1 materiais compósitos prof. manuel freitas prof. arlindo silva

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1 Materiais Compósitos Prof. Manuel Freitas Prof. Arlindo Silva

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1

Materiais Compósitos

Prof. Manuel FreitasProf. Arlindo Silva

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2

O que é um material compósito?

Materiais compostos de 2 ou mais materiais, matriz e reforço(s), que:– Não sejam miscíveis– Compativeis quimicamente– Propriedades mecânicas complementares – Propriedades finais do composito função (mais ou

menos linear) das propriedades dos constituintes

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3

Industria Automóvel (1)

O primeiro chassis totalmente em compósito apareceu em 1981 (McLaren MP4-1). O chassis da figura à direita é o Prost AP-01 em fibra de carbono/epoxy, depois de um acidente (Canadá 1997). O habitáculo é sujeito, por regulamento, a testes de impacto, tendo sofrido dois embates laterais nos muros de betão do Circuito, o primeiro dos quais a cerca de 180km/h. Num chassis em alumínio, o piloto teria certamente perdido a vida. Os compósitos vulgarizaram-se na F1 a partir de 1983.

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4

Industria automóvel (2)

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5

Evolução da utilização de compósitos na industria aeronautica

Ontem (Airbus A300/310)

Compósitos9%

Aço13%

Titânio6%

Diversos5%

Ligas leves67%

Hoje (Airbus A320/340)

Aço13%

Titânio6%

Diversos5%

Compósitos18% Ligas leves

58%

Amanhã (A380)

Aço

Titânio Diversos

Compósitos

Ligas leves

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6

Airbus A300/310No “fin” traseiro, reduziu-se o peso em 20%, em relação ao alumínio. É construído em 95 peças, enquanto anteriormente compreendia 2076 peças. Dimensões do fin: 8,3m de altura e 7,8m de largura.

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7

Airbus A320

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Airbus A 380

Exemplo da cauda vertical do Aibus A 380 que vai ser fabricado em material compósito recorrendo a perfis pultrudidos

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Harrier AV-8B

• Uso de compósitos num Harrier AV-8B II. Cerca de 26% do peso desta aeronave é em compósito, na sua grande maioria de carbono/epoxy.

• Estabilizador horizontal do Harrier AV-8B II a entrar no autoclave para iniciar o processo de cura.

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Indústria naval (1)

O casco do navio da figura é feito em estrutura sandwich com faces em Kevlar/epoxy e núcleo em espuma de PVC, obtendo-se com esta construção uma maior resistência ao impacto com menor peso. As velas são também reforçadas com fibras

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Indústria Naval (2)

Sequência de fabrico em materiais compósitos de um casco de um navio

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Definição e contexto

Compósitos

Matriz metálica Matriz polimérica

Termo-endurecíveis Termo-plásticos

Fibras longas

Unidireccionais

Tecidos

Fibras curtas

Multiaxiais

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13

Fibras

RAZÃO L/d DAS FIBRAS

Quanto maior fôr este valor, maior será a resistência da fibra e consequentemente do compósito onde se insere

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Fibras Produção de fibras

de carbono Apresentação das

fibras de vidro e carbono

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Propriedades mecânicas das fibras (1)

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Propriedades mecânicas das fibras (2)

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Fibras em lâminas

Alguns arranjos típicos de fibras em cada camada de compósito

a - Fibras unidireccionais contínuas

b - Fibras descontínuas orientadas de modo aleatório

c - Fibras unidirecionais tecidas ortogonalmente

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Tipos de tecidos

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Tecidos tri-dimensionais

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Tipos de matriz

1. Good mechanical properties

2. Good adhesive properties

3. Good toughness properties

4. Good resistance to environmental degradation

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Tipos de resina (1)

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Tipos de resina (2)

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Micro-mecânica (1)

mLfLL

ffmmL VEVEE

mmLffLLL AAAF

AA

EA

AEE

AA

AA m

mLmLf

fLfLLLm

mLf

fLL

mf AAA

f – fibra ; m – matriz

L – direcção das fibras

T – direcção transversal às fibras

Força na direcção das fibras

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Micro-mecânica (2)

Força na direcção perpendicular às fibras

mTfTT

m

m

f

f

Tm

m

mTf

f

fT

T

T

mmTffTTc

c

EV

EV

EV

EV

EE

VVll

1

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Micro-mecânica (3)

Exemplo da variação do modulo de elasticidade de um compósito (Ec) de fibra de vidro e resina poliester em função da % vol. de fibra (Vf) e dos respectivos módulos Ef

(fibra) e Em (matriz)

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Micro-mecânica (4)

mn

mfn

fn

c VEVEE )()()(

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Constantes de elasticidade

m

m

f

f

T EV

EV

E

1

mmffLT VV

m

m

f

f

LT GV

GV

G

1

Coef. de Poisson

Módulo de elasticidade transversal

Módulo de corte

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Comportamento da Lâmina

LT

LTLT

LL

LT

T

TT

TT

TL

L

LL

G

EE

EE

G

EE

E

xyxy

y

x

xy

y

yx

x

Material isotrópicoMaterial isotrópico Material ortotrópico

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29

Propriedades da camada ortotrópica

nh

h

Vgramagemh

ti

ffi

LT

T

L

LT

TL

LT

T

TL

L

LT

T

L

G

EE

EE

100

01

01

Gramagem (gr/m2)

hi – espessura da camada elementar

ht – espessura total

n - camadas

T

TL

L

LT

EE

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30

Constantes segundo qualquer direcção (1)

LT

T

L

xy

y

x

sccscscscs

cssc

)(22 22

22

22

LT

T

L

xy

y

x

sccscscscs

cssc

)(2

2

22

22

22

xy

y

x

xyy

y

x

x

xy

xy

yx

xy

xy

xy

y

yx

x

xy

y

x

GEE

GEE

GEE

1

1

1

c – cos

s – sen

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Constantes segundo qualquer direcção (2)

xy

y

x

xy

y

x

EEE

EEE

EEE

332313

232221

131211

TLLTT

TLLT

LL

LTLTLTL

LTLTLTL

LTlLTTL

TLLTLTL

LTLTLTL

LTLTLTL

EE

Eque em

GEscEcEscsE

GEscEsEccsE

EscGEEscE

GscEEEscE

GEscEcEsE

GEscEsEcE

11 e

1

))2)((()(

))2)((()(

)()4()(

)()2()(

)2(2)(

)2(2)(

222223

222213

442212

222233

224422

224411

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Propriedades do laminado (1)

Considere-se um laminado de espessura h, n camadas sendo ek a espessura de cada camada

– Para solicitações no plano Nx, Ny e Txy

– As deformações são uniformes em toda a espessura

– As solicitações estão em equilíbrio com as tensões no laminado

n

kkkxy

h

hxyxy

n

kkky

h

hyy

n

kkkx

h

hxx

edzT

edzN

edzN

1

2/

2/

1

2/

2/

1

2/

2/

)(

)(

)(

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Propriedades do laminado (2)As tensões podem ser espressas em função das deformações, considerando que as deformações são uniformes

xyyxk

n

kxy

k

y

k

x

k

xy

xyyxk

n

kxy

k

y

k

x

k

y

xyyxk

n

kxy

k

y

k

x

k

x

AAAeEEET

AAAeEEEN

AAAeEEEN

0330320311

033032031

0230220211

023022021

0130120111

013012011

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Propriedades globais para solicitações no plano do laminado

xy

y

x

xyy

y

x

x

xy

xy

yx

xy

xy

xy

y

yx

x

xy

y

x

xy

y

x

ji

n

kk

kijij

xy

y

x

xy

y

x

GEE

GEE

GEE

Ah

AeEAAAAAAAAAA

TNN

0

0

0

__

_

_

_

_

_

__

_

_

_

_

_

_

0

0

01

0

0

0

1

_

0

0

0

333231

232221

131211

1

1

1

que em

Os coeficientes Aij são independentes da ordem de empilhamento da camada

Nx e Ny provocam distorções angulares devido a A13, A23, A31 e A32; esta distorção desaparece quando o laminado apresenta o mesmo número de camadas com a direcção +q e –q (empilhamento simétrico e equilibrado)

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Deformações em laminadosExemplo da deformação não uniforme no plano: um laminado composto de 2 lâminas de +30º e -30º (não simétrico nem equilibrado), mostrando o efeito de A13 e A23 serem não nulos

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Exemplo de cálculo

Cálculo constantes elásticas

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Laminados em flexão (1) Teoria clássica de laminados

– As secções transversais permanecem planas e perpendiculares ao eixo após deformação

– Campo de deslocamentos u, v e w

– Solicitações: momentos Mx, My e Mxy

0

00

00

wwy

wzvv

xw

zuu

yxw

z

yw

z

xw

z

xyxy

yy

xx

02

0

02

0

02

0

2

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Laminados em flexão (2)

n

k

z

zxy

k

y

k

x

kh

hxyxy

n

k

z

zxy

k

y

k

x

kh

hyy

n

k

z

zxy

k

y

k

x

kh

hxx

k

k

k

k

k

k

zdzEEEzdzM

zdzEEEzdzM

zdzEEEzdzM

1333231

2/

2/

1232221

2/

2/

1131211

2/

2/

1

1

1

n

k

z

zxy

k

y

k

xk

x dzyx

wzzE

yw

zzExw

zzEMk

k1

02

20132

02

20122

02

2011

1

2

Exemplificando para Mx, através da substituição das deformações

Operando a separação dos termos em z e em z2

3 por oacompanhad

2 por oacompanhad

31

3

1

21

21

21

2

111

11

11

kkn

k

k

ijij

z

z

j

z

z

j

kkn

k

k

ijij

z

z

j

z

z

j

zzEDdzzEdzzE

zzEBzdzEzdzE

k

k

k

k

k

k

k

k

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39

Laminados em flexão (3)

yxwywxw

DDDBBBDDDBBBDDDBBBBBBAAABBBAAABBBAAA

MMMTNN

xy

y

x

xy

y

x

xy

y

x

02

20

2

20

20

0

0

333231333231

232221232221

131211131211

333231333231

232221232221

131211131211

em que:

n

k

kkkijij

n

k

kkkijij

n

kkk

k

ijij

zzED

zzEB

zzEA

1

31

3

1

21

2

11

3

2

)(

Os termos Bij (matriz B de acoplamento) são nulos sempre que existir simetria no empilhamentoOs termos A13=A23=0 sempre que o empilhamento for equilibrado, i. e. tiver pares +e – do mesmo lado da simetriaOs termos D13 e D23 só são nulos quando o empilhamento tiver apenas camadas a 0o e 90o; para os empilhamentos com + e – verificar-se-á sempre D13≠0 e D23≠0

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Métodos de produção de laminados

Produção de laminados

Método clássicopré-impregnados

Resin Transfer MoldingRTM

Prensa

Autoclave

Hand and Spraylay-up

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Hand and spray lay-up

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Vacuum bagging

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Enrolamento filamentar

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Pultrusão

Page 45: 1 Materiais Compósitos Prof. Manuel Freitas Prof. Arlindo Silva

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Pré-impregnados

Fibras pré-impregnadas de resina– Armazenamento a -18ºC (max 6 meses), devido à presença

de resina+catalisador– Dificuldade de manuseamento– Ideal para produtos planos, sem formas curvas

Ausência de fibras na direcção Z Equipamentos pesados de produção (autoclaves,

prensas) Custos elevados

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Autoclave para produção de compósitos

Fabrico com pré-impregnados, com vácuo e em autoclave

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Tecidos Multiaxiais

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Fabrico de CRF contínuas, com redução de custos à volta de 30% relativamente a tecnologia “clássica” baseada em pré-impregnados

Fases do processo

Pré-forma de fibras

coloca-se dentro da

cavidade do molde

Fecha-se o molde

Utilizando uma bomba move-se a resina e o

catalisador até o misturador

Fim da fase de injecção

Início da fase de cura

Demoldação

A resina mistura-se

com o catalizador e começa a fase

de injecção

Processo de fabrico RTM

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Equipamento de injecção de resina

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Vantagem da tecnologia RTM em relação à utilização de pré-impregnados

• Maior complexidade da forma• Dimensões mais precisas• Melhor acabamento de superfície• Fibras na direcção da espessura• Volume de fibras alto, até 65%• Incorporação directa dos insertos• Redução dos custos de fabrico• Possibilidade da automação do processo

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Eurocopter – França “Crossbeam stubwing”

Cross Beams are used in TIGER Combat Helicopters to support Stubwings that carry weaponry systems

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Eurocopter – França “Crossbeam stubwing”

Zonas com definição

da espessura diferente

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Eurocopter – França “Crossbeam stubwing”

Controlo não destrutivo do componente

Imagem C-scan

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Eurocopter – França “Crossbeam stubwing”

Controlo destrutivo para detectar defeitos de empilhamento durante o enchimento, que afectam a resistência final

Área A

Área B Área C

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55

FIM