1 introduÇÃo - emescam.br · de 1990, com o surgimento das unidades de suporte avançado de vida...

23
6 1 INTRODUÇÃO O trauma grave pode ser rotulado como a doença do mundo moderno. A progressão crescente das estatísticas de vítimas politraumatizadas se deve à dificuldade de unificar medidas para um atendimento adequado como, também, de medidas profiláticas efetivas para o controle e diminuição das morbimortalidades produzidas por eventos adversos, sejam eles acidentes e/ou violência (BESERRA et.al., 2008). No Brasil, as questões relativas ao atendimento pré-hospitalar passaram a ser pauta de discussões na década de 1990, tendo assim muito pouco tempo de evolução no que tange o atendimento pré-hospitalar, se comparado a outros países. Segundo Lopes e Fernandes (1999, p.32): A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de urgência foi colocada em prática, em 1792, por Dominique Jean Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava os cuidados iniciais aos pacientes vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio campo de batalha, com o objetivo de prevenir as complicações. No mundo existem dois modelos de atendimento pré-hospitalar, o modelo francês e o modelo americano. Os modelos diferem na filosofia de atendimento. No modelo francês, nos casos de maior gravidade preconiza-se início de procedimentos médicos no local do incidente. No modelo americano, os socorristas realizam intervenções iniciais para posterior encaminhamento ao hospital, para assistência médica (CASAGRANDE et. al., 2013). O modelo francês, centrado no médico regulador, foi adotado como padrão norteador e as intervenções dos profissionais de enfermagem foram incluídas nos casos de menor complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013). No Brasil, a estruturação inicial do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMUdeu-se em 1995, em alguns municípios, como Porto Alegre. Este fato motivou a criação da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências, que subsidiou, de forma importante, as bases técnicas e políticas de uma série de

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6

1 INTRODUÇÃO

O trauma grave pode ser rotulado como a doença do mundo moderno. A

progressão crescente das estatísticas de vítimas politraumatizadas se deve à

dificuldade de unificar medidas para um atendimento adequado como, também,

de medidas profiláticas efetivas para o controle e diminuição das

morbimortalidades produzidas por eventos adversos, sejam eles acidentes e/ou

violência (BESERRA et.al., 2008).

No Brasil, as questões relativas ao atendimento pré-hospitalar passaram a ser

pauta de discussões na década de 1990, tendo assim muito pouco tempo de

evolução no que tange o atendimento pré-hospitalar, se comparado a outros

países.

Segundo Lopes e Fernandes (1999, p.32):

A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de

urgência foi colocada em prática, em 1792, por Dominique Jean

Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava os cuidados iniciais aos

pacientes vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio

campo de batalha, com o objetivo de prevenir as complicações.

No mundo existem dois modelos de atendimento pré-hospitalar, o modelo

francês e o modelo americano. Os modelos diferem na filosofia de

atendimento. No modelo francês, nos casos de maior gravidade preconiza-se

início de procedimentos médicos no local do incidente. No modelo americano,

os socorristas realizam intervenções iniciais para posterior encaminhamento ao

hospital, para assistência médica (CASAGRANDE et. al., 2013).

O modelo francês, centrado no médico regulador, foi adotado como padrão

norteador e as intervenções dos profissionais de enfermagem foram incluídas

nos casos de menor complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).

No Brasil, a estruturação inicial do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -

SAMUdeu-se em 1995, em alguns municípios, como Porto Alegre. Este fato

motivou a criação da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências, que

subsidiou, de forma importante, as bases técnicas e políticas de uma série de

7

portarias e adoção da Política Nacional de Atenção às Urgências (BRASIL,

2006).

Considera-se atendimento pré-hospitalar– APHtoda e qualquer assistência

realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito Hospitalar, utilizando-se

meios e métodos disponíveis (ADÃO e SANTOS; 2012).

No Brasil, o sistema é dividido em serviços móveis e fixos. O pré-hospitalar

móvel, foco deste estudo, tem como missão o socorro imediato das

vítimas,onde são encaminhadas para o atendimento pré-hospitalar fixo ou para

o atendimento hospitalar (ADÃO e SANTOS; 2012).

O Ministério da Saúde classifica atendimento pré-hospitalar em primário,

quando ocorre um pedido de socorro oriundo de um cidadão, e secundário,

quando a solicitação for proveniente de um serviço de saúde o qual tenha

prestado atendimento inicial a um paciente que necessita ser transportado para

outro serviço de maior complexidade (CASAGRANDE et. al., 2013).

O APH, seja ele móvel ou fixo, tem como premissa o fato de que,

dependendodo suporte imediato oferecido à vítima,lesões e traumas podem ser

tratados semgerar sequelas significativas.

O SAMU presta atendimento pré-hospitalar móvel, procurando chegar,

precocemente, à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde de natureza

clínica, cirúrgica, obstétrica, traumática ou psiquiátrica, que possa levar ao

sofrimento, sequelas ou à morte. A sua missão é atender e/ou transportar

essas vítimas a um serviço do Sistema Único de Saúde - SUS (VERONESE et.

al., 2013).

Um dos fatores críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o

tempo gasto até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. O

Committeeon Trauma of American CollegeofSurgeons, dos Estados Unidos,

estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo ideal para

execução dos primeiros procedimentos, em casos graves (PEREIRA e LIMA,

2009).

8

Na enfermagem, assim como em outros setores, a emergência configura-se

como serviço de política, comunicação, interação e cuidados específicos,

norteados por embasamento científico, e possui também como objetivo coletivo

recuperar ou diminuir agravos de saúde. Entretanto, o trabalho desenvolvido

pela equipe de enfermagem no APH móvel é uma prática relativamente nova

para os padrões de enfermagem tradicional (ADÃO e SANTOS; 2012).

A atividade do enfermeiro no APH no Brasil desenvolveu-se a partir da década

de 1990, com o surgimento das Unidades de Suporte Avançado de vida - USA,

que tem como características manobras invasivas de maior complexidade e,

por esse motivo, são realizadas exclusivamente por médicos e enfermeiros

(LOPES e FERNANDES, 2000).

A atuação do enfermeiro no APH não se restringe somente à assistência,

devendo ele participar continuamente de cursos de capacitação técnica e

pedagógica, visto que, além de prestar socorro às vítimas em situação de

emergência, também desenvolve atividades educativas como instrutor,

participa da revisão dos protocolos de atendimento e elabora materiais

didáticos para a equipe, que deve ser devidamente qualificada e

constantemente treinada (ADÃO e SANTOS; 2012).

AspublicaçõesreferentesaoAPH móvel ainda são muito novas no Brasil,

especialmente enfocando a assistência da enfermagem no trabalho em equipe

em situações que envolvem politraumatismo.

Frente a estas questões, o objetivo deste estudo éidentificar através de uma

revisão de literatura integrada, a assistência do enfermeiro ao paciente

politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência de um serviço

pré-hospitalar móvel.

9

2 OBJETIVO

Identificar a assistência do enfermeiro ao paciente politraumatizado com

atendimento sequenciado em emergência em um serviço pré-hospitalar móvel.

3 RESUMO

Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa, que foi

realizada no mês de janeiro a maio de 2017 através da seguinte questão

norteadora: Como tem sido realizada a assistência do enfermeiro ao paciente

politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço

pré-hospitalar móvel? Desta forma, a revisão de literatura possibilita

compreender mediante a descrição dos fatos, relatos e experiências práticas,

contemplando várias pesquisas publicadas, propiciando considerações gerais

em relação à delimitação de uma área a qual este estudo pretende pesquisar.

“A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em

referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca

também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema”

(MARTINS, 2001). Evidenciou-se a partir do estudo realizadoque no Brasil os

artigos publicados nas bases de dados trabalhadas são incipientes e

insuficientes em informações a despeito do questionamentoapresentado.

Dentro desse cenário afirmamos também que a evolução técnico-científica do

APH no Brasil progride de forma lenta a um ponto de excelência comparado

aos padrões internacionais referenciados, tal ponto refere-se à qualidade no

atendimento, disponibilidade de recursos tecnológicos e a criação de um

protocolo único de atendimento a nível nacional. E fica evidente que ainda

temos muito a evoluir para alcançarmos padrões internacionais.

Descritores: serviços médicos de emergência; enfermagem em emergência;

assistência pré-hospitalar; socorro de urgência.

10

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa, que foi

realizada no mês de janeiro a maio de 2017 através da seguinte questão

norteadora: Como tem sido realizada a assistência do enfermeiro ao paciente

politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência em um serviço

pré-hospitalar móvel?

Desta forma, a revisão de literatura possibilita compreender mediante a

descrição dos fatos, relatos e experiências práticas, contemplando várias

pesquisas publicadas, propiciando considerações gerais em relação à

delimitação de uma área a qual este estudo pretende pesquisar.

A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em

referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca

também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema

(MARTINS, 2001).

De acordo com Trentini e Paim (1999, p.68):

... a seleção criteriosa de uma revisão de literatura pertinente ao problema significa familiarizar-se com textos e, por eles, reconhecer os autores e o que eles estudaram anteriormente sobre o problema a ser estudado.

Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato

direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto

(MARCONI e LAKATOS, 2007).

Nesse contexto segundo MARCONI e LAKATOS (2007) afirmaram que a

pesquisa bibliográfica não é apenas uma mera repetição do que já foi dito ou

escrito sobre determinado assunto, mas sim, proporciona o exame de um tema

sob novo prisma ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.

3.1 ESTRATÉGIA DE BUSCA

A pesquisa iniciou por uma busca na base de dados eletrônicas on-line da

Biblioteca Virtual de Saúde – BVS. Assim, empregaram-se os descritores em

11

ciência da saúde-DeCS: serviços médicos de emergênciaAND enfermagem em

emergênciaAND assistência pré-hospitalarAND socorro de urgência.

Desta forma, a seleção ocorreu por meio on-line, com a realização de consulta

na Biblioteca Virtual em Saúde - BVS nas Bases de dados de Enfermagem -

BDENF, Literatura Latino Americana e do Caribe - LILACS, Literatura

Internacional em Ciências da Saúde - MEDLINE, Sec.Mun.Saúde SP,

Sec.Est.Saúde SP, Index Psicologia, ColecionaSUS, CidSaúde – Cidades

Saudáveis.

3.2 EXTRAÇÃO DOS DADOS DO ESTUDO

A busca na base de dados na BVS gerou um total de 1.259 artigos. Após a 1ª

filtragem empregando o critério de inclusão obteve-se um resultado por bases

de dados num total de 22 manuscritos.

Em seguida, foi realizada a segunda filtragem por meio dos critérios de

exclusão por artigos duplicados 02, não relacionado ao objetivo e acesso

restrito, perfazendo um total de 15 manuscritos excluídos; depois realizou-se a

terceira filtragem com leitura na integra perfazendo um total final de 05

manuscritos que se adequaram-se ao objetivo.

12

AS ETAPAS DE FILTRAGEM DESTE PROCESSO ESTÃO DESCRITAS

LOGO ABAIXO NA FIGURA.

Figura: Organogramado processo de revisão de literatura na base de dados do LILACS, Medline, BDENF, Sec.Mun.Saúde SP, Sec.Est.Saúde SP, Index Psicologia, ColecionaSUS, CidSaúde – Cidades Saudáveis.

BVS

1º Busca - serviços médicos de emergênciaAND enfermagem em emergência AND

assistência pré-hospitalar AND socorro de urgência

Total de artigos (N=1.259)

Leitura por título/resumo

01-Medline;

04-LILACS;

01-DBENF

3ª Filtragem= 06

Resultado final

06

Criterio de inclusão

Artigos livres acesso;

Completos

1ª Filtragem= 22

Criterio de exclusão:

15- Não relacionado com o objetivo (0 medline, 14 LILACS e 01 DBENF);

02-duplicata ( 02 LILACS, 0 DBENF);

1 -acesso restrito (01-Medline; 0 DBENF; 0 LILACS).

2ª Filtragem= 17

13

4 RESULTADOS

A organização dos artigos é apresentada em uma tabela, conforme apresenta

logo abaixo com a descrição dos manuscritos quanto aos indicadores, autor,

ano, tipo de estudo, objetivo e resultados.

Os artigos vêm abordando o atendimento ao paciente politraumatizado e a

atuação da enfermagem frente a este cenário. Observou-se que no Brasil há

poucos artigos que descrevem com riqueza de detalhes o atendimento

sequenciado ao paciente politraumatizado, bem como, os protocolos

internacionais para este atendimento.

Tabela 1: Análise dos artigos incluídos por autor, ano, tipo de estudo, objetivo e resultados. Brasil, 2017. Nº Autores Ano Tipo de estudo Objetivo Resultados

01 Simões

RL,

Duarte

Neto C,

Maciel

GSB,

Furtado

TP, Paulo

DNS

2012

Estudo retrospectivo realizado nos arquivos da Liga Acadêmica de Cirurgia e Atendimento ao Trauma do Espírito Santo (Lacates) dos dados de 40 vítimas de um acidente simulado entre um ônibus e dois automóveis.

Analisar a qualidade

do atendimento pré-

hospitalar realizado

pelas agências em

Vitória-ES.

O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), que desencarcerou as vítimas, delimitou as zonas de perigo e realizou a triagem pelo método START atuou corretamente em 92,5% dos casos. O Samu 192 que atendeu as vítimas pelo método mnemônico (ABCDE) no posto médico avançado agiu corretamente em 92,5% dos casos, no quesito Via Aérea;

14

97,5%, no Respiração; 92,5%, no Circulação; 90%, no Avaliação Neurológica; e 50%, no Exposição e Controle do Ambiente. A análise conjunta do ABCDE mostrou que o atendimento foi correto em 42,5% dos casos. O transporte dos pacientes foi realizado corretamente em 95% dos casos. A Guarda Municipal garantiu a perviedade das avenidas para transporte dos pacientes, e a Defesa Civil coordenou eficazmente o trabalho das equipes envolvidas no posto de comando.

02 Rodrigo

de Souza

Adão,

Maria

Regina

dos

Santos.

2012 Revisão bibliográfica qualitativa, caracterizada por descrição, análise e correlação dos fatos e/ou fenômenos acerca do tema proposto, sem interferência do

a) Descrever as

ações do enfermeiro

em unidade básica e

avançada de saúde

no APH móvel, por

meio de revisão de

literatura nacional

científica.

- Com esta pesquisa, foram obtidos sete artigos científicos. Os resultados foram apresentados em duas etapas: a primeira compreendeu

15

pesquisador no ambiente de pesquisa, com o objetivo de expressar o sentido do fenômeno e/ou fato, reduzindo a distância entre o real e a teoria.

a caracterização dos artigos e a segunda, as ações do enfermeiro em unidade básica e avançada de saúde do APH móvel.

03 Leandro

Sanceveri

noMattos,

Maria

Regina

Silvério.

2011

Trata-se de uma

pesquisa de

abordagem

qualitativa do tipo

estudo de

caso(16,17),

desenvolvida no

serviço de

emergência de

um hospital

privado do sul de

SC. Ressalta-se

que a instituição

é privada com

caráter

filantrópico,

sendo que 60%

dos usuários são

atendidos pelo

Sistema Único de

Saúde.

Conhecer as ações

desenvolvidas pela

equipe de

enfermagem do

serviço de

emergência de um

hospital privado do

sul de Santa

Catarina, Brasil, na

realização das

avaliações primária

e secundária de

indivíduos vítimas

de politraumatismo.

.

Evidenciou-se

a

preocupação

da equipe de

enfermagem

com os

seguintes

aspectos:

agilidade do

atendimento;

realização

imediata dos

exames

solicitados;

comunicação

entre os

profissionais

do serviço de

emergência;

percepção

adequada do

estado geral

da vítima; e o

acolhimento à

vítima e aos

seus

familiares.

16

04 Cristiani

Vieira

Machado,

Fernanda

Gonçalves

Ferreira

Salvador,

Gisele

O’Dwyer

2010 Revisãobibliográf

ica, análise de

documentos e

dados oficiais e

entrevistas com

dirigentes

federais

relacionados à

formulação e

implantação do

Serviço de

Atendimento

Móvel de

Urgência (Samu)

no Brasil na

década de 2000.

Analisar a

conformação da

política de atenção

móvel às urgências

no Brasil.

O Samu teve

prioridade na

agenda

federal a

partir de

2003. Nos

primeiros

anos de

implantação

predominara

m serviços de

abrangência

municipal; em

2008, os de

abrangência

regional

tornaram-se

mais

relevantes. A

cobertura

estimada

alcançou

53,9% da

população em

2009,

residente em

20,5% dos

municípios

brasileiros. A

implantação

variou entre

os Estados e

houve menos

ambulâncias

de suporte

avançado do

que o

recomendado

, tanto no

conjunto do

País como

em vários

Estados.

17

05 Lopes, Sérgio Luiz Brasileiro; Fernandes, Rosana Joaquim

2000 Coleta de dados e pesquisa de campo.

Consideramos atendimento pré-hospitalar toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meiose métodos disponíveis, com uma resposta adequada à Solicitação, a qual poderá variar de um simples conselho ou orientação médica ao envio de uma viatura de suporte básico ou avançado ao local da ocorrência,visando a manutenção da vida e/ou a minimização das Sequelas.

A falta de legislação pertinente faz com que várias estruturas sejam encontradas pelo país afora, resguardando, entretanto, os princípios fundamentais de atendimento rápido, Preciso e eficaz, o que vem colaborando para a redução dos danos secundários às maiores causas de trauma, em nosso meio.

06 Adão, Rodrigo de Souza, e Maria Regina dos Santos.

2012 Revisão bibliográfica qualitativa, Caracterizada por descrição, análise e correlação dos Fatos e/ou fenômenos acerca do tema proposto, sem Interferência do pesquisador no ambiente de pesquisa, com o objetivo de expressar o sentido do fenômeno e/ou fato, reduzindo a distância entre o real e a teoria. Este estudo foi realizado por

Descrever as ações do enfermeiro em unidade básica e Avançada de saúde no APH móvel, por meio de revisão de literatura nacional científica.

Com esta pesquisa, foram obtidos sete artigos científicos. Os resultados foram apresentados em duas etapas: a primeira compreendeu a caracterização dos artigos e a segunda, as ações do enfermeiro em unidade básica e avançada de saúde do APH móvel.

18

meio de materiais já Elaborados, possibilitando obtenção do maior número possível de informações sobre o tema proposto.

19

5 DISCUSSÃO

No Brasil, o número de mortes portrauma ocupa a terceira posição entre as

causas de óbitos,superada apenas pelas doenças neoplásicas

ecardiovasculares. Cerca de 130.000 pessoas morrem anualmente,em nosso

país, em decorrência das causas externas (ROMEO et. al., 2012).

Com o presente estudo evidenciou-se que a enfermagem é participante ativa

no atendimento ao paciente politraumatizado. Entretanto, a atuação do

enfermeiro no APH não serestringe somente à assistência, com as evoluções

da ciência e novas tecnologias o enfermeiro deve participarcontinuamente de

cursos de capacitação técnica epedagógica, visto que, além de prestar socorro

àsvítimas em situação de emergência, também desenvolveatividades

educativas como instrutor, participa da revisãodos protocolos de atendimento e

desenvolve materiaisdidáticos para a equipe, que deve ser

devidamentequalificada e continuamente treinada.

Atualmente, o que as instituições utilizam comoferramenta para atingir suas

metas são os protocolosinstitucionais e de atendimento, essas ferramentas

possibilitam ao enfermeiro e à equipe de APH otimizaçãodo tempo de

atendimento, maior eficiência, menorespossibilidades de erros, garantindo,

assim, a qualidadee a eficácia (ADÃO e SANTOS, 2012).

Existem inúmeras sequencias mnemônicas para o atendimento ao paciente

politraumatizado, dentre estas é citado o “ABCDE”, que consiste na avaliação

primária e secundária do paciente.

Em relato de Matos et. al. (2011, p.43):

A regra do ABCDE constitui-se de uma metodologia de trabalho

eficaz para a assistência às vítimas de politraumatismo. Esta regra

consiste em uma sequência mnemônica, assim disposta:

A (Air Way): permeabilidade das vias aéreas com administração

segura do colar cervical;

B (Breathing): respiração;

C (Circulation): busca de sangramentos e controle da circulação;

D (Disability): avaliação neurológica;

E (Exposure): exposição corporal do paciente à procura de lesões

não visualizadas e posterior aquecimento na prevenção da hipotermia

e do choque.

20

De acordo com Matos e Silvério (2011), a equipe de enfermagem, ao realizar o

exame primário e secundário da vítima de politraumatismo, deve atuar de

forma ágil e eficaz, objetivando de reduzir a gravidadedas lesões e as taxas de

mortalidade por esta causa. Nestecontexto, são de responsabilidade do

enfermeiro a identificação de lesões eagravos, e o gerenciamento da

assistência de enfermagem,haja vista que este tipo de ocorrência requer que

os profissionais possuam habilidade e competência técnico-científica.Sendo

assim, a assistência ao indivíduo politraumatizado mediante práticas

sistematizadas possibilita que oatendimento seja mais seguro e eficaz.

Conforme o que é descrito pelo protocolo, Brasil MS (2002), Matos e Silvério

(2011), sistematizam o atendimentoa diversas situações que definem uma

ocorrência deurgência/emergência, com enfoque no atendimento à vítima de

politraumatismo, e apresentando fluxogramas que orientamo atendimento a

vítimas de trauma, de acordo com o tipo deocorrência e sua gravidade, os

quais devem ser seguidos emtodos os serviços de urgências e emergências.

Os fluxogramas referenciados estão anexados em “figuras” de 1 (um) a 5

(cinco) no item anexo.

Para que haja redução dos percentuais de morbimortalidade decorrentes do

trauma e a redução do consequente impacto social requerem que a abordagem

e a atenção às vítimas de politraumatismo sejam cada vez mais eficazes. Isto

decorreda integração dos sistemas de atendimento: prevenção, atendimentos

pré-hospitalar e hospitalar, e reabilitação. Sendo assim, a vítima de

politraumatismo necessita de atenção especial e contínua, desde sua admissão

no serviço de emergência até a alta hospitalar (MATOS e SILVÉRIO, 2011).

A enfermagem assume também no APH o papel de articulação, integração da

equipe, contribuindo na inter-relação entre os diversos atores. Ela constitui−se

um elo entre a gestão e a assistência, entre a regulação médica e a equipe

socorrista, entre a coordenação do serviço e a equipe, pois adentra em quase

todos os espaços,atuando junto à equipe básica, junto com o médico no suporte

avançado, fazendo a administração do serviço, a supervisão da equipe e a

educação permanente da equipe de técnicos e auxiliares de enfermagem,

motoristas e de outros atores(PEREIRA eLIMA, 2009).

21

Um evento traumático é dividido em três fases: pré-colisão, colisão e pós-

colisão. O termo “colisão” não se refere necessariamente à colisão de veículo

automotor. Tanto a colisão de um veículo com um pedestre como a colisão de

um projétil com o abdome, são exemplos de colisões. De um modo simples, a

fase pré-colisão é de prevenção. A fase de colisão é a parte do evento

traumático que envolve troca de energia ou cinemática (mecânica da energia).

Por fim, a fase pós-colisão é de atendimento ao doente (PHTLS, 2011).

Na maioria dos atendimentos os procedimentos são realizados

concomitantemente, e cada um executa uma tarefa, tornando o atendimento ágil

e rápido. Essa integração tem sido descrita nas situações de emergência em

que é necessário realizar ações de forma articulada, onde os profissionais agem

de forma cooperativa, sintonizada e precisa, sob a coordenação do médico.

Essas intervenções configuram um trabalho coletivo no qual, dada à gravidade

da situação, está presente a cooperação, a cumplicidade e a solidariedade entre

os profissionais envolvidos (PEREIRA e LIMA, 2009).

Dentre a comunidade internacional é consenso que o Prehospital Trauma Life

Support– PHTLS, é a principal ferramenta no APH móvel que nortea o

atendimento ao paciente politraumatizado.

O PHTLS é um programa de formação para profissionais de saúde que atuam

ao nível pré-hospitalar, desenvolvido pela National Association of Emergency

Medical Technicians – NAEMT, em parceria com o Comité do Trauma do

Colégio Americano de Cirurgiões - ACS/COT. O PHTLS desenvolve e divulga

material e informação científica, assim como promove a excelência na

prestação de cuidados à vítima de trauma (PHTLS, 2011).

De acordo com Lopes e Fernandes (1999, p.32):

Nos últimos dez anos, vem se sentindo a necessidade de melhoria

e expansão do sistema de atendimento pré-hospitalar, realidade está

percebida pelos gestores da política de Saúde Pública dos

estados.Cada localidade possui um sistema próprio, o que deixa claro

que não há sistemas perfeitos.

22

6 CONCLUSÃO

Evidenciou-se a partir do estudo realizadoque no Brasil os artigos publicados

nas bases de dados trabalhadas são incipientes e insuficientes em informações

a despeito do questionamentoapresentado. Dentro desse cenário afirmamos

também que a evolução técnico-científica do APH no Brasil progride de forma

lenta a um ponto de excelência comparado aos padrões internacionais

referenciados, tal ponto refere-se à qualidade no atendimento, disponibilidade

de recursos tecnológicos e a criação de um protocolo único de atendimento a

nível nacional. E fica evidente que ainda temos muito a evoluir para

alcançarmos padrões internacionais.

23

7REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADÃO, R. de S., SANTOS, M. R. dos. "Atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar móvel."Revista Mineira de Enfermagem 16.4 (2012): 601-608.http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/bde-23944

Brasil. Ministério da Saúde.Política nacional de atenção às urgências / Ministério da Saúde. – 3. ed. ampl. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.256 p.: il. – (Série E. Legislação de Saúde)

LOPES, S. L. B.; FERNANDES, R. J. Uma Breve Revisão do Atendimento Médico Pré-Hospitalar / a BriefReviewof Medical PrehospitalCare.Medicina (Ribeiräo Preto); 32(4): 381-387, out.-dez. 1999 http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/lil-342439

MACHADO, C. V.; O'Dwyer, G.; SALVADOR, F. G. F. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: Análise da Política Brasileira.Rev.SaúdePublica; 45(3): 519-528, jun. 2011. Artigo em Português | LILACS | ID: lil-586133 http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/lil-586133

MATTOS, L. S.; SILVÉRIO, M. R. Avaliação do Indivíduo Vítima de Politraumatismo pela equipe de Enfermagem em um Serviço de Emergência de Santa Catarina. Rev. bras. promoç. Saúde (Impr.); 25(2)jun. 2012.http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/lil-646073

PEREIRA, W. A.da P.; LIMA, M. A. D.da S. O Trabalho em equipe no Atendimento Pré-Hospitalar à Vítima de Acidente de Trânsito.RevEscEnferm USP; 43(2): 320-7, 2009 Jun.http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/mdl-19655672

PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. 7ª. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

SIMÕES, R. L.; et. al. Atendimento Pré-Hospitalar à Múltiplas Vítimas com Trauma Simulado. RevColBrasCir; 39(3): 230-237, maio-jun. 2012. Ilushttp://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/lil-643154

24

ANEXO I – ALGORITMOS

FIGURA 1 – MÉTODO START

25

* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

FIGURA 2 – SUSPEITA DE LCT – LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA

* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone.et al. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

26

FIGURA 3 – INDICAÇÕES PARA IMOBILIZAÇÃO

* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

27

Figura 4 – Avaliação Primária

* PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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