1 - embargos à execução (4)

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PIRACICABA-SP. Processo n.º 4001179-52.2013.8.26.0451. (Distribuição por dependência). CLAUDIONOR DOS SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, empresário, capaz, maior, devidamente inscrito no Cadastro de Pessoa Física (CPF) sob n.º 157.541.608-52 e portador da Cédula de Identidade (RG) n.º 23.085.389- 4, expedida pela SSP/SP, residente e domiciliado na Rua Antonio Jacinto de Souza, n.º 83, Bairro Jardim Itapuã, Município de Piracicaba, Estado de São Paulo, CEP: 13.401- 706, por intermédio de seu advogado e procurador “in fine”, “ut” instrumento procuratório anexo, que recebe notificações na Rua José Pinto de Almeida, n.º 140, Bairro Alto, Município de Piracicaba, Estado de São Paulo, CEP: 13.419-000, vem com o respeito e acatamento devidos, à elevada presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo com fulcro no artigo 736 e seguintes do Código de Processo Civil, c/c artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988, além dos demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, opor tempestivamente o presente EMBARGOS À EXECUÇÃO aos termos da AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE em epígrafe, promovida por RAIMUNDO MOREIRA LOPES, devidamente qualificado na peça vestibular, consoante a explanação fática e jurídica a seguir aduzidos:

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    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6 VARA CVEL DA COMARCA DE PIRACICABA-SP.

    Processo n. 4001179-52.2013.8.26.0451. (Distribuio por dependncia).

    CLAUDIONOR DOS SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, empresrio, capaz, maior, devidamente inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica

    (CPF) sob n. 157.541.608-52 e portador da Cdula de Identidade (RG) n. 23.085.389-4, expedida pela SSP/SP, residente e domiciliado na Rua Antonio Jacinto de Souza, n.

    83, Bairro Jardim Itapu, Municpio de Piracicaba, Estado de So Paulo, CEP: 13.401-

    706, por intermdio de seu advogado e procurador in fine, ut instrumento procuratrio anexo, que recebe notificaes na Rua Jos Pinto de Almeida, n. 140,

    Bairro Alto, Municpio de Piracicaba, Estado de So Paulo, CEP: 13.419-000, vem com

    o respeito e acatamento devidos, elevada presena de Vossa Excelncia, com

    fundamento no artigo com fulcro no artigo 736 e seguintes do Cdigo de Processo Civil,

    c/c artigo 5, inciso LV da Constituio Federal de 1988, alm dos demais dispositivos

    legais aplicveis espcie, opor tempestivamente o presente

    EMBARGOS EXECUO

    aos termos da AO DE EXECUO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE em epgrafe, promovida por RAIMUNDO MOREIRA

    LOPES, devidamente qualificado na pea vestibular, consoante a explanao ftica e jurdica a seguir aduzidos:

  • 2

    I PRELIMINARMENTE

    1. DA AUSNCIA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIO E DE DESENVOLVIMENTO VLIDO E REGULAR DO PROCESSO PROCEDIMENTO INADEQUADO.

    In primo loco, necessrio constar que as lminas de

    cheques n. SA-000172, SA-000173 e SA-000174 no so documentos vlidos para

    fundamentar a presente ao executiva, ora visto que no so ttulos autnomos, pois

    foram cedidos como garantia de cumprimento das obrigaes decorrentes da relao

    contratual havida entre as partes (compra de quotas sociais), seno vejamos:

    O EMBARGADO e o EMBARGANTE eram scios da empresa CALHAS NOBRE, COMRCIO E INSTALAO LTDA., pessoa jurdica de direito provado, devidamente inscrita no Cadastro de Nacional de Pessoa Jurdica

    (CNPJ) sob n. 09.396.975/0001-55, situada na Rua Joo Ramalho, n. 225, Bairro Paulicia, Municpio de Piracicaba, Estado de So Paulo, CEP: 13.401-548, sendo que

    cada um possua 50% (cinquenta por cento) das quotas sociais, conforme cpia do antigo contrato social.

    No dia 22 de novembro de 2012, o EMBARGADO efetuou a venda de todas as suas quotas sociais para o EMBARGANTE, conforme pode ser observado atravs da acostada cpia do contrato particular de compra e venda

    de quotas sociais.

    Pela aquisio das quotas sociais foi entabulado pelas

    partes que o EMBARGANTE pagaria ao EMBARGADO a importncia de R$ 124.000,00 (cento e vinte e quatro mil reais), em 13 (treze) parcelas, a primeira, na importncia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), na data da assinatura do contrato, a segunda, tambm no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com vencimento para 18/01/2013, e o saldo devedor, em 12 (doze) parcelas iguais, mensais e sucessivas, no

  • 3

    valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) cada, vencendo a primeira em 22/01/2013, e as demais, em igual dia nos meses subsequentes.

    O pagamento das parcelas seria efetuado em dinheiro,

    diretamente nas mos do EMBARGADO ou atravs de depsito bancrio, sendo que no primeiro caso o mesmo se comprometeu em ir pessoal receber as referidas

    importncias, no segundo, o depsito seria realizado em conta a ser indicada

    posteriormente.

    Houve o pagamento da primeira parcela, que, diga-se de

    passagem, foi realizada diretamente ao EMBARGADO, conforme pode ser averiguado atravs do acostado recibo de pagamento.

    Em janeiro/2013, o EMBARGADO por razes desconhecidas exigiu que o EMBARGANTE fornecesse lminas de cheque, como forma de assegurar o pagamento das parcelas, sendo referida exigncia prontamente

    atendida.

    Nobre Magistrado, dentre as lminas de cheques

    fornecidas como garantia, encontram-se aquelas que fundamentam a presente ao,

    conforme pode ser observado pelo acostado recibo.

    Logo, conclu-se, que as lminas de cheques n. SA-

    000172, SA-000173 e SA-000174 foram cedidas como garantia de cumprimento das

    obrigaes decorrentes da relao contratual havida entre as partes (compra de quotas sociais).

    E no s.

    Seno bastasse, existem outros indicativos que

    demonstram que as lminas de cheque foram cedidas para garantir o adimplemento das

  • 4

    parcelas, como, por exemplo, os cheques encontravam-se cruzados e nominais ao

    EMBARGADO, e ainda, com a expresso ou a sua ordem riscada.

    Ilustre Julgador, tais cautelas adotadas demonstram que os

    cheques foram fornecidos apenas como garantia, pois somente o EMBARGADO poderia efetuar eventualmente seus depsitos.

    O EMBARGANTE adotou referida precauo para que o

    EMBARGADO efetivamente cumprisse com as obrigaes assumidas e as demais decorrentes do contrato de compra e venda de quotas sociais.

    O artigo 887, do Cdigo Civil define como ttulo de

    crdito o documento necessrio ao exerccio o direito literal e autnomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

    O Consagrado Jurista Fran Martins, citando o Mestre

    Cezar Vivante, ensina que: Ttulo de crdito o documento necessrio para o exerccio do direito literal e autnomo nele mencionado. (Martins, Fran. Ttulos de Crdito, Volume 1, 7 edio, Editora Forense, p. 6).

    Assim sendo, pode-se afirmar que ttulo de crdito capaz

    de fundamentar ao executiva, trata-se do documento que possui concomitantemente as

    caractersticas de cartularidade, literalidade e autonomia.

    O princpio da autonomia significa que as obrigaes

    assumidas no ttulo so independentes umas das outras.

    Neste nterim, pode-se afirmar que os cheques que fundamentam a presente ao no so ttulos de crditos, ora visto que perderam sua autonomia, afinal encontram-se atrelados ao contrato de compra e venda de

    quotas sociais.

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    Eis a jurisprudncia:

    APELAO. EMBARGOS EXECUO. TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (CHEQUE). GARANTIA. CONTRATO VERBAL. COMPRA E VENDA. POMAR CONTAMINADO. COLHEITA DETERIORADA. DESCONSTITUIO DO TTULO DADO EM GARANTIA. O embargado, por no ter entregue um pomar em plenas condies de aproveitamento, deu causa resciso do contrato pelo embargante, logo, por ter sido emitido cheque em garantia de negcio e por este no ter se concretizado, correta a r. sentena ao ter determinado a desconstituio do ttulo, j que este perdeu o seu carter autnomo. SENTENA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJSP 37 Cmara de Direito Privado, Apelao n. 0005779-90.2007.8.26.0615, Relator: 24/11/2011).

    Logo, conclu-se, que os cheques que fundamentam a

    pretenso do EMBARGADO no se enquadram pela falta de autonomia na definio de ttulo de crdito, e consequentemente, no so documentos hbeis a

    fundamentar a presente ao executiva.

    Preconizam os artigos 283 c.c. 614, inciso I, ambos do

    Cdigo de Processo Civil, in verbis:

    Art. 283. A petio inicial ser instruda com os documentos indispensveis propositura da ao.

    Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execuo, pedir a citao do devedor e instruir a petio inicial: I - com o ttulo executivo extrajudicial;

    Neste sentido, veja-se a doutrina de Vicente Greco Filho:

    O diploma processual quis deixar acentuada a impossibilidade de qualquer execuo sem ttulo, nos termos do brocardo nulla executio

  • 6

    sine titulo. Com isso, chama a ateno do magistrado e das partes de que as medidas executivas somente podem ser determinadas com a presena de um ttulo executivo. Todavia, a despeito do texto legal, a falta do ttulo no vcio formal que acarreta nulidade, mas sim defeito substancial da ao. Quem no tem ttulo executivo no tem ao com fora executiva, sendo dela carecedor, porque o seu pedido inadequado situao de direito material real, qual seja a possvel existncia de um crdito, mas sem o documento formal que a lei considera indispensvel execuo. (Direito Processual Civil Brasileiro 3 Vol. pg. 51, 12 ed. Saraiva).

    Da o porqu de sempre a pea vestibular da ao de

    execuo deve estar instruda por ttulo vivel, que, aps a protocolizao da ao e citao da parte ex-adversa, impossvel alterao e/ou substituio dos documentos

    da exordial.

    Nunca demasiado alertar, que se os cheques em questo

    forem admitidos com documentos hbeis para fundamentar a ao executiva, estaramos

    abrindo precedente que perigosamente compromete a segurana jurdica, motivo pelo qual no podemos aceitar a desvirtuao das caractersticas dos ttulos de crdito.

    Nobre Magistrado inquestionvel que o procedimento

    adotado pelo EMBARGADO no corresponde natureza da causa, e como tal, deve ser declarada e indeferida nos termos dos artigos 267, inciso IV c.c. 295, inciso V, do

    Estatuto dos Ritos, in verbis:

    Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: (...) IV - quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo;

    Art. 295. A petio inicial ser indeferida: (...)

  • 7

    V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, no corresponder natureza da causa, ou ao valor da ao; caso em que s no ser indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

    Outro no seria o posicionamento do Egrgio Tribunal de

    Justia do Estado de So Paulo, conforme se verifica nas recentes decises proferidas,

    seno vejamos:

    EMBARGOS DO DEVEDOR - Execuo com base contrato de mtuo para aquisio da casa prpria - Quitao - Cobrana baseada em saldo devedor - Ttulo executivo no caracterizado - Inteligncia do art. 585, inc. II, do CPC - Pretenso a ser discutida em processo de conhecimento - Deciso mantida. (TJSP 19 Cmara de Direito Pblico, Apelao n. 990.10.494057-5, Relator: Sebastio Alves Junqueira, Julgamento: 14/03/2011).

    EMBARGOS DE DECLARAO - OMISSO - OBSCURIDADE - EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE - EXECUO DE TTULO EXTRAJUDICIAL - CONDIO DA AO - INTERESSE PROCESSUAL - EXTINO DA EXECUO - Ausente a exigibilidade do ttulo e, portanto, o interesse processual, uma das condies da ao, em face da inadequao da via eleita, cabvel a extino da execuo, por meio de exceo de pr-executividade - Aplicao do art. 267, IV, ltima figura, do CPC - Embargos de declarao acolhidos, com efeitos modificativos. (TJSP 24 Cmara de Direito Pblico, Embargos de Declarao n. 991.09.054786-2/50001, Relator: Salles Vieira, Julgamento: 10/02/2011).

    Portanto, tendo em vista que por ser inadequado o

    procedimento adotado, pois ausentes os pressupostos de constituio e desenvolvimento

    vlido do processo executivo, com fulcro nos artigos 267, inciso IV, c.c. 295, inciso V,

    ambos do Cdigo Substantivo, pede seu reconhecimento, com conseqente extino do

    processo sem julgamento de mrito, com a condenao do EMBARGADO no

  • 8

    pagamento das despesas e custas processuais, bem como em honorrios advocatcios

    que Vossa Excelncia fixar, sempre com habitual cautela e proficincia, com amparo

    no que dispe o artigo 20, 3 do CPC.

    2. INPCIA DA INICIAL FALTA DE FUNDAMENTAO JURDICA

    Cabe, ainda, ressaltar que a pea exordial apresenta pedido

    de execuo forada consubstanciada em ttulo executivo extrajudicial, contudo, no apresenta sua fundamentao jurdica.

    Ora, o artigo 282, inciso III, do Cdigo de Processo Civil,

    determina que a petio inicial apresente, alm dos fatos, tambm os fundamentos

    jurdicos que lastreiam a pretenso do proponente da ao.

    No se observa o apontamento da legislao que legitima a

    pretenso do EMBARGADO. Precariamente busca fundamentar sua postulao quando cita genericamente legislao que regula o presente caso. Assim, carece a petio inicial

    de requisito essencial para que seja deferida.

    Desta forma, merece ser extinta a ao, sem julgamento do mrito por indeferimento da prefacial, com fulcro no artigo 267, inciso I, c/c artigo 284,

    pargrafo nico, do Cdigo Substantivo, com a condenao do EMBARGADO no pagamento das despesas e custas processuais, bem como em honorrios advocatcios

    que Vossa Excelncia fixar, sempre com habitual cautela e proficincia, com amparo

    no que dispe o artigo 20, 3 do CPC.

    I DA SNTESE FTICA.

    Em breve sntese, pode-se dizer que o EMBARGADO

    pleiteia a condenao do EMBARGANTE ao pagamento do valor de R$ 6.155,38 (seis mil cento e cinquenta e cinco reais e trinta e oito centavos).

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    Alega que dvida ora perseguida encontra-se

    consubstanciada nos cheques n. SA-000172, SA-000173 e SA-000174, sacados contra

    o Banco Ita Unibanco S/A, Agncia n. 6650, Conta Corrente n. 04560-9.

    Diz que o EMBARGADO que os cheques foram emitidos ttulo de pagamento pela aquisio de quotas sociais, sendo que ao serem depositados

    foram devolvidos pela instituio financeira por desacordo comercial (motivo 21).

    Emrito Julgador, em que pese s razes esgrimidas pelo

    EMBARGADO, a ao em tela no deve prosperar, uma vez que so inexigveis os valores estampados nas crtulas que fundamentam a presente ao, seno vejamos:

    III DO MRITO

    Por uma questo de zelo processual, na remota hiptese de

    no ser acolhidas as preliminares argidas, situao ventilada ad argumentum e por

    amor ao debate, o EMBARGANTE far sua defesa de mrito, embora confie no acolhimento das prefaciais argidas.

    1. DA INEXIGIBILIDADE DO DBITO

    O EMBARGANTE e EMBARGADO eram scios da

    empresa CALHAS NOBRE, COMRCIO E INSTALAO LTDA., pessoa jurdica de direito provado, devidamente inscrita no Cadastro de Nacional de Pessoa Jurdica

    (CNPJ) sob n. 09.396.975/0001-55, situada na Rua Joo Ramalho, n. 225, Bairro Paulicia, Municpio de Piracicaba, Estado de So Paulo, CEP: 13.401-548, sendo que

    cada um possua 50% (cinquenta por cento) das quotas sociais, conforme cpia do antigo contrato social.

    Em 22 de novembro de 2012, o EMBARGADO efetuou a

    venda de todas as suas quotas sociais para o EMBARGANTE, conforme pode ser observado atravs da acostada cpia do contrato particular de compra e venda de quotas

  • 10

    sociais, bem como por meio da acostada cpia do instrumento particular de alterao de

    sociedade empresria limitada.

    Pela aquisio das quotas sociais foi entabulado pelas

    partes, que o EMBARGANTE pagaria ao EMBARGADO a importncia de R$124.000,00 (cento e vinte e quatro mil reais), em 13 (treze) parcelas, a primeira, na importncia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), na data da assinatura do contrato, a segunda, tambm no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com vencimento para 18/01/2013, e o saldo devedor, em 12 (doze) parcelas iguais, mensais e sucessivas, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) cada, vencendo a primeira em 22/01/2013, e as demais, em igual dia nos meses subsequentes.

    Inicialmente, o pagamento das parcelas seria efetuado em

    dinheiro, diretamente nas mos do EMBARGADO ou atravs de depsito bancrio, sendo que no primeiro caso o mesmo se comprometeu em ir pessoal receber as referidas

    importncias, no segundo, o depsito seria realizado em conta a ser indicada

    posteriormente.

    Houve o pagamento da primeira parcela, que, diga-se de

    passagem, foi realizada diretamente ao EMBARGADO, conforme pode ser averiguado atravs do acostado recibo de pagamento.

    Todavia, em janeiro/2013 o EMBARGADO por razes desconhecidas exigiu que o EMBARGANTE fornecesse lminas de cheque, como forma de assegurar o pagamento das parcelas, sendo referida exigncia prontamente

    atendida.

    Dentre as lminas de cheques fornecidas como garantia,

    encontram-se aquelas que fundamentam a presente ao, conforme pode ser observado

    pelo acostado recibo.

  • 11

    Nobre Magistrado, em que pese o EMBARGANTE tenha cumprido com sua obrigao atravs do fornecido da garantia solicitada, infelizmente a

    recproca no foi verdade, uma vez que o EMBARGADO descumpriu com as obrigaes decorrentes da venda das quotas sociais.

    A venda das quotas sociais apenas garante ao scio retirante o recebimento da importncia acordada, sendo que o universo de bens (materiais e imateriais) que constituem o patrimnio da pessoa jurdica continua inabalvel.

    Todavia, referido preceito no foi obedecido pelo

    EMBARGADO, uma vez que negou a transferncia de bens pertencentes a pessoa jurdica, que pela confiana existente at ento entre os scios, encontrava-se somente em seu nome.

    O EMBARGADO deu causa ao desacordo comercial, pois ao ser concretizada a venda das quotas sociais deveria ter efetuado dos bens

    pertencentes a pessoa jurdica que encontravam em seu nome, motivo pelo qual tem-se legtima a sustao do pagamento das importncias estampadas no cheque em baila,

    seno vejamos:

    Inicialmente se faz necessrio constar, que para execuo

    da atividade empresarial foi adquirido pela empresa CALHAS NOBRE, COMRCIO E INSTALAO LTDA. os seguintes terminais telefnicos: 3422-9395 e 3422-6671.

    As linhas telefnicas so essenciais, utilizadas h vrios

    anos para execuo da atividade empresarial da pessoa jurdica o motor que faz a empresa funcionar , sem a qual no teria contato com clientes, fornecedores,

    funcionrios e outros.

    As referidas linhas telefnicas sempre pertenceram a pessoa jurdica, porm a poca da sua instalao a empresa no encontrava-se

  • 12

    devidamente constituda, motivo pelo qual as linhas telefnicas foram ligadas em nome

    do EMBARGADO.

    Alis, frise-se, frise-se muito bem, que era prtica comum

    entre as partes a aquisio de bens em comum em nome de nica pessoa, como, por

    exemplo, pode ser averiguada pela acostada declarao de propriedade.

    As linhas telefnicas pertencem ao seu universo de

    patrimnio (material e imaterial) da pessoa jurdica, motivo pelo qual com a sada do EMBARGADO do quadro societrio as mesmas deveriam ser transferidas no momento da venda das quotas sociais.

    Infelizmente, o EMBARGADO negou a realizao da transferncia da titularidade das linhas telefnicas, e se no bastasse, ameaou de efetuar

    o corte/desligamento das linhas.

    Logo, conclu-se, que ao negar a transferncia das linhas telefnicas, o EMBARGADO descumpriu com o contrato celebrado pelas partes, afinal o referido bem faz parte do universo de bens (material e imaterial), que integram o patrimnio da pessoa jurdica da qual se retirou.

    Nobre Magistrado, o contrato de venda das quotas sociais

    datado de 22 de novembro de 2012, sendo na referida data efetuado o pagamento da

    importncia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), exatamente conforme foi acordado pelas partes.

    O EMBARGADO manteve-se inerte quanto a transferncia das linhas, e toda vez que instigado, afirmava em alto e bom som que no

    iria efetuar a transferncia.

  • 13

    Ora, se o EMBARGANTE cumpriu com sua obrigao,

    inexistem razes que guarnecem a indigesta postura do EMBARGADO de no efetuar a transferncia das linhas telefnicas.

    Diante da sua inrcia, o EMBARGADO foi notificado para efetuar a transferncia das linhas, sendo concedido prazo suficiente para assinatura

    dos termos de transferncia, porm no houve o xito almejado.

    Transcorridos mais de 02 (dois) meses da venda das quotas sociais, o EMBARGANTE no encontrou alternativa seno efetuar a sustao das lminas de cheques fornecidas como garantia.

    Em ato contnuo, a pessoa jurdica promoveu em face do EMBARGADO a competente Ao de Obrigao de Fazer com Pedido Liminar, Processo n. 0002508-70.2013.8.26.0451, em trmite perante o MM Juzo da 1 Vara

    Cvel da Comarca de Piracicaba-SP, para que houvesse a transferncia das linhas

    telefnicas.

    ILUSTRE JULGADOR, A AO DE OBRIGAO DE FAZER COM PEDIDO LIMINAR FOI DEVIDAMENTE INSTRUDA COM PROVAS DA TITULARIDADE DAS LINHAS, BEM COMO RESTOU DEMONSTRADA A INRCIA DO EMBARGADO, MOTIVO PELO QUAL FOI JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE.

    Logo, conclu-se, que o EMBARGANTE agiu de forma legitima ao proceder com a sustao dos cheques por desacordo comercial, devendo ser

    tal fato tambm reconhecido por este MM Juzo.

    FATO, AO DEIXAR DE TRANSFERIR AS LINHAS TELEFNICAS, O EMBARGADO DESCUMPRIU O CONTRATO DE AQUISIO DAS QUOTAS SOCIAIS, DANDO ENSEJO A SUSPENSO DO PAGAMENTO.

  • 14

    AS LINHAS TELEFNICAS SO OS PRINCIPAIS PATRIMNIOS DA PESSOA JURDICA, SO COMO O MOTOR QUE A FAZ O CARRO FUNCIONAR, SEM AS QUAIS NO TEM CONTATO COM CLIENTES, FORNECEDORES, FUNCIONRIOS E OUTROS.

    NO H SOBRA DE DVIDA QUE A AQUISIO DAS QUOTAS, NO MODIFICA A SITUAO PATRIMONIAL DA EMPRESA, ORA VISTO QUE H APENAS A SADA DE SCIO, MOTIVO PELO QUAL TODOS OS BENS CONTINUAM PERTENCENTES A PESSOA JURDICA, E CONSEQUENTEMENTE, TEM-SE DESNECESSIDADE DA DESCRIO DO SEU PATRIMNIO (MATERIAL E IMATERIAL).

    Portanto, tem-se de forma robusta e irrefutvel, que pela

    no transferncia das linhas telefnicas o EMBARGANTE acertadamente efetuou a sustao da lmina de cheque.

    No satisfeito, ardilosamente o EMBARGADO promoveu o protesto do cheque n. AS-000205, porm a justia falou mais alto novamente, e o protesto foi devidamente sustado, atravs da Ao Cautelar Incidental de

    Sustao de Protesto, Processo n. 4001339-77.2013.8.26.0451, que tramita perante o

    MM Juzo da 1 Vara Cvel da Comarca de Piracicaba-SP.

    Portanto, no tendo o EMBARGADO cumprido com as obrigaes decorrentes da sua retirada da sociedade, tem-se de forma clara tal qual o Sol

    do meio-dia, que resta demonstrado a inexigibilidade das importncias estampadas nos

    cheques n. SA-000172, SA-000173 e SA-000174, sacados contra o Banco Ita

    Unibanco S/A, Agncia n. 6650, Conta Corrente n. 04560-9.

    2. DO DIREITO DE RETENO

    In primo loco, necessrio constar que o

    EMBARGANTE e o EMBARGADO eram scios no imvel assim descrito: um

  • 15

    terreno compreendendo o Lote n. 36, da quadra X, no loteamento denominado

    Residencial Recanto da gua Branca, registrado perante o 2 Oficial de Registro de Imveis de Piracicaba, sob Matrcula n. 93.388 (documento anexo).

    O terreno foi adquirido em 15 de maio de 2012, pelo valor

    de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), conforme verifica-se na acostada matrcula e comprovante de transferncia bancria.

    Atualmente o terreno encontra-se avaliado na faixa de

    R$90.000,00 (noventa mil reais) a R$100.000,00 (cem mil reais), nos termos das acostadas avaliaes.

    Nobre Magistrado, em razo da confiana existente at

    ento entre as partes, o referido terreno foi registrado perante o 2 Oficial de Registro de

    Imveis de Piracicaba-SP apenas para o nome do EMBARGADO.

    Com a sada do EMBARGADO do quadro societrio da

    pessoa jurdica do qual pertencia junto com o EMBARGANTE, as partes acordaram em vender o referido imvel.

    Para que o EMBARGANTE pudesse efetuar a venda do

    imvel, o EMBARGADO confeccionou a acostada declarao, onde afirma que o

    EMBARGANTE proprietrio de 50% (cinquenta por cento) do imvel.

    O EMBARGANTE encontrou interessados pela compra do terreno, conforme verifica pela acostada inteno de compra.

    O que o EMBARGANTE no sabia o fato de o terreno

    j ter sido vendido pelo EMBARGADO, ou seja, a declarao de propriedade foi confeccionada apenas para ganhar tempo.

  • 16

    Ao consultar a compradora, o EMBARGANTE descobriu que o terreno foi vendido em 18 de dezembro de 2012, pelo valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), sendo que a quitao foi realizada atravs da dao do caminho marca Ford, modelo F-4000, placas KKL 9843, no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e o saldo devedor, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) foi pago em dinheiro.

    ABSURDO!!!

    O EMBARGADO efetuou a venda do terreno sem

    consultar o EMBARGANTE, e o pior, at o presente momento no realizou o pagamento da importncia devida.

    Se a venda do terreno foi realizada em 18 de dezembro de

    2012 (vide matrcula do imvel), a parte que cabia ao EMBARGANTE deveria ser paga no mesmo dia, ou no mximo, no primeiro dia til subseqente.

    Mas no, o EMBARGADO preferiu agir em surdina, utilizando-se do dinheiro para montar empresa concorrente ao qual fazia parte, e agora,

    tem audcia de dizer que o EMBARGANTE que lhe deve.

    Alis, o caminho fornecido como parte de pagamento

    pela aquisio do terreno, atualmente utilizado como veculo da empresa constituda

    em concorrncia, conforme demonstra as fotos anexas.

    Para melhor compreender a atrocidade cometida pelo

    EMBARGADO, necessrio analisarmos os eventos como ocorreram de forma cronolgica:

    1. 22/11/2012 Venda das quotas sociais; 2. 22/11/2012 Pagamento da primeira parcela; 3. 18/12/2012 Venda do terreno; 4. 18/01/2012 Declarao o Embargante possui 50% da propriedade do terreno; 5. 22/02/2012 Incio do pagamento parcelado do saldo devedor.

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    Nobre Magistrado, repare que passaram mais de 30 (trinta) dias entre a venda do terreno e a data do vencimento do cheque em questo, ou seja, havia tempo mais do que suficiente para o EMBARGADO pagar o EMBARGANTE.

    Ora, se o EMBARGADO no efetuou o pagamento pela

    venda do terreno ao EMBARGANTE, nada mais justo que a reteno do pagamento das quotas sociais.

    Alis, a reteno garante ao EMBARGANTE receber o

    que lhe devido, uma vez que a postura adotada pelo EMBARGADO especialmente por negar em transferir as linhas telefnicas conduz a concluso de que o pagamento

    no seria realizado, obrigando ao EMBARGANTE a apresentar nova ao judicial.

    Pelo exposto se faz necessrio destacar o seguinte:

    a) O EMBARGANTE possuidor de 50% (cinquenta por cento) do descrito como um terreno compreendendo o Lote n. 36, da quadra X, no

    loteamento denominado Residencial Recanto da gua Branca, registrado perante o 2 Oficial de Registro de

    Imveis de Piracicaba, sob Matrcula n. 93.388.

    b) O terreno foi alienado para terceiro, sem a transferncia da importncia em dinheiro que era

    cabvel ao EMBARGANTE pela venda. c) O terreno foi alienado antes da data de compensao

    do cheque, sem que at o dia de sua apresentao

    houvesse seu pagamento.

    Pelo exposto, postula o EMBARGANTE coerentemente pelo direito de reteno, ora visto que no recebeu o que lhe era devido pela venda do

  • 18

    terreno, sendo que tal medida encontra guarida nos princpio da celeridade e economia

    processual, pois a apresentao da medida judicial cabvel seria nus excessivo. 3. DA COMPENSAO

    Em no se acolhendo nenhuma das alegaes anteriores,

    hiptese ventilada ad argumentandum e por amor ao debate, o EMBARGANTE pleiteia pela compensao entre os valores perseguidos atravs da presente ao com

    aqueles que tm de receber do EMBARGADO.

    A compensao de crdito legtima, podendo ser

    pleiteada atravs do presente embargos execuo, uma vez que possuem a mesma

    natureza (pagamento em dinheiro).

    Preconiza o artigo 368 do Cdigo Civil, in verbis:

    Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigaes extinguem-se, at onde se compensarem

    Eis a jurisprudncia:

    EMBARGOS EXECUO. Excesso em razo de pagamento parcial da dvida. Pedido de repetio em dobro do montante indevidamente exigido. Possibilidade, diante do reconhecimento de funcionrios da exequente, por e-mail, de parte dos depsitos. Compensao de dvidas. Sucumbncia invertida. Recurso parcialmente provido. (TJ-SP - APL: 20259420118260003 SP 0002025-94.2011.8.26.0003, Relator: Rubens Cury, Data de Julgamento: 12/09/2012, 18 Cmara de Direito Privado, Data de Publicao: 17/09/2012) (grifo nosso).

    EMBARGOS DO DEVEDOR - Execuo fundada em ttulo executivo consubstanciado em compromisso particular de compra e venda assinado pelos devedores e duas testemunhas - Saldo restante do preo no quitado - Alegao

  • 19

    de mora dos promissrios vendedores diante da no regularizao da situao do imvel litigioso que consistiria na entrega de documentao necessria e desdobro perante a Municipalidade - No ocorrncia - Clusula contratual que prev expressamente o pagamento do saldo restante do preo pelos promissrios compradores independentemente do cumprimento das providncias invocadas pelos promitentes vendedores - Compensao das despesas dos compradores com o desdobro do imvel litigioso - Possibilidade - Obrigao dos vendedores constante do contrato litigioso cumprida pelos compradores - Valores que devem ser amortizados do crdito exequendo - Recurso parcialmente provido para este fim. (TJ-SP - APL: 1058473820078260004 SP 0105847-38.2007.8.26.0004, Relator: Mendes Pereira, Data de Julgamento: 19/09/2012, 7 Cmara de Direito Privado, Data de Publicao: 20/09/2012) (grifo nosso).

    Cdula de Produto Rural. Titulo de crdito. Endosso pstumo. Possibilidade de oposio de excees pessoais-nutridas contra o endossante em face do portador/endossatrio. Cdula de Produto Rural. Produto efetivamente depositado em mos da cooperativa, que dele no zelou como bom pai de famlia. Notcia de desaparecimento. Crdito induvidoso e superior, pela cotao, ao que exigido na execuo. Compensao admissvel para declarar extinta a obrigao. Embargos do devedor procedentes. Recurso desprovido, no conhecido o agravo retido. (TJ-SP - APL: 991080427481 SP , Relator: Araldo Telles, Data de Julgamento: 20/04/2010, 15 Cmara de Direito Privado, Data de Publicao: 27/04/2010) (grifo nosso).

    Ademais, no podemos perder de vista, que a

    compensao pleiteada trata-se da mais ldima e pura justia, estando em consonncia com os princpios da economia e celeridade processual.

  • 20

    Portanto, verificada a possibilidade da compensao dos

    crditos que as partes possuem entre si, passamos a abordar os crditos e valores que

    devero ser compensados.

    3.1. DO TERRENO

    O EMBARGANTE e EMBARGADO eram proprietrios do imvel assim descrito: um terreno compreendendo o Lote n. 36, da quadra X, no

    loteamento denominado Residencial Recanto da gua Branca, registrado perante o 2 Oficial de Registro de Imveis de Piracicaba, sob Matrcula n. 93.388.

    Como existia entre as partes elo de confiana, o imvel foi

    registrado apenas no nome do EMBARGADO, porm o EMBARGANTE detinha 50% (cinquenta por cento) da propriedade.

    Alis, cumpre salientar que o EMBARGADO declarou

    (documento anexo) que o EMBARGANTE um possui 50% (cinquenta por cento) da propriedade.

    Em 18 de dezembro de 2012, o EMBARGADO efetuou em surdina a venda do referido imvel, pela importncia de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais).

    A transao envolveu a dao do caminho marca

    Ford, modelo F-4000, placas KKL 9843, no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e o pagamento em dinheiro da importncia de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

    Nobre Magistrado, ocorre que at o presente momento o EMBARGADO no efetuou o pagamento da parte que cabe ao EMBARGANTE pela venda do imvel.

  • 21

    Portanto, requer que Vossa Excelncia digne-se em

    reconhecer que o EMBARGANTE possui o crdito no importe de R$ 42.500,00 (quarenta e dois mil e quinhentos reais) que deve ser adimplido pelo EMBARGADO, e consequentemente, determine a compensao entre os crditos.

    3.2. DAS NOTAS FISCAIS

    Aps a sada do EMBARGADO da sociedade

    empresarial, o EMBARGANTE descobriu que o EMBARGADO no repassou valores recebidos em nome da pessoa jurdica.

    Igualmente, tomou conhecimento que mesmo depois de

    sua sada o EMBARGADO continuou efetuando recebimento em nome da pessoa jurdica, mesmo existindo vedao expressa no contrato de aquisio de quotas sociais celebrado entre as partes.

    Nobre Magistrado, em que pese as importncias sejam devidas a pessoa jurdica, o prejuzo esta sendo suportado pelo EMBARGANTE, que esta sendo obrigado a cobrir o rombo deixado pelo EMBARGADO.

    Os crditos recebidos e no repassados pelo

    EMBARGADO esto consubstanciados nos seguintes pedidos e notas fiscais:

    1) Pedido n. 8521 Cliente: Andr Luiz Navarro Sebe

    Valor: R$ 115,00

    2) Nota Fiscal n. 08 Cliente: Condomnio Residencial Palladio

    Valor: R$ 1.350,00

    3) Nota Fiscal n. 12

  • 22

    Cliente: Condomnio Residencial Palladio

    Valor: 16.000,00

    4) Nota Fiscal n. 00484 Cliente: Frias Neto Consultoria e Empreendimento Imobilirio LTDA.

    Valor: 2.871,00

    Alis, a postura do EMBARGADO encontra devidamente comprovada atravs da acostada declarao, bem como ser solidificada atravs das

    testemunhas a serem arroladas no momento processual oportuno.

    Portanto, requer que Vossa Excelncia digne-se em

    reconhecer que o EMBARGANTE possui o crdito no importe de R$ 20.336,00 (vinte mil trezentos e trinta e seis reais) que deve ser adimplido pelo EMBARGADO, e consequentemente, determine a compensao entre os crditos.

    3.3. DA MULTA

    O EMBARGADO ao deixar de transferir as linhas

    telefnicas, obrigou que o EMBARGANTE apresentasse a ao judicial cabvel, que ao final foi julgada totalmente procedente reconhecendo a postura ilcita do EMBARGADO.

    A postura do EMBARGADO constitui ato ilcito contratual, que alm de justificar a sustao das lminas de cheque, permitem a aplicao da clusula penal.

    O presente contrato encontra cercado da boa-f objetiva.

    No se pode admitir que o vendedor negue-se a entrar o

    objeto da venda em perfeitas condies, ou seja, no pode o EMBARGADO negar a entregar as linhas telefnicas, que fazem parte do universo patrimonial da pessoa

  • 23

    jurdica, da qual efetuou a venda das quotas sociais, e consequentemente, sob a qual deixou de ter qualquer direito.

    Logo, conclu-se, que o EMBARGADO deixou de cumprir com as obrigaes decorrentes do contrato de compra e venda das quotas

    sociais, motivo pelo qual deve-se submeter aos termos da clusula penal.

    A clusula quarta do contrato de compra e venda das quotas sociais celebrado entre as partes preconiza a aplicao de multa no valor de

    R$ 10.000,00 (dez mil reais).

    Portanto, requer que Vossa Excelncia digne-se em

    reconhecer que o EMBARGANTE possui o crdito no importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais) que deve ser adimplido pelo EMBARGADO, e consequentemente, determine a compensao entre os crditos.

    4. DO HONORRIO ADVOCATCIO

    Preconiza o artigo 20, 3, a, b, c do CPC, in verbis:

    Art. 20. A sentena condenar o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorrios advocatcios. Esta verba honorria ser devida, tambm, nos casos em que o advogado funcionar em causa prpria. (...) 3 Os honorrios sero fixados entre o mnimo de dez por cento (10%) e o mximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenao, atendidos: a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestao do servio; c) a natureza e importncia da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu servio.

    No mesmo sentido temos o artigo 389, do Cdigo Civil,

    in verbis:

  • 24

    Art. 389. No cumprida a obrigao, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.

    De acordo com a legislao colacionada, devido a parte

    vencedora o valor pleiteado devidamente acrescidos de juros e correo monetria, bem como ao seu patrono, a fixao dos honorrios advocatcios entre 10% a 20% do valor

    da condenao, pagos pela parte que sucumbiu.

    No se pode admitir que seja fixado em favor do EMBARGADO honorrio advocatcio na importncia superior ao mnimo legal, ou seja, de 10% (dez por cento), afinal no vislumbra zelo profissional, tendo em vista que as peties apresentadas no demonstram alto conhecimento nas cincias jurdicas, no se tem a citao de doutrinas ou jurisprudncias, tambm no h que se falar em importncia ou complexidade do processo em tela.

    Por outro bordo, caso venha o EMBARGANTE lograr vencedora, dever ser fixado sucumbncia na importncia de 20%, tendo em vista o

    belo papel apresentado pela defesa, demonstrando elevado conhecimento nas cincias

    jurdicas, bem como dever ser o EMBARGADO condenada no pagamento das custas e despesas processuais.

    5. DA ISENO DAS CUSTAS PROCESSUAIS

    O EMBARGANTE informa e declara a este MM Juzo, nos termos da inclusa declarao de pobreza, que necessita da benesse relativa iseno

    de custas e/ou despesas processuais iniciais, pois no dispe de recursos econmicos

    suficientes para fazer frente a essas despesas sem prejudicar o seu prprio sustento material e de sua famlia.

    Outrossim, cumpre destacar que assistncia judiciria gratuita trata-se de presuno juris tantum, ou seja, basta simples declarao para a

  • 25

    concesso da medida. Neste sentido manifestou recentemente o Egrgio Tribunal de

    Justia do Estado de So Paulo, seno vejamos:

    Agravo de Instrumento. Assistncia Judiciria Gratuita. Impossibilidade de pagar as custas do processo e honorrios de advogado. Presuno de veracidade da afirmao feita pela parte. Inexistncia de elementos de convico que desautorizem a concesso. Recurso provido. (TJSP 7 Cmara de Direito Privado, Agravo de Instrumento n. 990.10.418154-2, Relator: Pedro Baccarat, Julgamento: 06/10/2010) (grifo nosso).

    PRESTAO DE SERVIOS - PARCERIA AGRCOLA - IMPUGNAO AO PEDIDO DE JUSTIA GRATUITA - Presuno legal de que o beneficirio no tem condies de arcar com as despesas do processo e com os honorrios de advogado sem prejuzo de seu sustento e de sua famlia. Presuno no ilidida, a teor da Lei n 1.060/50. Deciso Mantida. Recurso no provido. (TJSP 25 Cmara de Direito Privado, Apelao n. 990.10.152428-7, Relator: Marcondes DAngelo, Julgamento: 30/09/2010) (grifo nosso).

    Finalmente, para comprovar a necessidade da benesse da

    justia gratuita, segue acostada cpia declarao de imposto de renda, demonstrando sua renda efetiva, e consequentemente, a necessidade da concesso do referido benefcio.

    IV DOS PEDIDOS

    In primo loco, requer que a presente ao seja distribuda por dependncia, sendo apensada aos autos da Ao de Execuo, Processo

    n. 4001179-52.2013.8.26.0451, em trmite perante o MM Juzo da 6 Vara Cvel da

    Comarca de Piracicaba-SP.

    Requer o acolhimento das preliminares de defesa em

    qualquer uma de suas espcies, resultando em todas as situaes a extino do processo

  • 26

    executivo sem o julgamento de mrito, e conseqente, condenao do EMBARGADO no pagamento das custas e despesas processuais, honorrios de advogado fixados em

    20% sobre o valor dado ao e demais cominaes legais.

    EX POSITIS, calcado nos dispositivos legais retro

    elencados, ficam comprovadas que no procedem s alegaes declinadas na ao de

    execuo, razes por que requer se digne Vossa Excelncia em receber os presentes

    Embargos Execuo suspendendo a Ao de Execuo, Processo n. 4001179-

    52.2013.8.26.0451, para ao final de julgar TOTALMENTE PROCEDENTE os embargos, e consequente, TOTAL IMPROCEDNCIA da ao de execuo, com a condenao do EMBARGADO nas cominaes legais de estilo, pagamento de custas e despesas processuais, honorrios advocatcios fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.

    Alternativamente, requer que Vossa Excelncia digne-se

    em reconhecer que o EMBARGANTE possui crdito a receber do EMBARGADO, na

    importncia de R$ 72.836,00 (setenta e dois mil e oitocentos e trinta e seis reais), e consequentemente, determinar a compensao com o crdito exequendo.

    Requer a esse Conspcuo Juzo, o deferimento do

    benefcio da JUSTIA e ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA, nos termos da Lei n. 1060/40 ora em vigor, tendo em vista que o EMBARGANTE no dispe de recursos econmicos suficientes para fazer frente s despesas e custas processuais.

    V DAS PROVAS

    E por fim, protesta-se e requer provar o alegado, se

    necessrio, por todos os meios de prova em direito permitidos, especialmente pelo

    depoimento pessoal do EMBARGADO, desde logo requerido, sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, provas documentais e periciais que se fizerem necessrias, sem

    excluso de qualquer outra, por mais especiais que sejam.

  • 27

    VI DO VALOR DA CAUSA

    D-se a causa o valor de R$ 6.155,38 (seis mil cento e cinquenta e cinco reais e trinta e oito centavos).

    Termos que,

    Pede e espera deferimento.

    Piracicaba, 03 de julho de 2013.

    __________________________________________

    JOO ORLANDO PAVO OAB-SP n. 43.218