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ISOBnEI 1 O DISCURSO QUE ESCREVEU I MANUEL D'ALMEIDA E SOUSA IEM FAVOR DOS DIREITOS DOMINICAES DA COROA, 1 DONATARIOS, E PARTICULARES, 1 I PELO DESEMBARGADOR I MABOEL FERNAN DES THOhl AZ. ICOIMBRAi VA REAL IMPIIEWSA D.4 UNIVERSIDADE. - 11614. 1 / Com Licença da PIeza do De~emBargo do Pap. /

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Page 1: 1 O DISCURSO I MANUEL D'ALMEIDA E - Faculdade de Direito ... · no seritido quc elle quer , usassem de hum direito ISgitimo,, pois o $. 17. do Discurso, que elle cita, nad,a prova,

I S O B n E I

1 O DISCURSO QUE ESCREVEU I

MANUEL D'ALMEIDA E SOUSA

IEM F A V O R

DOS DIREITOS DOMINICAES DA COROA,

1 DONATARIOS, E PARTICULARES, 1

I P E L O D E S E M B A R G A D O R I

MABOEL FERNAN DES THOhl AZ.

I C O I M B R A i V A REAL IMPIIEWSA D.4 UNIVERSIDADE.

- 1 1 6 1 4 . 1

/ Com Licença da PIeza do De~emBargo do Pap. /

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T E n d a - n o s sido comrnunicado o Discurso JU-

ridico sobre o s direitos dominicaes eni favor dos senhorios , e em confutaç50 de liumas Tlieses , QHe correm manuscritas sobre aquella mareria : e differindo muito esseticia1mente os principias , que temos aprendido, e que acreditamos por muito eêrtbs , de g r a n d e parte daquelles que forão ado- p t a d o ~ rio Discurso ; persuadimo-nos que fariamos hum bom serviço ao píiblico , dando nossas opi- niSes, e juizo que forn-iamos sobre algunias das do A. : porque náo podendo deixar de considerar hoje muitos Senhorios, que percebem direitos do- minicaes , excessivarneiite medrados em seus uteis c regalias, jiilgimos que huma Obra, em que se ensináo os meios de sustentar posses injustas corno actos legaes , náo vem senau dar calor a preren- fdes excessivas, e animar os poderosos a que se abalancem mais afoitameme a empresas , q u e in-. tentadas perseguem, e inquietáo cenrenares de fa-

A z

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miIias , e vencidas reimatio a deograsa d e povoaf6es inteiras.

Para maior cfareza dividirenios o nosso traba- lho em duas partes : e fdzendo na primeira algiimas observaç6es sobre as opinifies, que no Discurso

acliinior dignar de nota, mostraremos na segunda, qae o A. 1150 convenceu, como se propoz , todas as Tlwses esctitas no Papel, a que chama &di- C~OSA

Náo se entenda peréni , que desejamos fazer a apologia das Theses , ou preteiideiiios que deste nosso Escrito se conclua necessariamente a solidez d a sua doutrina. Huma proposiçao considerada abstractamente , ou he verdadeira, ou he falsa : em qualquer das hypatheses aquelle que a ataca, pd.le mostrar, ou deixar de mostrar sua fdsidadc ; e se a n%o mostrou, nem por isso se segue, que a proposiçio seja verdadeira. Eis-aqui o nosso caso.

Ainda que o objecta principal do A. d o Discurso seja tratar d e todos os direitas domini- c a e s , náe seguiremos o mesma plano, porque nem reriios por fim accrescenxar coma alguma ao que elle disse , nem escrever hum tratado sobre

a niateria. Rastrearemos por tanto suas opiniSes,

dizendo -sdmente o que for mister, para s e for* mar juizo sobre eilas: occupando-nos com par- tf~iilgridade de Foraes ,. e Doaçdes , por vermos que estes f o r b tamhem oa principaes cuidados do A.

Me. faci1 achar a impossibilidade de incluir wsies dous pontos s6 todas as opini8es notaveis d o Discurso ; e por tanto daremos alguinas I em I

capitiiios separados, e quedaráo outras fora do r e x ~ o , para irem saliindo nos additamentas., ou no* tas, quando a occasiáo chamar po r ellas.

Vem aqui muiro a proposito declarar, que trIo hê nossa tenção escrever contra os direitos da Gotm, nem atacar. os de seus Donatar ios , ou mesmo aquelles dos Senhorios particutarrs. Quando o PRINCIPE REGENTE Nosso Senhor tem pu- Micado comperenremente na suacarta Regia,escrita do. R i o de Janeiro a 7 de Março d e ~ 8 1 0 , que o actual sysiema dos Oi ravw , Quartos, e Terços ~pprimern dema~iulEBmente a Agricultura : quando elle sente , que OS Foraes sáo em algumas partes do Reino intukcpavel?~?e~te prztzdos. , e concebe a r é O projecto de os ex t i~r~ ,u i r , . ou rnj~orar pelo me- nos, julgamos que em atacar todas as id&as , to-

das as opinióes , e as doutrinas todas, que acha.

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mos em cúnrraposiç50 6s Vistas Bemfaze-jaa ; e aos Cuidadas Paternaes do Nosso Augusto Soberano, n%o fazemos senáo ir conformemente ao plano de melhoramento, e de refarma , que eIIe tem man- dado executar para felicidade da Nasao,

Respeitando pois o A. do. Discurso Juridico , impugnaremos aquellas de suas opinidcs , sue nos parecerem dignas disso : porém folgsremos , que se nos faça a justiça de acreditar, que náo 110s lisonjeamos d'ante-m%o com a esperanga inirnatura de levar a rnefhor nesta util contenda- Expomos francamente nosso juizo sobre a materia sujei ta , e como damos raz5o do que dizemos, o público adoptará squelle systema, quc achar mais solida- mente estabelecido.

C A P I T U L O I;

Origm do$ Tornes,

O S Foracr , dados aos primeiros paroadore., ronririliáo n i o 56 a declarnção dos direiros , tri- huros, prjvilegios, e i s e n ~ d e s pertencenies á Coroa, ou Senliorjos , porirn sinda algumas Leis Civis, e Criminaes de cada huma das terras, a q u e se concedi$o pelos Conquisradores ou Fundadores dellas, a cerca da policia, juizo , c o n d i g h c i v i l , e oiitrns olijecros de igital natureza : e neste geri-

tido os fi'otncs crio repiitndos Codigos da Naçdo, que por elfes se governou, em quariro n5o rcve Lcis geraes. Assim os acharnos ciadus antes do Coiide D. Henrjqiie ; cnniinuados em o reinado do Seiilior D. Affonso I e de seus proximos, e inirnediaros Successores ; não podendo ern conFe- quencia deixar de ns considerar anreriores ao e s t a - belecitnenro da Monarchia, Vid. as Memor, de Litternr. Portq. Tom. S. p. 190. TOWL 7. p. 162. Diccroaar. de Bíuteau aa palavce Foral, IIIEP"U&C~. r00 S o c o Cod. p. 75.

Ein tempo do Conde D. Sisnando achamos liiim Fa- . ral dado a Cuinibra por El-Rei D. Affonso C f I , que

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depois reformou o Conde Henriqiie, dando oitkras a 'Tentugal , a Soure , e a mais poioaçbes. O Senhor D. Affonso Henriqucs os deu a Guimarães, Miranda, e CSa ; o Senhor D. Sancho I a Pinhel, e Penama- cor ; o Scnlior D. Affonso 11 a Contrasta, OU Valen-

.$a, e Poiitevre ; n Setihar D. S ~ n c h o 1 I a Santa Cruz, c Abreiro ; do qiie tudo há nriticia ns Monarrh. Ltt- sitan f i m . 3 . L&. 8. c u p . 4. 23. 31. e 70m. 4. Liv, rz. Cnp, 1 1 . e Liv. r3. Cup. r6. e Liu. 14. Cop. 4. -- A derivaçno desta pa!aura iie daila por Fr. Toriq~irn dt Soiiin Roin tio seu Bbcitidrio, Tini. I .

pag. 472. e pelo Aliirir da n/l~rnorin , que vem no T o m . 7. das de Lit irrat . Partug. p. 166. Accrescenta- remos porem acttrí as differentes accepçóes , nas quaes achamos adoptada em a nossa Legislq50 a -pa nirra Furo , e Foral. Com effeiio hc miii frequente o en- tender - se por Furo , Lei c~nsuetudinaria , USO , e costume. Ord Liv. r . Tir. 67. 5 , 5 . e 7ii. 74. $. 4. Mel10 Fr~ i r . Inrtit. L ib. I . Tit. I 2. 5. r . not. e Liv. 2. Tit. 2. 5 . 10. no[ . ; e em canseqiiencia Foral páde re- putarsse a Collecçáo desias Leis ou usos. Tarnbein se acha, que Foral !E a Carta de privilegias, ou isenções de algiiina das Naç6es Estrangeiras : e neste sentide se diz Farul dor I q l e z e r . Ord. Lib. I . Tii. 52. 5. 9. E ulririiamente se iama Foral por Conipilaç%o, ou Re- gimento de de~erminaçdes de qualquer Estaçso de lia- z c n h Leal , como o Forali da Ayundtga de Lirdoa,

Na'o 86 os Senhares Reis daváo estes Foraes , mas as Grahdts e Fidatgos , aos povos que habi- .rav$o suas terras : estes com tudo o fazijo non j a c paprio, mas como Donatarios da Coroa, e pot mercr? do Soberano delb; por quanto em h u d Governo Monarchico , qual he e foi sempre 0 iaosso desde seu principio, o podes resi0c ao

Soberano, e em consequeneia a direito de impnf tributos, de legislar, e declarar penas contra os transgressores, he hum direito Magesratico , que clle só póde exercitar, ou aquelle a quem com- metrer as suas vezes. He verdade, que e m a l g u n s destes Foraes se encontrão expressaes , e mesmo dispasiçties, que parecem dar a enteiidcr , que os $ 4 ~ 6 aurores cxercirav;io huma cspecie de Sobe- rania , como quando applicav50 para si as penas

ccuniarias impostas aos crinies , quando prohi- &i20 a appel lapb para o. Rei , o u pa ra OS seu* Juizes, e outras semelhantes : p r e m nós reputa- mos estes exemplos, ou nascidos da ígnoran- cia dos tempos , ou meras usurpaç0es e abusos praticados pelos Grandes , e Poderosos, que nãw destroem a regra geral. Mel]. 12reir. h s t i t . Jcrr. Lib. r. Tit. I, S. 3. Moate.rg. Espr. des Lois L. 2. ,

C h p . 4. Pujèndor-Llroit de Za Arnt, Liv, 8. C&ap.+ 1..

H%.$ lf:. N. Parf. 8. Cap. 4. 8. 8 r 3. O Aiiior da segiinda Meinoria sobre a Epoca fixa rla

introdiicçáo do Direito Roinano em Portugal , que vem no Tom, das de Li~rcrni, Poriug. diz na $. 3. a pg, 385 ,, d , i a q u i <*ma n i n a p r i m r i r u Ltir r sYiteni. dr G&ver)1# br FgudaI ,, c Mií. Fr*ir. 1fis)ir. Jur . Civ. Lib., S., Tit.-r I . S. 5. vai. vai conforme, tnes. princi-, pios , ~x~ticando.se desta maneira : guod guidem ( ja' felidale ) apud nos qrrum;r nunpunm fuis~tl ~criptif (C-

gi6ui rttrprurn , conntsiudine famrn diu mubsrnrgrr sbii- nidit. , . . . Sendo assim já se cnnhece a razáo, por. que 06 Senhores, .e Grandes, popendêriio sempre para esteuder os liinitcs de seu po!er usurpando o que era dos Soberanos. A taes coitumcs, devemos n6ç at~r ibui t tamberh, o que diz o c i i s d ~ Rritor daqiella Memor. pflgg. 380 . . . , achaineá P e r a r ~ no principio dodas $w.par$icuiarc~ p o i ~ :r& a% Dirbifn Dilminial. . , . . EA-

B

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tenda-rie , qtre n5o eráo Foraes no sentido ri- goroso da paiavrs , porem sim o ¶rir sc rliamava Carta

f í i r i , ou Carta p c p r ~ l a ~ i ~ n i r , riu Coria iic srmpre, dc qiia se dh noticia nas Obscruaç. de Diploma&, Partiig. png, 62. (veja-se a nota ao 9. 9 , )

Parece-nos por tanto, e em consequencia do referido, pouco exacta a critica,, q u e n A. do Uiscrtrso iaz em o seu 5, 73 , quando diz : Fz- nalrriente eePtgaao~-se Mello quando no l u g ~ r que i?n- puggiio (Lib. r . Tit. 7. $. 15. not.) disse, que só 8 Rei tem poder de impor Censos e T r ; h t o s por Fo- rdes , sendo aadis certo (5.7.) . . . . que aos priucipios da Illottarchia ainda UJ Particulares que d o e r h Donararios da Coroa dnv& Foraes aos P o v o & h r c ~ das suas Terrns co~n impasigües de foros, Leis Ci- v i s , e Crimil~ae~ para o governo delles. Com effejto n5o podemos deixar de notar: I." que a propo- si$" de Mel10 &tire, escrevendo que só o Rei tem poder de impor Censos ou Tributos, Iie ge- ra l , e náo se limita aos Foraes , q_ue o A. ac-. crescentou , artribuinda-lhe o ue nao foi dc sua t e n ç b dizer : 2." que LMello 1 reire não a6 diz , que' este poder perrence ao R e i , mas tambem aos Dona tarios , vel eum cui Rex i1Za donavjb ; e o A, ainda n5o mostrou, que esses particulares, quan- do davão Foraes nos principias da Monarchia , e no seritido quc elle quer , usassem de hum direito ISgitimo,, pois o $. 17. do Discurso, que elle cita, nad,a prova, e a nota si5 parece provar o contrario: $-O q u e o referido Escritor (Hist. Jur. 5. 39, not.) náo diz o que o A. pretende , porque se explica

deste moda. . . . En.r vem (as Leis Foraes) no& solsr;n I lenrkm, et Alpbonsas , sed e h r n k5ri PK ILY- CIPES er VF'TlII1ATES bis te~nporrbus ddbnr:t . . . . e iiinguem poderá asseverar, que a s palavras l'rira- c@es eb Optimates digrio em portuguez partirda- res, que e& Bonaearios da Coroa , e nem que elles dessern as Leis Foraes jure proprio , e náo como taes Donatarios, que be o ponta da questáo ; coiiliecendo-se antes elo contrario, que ~ZÍlcZla Frcire entende aqui 8pri>ialer por Danarariar, porque em t a l sentido ns romnu tambern nas I~rrtit. Jur. Lzb. 3. Tit. 3. 5. r 8.

Salztdu dt Honor. Glor. 33. pn'nrip. a,* rz . x 3 . 129. dá tesiemuriho , de que asstm erâo chamados os Gran- des da prinieira qitalidade , qrre rccebiáo inertes da Ca- roa ; e coin elle concolria o nosso J'ilkiaBon~ Kabi- linrch Purt.q. Cop. 7. quando diz , que os Ricos-ho- mens se chatnavCo opimiiirs (ieja-se a Memor. qire vem no Turn.6,das de Lirterat.Pririug. p.r76.not.87. infin. c Tom. 7 . p. 143. nS0 ~bz.j--FPt.álf: JMS. &i. P. 8. 5. t 3 j, d i este iiotne iquelles , que no Governo Aristo-. craticu goz5o do potler stiprerno : mas Grawinci suppríc, que optirna~e~ er5o os que nos tumiiltus do povo segui50 sempre o melhor partido, isto he o partido dos ho- mens de p'robidade ; e que por isso os outros se cha- maváo popa(rtr. Oryitr. Jur. Tom, r . Cap. 7.

Temos pois em vista doeque se disse, e por huma parte, que nâo foi MfUo Freii-e quem se 'enganou, mas sim o nosso A. na critica, qúe Ihe 6 2 i e pela outra ,+que os Fomes, na accepgão em que os .toma 3 Le1 , e em que n6s os tomamos, quando tratamos da Jurisprudencia, que regula

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a5 diversas quest6cs sobre a sua intclligencia , r120 foráo dados pelos particulares , corno particulares; e se o forão, n20 podem deixar de se repiitar usurpaç6es , que não destroem a regra gera!, e qtie ficar20 sem effeito, ou nas providencias dadas gelos Senhores Reis da primeira idade da nossa lkionarcliia, ou na Kcforma geral do Senlior 13. Maiiocl , dc qtie vainos a tratar.

Fr. A~nioriia Grnnrfüri diz na Mnarrb. Lu~ i f , L.iz1, 9. Cqj. rz. Dapião fomes as terra$ (que eráo as Leis parti- crilares pcirquc sc govcrnavão) ti50 si as R e y r , c Yriri- cipes ~obrrn, ios , se nõa ianihcrn algiir Fiddlgos , A QU E hr

os P R I N C I L ~ E S CONCEDIA^ A P O V C I A Ç , ~ ~ , O U G O V E R N O

nsLtss. Todos aqiielles pois qtie pratiíaváo n cnnira- rio , c que tinhin em vista exeiciiar nesta parte h u m x prerogativa da Soberania, sem mercê ou consentiniento do Monatcha , obrair20 de puro feito , c náo dc Dirci- to : e he obvio, que nunca póde entrar em coiiteinpla- $5, , 0 que se fazia, para o qiie se devia fazer. Veja-se a iMemor. quõ vem iio Totn: 2. das de Li l l r rat . Pir tup $. 1.5. prlg. r 90.

C A P I T U L O 11.

Da ReJórnta dos Forder, r do efei to que ell4 p~odusio no Foro.

* " rl

OS innnrsr~ dar, Pouor (diz Filangieri) nrudns COM gewfbes ; e a. ~IrerafZo de Eircuartaacids torna pep.ig0sa.r &J rossas, plse eíls outro tempo se r ep tmi~ ax ?nair uteis. Qra estas rpzdes, que

- j ~ ~ t i f i ~ h em regra a necessi8ade de mudar a Le- ~gislaç50, dcviáo influir sobremaneira nos itiorivos , que determinirão o Senhor Rei D. Mtíanoel a pro-

,jecrar a Reforma dos Foraes, como ellc dci 3 en- tender n o preambulo do de Lisboa, ;ilinde diz : vindo hd Nosss sotich , pfr C ~ J J ~ M ~ YZU nossa CicCade de Li~bola, qalamo i.la nzuiios Lu~nres de Xorsos Kegnor , e Seuhorios pfir spre»r bes IGrnfs, qkrr t i - n h a de IIauy ~0flgu.r ke??pu~ , C o~ #o??frs L/&ZS ??zoe- das, e iatrinxeco ztdo'or rIe2Zas Je Dom cor/heciÜo , e pior nssim nom poderem s w e~rendidos , assim por muitos deiles estarem em Latirii , e outros em lia- garagem antjip , e Resnca~t#nintla se /evava, e pngavn par elies , bo r rre verdadeiramente se noiE dpvia pagar; e gaeren d u todo relnedisr ctc.

Veja.sc o Syrtem. dor R~,nim. 7an1. 6. png. 479, e ahi se achará estampada aqucllc korat com a iiara de 7 de Agosto de 15oo.--Notaremos neste t i i ~ s r 4, 911" o A. do í3iscursa diz no $. 28. Advirto 3." q c s r.tcru- iando-te por F~rririn L+ Pintru n reforma dgs f i v r n r ~ pelos ann3s de 15t3, ali igr i , etc.

Com effeito el1e mandau proceder nesra ma- teria com aquella actividade e exactidão, que per- mittiaci as luzes do tempo. Vendo o mal eir: torios

*OS lugares do Reino, em todas mandou fazer as ,.mesmas diIigencias , chamando todos os F'oraes $das Cidades, Villas , e Lugares, radgs as Escri- lturas, e Tombos, to& as Inquiri~des , e Autos de jusr8caç50 e exame, com citação das interes- # W ~ Q S para Jlegarsm o que lhes conviesse perante

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a Commisiáo dc Ministros, pue a esse fim no- meou, Prccedêr50 p o r tanto a effectiva Reforma diligcncias , que não se circunscrev(r50 a Iiu- mas , ori outras povoaçóes: e ncm se p6de aup- psr , que as vistas do Senhor D. Manoel fossem l i m i t a d a s , dado que era geral em toda a Mo- narcliin a necessidade de pro\ idencia a este res- peito.

Qtiern Têr a Bisjerfoç. Hirroric. Juridic. nchari , que o Senhor D. Manitel quiz fazer hiima Kefurma geral de todos os Foraes do Reino, e ern todas as ter- ras qiie pagauáu direitos Reaes. He prova disto o que v h o s ria Cullrt. RLaL. & 22. Jt A'aecmliro dr 1497, ein qiie n5o sb se rnandáráo v i r delohs e csdu Iiuiiia ilas terras os Foraes e Escritiiras, que ahi havia, e faliavio por enviar ari Jiiizu da Commis~So , porém grrc cnth Cidad~ , Villu , oir L u g n r , que Foral irver, ou em que l e a l ~ u u u s Renda5 ou Dircitor KPDPES ISnrrecadum ftjat~de 00s I O ~ I . C *

dites a muneira e moda, perqut se tm cnda lugar remprc arrrcudar~nr . e oru wrrccadom o; flifas readas c dircifor Rcarcr etc. O riiesmo Foral de L i s b o a , que acima ci- támos, diz no seu preambulo : nrnnd/imos trazer to - Ilollos Forosr dur Cirlade~, Yillns, r Lugares . r . . e ar adros Eirripiurar , Inyuir içõe i , c Aatios , qut sm ~~rlo l ios sobridiror Lugores manrláaie~ etc. palavras qiie excluem a possibitidade de julgar , que a Reforma náo foi gerd.

júi acabada ; sem nos lembrarmos da insufficien- cia dos conhecimentos d o t e m p o , e dos estorvos que as circunçtancias devi50 accarretar.. h's0 abstante isso porém os Foraes então feitos esta- belecerão regra para o futuro, e eni consequencia revogáráo d e preterir0 os outras exisrenres , os quaes-por isso perdCráo desde logo a força de sbrigar.

A Iegalid3de , e aiitenticidadt da Reforma he hum facto iticnntestavcl da Hintoria Jriridica daquella idade, porque as medidas tomadas pelo Senhor D. Ma- n(iel para levar ao cabo eata graiide obra , dão teste- munlio da circumsper~áo , com que elle mandou pro- ceder na matrria. Virirc e doos Drseiribargadores deráo selis votos, ou Parererer, sobre cada hiima das quesibes propostas a respeito dos (liversos objectos , qire hauiáo entrar na Reforma Ord. Man. Liv. 2. íri/. 45, e hilma Commiseáu composta do Cttaiiceller MGr , e ttes outros Miiiistros conhecia dos feitos , que se proccssav~ri com sudieocia dos i 11 teressados , a perfeito conhecimento do estado dos ilirrilos e obriga~Ses etc. D;~srri.Hist. robrr u Refortii. Cup. 2. sendo por tu110 maiiifesto, que em nada se faltou 5s solemnidades prescripias pelas Leis do Reino para a ardem forense.

§. 7. - O A. parece seguir no S. a8 que os Forees lhos não f i c l r ão cassados, depois que se derSo

'E se colhe tambem do ex or to , e dos monp P I)B novos, porque noIa de erro a opinião de Pegas .mentes daquelia idade, que ai autentica, e legal ao Tom. 9. ab O~ditzat. Lib. 2. TZP. 33. R&. n. 4~39. a Reforma dos Foraes: sendo que n5o se con- * o , aonde mostra, que os Foraes velhos , como cluio, sem deixar lugar a muiias duvidas, p:las f a i s abrogadas , ficárão sem effeito depois. da- +aItas eimperfei~Oes, que deviáo resultar, ~a da cforma. Os povos (diz Pegas ) fw20 citados c

da obra, ji da precipitaçáo com 4" wvidox #esta marcria , q#c disputu tm J~i*

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eci~ferlciora pewate os J i f i ' in i~ t~of , que o Soberam nomeou , c sobre q p e houve Senseqm que passou eia

jrckado. A isto oppde o A. , que clles não ficá- riio abrogados, parque ainda podião servir para cinbargar os novos dentro dos quatro mezes , o11 d c p ~ i s cnni dispensa do lapso do tempo. He facil de vkr poi-Em, que esta resposta n30 descroe os ftindamcntos da cipinizo de Pega-r , porque conce- deitdo que os F'oraes ocllios podião ter este prcsti- 1110, como documento que provava o antigo estado das cousas para revogar os novos , isso niesnio faz ver , que elles se achava0 cassados, segundo a npinião de Pegns; e o inais que se p0de dalii deduzir lie , que os Foraes vellios , como fòn- tcç em grande parte dos novos, preetavzo para a sua intell igencia, do mesmo niodo que ainda nos prestão hoje as OrdenagBes Affonsinas , e Manuelinas , quando interpretamos as Filippinas; e nem por isso deixamos de dizer, que as Affon- ainas, e Manuelinas estão revogadas.

Concedendo porém ainda maiores defeitos na Reforma dos Foráes , nbs n5o podemos arredar- mw do principio certo, e regra firme de interpre- . r a ç h , que nos leva a perguntar e n tal caso , se o Fora1 , de que se trata , foi au náo reformado; porque se o foi , c disso hd testemunho aurenti- co' , temos em consequencia huma Lei viva , 8 existente , que não podemos deixar de observart para i r dar peso, e valor a outra, que acabo& 2i O dito Alvará (60 express6es do Decreto de 10,

,; de Setembro de 1788 cm caço ideniico) se acha , revogado pelo posterior, E contrario . . . o q uol de- ,> roga rodas as Leis, Alvarás , e Decretos ante- ,, riores, ue f hc sejão oppostos, nÚopmlendo,jimrás's ,, sc-mir 1: I I T ~ I C I ~ ~ F U ~ O O que as deduz de hum ,, Alvard derogado contra outro subsisicnte ,,. E no Fora! de Lisboa : ,, E por tanto niandnnios, ,, que todas as cousss contlieiidas neste Fora1 gze ,, EOJ poniur ~ u Y Lej se cumpr5o e guardem para 3, sempre 1 , .

Htini dos argiimentos , d e que o A. faz muito caso, Iie tirado do principio , que elle quer iriculrar como verdadeiro. qiiando intenta persuadir , qric varias pes, soas , e Corpura~bes n5o ílotiararias igualmente daráo ns Foraes. Cunce~lcrido porem icco , temos por miiiio ccrto , guc 011 esses assim darios pelos iiãn Dunatarios entrarão na Kefurma , ou náo ; se entrhrio , s i r i hoje Fornes como os riuiros , e como el!es stijcitos Iis mesmas regras de interpretaçáo , tlc que aqiii tratamos sómente: c se n8o eiitráráo , ficio f6ra da qi ie~ião, e apenas se pr)dcr5ó consdcrar conio meros rIociimenttie , de que resta airida determiriar a veracidade , c autenticidade,

O A. do Discurso, achando embaraço em Fa- zer prevalecer no seu systenia a posse contra os Foraes , senda clles considerados como Leis , avansa mui gratuiratnente o contrario ; e para que se conheçEo seus fundamentas, escreveremos a q u i suas propriris palavras : be prro (diz eIIe no 9. 103.1 julgar nqud1es refannackos coajo but?za Lri h u l f e r u v e l ; quondo I ." aJ ditar C n r t ~ r i<egias porte- riore$ a d j e ~ > ~iippondo pdtrem errar , perniit-

L'

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ririo emburgarei~. se em qrjçtro Nterps ; é tendo p & ~ - sado mais a'e sete annos de p~ld61~~~7fir'o de 1e8( ~ C I S

erro em qur labor& o Aresto em Peg. Tom, 9. f ~ r d . Liv. 2. Tit. 27. $. 3 . e 4 ; g~afldo 2.' OS H f s t ~ r j a - dores , e Diplnw~ati~os os comencrrn ervados, tendo. sido senzinarios de muitas demandas ; e ~ ~ k a n d a 3.' de

cfld~*ro s4ht-e e.rtas podizo seguir-se Sentesfas , o# co~lyuss~o'es ccositrurja~ cao determi~-trtdo nos Foraer.

Conhece-se por tanto , que o A. o fkrece em prova de sua opiiiiáo meras p r e s u n i y ~ i c s , ou an- t e$ conjecturas fundadas em supposiç6es , que inia- g i n a a sei1 sabor. A certeew , ofi iacertezd rlaspre- svmpfõe~ (diz Mr. de FeIicc Cod. d e L'Hutnai;it, T o m , 11. p. 2 2 9 ) e o cf;fcito, que e!las podev~ fer p m ~ e r ~ ~ i l - de ~ P O T U S , dei d e dnd certeza o# jn- cerreao dos factos, L que e l h $ Se rirao. Quaes são por tanto os factos, donde o A. deduz tantas suppasiçScs ? Elle supp6e os Foraes errados , e os supprie todos coiirra os qitacs Iid posse em coiitrario , porque alias náo estabeleceria a regra geral ; e a q u i remos n primeira supposiç%o : supp6e os Foracs emtiargadus, c a Senteiiça a favor cio Ernlisrg2nre ; segunda suppoçig50 : suppde os pro- cessos dos E m ba rgos ; terceira supposi- $20: suppde, que se perdêrao tambem as Sen- r c n ~ a 5 sxtrahidas desses processos ; quarta sup- posiçso : suppde que todos se esquecêr50 de aver- bar nos Foraes essa Sentença revogatoria , pois que IA se n i o acha ta l averbagão ; e aqui se vC a q u i n t a sup'posif50-: e supp6e finalmerite, que dc

bum facto táo notavel náo ficou memoria algu- a i a , porque elle a n50 apresenta, e atC agora ninguem a apresentou. Eis-aqui quantas supposi- ç6es he neccssario imaginar , para atacar verda- des provadas por factos historicos, e furidadas eni principios dc Direito !

Os Praticos (na opini3o de Richcr. 3~i.i.rpi-ud. Univrrs. Tont. z. 5. 703) tem estabelecido em re- g r a , que he contra a equidade nztural admittir pre- sumpçdes d e presurnpçbes , e a razáo he porque , carno diz Domat Ie Droit Publiq. Liv. 4. . . . , as prtsuwpffie~ nZo sáo provas do facto, gre se deve prozwr ; ?nas sim prevas J'owtros , de cajo conbeci- tnento resukca s indicugra'o, conjectui'a , ou Freslrm- ptgo de facto, qtre se que+- PTOUOI par causa du I'pgdfáo nncrrrd, e necessaria dos fictos co~her idos , COIPI aqueties que xe desejão conhecer. Por tanto pergunra-se, qual he o facto que se deseja co- nhecer ? He , se o Fora1 foi alterado por Senten- %a, ou contrato. E de que factos 1ie que se quer deduzir esta alreragáo? Da posse, que hd contra o Foral- E quem legitíma esta posse, até ao ponro d e a fazer mais attendivcl , do que t, Fora i ? Os factos que se suppóern ; isto he , a Sentença , ou contrato. Logo os factos fazem presumir a passe lrgitima , e a posse faz presumir os factos. Que ligaçáo há pois enrre estas duas ideas? Há hum jrculo vicioso, e nada mais.

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Sc o Direito 85 valor ; i s presumyç6cs pnrqrre eltác. 5 5 0 fuiindadaç n o s fac tos , que i t l a i s ordinaria: rn:n?c se prL~t ic50, L?;. ; ct 9LF de Prubat. et Pr&- rlf?iyI. e s s a p - ~ p r e contr.l o Forai , que reiri os DO- n.ir.irios , c > . ~ l i c . ~ 5 ~ ' 1)-.i11 prew!~lirl~lo-ce , ~ L I Z foi a.ir1~iirid.1 'obre a igiioranch d o s que pagáo , pela p r c p u t e n c i a , destreza, e irinnt-jo tiu': ijuc rt.ce- bci i t (a ) : porqtte itoseae Hisrt>rias prov?» a fre- quencia dos abusos nesra r i i a t e r i a , e aa Criries qiit: nos diversos Reinados se fixerso, ectáo cheias de queixas dos Povos cniirra os euceccno , c o i n

que erso arrecadildos os direitos ( h ' , Por tanro sendo isto o que acontecia frequrntec v e z e s , e achando- se estes factos provadns de huiti modo incontestavel ; estes factos, e riao ourros ,. qiic o A. imagina , sáo os que se d c v e ~ n preFtirilir , ein quanto contra e\les nâo .apparecc liuina prnva silf- f ic iente , porque o Direito suppSe Fempre a cousa no mesmo estado, e nunca presume mudança, Bohevner. E x ~ u c i t . 66, Cap. z. 5. r r .

(a) Veja-se o que dizemos no 5. 42', aonde se desenvok-. v e r 5 mais erta materia.

(6) Seritlo innegavel , q i i e em differentes tempos da Mo- naichia tem havido c x c e s ~ i i a s pretençbcs dos Glandcs e Doriararios a respeito de leais dircitris , corno sa observa em miiiios lugares de iiossas c r o n i c a s , u A. pzra tirar a fcirc;a do argcnitnio , qiie contra a Icgi-, tirniilade de suas posses i i lrce daqutlle ni i i i r i auten- tico facto historiia , Itinlirnu-se dc dizer iio seu $. 33 . . . . e ccrnfi nrite Rrins os Senhorirr dos rPr?RE,

nunro cor iumÚ~>? irc/lar huhilar . . . . ctJsa nr/; fs opr f - s k t ) $ f i u du E O ~ C U J ; ~ O , t e r r r r , e exttrrúo ric. Nós igno-

rama$ 0s F~intT3rnetrios destn npinijia, qi le no* parece nova , pois se sabe , qlie os Grandes, c iioriaiarinr r i . verão nos set is Cpctcllris .e Sri1are.c ; c qiie a txistencia rleltec ainlla hoje ailesra,.qiie tãci giaiiiics pal~cioc cdi- ficados orrhriariamé[ii!: na* terras, que deráu ri.5 ber~os ás familias , não ffithi fritos para nelles ~ssistiicm ~ O r i ~ c n t ç na sei+$ prociirsilnrss , eriad<is, ou caseiros, Sel,ii. ronh~cit/o Irr (i cdJ(i . itrgur , ou nsruzre c n b i rv t p ~ i i ~ ~ p i c i , d c n d e S* /!e+ i1'5it e Forniiil~+ ViIhj- & d j r i i , r r r h . f.L~r!r~g. L;rp, 16. p. i 52. JoJa Pinte 1:;. J i ; ro p . I 24. O iiossti A , recorihece i s t o n;e>mo de ali:iitri iniitio iio .eu JI. 37 , c Crim tiido diz , qiie no 6t.iitiorrs 1i51i riviá'ri na< stiss terras, Mas u cerio Re , q iie des113táo de viver n t l tas para- ir Iiabi t a r m Ci~rr te , f: ;i se vê ~ U P , qiiandci por i>sn.irão ec torna5- K-rn mais priderotos , tavlbem iiáo os deremiis ccrii, siderar aicrios, do que ieci.io em seus Sulares.

: A Hisioria da Reforma dos Forrcs no rrmpo db Seiilior.D. Msnoel a30 deixa l u g a r algum a d b v i d a r , que ellea slo o r e ~ u i t a d a de hum pro- cesso, que hoiive nesra nistetia ; c que em con- séquencra anres de se reduzirem á f b r m a , e m que er5o mandados para as terras, Iiavia nel lcs huma Sentença dada pelos Ministros d a Commisrlo nal @cada por aquellc Soberano. O A. x a c a por ãinto sein razão em o seu gt'97 a opiriPo de Pe- gas atl Ord. Lib. z. Tif. 33. R ~ b r . n.' 4 ~ 9 . 4 16 I m d e diz , que as Foraes ad'ntarar s~nteiitid p ; l e ~ t - Hd etn julgado, porque a crpilri50 d e Y ~ g a s n50

he hndatla nos principios'geraes d e Virrito, a-naturtza da ordem forense besta Mrinarc l i i a , W9ri!tamhent cn? facros provados pelas C a r t a s Ke- gias ex~cd idas sobre eFte negocio, b a s r ~ n d o e b

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n e outras referir sómente aqutlla de 9, de Feve- reiro de 1 5 0 6 , em que foi determinado ao Chan- ceIIer Miir , que fizesse inserir na Co'mpilaçáo das Qrdenag6es d o Reino, quc ent5o se ordenava, a Legislaçia feira sobre a Rcforma dos Foraes : pp-a DOJ fnes feit~.r n i o ler ~iecrs$ario tirar-re SPwtcncra. H e alivio por tanto, que se os Foracs náo tem a fórma regular , e o esrito das Senten- $as conforme a pratica enráa u s a d a , tem com tudo a mesma narureza, e os nicsm;>s effeitos ; mais accrescentados porbrn com a maior autori- dade , e maior comiderag30, que o Soberano Ihes mandou dar.

S. 3 3 .

A isto diz o A * , que elfes ficárzo sujeitos a ser revogados, e alterados por Sentenças, visto que o Senlior D. Manocl perrnittio, que fossem embargados ; e que por tanto o podião ser. Ke verdade, qwue as Cartas Regias assignaváo quatro mezes aos interessados nos processos dos Foraes, para podereli1 embargar a Sentença delles , e ne- nliurna duvida temos em conceder, que o lapso do tempo Ihes podesse ser dispensado, como o A. prerendc ( em o seu 5 .28 ) , mas ellr n5o negará rambem, que a Lei da Ord. Liv, 3. Ttt. 9 5 , 5, 3, concede dons mezes As partes condenadas para pedirem a Revisra das ultimas Sentenças, e nzo menos a protogação do lapso d o tenipo com causa justa; e entretanto nem o A, nem alguem di rh , que huma Sentença, proferida há cem ou mais annos, não he Sentença, ou não passou ern jul- g a d o , ou não se deve executar , porque podia ser sido revogada em gdo de Revista.

Parcce li05 dcstitiiida de todo o fiin~lrmenfb , a que a A. diz em o $. 32 qiiando inieiiia persiiadir a pos. sihitiddrie de se ~irrdeiern as Sentenças, qrie st ippie te< havido contra os k'oraes , por ,.e tirarem dzstes copias, t daqiiellas n5o sereiri ris kccriraies obrigados a guardar os processos e ntitas, alem de trinta antius ($. 98.) Com effeito conio he prissivcl . qiic a Senhor I). Manocl mandasse t i rar dos Foraes ires copias , e náo tornasse medirias crinvenienles para perpetiiar a memciria daSeri- teiiça proferida contra elles ? poderá acreditar , que Iiciiive citidado rrn conservar hirni ti irilo revogado , hrim duciinientu iniltil para o Seu fim prirnario , hiirn

Fora! julgado scm vigor, e ao mrimo tempu qiie to- dos se discuidárãii absrjiuiaintntt da Sentença, que pro- duzio esses effcitus, e que vinha a servir de Fora!, pois tinha o mesmo v a h r que os auiros ? Esies argu- mentas deduzidos dds presumpçbes vshcrnentissimas , em que se acháu fiindados , e em resultado diis quaas havemos dado riossa opinião , ficáráo seiido pata nós da irliirna eritleiicia , depois qiie. huin Magistrado Rcspei- tavel , que sobre Estas rnatcrias tem feito grantles estii- dos praiicus , nos asseveroii que os Forner , que rivt- r& S m t ~ n f a r muJ,%cativnr drpo;~ h registador na Torre do Tombo , ic ackáo ali averbador com apeiiiilus , que ossim O rlrclarão : r qtrc PS G U ~ ~ O I , I J I C T U ~ ~ ~ nnieJ do rcpirto por meio d~ Embargos , rr fizcrilu ~ G ~ O S rk tiovc.

Náci tendo n6s examinado os Foraes do Rei- mo, nâo podemos asseverar com roda a certeza, ac nelles en t r á60 ou nio todas os direitas Reaes , como o A. diz no seu 5-27., ou.Dominicaes, c o a 0 a t ende no $. 31. ; parece-nos porem, que nio po- difo entrar, porque 0 s Foraes erio dados á s cerras mnforme as obrigaçÓes , e privilegioç , que nellas &via; e por tanto O que se pagara em humas ,

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podia deixar 'de ?e pagar em outras; e em con- sequencia o s direitos Keaes nio deviáo entrar em todos os Fotacs ; porqlie os Soberanos só puiih5o a obrigagio de p;igar estes ou aquelles direitos nos lu ares que j u l g a v b convenientes. Ord. Aji t fons. iv.2. Tif. 2. avt. ro.

O A. para provar no 5 27., qne nem todos os di. reitus R e l e s se escrei 'êrán rm E'uraes , cita a upiiii5o dc F'ala~c. Cotts. ib7. nP0 12. Ora Valusct diz : qrtiiy non c ~ t de ruhrtantio, ul nliqcin rrr l i / Rqis , qtiod s i , frripta i s furnli terrarum , tlimgtrntli rcs R t g i ~ . Mas dizer, rjiie 1150 Iie da substancia , que huina criusa se achc escriia no Foral , para se reputar do Rei , não hc dizer o mesmo que diz t i A * , e por tuito n opiiiião de Vu- laico nada prova. Alélti de qiit nss livtos dos yroprins , e nári nos Foraes , he que se costumãti escrever . como em lugar compctente , os bens Reaes (Ord. Liv. 2. Tii. 35. $. 22.) .Logo por identidade de razáo o r150 estarem algirtis direitos em alguns Foraes não prova , que não s e j h iodireiios Rcaes ; pois a Ord. do Reino tetn declarado tia Liv. 2. rir, 26. quaes elies 520.

Do que havemos dito até a q u i se concIue r." que a Keforrna das Foraes foi autentica, e geral em todo o Reino : 2," que se appareceni ainda alguinas terra sem el les , po r náa os te- r.ern, OU d o se Ilies darem então , dalii náo se segue , que esra h i t a mataça atteiiç%o nas ques toes a resolvea sobre os Fmaes: 3." que os Foraes reformados , como Sentenças que passáráo em julgado, e como Lei9 nas materias , q u e fize- rão seu objecta , r e v a g á r á ~ os velhos, ou estes f m e m dadm por pargiçuiatxa., Q,U px: Donatari@

da Coroa: 4." que nein todoa os direitos Reatd esta0 escritos nos Foraes ; mae que isso n5o influe essencialrnenre sobre o juizo, que sc deve formar da sua legitimidade.

Se contra os Fome$ tem hrgss- ~s pasn in~nr~morja l.

A Inda que nds reputamos 66 verdadeira a no- gativa , e em consequcncia f6ra de quesrno a ma- teria deste Capitulo, por nos persrtadirrnos que as Leis d o Reino a tem decidido de hum modo claro, e terminante, sem adrnittir interpretagso, ou duvida em contraria ; com tudo , para rnellior fazer sentir o nenhum peso dos fundamentos d o A . , que segue a affirmatira , daremos aqui suas razGes, e as respostas que nos parecerem conven- cellas, n5o fazendo sobre a materia longa dis- cussão, que a sua natureza poderia admitrir , se a qualidade do Escriro a nao regeitasse, e n6s n5o houvessemos estabelecido em regra dar ape- nas a cada nbjecto o desenvolvimenro necessario para iiosso fim, que agora repetimos ser sómente aquelle de mos t ra r , quanto ás nossas opinides se desviáo d o trilho, que oeguiráo algumas escritas no Diacurso.

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Tudo e systema do A. nesta materia roda cm prob~bil id3des , supposjçbes , e mesmo cunjecru- ras , nas quaes fundattdo seus p r i n c i p i a , r i r a de- pois consequencias , que apresenta como certas , ilerdadciras , e infallivcis. As razórs de sua opi- nião, que vamos a expender , rnosrr2o que nosso jitizo nzo hc senão muito exacto. Prinieira ra- 250 : que a Drdcnaçbo do Reino pSe em parallelo Poral , composiçZo , ou posse, e admirce Senren- $as, e coiitraros $. 27. 96. 107. e r r r * Segunda : que a iinmemorial riso s6 presiime t i t u l a , m:i% prevalece a e1le , ainds que l he seja contraria 5, 98. rog. Terceira: quc a Ord. Liv. 2. Tit .27 . Mi prohihio a prescripç50 contra os Foraes v- lhos , mas náo contra os novos $. 1a3. Quarta: que a immemorial se deve respeitar nestes casos, porque nem os Vereadores , nem os Rendeiros, nem o s Fiscaes da Fazenda conseiiriri~o em sua admissiio , náo sendo muito legitima 1 1 3 . Y r4. (a) Eisenqui com effeito todas as razdes , e fundamentos coiit rpe o A. pretende justificar a opiniáo, de que a posse imrnemorial , em que hoje se acháo alguns Senhorios cotitra a expressa determinaçáo dos Foraes , he legal , manutenivel, e justa.

(a) N5o referimos aqui, como raz5o , o pretexto, de que o A. se aproveita , quando quer pçrsiiadir prin- cipalmente nos seus $5, a8. 32. 96. e qg , que por es Foraes_poderem ser embargados no prazo de qiiairo mezes, sc deve crer que o f d a . Esta siippnsiçáo, que ROL atacam$ c convepcemos em os nussos $S. IZ.

c 15 , serve de fundamento o OU~T& hypothm , QBC

o A. imagina , e que nós tetemos ainda occa~iáo de mostrar, qiie náo são spplicaveis ao nosso ~ 1 0 0 , poie julgaiiios ser contra a r a z h procurar probabilidades , e contentat-se coin ellas, quando se póde chegar i evidencia. Od. dc I 'ffumanit. Tom. r r . pag. 426.

@e n OrdenaçnB do Reino pie em paraZJeJo Forsl, camposip&, posse, . r c n t e n p , e contratos.

O A. interpretou no seu 5. roi. e seguinte n Ord, b l iv . z. Et. 27, e a entendeu toda de prc- eerito ; e he digtio de reparo por tanto, que queira applicatla agora ao estado actual da questSo, fa- zendo uso della , como Legis laç io- em vigar; quando j i em outra parte se propoz mosrralla revogada. Não levando todavia em conta esta especie de incohermcia , faremos ver que nso vem para o caso , nem podem a elle rer appli- caçno alguma a s OrdenaçOes, que o A. chamou em abono desta sua razáa.

Aquella Ordenaçáo até ;M 5. r. he tirada dos primeiros quatro da Ordenaçáo do Senhor D. Ma- noel Liv. 2. Tit. 4f, aonde elic mandou se ingerisse esta Legislaç'ao : pcra pnos tues feitos ti20 ser ve- cessatrio tirar-.-se Sgpltenpa nem errtra reiais despesa Jmlrnelftc reo~rtereB-sr ss t # e ~ cowsas as Leis, 6

D 2

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Ordenacõks geraes dc nus-JUS Rrçrtof. Curt. Hcg. de 9, de Fewereiro de 1~06. E coitio ao tempo da CompilaçGo da^ Filippistas se achava acabada a Cornmiss"ao dos Foracs , clles náo ar\optirZo esta LegisIaç5o d o Senhor 23. hlanoel , tendo em vista a sua nrganiznçao preterita , e nem se deve s u p - por, que quizessern estabelecer nella lium Regi- mento, o u norma para o fuiuro , porque qualquer dos Senhores Rejs q u e entrasse no prdecro de nova Reforma d e Foraes, nSo era obrigado a suo jeitar-se ao metliodo das Filippistas. Por ta i r to , e porque o interprete n$o deve suppor i n u t i l a Legis1as50 , i lssrnt. de 29. de Marfo 1 1 7 ~ , Iie necessario entender que os Filippistas quieerao deixar na dita Ordenaç'io do Liv. 3. T i t . 27. as regras para a interpretaçso do3 Foraes da ReFor- m a , t o modo de resolver as duvidas, que po- dessem nasçer da intelligencia de suas disposi- ~ Õ e s ; porque isto he q u e se n i o acliava ainda determinado em parte alguma da Legislaçio, e os Foraes , como Leis ficava0 pre- cizando para o f u t u r o de regras t ambem par~icu- lares para a sua interprctaçiio.

Os Foraes sáo Leis , e tem r mesma aiitnridade , e forqa de obiigar. Ql~d~iiea. dorida purs qiic liriure5se sobre a sua iiitelligencia , r190 podia ser resrilcitla pelas regras, e priiicipioç ciiinmuris da inierprer3530 das Leis geraes do Reino , porque e'tas são ordenadas de hiim

diffrrente modo , c tiráo a sua força da vontade <lu Le- gislador simente ; qiiaridu os Foraes iiáo rú £ 2 0 Leis particulares para cada terra , mas tiver50 por funda- mento principal direitos , que nasrêrão pela maiur parte de convenq6es , ou posses , ou de hiiina c oiit ra qousa simultaneamtnte : P como estas , pusto fussem

differenfes , tinháo tudas s r e s m a origem c tonti- nuafão, era preciso declarar o modo de as eiitendcr , e neriliam havia mais capaz , do qrie os I 'nr tc~rrr , com qile se fieerio : e porque c:rci. r,áu t inháo auiuridade, era precizo dar-lha ; e para i s ~ o os Compilatloies os JeixHrLo estampzdoç r?o C'cd i~ r> Nacional. Oxalá com effcito que oiitro tantn s e pouesse pra i icar ,a respeito de torlas as Leis, porqiie assim se evitarilo contra- dicç6es qtie ás vezes se ach5o nellas , sem as haver reolmenie , e só u liatertni por se igtiarar o modo , potqiie for50 feita::, e prlr se desiotitiecereni os n~oii- vos verdadeiros , qiie se torr,iiráo eni cnnsirieraq5o ; pois os riosios Lcgiclailnrcs, por assim crinrrir tnais ao bem piiblico, occuliáo miiiras vezes nas suas Leis as veida- deiras razbes , de qiie se rnovêrlo para estabelecel- Ias. Dondr weni gue as razüts yue P I I ~ I dio nris L ~ i s , aptnur ck~gão a J C P J U U Z O ~ ~ R I . LJ/UI. Ja L!rii.rier~idrrde dr CoinrAru Liv. 2. Til. 6, Cnp. 6. 5. 22. Rcsullandu de t u d o o qcic dizciiios , qiic este, e nkrt outro, he o espi. rito da Ordenaç50. que inirepretarnos , porque clle se maiii feçt a pelo E O W I ~ I C X O toda3 ar Iual d~terminaçies ind i~ i t iuaes , de ~odur as c i r r u ~ s f n n r i a s e~pccififar , em que o Lrgisiadar ronrrbro 4 L e i , P yu iz y u t ella adi.ign~rr, r (10 jfr11 , e da razúo , y u e o n;rue"rlio a r r~a&e l~c~IIu . Os mesmos Esta!. I O C . c i t . 9. 19.

Qunesquer que se jác i pois as irregularidades 20s Cotnpiladoies Filippirrar , ou fosse no me- rhodo com que escrevêrão, ou fosse na desiieces- saria e incompetente adopgZo, que ein alguns lu- sares parece liavercm feito da Legislagão aiite- riar, devemos entretanto confèssar , que 3 Com- .pi laçh por ellcs a r ran jada , sendo autentica até 30 Keinado d o Senltor D, JOGO IV , o continuou a ser dahi em diante, e a reputar-se a novissi-

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ma, c filtirna em virrude da Cwt. &I,. k c o q f i r c ;safZu de 2.1. Janeira de 1643, ria q i i a l o diro Serihos Kci 'se explica assim. . . . E giiero, e 71tntrri0, qur em todos meas Kei~ios, e Se~zhurios se guardenr (2s

Ordenaçóes Filippinas) e pratignenl $o)uo até aqot E POR ELLAS SE J U L G U E M , E DETERMINEM O S ' C A S ! ~ ~

QUE OCCORREXEM. Em coriscquenci:! do referido he obvio , que nio podemos deixar de entender existentes, e em todo o seu vigor todas .is Orne- i i a ~ b e s , e Leis, csrampodas naquclla Cornpila~Oo.

Somos em enrremo satisfeitos de pndçr tiar A esta Legislaçáo huma intclligencia , que salve a sua app3- rente inuiilidadc , e nos Irirc ds m i i i p:nii$a si1iiac;Zo de dizer foi Pil j ip ism~. Tempo hriiive , em q i i c esta sahida era muito da nioda ; e na ieriladc ciista menos a dizer isto , do qi ie a inierFretar os Iiigares mais obscriros da LegislaqSo, pnrqiie os há. I'Sde ser qiie dkrse origem a esta má appl ica~áo da Philnsophia ao ~ s t u d o da Jurisprude~cia Nacional , dizer-se nus Esra- jurar du Ziitivcrsidotle Liv, 2. .r. 6 . Cdp, 3. ,S. 4. Pore'ni onde 11 Conipii'ridorei dus dfilar Ord~no~Ge~ r r v e r m

.fuli.ad~ ã chuirla confinuafár dgs ' T i ~ u l d s , e ó bou dedt~c@r dor inattrins ; nPo gastnrú teinpq C ~ J prclendi{l,is a p h g ; n s J~IIPs . . . . Anrrt rrromherei-6 fraranranien~i , e i'lidcnrS oas ouaiaier rir jaliar, yoe nirso i ieirrrm c ~ r n t n ~ ~ ~ i d u or di- j a í Compiladorrr. Sem se advertir , que ta1 liberdade s6 diz respeito au rnethodo , e deducção da Cornpilat;50, e q\ie niinca póde estender-se ao que se chama pru- yrhinenit Legislaç30. Sanc$io , ou Lei , porqiie sciii- pre que houver i1esr.e objecto qualquer contradicçio apparenre . Iie do dever de tadn o interprete desvaiie- cella , qyaiito ser possa , concorrlando com os oiirrol textos aquelle , eni qiie se der a siipposta ant i t iomi~i c isto prir expressa determinação dris referidos E"stat!l- tos rto'ldgar citado , e §. 38, etnirn'o tratar de t r iotar in '

rrn qut !mj4rdenufOn, que # t i r ~ ~ & afijy~y,rmicus ; núo w:

c ~ y u c c t t á de rpesiolLy ; dt crrpliculldr ; c dc coririliali'nr : Derlorand~ com muita Irruidode er verdathiros criror, tn t que cllas precp*I~m , pnrd J.zcr c n m r a ojjarrnte ron- rrrrrlitrt~ , gric ~ ~ L ~ U J C t n l r t eh'n,. Náu qircreirioc porém entender por isso, q t e a Compilação Filippina he seiri iml;erfiições : em tudo as Ir3 , e nePias obras ellas sio iiievitakeis. De I O ~ O S d~ C ~ N ' ; ~ G J (diz Neiithain Tom. I . €ali. 31. pag. 354. j yue GS Legiduduer tcin c~nrin'crado ionio cample i i~ , rião h i q k h r n que a J ~ Y .

PersaaJindo-nos pois, que eFcc conliccimenrs fie essencialinenie necessario para formar o legi- timo conceito daqueila Ordcnaçjo ,' ithamos que no $. r . se manda atrender A ii~imrmorial , porkm he sdmente AONDE x i o HAVIA FORAL; e a nossa quesráo Iie mui diversa, porque rratamos d e sa- ber (e Iic o que o A. qiiiz rovar) s e a-itnrnerno- ria1 Iie attendivel , e stipp ff r titulo, mesmo cox- TKn o FCinAL. Além de que , e aicda neste caso era neccssario , que a imniemorial se verificasse a respeito dos direitos QUE OS REIS UESTE REINO CDSTUAIAO SENPRE DAR , CQRID se diz neste 5. e o hiisso A. não f i z disaincçio alguma : fali? geral- mente,' e geralmente' estabelece em' regra a ef- feito e poder da immemorial. Logo este 5. r. da Ordrnaçáo est4 fora do eeu caso, e por tanto náo prova nada para ellc.

, Tirnbern nada p,& i ; d o mesmo Tit. 37. P. f$yor da opinigo d 0 - 8 ~ ~ porque ,este 9. supp6e Cerras dadas aos pcvos dehino de certo c o q

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( 3 2 1 trata, e diz que a Coroa tem direito a receber o q u e ao tempo do conrrato HAVIA OU DEVIA HAVLR ri exccpp?o do FORAE E CONTRATO especila- Itelir oactra coasn : por tanto temos direitos d e posse, e direitas de propriedade da Coroi, venci- dos pelo Poral , e o A. ailegou, e servio-ee deste $. para inostrar o Foral vencido pela posse , o que Iie absolutamente contrario. Mais : contrato, e Foral $50 aqui dous termos differentes , mas ein- pregados para significarem buma , e a rnesma çousa, náo s.6 porque isso quer. dizer a conjun- 30 que os liga, mas porque ricste 5. se suppc'e

Euni contraro dos povos com a Coroa, e o Fo- ral feito conformemente a cl1c ; por tanto sso aqui igtiaes pelas circunstancias , po1.C-m nrio por sua esseiicia , ou natureza , porquc considerados rbstractayen:~ fazeiii tanra diflcrença , quanta v a i de hunia convengZo a huina Senrença. Ora o A, quiz provar com este S., que havia parnlirlo entre Fora l , e contrato, suppondo-os igualmente, C em geral obrigatorios, e com a mesma autoridade, ou força de o b r i g ~ r ; c em consequencia suppoz o que nao se diz no S . , e por tanto náo lie a p plicavel ao q i i e elIe teve em visra provar,

Não prova rambetn a primeira razio d o A. D §. I. nem 2. do Tir. 3 3 . do L'v. z. d a Ord. nein

3- o 5 , 11. d o Tir. 35. , nem n3.lmente o 5. 34. e 35- dò Ti .4j. : 'por q u a i t ò , e geraIniente Ealland~, em cidr hum destes §$.se deve notar com muita particularidade achar-se posta em primeiro lugar

a palnvrn Fo' l i r~k, e depois cuntrneu , ou SC.;IIP,IGCI , OU r'o.ir~one ; coirio qi:c.rendo d i z e r - ~ e , qi i t czda hulna desr:is cciusas n5o ptide prevalecer , 0:) :er Jugar , setiáo quando i150 119 Fora! , Fv r t j ue ha- v e n d o - o , prrdc rudn o rnítis toda a çonsidrraçãci : o que he al-isolutamente diverso, do que o A. quer provar com ellec. Esta reflcxh he tanto mais justa , q u a n t o se conhece evidentemente da Lei , que a gradas30 qrie el la seguio , produz este mesma effeiro , pois no Liv. z. 'rir, ;S. 5.2. diz : Porque esn td C ~ J O sc guardnrk o Fora/ ou cuwiposij-20 sepvda nclh for co~rtbeztdo , t o pt sempre Je USOU e COStZ4WOU O N D E FORAI, OU C O M P O S I Ç Ã ~ NAO HOUVER. E a respeito do costume já se havia dito o mesmo no S. r d o Liv. 2. Tit, 27. E i s to somente S E R I A QNDE FORAL NBO HOCVESSE.

Accresce qiic o contraro, que se siipp6e em cada Iium desses $ S . , he Iinm corirrato ou feito com o Soberano, ou autorilado por el1e; e por tanto quando nhs o achassemos contra o Fo- ral (a) (hypwthese que concedemos por mera abundancia) nada admirava ,. porque ent5o tinlia- mos huma renogaçgo aurevrica do mesnio Fora1 , e niÍo eráo os contratos que Iiaviáo produzido este effeito, porque disso nunca elles se co-nsi- der50 capazes, era s im a vontade do Soberano conhecida competentemente : era por tanto liuma Lei que revogava o ForaI , e o & suppóe o con- t rario, porque affirma que hum coiitrato , como mntrato, não só rem a mesma força de Forai,

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pois o classifica no mesmo parallclo, mas Ilie he superior, porque o julga capaz d e o revogar ; e isto Iie o que nós negarnos, e he tambem o contrario , do que dizeni os taes $5. e por tanto parece obvio , que ellcs nada provráo da segunda raz5o do A.

[u) Jii!&arnus ~ I I C 1150 podemos dar liiiin testemunho [riais atiicniicri i111 c u n c e i t i ~ , que merccetn os cone i.rzios contra os Foraes , do qiie refeiindo o q u e diz o Seiilior D. Josi. nri Alv. dc 13. dc Julho rlc r 776. 5. I . quaiidu falln de huma Escrttura de tranrac+o trstipiilada cntre o procitrador da Laza e Esiad(i rle Braganqa , c os niornriures da L'illa dc Porto de Rlvz ern altetaçio da 1,ei dii Fora\ . r\\ie o Sciiliur D. Maiioel Ihcs deti : Ordcrin que a ~ t J r c i ! i l a e ~ r i i - tura e , , , 36 h o ~ a kor intriratnfnte f i ~ d t ~ . . . N E A I (1 I R R s G U L A R C O N T R A T O Q ' E N E L L A S E

C O s T t F I PriSSA M A I S SER R & N O V A D O POR OUTRO A L G U M ML10 OC NIIULI.

Teiiios dito dn costume, e contrato ; resta fa l lnr das Sentenças, que achamas adoptarias n n 5. 34. e 35. do '1-it. 45. d o Liv. 2. da Ordenaçdo d o Reino, e q u e o A. refere no 5. r I r . Estas Sen- reiiças rcm a iuesnia resposta, e interpretasão que jn' derilu+ ; isto lie , q u t sempre appãrecem de- pois de Foracs , e por tanto s6 depois delles he que merecem artençso. AICm disso he de n o t a r , que o S. ;S. e 35. do Tit.45. do Liv. 2. das Filip- pinas s?io tiradas da Mancelirta Liv . 2. Tir. 26. S. 42. c Tit. 45. Cj. 4~ e 5., e e m todos estes $S. se sirppoem direitos percebidos por Boap5es, nu por Forties, e Sentenças. Para se entender pois, que

Senrencas $80 cstns , cumpre s3br.r , qiie a Setiliot D. A f f o n ~ o IV. foi 11tii11 dos Senficires F.cis iicste Reino mais z e l a d o r , e defensor da jui.isdic$ío Real contra os Donarai-ios, Ecclcsiasticoç , e Se- culares ; c que Icvado destc espirito de cjume, q i ie llie causava o abuso do poder dos Fidalgos, e Granties, e ilrsejoso de lhe marcnr limites, por cspc- ciaZ derwto SPM ~ ~ ! L ~ R L I Q U aoti3i;Cur R E O ~ O S , qtte e m $er3no pe y.eEjj:or?o I b p I?~I"PSPI IG~.FSPWI us dunj-mclzs de J;~*oJ% , dfii11j~fi0~ , e L j&; . i~ t ) i?~ ; trorritvzndo par# o exiz~?re ~ni~is t ros i~ltelhgc,~te.r, que Q virsem, C n j ~ ~ t d ~ , i ~ ? ? l ; e RESOLVESSEM COM I N T E I R E Z A , E

J U S T I ~ A O p e a cada htrsu p~rrenszg. Monsrch. L&. P. 7 . L~v . 6. q. 2. $. 'j.

q. 28.

Eis-aqui pnis quaes sJo as Sentenças, de que se lembra a Lei , e qual lle O Edicto Ger,il do Se- nIior D. Affonso IV , de que ia l l a a Ord. Liv. 3.

Tit. 4$. 5. 6 , que he rirado da Mririiielina E AIV . ' 2. Tir. 26. S. 46, e este o 1iavi;i sido da Affor~~ina Liv. i. Tic. 63. 8. v. aonde se diz : ala sr cr&~L pelo ~dt'fo geem k , PY C fui frita per 31 I te i Dorr~ df 1 foztsa a o n o Avao s a k ~ e os jurdr~bes , no fempo des.re edi to , ou d e ~ p ~ i ~ , v i e . ~ ~ ~ , e m0stro.m qtbe ha-

r~Iga3a jtlrdipatfi, e ibe foi jwlsdo, e awror- gado pelo rlifo aosso Avoo , que Q bomesse per qual- q t l P t " ~ Z ~ U / O O& r#ZPM $#C ? ? J U J ~ P U V ~ . . . .

Em ral fórnia que os direitos Reaes podem-se cobrar. ou por Doações, ou na falta dellas , por

E 2

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Faraes , oit lia falta drlles, pelas Sentenças que se derzo , r150 sb no tempo do Senhor D. A€- fomo 1V , m a s a inda nos Lleinados seg~iinres ; porque o Edicto estabelccru a regri, c os ju t -

ados, or? Ssntengas forao apparecendo na occa- t i 5 0 , o qiie rc d,i a ciltciider no dito lugar da &loraarch. Lusit. ,E ~'supposto que agora Je d ? ~ í - e l ~ t / o renredio , peilo r t~ i> l ,o arlinnte se foy errrsrando a Lqv. Ora comli o Senhor D. Manozl fzz a Re- forma dos Foraes, e para o seu a r r a n j o precedeu o exame dos direitos todos, que pagaváo cada huma das terras, justamente determinou no re- ferido S. 42. do Liv. 2. Tit. 26. , que elles se recc-. bessein pelos Foraes , e na falta delies pelas Sen- tenças, porque dellas devia sahir a prova d o que o Donatario t i nha direito a receber , quando Bouvcsse escapado nas Foraes a declriraçdo delles.

Náo haveiido encontrado noticias mais çircunstan- ciailas deste Edicto Geral , tiem mcsmo nos Escri-. rores q ~ i c iratár50 destas niaterias , (larnos aqui nosso jiirzo, fundados na pasFagcrn da Msnorcl~. Lusii . acima. referida , e arcresceniamos agora o tesreinunhu do Autor da Obra Alcolri,ca i i lusir~adn Til. 8. pux. 158. aoiide diz : &/c Prinripc ( o Senhor D. AffBriço IV.) p i s t ~ n t o , qide ~ r n p i r n h ~ u a ceptro rnondos pfibiimr hum JPU e d i r ~ o pora que todo$ 01 Senhores de terror ripurc- crsrtw nu B r t e , e nliy prliihisrgm ar daritorns Rerris dc q w cnda hurn uafiuo. Náo suppondo cuni tido xitids beni conliecidn a hisroria juridira desta I ,ci , jiilg3incts entretanto que he bastante o qiie deixamos dito, liara entender a Ortlena5áo em todos os \ligares, qiic 3 cLla parecem referir-se.

Mas os Compiladores Filiplistas pozeráo no 5. 34. do Liv. 2. 'Tit. 45. a Le~isIafão Manuelina , dizendo simpfesnienre por I.oraes 014 ,S'entcplg~s, quando na Fonte se aclia por Fovaer e .&'ossns 8enteqa.r ; o que todavia se emenda de algum modo no S. yj.. do mesmo Tit. aonde escrevêrio I doraes, e SENTLNSAS l3ADAS EM JUlZo COhlPEr

TENTE: e na Manuclina ja citada e 5. fiz., q u e he a origem, se arlia s6 Fornes e Srn tep~~as , o que mostra proposiio , porque se accrescenraráo pa. lavras, que não liavia na fonte. E nós julgamos, que esre addiramenro n90 teve outra causa, se- náo reforçar mais o principio muito certo , esta" be1ecida no $. 4. , de que na falta de Doafdes, e Poraer, bastava sim para a recepçio de direitos huma Sen tensa , mas n5o bastava qualquer Sen- tensa : era.preciso que fosse dada em juizo com- petente * isto he no ju izo da Coroa, aonde a Lei panda tratar estes negocios.

Não $50 porém estas as Sentenças de que falla o A. qiiando (no seu 5. 118.) as suppbe resiilrado de hiima demanda, isto he, contenda do Forciro com o Senh* rio , e drcis31) a favm deste contra a deterrninayio expressa do Fora1 existente, porqiie neste seiitido he que traiamos a maieria ; e isto he o que nós náo acha- nios nas Ordenaçoes quc liavemos analysadu , e de qrie o A , , como temos mostrado , se servio fóra de pro- posito . seguiitIo nosso entender, Náo negamos todavia que seja possivel ter havido quest6es entre as Senho- r ios , c os Colonos , e que as haja presentemcntc , lias- cidas da menos boa intelligencia das.palavras du P-oraI , GU doar;iu , e quc o resultado seja hiirna S e ~ i e n ç a , que

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f iqt~c ~~i~ticlccentlo rcgrs de futtira ; mar n e m par irso C 0 1 i 5 3 I I I I I ~ I ~ (tc figt~ra , j10rqi:e e11tãu ricrn 115 irnine*

mcirial , cori\i~çciidci-sc Icgalincnic o 1:rincipio da p c i w se , nem ella he contra, mas coiiforrric ao Fr~ral ; e a opiniSo do A . tem por fitn mostrar a piimeira , e nio a ultima destas h j potlieses.

p e a in~wtei~iarioi nZc~ .r6 pvesnme t i t ~ l o , ~ L J S

preiladece a qt/lalquer otitro q z / ~ upparefa.

9. 3r.

Trnbuido nas rnaxirnas, e doutrinas de alguns Escrittires dc Direito Romano, ou dos P A ~ Z C S em que .elle teve mais ou iiienes- v- , o nosso h.., fazendo dellasr l i m h dndistiriCta applicli$n?o, qliet que rliita, quanro e l i c s - a ~ a n c á r h sobre a inlnie- morial, .liala iugar a respeito dos Foraes. Esta absoluta adhesao As Leis do Iiiiperio devia tcr acabado, mas desgra~adamente vemos ainda hoje ,- que não se csti l ivre desta prejnizo, porque s Cart. de L, de 18. de Agosto Se 1 7 6 9 , alias muito provideiire, n5o consegui0 derrubar, de todo O ido10 da superstifáo, que reputava oraculos os juizos dos Roinanisras. Coiifessando sempre o respeito, com que devem ser olhados os textos do Direiro Commilm nos casos omissos, e nos terinos daquella Carr. de L. entendida pelos Lu- rn incjscis E1 t r r t ~ ~ ~ & Ifizlversii6ade LI'S'. z. Tit. + Cap. 2. si 9- e seguintes , julgariios entretanto muito necessario advertir, que náo só os Escri- ,teres citados pelo A. , mas ainda outros, que se?

gtiein a mesma opiniáo, der50 á irnmemorinf 11uma considerasão, que ella náo pódc rtir por nossas Leis, e costumes; o que meIhol. farcnios v& nos $9. seguinres.

Tomamos aqui por exemplo, e em prova da nossa opinião sobre O riso . que os Jiiris-Consriltos das dl-

versas NaçFies tem feito r10 Direito Rnrnono , a Drirrod dt ,Cbarnuge , e preferirno-lo a oiirrti qualqirçr , porqlie achamos qiie o nosso A. o cito11 r g vezes iin seu 1)is- C U T M , O que riiostra o grande caso, qire delle faz. Este homem deu hum tratado de Prescripções conforine os uses da Condado rle Borgonha , e já se sê que ;i5 dou- trinas por eile capendidas foráu part icularmcnre enca- rninhadas a mostrar . quaes eráo os taeç usos, e cwiu- snes da referido CocdarIo sórnente , pois totlos sabem, qtte ria França a Legislaçáo de htirnaia ~ t n v i n c i ~ s , ou destrictos , nlu se observava rias oiiiras a certos respei- tos. Além pois daqiielle cle~conto , que (leve fazer nas opiniEeo do refer ido A. (sendo necessario) quem qiiizer applicallas ás prescripçúes cle Portugal , tetil niais a cotisiderar , o qiie elle diz Part. 1. Chap. 8. pag, 45. He huma tnaximn rccehida em p a s i rodos a s COJI, , , I~PS do Reis9 . que a prcsrripfáo rfe i rinta nniior (urre, p ~ ~ r c l pue aguei/t que LJPIIR JP J e T W tenha ma fé. N o isiesrni, Iiigat

. e pag. 46. dá elle a sua npiniáo dizendo : qrinirila n PRSSC he k cem nnngr p;de fazer prc~umir rr Jou f~.

, E na Part. 2. Chap. r+. ag. 236. diz firialnientc : rp ru vejo $19 USO , que o 110~10 rrrlanicntr atieirdc muito (i Posse i m m c ~ ~ ~ o r i u l : o do LUif i i i lado praricu 4 emmo , t er, r rr io gue t s f t s Pur/oinrtilor nisto se confornrúr rrrtlhor ESPlkITO UO DIREITO ROMANO.

I .Ou a immemoriol se considere como e x c e p ~ 8 0 , Ycomo prova de h u m dirciro a d q u i r i d o , se-

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g!ndo q u l r &bemir. Exercir. 83. Pas&ct. 5.16; podoi~~os deixar de admi t i i r pclal Leis do

Reino, que para ella h a v e r lugar he preciso, que tenha começado, c cnntinirsdo sempi-e cnm Iios f é , apezar d e que o Direito Roniano não exigia .rrwqrc este requisito. Diz-se , e náo d u v i - driinos , que a immemor ia l tem forca de o pre- s u m i r : mas como a presoinpçao cede i verdade, qua lquer r i tu10 , ou r'.ocuniento antigo , que prove esta má fè , basta para desvanecer esse cffcito. Xatio criia esz , guia , ~ t s i maxima prestrnzptio . r i t pro co , qui t an to tfwpore p o ~ ~ c d i r , e6tm tamen p r ~ . r g n ? p t i ~ i a i i i i ru-drti rc&rr opurrrr ; nori rnitn dtltie; ,pr-fi~cr<~tio i~~ii~r~~nuri/ltr's sií~:cr're ra No f i em , ~t kge111, ncq11e ve~ i td t i prefwrz ; undt ri ex niiquo o a , c c u t r p d Iryporer i i < j u ~ r a rei afzena ricctlp~ztio , ntquc tnaf& $ d e i , rario tetuporir, e t getgrtatis in aihido h b c i i drbft. Blagn. Quorid. R e ~ o i f i t , TOW. 2. Cop. ;I. n2 81,

O tempo com eFfeiio não p6ile sanear a falta de bris fé , qiie 4) Direito Patrio exige em rudo o curso ila

prescripçin , atlaptar:do assim a miiito jiiria dispu5i~áo do Direi to Canrinica eni a C@. ~ 5 1 ' .;i. 118 P ~ ~ ~ ~ c r i p l t . , ,a qual aiaca Robpmer. 7115 f i ~ i l e ~ . Protesr. Lib. 2. f ; i . 96. j. 52. Náo entrando aqtii na censiira da opiniáo [leste Juris-Consulto . oppc~remos sómente a siias raniies , o que diz hum celebre Escritor. Eu sul- pombo B POISC de bgu fi, Em i casa con~rario , cmFrn io1~ náo $:rã favoricpr o segurnnp , mas recornprir~or o cri- ,me. idode dc Nc~tor n i o deutrír rtpu!rrr..re ~i$jc;tnlr pura scgrirar i penhor , r o prrfo drl sna iniquidudt* 1; porquc ruzzo ha de h v c r haiii tr.rr!po , em yrrc r mlrk feilor viwti ~ranp i l i l lo ? Porquz deverú rl l t gozrir do ?ele f do resr cr iae , p r o t e ~ i d o p~las mtsrtins Lrir que w i o l o ~ . * * d itripuriidade náo dcwr ~ c r jríniais o privikgio ria freu&#.l

§* 33.

+E como quer que o Fora1 resiste a essa pose, demos nelie hutn documento, que prova a ori- p i n , e a conrinua$ão da sua ma fe i porque, não se ~ o d e n d o conceder que o porsuldor ignore o direito do seu pdlr L<c 9. CoL k Lqib. e muito

menos o dos Fordes, por consti~uirem a Legislafio 'privativa de cada povoaçáo Pcg. o d O d Toirr. 9 . P Q ~ . 4482 n.' 433 j Iic sem dúvida que huma t a l .posse não deve considerarge ~enBo como Iiuma rigorosa usurpaglo, d qual a maior antiguidade ód serve de dar ham caractcr dc mais criminosa. mais injuridica , e menos digna de ser inanure- nida , p p r ue contra ella clamou sempre, e cla- '? m a r i a ain a que por muitos mil annos, o vicio ,original da acquisiçáo : ntaldm $de112 nrducic , de p a si c o n r r u , axih prarrriptio aliegari potert ~ l i a n ri p i r per tempgt.r b n r m m i i a i e , imo per m b n Pnnnrum millia rem possederit , . . . Strick ?o". r. DNput. 25. Cdp. 6. n . 9 3 .

A Oid. Liv. 2. Tit. 27. 6 . 3. diz claramente, que nunca se p0de prescrever contra tl Forai , por estar por efle sempre a m5 f é provada contra o pnsruidor: e posto que o A. pretende no $. IPI. que estaOrdcoaçBo 1150 se deve entender dos Foraes novos. julgamos que , ainda qinndo arrim fosse, iuo r6 leria l iagrr a rapeito de siia disposiç$o geral , e não daquelies principioi certos dc Direiio , q t ~ n c h for80 adoptados como rar6es ile decidir , e q t ~ t mesmo assim sáo recebidos em a nossa Legis1a~Bo, O que'he de ver l i a Ord. Liv. z. Til- 53. S. 5. POSlU (UF paSJc+ dt gtiarenla a f i m , por ~ " v / o O S h~uemos par cansiiiurdos em mú ft , para gcrr n m Posráo . . . . prrscrtver UJ propri~dadts : e no

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Alv. de 26. de Novembro de I 774. anfcs trndd já o rt- frrido t h b rtgistado no: Zivror da mcrrnn Ciinlarp , roa eaidentc ni4 f é pssiiivci ri59 se prercrcv~r ele,

( Vejasse a OrJ, Liv. I . Tit. 66, $. 23.1

Os Escritores que o nosso A. seguio, e que se fund5o nos principias d o Direito Romano, defendem a legitimidade do uso, ou costuriie con- tra a Lei. Jam vem etiawz (diz Bohemer. Exer- cit. 83. ad Pandect. I. f.1 co~trdrius usus , qtli iegi repscgmt , c o ~ ~ ~ e t ~ d i n j ~ vina habet , et tanrdzu wgo- rem obcinet , doaec Iex pristina yer zovarn edict~m i# ~sum fwrst re~iucuta~ E posco que o costunie seja diverso da immemorial , adrnictida com tudo a extincçáo , ou revogaçzo da Lei pelo uso con- trario, corre de plano a prescrip~áo cancra o direito do particular, por mais sagrado, e mais respeitavel que elle seJa : o que todavia entre 116s n5o púde seguir-se, porque náo reconhecc- mos legiiimo o costume contra a L e i , nem fal- tanrto-lhe os recluisitos, qtre declara a Carr. de L, de 18. de Agosto de 1769. S. 14.

Sc1-5 sempre mernoravel entre nbs , e forrna:5 mesmo huiua epoca notmeI na Legislaçh do Reiiio esta fa- mosa Carta de Lei ; e entre as S I I ~ S provjdcncias COD-

templamos con~o cirrremamentc acertada , íi qiie tenl F O F fim marcar os cararteres do uso r ou costume, pcirqiie estarnos cunvencidos da jusriqn das segiiitites reflextes , que no presente seculo forâo escritas por hum Airrrir de boa nota, e dellas demos o extracto. d Lri r ir i ira hc a unica yue pide rneiscrr o nome de L e i , o i120 crcrilu he propriamruic hurntt fiçún. Hú na Lti c j r r i / u I~urndi base jtgarn, m u n F r j t ~ , hrrna Legisi'aDr , hirnia ~onhulc , r

origrm he iporacicr , crrsrc rrnsprr ,"nilnia pódc ter flin , ~tiodifia-sc srnr i r rabtr ctc.

Dddo como certo o princi io - de que não pcide Iinvrr boa R conrrx o A r a i , hc conre- qyencia necessaria , que Ilis falta rambem o justo ~ i t u l o , e sem elle nári se p6de prescrever. Mas diz-se : a posse, e p~incipalmente a iinmemorial o sugpóe. N3o negamos, concedendu*se-nos, que -esta suppos iç~o necessariameiite deve ceder 4 ver- dade, logo que ella appareça: Qrran~vis ruim ex vet ustate vio!evw pra.surirtgo pru f ifrrlo oljm regi- rime constiktrlo n#scut#r ; lac tnmm exspirak , x i probatio Eigrridis~s'ma , q i d ~ ~ont~"u ham PY~IYI~I- t i o ~ ~ e ~ z violentam desideratrr . . . . in c o n t v a r z ~ ~ ab actore producta Jirerit. Bobcmcv, 31s EccCes. Protesf. Lib. 2 , Tit, 26. $. 4n. In c a ~ u ePPim claro (diz Strick. Tom. 5- Disput. zy. Cap. 6. n." 77) rfessanr conjecturd , ct prdsrrnaim~~ toIZ~xr-~ur .zri~cmtidr peri a*ideatissi,n*ss grohtiupre~..cun$r~riss. Mns se os Poraes s lo aeiamps qw pag;iriiq em julgado (5. 14.) e como iiia f l ~ e ~ ~emist f~~a~pte - sumpçiio j r rr i~ et dejbre, c0nsti4uern por i s s ~ hu- ina prova , que não admlrtt ipm regra) qutra em conrrario, a respcho das LÜUQIS que nel lá ' fa ráa

*julgadas ; par maneira. que,:qa&nh ~ntssmu .elilm (fossem despidas k~r& ~ ~ n p i d m a @ v c; e s ~ ,sS bastava par& einbilragat. bs eÊfeir~n da :irmo- morial a seu rapeito.

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A principal rrpecic dt ptrsumpfÚ0 juris et de jure br a guc nasce da autorj'dade da cmsa jrilguda. Cak de liHumanit. 'TOttr. tr. pag. 234- Bohtmcr. Jus Eccle- l iasi, Profr j i , Tom. r.. Lib. 2. Til. 23. 4. 9. diz : Páiis w~sr i ' fur cx rr judicriin. O inteiesse piibtiço , o bem da Naçáo per si 58 exige, que se repute s~prada a dis- posiçáo dos juizes : as CdUjor se fuzrm ininiaria~s , s t r n ar prssoor, que bdo ~cnrenfas em ícu fnzior , pcderein por cllas tstor scguror do guc fhcs he jir/godg. Ord. Liv. i .J Regim. Nov. dw Deseinbargad. do P a ~ o 5 . 32. E pam ~ U C as demandas hujãr Ftn-, B os ventedurt~ ndb slem sempre duwidosor de seu direito. Ord. Liv, 3. Tit. 95. S. 3. Cuncluiremos esta nota declarando, que posto se ache regeilads em Bohenier. Exrrcit. 66. UA Ponrlrc~. 5. 6 . a presumpç50 juris tr 1 jure , nós a adtnirii- anos, e defendemos , náu só por nos parecer melhor a opiniin dos que o siistentáo , mas porque a achamos adopiarla cm nossa Legislaçio* Veja-se- Mcilo Frcir.

. Inriit. Lib. 4. TU. $6. 5. g-

S. 36-

Dir-se-hd porém, e rilidi. , que I immcrnorial , OU prescripgáo fundada nella , lie huma eapecic tarnbein de presunipçdo j ~ r i s e t LZC j m e , e como tal tem od j m t ~ r rei j ~ d i c a t ~ privilegio de pro- v a , s e m admiuir outra em contrario : mas n6s já mostrámos, que esta posse náo he revertida de circunst~ncias que 3 tornam attendivel , ?ais que suppomor haver bum Foral que lhe resiste; c a Ordenaçáo d o Reino manda attender tanro a esta autentico. do~uman~o , e julga- o r50 digno de rírpeito, que, ainda no caso de conrradicçáo com ella meema., determina se siga antcs o Fa- 1 do que a Lei. (3rd. Liv. z. T i t . 33 . 5. 2- E; quando a imrnemorial apparecesse com os ca-

racteres de presumpgão juris c t dejure, t inhamns em contraposlsáo a ella 3 outra presurn~ç80 d o Foral , ou rei jnrd"ata. Logo era necessaria de- cidir , qual das duas pre.ruiripções dcvia pi-erale- cer , e a decisao lic obvia a favor do Foral ; porque comn de aesim $e e n t e n d e r resulta o be- neficio do Colorio, e e m conseqirencia o tietn 93 Agricultura ; e como tnnihem a liberdadr dos predios Iie huma Lei deduzida do seu estado na- tural , c ordinario, a presurnpçáo que daqui nasce Iie táo violenta , e imperiosa , que vence todas as mais. Addtlcsm 6uc etzcpm prles#wzticfitnz pro !i-

u~ cinz si& violenta j w i s , hsric o~~ines ctdere de ent, Bodemer. Ex~rc i t . 6 6 . 5.14,

Náo podemos deixar de transcrever neste lugar a opiniáo do mesmo Bibernrr. y u r E c c l ~ s . Profes t , Tem. r. Lib. 2. T;t. 23. §. 8. em que dá muito bem a razão de decidir a favor da liberrlpde do predio em caso de diiviiia : potirsimum ad c i rc i~ ins ta~~t~ar csJe rerpiciendc<ipt , @ gi ra ~pccialiur ? yrta nalurce rfi conuenient i~t ? gua humanior ? que tu id~n~ior ib irs i ~ i ~ i r u c t a ~ i t rationi6us 8 ptrrdernadum , ijideqtrc dc p r a f i r e n ~ i a rrafue~rdrinr , prad pliirihri~ orirndi excnipl;~. Sic p r c pasrcssore c51 prcp- ~ l c m ~ i o : er l tumeri eiium pr~juni l io pro l i b e r i ~ t e . 2urriPdo itnqtte nrlnlorio in~fi~ri i lur cfinirn eum, gui crt i n yuari p'rissrrrione ~ e r u i t r i r r r , jurprtic rs i , rui onui pcodundi in, iangrijduni. h'oui , qae dr hrrc rontroacrs;~ rim toarer- ialioner I Qotcrnt , qvas gididern haud tunga , iiltcrin~ Jnniea exitriniu , vnirt incle girfiriioncrn r~so/atndum ersp, yirariurn pr . rsu i~ i f io hoc caju ri! caiidior ? Actor ait , ~ r o se rni' l it~ire prceium~ionetti rx librrtate : rrur iridcnr r l i r i l , se Irrium rsJr presutrrticnc ex po~~cssione BrJiurrrc, net onere probond; grauandunr. h' ihihrninu~ tonirri huic pralaria iniiirigenlla , guio bec p r ~ ~ u m ~ i o ex ipsa rei na- tun 5eu dominio , quud c i in dubirrb haud vocalur,

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Nasce daqui (em nosso modo de entender) a r n z k por que a Lei do Reino admit te a possihi- l idade da imrnemorial , sem reconliecer , q u e ella supponlia titulo necessariamente , porque exige mesmo, q u e , nlo obstante havcr ta l posse , elle se aprescntc. Exige-o pois , porque Ilre resiste a presump~áo jaris e t de j u r e da liberdade naru-

L rai dos predios, Iie o NOSSO M E S J I I S S I M O CASO.

Eis-nqiii como s c crplica o Scnl ior D. Jose na G~rt . de L. iie g. de Jullio de 17, j. S . 12. . . . . pos to que de r a o rcr-vidiirs s e aiIegae>lr as Posses gn~me,lroi-iurs , que d o reprrgrnnntes !i liberdndc na- rinrdl, gsfiiJo núo crri i la que p u ~ 4 e!!m prcced&vn»i tirulor Ic~izrrxos ,, qur , roofuri~ra o Direito , excluár I Ac@o Nrgnrrrra. Do mesmo modo foi olhada

dito Senhor ourra vez a immemorial em dif- f t renrc caso , [nas sempre dando-se como .certa a exisienria della ; seni que por isso se supgozesse titulo , aiitee regeitando-se pela presumpçao_guris e t de jure do dolo, s m i f2 que resultava de Iiaver Leis, OU prol~ibiçiies ein contrario para pcv- j t~ar~ir~p~t que serido ee.rtn durir j l~ iss i~m ~ O S S ~ t i tu lo e i i c Ú necersi iava dc ourro , de- uiam zer c!c.iabrig~Jo~ de opwsenrore~~t o s Titbrlo~, QUE NAO 'I'INHAM+ . , . . E'm cgja certeGa p c b prc- rtrmpçüo cdc D i r e i t o , fuilLIIa cm t u d m as rtJcridgs L e i s , gsle pn. si siiinentc be pruun ple~r2ssimd , r liguiclisrinin ; e pdo #nive~-sril curru»rr , que EZidf

1 41 1 mndcrnn i~~m; ~e devm reputar kguella reprova& pç1614rf~~ ~ o ~ O S OS CENrOS, E FOROS, CUJOS TITULOs HÁO A PPAP ECOREM , em guanro ph in~pec f zo drller xrFu con~tur o conrrorio ~ o n MODO C L A R O , EVI-

P O N T E , E SUPERIOR A TODA A JUSTA REPLICA P ~ C . Alva L 4. de Agos fo dr 1773. prit~cip.

He com effeito este o systema da Lei, pais dcItc achamus rambeiii prova na Oid. L i v . r . T i t . 62. S. ~f

qiie só admitte a irnniemorial , inolirandu-se que n- ?e sabe da existcncia de outro titiijo ; mas isso iiáo

acontece em o nosso caso, porqiie temos iio Foral ti- tulti. e titulo autcitico , r u unico c i y i z de ptovar o A contrario de t i ido, o que se qiieire oppôr a elle , c entáo ji re musira , que s prctendida pirre iiJu podia deixar de ser viciosa em seu principio , e que em con- seqiiencia riáo se lhe póde dar O nume de immemorial. Bobniier. Excrrif. 83. Panrlrc?. 5. 16. n4t. (i) Irna J; vi. iia~ttfti in i t i i im doceri potrrt , immenoriuk frmpor defitir : vindo r ser rerultarlo necess~r io perder clla o privilcgiu de presiiriipgáu jrris ct de jure , como diz u niesmo r . 2. c . P . T o m . i+ Li6. 2. Tit, 23, 5. 9 i# fi. H o r vrro ~ + L U I I C ( a irnmemoiial ) rerti*t' yrtaplrr prajuni,io j u i . i r r t rlt j u r r .

Concluiremos da exporto, cpe a immemorial' : ~ S O provn riecessariamenre a ex~sienciii de titulo !contra u Foral ; até niesilio porque, ou nds a ~ ~ v p p o m o s cornrpda antes, ou de ois delle: se

B . * i t s , como elle lhe he opposto , e necessidade :i' i n r e r r o n ~ ~ i u , por constituir intçrpelaçáo judi- ~ i i l , e par raoro de nada ficou valendo a conti. Qagao della : se depois , como a Lei náo admirte P s s e alguma contra o Ford , he iiiutil qualquer.

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rcquisigáo della neste caso, porque o objecto nác ta l p r e s ~ i i p ~ 5 ~ . Alhgnri nn>t p0sr.f hdnc ve-

tmta te tn i# i2.r rebrrs , quce po.r~jderi db allegante rrcq~eunt , hoc ruim ipro g16od porridiri a6 ilh ne. qafa- , ~ t n t i m orrendir sr illegitinic o2im ipia esxe r r y r r ritn. Robemer. J. Eccler. Prate~crt. Lib. 2.1-ir. 26. ,$ 478

T E R C E I R A R A Z Á 0 i

&e B Ord. Lia. 2. Tit, 27. probibío a prercrip{Zo contra os Foraes vtlhos , i3za.r nRo contra os nuvor.

J;i mosrrnmos ( S . 8.) qiie os Foraes velhos foráo cassados , c abotidos pelos novos, isto he , por aquelles da Reforma d o Senhor D. Ma~ioel ; e daqui se segue que n (3rd. Liv. z. Tir, 27. S. 3 . , proiiibindo a prescrip@o conrra os Foraes , náo quir dar a entender OS V C I J I O S , porque elles t i- 31hd0 perdido sua força de obrigar, e em consc- quencia estauáo fóra do objecto da Legislaçán : 1~50 negando nds cntret3nt0, qrie a C)rJznaç%o Manuelins , fonte daquella que inrerpretatnos , tivesse ein vista os vellios , por quanto náo havia aind3 os novos ao tetnpo dos Parcreres, de donde ella foi tirada.

No preainliulo da Ord, Liv. 2. Tit. 27. conta-se O

motivo , qiie o Senhor Rei D. Manocl teve para aiivir os seus De~ernbar~adores sobre o s I;or3cs , e diz-se que foráo alsurnas diividas . p i l e , para se cl les fazcrern ,, era neceseario serem determinadas. Logo os Parccerrr T$Q tirihsa por objecto Legislalèu fe i ta , mas Legisla=

750 qile hia fazer; isto ko, nia crio oti~irlnei aqiicller hlagistrados robre c i s Foraes velhos, ícti;ici cm qiianiu f c , ~ s e preciso inierprciollos ou entenciellos , c t> i t%u fontcç ( ~ ~ i c i i i c a v i a scnilri d r i ç nriios , {e para os rornhinar coin as prisscs , b o ~ s ou n i i s , ~ i s o s , ou abiisos cctsbeleci- rltis. Mas qitando a O r d r c n ~ ã o Filippina adopio~i esta iiiesrns Lcgislaç3u , rlerermitiandri no $. 4. Ti!. 27. do Liv. 2. qtie el ln se ctimprjsre , e guarc1as.c , já. nlo havia Foracs a fazer ; hnvia-tis feitos , quc ~ r 3 0 0s da Rcfiirina do S e t i h ~ r D. h'iariccl , e por tanto 1150 po- demos rntetidella de hum ol?jccro, que n5o existia a esse tcrnpu.

E neni se pdde dizer , qce os Fillipistas ti- vessem em vista n o Tit . 27. do Liv. 2. sustentar a Legislaçso estabelecida , por d u r a r aiiida a corn- xrriss5o da Reforma do Senhor D. hTanoeI , por- que ella j i cn:rio se acliava extincta ; e por tanto, para o conliccimenio dos Einhargos , q u e podes- sem h a v e r , !ir> caso delles serem adniissiveis, fi- cava dada a regra no 5. 5. do mesmo TiruIo ; seguindo-se daqui q u e , sc a Reforma produzin effeito , como tcnios inostrsdo , os Foraes veIlios ficar50 abolidos desde o tentpo d o Senhor D. Ma- nocl , e n5o podia scr applicavel a elles a Le- gisiaçso fe i ta tanrns annos depais : e se a Re- fornia não teve lugar (o que he absurda) ent5a muito mcnos póde ser applicavel a Foraes n5o reformados huma Legislaçao, ue sb foi feita i ~ a 3 sua origem para os reformar. quando nada d o que temos dito concluisse necessariamente, que a Ord. Liv. 2. Tit. 27. em quanto prohibe a pres- crip.çSo he applicav.el aos Foraes actuacs, bastava

G

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para que assiin sc entendesse, haver a respeito delles a rnestris razáo , q u e a respeito dos velhos, para dever ter lugar a rnestna d i s p o s i ~ a o de Di- reito.

Q U A R T A , E U L T I M . 4 R A z A o .

Nós temos dito qiiaii to basre para s e concluir o pouco peso destes argumentos negat ivos ein huina l i iater ia de tanra consequencia. N e n h u m a presumpç2o he adrnittida , depois que a verdade apparece , nem q u a n d o h i outras presumpç6es mais fortes. As Leis humanas tem-se feito ne- cessarias , porqiie os liomens se dcsviáo d o ca- minlio da r a ~ & , c a s providencias que ellas d30, e cautelas que se tom50 para a sua eaecus io , pro- v50 que a o p i n i 5 0 , dc qiie os funcciorinrios pu- blicas n2o curnprem sempre o seu cicver, he fun- dada na naru;cza, e ria cxperiencia desgra~adamente certa , d o que acoittece todos os cliae. Coin eF- feito a Lei cstabeleccu penas contra o Urinata- r io , que cscede suas D o a ~ i i e s , Ord. Liv.2. Tit. 45. fj. .34., e coiitra os Ofriciaes do Cunsellio , que iteixao de i m p u g n a r o excesso, e r<*presciltallo cornpetcntemerite para se e m e n d a r , Ord. Liv. z . Tir, 45.5, 36. A Lei reçornmcnda a o Juiz d e P6r3, que evite as rnalfcitorias das Fidalgos , 0 r . i -

L i v + r, Tit, 65. f , r?. : aos Corregcdnrcr, que sç,iii* relern a ueurpaçao dos djreitos , e jurisdicç6es, Ord. Ljv. r . 7'ir. gP. 5. t j . ; e aos Contadores das Comari-as , que rornem iguseo mcdidae , Ord. .da Faz. Cap. 95. : a Lei n5o obsranre isso prohibe em regra a prescrjpsão , e posse em taes casos, Ord, Liv. 2. Tit. 45. S. 5 6 , , e em consequencia a Lei suppox , que apezar das penas estabeleci- d a s , c das recotnmendaçcies ris Auroridades pii- blicas , era possivel praticar-sc o contrar io p o r t a n t o r c m p o , e de ta l m o d o , que a pratica che- gasse a adqiliirir a natureza , e força da i m m m o - ria!. 0 s argumentos pois do A. fundados no sup- posto zelo dos Magis t rados , e na pretendida exa- -ctid5o dos Rendei ros , i 50 d e s m n t i d w pela erpc- sienria diar ia , e contratios ;is hyp~ttkeses da Leis

A estas considcraçbes ajuntaremos ourras mui to obvias , e tiradas da oliservaçáa, c da pratica. T o d o s sabem a facilidade, com qiie se in t roduzem posses , e usos n a cobrmga dos direitos. Htirn administrador, o u rendeiro mais inteliigenre, e me- nos escru uloso q u e seus anrecessortis , aprovei- tando-se 1 as circunstancias do t empo , e da fra-

reza dos , maneja o s recursos d o pode r ,

a riqueza , e da autoridade daquelles que repre- acnta, e consegue -assim por estudadas maneiras justificar no principio a novidade d a cbbrança ; e o que d'antes arecia huma usurpaçáo , lle pouco tempo depois 1 um uso, hum costume ; e o Se- nhorio YC suas prefenç6es realizadas, e respei-

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tadas já ela forgn dii posse. O povo (diz o Ab- hade de R a b i y ) rkur d >iicdioii*idndt de Iun jir-

bmza especir de moderngn'o , de gge ellc n v í m ,e de~vi~. . . . . As riqãeaas pelo contrario IIRD iqur l le~ , que ar por.ruem, h&;>~s vaidade tonto mais imperiosa, qzía~fte he mnis Jòrtc, Ella qaer dominnr , c sums espepagçns for$&-se em direlfos. Des 'Etars d'Amcriq. Tom. -8. pag. mihi 419.

Conseguida assim a posse , corre de p l a n o , que o Senhorio deve ser conservado nella , senão pelos Iiiterdiçtos Possessorios , e O officio de Juiz , a o mcrios por seu poder , respeito, e considera- $50 politica. He preciso pois, que o proprierario reivendique a liberdade natura l da sua beraí~jx (a) inrenrando huma a c ~ á o ordiiiaria ; isto he , de- mandando, o Senliorio, o Donatario, sempre Graii- de , ou pclo meiias sc111pi.e Poderoso, iio juizo d o scu foro, porque de maravilha deixará elle d e ter esse privilegio , gastando muitas vczcs a que lhe Iie preciso p a r i se sus ten ta r , e a s u a fa- milia, e conicçando a derlianda cotn a esperanga muito certa , Ue que em seus dias nzo Ihe verá o f i m ; sendo ohrigrcin entretanto a pagar, nbo o que d e v e , nias aquillo mesmo, que elle co- nhece ser huiiia usurpaç?~.

( u ) A Ord: Liv. i . Tit. 88, j. 25, dá este noinc a qual- quer propriedade.

Assim he qne a Lci casriga o Dunatario , que abusa de seu poder ; mas a pena jiimais se impóe

. antes de preceder s e n t e n p decla raroria : Assenr, [de 20. de Julho de 1780, e a sentcnsa Iie sempre o resultado de hum processo. E qusrn ha de in- tental lo? E quem sustenralto ? A Ord. Liv. 3. Ti r. 7. 9. 1. diz : Se ndgum Firldg.0 , ou otli7-a pes- soa, rgue de Nós berra , ou terias tiver, ~ S U P deilas, eu confua cls w-roradores dekhs , como d o dme , c Nh formos disso informa&, em todo o cuse psle ~ O J

t em parecer, e entendermos ser rerv+o de Deos, c nosso , o poderemos mandar citar , que apparep perulate No's pessoalnzmte em dia certo pura NJQ assinado, a J E fscusar . . . . de sorte que ou o meio ieja ordinario , ou extrriordinaria , o uso , e em- prego del1e deve sempre julgar-se muito d e n o - rado , e uáo menos custoso.

As Leis do Reino declaráo em mais de hum lugar, qriea todo o Vassallo he sempre reser-cradu o dirriio niui- to apreciavel de recorrer immediatamente ao Soberanu : Regirn. de 9, de Maio dc 16-54. Tit. 3. 5. 28. Alv. i r . de Maio de 1770. $. 3. car t . de L. de 18. de Agosio de 1769, 5. 2. ib. . . . rccirr~o, gue nGo scja aqurll~ immediufr ri Minha Real Prr~oa , dc que n u n c ~ hr visto strcm priniodor os Va~~ailor , mas este meio como extra- ordinario só tein lugar dtpciis de esgotadus os rerncdio~ ordinariiis de appeliaçáu e aggravo para as iiiiiancies siiprriores. Regim. Noi,, dos ilesernbargadorc~ do Paqo de 27. de Julho de 1572. 9. 30. Alv. r g <Ir D e ~ e i n b r o de 1775. 5 . I , Por 15th providencia p t i i h , qi ie tsipc o bem púlitico na conservaç5o da orilcrn j ~ ~ d i c i a r i u , e gradação das Autoridades estabelciidas para a deci:3o

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pr3CCS50S , fica c m conscqilcccia m c n o ~ prompio o a escicver nos Foraes , e Livros pubficos o far- rcrnedi*, rnularjo do costume = vi.rro rn! c o r e ~ ~ 2 0 = for-

mulario que, realmente , nada importa a reapciro P* 45. de grande parte dos Ministros , que o escrevem,

Quanro aos Magistrados e OMciaes das Ca- niaror , a obrigaç50 que elles tem d e zelar a abirr- vancia dos Foraes , Iie coni effeito propria de seus cargos : porém que mosrra a experiencia e i i i t a l caso? Hijrn continuo desmnzelo , nascido em al- guns da falta de conhecimentos d s Legislação sa- brc a rnareria ; em outros , da ignorancia de seus proprios deveres ; em outros, e l i a maior parte, d o receio dc se iiuplicarení c o m alguns Grandes, Corpornç6er, r Poderosos, nunca esquecidos de drlrciidcirm por espirito de Corpo, por iiiteresse , e i s vezes aii. por capriclio seus priviltgios, rei-

galias , r utris , de cuja conservagbo se mosrráo sert~pre zelosos em estTcino. Accrçscc que o sys- terna d.i 110:sa L~gis lq5u , tcrido sido mui to bem conibinado etn seu priricipio , foi m u d a n d o rndavia em parte nos Reinados seguintes, por l iavercm mudado eçsencialinente alguns de nossos costu-q mes : e hoje ? e Irá muito, encontrso-se ila sua exccusáo difficuldades , que n'ao forrio previstas na sua origem: e ou seja por essas razáer , ou par nutras, o certo he que as CorreiçSrs n5o se fazem já pela maior parte com aquella niiudeza, c particuIaridade que a Lei recommenda , e que hc necessaria para entrar no ccrnhecimcnto dos abusos introduzidos, e natureza das posses aclqiii- ridas pelos Doriatarios; de sorte que toda a vi- gilancia, com que a Ord. do Reino manda pro- ceder neste caso, se acha presentemenre reduzida

T d o t sabem que os Senhores Rei$ de Portugal costn. i - i v h em tetrlpus atiiigos snJsr pe lo Reirio fazci,do Correisão , e qiiaiido d e i x a ~ ~ ã o rie a praticar , manda- váo etri seli Iiigar pessoas da maior corisidcrnyãci , com arnpli~sirnos puderes. FotBn depuis criarllis (1s Corre- gedorcs ; mas tiáu se adverre qtie Iiiim simplcs LIa- gisirailo he hoje eticarregailo de fazer observar a Lei , a c-lija execiição em outro ietnpo presidia o Sobçranti pessoalmente. Qiern Jitii pois q i ie nunca deixoii de ter possivel remediar abrisos 7 E dcsereinos cunri=r{er , prirqiie os há , porqiic se iolerjo , que n i o sáo abi iao~ , qiir na, 5 5 0 araqtles feilos á Siilieraiiia , á Lei , e ao inieresse dos povos ? Oiiçamos o q u e ein 26. de Fcue- reiro de r 780. Jizin o celebre Lord Stormont na Cor- poraç5o inais illurninatla da Eiitopa, D kbarlamcniri Z ~ g h t e r r a : OgvunnP rrso do nirindo, o Liriliit9 Jt ~ d r ~ r ~ ~ ~ c os Esrodoi me Iem r~nuenc;is'a de htitna errAoJc gue t ~ r , i p ~

2 . f ~ l l u de ~xp~rietici 'o : pi:r?e emijrir em rheoria F i , w u in. jinio'dde de maler , nink GU intnor appnrratrr , ninis orr ? h ? t i U J g r d v f ~ . yuf PU admiifüo raniedior praticas , ou pnrn as qtrarr o uso de guulquer e j p t c i ~ ~e rtn,eiiio infiifamrrtc perigoso ; hri maies p3ilific11s a> hvm n )1atu- +rzrr iúo perfirctlrrr , qas o cuidado sermo, grrr rP 14,

mosse trn 6s ~ ~ p # r i m i r , 6s lernarin r n r o l úywcllrr , ytic drlhs se qircixds~rm, r nu morbioo de icdo o gocrreo t i ,

crinfrúo-sr iigfritos , que sul190 nos o l ~ ~ o r , e puc <r E X ~ -

rirtirin cnirftunfo n;7a pcrtnifrc corrigir.

Dn que fica dito he Facif concliiir , que o ~ o n - .8~ririinc.nio dos Magisirados , c Qff ic i~rz dos t 'o~i-

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cellins (r i injn s n p p ~ n ~ 1 0 que fo?ernrscm por sua vontade 3s i l1cg.1~~ inrroduc@cs d e posses dos Dooatar inç , e Gra r idc s contra n l e t r a do Farril ) *ao inculca, neiiii prova a existc~iria cic r i tulos pari ellzs , pois t i l conscntimen:o n io 1ic sriilo veriladziro deteixo destes fiinccionarios publicas, que n-io pUdc pre-j~dicar eni cousn :ilgurnn os in- teresses d a Loraa, nem tortiar Icgaes os abusos, e praticas crcesriras , que a Lei regeir1 , c de- clara nuilas. Com efYeira se no Alvar i de 7. de Dezembro de 1689. se determinou , qiie a omis- szo dos antecessores n5o fizesse atrendive1 a posi;e imrneinori . i l , i l i t roduzida eni prejuízo dos successorcs rio exercicio do ~ c i i p o d e r , cnmo ct.r,i c r i v e i , q u e O zirnples descilide dos OfE- cilies , c prssu:is que devem zelar os iriceresscs da Coroa, c dos ~iovos legitime essas inimemo- r i3es , coriio o A. pretende ? J<í tcrnos prova- d 6 , q i i e a cxpericncia mostra a facii idade des tes descuidos, c o~nirsiies , e que o Direito os sup- p 6 e , conta com elles , e os r13 conio cer tos, e disso havernas a inda hum iestemiinllo autenrico no Alv, de 14. de Janeiro de 1807. 9. S. aonde se d i z , que as denuncias de vinculas, e Capellas vagar , nío tem l u g a r , quando prkr Liwrus, or Documt~tos p~bbcas e Icgaes , e.z.isfellre.r p 2 0 ~ L'm- torios . . . conrtar ciarrament~ dfl r?ln z.flcntz!ra. , . porque a Real Ffizendu I ~ E I ' E P A G A R . . . . A NEGLIGENCIA DOS PRC)VEDORES E S E ~ ~ S OFFX- CIAES, ENCARREGADOS MULTO P F I V A T I V A ~ I G N T E DE VIGIAREM SOBRE ESTE IMPORTANTE; RAMO DE AUMI' NJ~TRAÇAO PUBLICA.

c 57 1 Parece mliitn bern applicarlo ao suppbgto consenti-

rnciitci das Cauiaras , o qiie diz .Cocceo N o v , Systern. 5.. 300. kif 1 . nfgomus, siitntiuni irftrr'e conrcnrurn. Et- sr rnrm p i s prasefif , st scitns a/iguid ;ri J U U m prreju- dirium agi, Inceai , riri p w i s rrni Jiiani ab nlN temri

.srifri . rrcc puicquam crn~radic i i , non t m e a d i r i p c t ~ s t , eurti jus flinrrt nmitlerc : turn ytriajri~ nfisrranr noa omilli- i i ius, n i j i fncto riortro, ,h puo rdristarr C P ~ / B d e d ~ t ; non aiiiern r u o ~ J ~ I ex rulo s i l e ~ i i í o : riiin , ptriu l c ~ t e ipso Grot i~ doniinur melu , e i ~ I dfertu wiriuni , *rZ ulio casir impediri poIe~r , Y Y O m i n t l ~ p ~ ~ t ~ r r i r bguairir , vrd qu:a jurn sui gnnrur noii rsí. A prrip~sito dos Re!ideiros sabe-se, giie elles por evi-~arcni traliallios , e facilitareni as suas arre- cadaçoes, costiimia muitas vezes fazer coniratus sobre ,o pagamento do que devem os culiivadorcs ; e os nossos Soberanos, zelosos de conservar na siia integridade os direitos da Coroa , . e Fazenda, teni por mais de huma vez prohibido estas convençóes , que os Rendeiros sáo costumados a fazer , como origem de posses injiistas : o qiie muito cxpressarnente foi deietminado na Ord. L i v . r . Tit. 66. 5. 22. dsndo.se a razáo desta prohi- tbiçáo iio Alv. de I . de J u n h o de 1787. Cnp. 18. E: nc- nAirm Ren(lrir9 dgs ditos bens poderri fazer oeirnp, ncm trnrralo com vs Poss~idures, para gur lhe de# tousa c t i z !o . . . . PIIKA E V I T A R A S POSSES QUE I N J U S T L M E N T E S E C O S T U M A G A L L E C A R POR SEMILHAN- T E S A V E N Ç A S . Qie prova pois póde fazer o consen- timento, o silrncio , ou a tonnivencia dos Reodeiros a fivor da legitimidade das posses 1

Dissemos no S. 19. que as nz6es , pelis quaes O A. pretende rnostrar,+que a irnrncmorinl rem lugar contra o Focal , na0 convencem ; e do que até-aqui havernos expendido sobre cada huma dcllas, se conhece a exactidáo de nossa propo-

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siçso; agora vamos provar, que 2 oua opinigo não $6 he seni apoio, porque náo concluem os fundamentas , que elle tomou em sua de fez^ , como havemos mostrado, porém que alkm disso hs opposta diametralmente ás Leis do Reino.

Da combinaç5o do 5. 34. do Livro Z. Tit. 4 ~ - da (3rd. com o $. 55. e 56. do mesmo titulo re- sulra como certo , haver a Lei regeitado expres- samente a immemorial , que he contra o Foral : e ainda q u e o A. quer entender o ultima destes gg. sbmentc de jurisdicçIo , com tudo as palavras delle não consentem esta ínterpretas%o, porque ,

ahi se diz : E se okrm dor ~obrrdiror f;strem o rontrrrio, do gre ern erra O r & w j b 6c contcuda . . . queremtu , que t a l p o J j e , uro , e cosfrne SGG ne- d u m . . . . Por q u i i r ~ o hmenuemos por ddnaado td cmtume , e P O I J C POSTO QUP S E J A JMMFMORIAL. Ora no 5. 34. expressamente se determina, 5u.e náo possão por maneira alguma levar . . . . mau foros, rribnrw , ou dirrit0.s dos p>ue Ibe~ por . . . . Fmer furem ourorgotlor . . . . . E no fim do 5. 56. . . . . ~e Z n i a mdir d i r t i t o ~ , do pllc . . . . pelor Forno . . . . dew rurrrodar. Logo a diopo- oig%o deste 5. náo diz só respciro ao3 pretendi* dos excessos de jurisdicç6es , como o A. assevera no seu I. i08.. mas sim a rudo , que Iie uso de direitos contra o Fùral..

Para t irar porétn as duvidas todas a este rcs- peito, :ranscrevercmor huma parte do Alr. de r+ de J u n h o de ~ 7 7 6 , o qual parece haver sido feito há tantos annas , como d c proporiro , p a n sd em li conter as respostas a rodrs as pretendidas sup- posi~áes de titular , d e contratos , de sentenças, e a falsidade da opinian, de que a jmmemorial sejn capaz de desfazer a Lei d o Forai. E he o caso. Os Moradares da Villa da Arruda são obri- gados no Forat , dado á mesma VilIa pelo Senhor D. Manoel , a hum jantar aval iado a-bi em 6 6 7 ~ reis ; e passando por doa f o este direiro ;i Caça f de Unh%o, os administra ores d c l l a entráráo na pretençiio de obrig~r o s mesmos moradores, a pagar em eçpecie na fdrma da primitiva criaçso; fundando-se para isso em huma Senteiiça d o anne de 1444, e cm outra do anno de 1533, obtendo no anno de 1766. liuma , fundada naquelias duas, e m que se rcvogou o Fora! : e sendo isto pre- sente ao Senlior Rei D. José mandou consultar a Meza do Paço , a q u a l deri seu parecer, sabre que houve .~esoluçáo ; tudo na Ehrma , e maneira seguinte.

§* 50.

E ordenando d Mem do Deseatb~rg~ do Pdgo ; qsre ~i.lAa .re u i s ~ e , e Me cowsulbcts~.e o ~olirc~liro re- qtrwimnio : Firecp~cEo. me preJente a rneswd Meaa , $#e ~odredi t ss &as ~l'enter~fas prdkrjlfps nos amuJ de mil patro centor pdroreiltn e quutro , r mil quinhexto~ t r i m e trer , ntío po&o rervir de

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fundamnt4 pnm a de que OS Srrp~Zicantcs se queL xio , e que c~n t rd elkr se executa : NZo a pra~nei- r @ , porque como anterior ao Foral, perdera toda a força, e autoridade, depois da proniulga$io del- le: {a) E nem u segidada, como 8 elle contraria ( 6 ) ; e suppwto xe refapld~sse na referido I4hard do Jè- n b o ~ Rei i). JoZo Terceira, em que ordc~zrir.~ se emendasse ( c ) a reducçio Feita no Fural , no caso rlc se wrbar Ie.riva coarra os i n t e r e s ~ t ~ du Coroe ; nem o dito Aivard faz dirigido aos 7uise-f daqurl'la savsa , pura enzewdlzrew~ a redwcção ao caw de pre- ~ v d i c i a l ; nem coasta q ~ ~ e por elle se Jzessr obra alguma, por nZo apparecerem i i o di to Foral as precisas verbas, e declaraçiies, de que se emendara naquella parte por virtude da dito A l v a r i , ( d ) , sendo esta la forma outhenticu , e legitima de sc alcerarem, ou declararem as Leis dos Fosaes : Devendo pelo contrario entender-se , na faJta da- guellas authenticas decfaraçijes , que se n50 emen- dfira o dito Foral , ( e ) por se nZo poder r n o ~ trar k- sivlz s rntvrna recltdccdo.

(a) He contra a opiniáo do A. no $. 28. , qiie os Fo- raes novos não cassaváu os velhos , e t (ido o qi ie Ihes dizia respeitn , como sáo as Sentenças dadas em de- clara$rio dellcs.

(i) He contra a opini$o do A , no 5. I I X . , e rrz. qiic he possivel haver Senteiiças coiitrarias 30s Forats , e que elias s>o capazes de os, revogar. Vejri-se a noia (a) do 5 . çcguinte,

(c) Neste caso houve determinaçco expressa para a emenda do Foral , e cnin tudo o r r ~ i i l i a i l i i foi , ?tia1 sc W & do coiitexto do Alvará, e o A . irns: -:a t b t i a ? ,

e sentenças, s6 por haver s i J ~ t)oss~vel , q u e 1:'~-

raes fossem embargados.

(d) Hc contra a opinirio do A. c em abono do que nuairámos no 5. 15. e nota , aolide drfcniteinos, q i t e náo se póde siippor juridicamente, que Iiou- v-sr em taes Sentenças re.vogatoria~ dos Foraes , por 1150 appareccrem nestes as atiosiilas necessarias.

[ r ) He cotitra a opiniáo do A. no scu 5. 2 % c 29. em q u a n i u defende , qiie os Yuraes forãu emendados i só porque era possivel terem sido einbargados.

E co~pfoormiando-me com o Pnrtcer dd ditn Co;n- a l t a : Mmdo , J e ponha au mnls ind~j2ctiz.d obser- v a n c i ~ a reclucfh, g ~ e dos &iridos gener0.r ro- wcstiveis Je ~icba feira ÃO Forai , gue o Serlhor Hei U . Mnnoel deo psra a Filh dn Avwdu ; e qide elLa sirva de r e p z certa , e inaheravel, tanto para o pnganrrwfo, ,que os ~rrorahres da mesma J7ilJa hão de j a e r de .futuro , rolno pmra o que dererem de prrterrto : Decfaranlsro , como rjt-c/mo, nullas todas as Senterisas, que se acliareni proferidas contra O d i t o Foral , (d) por L U P I J ~ Z ~ U P ~ burna Lei expres- sa (6) , que .ro' por O P C L ~ , O I ~ por Alvnrcí.r , ou De-- cretos itfeírs pode ser revugada , ou a k e r a d ~ (c).

(u) Ob5ervamos aqui o mesmo que dissemos na noia (i) ao 5. antecedente.

( b ) He ronfimne ao que rnoetriirios no nosso $. 10: atiiidr, p r o r i m u s , que os Fotacs sáo Leis.

( c ) Ile contra todo o sysitrna do' A* em quanto pte- tciideu mostrar, que O S Foiacs se podiáo reiobar de, wtro mctlv, que náo seja pur huma Lei.

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C A P I T U L O IV.

Juizo sobre aqqumas opiniões do A. a proposiro dos Forder, e s'ntelligencia de ,raras dt.rert~li~lrafües.

Q u e r e n d o o A. mostrar', como foi feita a acquisiç50 de alguns bens pelos particulares náo Doriatarios da Coroa , Igrejas , e hlosteiros , diz no 5. 15. , que lie possivel csiarem hoje Senliores de grandes propriedades , porgt/e acb~ndo incultos e co~riu Ad~spotas na primitiva coranzu;liico , os apro- pridrzo, e TCLSYZZ~ÜO u C U L ' I I ~ * ~ per c u ~ v ~ ~ i e r n i r ~ dos povos , ue nas vistas dr Zhes restarem Mlani- vhos stspem i wahntr s , Ihes 820 odskavZo zoaqaeii#f npropria~6e.r , c a ~ o enz que os Manin?os ussirrt apro- prindos +fi~-$o ~ J P dominio P Q ~ ~ ~ c u ! u ~ . Náo nos pa- rece com tudo exacta esta reflexio , n e m a doutri- na q u e aella s e cont im ; poryiie, se os Maninhos fordo dados , e deixados aos povos para pastos, c r i a ~ 6 e s , e Iogramento; , (3rd. 1,iv. 4. Tit. 430 S. 9. e r?. os povos nao podido assentir I e g a l ~ mente a r a l acquisiçzo , pois nSo tem mais d o que o uso , e a administraç30 destes bens na qualidade de bens do Concellio , p,or ficarcm elles sugeitos sempre a o Supremo Uorninio do Solierano , como se diz expreisamente no Alv. de 2. de Dezembro d e r626 , e Dec. d e 20. d e Maio de 1734. O A. cita no referido $. 15. e no 46. a opiniso dc Almeida

1 63 I Allegat. $. n.96. para provar, que as acquisipAes de parte dos Maninhos , feiras pelas Corporações , e Corpos d e mão-morta fóráo legitimas , e manu- teniveis : porkrn eis-aqui o que diz Almeida no seu w." 17. latqwe eo wofl~int, eras posss'dent, DUM AB EIS NOH AUFERUNTUR. Ora se dizer, que os Ma- ninhos assim occupados pertencem ao occupante , ar& IIie serem [iradas pelo meio da Lei, he di- z e r , que elles ficzo d o seu dominio parricular e allodiaes, como o nosso A. assevera nos seus 5s. 15. e 46., cniáo podernas nds asseverar igual- x e n r e , que huma cousa usurpada foi legitinia- menre adquirida pelo usurpador, porque elte a possue tambem, em quanto não lha iirão pelo mcio competente.

Nem ainda nos parece, em consequencia , que se deva seguir a opjniao d o A. nos seus $9, 45. e 47. e noras respect ivas , em quanro nellas pre- tende most ra r , que os Maninhos se p6dern a d q u i - rir pela immemorial , fundalido-se para isso em que a Ord . Liv. 4. Tit. 43. 5. 15. concede aos Corpos de mão-morta , e pessoas Ecclesiasricas poder usar de qualquer titulo , e prova para niostrarem , que os Maninlins Ihes pertencem; porquc a i n d a que a l i não se proscrma , coino diz O A. , a immemorial , nem por ISSO ella fica per- mitiida : pais he de saber , q u e aquelte S. 15 . foi t irado desde o are ao v.'" Purevt da Manuclina Liv, 4. 'rir. 67. S , 14., aonde se de- fertliinou , que os Donatarios não podersem to-

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mar conta dor Maninhos, que nio fossem seus por t i tu losp i .op~io~. Eíii coii:equencia disto , ainda que eltes qúizesscm i i i o > t r n r , que pertenciáo Coroa , e er5o comprolrendirios ern suas d o a ~ d c s , .não o podiso f a z e r , por achsrcm resisteiicia na Lci , d qual lhes deferidia apropriar-se daqrieI1cs , que elles não porlessem provar por tituios pro- p i o s que eráo seus. Para remover pois este em- baraço, e habilitar os Donatarios a possuir nesia quaiidade os Maninhos , que Ihes fossem doados, declarou O Senlior D. Jo5o 111. na Proviszo d e 8. de Jullio de 1553. (em Du;itie Nunes de Le3o P. 2.

Tit. 2 . L. 8.) que nem por isso ficavjlo essas pes- SOAS e Corpos d e mio-iiiorta irnpossihilitados de poder usar de qu.ilqricr titulr> , r prova , que r;testt caso por direito se po'citt fozer.

A iiittlligencia que damos aqui á Lei parece obvia , coiisidcrando-se 1.O Qic no priiicipio iIn 5 . se tilitia

permittido ' a ú s Donatarios' provar , que os Maninhus c r io do seu doniinio particular por tittilo , qiie delles t inl i io ; 2,* Qie por tanro esta dispctsiçáo indisiincw de titrtiri, ceni declarar , qiial elle deria scr , foi gc-

.r21 , e com prehcndsu todos , pois não exçliiiii algum. 3." Que por isso era iiiirtil dizer iio fim rlo $. , qtie n3o tolhia o liso dc qiiniq?~er titulo , porqiie já o tinha perrnittido no principiu. q.." Qie em conseqiiencis esta segriiiiia perniissáo , oii liberdade qiie a Lei coriceile , siippõe hiima nnva especic . differenre da primeira , c ,por tanto o fim ds Lei foi declarar, qiie os Donata- rios , cnmo Donatarios , ?odiiío provar. qiie os Ma- ninhos Ilies pertenci50 , assim c o o ~ o [hes era I,ermitiido faze110 na qrialidade de pariiculareç, 5.O Qie a Lei permittindo no principio do citado 9.15. aos Donatarios usar dos Maninhos , qi ie fossem seus em particuIarpqr t i t rr lb qac ddles trnhúo , he huma Lei clara, que nem

na thcaria , nem prar;cqmente podia achar dituida , eu contradicç8o pm si mesma, isto hc crn suas palavras. c put tanio era desnecessarjo , gtle fosre declarada. 6.' que em consequencia a ProvisBo da 8. de Ju lho de i 553. feiia para declarar esta Le i . ( co ina nclla 60

diz) scrfa inutil , a náo se suppor a intelligeucia que 'nós lhe damos.

Os Compi Iadores FiIippistas accrescentrirão pois no fim do 5. esta mesma Legislaçáo , e com o mesmo fim , ara que se ficasse entendendo em regra , que os Lonatarios podiáo mosriar o di- reito de se apropriarem os Maninhos , ou como seus , ou ccnio da Coroa, usando para o mostrar, e provar ue s3o da Coroa, de qualquer titulo e prova. E qual tirujo, e qual prova quizeráo eEles entender ? Os ritulos , e provas, á vista dos quaes se podem receber direiros, que s%o os constantes do 5. 34. d o Tit. 4 ~ . do Liv. 2. da (3rd. aonde se diz , que os Donatarios n5o poderá6 levar mais foros, tributos, ou direitos do$ que Ibes por SUAS D O A ~ Ó F S . . . . OU POP FOR AES , OU SPNTENÇAS forem oatargados, Eis-aqui pois os ti- tulas, e provas, que o Senhor D. Manoel.teve em vista na citada Provisáo , e depois, delle os Filippisias no fim do referido S. 15. De sorte que assim já se fica entendendo, que os Donatarios podem adquirir os Msninhos.oug'ure proprio, ou como taes Donatarios : no primeiro caso devem provar o d i m i n i ~ com titulos ptoprios , e parti- culares ; na segundo com todos os tltulos, com que o Direito permitte proywse o usa dos direi-

*

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tos doados, isto he com Doafgex, Foracr , ou Smtenps .

Cada vez nos crinvtnccmos mais de ser esta , e a40 outra a verdadeira inierpretagáo do citado $. 15. da Ord. , porque náo só resulta lirim absiirdu v i s i v r l de se entender de outro modo, mas assim aié fica deinolistrada evidenteineiite a necessidade , Fim , e occa~i5o da hei. .4 regra geral , a presumpção jurir t i ilrjurc ests a fa- vor dos povos a respeito dos Maninhus , porque todos ellei Ihes foráo deixados para seus logramentoâ , á cx- ccpç'ao dos que o Soberano reservnu , como he expte-ao na Ordenação. Logo iodo o Maninho, que hum parti- cular uio provar por titulo ser seti proprio , he dos povos : e pela mesma todo o Maninho , que a Coroa náo provar ter sido reservado, he ig~ialmcnte dos povos : e em consequencja o Donaiario della, qire na qualidade de' l>enatario n5io provar por qualquer ti.

iulo I . ~ , que o Maninho de que quer mostrar-se Senbot foi hum dos reservados ; 2 . O que hc incluido na doa- g b , que o Soberano lhe fez, iiáo póde apropria^-sa delle. Para esta ultima prova kie que elle foi por tanto autorizado no fim do 5. porque as pa!avras, em qvg se havia concebido a prohibiçáo aio principio, . o excluiáp . . drlIa.

5 9 55.

Mas dir-se-hh : porque r a z á ~ nestes í i tu l~s , e provas, ou seja como de Donatarios, ou como de particu,larcs , n l ó ~odèrd entrar a immemprial , que sruppOe aquekles tirulos , e ate porqúe este mesmo'he o esrado da quesrso, isto he saber, se a irnrnemorisl pbde, ou páo ser admissivel neste caso? Responde-se': a imrnemarial fica fóra de qualquer destas hypotheses , porque se o Do~iarario a allcga como Donatario, resiste-lhe a.Ord. Liy.3, Tit. 45.

) . j b . aonde se diz , que em ta l caso scri I ldrrn~da #a cuJtt/nie e posse , posto p e sejs imrrafmorhl: se elle a allega como part iaIar, entdo, ou os Maninhos forso coutados , e reservados para z C o r o a , ou dsdos geralmente pelos Foraes com as outras terras aos povoadores dellas , como sc 4iz na Ord. Liv. 4. Tir. 43. $, 9. : no rimeiro L caso elles SZU imprescriptiveis , c o m o ens da Csroa , que ficárh sendo desde o seu principio, não tendo mesmo lugar nelIes a imtnernorial (o que mais arnplamenre provaremos em outra parte); na segundo tambem nPo podemos admittilla, por- que nds já rnostrdmos nn nosso Cap. 3 . , que con- tra os Foraes nEo prevalece, nem a prescripfio nem ainda a immeinorial.

Eis-aqui o motivo porque no Supremo Tri- bririal da Meza d o Paço se declarou ao Provedor da Gamarca de Coimbra na Provis. de 26. de N o - vembro de 1766, que n5o recmhecesse tal i-e- morial. Rei or bem, e ]vos mando que f4çae.s restimir aor &o~crlbm . t d o o . p e r c h t d e r nrur- pado runtm a fórme ddf Lcis qae vos mundo odser- uar : e migo &vcis sotlsetltir p e a respeito dcw Ma- witrhos , d o a h e .de.rtinado.r -pura togrsfdo~lros do$ paios , wrrn ar b a t d r i o s ,de ,m~ior poder do q#e r m i d a Hcak Gbrotz p u t h nas suns tewus ; de

e , a& -;#rostrando as I regas. o ~ t r o litulo partieu rr p r .#de ar Mdnix or Ibes perrrnfüo , -r de na& apoveira par# esse fin! a rrruo do Senbo- rio E MBNOS A POISE , gue se nZo conformrzr com

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4 doq-20, AINDA QUE SEJA IMMEMORIAL, como 6e expresro pela h i I Htjno etc.

5- 57.

O grande respeito e veneraçáo , q?e sempre tivemos ás opinióes de Pnrróonl Jose de Mcllo , a bem merecida reputaçâo de que goza no Foro , e a rnuiro justa adopção de suas obras para uso da Oniversidhide , nos obrigáo a defender, quanto ser possi , qualquer de suas opinióes, que nos pareça impugnada com menos fundamento; e neste sentido tomarnos a censura, que o A. lhe faz no seu $. 67., quando ataca a doutrina dellc nQ Liv. i. Tir. 7. 1. 3 6 . (e nota) aonde aqucllc Juris- Consulto d iz , -e sendo proliiliido pedir novos tributos, ou direitos contra a determinaglo do Fo- ia!, se deve igualmente julgar prohibido exigir do ci~ltivador a quota dos frutos das arvores, quando elIe muda a cultura da cerra em plantaçóes de a r voredo, e que neste caso assenta elle se deve re- 'correr .ao Soberano para decIarar o Direito, puc se ha de seguir. O A. oppóe a isto as doutrinas de Cabedo , Valasco , Pereira, e outros que se- guem o contrario ; e conclue com a derermina~âo do 5. 64. do Alv. de Kegim. de 20. de Abril de 2775, ein que se determina , que os Foreiros dos Reguengos, pertencecrer ao Hospital das Caldas aa R a i n h a , paguem as quotas dos frutos , que por eetimaçh se arbitrar poderião produzir os terre- nos, que elles occupiráo com arvoredo.

Náo entramos aqui no exame das razóes , que dáo aquelles Doutores em abono de, sua opiniáo , e unicamente asseveramos : 1.' que Pa'Jcbdal José k Mello entendeu mui juridicamenti? , que mudar nos einprazamenros a especie do pagamento, Til& hunt novo onus , tributo , ou pensa0 : 2 . O que quando esta mudança náo se considere opposta direcrarnente ao Fora1 , ao menos fica prudenre- menre dtrvidoso o Dirciro em tal caso ; e ein con- sequescia h4 necessidade de interpretxso aureri- tica : 3." que, rendo o Forql hurna Lei , o .se- curso ao Priacip,e , que Mekh Freire julga neces- sario neste caso para o declarar, he hurna lem- brança sua inui digna de elogio, anres que da censura do A. porqiie s6 o Soberano, ou aque1t.e P quem elle delega suas vezes, pdde interpretar glirenricamente as Leis: 4." que a Legisla$áo dui Senhor D. Jose no dito Alv. de Regim. para as Caldas prova não sd isto mesmo, quero dizer,

ue foi precisa a interpretaçso autentica , que elle ao antiga Forai, mas que a opiniSo. de Va-

bsco , e dos mais D~utores acima referidos ,, :náo n a geralmente seguida no firo ,! porque fi>r se, ficava escusada a L+, OU a interpreraGao do %enlior D. Josb : 5.' que aquclla Legislaçio foi 'privativa para os Reguengos das Caldas, em vista 'de seus Foraes, e náo póde estender-se aos ou- dios , como de serne!hanre a namelbenre ; parque 'W 'Foraes sáo Leis partioulares de cada terra ; e -sim como as de liuma náo ,s. ,podem applicar i:cutra , assim náo podem huss admittir a inter:

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retaçto do< autroi, porque for80 didot con- Forme 0s conrracton , a s s e s , circ~notanciai de tempo , e de lugar, e o que he justo nestes pddc deirar de o ser naquelles. Por tanto ndo há em iodo. identi-dc de rhgo i e he precizo por isso em cada caso de dtivida buma, es eci6ca inter- P preta.@ autentica , como diz r W o fieire; cuja opinido fica em consequencia bem a coberto da critica do A.

8* $99

Os principim uè havc'niar estabdeeida , ler 9 váo-nos inhi natúra mgnte 'a Ehpugnar a outra'cend sura', que o A. faz no seu S. 69. até 73. ao dito JUello Frei~r,~rerendenao mCosttar, que efle ewaw , quando no l i v . 3 . f it. 7. 5. 15. ("<)ta) puiz per- koadir, que o50 d i i i d a r i a awlicar a iodb o Rrino 0 s pii'ncipibs de i&z50', de equidade , -e ,mesmo 'de jliu'tiça, 'expcddidos no Al4. de 16. deJaneiro. e de i+ de Agosto de 1773. s o b t ~ a taxa das-foras e ceis8s no Algarve , parque a referido M e h nem 'disse, o que o A. ~upp'de no sentido que IIio attríbúe , fiem, quando o dissera , 'stitls expres- rbes , táo mòderadainente &pregadas para nani- 'festardm seus .desejos , '*erkci%b. o nowe de e m que se Fhès da gratuitamentes

teria; o tanto melhor, quanto nella há mais a dizer do que o A. parece querer iiiculcar. Na verdade quem deixard de abragar (fallando geralmente) a opiniáo de que ao cultivador deve ficar alguma cousa livre, aiem do necessario para seh austen- t o , e despezas dos amanhos ? Por ventura porque Q SenLsrio não violenta o Colono a 'receber p yqrra ,, tem direiio a haver iodos os frutos da propriedade , que cedeu uando hum accidente

5 a q náo previsto, hum caso nao pensado, meramente fortuito, a tornou menos fertil ? O KefidPiro rem mdiaa t i~m~r i (d iz o A. dos' Discouri Politiq. Tom. 3. píg. i 88.) <Swr ter ir do producro da rer- ro i bum pard o$ u r t g ~ C C D W J ~ U ~ & ' de ~ e o r a& " f e n t e ~ , ogfro pr o m e i i o I ~ + m empresa . . . , 9 0 poprietaris ,rem %c ordimrb o t r r p do p r ~ divcto de lua terra. Eis-a ui O que ensináo a ra- &o, e os principiar de uma polirica bem en- 1 (tendida : eis-aqui o que teve em vista o Senhor RJosé quaqdo no seu Alv, de 4. de Agdsro de 3773, estabele&u' a mesmo PO Algarve (n)., c eis- Aqui fin~lm~rittj~.~.. +'MeIh Freire hncjava , q u e <e' y & n d e s s $ # \o ,$ . & . P { ~ ~ o : @ $orrqy? p r e c h 1 IGO seus dwjm ao 6. o qone de mo ? (6) .A caso S censos e foros, guç se. acharem nas mesmas

que houver a mesma razão RFin~';':seho &tbs , ecráo

'F$''p$r,$$j&o :sáo ' M o s d o .+..

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p r ~ a mais nusfa opiniGo. E accrescenlamos aqui ao giie dissemos no 5. 37. que a posSc immeinurisl , admittida rniii extrao;dinariamenie rieste caso , aindrc assim n&o tegitirna absolutameiiie O direito do Sc, nhorio , havendo maiores presum~ç6eç em contrario,

(6) @em ter as obras de Wtlle Frcire achará , que ella não falla sempre de j u r e conr~itu~o i mas sim e algu, nias vezes de jure c o n s ~ i t u t n d ~ . As rn~iitas ideas , que' havia adquirido sobre a Jurispnidenci~ e Politica uni- wersaI , seus ampliçsimos cohhec imentos dos nossos

.usos 'e dos co&umes das NaçBe~ , qiic nGS gover- niiráo, a brnbrança muito adequada dps factos histo- .ricos, qiie mais iigaç50 tem com a hgislafáo Paq iria , ein que foi glsnde Sabedor, ,e finalmente o gosto , e pureza de seus priucipios , adquiridos pelb, csiiido da critica mais exacta , náo podião pela maiot parte conter-se nos ,limites de hum con~meiitario ou sjrnthesè. Vagueava p r tanto algiimas vezes . fob gantto $C e~paWlat I p s sobre materias , qi ie , r r a . t g a r e jiilganib qiie pot Ceniura Iguep pqderip hum di,a tirar partido de y a s lembra-ças.. .. ::?I

(c) N5o podem~s offerecer hurna,prava mais terrninanlt de que os principios,ad~ptadq por Pascbaal rasa dr Mel10 sáo em geral muito conformes ao systema d i nossa Legislaçh , do que transcrevendo aqui as p? lrlvras do Alv. de zr. de Jineiro de 1766; em que 8 , Seiihor O. José trata de iniquidade tnunyesla a pt& iençCio dos Senhorios , que querila obrigar O* a n w teutas a pagar os mesmos feros, rtcpoin.de destrujd~ as propriedades pelo Terremoro : Prcrtndcra os Sen% rias directas btpr s~bredi'fos prazos , que 01 J ~ U J r ctierar Enfyteuins Ihts crentinricm a pagar , dtpa hawrrm sido dn:ruidas as sobrrditnr ptoprirrIaii'ct-v . _mrsrnor fPrbs .qut dtlias #IN jngavio em $UPII IO tlty verbo ~ * i s t t ~ t i s ; brnbl l rdp d o com humu rnan@frr'i#i* pidads 'etc. , .

-

C A P I T U L O V.

1 Odas as Doagdes Regias , coma mereta feitas pelos Soberanos, derem passar pela Chancrllaria ; de outro modo nem os Officiaes pódem dallas I crecuçáo ; porque se 3s derem pagordü dez cru- =dos, aactuclt para queng OS accu.rur, e 1 o ~ t r a ara o rmdimcaita da Chancelíurrra. Ord. Liv, z.

%i. 39. 1. z. Sodas as Doagbes de terras, privi- Icgios , e merces devem ser regisradas em quatro mezes ; e nio se registando náo valem. Qrd Liv. 2. Tir. 42. Eira ultima Legislasão foi renovada I no I

Alv. de I. de Agosto de 1777. 5. 2 , . aonde se diz : e que Jenr comtgr dmte Regirto pclar Yur60s a ~ s i m s d i t a s , não vuZ6bo as Cartas, e AhwrJs de Merd . . . . NEM POR ELLAS SE RAÇA OBRA AL- GUMA. Nenhum Donatario p6de usar d e sua Doi- çáo sem carta ou confirmação. Que us Cwregr- dwes , r Prmdores dds C ~ M C B . ~ , r o dos LisiriBr aã5 cunritltáo qrr Dmi~far io ulgum da Hrd Cwog se comerme em posse , e uso de D o u ~ õ c ~ de bens, de J u r i ~ d i c ~ & e s , de Hegii!id~ ,' r dr Privihgios , sem

ue trmbbo Corriir , o# Confirnq6es dus referrid.qs goufbcí , t e irrad4r MJ. rnemils &ti$;t~, 0s ~t@ued@rjaJ. %cs. <Ir 17. de Novembro de 1801. .$* 2*

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O A. s cg i i e no seu 5. 85. tota ta) que se pó& piár- trevcr a obrigaçáo de pedir a confirmação da Doaç&o Regia : e funda-se na dulitriila de feg. T t m , 1% 6 Ord. Cap. 22. n.O t q Qiem o Icr achará, que e\Ie tira esta coriclii~áo do ~rincipio . quc estabelece na yrescripçáo, á aitribuc o poder de mudar a na- tureza,dos bens da Caroa ; e perdida ella corre deplano a extincção das ubrigaçóes, e encargos, a que e l l e ~ cstlo siljeitos. Mas aonde provou o A, , que esta prescripçáo terri lugar entre nós ?

5. 62.

Todos os Donatarios Seculares , e Ecclesiastid cos foráo obrigados a apresentar suas Doaçoes, e titulos de suas inercts nas Confirmaçóes Geracs, ultimas a que se procedeu no tempo do Senhor D. José, e recebêráo conhecimento de suas en- tregas, para usarem por elles de suas Doa bes, Cartas , ou Provisdes. Czrr. d e L. de 6. de &do de r 769. Estes iitulos pois , que assim recebêrso, fic6r90 servindo eni lugar dos que haviáo entre- gado na Secretaria das Confirmaçoes Geraes , e em consequençia devem todos ter ou a sua c a r t a , ou o respectivo conhecimento : podem mesmo ter os tirulos originam , porque todos se lhes inan- dirão entregar par Dec. de-r. de Outubro de 1799, que foi publicado por Editaes de nó. do mesmo mez e anno.

5. 630

A necessidade das Csnfirin.açijes obriga por tanto a todos os Uonarario:: , mesmo aos Eccle- siasticos ; n5o s6 porque rodas as Leis falláo expressamente neiles , quando impoem a occessi-

( 75 1 dade desta rolcmnidade, ou quando dio provi= dencias sobre ella ; mas porque nzo havendo, como náo 1x4, alguma que fhes conceda a este respeito privilegio , elles devem ser sujeitos á disposig30 geral. N~ec astem a~nnia (diz Mel10 Fre i r t Liv. 1, Tit. 3, S . 44.) qud de dmationibírs Regk , earumque çonfirmandarum necessitate dz- 32jm~.r , Dogrttarih- Erclesimfici~ om ni n a qpljcari I

Rebeilt, . . . . E na nora ao mesmo 5 . continua.. . . deoque legibus O I R N P ~ U J .rpeciul~d;l/~ bis B a t i i ~ da- tiJ prmsus sirst obaoxii . . . . Parece logo & vista do referido, que he manifesta a pouca exactidão da doutrina do A. no seu 5.76. e 88.. aonde pre- tende mostrar, que as Corpora~6es Ecclesiasticas nio esráo sujeitas a entrar nas Confirma~des de Rei s Rei , e só nas Geraes? parecendo querer por iato significar, que a respeito dellas há differenfa , ou que com effeira n s o s50 obrigadas Aquella necessaria , e muito essencial formalidade.

O A. cita em apoio de sua opiniáo a auto- "dade de Peg. d Ord. Tom. 10. Cap. 3 ~ - , e Tom, 11. Cap. 16. c 119.; mas quem o le co- nhece, que elle teve por fim mosrrar, que sáo irrevogaveis as Doagdes feitas Qi Igrejas, e Mos- teiros; ou or outro modo, que os bens que Ilies for20 doa o s , Ioga que o for50 , sc toriidrlo 'r Ecclesiasticos ( a ) e como taes f i c h fóra do espi- rito da Lei Mçnral : e ainda quc Melh Frtirc ataca ente principio ar4 certo ponto, e náo seria talvez diffieil demmar ainda mais alguma luz

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sobre esta rnateria , contentanio-nos de estabele- cer em regra : I." que a Lei do Reino obrigando a t odos , e em todos os casos que teve em vista, n5o se pode s e m temeridade defender , que elIa exceptuou l iurn, de q u e n5o tenha feito expreosa , e determinada rnençáo : 2." que a qualidade d e Ecctesiasticos nos D o n ~ t a r i o s náo faz? p u e elleç deixem de ser reputados meros adrnrnisrradores dos bens doados , c o t ~ o sÚo (diz-se no Dec. de q. de Outubro de 1796) os que adrninirt~io PRECJL- R I A M E N T E ,OS DONATARIOS . . . . IGRhJAS , MOSTEI- R O S , C O L L ~ G I A D A S , E C O R P O R A Ç ~ E S : 3' que t i So- berano, doando, 1130 dernittio de :i o direito &Ma- gesratico de poder modificar a Doaç io , o Przn- cipe, domdo, aúo f i n ligado para poder altcrsr B UOUJ~O, qziana'o concorre o Bem cornmrrm d u ~ POVOS. Assent. de 24, de Abril d e 1788.

((i) He para noiar , que a .A. pareça seguir no seu se- referido $. 76 . a ripiniáo de Pegos , em qiiantii este Escritor pretende , que ficão perpetuamente Eccle- siasticos , e das Igrc]as , os bens da Corua , que Ihc furáo doados ; ao mesmo tempo que havia dita no seu 5. 14. (nota) que hoje raiando luzrs mair ria- rar, s e teni seciilarizada COMO S E M P ~ E R E A L M E N T E O F O B A Õ , OS R E N S , QJB SE ~ 1 3 . 4 ~ ~ 6 E C C L E - S I A S T I C O S etc. Passando esta especie de coiiiradic- $50 , ubservarenios sómente, qiie , se O sujeitar a Decimas , Quintos , e Subsidias os bens Ecclesiasti- c o s , he devido a KUZ'ES M A I S C L A R A S , estas l u - zes não priiicipião a raiar hoje, como elle dia ; sáo antigss , são crinfurmcs ao espirito das Leis du Rei- no , e aos costiirnes del'c. Huma das vezes que te- mos rioticia assim se praticou , foi !i5 mais de seruio e meio, determinando- se que elles pagassem Q i n - tos , e Decimasi E cin~idtrendi cri ( diz o Senhor

D. JoBo IV. no seu Decrcio de 19. de Novembro de I 652.) qiic or l ens da Corlu , e Oru'rns , t r~U'o p i i- nieiro rbrigodcs ae Scroi~o da Caraa , que 01 pufrimo- niacr de cadu hrrn: etc. Neste sentido, com a tas visias, c com estas raziies se havia determinado o mesmo a sespeito das Igrejas, Mosteiros, Freires , Com- mendrdores, etc. pelo Dec. de 23. de Julho de 164a, Dec. 5 . de Maio de 1645. (Veja-se l'ortug. Restaur. P. I . Lib. 6. pag. niihi 409.)

Estabelecemas ainda e mais em re ra : 4 . O que havendo sempre, e em todo o caso, 4 ugar o di- reiro d e revers50 a Coroa , a respeito de todos os bens, que por qualquer modo defla sabirso, nas circunstancias e m que as Leis do Reino o fazem adoptavel , rem o Summo Imperantc por essa ra- záo , independente de outra qualquer , o inaufe- rivei direito de obrigar os Donatarios Ecclesiasri- cos, a que apresentem suas Doaçees nas Confr - niaç0es geraes , e particulares : 53 q u e , n30 po- dendo os Corpos de m5o-morta possuir bens de raiz sem licença R e g i a , he preciso, que elles fa- çáo conhecer nas Confirmaçbes a legalidade de suas acquisjçbes ; isto he , que elles n%o tem exce-

.-dido a mercC , que se lhes fez. Ord. Liv. 2. Tit. 18.

O direito da reversgo 6 Coroa hc iiindado na primi- genia qiialidade dos bens doadus , que elles conserváci aitida depois da mercê , porque ~ ~ ~ U ' Q O a f l j o não p r ~ d i r i ; ~ r ptimiiiva na t i t r r~a dt 6fns da Coroa. Aseent. de 24. de Abril de 1788. n. 2. Foi por e'ta r2280 que fio Alv. de 25. tk Fevereiro de 176r. se declarão rcucrti- dos i Real Fazenda Id41 OS 6UlFOE benr pue delia bnvjiie

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mA;do para 8s ra6redI~1 Regularts { as Jesiiitas ). He mtiito notaveI a eJiçlo desit AIvará na lingua Portu- gueza e Franceza , e a parafrase, qi ie a acompanhou, começando assim : EIreg rrguitida o u d a , c porircr dor Diiriorcr Tbeologrr , i Juri j tas , Minirrror dos reus C o n r h Ihrir. r Dercmbargo , nn diç t r ibu içáe , c npplicaçúri dos BrnJ do5 7 r ~ u i i u s C X ~ U I J I T , C banidos des srur Estdd~~ , IC CQU,

firmou intcirnmtnfe cgm R $ L C ~ S . C C O S ~ U R I C I da I g r r j a , dos Reinos Ca/Jiolic~r, r p+incipalmen/c do Rrine dc Por- tugal, - He Ley coartaritc , qur totios or Bcnr da Corsa , dr gua/aurr m8d0 ~ U C I ~ J ~ O doador , trr ulirnarlas , c inr iv - vi3 strnprt o direito de rr~lcnüo. -Hc Lcy uniurrral da Igreja Cal hdica , o w t ar couras irnnitdintamra~e drdicadar ao Culro Divino nao Jevcm ernprrgnr-se em U S O S profi- noj.- Tum6rm be Ley dd Igrda , qclc os Brnr yur farão Irgndas por prrsous pariicularcr , i t i a huma Igrcju , eu a hunt Marlciro com o o n u r , c condifiío dr fuz t r certos su- f r a g i ~ r . . . . r dc arriror enra+,aos rrg;riiuaes , nlie devtm tcr oufro U I O , exctpIo se p w autoridode Ecctriasiica fo- rem opplkados n rl;vtrsos j%s cipirirulrrs.

C A P I T U L O

Prova rlas Doafões.

S. 66.

C O n r i d e r a r n o s a q u i as Doasbcs em dous diffe- renres ponros de vista ;.ou como factos , que náo se suppoem , e que h e rndispensavelmente neces- sario provar; ou como escrituras, que servein para mostrar a existencia desses factos. Na primeira hypothese temos pqr certo , que hum Donatario i vindo a Juizo a deihandar como ta1 tium reo , he

abrigado a apresentar a wa doaçdo, escritura, ou titu10 para fundar sua intenflo: na segunda ternos tambem, e em consequencia por indubi- taver, que , faltando nessa doação a confirmação, ella nada prova i e o reo he autorizado para alie- gar esta falia.

O WNATARIO ACCIONANDO, COMO DONATARIO, DEVE APXESENTAR A DOAÇAO.

roprirdad~ e a Lei (diz o celebre Juris-Con- miro eniham Trair. de Legislar. Toni. 2. pag. 35.) aa~ctráo jt/ntas, e juntras hão de morrer : e nds accresccntamos, que a propriedade deve ser sa-

rada, e intacta como origem da civiIisasáo dos foncnn , c eixo principal da ordem politica e ci- vil. A *histeria das Naçóes , errando a q u i , e a l i , sem se empregarem na cultura das terras, e sustcn- tando-se da caça, d o leite, e da carne dos relia- npos , que apascenravgo , ora neste, ora naquellc paiz , he a hiscoria da sua barbaridade. Conhe- ceo-se pois , que a fome, sendo huma ntcessida- de, q u e se devia satisfazer rodos os d i a s , só se remediava efficazmente com os frutos da t e r r a , tpja producção era menos sujeita I inconstancia , e. desde logo foi conliccida tanibcm a utilidade

fixar a Iiribiração , e de segurar O uso dessa ter- r?, que cada hum cultivava por meio de associaç6es

produziio a força piiblica , e de rcgulamen , c Leis que elia fazia respeitar, Q u a n d o o dado conquisudor recebia a porção de rerre-

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no, que lhe cabia em sorte como premio de se. v a l o r , adquirido por s u a espada, elle abençoava a Lei, que lhe garantia a posse em sua vida, c lhe dava poder para deixatla a seus filhos, depois da sua morte. E ~ t á o (diz Roberts. Hist. du Regn, de I'Emper. Charl. Quint. Tom. z. pag. 2 8 . ) s pb- pr~ie~iude tias terras recebeu br/ilza firma constanrr, e estauel,

Entre os dilirios de 'Joúa j"urqrtc~ Raus~ruri merece hum tugar distincto o ataclue , que elle fez ao direito da propriedade. Esic genio singular, táo inconsequentt como inquieio , imaginando hurnn i ualdadc qiiirnerica, f e siippondo os Iiurnens nio como c Jes 650 . mas corno elle julgava que podiáo ser , deu tudo por perdidu , logo qi ie algiiem se lembrou de dizer, isto Iie meu. Eilc dcvi'a dzrr prlo cútitrnria , (respoiide Sabatier de Castres de Ia Soiiverainit. Tom; 2. Liv. 2. Chap. 3. pag. 68.) que dcrde lego sc ochau t u d o , porpuc nado bú cnlcitiavel ~ ~ n r i . i n propriedt~rlr. Tal ht o sentimento de IR fiair CQI IS~~I . des Principaux Etots de I'Europe. Discoiirs Prçlimiii. Tom. I . pag. rz. Asrim (diz elle) o primciro , R mais rolernnc &r &ris foi ftito em frfvor dapr~priedudc . . . . e pag. 13. O priinriro dtlicio foi a perturhofúe que r.uprriinentuu r ciiftivad~r mo uso db cnnip~ , qtre rgmptu.

O acto fundamental da ~ropriedade he a posse: a prova desra propriedade he a exclus%o de quab quer outro gozar: e assim como a posse náo póde estar penes muitas Leg. 3 , 9. 5. ft: de acquir, posses. assim a propriedade , ou o doniinio , que por isso se definem muito exactamente o direztu, em virtde do qual Rwrn~ci cowsa nos perretpce dt

ta! sorte qtke eibu #ÜQ p r t m p a outro do rnt$we modo. O possuidor por kanro reputa-se senlior, ou proprietario da causa, em quanto náo appa- rece outro que a reclame , e prove , que he sua. Ta l he Iium dos prjncipaes privilegias, e prero: gativas da posse, diz Potbiw. T r a s ~ . de ka Poss: G a p . I . srt . r . n. 3 . e taes sáo as raz6es , pelas quaes se tem estabelecido em regra a liberdade natural das propriedades. Pela dHsposi@o do Di- reito (diz Mr. de F'elic. Cod, de iSHurnanit. T o m . I. pag. 205.) seado jjvlgados fkanros, e liurer todos os bevs , ronrra os qrracs st não prmscr servidao ; segue JC qut us SENHORIOS NAO PODEM E X ~ G I R DI- REITOS E DEVERES SBNRORIAES , SBM EXHtB18 TI- TULOS BONS E VAI~IOSOS , que estabeiep50 SWJ di- reitos, Esta mesma presumida liberdade dos bens foi r e c o n h e c i d a na Cart. de L. de 9. de Julho de 1773. 5. 12. Liberdade naturol . . . , e na outra de 3. de Agosto de 1770, 4. Ordem, ytcc todoos as bem . . . . sejam havidos por Zi-Jres, e desem- bara gados,

N a Legislaçáo moderna tem-se adoptado ti palavra Ailodinrr para indicar os bens livres de qualquer oiius , su encargo ; e nesta acccpçio SE toma .vutgarmente , o qne he de v & no Alv. de r 2 . do Maio de i 758. 5. 3. Cart. de L. de 23. cie Novembro de .r770. . 16. . c achar-se-há 00 Elucidario de Pereira t ib . p. E ucidat. 6. n. 747. a etymolngia desta palavra, e iiso diffecente , qire della se tem fciio : sobre o que escreveii largamente Strykio 'roni. 7. -Dirserr. I 4. de Jiir. Alldia l . Cap, r . n. I . e seguintes. Na Ordrnaçio do Reino poririn dava.se o nome de ircaias á g propriedades , que hoje chamamos ail'm'iac~: Ord. Lir. 4. Tit. 43. 5. 3. 5. 13. com a qual concorda a Orrl. Liv. 2. Tit. t8. 5. 3.

L

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E rc a/; sr dit,~ rcmpa~ os pifruirÚo stm rlrilrr pagares foro, ou tribrifo uigurn, orsi sr hajáo, r ~OSSUI~O E X E M P T A -

MENTE . . . . Neste inesrno seniido frii tomada esta palavra no Regim. dos Cn!itoq de 3, de Setembro de 16a7. Cala, 76. forras e i r e v i o s ou fortirir . . . . . . - Vej;i.se a diversa intelligencia , qiic se dá á pa:avra i ~ e ~ l i z n i r n i e n o Eliicidario de Fr. Joagurin dc S. Rasa. T o i n , 2. pag. 68.

Do que tetnos d i to conclnimos pois a ne- cess iddde, q u ~ o Uuna ta r io tein de hzer prova de sua in tenç io , e d e a Fazer na fórma da Lei : e nem achanios, que elle possa ser dispensado dissq , artenta a derermina@o da Ord. Liv. 3 . Tir. 59. em que se declara necessaria a escritura pública , para provar as Doaçíjes; e n o Tir. 20.

5. 23. tiuJia-se determinado , que o A. offerecesse c o m o libeIl6 a escritura , sem a qual elIe náo se poderá provar. Accresçe que nas Dodçóes Re- gias lis singular, que nlo faça~ prova o s trasln- d o s , nias sirn os originacs. Alv. r4. de Outubro d e 1766.~ o que mostra pela m e n o s , que a Lei piuito longe de neste caso diminuir alguma coiisn de seu rigor, o augrncnra, e quer que nellc se proceda com mais caurela , e exsctidáo. li nós jjd hostrárnos nq 5. 36. que a favor d o possuidur h i huma preaump$áo jurir et de jurr , que ~ r o d u z o seu effeiro, e que n'ao desvanece sem prova clara, e terminanre ein contrario.

O A. diz no 5. 8 4 Qmfldo por& o qk/c se diz Doptat~rio diz C'oi.Ôa esta em posse ~ O J ' Direitos Keaer de ~ ~ ~ ~ B Y I I I Territmio, c como ta l tratfi con- troz-er~ia con~~ q.eelqxer pe.s.rua parf ic~/hr , q#e &o Seja o llegio Proctlt*~~doi-, liexte CLISP m-0 t e m okri-

af20 de rxhibir 80 Advel-surla o Titulo dt: sua posse* Bsra doutrina s6 Ire verdadeira, quando o Do- narario Iie reo , e demandada pela cousa que pose s u e , porque rieste caso n5o he com effeito abri- gado a mostrar o t i tulo de sua posse; mas isto n5o he só privilegio dos bonatarios , ke em geral de todos os rcos , pois como acabámos da inostrar, o possuidor repura-se senhor da rousa que p s - ..sue, e por isso quem lha demanda, he que deve apresentar o titulo, porque e1Ia Ihc perrence : por tanro nem esta doutnna dn A. parece exacra, nem ,a outra que escreveu, quando disse no§. 88. s6 procede quando a conrrouersia ke com o Re i , e 6% sullo Bomrrzrio ; caso s/aica , em fie tste bie abri.. gado a exhibiu a sua Doayüo , e Lf o#f;rmuJcao ( aos rasos c??? gse esta be retira) e núu qus~do a Con- troversia ke entre o d assallo, e Fortiro.

, E nem as raz6es de Parexs , e do8 mais que o A. prodiizio no diro S. 83. dizem o conrrarjo do que nds dizemos, antes se e conhece, ate sem maior exame, que elles seguir50 isto

.mesmo, e que s6 isto quizeráa dizer ; porqtoe

.nas pahrns do &to Parera , que ali se ciãe , L z

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achamos que a hypothese imaginada por elle, e pelos ou t ros , a que elle se re fe re , Iie no caso d e se quererem reivindicar os bens do D o n a t a r i o , isto h e , no casa d e l l e ser r eo , dulrz postulatrar nb iLlo qtli Hegaibta possider ; e mais abaixo se diz . . . . . si ud revoclaadum @.ra Lo?au . . . . E no fim d o n." 115. se acha ainda esra intcl l i - gencia mais clara nas palavras seguintes , gue o A. deixou de transcrever, . . . psir;de si prtvatns alias veiler $ poss~ssore bona tadk vendicui*e , ~1oi.r

rogetur possessor tgnc oszendcte jura , cl titulain S#G? po~sessio#i~ : p i n etiava adzerslis etei?tpm P bonestè diceret., quaaturn ad t e Liberas ,.r? P S babe#. E que cpm effeito esta foi a intenção de P a ~ e x a , se vê ate d o siimmario da citada Resolug. 9. de- baixo do n.O 115. Yrivot#~ C O N V ~ N T U S d o super Regaiibus titits/km ru8 posses~icnis osten- &re n m temetw. E O mesmo diz Pegas (cntenb denrfo-se bem) no Tom, ro. ad Ordinat. Cap. 2 2 .

n." 7. combinado com o n." 25. e 59. que a nosso A. cita.

E jt i agora se concorda, o que o A. d i z , e o que dizem os mais , que elle refere no seu S . 74., quando asseverao, que o Donatar io, demandado pelo Procurador da C o r o a , tem abriga$io de jun- tar o tituio da sua posse. Com effeito esta parii- cularidade a favor da Coroa , esta excepgáo, firma ainda mais a regra eni contrario. Isto he , a regra geral de não ser o reo obrigado a mostrar o t i - tulo da soa pogse , exceptua-se quando a Coro*.

11e a u t o r a , porque então ella tem dircito a exi- gir , que se lhe apresente h u m titulo , *que funde sua acç5o. Licet regulariter (d i z Peregtin. de Jur. E'isc. Lib. 7. Tit. 3. n. I I . ) in catlsir prizatoitlin r - ea~ AOP~ jleseatur c k r r ncio~i ad fandairdam ejus Pnteniiont~vz . . . . attcinten it/ Fi'rsco spec.iul'e j u s c.rt , trt reus RCE Fisci interitio~ttm f~iziimtdum t d e w debeas;. . , , .

A mesma razso de differença, que h i entre a Coroa autora , e qualqircr particular aurur , prova mais nossa opinido ; porque esre direito de qiie elle goza para poder obrigar o reo a mostrar o titulo, não he hum privi legio ficcal , ou prece- gativa d a Coroa , só porque he da C o r o a , pois considerado assim absrracramente , nem sempre se poderia justificar ; Iie sim lium resultado de outro privilegio muito cohcrente com os princi- pios da Legislaç3o d o Re ino , e natureza dos di- reitos Magestaticos , e Regalias que Ihes sáo inhe- rentes, e em virtude das quaes a Coroa entra sem- pre com a sua interiçáo fundada em Direito a esta presumpção j w i s er de j u r e , devolve no reo a obrigaç5o dc provar o contrar io, de sorte q u e cntáo *ia elle nao pdde dizer po~srro porgoe possuo , e nem allegar que, sendo p o s s u i d o r , se deve re- putar em consequencia senlior; he preciso provar absolutamente, que h ã o s6 he possuidor, mas possuidur corn t i tulo, e com tiruIa capaz de destruir a presumpgío vehementissima, que há a

. favor da Coroa. Deve pois O reo mostrar o ri- &u.~Q, d o porque a Coroa Iie airrora, porém por-.

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q u e , quando ella appzrece em juizo a dem2nda.r alguma coiisa , h i logo (em regra) contra o de- mandado liunia p r e s u m p ~ 3 0 , e cni consequencia liurna prova t a l , que basra para o coi-idemnar , SP~.

eIlc a ti50 desfizer com ourra maior , apresei~tando o tirulo.

Esta prerngativa da C o r o a acha-se estabelcciila com effeito em varias partes da nussa Legislaciu, cíirno rio Dcc. de 14 d e Jullio de '759. , na Cart. dc L. de 22. de D e z e m b r o de r 761. Tit. 3. $. 5. : cntreianio deve-se advcitir , que a intençáo da C o r o a he neste caço aju- dada de presumpçúes vehemeiitissimas , fiindatías lia ra- z ã o , e Dire i tu . Por exemplo, qiianclo no Cap. 4. das Ord. da Fazciida, de r7 . de Outiihrn de i jr6., se determina , que (i ~)rissiiidor dos bens da Corri3 mostre o t i i t i lo delleç , siilipfie-se que sa teiii sabido por itiqui- r içáo, ou por mtro qrialguer vin , que c i l e~ pertencem 6 Corua, como se diz iio principio do Cep. , e por tanto acha-se já fitndada a siia intenqáo , e em coii- sequencia ççtabeiecida a ncccssidade do reo, ou possui- dor, apresentar o seu titiilo , que a desfaça. O mesmo se deve d i ~ e r a respeito da determinaç'io do Cap. r . do Regim. do Juiz do Tciiabo de Santarem , dc r . de Oi i tubro [le t 5 8 Ó . , aonde igualtneiite se manda , que o prissuirior de qiiaesqiier b e n s , ou direiius per le~icent fs ú Corou , ou Fuzci~du apreselite os titulos eic,

5- 7.9.-

$e he verdade, como nos parece 11aver mosrra* d o , que o Donatar io he -obrigado s apressnrar o titu o de sua doaçgo, ha de ser verdade tam- beift , e necessarianiente , que para este t i tu10 me-

recer a t t e n ~ ã o , deve mostrar-se revestido das que a Lei exige. C o m effeito nós

auppornos q u e o Donatar io vem a ju izo , e diz quc, como Donatar io da Coroa, lhe pertence e s t a , a u aqueila causa , ecrc , ou aquelle direi to ; porque se el le dá ao seu dominio hurna outra o r i g e m , e !I sua passe huma ourra causa , rntáo h quest5a niuda absolutamente de f igura, e deve uiesse caso detidir-se por outros principias , e pelas regras de Di re i to , quc regulão as djffereiites espccjes. Nesta porhm , de que tratanios , h c sem klirvjda , que , sendo huma , e a mesma cousa não dpresentar titulo , ou a resenrallo , que seja nul lo , Drd. Liv. 3. Tit. I. S. l p o r f o y , sem Ntwlo , ou .com t iralo que hc n w l f ~ , segue-se , que huma Doas50 n5o confirmada , ou n5o Iie ritulo , ou hs ritulo nullo , e como tal náo prova. I 3

O nosso Prgar no Tom. 10. f i Ord. Liv, 2. Tit. 35; Riibr. C'ap. 22. rima I? . estabelece a regra geral , que O p~lssuidor dos bens, e direitas da Coroa, he seinpre obrigailo a apresentar o titulu da sua passe , quando se irata dclles , porque aliis nio só póde ser privado della a ieqiter imento do Prociirador Fisca l , mas até espoliado pur qualqi ier , sem poder ser resiiruitlo , por . l h e [altar o titulo da doação ; e accreccenta no n . O 20. Er ncn ~ L ~ C I I ridffrngsri d~na t io inuolida nui injurta ad hrrnc cffirfrirn, r i~ulus criirn nullrrr pro nor rituio P J I etc, Esta douirina he corrente, e fundida na L. 6. ff. qui Sairsd. Cogatit., iloride os interpretes rir50 o piincipio 011 regra : I'srici ruwt nan f t r i CI niintrs I tgi~imr. Briin- . nem. Paridc~r . L lb , 2. Tit. 8. Leg. 6. n ; O 3.

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í&ue a doaçâo s,em a confirmaç'io seja Iium ti* tu10 nullo , j i 116s provimos desde o S. 61. aonde fizerrios v e r , que a* Lei requer a confirmaç20 , co- ilin h u o ~ a qualidade sbnc g.ua ~ O P I , e a qualidade quando se allega , náa se presume, sem se provar Ord. Liv. r. Tit. 6 ~ . 5 , 37. Além de que o titulo , em que se requer a canfirriiaçáo Regia , acha sem- pre na Lei resistcncia , e como tal h e nullo noto- riamente : e ein consequencia o Donatario , que delle se serve, nso adquire direito alguin por olie. Foi isto mesmo o que se determinou em Carr. de 1 3 . de Março de 1772. . . . e sem que na velali- dade prsde~se nguelle Oonartmrio a d p i r i r Direita algurfi valido pelo Tztub de pertendida UorsfFio miop vidmenre aulla ptlo qwc deterwina a OrderrnpTo cla Reino Livro Primeiro, Titulo Sessenta r Seis , Para- gracfò F%te , sem concorrer espcciak fkcuidlradf Re- g ia , m . m . ,. Q REO R5 AUTORIZADO P A P A ALLEGAR A FALTA

n~ CUNFIRMAÇÃO.

O A, negou na seu $. 8g, , que qualquer reo demandado por h u m Donatario, tenha di re i to de Jlie objectar a falta de Confirma~áo. Nãu dando raz%o d o seu dito, transcreve para o autorizar a doutrina de Pegas Tom. 10, ad Ord. Cap. 21. n. 26r. t porem esre, citando a autoridade de Kzlasro, qup diz o contrario precisamente, e a de Gamd çjuv.

fa l lbu em diverso caso , refere-se a alguns Ivgarec de suas obras , aoiide regue? que o direito do Fipco, como direito de terceiro, póde somente ser al.1egado por elle , c n50 por uutro. As h?-- potheses com tudo, em que elle fallou , trntáo do caso, em que se deve impdr a pena d a , l e i , ou em que hd pcrdirnento da cousa para o Prin- cipe ; e entáo diz elle m u i t o bem que s I i o Prin- cipe , ou quem o representa , pbde requerer este perd imento , porque neste caso a o elle he inte- ressado na execufZo da L e i , e h i par tanto ne- cessidade de Senronsn conden~toria , que huni ter- ceiro oáo p6de rrquerer : orém na nossa especie trata-se do prejuiza do fOreir-o, e nEo do inre- resse directo d a Coroa : trata-se de executar a Lei , que mãnds n90 atrcnder Iiuma doa$ío náo -con- firmada, e que *nega o effeiro , e qualquer resul- rsdo e m juizo , OU Mra delie, a hum dacurnento nulIo.

A opini jo de Ptpr he fundada no principio geral, de que o ilireito (\e Fisco só Fisco póde ser alle- gado ; mas aonde se mostrou já , qiie (I direito de objectar a falta da r~r~f irmaçáo da doaçáo he hiim di- reito ~ r o ~ r i a r n e n t c Fiscal , e só comperenie ao Fisco 2 Nós sabetnos , que a Fazenda Real tem l~t iv i Ieg ios, c direitos singulares, mas em nenhuma parte da Legis- Inçiio achamos, que entre clles se tnuntcra aquelle de que traiamos ; e como os privilegias sáo excepciies , ou propriamente feridas da L e i , náo se eritendem dados senso cm caso5 expressos ; c muito maie entre niis , porque vemos serem do Fisco náo só q i ~ a ~ i todos os priirilcgios. que élle tinha pelas Leis Rornatias, porém ainda outros pariiciilares cohcedidos , e cuida- dosamente mandados observar por nossos Soberanos.

< Me!t. Frtir. l n ~ i f , 3 r . Lib. 1, 5). 4. S. I I . Sup- M

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pondo porfm que o direi10 de oppfir a falta de confir- ma520 ria Doaqáu Regia era huni privilegio , ou direito Fiscal , seguia-se por ventura dahi , qiie $6 o Fisco podia allcgailv ? Acaso ningtiem allegar o d i - reito de n3o ser penliorado , o da hypotcca tacita , c legal , e outros taes, e sernelhanies, só porque competem l a m b e m ao Fisco? Sçría com eifeito l iuma cousa irri- soria que se negasse por tal moiivu a hum patticiilar o direito de requerer hum seqiiestro nos bens de seu devedor , o procedimento summario nas siias acçbes , c outros desta natiireza. D~'sen~anerno-nos pois que O

direito de opp8r a falta de cotifirmaçáo ás doaçóes Re- gias compete r todos , os que tiverem interesse em O

allegar , e náo he necesslrio interesse privativo , basta o geral , que sempre se supp& a favor de qualquer Vassallo. A raz8p ou o interejrc da Sacitd~ídr (diz hum Escritor de boa nota) prdc iambeiri que foda a Li lenha rtu tffii/a rm quarto núe br rrvogoda.

Concedendo tamhem, ue o direito de que tratamos era privativo do #isto , $ s u e os direi- to s de terceiro ri6 por efle podem sei. allegados , temcs por cer to , que este caso .Iie exceptuado, quando daqui resulta interesse ao reo , que quer dclle aproveitar-se , porque , provado a,quelle di- reito, fica excluida a acgáo : n%o porque esta al- Iegajdo seja rigorosamente huma excepçáo, mas sim Iitima demonsriaçio da falta de direito do auror. Julgamos por rdnro , que esta doutrina he a unica, que se deve seguir, porque do contrario resultaria não s 6 o absurdo visivcl , de dar valor a Euqa cousa , a que a Lei o tem tirado, mas tatnbein aquelle de se atacar o direito da pro- priedade, que (em o possuidor, e a fivor d o qual

se deve julgar, em quanto contra elle n l o appa- recer huma prova clara, l i qu ida , e que d e s h ~ a a presurnpqáo jzrris ct de ju re , que suppbe todos os bens allodiaes. Ora e q u a l será o Ju i z , que condenará o reo, dando por provada a acçâo com hum ritulo , que a Lei desconhece ? O Soberano diz=a d o a ~ á o náo confirmada não vale=o julga- dor decidindo respondeza doa$ão n5o confirmada vale. =Que males se não seguiriao de se admitrir hum systema tão destructivo da ordem pública ? Quando as consequencias de h u r n principio são funestas, e perigoias, quando ellas v50 atacar na sua raiz as maxirnas fundarnentaes dos Governos, he preciso p81Io de parte, e esquecer delle,

Os moiivos porque os D. tem estabeIecido em Te- gra , pile he liciro alegar o direiio de terceiro n&te caso, fundio-se por tanto na conscrvaçáo da ordem sa- ria1 , e na natureza d3 L e i , Escrevemos sómenie as palavras de Brurincm. in Pand. Lib. 8. Tit. 5 . Lcg, 6. n.O 15 . sed $i ex~rpiio juris fcrtiz infrifignt jus agenris ,. tutn de deftrtu jur is opntis rertr op,boriifur cicm huc i p i ~ . ~ ~ proprie nsn rir rxc ipc~c . , . . vejahse Bagn. Tom. 1. Cap, 4. 11.' 35. aonde se refere a muitos otiiros , que dizem isio rnçsinu . que niis remos por Di re i to rece- bido, e sdopiado na nassf Leg$laçáo, assim eiitendids no Ass. da Casa da [email protected] 5. de Deaembru de 1770.~ em qire Fe iIrclarou.. que as Leis gmaes qit& exjgem certa solemriidada, tem lugar entre todas a quaesqiier partes . pai^- corno UI ditar Ltir fullio indir- ri>prramrnre , re drziern ~lsrrpiur /em inlgrpreidtiio 0/911- m6, FUKIQUE A Y A K I E D A D E nns ~ E S S O A S , NA^ t r c - D U Z I A V A R I E D A D E A L G U M A N-A SUA D I S P O S J ~ A ~ , E FORMA QJiE D A V A .4~ 's PRW'AÈ DE M A T E - B I A ~ &%AIS G R A V E S , Cotn eftçito se a Lei eçtabelcte h u m Grmo de reglilar biim negcrcio com reja-

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ç i a no in\ere:~.e piibiico . a á conscrvaçúo de certos J i , rcitos d u Estatio , r i 5 i i he pcrmittido jiniais o alieralla, ~ j o r q u e a firma ern tal caso he da esseiicia , e da natu- reza d o ac tu cm qric e!la se reqiier. Leg. 8. 5. 1 7 . ff, tle Trans.icr. A falta pois tlc solcrnnirlade. qiic se pre. screveu como fhri i i i , o annulla : ex ~ r i / o enim axidnrate

j'orma i k r r CIIC r r i , oipue rn neuriquani servaia rts ipsa cerrutt. Richrt,, Jurirp. U~river. Ttrri. 5. 5 . 1373. Por maneira quc P &ma em taes circunstancias he repu- tada Lei iia censura de Direito, pois assim cnrnci iiáo he n o poder dos parii~tilares o de ixar de obedecer a hiima , assim Ihcs hc defcso o náo satisfazer a outra. C i r j d ~ . i n Conimenfar. ad L P ~ . 52. ff. de vcrbor, ubli-

. gaiioti.

9. 7s.

Tiao se entenda porém, que levamos a mira em representar odiosas 3s Doasóes Regias, ou que desejamos espalhar duvidas sobre a jus t i~a e ie- girimidade dellas ; por ue quanto aos particulares sabemos , que os bens 1 a Coroa, que se Ihes con- cederao, s5o justa e devida renasr~rera;rüo de ssrrs 1 0 ~ ~ e glorioso^ servifos , orr rdaqweljer de ~ e u s be- *emritos mtecessores , Dec. ' d e 34. de Outubro de 1 7 9 6 , ~ e quanto ás Igrejas, e Corpos de m5o- morta, posto que de ordinario se creia , que s6 a devoçzo, e,piedade dos Senhores Reis produ- z i rão essas grandes m e r ~ ? s , que os fizeráo táo ricos e poderosos, havemos entre tanto por muito certo, que quando a polirica náo tivesse (como com effeitu teve) grande influencia nellas , a Histo- ria náo corisecitia., que deixassemos de as repu- tar como .origem do mais prompro melhoramento da agricultura, do augmenro da popula 5 0 , e em f consequencia da felicidade da Nonarc ia.

Os noísos primeiros Soberanos , guerreiros por etIii- caçáo , por genio , e por iiecessidade comniuiricai5n aos pnvas seri gliirioso enthtisiasmo , e a agriculiiira sofria etn coriseqiiencin os malcs todos , qiic FBO O Eriito desgraçadu da falta de soccgu , e d e paz. Os Monges, n ~ e r i o s arredados entáa do seu primeiro Instituto , e r h huns verdadeiros cultivailores, ranro mais i i te is , qiianto a hurna ioiivairel assiduidade no trabalho elles jiintaváo luzes , e conhecimentos, que faltavão ari resio rla Na- çáo ; e a s Corporaqiirs Eccle~iasticas j á grandes por siias riqiiezas , qtie a piedade dos fieis augnientava cada dia, respeitatias por seu poder. e consirleraçáo de que gnzaváo , ai6 por seu proprio interesse aiiimavto , e yrotcgiâo as Lavradores , e concorrilo assim para o bem geral do Estado.

Com effeito se nds consideramos neste sen- tido os Corpos de máo- morta , somos obri- gados a confessar, que nas primeiras conces- s6cs os Senhores Reis n2o riverão ocnáo vistas rnuiro exactas sobre este ramo essencial de pU- blica administraçgo ; porque a experiencia provou sobejamente, por huma parte, que nenhuma por-

50 do paiz , que habitamos, lie mais ferril, mais i e m povoada, mais bem Euliivada, e par con- sequencia mais rica ein proporç50, do que aquel- las , em que estas Corporaçdes tem o assento das m a s rnerc ts , fruto da cievoçiio, e grandeza dos Soberanos , e da piedade, e crença dos fieis :

!'liia O u t r a sue , se as circunstancias fizeráo me-

orar cada dia sua existencia, e polirica situação , ninguem tem sabido aproveitar-se mais a propo- aitu dos acontecimentos , que influem na sorte

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das instimi$det humanas ; e ninguem seria i50 ca- paz de introduzir na administragáo das riquezas que se lhes confidr20, o systeinn de ordem, e de

ue tem feito prosperar, e conservar 9 , q

em hum pe r20 respeitavel esses fundos , de que o Estado tem t irado, e póde tirar ainda t5o graii- des vantagens.

Posto que os Donatarios , e principalinente os Eccle- siasticos, scjão reputaiios huns administradores prccarios dos bens, que Ihes forao doados , Dec. 24. de Outubro de I 796. , he preciso enrretanto considerâr , que neHes coiitinúa a propriedade antiga dos Doadores , a quem pericnciáo ; e q i re tendo esta ~ropriedade exisiido sem- pre recpeitada pelo poder da L e i , e debnixo da protecçáo do Legislador , seria hpm impossiuel atacalla , sem of- fender s justi5a : porém cumo nenhum destes Corpos,

. au Ordens, existe Fer s i ciesrno ,<mas dentro da Monar- chia, de qiie faz huma parte . he preciso comlvinar OS

diversos iiiteresses i direitos, evitanda quabio s e í possa, que Iiuns ganhem terreiio sobrc os outros, cqin dis- pendi0 da harmonia que dere ligar entre si as diversas . classes dos Cidadks, H e applicavc1 aqiii , o q i ie diz M d l y OBsrruat. sur I'His;. de Franc. Liw. 7. Chap. r. pog. 66. Zuáo longt r ~ i a v a ainda de $1 c o n h t ~ ~ r e n ~ CIJUS

Leis de U R ~ Ú O . C b t n t ~ o l r n ~ i a , que t /eri#r rr Id'rf~dus portic;ilores não dnirni faur mair , guc huma unira , c grarid8 rricird~dr !

C A P I T U L O VI:.

Se <1 immemoriul teta lugar na$ bem dd Coro#, e direitos Rcaes,

0 A. toca esta materia no seu 1. 83. not. aonde diz : NOJ mair direito^ roncerivers em renruneragãu dos 8emifo.r de que &a a g u s t z o em problema . . . o g ~ c esr me nio atrevo a affimr, e deixo d de- c i í P de UYIIPS mdb ~ k b i o s . Portm no seu $. I i r . achamoa, que se explica a i Parece poix que pouco importa re morrrc serem da Corda os bens, 8 que a& dos Domtarios consewcm u rim;- geain M t ~ r e z d , se u h r n e m ~ r h l bem provd . (& B ~ e s d o proprjanrente Prescrip~úu) tem f o r p de pre- a um ir, que depois cdos Foraes houve, ou tntre O

'Rei por seus Minzstms , ou enfie dona ta rio^ com QS Povor , <rl unra $r'frfpnf# ou Çowrncto , qur aj- ~terax.se of .ornes ; . . . ., e {e p Immemariul tem P a .f$t~cid de pt~siumir jr~[q)rlcpte .todus as A#- ?bori&drr Regim , azo m o s e r n r J k n t r n p ~ ou ,qovar C o n i r a r t ~ ~ , cujos &fqnc(w~e~c<or podiJu c a - ~rwmir-rr pelos nttpos. s a i i y r r e z a què, daqui ~ r i u l ta para se conhecer a verdadeira . opioiio d , ~ &,a este, prcposito', continuarymos em nossa dc- ponstraçzo ,, ainda qpe nos parece , que slle segue ler lugar .a immemorial ,*por julgêrrnos que isio ~ 1 6 conforme a seu syqsma.

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Achamos que o A. s i ~ p p t e pn5sivci no seu $84. (noiiiJ a prcscr ipçá~ de beils de C<ir03, I I J P JP ~ f i n r j C ~ r t , h I ~ U S

dirtilsr. Achanios mais , que no $ 85. (nota) atlinitie oiirra prescripçio, que só piide ter liigar , rniitl3iido.se a natureza daquc!\cs ~ E I I S , Desde O S. 77. iijo faz senio produzir opinibes de D. , que seguem de&- didamentc o pr t ido t1.i irrimemorial. T u d o isio niie obriga por tanto a a c r e d i t a r , qiie o se:] sjsteins vai conforme taes priiicipios : c enirctanio no 5 . izo. diz, qiie iiLo se arroqa siisrentar, qise contra a Coroa p0de haver prescripfãu em J u g a d a s i JurisdicçSes , r i i i di- reitils Reíes , o qiie parece dar a entender com evi- dcncia, que clle achaiido algiima difficii\dndc na imme- m a r i a l sobre os direitos do Soberatio , tienhoma con- s idera 3 t t~petto de seiis bens , antes julga que be pos- s ivc l ililqiiirillos por aquella meio.

Haveiido provado, que a imrnemorial n20 p ~ c * valece coritta a expressa d e t e r n i i n a ç k do Foral , e que perde a qualidade de presumir titulo neste caio , parece-nos -ter provado rambern , que nos bens da Coroa, e direitos Reaes, ella deixa de produzir o mesmo effeito , pois pelo arguriiento de menor para maior he demonstrado, que se A immemoriai não se rcputa capaz d e fazer adquirir hum direito sobre os particulares, achando re- sistencia no Foral , muiro menos ella ge pdde con- siderar tal contra o Soberano, contra a natureza dos bens e direitos da Coroa , e contra a expressa determinação de tantas, e tzo diversas Leis, q l

rov8o inconcussamente hurn systema , seguido e Pnrlteravel do Direito do Reino contra taer a q u i - siç6es, como vamos a mostrar.

T o d o s sabem que a Lei Mental, e as disposi- góes que se contCm no Tir. 45. do Liv. 2. da O r l , do Reino , sáo huns daquelles rasgos de Po- lilisa, e de saber de nossos Soberanos, que mais tem concorrido para conservar illesos seus direi-

, * o s , e sempre dependentes, como compre que sejáo , os Grandes, e Poderosos daqtielle , que s r i he a origem da gtandcza , e do poaer, Nesra certeza como se poderá admittir entre n6s a dou- trina de que os bens, que s'io to patrimonio da Coroa , e9 direitos Reaes , s6 proprios delia , e como essenciaes a o poder Monarciiico , e a$ pre- rogativas, e as regalias , que o distinguem , a conserváo , possão ser adquiridos pelo Vassallo , destacando-se a ~ s i m da Soberania por supposig6es de titulos , probabilidades de consentimentos, e conjecturas, deduzidas de regras singulares ? Como se poderi conciliar tanto zelo, t an to ciume mesmo em náo consentir aos Dotiararios o uso illegiti- m o , ainda teinporario , dos bens e direitos da Coroa, com a supposta vontade de os perder absolutamente , depois d e passada o tempo, pre- scripto aos particulares ? Os Estados, e os Sobera- nos que os regem, ri80 podem ser obrigados a sujeitar a decisão dos negocios, gue Ihea tocáo , ás mesmas Leis, que elles fizerao para regular a fortuna de seus Vassallos.

Transcrevemos aqui , por nos parerer que rrem a proppsito , as palavras dc S~ryRir Utur Modcrn. Pandc- crar. Lib. 44.- Tit. 3- 5. 4, Asr w6ro hrer R$ juru pri.

N

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w61f8run1 h f e r j c sprcrare , cónirwrui i p ~ r ducci , nrc q i i ; ~ -

gsrclnr in& prasidii acccderc pai~if jurium rcrtíingut od Prinriptm pond?m. periinentium porses~oribur., Dispar tnim horum raiz* csi , pspr suiijrctionir nc ius abrcquii- que gloria ad Priac$am suorum c ~ n ~ e r v u ~ i o n c r n , naa ad rorum imrninutroncm drr l i is ime caarln'ngit , guam qui pari intrr se ulrtniur jsirt , sibi allcr alferirrs nrgligrn- rium in iian prasrquend$, iuod jirunr cst . merifo UCCUJU~.

a o n c sane negli~eatiain, t n cujur iameff pena irrticr prce- scripiionii jwsii/iu latita! , r i subditur Prinribi oppdncrc urlit , ntscio , on no0 triolati rbreqrrii bf revcren~ia rea- , tam ii~csrrrat.

A Ord. Liv. z. Tit. 28. Tit. 34.9. h. Tit. 49. $ Ia 34. 31. 5$.. e 56. expressamente tem prolii- ido a immemorial nos bens e direitos da Coroa ;

e se n6s examinamos a fonte ;ou a origem de cada hum destes lugares , veremos que a sua dis- pof!.çáo he antiga, e prova por isso mesmo a uniformidade de Legislação, que acliainos conti- nuada no Regiin. de 1. de Outubro de 1586. Cap. 1 3 . . aonde se m3nda desatzender a posse immernorial , ainda que o possuidor apresente o ritulo della ; e isto peio s6 fundaniento da inren- 53 fundada , que a Coroa tinha a respeito dos bens , de que ahi se tratava : zlereis seus titak0.r; e achdrado vós perttwcrsiz d t~inilra Fuzenda , OM Co- r*, tomareis logo possc deliras, posto qtre os pos- ~~iclOre.r WDJ a l i e g ~ ~ e ~ ~ t p o ~ ~ e uatiga i @ia& qtre se& i~~zrncmorzul e ts*

Aleoro Yaluyo pretende persuadir, qiie as citadas Ordenaçbes 1190 se ententlern senso da prescripçlo, I&@ cxisiimnrcin , p r ~ f d t a r f i Itgem Kcginnl fure intriligen -

ddnr de ;ih #r#icripiioric , quk sicft t'n rncrt'i flnilrrr pre-, scriptionis irnmrmeria/i$ c/c. Conmlt. 141. n."I o. Porem sendo nós obtigarlos á interprctz~áo Irtieral , ¶ire a Lei do 18. de Agosto rle i 769. nos manda oegiiir , apenas se póde cilncebtr , coino determinaçóes expressis~iirias adtrittão tiiima iiitelligencia {;to dlhria do sei1 contexto, que rnatiifestarnenic se conhere , devet abratiger n á o só a prescripy50, porerri ainda a pusse imni~aiurial.

Com effeito h e , e foi sempre esrc o espirito da Lei da Reino ; e náo podemos senáo atrribuir a puro desvia, e menos exacto conliecimento das regras da Critica a spiniáo daqiielles de nossos Pratjcos , que, seguindo as doutrinas derramadas nas Ohras dos Escritores Estrangeiros , avan- ç;írSo o contrario do que temos mostrado : e q w m - (do [diz o Senhor D. JosC na Carta d e L. de 23. de Novembro de 1770. I." Pret.) s e ~ d o elles pro- prii.rsiifiamente be~z.r da C O R O A ,' não podiam JUS fier passe , e costume A I N D A I M MEM ORFAL , rqro- vado geratnieate em todo^ pehs lei^ du Remo , a r m A AS M A I S ANTIGAS. . . . O mesmo se diz n o Alv. dc 26. de Novembro de 1774. . . . . núo J-e p d i d prescrever, nem be manrrtentvek a posse do$ Direitos da coro^. E s masino finalmente no. ourro Alv. de 18. de Fevereiro de 1778. . . . I

hdas devent ceder L$ ve~.dadeir# , c para imfeliigm- cin das mesmas ( douçoes) cmtrs B quaJ a& kd Seaen4-a, orr BecisaO ? gme preualep , N E M posse I M M ~ M O R I A L , #e persístm , o# observuacia do Fora , f'e fada rlu~ f oridade.

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§* 8 5 .

Porrugrl L Donriiaaib. Cop. /Ix. segue coe, .outros mais de nossos Praticos , que a immenio- zial he admissivel nestes casos: e ainda que as Leis que acabamos de citar, prrivzo o contra- rio,. folgamos de examinar sua opiniio , porq uc o A. parece dar-lhe muito peso. Independente de outras contidorações julgamos bastanre para fazer juizo da autoridade deste Escr,iroi o saber, que a siia razáo de decidir hc fundada no sysrema de concordar, e entender as Leis do Reino por aquellís de Direito Commum ; o que elle mesmo cem 3 sinceridade de confessar no lugar citado n P 18. quando 'diz , que rodos quantos Doutorei Yortuguezes seguiiáo esta opiniáo , tiveráo em .vista O mesmo errado principio de inreipreração , gui omncr er rntione funddntur , qrrod Lger Por. tugolia non ~olenr fucik rercderc d re~eptir opi- nionibus juris communir , rer r ndr rn q u d jurixiiictir tempere imnie~noridi prnrrribitrr. Eh-aqui a ra- 250 porque o Senlior D. Jose de Gloriosa Memoria reprovando certas Senrengas diz : Como profirj- d@r contra Diw-elt.o ex re-rso , ia contra Q espirita das Leis Parrins, e i us em que t e i sh dtsfiwrrfo o prrnirioso aburo I re inuulidarem .II Defertninn- $ões dffr lc i r rio R c i n ~ com drgurnenror cxcogifadrí wlas vilstgs compikçúes dus Leis Komanm, gae t u f t ~ implicdráo o Foro em graw p r ~ j u i s o do iocego p b bfico, e do Djreiro du propriedade dos &Wf"" Vassallor. Carr. de I, de q. de Julho de 1776- .,g. 3.

Teve logo em vista P U P ~ Y ~ Q ~ , e tivcrzo todot 8s que elie c i ta , nacionaes e estrangeiros, o muito falso ~ r i o c i p i o , de ~ U C para a prescripçáo dos bens da Coroa, e direitas Reaes pela immemorial náti se fazia ne-cessario provar-se scicncia, e paciencia do Soberano , porque esta ou a seu consentimento se presumia pela diuturnidade do tempo ; prin- cipio táo falso e tio errado, quanto assim foi declarado na citada Cact. de 18. de Agosto dc 1769. 5. 14. E r e p r w m t h como &lulera a rugpo- ri$& ~<ororzmerte fuhu , dc que os Princijw~ So heraaos fão , oou podem J e r renrpn; infòrmdoor de tirdo o p e p a m *as firor cofire#nofor em trd#$- grcrszo das ruas Leis, pura com estd supprifór se pmearrtrr a outra iguabmtr er+a&., qwe pre- a m e pelo tapo do tempo o cansenrim&to, r rpprb v d ~ ~ o , que nxace Ee ene~~dew ao 9 ~ e >re ig#or-a ; scade muzts moir arrtural a prerump~$o, de que os sobreditas castigari~20 m r e t os r--

J e boiniessem sido itpfor- delxãs #os ccrlsos otcwrtn-

ter.

He náo mtnos terminante a que diz o Senhor D, José na Cart. de L. de 30. de Abril de 1768. . . . . c rrpe.tiu1menir d9r (direitos) rla Mnho Coroa, estade- letido~ rin Le i s . Cusitiinrr , r Oncordurus por muitos SC- ctdlos udreroiots ncffrs Rcino~ ; que rrúo termos , nas guues o Minbu Rra? T a ~ i t r r r ~ i d d ~ rt~pCjl~ dc táo gra- ve, e dclicruln ninfw* padrria ~ I P drrurro do tc~rnp vir a scr ubirrivamente zl i l~rprir* l la no seriti& de brim (04-

srnrimcnro jnc0mpa1i~f/ c0111 a Minha RPgin Dignidridr ,

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( 102 1 row os ;nvi~loveii Dirci~os du J,fiilba Coroa , r t s m a f o c e p púbiic~ de nleid~ $#ir Y ~ I S U ~ ~ O C . etc .

Julga[lios haver demonstrado, por hnm modo sem replica, que a immeniorial nao he arimis- sivel nos bens , e direitos da Coroa : e ainda q u e o nosso A, parece inclinado no seu 5. 80. a que com effeito a prescripção n5o t e r i lugar nestes C 3 8 0 S , 3 não ser pur Iium jogo de pa4avras, conr tudo julgamos necessario lembrar ncete lugar , q u e no Kegimento ou Ordenaçóes da Fazenda de #?.de Outubro de 1516. Cap. z ~ o . se adrnitie a prescripgio de quarenta annos n3s dividas d'El- Rei : o que suppotnos ser pr ivat ivo dos direitos t tr ibutos , que a el;e se pagáo nas diversas- Estaçáes , e que entrão no Erar io, como se enten- deu no Ass, de 27. de Janeiro de 17-38. , mostran- do-se mais claramente a razáo dcata Legislaçáo n o Regim, dos Contos de 3- de Setembro de 1627. Ca p, 9" E EPOF-SUe a1gumas pessoas 120. executddm por dividas mui apttigns, gur /dEuenk d miabra E'am~drr , e de que ncio sabem rSar rla- d o , e se Ibcs fuirem weiitas molcstias : Hei por bem, r nrandu etc. Fique por tanto estabelecido em regia, que nos bens e direitos da Coroa, nem a immernorial , nem a prescr ipgo he atten- dida: bem do Real Podroado . . . . . no yual fiIZo. ~ ó d e haver lugar prtscripfdu por serem berts da- Mitiku Coroa. Alv. de 17. de Novembro de 1617.. (Veja-se o Alv.. de 7. de Dezembro de i 689.)

** *

P A R T E 11.

l 3 M Q U E S E M O S T R A ,

QUE O A, NÂO CONVENCEU TODAS AS TBESU

DO PAPEL, A QUE CHAMA

S E D D C C O O O *

Considern~Ses sobre prova, guc ~esztIta clss .

Escrituras , e Docuwtewtos.

A Nren d e entrarmos no exame da irnpug~na~lo I

particular de cada Thcse , se r i talvez proveitoso arriscar algumas reflexdes sobre as dautrinas escri- t a s elo A. na segunda parte do seu Discurso Ju- ridico , ou seja nos principios que adoptou, quan- do preparava os argumentos, ou seja naquelles q u e desenvoIveu , a p licando-os respectivaaiente a cada impugnaçFo. I$ conservando sempre nooso proposito de náo dar sobre a mareria mais luz , q u e a necessaria para chegar a o fim de nosso Escrito , e arredando-nos de seguir o A. em todas as particularidades, que escreveu , seieciios talvez

O

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obrigados a deixar cm silencio algumas de suas o p i n 1 6 ~ ~ , que apezar de differirein das nossas, julgamos nJo deverem ter lugar nestas Observa- çoes, por apparecerem apenas enunciadas, e como tocadas de passagem na sua obra.

A acsSo mais importatite do juizo he a prova. Nada se p6de considerar mais digno do cuidado do julgador; porque tendo de decidir sobre o direito das partes , n 5 o deve respeitar senão aquelle , que se Ifie representsr mais certo, isto he, mais bem provado a favor de qualqiier deiIas. Conhece-se por tanta, e :i primeira vis ta , que a prova constitue a pnrtc mais essencial do pro- cesso, e que todo elle roda neste eixo principal da adminisrração , e iiistrihui$Zo da jjustiça civil , \e ciaiminal. AS duvidas que occorrem na expo- s i são do direito; a differença das ecpecies (a) que se trat5o , daqiiellas qiie se fingcin i in Legislag50, e 3 diversidade de inierprcidgáo, que se Ihes dá conforme o differeorc mudo de pensar de cada &uni , sendo einbaraços ierriveis , com que se rem a lutar diariamente iia applicag50 das Leis a o facto ( b ) , ~ o i d e i n q i i a s i roda a sua força, e for- i isv-se de nno grande moiiienio , qusndo se com- par50 com as irregularidades, collisdc~ , e incer- teza da prova , na qual neni h á , nem talvez seja possivel liaver Iiuma guia segura, firme, e per- manente.

( d ) Tem-se perguntado qual será mais u i i l , se simpli- iicar as Leis, ou aupnicntar quanto for possivcl a s ,

suas d;cposiçbes, em proporçio da vlriedadc dau cfpe- cies ? Tudo tem seiis inconvenientes, e ein qualqiier dos systemas cnruntra-se na pratica mais cle hum ernbarap. Senrru dizia : tu qucra que bcrma Lti re ja Brave , a j im de guc I Q ~ O J a P I J I S P rr l t r na mrrnsria, Qem sabe porém se esta vantagem se perder5 no meio dos males , qiie restilrIo tle deixar ao juiz a liberdade de se determinar frequentes vezes p r j ~ c Í p i ~ ~ getaes da eqiiidade ? 0bjecta.se qiic riia Iic possivel prever todos os casos , que podem acoi7- tecer : Eu conweirho (responde hurn sabio Jiiriscoii- sultn) qrrc 3~ sc p o k m prrvcr forios inrl~vtdua~nreir/c, nios podem prever-sc nas sna3 aspecits.

(L) Para conhecer a importancia de huma exacta appli- caqáo do Direito ao facto, sobeja ler expendiilas com a costiimada eriidiçáo, e energia as dniitrinasdos Esli#r, rln L;nivr~rsid. de Cainili. Liv. 2. r i r , 6. Cop. 8 . , c no 5 . 7. se achar5 como ein resumo demoristrarla a dif- ficulrlade da inaicria nas palavras : $@c pura ella 6e nrrrrrari~ ter ihcm presentes ar dtferii~itia~óes so6rcrlitrir rlu L e i , c rio furto c7m lw'as as SUUJ rrsptctiuns (ir- trunitnnriar , e cornbi)~nlirr~ e przul:ni em buma exucra Balanfci ! zr,e tu& i s / o rsquer R U M JUIZQ P R U D E N - TE SACA'S, M A D U R O , E CLRCVXSPECTO.

A Lei de ordinario offerece na causa que a produzia, na sua s a n c ~ á o , no fim que clla teve, e até mesmo na sua dicggo, principios geraes de combinaç5o, mais ou menos exactos , mas que se tem reduzido a ,regras, e que formio cowo huma chave para entrar no conhecimento verda- d e i r o , ou ao menos presumido, da vontade cio Legislador. Mas a prova do facto , sempre arbi- traria ao julgador, sempre dependetite das cir-

O 2

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cunstancias , quc acomprinhfto o caso, e que va- ri50 intinitanietite , he sujeira rarnbcm , c por isso nicsrnti , a h u m z iiifinidade de contcstaç6es, e i l e d i i v i d ~ s , que nascem pela maior parte da falta de medida, ou principio geral que liie sirva de base.

Os nossos Soberano5 tem reconhecido por m ~ i s de hiiina vez a iiccessiJade dç deixar o valor (Ias provas á vontade do j?iIgador, pois inhibindo-o de se ariedar por hum só momento da Lei , qiiandn se trata tla sua ippl.icaçãu ao facto, consenii~áu, qiie a prova drlle f i c a c ~ t siijcita ao sei] arbirrio. %lirito exyirescamerite açsini foi determinado no Alv. de 15. ileJrilho de 1763 s ó p e r ~ e ~ c t &a$ J t i i ~ c j a ~ r b i f r i o no t x u m r dar provar, puro ~ I I P C I I I ~ U

hum dr ~ B S S U jsrlgar ranformc rnttnbrr , gur vcrifrióa OU riãp v~r$cÜo L a ~ t a r i i t m ~ r t ~ e vr r l e l i r f i ~ . E o mestno qiiasi por identicas palarpras se diz no 5, 6, do Alva de 20. de Outiibro do mesmo aniio , e se linha ji est;rbclecido em regra no Dec. de 23. tle Junho de I 759. Eaa li- hertlade he necessaria com ef'feito ao julgadnr , por quanto, que vem a ser a prova ? Qtiaes sso os verda- deiros principi.os , e m qric elh T e deve fundar ? Eni que consiste a sua riatureza ? Por, mais yiie os Jriria-

- consultas se cancern, t e r i sempre difticil , qliece possa dar O U I T P regra, a n%o ser a qrte foi abrrptada eni a nossa Legislação , e D c c . de 14. de Jalho de I 7 S 9 ? zztnndg pgrirn j zerrni prova tal gire srjo bostantc pdru S A T I S F A Z E R A' C O N S C I E N C I A DOS S t l S R E D l f O S j u i z ~ s etc. Eis-aqui a medida ; porém nellri hiima poria fraiica. e sempre aberta para a incerteza do j i iL gado. Advirta-se , qiie niiu iiegrnias ter-se escr i to pi i i to na tnaicria de provas , e que o Jiiiz p6de i irar granrte&,auxilio~ de t a c s escritos , pzra se saber deter- rninai c o ~ mais ou menos brevidade, mais ou meno6 probabilidade de segurança.

Estes principias geraes , muito verdadeiros trn toda a sua ex tcnsso , tornáo-se ainda mais exacros quando se applicio i prova, que se f ; ~ z por docurnenros. Na de testemunhas com effeito h i (em regra) mais nieioq , ou ao menos mais fa- ceis, para chegar ao descobrimenro da verda- de. (o) A confus5o, a incohercncia , a contra- dicfh mesma do diro de Iiuma testemunlia , póde descobrir-se ou conciliar-se pelo das ourras ; pride 2té verificar-se, sendo ella repcrgunrada : huma escritura , quasi sempre huma e uaica , ha de entender-se per SI mesma. iiifelizmente eila ou foi tnai concebida, ou inal arranjada , n;ío hl rrmedio senso recorrer ás regras da interFre- tasão , fall iveis , incertas, e de ordinario pouco applicaveis ao caso, porque sfio fundadas no sup- posro principio do que os contrahentes devião seguir no seu contra to , quando elles o nZo mos* tráo eni suas palavras ; ( 6 ) de sorte que (fallando em gera\ . biirna tes temunha p6d.r: ericubrir a ver- dade hu %'vez, jurando fa1so sobre o mesma Rcto; mas huma escritura pdde cncubrir a ver- dade, não 5 6 Nuina v e z , sendo fabricada para isso de proposito , mas ainda sendo verdadeira, clla autoriza a nienrira tantas vezes, quantas fa rcz as interpretaçdes erradas que rlclla se fizerem, e que he sempre possivel fazer, quando $Lias palavras ~ 3 0 . obscuras.

( a ) Nán se entenda, qiie preferimos a.prova de teste- muntiíis 5 inst~~inental , fiorqut iiáo sb estamos con?

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de que clla he mais fallivel , cotno se e- rarrheceu nu Ass. de 5. de Dezembro de 177". , . mas de que esta fnllencia nasce de hiim principio muj natural, e niiii vertladeiro para dcixar de se ve- rificar muitas vezes : ppit qrie rr prtua dr ftstcniurihar he ,nuire fulfjvcl , e drptntlrste riti a,@~ifNo d o s ho- ri i tnr e tc . Alv. de 21. de Setenibro de 1802 . $. 5. Nossa proposição por tanto deve entcncler-se só- incntc do caso, cni qiie he preciso recarrcr i inttr- prctaçBo.

{ b ) Sabemos que sc tem escrita sobre a intelligencia dos contratos , E r e ~ o ~ ~ h t c e r n o ~ o grande auxilio das rc- gras da Herrneneutica neste caso ; porim daqiii não se segiie. que a verdade nSo seja miiitzs vezes sarri- ficada a huma cega adhes5o a prinçipios , mui plau- sivçis corii effeito tia tlieoria, mas g u e deixa0 de O ser na sua zpplicaçáo á pratica. Sup2T"e-se sempre por exeniplo , que os contrahentcs qui ;~crSo confor- mar-se á Lei , quando dc ordiiinrio a ignor5» : qut qt~izerdo seguir os usos do paiz : qiie no contrato quizcrão guardar a igtialdadc : e tiidti isto se sup- p 6 e , porqiie se jii1ga ordinario e natural ; porém mais natural e mais ordinario aiii\ln he , que os in- teressaclos manifrstem suftcieiiiemenie , e p3ra sem- pre a sua vontadc, pois com esse 58 e unico hm con- trutão por ebcritn : pnrquc em .~cr;pto se chama guarida <i scrip1~irtz he de substarrcin do co t i i r r rcra : Ord. Liv. 4. T i t . 19. $. r . , e entretanto o coriirorio Iie qtie ap- pxcce , visto qire para se entender o que clles dizem, faz-se necçssatio adivinhar.

E que diremos nós , qulndo na prova sc offe- recem Escrituras antigas, despidas das forniali- dadrs , q u e a s Leis julgirão essenciacs para evitat a falsidade, e produzir aquelle grrio de certeza

f 109 1 moral, com que se deve apresentar a verdade, e que he sempre necessaria em juizo para fazer í convic$áo do julgador? T e m cnr2u lugrr o uro de conjecturas, a intelligencia da veri'adclra s i g n i ficrçzo dzs palavras, o emprego de ruppoai 6es, de probabilidades, o respeiro q u e mereic a disto- r ia , a auioridadc da tradiç80, e finalmente as provas deduzidnr da cornparaçío , r srmeiliança , adquirida pela prdrica e exame escripuloso dos documentos das diversas idades, q u e fazem ou- tras tantas epocas na carreira dos tempos. As regras estabelecidas em resultado destes cotiheci- rnenros , formáo o que se chama Sciencia da Di- plornatica , cuja necessidade fica por isso bem demons t cada,

No juizo que se deve fazer sobre estas Escri- turas, ou documentos ant igos , nada se póde por rariro avanfar com certeza nlo tendo por g u i a , c norte os prjncipios , e regras adoptados pelos Escritores Diploiua~icos , sendo applicados par squelles, que se dão ao estudo desies conheci- mentos : por quanto a Kistoria critica dos diver- sas exames, que se tem feito sobre alguns dos Cariorios públicos, e particulrres d o Reino, abun- da em provas da i~icerreza , da dúvida, da ohscu- ridade, e ate da infidelidade de muiros , e m u i aitendireis documentos, que ali ac acliau ; em ral forma que, quando nâo se deva esrahelecer em regra a falta de autenticidade d e muitos manu- m i t o s , que hoje appareccm despidos das so-

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Semnidades , ue par Direito se exigem, deve-se desconfiar pe 9 o menos da sua veracidade, em' quanto por meio das indagag0cs dos peritos n o - bre cada hum delles , n30 se conseguir huma de- claraçPo , q u e sirva como de pedra de toque de sua pureza. He isto o que entendemos , e o que 1130 duviriarnos affirrnar, fundados em o que se diz nas Observaçbes de Diplomatica Porr~igueza pag. 87. Dss Pmvss ~te'agrci rolregidas jdp se ~videencejn assas o q * ~ mt propunha woxtrnt nertd S ~ ~ u n d t z P d n e , que não ~dmentc duma grande parte dns Cópiar , qaf se tem tirlrdo ddor Origlizncs surhen- t icos doas Cdrtorio~ do Reittu , se racbiio cn~iaside~a- vehrewte viciadas ; mas qdce muitds rc dizem tira- d a ~ . de Ouiginaes, 4146 ~ 1 4 1 1 ~ ~ exisrrí-$0 , sem50 m carebro dos que as tem publiclrdu : g r i 3 ~ 8 o estes #i3 .& da nataresa dor gge i~dividares' 1. Parte , que axiastindo ainda hajs aos Arckivos , oa J&U quçr2- pkos , QU as& ~cbúo v z c i ~ d o ~ .

Com effeito a rnareria não he t'ío simples ; nem ~ â o facil, que os mesmos intelligentes não tenhão cahido em muitos , ¢ mui noraveis erros, quando tratSo della. E se &o, diga-se : quem não reputaria no seti tempo hum grande Diplomatica a D. Antortio Cnttdso dia S~usa , autor da Historia Genealogica da Caza Real Portugueza ? Quein , lendo hoje o que elle escreveu enrso, deixará de acreditar, que na0 se servio de hum sd do- cumento, de cuja autoridade n'io estivesse bem cerro , e nSo desse o fiel rransumpto ' nas suas

Provas? (a) Quantos pleitos náo sc ter20 deci; dido pela só supposiçáo de serem verdadeiros os documentos, que clle abonou ? E com tudo eis- aqui o juizo, qtie de seu criterio faz o cirado Au ror das Ob~ro*udgúecr de Drpbndt. Portug.pog. óg. U. Antoriio Caetano de Sot~~u nas Proua~, gue juntorr ca' JW Hiastoria Ge~ealogicd , semeoa inwtos é~ros e tdo grosseiros, que npmas .re pode ~ t q p ó r , puz e1.e rbega~f f kr agrins Morarnentu;, que ohi prorlusiri ; relldo-as6 servido dr pessudas iateiramente zngtaJ para Iha Efetirar i< C'o3iaas etc.

( r ) Er. muitos lu ares du~dppu~ato i dita Wisorii'Ge- ~ a l o p i c a da ELU Rcd P~rtugiieía . vem n6 principio do,Tarn. I . iaciilça o mierido $ouse a exactjdiio com gtle lhe parecia haver examinado os Diplomas , que lhe crão necessarios, A pag. X. (diz tlle) iVudu esrrewo Jem Liuns jadorcr , gric 88 u fi d~ Au!borrr grdVer, t- comgcrai istitnação, arrim dos aorsof, conio dos Estravgei*vs ; e o puc oinda ISr mais , a ím-, merisa c#pi(j dos thcumcrits s eriginar s , virtos , C##-

miiiodar , e u m 9 a r p n m r+piodor prh minha prpario l i i i io. A pag. h] ir. Para a que ajunicy ~ c r l n Co/fcr- çio bum grandc numcru dt darsrtnenr9j utithrnticor , cxtrahidos dor h b h o s w a i ~ urrrdicodos , c prra núr podem pudrcrr duvida gtibinra ' cub no ft humnnn . . . . E finalmente a pag. ,X VIL.. . . . ~ i g u , urrdadt i r~ . qurrunrlfl- >nr do f d d ~ s o . , . . rng s ~ i ~ f n f o de rudo ~ucilmrsfr. Este;;botn@m p&s q4e:procedcu com tanta caiutta , que na rcrdadi: %i kum grande trabalhador , e que pariicularmcmt se canyoii nestes exames e indagaçbes , cahio nos erros quc lhe apon- t ia Q ,4utor das O d ~ u v a @ r de LPipi~niaf. Portag. : que se deverá par tanto esptrat de qualqirer , a +em se aprcsenin pro!Jav~lmeqte-peb primwra vez huln doemeato daquefla ordem 3

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Todavia náo se nos leve em conta fazertiias hlima regra gera1 , tirando-a de t iuma concIusSo , que não comprehende todos, mas só he~i~la g~d/z(!e parte, e m ~ i t o s do^ docui~~ento~ c Escuituriu do$ Cartorior p ~ b l i c o ~ , e particrr/ures do Keino (cuino diz o citado Autor das Observaçdeç pag. 87.) por- que n6s suppamos , que quem deve julgar delles , nao tem os conhecimentos necessarios para distin- guir, e separar o bom do m á o , ci falso do ver- dadeiro ; e nesse caso todos 09 docuinentos esta0 para elle na mesma razão: e por isso, para o juizo critico de todos, exigimos peritos , os quaes vendo-os, e examinando.0~ pelo uso , e grande pratica que sempre se Ihes suppóe, podem melhor conhecer o s caracreres distinctivos de cada h u m ; resultando de suas declaraçbes a melhor das pro- vas , c o m o se diz no Alv. de 2 I . de Setembro de ~ 8 o z . S. 5. rekva~tdu sobre to&s as provas) para a conbecimesto h verdade a avisuak, e proz:erzie~lte dt~ exrzm dos peritos,

AS regres de Critica, qrie o A, refere no seu $. 134. e 139. chamão.se regras, porque se Ilies <lá gra- tuitamente este nome pelos differentes Escritores , qiic as imagináráo: e beni que náo tenhamos. liçáo dos dtlcu- mcntos antigos , e náu possamos por ISSO dar a essas regras o verdadeiro peso, que merecem , coni tudo as pessoas, que fazem estes títudos, as avaliáo pela maior parte do mesmo modo, concordando em que , ou raee regras nSo sb , ou se o 60, rem outras tantas , e mais cxcepç6es , que abrangem novas , e diversas especies , as quaes devem por isso formar novas, e drfferentes regras. Mas h basta o saber esins regras, e prin-

cipins ; he cssencialmentc necessario trabalhar na siia

applicaçio aos casos occiirrentes : hum jiilgador póde chegar a adquirir o perfeito conhecimento do que dizem os Escritores de Diplomatica , e entretanto ignorar O valor, que deve dar P hiim documento, qiie v i junto a huns autos. Eis-aqui o porque julgamos esie nego- cio de provas de dominios , senhorios, e doaç8es por dociirnentus antigos , mriito melindrnso: eis-aqui por- q u ~ discordanws do A. na facilidade de dar credito , QU mesmo p ~ s . 0 , a essas enuniiulivas , a ewas Cronicas, a essas i n r c r i p ~ f i e ~ , a essas a r m a s , e finalmerite a tudo o que nesta ordcni riáo seja priiiieiramente tiem vcri- ficar10 pelo exatnc dos Iiomens entendidos, e que i l i - gso : is!o de vcrdadeirc ; ijto tem ou!oridade. Em quanto assiin rcqiierernos os peritos , não fazemos senáo c<iil- formar-nos com a dicliosição do Aiv, de 2 t . de Feve- reiro de i8oi. to , em que se determina, que no caso de se coiitcstar a autenticidade, au genuina.in~eHi- gcncia ?e algum documerito a:itigo , possh todos os Tribunacs , c Ministros ouvir o Lente da Cadeira de Diplomatica, r s o m a o S E U P A R E C ~ DDECIDIRA'G.

Somos chegados ao ,tempo de faII3i.r da auten- t i c i d ~ d e d a s Escrituras, e documentos, que se aprescntáo em juizo; parque atP agora náo ha- vemos tratado se1150 de sua vetdacie, ou f d s i - d a d e , e cumpre notar, que esta qualidade he hunia cousa absolutamente diversa da sua auteri- .ricidade ; par quanto qualquer Escritura pdde ser f ~ f s a , e apparecer tetlesrida de t 4 w os requisi- ras essenci~es , e formalidades preci~as para se dever repursr autentica , isto he , para ser atten- d i&, e poder provar : pelo contrario vcmos Escriruras , e documentos niuiro verdadeiros, re-

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conhecidos como taes sem hes i ta~áo , que todavia não s50 autenticos , isto h e , náo fazem f i , ou n 5 ~ provzo n o juizo. Em tqualquer ddcumenro ha pois a examinar I." a sua veracidade, 2.' a sua au tenricidade.

Frdgariamos qiie o A. hnuvesse adoptado esta divi- $ 5 0 , oii ao menos segiiisse o methoJo , que della,narce ; e náo que rratasse p~irneirt i (desde o $. 1 2 3 , i t ~ 132. ) da autenticidade das Escrituras , e depois disse no 9. I 34. e seguintes as regras da Critica para se conhe- cer sua veracidade, quando esta questão deve preceder áquel la , pois decidido que hiim dociirnento Iie falso 1

escusa-se examinar se elle fie autentico. Cuma quer que seja, ubstrvamos nesic Itigar, que liuma Escritura pódc ser verdadeira , e autentica , e com tiido 1150 provar nada na qucstio ,.por n50 ter a ella applicaçâo ; em conseguencia ha ainda este exame a fazer á face do documento : mas aqui náo tratamos delle , nem o con- sideramos neste ponto de vista, por ti50 ter ligafão ne- cessaria com a prova.

A bsrte3lbicidddt de 'ckw daft4mcnto h@ o re~ul- tado dus padidades , G requisitos que o devem ucow- pranhnr , e que ra Lei exi e em re~peito dar pessons , f e R'as fúrmas estabeleri as. Huma Escritura pois , feita por official piiblico , para isso deputado, na presensa das partes , assignada por ellas , e pelas tcsremunhas que assistirão , chama-se Escri- tura pública , he autentica, tem autoridade pirbli- ca, merece f& e credito em juizo, e fdra defle, e por tanto faz prova do caso. Logo todas as Escrituras, ainda particulares, que por expressa determinas20 da Lei tiverem a mesma força de

Escrituras phblicas , isto he ,*gozarem do privi- legio de provar os factos ern juizo, tem por isso niesnio a auienticjdade lega l , de q u e precisáo.

Imporia notar neste liigar . qiie na nossa Legislaçáo se dá O tiome de Escritliia 3 quaiquer escrito feito por ofricial yiiblico. Ord. Liv. r + Tii. 80. 9. 6. e Tit. 84. princip. e 5. i . 5 , e i r . : e qiie a Escriiiira pariiculrir, isto he , a qiie náo Iie feita por official piiblicri, se chama ronbecimen/o, ercrila purticrilor. Ord. Liv. 4. Tit. 33. 5. r . AI", 15 . de Novembro de 1760. Cart. de L. de 31. de htnio de 1774. 5 . z , AIr. r . de Agusto de I 774. $. I . e t p m i m : e outras vezes acr i ro rnjo. Regini. de g. de Maio de I 654. Tit. 3. 5. g.: e dlvurá. Oid Liv. 3 . Tit. 25. princip. t $. 7. : e Alt.srÁprivar/o. Ord. Liv. 3. Tit. 59. 5 . r O. e r 5 . : e escrito sinipfer- mante parricu/ar. Cart. de L. de 20. de Junho de 1774. 1- 438

Certos pois no principio de que só Iie auten- t ico o docuinciito , que faz fé em juizo, e que só faz fk aquelle, a que a Lei concede esta qua- lidade, devemos ter lambem por muito certo, e f lra de roda a dúvida , que sd s l o autenticos : r ." o original de qual uer Escritura pública P feita na Nota por Tabe liáo público, ( a ) e i maneira deste todos os auras originaes, e Escritu- ras feitas por officiaes públicos , e com as rolemni- dades que a Lei requer em cada caso, ou seja d e factos acontecidos em ju izo , ou fbra del le: (6) 2." o.primeiro traslado , copia , ou instrumento t i - rado da Nota pelo Tabelliáo, ou EscrivZo, que a fez : (c) 3 . todas as certidoes , copias, o u traslados de originacs autenticos , sendo extrahi-

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dos com as soIeninidndes e cautelas requeridar pel<i Lei, ou snnrio de pcssons a quem ella con- cede fi : ( A ) 4.' r o d ~ s as Escrituras particula, rrs , a que a mesma Lei d i f o r p de Escritura pública, (e).

( O ) Ord. Liv. r . ?'ir. ;S. 5.4. Nesie liigar se iiidi~irtiiáe as s~lernni~latlec grrses , e ordinarirts . cniri q u e se deve f a ~ e r huiria E.acriitirri nas Notas para ter sul*

riilar!e pública : mzs p8de haver caços , ctn que alkm destas sej5o nccessarias outras para a 5117 autentici- d a d e , ou para. provar em juizo, como o inaior nu- mero tlc testemiiiihas nos testamentos : Uril. L i v . 4. Ti t . 80 : a açsignatilra d i mulher nos beiis de raiz : Ord. I.iir. 4. 1'1t. 48. : ii ccHti r l ~ s cartas escriras etn iionie das Camar~s: Ord. L3v. r . 7 ' i t . 66. 5. g, etc.

( 6 ) Qrrl. L i v . r . Tit. 24. 9. r ? . I . iv . I . Tit. So. 5 . 9, ESICS autos asiirn feitcis fora do jiiizci , uii po(\eiu dizer respeitii ri algum processo, oii causa qiic corra nelle , como na hjporhese desta OiJenzçiu, ou alias entender-se com relaçso a casos ~iriiicipiailus de liovo, como eln alguns dos qiie finge a Ord. Liv. 3. Tit. 7B. per cor. Note-sc, .qiie a Lei ás vezes dá au~cni ic i - rtarl,: a e ~ c r i t o s de pecsoas particulareç , sem ser cnn- i r a elles , i s t o he , fazendo f E entre outras partes , c~ isc i :.c tosarin de oihcial píiblico. Orrl. Lir . r , 'I'it. íiz. $. 3. Alv. 25. de Jane i ro rle 1 j j s * 5. L 13cc. dc r . de Dezetnbro dc I 751 .

( r ) Oril. Liv. r . Tit. 78. 5. 17. e segiiintes. Liv. 3. 'rit. 60. Observe-se, qiie 3 Lei conf'iinde , oti toma 5s vezrs na mesma accepçán, irrstrumtnio , r Lscri- tura, O r d . Liv. r . Tit, 7X. 9. 8 , . e Tir. 79. 5 . r;., e qtie igualinenie [lá 0 l1on1c de Escriudo U I I ?'a- be:\150 , ao que escreve nas Noias. Alv. zo, de Agosto de r774. S. r . Proi is. de 2;. dc Fevereiro de 1786. I'roi i$. dc a de Março de 1786. expedida cni utrtude db Llcc. de 24. de J a ~ e i r o de 1786. ,

($1 Grtirltrs jr<rn<ln~ , IPgnr r , c nutcntica~. Alv. 30. de Abri t de 1774. Ortl. Z,iv. I. T i t . 3. $. 12, c Tit. 50. 6. 44

( r ) 0 1 J . Liv. 3. Tir. 25. e Tit. 59. $, 10. e 15.

N5a nos conforrnnmos por tanto ccni a dou- trina do A. ein seu $. r ; j . taír:.benz skd notet (diz e1 lc) que be a ~ f h ~ a / i í - o I L' a io hep~uprimílcni-e S T ~ J - lado ayu~lilg Copia t.xlrabidd dõ 9 ikalo que o Tu- delli20 copiou no se# Livro de Notas. . . . por ser d~cjnla Cópig eexrrgbida de Arrhizto pziblico, qgal o dos TahelliQes : estes t~ans~smpboJ poir , dos grudes o przmeiro be o original , e o regtlndo Aurhenrjco , wüo eatra'o nn cEm.re e censura clt. Pkenaplos, v u l - g o , Trraslado~. Ignoramos na verdade os funda- mentos que elle teve rin vista quando tan to af- f i r m o u , pois até o mesino Rlncedu que cita, e que elle acredita ser o m i e 0 que tem distingaido a que os Dn. cú~ fY~~Cire i? t , diz precisamente o con- rrario na Decis. f4. n." 6. e x e ~ r l p l ~ ~ ~ swwfpturtl . . . gttod A proxarne zlominnt~ õrzginali extrohitgr . . . hoc jmra ~'eriorefli doctrin~w regulnriter jidena aurr facit. Por outra parte a Lei do Reino tem dado a regra em cal caro na Ord. Liv, 3. Tit, 60. 5. 6. a qual , combinando-se, e entendendo-se com as outras 0t.d. Liv. I . Tit. 78. S . 4. e 17. F Tit, 79. $. 6. e 27. Ord. Liv. r. Tit. 80. $, I)-., faz v6r que, sendo mniro digno dc credito o primeiro traslado de Iiuma Escritura , o segundo nada vale, não rendo sido autenticado com a assiscencia, ou ci- taça0 das parres interessadas, e concertado por officiaes publicas.

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Impoc;cnies os Bar to! i~o i por cfluscar n memoria &$

jirri.r/nr que sr haviâa p r r c c d i h , erigirÚo R prrsump~ág sulcdgno , c mrrciji~irur ~ubti(txrrr rrn geniiino i ~ r / c l l ; ~ r i i . cia das Lrir. ( Da Jiifluenc. dri For. sobre a Frliiir~. PiiIiI. p3g. 10.1 Ao cliefe desta esctila tlevenios pois a opiniáo , que iinpiignanios , e qi ie arrastado pela aritn- ridade adopt<iu L'nldar no seii Commctiiar. ad T v p . I iisirum. Emph. et vendit . cap. 35. n , O 49. , e abraçou depuis Mrarr de Execut. Lib. 4. cap. 5. o.' r6. nbo achando aic agora , qiie mais algiim nosso Portugitex tenha seguido o inesmo : c ainda que Mdio Freir. tias Instit. Lib. 4. T i t . 18. $. ro. chama aus primeiros trasladus inais originaes , que iransumptos ; accrescenta logo ei ;&a p/cnc probast; vindo assim a considerallos unicamente pelo efieito, qiie produzem. -- Devemos por tanto haver conio regra, qite 01) systcma da L e i , a N o t a que fica no Cartorio do Tabell i lo lic o i itula primiirdial , e a priineira copia delln o traslado aiiten- t jco , corisidcranilo.çe os outros s6 por traslados de trasla~los , e comti taes sem credito. Assim se cantem- plf ráo na Resolriç. de r ?,. de Agosto de r 399. em re- querimento dos Padres de S. João EvangeIista, aos quaes tendo o Senhor D. J ~ i ç é caricedido a graça de rirprir d

d<fiito de strrm frur1u(!os I jp trarludos as copias c l á q i ~ e l - les de seiis tiiiilos , qiie achirão rlepois do Terremoro, se permittir> finalmente qiie podessem extrahir copias puienticas del les , que trnbi i rirr Jirizo 4 nrrrmo wolar, que 1et iÜ. t aJ t ; tu /os firirnor60es ~ G E v e r p ~ c t i g l o ~ tnlpra- vnmenics c / c . (vid. a Prov.is. i ie 30. Je Agosto de 1799. expedida pelo Desembargo rlo Paço em virtude d b guclla Resolução).

$. too.

Estamos bem longe tambein de concordar coin o A. no seu 5: 124. em quanto, seguindo a opi- niio de Macedo no lugar citado, e n," ~o, , p*

Tece dar fé , e reconhecer auienricos os traslã- dos , que se iirâo dos documentos, ou escritos lançados nos livros de Notas, o s quaes diz o re- ferido M~tcedo , que tem todo o credito : autbea- t i c ~ r n , id est certarm autfrapatarr. Naquelles livros lança-se todo o papel, que se apresenta aa Ta- belliáo, assim, e d o mesmo niodo que elle o escreve em piiblica frírma , q u a n d o se lhe pede r Ord. L iv . i. Tit. 79. §. 28, : e j3 se v ê , que nem eile pdde , nem h~ autorizado para examinar , se o documento he autentico, e legalmente feito. Lsto todos O sabem, porque todos os dias sc pra- tica. 1,oga'que fé , que credito, que autentici- dade pdde dar a hum traslado, o achar-se o ori- ginal lançado nas Notas ? Se este em s i era auten- rico antes disso, devera scmprc produzir-se em juizo para prova, n5o s6 de sua verdade, mas de sua autenticidade; se entio o ndo era, nem mesmo depois o seri+

Com cffejto nenhuma das razoes de ~ j í a c ~ d o prova o que elle diz. N á o prova a semelhanp que quer deduzir das Authenticas de Ji$iniano, porque este nome Ihes veio da autoridade por clle dada á tradiicç'ao , que o Anonimo fez dn Grego para Latim, e que foi publicada no tempo do Imperador Justino II., pois enráa Iiavia pre- cedido I." conliecimento, e certeza da authcnri- cidade do original ; 2." combinaçáo deste com a copia ; circunstancias muito eçsencises, e que am- bas fal ta0 na nossa h y p ~ t h e ç e , porque nem lia

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(em regra) certeza da veracidade do original, nem c ~ n f e r e ~ r i a Icgal delle com o traslado. N i o pro- vão ranibem sua opiniáo os rcxtos de Direito Ci- vi l , e Canonico , de que se serve, porque a No. vel. 127. cap. 2. referida no n." JZ., bem como a L. 2. fl de Fid. I ~ S L ~ C I P M . fallgo em casos abso- lutamente diversos do nosso, e por tanto pa- recem a elle niuito mal applicados : e o Cdp. -h. X. eod. Tjt. suppbe a instrumento examinado ria Juiz, e reconhecido verdadeira; e supp0e tam em

ue he precisa esta cautela , qor etie ser já ve- & o , e poder em ronsequcncia dilacerar se 5 e mesmo então , diz Gregotio IX. eandent rarrtarita- iteTrt pev hoc cum ori inniidrrs Ibabitura. E nore-se , 8 que a q u i não se da autoridade aos traslados per si sd , mas cr/m wigiaalitiu~ , e por ranto este texto confirma ainda mais nossa opiniáo.

Itlanocl Gonza/rs Ttllez no Commentario a qste Cs- pitrrlri d i z , que de!le cummummenta se costuma de- diizir poder-se tirar hum traslado do instrumento ori- ginal , poiém aucrariiace j u d i r i ~ , puriibaspuc ritutis , e Snfgrido d e Sirppl;rn/. confirnia n mesmo na sua P. 2. Cap. 26. n. 60, : na,n i/i&tn >im prsloi niri rtgi~wa/us

frrcrit uutAori~atr j irdii is pctrie citaiu ad i d , rl non cow- iraifitrrife , nrc o p p o n e n t ~ . E iio n,O segtiinte : nec jidrtn

Jarit, aiii constei, ct B P P A R E A T I N S T R U M E N T U M RB- L A T V M . Ora nós não negamos, qiie qualquer pú- blica fórma , t irada com citação , e consetitiniento dos interesssdos , fiqiie depois disso com autoridade pó- blics ; e nem negamos tarnbem, antes asseveramos pre- cisamente no fim da nosso 5 . TOO. , que huni traslado ou pública fõrma em prcseiiça do seu original, tein tanta fé como elle.

A Ordenagáo do Reino determina, que no caso. daNota erdida , aquelle que quizer refor- m a l a , p6de t' azelIo , sendo ouvido com a parte, a que pertencer. Liv. 3. Tir. 60. S. 6. Por tanto se sem citaçáo , e audiencia dos interessados, n5a faz fk em juizo a reforma de hum documerito origina1 , fidedigno, e táo autentico, que náo se duvída delle ; como he possiveI, que o simples traslado de hurn papel, cuja autaridade , e mesmo verdade, nSa foi ainda demonstrada , possa fazer fi , e mereça o nome 'de autentico , só por ser lansado nas Noras por hum official público s im , mas sem citação da parte interessada ? Hum livro de Noras se niio existe , jii existio; se riinguem o v & , jP foi visto por todos ; c mostra-se ate que se-perdeu, e que não he possivel em con- sequencia apparecer este original do documento que se busca, mas na hypothese em questáo pdde atP lansar-se nas Notas: o rheor de hum documento náo s6 falso, defeituoso , errado, porim ainda imaginario; póde ainda existir, e com rudo dar-se ao traslado a fe , que elle $6 me.. rece, faitando o original.

O A,, continuando em seu a stema , adopta E no S. 130. a opiniáo de que as scrituras parti- culares , sendo antigas , fazem meia prova , inde- pendente de reconhecimento, e comprovaçáo : mai a Lei do Reino diz na (3rd. Liv. 3, Tit. 52.0,

Q 2

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que a Escritura privada s6 faz meia prova , justi- ficada por carnparaç5o de letra. (8) @ando ha pois huma Lei tio clara, e iáo geral , n6s náo admittimos, nem nas parece que alguem devcrá admirtir , Iimitaçóes , inodificaçórs , ou excepçóes de antiguidade, q u e ella náo suppoz ,. quer sejão d e setenta , quer de cem , *quer d e mais, quer de menos annos ; e ou as Escrituras c a r e e o , ou não carcçso de suspeira na sua apparente fórma , por- que náo reconhecemos ein ia1 caso outra alguma regra para qualificaçáo d o escr i to , que n5o seja aquella j d dada , comparafcão de letra: e muito embora digáo, ou n ã o , o conrrario alguns Dou- tores , porque quando a Lei patria falla , tudo ernmudece. (h).

(d) Náo se entenda , que as palavras do V.- ou por qual. p r r outra modi par que ~tgclndo direito hc frifu meia prosa, que se achiv na citada Ord. dizem respeito 6 Escritura privada , cuino querendo-sç asseverar , que a justificaçáo della se póde fazer pur compara- $20 de letra , ou por qualquer nritro modo ; pois bem se conhece pela simples l içio do texto , que esta clausula coiGehende na siia generalidade-os exemplos. qiie a Lei priiicipiou a dar no V.'O E di- zrmor ; de sorte que vem a ficar deste modo enien- dido , qrie o Legislador qiirz determinar o seguink: E dizcnior pue rhp f i i fa nicia prouu por humo tdt&ü- nFa ~ t - r n ~rrrptita , que deponha compridumcnte do srsr sobre gtce hr a con~rndu , ou por r rmjfsráo p i ta pela par:^ f i ru do j u i z o , ou por crcriiuyo privada , ou pcr girdqilsr outro niedo pr JUC ' 1 ~ 9 ~ n d u direite hc feira m i a prorui.

(b) N ~ o negamos o respeito aos Autores de boa nota , que derem razbes'convinctntes de seus ditos ; come porém aos Escritores de J~ris~rudericia. se páde ap-

plicar o. que dns Filosnfos da Grecia dizia Cirer. de Divinat. Lib. z. Ca t i . 58, sed nrrcio q.uo mado n ih i l iam aBrvrdt diri potcrt, ptrsd non dirotur ab aliguo phi- Io~uphorum , he precizo ler muita cautela com O ~ U C

ellcs escrev2ráo. N o presente caso porém ellcs dizem com effeito O mesmo, que diz a nossa Lei , porque StriRio nn lugar citado pelo A. Cap. 4. n." 35. , asseverando , que a Escritura particular prova nas

. coiisas antigas, arcrescenta logo as palavras de hhs- cardo : iicr tanrrn con~purota ut umni rartai ~ u i p i t i b ~ i e

fraudis cic.

C A P I T U L O IX.

REJOXÜCS germ.r obre os Tombos dm Corporafh ,;

O S T o m b o s na qualidade de Escrituras, ou documentos , er5o comprehendidos na generati- dade .,das consideraçdes , que acabamos de fazer n o catituIo antecedente; inas eIlas náo lhes são em tudo applicaveis, e importava por isso con- tem lallos separadamente. Se accrescentassemoç por i ai, o que vamos dizer ao que aIi deixamoe escriro, não capariam mos de sacrificar a ordem, u h.clareza : e ainda que restava0 os meios, ou d e supprimir , ou de tratar ligeiramente a materia, +$gamos que nenhum delles convinha adoptar , porque reputamos táo intimamente ligada com o systemx do A- a necessidade de desenvolver este

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objecto, que seria irnpossivel ajuizar, como vtm , de suas opinibes , deixando em silencio, o u menos bem expendidas algumas cousas que sabemos , e nos parece util, e at6 neces$ario dizer sobre os Tonihos.

O nosso A. diz no 4. 166, Eis srcppofiho . . ; Bum Towho feito c~n2 as solemnidudes que rquerem os, Praxistas . . . . c nla supposiç2u de se f u a r Arrm Tombo sobmtw , be qrie VOU D e x p b a prova, qtie elk constitue dos Direiros dominirae~. Nds em con- aequencia caminharemos sobre o mesmo plano, considerando sómente os Tombos regulares, que 'se podein cliãmar modernos , e deixando debaixd da censura dos documentos antigos , e sujeitos ás mesmas regras , que marcão a sua veracidade, e autenticidade, aquelles que n'ao se acharem nestas circunsrancia~.

4. 106.

Sendo, e tendo sido muito frequente o uso das Tombos em Portugal, he bem para notar, que houvesse ainda r30 pouco quem escrevesse nesta materia, aliás muito importante ; e náo pü- dendo os Autores Estrangeiros dizer sobre ella se- nso alguma cousa eni geral, a falta das nosso8: torna-se por isso muito mais sensivel. Confessando que algum auxilio pdde prestar o I ra rado de hi- tZo sobre csre objecto , não todavia dei- xar de notar que, entre tanta cousa inutil gue escreveu, são tzo poucas, ou para inelhor dizer

fáo raras, aquellas de que se possa tirar provei- t o , $ue hum Juiz a quem for encarregado hum T o m o, se náo tiver para o fazer mais luzes , ou conhecimentos, do que aquelles que lhe dá esre Tratadista, náo pdde certamente cumprir seu de- ver como convém, nem deixar de commetter mui grandes faltas.

O inarro Leitio (diz o autor das Observay&s de Di- pjom. Portug. pag, 56.) sf rfpuia o mcshe d o i Juizer do^ % m h r . e todavia a ptzar das suor ?I'+, , nem ~ t m - pre e111 d~rcinpe~hodo o JCU o@cion Este conctito mere- cia elle jli ao Doutor Anloriio Yungrcrue Cobrd na 4.O Parte da Pratic. Judic. Cap. 20, , aonde diz : posto que Lriiüo in prax. fin. regund. n trnfotr doc~i~sirnamentr,

foi mais no ~rpetulalivo do qzre ai pratico.

Concedendo portm que, em regra , todos os zunes que fazem Tombos, tenhdo da negocio

ue se precisio , e reconhecendo mesmo de muito oa fd a dignidade, com que alguns as idêas3 1 se ernpregáo ntste exercicio, importa com tudo dizer, que o methodo quasi geralmen te adoptada riáo&e senão pouco regular, e muito illcgitjrno , em quanro parece difficil , que elle possa deixar de abrir a porra a infinitas accasióes de erras , e de enganos; aindà mesmo sem nos lembrarmos da rni fi, que muitas vezes, e coin muita faci- lidade, pdde praricar-se nos diffrrenres actos, alias muito essenciaes a todo o processo; o que faremos v e r , dizendo alguma cousa da historia critica dos Tombos ; para que se possa fazer hum

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juiza mais seguro sobre o credito que mereceml E corno vamos a pôr em mais alguma luz esta mater ia , desde já protestamos , que niio he nosso intento singularizar alguem , e q ~ e , respeitando individualmente todas as pessoas, que concorrem para fazer isto , que entre n6r sc chama hurn T o m b o , diremos e m geral o que nos parece soe bre a materia , bem persuadidos de que tanto maio r , e mais ant igo he o poder da opini5o , e da crensa a este respeito, quanto mais importa manifestar a sua origem, e resultado. A data dc bum abztso ado be senáo hnma radu de mais pnra elle se devrr jazer pdblico com maior presteza. A injrdstiça n$o be do numero das COHJUS , que ad- qairem por ma ~ ~ Z b i c e dirtito.r ao nosso respei~o. ( Fragmens des Annal. politiq.)

O julgadar que tem de decidir da jnsti a das partes, deve ser O mais possivel a cootenro jellna. Náo basta que elle seja sabio , e recto ; Iic pre= ciso que merega a confiança dos litigantes , e que' ellcs se persuadáo, que nenhuma razão o poderál mover a olliar com mais aFfeigáo para o seu cond tcndor. A conserva@o da ordem pi'iblica exige, isto mesmo , e a nossa Lei constantemente, e sem-' pre que se offerece occasiáo, recommenda a escolha d e Juiz sein suspeita , q u e quer dizer o mesmo em menos palavras. Nemz~lenz voherglat majores nostri: noir modo de existimatiojre cujusqaarn , sed ne pe-' runinrila quidem de Te miairna esse judicem, niri qui intcr aduer~arios convenisset, Cicer. Orar. Prq

cluent. cape 4 . (Veja-se í Ord. Liv. r . Tit. 65: § . z ~ . L i v . 3.2i t . rg. $.i.+ cTit.34. 9 . 1 . )

Nenhum julgador (por maior que seja siia gradua- ç h . e inteireza ) póde pretender , que todos os l i t i - gantes cunfiern nelle a ponto de nenhum o haver por suspeito. A combinz~áo de citeunstancias bem pouca esperadar . i a vezes faz vacillar sobre reli procedimen- to ; c a dignidade e segurança de consciencia , que ekigc o desempenhn d t suas obrigayúes as mais respei- taveis, e tlc maior imporiancia , que se conhecem na - ordcin civil , o constrangem n denunciar-se, mesino qrianrlo iielle ha huma r a ~ â o de sus ei do , desconhe- P $' cida das partes. A petsuasdo d e que sua fraqueza náo hapc ncsie caso triiiiifar de sua probidade, só d& a soa conducta o caracter dc orgulhosa, temcraria, e punível.

@alquer que seja pois ci Juiz nomeado para a factura de hum T o m b o , Ile sempre certo', que seu Emprego se deve considerar extremosamente melindroso , e i m p o r t a n ~ . A resduçdo de dúvi- das rnui ar tendiveis em si , pelas circun~rancins que as a tom anhEo, e pelos resultado^ que podem t e r , he 1 R t confiada abso~utamentc, c-a desmedida .extens%o , que de facto .abraage sua comrn'issáo , niio deixará de parecer exhorbicante ou Srn Silima , ntl em olitra occasiáo: talvez m e s m seja difficil poder suppôr hurn caso , em que huma , ou oiitra

arte interessada, náo repute Iiaver prevençso a R v a r d o dano d o T o m b o , para que o Juiz foi chamado expressamenre. Os Iiomens de ordinn- rlo:'h% se detkrminao senso pm squildo, toca mais refiehelmente , e a pezar de t o

n % P,"

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i.efier&s, as a prencias roma'o muitas vezes o lugar da verda c! e , sendo cuscoso por extremo fa- zer mudar de opinião aquelles , que chegirso a estabelecer huma , fundados em morivos, ,que ou rcaes , ou apparerites náo dzo a suas Suspeitas se d o a importan~ia de mais justas.

N5o podemos deixar de observar neste lugar a genera- lidade com que se entendem as Provisbes de Conimissio para Tombos , n b se reputando pessoa nem cousa ai-

*es deltes. guma isenta da jurisdicçãn e aurciridaile dos Ju i , Youpando-nos porém a fazer as reBexGes que aqui pa- recem obvias. notaremos sõmenie, qiie a regra geral da L e i náo sofre , qiie os privilegiados dr privi\eyios in- corporados em Direito sejáo tirados de seus fõros, e jui- zos por virtude de quaesqiier commisslies por mais am- plas que sejão, E purgue no conceaúe dar rcfcr;dar Com- wirsãt~ ti60 fei n'un. , ncm h: do Minka Real Inrtnçúo, gue os Jirius drIlop, cpmo ~ O S I C F ~ O ~ C S UPI dos Privilrgiador, c pia factildade auocairrria , que por Mim Ihes iSc concr- dtda , rncrpf& m u i ~ a Minha Real Conjunp. da get ss rurrrs 3 ; z o r priuai;~rr, c privi/egiudor , ou rc csrydo naf rntimrr Commirsór~ h u m ~ rtoogu~io rocira dos rgeridqs Privilrgiis , * r Fcáo sempre CM srw vigor . tm gustiir ddks ,!OS < . ~ ~ ~ C S S O e =~ptc;fica dtmgo$i?o : SOU $#r- &da dc o dtclarirr arsim, *para gsrr re nãs proceda W ~ S rum ,a irrr dor ivf:!I;gtncia , E O ~ ~ Y C sc t ~ m Pr?ccPidO rt~irt;rrdP-l % 8 i n u r n ~ i ~ ~ f m c n i r a Orderiti~lio do Reiao , g u t na"# ~ f r e se rnrcnda rtvogada Ordcno$r okrirna, rrm UE dtlla se fa a individual, r trpec@ rnrs,cár. . . . . 6. dc 13. de fanciro de 1780- ( V S ~ R 0 hll* de 1% *Junho de ~ 8 0 5 . )

Qem for medianamente instruido na prática forense, náo.deiurh de conhecer a ciifficnldzde

de osldcnar uniformemente hum processo, s c d haver regulamento, norma, ou regimenro, que indique quacs devem ser os procedimentos do Juiz, e de seu Escriv.áo, as obrigapbes do reo , e os direiios do autor. Resulta d a q u i , c deve reg sulcar necessariamente, a variedade coni que se sabe tem procedido muitos Juizes do Tombo, aeguindo huns o mcthodo que outros regeitáo, e discordando ás vezes muitos delles ai6 nos pon- tos mais esscnciaes. E m qua lque r juizo ha mar- cados os passos que deve dar o processo, que para irro temor or&mes<abelecida p i a .Gk pdde dizer-se, que ruda se faz Q rista das parti&$. '- " i interessadas ; a causa corre, os termos ue sio de sua natureza, r: sobre a c~mpetençia de 3 Ies poucas vezes se diepura; examina-se o que se eficteye; coa- sufra-se o Letrado sobre a pretençã~ do adver- sario, pretenção que consta dos autos com roda a miudeza, e se n i o consta, ha remedio para a fazer constar. Não obsiante tudo isto,p~ocosío-se muiras vezes auros nullos , h3 jrregularidadca no tr&amcnro das acgdes , condenão-se sm buns audi-' rorios aqiiellag nplesriias praticas, ae se respcitãa nos oqtrpr ,, e Cm hurnaplnvra', ?h as causar cheguem aos , ribunaes , e e preciso Juizos r u- periores para ahi Serem ultimadas som regulari- dade uniforme.

I L

Ssperarnos aqui hunia obj ecçáo funhada na provi& da Copriiiss~o , que sc passa a? J$z de Tombo, e n a q ~ a i parece marcar-se-lhe alguma norma, ou regra de ytocedcr: .eiltreiaritu c~mbinando.fe a qi,e se faz

TPW)?~~ com o pile dizem as taeo PrbvisBes, e e cessariainentc se nos %a de conceder, que ou os Juizas

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excedem 0s poderes , que se Ihes dia, e niillo em conrequeiicin o que obráo , OU nas Prnvisbes se n%o especibcáo nem esses poderes todos nem o moao de os exercitar.

O Juiz ordioario de qualquer Cidade, Villa, OU C O U ~ O , he cer to , e permanente no mesino lu- gar : sabe-se a hora tm que comesa a audiencia ; he marcado , e s e a p r e o mesmo o dia della ; conhe- cido (ordinariamente) o official que faz a cita- 50 : que males se n$o deverá6 e spenr logo n'hum

juizo d o Tombo, a respeito d o qual níio podem dar-se sempre aB mesmas occasióes dc regulari- dade ? E que reflexlies a fazer , quando Liuma expe- riencia tanta vezes repetida náo nos deixa lu- g a r para duvidar , que em taes processos esses males náe i 50 senão hurn resultado necessario da falta de observancia dos primeiros preceitos da Justiça ! Digamos porém $ 6 , e reforçando nossos principias, que hurn Juiz de T o m b o nem he su- elto á Correiça0 , nem i devassa della , nem á

kesidencia: o seu Escrivzo goza do meimo in- dulto, e em consequencia não resta as partes se- niio o meio do recurso para as Relagóes , meio d e ordinario dispendioso, e que não cviia certos males, que podem acompanhar a admioistra~Zo da j u s t i ~ a , quando os funccionarios publicos dei- r50 de ser responsaveis por sua conducta.

Nos Tombos d i Coroa o ncgocio procedc muito dif- fcrentemente : porque o jriiz he sempre Iium hfagis- trado escolhido, com graduação propria ; o Escriváo hnm Officid d6 Fazenda , sujei tos aaibos immediata-

menie ao Supremo Tribunal de Coiiselko da Fazenda; ha h u n i Regim~nio.pBblico, conhecido~poi ihdos, que o Juiz deve fazer observar, o o Escrioão cumprir ; e logo qiie S E cfé hiinia, falta, as initressados iabcm to- nhecer eni giie , e podem i i s a t em crinsequcncia dos recursos compelentes : mas nos Tombos piirticulares a cuusa corre de drversq niodo &soltitkmtnte . como te- remos ocrasi5o de mostrar. I

< .

O primeiro e principal objecto d o Juizo do T o m b o be a rnediçáo , confrontaç50 , e demar- c a ~ ã o dos terrenos. Louvados , e medidores c5o. rus t icos , e ignorantes , como d e necessidade de- vem ser homens, a quem falcão os conhecimentos prop"ios de taes occupaçbes , empregãci-se indistind ctamente para assim decidirem d o direito dos in- teressados, e deterrninartm para o futuro a reso- luçáo de quest6es imporeantissimas. Ora a expe- riencia tem mostrada por huma parte , que estas medições sáo tão arbitrarias, e táo incertas, que de maravilha dous medidores v50 achar em hurn terreno a mesma extens5o exacta, que outros dous

âcabáo de lhe dar (e debaixo de juramento! ) e pela outrri q u e , se a natureza náo demarcou porr hurn modo muito' ienrrivel , isto he, .por hum rr.onte , hurn rio ecc., qualquer p top r idade , he quas i hurn impossivei, passado hurn setulo , ve- rifica& , ou mostrar a sua identidade ; porque co- rno ueni a mediçáo he exacta, nem se pdde evitar. que os marcos se arranquem, o u mudem, n e m . finalmeate os signães caracterisricos de que se usa podem determinar com.cierteza a cofifigurãç50 do

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predio , queser achar s e m isso as seus limites ; he querer absolutamente adivinhar. Eis-aqui por- que Iium homem erudiro escrevia a este respeito: TFJUS re núo a p p r e c e algum c m j m imwratavtl , do qual re puna pa~ t i r , e re m r e r m s circclmisi- nhas não felir já as r~ntigos pruprictarios, be i n ~ t i l griere-er d a r , mesmo p o ~ c o mrais ou rwnos , O ver- dadeiro Iugm do terrena gue se bmcd , etc. Cod. de I'Hurnanit. T o m . z. pag. 356. Col. 2,

O que aeab;irnus de dizer hc o que bisa em gèral, sem prctcndcr negar entrctaritu . que por circunstancióis seja possi vcl verihcar sempre qtialquer p ropricdadar., ou porque hc rnurad~ , ou porque coiifina corii estradas, qiie nunca se mudit! , etc. Com irido ninguem duvi- d a r i , de que os termos erripregados ordinariamente na escriiurr h s Tombos, &o mui pouco capazes de r e mover qualqiicr diivida , que appareça a tado o tempo: por exeqr ln no aitio de ia1 há hurn marco, dahi cor& .a dedipct parx o Nor te fazendo cbriw , &pois coria para o Maacente , avnde faz urra , etc.

0 Driutor 4 ~ 1 o ~ i o Yangarmc C ~ 6 r d diz na G U ~ Prut. rud . Pdrr. 4 . Cap. 20. n." 4. , que empre- gam o ministerio de Pilotos com huma bussola , -para a$ d e m a r c a g b , , d e que era encarregado. N5o sabendo que o mesmo pratiquem QS nossos Juizes do Tombo, náa podemos deixar de dizer, que esta falta davc.in$uir mui ,poderosamente para se. mufripiicarem. as erras. , , porque não determi- nam&. na;lmediçáa: as diiecçdes dos ventos senão geloe q u a ~ , pbnres;~carderies , I120 de fazer por. f o r p consideravel differença , pois se dizem por

exempIo, que a demarcaçáo segue para o Norte, quando ella cerre pa'ra o Nornordeste, ou Nor- noroeste , ,oq para algum dor pontos intermedios , de necessidade vem a ficar fbra d e l h grandes por- çdes de terterió,'iiixida ein'mui peq'uenas distan- cias. E posto que 'para o dono dd T o m b o seja o mesmo , por u'ti tvdo Iht fica em casa, n5o he assim para os i?orèiror , e confioanres , visto que se tira a buns , para se dar a outros : e pbde mrsino tirar-se a t odas , 1 reputar-se accrescimo a favor do Senhorio, o que !sd foi resnltado da ignoran- cia , OAI da' mll i~ i?~&. iedidbri ! . , I * I

entendem& aqui por Pilotas os Officiaes de M a r encarregados da direcqáo dos Navios, mas sim certos homens com conhecimentos precisos pata rt- giilar paticamcnte , e por hurn ritodo uniforme as de- rnarcaqdes e mediqóes dos ,terrenos , qualquer que seja sua cunfigiirnçáo , e siiperficie. N e m se rcpuic navi- dhdc o quc cscrcvemos , porque na Lei icmos apoio i nossa opinido. Em çuda Y i h (diz o Alv. de 25, de

,janeiro de 1809. 6. 4.) haeirrii iambcm bsrm Piloto para Medif ões , r Dcmarcafõrs , ri'rifo pela Cnrnr~u , , qual rtruirú p w Ira a*os, tirado a coarpèinitb fie- ~ i t Y d c ~ t 6 * tlC-' ' r J

O ontro abjecto d o Juiko do T o m b o he o ra conliecimento , e a declara60 dos censos, foros, e pensbes , que cada huma da$ propriedades iae- didas , ou demarcadas paga' ao Senhorio : tere- mos ainda occasiáo de fallar subre o inethodo ge- ralmente adoptadcr para levar ao fim &te pro- jecto , e farcmod ver a irregularidade com que se

. procede por via de regra : os. males que nascem i

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daqui s i o os-que peslo principalmente sobre 0s desgrqados Colonos. E m qualquer medição he interessddo o Senhor io , e o foreiro; mas além disso tambem o são. rodos os confinantes, que podem d'algum modo, e i s vezes equilibrar ou

, o poder , ou a destreza daquelle que quizer abusar do seu direi to , sendo por isso menos faciI haver erros aI4m dos ineviraveis; em o methodo actual: porem quando se fazem os. tecontyecirnentas, as confissbes, e as declaraçdes dos +direitos , a luta he s6 entre o Senhor io , c cada foreiro individual. mente ; e ninguem deverá esperar , que triunfe o niais Fraca ,' t leve a melhor o menos poderoso, se a jusrifa 1130 presidir á disrribuis'io do pre- mio.

g* r r s .

Nasce .dplque acabamos de dizer a facilidade, com qiie se introduzi0 na pratica dbs Tonibos

, bum uso, au antes abusa, qtte tem t i do , e deve .rer ronsequencias rnuiro certas , para deixar de se contemplar como Iium mal ter'riv,el pela oppres- sáo? q u e acarreta aos ,miscraveis Colonos , e pelo prejuizo que tem causads 3 Agricuhura. A indi-

.vis,ibilid,ade d ~ s Empraz~rnenros, que a Lei suppóe nccessaria $ sua coris.erva$20 , e que ar6 certo ponto nã'o deiga de arecer qualidade essencial B de suq. natureza., pd e considerar-se alPm disso coma ,jiuina providencia de inferes* piiblico , em quanto. of i rece .huiii 'meio moita poderoso para

,evitar, aqueiies inconvcnienry , que resuIt5o d e lp~rna ;liimitada divisgo de terrenos. Concedendo por tanto ao Colono a liberdade de d iv id i r s, pra-

z o , e ao Senhorio o poder de o autorizar, a Causa Pública reclama, e deve reclamar eternamente con- tra todos estes abusos do direito da propriedade, muito reripeiiavel , e muito sagrado com effèito , mas sempre subordinado á conservaçáo d o todo , e na indispensavel necessidade de se combinar em consequencia com o bem geral da Nasáo.

O amor que todo o homem naturalmente conserva á herança paterna, aguçado pelo de- s e jo n5o menos natural , e mais imperioso ainda de ser praprietar io, influe nos herdeiros huiria repugnanccia Inrencivei a consentir de bom grado , em que fi ue hum s6 o possuidor d o prazo, que todos des 9 rutáráo em vida de seus pais ; e po r isso quando o aforanento he perpetuo, nrissitnas vezes deixa d e ser retalhado em glebas no juizo divisorio, Huns Senhorios , ti50 contemplando sendo seus interesses articulares , consentem mui- tas vezes expressamente na transgressão da Le i prescindindo d o d i re i to , que ella Ihes dá nesta cspecie de commisso (Ord. Liv. 4. Tit. 96. 9.93 ) outros approvando tacitamente, o que náo auto- rizáráo em princi i o , vão recebendo suas pen- abes , achando me! 1 o r isso, que obrigar por huma demanda os herdeiros a encabèpr o prazo em hum s d ; c deste modo de gerafries em gerações s e vá0 dividindo , e subdividindo as proprie- gades , com prejuizo vjsivel da Agricultura, sem pos lembrarmos dos males que resulcãa de trans- tornar a ~ j m A èssenciaimente hum contrata tão cpnbrmt a nossos usos' e costumes..

- s

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N4o temos aqui em vista defender, que sej%o mah uteis OS grandes proprieisrios, e nem que deixe em geral de interessar muito ao publica hum maior nui mero de cuttivadorts : nossos principios tem por fun- damento aqueltes , que for20 adoptados na Cart. de L. de 9. de Jrilho de 1773. , e que náo podemos deixar de considerar em tudo applicaveis á materia sujeita. O intbmo (diz o Seiihor D. José de Gloriosa memoria) que no principio fora boma Cosa acbrt , buma $&ittia , ÇU hurn Caso1 t~nsidrrawtI, ~ U C , con~erv8d#9 na SUA pr;- mitiva intqridadt, $adiam rurteutar Aumn Familia i im drccisciu , se dcrlacerárrlm , aitniquiláram . c vieram a perder-sc utd ar memoriar da que $ram . . . Gegsiiudo-se d9 concurso dr arnloi CSIN uBu19$ incaaurnirntcs , c prr-

jicizoí ,publicrr t.40 grandrr , c t â ~ dignos a5 rwcm &tiia- das, copo s á ~ : Por hum.u pparic fiiltnrcm pura a Agricul- tura tudos rr muiias Tcrrrsoi, qur se rrrblrm pejidos , c rmptdirlos com as murrr , com as vnlador , t com os comi- n b ~ r , c atrnvcs~adouror , qut fazrui infrurtifcror ; rido d

lugurcs , qnc ~ccn&wn ; mos tambem ar uutrus ~onridb- r a v r i i gurfóts do1 Tcrrtxles , qut a c C ~ $ j l jo ~ontiguos : par ourra partc mulrjplícarem-$r tom ar rrruibws , urso , * dcmrirco~Ger dai mtirrmor i*rignifrarite~ Prrdior inaumc- ravcir rixa? , c coniinais plciror , puc pcr/urbaa o !o- C C ~ O . C diminu~m corri futr11Jur , v r s t ~ r i a s , it cudtaI ta snhrtaalia dor Po'vur. . . . .

Estes abusos, 'e estes males, que aeabamos dt? Kr na citada Carta de Lei, e que HBO se devem reputar nem menos reaes, nem menos dignos de a í t engh , ar seu effeita (para outras provjden- cias) Se ac f ar suspesso pelo Dec, de 17. de Julho de 1778. , d o multiplicados e autorizados univer- salmente em o Juiza do Tombo , facilitando*se aos Senharios a owsiZo de haverem seu foro in!

dividua , por meia de Sentenças vulgarmente clia- riiadas de &rtrin~a , qye obrigão huni 56 como cahqa dos muiros foreiros a pagar por todos, de quem cobra depois a respectiva parte. E ainda que pareça ii primeira vista, que a ui náo ha se- não hum procedimento muito rtgu 9 a r , e rnuiro justo, considerado entretanto o negocio mesmo parricuIarmente com reias50 unica entre o s fo- reiroa, e Senhorios , achamos, que mais de hurn inconveniente resulta de taes Stflteyes, e de taes c t l l epr de d~strinfa.

r $, 118.

Concedendo que a indivisibilidade do prazo he hurn beneficio do Senhorio, e beneficio que elle p6de ceder, n lo se nos ha de negar, que dada a cedencia, os herdeiros adquirir50 desde fogo direiro 4 divis5o ; e que o foro em consepuencia ficou partido entre eIles pela renuncia, que se fez eni seu favor. Sujeitar por tanto hurn sd no Juizo dp Tombo, a que pague par todos , e deciarar solidaria (para assim dizer) huma obrigação, que nasce de hurn direito dividido entre muitos, re-

ugna com os principios da justi a e da razáa. b d a 6um h> herdeiros do d ~ e d m jidiz Porbirr n o seu excellenre Truf& de$ Oblig. Tom. r.gag. 283,) w"o ke obrigado d ddiidu se& por $ora parte ; t or- 21i8uriarnentc cada b m detle~ de obrigar o tre- P" +ar a rccebt-r ertd p ~ t e . A em de que , ou o prazo fica dividido de jure, ou náo ; se fica , tan- tas são as porç8ts, em que se dividi0 , quantos ps prazos novos c differenres ; devendo por isso

S a

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fazer-se a cada foreiro seu titu10 de tmprazarnento separado com obriga~bes , e direitos tambem se- parados, e rel.sç6es immediaras entre elie e o Sc- riliario : e se n%o fica dividido de j u r e , o Juiz do Tombo n5o pdde autorizar a divisáo , e a Sentença em que o julga he nulia, e de nenhum ef'feito,

Nrio cessaremos de pUr em parallelo o procedimento, qiie ha nos n m b o s da Coroa com aqitelle dos parti- culares , porpus assim 'ulgamoi deinonsttar rem re- plica. de gue parte se a r i a n j u r t i p . Quando se tratou de mandar proceder ao Tombo do Reguengo de 'Ta-

' vira , doado i s Freiras do Convento da Estrella , achou-se que miiiios rrrrenn estavão (!ir ididos, e sub- divididos sem licença : e posto que por isso , e como bens Reaes ficassem rlesde logo devalutas 6 Coroa, com tudo nio só 4 por Piedade) sc perdoou este com- misso, porém se dtterminou , que todas as porçães de terreno aeiultudo c sirflcirnte, que padessem intitirlar-rc bumofaztnde ficassem prazos regulares, e que as outns par$" ou rorirtllar de terrenos insignt$ranfcr fossem de- y i s da mririe dos artuaes possuidores reunidos ao fo- reiro , que tivesse a maior parte do predio. Regim. r. de Juiilio ~ 7 8 7 . Cap. 4. 5.

Observaremos ainda t por isso neste lugar; que de ordinario se segue o costu,me de se entre- garem de tres em Ires annos estas Sentenças de destrinça a cada foreiro para receber dos outros ; acositecendo por isso i que muiras vezes cahe a sorte em desgrafadas jornaleiros, e que do prazo SISO possuem senáo huma mui pequena parte, sendo obrigados a cobrar dos mais , n5o sem grande incommodo, e perda de seus dias com prejuizw

particular, c do p9bIico. Observaremos tambem , que náo he nossa tensão comprehrnder nas re- flex6es que acabamos de fazer , o caso em que os foreiros , para obtereni do Senhorio consrnti- mento para a divisdo do prazo, se obrigão i g so- lidum ao pagamento da pensh ou foro, parque t e este contrato póde ser admissivel á face da Lei , não duvidamos que produza obrigaggo, Observaremos de resto, que nos parece sempre muito extraordinario, que rendo os foreiros a excepçáo de prescripfáo a favor da divisio do prazo, e nâo sendo possiveI, q u e as Senhorios se considerem a respeito dc todos com igual di- reito para os obrigar ao encabeçamenco d o foro em hum sd, vejamos enrretanto , que.prazos divi- didos e subdividid,os desde tempos antiquissimos , e huns ao juizo familim ersc iscmd~, , outros por compras, trocas, e doaçbes etc, sej5o'havidos sem differença alguma , e com a mesma igualdade, constrangendo-se os possuidores de todos, e gra- duando-se na mesma classe, como se a obrigaçio de todos tivesse a mesma origem,

A suppgca feita ao Desernbnrgo do P a p para no- meaçlo de juiz do Tombo, não declara o estado indi- vidual do direito do Senhark a respeito de cada huma das propriedades , que vai fazer o ubjecro da tumba- qio ; e a& sendo impoisivtl , que algiinr , ou alguns dos forairos tenh5o adqtiirids o direito de prcscripçiii, que ht sempre huma excepqáo Iegi*ima canira raes pre- tenç6es , vemos entrcianm , que q!iando se i rata dc fazer cubqns de destrin~a , $6 tonsiilta a commvdi- dade da Senhorio. E vemos ainda mais , que o com- prador de humr porçâo du prazo, a quem esse Senlio- tis deu e@n~ntimenm OXPTQSSO OU tacito , ,e a quem

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*conhecto já corno tal, vai depois no Juiza do TO& ser involvido com OS outros , contra a q u x s O prece, dimenko pareceria legal.

5. rzo.

Assim se ordena hum T o m b o , e assim se aea-. %a , e assim finalmente se confirma por sentença , dando-se a muito respeitavel autoridade de causa julgada a hum processo, que tanta contemplaçb merece quando he feito conforme os principias, c regras de Direito, e da justiça, quanta he a in- dignidade, e desprezo que chama sobre si , quan- d o elle se procura como meio de legalizar pre- ten des odiosas ! ! ! E para que até depois de acatado se pratiquem a respeito delle irregulari. dades, notaremos aqui o uso que doa Tombos se faz. As merc4s dos Soberanos aos particuia-' res, ou Corporaçbes n lo sb fie50 regiscadas nas Secretarias competentes, mas na Chancellaria , e até o devem ser nas Comarcas : ha por tanto fa- cilidade de as examinar, e tirar o partido conve- niente do seu exame. Os Foraes como livros pu- blicas podem ser vistos por todos, e tirar-se deIles as cerridúes , e clarezas necessarias , e aonde os ha temos Le i , de cuja autoridade náo se pbde du- vidar. Os autos que ge processáo entre quaes- quer parres ficá0 nas Cartorios ; e asEscrituras nas Notas, que são patentes a todos. De Tombos porCm nao ha registo publico : existindo sempre nas casas dos particutarcs , ou'Csrpbraçdes , ve- dados á vista e ao exame dos inreressados ? podem ter nullidades muito attendiveis , ser viciados ou na sua origem ou depois, e com tudo d o he

,passivel moralmente conhecer estes , ou outros defeitos muito essenciaes, e interessantes ao dia reito dos foreiros.

E nem se objecte que , dos Tombos partícu- laree se dão as certiddes precisas, porque aICm de s e n % o darem sem custo, quando o Senhorio des- confia que dahi venha a resultar-lhe prejuizo por r n o d i c ~ que seja, as faltas e irregularidades s6 s e podem conhecer examinando-se tudo, e com- binando-se assignaiuras , datas etc. , e para tudo isto he preciso tempo, e occasião , que s6 ha quando se franqueia sempre, e a todos, o docu- mento sobre que se sup be dhvida. Quantas cer- tidóes se não rirariSo 10s Carrorios, que rio o A. das Qbserv. deDiplom. Porblag., antes de e l k as examinar, e entretanto sd então se conheceu a Falsidade de aIguns documentos? H e preciso 'convir com .et'feito que, dar aos Tombos a na- tureza de processo público , e fazer o seu uso .privativo de huma da8 partes $6, njs, deixa de per irregularidade, ou antes incoherencia mtavel,

,As Provisbes de Commissfio mandh dar o traslado dos.autos de medi~áo , e demarcaçh ao Seahoyio, s a íuem o requer : donde se póde conciriir , que 03 aaitoi principacs .devem ficar em potler de alguem , que náa seja o mesmo Senhorio; mas s erperiencia mustra que quem eiicoamenda D T o m b se apodera do Ori- ginal , a que chama seu ..e aquelk a qirern para o fu- turo convier saber o que 18 vai , ha de adivinhar. Falta- se por tanto & Lei, porqiie re falta á fórrna detcrmi- r ida aas Pwvis6e6, c adopi2-se huma pratica toid-

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t 149 1

opposta á dos Tomlsriç da Fazenda, em wntog casm puantoç $50 : i .O o do Regim. de 27. de Setem. bro de r5r4. Tit. 25. em que o Scnhor D. M a n d determinou , que dor Tonibos das Capellas , Hospi- taes , Albergarias, e Confrarias ficaçse nas C~rnaras dos Concclhus hum traslado : 2." o do -4lv. de 26. de Outubro de r745. , em q u e se mandou que os ~rigi- - do^ Tombos dos C o n c e l h ficassem nos Carto- rios das Comaras : 3." o do Alv, de 23. de Maio. do t775. 8. 7. BO qual o Senhor D. Jose determinou, que dos Tombos das Capcllas 6çasse o tras\ado nas Provedorias : 4." o do Regim. do r.' de Junho de r 787. Cape 25. , que manda guardar nos Almoxari- fàdoç o traslado do Tombo das Freiras do Convento da Estrella , eic.

g, 122,

O que ali> aqui temos dito mostra Coma se +tem feito muitos T o m b o s , que hoje servem de titulo a percepçfto de direitm dominicaes , resp'ei- iradas j á pela posse, e confirmados de algum macio por sentenças proferidas em virtude de certidóes, c docurnentcis, que delles se tem tirado, e que nos Aoditorios correm por autcnticos. Entretanto confe~samos eni abono da verdade, que h a , e tem havido Juizes, e Scnhoiio, , que procederás neste negocio com toda a exactidáo qFe elle pera mirte; e que em conscqucncia náo temos senáo querido inculcar aos nossos Leirores a necessi- .dade de circunspec 5 0 , e critica, quando se tra- tar de julgar sobre Gombor , ou verdadeiramenfc sobre as certiddes extnbidas deiles.

C A P I T U L O X

1 Endo de desenvolver esta marcria quanto seja neccssario para chegar ao fim proposto, cerl con- veniente notar, que hum Tombo he huma des- cripçúo de bens, e direitos : daqurllcs se d e c h r ~ a mcdida , e confronra~áa, destes a natureza, e origem. Hum Tombo pois nSo he mais que huma lembrrnfa do que se f e z , com o fim de ficar constando autenticamente para 0 futuro : c em consequencia tudo quanto ali ue acha escrito. náo merece maior credito depois disso, do que tinha antes de l i se escrever. Se hum auto por tanto foi mal feito. huma mcdipío errada, huma declaraçáo contra a verdade; auto, niedi~áo , .e declsragla iicáo sempre, e cternamenro mal fei- tos , errados, e mentirosos, como eráu antes do se lançarem no Tombo.

RrAecrindo-se hurn pouca na Legislação, que achamos sobre Tombos, ninguem podrri deixar de* v e r , que $0 duas couras differenrel 0 pro- cesso da medj$ao, e demrrcagiio , e o que se chíina Tombo, au relatorio dos bens, e rendsn de qaab

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quer pessoa ou Corporaç5o ; de sorte que , em + g o r , pdde este se r considerado separadamente da- quelle , e nem sempre c o m o scu resultado. Assim temos q u e no Regirn. d o Senlior D. Manoel de 27. d e Setembro de 1514. e no Tir. 25. náo rc trata neni d e r n e d i ~ d e s , nem d e demarcaçSes , ao mesmo rempo em que se manda fazer huin l'ombo exactissimo de todos os bens das CapeIIas , Hospi- taes , Confrarias , e Albergarias. Assim tenios do mesmo m o d o o Cap. r 8. do Rcgim. dos Vedores d a Fazenda d e 17. d e Outubro de 1516., em lue se ordena a factura de ?'ombo de bens, e ren as da C o r o a , sem se especificar demarcaçzo alguma. Assim temos tambem , q u e no Regim. Novo d o s Desembargadores do Paço d e 27. de Julho d e 1582. 5.41. se acha só Provisões em fórma par& ~c fd- =rem kmarca~o'x, e d e Toinbos ncin palavra. Assim temos igualmente, que tanto na Ord. Liv. I. X i t . 16. 5 .2 , , c o m o na outra Liv. I. Tir. 50. S. 2. se mandão fazer as demarcaçóes c mediçdes pdrd depois de acubadas se layarena 120 Livro do Tom- bo, etc. Assim temos em fim , q u e nas Provis6cs d e Commissáo se dii a entender isto mesmo aos Juizes d o T o m b o ; seguindo-se de quanto acaba- m o s d e dizer , que a pratica posteriormente ado- ptada d e considerar hum acto, e hum Juizo unico O medir , demarca r , reconhecer direitos , julgar confissdes , condenar á revelia, e em conrurnacia, e a o mesmo t empo , e no mesmo processa, c livro fazer tudo isto,, e dar a tudo isto o mesmo va- l o r , a mesma f o r p de o b r i g a r , e a mesma naru- reza de couça julgada, he huma pratica introduzida sem Lei (de que tenliaaos noticia) devendo p o r

isso reputar-sc extessiva, c contraria li criaçgo, ou origem das d e m a r c a g h s , e dos Tombos.

Náo podemos convencer-nos de que em ~rincipia se désse a ~ i Tombos 1 impurtantia , que elleç adquiririio depois , e qiic na praticm sc: Ihcs conferi0 gratiiitarnenre; c esiamris persiiadidus de que se enfio elles st consi- derassem corno Iiiim Juizo , em que se dá e tira a cada hiim o seu dirri lu, e no qual dar e iirar se invoIve a poqsibilidade de tantos prejuizus , quaes sáo os que re- stlltâc~ de se declararem perpettiamenie obrigadas po- voayíieç inteiras á satisfaçáo dc e~icargos, que nunca tiverao, certamente se tornaria0 outras medidas de con- veniencia publica , c não se consentiria, que negocios de tanta pandera~áo dtixassem de ser tratados perante as )ustir;as competenies , e as mais niiturizadss. Cgn- cliiiremos esta nota (para nos furtarmos a ulteriores re- flcxóes) dizendo sórnen[e ,. qw ao systema da Legisla- çdu modc~a. .os Tpmbos se repudo muitagi wzea hum mappa . ou des~r ib 50 de bens s6mente : como no a p '11 Instituipio da Eornpanhia da Agrieuliun do boum dc 31. de Agasto de 17.56.~ no 5 . 1 0 . do Alv. de rz. h Junho de rBoo., no Dec. de 21. dcJaneiío de 1775. etc.

R e c o n b e ~ ~ d t i o A . , que não hc era1 e uni- forme a p r a b do procesgo dos Tom 8, os, d. no $. 171. a m d i ~ ohemudu dizendo : Cirzo-se os Fo- reiro.r , jlz' prara se douvare~n em Louz*ud~s ; jd papa dtcdar~~ent as Terraf que pof isr~m , j9 para reco- nhc&eppz 0.r Pmos , e Direitos dominicaer , l-om tos- -tjljndfád & p e ndo cowpduecenh se f a ~ a Jog- va,&& 9 d m ~ ~ ~ # j 2 8 ' d ma rtvetia src, . I30 ' q iít tudo conclui~lios ; que na opinilo d o 9. este he o modo mais ordinario d e se fazerem os Toni-

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boa em Portugal, e que por tanto a respeito dè qualquer que se apresente, náo se póde suppor senáo, que se seguio esta ordem: 2." que todos o s que assim não se acharem feitos, são mais ir- regulares, porque são menos conforrncs a este methodo , que a A. defende como muito jiiridico, pois lhe da toda a autoridade publica. t r i t o , e sokmni~ado assim o processo do Tombo, e confir- mado pw Sentença gera l e final. . . . Jica o Toinbo fnsendo proua como btlm ucto judicial ctc. (S. r 74.)

Nesta praxe porém, que o A. diz ser mais observada, achamos nós hum procedimento, que nos parece atacar os principias da justiça, e o systema das Leis d o Reino , em quanto o fo- reiro revel, ou contumaz, se hii por confesso, procedendo-se no reconhecirnento á sua revelia : Se o seo , sendo citado por ptlalquer aupío pes- soal , ou rea l , ou de qualquer qualidade que Je- ja , for reveI , e nunca apparecer em Juiao por si, nem or seu Procurador ao termo, que lhe for as- $ .fina o . . . . . o autor seguirri seu feito d s w revelia , sem p d e r requerer contra elle , que s mettáo em posse de nenbuns bctzs etc. Ord. Liv. 3. Ti t . 15. Eis-aqui a regra geral, que se deve observar nas revelias : eis-aqui o procedimento, que s6 póde tornar respeitavel , e exequivel a Sen- tença que condenou o reo : e eisbaqui finalmente o contrario, do que se pratica nos Tombos.

Mas diz o A. : .faecnz-se of reconhecimentos á J-ma r eve l i~ . . . . Pena legal do contuínap, . . . . pena jrrsta . . . . o hnver-se por conjisso . . . . (5 . 173.) Vamos de vagar : isto náo Iie razão, ou he dar como razáo o mesmo q u e sc quer pro- v a r , por quanto o que se pergunta he precisa- mente, se a pena da conturnacia he neste caso le- g a l , e justa. A opiniáo do A. não tem por tanto outro apoio senáo as autoridades, quç cita da L. I r. 5.4.3; de Iaterrogar. i n Jur. fàc. o Cq. 2. de conjes. in 6 . O Hobeme~-. aX Pnnd~r t . Exercit. 24. Stvyk. Ils. Mod. Lib. 1 1 . Tzt. I. S. 87. 38.89. (aliás 77. 78. 73.) e a Ord. Liv. 3. 'I'it. 53. 5. 1 3 . Mas examinadas cada huma destas Leis, e doutrinas dos Escritores, que as explicár50, aclia-se á pri- uieira vista, que todas ellas fallão de depoimento do reo aos artigos do-autor , depois da lide con- testada ; caso muito allieiu do presente, e que a elIe nenhuma appficaçáo póde ter pela grande dif- f e r e n ~ a , qhe a nossa litis.contestaç50 faz da dos Romanos : quando porem fosse 0 rnesmo, e iden- r ico , nem ainda assim ficava salva a p ropos içh que impugnamos, porque a Lei citada da Ord. Liv. 3. Tir. 53. S . 13. d i z corn effeito, que se haja por confesso o reo , que não quer responder aos artigos depois da lide contestada ; mas na pratica tem-se entendido geralmeiite , que esta s6 confis- são presumida não basta para a. condenaçáo, e que he necessarin, que o auttlr faça da sua in- gençáo prova mais convincente : licet Judex pro- nrrntiuz~erzt. contunlacenz pro torfi~o., non ideo pptert

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pr~crdcrc nd sentrntinm deJniriuam ex bdt irciirf& muJfèssjor~e , et dec1rratiove ; debet enim caasa .r-ere srros term*iaos eu modo ! giro pracedirs/r, quando ppn qst contynzcsx , et po.ritrosibus rcspondeas ea con- fitetrrr , rrt án prmi hrrbews. SpIva ad Ord. Lib. 3. Tit. r;. 13. n." 7. ,(Vid. Peg. r. For. Cap. 2. n," 18, 19.)

A pratica attestada por Sylou e Pegas n%o podia dei- xar de se introduzir tin Juizo por ser tn~ii conforme 5 Lei do Reino, qac riao consente a condena~50 be qualquer, sem ser ouvido e convencido. A revelia nestã hyporhese he htima pena, c a pena só se impde com corihecirneiito pleno de caiisa. T a ! he a razlo, pofquc a Ord. Lir. 3. Tir . 43. deicriiiin~ em caso idcntico , qiie prtcetla sempre Senteiiça . . . . e se ffir rco , ~ e r á b i ~ ~ i i i l g por c c ~ i f e s r u ~ l o e rce Ibr o autor dttnaridrir. E posto (U c ~ ~ f ó t - m t r C r ~ i t o l a j á o BI hniirr r dita grnu . gut- turnos pus 1 8 - ajri jitJ~adv por jcwtcsp , Desie modo # eeyeerieit ba casa da ;ti~pplica$io em Asseni. de 20. de jiilhn de 1780. o l o só esta, mas todío as Leis pt- iiaes . ainda quando se explic80 palavras p9r r s ~ e ~ C S M U f r i ío = i p $ ~ _ j u r c ~ i p j o f w f n , e outras semelhantes, imporrando par isso ines termos somente o cffeito r 6 tratsçtiia , qtie depois ha ile ter a seiitença; maç nunca querendo d i ~ e r , qiie iein clla , e >em,o conhecimento prciirniiidr de caiisa , que sempre deve haver , poSs& qudquw ser privniio da seu direito,

NRo canfundamos por rsihto as diversas deter- tniaa'eéa da Lei: sobre a canfissiío por conturna- cia ; & mtemoh a diffkrença do procedimento a respeku do caso, em ;ue r, reo lie citado para responder aos artigos depois da lide contestada 9

e aquelle em que rntes della i e lhe fazem per, guntas sobre a causa, P ordem do processo : no primeiro he julgado por confesso, no segundo ha- vido c o m o revei. @is.aqui v que diz 4 Lei : Todo

Julgadar pddr , r dew rni cpvviefo da deW,~hda,. nr Z P S qre ~r lide ~e@ cot.l~e.cbidu, de seu,Oj$cio, ou a ~ r i f & o dn parte fdsw yergntar &partes . . . E pode- ias. 66 connr nagrr , gue r e ~ p o n h o ús ditas pergwtas . pondo.Z4es pena de di~rbeiro, ou bave~- do PUH RBVEIS lbRESENTES , E PROCEDENDO CUN- T R A EI.LAS NO FEITO A' SUA REVELlA, fegufld0 jb'ke e a r ualidde dofiita rcguerer , $8 são quiserem rrtpon e r L p n g ~ n t m , Ord. Liv. 3. 2' Tit. 32. Fica jii por tanto entendido, que ar doutrinas do A. no 9. 173. só dizem respeito d contumacia que se d á , quando o reo náo quer depor aos artigos depois da lide eonresrada ,, c e20 quando elle' be perguntado fdra 'de taes cir- cunstancias, c o m o acontece nos Tombos ; por. que então o mais que s e pode fazer, he processallo d revelia. O co~rrario sería com effeiro opposro aos principias de j u s t i p , e da raz.ío ; porque aùmitrindo mesmo, que elle se tivesse obrigado por hurn conirato expresso a vir a Juizo, e se sujeitasse, no caso dc nso vir , a ser havido por confcsso , e a perder o direito da liberdade na- rural da seu predio , nem assim a Srntenya, que o julgasse era exequivel , sem primeiramente elIo ã c r ouvido, e se &fender.

A nossa Lei regeira mtes contratos como Oppo~tDS $ igisnldade , ?ue deve observar-se entre os que adqvi- rein hum direito , e os que se aiijeitão a huma obriga- ç i o , %= dirtrniw logo, qua~ide nem esse metmo cem

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t r l t i precedeu , mas he só o Joiz quem por sua aniw ridade e niatu proprio declara o reo confesso , e i,, &isso na pena, scm algum conhecimento de causa, e sem elle mais se poder defender , ou ser oiivido dc qualquer modo ? Eis-aqui i disposiçáo da Ordcnaçgo do Reino em o Tiiiilo dor Contratos desaforados. Se alguma prma cm yuaiquer ronirrrcf~ promttirr dur , eu fazer alguau souru a rcmpa certo $08 certa pcnu , c nór , p dando , fizcndg . ou puganada ao dita ternpa qur srja feita axacuçnb EM SEUS BENS, S E M E L L E M A I S SEI C I T A D O . NUM O U V I D O C O M SEU D I R E I T O mnnda- mos , qut tuf Lrafirameirro tirio uslha, posto guc ioga ssri- a tal crnvcnyn reja julgudn por srnitnfa. E <v E SEM E M B A R G O DE T A L C r i N T P A C T O E SENTENÇA , S E N A 6 F A C A S X E C U Ç A C ~ POR E L L A , A T E ' O cnNriehrailo S E R C H A M A D O , E O U V I I L O C O M S E U D I R E I T O SO- B R E ESSA L X E C U Ç A ~ . OrJ. Liv. 4. Til. 72.

Concedendo porém , 9ue neste caso haja hum verdadeiro preceito comminatorio em &ma, como a A. pretende em a nata ao referido $, 1 7 3 . ~ a doutrina, de que raes preceitos nunca passão em julgado, he a corrente, a certa , e a que sómenre se deve seguir, por formar huma regra geral , que n50 rem limitaçao , pois ad'o be o preceito o# voh- tdde clo ruiz, q w f in a Stntpnqa , Re P co~beci- mento cln Csc/~a , a djcl'isczi.r.rão dó direito &.r fartes, c R rlecjsiio que tm resultado de tisdo pro_feree. As excepçbes por ranto, a que o A. recorre fun- dando-se na autoridade de Cocceo JHS Controz~, L$. 49. Tit. 1. 8., nada tem com esta regra, N5o a ratificaçáo expressa, ou tacita do Colono , porque isso não succcde só nos preceitos commi- natorios, succedc em todo e quaIqaer acto judio

cial , que por mais nul!o , ,e mais fncuria! que seja , fica valido, e subsisrente se he depois appro- vado, como no processo sem citaçáo de parte, que a todo o tempo se legiiima , sendo ratificado peloe interessados. (Ord. Liv. 3. Tit. g. 5. 2.1 Mio he tambem excepç%o dizer-se, que o pre- ceito comminarorio passa em julgado, se para elle precedeu conhecimento de causa; porque então já náo ha preceito c o m m i n a t o r i o , nem a sentença que se profere jB he pena l p d , eaa justa do C o # k # r f l & s , como diz o A , , he sim R uma sentença dada em Juizo contencioso , e taes sen tensas en- t r a ~ na regra geral das outras : ista commixratio vim habct setrtentid, si nzodd pv-&ce~~erir C,ZHM cugplitão, ef JUDEX SERVATO JURIS ORDINE, E r AL-

Eis-aqui como se entende a opinião de Cacctr , que cita o nosso A. . (em o nota ao 5. 173.) c eis-aqui como se devem entender quaesquer aitras que appareçáo : tendo-se sempre como regra infallivel , que o prcceito com minatorio nunca passa em julgado por viritide da primeira sentença. E obstrvamos neste lugar, que as palavras de Cocrco, ri previa CPUJ& cogni~iuue d e ~ r ~ t u m tmune t , náo querem dizer, como traduzio o A. , grtundo prrcedeu algum rrnAecimcnto de causa ; isto hc, carrsce cr- gniiienc abrange !i& o conhecimento, que ccistuma haver nos processas por deterninaçáo da Lri , e nau se limita a algum , segtindo diz o h. , porque as regras da justiça náo consentem, que qualquer seja condenado, e pri- vado do qiie he seti por aigum, mas por tpd~ O neces- sario conhecimento de causa.

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Da que acabamos de dizer se conclue sem dúvida q u e , se o preceito comniinarorio do Juiz n5o passa em julgado , nem priva a parte de seu direiro, niuita menos p6de produzir esse resul- rado a falta della o recidmar dentro de hurn a m o , como quer o A. e m a referida nota ao 5. 1 7 3 . ~ e na outra ao t$ 174. ; porque sendo isto rigoro- samente huma prescripçáo da acçáo , ou do direito q u e rem o reo, não sabemos q u e possa ser eeta- belecida sem Lei expressa. Para prova de sua apiriiáo lembra o A. o Simik da Ord. Lir, 5, Tit. 1 2 6 . 9. 3., e a doutrina de Portivgrrl de Do- mt. t i b . 3. Cap. 30. n." 28. que a explica : portm que semelhança póde haver entre hurn procedi- mento cr iminal , em que o revel se acha culpado e condenado em duas instanchs R o r pleno conlie- cimenta de causa , c aquelle de um ,processo ci- ve1, em que o reo he julgado confesso, e pri- vado de seu direito, s6 porque nâs appareceu ein Juizo :' E s s a mesma Ordenaç50, que o A. cita , diz no S. 3. a rcspeita dos reveis e contumazes : E a20 se rozjando con.tra elles c o t ~ s ~ porqse me- re$Üo O O ~ J $ ~gfáo , os a b ~ o l v l . Porque não s e aproveitou o A. deste Si& , que he r e d , pois nelle se d i a mesma razlo de direita, para ir imaginar, e suppar hppotheoes alheiss da questáo? Porque a50 disse com 3 Lei da 'Reino , que não apparecendo no Juizo do Tombo o reo para fazer o reconhecimento , seja processado a revelia , mas absolura, não provando o Senhorio contra e lk seu direito?

( r53 1 Não nM parecem bem as doiirrinas , que o A . refere

em sua noia ao $. 174. , porque sobre tantas p~sses. tantas prescrip~óts a favor dos Senhorios, contra os desgraFados foteiros , qiiar ainda agora mais bzer-lhe5 este grande beneficio de os privar do favor, que a Lei do Reino {Ord. Li". 3. Tir, 75.) contcdea irqualqueri giie he condenada em sentença , dada contra direito cirpresro . de poder em todo o tempo reclamar Jella! !! Uc sorte que por força h50 de queixavse dentro de hiim anno , e pouco importa a regra trniparolia ad agrn- dum prrprtua suni nd excipicndum ; nada. nada disto vale. Passou o anno , acabou- se o direito. E porque ? porque eiiire os Romanos nloguern potlis queixar-se !a descripçán i rregiiiar dos bens- par:, pagamento dos trr+ butos , eenáo dentro daquelle tempo ; sem se advertir por huma parte , que esta incdida era tornada para evi. tar u.prcjuizo piiblico , que resultava da incesreza da descripçio dos bens ; e pela outra, qiie o dano parti- cular n5o se podia considerar de grande monta. visto qiie. fazendu.se o censo de cinco cm cinco amos , se emendaviio eniao tudos os erros, e excessos antrice- dentes.

$4 131.

Para se conhecer com mais evideocia , que hc illegal, não ju~idica , e çub~ersiva.da ordem pdblica a pratica de julgar nos Tombos os teconhecimen- tos dos foreirtnr 4 revelia, ou par conrumacia, basta comparalla com a que se segue nos da Coma ; aonde achamos, que mesmo naquelles bens, em que ella tem hum direito ecrto , e indu* bitavel , porque está0 com pcehendidos notoria- mente em seus Almoxarifados, e Contadorias, se xpandh citar os foreiros , e interessados para vi- rem com seus rirulos , e sendo reveis se proceda a qwuiro ws f r u a até os apresentarem. Assim v 2

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se vS determinado no Regim. do ~."e Outubro de 1586. Cap. 8. E passsdos os termos dos Edi- tos ; . . . que ái~ida nau tivereltt apresemlado pe- r ,mre uds as titulas , ou feitas as diras declara- fões, fareis logo sequestrar OJ f >fitos rEas rendax dfis ditar cousas . . . . até os ~ e n k c r i ~ s das diras louras vos apresencarelrl os ditos t it#io$ . . . . e mw~trando-vos o titulo depois das propriedader se- garcstmdus , ihcs Z ~ a ~ ~ t m e i i - o JequeJtra , .e procede- r e i ~ 210 conheci~ne~~o dos ditm f i t~rl0~ , roino #OS mais guc aos forenz aprescntndos em tempo. O mesmo se mandou no S. 2. do Alv. de 10. de Junho de 1775. pem de que não tow~parecendo os d i ro~ Ceõisucrrios , Enfyteutas . . . . J e proceder a se- queJtro nos d i to$ Bens erc.

1 -

Se aCoroa pois náo jul a bonfessos em contuma- cia , e revelia os seus En f yteuras , quando ninguem p6de duvidar, de que o dominio directo das pra- priedades, que efIes posstiem, Ilics pertence : se ella n"a consente, que seus Tombos se fagáo sem se examinarem os titulos , não os seus proprius , mas or de seus foreiros, para em vista delles se de- terminarem as obrigaçoçs, a que elles ficá0 su- jeitos ; coma quer huma Carporaçio , hurn parti- cular (ci'ios direitos podem ser na verdade muito certos, e evidentes, mas podem tambem não ser aeaáo muito imaginarios, ou duvidosos) preten- der, que se haja por confesso hum reo contu- m a z , e que sua revelia torne legaes , e autenticas seus titulo8 vacillantes ? Desenganemo-nos poie :

se o procedimento que ha nos Tombos particu- lares fosse conforme hs Leis do Reino, se fosse #ma legal, e penla jirsta o haver por confessos os foreiros em contumacia , os nossos Soberanos náo podiáo deixar de o mandar adoprar nos Tombos da Ciiroa : e porque o não fizer50 ,*porque marcá- rão outro menos vantajoso a seus interesses, não se deve concluir senso, que elle he o mais pra- ptio para o conhecimento da verdade, e o menos capaz de sacrihcrrr a justiça.

Póde haver alguns casas, (mas raros) em que o pro- cedimento á revelia não mereça huma tão rigorosa cen- sura ; entretalito n5o julgamos, que o resiiliado de rircunstirncias pariiciilarcs desfaqa rcgras, e praticas ge- mes de Direito, fundadas em principias eieriios , de justiça, e de razPo.

Se os foreiras comparecem, diz o A. no seu 5. 172.~ e reconhecem possuir as Fazendas, e Fa- gar os foros ao Senhorio, esta confissBo assim julgada por sentença, produz o effeito de outra qualquer confisrb judicial ; e conclue no S. ~ g r . , que ainda nbo precedendo titulo para elle, $ca V ~ ~ Q S & e subsfstente a obvlgaáZo de cofitrzh~ir o cutt-

, fessado ao Senhorio, Náo negamos a prova que faz a confiseio, e nem o seu resultado quando he confirmada, dando-se-lhe a aurdridape d e coma julgada; mas esta regra. tem excepçóes fundadas na Lei. E náo he singular esta disposição , par- que achamos haver rido applicaçáo As sentenças de preceito, que for50 excluidas das preferencias

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tra concurso da Real F~zerrrb , como SE cleteamb noe em Cart. de L. de 22. de Dmsmbra be I H ~ , Tir. 3, $. r+. , O que depois se mndatc observas ao Joizo d o concurso entre os pa~riculares , p& Carr. die L. ck 20 . de Junho de 1774. 5. #. ib- : nh btrbmde pará drrr r c f m m A s , p i e a r Dvz- hrc. rq& pdi$m por li f e&. ; c p r sdre os Arti- $ar delk hgja ruhç~úo ch Tmmnbm , q ~ a n d o a$l ptdw &&E ; prps sd podvid fmem a~qfes daar a &ta preferemia i& 8inl;enpat p'&trXdas pm C:a.u.ras ar-&narias , ro#frove~tid,l~ entre aS Pnrte.s ~ M S R~WHIS estw.beleczhr pdas MWbm L e i r , parc ns Caltsa~ da dita mturezs.

9;. r3+-

As duas Leis que acabamos de citar, n5o dei- x50 lugar por tanto a chividar, quc a confissão judicial per si só não he huma prova se)ntirc at- rendivel , e que nem ~mpre sambem merece- rodo Q respeiro de causa julgada a aentença , que a çanfirmuu. E parece com effeito , que as razben desta determinação náo podem ser- outras s enk aquefjas , deduzidas por kuma parte da facilidade com que o erro nascido da ignorancia, ou de outra qualquer causa, póde motivar taes confis- s&s; pela outra a possibilidade de dar lugar ao ddo , c má fd entre asbdevedares , e os fingidos credores; e pela outw. finalmente a mperiencia muita certa da neceesidade*, que muitas veses &ri- ga as p s a m s de. h n l a c'ond5iç50 mediana a sujei- tar-se a cerras col id~endencias , que dellas exige o respeiro , .c comideraçáo de que gasáo oe N w

bres , Ricos, e Poderosas, contra os quzes suas eircunsrancias náo perinittiri20 sustentar pleitos dispendiosos , quando mesmo o seu objecto por ventura fosse muito interessante. ,

Aai raxhs expendidas no 5. antecedente nao são nem imaginarias, nem arrastadas' de princi- pios rcmoros , ~iolentamenre applicados a nossa opinião : sáo raxdes que achamos no spstema uni- forme da Lei , c da prova que reeuita de h a ~ e r e1la por muitas ,. e differentes vezes considetado assim ri contissZo. E seja o primeiro exernyb: la Ord. Lin. 3. Tir. 34. $, r.. , em que o reo he amo- rizado em qualquer esmpo a. provar o engana, com que o autor o obrigou por Escritura pu- blica , ou peraiite testemu~ilias em mais do que na verdadc Ihe devia. Seja a segundo exemplo : a Ord. Liv. 4. Tit. 67. 5. 8. , em- que a simpIes conf imh da devedor he reputada de nenhum mo- m e n t e m :pmwaCIP por &crit.ura lp~b l i ca . Seja o temtiro e~emp lo~ 19 OrJ, Liv. 4, =r. 7 r . , que nega qudpuer aai twidadr 8s confissber , & d e feitas em Jaiao., yuaridoa Umulag5o .se inaroidueia no contrata, xxnfwaade a reo o que na vt&& não 'erd mmvin&a entre rlle e o wter. Seja o quarto h l m m : a Od. Liv.7, Tit. 65. 9, 3 . , cuja hypotheíe~: k a mesma da'.qucr~%ri, porque nefla r e .su~p-Cie O caso do fureiro emprazar a bum Sentiork humi p ~ p t k d s d e , que lhe nás pertein- ce , e eililtáa ugrta wnfissãa he reyutPda hum aime na pwmp da Lei.

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E n5e se diga, que nem todas as confissbeç; de que démos o exemplo sáb juaiciaes, porque nenliuma das Leis apontadas distingue huma de outra conCiss%o : e se a abrigas50 , que dellas re- sulta he n u l l a , como contrariri aos bons costu- mes , 6 ser feita em Juizo náo s torna valida , pois esta q~a l~ idade faz sim huma maior prova, e menos duvidoso em consequencia q facto sobre que recahe , mas nem por isso ella pdde dar-lhe a legirirnidade, que o Direito Ihe tirou. ' A regra da Lei ke poie , que a conhsão errada náo pro- duza effeita , e que o conntente tenha sempre, e a todo o tempo Iiurna excepgQo prompta coa- ara a ignorancia , com que confessriu,

I $9 133-

Pouco irn orta logo, que ú rco confessakst no Juizo do !'ombo buma obrignçdo, que náo tinha : pouca importa que elle reconhecesse no Senhorio hum direito imaginario ; em outro Juizo difierente elle pbde a rodo o tempo (que a Lei permitte) revogar sua confissáo , ir contra ella mesmo expressamenre , sem risco de se contradi- zer , e sem que o autor possa dahi tirar partido algum. He expressa dererrninaçáo de Direito, o que acabamos de dizer, parque assim o vemos na Ord. Liv. 3. Tit, q. 5 . 3 . E poderd ainda ewâ esse maio Jrriso m&r a negdc20 sobre 4 passe, e $sz;er que estava em posse da rowsa, ~e se e#- rei.tdcr a jvkr da posse, por disw que a pos~uio

por mtdiiof F~npds*co~& &&m htda , de que Je fissja carsfm prescripfdo , por towiremil%gZ~ de todo direito, su por ~ @ W R wrra rdmdo de que se pome com direito cjudar : parque sem embargo , que rya em si cowtrnrio , p o d e h h ; f a s r , pois $ue O ~ J U Z Z G S $&o dzve~sos , aindd qne &a. elrt.re ds mcs?pias pas- .soas : cm trazto qae allegrre josra tamdo , porque it mova a revogar 4 Aita C O ? ~ % T S S ~ O , B S S ~ como alZe- ganda ignot-meia cdrada por cama de &irma jus t i mzrzu, gáte bouvt d m-o s ~ l e ~ que possuirs n djtlp cuusd ao b c ~ l p o , qut negau pos~ui-la

N a hypothese em que frillapaos, ?c& ,a, Senhprip tcm iitillu dc scu +minid, nem10 Golo. de seu J$m prazametito , ou obrigaçáo : querer por~anto sujeitalla a que confesse hum direita, cuja origem nenhum deIScs conhece (eiri rcgra) , he querer dar-lhe w c n s i h , a.qu.c affirme a existencia .do que póde sar.hiim* quimera. Ncn omnimodo .cwrf~rsur condemaai ri d b t t rrri mminr -. guip aa i~i rcrum w/ualura I I J P I , inr~rtum Leg, 8+ ff. de confess. A confissáo pois nunca p6de fazer, que o Senhorio adquira hiim direito ,,que até ahi liie faltava : o que r150 existia anres, n8o póde existir depois da con- fissáo , e aqudle que a fez sem a dever fazer, n30 póde

. coiisiderar-se compor rui; c nein inesmu livre de coacqáo. - da notsra,crtamai~ cenfrsriani~ , ut porrit ziihrideimns, qtti de JP i ~ w j t + ~ ; Hit ~ M T D T C i~ipqkrit rrt, alui tb+ ernir . nlirs errorc. , . . hTernò romtra sc dicit , ,risi ali-

. . pua eogeqfu,: Qyint il, deciam. 3 ~4. .

T a e s for& os motivos porque os Soberanos deste Reino jflhais quizerão, que os recanlirci- mentos das segs foreiroa ae fizessem nos Tòmbos .da Coroa, senh ,i.vista das t i t u h de Empraza~

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aento : pois jti aimas (S. r3r.) que se manda pracc?. der a sequestro nos frutos das propriedades, a t t d les serem apresentadas, entendendo-se assim no Supremo Tribuna! d o Conselho d a Fazenda , quantia n d l e s e mandou por Pruvis. d e 18 , de Setembro de IXO~,, que o Juiz do T o m b o do Prebenlia de Coimbra nlPo.#dnrtttjjse Eniiprazumen- ror ou Krcoaht.nmewto~, J ~ D á face de tituios : E he tão certo , o "50 poder considerar-se resul- tado juridico em hum reconhecimento feito sem ser 4 vista do titul-a do contrato, que n o caso mesmo de o náo haver, se tem mandado fazer preliminarmente o Emprazainento , para depois no T o m b o ser obrigado o foreiro a reconliecer. Assim se ordenou em Provis. de 5. de Março de 1778.~ expedída por virtude d o Dec. de 6. de Fevereiro do mesmo anuo , oúriganda a todus as pex.roa.r, gss aos terrenos que Me pertencem , hou- wrtm edtfiadu c a ~ ~ , ou outros qu8esgtrçP edr& NOI , OU murgdo Qgintas a q u e , ~lome~;ffdo-.re Louvedos HLJ fópina de DWirez$o que arbitrcrn P j u ~ t o Foro, q w ME &vem pagar, celebrens Escri- turas de Eapramnzenfo tm f ~ ~ E O S I I P I perprtdio , CUIM Laudewios h vínte#a ; e fafáo r~co#beci~ie;rito #o Mesmo Toirrbo pura plrgarem. . * -

Querer qiie hum reconhecimento sem titulo lenha a força delie , he qiit.rer effeito sem causa, ou effeito mais amplo qiie a rãiisa. Na Iiypothese da Pruvis. & 5. de MarFo , qiie deixamos citada, era incrin- icstavci o diiçito da Coroa ás p.pwed&s timcu~das pelos f fmir i is ; entretanto manda-se que façáo ti tulos , c retanheç50 ; porque rásão se deveri logo ubrar dtf- fetenieinente nos Tumbos dos particulares ? Qiererá dgiicrn qite estes ~ h w mais privHegii do que a F* zendr Real 1

Entenda-se porém (corno ,em conclusáo geral desse Capitulo, e additamenio ao que d e i x p o s escrito atrls em o ~ Q U Q g. 122,) : que, &.que- remos ,estabelecer o ~ i regrd hum pirrhonls in~ absoluto a respeito dw Tombos : que nossos principias por serem geraes não devera6 consi- derar-se, sermo debaixo deste ponta de vista : que nso referimoç bs defeitos , c irnp~i-feiçbes do methodo' que e m muitos Tombo5 se sc j i . . , çgmo querendo inculcar huma possibilidade rrmanstra- d a de outro absolutamente m e l h r ; que não queremos affirmar a urgeacia d e huma mudança, pois par burill .farte r e c o n h e a m ~ , que isso $6 i c faz com tempo, e occasiára ; e pela outra res- peitamos muito a i institui&&S; Que1 nascem de nossos costumes, para descjar vêllas alteradas de repente : porém como em rodas i;e rem intradu- ziiio mais ou inenos abusos, julgamos que em os fazer conhecer nbo se nos deve attribuir outro fim , que n5o seja o de rocurar por este m e i o , que a erro náo tome d da verdade; desr- jando soinenre , qye se o50 perca accasi"a alga- ma & mtlbonr.(~endo' ethnvealeare] este remo, em que rodo o mando ean here ser ps ive l fa* zrr grandes bem, oti gtandes males a sociedade : que fioalaedte quando tratartoe raecs qiieatOes, nunca deimines de' wr em rista, que se os h- rciror sa'o proprieta~ios , OS, &nIier ias ta assim se considera0 ; e que aquelles o não ser iso , se estes 1110 não quizessem pcrmitrir ; procurando tids sempre desviar-nos náo so de ser, mas nem

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ainda de parecer inclinados antes a huns , do que a outros.

A verdade que nas obriga a publicar os erros, fale tas , e irregiil'aridadcs praticadas muitas vezes nos p r b cessas, c juizas dos Tombds , obrig.nos tarnbern a dectatar aqui , que niinca i e devem suppor os Senho- rios concorrendo para isso de proposiror Elles niu as- iísicm a semethantes actos, e pela maior parte niio sáo informados do que lá se faz; sua vonrade seudo somente de que se Ihcs julgue o que he seu , t)áo merecem sem duvida imputaçáo pelas falias commettirtas 'por procu- radores , e agentes qiiasi sempbc zelosos com excesso , quando os interesses de seus cansrituinies nio chocáo com os seus.

- -

C A P I T U L O XI.

'&fyse da impugfiafao que a A. faz a cncla .

Tbese,

S. 140.

L E m b r a m o s aqui o que diasemos na Indro- ducgão , quando declardmos que nosso proposito náo era defender as Tlieses , ou fazer a apologia de sua doutrina; e que sdmente tinhamos em vista mostrar, que o A, não convenceu todas. Nesra Mrteza vamos a entrar na materia..

Tht=.rr r : imPugn~du pelo A. rr. S. 88.

As Doaçoer Regias para -a erern cxecraçra'o devein-re dppresentar co~_firnaadri.s especiulmente de Hei a Kci , de$& o iIti Doador até o actual. Por tanto kuma Uoapão ICe~ia t e m validudc se acaso $e nrostrrar cofi$r- nrada e m f &ma especial até ás ultivmas c o ~ ~ r n z a ~ 6 e . t gwuer, determinarias prlo Senhor Rei D. J o ~ é , erc.

Nesta These quer-se dizer, que o Donatario, sempre que apparecer requerendo a execuçiio de sua Doaçáo , deve apresehtalla confirmada nas ultimas Confirrnaçbeç de Rei a Rei, isto he Geraes, ou em forma rsperifita. O A. responde 1.' que as Cor- poraçbes Ecclesiasticas s6 s50 obrigadas a estas, - e não dqueilas : isto com tudo não destroe a The- se ; porque quando a Lei considerasse ordinarias , e particulares ou d e forma Go>irmuVz as Confirma- ç6es de Rei a Re i , o mais que se seguia era, que a regra geral da These tinhs essa excepçáo, mas por isso não ficava menos, antes ficava mais re- g ra geral. Responde 2." que SQ procede entre o Rei, e o Vassallo. Já mostrámos ( 5 . 70.) que procede corre todos : t accrescenramos , que exe- cutar-se huma Doaç5o sem se apresentar, nos parece imaginario, em quanto o A. n'ao explicar como isto se ha de fazer praticamente. Respon- de mais 3." que sd o Procurador Regin póde objectar a falta de confirrnag50. Tambem ja mostrámos (S. 76.) que todos tem este direito :

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c o A. a inda n5o mostrou, que h u m a Doaçrio ndo confirmada sejaDoaçáo, e em quanto o náo nlostrar n$o tem coiivencido a These nesta parte. Kes- ponde 4.' que náa sci por Zloaçbes , mas par Fo- rae4 , Srntençaç , e Contratos etc. se podem pcr- cebei. direitas dorninicaes , e Reaes. Mas isso qiie tem com a T l iese? Que possáo, que não possáo receber*se esses direitos , e por esse modo, daIii n5a se segue, que as Doaçdes Regias para terem exccuçio náo precisem de se apresentar confirmadas , que he o yonio da quesráo : e como ri A. nio provou isto, 1130 provou nada, niio con- ,venceu a These.

Ainda que nos parece haver inostrrido siifkiçnte- mente , que hiirna Una550 nPo confirmada i150 sb d o he D o a ~ á o ( 5 . 6 t . 74 75.). mas qtic iodos tem direito de Ihc objectar essa f a l t a , miiito mais attcndeiida-se á eapte9sa determinaqáu da (3rd. Liv. 2. Tit. 4.5. i. 34,

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aonde ge diz, que os Donatarios náo posráo pgr via- nrirn nlfumo levar cm luos icrrar mais f i r a $ , tr iduios , ou 11;rti iob dor prtc I ~ C S por sunr deo,cErr POR NÓs cON- F I R M A D A S . , . . fgreni oici~rgador . . . . jiilgamos entretanto ( porqile aqiii se tornz a .fallar na materia) rt invrnlente reFerir a npítiián de tiuin Escritor , qi1e riiiiitn merece a approvaçsri rlri .4., e que esperamos por i i s f ~ elle re3peiiará. nu(lidudt= dc hirni rifrrla vem do Lci , que probibc fazer ctrinr [duras , P quc rirririra tjulio o que ~c prntilor ciii csnrrnrio. . . . . A tiuili~lade qttt resulta da prahibigGu nrrtr cosa li8 ed~o iurn , por- guc a Lt~i rerirrc canrinrinmcn/~ P prr si mcjmtc no nclu . ~ I I C t i /u probide . . . esta trullidude p6de ser al-jectnda nás J ~ F X ~ I ! ~ pela partt psíblico , mor m e TODA A ctl n LI- D A D E DE P E S S O A , S E M XUe' SE LHP. POSSA UPPOP QUE E L t A SE P R E V A L E C E DE H U M DIKEITO DE TGRCEIRO eic. Duwd iir Chnraage T r a i ( . drs Prc- ~c, . ipi , Par!. t. C h q , 8.

Tbese z imjugnadu pelo A. lu $. 90.

O Donerlario núu rerede peh JL~giu UuqijO con- firn~adtz msa%s Dirriros do que errer zndividuaes , de que o Rei Doadur estaun de posse uo t r t n ~ u da Dera- j.20 , C& Bed. P. 2. Uec. 95. do PI: 5. por diaptte.

O A. responde T." que para provo, de que os bens $20 da Coroa basta a asserçáo do Rei : 2." que a obeervancia , e posse subsequente do Donata- r io , he a melhor prova da que , e do quanto era do Rei Doador : 3." que se entende dozdo tudo, quanto s e comprehendc na generalidade da Doa- çáo. ' tMas todas e*ras tres razões em que con- vencem a These ? Trata-se por ventura aqui do modo d e provar a natureza dos bens Reaes, ou da Coroa ? Se n6s entendemos o que o A. diz , todo o seu $. 90. parece-nos antes huma exposiçáo da These , do que irnpugnaçáo della , ,porque l ias rres razijes elle f i z ver quaes s5o os direitos que tem o Rei Doador, e por consequencia aquellcs que competeni ao Donatario : e para convencer a Tliese era preciso de necessidade provar, que a Doaçio transferia nelle direitos , c acçbes , que a Rei n i o

. t i n h a ao tempo da Dsaçáo; e as razóes do A. não só não prováo isto , mas antes provão o contrario: porque ge o Donatario adquire esses direiros para si., e como particutar, isto niio nasceu. da Doaçáo, e por tanto nada prova conira a Tbese; c se elle adquiri0 esas cous?s coma Doa~taria,.

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e para n Coroa , Iie porque esse direito delia Ihe veio , e lhe foi transferido com a Doação, e isto Iie o que diz a Tliese , e em consequencia. o coti- traria d o que o A. quiz provar,

N o systema da Lei será sempre difficil , por náo dizer impossivel , defender a doutrina contraria da These , coiisiderada no seu verdadeiro espirito , pois r120 siippomos . que se devi0 admirtir muitas cxcep~óes á r g r a geral estabelecida na Ord. Liv.-a. Tit. 57, Porpite em tal rosa o i r r r n , r D;reitos pnrsarris nputlle dl for& d ~ u d t 5 , N A M 4 N 6 r R A EM QUE A ELREC - T I N H A A O T E M P O = e L H A D E I ] . Assi~nmesmoacha- mos adoptado este principio em roda a sita genera\idade iio Regim. de I . de Juntro de 1787. Cap, 6 . , aoiide sc esialieleceu r o i rcgrn , que no caso ile coiisolidação podesse o Conveiito da Estrella (Donatarinf adquirir. porque adquiria para a Coroa , concitiiiido-se com as terminantes palavras. J? mnir a Doa+ Regia do Re- gwrrgr faz que 5, Crnwtni t Doaa~ario porsa ptrrcher 10- dar g j rrrtdar , ia!srtrwr, e cumrnodidrirlcs guc a Garoa haveria de ptrcrbrr dii dito Rcgutngo , I r o náo tivcsrc dgado , devr a Real C~noenta Donatario fazer ar ditos corirolidrsgóes Jc h n m Jnininio rotn outro , cgozur de f o r l a r as vata/agent deilar.

These 3.- inzpupadrg pelo A. nos $5. 32. 93. 94.,

fl20 póde exigir o Donatdrio outras encargos; olr pe~s6e.r , que n& ~ej.50 as espres~ndas pelo Frr- ra l , orr Regia Doafko. Igrrraliriepate nino pdde mn- dar , al~crar , ou comerter em 0atm.r encargm , wse$ pircargos primitivas clo Foral, au rlrs Du~fZo. C&dr p. z. DCC. 109. & 1.13.

A isto respende o A,, que tambem por Sen- tenças , cornposi~8es , e prescripç6es se podem receber direitos doniinicaes. E ainda que nós mostrámos já noCap. 3., que esta opinião se deire entender com a censura, que ahi lhe fizemos, julgamos com tudo necessario desenvolver aqu i mais a materia qtranto ás sentenças , e coinposi- ~ d e s sómente, por nos parecer que sobre pre- scripções nada há que accrescentar. Antes porirn de passar adiante cumpre notar, que n8s enteti- demos por direitos Domjnicaes no sentido em que falia o A. no S. 92. e seguintes, aquelles que re* cebem os Donatarios da Coroa, porque isso que- rem dizer as OrdenaçGes, que elle cira; ficando assim fóra de sua hypothcse , e crn conscquencia da nossa. os direitos dos SenIiorios particulares.

Jii dissemos no S. 27. e seguintes o corno se devem conceiruar as Senren~as , de que faIla o g. 34. e 35. da (3rd. Liv , 2. Tii. 45., que o A. cita novamente em o seu S. 9 2 , , e julgamo-nos em consequencia autorizados para concluir agora,

ue taes Senrenfas (ainda quando se ' mostrem ) 9, nao sáo capazes de revogar a Lei d o Fora i , e nem mesino a Doação (g. 49. e seguintes, e 6.84.) e , náo o sendo, fica obvio que o Donatario náo poderi p~evalecer-se dellas quando quizer rece- ber direitos diversos daquelles , que os referidos titulos declararem ; e como a These diz isto preci- samente, e o contrario disto h e , o que se quiz demonstrar com os tacs g$, 34. e 35. he evidcnte ,

Y

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que a resposta a nio convenceu. E muito mtnog a convence reflectindo-se , em que essas mesmas Sentenças que O A. suppGe, nunca &LI attendiveia senzo em falta de DoriçOes P Foraes, como expres- samente se colhe do referido Cj. 34. da Ord. Lív. 2.

Tit. 45. aonde se diz : ue aempw si, aempor outrem or vndaéira izguma ? levar em SUIF terra^

mnis oro$, tribu~os , ou dirtifos dos que Ikes por poJsuiap ~onçbes . . . . ou POR FORABS OU SENTEN-

$Asmetc. por maneira , que as Sentenças não vem aqui para revogar as Doaf6es , ou como queren- do-se dizer, que devão prevalecer a ellas achan- doese contrarias, mas sim , c unicamente para mostrar , qFe na faIta de Doaçóes e Foraes as Sentenças sao hum titulo bastanre, para a per- ce ção de direitos, e exercicio de jurisdic~ão.

eja-se o 5.25.) oP Escusamos de repetir aqui a intelligencia , que na

1. 27. t se uinres dirnris ao Edito era1 do Senhor D. Alfonso fv. , de que falla a Ord. Éis. z, Til. 43. 5. 6. , e apenas julgamos necessario lembrar , que s u p posto pareça haver sido seu objecto sómente examinar. e providenciar sobre jurisdicç6es, com tudo temos bastante motivo para acreditar , que se estendeu a di- reitas, rendas , e regalias , n h $6 por não ser vetosi- mil que conhecendo-se abusos sesta materia cllcc dei- xassem de se remediar , quando o prejuizo da Coroa, c o zelo do Monarcha nao cra menos fundada neste rapo ; mas porque na Carta de Doação , que vem na Ob~a blcobaga iliurrrada a pa . r78. , com a data de 6 de E i m b r o da c r i de r c ~ ~ % . diz o Senhor D. P h dto I. , que Elrei D. AFfonso lV. seu Ri mawdúra famr :dito geral , rm o qual rdiio era cont&~ud~, 4116 10- $01 aqircllrs que bosrvrrscm rauiar com hanru~.ou ALGW- MA ~ u ~ r s w 1 c ç r 6 virrítn mostrar prranrr rlk etc. Osa

couio comprehcndia içençáo de jurisdicçjo Ord. Liv. 2. Tir. 48. , e honra rc dizem opurllcir renduf ~ i i roncerjbs puc Elrei Jhc foz rrn rousar rcrtur . . . . asrim como TO- D A S AS R E N D A S DF A L G U M A VILLA OU CASTEL-

etc. Tem. r . das Mtror. de t i i t rr . f'orfvg. pug. .r t I .

Quando em nossos $5. 27. e 26. fallanies dc contratos sobre a percepçáo dos direitos Reaes pelos Donatarios, deixámos de pensado alguma causa para dizer aqui , a fini de inosrrarrnos mais imrnediatamente , que as doutrinas do A. não con- vencem nesta parre a These , e Iabórão , segundo nos parece, em hum equivoco, que importa muito manife!tar, pbrque fundado no falso principio , que elle apresenta da possibilidade , e legitimidade de taes contratos o A,, dando-os lago por verda- deiras, reaes , e existentes tira grandes consrquen- cias a favor da immemorial com que quer jusriri- -car tudo. Assim o pretendeu nu 5. 27. aonde se acha: Por i s to be 4rre a Ord. Liv. z. T. 33 . S. I. poem em arallefo Furcsl, ov Compusigüu; e ao 5. z. Fora/, dmPosiEdu , <u porse imtnenorinl rtc. Assim o pretendeu no 5. 96. aonde disse : Temas oisro (5. 9 2 . ) Okdenq6e.s admittindo Contracros e Sentce- fus . . . Assitir a o S. 107. aonde deixou escrito . . . algirrna Searenp contraria , ou algum #ovo ca916~"d- cto , que- a Ordch. nau rcprwou , antes prrwtittio de fgrr4Po. Assim finalmente em o 5. I I r . aonde concluio': logo r0 immemorial'dr t re~ secwbs., p e faz, yre~unlir ~~~tpoos Tjt~ IOJ de conrrrccoJ etc.

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Mas ue taes contraios sobre' direitos Reacs stjáo pro I ibidos aos Donatarios , prova-se clara- mente pela disposição da Lei na Orcl. Liv. I . Tit.66. 5, 2 2 . , em que se diz: B &firtdeilios a todo^ os Juize.r, e O_ffciaer , t povo das Cidades , Klhs , e igglares de nossos Reinas , e SenhosiorPos, em gge al uns Fidalgos, oa Senborcs terras tcihlão de &J rendas , e Direito$ da Coroa , q uc sobre ar ditas rendas, e Direitos #do fapto corrc e4k~ con- certos alguns , nem convenças', rtem aceitem deiler obre isso graça , Nem quita de cosrsla alguma ,, sem sossa special uutboriddde, E com esta disposi- 550 concorda em seu espirito, e providencia, o que vemos na Ord, Liv. z. Tit. 45. 9.34. a r=- peito da arrecadaçáo dos direitos pelos Donata- rios, a quem se prohibe alterar o ue consta das Doasdei, Foraes , o u Sentenças : %tm fafio por modo akum iiam~açiu .digam, CoMtrrZ O g ~ e dita h e . . . . .

O fundamento da opiniáo do A. he unicamente a Ord. t i v . 2. Tit. 33, 5- I . c z., pois ainda que elle cita em seu 9. 92. o Tit, 45. g. 3 4 a c 35. v$-sc bem, que ahi r150 se falla e m composiç5o , ou contratos: Aquella citada Ord. do Liv. 2. Tit.33. 9. I. &o admitte raeis camposiç\es sobre direi- tos, e nem. era poisivel , ue assim as admittísse depois de as haver proKibi ! o no's lugares que rc- ferimos; e da mesma li550 do texto se conhece,

que a tal composiçáo de que falla este 5. I. diz sómente respeito á quantidade de alqueires , de que devia constar o rnoio,para o pagamento da J u g d a , o que com razão podia ser object~ de conrtato, attendendo j. diversidade com, ue em 4 muitas partes era uso e costum~;ãazet' aqua.hrna- dida. Accrescendo mais, ; que ahi mesmo ' em coinposiçáo com os Donatarios, que a Lcj manda attender he sdmente tendo o CONSENTIMENTO ,. E A P P R U V A ~ Á O KÇGIA, termos' cm que 1180 se pode argumentas com ella pay;lbs oiztr~* contratos , de que se l ambra~o A., e que%upp&~,legah-~~enbp pos- siveis , fára da caibo de appripraçáo, i : :

6 . . . ~ejx;remos de hMar aqui do 5 . 2. 2. T,it. 33.

~ U P O A. cita, porque a ~omposiçáo.$e,~gue aQ r= trata , não hc' igualmente sobre' os direitos' Rcbes + Jugada , mgs sobre d n)adb d e os' pagar ;i8 qde +era posmvel -haver com effeiio va'rkdides ! qut'hbib influiiido e s s e w i a h n t e em a natureza do tributb., podis'o rdr objecto destas convençóes filhas ordinariame~re dc cir- cuiistancias locaes , visto que em humas partes póde ser menos oiieroso ao 1.avrador o pagar no ctliciro, do que em outras.

5, T48t

E m o 5. 94. assevera o A. , que'na Ord. Liv. 2, Tit. 3 5 . S. 25. n5o se aega ao Donatario a licença de fazer aforamenros , onter se lhe ~ ~ p - 8 ptrnijt- tida ; mas as palavras da Lei náo cons'entem, que se possa dkfender esta opiniáo: m a n h (diz ella) qHe os Donatarios nEo fie,rsem t a e ~ co~ftraCtu~ SPPÍI spe- c i d auzboridade skru; Ora se isto náo he huma defeza expressa, ,e clara de aforar sem licença ,

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tbtáo que s e ~ 4 na opinizo do A. liuma Lei prw hibitiva ? De que termos, de que palavras deviz ser'vir-se o Legislador, para mostrar que sua von. tade era .prohibir os aforarnentas , que elle náo autorizaese? Diz .o A., que anres se suppbe per-

.m3ttidos a06 Dorra~arim estes aforamentos , que- rendo talvez + que isso mesmo importem as pa- lavras do V.'" prqw cowform direito raes com- trdctor zrád &i& d ~ r a r mais , que a . merce frif a s d t ~ o ~ a # a t i u ; as -wgras .com tudo de interpreta- ção iegeit50 ewat i jntelligencia , porque naqueHa

.Urderias50 temos a. Legislaçãd cstabelecida na prohibifão absoluta- de aforar sem licenqa; mas porque era possivel praticar-se o contrario, fin- gio a Lei a hypoihese no V.'" e sendo feitm scm ella , determinando entáo, quc náo fosse H]-rei obri- 'gado á p ~ g~xurdar, e conclue dandp como razão, ou fundamento ,. o que se escreveu na V.@"or ue rortferme r dirpito ttzu i o ~ ~ t o ~ niio d t v i i ~ b- *ar efre

A inielligencia que assim acabamos de dar h Lei , he conformt ao que se diz na Oril. Lip. 4. Tit. 41. , aonde se siippbem Donatarios com poder de aforar , c em conscqriencio os outros sem ellc. Hc ainda con-

forme esta intelligencia ao Kegimtnio dos novos Di- rc i t~s de I 1. de,Abril de r66t. , em que se declara Qs que se devem pagar : Dor 1;crn~as qsic dcfrm Para &firarem , tracnprm hear da Garoa OIC. H e , e finalmente tambem conforme f disposiçáo do Regim. de r - de Jl i -

nho de r787, Cap. 7. em que se diz : ggondú 6s Adnii- A ~ J / , W & ~ ~ S d~ Real Ciinucnt~ Dontifaria niío porefa cgn-

uciirnfe cosierPiurtm i r Prazor , que sr con~rlidurtrn no Re&ue?gr LHES CONCEDO TODO ri PODER P A R A wÓ- V A M E N T E OS OMPRAZAREM c t t , , disposiçán, que c!- mo as antecedeiites, prova bem , ainda que a cnnrruri*

rcnru, rer p;craf a regra dc náo. E poderem crnprãzar sem Iiccni;a os be3.s da Criroa,

E se assim náo entendessemos a Ordcna$Ío, seriarnos obrigados a confessar, que o Soberano approvava o meqmo que prohibia , e que na Lei em que marcava huma regra de conducta a seus Vassallos, os autorizeva para praricareni o can- trario precisamenie. Ora quando taes absurdos se seguem de huma opiniáo, nada mais he ne- ces~ario para mostrar, que t l l a he perigosa e ar- riscada. (a ) E n o caso presente não haveria só este absurdo : . porque admittindo m a m o por mera abundancia , que o Soberano autorizava taes con- tratos em quanto durasse a merei , nunca elles se poderião considerar de aforameoto ; poisque a Ernphiteusis por sua natureza he perperua , ou em certas pessoas, e em consequencia vem a ser huma quimera jiilgar posrivcl hum Emprazamento , que durasse sb em quanto dura a mercC do Donata- tario, ou em quanto fosse da vontade do Doa- dor. tb)

(a) Para acabibar de mostrar plenamente , que a opinilo do A , he contra as Leis do Reino, transcreveremos aqui as palavras dp Alv. d t i r . de Agosro de 1800, Accrrircndd, qrtc cftando 8s Mwirad~s dar Oi.dt#~ &i- das $rrpttuatntntt ri Groa deriir Rcirrot, dnieriri nrr Afnrum~ntos scpdr.rc o a r m o qac ja observa t m os Aforumtirtor f i i ~ o r )elas Danuinrior d t~ &ria , QUS NA^ P O D E M S E R VALIOSOS S E M SEREM CONFIR-

M A D O ~ eic- Com este Alv, concorda o outro dk 27, de Novembro de 1804.~ que coocedendo ao 5. I&

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os afaraintmios dos bens ineiit tbs da Coroa até dez gciras JM dcprn~lcncio de Provisiia de Liccrign , ou df rgnfirma~úo, veib 3 deixar mais demonstrada, e mais recommendada a regra, oii prohibiyãn da Ord. em contrario ; coafornie a qiial , e G r l t deste caso, temos por certo que iaes aforainenios iiáo valem.

(1) Reconhecemos, que naOrdenaç50 do Reino se siippu- nhio contratos de aforarneiiio por tcmpu certo de dez annos . e dahi para cima : esta Legislacio com iiido acabou , e quando não tivesse acabado, nem por isso - ficaria mais segura a opinião , quc cons'iderasse pos- sivel hum aforamiinto em quanto durasse a mercê do Donatario; por quanto podendo esta sdrnittir a dti-

ração de huma hora, o11 de meiios , seria irrisorio o pretender, que aqui houvesse hiiin verdadeiro Em- prazanienio na censura de Direiio , n3o podendo por isso deixar de se reputar de huma outra riatureza , e em consequencii fóra da qliestáo o coiitiato , qite o Douarariu faz com o Colono, i qiiein concede assim temporariamente , e sem licenca Regia n cultura das terras da Coroa , que possue.

These 4." impugnada pelo A. á.10 S. 9 ~ .

Os Manivbos , Moatados , e C#vtipos itlcultos , stna se e~atpndem doados, sem ec~prre~.sissimo merrfün dtE1t-x na Do~@o ; e laes Maniabos', ~ Z O E ~ U ~ G J orr Campos incultos sla'o rrt.putahs pertencfrem 80 Po- v o , e constítrrirem Baldios, e Logradoums do mestio Povo, G'ubed. DEG. Suprem. Sevat. P. 2, Dec. I rz,

O A. náo teve em vista como diz atacar esta These, inas declaralla, e limiralla : porCin se a

sua declara@o , e EimirúfLfo consiste em haver pre: rendido mostrar na nota aa 9.47. a possibilidade de adquirir os maninhos pela immemorial , tcmbramos aos nossos Leitores, que a doutrina contraria só he a cer ta , e a verdadeira, como provámos no 5. 5 3 . , e accresccntamos agora, que n io sabemos concordar, o que o A. diz na citada nota ao 5-47. , admirtindo nesre caso a immemorial , com o que elle nos deixou escrito no fim d o $. 45., aonde se explica assim : e menos dos Maainbos secprE privikegi~dos E NUNCA TRANSMISSIYEIS SEM ESPE- CIFICA DOA çbo segur~do o f6eor da3 ordenupíer ci- taclds. Ora Maninhos nunca transmissiveis sem doaçno , e Maninhos sempre transmissiveis pela iinmemorial sáo cousas contraditorias, ou que ao menos o parecem.

Os Tombos asti os das Cmpora gões Religiosas ; e rcus Livros de d acumeatos wCo 320 aofherrticos , wrm tem fé, se figo forem tsxtrabidvr por hi'otare'os pzib1ico.s , c bnfados aos diros Livros pelos d i m Nu~dr ios d z l i ~ t a dos D o c ~ m e ~ t o s , Escriptwm , os DoufÓe~ Originaes etc.

A materia desta Thesc fica comprehendida na generalidade das doutrinas , que cnpendemos no Cap. 8. , e por isso f6ra d o nosso objecto : pois quando traiiaos dos Tombos ( 8 , I O ~ , ) logo

z

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dissemos que náo tinliamos em vista os antigos , ,e sómente os modernos , ou regulares, porque o A. o disse tambem no seu 5. 166.

The~c 6.- impqwadu pelo A. nos $5, I 4; r 44. '

Os C ~ r t z d a ~ i o ~ , otb Tombos de Ductrsneaos , co- md o Censual dz Si $0 P O P ~ O , a Livro'Preto da $4 de Coimbra , o Livr*o d0.r Tesramento.r du Mosteiro k Lorv2o , o Livro de iiMuw2ladona dd Collrgiada de Gisit11orla'c.s , o Livro Fidei da $k de B ~ a g n , e outros ig~aheplte bfdmigcrado,r , n&o tem níi tharidsde ai-

: O Dg.. João Pedro Ribeiro , Obs. de Uiplorn. L f u g . pg. i g . e 16.

T6e.r~ 7 . 5 i m p t / g ~ i ~ d ~ pelo A. #a 9. rqf.

E g ~ r e todos os Cartorios de Mostcii.os e Cole- iladas ,. qsle visitou o Dr. Juão Pedra Ribeiro na

irovincin do Misbo , 16 ochor sutb~ndico o Tom60 de Documentos das Propried~dcx dd dlezrr Jkbdcial do Mosteiro Rrnekictino de Pafo de J'wsa , rnbdo ao Colkegio do Espirito.Slazto dos Jesuitas de E vara,

Como earas duas Theses se dizem fundadas' nas Obsmcafdes dc Biplomat. Porttsg, , os Leitores podem facilmente conhecer, se ellas sáo extracra-

das f c l m e n t c , c cmcowequencia se o A* as coii- venceu, ou riso.

Tbese X ." impugne& pelo A. no 5. r46.

R He Jurisprcddt~~cira certa ae~tes Reinos , rae os Livr-or i%>iruor.r , ronrbo.f de Corpiiraf6e~ , l k~r0 . r de Pt*ns6es, e otdtror Cdderaos d t .rem~lrSante alata- reza , fazeitl proirn coldra as Corpor-nfiier, qUe 6.c

f;zltri?o , I I ? ~ S nunca contra os Clascirox , nem contra OS grre a-180 $ m i o ttaes Livros, oss Cakrnos : Pas: choal' 3ud de iMcllo L. 4. Ti#. 18, 5.9. pag, 171.

Esta These diz-se fundada na autoridade de IClello Freire , e o A. pretende , que elle nao se- guio tal opiniso. Os Leitores poderá6 sem custo decidir quem se engana. @ante ao nvsso pro- posiro julgamos necessario dizer sómente, que as dourriiias eupendidas pelo A. neste 9. r46. , nem dizem o que elle pretende atribuir aos Escri* tores que refere, nem qudndo 0 dissesse=, con- venci50 a These, Q u e não dizem o que elle quer provar , mostra-se porque ? '~~ lasc~ , por exemplo, no lugar mesmo ahi citado, &o só o &o diz , mas diz p,recisameiice a contrario , i s ~ a h e , diz o que se nf f i r rna na These : icl iysum mit si iir Isbio moiza~tevi i repeiiaprtur descripid ~ohtioaes C'amovuru, se2 hudwtirirfim talir t e r r 8 , NAAT EX H ( i C SOLLTM NON PPI>t(ABITUR CENSUS VEL EIMPHY- TBUSLS . a * DEECRIWIQ ALICLTJUS REI IN CENWiZ7Y

Z 2

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HQCET E1 QUI SCRIPSET . . NON VER0 TERTIO nohrrNo R E ~ . . . . etc. Dos outros pdde julgarmsc quasi o mesmo. E em geral fieniiurn delles avança a contrar io, d o que se estabeleceu na These , e de h u m mudo t a l , q u e d a h i se possa necessaria- menre deduzir, que ella foi convencida pelo A.

These 9: ivzpicgn~d~ telu 2. nos 55. 179. I 80. 181. 18%.

A ac$o OS tombo^ be a m e s m , p e os Ro- VIIIIOJ cb~m"o Actio finiurn regundorum ; e& nLa~ tem outro objecto i~aair do que derlurdr os /imites pertencentes ao campo de cada Bum dos infmessa- dos , comervar or marcos nos limite^ em ice devem -J exist i r , e restituir aos antigos possuz ores, a s tel-rus que se ackúo usurpadas por aquelies a q ~ e ~ n&o pertemem na antiga medifio.

T o d o o trabalho d o A. nestes $§, consisti0 em dizer , que a acçáo dos Tombos não he a Jniuwl regwndoruw dos Romanos, porém isto náo con- vence a These ; porque dizendo-se nella que sim , era preciso que o A, mostrasse que nzo , e ao mesmo tempo fizesse v?r , que nPo sendo aquella ~ C Ç ~ O , era outra ; e elle n i o s6 nEo mostrou isso , mar nem o deu a entender; e em consequencia admittindo mesmo de boa fk , que a These esteja errada , náo podemos entretanto deixar de dizer, que o A. ainda nio provou o erro, e elle não prel

tenderá naturalmente ser acreditado em siia pa- lavra , e nem applicar a qriestóes scientificas o priiicipio juridico ~ ~ e g a n r i non incsmbit probatio.

A acçáo finium regundnrum dos Romanos tinha com effeito por objecto a demarcaçáo das proprie- dades rustjcas , e por 'isso alguns dos nossos Prati- t o s entendiraio sempre os Tombos como sujeitos 4s regras , e principias , que determinav2o a sua na- tureza, ou pelo inenos tratav'ao del1es quando tratavão della. Deixando poréni de parte a de- cisio da questão, se elles s b , ou não o mesmo, e não suppondo rambem de grande necessidade mostrar a desconveniencia , ou conveniencia que I t i de huma com outra cousa , kavemos entretanto por muito cerro, que se os nossos Tombos náo s5o o que era a dita acçdo , se com ella n60 tem semelhança alguma corrio o A. pretende (5.179,) muito menos a parecem ter com'esses Cadastros dos Romanos, em q u e elle tanta quer achar. Com effeito todos sabem, que os Romanos fazi'io o Censo de cinco eni cinco annos , para o paga- mento da rara imposta nas terras , escrevendo Pro- vincia por Provinçia , Cidade por Cidade, Aldta por Aldèa , e em cada huma dellas os nomes dos Cidadáos, o seu estado, condiçáo , idade, rique- zas , ctc, Já se v& pois qual era o fim, e o objecto deste procedimenio , e jQ se vP tambem , que se- melliança elle pode ter hoje com o que se faz nos. Tombos,

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E nem a doulritia de i l da l i~r , citado pelo A. iio S. ~ B J , , fari rudis respeitavel sua opinih , sa- beriLlo-se que em diversas N a ~ ó e s se adoptou o spstcina dos Komanos , e que por isso rodas nian- dar50 fazer esses Cadastros a exeinplo dellts dando-lhes a fdrrna , e o metliodo mais analogo a suas circunstancias , costumes, e natureza de sua constituiç5o; por maneira, que as regras obser- vddas eni Iiuma N3ç5o a respeiro de huns, nnci podeni ser consideradas coino essenciaes , e na irnpnssibilidade dn serem alreradas a respeiro das oiitras. Admiramos porém, qi ie o A. fosse huscar os 'Toni5os para os comparar com os Cadastros , c n 5 o a c h ~ s s e seinclhsiiça algutna entre estes, e os Livros mestres, que em Portugal se niandzo fazer para o lançamento da Decima ;. pois nos pa- rece , que com effiito Ee isto precisamente hum Cadastro mui se,melhante aos drs Naçóes , em que se conhecem, posto que nelles se possa achar a l p i n a pequena differeng? , q u e entretanto nio deixar5 lirgar , a quc nao se considerem muito 1

conformzs e n i seu pisno, ou merliodo , fins, e natureza.

0bservando.s~ exactamente o Regim, de g. de Maio d e r 654. , o Alv, de 26. de Setembro de r 762. , e as m a i s Le is posteriores , que iein fallado sobre Dcciina , ke hom resiiliado n:c:ssario haver em cada Skiperintcn- dencia particular hiim Cadastro tlu zespectivti destricto, e assim facittnente tzer .se o dç todo o Reino.

Psru erre J Ç ~ devem-sr rorrultnr or m z t i g o x dfp wmrntos , L~VTOJ. Cemuaes , Tombos, e medifúo h Emprnw»r?mroi, e I virta h t kdo irro deve o 3 u i I do Tuinbo f ãzer ntedir o terrem , rem qtie jquc em SPH ar6~rr10 rn#dur em causo algu~~illa a natwrezg desta lacp?o.

Teremos ainda occasilo de dizer alguma cousa a respeito da matcria desta iinpugnsçiio na parte , que sei não comprehendeu na antecedente, quando analysarmos o que no Discurso se escreveu sobre a Tliesc 12. ; e agora Iembrando o que pro- vámos no I. 134.. em que fizemos v i r a pritica observada nos T'ombos da Coroa, em os quaes se exigem os titulos dos forriros, e confinantes para as inediçOes , e actos de Tombaçtu, náo po- demos deixar de natar , que a resposra do A. a esta These ou he , ou parece ser do numero daquel- las . que ser9 melhor sempre n á o as dar , por ndo prodiizireni huni cffciro absolutaniente conrrario, Ea Tliese diz-se : para as mcdiçúes , e demarca- ~ 6 e c devem-se conrultar os antigos rnocumenros, Livros, T'ombos, etc.; e o A. responde se os soilvea ! ! ! Poderá suppor-se por ventura, que a Thcse exige a leirura dos riritlos mesmo quando as n50 lia ?

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Alkm de que, no argumenro tirado da recipro- cidade de obrigaçgo de apresenta? o tirulo , em que o A. no 9, rp?. considera o Senhorio e Em- phiteuta, e aclia tanta semelhança com o nosso caso, su pondo-o decidido pelos principios de Pa- r e ~ ~ d e f ~ S ~ T Y P I I I . Edit. Til . 5. R ~ J . IZ. a," 2. náo julgamos liaver reaImente aenão hum rigoroso sophisma ; porque lendo-se as palavras com que se explica Parem no lugar c i tado, conhece-se que elle teve em vista falIar sdrnente do caso, em que se pede a erhibiç2o do titulo pela acf%o compe- tente , e por quãlquer das partes que tem inte- resse neiia , seja autor seja reo , e não quando se exige, que elle se apresente e m Juizo como ne* cesiario -para prova -da acçso, ou da e x c e p ~ á o de que se trata, o que prop.ria e rigorosamente faz o objecto da These. Esta intelli encia ngo he arbirraria da nossa parte , mas fun f ada no que o mesmo Parcxd diz no Tir. 5. Itrrol. I I . n.' I . 9 niam in titulo ~cgrsenri de cditioae R ditigntorz us i n judcio prd.ertnndd iu"ctvri srsmus , qrtã e v e ~ i t POSE i

Iileln ceíafcrtatam . . . . rertat ia p r ~ s c n t i , 0 ~ Í L

resohtionibels sefumtibus investigari advcrrhr quas persowas per o&iun% judicis , a#b pcr t3CtiO&et?l ad rxhibetpdu rn aur in fnctum pirirrcipzliter ugi poui t ad editionem instrumentorum . . . .

Ns Ti4. 7. que vem, no Tom. a. da citada Obra, he que Pnrexa teve em vista t'a!lar com particularidade da hypothest da T h e ~ e , qne o A. quiz convencer, e então seus principios apparecem logo iaes , quaco ciirnpria que fossem , atiendendo As dispo5içGes de Di-

e i i o que desetwolve na Resol. I . " , e guc trri tudo t por tudo sáo conformes ao que entre ntis há lugar por expressa daicrminnçáo da Ord. Liv. 3. Tit. 20. 5 . 22. e 23. , e neste mesmo sentido he qiie -fali50 Ycgrir , I'd- ~ R J Í O , C PLnbdir~ cit adoa pelo A, , comprovando assim a n;'kcrie;' em ?%ar de a convencerem.

E. 160.

These I L.~ irnpygnada pelo A. nos 5s. r 84. I 85. t 86; -. 187. 188.

. . . Corno r ncp% do ~ m b n r i c n r o hr'só p o p i a para a res t i tu i@, e de icmar~~~20 dos limite3 dos carrr- pos, niio teNt rfleito ulpzn para O reco~~hecirr~e~~tu da$ peipso'u. 4 obrjgu ao do Ewipbyr~~ta contrabe-se pelo Porai, ou pelo &npmq<itneato p r h s r i o e ori- ginal. E gwerpc rtconbecc como obtd'ga@e~ do Farsd, o# do Er~lprasana~nto, mcargos qire rc nZo acb& lzo dito Fora), ou Contracto de Enzprrrzammto, con- srabe , o# r~mnbece obriga~rs'o Jem cauJa, ave por m e inesmo titulo de ser srm caum be nrrh por Direito ; O citado Hubero , eác.

A primeira parte desta Theçe fica incluida no que dissemos em o 5. igo. Quanto 6 segunda , responde o A,, que tambem por posse immemo- ria1 se pdde dar a obrigaç50 do Emphireuta ; mas isro, ainda sendo verdadeira, náo desrroe a pro- posiçzo , porque na Q iniiío da A. mesmo, esta posse kaz presumir tiru r o de Emprazamento , e e m consequençia faz o que diz aThese. A1i.m de que, n6s jri fizemos vêr ( S . 131.)~ que os 'e-

Aa

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conhecimentos n5o se devem fazer senáo h vista dos titulos ; e quando a posse tenha lugar, o mais que dahi se segue Iie , que o Senhorio pode, pela a c ç b competente, obrigar o foreiro a que reco- nheça o seu dominio , e nesse caso a sentença que elle obtem, já lhe fica servindo de titulo, o que bem longe de convencer a Tliese, prova antes sua doutrina. Mas cumpre no ta r , que isto nunca se deve admittir quando ha contrato de Empra- zamenta , ou Foral , que he a nossa especie , por- que eniáo ~ a l q u e r pc8se com exceasb do que nelles s: ac a , n'io he manutenivel, nein p6de servir de fundamento 1 prescripça'o , como temos moerrado : resultando daqui não terem lugar, nem serem applicaveis i questáo, segundo nos ar doutrinas rxprndidai pelo A. no seu sonde elle supp6e o reconhecimento feito no T o m b o sem titulu, quando a These falla d o caso cm que hA hum , e differenre.

Esta Thcse hc ligada com a que se segue , porque a doiirtina de ambai Iie quasi a mcsnia , e por tanto na impugnaçáo seguinie acabareinos de dar a s razúes , pe Ias qtiars julgamos que o A. náo convenceu, nem hu- ma, nem outra.

5. 16r.

These I 2,' imipug~rat gelo A. r n ~ $5. 190. e z g r .

A C O M J ~ S J ~ O qwe faz no Tombo o Empbytetrtr das abrignçõcs , c pcmsòes divwsas do Foml, OF4 da Etn- pvasarrlento originario, ai#& feita em 7ui z .0 , e $rmlaL COTA :jrrmme~rto be h d l n , porque fèitn COH-

~ r a a evidelpctg do f a t o 40 F o r d , ou do Gntructo

mplyteutico , que Jempre be distincto e ~ e p a ~ a d e do Tombo. Pm tanto tal con-siia'o no Toda bt loga desnzeatida peid evidencia da fui& do Ti'trrlo cana- petente , r da cmm verdadeira , sebre a prral deva arrrntar u CO~P~JJÚV para obrigdr legitimameae , a 4aem II faz, L~rsberba~S . . . . E s t n doumina hc cw- rissima , porque u ConfissQo , e recorrbecitne~to feito por erro d o prt-jivdic~ do coPlfirente; e aguelle que colpfessa alguma cousu por não ter se& issrrwcçZo , póde contravir efsu confif6o logo que estiver me- Ibor instrgido por sem DOcumento~ , L. I * , etc.

O A. confessa no 5. rpo., qtrc a todo o rempo que rapparece 6wln Titd@ origiml conrrurio oo rr- conbec im~~to , o excesso orr dimílinuiçláo k s r t relatjve #O Titalo, n â o prejudiclp ena tempo al um . . . , . E isto h e 2 0 mesmo que se diz na T ese, pois o documento que apresenta o Foral , ou o Contrato Emphiteutico he -posto ao reconhecimento , o que basta ara o tornar de nenhum effeito, A con- fissâo d o if oreiro , -por 'ser em materia civil Iia d e considerar-se individua : e na hypothese desta These , e da antecedente suppáe-se huma pro- priedade, cujos encargos constáo d o Foral , ou da Escritura do Einprazamenro , e suppbe-se mais que o fortiro vem a Juizo, e reconhece neIle di- reitos, e úbrigafóes diversas. Logo esta cùnfiss5o deve sempre entender-se ligada com o documento, e em consequencia por eHe desmentida apenas apparecer , sem que seja necessario algum oucro titulo em contrario, porque nenhum póde dar-se eni tal caso mais terminanre, e nem mais convin- centc ; attendendo a que huma tal confissáo , e os

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( 1 8 6 9 remnhecimentos no Tornho n5o produzem gaçh differente, tnas renoviio sempre, e em cada vez que se fazem , a memoria do titulo and Q

para a conservar ; e O contrario seria mudar o ff e- nhorio , contra a disposiçâo de Dircito , a causa de sua posse, conhecendo-se claramente a ori- gem drlla. H e por ramo r / ~ u t p d d o , ou extorqail pcla forp , ov surpresa, quaato re achar que clle pasruc , divemo do que consta do titula. Dunod de Charnag. Trait. des Prescript. pag. 53. (4." Edit.)

Quem he por exemplo obrigatlo peb Emprazamen- to a pagar gailinha de foro,, e oiiaro dc raçáo , e vem ao Jiiizo do Tombo mnfessar , e rcconkacer a obriga- çáo de pagar hum carneiro por gailinha. eic. faz hiim acto illusori~ , quc nenhiiina posse imrnemorial póde tornar valioso ; porque, e por litima parte , a existencia de hiim titulo contrario. não ignorado pelos Senlio- rios , prova a todo o tempo e sempre a 5113 má f é . e resiste á prescripção 1 pela outra , se a immemorial' pruduz o seu effeito par suppor hum tiiulo , esta sup- posi~áo nunca pó& ter Iiigar quando o lia. e appa- rcce , provando precisamenie O cuiitrario. St~jk. Tcm. 5. u i s p u t . 25. C,B. 6. n.O 76. prdcipue , s i furte prqba- rio e* bcuni tni is antiqnir .oriuwifu , omiiiso e!i&t Pre- jumtienm , tx imtn~mori~lr pt&srr$tignc ariat?i.

$. 162.

I

O ~ernboyio @e &e obr&~fCes tem necessiddlle de exbibzr Docrfpetítos uutbe~ticos , ezrx que se f i6lidn a sua iureqa'o ; c qq~eI Ie que recusar pn sr , teri1 8 direito k pedir , 9a.t reja apresentado o itala agg

As razdes com que o A. ataca esra These no 9. t93 . , sáo as que temos convencido 110s 5s. 27. e 147. , e por isso prescindimos de as repetir aqui . N o $.rgq. d i elie huma outra, dizendo que , se a foreiro nega no Tombo a posse ao Senhorio, Ihe cornmette espolio, e se v& obrigado depois a recorrer a acç5o negaforia, em que o Senliario , alleganda a nrescripçáo , he escusado de apresen- tar o titulo : mas isto que prova conrra a These? Nella diz-se, que quem exige obrigações tem ne- cessidade de provar com docurnenros a sua inten- $30 ; e as razbes do A, náo mostráo o contrario, porque a excepçáo de espolio não se dá s6 ao possuidor antigo, dli-se a qualquer que rem huma posse manurenive1, por nova que seja , e entre- tanta dahi n'ao se segue , que este possuidor exi- gindo obrigaçdes , 1130 deva exhibir o tjrulo que prove sua intenção, que he o poi~to da These. Além de que, pedir ao autor que apresente a r i - tu10 , em que funda sua actcçáo , r50 lie negar-lhe a posse, h~ requerer a observancia da Lei , a quals manda ajuntar Escritura na demanda , que sem clIa n8o se póde decidir: este direito he do reo, e quem usa do seu direito a ninguem faz fo r~a .

Concedendo porém tudo quanto o A. quer neste g, 194. ,. a These nem por isso fica meiios verdadeira ; porque assim como elie imagina cem-

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pre essas posses antigas a favor dos Senhorios, porque náo imaginará posses novas , passes de que nle seja difficil mostrar a má f é , paires in- t e r r o m p i d a ~ , e em hurna palavra posses não ma- nu ten íve i s ? Por outra arte se he verdade o que 8 diz Pe . TQH~. ro. sd rdjiin. Lib. 2. Tit. 35. ad Rr~lr. &. 21. , todos esses Donararios , ou sejds

, e u Corporaç6es, não tem direito a servir-se da excepçio de espolio, quando se lhe negue , ou ata u e sua posse não apresentando o 2 tirulo de1la. t ~i nun orrendat (d iz elle em o sei! n.O I 8. ) rirulum , donationenrqut validawt , p o t e ~ f ~potiari , er non rertituitur V a ~ s a i h s , etc. E na n.J rq. Ec non potest rpoliatus iatrntare remedia po,.r(rrrrin, pL ri deJcir donarb, et ~ ~ I P I Y I , POS- StssIope nalursiis ex privutloije , et ciz~ilis ex re- sistcízria , etc. Logo i e pelo menos a respeito desres , ficaria a These em p é , ainda quando fosse verdade o que o A. deseja se llie conceda.

E nem obsta a segunda razáo, que ellc dá n o 5, T~s., em quanto pretende que lie reciproca a obrigaçáo d o Senhorio, e Emphiteura , em exhibi- rem o titulo hum ao outro ; porque esta correlaçáo de obriga iies nunca pdde dar-se entre pessoas, que em Juizo E azem diversas figuras , pois a regra geral he-que o autor prove sua intenção, e que, quando a nao provar, seja o te0 absoluto : por isso tem aquelle a obriga950 de apresentar titulo, e este náo; valendo de pouco , que seja senhorio, ou foreiro , visto que tal obrigafio nasce, n5o da quaIidade

de que ee goza fdra do Juizo, mas s6niente da que neHe se representa, e de conceder a Lei ao demandado o direito, j á de accusar a falta de pro- v a , quc elia expecificamcnte requer , já de poder elie mesmo prevaiecer-se da de cesrernunhss , pois qwe allega a prescripção como excepfão.

As idkas que temos de prescripç80, obrigáo-nos a con- sideralla como hurna excepqáo , e por isso náo p u d b rnw coriceber , coinu o A. supprie o Senhorio vindo o Juizo demandar o foreiro , e fundando para isso a sria jnlen$áo na prescrip$lo de trinta annos , que exige ne- cqssariarnenie hum titula capaz de transferir o domini~; porque sem iitulo . e sabendo-se a origem da posse fica logo demonstrada e provada a má fé , e em con. s q u e n c i a inutil a prescripçáo. 0 s mesmos Romanos qiie náo exigiáo em todos os casos a boa fé na pos- suidor, s6 a dispcnsavão na prescripqio Ac trinta annos, se elle a ajlegava como excepçáo, e nunca quando que- ria SCTVI~-se della como jus agtmdi. Leg. 8. L d . de Pra~rripr. trig. vi l gundrag. atr. Se nu Disciirso porém n5u se supp6e o Senhorio aiitor , mas demandado pelo foreiro , enião não nas parece que for50 exactamente produzidas razbes e dourrinas alheias da Thesc , que considera esse Senhorio autor, e não reo.

Ewrre nds a supp!ica QO Desenlbaqo do Pdfo para se proceder ao Tomla9neato , so t r a t ~ , de gue us kerraf ~ e j ã o co~frontadas, m e d f ~ h s , e de~uaf-- cddm ; e s Proz7lrão gae se concede paru B Tm~bd- mcnto ml~nda produzir os T o m l o ~ uiztigo~ , GJ E~cr i - pturas , c Docurnenbos wiginrle~ , ou avtknticox j

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pnrn p e 0 JJY" do Tmnlo á vislr dcstes Tifulor possa fazer pr8rrder a hnur j u a n mrdifno , cair frunrafão, c dcvt~~cap70 d m rerras , Lrit. Fin. h gmd. no Formrrhrio etc.

- Como esta These tem o seu fundamento na Provisáo , que se cos tuma passar ao Juiz do Tom- bo, de que vem a copia em Leitho Fin. Heg. , OS

Leitores poderdb v e r 4 face della , s e o 8. EOn- veiiceu a doutrina, que quiz impugnar.

Tbcse 15 : imptlgnadd pelo A. no $. 199;

A jwcsta m ~ d i ~ ~ o , coprfrontst.mç20, dPntnrfnr &s ferrar, $20 tas operrsjx5e.r ~sse~iciaes do TT~IFZ a- wzemto , e r ~ & a ~nac~roler~~Do e reconbcrimnto de pm- s ó e ~ e encargos ; porque a 0brJgd~Ü0 dor em#rgoJ contrabe-se pelo Foral, ou peEo colttr~cto do Empra- WerpbO celcdrado entre o Etnphyttuta , e o Sedoria Jegitino da i erra empracadd.

Náo fallâmos sobre esta Tl~ese , pelos motivos que determinlráo a A. a rraralla ligeiramente-

$. 167-

2"be.r~ 16." iwptpdda pelo h ;no$$$. 201~ 202. 203:

No Hegimento de EGRei D. ManwE k 27. de Se- tembro & r5r4. T. 25, dos Toyi~bos, gue as Costa-

dores h&de . f i z ~ , .i~ acha determinado . g;lc iros ~omb#rnenbas das Curporafüe~, e Concelho.r , srj2e h n $ u d o ~ n ~ t h e ? ? l i c ~ i n c ? i t ~ os n-aslorlor h r E~crzpl?i- Tas , e Docamentor origfpaer , e os E~icargos detm- miriador por cssa.s Escripturas , c Docttmentos ort- gimm ; Synoprir Càronald4 ira do LegNlagSo Portu- gueza por José Az~stacro de Fipeiredo , To?~a, r . png. 181. no fim rrté p g , 181.

,, Ciitifwn~a'rrio-se cnw eJ1.a LPgislaf& as Corrsti- ,) ttqg8ef do 3ispado de Coi~zbra ck 28. rte Xovprnhro ,, dr I 591. Estns Constitrrif Ccis dtterminíio aiwd~ h03 , jc , q ~ c ;NOS Tombos a 9.w proccdeh y Igrcjnr , ,) e C 'orpoyõe~ Bcciesiasticar r$& lavia~irlr as ,, E ~ c ~ i p t i t r ~ r ~ Q S ~fwamento.r, dos Emprarswzentos, ,, os traslfido~ at~dbentico~ dias DoapXes Orig boas ,, feiras ye?os Keis ou por ourwJ.lpaerquer pes- ,, S Ô ~ S , e' $20 estes e~ ribus'os qnc reg#l.o os crzcar- ,, OS , e pen~ões. Cmsz'ir~if6e.r Sy~serdaes do Bisja. ,, do de Coimbrd Tit . 22. Comt. 2. n. I . 2. 3 .

Igiiorando o riiotivo porque o A. deixou de trasladar o 6sn.desta These, quando sc prupoz atacallp q irectbente 'eo seu 5. 203. , julgamos ne- cessario est3mp+ilo aqui , por suppornios Eon- venienre que ap areça em toda a S U ~ luz O ver- dadeiro sentido e quem a escreveu. E riputai:do B a doutrina della muito ligaga coin a da srguinrc, aqui 3 reunimos, para tratar ao mesmo teaipo da irnpug~iaçio de ambas. .

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T h e r 7.' c fir~aE ilrrpggnada pelo A. ao 5. zc4.

A fóplrnn que muncl3ir dar aos Tontbanre~troj. e Tovzhor EE-Rei D. Rfrl.~loel, foi renouadu por EZ-Rei D. ScbrlsziBo, por Akvnrú k 5' de Fmcrezl-o k 1578 , c por El-Hei D. Jo& V, por Aivnrd %e 15 de Julho Qe 1744, c pelo Senbor LI. JosÉ por A i ~ a r d de 23 de J d b o de r 766.

Consistem as razbes do A, em o 5. zcr. na copia (menos exacta) d o Tit. 25. do Regim. de 27. de Setembro de 15 14., tirada da Synopsi~ C b r ~ aoiog. no lugar citado ma These ; uerendo inculcar ? no 5, zoz., que a abrigaçk de azer trasladar a s insiituiç8es nos Tombos , ue este Regimento com muita clareza irnpbe aos Juizes , he si5 ex n h * dunzi : a s regras porkrn da interpretaçgo litteral p o ~ r obrigeo a dizer , que, ou t u d o quanra se v ê escrito no rcferido Titulo se ha de reputat f6rma essen- cial, que nunca se deve alterar; ou então iudd se determinou ex atitndmri ,, porque tudo se acha enunciado em o mesmo espiriro,-no mcsmo sen- tido, e com o mesmo modo. Nao obstance o argumento, g u e o A. quer deduzir da Ord. Liv . r. Tir. 62. S. 5 1 . . porque nos parece rontraproduccirll t e m , pois nesta Lei se diz :' e la Setttt-~p, g.ve por a riitn pr-ovn for dati8 sc pork em Tombo. Ora sendo a Sentensa titulo na f,ilra do que se perdeu , e man- dando a Le i , que se lance no Tombo, não manda

o que diz o A. , porém siin e prrciaamente o contrario do que elle teve em vista provar.

Principia o A. o seu 4.203. referindo as Cofisti- tuiçócs dos Bispados que se podiáo citar, concor- dantes com as de Coimbra; mas ainda q u e náo tetnos rodas as do Reino e Conquistas, julgamos (por-essas dc que só fazemos uso) menos exacta esta ampliação , que se quiz dar E! These , porqye ella s6 teve em v i s t a , e sd devia ter as Consti- tiiis0es que citou , e nenhumas outras das que o A. refere, por serem aquellas as unicas , que no caso fal l5o expressamente. Dizem pois as de Coirn- bra 1 Ediç. r ypi . ) E todas as cscriturus de ajam- meatos perpetaos , @&I em vidas, ou ein re92oua Ücx, 6, que dgqwi em diante se $zwcrn sc Lyarao no Incsmo Livro do Tomdo etc. : ora as d o Porto ( E d i ~ . 173f.) que o A. chamn concordantes n ã o o são em cousa alguma, porque nem palavra di- zem a este respeito : e as de Lisboa (Ediç. 1737.) mandando trasladar no Livro d o Tombo tudo o que respeita a outros objectos, nada dizem sobre traslados de Escrituras de foros, e pensOcs , a o mesmo cempo ue f a l l l o nelles expressamente. As da Guarda ( diç. 1 7 ~ 9 . ) nGo só náo sáo con- 8 cordan~es , mas dizem precisamenre o contrario ; em c~dtz nddzi20 J P tira* anento dos titubos porque possuem, e $e dird guc o TRASI .ADO D E CADA TE- TULO VAI NO LIVRO DOS PRAZOS A FOLHAS CiC. Outro tanto passa a respeito das de Viseu (Edi~ . 1634.1 porque em o numero irnmediaro áquclle

Bb 2

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citado A. achamos se diz : e qursrtto ds escri- ptiarns afotulrirep9ros SE NÁO TRASLADARAO NO

ulro TOMBO , RUS gtl,wddr-~~-hSo bi$m no Cmth 1-10, erc. Náo tendo as d a Raiiia, referidas no $. 203., produzimos as de Lamcgo (Edis. 1683.)

ue o A. n;io citou , e nellas cin o Liv. 4. Y'it. 9 . :ap. 3. 5. 12. vemos dererminado ue as Escri- ' 2 Curas se conservem em rnassos nos artorios das Igrejas , e nada se diz sobre traslados d e Tom- bos. Qanto 8% de Braga 16-se no Tit, 27. Consr. I. q u e com effeito Se mandão copiar no T o m b o roldas as Escrjruras, que ha no Cartorio : o que igual rilente determinlo as de Evora (Ediç, 1753.) Tit. 17. Cap. 3. ; porém, e por liuma parte se co- nhece, que o o b j e c ~ o desta disposiç5o náo foi especifico, como aquctle das de Coimbra ; e pela outra que , quando o fosse , nzo se seguia daiii , q u e em todas as mais houvesse concordancia, como se pretende,

Conrinúa o A. em o seu 5 , 203. dizendo, que quem escreveu as Theses devia reparar, em que as Constituiçáes dos Bispados náo tem autoridade legislativa: e ainda que deva pa-recer admira- vel . que havcndo-se o A. aproveitado desras mesmas Constituiçóes , e autorizado com ellas suas dourrinas em tres differcnres partes (5 . 161. not. - S . 170.- 5, ZW.) n5o.achasse en t i o , que ellas aáo i iahio essa qualidade, cuja fdta lhe lembrou apcnns o adversario se servio dellas; com tudo riao he por este lado que nós julgamos, que sua rtsposra nZo satisfaz, he sim porqrie acliamos

no 5. final daTliese , haver-se allegado a determi- nasao das Consrituiçiies de Coirnbra, como annloga ás Leis do Reino citadas no S. inicial della ; e isto he o que querem dizer as palavras , C'oaforwfdt&-se com esta Lrg.gisla@o as Ccnjtitaifüe~ t t r . v en domse por isso muito bem, cpe a mente de quem as escreveu náo foi atribuir-lhes força de Lei , ou dizer que ellas fazeni Direiio entre as partes , co- m o o A. parece suppor; e sómente provar mais pcv esre documento, que a fdrma determinada n o Regim. d o Senhor L>. Manoel teve observan- cia , pois delle se v ê , que foi-adoptada nos S o m - bos particulares das Igrejas do Bispado de Coirn- bra,

E pasto que nos pareca ser possivel, ter con- vencido a These nesta parte, dizendo que estas Constituiçbes no lugar citado falláo dos Tombos particulares das Igrejas, e que dos autenticas oa feitos por autoridade judicial só do $. ro. e m dianre, mandando nos primeiros copiar os ritulos, e nos segundos n 5 0 ; entretanto como o A. achou mais a pro osico negar a auroridade ás taes Consti- ruiçáes , &ndando.sc para isso na opiniáa de dIelh Freim L.ib. I . Tit. 1 . tj. ia. e no t a , julga- mos entrar em nosso plano a necessidade de dizer dgurna cousa n a materia, pois ainda que seja verdadeira (tornada geralmente) aquella opini5o , c como PPI se POSSA defender ,. persuadimo-nos que convir& expor a inrelligencia, que nos pa- rece deve t e r , para que se receba com a modi- f i c a @ ~ conveniente ; advertindo, que nada admira-

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haver o referido Escrirot estabelecido esta prol pos içb generica , porque sendo seu objecto fal- Jar naquelle T i tu lo do poder de Legislar =de Lefiibur=cumpria , que fosse coherenre com seus prjncipios estabelecidos , e defendidos com par- ticularidade no $. 3. e 4.: e como quer que ahi el le mostrasse Iiaver pertencido sempre aos nossos Monarçlias a autoridade suprema e privativa de fazer as Leis, era necessario regeitar absoluta- meiite em tliese toda a idea de huma Legislaçno., que fosse o resultado de hutn poder, desconhecido por elle eni seu systema.

Qualquer Iiç50 das CoristiruiçOes dos Bispados he bastante com efleito para se fazer juizo dos erros, que ellas cont im , e dos abusas de poder e jorisdicçáo q u e se t inha em vista autorizar com suas determinaçoes. A falta dos conhecimentos necessarjos da Sciencia do Direito Publico Uni- versal, e a persuas50 em que se estava de qug e r ã ~ direi tos , e atributos proprios as conces- sijes e toferancias dos Principes ( a) a respeito dessas mesmas I~rnu~zidades , Ire yõcs e Prduile- gias de que gozav5o a Igreja , e os Ecclesiasiicos ; as idêas faleas, ou confusas da natureza e limites dos dous Poderes, e de sua mutua Independen- cia ; e finalmente a mais ampla jurisdicçZo , que se declarou concedida ( E r ) aos Bispos no Concilio Tri- denrino, adniir tido indistincrarnente pelo Senhor Cardeal D, Henrique no Reinado do Senhor O, S e b a s t i h (c) produairão essas Constituiçdes , que

os Bispos ,fizerao, e em que espalhárrío as ma- ximas , e doutr inas da Bulla da Cea ( J j confoi m e s aos principias de q u e estavso iinbuidos ; e yue seu proprio interesse, e os interesses de todos os que com clles eráo partes nesta i I lus50, nao canseii- tiáo que se examinassem , e coinbinassexn com as Leis , usos, e costumes da Nação, e da Igreja Universal e Particular.

{a) Da mesma sorrr riir; . . . . Jus Bens Tcniporurr da Igrejn , que pelu nnlurtza prtpria d e / l e ~ s i r& dPp~n- dentes dc Peder fimporal; das ~rnmunid~r lcs ; d a s Iscs- yiie~; da Forr Jrrdiciel , t Exl~rno ; do hso das Ofli. ciac~ de 3usi;frs ; do Carttrc ; dos pri~õrr ; c da in- gesipil~ri., dar Prnas Tempo) oes , y I ~ P todi~s ~ l j o do Jurij- dictúo p r i v a i i ~ u , e proprin d o Supremo Poder Ttmpo- ral , c ~ã PGP C D ? ~ C C I J ~ U , OU ttlcrancid das Principes Srrularer 16 poilrnr erc t r i fnr , r JE rxrrrirttni p ~ l a Igrt--

ja . Estat. da Univ. de C'oimb. Liv. 2. Tit. 8. Cap. 2. n u 0 29.

6 ) M a i s at/enfa ú ' j ft l~i~dicçüo Eccle~iost ica , qur á Xeoi , cscrtziro aos B i p r gsre ircrlsstm livremente do aulliciridu.. dr , puc niearnenfe 1hr1 conrtfl$ra a Concilia , ainda gire

fone com prr juizo da Jurirdic~rio k h l , rcrisirfindo iodo # ~ C J V P ) ~ dtrre Catholico Prjncipc na cncnda , r rrmrdia E ~ p i r i ~ u u l dor 5fur Yn~soIi*r* L>iogo Barbosa nas Mernor. i1'EIRei D. Sebast. T o m . 3. L i v . r . Cap. 17. 1 1 . ~ 99. -E Pio V. n a siia Bii l ln de 5. de Jatieiro de ~ g j o , diz: Por qaunto , como dizeir , forter o pi.imciro tntrc os Princ$r~ , e Reyr Clithalicis , qrte diritr no ~ Q J J V Rqyrro Q G S b'isp6-I , e w ~ r i i s í ? ~ r l ~ ~ i o ~ ~ ~ ' ~ o ~ livre faciiidon'e t u r n pcdcreni rrgur da 3urNu'i~f:u'e a a l t r ronccdiba pt lu S,igrrido Covcilio Trib'rnrirzo. . . , Deducç. Chrunolog. I'. i . Divis. 5. n,O 131.

[ l ) Poisq~e lago que R Biillu k LOarlri~üo do Concilio rhc- $OU d Csrtc de Lisboa , n i o 51 pztr6, pibiira rni 7 .

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.& Set~rnXrr do anno dr r 564, mas i n d r r n se ordenou p l t - ttiriur cir.crr1rri.r~ , r e ~ r r i l a s de ordm do difa Scnhpr fwf;?,,,e Crir / / tn l R . H&nrique , e expedidar dtbaixa dp Arrgurio Non~r do rcu Rqio P u ~ i l I o ( que ciilão corituus dpz llnH69 dt iiil',i<lc) 4 o l ~ e r ~ a n ~ i n de todos ar Z)ccr:tos (i" rrj5rilJD ~?mci l ig crni reriricfYo n l ~ i r m a . Deducç. Chrunolog. P. r . I l iv i s , 4. n." 77.

( d } T i n e certa i ~ f o r n i n ~ 8 o por bil,>ia paric db que, havende s i t i o ao que diz r r s p i t o dos di!bi ~ + O ~ I / O S ar C o n ~ i f u i - fGrs da maior pnrrr $ur M t t r o p d t ~ , e Diuce~tr Beslcs Rrinsr forniurliir prIr~$ ttrorfrinai Jesuiticn~ na cipirito drr rcfeuirfa Bulia cbainnda da Cea ( f g Set~hor , dos fal- raj De;reiner , t rtproziadc~s ~1ourr;nns d3s Casuismr , r , i g r a!vros dor Irgiiiniar C:unoncs , rorti qsrr se i?~ien- t j r , ; , f;,znr us reftridus ccnsurns e x i e n ~ ; v a $ , C a radar IE I I I U I C , ~ ~ ~ , C n !?dos os casos do e ~ p i r i f i i a l i d ~ / / t , e ~rntporal idur le s ~ i i i dffirrnyrr , oii cla'~l/ocflio alguma elc. Cart. Rcg. de 16. de Maio d e 1774.

Mas netn por isso tudo quanto nellas se adia escrito merece a mesma censura. A Lei de 18.

de Agosto de 1769. 5. 12. manda observar os Textos da nireito Canonico pelos Ministros, e Consistorios Ecciesiasticos nas Dcrko'er da rua in.rpec,ciao: e a obserwncia , os usos, e OS C O S ~ U -

Ines da Igreja Universal e das Nacionaes consti- tuem huma das fontes desse Direito, ( a ) além do quaI hri rarnbem o que propriamente se chama Direito Canonico Patrio, ( b j Direito t'ao atten- divel e t5o respeitavel , que por elle a t i se tetn antiquado, e posto cm desuso Decretaes dos Sum- mas Pont ikes , e da Igreja (c). Este Uireiro Ca- nonico pois que assim chamamos Patrio, estes

USOS, costutne~ , e observancia into podem deixar d e u e tirar em grande parre dasConsrituiçbes doa Bispados, que tiver50 com fundamemto a prati- c a , c observ;niciatp~a~aada or lonr+h pais anri-

F gas Constiiui Ses, e que sempre-, e no que podia Iiavcr ugar 3 sé.. cunfort4arão $ 5 ~ &apbsiçbes do lDireito Canbnica liUHivrtsal; Bfil W h s os casos por t an to da competen$ia .da Igreja, e em todos aquetles nos uaes ella faz uso do poder, sue os Sõheranw 1 4 e .L.onced&i$rirr e ~ermittm,

seus C a n ô n ~ ~ ~ s e u s pe'$u1h5@to$, ittaii provi- dencias 'de ordem . de ' efòhomia , e de 'admi- nistragão p~bl:ca iáo podeita -deixái de merecer toda a contcrnpla~áo, respeito, e autoridade de Lei para au pessoas, c cousas a eHa sujeitas ;I não I

sendo opposms ao Direito do Reino, aos usos, costumcs , franquezas , e,liberdades delle, e d o s vassalloa , ue o habitzo: em tal fórma que nem se ataque a%obcranit. e Independrnoia d o Poder Supremo d o Monarcha , nem se deixe á Igreja huma JurisdickZo es t~r i1 , e sem a faculdade de etppregar'os meios a l o g o r . c competentes , que sao neçessarios' para ella conseguir' o fim dessas piesmag Graças e Mfrct?s, q u e os Summos Im- perantes -lhe fizerzo.

(o) Exporú a ferp, e a ukor do Observancia ou das Usos, c Costumes Irgitiniamcntc iniroduzidos . asiirn nu Igreja Univctdal cambcm naí Nacionaes . . , c accomodnn~ o inrrma ~ m p c n d i o # a E r l a d ~ da Igreja I ' .ortugu~a. Eslqt. da Univers. de Coimb. Liv. 2. Tit. 8. Cap. ;rl nd0 q6. e 37.

. . cc

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(1) Drpsb & p & ~ tdmhern os Oiuv;nfrf csni ar Nor;cid1 HirlOriw, pirc firem *rrrrrnrin~ pu#a i bam c~nhrri-

. mcnt~ , i s trwfao , c cx~xcic io rio Direi10 Canonico ~ a d o c kg.inl da Jgieja F a t u g ~ ~ ~ E rtat. <li-

" tos. Cip. 5. n .O ag.

.. (c) P& rdrr as &ci&!; w jâ tniagador pelos Ca- noner Mdtrnar ; ou aafiguadar , c srar ure algum na Igreja Umiutrwl; eu da Por~iig~czd. . . . . Estar. diios. Cap. 6. n . O 40.'

\ .

($1 As- a c t u a w , ~ $ t i t & & s , fordo mrdff snbrs a) antigas , p +e. pndcm deixar de se. considerar, re- su,ltado neckssat;)~ dos, USPS , t observancias r t i r b Iihi r rernoiirriõoi <h. Igreja tiwilsn+, l%et~I& bastante fundamento para ir bostar siia ritigtm a ed5i-i~ Cdncardias, que tivtr50 lugar entre os Sobe- ranos e a ClercZia., de qiie ba tesiemunhas irrefra- gaveis nos mcnumeatos da primeira idiide*

I. f74-

Nio consideremos poP tanw as.Constitttli$s dos Bispados em seu t oda , e nas matetias da cdm: prteiicia dos Bispos como exho~bitantes da po- der . que foi ibnfiadp 6 Igreja nos objectos tek+

oraes. CI meio e modo porque ekla o exercita X@ humano , virirel, r ordinarie , e 'náo .3~ pddè suppor em boa critica , qiic bs nossos Mona tchh~ ignorassem, que a sua exiecencia he de seculos, e nem que Ihes fosse desconhecido 0 usb , e prestimo que eernpre tivprãa ,.nos Consisforios , e Juizos Ecclesiasricoa. &o he lago hiini costu- me , huma prática singular aobre hurn objecto sim- ples, particular, e.env&vido na massa das estilos do foro: fie hum corpo de derermina~bes publi-

cas, regulares, metliodicas , e existentes em cada Diocese, huma Compilaçio escrita e impressa com autoridade pública, sendo por isso impossivc! dei- xar de considerar da parte do Soberano toleras- cia pelo menos, e consencimenro para que eIlas se executem nos lermos habeis. T e m erros, he verdade, tem principias falsos, tem marrirnas que , cheirão 8s id&as do tempo em que foráo feitas; mas ninguem deixa hoje de as conhecer, ninguem se encarrega ja de as sustentar, ou defender , e to- das sabem distinguillas com quaes uer conheci- mentos do Direito Pública e Particu ar. Os Pre- 9 1 adoç Veneraveis , que occupáo as Cadeiras Epis- copaes da Igreja Lusitana $50 sobejamente instrui- dos para n5o saberem até que ponto podem f3- zer observalJas : e quando seus Ministros se arre- dem do trilho que as Leis Civis, e Ecclesiasticas t em marcado, os Juizes da Coroa são promptns em fazer respeitar os direi406 deHa na p r o t e g i e do vassallo opprimido.

8. 175- A

O Senh'nt D. Josk de Gloriosa Memoria, fa.. zendo expedir huma Carta circuIar aos Bispos d o Reino com a data de 16. de Maio de 1774., diz assim ao Patriarca de Lisboa : Me prl~rwea avi~ar- vos, que crn t d o o que uor pertencer para re evi- turewl t o h a s fut.t/rds, e funeffos comscquencids que .re poderida segrrir dcá .faltn da rrferida errpur- gag20 e reforma I f n ~ s8breBirns Conrrituifõe~ , e dos abusox 461e RO ~~piíjfo Adiar sc EFIH inc~odffzido, se o retncdio k ti& grandes mies se dilatasse

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por nidis tempo : devei.r logo fazer przveoe4~tjunmente aboijr das rantiqnada~ Corrstittligõc~ qare a i d a exis- tem no vosso Patriarcado, e zapratira do C O ~ J ~ J - turio delk tudo , o que imta , para ser reformade e abnlid~, c m o contrario aos legitímus Cmo~er , a' Drscipljna EccZe.rL?stica, sçtrralmento recebrdu em todgs as Igrejas, rfs Mimkus KeEigira.r e Pvmihn- - te2 Leis , e a@+ Iwvaveis. cort#nie$ rdertes Heinos : a d e ~ i e i ~ m t ~ m de dmi mno estabelecer outras Cmst r t s z i ~ 6 e ~ , qge sendo conformes aos sobreditos princrpios sejáo apresentadas na Meza do Dasem- bargo do Fa a na fdrma do costume, e hdj& de ~ i l b t r por c l f a , dtpois de Jer osvido s Procifradw da C h a , i M z s h Srseai Prese~ a , para Eu Deter- minar f i respeito dela3 o que at d ar m u i ~ convenierpre, P conforme ao Servigo de Deos c Me# , e cz' boa firmo- #ia ; rem cuja cansu~ilcila nem a união Chri~trZa , Irem

sociedade civil se podem conservar. Dondc nos pa- rece se oderi crinduir I." ue o-~iiorivo e raxári principa f da dererminaç'io do % enborD-Jose foi que- rer purgar as Constituiçóes dos priacipios e idêas falsas d2 Bulla da CCa (not. d. ao 5. I*%.) : 2.' que este Soberaiio ficava então , quando antes o r,5o tivesse sido plenamente inforiitado do qiic el!ns erzo, e da importancia que tinhão no foro da Igreja: 3." que eIle reconheceu e resalvou aos Bispos n ~utoridadc de abolir as ant igas , e de fa- zer as novas : 4.O que a approvaçdo do coi?ii~ne pela Meza do Pap,mostra de algum modo que as feiras até agora passhra'o por esta solcnlni- dade ,' e que em consequencia ellas tem nicsma este curihp .da Regia Approvngáo.

t 2 0 3 I Acabaremos de arreLoar sobre este objecto, ptodu-

ziiido hiim documento para prova dc quç o corfvnie re- f e ~ i d o ria Carta Rcgir do Senhor D. Jocé era verda- deiro, e iiriha. com effeito lugar, náo 50 quando as Constiiiiiç.óes dos Bispados se imprimi50 , m a ainda nas reimpress6es. E começando pelas de Lainego da Edif. de 1683. acbainos a resposta segiiirite dn Procu- rador da Coroa Pinheiro. yt estar C ~ n ~ t i i r r i t i t s . E r c ~ i b ~ rit,vidrr , a q*e JC dé Iircnça , pnrn se ptdertm inl- pr in i i r , cmcrikndo-se nor Iugurtr , guc se rqtprrwr na in- f~r tnugáo junta , akm do yrrr nellnr 12 sc achu r i ~ r a h ; AT t a m k m parece , que ire Liv. 6. li:. 8. cap. I . $, 8, ani pst $r trota das contar , qut dctrciri fonrar OS f i l l a r durcr dn Bispado , d a r accrcrrcriar nn j ~ n I difo 8 . abrir du Orden. do Iivr. I . t it . 62. 5. 39. oti 5. 42. do mesmo t i t . que c'ggualrrtentt dcvrm ~cgtrir, M ram guc ,e dcvtm ronfbrmnr rs bilm Yiritudwc~. E prstertr , grre ar tars Gnttituitoer nam prejudicorãã em n~nbcn parrr, mni em srnbum tcnipo n'jurir&áo Real. E rrqusiro , yrrr ~ J I C p r r i n / i rc imprin~a no grrncipio ílai ditar Con~titui-

5"s. LLubaa 17. de N~vtmbro JI ~ 6 8 2 . Joáo Pinheiro. Nas do Arcebispado dr Braga da Ediç. de 1689. acha-se iambem a resposta do Procurador da Coroa Oliveira nestes termos. Eic ri20 Ienhii que dizer nprrn r i i a tn ia nrui~ do que J ~ S S E nu minha u1t;ma rcrpostu Q 20. d r r ~ d lhe du nana parwk. Reronbe~e qac o A T C P ~ ~ J ~ tr(m tom crftl ultinia p r t i ~ h dnitiro miderudalnr ar Consritui@i uihdnr ; a c ~ t u M C S ~ pertrrirc dfcidir o que /h partrrr i ru pralntr que nr girr prfjud;~iralrm à 7u1i~difGo Rcui , lhe srio abriim para es cussr orrurrentrr , W que t s t i mru p r ~ t ~ i t o IC impr;ma ne principio do Livi-o , corno j ú v i qur rc fiz r n outror. Li~boa 10. de Mmrço dt 1689. Mai-ioc.1 Lopes de Oliveira. E finalmente nas de Evora a do Pruciirador rla Coroa Carvalho na forma que se segiie. Ainda que rái aislkds rltur CanstifrrifGrs , r re trate sonienle dr rtimprim~llus , Pratcrta tcrnprc plr DL ~ i l o da Coroa, r de nát cirs~cnfir cni ~ ~ J @ o J ~ ~ Ú G aiguma , quc por~a str 0Jftn~iufl du jurifdifáo Rrai , r com este

prolcslr , grrc larnhn a: drw impr imir , Eirl 2u~td iu . Carvalho.

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@ante d f6rma dos Tombos. Náo achámos ainda monumento mais antigo que as prescreva, do que o citado Regimento de 27. de Setembro de rsrq., feito para os das Ca~el las e Lugares Pios ; devendo por isso entender-se, que todos os outros Atvarás citados na II'hese 17 . , n5o dando outra fórma , e recomniendando a factura de Tom- bos, quizeriio renovar a antiga, ou que pelo me-. nos ella se seguisoe em todos os que assim rnan- daváp fazer : e por tanto não nos parece, que qualquer destas Theses , e nesta parte, mereça a censura que o A. Ifies faz , principalmente se s e attender a que as Provisdes dirigidas aos Juizes d o Tombo náo -dizem o contrario, antes precisa- mente querem isto mesrno.enrendendo-se não s6 lit- teratmence , p o r h conforme seu cspirico ; pois mandando ellas ver e examinar os documentos , e tiruios que há , 'inandáo por isso mesmo, e em .consequencia , juritallos , ou na sua falta,, os tras- lados autenticas ; porque quando os Tombos fo- rem Q resultado de hum processo que se c a ~ , náo podemos persuadir-nos que deixem de ficar nelle todas as provas de testemunhas e Escritu- ras que o Juiz, de seu officio, e a requerimento d e parte mandou produzir.

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a. 177.

A1Cm de que, c para mostrar que a opiniao do A. 'he náo s6 contraria ao Regimento do Se- nhor D, Manoel , porem si$ Leis posteriores , que

nos governiráo, e governzo , basta Iêr a Ord, Liv. r . Tit. r6. $. 2. aonde se mandSo lançar as demarcaçdes e mediç6es em Tombo ,- COM o TRAS- LADO DOS TITtrLOS D A S DITAS. PROPRIEDADES, :E nd te-se, que esta Orden. he tirada do Alv. d e i 8. de Dezcm h r a de 1565. ein B#arbe Nwec & Leio P. I . Tit. 14. L. I . §i 4., e que em oosequcncia o Senhor D. Sebastiáo seguio, e renovou a f6rma dada pelo Senhor D, Mrinoel ; o ue ainda mais s e prova pela dispcsigáo da ~ r d . E i v . 1. =ir. 50. 5. z., qtie he tirada da Reg. 6? de Dezembro de 1564. em LeZo P. I. Tit. J$. $. 3. aonde se diz ; c. fgr& h n p r as ditos bem e kopriedade~ em Livro de' Tombo COM as TRASLADOS aas INSTITUI- qdss 'etc.

$.. r78 , 1

E náo obsta a n z á o do A. em a nm. ao $. 204. de n5o.ser a comriPissáo daJuiz do Tdmbo dada

ara o conhecimento da autenticidade dbs titu, Pcs, porque por irro*miamo hc que nos parece o contrario, isto he , se o Juiz do Tombo fosse autorizado. para apurar, e decidir a" importa* dos tituIos , enráo talvez podesse dispcnrar~se me& Ilior a traslado dellcs, supptindww com . ~ . s e n - tença em que se declarasse que, por titulo5 re- conhecidos por Direito fdra julgado o foreiro TU: jeito a t a l , ou 1x1 encargo, vindo assim esta srna tença a ter a mesma e maior abtoridad~ -do que a traslado da titulo: mas corno sua cotnrni~s5o a50 se estende a iantw; como ella sO Ihe dá po- der de conhecer indirectamente da validade das documentos, que se lhe apresenth, c em tanto

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quanta he ncceis=itio para ultimar .o processo que comesou, faz-se indispensavel em nosso parecer, que elle niande trasladar autenticamente os titu, ,103, ;para que a todo o tempo as partes interes- sadas pp9~sáo disputar perante Juig competente., ae .elles são atrendivcis e cspazes de produzir a obrh gaçáo , que á vism delles se julgou. i

5, r79.

Sem que otstc finalnlente o #]v. de 10. de Junho de 1 7 7 ~ ; ~ pois se nós o entendemos, náo .podemos deixar de dizer, que bem longe de con- vencer ~ T h e s e s etle prova antes o contrario, por- que no §, 2. manda-se , que todos os Cetrsuarias e foreiros exhibáa na Junta do Reina do Algarve as titulos para se qualctfcar~m; e no S. 3. determi- na-se, qiie o Escriváo ao mesmo passo em que se forem q~uJ$canclg os vá l a n p n d s ern hurn livro', que o $. 5. manda depais attender como titulo autentico ; ik sorte q u e , e d o referido se conht- ce : 1.' que p s Tombos e recon hecimenros devem sempre fazer-se em face dos titulas para prdu- z ~ e m obrigqh; 2P q u e quando os Juizes náo S ~ Q autorizados para conliecer da quaiifica~ão.dos mesmos titwlos , devem mandm que esres ou seus traslados se lapcem nos Tombos ; e que pelo contrario q u a n b , como no caso presente, h& que111 canbeça da sua validade, e legitimidade basta ,faaer disso lemksri~a no Tombo , porque j á a50 h41 precisiio de disputar mais, sobre o que hnia vez toi decidido competentemente.

Observamo$ que o A , qucr muito persuadir cm seus 5s. r70 . -172 . 176. 204, c iint. ris fiiis e meios deste Alv. de 10. cie Jiinho de 1775. : e n ó m u i sincera- mente desqarnos tiimbcni , qiie os Turtibos da, Cor- poraçães e particulares se f a ç h pelo methodo incul- cado nelle , ' e qiie se dediiz necessariamente rla cspi- rito de suas' rletermjnaçaer. Porqiie u contratio dellas se pratica, .purqiie se pretende defender o systema abso- luiamenrc cippcistu . he que nós Iirocrirainw mostrar os defeitos e irregril~tidailes rlris Tombos , qiie se des- viao da fórma , que iius parece mais aiialoga 5 sua natureza , e Leis do Reino.

DO que hsrernos escriro até aqui pode-se c- nh'ecer, segundo nos parece, que bem longe de se achar no Discurso Juridico a defesa dos Di- i e i b s Rsaes , e Dominicaes como seu titulo pa- rece inculcar, não vemos senáo defendidas opi- niGes, que, a serem seguidas, devem produzir hurn effeito absolutamente contrario. Pufosso trabalho pois dirigido a impugnar raes opinióes talvez con- siqa , como desejamos, que rodos se convenção de que sd'tcmos por fim a verdade ; e que por isso'dainos As posses legaes, c bem f u n d a d ~ s aquella attençjo , peso , c consideraçáo que merecem pe- Ias circunstancias que as acompanliáo ; parecendo- nos em c o n s e q ~ ~ e n c i a menos verdadeiro o princi- pio que o A. estabelece em a nota ao seu 5. rzr. quando diz : LZ*~IPIUS t e r por cerro . . . . 4,Qgue N I I S 2ue.rf úer occurrentei se deve re~peitar o m/timo csrndo do$ pares ~ejáo orr 9 1 t h OHOJT<IE a F o r ~ t ~

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.rendo ellas trn@~rnes e immemoriaes. Com ~ffeito não nos parece b e m , que tanto se tenha arança- d o , e que sc avançasse, dando-se por certo ,, por- que nem ral certeza se demonstrou , nem era pos- sivel que se demonstrasse; bastando para que assim se fique entendendo saber-se, que , traiaiido-se de dar ;i execuçáo o Plano de mellroramanro, e reforma dos Foraes , a Meza do Paso expedio cir- culares aos Corregedores das Comarcas (de que o A. esurcvcu a copia a pag. 27.) e nellas nrm huma palavra se d i z , que seja d e ãlgurn modo applicavel 3. posse imntemorial ; e posto se maride que os Ministros informem quaes s5o os direitos que o povo paga , daqui n$o se segue, nem que clles se deviio rnanurenir de prescnre , nem que a posse os torne respeitaveis de fur uro, Descjarnos finalmente se conliega , e tenha como certo, que a pezar de differirem tanto nossas opini0es das da A . , nem por isso deixamos de estimar seus Escritos, ou de haver e m bna conta Ieus conhe- cimenros ; antes e bem pelo contrario muito pcr- suadidnç da vasridzo de suas ideas nesras mate- rias, pensamos que clle avançou algurnas propo- siçdes , das quaes provavelmente n io deixaria de juigar preferivel a opiniáo contraria, mas corno 11avi.a Formada seu systema foi obrig;ido a ir con- forme a elle bem a seu pezar. Qrri tertis grrt- busdum de~tinntisgs/e ~entmbiis q~rnsi adrficti &' con~ecrati su í t~ . edque necesntate constricsi , str , e,t jptii qud tio^ pr~bdre so!eant , ea corfnntur conssalr. ' r & rausn dcfendere.

D O S C A P I T U L O S .

CAP. I. Origem dos Fw~es. .$* 7. LAP. II. Lia Reforma dor Foruer, e Qo efletco

4ae e115 produaio no foro. I IZ . I CAP, 111. Se coatra ar F0orse.r benr Zug,zr Q

p o s e lrnt~~t-~noria l. C AP. 1V. J ~ i z o sobre u&rmzas opi~io'es do A. 25*

a proposrto dos Forder, c Iateti- gencics de 'euas dete~n~inafrr'e~. 62;

CAP. V . 2 w l i d ~ d c s que devm trt. as Doa- f6es.

VI. Prow dm Doafõr.r. VII. Se d i~zrne~mrial ter# Zsgar nos Bem

du Coroa, e Direitos Heaes. VflI. Con.rideraj6e.r i r l r e n prmn que

resultn das E~crituras . e Dor=- nrentos. 103.

C A P . IX. Hejexúes geracs sobre os Tomba.r cdas Corporn~óef , e pirniculrer. i 13. CAP. X, Cew~~crd - . d~ D O I / C T ~ ~ Z do A. sobre os íornbor. 143. CAP. XI. AEB&YSE dn impztgnafdo q ~ e u o. fae a ctzda These. I dz,