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1. MARKETING 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1.1. Conceitos: O marketing é talvez a mais importante função gerencial as empresas modernas. Porém, não é uma ciência pura como a matemática. As técnicas do marketing devem, ou pelo menos deveriam, levar em conta as peculiaridades do tempo, do espaço e da cultura onde são aplicadas. O marketing atua buscando o melhor ajustamento possível entre o produtor e o consumidor, satisfazendo clientes e promovendo o retorno necessário às empresas. A gestão empresarial de qualidade resulta de uma cultura corporativa voltada para o cliente, de um excelente sistema de planejamento, do uso competente da informação e da tecnologia, e do gerenciamento ótimo dos recursos disponíveis. A estrutura integradora de marketing (o qual retrata uma organização onde todos os departamentos estão voltados para o processo de atrais e manter o cliente), deve ser encarada como uma estratégia para liderar o mercado, proteger-se de inevitáveis mudanças conjunturais e estruturais e, principalmente, aumentar lucratividade. À luz do conceito de estrutura integradora de marketing, várias outras práticas e idéias têm servido aos profissionais que lidam com estratégias. Eis algumas delas: Reengenharia: revisão e otimização dos processos, visando maior racionalidade, isto é, maiores lucros e menores riscos; 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 Empresa-aprendiz: empresa cuja postura em relação ao mercado é a de um eterno aprendiz; Terceirização: empresas que tendem a concentrar-se cada vez mais naquilo que melhor fazem, aliando-se a outras capazes de oferecer algo de valor que integre seu serviço; Downsizing: aproximação entre o vértice e a base da pirâmide organizacional, criando uma estrutura hierárquica com menos níveis; Empowerment: delegação de poder, responsabilidades e instrumentos, valorizando e buscando o comprometimento dos funcionários;

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Page 1: 1. MARKETING 2 3 4 5 6 7 O marketing é talvez a mais ... · voltada para o cliente, de um excelente sistema de planejamento, do uso ... • Auto-estima: prestígio, status, relacionamentos;

1. MARKETING 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

1.1. Conceitos: O marketing é talvez a mais importante função gerencial as empresas modernas. Porém, não é uma ciência pura como a matemática. As técnicas do marketing devem, ou pelo menos deveriam, levar em conta as peculiaridades do tempo, do espaço e da cultura onde são aplicadas.

O marketing atua buscando o melhor ajustamento possível entre o produtor e o consumidor, satisfazendo clientes e promovendo o retorno necessário às empresas.

A gestão empresarial de qualidade resulta de uma cultura corporativa voltada para o cliente, de um excelente sistema de planejamento, do uso competente da informação e da tecnologia, e do gerenciamento ótimo dos recursos disponíveis.

A estrutura integradora de marketing (o qual retrata uma organização onde todos os departamentos estão voltados para o processo de atrais e manter o cliente), deve ser encarada como uma estratégia para liderar o mercado, proteger-se de inevitáveis mudanças conjunturais e estruturais e, principalmente, aumentar lucratividade.

À luz do conceito de estrutura integradora de marketing, várias outras práticas e idéias têm servido aos profissionais que lidam com estratégias. Eis algumas delas:

• Reengenharia: revisão e otimização dos processos, visando maior racionalidade, isto é, maiores lucros e menores riscos;

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47

• Empresa-aprendiz: empresa cuja postura em relação ao mercado é a de

um eterno aprendiz; • Terceirização: empresas que tendem a concentrar-se cada vez mais

naquilo que melhor fazem, aliando-se a outras capazes de oferecer algo de valor que integre seu serviço;

• Downsizing: aproximação entre o vértice e a base da pirâmide

organizacional, criando uma estrutura hierárquica com menos níveis; • Empowerment: delegação de poder, responsabilidades e instrumentos,

valorizando e buscando o comprometimento dos funcionários;

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• Participação nos lucros: empregados vistos como sócios; 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

• Qualidade total: busca da melhoria contínua, através de práticas e

conceitos como Kaisen, Seis Sigma, PDCA, entre outros; • Sistema de custeio ABC: sistema de custeio baseado em atividades

(activity based costing) que eventualmente permite analisar os custos pela ótica da cadeia de valor para o cliente, e não da estrutura departamentalizada.

Conceitode Curva

ABCItens têm importância

relativa diferente

Devem merecer atenção gerencial

diferente

Seq.Uso anual Custo Uso Uso anual Uso a(unid) médio anual ($) acum ($) acum

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39 2 59 119 51.23040 2 51 103 51.33341 4 19 79 51.41242 2 37 75 51.48843 2 29 59 51.54744 1 48 48 51.59645 1 34 34 51.630

Conceitode Curva

ABCItens têm importância

relativa diferente

Devem merecer atenção gerencial

diferente

Seq.Uso anual Custo Uso Uso anual Uso a(unid) médio anual ($) acum ($) acum

1 117 49 5.840 5.8402 27 210 5.670 11.5103 212 23 5.037 16.5474 172 27 4.769 21.3175 60 57 3.478 24.7966 94 31 2.936 27.7327 100 28 2.820 30.5528 48 55 2.640 33.1929 33 73 2.423 35.61610 15 160 2.407 38.02311 210 5 1.075 39.09812 50 20 1.043 40.14213 12 86 1.038 41.180

39 2 59 119 51.23040 2 51 103 51.33341 4 19 79 51.41242 2 37 75 51.48843 2 29 59 51.54744 1 48 48 51.59645 1 34 34 51.630

Seq.Uso anual Custo Uso Uso anual Uso a(unid) médio anual ($) acum ($) acum

1 117 49 5.840 5.8402 27 210 5.670 11.5103 212 23 5.037 16.5474 172 27 4.769 21.3175 60 57 3.478 24.7966 94 31 2.936 27.7327 100 28 2.820 30.5528 48 55 2.640 33.1929 33 73 2.423 35.61610 15 160 2.407 38.02311 210 5 1.075 39.09812 50 20 1.043 40.14213 12 86 1.038 41.180

39 2 59 119 51.23040 2 51 103 51.33341 4 19 79 51.41242 2 37 75 51.48843 2 29 59 51.54744 1 48 48 51.59645 1 34 34 51.630

Pensar no marketing é pensar na inter-relação, interdependência e interligação entre seus diversos atores num mesmo mercado.

Os atores do marketing

Fornecedor

Fabricante Atacadista Varejista Consumidor

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A otimização do relacionamento entre os atores é fundamental para o sucesso comum, pois cada grupo de atores compete com outros grupos, ainda que alguns atores atuem em mais de um grupo.

Utilizar a racionalidade nesse ambiente pode trazer benefícios para as

partes, já que todos os atores estão interligados e são interdependentes no processo de atrais e manter cliente. Fica assim evidenciada a importância do relacionamento.

Aprofundar o estudo dos diversos modelos de necessidades e desejos

dos seres humanos, em busca de conclusões prática e operacionais, pode ajudar o profissional de marketing a ser mais eficaz no atendimento de seu mercado-alvo.

Um dos modelos mais difundidos é o de Maslow (apud Boone & Kurtz,

1998), que hierarquiza as necessidades dos seres humanos segundo cinco categorias:

• Auto-realização: educação, viagens, posição profissional; • Auto-estima: prestígio, status, relacionamentos;

• Sociológica: pertencer a um grupo, divertir-se em grupo, ter amigos; • Segurança: física, mental, financeira; • Fisiológica: comer, beber, dormir.

Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow

34 35 36 37 38 39 40 41

No modelo teórico de Maslow, as necessidades fisiológicas são as mais

básicas; só quando elas são minimamente atendidas é que passamos a perceber as necessidades de segurança, e assim por diante chegar até o topo da pirâmide.

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Uma das restrições ao modelo Maslow é a dificuldade de identificar os vários estágios simultâneos em que se encontra uma pessoa.

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O importante é percebermos a necessidade de estudar os comportamentos dos consumidores para poder segmentá-los em grupos similares e, assim, formular programas e marketing específicos para cada grupo.

No conceito de mercado está incluída uma série de outros elementos,

mas o importante é que ele está associado ao conceito de troca, quando analisamos do ponto de vista do marketing.

É preciso considerar que os mesmos elementos de um mercado podem

ser radicalmente diferentes, na pratica. Consumidores são grupos de pessoas que o marketing passou a enxergar como públicos-alvos: aqueles com necessidades, expectativas e demandas similares, cujo estudo é indispensável para que se criem estratégias eficazes de marketing. Veja alguns outros termos amplamente difundidos:

• Mercado de massa: grandes contingentes de consumidores típicos de mercados não-segmentados e com necessidades semelhantes; • Segmento de mercado: grupos de consumidores que apresentam

alguma identidade em relação a certos atributos, tais como sabor, preço, potência, qualidade; na prática, são os que reagem de forma parecida a um determinado plano de marketing;

• Nicho de mercado: pequenos segmentos geralmente não atendidos

pelos concorrentes e que, por atenderem a necessidades específicas, podem representar ganhos adicionais (por exemplo, artigos de delicatessen, Cds ou DVDs remasterizados e com faixas extras, planos de saúde com cobertura no exterior);

• Consumidor individual: cada um de nós em nossa especificidade

psicológica, resultante de uma experiência de vida exclusiva; as modernas técnicas de segmentação permitem conhecer hábitos e comportamentos individuais.

Quando o cliente é uma pessoa jurídica, dizemos que é um consumidor institucional. Embora ele também tenha necessidades, expectativas e demandas, seu comportamento em geral é definido por normas impessoais. Os fabricantes de produtos e serviços também variam muito, podendo ser privados, estatais ou uma organização não-governamental. Com a globalização, os grandes produtores tendem a estar presentes em muitos países, o que implica conhecimento de culturas e valores diferentes. A globalização, de fato, torna os mercados mais acessíveis, mas não necessariamente idênticos.

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Com o acesso mais amplo aos mercados, os maiores desafios do marketing contemporâneo são a criação de valor (sem a explosão dos custos) e a diferenciação.

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Segundo Nickels e Wood (1999), pesquisar as expectativas, desejos e necessidades dos clientes é um bom ponto de partida para entendermos o que agrega valor na ótica de cada público-alvo. Feita essa pesquisa, deve-se quantificar e priorizar os fatores que são importantes para o público-alvo e, ao mesmo tempo, para as metas de retorno e risco da empresa.

As empresas de sucesso aprenderam o que significa valor para os seus

clientes, pois as preferências dos consumidores são dinâmicas e mudam com demasiada rapidez.

Principalmente, aprenderam a agregar valor, sem expandir os custos.

Conseguiram agilizar o serviço, adequar a embalagem, distribuir de forma mais eficaz e encontrar outras formas de agregar valor.

O importante é que o preço reflita a percepção do valor embutido no

produto ou serviço. Realmente, um dos maiores problemas para o gestor de marketing é ter

seu produto ou serviço percebido pelo mercado como de baixo valor. Ou ele racionaliza seus processos e reduz os custos, ou agregar valor

para se diferenciar. De outra forma, o negócio tenderá a se tornar de ato risco. Entre as fontes mais conhecidas de definições de marketing estão:

• Processo de atrair e manter clientes (Levitt – 1990); • Função gerencial para ajustar oferta e demanda (Rocha e

Christensen – 1999); • Planejamento e execução de idéias para criar trocas visando • determinados objetivos (Semenik e Bamossy – 1995); • Processo de integração da economia à sociedade (Drucker); • Processo gerencial com o objetivo de atender as necessidades e

desejos das pessoas (Kotler e Armstrong – 1998). 5

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1.2. Evolução: 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Como observou Max Weber (1987), a reforma protestante ocorrida na Europa, começou a mudar a ética, a visão e a competitividade dos homens de negócios, e a partir daí começaram a tomar forma modernos conceitos de administração.

As tradicionais práticas administrativas foram revistas à luz de critérios

mais racionais, visando: aumentar o retorno do capital (lucro), através da inovação científica, com ênfase na tecnologia; diminuir os riscos, para garantir a perpetuação dos lucros, através do controle das atividades empresariais.

Por volta de 1900, surgiu a escola clássica, com a teoria da

administração científica e a teoria da gerência administrativa. A administração transformou-se em planejamento criterioso das atividades, organizando e coordenando o trabalho dos subordinados e introduzindo os conceitos de comando e controle de desempenho.

Para Taylor havia uma única maneira correta de se realizar um

trabalho; uma vez descoberta essa maneira, poder-se-ia maximizar a eficiência. O homem seria capaz de otimizar suas decisões, buscando o maior ganho com o mínimo esforço.

Já para Fayol, as funções do administrador eram planejar, organizar,

coordenar, comandar e controlar. Com isso ganhavam importância a unidade de comando, a divisão do trabalho, a especialização e a amplitude de controle.

As idéias de Mayo – o conceito do “homem social” - inspiraram toda

uma corrente de pensamento que influenciou o ensino da administração partir da década de 1940: a “psicologização” das relações de trabalho, espécie de ponte entre a escola de administração e a escola de relações humanas.

Passou-se a estudar a organização como um sistema social, graças à

análise antropológica, que possibilitou o desenvolvimento da teoria dos sistemas abertos, admitindo a existência de leis, princípios e modelos que poderiam ser aplicados a qualquer empresa.

A visão sistêmica não se restringe ao âmbito da produção, mas

estende-se também aos conceitos de marketing, principalmente aqueles que tratam das inter-relações de vários ambientes.

A visão de marketing vem acompanhando a evolução das idéias a

respeito da administração: primeiramente focando o negócio na produção, depois priorizando as vendas, para finamente entender que o cliente é o centro das estratégias eficazes.

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A orientação para o marketing traduz uma visão de negócios focada na antecipação e no atendimento das demandas, expectativas e necessidades do consumidor a longo prazo.

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Uma cultura de gestão empresarial focada no marketing é, na maioria

das vezes, uma vantagem competitiva sustentável. A orientação para o marketing só existe, de fato, quando entendida de

forma integrada pela empresa. A maioria dos especialistas chama a atenção para isso, mostrando os

riscos corporativos da utilização de um marketing fragmentado, ou seja, do uso de algumas ferramentas de marketing isoladamente.

A última premissa da moderna orientação de marketing é a ênfase no

longo prazo, sem isso é quase impossível para a empresa perceber a importância da ética e da responsabilidade social, requisitos cada vez mais importantes para o marketing.

A gestão de marketing ainda está longe de ser uma realidade na

maioria das empresas brasileiras, apesar da retórica e do uso parcial de seus instrumentos e técnicas.

Finalmente, a realidade dos mercados tem demonstrado que não há

receitas de bolo ou estratégicas mágicas na condução dos negócios. Cada empresa deverá definir a sua própria estratégia de marketing e

integrar, de forma única e criativa, seus instrumentos e técnicas. Portanto, a solução varia de acordo com a empresa, seus recursos e seu ambiente. 7

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2. Produto

O produto é o elemento principal da estratégia de marketing e

representa muito mais do que um bem físico porque, além de corresponder às necessidades e aos desejos dos consumidores, oferece benefícios e valores como conforto, prestígio e segurança.

Entretanto, sabemos que não basta benefícios para satisfazer o

consumidor. Assim, o profissional de marketing deve por em foco o desenvolvimento de produtos cujo valor seja a capacidade de conceder benefícios ao comprador através de sistemas, processos e serviços complementares.

Ao planejar sua oferta de mercado, o profissional de marketing precisa

pensar em cinco níveis de produto. Cada nível agrega mais valor para o cliente, e os cinco juntos constituem a hierarquia de valor para o cliente. O nível mais é o benefício central: o serviço ou benefício real que o cliente está realmente comprando. Um hóspede de hotel está comprando ‘descanso e pernoite’.

No segundo nível, o profissional de marketing deve transformar o

benefício central em um produto básico. Assim, um quarto de hotel inclui cama, banheiro, toalhas, escrivaninha penteadeira e armário.

No terceiro nível, o profissional de marketing prepara um produto

esperado: uma série de atributos e condições que os compradores normalmente esperam ao comprar o tal produto. Os hóspedes de hotel esperam cama arrumada, toalhas limpas, lâmpadas que funcionem e um relativo grau de tranqüilidade.

No quarto nível, o profissional de marketing prepara um produto

ampliado, que excede as expectativas do cliente. Nos países desenvolvidos, o posicionamento de marca e a competição se dão nesse nível.

No quinto nível está o produto potencial, que abrange todas as

ampliações e transformações a que o produto deve ser submetido no futuro. É nessa esfera que as empresas procuram novas maneiras de satisfazer os clientes e diferenciar sua oferta. 8

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2.1. Classificação dos produtos: 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Tradicionalmente, as empresas classificam os produtos segundo estas características: durabilidade, tangibilidade e uso (de consumo ou industriais).

Durabilidade e tangibilidade: os produtos podem ser classificados em três grupos, de acordo com a durabilidade e tangibilidade:

1. Bens não-duráveis: são bens tangíveis normalmente consumidos

ou usados um ou poucas vezes, como cerveja ou sabão. Como são consumidos rapidamente e comprados com freqüência, a estratégia apropriada é torná-los disponíveis em muitos locais, ter uma pequena margem de lucro no varejo e anunciar maciçamente para induzir à experimentação e ganhar a preferência do consumidor.

2. Bens duráveis: são bens tangíveis normalmente usados durante

determinado período, como geladeira, ferramentas e vestuário. Em geral, os produtos duráveis exigem venda pessoal e serviços, trabalham com uma margem mais alta e requerem mais garantias do fabricante.

3. Serviços: são produtos intangíveis, inseparáveis, variáveis e

perecíveis. Como resultado, normalmente, eles exigem mais controle de qualidade, credibilidade do fornecedor e adaptabilidade. São exemplos de serviços: corte de cabelo, assessoria jurídica e serviços de reparos.

Classificação dos bens de consumo: a grande variedade de bens de consumo existente em nossa sociedade pode ser classificada em termos de hábitos de compra. Podemos distinguir entre bens de conveniência, de compra comparados, de especialidade e não procurados.

1. Bens de conveniência: são aqueles que o consumidor compra com freqüência, imediatamente e com um mínimo de esforço. Exemplos: cigarros, sabonetes e jornais. Os bens de conveniência podem ser subdivididos em três categorias:

1.1. Básicos: são aqueles comprados com regularidade. 1.2. Bens de impulso: são comprados sem nenhum planejamento

ou esforço de busca.

1.3. Bens de emergência: são comprados quando há uma necessidade urgente.

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Os fabricantes de bens de impulso e de emergência devem colocá-los em locais ou em pontos-de-venda em que os consumidores sejam estimulados a comprá-los ou possam encontrá-los quando precisarem.

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1. Bens de compra comparados: são bens que o cliente,

durante o processo de seleção e compra, caracteristicamente compara em termos de adequação, qualidade, preço e modelo. São exemplos, móveis, vestuários, carros usados e os principais eletrodomésticos. Os bens de compra comparados podem ainda ser divididos em;

2. Bens de compra homogêneos: que são semelhantes em

qualidade, mas têm diferenças significativas no preço para justificar as comparações de compra;

3. Bens de compra heterogêneos: que diferem em certos

aspectos do produto e serviços cuja importância pode ser maior que a do preço. A empresa que fabrica um bem de compra comparado heterogêneo deve oferecer maior variedade, para satisfazer os gostos individuais e contar com uma equipe de vendas bem treinada para informar e orientar os clientes.

4. Bens de especialidade: são bens com características

singulares ou identificação de marca, pelos quais um número suficiente de compradores está disposto a fazer um esforço extra de compra. São exemplos certos carros, equipamentos de som, equipamentos fotográficos e ternos masculinos. Os bens de especialidade não envolvem comparações; os compradores investem tempo e energia para chegar aos revendedores que dispõem dos produtos desejados. Os revendedores não necessitam estar convenientemente localizados; contudo, devem deixar clara sua localização aos compradores potenciais.

5. Bens não procurados: são bens que o consumidor não

conhece ou normalmente não pensa em comprar (ex.: Detectores de fumaça são bens não procurados até o consumidor tomar conhecimento deles pela propaganda). Exemplos clássicos de bens conhecidos, mas não procurados são seguros de vida, lápides, jazigos e enciclopédias. Esse tipo de bem precisa ser apoiado por propaganda e venda pessoal.

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Classificação dos bens industriais: os bens industriais podem ser classificados segundo o modo como entram no processo de produção e de seu custo relativo. Nesse sentido, podemos destacar três grupos:

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1. Materiais e peças: são bens que entram no processo de fabricação dos

produtos manufaturados. Dividem-se em duas classes:

1.1. Matéria – prima:

1.1.1. Produtos agropecuários: são fornecidos por muitos produtores, que os repassam a intermediários que, por sua vez, fornecem serviços de estocagem, classificação, armazenagem, transporte e venda. Se caráter de commodity resulta em relativamente pouca atividade publicitária e promocional, com algumas exceções.

1.1.2. Produtos naturais: têm um fornecimento limitado.

Em geral são vendidos a granel, têm baixo valor unitário, e devem ser transportados do produtor ao usuário. É comum que um pequeno número de grandes produtores os comercialize diretamente aos usuários empresariais. Como os usuários dependem desses materiais, os contratos de fornecimento de longo prazo são comuns. A homogeneidade dos materiais naturais limita a atividade de criação da demanda. Na seleção de fornecedores, a confiabilidade de preço e de entrega é o fator que mais pesa.

1.2. Materiais e peças manufaturados:

1.2.1. Materiais componentes: costumam ser submetidos a processos fabris adicionais – o ferro gusa é transformado em aço, as fibras têxteis são transformadas em tecidos. Devido à natureza padronizada dos materiais componentes, em geral o preço e a confiabilidade do fornecedor são fatores–chave de compra.

1.2.2. Peças componentes: são aquelas que entram no

produto acabado com pouca modificação na forma, como pequenos motores para aspiradores de pó e pneus para automóveis. A maioria dos materiais e peças manufaturadas é vendida diretamente as usuários empresariais, e os pedidos muitas vezes são feitos com um ano ou mais de antecedência. Preço e serviço são as considerações principais de marketing, enquanto a gestão da marca e a propaganda tendem a ser menos importantes.

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2. Bens de capital: são bens de longa duração que facilitam o desenvolvimento ou o gerenciamento do produto acabado. Estão divididos em dois grupos:

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2.1. Instalações: consistem em construções (fábricas, escritórios) e equipamento pesado (geradores, prensas perfuradoras, computadores de grande porte, elevadores). Em geral são compradas diretamente do fornecedor e, como são a aquisição mais importante da empresa, a transação costuma ser precedida por um longo período de negociação. A força de vendas dos fornecedores deve incluir pessoal técnico, e eles devem estar dispostos a adequar projetos a especificações e a fornecer suporte pós-venda. A propaganda é muito menos importante que a venda pessoal. 2.2. Equipamentos: correspondem a máquinas e ferramentas portáteis de uma fábrica (ferramentas de mão, empilhadeiras) e equipamento de escritório (microcomputadores, mesas de trabalho, etc.). Esse tipo de equipamento não se torna parte de um produto acabado. Eles têm uma vida mais curta que as instalações, porém uma vida mais longa que os suprimentos de operação. Embora alguns fabricantes de equipamentos façam vendas diretas, o mais comum é que usem intermediários, visto que o mercado é geograficamente disperso, os compradores são numerosos e os pedidos pequenos. Qualidade, atributos, preço e serviços são os principais elementos a considerar. A força de vendas tende a ser mais importante que a propaganda, ainda que esta possa ser usada com eficácia.

3. Suprimentos e serviços empresariais: são bens de curta duração que facilitam o desenvolvimento ou o gerenciamento o produto acabado. Existem dois tipos de suprimento: suprimentos operacionais (lubrificante, carvão, papel para escrever, caneta) e de manutenção e reparos (tinta, pregos, vassoura). Os suprimentos equivalem aos bens de conveniência: normalmente são comprados com um mínimo de esforço em uma base direta de recompra. Em geral são comercializados por intermediários, devido ao baixo valor unitário e ao grande número de clientes dispersos geograficamente. O preço e os serviços são considerações importantes porque esses produtos são padronizados e preferência por marca não é alta. 12

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Os serviços empresariais incluem os serviços de reparo e manutenção (limpeza de janelas, consertos de copiadoras) e os serviços de consultoria empresarial (consultoria jurídica, gerencial e de propaganda). Os serviços de reparos e manutenção em geral são fornecidos por pequenas empresas especializadas ou pelos fabricantes do equipamento original. Já os serviços de consultoria empresarial costumam ser procurados com base na reputação e na equipe dos fornecedores.

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1.3. Atributos dos produtos:

• Forma: muitos produtos podem ser diferenciados em termos de forma: tamanho, formato ou estrutura física.

Considere as muitas formas que produtos como a aspirina, por exemplo, podem assumir. Apesar de a aspirina ser essencialmente uma commodity, ela pode ser diferenciada por posologia, formato, cor, invólucro, tempo de ação.

• Características: muitos produtos podem ser oferecidos com

características variáveis, que complementam sua função básica. Uma empresa pode identificar e selecionar novas características apropriadas fazendo levantamentos com compradores recentes e, em seguida, calculando o valor para o cliente em relação ao custo para a empresa de cada característica potencial. Ainda é necessário considerar quantas pessoas desejam essas características, quanto tempo seria requerido para introduzir cada uma delas e se os concorrentes poderiam copiá-las com facilidade. As empresas também devem pensar em termos de pacotes de características. As empresas automobilísticas fabricam carros com vários “níveis de acabamento”. Isso reduz custos de estoque e fabricação. Nesse sentido, é preciso decidir entre oferecer características customizadas a um custo mais elevado, ou alguns pacotes padrão a um custo mais baixo.

• Qualidade de desempenho: a maioria dos produtos se enquadra em um

destes quatro níveis de desempenho: baixo, alto, médio ou superior. Qualidade de desempenho é o nível no qual as características básicas do produto operam. As empresas não precisam necessariamente desenvolver o maior nível de desempenho possível. 13

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O fabricante deve projetar um nível que seja apropriado para o mercado-alvo e para os níveis de desempenho dos concorrentes. Além disso, toda empresa deve gerenciar a qualidade de desempenho ao longo do tempo.

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A melhoria contínua de um produto costuma trazer maiores retornos e maior participação de mercado. Por outro lado, reduzir a qualidade para compensar custos crescentes implica sérias conseqüências. A Schlitz, a marca de cerveja número dois dos Estados Unidos nos anos 70, fracassou porque a administração adotou uma política financeira que visava aumentar os lucros no curto prazo e atrair a simpatia dos acionistas. Na verdade, à medida que as empresas vêm adotando um modelo de valor e oferecendo mais qualidade por menos dinheiro, a qualidade está se tornando um parâmetro de diferenciação cada vez mais importante. A empresa de vendas por catálogo J.Crew está elevando o preço de seus produtos na mesma medida em que aumenta a qualidade.

• Qualidade de conformidade: os compradores esperam que os produtos

tenham alta qualidade de conformidade, ou seja, que todas as unidades produzidas sejam idênticas e atendam às especificações prometidas. Suponha que o Porsche 944 seja projetado para passar de zero a em quilômetros por hora em dez segundos. Se todos os Porsche 944 que saem da linha de montagem fizerem isso, pode-se dizer que o modelo tem alta qualidade de conformidade. O problema com baixa qualidade de conformidade é que o produto desapontará alguns compradores.

• Durabilidade: durabilidade, uma mensuração da vida operacional

esperada do produto sob condições naturais ou excepcionais, é um atributo valioso para determinados produtos. Os compradores geralmente pagam mais por veículos e eletrodomésticos que possuam uma reputação de alta durabilidade. Entretanto, essa regra apresenta algumas restrições. O adicional no preço não deve ser excessivo. Além disso, o produto deve não estar sujeito à rápida obsolência tecnológica, como no caso dos computadores pessoais e das câmeras de vídeo.

• Confiabilidade: em geral os compradores pagam um preço premium por

produtos mais confiáveis. Confiabilidade é a mensuração da probabilidade de um produto não quebrar ou apresentar defeitos durante determinado período.

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• Facilidade de reparo: a facilidade de reparo é a mensuração da facilidade de consertar um produto que funcione mal ou que deixe de funcionar.

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A facilidade de reparo ideal existiria se os próprios usuários pudessem consertar os produtos, rapidamente e a baixo custo. Alguns produtos possuem um recurso de diagnóstico que permite aos técnicos resolver um problema por telefone ou orientar o usuário sobre como resolvê-lo.

• Estilo: o estilo é o visual do produto e a sensação que ele passa ao

comprador. O estilo tem a vantagem de criar uma diferenciação difícil de ser copiada. No lado negativo, um estilo marcante não indica necessariamente desempenho superior. Um carro pode ter visual fora de série, mas passar muito tempo na oficina.

2.3. Características dos produtos: tipos de marcas 2.3.1. Hierarquia de produto: A hierarquia de produto inclui desde necessidades básicas até itens

específicos que atendem a essas necessidades. Podemos identificar seis níveis da hierarquia de produto (exemplificados com seguro de vida):

• Família de necessidade: a necessidade central que sustenta a

existência de uma família de produtos. Exemplo: segurança. • Família de produtos: todas as classes de produtos que podem

satisfazer uma necessidade central com razoável eficácia. Exemplos: poupança e renda.

• Classe de produtos: um grupo de produtos dentro da família de

produtos que têm, reconhecidamente, certa coerência funcional. Exemplo: instrumentos financeiros.

• Linha de produtos: um grupo de produtos dentro de uma classe de

produtos que estão intimamente relacionados porque desempenham uma função similar, são vendidos para os mesmos grupos de clientes e comercializados pelos mesmos canais, ou que se incluem em determinadas faixas de preço. Exemplo: seguros de vida.

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• Tipo de produto: um grupo de itens dentro de uma linha de produtos que compartilham uma das diversas formas possíveis do produto. Exemplo: seguro de vida anual.

• Item (também chamado de unidade específica do estoque ou variante

de produto): uma unidade distinta dentro de uma marca ou linha de produtos que se distingue pelo tamanho, preço, aparência ou outro atributo. Exemplo: seguro de vida anual renovável. 2.3.2. Marcas combinadas e marcas de ingrediente Marcas combinadas: produtos de diferentes empresas podem ser

combinados de várias maneiras. Um fenômeno crescente é o surgimento de marcas combinadas (também chamadas de marcas duplas ou co-branding), em que duas ou mais marcas conhecidas são combinadas em uma única oferta.

A combinação de marcas assume diversas formas. Uma é a

combinação de marcas da mesma empresa. Outra forma é a marca combinada em uma joint-venture.

Existe também a marca combinada de múltiplos patrocinadores. Por fim

há a marca combinada no varejo, em que dois estabelecimentos varejistas – restaurantes fast-food, por exemplo – usam o mesmo local como forma de otimizar tanto o espaço físico como os lucros.

A principal vantagem das marcas combinadas é que um produto pode

ser posicionado de maneira convincente em virtude das múltiplas marcas envolvidas.

Marcas combinadas podem gerar mais vendas no mercado-alvo

existente, assim como criar oportunidades adicionais com novos consumidores e canais. Também podem reduzir o custo de lançamento do produto porque duas imagens bem conhecidas são combinadas, o que acelera sua adoção potencial. E ainda pode ser um meio valioso de conhecer melhor os consumidores e como outras empresas os abordam.

As empresas do setor automotivo colheram todos esses benefícios das

marcas combinadas. As principais desvantagens das marcas combinadas são os riscos e a

perda de controle, resultantes de estar associado à outra marca na mente dos consumidores.

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As expectativas do consumidor sobre o nível de envolvimento e o comprometimento de marcas combinadas tendem a ser altas, portanto um desempenho insatisfatório pode ter repercussões negativas para todos os envolvidos.

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Se uma marca entra em vários arranjos de marcas combinadas, corre o

risco de que seu excesso de exposição dilua a transferência de qualquer associação. Essa prática pode resultar igualmente em falta de foco nas marcas existentes.

Uma condição necessária para o sucesso das marcas combinadas é

que cada uma tenha um brand equity independente – uma conscientização de marca adequada e uma imagem suficientemente positiva.

O requisito mais importante é que exista uma correlação lógica ente as

duas marcas, de forma que a combinação e a atividade de marketing maximizem as vantagens das marcas individuais e minimizem suas desvantagens.

Estudos mostram que os consumidores estão mais propensos a

perceber marcas combinadas favoravelmente se elas forem complementares e não similares.

Além de levar em conta essas considerações estratégicas, as empresas

devem criar e executar cuidadosamente qualquer iniciativa de marca combinada, com a adequação correta de valores, habilidades e metas, bem como um equilíbrio apropriado de brandy equity. Deve haver planejamento detalhado para legalizar os contratos, arranjos financeiros e programas de marketing coordenados.

Como comparou um executivo da Nabisco, “ceder uma marca é como

doar um filho – você quer ter certeza de que tudo sairá perfeito”. Os arranjos financeiros entre marcas podem variar, embora seja comum o pagamento de taxa de licenciamento de royalties para a marca mais envolvida no processo de produção.

Marca de ingrediente: é uma forma especial de combinação de

marcas. Envolve a criação de um brand equity, ou uma identidade individual, para materiais, componentes ou peças que necessariamente entram em produtos finais de outras marcas.

Uma forma interessante de marca de ingrediente é o “self-branding”, em

que as empresas anunciam e até mesmo registram suas próprias marcas de ingredientes.

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A cadeia Westin Hotels, por exemplo, anuncia sua “Heavenly Bed” (cama paradisíaca) e seu “Heavenly Shower” (chuveiro paradisíaco). Inclusive, a Heavenly Bed foi tão bem aceita que hoje a Westin vende camas, travesseiros, lençóis e cobertores por um catálogo on-line, além de outros artigos de banho e presentes com a marca “Heavenly”.

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Se você tem como fazê-lo, é muito mais lógico criar marcas de

ingrediente próprias; afinal, isso lhe dá mais controle e permite desenvolver ingredientes específicos para os fins desejados.

As marcas de ingrediente procuram criar conscientização e preferência

para seu produto de tal forma que os consumidores não comprem um produto final que não contenha o ingrediente.

2.4. Composto de produto: itens e linhas 2.4.1. Sistemas e mix de produtos: Um sistema de produto é um grupo de itens diferentes, porém

relacionados, que funcionam de maneira compatível. Por exemplo, as linhas de produto handheld e smartphone da PalmOne

vêm com acessórios que incluem fones de ouvido, câmeras, teclados, projetores, e-books, players de Mp3 e gravadores d3e voz.

Um mix de produtos (também chamado sortimento de produtos) é o

conjunto de todos os produtos e itens que uma empresa põe à venda. Um mix de produtos compõe-se de várias linhas de produtos.

O mix de produtos de uma empresa possui abrangência, extensão,

profundidade e consistência específicas: • A abrangência de um mix de produtos refere-se a quantas linhas

diferentes de produtos a empresa oferece; • A extensão de um mix de produtos refere-se ao número total de

itens no mix. Também podemos falar sobre a extensão média de uma linha, obtida dividindo-se a extensão total pelo número de linhas;

• A profundidade de um mix de produtos refere-se a quantas opções

são oferecidas em cada produto na linha. 18

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• A consistência do mix de produtos refere-se à quão estreita é a relação entre as várias linhas de produtos em termos de uso final, exigências de produção, canais de distribuição ou algum outro critério. As linhas são menos consistentes na medida em que desempenham diferentes funções para os compradores.

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Essas quatro dimensões do mix de produtos permitem à empresa expandir seus negócios de quatro maneiras.

Ela pode adicionar novas linhas de produtos, ampliando assim a abrangência do mix; pode aumentar a extensão de cada linha de produtos; pode adicionar mais opções para cada produto e aprofundar seu mix; e, por fim, pode buscar maior consistência na linha de produtos.

Para tomar decisões sobre tais produtos e marcas, é útil conduzir uma

análise na linha de produtos.

2.4.1. Análise da linha de produtos

Ao oferecer uma linha de produtos, as empresas normalmente desenvolvem uma plataforma e módulos básicos que podem ser somados para atender a diferentes exigências dos consumidores.

Os fabricantes de automóveis constroem seus carros de acordo com uma plataforma básica.

Os construtores de casas mostram uma planta de casa na qual podem

ser incluídas especificações adicionais. Essa abordagem modular permite à empresa oferecer variedade e, ao

mesmo tempo, reduzir os custos de produção. Os gerentes de linha de produtos precisam conhecer as vendas e os

lucros de cada item em sua linha para determinar quais devem ser criados, mantidos, recolhidos ou abandonados. Eles também precisam entender o perfil de mercado de cada linha de produtos.

Vendas e lucros: Toda empresa possui em sua linha de produtos itens com diferentes margens de lucro.

Os supermercados praticamente não têm margem no pão e no leite;

conseguem margens razoáveis em alimentos enlatados e congelados, e margens ainda melhores nas flores, alimentos étnicos e pratos prontos.

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Uma empresa de telefonia local obtém margens diferentes em seu serviço de telefonia básico, de chamada em espera, de identificação de chamada e de mensagens de voz.

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Uma empresa pode classificar seus produtos em quatro tipos, que produzem margens brutas diferentes conforme o volume de vendas e as promoções (usando como exemplo os computadores pessoais):

• Produto central: computadores com alto volume de vendas e grandes promoções, mas que produzem margens pequenas porque são vistos como commodities indiferenciadas;

• Produtos básicos: itens com volume de vendas menor e nenhuma

promoção, como CPUs mais rápidas e memórias mais poderosas. Produzem margens ligeiramente maiores.

• Especialidades: itens com menor volume de vendas, mas que

podem absorver grandes promoções, como equipamentos para produção de filmes digitais, ou que podem gerar renda por serviços, como entrega pessoal, instalação ou treinamento do cliente.

• Itens de conveniência: itens periféricos com alto volume de vendas,

mas que permitem menos promoções, como monitores de computador, impressoras, placas sofisticadas de som ou vídeo e software. Os consumidores tendem a comprá-los no mesmo lugar onde compraram o equipamento original porque é mais conveniente do que fazer viagens adicionais para adquiri-los. Tais itens podem gerar margens maiores.

O importante é as empresas reconhecerem que esses itens possuem diferentes potenciais para ter preços maiores ou receber mais publicidade, a fim de aumentar sua venda, sua margem ou as duas coisas. Perfil do mercado: o mapeamento de produto mostra quais itens do concorrente estão competindo com os itens da empresa.

O mapa também revela as possíveis localizações para novos itens. Outro benefício do mapeamento de produtos é que ele identifica os

segmentos do mercado. A análise da linha de produtos fornece informações para duas áreas-chave de decisão – extensão da linha de produtos e determinação de preço do mix de produto. 20

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2.4.2. Extensão da linha de produtos 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Os objetivos da empresa influenciam a extensão da linha de produtos. Um dos objetivos pode ser criar uma linha que induza a venda de produtos superiores.

Um objetivo diferente é criar uma linha de produtos que facilite a venda cruzada. Outro objetivo ainda é criar uma linha de produtos que proteja a empresa contra os altos e baixos da economia.

As empresas que buscam grande participação de mercado e rápido

crescimento do mercado preferirão linhas mais extensas. Aquelas que enfatizam a alta lucratividade adotarão linhas mais

reduzidas que consistirão em itens cuidadosamente escolhidos.

As linhas de produtos tendem a se expandir com o tempo. O excesso de capacidade produtiva pressiona o gerente de linha a desenvolver novos itens.

A força de vendas e os canais de distribuição também pressionam a

empresa a adotar uma linha de produtos mais completa, a fim de satisfazer seus clientes. Mas com a adição de itens aumentam diversos custos: de engenharia e projetos, de armazenagem, de mudança no processo de fabricação, de processamento de pedidos, de transporte e de promoção.

Assim, o processo mais cedo ou mais tarde acaba sendo suspenso: a

alta gerência pode interromper o desenvolvimento devido à insuficiência de recursos ou de capacidade de fabricação.

O controller pode pedir um estudo dos itens da linha que dão prejuízo.

Por essa razão, é comum que o padrão de crescimento de linha de produtos, seguido por uma fonte de queda, se repita muitas vezes.

A empresa estende sua linha de produtos de duas maneiras: ampliando-a ou complementando-a.

Ampliação de linha: cada linha de produtos de uma empresa abrange certa parte da extensão total possível. A ampliação ocorre quando uma empresa estende sua linha de produtos para além da faixa atual.

É possível ampliar sua linha mercado abaixo, mercado acima ou em ambos os sentidos.

Ampliação mercado abaixo: há três razões possíveis para uma empresa posicionada no mercado médio querer lançar uma linha a preços mais baixos:

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• A empresa pode notar grandes oportunidades de crescimento de mercado mais abaixo, tendo em vista que grandes varejistas estão atraindo um número crescente de compradores que procuram bens com boas relações valor-preço;

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• A empresa pode querer bloquear os concorrentes que atendem ao

mercado de preços mais baixos, para que não tentem se expandir para o mercado de nível mais alto. Quando a empresa é atacada por um concorrente do segmento inferior, muitas vezes ela contra-ataca entrando no próprio segmento inferior;

• A empresa pode achar que o mercado médio está se estagnando ou

entrando em declínio; Ampliação mercado acima: as empresas podem desejar entrar na faixa superior do mercado para obter maior crescimento ou maiores margens, ou simplesmente para se posicionar como fabricantes de linha completa. Ampliação dupla: as empresas que atendem o mercado médio podem decidir ampliar sua linha nos dois sentidos.

Complementação da linha: uma linha de produtos pode ser estendida igualmente pela adição de itens ao leque já existente. Existem diversos motivos para a complementação de linha: aumentar a lucratividade; buscar satisfazer revendedores que reclamam de vendas perdidas pela falta de itens na linha; tentar utilizar o excesso de capacidade; tentar ser a empresa líder do setor, oferecendo a linha completa; e tentar preencher lacunas que possam constituir oportunidades para os concorrentes.

A complementação de linha será exagerada se resultar em autocanibalização e em confusão para os clientes. A empresa precisa diferenciar cada item na mente do consumidor, ou seja, cada um deve possuir uma diferença minimamente perceptível.

De acordo com a Lei de Weber, os clientes estão mais atentos à diferença relativa do que à diferença absoluta. Eles vão perceber a diferença entre placas de 60 e 90 centímetros de comprimento e entre placas de 6 e 9 metros de comprimento, mas não entre placas de 10 e 10,5 metros de comprimento.

A empresa deve garantir que os novos produtos tenham uma diferença

perceptível. Deve também assegurar que o item proposto atenda a uma necessidade do mercado e não esteja sendo adicionado somente para satisfazer uma necessidade interna.

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Modernização, promoção e redução da linha: as linhas de produto precisam ser modernizadas.

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As máquinas operatrizes de uma empresa podem parecer ter sido feitas

na década de 1950 e perder para as de estilo mais moderno da concorrência. A questão é se a linha deve ser renovada gradualmente ou de uma vez

só. Além de mais econômica, a abordagem gradualista permite à empresa identificar como clientes e revendedores reagem ao novo estilo; contudo, ela possibilita que os concorrentes vejam as mudanças e comecem a redesenhar suas próprias linhas.

Em mercados de produtos em rápida mudança, a modernização é realizada continuamente. As empresas planejam melhorias para incentivar os clientes a migrar ruma a itens de maior valor e preço mais alto.

Um problema importante é programar a introdução das melhorias para que não sejam precoces (prejudicando as vendas da linha existente) nem muito tardias (após a concorrência ter estabelecido a reputação de um equipamento mais avançado).

O gerente da linha de produtos costuma selecionar um ou um pequeno número de itens da linha para promover.

Em outras ocasiões os gerentes destacam um item de segmento superior do mercado para dar prestígio à linha de produtos.

Algumas vezes uma empresa acha que parte de sua linha está

vendendo bem e outras partes não. Ela pode então tentar aumentar a demanda dos itens que vendem

menos, sobretudo se forem produzidos em uma fábrica que esteja parcialmente inativa por falta de demanda.

No entanto, pode-se argumentar que a empresa deveria promover os

itens que vendem bem, em vez de tentar reforçar os itens fracos.

Os gerentes de linha de produtos devem rever periodicamente a linha para detectar mercadorias invendáveis que estejam prejudicando as vendas totais.

A seção Novas Idéias em Marketing “Racionalizando o portfólio de

marcas para o crescimento” descreve alguns avanços dessa estratégia. 23

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Os itens fracos podem ser identificados pela análise de vendas e custos.

Uma empresa de produtos químicos reduziu sua linha de 217 para 93

produtos, mantendo apenas os de maior volume, maior contribuição para os lucros e maior potencial no longo prazo.

Outra ocasião para cortes é quando a capacidade de produção está

comprometida. As empresas costumam reduzir suas linhas em períodos de forte

demanda e estendê-las nos períodos de baixa demanda.

2.5. Ciclo de vida de produtos A estratégia de posicionamento e diferenciação da empresa deve

mudar, uma vez que o produto, o mercado e os concorrentes mudam ao longo do ciclo de vida do produto (CVP). Ao afirmar que o produto possui um ciclo de vida, estamos aceitando quatro fatos:

1. Os produtos têm vida limitada. 2. As vendas dos produtos atravessam estágios diferentes, cada

qual com desafios, oportunidades e problemas distintos para o vendedor.

3. Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de

vida do produto.

4. Os produtos exigem estratégias diferentes de marketing, finanças, produção, compras e recursos humanos para cada estágio de seu ciclo de vida.

2.5.1. Os ciclos de vida do produto

A maioria das curvas do ciclo de vida do produto assume a forma de sino. Essa curva normalmente é dividida em quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio:

1. Introdução: período de baixo crescimento nas vendas, uma vez

que o produto está sendo introduzido no mercado. Não há lucros neste estágio devido às pesadas despesas com a introdução do produto.

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2. Crescimento: período de rápida aceitação do mercado e melhoria substancial dos lucros.

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3. Maturidade: período de baixa no crescimento das vendas,

porque o produto já alcançou a aceitação da maioria dos compradores potenciais. Os lucros se estabilizam ou declinam em face do aumento da concorrência.

4. Declínio: período em que as vendas mostram uma queda

vertiginosa e os lucros desaparecem.

O conceito de CVP para analisar uma categoria de produtos, a forma de um produto, um produto ou uma marca. Nem todos os produtos exibem um CVP em forma de sino. Existem outros três padrões comuns, mostrados na figura abaixo.

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A figura mostra um padrão de crescimento-queda-maturidade típico

de pequenos eletrodomésticos para cozinha, como mixers e máquina de fazer pão.

As vendas se elevam rapidamente logo que o produto é lançado e, em

seguida, caem para um nível “estabilizado”, sustentado por consumidores que só decidem comprar o produto pela primeira vez mais tarde ou por aqueles que o compraram no início e precisam substituí-lo.

O padrão de ciclo-novo ciclo, muitas vezes descreve as vendas de

novos medicamentos. A empresa farmacêutica promove agressivamente seu novo produto, o

que origina o primeiro ciclo. Mais tarde, às vendas começam a declinar e ela faz uma nova campanha, o que gera um novo ciclo (em geral de magnitude e duração menores).

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Outro padrão comum é o escalonado. Neste caso, as vendas pass am por uma sucessão de ciclos de vida baseados na descoberta de novas características do produto, de novos usuários e de novas aplicações.

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As vendas de náilon, por exemplo, mostram um padrão escalonado

devido às inúmeras aplicações – pára-quedas, meias, camisas, tapetes, velas de barcos, pneus de automóveis – que continuam a ser descobertas.

2.5.2. Ciclo de vida de estilo, moda e modismo É necessário destacarmos três categorias especiais de ciclo de vida do

produto – estilo, moda e modismo. O estilo é um modo de expressão básico e diferenciado que surge em

uma área da atividade humana. Ele aparece em casas (colonial rústica, de praia), em roupas (formais, informais, descoladas) e na arte (realista, surrealista, abstrata). Um estilo pode durar gerações, entrando e saindo da moda.

A moda é um estilo popular ou correntemente aceito em uma

determinada área. A moda passa em determinados por quatro estágios: distinção, emulação, massificação e declínio.

É difícil prever a duração de um ciclo da moda. Para alguns, a moda

termina porque representa um compromisso de compra, e os consumidores passam a procurar os atributos ausentes. Por exemplo, à medida que os automóveis se tornam menores, ficam menos confortáveis. Assim, um número crescente de compradores passa a desejar carros maiores.

No entanto, muitos consumidores adotam a moda, recusando outras

opções. Outro ponto importante: a duração de um ciclo de moda depende do quanto ela atende a uma necessidade legítima, é coerente com outras tendências da sociedade, satisfaz normas e valores sociais, e não excede os limites tecnológicos à medida que se desenvolve.

O modismo é a moda que aparece de súbito, é adotada com enorme

entusiasmo, chega logo ao pico e declina rapidamente. Seu ciclo de aceitação é curto e tende a atrair um número limitado de adeptos, que estão em busca de emoção ou querem se destacar das outras pessoas.

O modismo não sobrevive porque em geral não satisfaz uma

necessidade precisa. Os vencedores em marketing são aqueles que reconhecem o modismo logo no início e o alavancam em produtos com poder de resistência.

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2.5.3. Estratégias de marketing: o estágio de introdução 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Como é demorado preparar um novo produto, solucionar os problemas

técnicos, abastecer os revendedores e conquistar a aceitação do consumidor, o crescimento das vendas costuma ser lento neste estágio.

As vendas de produtos caros como os televisores de alta definição

sofrem ainda por outros fatores, como a complexidade do produto e um número menor de compradores em potencial.

No estágio de introdução, os lucros são negativos ou baixos. As

despesas promocionais superam as vendas devido à necessidade de informar os consumidores potenciais, induzi-los a experimentar o produto e assegurar a distribuição nas lojas.

As empresas concentram-se nos consumidores mais dispostos a

comprar – em geral, os grupos de maior poder aquisitivo. Os preços normalmente são altos porque os custos também o são.

As empresas que planejam lançar um produto devem decidir o

momento de ingressar no mercado. Ser o primeiro pode ser recompensador, mas igualmente arriscado e oneroso. Chegar por último faz sentido se a empresa consegue oferecer tecnologia superior, qualidade ou uma marca forte.

Acelerar o período de inovação é essencial numa era de CVPs cada

vez mais curtos. Antecipar-se compensa. Um estudo descobriu que os produtos lançados seis meses mais tarde

– mas dentro do orçamento – renderam uma média de 33% menos lucros nos primeiros cinco anos; os produtos lançados no tempo certo, mas 50% acima do orçamento, tiveram seus lucros cortados em apenas 4%.

Os usuários iniciais lembrarão o nome da marca se a pioneira os

satisfizer. A marca também estabelece os atributos que a classe de produtos

deve possuir. A marca da pioneira quase sempre tem como alvo o setor intermediário do mercado, razão pela qual capta mais usuários.

O comodismo do cliente exerce igualmente seu papel. Por outro lado,

a fabricante desfruta certas vantagens: economias de escala, liderança tecnológica, patentes, propriedade de ativos escassos e outras barreiras à entrada.

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As pioneiras podem ter um gasto de marketing mais eficaz e aproveitar índices mais altos de recompra. Uma pioneira atenta consegue manter sua liderança indefinidamente seguindo diversas estratégias. Entretanto, trata-se de uma vantagem que não é regra absoluta.

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Golder e Tellis levantam outras questões acerca da vantagem da

pioneira. Eles fazem distinção entre uma inventora (a primeira a desenvolver patentes numa nova categoria de produtos), uma pioneira em produto (a primeira a desenvolver um modelo de funcionamento) e uma pioneira de mercado (a primeira a efetuar vendas numa nova categoria de mercado).

Eles incluíram em sua amostra as pioneiras não sobreviventes e

concluíram que, embora as pioneiras possam ter alguma vantagem, um número maior do que o divulgado de pioneiras de mercado fracassou, e um número maior das primeiras líderes de mercado (mas não pioneiras) obteve êxito.

Num estudo mais recente, Tellis e Golder identificaram os cinco fatores

a seguir como os alicerces para a liderança de mercado a longo prazo: visão do mercado de massa, persistência, inovação incansável, responsabilidade financeira e alavancagem de inativos.

A pioneira deve visualizar os diversos mercados de produto que poderia

alcançar de início, tendo consciência de que é impossível ingressar em todos ao mesmo tempo.

2.5.4. Estratégias de marketing: o estágio de crescimento O estágio de crescimento é marcado pela rápida elevação nas

vendas. Os primeiros usuários gostam do produto, e novos consumidores começam a comprá-lo. Novos concorrentes ingressam, atraídos pelas oportunidades. Eles lançam novas características de produtos e expandem a distribuição.

Os preços se mantêm estáveis ou caem levemente, dependendo da

rapidez com que a demanda aumenta. As empresas mantêm suas despesas promocionais iguais a um nível ligeiramente maior para acompanhar a concorrência e continuar a informar o mercado.

As vendas aumentam com muito mais rapidez do que as despesas

promocionais, acarretando uma bem-vinda redução na proporção promoções-venda.

Os lucros aumentam durante este estágio à medida que os custos de

promoção sobre um volume maior e, graças à curva de aprendizagem, os custos unitários de manufatura diminuem com mais rapidez do que o preço.

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Essa taxa de crescimento ascendente pode declinar de repente, por isso as empresas devem estar atentas e preparar novas estratégias.

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De fato, durante este estágio a empresa usa inúmeras estratégias para

dar suporte ao rápido crescimento do mercado: • Melhora a qualidade do produto e acrescenta a ele novas

características ou um novo estilo; • Adiciona novos modelos e produtos de flanco (produtos de tamanho,

sabores, etc. Diferentes que protegem o produto principal);

• Ingressa em novos segmentos de mercado;

• Aumenta sua cobertura de distribuição e adota novos canais;

• Passa da propaganda de conscientização para uma propaganda que visa criar preferência pelo produto;

• Reduz preços para atrair a camada seguinte de compradores,

interessados em pagar menos. Essas estratégias de expansão de mercado fortalecem a posição

competitiva da empresa. Uma empresa que se encontra no estágio de crescimento enfrenta um

trade-off entre alta participação de mercado e alto lucro imediato. Investindo dinheiro em melhorias no produto, nas promoções e na distribuição, é possível garantir uma posição dominante.

Assim, a empresa abre mão de obter o máximo de lucro imediato na

esperança de conseguir lucros ainda maiores no próximo estágio. 2.5.5. Estratégias de marketing: o estágio da maturidade Em determinado momento, o crescimento das vendas se tornará mais

vagaroso e o produto ingressará num estágio de relativa maturidade. Em geral este estágio dura mais do que os anteriores e apresenta desafios consideráveis para o gerenciamento de marketing.

A maioria dos produtos está no estágio de maturidade no ciclo da

vida, e a maioria dos gerentes de marketing enfrenta o desafio de divulgar um produto maduro.

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O estágio de maturidade se divide em três fases: 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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• maturidade de crescimento; • maturidade estabilizada; • maturidade decadente.

Na primeira fase, a taxa de crescimento das vendas começa a

diminuir. Não há nenhum canal de distribuição novo para atender. Na segunda fase, as vendas chegam a um patamar per capita devido à

saturação do mercado. A maior parte dos consumidores potenciais experimentou o produto, e as vendas futuras são regidas pelo crescimento da população e pela demanda de substituição.

Na terceira fase, a de maturidade decadente, o nível absoluto de

vendas cai e os clientes passam a preferir outros produtos. A desaceleração das vendas provoca excesso de capacidade no setor,

o que acirra a concorrência. Os concorrentes lutam para encontrar nicho:

• Partem para liquidações freqüentes. • Aumentam o volume de propaganda e de promoções

comerciais e ao consumidor.

• Incrementam os lançamentos de P&D na tentativa de desenvolver melhorias no produto e extensões de linha.

• Fazem acordos para fornecer marcas próprias.

• Uma mudança completa se inicia e as concorrentes mais

fracas sucumbem.

• Por fim, só sobrevivem no setor os concorrentes bem entrincheirados, cuja maior motivação é obter e manter participação de mercado.

No domínio de um setor existem algumas poucas empresas gigantes

– talvez uma líder em qualidade, uma líder em serviços e uma líder em custos – que atendem a todo mercado e obtêm lucros principalmente por meio de grandes volumes e custos mais baixos.

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Em torno dessas empresas dominantes, há uma multidão que ocupa os nichos, incluindo uma líder em mercado, uma líder em produto e uma líder em personalização, a dúvida que assola uma empresa inserida em um mercado maduro: é batalhar para se tornar uma das 'três grandes' e obter lucros por meio de grandes volumes e custo baixo, ou perseguir uma estratégia de nichos e alcançar lucros em pequenos volumes e margens altas?

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Algumas empresas abandonam produtos mais fracos e se concentram

naqueles mais lucrativos e em novos produtos. Mas podem estar ignorando o alto potencial de muitos mercados maduros e de produtos antigos.

Diversos setores eram considerados maduros – automóveis,

motocicletas, televisão, relógios e câmeras. Mas os japoneses, que descobriram maneiras de oferecer novo valor aos consumidores, provaram o contrário.

Modificação do mercado: uma empresa pode tentar expandir o

mercado de sua marca madura trabalhando com os dois fatores que formam o volume de vendas:

Volume = n° de usuários da marca x taxa de uso por usuário

Assim, ela pode tentar expandir o número de usuários da marca

convertendo não-usuários. A chave para o crescimento do serviço de frete aéreo é a busca

constante por novos usuários aos quais as transportadoras aéreas possam demonstrar as vantagens desse serviço sobre o transporte terrestre.

Além disso, a empresa pode tentar expandir o número de usuários da

marca ingressando em novos segmentos de mercado. Uma terceira forma de ampliar o número de usuários da marca é

conquistar os clientes das concorrentes. Modificação do produto: os gerentes também tentam estimular as

vendas modificando as características dos produtos por meio da melhoria na qualidade, da melhoria nas características ou da melhoria no estilo.

A melhoria na qualidade tem como objetivo o desempenho operacional

do produto. Alguns fabricantes conseguem muitas vezes vencer a concorrência lançando um produto “novo e ainda melhor”.

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Os fabricantes de alimentos chamam isso de “lançamento extra” e promovem novos elementos ou divulgam algo como “mais forte”, “maior” ou “melhor”.

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Essa estratégia é eficaz desde que a qualidade seja de fato melhorada,

os compradores se convençam disso e um número suficiente de compradores esteja disposto a pagar pela melhoria.

No caso do setor de pó de café, os fabricantes estão usando o termo

“fresco” para posicionar melhor suas marcas diante da ferrenha concorrência de rivais mais sofisticadas, como marcas de lojas onde os clientes moem os próprios grãos.

A melhoria nas características tem como meta acrescentar novas

características (por exemplo, tamanho, peso, materiais, ingredientes ou acessórios) que aumentem o desempenho, a versatilidade, a segurança ou a conveniência do produto.

Essa estratégia apresenta diversas vantagens. Novas características conferem à marca a imagem de inovadora e

conquistam a fidelidade de segmentos de mercado que as valorizam. Além disso, oferecem uma oportunidade para a publicidade gratuita e dão um sopro de entusiasmo aos distribuidores e à força de vendas.

A principal desvantagem é que as melhorias nas características são

imitadas com facilidade; a menos que exista um ganho permanente em ser a primeira, a estratégia pode não compensar no longo prazo.

A melhoria no estilo visa aumentar o apelo estético do produto. O lançamento periódico de modelos de carros tem muito que ver com a

competição por estilo, assim como o lançamento de embalagens de bens de consumo.

A estratégia de estilo concede ao produto uma identidade única no

mercado. Mas concorrer em estilo também traz problemas:

• Em primeiro lugar, é difícil prever se as pessoas, e quais pessoas, vão apreciar o novo estilo;

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• Em segundo lugar, uma mudança de estilo geralmente implica a descontinuação do estilo antigo, o que representa um risco de perder clientes.

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Modificação do programa de marketing: os gerentes de produto

podem tentar impulsionar as vendas modificando outros elementos do programa de marketing.

Pauta freqüente nas discussões entre os profissionais de marketing são

as ferramentas mais eficazes no estágio de maturidade. A promoção exerce um impacto maior nesse estágio, pois os

consumidores atingiram o equilíbrio em seus hábitos e preferências de compra e a persuasão psicológica (propaganda) não é tão eficaz quanto a persuasão financeira (promoções).

Muitas empresas de bens de consumo hoje gastam 60% de seu

orçamento total de promoções em promoções de vendas para apoiar produtos maduros.

Outros profissionais de marketing defendem as marcas devem ser

gerenciadas como ativos de capital e sustentadas pela propaganda. As despesas com propaganda devem ser tratadas como investimento

de capital. Os gerentes de marca utilizam as promoções de vendas porque seus

efeitos são mais rápidos e mais visíveis aos superiores. No entanto, o excesso de atividades de promoções de vendas pode prejudicar a imagem de marca e o desempenho dos lucros no longo prazo.

2.5.6. Estratégias de marketing: o estágio de declínio As vendas caem devido a inúmeros fatores – avanços tecnológicos,

mudanças nos gostos do consumidor e acirramento da concorrência nacional e internacional, entre outros.

Todos provocam excesso de capacidade, redução de preços e erosão

nos lucros. O declínio pode ser lento ou rápido. As vendas podem despencar para zero ou congelar num nível mais baixo.

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À medida que vendas e lucro declinam, algumas empresas saem do mercado. As restantes podem reduzir o número de produtos oferecidos. Podem se retirar dos segmentos de mercado menores e dos canais mais fracos, cortar o orçamento das promoções e, em seguida, reduzir preços. Infelizmente, a maioria das empresas não desenvolveu uma política para lidar com produtos maduros.

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Exceto nos casos em que há fortes motivos para manter um produto

fraco, esta decisão custa muito caro para a empresa – e não estamos falando apenas nas despesas gerais e dos lucros a descoberto: existem muitos custos embutidos.

Produtos fracos geralmente consomem uma quantidade

desproporcional de tempo da administração; exigem freqüentes ajustes de preços e estoques; normalmente envolvem ciclos de produção curtos apesar dos onerosos prazos de instalação; demandam atenção dos profissionais de comunicação e de vendas, que poderia ser mais bem aplicada na tentativa de tornar os produtos saudáveis mais lucrativos; e podem provocar negativismo sobre a imagem da empresa.

Mas o custo maior ainda pode estar por vir: deixar de eliminar produtos

fracos atrasa a pesquisa agressiva por novidades que os substituam. Os produtos fracos criam um mix assimétrico de produtos – grande

demais nos que já foram rentáveis e curtos demais nas novas apostas. Ao lidar com produtos envelhecidos, a empresa enfrenta diversas

tarefas e decisões. A primeira tarefa é estabelecer um sistema para identificar os produtos fracos.

Muitas empresas nomeiam um comitê para revisá-los, formados por

representantes de marketing, P&D, fábrica e finanças. O gabinete do controller fornece dados sobre cada produto,

demonstrando tendências no tamanho do mercado, participação de mercado, preços, custos e lucros.

Um programa de computador então analisa essas informações. Os gerentes responsáveis por produtos duvidosos preenchem

formulários de avaliação mostrando para onde acham que as vendas e os lucros se encaminham, com e sem mudança na estratégia de marketing.

O comitê de revisão faz uma recomendação sobre cada produto –

deixe-o como está, modifique sua estratégia de marketing ou elimine-o.

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Algumas empresas abandonam mercados em declínio mais cedo do que outras. Isso depende muito da presença e da altura das barreiras à saída do setor.

Quanto menores forem essas barreiras, mais fácil é para a empresa

abandonar o setor, e mais tentador é para as remanescentes permanecer e atrair os clientes das desistentes.

De acordo com um estudo sobre estratégias de empresas em setores

decadentes, existem cinco estratégias que podem ser aplicadas:

1. Aumentar o investimento (para dominar o mercado ou fortalecer seu posicionamento competitivo);

2. Manter o nível de investimento até que as incertezas sobre o

mercado desapareçam;

3. Reduzir o nível de investimento seletivamente, diminuindo os grupos de clientes não lucrativos e, ao mesmo tempo, investindo mais em nichos lucrativos;

4. Colher (“espremer”) os frutos do investimentos para recuperar o

caixa com rapidez;

5. Abandonar o negócio rapidamente, dispondo dos ativos da maneira mais vantajosa possível.

A estratégia mais indicada depende da atratividade relativa do setor e

da força competitiva da empresa nesse setor. Um empresa inserida num setor não atrativo, mas que detém poder

competitivo deve considerar a redução seletiva. Uma empresa imersa num setor atrativo e que possui poder competitivo

deve pensar em investir mais. As empresas que reposicionam ou rejuvescem um produto maduro

com êxito geralmente o fazem acrescentando algum valor ao produto original.

Quando uma empresa decide abandonar um produto, tem pela frente

outras decisões. Se o produto possui uma forte distribuição e uma clientela

remanescente, a empresa provavelmente poderá vendê-lo. 35

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Se não conseguir encontrar compradores, deve decidir entre liquidar a marca rápida ou vagarosamente.

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Deve também decidir em que medida vai manter estoque e serviços

para os clientes antigos. 2.5.6. O conceito de vida do produto: críticas O conceito de CVP ajuda os profissionais de marketing a interpretar a

dinâmica do produto e do mercado. Pode ser usado para planejamento e controle, embora seja útil como ferramenta de previsão.

Mas a teoria do CVP não ficou livre dos críticos. Eles alegam que os

padrões de ciclo de vida são variáveis demais em termos de forma e duração. Segundo esses críticos, os profissionais de marketing raramente

conseguem afirmar em que estágio o produto se encontra. Um produto pode parecer maduro quando na verdade atingiu apenas

um estágio anterior a outra reviravolta. Os críticos defendem que o padrão CVP resulta de estratégias de

marketing, e não de um caminho inevitável, obrigatoriamente seguido pelas vendas:

• Suponha que uma marca seja aceitável para os consumidores, mas tenha atravessado alguns anos ruins devido a outros fatores – por exemplo, propaganda medíocre, recusa por parte de uma cadeia importante ou entrada de um imitador apoiado por amostragem maciça. Em vez de pensar em termos de medidas corretivas, a administração começa a sentir que sua marca entrou em um estágio de declínio. Ela então desvia recursos do orçamento de promoção para financiar P&D de novos itens. No ano seguinte, a marca se sai ainda pior, o pânico toma conta. Obviamente, o CVP é uma variável dependente, determinada pelas ações de marketing; não é uma variável independente à qual as empresas devem adaptar seus programas de marketing.

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2.6. Novos produtos 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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O lançamento de novos produtos é uma das decisões mais importantes

para o marketing, mas depende do ponto de vista da empresa e dos consumidores. Ferrell e colaboradores (2000) mencionam seis estratégias de marketing relacionadas a novos produtos, a partir de degraus decrescentes de modificação:

• Inovação: pode resultar em novas categorias de produtos; • Novas linhas de produto: permitem à empresa entrar em novos

mercados; • Extensões de linhas de produto: complementam com novos

estilos e modelos uma linha já existente; • Melhorias ou mudanças nos produtos existentes: podem resultar

em aumento da percepção da qualidade e do desempenho do produto modificado;

• Reposicionamento: modificação (real ou através de promoção) de

produtos existentes, objetivando atingir novos mercados; • Redução de custos: modificação para produtos que têm preços

menores e desempenho semelhante. 37

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3. Preço – estratégias de fixação e administração 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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3.1. Conceito de preço: Muitos economistas afirmam que os consumidores são “seguidores de

preços” e os aceitam em seu “valor de face”, ou como determinados. Mas as empresas reconhecem que, na maioria das vezes, os consumidores processam as informações de preço ativamente, interpretando preços em termos do conhecimento que adquiriram em experiências de compras anteriores, na comunicação formal (propagandas, visitas de vendas e folhetos), na comunicação informal (amigos, colegas de trabalho, familiares) e nos pontos de venda ou recursos on-line.

As decisões de compra baseiam-se em como os consumidores

percebem os preços e no que consideram ser o verdadeiro preço atual – não o preço definido pela empresa.

Eles podem estabelecer um limite mínimo, abaixo do qual, os preços

podem representar qualidade inferior ou inaceitável, assim como um limite máximo, acima do qual, os preços serão vistos como proibitivos e não compensadores.

Entender como os consumidores chegam a suas percepções de preço é

uma prioridade de marketing. PREÇO DE REFERÊNCIA: estudos mostraram que, embora os

consumidores possam conhecer bem a faixa de preços envolvidos, surpreendentemente poucos conseguem lembrar com precisão o preço específico dos produtos.

Ao examinar opções de compra, os consumidores costumam utilizar

preços de referência. Considerando um preço observado, eles comparam a um preço de

referência interno (informação de preço da memória) ou a uma estrutura de referência externa (como um “preço praticado no varejo”).

Existem vários tipos de preço de referência possíveis, – preço justo,

preço padrão, último preço pago, preços do concorrente, etc. - e é comum que as empresas os manipulem. Uma empresa pode, por exemplo, situar seu produto entre os mais caros para sugerir que ele pertence a essa classe.

Quando o preço sugerido pelo fabricante é alto, quando se indica que o

produto originalmente era muito mais caro, quando se aponta o alto preço de um concorrente – todas essas situações ajudam a criar uma mentalidade de preço de referência.

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Quando os consumidores evocam uma ou mais dessas estruturas de referência, seu preço percebido pode ser diferente do preço praticado. Estudos sobre preços de referência constataram que “surpresas desagradáveis” - quando o preço percebido é menor que do o preço praticado – podem ter um impacto maior sobre a probabilidade de compra do que surpresas agradáveis.

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INFERÊNCIA PREÇO-QUALIDADE: muitos consumidores usam o

preço como um indicador de qualidade. A determinação de preço com base na imagem é especialmente eficaz

com produtos que apelam para a vaidade das pessoas, como perfumes e carros de luxo.

Quando estão disponíveis informações adicionais sobre a verdadeira

qualidade, o preço se torna um indicador menos significativo da qualidade. Quando essas informações não existem, o preço passa a ser o

principal indicador. Algumas marcas adotam a escassez para detonar qualidade e justificar

preços premium. O QUE O PREÇO SINALIZA: as percepções de preço do consumidor

também são afetadas por diferentes estratégias de determinação de preço. Muitas empresas acreditam que os preços devem terminar em um

número quebrado. Estudos mostram que os consumidores tendem a memorizar os

preços “da esquerda para a direita”, sem arredondá-los. A codificação dos preços dessa forma é importante se existe uma

quebra mental do preço em um valor arredondado maior. Outra explicação é que os preços terminados em “9” transmitem a

idéia de desconto ou pechincha. Contudo, se a empresa deseja uma imagem de alto preço, e não de baixo preço, deve evitar a tática dos números quebrados.

Preços que terminam em “0” e “5” são igualmente comuns no

mercado porque, acredita-se, os consumidores os memorizam com mais facilidade.

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Placas de “liquidação” afixadas ao lado os preços mostraram aumentar a demanda, mas apenas quando não utilizadas em excesso: as vendas totais de uma categoria são maiores quando alguns itens da categoria, mas não todos, levam placas de liquidação; a partir de certo ponto, o uso de placas adicionais pode diminuir as vendas de uma liquidação total de categoria.

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3.2. Estratégia de preço Uma empresa estabelece preço pela primeira vez quando desenvolve

um novo produto, quando introduz seu produto habitual em um novo canal de distribuição ou em uma nova área geográfica e quando participa de licitações de contratos.

A empresa deve decidir onde posicionar seu produto em termos de

qualidade e preço. A maioria das empresas utiliza de três a cinco níveis de preço ou

segmentos. Em geral, os consumidores classificam as marcas de acordo com os

segmentos de preço em uma categoria. Em qualquer segmento, existe uma faixa de preços aceitáveis, chamada de banda de preço.

As bandas de preço dão aos gerentes algumas indicações da

flexibilidade e da amplitude que eles podem adotar ao definir o preço de suas marcas dentro de determinado segmento de preço.

A empresa precisa considerar muitos fatores ao estabelecer sua política

de determinação de preços.

1. Seleção do objetivo da determinação de preços

Em primeiro lugar a empresa decide onde deseja posicionar sua oferta ao mercado. Quando mais claros seus objetivos, mais fácil será determinar os preços.

Por meio da determinação de preços, uma empresa pode perseguir

qualquer um destes cinco objetivos principais:

• Sobrevivência; • Maximização do lucro atual; • Maximização da participação de mercado; • Desnatamento máximo do mercado, ou; • Liderança na qualidade do produto.

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Sobrevivência: quando assoladas pelo excesso de capacidade, pela concorrência intensa ou por mudanças no desejo dos consumidores, as empresas buscam a sobrevivência como principal objetivo.

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Desde que os preços cubram os custos variáveis e alguns custos fixos, ela continua a funcionar. Entretanto, trata-se de um objetivo de curto prazo; no longo prazo, a empresa terá de aprender a agregar valor se não quiser enfrentar falência.

Maximização do lucro atual: muitas empresas tentam determinar um preço que maximize o lucro atual. Elas estimam a demanda e os custos ligados a preços alternativos e escolhem o preço que maximizará o lucro corrente, o fluxo de caixa ou o retorno sobre o investimento (ROI).

Essa estratégia pressupõe que a empresa tenha conhecimento de suas

funções de demanda e custos, as quais porém, são difíceis de estimar. Ao enfatizar o desempenho financeiro corrente a empresa pode

sacrificar o desempenho de longo prazo, ignorando o efeito de outras variáveis do mix de marketing, as reações dos concorrentes e as limitações legais em relação aos preços.

Maximização da participação de mercado: algumas empresas desejam maximizar sua participação de mercado. Elas acreditam que um maior volume de vendas levará a custos unitários menores e maiores lucros no longo prazo. Assim, determinam o menor preço possível, pressupondo que o mercado seja sensível a preço. As seguintes condições favorecem a determinação de preços baixos:

(1) mercado altamente sensível a preço, em que preço baixo estimula o crescimento; (2) custos de produção e distribuição decrescentes, graças à experiência da produção acumulada, e; (3) mercado em que preço baixo desestimula a concorrência atual e potencial.

Desnatamento máximo do mercado: empresas que lançam

tecnologias novas preferem determinar preços altos para maximizar o desnatamento do mercado. 41

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O desnatamento do mercado faz sentido sob as seguintes condições:

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(1) um número significante de compradores tem uma demanda corrente alta; (2) o custo unitário de produzir um pequeno volume não é alto a ponto de anular a vantagem de cobrar aquilo que o mercado tem condições de pagar; (3) o preço inicial elevado não atrai mais concorrentes para o mercado; e (4) o preço elevado comunica a imagem de um produto de qualidade superior.

Liderança na qualidade do produto: uma empresa pode ter como alvo ser a líder em qualidade de produto do mercado. Muitas marcas se esforçam para ser “luxos acessíveis” – produtos ou serviços caracterizados por altos níveis de qualidade, gosto e status percebidos, com um preço alto, mas não a ponto de ficar fora do alcance dos consumidores.

Outros objetivos: as organizações públicas e as sem fins lucrativos adotam outros objetivo para a determinação de preços. Uma universidade pode objetivar a recuperação parcial de custos, sabendo que são necessárias doações de particulares e subsídios públicos para cobrir os custos restantes.

2. Determinação da demanda:

Cada preço levará a um nível diferente de demanda e, portanto, terá um impacto diferente nos objetivos de marketing da empresa.

A relação entre diferentes preços e demanda corrente resultante é representada por um curva de demanda. FIGURA 14.2 PÁGINA 436

Em uma situação normal, demanda e preço são inversamente relacionados: quanto mais alto o preço, menor a quantidade demandada. No caso de artigos de prestígio, a curva de demanda às vezes se inclina para cima.

Sensibilidade a preço: a curva de demanda mostra o volume provável de compras do mercado ante as alternativas de preço. Ela resume as reações de muitos indivíduos com diferentes sensibilidades a preço.

O primeiro passo para estimar a demanda é compreender o que afeta

tal sensibilidade. 42

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De modo geral, os compradores são menos sensíveis a preços para produtos que custam muito caro ou comprados com pouca freqüência.

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Também são menos sensíveis a preço quando ele representa apenas

uma pequena parte do custo total de obtenção, operação e manutenção do produto ao longo do tempo.

Uma empresa cobrará mais caro do que seus concorrentes e ainda

conquistará o cliente se conseguir convencê-lo de que oferece o mais baixo custo total de propriedade.

Embora a internet aumente as oportunidades de consumidores sensíveis a preço encontrarem sites com preços mais baixos, muitos compradores talvez não sejam tão sensíveis a preço. Uma pesquisa indicou que há menos comparação de preços nas compras na internet do que seria possível.

As empresas precisam entender a sensibilidade a preço de seus clientes atuais e potenciais, assim como as análises comparativas que as pessoas estão dispostas a realizar para avaliar o preço em face das especificações dos produtos.

Ter como alvo somente os consumidores sensíveis a preço pode

significar, na verdade, que a empresa está “deixando de ganhar dinheiro”.

Estimativa das curvas de demanda: a maioria das empresas tenta, se algum modo, medir suas curvas de demanda. Para isso são utilizados diferentes métodos.

• A análise estatística dos preços, quantidades vendidas e outros fatores históricos, para estimar a relação entre eles. Os dados podem ser lineares (ao longo do tempo) ou constituir um corte representativo (de vários locais no mesmo momento). Construir o modelo apropriado e ajustar dados segundo técnicas estatísticas adequadas, requer considerável habilidade.

• A realização de experiências com preços. Uma abordagem é cobrar

diferentes preços em territórios similares para verificar como as vendas são afetadas. Outra abordagem é usar a internet.

• Levantamentos: podem explorar quantas unidades os clientes

comprariam a diferentes preços propostos, embora sempre exista a possibilidade de os compradores subestimarem sua intenções de compras a preços mais altos, como desestímulo ao aumento de preço pelas empresas.

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Ao medir o relacionamento preço-demanda, o pesquisador de mercado deve controlar diversos fatores que podem influenciar a demanda.

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A resposta do concorrente é importante. De maneira similar, se a

empresa alterar outros fatores do mix de marketing além do preço, será difícil isolar o efeito da mudança de preço.

Nagle apresenta um excelente resumo dos vários métodos para estimar

sensibilidade a preço e demanda.

Elasticidade de preço da demanda: os profissionais de marketing precisam saber o quanto a demanda seria reativa, ou elástica, a uma mudança de preço.

Se a demanda praticamente não se altera com uma pequena mudança no preço, dizemos que ela é inelástica.

Se a demanda muda consideravelmente, dizemos que é elástica. Quanto maior for a elasticidade, maior o volume de crescimento

resultante de uma redução de 1% no preço.

É provável que a demanda seja menos elástica sob as seguintes condições:

(1) quando há poucos substitutos ou concorrentes; (2) quando os compradores não percebem o preço mais alto imediatamente; (3) quando os compradores demoram a mudar seus hábitos de compra. Se a demanda for elástica, os fornecedores podem estudar uma redução de preço – o preço mais baixo produzirá maior receita total. Isso será verdade desde que os custos de produzir e vender mais unidades não aumentem desproporcionalmente.

Quando as demandas são mais elásticas, é um erro não considerar as necessidades dos clientes ao desenvolver programas de marketing. A elasticidade de preço depende da magnitude e da direção da mudança de preço que estiver sendo considerada.

Pode ser ínfima, com uma pequena alteração de preços, ou substancial, quando a alteração for significativa.

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Poderá ser diferente para uma redução de preço versus um aumento de preço, e pode haver uma banda de indiferença no preço, em que as mudanças no preço têm pouco ou nenhum efeito.

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Por fim, a elasticidade de preço de longo prazo pode ser diferente da elasticidade de curto prazo.

Os compradores podem continuar a comprar de seu fornecedor atual

após um aumento de preço, mas depois acabar mudando de fornecedor. Nesse caso, a demanda é mais elástica no longo prazo do que no curto

prazo, contudo pode ocorrer o inverso: os compradores podem abandonar um fornecedor após serem avisados de um aumento de preço, mas voltar para ele mais tarde.

A distinção entre a elasticidade de longo prazo e a de curto prazo é

que, no primeiro caso, as empresas não saberão o efeito total da mudança de preço até que algum tempo tenha decorrido.

3. Estimativa de custos

A demanda estabelece um teto para o preço que a empresa pode cobrar por seu produto. Os custos determinam o piso.

A empresa deseja cobrar um preço que cubra seu custo de produção,

distribuição e vendo do produto, incluindo um retorno justo por seu esforço e risco.

Entretanto, quando as empresas determinam os preços de seus

produtos de modo que cubra todos os custos, o resultado nem sempre é a lucratividade.

Tipos de custos e níveis de produção: os custos de uma empresa

assumem duas formas, fixos e variáveis.

• Custos fixos (também conhecidos como custos indiretos): são aqueles que não variam segundo a produção ou a receita de vendas. Assim, uma empresa deve pagar todo mês aluguel, energia, juros, folha de pagamento, etc., independente do nível de produção.

• Custos variáveis: oscilam em proporção direta ao nível de

produção. Esses custos tendem a ser constantes por unidade produzida. São chamados de variáveis porque seu total varia conforme o número de unidades produzidas.

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• Custos totais: consistem na soma dos custos fixos e variáveis para qualquer nível de produção dado. O custo médio é o custo por unidade naquele nível de produção; é igual aos custos totais divididos pela produção. A administração deve cobrar um preço que ao menos cubra os custos totais de produção em determinado nível de produção.

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Para determinar preços com inteligência, a gerência precisa saber como

seus custos variam em diferentes níveis de produção.

Produção acumulada: o declínio no custo médio advindo de experiência de produção acumulada denomina-se curva de experiência ou curva de aprendizagem.

A determinação de preços baseada na curva de experiência, encerra riscos importantes.

A determinação agressiva de preços pode conferir ao produto uma

imagem negativa. A estratégia também pressupõe que os concorrentes sejam fracos e

não estejam dispostos a disputar o mercado. Ela leva a empresa a construir mais fábricas para atender à demanda,

enquanto o concorrente pode usar uma nova tecnologia de custo mais baixo. A líder de mercado, portanto, fica presa à tecnologia antiga.

Grande parte da determinação de preços baseada na curva de experiência tem se concentrado nos custos de fabricação, mas todos os custos, inclusive os de marketing, podem ser melhorados.

Se as três empresas estiverem investindo grandes somas em telemarketing, a empresa que utiliza o sistema há mais tempo poderá alcançar os custos de telemarketing mais baixos. Essa empresa poderá cobrar um pouco menos pelo seu produto e, ainda assim, obter o mesmo retorno, desde que os demais custos sejam iguais.

Contabilidade de custos baseada em atividade: as empresas de hoje procuram adaptar suas ofertas e condições para diferentes compradores.

Assim, um fabricante negociará diferentes condições com diferentes cadeias de varejistas.

Um varejista pode querer entregas diárias (para manter os estoques

reduzidos), enquanto outro pode aceitar entregas duas vezes por semana, para obter um preço menor.

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Como resultado, os custos do fabricante diferirão para cada cadeia, e seus lucros também.

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Para estimar a verdadeira lucratividade da negociação com diversos

varejistas, o fabricante precisa utilizar a contabilidade de custos baseada em atividades (activity-based cost – ABC), em vez da contabilidade de custos padrão. A contabilidade ABC procura identificar os custos reais associados ao atendimento de diferentes clientes.

Ela aloca custos indiretos tais como custos administrativos, despesas de escritório, suprimentos, etc. às atividades que os utilizam, e não aos custos diretos segundo determinada proporção.

Tanto os custos variáveis como os fixos devem ser atribuídos a cada

cliente. As empresas que deixam de medir seus custos corretamente não estão

medindo seus lucros de maneira adequada, e é provável que aloquem seu esforço de marketing erroneamente.

A chave para utilizar a contabilidade ABC com eficiência é definir e

analisar as “atividades” de modo apropriado. Uma solução baseada em tempo propõe calcular o valor de um minuto

de custo indireto e, em seguida, decidir quanto desse custo cada atividade utiliza.

Determinação de custo-alvo: os custos mudam com a escala de produção e a experiência. Também podem mudar como resultado de um esforço concentrado por parte dos projetistas, engenheiros e agentes de compra da empresa para reduzi-los por meio da determinação de custo-alvo.

Pesquisas de mercado são usadas para estabelecer as funções

desejadas de um novo produto e determinar o preço pelo qual o produto pode ser vendido, dados seu apelo e os preços dos concorrentes.

O custo-alvo que se deve atingir é obtido deduzindo-se a margem de

lucro desejada desse preço. Cada elemento de custo – projeto, engenharia, fabricação, vendas –

deve ser examinado, e diferentes maneiras de diminuir os custos devem ser consideradas.

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O objetivo é trazer as previsões de custo final para a faixa do custo-alvo.

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Se isso não for possível, talvez seja necessário interromper o

desenvolvimento do produto porque ele não será vendido pelo preço-alvo nem realizará o lucro-alvo.

4. Análise de custos, preços e ofertas dos concorrentes

Dentro da faixa de preços possíveis, determinados pela demanda de mercado e pelos custos da empresa, esta deve levar em conta os custos, os preços e as possíveis reações de preço dos concorrentes.

A empresa deve analisar primeiro o preço do concorrente mais

próximo. Se a oferta da empresa contém algumas características não oferecidas por esse concorrente, o valor de tais características para o cliente deve ser avaliado e adicionado ao preço do concorrente.

Por outro lado, se a oferta do concorrente contém algumas

características não oferecidas pela empresa, seu valor para o cliente deve ser avaliado e subtraído do preço da empresa.

Agora a empresa pode decidir se vai cobrar mais, o mesmo ou menos

que o concorrente. Mas os concorrentes podem mudar seus preços em resposta ao preço por ela definido.

5. Seleção de um método para determinação de preços:

Dados os 3Cs – a programação de demanda dos clientes, a função custo e os preços dos concorrentes – a empresa estará pronta para selecionar um preço. Os custos determinam o piso para o preço.

Os preços dos concorrentes e o preço de substitutos oferecem um

ponto de orientação. A avaliação de características singulares do produto estabelece o

teto para o preço. As empresas devem, então, selecionar um método de determinação de

preços que inclua uma ou mais dessas três considerações. 48

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Preço de markup: o método mais elementar de determinação de preços é adicionar um markup padrão ao custo do produto.

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Suponha que um fabricante de torradeiras tenha os seguintes custos e

expectativas de vendas: Custo variável unitário R$10,00 Custos fixos R$300.000,00 Venda esperada em unidades 50.000 O custo unitário do fabricante seria determinado por:

Custo unitário = custo variável + custo fixo = R$10,00 + R$300.000,00= R$16,00 unidades vendidas 50.000 Agora, suponha que o fabricante desejasse realizar um markup de 20 por cento sobre as vendas. Seu preço de markup seria determinado por: Preço de markup = custo unitário = R$16,00 = R$20,00 (1 – retorno desejado sobre as vendas) 1 – 0,2 O fabricante cobraria 20 reais dos revendedores por torradeiras e realizaria um lucro de 4 reais por unidade.

Os revendedores, por sua vez, acresceriam um markup ao preço da torradeira.

Se desejassem ganhar 50% sobre o preço de venda, aumentariam o

preço para 40 reais. Isso equivaleria a um markup de 100% sobre os custos. Os markups sobre o custo costumam ser maiores em itens sazonais

(para cobrir o risco de encalhe), itens especiais, itens com vendas mais lentas, itens com altos custos de armazenagem e de manuseio e itens de demanda inelástica, como medicamentos vendidos apenas com receita médica.

A utilização de markups padrão geralmente não faz sentido, pois qualquer método de determinação de preços que não leve em conta a demanda atual, o valor percebido e a concorrência provavelmente não levará ao preço ótimo. 49

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A determinação de preços de markup sobre custos somente funciona se o preço com markup realmente gerar o nível de vendas esperado.

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Ao lançar um novo produto, as empresas costumam estabelecer um preço alto, procurando recuperar os custos o mais rápido possível. Mas, se um concorrente estiver praticando preços baixos, uma estratégia de markup elevado pode ser fatal.

Mesmo assim, a determinação de preços de markup continua sendo uma prática bastante comum, por uma série de razões.

Primeiro, é muito mais fácil estimar os custos do que a demanda.

Vinculando o preço ao custo, as empresas simplificam a tarefa de determiná-los.

Em segundo lugar, quando todas as empresas do setor utilizam esse

método de determinação de preços, estes tendem a ser similares. A competição por preços, portanto, é minimizada, o que não aconteceria se as empresas dessem atenção às variações de demanda ao determiná-los.

Em terceiro lugar, muitas pessoas acham que a determinação de

preços de markup é mais justa, tanto para compradores como para vendedores. As empresas não se aproveitam dos compradores quando a demanda se aquece, e os vendedores ganham um retorno justo sobre o investimento.

Preço de retorno alvo: na determinação de preço de retorno alvo, a empresa determina o preço que revenderia sua taxa alvo de ROI. Suponha que um fabricante de torradeiras tenha investido 1 milhão de reais no negócio e deseje determinar um preço que permita um ROI de 20%, especificamente 200 mil reais.

O preço de retorno alvo é determinado pela seguinte fórmula: Preço de retorno alvo = custo unitário + retorno desejado x capital investido Unidades vendidas Preço de retorno alvo = R$16,00 + 0,20 x R$1.000.000,00 = R$20,00 50.000 O fabricante realizará esse 20% de ROI desde que suas previsões de custos e vendas sejam precisas. 50

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Caso as vendas atinjam 50 mil unidades, a empresa pode preparar um gráfico do ponto de equilíbrio para verificar o que aconteceria em outros níveis de vendas.

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Os custos fixos são de 300 mil reais, independente do volume de

vendas. Os custos variáveis sobem com o volume. Os custos totais são iguais à soma dos custos fixos e dos custos

variáveis. A curva de receita total inicia-se no zero e sobe a cada unidade

vendida.

As curvas de receita total e custo total cruzam-se em 30 mil unidades. Esse é o verdadeiro volume do ponto de equilíbrio, que pode ser verificado pela seguinte fórmula: Volume do ponto de equilíbrio = custo fixo (preço – custo variável) Volume do ponto de equilíbrio = R$ 300.00,00 = 30.000 R$20,00 – R$10,00

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O fabricante espera, é claro, que o mercado compre 50 mil torradeiras a 20 reais, caso em que ganhará 200 mil reais sobre seu investimento de 1 milhão. 51

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No entanto, muito depende da elasticidade de preço e dos preços dos concorrentes. Infelizmente, a determinação de preços de retorno alvo tende a considerar esses aspectos.

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O fabricante precisa levar em conta diferentes preços e estimar seus impactos sobre o volume de vendas e os lucros. Também deve procurar meios de reduzir seus custos fixos ou variáveis, já que custos mais baixos reduzirão o volume necessário para o ponto de equilíbrio. Preço de valor percebido: um número crescente de empresas baseia seus preços no valor percebido pelo cliente. Elas devem entregar o valor prometido por sua proposta de valor e o cliente deve percebê-lo. Elas utilizam os outros elementos do mix de marketing, como propaganda e força de vendas, para aumentar o valor percebido pelo cliente. O valor percebido é composto por vários elementos, como:

• A imagem que o comprador tem do desempenho do produto, o canal de distribuição;

• A qualidade das garantias; • O atendimento ao cliente e atributos mais subjetivos,

como a reputação do fornecedor, confiabilidade e consideração.

Além disso, cada cliente potencial confere um peso diferente a cada um desses elementos, o que nos leva a três grupos de compradores:

• Compradores orientados para preço; • Compradores orientados para valor e compradores fiéis.

As empresas precisam adotar estratégias diferentes para cada um desses grupos. Aos compradores orientados para preço, precisam oferecer produtos simples e serviços reduzidos. Para os compradores orientados para valor, devem inovar valores continuamente e reafirmar agressivamente seu valor. Para compradores fiéis, elas devem investir na construção de relacionamento e na proximidade com o cliente. 52

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“A chave para determinação de preços segundo o valor percebido é entregar mais valor do que o concorrente e demonstrar isso aos compradores em

potencial”.

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Basicamente, a empresa precisa entender o processo de tomada de decisão do cliente. Ela pode tentar determinar o valor de sua oferta de várias maneiras:

• Avaliação por parte das gerências da empresa; • Valor de produtos similares; • Grupos de foco; • Levantamentos; • Experimentação; • Análise de dados históricos; e, • Análise conjunta.