1 aula - introdução geral

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 TECNICA E ECONOMIA DE TRANSPORTES BERNARDO CARVALHO BENAVENTE CONCEITOS BASICOS 1.1. DEFINIÇÕES Engenharia de transportes é o ramo da engenharia que se relaciona com o projeto geométrico, o planejamento e a operação do tráfego de estradas e vias urbanas, suas redes, os seus terminais, o uso do solo adjacente e o seu inter-relacionamento com os outros meios de transporte (ITE – Instituto de Engenheiros de Transporte - EUA). Finalidade: Movimentação segura, eficiente e conveniente de pessoas e mercadorias.  1.2. NOTAS HISTÓRICAS Primeiros caminhos: - abertura de caminhos pelos assírios e egípcios. - caminho de pedras mais ant igo foi usado no transporte das pedras das pirâmides. Primeiros automóveis: - em 1886 – Alemanha. - em 1888 – Nova York. - em 1893 – Brasil Primeiros Semaforos: - em 1868 – França (modelo muito rústico) - em 1921 – EUA (primeiro semáforo foi instalado em Houston (ITE), Texas) - em 1922 – EUA (primeiro sistema de semáforo coordenado, também em Houston) ELEMENTOS DA ENGENHARIA DE TR ÁFEGO Os quatro elementos de estudo serão: USUARIO, VEICULO, VIA E TRAFEGO

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Introdução sobre o tráfego nas cidades

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  • TECNICA E ECONOMIA DE TRANSPORTES

    BERNARDO CARVALHO BENAVENTE

    CONCEITOS BASICOS

    1.1. DEFINIES

    Engenharia de transportes o ramo da engenharia que se relaciona com o

    projeto geomtrico, o planejamento e a operao do trfego de estradas e vias urbanas,

    suas redes, os seus terminais, o uso do solo adjacente e o seu inter-relacionamento com

    os outros meios de transporte (ITE Instituto de Engenheiros de Transporte - EUA).

    Finalidade: Movimentao segura, eficiente e conveniente de pessoas e mercadorias.

    1.2. NOTAS HISTRICAS

    Primeiros caminhos:

    - abertura de caminhos pelos assrios e egpcios.

    - caminho de pedras mais antigo foi usado no transporte das pedras das pirmides.

    Primeiros automveis:

    - em 1886 Alemanha.

    - em 1888 Nova York.

    - em 1893 Brasil

    Primeiros Semaforos:

    - em 1868 Frana (modelo muito rstico)

    - em 1921 EUA (primeiro semforo foi instalado em Houston (ITE), Texas)

    - em 1922 EUA (primeiro sistema de semforo coordenado, tambm em Houston)

    ELEMENTOS DA ENGENHARIA DE TRFEGO

    Os quatro elementos de estudo sero: USUARIO, VEICULO, VIA E TRAFEGO

  • TRAFEGO

    1.3.1. Estudo das Caractersticas do Trfego

    - estudo do usurio da via;

    - estudo dos veculos;

    - estudo da velocidade, tempo de viagem

    e os atrasos;

    - volume de trfego;

    - origem/destino;

    - capacidade viria;

    - estudo do estacionamento;

    - acidentes;

    - transporte pblico.

    1.3.2. Operao do Trfego

    Medidas regulamentadoras:

    - leis e normas;

    - regulamentao da operao.

    Planos de controle de trfego:

    - tipo de sinalizao/controle a ser adotado para determinada situao.

    1.3.3. Planejamento de Trfego

    - estudo das caractersticas das viagens urbanas, inclusive transporte pblico;

    - conduo dos principais estudos de transportes;

    - tcnicas usadas para a compreenso dos planos de transporte.

    1.3.4. Projeto Geomtrico

    - projeto de vias e intersees, estacionamentos e terminais.

    1.3.5. Administrao

    - rgos administradores do trfego;

    - programas de educao do trnsito;

    - legislao regulamentadora.

  • USURIOS

    1.4.1. Classificao

    1.4.2. Caractersticas Fundamentais dos Motoristas

    Reao a Estmulos Externos

    P (percepo): a sensao recebida pelos sentidos, transmitida ao crebro e

    reconhecida.

    I (identificao): envolve identificao e compreenso (relacionado com recordaes

    anteriores)

    E (julgamento ou emoo): envolve o processo de deciso. (parar, ir ao lado).

    V (reao (volution)): execuo da deciso.

    Fatores Visuais na Percepo e Reao

    Acuidade Visual: menor detalhe que pode ser percebido pelo olho, independente do

    iluminamento. Normal: cone de 3 a 5 graus. Limite: cone de 10 a 12 graus.

    Viso Perifrica: indivduo que pode ver os objetos sem clareza de detalhes ou cores.

    Normal: 120 a 180 graus.

    Percepo do Movimento

    Estimar distncias e velocidades. (colises)

    Audio na Percepo

    Reao buzina.

  • Limitaes Fsicas, Mentais e Emocionais

    Variabilidade dos motoristas: quanto idade, sexo, conhecimento e habilidade ao

    dirigir, nervosismo, impacincia...

    Quanto ao desejo dos motoristas: motivao para a viagem, vontade de chegar em

    casa no final do expediente...

    Efeito de Fadiga (mental ou fsica)

    Causa: vibraes, excesso de calor, longos perodos sem pausa.

    Distrao

    motivos externos ou internos.

    radio com volume alto

    O Motorista x Veculo

    altura e posio das pernas, assentos etc.

    1.4.3. Pedestres

    estudos dos locais onde ocorrem altas taxas de atropelamento.

    fatores: fsicos, mentais ou emocionais.

    velocidade de caminhada: 1,0 a 1,5 m/s.

    tempo de reao: 4,0 a 5,0 segundos.

  • O VECULO

    Os veculos so fabricados para diferentes usos, diferenciados por peso, dimenso,

    manobrabilidade e so condicionados ao traado e a resistncia das vias.

    1.5.1. Atividades de Engenharia que envolvem as caractersticas dos veculos

    - projeto geomtrico de vias rurais e urbanas;

    - estudos da capacidade das vias;

    - estudo da segurana de trfego;

    - estudo da sinalizao etc.

    1.5.2. Classificao Bsica dos Veculos

    a) BICICLOS: motocicletas e bicicletas com ou sem motor.

    - no influenciam muito na capacidade das vias.

    - bastante envolvidos em acidentes.

    b) LIGEIROS: automveis e veculos de turismo pequenos.

    - transportam 4 a 9 pessoas.

    - incluem caminhes e pequenos furges carga til < 2 ton.

    - importantes para o trfego.

    - representam a maior porcentagem do fluxo de trfego.

    c) PESADOS: caminhes e nibus.

    - transporte de mercadorias pesadas e transporte coletivo de pessoas.

    d) ESPECIAIS: tratores agrcolas, mquinas de obras pblicas etc.

    - grandes dimenses e lentido de movimentos.

    - vias no dimensionadas para este tipo de veculo.

    - devem procurar a rota adequada.

  • A VIA

    1.6.1. Consideraes Bsicas Sobre o Projeto Geomtrico

    O projeto geomtrico deve ser adequado para o volume futuro estimado, para o

    trfego dirio e a hora de pico, para as caractersticas dos veculos e para a velocidade de

    projeto.

    - deve ser seguro para os motoristas.

    - deve ser consistente, evitar trocas de alinhamentos, greide etc.

    - ser completo (sinalizao e controle).

    - ser econmico (em relao aos custos iniciais e custos de manuteno).

    - Alm de: ser esteticamente agradvel para os motoristas e usurios, trazer benefcios

    sociais e no agredir o meio ambiente.

    1.6.2. Classificao das Vias

    Quanto ao gnero

    - Aerovias;

    - Dutovias;

    - Ferrovias;

    - Hidrovias; e

    - Rodovias.

    Quanto espcie

    - Urbana: dentro da rea urbanizada.

    - Interurbana: ligando duas reas urbanizadas.

    - Metropolitanas: contidas numa regio metropolitana.

    - Rurais: com os dois extremos localizados fora das reas urbanizadas.

    Quanto posio

    Disposio espacial na malha viria e posio relativa aos ncleos urbanizados ou plos

    de interesse, urbano/metropolitano.

    - Radiais: vias que convergem dos bairros para o centro;

    - Perimetrais: vias de contorno;

    - Longitudinais: vias na direo Norte - Sul;

    - Transversais: vias na direo Leste - Oeste;

  • - Anulares: vias que circundam o ncleo urbanizado;

    - Tangenciais: vias que tangenciam o ncleo urbanizado;

    - Diametrais: vias que cruzam o ncleo urbanizado ou plo de interesse, tendo suas

    extremidades fora dele.

    Quanto ao tipo

    Em relao superfcie natural do terreno:

    - Em nvel;

    - Rebaixadas;

    - Elevadas; e

    - Em tnel.

    Em relao ao nmero de pistas:

    - Simples; e

    - Mltiplas.

    Quanto natureza da superfcie de rolamento (Rodovirio):

    - Pavimentadas;

    - Simplesmente revestidas; e

    - Em terreno natural.

    Em relao s condies operacionais (uso/regra circulao):

    - Sentido nico;

    - Sentido duplo;

    - Reversvel;

    - Interditada (a alguns ou todos os veculos); e

    - Com ou sem estacionamento.

  • Quanto jurisdio:

    - Federal;

    - Estadual;

    - Municipal; e

    - Particular.

    Federais A nomenclatura das rodovias definida pela sigla BR, que significa que a

    rodovia federal, seguida por trs algarismos.

    O primeiro algarismo indica a categoria da rodovia, de acordo com as definies

    estabelecidas no Plano Nacional de Viao. Os dois outros algarismos definem a posio,

    a partir da orientao geral da rodovia, relativamente Capital Federal e aos limites do

    Pas (Norte, Sul, Leste e Oeste).

    Rodovias Radiais (Dgito 0) so as rodovias que partem de Braslia em direo aos

    extremos do pas.

    Exemplo: BR 030 Braslia Fortaleza; BR 040 Braslia Rio de Janeiro

    Rodovias Longitudinais (Dgito 1) So as rodovias que cortam o pas na direo Norte-

    Sul. Possuem extenso maior que 200km, so as vias de ligao nacional.

    Exemplo: BR 101 e BR-153

    Rodovias Transversais (Dgito 2) so as rodovias que cortam o pas na direo Leste-

    Oeste, com extenso maior que 200km vias de ligao entre dois ou mais Estados.

    Exemplo: BR 262

    Rodovias Diagonais (Dgito 3) direo predominantemente Nordeste/Sudoeste, com

    extenso maior que 200km vias de ligao entre dois ou mais Estados.

    Exemplo: BR 330 e BR 365

    Rodovias de Ligao (Dgito 4) Estas rodovias apresentam-se em qualquer direo,

    geralmente ligando rodovias federais, ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou

    pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras internacionais.

    Exemplo: BR 401 (Boa Vista/RR Fronteira BRA/GUI)

    Rodovias de Acesso (Dgito 5) Rodovias de Acesso designam acessos.

    Exemplo: BR 510/BA

    Estaduais No existe normatizao nica. So as que ligam, entre si, cidades e a

    capital de um estado. So construdas e mantidas pelo governo estadual. Tm

    usualmente a funo de arterial ou coletora.

    Municipais No existe normatizao nica. So construdas pelo governo municipal e

    se destinam ao interesse deste

  • 1.6.3. Classificao Funcional das Vias Urbanas (ABNT)

    VIAS EXPRESSAS primrias e secundrias

    - Ligaes rpidas em escala metropolitana

    - Trnsito de passagem exclusivo

    Vias Expressas de 1 Categoria - so vias de fluxo intenso de veculos, possuindo

    apenas intersees de nvel com acessos s atividades econmicas por meio das vias

    paralelas. Exemplo: BR 153

    Vias Expressas de 2 Categoria - so vias de fluxo intenso de veculos, possuindo

    intersees de nvel e em nvel. Exemplo: Marginal Anicuns, Marginal Botafogo -

    Capim Puba, Marginal Cascavel e GO 040, GO 060, GO 070 e GO 080.

    VIAS ARTERIAIS primrias e secundrias

    - Ligaes em escala metropolitana e em escalas de zonas

    - Trnsito de passagem permanente

    Vias Arteriais so vias estruturadoras do trfego urbano, atendendo a circulao geral

    urbana, com pista dupla, com canteiro central ou pista nica, com sentido duplo de

    trfego, subdividindo-se nas seguintes categorias:

    Vias Arteriais de 1 Categoria - so vias de grande fluxo de veculos e que recebem a

    maior parte do trfego de passagem.

    Exemplo: Avenidas Mutiro, 85 e Castelo Branco.

    Vias Arteriais de 2 Categoria - so vias destinadas preferencialmente, ao trfego de

    passagem, porm com menor intensidade do que as de 1 Categoria.

    Exemplo: Av. T-4, T-5 e T-11.

    VIAS COLETORAS primrias e secundrias. Ex: Av. T-3, T-8 E T-15.

    - Ligaes em escala de bairros

    - Trnsito de passagem e local equilibrados

    VIAS LOCAIS residenciais e outras Ex. Ruas internas de bairros

    - Ligao em escala de unidade de vizinhana

    - Trnsito local predominante