1º bimestre plano de desenvolvimento · ciências – 6º ano 1º bimestre – plano de...
TRANSCRIPT
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
O Plano de desenvolvimento apresentado neste bimestre tem o objetivo de explicitar os
objetos de conhecimento e as habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro
do Estudante, bem como sugerir práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da
metodologia adotada.
1. Objetos de conhecimento e habilidades
No quadro a seguir, dispomos os objetos de conhecimento e as habilidades trabalhados em
cada capítulo indicado para o estudo do 1º bimestre. No campo “Habilidades”, inserimos habilidades
da BNCC, habilidades complementares e habilidades complementares que foram contempladas no
Livro do Estudante. As habilidades destacadas em negrito são aquelas consideradas essenciais para a
continuidade das aprendizagens dos estudantes ao longo dos bimestres.
Referência no material didático
Objetos de conhecimento Habilidades
Capítulo 1 Um olhar para o universo
Forma, estrutura e movimentos da Terra
(EF06CI14) Inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon) ao longo do dia em diferentes períodos do ano são uma evidência dos movimentos relativos entre a Terra e o Sol, que podem ser explicados por meio dos movimentos de rotação e translação da Terra e da inclinação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.
Conceituar e diferenciar alguns dos principais corpos celestes que compõem o Universo.
Localizar a Terra no Universo usando outros corpos celestes como referencial.
Relacionar fatos e fenômenos terrestres periódicos com a posição das constelações no céu noturno.
Compreender como podemos nos orientar com base na observação da posição das estrelas.
Diferenciar astros luminosos de astros iluminados e exemplificá-los.
Compreender e aplicar o conceito de ano-luz.
Entender o que são hemisférios terrestres e saber localizá-los em um mapa-múndi.
Capítulo 2 A forma da Terra
Forma, estrutura e movimentos da Terra
(EF06CI13) Selecionar argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra.
Compreender o desenvolvimento científico associado à evidência da esfericidade da Terra.
Capítulo 3 A estrutura da Terra
Forma, estrutura e movimentos da Terra.
(EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.
Destacar evidências que possam indicar algumas características do interior do planeta.
Compreender o conceito de modelo científico.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Referência no material didático
Objetos de conhecimento Habilidades
Capítulo 4 A crosta terrestre: rochas e minerais
Forma, estrutura e movimentos da Terra.
(EF06CI12) Identificar diferentes tipos de rocha, relacionando a formação de fósseis a rochas sedimentares em diferentes períodos geológicos.
Conhecer os conceitos de rocha, mineral e minério e suas relações. Compreender o conceito de intemperismo e sua relação com a formação das rochas sedimentares.
Identificar as rochas e classificá-las em magmáticas, sedimentares e metamórficas.
Conhecer a origem e as principais características das rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas.
Conhecer como o ser humano utiliza as rochas no seu cotidiano.
Perceber que a exploração das rochas pode trazer impactos para o meio ambiente.
Compreender o significado de fóssil e o processo de fossilização.
2. Atividades recorrentes na sala de aula
A sala de aula é o local por excelência onde o professor deve propor atividades ou
procedimentos didáticos que intencionalmente tenham como objetivo o desenvolvimento das
habilidades e competências previstas para cada bimestre. Essas atividades precisam ser
complementadas por outras, fora do espaço da sala de aula e mesmo por algumas fora da própria
escola, sempre com a participação do professor como orientador e mediador do processo.
Acreditamos que, para o desenvolvimento das competências e habilidades previstas, os estudantes
devem participar de forma ativa no processo de construção do conhecimento, sempre cientes dos
objetivos a serem alcançados e das escolhas feitas para alcançá-los.
Sugerimos nesta obra um conjunto de atividades que deverão ser realizadas de maneira
recorrente em cada bimestre, embora em contextos e condições diversas, sempre alinhadas com a
nossa proposta metodológica.
Neste bimestre, o primeiro do 6º ano, o professor terá contato pela primeira vez com um grupo
de estudantes oriundos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com características diferentes dos
Anos Finais. Também poderá se deparar com o fato de os estudantes não estarem habituados a ter
uma postura de participação mais ativa nas aulas. Dessa forma, é necessário que o professor
compartilhe com os estudantes suas intenções em cada atividade proposta: quais são os objetivos ao
propô-las e como pretende avaliar se esses objetivos estão sendo atingidos.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Problematização e levantamento de conhecimentos prévios
Propomos em cada um dos capítulos um conjunto de questões-problema para nortear o início
do que chamamos de problematização. Outras questões poderão ser formuladas pelo professor nesta
etapa inicial, assim como durante todo o percurso realizado no bimestre. É com base nas respostas
dadas pelos estudantes às questões trazidas pelo professor, bem como às questões formuladas pelos
próprios estudantes, que o professor pode conhecer as concepções e conhecimentos prévios da classe,
tomando-os como ponto de partida para o processo de construção do conhecimento ao longo do
tempo.
A etapa de problematização e levantamento de conhecimentos prévios pode se dar a partir de
diversas dinâmicas, como a participação da classe de maneira coletiva (roda de conversa) ou discussão
de questões iniciais em duplas ou pequenos grupos. O professor poderá utilizar imagens, vídeos ou
textos de diferentes gêneros para sensibilizar e motivar os estudantes para discussão inicial das
questões de cada capítulo. Qualquer que seja a dinâmica adotada pelo professor, é necessário garantir
nesta etapa, além da discussão, o registro das respostas do grupo para que sejam resgatadas ao longo
do bimestre.
Filmes e vídeos
Neste bimestre, propomos a utilização de dois documentários de curta duração para
introdução dos temas que serão abordados. Essa atividade deverá ser recorrente ao longo da obra,
sempre com indicações claras do contexto e da pertinência da sua utilização. É importante que o
professor assista aos títulos indicados e avalie a melhor maneira de discutir e sistematizar o que foi
abordado no filme. O trabalho de produção de texto, na forma de resumo ou comentário crítico, é
uma boa oportunidade de o professor de Ciências fazer interface com o compoente curricular de
Língua Portuguesa. Neste momento do curso, é recomendável que o professor utilize alguns textos
como modelo e, havendo disponibilidade de tempo, desenvolva a atividade na própria sala de aula.
Leitura e compreensão de texto
Esta atividade é proposta em todos os capítulos da coleção, na medida em que os estudantes
farão uso de textos contidos no Livro do Estudante em diversos momentos, com a finalidade de
introduzir determinados assuntos, sistematizar a discussão realizada, complementar ou resolver
exercícios de retomada, desafio ou síntese.
Neste primeiro bimestre, considerando o fato de o professor ainda não conhecer a
competência de leitura dos estudantes, sugerimos alguns momentos de leitura em voz alta, pelos
estudantes e pelo professor, com discussão e compreensão dos temas com a classe no formato de
roda de conversa. Isso ajudará o professor a localizar estudantes com possíveis defasagens de leitura
e compreensão de texto a fim de propor intervenções, quando necessário, para auxiliar o
desenvolvimento deles.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Discussão e correção das questões propostas no Livro do Estudante
Considerando que este bimestre marca o início de uma nova etapa de escolaridade para os
estudantes, é necessário que o professor fique atento ao processo de correção das questões
propostas, garantindo que todos os estudantes tenham a oportunidade de fazer a autocorreção,
verificando suas respostas e propondo, em caso de necessidade, as modificações necessárias. Vale
lembrar que as respostas dos estudantes vão subsidiar o estudo para provas e, portanto, é de extrema
importância que todos façam a autocorreção. Uma estratégia que ajuda a mobilizar a classe para esta
atividade é o professor pedir para alguns estudantes colocarem suas respostas no quadro e envolver
a classe na correção, com sugestões para alterar ou complementar as respostas dos colegas.
Mapas conceituais
A confecção de mapas conceituais é um procedimento didático bastante eficiente para
apresentação ou sistematização de um assunto e pode também ser utilizado para o levantamento dos
conhecimentos prévios dos estudantes. No Manual do Professor discutimos com mais detalhes como
é possível utilizá-los. Neste bimestre, propomos o emprego dos mapas conceituais nos capítulos 3 e 4,
com o objetivo de ajudar a sistematização de assuntos que envolvem alguns conceitos e suas relações.
Nesse caso, a proposta é o professor montar os mapas no quadro com a participação da classe.
Gradativamente o professor poderá ensinar os estudantes a produzir mapas conceituais de maneira
autônoma na classe ou em casa.
Para mais informações a respeito de mapas conceituais, acesse:
• <www.lucidchart.com/pages/pt/o-que-e-um-mapa-conceitual>;
• <www.lucidchart.com/pages/pt/como-fazer-um-mapa-conceitual>.
Acesso em: 1o out. 2018.
Atividades práticas
Neste bimestre, propomos atividades práticas em todos os capítulos por considerarmos este
um procedimento didático fundamental para o desenvolvimento das principais habilidades e
competências previstas para o ensino de Ciências. Todavia, em cada capítulo, as atividades práticas
possuem características e objetivos diferentes.
• Capítulo 1 – A proposta é a observação e a identificação de astros por meio da utilização de um mapa celeste, atividade complementar e individual para ser realizada fora da escola.
• Capítulo 2 – A atividade prática, realizada em grupos, na sala de aula, tem como proposta a construção do conceito de modelo nas ciências, utilizando uma situação na qual os estudantes são desafiados a descrever um objeto que está no interior de uma caixa, sem abri-la − desafio que geralmente provoca bastante envolvimento e discussão de ideias nos grupos de estudantes. Uma vez trabalhado o conceito de modelo nas ciências, na segunda
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
proposta de atividade, os estudantes têm a oportunidade de construir modelos de Terra plana e redonda para observar sombras projetadas e relacionar com o formato do planeta.
• Capítulo 3 – A atividade proposta utiliza conceitos e procedimentos matemáticos para que os estudantes consigam visualizar as camadas da Terra em determinada escala. É uma boa oportunidade para que se observe como os vários compontes curriculares interagem para resolver determinados problemas. Sugerimos que essa atividade seja desenvolvida em grupos na sala de aula.
• Capítulo 4 – A proposta de atividade prática é uma simulação do processo de formação de fósseis. É importante que os estudantes percebam a importância das simulações para a compreensão e previsão de determinados fenômenos naturais. Nas situações propostas neste capítulo, os fenômenos simulados não poderiam ser observados em tempo real pois ocorrem na natureza ao longo de milhares a milhões de anos.
3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o
desenvolvimento de habilidades
As propostas presentes nas várias unidades desta obra foram organizadas com o objetivo de
promover o desenvolvimento das competências gerais e específicas encontradas na BNCC, das
habilidades relacionadas aos objetos de conhecimento ali presentes e de outras complementares. Para
auxiliar o trabalho do professor, apresentamos orientações gerais para cada capítulo. Essas
orientações, presentes no Manual do Professor e nos demais materiais que compõem o Material
Digital do Professor, poderão ser utilizadas para auxiliar na atividade docente. Sugerimos que utilize
essas orientações adequando-as como achar mais conveniente para seu contexto, em função de
diversos fatores, como disponibilidade de tempo, recursos materiais disponíveis e outras variáveis
inerentes a sua prática pedagógica.
Todas as orientações presentes no Manual do Professor e no Material Digital do Professor
estão articuladas com as premissas que sustentam a linha metodológica adotada pelos autores em
toda a coleção. A principal delas é a de que o processo de aprendizagem ocorre de maneira
colaborativa com base em relações interpessoais, em vez de ocorrer individual e isoladamente. Os
estudantes precisam interagir com os colegas, professores e outros atores sociais, expondo seus
pontos de vista, formulando e ouvindo hipóteses e narrativas sobre diferentes perspectivas, a fim de
conseguirem, em um processo dialógico, construir seus conhecimentos, habilidades, valores e
desenvolver as competências necessárias para intervir na sociedade. Todavia, é necessário que os
estudantes tenham o livro didático como um referencial de conhecimentos atualizados e confiáveis,
que possa ser o fio condutor do seu processo de aprendizagem, sem, contudo, engessá-lo.
Em cada um dos capítulos desta unidade existem propostas de atividades nas quais os
estudantes são convidados a participar de dinâmicas de grupo que estimulam a troca de ideias e
desafiam os estudantes a resolver as questões e os problemas propostos. Nas orientações didáticas
do Manual do Professor de cada capítulo, indicamos algumas questões que consideramos centrais para
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
a etapa de problematização e aproximação do assunto principal do capítulo, e que podem provocar a
formulação de outras questões por parte dos estudantes. A análise das questões formuladas pelos
estudantes ajudará o professor a mapear os conhecimentos e convicções sobre os assuntos que os
estudantes construíram até aquele momento e a planejar as intervenções necessárias para dar
continuidade ao processo de ensino e aprendizagem.
Organizamos a narrativa da unidade 1, Terra e Universo, partindo do estudo do Universo
observável, seus componentes e a relação da humanidade com os principais fenômenos celestes, os
quais permitiram, devido a sua regularidade, marcar o tempo, organizando e prevendo eventos, bem
como orientar-se espacialmente.
O estudo dos planetas e outros corpos celestes geralmente provoca fascínio nos estudantes,
que, movidos pela curiosidade, costumam fazer muitas perguntas que extrapolam as questões centrais
previstas para a unidade. Cabe ao professor responder pontualmente algumas questões ou estimular
a pesquisa ativa pelas suas respostas, sabendo distinguir as questões que se configuram como
curiosidades daquelas que serão essenciais para o desenvolvimento das habilidades previstas para o
capítulo 1. Um dos aspectos importantes da narrativa construída é a percepção de que diferentes
culturas propuseram diversas explicações para fenômenos naturais com base na observação do céu
estrelado.
Acreditamos que no 6º ano é necessário ter o modelo geocêntrico como referencial inicial para
estudarmos alguns fenômenos observáveis, como os movimentos do Sol e a compreensão de como a
regularidade desses movimentos permitiu o estabelecimento de intervalos de tempo e a determinação
das estações do ano. Ainda neste ano, iniciamos a transição para o modelo heliocêntrico, que será
aprofundado, assim como outros modelos, no decorrer dos anos posteriores, mostrando que, na
história da ciência, modelos explicativos sobre fenômenos observáveis podem ser substituídos por
outros, não se constituindo como verdades absolutas ou definitivas.
Dando continuidade à narrativa da unidade, uma vez que os estudantes ampliaram seus
conhecimentos sobre o Universo e exploraram alguns fenômenos observáveis, no capítulo 2, fazemos
um zoom em direção ao planeta Terra, com foco nas evidências indiretas construídas ao longo da
história da humanidade sobre seu formato.
Seguindo a linha metodológica adotada na coleção, são propostas atividades que envolvem
desafio, reflexão e construção de conhecimentos relacionados às questões e problemas, sempre
estimulando a troca e a construção coletiva de novas ideias e paradigmas. A atividade A caixa
misteriosa permite a construção do conceito de modelo, basilar para o desenvolvimento de uma
postura científica, além de várias habilidades e competências relacionadas, como as relacionadas à
interação em grupos. É importante salientar que o professor tem um papel fundamental como
mediador do processo de ensino e aprendizagem, fazendo a gestão das atividades individuais e em
grupos para que elas possam se desenvolver no tempo e espaço planejados e garantir a participação
e engajamento de todos os estudantes. Outra atividade proposta no capítulo 2, Terra plana ou
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
redonda, permite a construção de uma das evidências do formato do planeta Terra com base na
utilização de modelos de Terra plana e redonda com a observação de sombras projetadas.
No capítulo 3, exploramos ainda mais o nosso planeta, agora explorando sua organização
interna em camadas. A superfície da Terra compreende a região de ação do ser humano. A observação
de fenômenos, como terremotos, vulcanismo e tsunamis, entre outros, associada ao desenvolvimento
científico, permitiram que fosse criado um modelo da estrutura da Terra abrangendo as regiões onde
o ser humano ainda não tem alcance físico. Esses fenômenos serão objeto de estudo mais aprofundado
no 7º ano. Neste capítulo, trabalhamos o conceito de escala, aplicando-o na construção de um modelo
de planeta Terra para que os estudantes possam visualizar de maneira concreta suas camadas e
começar a compreender seus impactos sobre a dinâmica geral do planeta (vulcanismo, tsunami,
formação de relevo, etc.) e em especial sobre nossas vidas. Vale destacar que a interface com outros
componentes curriculares, como Geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática, é parte
fundamental da linha metodológica desta coleção. Ao longo das narrativas construídas nas unidades
temáticas, focamos a construção do conhecimento científico por meio de atividades interdisciplinares,
com propostas que exploram as competências de leitura, escrita e uso da Matemática como
ferramenta importante e necessária para a construção do conhecimento científico. Nesta unidade,
encontramos um diálogo constante com o componente curricular de Geografia, não apenas para os
conceitos desenvolvidos, mas também no que toca às propostas sugeridas para o desenvolvimento
das habilidades previstas.
Finalizando a narrativa desta primeira unidade, aprofundamos no capítulo 4 o estudo de uma
das camadas do nosso planeta, a crosta terrestre, abordando sua constituição e alguns fenômenos
considerados essenciais para a construção da narrativa da obra: o processo de fossilização e a
formação dos solos. Esses assuntos serão resgatados nos anos seguintes em contextos diferentes,
quando discutiremos a teoria da deriva continental, as teorias evolucionistas e os impactos causados
pela exploração dos recursos naturais. Na etapa de problematização e levantamento dos
conhecimentos prévios dos estudantes, é provável que o professor perceba que alguns conceitos e
relações sobre solos foram construídos no Ensino Fundamental I e, dessa maneira, é importante
organizar alguma dinâmica que permita resgatar os conhecimentos estudados pelos estudantes como
ponto de partida para o aprofundamento do tema que ocorrerá neste capítulo.
4. Gestão da sala de aula
Gestão de conflitos (relações interpessoais)
A sala de aula é um dos locais onde ocorre com maior intensidade a interação dos estudantes
na escola. Essas interações ocorrerão com ou sem a mediação do professor, podendo gerar situações
de conflito que precisam ser entendidas como parte importante e necessária para o crescimento do
grupo nos seus vários âmbitos (social, emocional e intelectual). Muitas vezes reprimimos as situações
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
de conflito que consideramos inadequadas em vez de utilizá-las como oportunidade para o
desenvolvimento de habilidades e competências. Nesse sentido, abaixo reproduzimos três
competências gerais da Educação Básica presentes na BNCC:
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Essas competências podem ser trabalhadas no cotidiano da sala de aula baseadas em
interações que ocorrem de maneira espontânea ou intencional, por meio de propostas sugeridas nas
orientações didáticas de cada capítulo.
O desenvolvimento das competências acima só é possível com a mediação do professor, que
deve observar e intervir de maneira diretiva em várias situações de interação entre os estudantes que
ocorrem na escola. Por exemplo, durante uma atividade em dupla, grupo ou roda de conversa, o
professor pode trazer para discussão em classe questões que auxiliem os estudantes a identificar e
refletir sobre os aspectos positivos das interações que estão ocorrendo e os conflitos e os sentimentos
que aparecem nesse processo. Agindo de maneira intencional e fazendo as intervenções necessárias,
o professor estará contribuindo para o desenvolvimento das competências socioemocionais listadas
acima.
Neste primeiro bimestre apresentamos algumas situações que envolvem diferentes tipos de
interações que poderão ser utilizadas pelo professor como estratégia para o desenvolvimento das
competências socioemocionais e habilidades específicas de Ciências. Sugerimos que o professor, antes
de iniciar uma atividade de dupla, grupo ou roda de conversa, retome com a classe a importância de
cada procedimento para o desenvolvimento individual e coletivo e proponha uma autoavaliação ao
fim de cada atividade, de modo que os estudantes possam identificar os aspectos positivos e negativos
da atividade, bem como as fragilidades que precisam trabalhar para se desenvolverem.
A atividade A caixa misteriosa, proposta no capítulo 2, por ser desafiadora, costuma provocar
bastante discussão no grupo, sendo uma ótima oportunidade para o professor identificar como está a
participação de cada estudante: se emitem opiniões e conseguem fundamentá-las, se respeitam a
opinião uns dos outros e se todos estão envolvidos de maneira adequada com a atividade. Esses
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
aspectos, juntamente com outros levantados pelos estudantes, poderão estar entre os critérios que
serão utilizados para compor a autoavaliação após o fim da atividade.
É muito importante que, durante as atividades realizadas em duplas e em grupos, o professor
circule pela classe, observando e coordenando os trabalhos e, quando necessário, ajudando os grupos
nas dificuldades enfrentadas, sejam elas diretamente relacionadas às habilidades do componente
curricular, às competências da Educação Básica ou às questões socioemocionais.
Ao final de cada bimestre, o professor poderá organizar uma roda de conversa para, com os
estudantes, analisarem o desenvolvimento que apresentaram como grupo em relação às interações
interpessoais que estabeleceram nos grupos de trabalho, registrando-as para compará-las no fim do
ano letivo.
Gestão do tempo
Outro aspecto que deve ser considerado na gestão da sala de aula é o tempo disponibilizado
para as diversas atividades planejadas pelo professor e pelos estudantes. É importante que o professor
dimensione o tempo necessário para cada atividade de uma sequência didática e compartilhe com os
estudantes esse planejamento.
Uma estratégia para que os estudantes desenvolvam a autonomia no processo de gestão do
tempo é propor atividades de grupo com etapas bem definidas e deixar que os grupos distribuam essas
etapas no tempo determinado para realização das mesmas. No final da atividade, o professor pode
pedir que o grupo faça uma avaliação do planejamento realizado e socialize com a classe os critérios
utilizados para esse planejamento, bem como os problemas enfrentados. É importante chamar
atenção para o fato de que, ao proceder dessa maneira, o professor estará utilizando as atividades em
grupo não apenas como procedimento didático para o desenvolvimento de habilidades e
competências do componente curricular, mas também aquelas de caráter geral.
Neste primeiro bimestre, a atividade prática A Terra em escala, proposta no capítulo 3, pode
ser utilizada para que os estudantes se planejem de modo a viabilizar a conclusão da atividade no
tempo previsto. Uma sugestão é dividir cada etapa de desenvolvimento da atividade em intervalos de
tempo específicos que os estudantes consigam acompanhar com um relógio. Ao fim de cada intervalo,
os estudantes devem parar o que estão fazendo e levantar o que conseguiram realizar e o que faltou
desenvolver nesse tempo. O professor pode auxiliá-los a se organizarem para realizar os
procedimentos destinados para cada fase no tempo previsto. No final, é possível fazer uma discussão
entre eles para verificar os aspectos positivos e negativos dessa dinâmica, bem como o que
aprenderam com relação à organização de uma atividade em intervalos de tempo específicos.
Gestão do espaço
Para a realização de atividades diversificadas na sala de aula é importante que o espaço
permita as adequações necessárias. Dessa maneira, o professor deve propor diferentes formas de
organização das carteiras a fim de facilitar a interação dos estudantes e obter melhores resultados.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Sugerimos que o professor faça experiências com relação a organização do espaço da sala, dispondo
as carteiras da maneira mais adequada para o desenvolvimento da atividade planejada, e que avalie
com a classe os resultados obtidos. Para atividades em pequenos grupos, é necessário estudar
previamente a distribuição das carteiras na classe, a fim de permitir ao professor circular com
facilidade entre os grupos. Uma vez identificado o melhor posicionamento, o professor poderá fazer
um mapa dessa distribuição e fixá-lo no mural até que os estudantes consigam arrumar as carteiras na
posição correta.
Existem vários modelos de distribuição das carteiras – em “U”, em semicírculo, em círculo, em
grupos, etc. – que podem favorecer a interação dos estudantes durante as atividades.
A sala de aula pode ser também um espaço para realização de atividades práticas em pequenos
grupos ou demonstrações conduzidas pelo professor com a participação de toda a classe, como uma
alternativa ao uso do laboratório, quando este não estiver disponível, ou quando o professor
considerar mais adequado realizá-las na própria sala de aula em função da dinâmica escolhida. Um
exemplo é a atividade de simulação do processo de fossilização, proposta no capítulo 4, que poderá
ser desenvolvida com os estudantes dispostos em círculos, com a mesa do professor no centro. Nesse
caso, o professor poderá solicitar a ajuda de alguns estudantes e conduzir a atividade em etapas, a fim
de que todos tenham oportunidade de fazer os registros necessários, formular questões e tirar suas
dúvidas.
Outros espaços, tais como laboratório de informática, jardim, pátio, etc., poderão ser
utilizados, se disponíveis na escola, em diversas atividades que propomos nos capítulos desta coleção,
ampliando as interações dos estudantes com outras pessoas e espaços do ambiente escolar.
Se houver disponibilidade, sugerimos também explorar espaços não formais de educação,
como museus de ciências, institutos de estudo e pesquisa, jardins botânicos, zoológicos, aquários,
parques estaduais, planetários, entre outros.
5. Acompanhamento da aprendizagem dos estudantes
Para acompanhar a aprendizagem dos estudantes, sugerimos utilizar a Ficha de
acompanhamento da aprendizagem, as Avaliações bimestrais e as aferições de aprendizagem
indicadas nas Sequências didáticas. Esses instrumentos auxiliam o acompanhamento, a análise e a
aferição do desenvolvimento dos estudantes nas habilidades indicadas para o bimestre, bem como
nas competências e nos aspectos socioemocionais.
Disponibilizamos uma Ficha de acompanhamento da aprendizagem para cada bimestre. Em
“Expectativa de aprendizagem” inserimos habilidades da BNCC, habilidades complementares e
competências. Instigamos os professores a utilizarem essa sugestão de ficha como um modelo e a
modificá-la quando considerar necessário, inclusive inserindo outras expectativas de aprendizagem
que desejam acompanhar durante o desenvolvimento dos estudantes.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
A concepção de avaliação desta obra é coerente com a concepção de ensino-aprendizagem
assumida pelos autores e materializada na linha metodológica proposta para o desenvolvimento das
competências e habilidades previstas na BNCC e outras complementares. Acreditamos que a
construção do conhecimento se dá na interação com os outros e o papel da escola não deve se
restringir a transmissão de conteúdos conceituais, mas sim desenvolver um conjunto de competências
e habilidades que permitam a formação de cidadãos com condições de fazer uma leitura crítica da
realidade e nela intervir. Dessa maneira, precisamos ampliar nosso olhar sobre o significado do
conceito avaliação, procurando utilizar instrumentos que possam avaliar ao longo do tempo se as
atividades que realizamos com os estudantes atingem os objetivos propostos e não constituem um
mecanismo que se restringe a “mensurar” informações adquiridas.
Nessa perspectiva, acreditamos que a avaliação deve ser contínua e processual e que busque
diagnosticar avanços e fragilidades em nossa prática pedagógica, com base na observação do
desempenho dos estudantes. A avaliação deve auxiliar o professor a delinear estratégias para o
desenvolvimento de seus estudantes a fim de redefinir caminhos, práticas e estratégias que ajudem
no deslocamento de todo o grupo e não apenas dos que apresentam mais facilidade para apreender
determinados conhecimentos em um momento específico do período letivo.
O primeiro bimestre do 6º ano é um bimestre de transição no Ensino Fundamental entre os
Anos Iniciais e os Anos Finais. É muito importante que nesse período o professor desenvolva atividades
que possam ajudá-lo a conhecer a classe como um todo e as particularidades de cada estudante. As
questões e respostas formuladas pelos estudantes e a maneira como interagem e se organizam
fornecerão subsídios importantes para o professor afinar seu planejamento, fazendo as intervenções
necessárias para o deslocamento de todos os estudantes.
Ao longo do ano, mas principalmente no começo, o professor deve procurar avaliar (avaliação
diagnóstica) a situação da classe com relação às competências, habilidades e conhecimentos
conceituais adquiridos em anos anteriores (Ensino Fundamental – Anos Iniciais). No Manual do
Professor, apresentamos sugestões de atividades que permitirão ao professor fazer essa avaliação
diagnóstica.
É importante que, para cada um dos procedimentos didáticos adotados pelo professor, haja
um momento de conversa com a classe sobre os objetivos da atividade, a postura esperada dos
estudantes, os procedimentos que serão realizados e os instrumentos de avaliação que serão
utilizados. Também acreditamos ser necessário que o professor apresente seu plano de avaliação
bimestral, deixando claro quais serão os instrumentos e critérios de avaliação adotados. Se possível,
sugerimos que o professor apresente uma maneira simples de os estudantes organizarem, registrarem
e avaliarem seu desempenho ao longo do bimestre.
A seguir propomos algumas formas de avaliação para este bimestre, em função das
competências e habilidades previstas e dos procedimentos didáticos adotados.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Produção de texto
Relatórios para as atividades propostas nos capítulos 2 e 4: Terra plana ou redonda? e
Simulação do processo de fossilização, respectivamente. As produções poderão ser feitas
individualmente na residência dos estudantes ou em duplas na própria classe. Este é um bom
momento para o professor observar as dificuldades de escrita dos seus estudantes e propor, com a
participação de professores de outros componentes curriculares, em especial de Língua Portuguesa,
atividades que possam ajudar o desenvolvimento dos estudantes, principalmente se constatarem
neles algumas dificuldades para esse desenvolvimento.
Pesquisa em diversas fontes
Uma atividade de pesquisa proposta para este bimestre é sobre as rochas utilizadas pela
humanidade. O trabalho deve ser precedido de orientações claras do professor com relação a seleção
de fontes confiáveis e registro e síntese das informações coletadas, além das possibilidades de
socialização e organização dos dados pesquisados. Uma boa seleção de sites confiáveis, bem como a
discussão dos critérios necessários para seleção de informações pertinentes à pesquisa, ajudará
bastante os estudantes na realização da atividade. A socialização dos resultados poderá ser feita de
diferentes maneiras em função dos recursos e do tempo disponibilizados pelo professor. É importante
que o professor procure estabelecer, com a classe, critérios de avaliação para o trabalho, procurando
observar o processo de execução da pesquisa e não apenas o resultado final. Sugerimos uma
autoavaliação contemplando o desempenho e as dificuldades que os estudantes tiveram na realização
da atividade.
Resolução de questões na classe e na residência do estudante
As questões resolvidas na classe permitem ao professor um acompanhamento mais próximo
dos estudantes, podendo fazer intervenções pontuais e no grupo durante o processo de resolução.
Para as questões a serem resolvidas na residência do estudante, é importante que o professor utilize
dinâmicas que permitam aos estudantes expor o raciocínio usado para a resolução das questões, bem
como as dúvidas que surgiram. É de extrema importância que o professor acompanhe o processo de
autocorreção feito pelos estudantes, garantindo o registro adequado no caderno. A qualidade do
registro das aulas pelos estudantes auxiliará no estudo do conteúdo em momentos posteriores e no
desenvolvimento de habilidades de organização e comunicação, além de fornecer subsídios para uma
eventual ajuda externa.
Provas
As provas devem ser utilizadas como instrumentos de avaliação ao longo do bimestre,
podendo o professor organizar provas curtas, contendo poucas questões, que auxiliam a verificar as
dificuldades que estão surgindo ao longo do processo de ensino e aprendizagem e possibilitam
intervenções rápidas e pontuais. Por outro lado, as provas mensais ou bimestrais estimulam os
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
estudantes a fazer uma revisão do conteúdo trabalhado no período e são mais um instrumento que
ajuda o professor a verificar o desenvolvimento e as dificuldades dos seus estudantes.
Observações de classe
As observações feitas pelo professor no dia a dia letivo devem ajudar a compor o plano de
avaliação a partir de critérios bem definidos. Assiduidade nas aulas, realização de tarefas, postura
adequada nas atividades realizadas na sala de aula (individual, duplas, grupos), participação nas
discussões realizadas e interação com os colegas e o professor são alguns dados que podem compor
um plano de avaliação. Vale destacar que esses comportamentos, envolvendo não só aspectos
cognitivos mas também socioemocionais, precisam ser estabelecidos como avaliativos em estratégias
claras de acompanhamento e intervenção, em vez de utilizá-los apenas como instrumentos de controle
e avaliação final.
6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para
apresentar aos estudantes
Há diversas fontes de pesquisa confiáveis que podem ser utilizadas para trabalhar conteúdos
de Ciências com os estudantes de Ensino Fundamental – Anos Finais. Veja a seguir algumas indicações.
• Centro de Divulgação Científica e Cultural (CCDC): <www.cdcc.usp.br/> (acesso em: 2 out. 2018).
O site do CCDC oferece conteúdos envolvendo temas diversos relacionados à Astronomia,
além de divulgar cursos e eventos sobre a temática. Há conteúdos voltados tanto para o professor
quanto para o estudante. O CCDC possui um observatório e algumas exposições de Ciências que são
abertos à visitação.
• Ciência Hoje das Crianças: <http://chc.org.br/> (acesso em: 20 set. 2018).
Este site apresenta inúmeras matérias relacionadas ao tema Ciências em linguagem apropriada
para crianças. Indicado para produzir atividades de investigação, leitura e pesquisa.
• IBciência – Canal de Divulgação Científica da Biblioteca do Instituto de Biociências da USP: http://www.sibi.usp.br/noticias/ibciencia-canal-divulgacao-cientifica-biblioteca-ibusp/> (acesso em: 20 set. 2018).
O site traz diversos vídeos para divulgar atividades científicas e acadêmicas do Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
• Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG – USP): <www.iag.usp.br/materiais-did%C3%A1ticos> (acesso em: 2 out. 2018).
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
O site do IAG-USP apresenta materiais didáticos gratuitos sobre temas relacionados à
Astonomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. Recomendado para atualização de professores e
profissionais que atuam na Educação Básica.
• Observatório Juventude C&T: <www.juventudect.fiocruz.br/carreiras-cientificas/ciencias-exatas-e-da-terra> (acesso em: 2 out. 2018).
O site do Observartório Juventude C&T disponibiliza informações que procuram aproximar a
juventude de temáticas sobre ciência e tecnologia.
• Planetários do Brasil: <http://planetarios.org.br/o-que-e-um-planetario/planetarios/> (acesso em: 2 out. 2018).
O site permite encontrar o planetário mais próximo de acordo com a localização desejada.
7. Projeto integrador
Conhecendo o planeta Terra
Tema As camadas do planeta Terra.
Problema central enfrentado Como podemos representar as diferentes camadas que constituem o planeta Terra.
Produto final Montagem de um modelo tridimensional da Terra e de painéis e maquetes representativos de elementos naturais da paisagem do Brasil.
Justificativa
O conhecimento de que o nosso planeta é formado por camadas com características distintas
é de fundamental importância para a compreensão de diversos fenômenos naturais como o
vulcanismo, os terremotos, os tsunamis que impactam de maneira significativa a vida na Terra. Os
modelos muitas vezes nos ajudam a visualizar estruturas, fenômenos ou objetos que não podem ser
observados de maneira direta. É o caso das camadas da Terra, cuja representação (modelo) foi
construída com base em evidências indiretas. Convém ressaltar que os modelos têm limitações e são
aperfeiçoados de acordo com o avanço do conhecimento que permitiu sua elaboração.
Competências gerais desenvolvidas
• 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
• 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Objetivos
• Identificar as diferentes camadas que constituem o planeta Terra e representá-las por meio de modelos tridimensionais.
• Pesquisar em diversas fontes informações sobre temas relacionados às camadas da Terra e a alguns elementos da paisagem natural do Brasil.
• Construir painéis, com textos e imagens, e maquetes de alguns elementos da paisagem natural brasileira.
Habilidades em foco
Componentecurricular Objeto de
conhecimento Habilidade
Ciências Forma, estrutura e movimentos da Terra
(EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.
Geografia Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.
Língua Portuguesa Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.
Duração
Cerca de dois meses, dependendo do tempo de preparação e desenvolvimento das atividades
no decorrer das semanas.
Material necessário
• Bola de isopor maciça com 20 cm de diâmetro
• Caneta marca-texto ou pincel atômico
• Pincel chato escolar pequeno
• Pincel de ponta fina
• Tintas de 4 ou 5 cores diferentes
• Pedaço de barbante com 10 cm
• Cartolinas de cores variadas
• Canetas e/ou lápis de cores diferentes
• Jornais e revistas
• Materiais de pesquisa bibliográficos e/ou digitais
• Massa para modelar, papel machê ou outro material para montagem de maquete
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Perfil do professor coordenador do projeto
Todas as atividades deverão ser coordenadas pelo professor de Ciências e acompanhadas, em
momentos combinados previamente, pelos professores dos componentes curriculares relacionadas
aos objetos de conhecimento e às habilidades previstas no projeto, no caso, os professores de
Geografia e de Língua Portuguesa.
Nos dias que antecedem a apresentação final dos trabalhos, o professor de Arte poderá ser
convidado para opinar e orientar os estudantes quanto a forma e distribuição espacial dos modelos,
painéis e maquetes no espaço escolar indicado para a apresentação do projeto.
O professor coordenador é o responsável por planejar e organizar o cronograma envolvendo
todas as etapas da execução do projeto. Ele deve prever possíveis encontros dos estudantes dos
diversos grupos para que troquem informações e programem a sequência dos trabalhos,
disponibilizando para isso um tempo de suas aulas e solicitando que os outros professores envolvidos
no projeto façam o mesmo. Além disso, o coordenador deve organizar e promover encontros com os
outros professores envolvidos, para que possam integrar-se efetivamente ao projeto, ajudando a
coordenar as atividades realizadas dentro e fora da sala de aula.
Desenvolvimento
Etapa 1 – Apresentação do projeto e delimitação do problema
O projeto integrador deve ser iniciado com a preparação dos estudantes, o que pode incluir a
proposição de questões disparadoras que permitam ao professor identificar o conhecimento prévio
dos estudantes sobre o tema da atividade, bem como estimular o envolvimento deles no projeto.
Algumas perguntas que podem ser feitas são: “Cientistas e profissionais ligados ao estudo do planeta
Terra afirmam que ele é formado por camadas. Quais seriam essas camadas?; Essas camadas são todas
sólidas, como a parte externa da Terra?; Todas essas camadas apresentam espessura e composição
idênticas?; De qual camada vem o material expelido pelos vulcões?; Nós vivemos em que camada da
Terra?; É possível representar em escala as camadas em um modelo tridimensional?; Quais são os
principais elementos da paisagem natural (acidentes geográficos) que podemos observar na crosta
terrestre?; Qual é a relação entre as camadas da Terra e a formação desses elementos da paisagem?”.
As respostas e os debates são estimulantes para a reflexão sobre o desenvolvimento do
projeto. Informe que esse projeto terá a participação e a orientação também de outros professores e
deverá ser desenvolvido e apresentado por grupos com cinco componentes. Em cada etapa, os grupos
formados receberão informações e orientações sobre o desenvolvimento e a montagem do projeto.
O projeto será desenvolvido com a construção de um modelo tridimensional da Terra sobre as
camadas do planeta, sob orientação do professor de Ciências. O professor de Geografia vai orientar o
estudo dos elementos da paisagem natural brasileira encontrados sobre a litosfera para a construção
dos painéis e maquetes. Caberá ao professor de Língua Portuguesa a revisão e a estruturação dos
textos informativos desenvolvidos pelos estudantes.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
O professor coordenador, após uma explicação geral de como o projeto será desenvolvido,
deverá dividir a sala em grupos com cinco estudantes cada um e organizar sua participação,
estabelecendo um cronograma de trabalho para o desenvolvimento do projeto.
Ao longo do projeto, os professores envolvidos devem acompanhar regularmente o
desenvolvimento dos trabalhos nos grupos, orientando, propondo sugestões, corrigindo rotas,
fornecendo apoio e materiais, se necessário. É importante o controle do tempo para execução de cada
etapa, para que no prazo estipulado (dois meses) o projeto esteja finalizado e pronto para a exposição
e demonstração pelos grupos responsáveis pelo desenvolvimento dos materiais (modelos e painéis).
Etapa 2 – Pesquisa individual e trabalho de grupo
Nesta etapa, os estudantes realizarão uma pesquisa individual sobre as camadas da Terra e
alguns elementos da paisagem natural do Brasil (indicamos alguns exemplos a seguir) em diversas
fontes bibliográficas ou digitais, dependendo do acesso a esses recursos.
O professor deve indicar, para a pesquisa, livros, revistas especializadas e sites que apresentem
conteúdo confiável, como páginas de instituições de ensino. Esclareça que, apesar de a pesquisa ser
individual, com posterior discussão e organização da atividade em grupo, cada estudante deve
produzir seu próprio registro escrito. Oriente que as dúvidas que surgirem nessa fase inicial devem ser
elucidadas durante as reuniões nos grupos e/ou podem ser encaminhadas ao professor coordenador
da proposta.
Em um segundo momento, os estudantes deverão se reunir nos grupos de trabalho e,
utilizando as pesquisas produzidas individualmente, elaborar uma síntese que contemple os aspectos
indicados a seguir.
• Identificação das camadas da Terra.
• Descrição das principais características de cada camada – principais elementos constituintes, estado físico dos materiais constituintes, espessura das camadas, etc.
Ainda neste encontro os estudantes deverão discutir algumas possibilidades para:
• a construção de um modelo tridimensional do planeta Terra que represente suas camadas, do núcleo até a litosfera, para que se possa começar a selecionar materiais para a produção do modelo e a criação dos painéis com os infográficos;
• a criação de painéis, com textos e imagens, e maquetes de alguns elementos da paisagem natural brasileira.
O grupo deverá consultar o professor de Geografia para escolher alguns elementos da
paisagem brasileira. A seguir, há algumas sugestões.
• O rio Amazonas, o segundo rio mais extenso do planeta, nos 3 165 quilômetros que percorre em território brasileiro, possui uma grande quantidade de afluentes, destacando-se entre eles os rios Javari, Juruá, Purus, Madeira, Tapajós, Xingu, Içá, Japurá, Negro, Trombetas, Paru e Jari.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
• O pico mais alto do Brasil, pico da Neblina – 2 993,8 metros de altitude. Está localizado na serra do Imeri, no planalto das Guianas, estado do Amazonas, na fronteira entre Brasil e Venezuela.
• O segundo pico mais alto, pico 31 de Março – 2 972,7 metros de altitude. Está localizado também na serra do Imeri, entre Brasil (estado do Amazonas) e Venezuela.
• O terceiro pico mais alto, pico da Bandeira – 2 892 metros de altitude. É o maior pico de toda a região Sudeste do Brasil e está localizado na serra do Caparaó, entre Minas Gerais e Espírito Santo.
Cada grupo de estudantes deverá escolher para a pesquisa um elemento da paisagem
brasileira.
Etapa 3 – Construção dos modelos tridimensionais
Nesta etapa, deverão ser construídos os modelos tridimensionais, os painéis e as maquetes,
sob a supervisão dos professores envolvidos no projeto.
O modelo tridimensional das camadas da Terra poderá ser feito com uma bola de isopor
maciça de 20 cm de diâmetro que deverá ser divida em quatro partes iguais. Para isso, utilize um
barbante cujo comprimento seja exatamente igual ao diâmetro da bola. Passe o barbante sobre o
“equador” (volta central horizontal completa) da bola e corte-o nesse comprimento. Com o barbante
em volta da bola, faça um traçado pontilhado usando a caneta marca texto. Dobre o barbante
exatamente na metade, unindo as duas pontas. Com esse comprimento, coloque uma extremidade
sobre qualquer ponto da circunferência central (sinalize esse ponto) e marque na outra ponta do
barbante, na parte superior da bola, o “polo norte”, e na inferior, o “polo sul”. Com o barbante aberto
colocado sobre os três pontos marcados, trace uma circunferência completa do polo norte ao polo sul
da bola. Você terá a bola dividida em quatro partes. Uma delas será cortada com cuidado por um
adulto, usando um estilete ou uma faca.
Também é possível representar as camadas da Terra em escala cortando a bola em duas partes
iguais, proporcionando outra perspectiva de visão (superior).
Para a representação das camadas da Terra no modelo, será necessário que os estudantes
determinem, sob a orientação do professor de Ciências, uma escala apropriada. As dimensões das
camadas podem ser aproximadas.
A seguir, indicamos uma sugestão para montar a escala usando uma bola com 20 cm de
diâmetro.
Cálculo dos raios dos círculos para uma esfera de diâmetro d:
• Círculo do núcleo interno:
raio núcleo interno 1 250 km
6 400 → 2
d
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
1 250 → r núcleo interno
6 400 r núcleo interno = 1 250 2
d
r núcleo interno = 625
6400
d
r núcleo interno 0,1 d
• Círculo do núcleo externo:
raio núcleo externo (1 250 + 2 250) km 3 500 km
6 400 → 2
d
3 500 → r núcleo externo
6 400 r núcleo externo = 3 5002
d
r núcleo externo = 1750
6400
d
r núcleo externo 0,27d
3165
6400
d
• Círculo do manto:
raio rmanto (3 500 + 2 830) km 6 330 km
6 400 → 2
d
3 500 → rmanto
6 400 rmanto = 6 3302
d
rmanto = 3165
6400
d
rmanto 0,49d
Obs.: foi considerado que a crosta terrestre apresenta uma profundidade de 70 km,
aproximadamente.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
De posse do diâmetro d da esfera, com o auxílio de um compasso, desenhe em uma folha de
sulfite um círculo com o mesmo diâmetro da esfera.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Mantendo a ponta seca do compasso no centro do círculo, desenhe mais três círculos com
raios respectivamente iguais a 0,1d, 0,27d e 0,49d.
Considerando uma esfera de diâmetro igual a 20 cm, o raio do círculo central (núcleo interno)
será de 2 cm (0,1d), o raio do segundo círculo será de 5,4 cm (0,27d) e o círculo seguinte terá raio de
9,8 cm (0,49d). Em seguida, os círculos deverão ser pintados conforme a ilustração a seguir:
Banco de imagens/Arquivo da editora
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
A camada da crosta terrestre (em preto na ilustração) pode ser feita com uma caneta hidrocor
grossa.
Em seguida, recorte a ilustração, dobre-a ao meio e cole-a na esfera.
O grupo deverá colocar etiquetas ou utilizar alfinetes coloridos para indicar as camadas da
Terra. No caso de utilização de alfinetes, deverá ser feita uma legenda.
O grupo também deverá organizar um painel com fotos ilustrativas e pequenos textos
descritivos sobre o processo de construção do modelo.
Atenção: o uso do compasso e dos alfinetes pode causar risco de ferimento aos estudantes.
Considerando o perfil de sua turma, verifique a melhor maneira de realizar esses procedimentos, em
classe ou extraclasse, e saliente as orientações de segurança que julgar necessárias. Se for o caso, diga
que é preferível solicitar que um adulto responsável realize esses procedimentos para eles.
Etapa 4 – Elaboração de painéis e maquetes sobre alguns elementos da paisagem natural brasileira
Nesta etapa, os estudantes organizarão painéis contendo as informações e imagens
(fotografias ou ilustrações) sobre os elementos da paisagem brasileira pesquisados com a orientação
do professor de Geografia. Cada painel deve conter o título (paisagem escolhida), uma síntese com as
principais informações sobre a paisagem, fotos ou ilustrações, uma breve explicação da relação entre
as camadas da Terra e a formação de elementos naturais da paisagem, nome dos elementos do grupo
e fontes utilizadas para a pesquisa.
Sugerimos enriquecer os painéis com textos produzidos pelos estudantes (revisados pelo
professor de Língua Portuguesa) e outros materiais que, combinados, possam qualificar e ter um apelo
estético para os painéis na apresentação final.
Em seguida, os estudantes montarão uma maquete da paisagem natural representada no
painel. Para essa produção, pode-se utilizar massa para modelar, papel machê ou outro material que
permita a modelagem pelos estudantes. Essas maquetes servem como um modelo que complementa
os painéis.
Etapa 5 – Apresentação dos trabalhos realizados
É importante na apresentação final mostrar as etapas desenvolvidas ao longo do projeto.
Sugere-se o uso de tablets e/ou celulares para gravar/filmar os procedimentos realizados ao longo das
etapas que demonstrem/fundamentem o envolvimento dos estudantes na execução do projeto.
O professor coordenador pode reservar alguma área da escola para montagem de uma
exposição do trabalho, preferencialmente em um local onde toda a comunidade escolar poderá
observá-los. Além disso, pode-se marcar uma data para a apresentação dos projetos elaborados pelos
estudantes para a comunidade externa à escola, que deverão estar preparados para explicar o
processo de construção dos modelos, as características das camadas da Terra e os elementos da
paisagem brasileira pesquisados.
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
Proposta de avaliação das aprendizagens
A avaliação deve ter caráter formativo e ser realizada ao longo do projeto, considerando cada
estudante individualmente dentro do seu próprio processo de aprendizagem.
Para aferir a participação dos estudantes, os professores responsáveis pelo projeto deverão
observar e registrar periodicamente o empenho de cada estudante durante as etapas do trabalho.
Com relação à construção dos painéis e das maquetes, os professores poderão utilizar as sínteses das
pesquisas desenvolvidas por cada estudante. Também o grupo poderá ser avaliado durante as
apresentações do produto final. De forma complementar, o professor ainda pode solicitar que cada
grupo faça uma autoavaliação escrita, com cada componente considerando seu empenho,
envolvimento, interesse e compreensão sobre os temas trabalhados.
Para saber mais – aprofundamento para o professor
GROTZINGER, J. Para entender a Terra. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
TEIXEIRA, W. (Org.) et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2008.
TOLEDO, M. C. M. de. A Terra: um planeta heterogêneo e dinâmico. Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (IGC-USP). Disponível em:
<www.igc.usp.br/index.php?id=165> (acesso em: 23 set. 2018).
TORRES, E. C. Geomorfologia e maquetes. Revista Geográfica de América Central.
Número Especial EGAL, 2011 - Costa Rica, II Semestre 2011, p. 1-10. Disponível em:
<www.redalyc.org/pdf/4517/451744820138.pdf> (acesso em: 23 set. 2018).