adotar as

medidas exigidas pela legislação para prevenir os danos de destruição em massa;

IV- proibição de exercício da atividade econômica, enquanto não adequar seus

métodos e processos aos padrões de qualidade livremente adotados e aceitos como

razoáveis pela sua área de atuação;

V- proibição de exercício de profissão, enquanto não frequentar curso de qualificação

profissional;

VI- outras estabelecidas pelo Direito Privado de cada província.

CAPÍTULO IV- DA UNIÃO CIVIL E DAS FAMÍLIAS

Art. 316. O indivíduo pacífico, base da sociedade, tem especial proteção do estado e

poderá unir-se civilmente com qualquer pessoa capaz.

§1º. O casamento religioso será reconhecido pelo Direito Privado de cada província

como contrato de união civil e seus termos vincularão as partes contratantes, inclusive

quanto aos efeitos patrimoniais. O que tiver sido combinado por escrito entre as partes

e, também, o que for prometido perante o sacerdote da celebração religiosa, valerá como

cláusula do contrato, desde que o ato tenha sido documentado por qualquer meio e o

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acordo tenha sido estabelecido sem vícios no consentimento, respeitado, em qualquer

caso, o disposto no art. 5º, inc. V e art. 13, inc. IV.

§2º. A violação de contrato de união civil gera direito à reparação pelos danos

patrimoniais sofridos.

§3º. Os pactos e contratos de união civil são precários e podem ser, a qualquer tempo,

modificados livremente pelas partes envolvidas, desde que de comum acordo e não

tenha havido vício no consentimento.

§4º. As uniões civis poderão ser dissolvidas:

I- por acordo voluntário das partes envolvidas, a qualquer tempo, as quais poderão

dispor livremente sobre os efeitos patrimoniais da dissolução;

II- nos termos estabelecidos previamente pelo pacto ou contrato preexistente, caso

não haja disposição das partes em firmarem novo acordo;

III- nos termos do Direito Privado de cada província, caso as partes não tenham

estabelecido pacto ou contrato de União civil, inclusive o que se refere o §1º.

§5º. É vedado ao estado:

I- dissolver união civil contra a vontade das partes, ou impor, por meio de lei, outras

formas de dissolução que não as previstas no §4º.

II- limitar as pessoas que podem se unir civilmente, salvo as incapazes, nos termos

do art. 3º, §4º, inc. V, alínea “b”.

III- impedir ou obrigar as pessoas de adotarem qualquer método contraceptivo,

inclusive de caráter permanente;

IV- limitar o número de filhos por família ou pessoa;

V- outras hipóteses previstas no Direito Civil de cada província.

Art. 317. A adoção será livre e irretratável, podendo ser posteriormente fiscalizada pelo

poder público, na forma da lei de cada província, para o único fim de prevenir abusos

contra a pessoa incapaz.

Parágrafo Único. A lei de cada província também poderá estabelecer condições

especiais para que brasileiros ou estrangeiros possam sair do país com o adotado incapaz

para fim de combater o tráfico internacional de pessoas.

Art. 318. Considera-se família:

I- as pessoas ligadas por vínculo de união civil;

II- o responsável legal e o incapaz sob sua guarda;

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III- o genitor e sua prole, salvo quando sua prole for legalmente adotada por outra

pessoa;

IV- o responsável legal e a pessoa por ele adotada.

V- outros casos previstos pelo Direito Privado de cada província.

§1º. Serão consideradas como família as pessoas indicadas pelos incisos III e IV e as

assim consideradas pelo Direito Privado de cada província, mesmo se já capazes, desde

que convivam sob o mesmo teto ou mantenham relação de dependência econômica.

§2º. Os filhos, havidos ou não da relação de união civil, ou por adoção, terão os mesmos

direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à

filiação. Não se considera discriminatória, as anotações no registro civil, inclusive no

que trata o art. 5, inc. XX, relativo à:

I- designação das pessoas civilmente responsáveis por pessoa incapaz;

II- designação do nome do pai e da mãe biológicos da pessoa, se houver;

III- identificação do sexo biológico;

IV- designação do nome dado pelos responsáveis legais à época do nascimento;

V- descrição das características físicas ou aparentes da pessoa a qual o registro se

refere;

VI- designação do nome escolhido pela pessoa após ter-se tornado capaz.

CAPÍTULO V- DAS SOCIEDADES ALTERNATIVAS EM

GERAL

Art. 319. É permitido às pessoas formarem sociedades alternativas para viverem da

forma que considerarem melhor, inclusive e não somente:

I- de forma tribal, como os índios da América;

II- totalmente nus, como os naturalistas;

III- medieval, como as pessoas da Idade Média;

IV- renascentista, como as pessoas daquele período;

V- Amish, como grupo religioso cristão que abomina tecnologia;

VI- comunitária, sem que se estabeleça diferenciação entre a propriedades de cada

indivíduo que a compõe;

VII- libertária;

VIII- qualquer outra forma de sociedade alternativa.

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§1º. Desde que a sociedade alternativa seja estabelecida em propriedade privada que

não esteja dentro de área urbana e tenha tamanho mínimo fixado na lei de cada

província, qualquer pessoa ou agrupamento de pessoas, poderá estabelecer, livremente,

quaisquer das sociedades apontadas no art. 319 e viver conforme considere melhor;

sendo facultado a cada província conceder às sociedades alternativas, autonomia

tributária e autonomia administrativa para resolver os seus conflitos sem intervenção

do município, da província ou da União, inclusive em relação a solução dos ilícitos civis

e penais praticados em seu interior, ressalvado o disposto no §6º.

§2º. As sociedades alternativas e seus membros deverão respeitar as outras propriedades

ao seu redor, sob pena de, nos termos da lei de cada província e conforme a gravidade

da ofensa:

I- serem responsabilizadas civilmente;

II- perderem autonomia tributária;

III- perderem autonomia para resolverem os ilícitos civis ou penais cometidos em

seu interior;

IV- sofrerem retaliação armada da Polícia Militar, das Forças Armadas e dos civis

ofendidos, caso pratiquem atos de vandalismo ou outros atos ofensivos contra

propriedades vizinhas;

V- caso a sociedade alternativa pratique atos de guerrilha ou guerra contra

propriedades vizinhas, o ente federativo ofendido poderá declarar Estado de Guerra

Civil contra a sociedade alternativa, a qual será travada nos termos do art. 94, §1º.

Os membros da sociedade alternativa serão tratados como estrangeiros e o ente

federativo ofendido poderá usar de qualquer meio para destruir a sociedade

alternativa, inclusive ataques com armas de destruição em massa. Nesse caso,

nenhum brasileiro que participar da guerra contra a sociedade alternativa poderá ser

responsabilizado nos termos do art. 94, §4º, §5º, §6º e §7º.

VI- dissolução compulsória da sociedade alternativa, confisco de suas propriedades

e condenação à morte de todos os responsáveis por ela.

§3º. Não será reconhecida como sociedade alternativa aquela que não viva de acordo

com os costumes e regras segundo as quais propagandeia viver.

§4º. É proibido ao Estado doar recursos públicos para qualquer das sociedades descritas

no art. 319, devendo elas, por si mesmas, resolverem seus próprios problemas.

§5º. O Estado não tolerará a presença de sociedades alternativas em suas terras públicas,

podendo, segundo critério de conveniência e oportunidade do Poder Executivo, e

mediante autorização do Poder legislativo competente, alienar as terras para os

interessados em formar sociedade alternativa, vedado, em qualquer caso, estabelecer

tais sociedades em territórios ou faixas de fronteira.

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§6º. Não será permitido, em nenhuma hipótese, que a sociedade alternativa pratique:

I- escravidão, assassinato de incapazes ou sacrifícios de sangue que violem o disposto

no art. 5º, inc. V, e art. 5º, inc. XXVI;

II- impeçam seus membros de exercerem as prerrogativas constantes no art. 1º,

incisos I, II, III, IV, V e X desta Constituição.

§7º. Caso a sociedade alternativa viole o disposto no §6º, poderá sofrer qualquer uma

das penas previstas no §2º, nos termos do Direito Privado ou da lei da província.

§8º. As instituições de ensino poderão realizar parcerias com as sociedades alternativas

para o fim de promover estudo ou pesquisa de natureza social, psicológica ou de

interesse de qualquer outra área de estudos.

Art. 320. As sociedades alternativas de que trata o art. 319 poderão ingressar no poder

judiciário competente para solução de demandas de seus interesses. E, para os efeitos

de determinação de competência, serão tratadas como nações estrangeiras.

Parágrafo Único. As sociedades de que trata o art. 319, e, subsidiariamente, seus

membros, são civilmente responsáveis pelas obrigações que contraírem com terceiros

ou pelos danos patrimoniais que causarem.

CAPÍTULO VI- DA FILANTROPIA, DOS SINDICATOS E DOS

CONSELHOS PROFISSIONAIS

Art. 321. A caridade, a ajuda ao próximo, a solidariedade e a filantropia serão exercidas

de forma livre e voluntária pelos indivíduos e empreendimentos privados, sendo vedado

ao estado instituir tributo, impor regulamentações, ou gastar recursos públicos sob o

pretexto de patrocinar tais atividades.

§1º. Cada ente federado poderá reduzir ou isentar os impostos das atividades descritas

no caput deste artigo;

§2º. Em caso de desastre imprevisível, o estado poderá alocar, de forma temporária,

recursos suficientes para amparar a população afetada, desde que os atingidos não

tenham dado causa ao desastre ou assumido o risco de sofrê-lo como no caso de quem

constrói à margem de curso de água, em locais íngremes, em zonas de ocorrência

frequente de terremotos e maremotos, bem como próximo a vulcões ativos.

§3º. Desde que observado o disposto no Título II, Capítulo IV, e as demais vedações

estabelecidas por esta Constituição, o poder executivo poderá instituir programas de

governo consistente no investimento em obras, desde que elas resultem em benefício

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difuso para toda população de seu ente federado, e a iniciativa privada não promova

trabalho semelhante. Em todo caso, é vedado patrocinar obras que resultem em

benefício apenas para uma parte da população.

Art. 322. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre

a oportunidade de exercê-lo e os interesses que devam por meio dele defender.

§1º. O empregador não é obrigado a pagar remuneração nem qualquer outro benefício

aos grevistas no curso da greve, e permanece livre para contratar outras pessoas para

continuar sua atividade.

§2º. Os grevistas não podem impedir a entrada ou a saída de pessoas de qualquer

estabelecimento e responderão, de forma solidária com o sindicato ou a associação que

os apoiarem, pela depredação ao patrimônio público ou privado, sem prejuízo da

responsabilização de seus autores pelos atos ilícitos que praticarem.

§3º. É proibida a realização de greve no serviço público, cabendo a demissão imediata

do agente que a pratique, sendo-lhe assegurado o direito a revisão periódica e

automática de sua remuneração, nos termos do art. 69, inc. II.

Art. 323. É livre a associação profissional ou sindical, sendo vedado, em qualquer

hipótese, o fomento delas pelo estado, movimentos sociais ou por partidos políticos.

§1º. É vedado às associações sindicais e profissionais;

I- estabelecer requisitos mínimos obrigatórios para o exercício da profissão;

II- estabelecer critérios que resultem em reserva de mercado para seus profissionais;

III- estabelecer política de preços mínimos para o exercício de profissão;

IV- exigir formação escolar mínima obrigatória para o exercício de profissão;

V- demandar no poder judiciário para defender interesse individual heterogêneo de

seus membros;

VI- outras limitações razoáveis nos termos da lei de cada província.

§2º. Os representantes de associação profissional ou sindical, após saírem de seus

respectivos cargos, ficarão inelegíveis pelo prazo mínimo de 2 anos, podendo a lei mor

eleitoral estabelecer prazo maior.

§3º. As associações profissionais e sindicais serão mantidas exclusivamente pela

contribuição voluntária de seus membros e se organizarão do modo que quiserem,

respeitados os limites desta Constituição, sendo vedado ao estado limitar a existência

de vários sindicatos para a mesma profissão.

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Art. 324. Os conselhos profissionais serão mantidos exclusivamente pela contribuição

voluntária de seus membros e se organizarão do modo que quiserem, respeitados os

limites desta Constituição, sendo vedado ao estado interferir na constituição,

manutenção ou extinção dos conselhos, bem como na organização ou funcionamento

deles. Os conselhos profissionais poderão:

I- estabelecer princípios éticos e sugerir recomendações teóricas ou práticas para o

exercício de determinada profissão;

II- propor ações judiciais na forma prevista pelo art. 315.

Parágrafo Único. Oconselho profissional, quando propor ação na forma do art. 315,

não poderá requerer indenização à vítima pelos danos patrimoniais sofridos, salvo

quando a vítima atuar como litisconsorte ativo do conselho, hipótese em que a

indenização, se for fixada, será paga apenas a vítima.

TÍTULO VIII- DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

TRANSITÓRIAS

Art. 325. Todas as empresas públicas, sociedades de economia mista e autarquias

prestadoras de atividade econômica serão privatizadas. O produto obtido com as vendas

das entidades será utilizado para pagamento das dívidas do ente federativo.

§1º. É facultado a cada ente federativo privatizar aos poucos seus empreendimentos a

fim de aproveitar melhor o valor de mercado, sendo que a medida não poderá

ultrapassar 5 anos.

§2º. Os servidores sem vaga para ocupar, ficarão em disponibilidade na forma art. 71,

§6º e §7º.

Art. 326. A assistência e a previdência social serão privatizadas integralmente, inclusive

os fundos de pensão de servidores públicos, no prazo máximo de até dois anos da

promulgação desta Constituição.

§1º. Independentemente da privatização do INSS, o mercado securitário será

imediatamente aberto para a livre concorrência e ninguém será obrigado a pagar

nenhum tipo de tributo ou tarifa a título de seguro, inclusive público.

§2º. Não há direito adquirido sobre benefícios previdenciários ou assistenciais

decorrentes de ordem constitucional anterior, nos termos do art. 26, Art. 28º.

§3º. Os benefícios previdenciários ou assistenciais concedidos na vigência da ordem

constitucional anterior serão adequados para que não ultrapassem o limite de 1/5 do teto

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estabelecido no art. 68, Art. 69º, inc. VI e o pagamento deles será mantido pelas

províncias desde que preenchidas as seguintes condições cumulativas:

I- o titular seja incapaz para o trabalho em razão de sua condição física ou mental,

independentemente de qual seja a causa, enquanto durar a incapacidade, e seu

cônjuge ou responsável legal, se houver, não disponha de recursos para lhe garantir

abrigo e alimentação;

II- o titular do benefício e seu cônjuge, se houver, não tenham patrimônio superior

ao valor de três quilos de ouro;

III- o titular do benefício não receba renda de outras fontes, inclusive privadas, cujo

valor seja igual ou superior a 1/20 do teto estabelecido no art. 68, Art. 69º, inc. VI;

§4º. Os benefícios de que trata o §3º terão caráter provisório e deles não decorrerão

nenhum tipo de benefício para os dependentes de seus titulares, como, por exemplo,

pensão por morte.

§5º. A província aplicará, obrigatoriamente, até 30% do total de sua receita tributária

para pagar as obrigações previdenciárias de que trata o §3º. Caso o percentual não seja

suficiente para pagar todos os benefícios previdenciários de sua responsabilidade, o

valor de todos os benefícios serão reduzidos proporcionalmente até que a receita

tributária seja suficiente para pagá-los.

§6º Em nenhuma hipótese, a província fará pagamentos retroativos para titulares de

benefícios previdenciários ou seus herdeiros, acaso a receita tributária aumente e tenha

havido, no passado, pagamento de benefício com valor reduzido em razão de

indisponibilidade de recursos nos termo do §5º.

Art. 327. As autarquias de fiscalização da profissão ficam convertidas em associações

privadas de exercício da profissão as quais serão mantidas, exclusivamente, pela

contribuição voluntária de seus filiados.

Parágrafo Único. Os servidores e funcionários públicos dessas autarquias serão

convertidos em funcionários privados, sem indenização pelo tempo de serviço público

prestado.

Art. 328. Os bens que eram de propriedade dos antigos estados federais ou que estavam

na posse deles, serão repassados automaticamente para as províncias, se compatível com

os princípios desta Constituição.

Art. 329. As novos Tribunais de Justiça serão imediatamente compostos conforme os

parâmetros estabelecidos por esta Constituição. Caso a Justiça Eleitoral ainda não

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tenha providenciado sistema eletrônico, a votação será feita em urna de papel. Os Juízes

que comporão os novos tribunais deverão ser escolhidos em até 90 dias da promulgação

desta Constituição, na forma prevista por esta Constituição.

Art. 330. Os tributos serão todos adequados às novas regras constitucionais no prazo

de até 4 anos. A partir desse limite, deixarão de existir todos os tributos extintos pela

nova ordem constitucional e serão aplicadas as regras relativas a proibição de confisco

e de bitributação, inclusive as regras de repartição de tributos entre os entes federados.

Parágrafo Único. Durante o tempo de que trata o caput deste artigo, o Poder Executivo

de todos os entes federados deverá reduzir a despesa com pessoal em no mínimo 90%.

Também deverá cancelar e suspender todos os programas de governo que não sejam

essenciais para a segurança e manutenção da ordem no ente federativo. Os recursos

economizados com a medida serão usados, exclusivamente, para o pagamento das

dívidas externas, interna e o resgate de títulos da dívida pública.

Art. 331. As demais providências necessárias para completar a transição das instituições

de estado e de governo para o novo regime constitucional serão estabelecidas pela lei

mor de cada ente federativo os quais, em qualquer hipótese, terão até 10 anos da

promulgação desta Constituição para completar a transição, sob pena de sofrerem

intervenção.