1 atividade antioxidante in vitro e antifúngica do noni ( morinda citrifolia l.)
TRANSCRIPT
A-PDF Merger DEMO : Purchase from www.A-PDF.com to remove the watermark
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
ADRIANA BARBOSA COSTA
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE in vitro E ANTIFÚNGICA DO NONI ( Morinda citrifolia L.)
Teresina 2011
ADRIANA BARBOSA COSTA
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE in vitro E ANTIFÚNGICA DO NONI ( Morinda citrifolia L.)
TERESINA 2011
Dissertação para obtenção do grau de Mestre,
pelo curso de Pós-Graduação em Alimentos e
Nutrição, setor do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal do Piauí.
Orientador: Profº Dr. Alessandro de Lima
ADRIANA BARBOSA COSTA
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE in vitro E ANTIFÚNGICA DO NONI ( Morinda citrifolia L.)
Comissão julgadora da dissertação para obtenção do grau de Mestre:
________________________________________________ Prof. Alessandro de Lima
Orientador/Presidente
________________________________________________ Elma Regina Silva de Andrade-Wartha
2° examinador
________________________________________________ Reginaldo Almeida da Trindade
3° examinador
Teresina, 12 de Abril de 2011.
Aos meus pais, Alaíde e José, que mesmo com toda dificuldade, sempre estiveram dispostos a ajudar os filhos nos ensinando a sermos humildes e solidários mesmo com as adversidades que a vida nos impõe.
O que dignifica a vida de um homem não são as derrotas
impostas aos seus opositores, mas as vitórias silenciosas,
sem manchetes, conseguidas sobre si mesmo, e que
ninguém pode avaliar quanto de renúncias e penosos
sacrifícios cada uma delas lhe custou.
João José Torres
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me confortar e abençoar toda a minha família.
À minha mãe, Alaíde, pela ajuda infinita, por ser minha mola mestra, pelas
preocupações, por estar sempre disponível aos filhos, em todos os momentos;
Ao meu orientador, Prof. Dr°.Alessandro de Lima, pelo voto de confiança, por
ter me aceitado como sua orientanda com tanto carinho, pelo exemplo notório de
professor e que em tão pouco tempo, me repassou conhecimentos valiosos dentro
da ciência dos alimentos e principalmente, pela forma humilde e respeitosa com que
trata seus orientandos e por me inspirar no campo da pesquisa. Espero não ter lhe
decepcionado!
A UFPI, por ter sido o berço da minha formação acadêmica e ao Programa de
Pós- Graduação em Alimentos e Nutrição da UFPI, na pessoa da professora Pós.
Doc. Regilda Saraiva do Reis Moreira Araújo, pela iniciativa de fundar o primeiro
mestrado em Nutrição da UFPI dando oportunidade para muitos alunos de fazer um
mestrado em uma instituição que tanto nos engrandece;
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), por
ter me disponibilizado o laboratório para realização das minhas análises;
Ao meu grande amor, amigo e companheiro, Thiago Luiz, pelo amor que nos
une e por tudo que representa em minha vida, por ser um exemplo de determinação
e de esforço e por me apoiar em todos os momentos;
À minha grande amiga, Nonata, pela espiritualidade que fortalece a todos,
pelas orações e pela amizade verdadeira, suas palavras sempre ficarão no meu
coração;
Aos amigos sempre dispostos a ajudar: Adenilma, Juliana e Leidiane, pela
força e amizade;
À minha tão exemplar ajudante de laboratório e estagiária do IFPI, Denise
Vilela;
A Ana Mara, por ter me ajudado a engrandecer esse trabalho nas análises de
β-caroteno-ácido linoléico;
Ao NUEPPA, pela disponibilização do laboratório de microbiologia e ao
doutorando Chico, pela disponibilidade e ajuda nas análises antifúngicas;
Ao Manoel, técnico do IFPI, por ter contribuído para o enriquecimento do
trabalho;
Aos colegas pós-graduandos, com os quais compartilhei muitos momentos de
alegria e de preocupações e com os quais sempre vou ter especial carinho: Juliana,
Leidiane, Marina, Ana Lina, Rosana, Adolfo, Theídes, Vanessa e Celsa;
E muito obrigada a todos aqueles que torcem por mim e me abraçam em
todos os momentos!
E a todos aqueles não citados aqui, mas que de uma forma ou de outra
cooperaram comigo.
RESUMO
Na busca pela identificação de novas fontes de antioxidantes naturais e de esclarecer lacunas, na literatura científica, a cerca das reais propriedades benéficas atribuídas ao Noni (Morinda citrifolia Linn), o objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização química e avaliar a atividade antioxidante e antifúngica da polpa, casca e semente do noni. Foi determinada a composição centesimal (umidade, cinzas, proteínas, carboidratos e lipídios); os compostos bioativos (fenólicos totais, carotenóides totais e vitamina C); a atividade in vitro; nos extratos aquoso, etanólico e acetônico, utlizando os métodos de captura de radicais DPPH, ABTS e de co-
oxidação do -caroteno/ácido linoléico, já a atividade antifúngica foi realizada pela inibição dos fitopatógenos Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus e Penicillium citrinum. Os resultados demonstraram que, em relação a outros frutos, as distintas partes do noni possuem quantidades significativas de carboidratos, (27,21±0,82; 9,70±0,55 e 8,37±0,43) para semente, casca e polpa, respectivamente e de proteínas (2,64 ± 0,03; 2,23 ± 0,4; e 2,24 ± 0,04) semente, casca e polpa, respectivamente. A polpa apresentou maior teor de vitamina C (23,1±0,1 mg/100g) e de carotenóides totais (3,90 ±0,05 mg/100g). No extrato acetônico da polpa foi quantificado 109,81 ± 2,02 mg/100g de fenólicos totais, seguido pelos extratos acetônicos da casca (76,01±6,36 mg/100g), da semente (28,75±1,07 mg/100g) e do extrato etanólico da polpa (20,33 ± 1,37 mg/100g). Todos os extratos avaliados apresentaram atividade antioxidante in vitro, entre estes, o acetônico e etanólico da casca e semente do noni, possuiram maior atividade pelo método β-caroteno/ ácido linoléico, o extrato etanólico da polpa teve uma maior atividade antioxidante pelo ensaio DPPH e ABTS e o extrato acetônico da polpa pelo método ABTS. Quanto à atividade antifúngica, o extrato aquoso da polpa, casca e semente apresentaram melhor atividade inibitória para o fungo Aspergillus japonicus, demonstrando que o noni é fonte de compostos bioativos que possuem atividade antioxidante e antifúngica relevantes.
Palavras-chave: noni, compostos bioativos, atividade antioxidante, atividade
antifúngica.
ABSTRACT
In the quest for identifying new sources of natural antioxidants and to clarify gaps in scientific literature, about the real beneficial properties attributed to Noni (Morinda citrifolia Linn), the purpose of this study was to do the chemical characterization and evaluate antioxidant and antifungal activity of the pulp, skin and seeds of the noni. It was determined the proximate composition (moisture, ash, protein, carbohydrates and lipids), the bioactive compounds (total phenolics, total carotenoids and vitamin C), the in vitro activity, in aqueous, ethanolic and acetone extracts, using capture methods of DPPH radical, ABTS and co-oxidation of -carotene / linoleic acid. The
antifungal activity was carried out by the inhibition of plant pathogens Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus and Penicillium citrinum. The results showed that compared to others fruits, the different parts of the noni have significant amounts of carbohydrates (27.21 ± 0.82, 9.70 ± 0.55 and 8.37 ± 0.43) for seed, rind and pulp, respectively, and protein (2.64 ± 0.03, 2.23 ± 0.4, and 2.24 ± 0.04) seeds, bark and pulp, respectively. The pulp had a higher content of vitamin C (23.1 ± 0.1 mg/100 g) and carotenoids (3.90 ± 0.05 mg/100g). In the acetone extract of the pulp was measured 109.81 ± 2.02 mg/100g of total phenolics, followed by acetonic extracts of skin (76.01 ± 6.36 mg/100g), seed (28.75 ± 1.07 mg/100g) and the ethanolic extract of the pulp (20.33 ± 1.37 mg/100g). 1.37 mg/100g). All extracts evaluated showed in vitro antioxidant activity. Acetone and ethanolic extracts of peel and seeds of the noni, possessed greater activity by the method β-carotene / linoleic acid. The ethanolic pulp extract had a higher antioxidant activity by DPPH and ABTS assay and acetone extract of pulp by the ABTS method. As for the antifungal activity, the aqueous extract of the pulp, peel and seeds showed better inhibitory activity for the fungus Aspergillus japonicus, showing that noni is a source of bioactive compounds that have antioxidant activity and antifungal relevant.
Keywords: noni, bioactive compounds, antioxidant activity, antifungal activity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Estrutura química dos principais tipos de flavonóides ........................ 28
Figura 02 Estrutura química dos principais ácidos fenólicos............................... 29
Figura 03 Estabilização do radical ABTS ·+ por um antioxidante e sua formação
pelo perssulfato de potássio.................................................................
31
Figura 04 Estabilização do radical livre DPPH..................................................... 32
Figura 05 Árvore adulta do noni (fonte:
www.sucononi.com)..............................................................................
36
Figura 06 (A) Fruto verde; (B) “de vez”, ponto de colheita; (C) maduro, ponto
ideal para retirada das sementes. (Fonte: EMBRAPA,
2010).....................................................................................................
36
Figura 07 Fluxograma de preparo e obtenção dos extratos da polpa, casca e
semente do noni, por extração seqüencial...........................................
42
Figura 08 Curva de calibração de ácido gálico (mg/L)......................................... 43
Figura 09 Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição de trolox
em etanol (0 a 20 μg/mL) frente ao radical ABTS•+ ........................
46
Figura 10 Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico
e acetônico da polpa do noni................................................................
57
Figura 11 Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico
e acetônico da casca do noni...............................................................
57
Figura 12 Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico
e acetônico da semente do noni...........................................................
58
Figura 13 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da
polpa do noni .......................................................................................
60
Figura 14 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da
semente do noni...................................................................................
61
Figura 15 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da
casca do noni........................................................................................
61
Figura 16 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da
polpa do noni........................................................................................
62
Figura 17 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da
semente do noni...................................................................................
62
Figura 18 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da
casca do noni.......................................................................................
63
Figura 19 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da
polpa do noni........................................................................................
61
Figura 20 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da
semente do noni...................................................................................
62
Figura 21 Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da
casca do noni........................................................................................
62
Figura 22 Curva cinética da atividade antioxidante de extratos alcoólicos da
polpa, casca e semente do noni...........................................................
65
Figura 23 Curva cinética da atividade antioxidante de extratos aquosos da
polpa, casca e semente do noni...........................................................
65
Figura 24 Curva cinética da atividade antioxidante de extratos acetônicos da
polpa, casca e semente do noni...........................................................
66
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Principais agentes de defesa antioxidante ........................................ 20
Tabela 02 Fontes alimentares de antioxidantes dietéticos................................. 23
Tabela 03 Composição centesimal da polpa, semente e casca do noni
(Morinda citrifolia Linn.) ....................................................................
49
Tabela 04 Teor de vitamina C e carotenóides da polpa, casca e semente do
noni (Morinda citrifolia Linn.) em mg/ 100g de
amostra..............................................................................................
50
Tabela 05 Teores de fenólicos totais (expresso em equivalente de ácido
gálico) presente no extrato aquoso, etanólico e acetônico da polpa,
casca e semente do noni (Morinda citrifolia Linn.).............................
52
Tabela 06 Atividade antioxidante dos extratos aquoso, etanólico e acetônico
da polpa, casca e semente de noni (Morinda citrifolia Linn.), pelo
método β-caroteno/ ácido linoléico
............................................................................................................
55
Tabela 07 Capacidade antioxidante (EC50 em ppm) dos extratos da polpa,
semente e casca do noni, utilizando o método β-caroteno/ ácido
linoléico..............................................................................................
55
Tabela 08 Coeficiente de correlação linear (r2) obtido dos extratos alcoólicos,
aquosos e acetônico da polpa, semente e casca do noni (Morinda
citrifolia Linn) na avaliação da atividade antioxidante pelo método
do β-caroteno/ ácido linoléico...........................................................
56
Tabela 09 Coeficiente de correlação linear (r2) obtido dos extratos alcoólicos,
aquosos e acetônico da polpa, semente e casca do noni (Morinda
citrifolia Linn). na avaliação da atividade antioxidante pelo ensaio
do radical DPPH•...............................................................................
59
Tabela 10 Capacidade antioxidante, expressos em EC50 (μg/mL) dos extratos
da polpa, semente e casca do noni (Morinda citrifolia Linn)
utilizando o radical livre DPPH...........................................................
60
Tabela 11 Capacidade Antioxidante Total (TEAC) dos extratos aquoso,
alcoólico e acetônico da polpa, casca e semente do noni (Morinda
citrifolia Linn) pelo método ABTS•+ expressos em mM de trolox/ g
de amostra fresca.............................................................................. 65
Tabela 12 Taxa de inibição do crescimento micelial de Aspergillus terreus
sobre ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni.
em diferentes concentrações............................................................
69
Tabela 13 Taxa de inibição do crescimento micelial de Penicillium citrinum
sobre ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni.
em diferentes concentrações............................................................
69
Tabela 14 Taxa de inibição do crescimento micelial de Aspergillus japonicus
sobre ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni.
em diferentes concentrações.............................................................
70
LISTA DE ABREVIATURAS
ABTS: 2,2´- azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico
BHA: butilhidroxianisol
BHT: butilhidroxidotolueno
DCFI: diclorobenzenoindofenol
DPPH: radical [2,2 difenil-1-pricril-hidrazil (DPPH)]
ERNs: espécies reativas de nitrogênio
EROs: espécies reativas de oxigênio
H2O2: peróxido de hidrogênio
HClO: ácido hipocloroso
HO• : hidroxila
NO-: ânion nitroxila
NO+: cátion nitrosonium
O2 •−: superóxido
ONOO- : peroxinitrito
PG: propilgalato LDL
RO• : alcoxila
ROO• : peroxila
TBHQ: terciobutilhidroxinona
TEAC: atividade antioxidante total equivalente ao trolox
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17
2.1 OS RADICAIS LIVRES .................................................................................... 17
2.2 ESTRESSE OXIDATIVO.................................................................................. 18
2.3 COMPOSTOS ANTIOXIDANTES ................................................................... 19
2.3.1 Mecanismos de ação dos antioxidantes ............................................ 21
2.3.2 Antioxidantes dietéticos ou naturais ................................................. 22
2.3.2.1 Vitamina C (ácido ascórbico) ................................................... 24
2.3.2.2 Vitamina E ................................................................................ 25
2.3.2.3 Carotenóides ............................................................................ 26
2.4 COMPOSTOS FENÓLICOS ............................................................................. 27
2.4.1 Flavonóides e Ácidos fenólicos ........................................................ 29
2.4.2 Métodos utilizados na avaliação da capacidade antioxidante ....... 30
2.5 ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE PLANTAS ...................................................... 33
2.6 O NONI ............................................................................................................ 35
2.6.1 Características da planta .................................................................... 36
2.6.2 Constituição química ........................................................................... 38
2.6.3 Atividade biológica .............................................................................. 36
3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 38
3.1OBJETIVOS GERAL ........................................................................................ 38
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 38
4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................... 39
4.1 OBTENÇÃO E PREPARO DAS AMOSTRAS ............................................................. 39
4.2 MÉTODOS .............................................................................................................................. 39
4.2.1 Análise da composição centesimal .............................................................. 39
4.2.2 Obtenção dos extratos aquoso, alcoólico e acetônico, e
quantificação de sólidos totais (peso seco) ........................................................ 40
4.2.3 Compostos fenólicos totais, segundo SWAIN, 1959, adaptada por
LIMA, 2008 ........................................................................................................................... 41
4.2.4 Conteúdo de carotenóides totais segundo AOAC (1998) ................... 42
4.2.5 Conteúdo de vitamina C pelo método de TILLMANS modificado por
Benassi e Antunes-1988 ............................................................................................... 43
4.2.6 Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos da
polpa, semente e casca do noni ................................................................................ 44
4.2.6.1 Método DPPH ......................................................................................... 44
4.2.6.2 Método ABTS ........................................................................................... 44
4.2.6.3 Método de co-oxidação do -caroteno/ácido linoléico ................ 45
4.2.7 Determinação da atividade antifúngica ....................................................... 47
4.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO ....................................................................................... 47
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 48
5.1 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL ......................................................................................... 48
5.2 VITAMINA C E CAROTENÓIDES ................................................................................... 49
5.3 FENÓLICOS TOTAIS.......................................................................................................... 50
5.4 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO ............................ 51
5.4.1 Método β-caroteno/ ácido linoléico ............................................................... 52
5.4.2 Atividade antioxidante utilizando o radical DPPH· .................................. 57
5.4.3 Atividade antioxidante pelo método ABTS·+ .............................................. 64
5.4.4 Atividade antifúngica ........................................................................................... 67
6. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 73
15 INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Durante séculos, as diferentes culturas do mundo têm utilizado produtos naturais
e herbáceos como parte do acervo da medicina tradicional. Frente a isso, o uso de
plantas medicinais e seus extratos vêm crescendo na assistência à saúde
(VARANDA, 2006) em função de sua fácil aceitabilidade, disponibilidade e baixo
custo. Em todo o mundo, a medicina popular é utilizada para cuidados primários em
relação à saúde, sendo que a maior parte dessa terapia tradicional envolve o uso de
extratos de plantas ou seus princípios ativos. Dessa forma, cientistas e profissionais
da saúde têm aumentado o interesse neste campo de pesquisa reconhecendo os
reais benefícios que os produtos naturais podem proporcionar à saúde (VARANDA,
2006; BALUNAS et al., 2006).
Os compostos bioativos mais comumente encontrados em vegetais, frutas e
hortaliças são as substâncias fenólicas, que são formadas no metabolismo
secundário dos vegetais, podendo ser encontradas na forma livre ou ligadas a
açúcares e proteínas, possuindo várias funções como: crescimento da planta,
propriedades sensoriais, processos germinativos da semente, defesa contra pragas
e danos oxidativos. Em animais e humanos, os estudos têm apontado que os
compostos fenólicos são capazes de bloquear as estruturas radicalares, devendo-se
isto à estrutura química, formada por pelo menos um anel aromático com
grupamentos hidroxila (BRAVO, 1998; LIU, 2007).
O excesso de radicais livres no organismo, leva ao estresse oxidativo (conjunto
de condições intra e extracelulares que leva à geração exacerbada de radicais livres,
causando desequilíbrio na homeostase). Esta condição tem sido associada como
um possível agente causador de uma série de doenças crônicas não transmissíveis,
como aterosclerose, infarto do miocárdio, artrite reumatóide, catarata, mal de
Parkinson, envelhecimento precoce, câncer, dentre outras. (MANACH e DONOVAN,
2004; KIM et al., 2008).
Os Estudos em todo o mundo têm caracterizado vários produtos naturais com o
intuito de identificar e quantificar os componentes bioativos destes vegetais a fim de
utilizá-lo na alimentação da população e com isso reduzir o risco de surgimento de
doenças. Nesse contexto, as frutas exóticas, como o Noni (Morinda citrifolia Linn),
16 INTRODUÇÃO
tem ganhado cada vez mais espaço, tanto pela busca de benefícios que estas
possam oferecer, como pela procura por diferentes tipos de fontes alimentares.
Pesquisas estão sendo feitos com a planta Morinda citrifolia, popularmente
conhecida por noni. O emprego tradicional do noni, usado há mais de 2000 anos
pelos polinésios, está atribuído aos efeitos relacionados com atividade
antibacteriana, antioxidante, antiviral, antifúngica, antitumoral, anti-helmíntica,
analgésica, antiinflamatória, hipotensora e imunoestimulante (WANG et al., 2002).
Esse vegetal tem suas folhas e especialmente seu fruto consumidos sob
diferentes formas por várias comunidades do mundo (CHANBLANCO et al., 2006).
No Brasil o seu consumo como alimento ou como medicamento tem aumentado de
forma significativa nos últimos anos.
Com isso, há um grande marketing comercial do noni no Brasil, tal fato se dá por
essa planta possuir um papel relevante na economia dos países da qual é originada.
Atualmente o nosso país é o quinto maior mercado de produtos à base de noni e
existem cadastrados, mais de 18.000 distribuidores que comercializam o suco de
Noni, cápsulas de extrato seco e do pó da planta, todos esses produtos estão à
venda nas farmácias de manipulação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS
DE VENDAS DIRETAS, 2006).
Diante da relevância que tem alcançado os estudos sobre as propriedades
medicinais da Morinda citrifolia Linn, é de fundamental importância pesquisas que
avaliem os reais benefícios que esta planta pode trazer à saúde. Diante do exposto,
este trabalho teve como objetivo caracterizar nutricionalmente o Noni, bem como
avaliar sua atividade antioxidante e antinfúngica, nas distintas partes que compõem
o fruto (casca, semente e polpa).
17 REVISÃO DE LITERATURA
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 OS RADICAIS LIVRES
O termo radical livre pode ser definido como um conjunto de moléculas
orgânicas e inorgânicas que contêm em sua estrutura um ou mais elétrons não
pareados, independentes na sua existência (HALLIWELL, 1994). Ou seja, são
átomos ou moléculas altamente reativos, que contém número ímpar de elétrons em
sua camada eletrônica e este não emparelhamento de elétrons da ultima camada
confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas (HALLIWELL, 1992;
HALLIWELL, 1990).
Tal configuração eletrônica faz dos radicais livres moléculas muito instáveis, com
meia-vida muito reduzida e muito reativas quimicamente. A presença desses radicais
no organismo humano torna crítica a manutenção de muitas funções fisiológicas
normais (POMPELLA, 1997).
Esses radicais livres, cujo elétron desemparelhado encontra-se centrado nos
átomos de oxigênio ou nitrogênio, são classificados como espécies reativas de
oxigênio (EROs) ou espécies reativas de nitrogênio (ERNs). As principais EROs
distribuem-se em dois grupos, os radicalares: hidroxila (HO•), superóxido (O2 •−),
peroxila (ROO•) e alcoxila (RO•); e os não radicalares: oxigênio, peróxido de
hidrogênio (H2O2) e ácido hipocloroso (HClO). Como ERNs podemos citar o cátion
nitrosonium (NO+), o ânion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito (ONOO-) (DROGE, 2002,
BARREIROS, et al.,2006).
Portanto, como a exemplo do H2O2, apesar de não ser considerado um radical
livre, é capaz de atravessar a membrana nuclear e induzir danos à molécula de DNA
por meio de reações enzimáticas. Algumas ERO e ERN podem ser altamente
reativas no organismo causando danos aos lipídeos, proteínas e DNA, outros são
reativas apenas com os lipídeos, além disso, existem aqueles que são poucos
reativos, mas que apesar disso podem gerar espécies danosas (ANDERSON, 1996).
A geração dos radicais livres, nas células, ocorre tanto no meio citoplasmático,
como nas mitocôndrias e estão envolvidos em funções fisiológicas básicas, como na
produção de energia, fagocitose, regulação do crescimento celular, sinalização
intercelular e síntese de substâncias biológicas importantes. Porém, sua produção
18 REVISÃO DE LITERATURA
em excesso apresenta efeitos prejudiciais como a peroxidação dos lipídeos de
membrana e agressão às proteínas dos tecidos e das membranas, enzimas,
carboidratos e DNA (HUSAIN, 1987; ANDERSON, 1996; YU e ANDERSON, 1997).
A produção de radicais livres também ocorre nos fagócitos quando infectados
por bactérias ou vírus, produzindo oxidantes como o óxido nítrico, ânion superóxido,
peróxido de hidrogênio, entre outros, fazendo com que os radicais livres façam parte
da defesa imune do organismo (VALKO et al., 2006)
Os radicais livres se formam em um gama de reações de óxido – redução, no
entanto, podem ceder o elétron solitário, oxidando-se, ou podem receber outro
elétron, reduzindo-se, como o que ocorre com o radical superóxido (O2).que
apresenta um baixa capacidade de oxidação. Portanto, os radicais livres podem
provocar ou serem resultados dessas reações de óxido redução. O radical OH·
apresenta uma alta capacidade de difusão e por isso, é o mais reativo na indução de
lesões nas moléculas celulares (FERREIRA e MATSUBARA, 1997).
As causas exógenas que levam à formação dos radicais livres são diversas,
como radiações gama, poluentes, praguicidas entre outros. O fumo é uma
importante fonte exógena desses radicais, pois a combustão do cigarro produz
óxidos de nitrogênio levando à oxidação das moléculas biológicas (ELSAYED,
2001).
2.2 ESTRESSE OXIDATIVO
A formação de radicais livres ocorre pela ação catalítica de enzimas in vivo,
durante os processos de transferência de elétrons que ocorrem no metabolismo
celular e pela exposição a fatores exógenos. A concentração desses radicais pode
se elevar devido à maior geração intracelular ou pela deficiência dos mecanismos
antioxidantes, esse desequilíbrio desfavorável que ocorre entre as moléculas
oxidantes e antioxidantes, caracteriza o estresse oxidativo (CERUTTI, 1991;
CERUTTI, 1994; SIES, 1993).
Segundo Dröge (2002), esse desbalanço entre a produção de EROS/ ERNs e
remoção pelos sistemas de defesa antioxidante caracteriza o estresse oxidativo,
sendo este uma condição celular ou fisiológica de EROS/ ERNs que causa danos
19 REVISÃO DE LITERATURA
moleculares às estruturas celulares tendo como conseqüência alteração funcional e
prejuízo das funções vitais em diversos tecidos e órgãos.
A ocorrência de um estresse oxidativo moderado é frequentemente
acompanhada de um aumento nas defesas antioxidantes enzimática, porém, a
produção de uma quantidade elevada de radicais livres pode causar danos e morte
celular (ANDERSON, 1996). Niess et al.,(1999) afirma que o efeito deletério desse
estresse oxidativo variar consideralmente de um ser vivo para outro, dependendo de
fatores como a idade, estado fisiológico e da dieta.
Os danos oxidativos induzidos nas células e tecidos têm estreita relação com a
etiologia de diversas doenças, principalmente, as crônicas não transmissíveis como
as cardiopatias, aterosclerose e problemas pulmonares, sendo que os danos
oxidativos no DNA também influenciam de forma significativa nos processo de
mutagênese e carcinogênese (POULSEN et al.,1998; AMES, et al.,1993; WITSUN,
1994).
Diante dos danos causados pelos mecanismos radicalares, as proteções
conhecidas do organismo contra as ROS e RNS abrangem a proteção enzimática,
sendo constituído pelas enzimas antioxidantes catalase, superoxido dismutase,
glutationa redutase e glutationa peroxidase; por micromoléculas que podem ter
origem no próprio organismo, como a glutationa, ácido úrico, bilirrubina, albumina e
melationeína; ou são adquiridas através da dieta, como a vitamina C, vitamina E,
carotenóides e os compostos fenólicos presentes principalmente nos alimentos de
origem vegetal (BARREIROS et al.,2006).
2.3 COMPOSTOS ANTIOXIDANTES
A produção contínua e em excesso de radicais livres durante os processos
metabólicos levou ao desenvolvimento de defesas pelo organismo, como o
mecanismo de defesa antioxidante, com o intuito de limitar os níveis intracelulares e
impedir a indução de danos (SIES, 1993). Os compostos antioxidantes são os
agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais
livres nas células. Halliwell (2000) define antioxidante como sendo uma substância
que presente em baixas concentrações em relação ao substrato oxidável, regenera
ou previne de maneira eficaz a oxidação desse substrato.
20 REVISÃO DE LITERATURA
A definição de um bom antioxidante se dá pelas suas características
químicas, como a presença de doadores de elétrons ou de hidrogênio; capacidade
de deslocamento do radical formado em sua estrutura; potencial de quelar metais de
transição envolvidos no processo oxidativo e facilidade de acesso ao local de ação
(MANACH e DONOVAN, 2004).
Quanto à classificação, esses agentes protetores das células contra os
radicais livres, podem ser classificados em antioxidantes enzimáticos e não
enzimáticos (tabela 1), os quais são produzidos pelo organismo, ou antioxidantes
dietéticos, isto é, que são obtidos pela dieta (SIES, 1993).
A exemplo dos antioxidantes que agem enzimaticamente tem-se as enzimas
superóxido dismutase, catalase, NADPH-quinona oxidoredutase, glutationa
peroxidase e enzimas de reparo. Entre os antioxidantes não enzimáticos tem-se as
proteínas do plasma, a glutationa, clorofilina, L-cisteína e os provenientes da dieta
como o α-tocoferol (vitamina E), β-caroteno (pro-vitamina A), ácido ascórbico
(vitamina C) e os compostos fenólicos em que se destacam os flavonóides e os
ácidos fenólicos (PIETTA, 2000; HALLIWELL, 1995).
Tabela 01: Principais agentes de defesa antioxidante
Não-enzimático Enzimático
α-tocoferol (vitamina E) Superóxido dismutase Β-caroteno Catalase
Ácido ascórbico (vitamina C) NADPH-quinona oxidoredutase Flavanóides Glutationa peroxidase
Proteínas do plasma Enzimas de reparo Selênio
Glutationa Clorofilina L-cisteína Curcumina
FONTE: (Adaptado de BIANCH E ANTUNES, 2003)
Outra classificação segundo Bravo (1998), coloca os antioxidantes como
primários ou secundários, sendo que os antioxidantes primários agem como
doadores de prótons e estão nesta classe os compostos fenólicos, tocoferol,
aminoácidos, carotenóides e os antioxidantes sintéticos. Os antioxidantes
secundários têm sua ação no bloqueio da decomposição dos peróxidos e
21 REVISÃO DE LITERATURA
hidroperóxidos, inativando-os. Nesta classe estão os antioxidantes sintéticos,
compostos fenólicos e as vitaminas A, C e E (DONNELI e ROBINSON, 1995).
Os antioxidantes sintéticos, como o butilhidroxitolueno (BHT), o
butilhidroxianisol (BHA), o propilgalato (PG) e o terciobutilhidroxinona (TBHQ), são
frequentemente usados na indústria de alimentos com o intuito de aumentar a vida
de prateleira dos alimentos que contenham lipídeos em sua composição, entretanto
muitos estudos têm sugerido que o uso de altas doses desses constituintes levam
ao desenvolvimento de processos carcinogênicos, nesse sentido, tem sido
substituídos, ainda que parcialmente, por antioxidantes naturais (BARREIROS e
DAVID, 2006).
Apesar da proteção celular conferida pelos antioxidantes endógenos, os
componentes celulares não são totalmente protegidos e constantemente há
formação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que interagem em diferentes
níveis com o ambiente celular antes de serem eliminadas. No entanto, é de fato
estabelecido que além dos antioxidantes endógenos, é necessária a participação
dos antioxidantes dietéticos, pois são indispensáveis para a defesa apropriada
contra a oxidação e, por isso, têm importante papel na manutenção da saúde. Os
benefícios provenientes de frutas, hortaliças e demais vegetais deve-se em grande
parte à presença de antioxidantes nestes alimentos (LAMPE, 1999).
2.3.1 Mecanismos de ação dos antioxidantes
Os antioxidantes podem atuar sobre diferentes níveis na proteção dos
organismos. Podem agir como captadores de radicais e supressores de estados
excitados, como sistemas catalíticos que neutralizam ou eliminam ROS/ RNS ou
fazendo a ligação de íons metálicos à proteínas, tornando-os indisponíveis para a
produção de espécies oxidantes (HALLIWELl e GUTTERIDGE, 1999).
O primeiro mecanismo de proteção contra os radicais livres é impedir sua
formação, inibindo principalmente reações em cadeia com o ferro e o cobre. Outro
mecanismo importante de defesa é o fato dos antioxidantes serem capazes de
interceptar os radicais gerados pelo metabolismo das células ou por fontes
exógenas, evitando o prejuízo aos lipídeos, aos aminoácidos, às duplas ligações dos
ácidos graxos poliinsaturados e às bases de DNA, impedindo a lesão e perda de
22 REVISÃO DE LITERATURA
integridade celular. Vale ressaltar que, os antioxidantes da dieta, tais como a
vitamina E, C, A, os flavonóides e carotenóides exercem papel essencial nessa
intercepção de radicais livres. (BIANCHI e ANTUNES, 1999).
Os antioxidantes também atuam no reparo das lesões causadas pelos
radicais, processo este relacionado com a remoção dos danos da molécula de DNA
e com a reconstituição das membranas celulares danificadas. Em alguns casos,
pode ocorrer uma adaptação do organismo em resposta a geração desses radicais
resultando em um aumento da síntese de enzimas antioxidantes (BIANCHI e
ANTUNES, 1999).
As pesquisas em relação aos antioxidantes têm focado principalmente, o uso
de nutrientes isolados no tratamento e prevenção de doenças, além do que, nos
alimentos são encontrados uma variedade de substâncias que podem atuar em
sinergismo na proteção das celulas e tecidos (JACOB, 1995; NIKI et al.,
HERCBERG et al., 1998).
Quanto ao desempenho dos antioxidantes in vivo, este depende de fatores
como: tipo de radical formado, local e como são gerados, análise e métodos para a
identificação dos danos e as doses ideais para obter proteção. Nesse sentido, é
possível que um determinado antioxidante atue como protetor em determinado
sistema mas falhe na proteção ou então, aumente as lesões induzida em outros
sistemas ou tecidos (HALLIWELL et al., 1995).
2.3.2 Antioxidantes dietéticos ou naturais
O sistema de defesa humano contra os radicais livres não seria completo sem
os antioxidantes provenientes da dieta, o que confirma a importância da ingestão
diária desses compostos, proporcionando vários benefícios como melhoria na
qualidade de vida da população (RATMAN et al., 2006).
Os componentes da dieta podem, no entanto, alterar o balanço antioxidante
do organismo, seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em substâncias
antioxidantes. No entanto, há várias lacunas no que se refere aos antioxidantes em
geral, como por exemplo, a inexistência de uma recomendação específica para cada
antioxidante, a falta de padronização dos valores antioxidantes dos alimentos e os
23 REVISÃO DE LITERATURA
efeitos tóxicos que venham a existir pela administração de dose excessivas de
antioxidantes (LIMA, 2008).
Os compostos antioxidantes da dieta, dependendo do tipo, podem ou não
produzir efeitos sinérgicos de difícil avaliação. A complexidade da dieta deve ser
avaliada e considerada, pois as interações entre seus constituintes podem ocasionar
efeitos que não representam diretamente as propriedades dos seus constituintes
individuais (RICE-EVANS, 1999).
Portanto, a ingestão de antioxidantes dietéticos é a principal forma de
obtenção pelo organismo de antioxidantes e os principais nutrientes são as
vitaminas (C e E), carotenóides (β-caroteno e licopeno) e entre os não nutrientes
incluem-se os compostos fenólicos (flavanóides e ácidos fenólicos). As vitaminas C,
E e o β-caroteno são consideradas excelentes antioxidantes pois são capazes de
seqüestrar os radicais livres com grande eficiência, porém, o uso de medicamentos,
álcool, a poluição atmosférica e muitos outros fatores interferem negativamente nos
níveis de antioxidantes celulares, porém, o organismo pode ter suas defesas
restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes, dietas apropriadas e suplementos
a base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante. (ROE, 1992; CARAGAY,
1992; ANDERSON, 1996). Os compostos antioxidantes exógenos ou dietéticos são
encontrados em diversos alimentos, na Tabela 02, são elencados alguns alimentos e
seus respectivos compostos antioxidantes.
Tabela 02: Fontes alimentares de antioxidantes dietéticos.
ALIMENTO ANTIOXIDANTE ALIMENTO ANTIOXIDANTE
Mamão β-caroteno Uva Ácido elágico
Brócolis Flavonóides Salsa Flavonóides
Laranja Vitamina C Morango Vitamina C
Chá Catequinas Curry Curcumina
Vinho Quercetina Noz Polifenóis
Cenoura β-caroteno Espinafre Clorofilina
Tomate Carotenóides Repolho Taninos
FONTE: BIANCHI e ANTUNES, 1999.
24 REVISÃO DE LITERATURA
2.3.2.1 Vitamina C (ácido ascórbico)
Composto natural com expressiva atividade antioxidante e baixa toxicidade, a
vitamina C, por ser um nutriente hidrossolúvel, e está envolvido em múltiplas
funções biológicas, atuando como cofator de diversas enzimas envolvidas na
hidroxilação pós-tradução do colágeno, na biossíntese de cartinina, na conversão de
neurotransmissores, na amidação peptídica e no metabolismo da tirosina. (WEBER
et al., 1996).
Contudo, a vitamina C também tem importante papel na absorção do ferro
dietético pois apresenta a capacidade de reduzir a forma férrica (Fe3+) a ferrosa
(Fe2+), facilitando assim, a absorção do ferro não-heme no trato gastrointestinal
(LOUREIRO , 2002; HALLIWELL, 2001).
Geralmente, o ácido ascórbico é consumido em grandes quantidades pelos
seres humanos, adicionadas a produtos alimentares, com o objetivo de inibir a
formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos. Sendo assim, essa vitamina é
rapidamente absorvida e de forma eficiente, por um processo dependente de
energia, entretanto o consumo em doses excessivas pode ocasionar ao aumento da
sua concentração nos tecidos e no plasma sanguíneo (BIANCHI e ANTUNES,
2003).
Além das suas várias funções, a vitamina C é um potente agente redutor
capaz de reduzir grande parte das ROS/ RNS de importância fisiológica, sendo que
em meio fisiológico, encontra-se predominantemente na forma de monoânion
ascorbato (Food and Nutrition Board, 2000). Outra função importante do ácido
ascórbico é referente à sua capacidade de regenerar o α-tocoferol e, por
conseguinte, atuar no mecanismo protetor contra a lipoperoxidação sendo que uma
vez depletada, outros compostos antioxidantes podem, de forma menos eficiente,
reduzir o radical α-tocoferila (AMES, 2001).
2.3.2.2 Vitamina E
A vitamina E é um componente dos óleos vegetais encontrada na natureza
em quatro formas diferentes α, β, δ e α-tocoferol, sendo o α-tocoferol a forma
antioxidante amplamente distribuída nos tecidos e no plasma. A vitamina E
25 REVISÃO DE LITERATURA
encontra-se em grande quantidade nos lipídeos, e evidências recentes sugerem que
essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres
associados com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite, catarata e o
envelhecimento (Morrissey et al., 1994; Heinonen et al., 1998).
Estudo in vitro comprova a capacidade do α-tocoferol em prevenir a
peroxidação lipídica de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), as quais atuam no
transporte de ácidos graxos e colesterol do fígado para os tecidos periféricos
(THOMAS, 2000). Sua função antioxidante se deve à sua capacidade em inibir a
peroxidação lipídica, combatendo os radicais peroxila e convertendo-se em um
radical tocoferol regenerando o α-tocoferol ao reagir com a vitamina C
(SERRACARBASSA, 2006).
No entanto, tendo em vista os benefícios antioxidantes do α-tocoferol in vitro e
que sua quantidade presente em LDL é rapidamente alterada em resposta ao
consumo dietético, estudos em seres humanos são realizados com o intuito de
verificar a eficácia da suplementação oral deste nutriente tanto no retardo como na
prevenção de doenças que envolvam a lipoperoxidação (JESSUP et al., 2004).
2.3.2.3 Carotenóides
Assim como as vitaminas, os carotenóides são as substâncias mais
investigadas como agentes quimiopreventivos devido a sua funcionalidade como
antioxidantes em sistemas biológicos (POOL-ZOBEL, 1997). São corantes naturais
cuja estrutura química é composta por ligações duplas conjugadas responsáveis
pela cor e função antioxidante desses compostos (RAO e RAO, 2007).
Os carotenóides são isoprenóides, constituídos na sua maioria por 8 unidades
de isoprenos, formando uma longa cadeia de polieno que pode conter de 2 a 15
duplas ligações conjugadas, sendo que isto permite várias configurações cis e trans.
Segundo Olson (1999), os carotenóides desempenham diversas funções no
organismo humano, pois atuam seqüestrando o oxigênio singlete, removendo os
radicais peróxidos, modulando o metabolismo carcinogênico, como também inibindo
a proliferação celular, estimulam a comunicação entre células (junções gap), e
elevam a resposta imune. A quantidade de ligações duplas conjugadas, presentes
nas moléculas dos carotenóides, interfere na ação seqüestrante de radicais.
26 REVISÃO DE LITERATURA
A proteção dos sistemas biológicos pelos carotenóides do ataque dos radicais
depende de um mecanismo pelo qual há transferência de energia do oxigênio
excitado para a molécula do carotenóide, em que a energia é dissipada por meio de
rotações e vibrações do carotenóide no meio solvente (STAHL e SIES, 1999).
Os carotenóides reagem com os radicais livres, principalmente com os
radicais peróxidos e com o oxigênio molecular, sendo a base de sua ação
antioxidante. Certos carotenóides como a luteína, β-caroteno, zeaxantina e licopeno,
exercem suas funções antioxidantes em fases lipídicas, impedindo que os radicais
livres danifiquem as membranas lipoprotéicas (SIES e STAHL, 1995).
Dessa forma, por serem potentes antioxidantes certos carotenóides atuam
como precursores da vitamina A na dieta, sendo o β-caroteno o mais importante
precursor dessa vitamina, sendo encontrado amplamente distribuído nos alimentos.
Além disso, há também certos carotenóides que não atuam como precursores da
vitamina A como é o caso do licopeno e luteína (HANDELMAN, 2001).
O licopeno está entre os 600 pigmentos carotenóides encontrados na
natureza e entre os 25 que estão presentes no plasma e tecidos. A sua distribuição
no organismo humano é ampla, sendo o fígado o órgão onde há maior acumulo
desse carotenóide (SHAMI e MOREIRA, 2004). É lipossolúvel, composto por onze
ligações conjugadas e duas ligações duplas não conjugadas (RAO e SHEN, 2002).
Também é tido como o carotenóide que possui a maior capacidade seqüestrante do
oxigênio singlete, característica essa atribuída possivelmente à presença na sua
estrutura das duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior
reatividade (KRINSKY, 2001; DI MASCIO, KAISER e SIES, 1989).
As fontes de carotenóides são várias, como por exemplo, as cenouras e
abóboras (α e β-caroteno), tomates e seus produtos derivados, como extrato de
tomate, polpa e molhos, ricos em licopeno e como fonte de luteína o espinafre
(SILVA e NAVES 2001; BIANCHI e ANTUNES, 1999).
2.4 COMPOSTOS FENÓLICOS
Os compostos fenólicos são encontrados na parede celular dos vegetais livres ou
ligados a açucares (glicosídeos) e proteínas e englobam uma grande variedade
compostos, desde moléculas simples até moléculas com alto grau de polimerização
27 REVISÃO DE LITERATURA
possuindo em comum um anel aromático, ao qual está unida uma ou mais hidroxilas
(CROF, 1998; BRAVO, 1998; KARAKAYA, 2004). Atuam na adaptação da planta a
condições de estresse ambiental, como na defesa contra radiações ultravioleta ou
agressão por patógenos. Além disso, contribuem para características da planta ou
fruto, como adstringência, cor, flavor e estabilidade oxidativa (NACZK e SHAHIDI,
2004; FARAH e DONANGELO, 2006).
Os compostos fenólicos estão classificados, segundo Ribéreau-Gayon (1968)
como compostos: pouco distribuídos na natureza, polímeros e os largamente
distribuídos na natureza. Na família dos compostos pouco distribuídos na natureza
estão os fenóis simples, o pirocatecol, a hidroquinona e o resorcinol. Também
pertencem a essa família os aldeídos derivados dos ácidos benzóicos, que são os
constituintes dos óleos essenciais como a vanilina (SOARES, 2002).
Os compostos fenólicos presentes na forma de polímeros são aqueles que não
se apresentam na forma livre nos tecidos vegetais. Dentre eles, estão os taninos e
as ligninas. Os taninos são polímeros de alto peso molecular, responsáveis por
conferir sabor adstringente ao alimento e estão classificados em dois grupos: os
taninos hidrolisáveis e os condensados. Já as ligninas, são polímeros complexos, de
grande rigidez e resistência mecânica. Ao sofrerem hidrólise alcalina, liberam
grandes variedades de derivados dos ácidos benzóico e cinâmico (KING e YOUNG,
1999).
Na família dos compostos largamente distribuídos na natureza estão os
fenólicos, podendo ser encontrados em todo reino vegetal ou em apenas uma
planta. Os fenólicos podem ser divididos em dois grandes grupos: os flavanóides e
derivados e os ácidos fenólicos (ácidos benzóico, cinâmico e seus derivados) e as
cumarinas (SOARES, 2002).
Os compostos fenólicos atuam como seqüestradores de radicais e como
quelantes de metais de transição, agindo tanto na etapa de iniciação, como na de
propagação do processo oxidativo. Isto leva a produção de produtos intermediários,
relativamente estáveis devido à ressonância do anel aromático apresentada por
estas substâncias (NAWAR, 1985; SHAHIDI et al., 1992). O grau de hidroxilação e a
posição dos grupos hidroxila na molécula dos compostos fenólicos são os mais
importantes fatores que determinam a atividade antioxidante nesses compostos. O
tipo de estrutura pode afetar na solubilidade e nos efeitos estéricos de cada
28 REVISÃO DE LITERATURA
molécula, como ocorre nos derivados glicosilados, que podem aumentar ou diminuir
a atividade antioxidante (RICE-EVANS et al., 1996).
Os compostos fenólicos podem estar presentes entre as distintas partes das
plantas, porém a maior concentração desses compostos está nas frutas, hortaliças e
seus derivados como azeite virgem de oliva, vinho tinto etc. Também pode haver
consideráveis quantidades desses compostos em cereais e leguminosas (SOARES,
2002; LIU, 2005).
2.4.1 Flavonóides e Ácidos fenólicos
Dentre os compostos fenólicos de origem natural destacam-se os flavonóides
e os ácidos fenólicos, cuja classificação ocorre de acordo com as suas estruturas
químicas. A estrutura química dos flavonóides é formada por dois anéis aromáticos
unidos por um heterociclo oxigenado, dependendo do grau de hidrogenação e da
substituição do heterociclo, se classifica, em diferentes grupos: flavonas, flavanóis,
flavonóis, flavononas, antocianinas e isoflavanóides. Estes compostos estão
geralmente ligados a açucares, formando glicosídeos. (KARAKAYA, 2004). A
estrutura dos principais grupos flavonóides pode ser observada na Figura 01:
Figura 01: Estrutura química dos principais tipos de flavonóides.
29 REVISÃO DE LITERATURA
Quanto aos ácidos fenólicos, também chamados de compostos benzóicos e
cinâmicos, estes possuem estrutura mais simples dentre os compostos fenólicos, na
qual compreende um anel aromático com grupos ligados à sua estrutura, dentre os
quais o mais comum é a hidroxila. Outros grupos funcionais com os quais eles
podem se ligar são os aldeídos, alcoóis ou ácidos, podendo formar ésteres com os
ácidos orgânicos ou unir-se a açucares. Além desses compostos, outros também de
natureza fenólica são os estilbenos, lignanos e, de forma polimeralizada, os taninos
e as ligninas (MANACH e DONOVAN, 2004). Na figura 02, consta a estrutura
química dos principais ácidos fenólicos.
Figura 02: Estrutura química dos principais ácidos fenólicos.
2.4 .2 Métodos utilizados na avaliação da capacidade antioxidante
Um grande número de métodos tem sido desenvolvidos com o intuito de
determinar a capacidade antioxidante dos alimentos. Estes métodos podem ser
baseados na captura do radical peroxila (ORAC, TRAP), poder de redução do metal
30 REVISÃO DE LITERATURA
(FRAP; CUPRAC), captura do radical hidroxila (método de desoxirribose), captura do
radical orgânico (ABTS, DPPH), quantificação de produtos formados durante a
peroxidação de lipídios (TBARS, oxidação do LDL, co-oxidação do -caroteno)
(FRANKEL e MEYER, 2000; SÁNCHEZ-MORENO, 2002; ARUOMA, 2003), etc.
Dentre estes métodos, ABTS, FRAP, DPPH e ORAC são alguns dos mais usados
atualmente (PÉREZ-JIMÉNEZ e SAURA CALIXTO, 2006).
A importância da determinação da atividade antioxidante nos alimentos se dá
principalmente pelo fato de que o conhecimento do potencial antioxidante de cada
alimento, antes de ser ingerido, irá permitir a mensuração da quantidade de cada
alimento necessária para se ter uma resposta antioxidante eficiente. Para isso, é
importante que a determinação da capacidade antioxidante seja avaliada utilizando-
se mais de um método.
Esses métodos são necessários, pois existe uma grande dificuldade em medir
cada composto que tenha ação antioxidante, separadamente, além das interações
existentes entre os diferentes antioxidantes do sistema. Todos os métodos utilizados
na mensuração da capacidade antioxidante têm em comum a presença de um
agente antioxidante e um substrato específico. Esses métodos possuem duas
classificações: os que agem na captura de radicais livres e os que atuam na
determinação de uma molécula alvo (LIMA, 2008).
Dentre as várias metodologias utilizadas para a avaliação da atividade
antioxidante de alimentos vegetais, o método β-caroteno/ ácido linoléico tem sido
bastante utilizado. Este método colorimétrico se baseia na técnica de co-oxidação de
substratos em meio emulsionado, isto é, determina a atividade de uma amostra ou
composto de proteger um substrato lipídico da oxidação. Foi desenvolvido por Marco
(1968) e Miller (1971), no qual utiliza o ácido linoléico, monopalmitato de
polioxietileno sorbitan (Tween 40) e o β-caroteno. É um método colorimétrico que
utiliza comprimento de onda de 470nm sendo que a leitura das absorbâncias se
refere à descoloração da solução (β-caroteno e ácido linoléico) em meio aquoso. O
ácido linoléico, ao ser submetido à oxidação, forma estruturas radicalares, que
atacam as duplas ligações do β-caroteno, que ao perder seu cromóforo provoca a
descoloração da solução. A presença de antioxidantes no sistema protege o ácido
linoléico, prolongando o período de formação dos radicais na reação. Para a
comparação dos resultados obtidos por esse método, utiliza-se o antioxidante
sintético butilhidroxidotolueno (BHT) como padrão positivo para comparação dos
31 REVISÃO DE LITERATURA
resultados. A eficiência desse método tem sido analisada em várias matrizes
alimentares, principalmente frutos e sementes ricas em lipídeos (Lima, 2008).
Outra metodologia que tem sido bastante aplicada pelos pesquisadores é o
método utilizando o radical ABTS, que apresenta com principais vantagens em
relação aos demais, ser utilizado tanto para extratos hidrofílicos como lipofílicos e a
forma de expressão dos resultados como valor TEAC (atividade antioxidante total
equivalente ao trolox), facilitando assim comparações entre diversos alimentos. O
radical ABTS·, (2,2´- azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) pode ser
gerado por meio de uma reação química, eletroquímica ou enzimática, normalmente
se utiliza o persulfato de potássio (Figura 03). O radical formado é um cromóforo
estável quimicamente e com elevada solubilidade em água e um máximo de
absorbância de 414 nm com medidas secundárias de absorbâncias de 645, 734 e
815 nm (MILLER et al., 1993, Re et al., 1999).
Figura 03: Estabilização do radical ABTS ·+ por um antioxidante e sua formação pelo perssulfato de potássio.
O método DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execução e baixo
custo, além de obtenção de resultados confiáveis. Foi proposto por Brand-Williams
et al. (1995) e se baseia na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil) por
antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm,. Esse método
foi modificado por SÁNCHEZ-MORENO et al., (1998) para medir os parâmetros
cinéticos. O DPPH é um radical livre que pode ser obtido diretamente por dissolução
do reagente em meio orgânico (Figura 05). A vantagem desse método se dá pela
disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH, o que evita sua
geração por formas distintas, facilitando seu uso, porém, por ser um método que
utiliza metanol para gerar a reação, seu uso se torna inapropriado para amostras
32 REVISÃO DE LITERATURA
biológicas, devido à ocorrência de precipitação das proteínas em meio alcoólico
(BRAND-WILLIAMS et al., 1995).
Figura 04: Estabilização do radical livre DPPH.
2.5 ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE PLANTAS
Fungos filamentosos, também conhecidos como bolores ou mofos, são
microrganismos eucariotos, heterotróficos e multicelulares. São organismos
fundamentais para o equilíbrio da natureza, além da importância ambiental, eles
também possuem valor econômico e aplicações na produção de alimentos e
medicamentos (AZEVEDO, 2004).
Estes microrganismos estão presentes em todos os ambientes e são
economicamente importantes no campo da medicina, da fitopatologia e da indústria,
além de serem ecologicamente importantes como decompositores. No entanto,
também podem contaminar os alimentos, causando sua deterioração, reduzindo seu
valor nutricional, alterando suas qualidades organolépticas e tornando-se, em alguns
casos, um problema de saúde pública (RAVEN et al., 1992).
Alguns fungos dos gêneros Aspergillus, Fusarium e Penicillium podem causar
problemas no consumo de grãos, devido à produção de micotoxinas, compostos
capazes de causar doenças em animais e em seres humanos (COELHO NETO e
DHINGRA, 1998). As micotoxinas produzidas por esses fungos são metabólitos
tóxicos naturais e freqüentemente encontradas em alimentos .
Aproximadamente duzentas espécies de fungos são consideradas
toxinogênicas, sendo que o tipo de substrato e as condições do ambiente são
fatores determinantes para a produção de micotoxinas (BOURGEOIS, 1994). Entre
33 REVISÃO DE LITERATURA
os tóxicos contaminantes de alimentos podemos destacar as aflatoxinas produzidas
por espécies do gênero Aspergillus, as quais são altamente tóxicas e
carcinogenéticas para homens e animais, tornando-se assim, um fator preocupante
para a indústria alimentícia (AMADO, 2004; GRANADA. 2003).
As fumonisinas são toxinas produzidas principalmente pelo fungo Fusarium
moniliforme (SANTURIO, 2000), detectadas naturalmente em diversos alimentos,
principalmente no milho e seus derivados, causam edema pulmonar e hidrotórax em
suínos, leucoencefalo-malácia em eqüinos, e provável câncer de esôfago em
humanos. Além desta toxina, o Fusarium também pode produzir as micotoxinas
zearalenona e tricotecenos (POZZI, 2002; PUTZKE, 2004).
A micotoxina patulina pode ser produzida por várias espécies do gênero
Penicillium e Aspergillus, sendo freqüentemente encontrada em frutas, verduras e
cereais. Em animais, esta toxina causa várias complicações como distúrbios
gastrointestinais, efeitos neurotóxicos e imunológicos. A verruculogeno também é
uma importante toxina produzida por Penicillium e Aspergillus causando fortes
tremores em animais afetados (KAWASHIMA et al., 2002).
A busca por novos agentes antimicrobianos, a partir de plantas, é intensa
devido ao aumento da resistência dos microorganismos patogênicos frente aos
produtos sintéticos. Além disso, o uso destes pesticidas a longo prazo causa
impactos negativos o meio ambiente e para a sociedade, devido à poluição causada
pelos resíduos químicos. Frente a este problema, a agricultura vem criando
estratégias para resolver essas questões, buscando métodos alternativos para o
controle de doenças e pestes, que visem causar menos danos ao ambiente e a
saúde humana. Contudo, muitos trabalhos são desenvolvidos com extratos brutos
ou óleos essenciais, obtidos a partir de plantas medicinais o que têm indicado o
potencial das mesmas no controle de fitopatógenos (BAUTISTA-BAÑOS et al., 2003;
CUNICO et al., 2003; MYTLE et al., 2004; MOREIRA et al., 2004).
No campo, a produtividade das frutas está relacionada à aplicação de
fungicidas, o que pode acarretar no aumento dos níveis de contaminantes químicos
indesejáveis no produto final, somando-se o efeito deletério já proporcionado pelas
toxinas fúngicas naturais. Com isso, os métodos de controle biológico constituem
alternativas viáveis em relação ao químico tradicional, principalmente por não
deixarem resíduos tóxicos nas frutas tratadas (WILSON e WISNIEWSKI, 1997).
34 REVISÃO DE LITERATURA
Sendo assim, os fungos atuam como os principais agentes causadores de
doenças em plantas. Existem mais de 5.000 espécies de fungos que atacam
culturas de alto valor econômico, bem como plantas ornamentais e outras não
cultivadas (RAVEN et al., 1992). Entre as doenças de importância econômica
causadas por fungos podem ser citadas as murchas do feijoeiro, do tomateiro e da
bananeira, além de atacarem outras culturas como o mamão, melão, melancia,
ervilha, entre outras.
Contudo, no intuito de reduzir os efeitos negativos do uso de agrotóxicos
acarretando assim no aumento da produção de alimentos de melhor qualidade, têm-
se buscado novas medidas de proteção das plantas contra as doenças. Neste
sentido, vários estudos estão sendo realizados na busca pela descoberta de
pesticidas naturais, sendo que os extratos vegetais aparecem como fontes
potenciais para o desenvolvimento desses novos produtos. A utilização de produtos
naturais no controle de doenças de plantas representa um meio eficiente para a
redução do uso de defensivos agrícolas (KIMATI et al., 1997).
2.6 O NONI
A planta Morinda citrifolia Linn, conhecida popularmente como noni, é originária
do Sudeste da Ásia e Austrália e, subsequentemente, foi distribuída em toda a
região do Pacífico, principalmente nas ilhas da Polinésia Francesa, onde se situa o
Taiti. Era uma das plantas que os colonizadores polinésios do Havaí mais
valorizavam e a utilizavam como medicamento e como corante (NELSON, 2006).
Assim, é uma planta tipicamente encontrada nas ilhas do Havaí e Taiti (WANG et al.,
1999; WANG e SU, 2001).
É conhecida, entre outros nomes vulgares, como: Ba Ji Tian, Nonu, Indian
Mulberry, Canary wood e Cheese fruit. Os cultivos comerciais de noni podem ser
encontrados no Taiti, Havaí e outros países da Polinésia, onde se fabricam a maioria
dos sucos comercializados no mundo. Como não há cultivares selecionados, a
exploração comercial de noni dá-se a partir de plantas originadas de sementes. Os
produtos derivados dessa fruta são comercializados nos Estados Unidos da América
(EUA) desde os anos 90 e são distribuídos cada vez mais pelo mundo inteiro
(VEIGA, 2005; SCOT, 2006).
35 REVISÃO DE LITERATURA
O noni é um fruto rico em vitaminas, proteínas, minerais e no alcalóide
proxeronina. Estudos comprovam as mais de 53 propriedades da M. citrifolia dentre
os quais estas propriedades, podem-se destacar: regenerador celular, antisséptico
natural, analgésico, antiinflamatório, antiparasitário, regulador matabólico,
regenerador de células danificadas e como antioxidante (WANG et al., 2002).
As partes da planta do noni são praticamente todas aproveitadas e a cada uma
delas são atribuídas propriedades medicinais diferentes. A casca, cuja propriedade é
adstringência, é utilizada no tratamento da malária; as folhas são usadas como
analgésico e para inflamações externas; as flores são empregadas no tratamento de
inflamações oculares; o extrato das raízes no tratamento da hipertenão e as
sementes são utilizadas como laxante (RODRIGUEZ e PINEDO, 2004).
A parte da planta de mais ampla utilização é o fruto, com várias aplicações:
antibactericida, analgésica, anticongestiva, antioxidante, expectorante,
antiinflamatória, adstringente, emoliente, emenagoga, laxativa, analgésica,
hipotensora, purificadora do sangue, imunoestimulante e tônica (ELKINS, 1997).
Também é atribuída ao fruto, ação anticancerígena (RODRIGUEZ e PINEDO, 2004).
2.6.1 Características da planta
A Morinda citrifolia é perene, de clima tropical e temperado,freqüentemente
cresce em áreas florestais e em regiões costeiras, com cerca de 400 metros acima
do nível do mar (LUBECK e HANNES, 2001; McCLATHEY, 2002; WANG et al.,
2002).
36 REVISÃO DE LITERATURA
Figura 05: Árvore adulta do noni (FONTE:www.sucononi.com)
Figura 06: (A) Fruto verde; (B) “de vez”, ponto de colheita; (C) maduro, ponto ideal para
retirada das sementes. (Fonte: EMBRAPA, 2010)
37 REVISÃO DE LITERATURA
2.6.2 Constituição química
Segundo pesquisas realizadas por Chan-Blanco et al., (2006), o fruto do noni
contém cerca de 90% de água sendo que os principais componentes da matéria
seca são sólidos solúveis, fibras alimentares e proteínas. Em quantidade
consideráveis estão os hidratos de carbono, incluindo quantidades variáveis de
sacarose, frutose e glicose (JENSEN et al., 2005). A partir do suco do noni, o teor de
proteína encontrado foi em torno de 11,3% da matéria seca e os principais
aminoácidos encontrados foram o ácido aspártico, ácido glutâmico e isoleucina
(CHUNHIENG, 2003). O teor de minerais está em torno de 8,4% da matéria seca,
sendo os principais: potássio, enxofre, cálcio e fosfóro. O ácido ascórbico e a
provitamina A são as principais vitaminas encontradas na polpa.
Com relação aos compostos fitoquímicos presentes na polpa do noni, já foram
identificados 160 compostos sendo a maioria dos nutrientes, compostos fenólicos,
ácidos orgânicos e alcalóides. Os compostos fenólicos foram descritos como o maior
grupo dentro dos micronutrientes funcionais, sendo as antraquinonas, rutinam
asperulosido e escopoletina as mais relatadas. Porém, existem diferenças na
composição química para cada parte analisada, além do que, a composição
fitoquímica completa do fruto, incluindo outras partes além da polpa, como a casca e
a semente, ainda não foi descrita pela literatura atual (CHAN-BLANCO et al., 2006).
No fruto maduro foram identificados em torno de 51 compostos voláteis
incluindo ácidos orgânicos, alcoóis, ésteres, cetonas e lactonas (CHAN-BLANCO et
al., 2006).
2.6.3 Atividade biológica
Vários estudos relacionados aos benefícios que o noni pode oferecer ao
organismo estão direcionados para a comprovação do que a medicina popular
advinda dos Polinésios defende: a prevenção e cura de diversas enfermidades
através da ingestão do fruto, principalmente da polpa do noni.
Um dos efeitos mais estudados no noni é relativo à sua atividade antioxidante,
porém com o uso de metodologias pouco aplicáveis no Brasil. Zin, Abdul-Hamid e
Osman (2002) analisaram a atividade antioxidante de extratos polares e não polares
38 REVISÃO DE LITERATURA
das raízes, folhas e frutos da M. citrifolia. De acordo com a pesquisa, os extratos não
polares das três partes da planta demonstraram possuir alta atividade antioxidante
quando comparados com os antioxidantes clássicos como o α-tocoferol e di-terc-
butilmetil-fenol (BHT).
Estudos relataram que o noni exibe uma atividade relevante na inibição do
crescimento de certas bactérias in vitro, como Staphylococcus aureus,
Pseudomonas aeruginosa, Proteus morgaii, Bacillus subtilis, Escherichia coli,
Helicobacter pylori, Salmonella e Shigella. Este efeito antibacteriano pode estar
relacionado à presença de compostos fenólicos presentes na planta, como alizarina,
escopoletina e outras antraquinonas (ATKINSON, 1956). Já Furuzawa et al., (2003)
estudando o potencial profilático e terapêutico contra Sarcoma 180, utilizaram uma
substância rica em polissacarideos chamada Noni-ppt extraída da Morinda citrifolia.
Os resultados mostraram que a atividade antitumoral de Noni-ppt produziu a cura
em 25% a 45% dos camundongos alogênicos
A atividade antiinflamatória do noni foi estudada por Li et al. (2003), em que
foram investigadas in vitro, a ação antiinflamatória de 24 espécies de plantas
australianas e chinesas e observaram que a M. citrifolia em pó possui atividade
inibitória da enzima cicloxigenase (COX-1). Uma pesquisa feita por Younos et al.,
(1990), utilizando o extrato aquoso liofilizado das raízes da M.citrifolia, investigou a
atividade analgésica do noni em camundongos. O extrato da raiz do noni (1,6 mg/kg)
mostrou uma significante atividade analgésica semelhante ao efeito da morfina em
camundongos.
Entretanto alguns estudos encontraram resultados controversos quanto às
reais propriedades benéficas do consumo de noni. Alguns estudos sugerem que o
uso indiscriminado e em altas doses do noni poderá ter efeitos deletérios à saúde.
Nesse sentido é importante cautela no uso desses produtos e mais estudos com
vistas a esclarecer as lacunas ainda existentes quanto as propriedade medicinais e
antioxidantes do noni.
39 OBJETIVOS
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAL
Avaliar a atividade antioxidante in vitro e a atividade antifúngica da
casca, semente e polpa do Noni (Morinda citrifolia Linn.).
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar a composição centesimal das distintas partes (cascas,
sementes e polpa) do noni;
Quantificar os teores de compostos bioativos (vitamina C, carotenóides e
fenólicos totais) presentes na casca, semente e polpa do Noni;
Avaliar a atividade antioxidante in vitro de extratos de noni, pelos método
de varredura dos radicais DPPH, ABTS e de co-oxidação do β-caroteno/
ácido linoléico.
Analisar a atividade antifúngica no extrato aquoso do noni
40 MATERIAL E MÉTODOS
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 OBTENÇÃO E PREPARO DAS AMOSTRAS
As amostras de Noni (Morinda citrifolia Linn.) foram adquiridas no município
de Altos, estado do Piauí-Brasil a 31 ºC 12” 21’ de latitude e a 400m de altitude,
provenientes de hortas domiciliares. O solo local é Podzólico Vermelho Amarelo
Distrófico com baixa fertilidade natural (P 5 mg/dm³, K14 mg/dm³, Al 6 mmol/dm³, e
Ca+Mg 8 mmol/dm³) e alta acidez (pH-5,3). A precipitação média anual do município
é em torno de 1.297 mm, sendo que cerca de 90% das chuvas se concentram no
período de novembro a maio. A temperatura média anual está em torno de 25°C e
umidade relativa de 67% situado a 42 km ao nordeste de Teresina.Os frutos foram
coletados no período de Agosto a Novembro de 2010.
Os frutos foram coletados maduros e lavados cuidadosamente com água
destilada antes da separação das partes. O fruto foi subdivido em três partes: casca,
semente e polpa. Após a separação das partes, as amostras foram trituradas em
moinho analítico, acondicionadas em sacos plásticos envolvidos por papel alumínio
e armazenados sob congelamento a -18°C, por um período máximo de 30 dias.
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Análise da composição centesimal
A composição centesimal foi realizada pela metodologia do Instituto Adolfo
Lutz (2005). A determinação da umidade foi feita por gravimetria, com secagem em
estufa a 105°C até peso constante. O resíduo mineral fixo (cinzas) foi determinado a
partir da incineração em mufla a 550°C até peso constante. As proteínas foram
determinadas pelo método de Kjeldahl (micro) (IAL, 2005) utilizando fator de
conversão nitrogênio proteína de 6,25. Os lipídeos totais foram obtidos a partir da
fração etérea por fluxo intermitente de Soxhlet, utilizando-se hexano P.A como
41 MATERIAL E MÉTODOS
solvente. Os carboidratos foram obtidos por diferença, subtraindo de 100% do valor
das proteínas, lipídeos, cinzas e umidade.
4.2.2 Obtenção dos extratos aquoso, alcoólico e acetônico, e quantificação de
sólidos totais (peso seco)
Os extratos alcoólicos, acetônicos e aquosos foram obtidos de forma
seqüencial, a partir de 20 g de cada amostra (polpa, semente e casca do noni)
previamente trituradas, segundo metodologia de Jardini e Mancini-Filho (2007).
Para a obtenção dos extratos alcoólicos, foram pesados 20 gramas de
amostra na qual foi adicionada 100 mL de álcool etílico e submetidos à agitação por
uma hora para posterior filtração à vácuo. O resíduo foi recuperado para obtenção
do extrato acetônico e aquoso, seguindo o mesmo procedimento utilizado para
obtenção do extrato alcoólico, utilizando-se acetona e água, respectivamente, como
diluente. O preparo e obtenção dos extratos seguiram o fluxograma abaixo (Figura
07).
Para determinação do peso seco, colocou-se 1mL em triplicata, de cada
extrato obtido, em cápsulas de porcelana, previamente taradas, e em seguida o
material foi levado à estufa a 105° C por 1 hora. Após secagem as amostras foram
resfriadas em dessecador por 30 min, pesadas e anotado o resultado.
42 MATERIAL E MÉTODOS
20g da amostra
+ 100mL de álcool etílico
1 hora de agitação Filtração à vácuo
(usando filtro Whatman n° 4)
Sobrenadante resíduo (extrato alcoólico)
+ 100mL de acetona 1 hora de agitação
Filtração à vácuo (usando filtro Whatman n° 4)
Sobrenadante (extrato acetônico) resíduo
+ 100mL de água
1 hora de agitação + Centrifugação (4.000 rpm)
Sobrenadante resíduo (extrato aquoso) Figura 07: Fluxograma de preparo e obtenção dos extratos da polpa, casca e semente do noni, por extração seqüencial.
4.2.3 Compostos fenólicos totais, segundo SWAIN, 1959, adaptada por LIMA,
2008
Foi adicionado em um balão volumétrico de 10 mL, 0,5 mL de amostra, em
triplicata, do extrato alcoólico, aquoso e acetônico, a 8 mL de água destilada e
0,5mL do reagente de Follin Denis. Em seguida, a solução foi homogeneizada e
deixou-se em repouso por 3 min. Decorrido esse tempo, acrescentou-se 1mL de
solução saturada de carbonato de sódio anidro. A solução ficou em repouso por 1
hora e logo após foram realizadas as leituras de absorbâncias em espectrofotômetro
a 720 nm. A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes menos a
amostra.
43 MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se como padrão a solução de ácido gálico, em concentrações
variando de 0 a 100 mg/mL. A partir da reta obtida, realizou-se o cálculo do teor de
fenólicos totais, expresso em mg de ácido gálico/g de amostra.
Figura 08. Curva de calibração de ácido gálico (mg/L)
4.2.4 Conteúdo de carotenóides totais segundo AOAC (1998)
A determinação dos carotenóides foi realizada segundo AOAC (1998).
Preparou-se um extrato com 10 gramas de cada amostra (casca, semente e polpa),
30 ml de álcool isopropílico e 10 ml de hexano. A mistura foi homogeneizada, em
seguida, adicionou-se 85 ml de água e transferida para o funil de separação. Após
30 minutos de repouso, adicionou-se 10 ml de água destilada. Em seguida, filtrou-se
a mistura. O filtrado foi recolhido em recipiente contendo 5 mL de acetona, o qual foi
completado com hexano até completar 50 mL. Procedeu-se a leitura, em triplicata,
destes extratos em espectrofotômetro (Coleman 33 D) a 450 nm.
Carotenóides (mg/100g) = Absorbância lida x 100
250 x L x W
L- largura da cubeta
W- quociente original entre a amostra inicial e o volume final da diluição
y = 0,0078x - 0,0185R² = 0,9964
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
ab
so
rbân
cia
concentração (mg/L)
CURVA PADRÃO DE ÁCIDO GÁLICO
44 MATERIAL E MÉTODOS
4.2.5 Conteúdo de vitamina C pelo método de TILLMANS modificado por
Benassi e Antunes-1988
Utilizou-se ácido oxálico em substituição ao ácido metafosfósforico. Pesou-se
10 gramas da amostra e diluiu-se em 100 mL de água destilada. Após filtração,
trasnferiu-se 10 mL do filtrado para erlenmeyer de 250 mL. Adicionou-se 10 mL de
ácido oxálico e titulou-se com DCFI até a coloração rósea persistente .
Calculou-se o valor de ácido ascórbico pela expressão:
mg/100g = (V1 x F x100) ____________________ V2
v1= volume de DCFI usado para titular a amostra
v2= volume da amostra
F= fator do DCFI
4.2.6 Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos da polpa,
semente e casca do noni
4.2.6.1 Método DPPH
O ensaio de captura de radicais DPPH, desenvolvido por Blois (1958) e
adaptado por Brand-Willians (1995), tem por base a redução do radical [2,2 difenil-1-
pricril-hidrazil (DPPH)], que ao fixar um H• (removido do antioxidante em estudo),
propicia uma diminuição e absorbância, permitindo calcular, após o estabelecimento
do equilíbrio da reação, a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 % do
radical DPPH•.
Para a avaliação da atividade antioxidante da polpa, semente e casca do
noni, foi adicionado a 1,5 mL de solução metanólica de DPPH• (6X10-5M) uma
alíquota de 0,5 mL de cada extrato contendo diferentes concentrações de cada
45 MATERIAL E MÉTODOS
extrato. A leitura de absorbância foi realizada em espectrofotômetro (coleman 33D) a
517 nm nos tempos de 2, 5, 10, 20 e 30 minutos após o início da reação. Todas as
leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o
antioxidante). A porcentagem de descoloração do radical DPPH foi calculada de
acordo com a fórmula:
% de proteção = (Abs controle - Absamostra) / Abscontrole
Foi também calculado o valor EC50, isto é, a concentração da amostra
necessária para inibir 50% do radical.
4.2.6.2 Método ABTS
Consiste em verificar como os antioxidantes são capazes de degradar os
radicais livres presentes no meio. Por esse método, inicialmente, gera-se o radical
colorido; em seguida, adiciona-se o antioxidante para posteriormente, medir o
decréscimo de absorbância produzido. Sendo que, quanto maior a atividade
antioxidante do composto testado, maior será o decréscimo na absorbância.
Utilizou-se a metodologia descrita por Re et al., (1999) para a formação do
radical ABTS•+ a partir da reação de 7mM de ABTS com 2,45 mM de persulfato de
potássio para concentração final, incubada à temperatura ambiente e na ausência
de luz, por um período de 12 horas. Após esse tempo, a solução foi diluída em
etanol até obter-se 20-80% de inibição do radical comparando-se com a absorção do
branco.
Foram adicionados 40 µL de cada amostra diluída a 1960 µL da solução
contendo o radical. A absorbância foi determinada em espectrofotômetro, a 734 nm,
após 2, 5, 10, 20, 30 minutos de reação. A solução padrão utilizada foi o antioxidante
sintético trolox nas concentrações de 20 a 50 µM em etanol (Figura 10). Todas as
leituras foram realizadas em triplicata e os resultados expressos em μM de trolox por
grama de amostra.
46 MATERIAL E MÉTODOS
Figura 09. Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição de trolox em etanol (0 a
20 μg/mL) frente ao radical ABTS•+
4.2.6.3 Método de co-oxidação do -caroteno/ácido linoléico
Os procedimentos de análise foram realizados de acordo com o método
descrito por MILLER (1971), que se baseia na oxidação (descoloração) do β-
caroteno em uma determinada emulsão. A descoloração é observada diretamente
em colorímetro. Para formar a emulsão, foram adicionados 20 μL de solução de β-
caroteno dissolvido em clorofórmio (20 mg/mL), 40 μL de ácido linoléico, 530 mg de
emulsificante Tween 40 e 1 mL de clorofórmio (para completar emulsificação). A
emulsão foi evaporada com nitrogênio gasoso. Foram acrescidos posteriormente,
100 mL de água destilada previamente oxigenada (por trinta minutos). A solução
emulsionada foi diluída até atingir a faixa de densidade ótica, entre 0,6 – 0,7 nm.
Em tubos calibrados para leitura no espectrofotômetro, foram tomados 5 mL
da solução emulsionada e adicionados a diferentes volumes de extratos, além do
BHT isolado, nas concentrações de 25, 50, 100, 200 e 400 ppm. Todas as
determinações foram realizadas em triplicata e acompanhadas de um controle, sem
antioxidante.
Imediatamente após a adição da solução emulsionada às substâncias
antioxidantes naturais e ao BHT, ou seja, no tempo zero (A0), foram realizadas as
leituras de cada tubo em espectrofotômetro, a 470 nm. A seguir, os tubos foram
y = 0,038x - 0,0052R² = 0,999
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20
Vari
ação
de A
bso
rbân
cia
Concentração (ug/mL)
47 MATERIAL E MÉTODOS
colocados em banho-maria a 50º C e, após um período de duas horas (Af), foram
realizadas as leituras das absorbâncias.
Os resultados foram expressos em porcentagem de inibição de oxidação,
conforme o cálculo expresso na fórmula a seguir:
% de Oxidação = X da Abs. amostra1 x 100
X da Abs. controle2
% de Proteção = 100 - % de Oxidação
1X da diferença das absorbâncias de cada amostra (Abs. ami – Abs.
amf)
2X da diferença das absorbâncias de cada controle (Abs. ci – Abs. cf)
O decaimento da densidade ótica do controle (Ac0 – Acf) foi considerado como
100% de oxidação. A partir dessa relação, o decréscimo na leitura da absorbância
das amostras foi correlacionado com o controle, desse modo estabelecendo o
percentual de inibição da oxidação das amostras antioxidantes.
Foi calculado o valor do EC50, isto é, a concentração da amostra necessária
para inibir 50% do radical.
4.2.7 Determinação da atividade antifúngica
A atividade antifúngica dos extratos aquosos da casca, semente e polpa de
noni foi avaliada a partir do desenvolvimento de três importantes fitopatógenos:
Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus e Penicillium citrinum Todas as linhagens
foram cedidas pelo Laboratório de microbiologia do Núcleo de Estudos, Pesquisa e
Processamento de Alimentos (NUEPPA), do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Piauí. O meio de cultura utilizado no experimento foi o Ágar
Batata Dextrose (BDA), da marca comercial Himedia®, sendo preparado conforme
instruções do fabricante.
A atividade antifúngica foi avaliada por meio da inibição do crescimento
micelial dos fitopatógenos de acordo com a metodologia proposta por Franzener et
48 MATERIAL E MÉTODOS
al., (2007). Os extratos aquosos foram incorporados ao meio de cultura BDA ainda
fundente (com temperatura aproximada de 100ºC) de modo a obter-se quatro
diferentes concentrações: 1, 2, 4 e 8 mg de extrato por mL de meio de cultura . Após
a solidificação do meio, um disco de micélio de 6 mm de diâmetro foi transferido de
uma cultura pura de sete dias para o centro da placa. A avaliação foi realizada por
meio de duas medições diametralmente opostas das colônias quando o controle
(BDA sem adição do extrato) atingiu o máximo de crescimento. O experimento foi
conduzido em triplicata de forma inteiramente casualizada.
4.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Neste trabalho os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão.
Para comparação das médias aritméticas, empregaram-se a análise de variância
(ANOVA) e o teste Tukey, usando o software Prisma 4.0 (GraphPad). Adotou-se o
nível de significância de 5% de probabilidade (p<0,05).
49 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
Os resultados da composição centesimal da polpa, semente e casca do noni
encontram-se dispostos na tabela 03, na qual se pode observar segundo os valores
para umidade, que a água é componente majoritário no noni, em todas as partes
estudadas. O valor da umidade no presente estudo foi de 88,36% ± 0,22; 68,65%
±1,03 e 86,49% ± 0,36 para polpa, semente e casca respectivamente. Resultados
semelhantes, para a polpa do noni, foram encontrados por Chan-Blanco et. al.,
(2006) e Corrêia (2010) que quantificaram 90% e 89,44%, respectivamente. O
conteúdo de cinzas variou 0,93% para a polpa e semente a 1,05% para a casca.
Tabela 03: Composição centesimal da polpa, semente e casca do noni (Morinda
citrifolia Linn.)
Constituintes Polpa (%) Semente (%) Casca (%)
Umidade 88,36 ± 0,22a 68,65 ± 1,03c 86,49 ± 0,36b
Cinzas 0,93 ± 0,03b 0,93 ± 0,26b 1,05 ± 0,13a
Proteína 2,24 ± 0,04a 2,64 ± 0,03a 2,23 ± 0,4a
Lipídeos 0,37 ± 0,01a 0,57 ± 0,01a 0,52± 0,07a
Carboidratos 8,37±0,43c 27,21±0,82a 9,70±0,55b
VET 45,77 124,53 52,40
Valores expressos em média ± desvio padrão, n=3 a,b,c
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nivel de 5%. VET:Valor energético total
Os resultados também demonstram que não houve diferenças significativas
nos valores de proteínas e lipídeos referentes às três partes do fruto analisadas. O
teor médio de proteína encontrado para a polpa do noni foi de 2,24% ± 0,04, valor
superior aos encontrados por Shovic e Whistler (2001) e Corrêia (2010), 0,4% e
50 RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,68%, respectivamente. Porém, semelhante ao encontrado por Chunhieng (2003),
2,5%. O teor de proteínas das distintas partes do noni está próximo aos de outras
frutas tripicais como tangerina (2,49%) e banana (2,69%), e superiores aos de
abacaxi (1,45%) e maracujá (0,67%) (GONDIM et al., 2005).
Marques et. al., (2008), estudando a composição centesimal da polpa e casca
da manga, encontraram para tal fruta valores inferiores de proteínas e lipídeos aos
encontrados para o noni, sendo que para polpa, os valores de proteínas foi de
0,44% e para casca de 1,24%, já o conteúdo de lipídeos para polpa e casca foi de
0,18% para polpa e 0,44% para casca.
Quanto ao teor de proteínas e lipídeos presentes na semente do noni, os
resultados encontrados foram inferiores aos da semente do maracujá, 12,57% de
proteínas e 28,12% de lipídeos, de acordo com Jorge et al.,(2009).
Ainda na tabela 01, observa-se que o valor energético total, equivalente a 100
g de amostra, para a polpa e casca forneceram cerca de 45,77 e 52,40 kcal,
respectivamente, valores inferiores aos encontrados para semente (124,53 kcal),
portanto a polpa do noni é considerado de baixo valor calórico.
5.2 VITAMINA C E CAROTENÓIDES
A tabela 04 apresenta os valores obtidos para vitamina C e carotenóides
totais das partes do noni (polpa, semente e casca). De acordo com essa tabela, os
teores de vitamina C da polpa (23,1mg/100g) foram significativamente (p<0,05)
maiores que o encontrado para as outras partes do noni, a semente apresentou o
menor conteúdo de vitamina C, com 1,36mg/100g.
Tabela 04: Teor de vitamina C e carotenóides da polpa, casca e semente do noni
(Morinda citrifolia Linn.) em mg/ 100g de amostra.
CONSTITUINTES POLPA CASCA SEMENTE
VITAMINA C
CAROTENÓIDES
23,1±0,1a
3,90 ±0,05a
10,55±0,34b
3,60±0,10b
1,36±0,14c
1,06±0,10c
Valores expressos em média ± desvio padrão, n=3 a,b,c
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nivel de 5%.
51 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diferentemente do valor de vitamina C determinado neste trabalho, Barros et
al., (2008) e Canuto et al., (2010), verificaram teores para a polpa do noni 105,3 e
51,2 mg/100g, valores. Tais discrepâncias nos teores de vitamina C encontrados nos
frutos podem estar relacionadas com o grau de maturação dos frutos analisados,
além da metodologia utilizada para quantificação. (Silva et al., 2009)
O teor de vitamina C da polpa e casca do noni é superior aos de frutas como:
açaí (10,1mg/100g), bacuri (0,2mg/100g), cajá (0,3mg/100g), cupuaçu (3,3mg/100g),
murici (0,3) e tamarindo (0,1mg/100g) (CANUTO et al., 2010).
Quanto ao conteúdo de carotenóides, não houve diferença estatística entre os
valores obtidos para a polpa (3,9 mg/100g) e casca (3,60mg/100g) do noni, porém,
ambos foram superiores ao teor de carotenóides obtidos na semente, que foi de
1,06mg/100g, valor este condizente com os obtidos de amêndoas e sementes
típicas do serrado brasileiro (CREPALDI et al., 2001).
Melo e Andrade (2010) avaliando os carotenóides totais do umbu maduro e
semi maduro, encontraram valores de 3,02 e 1,70 mg/100g respectivamente. Lima
(2008), encontrou para a polpa do pequi 7,25mg/100g enquanto para a semente um
valor de 0,295mg/100g.
5.3 FENÓLICOS TOTAIS
Os compostos fenólicos têm participação no sabor, na coloracão, na vida de
prateleira e na ação do produto como alimento funcional, notadamente
correlacionado com a capacidade antioxidante (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Na Tabela 05 estão ilustrados o conteúdo de fenólicos totais para os extratos
do noni, na qual pode-se averiguar que os extratos acetônicos da polpa, casca e
semente foram os que obtiveram melhores resultados na extração de fenólicos.
Dentre os resultados dispostos na tabela 04, constata-se que o extrato acetônico da
polpa foi o que teve um maior teor de fenólicos, 109,81mg/ 100g, diferente
estatisticamente (p<0,05) dos demais extratos. Chan-Blanco et al.,(2007) encontrou
no extrato aquoso da polpa de noni 51,1 mg/100g, nesse mesmo estudo foram ainda
identificados os compostos fenólicos rutina e a escopoletina como componentes
majoritários. Já Barros et al. (2008), encontraram valores superiores
(160,84mg/100g) ao deste estudo, para o extrato aquoso da polpa do noni.
52 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 05: Teores de fenólicos totais (expresso em equivalente de ácido gálico)
presente no extrato aquoso, etanólico e acetônico da polpa, casca e semente do
noni (Morinda citrifolia Linn.)
Extratos *Teores de fenólicos totais (mg/100g de amostra)
polpa casca semente
Aquoso 12,75 ± 0,26c 8,23±0,13c 2,91±0,47c
Etanólico 20,33 ± 1,37b 18,82±1,26b 11,22±1,63b
Acetônico 109,81±2,02a 76,01±6,36a 28,75±1,07a
* valores correspondem à média ± desvio padrão, n=3 a,b,c
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nivel de 5%.
ROESLER et al. (2007), analisando frutos do cerrado quanto ao conteúdo de
fenólicos presente em extrato etanólico e aquoso de cada fruta, obteve para os
extratos aquosos da polpa da banha de galinha (1,59mg/100g) valor inferior do
extrato aquoso do noni (Tabela 05) e para o araticum, 16,91mg/100g. Para o extrato
aquoso da semente da banha galinha, o teor de fenólicos foi um pouco superior ao
do extrato aquoso da semente do noni (2,91mg/ 100g).
Ainda de acordo com ROESLER et al. (2007), para o extrato etanólico da
banha galinha, foi encontrado para a polpa (4,68mg/ 100g), araticum
(20,31mg/100g) e para cagaita, valor de 18,31mg/100g, tanto para o extrato
etanólico da polpa como da casca. Pode-se inferir de acordo com esses resultados
que o extrato etanólico do noni possui teor considerável de fenólicos totais quando
comparados a frutos do cerrado.
5.4 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO
Neste estudo, foi determinada a atividade antioxidante in vitro utilizando-se
três métodos distintos. Os extratos utilizados foram os aquosos, etanólicos e
acetônicos para as três partes do fruto do noni: polpa, semente e casca.
53 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.4.1 Método β-caroteno/ ácido linoléico
Para a avaliação da atividade antioxidante dos extratos da polpa, semente e
casca do noni pelo método β-caroteno/ ácido linoléico, foram utilizados cinco tipos
de concentrações diferentes (25, 50, 100, 200, 400 ppm), de tal forma que a reação
dos antioxidantes das amostras e do BHT (padrão) reagissem com o sistema
emulsionado com conseqüente descréscimo na densidade óptica em intervalos de
tempo, durante 120 minutos.
A capacidade antioxidante dos extratos aquosos, etanólicos e acetônicos
estão demonstrados na Tabela 06. Pode-se aferir que os três extratos,
principalmente nas concentrações de 100, 200 e 400ppm, apresentaram boa
atividade em combater os peróxidos formados, comparados com o padrão BHT.
Observando a tabela 06, pode-se constatar que, relacionando as partes
(polpa, semente e casca) do noni, com seus respectivos percentuais de proteção, a
menor atividade foi conferida pela polpa, sendo a semente e casca as partes que
apresentaram melhores percentuais de proteção da oxidação.
Ainda na tabela 06, na concentração de 400ppm, o extrato aquoso da polpa
obteve 7,16% de proteção, 31,69% para o extrato alcoólico e 26,17% para o
acetônico, valores esses inferiores aos encontrados para a casca, que na mesma
concentração, obteve 17,80%, 54,36% e 58,36% para o extrato aquoso, etanólico e
acetônico, respectivamente. Esses valores não diferiram estatisticamente aos
obtidos para a semente, sendo 54,59% para o extrato alcoólico, 32,19% para o
aquoso e 50% para o acetônico.
Contudo, pode-se concluir que nas concentrações de 200 e 400 ppm, a
porcentagem de proteção foi estatisticamente maior para os extratos acetônicos e
etanólicos para todas as partes do noni, ficando a menor atividade antioxidante para
o extrato aquoso. Essas diferenças podem estar relacionadas com o fato de que os
teores de fenólicos nos extratos etanólicos e acetônicos foram estatisticamente
superiores aos encontrados para o extrato aquoso.
Lima (2008), avaliando a capacidade de proteção da polpa do pequi,
encontrou para o extrato alcoólico, na concentração de 200ppm, 18,3% de proteção,
valor este semelhante ao encontrado para o extrato alcoólico da polpa do noni
(17,74%).
54 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em uma pesquisa sobre o potencial antioxidante em vinhos de jabuticaba e
uva, pelo sistema β-caroteno/ ácido linoléico, Barros et al.(2010), encontraram
expressiva atividade antioxidante em todas as concentrações utilizadas, sendo seu
valor máximo de proteção na concentração de 200ppm. O vinho tinto de jabuticaba
obteve 57,7% de proteção e o vinho branco apresentou 65,9%, valores próximos ao
do padrão BHT(87,14%).
Jardini (2007), avaliando a atividade antioxidante em diferentes extratos da
polpa e sementes da romã, pelo teste de co-oxidação com β-caroteno/ ácido
linoléico, verificou para concentração de 200ppm, proteção de 6,18% para extrato
alcoólico da polpa e 14,46% para o da semente, valores significativamente menores
aos encontrados para o noni neste estudo (Tabela 06) para o extrato alcoólico da
polpa e semente.
Pelo mesmo método, Giada (2006) observou que, na concentração de 200
ppm, os extratos aquoso e alcoólico da semente de girassol apresentaram uma
proteção de 35,1 e 4,2%, respectivamente, após duas horas de ensaio.
A porcentagem de proteção conferida pelos extratos foi menor que o padrão
BHT (p< 0,05), porém os extratos etanólicos e acetônicos da casca e semente
superaram valores de proteção acima de 50%, o que confere a esses extratos
relativa atividade em inibir a oxidação.
55 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 06: Atividade antioxidante dos extratos aquoso, etanólico e acetônico da polpa,
casca e semente de noni (Morinda citrifolia Linn.), pelo método β-caroteno/ ácido linoléico.
Extratos
% inibição da oxidação
Concentração (ppm)
25 50 100 200 400
Aquoso
Polpa 5,45±0,98aB 6,13±0,99aC 6,65±1,62aB 6,70±1,19bB 7,16±0,40bB
Casca 8,71±0,30aB 11,23±1,10aB 13,36±1,39aA 17,56±17,56bA 17,80±0,68bA
Semente 15,10±0,71aA 29,46±0,39aA 30,52±0,69aA 30,48±1,28bA 32,19±1,38bA
Etanólico
Polpa 3,37±1,32aB 4,04±1,32bC 6,59±1,21abB 17,74±0,55aB 31,69±1,08aB
Casca 5,94±1,10aB 8,27±0,81bB 19,63±0,70abA 31,57±1,15aA 54,36±1,24aA
Semente 12,17±1,72aA 16,58±1,22bA 23,17±1,96abA 35,96±1,03aA 54,59±0,54aA
Acetônico
Polpa 1,46±0,29bB 2,03±0,55bC 4,05±0,77bB 13,12±1,14aB 26,17±1,53aB
Casca 3,16±0,33bB 7,75±0,79bB 16,59±0,91bA 35,51±1,05aA 58,36±0,69aA
Semente 5,35±1,51bA 8,38±0,78bA 10,88±1,45bA 28,07±1,45aA 50,00±1,85aA
BHT
43,13c 60,51c 75,53c 81,86c 87,56c
a,b,A,B,CMédias seguidas de mesma letra, nas colunas, não apresentam diferença estatística entre si pelo
teste de Tukey a 5%; letras minúsculas, entre extratos; letras maiúsculas, entre partes.
De acordo com a Tabela 07, os extratos do noni apresentaram valores
variados de EC50, isto é, quantidade de antioxidante capaz de reduzir pela metade os
radicais livres presentes na solução, sendo que quanto menor o EC50 maior será a
atividade antioxidante do extrato.
Pode-se observar na Tabela 07 que o extrato acetônico da casca (EC50 =
329,35 ppm), seguido pelo extrato etanólico da semente e casca apresentaram
melhor atividade antioxidante corroborando com o percentual de inibição observado
anteriormente (Tabela 06).
Tabela 07: Capacidade antioxidante (EC50 em ppm) dos extratos da polpa, semente
e casca do noni, utilizando o método β-caroteno/ ácido linoléico.
Extratos
EC50 em ppm
Polpa Semente Casca
Aquoso 11.148 677,44 1.814
Etanólico 633,58 329,35 329,35
Acetônico 751,97 399,71 329,35
56 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O coeficiente de correlação linear (r2) obtido para cada extrato, no intervalo de
concentração de 25-400 ppm, encontram-se dispostos na Tabela 08, observa-se que
houve correlação linear positiva para todos os extratos, apenas os extratos aquosos
obtiveram valores de r2 menores que 0,90.
Tabela 08: Coeficiente de correlação linear (r2) obtido dos extratos alcoólicos,
aquosos e acetônico da polpa, semente e casca do noni (Morinda citrifolia Linn) na
avaliação da atividade antioxidante pelo método do β-caroteno/ ácido linoléico.
Extrato
Concentração (ppm)
25-400
r2 obtido
Alcoólico polpa 0,987
Alcoólico semente 0,990
Alcoólico casca 0,988
Aquoso polpa 0,858
Aquoso semente 0,862
Aquoso casca 0,726
Acetônico polpa 0,992
Acetônico semente 0,990
Acetônico casca 0,985
A partir dos resultados obtidos, nas distintas concentrações testadas, pelo
ensaio β-caroteno/ ácido linoléico, pôde-se traçar a curva cinética de degradação do
β-caroteno e avaliar, a partir disso, a eficácia do antioxidante utilizado para a análise
em intervalos de tempo variáveis. As curvas cinéticas dos extratos aquosos,
etanólicos e acetônicos da polpa, casca e semente do noni estão dispostas nas
Figuras 10 a 12, demonstrando a crescente taxa de proteção acompanhada pelo
aumento das concentrações.
57 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 10: Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico e acetônico da polpa
do noni.
Figura 11: Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico e acetônico da casca do noni.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
25 50 100 200 400
Ext. acetônico
Ext. Etanólico
Ext. Aquoso
BHT
%d
ep
rote
ção
Concentração (μg/mL)
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
25 50 100 200 400
Ext. acetônico
Ext. Etanólico
Ext. Aquoso
BHT
Concentração (μg/mL)
% d
e p
rote
ção
58 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 12: Curva cinética do potencial antioxidante do extrato aquoso, etanólico e acetônico da semente do noni.
5.4.2 Atividade antioxidante utilizando o radical DPPH·
Na avaliação da atividade antioxidante por este método, as substâncias
antioxidantes presentes nos extratos reagem com o DPPH, que é um radical estável,
convertendo-o na sua forma reduzida 2,2-difenil-1-picril hidrazina. O grau de
descoloração vai indicar o potencial antioxidante de cada extrato, a habilidade do
antioxidante em seqüestrar radicais livres será inversamente proporcional ao valor
do EC50, que é a quantidade de antioxidante capaz de seqüestrar metade dos
radicais livres DPPH presentes em solução. Quanto menor o valor de EC50 , maior a
atividade do antioxidante, menor quantidade de extrato será necessária para reduzir
em 50% do radical livre DPPH.
Neste estudo, a capacidade em seqüestrar os radicais DPPH foi avaliada
utilizando concentrações distintas para cada extrato, variando de acordo com a
resposta antioxidante de cada um. Uma curva linear foi obtida entre a concentração
do antioxidante e o seqüestro do radical, calculando-se a partir disso, o EC50 de cada
extrato.
Na Tabela 09 encontra-se, para cada intervalo de concentração, o coeficiente
de correlação linear (r2) obtido para cada extrato, demonstrando uma boa linearidade
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
25 50 100 200 400
% d
e p
rote
ção
acetonico
etanolico
aquoso
BHT
59 RESULTADOS E DISCUSSÃO
na maioria dos extratos, com valores superiores a 0,90, com exceção dos extratos
acetônicos da semente e da casca, que apresentaram r2 um pouco inferior a 0,90.
Tabela 09: Coeficiente de correlação linear (r2) obtido dos extratos alcoólicos,
aquosos e acetônico da polpa, semente e casca do noni (Morinda citrifolia Linn). na
avaliação da atividade antioxidante pelo ensaio do radical DPPH• .
Extrato Concentração (μg/mL) r2 obtido
Alcoólico polpa 6,25-75 0,967
Alcoólico semente 100-800 0,986
Alcoólico casca 25-400 0,827
Aquoso polpa 600-1400 0,988
Aquoso semente 50-600 0,902
Aquoso casca 100-1200 0,900
Acetônico polpa 200-1200 0,961
Acetônico semente 50-600 0,766
Acetônico casca 50-400 0,788
Conforme disposto na Tabela 10, todos os extratos exibiram capacidade de
de seqüestro do radical DPPH, o extrato etanólico da polpa de noni foi o que
apresentou melhor atividade antioxidante, por varrer o radical com menor quantidade
de extrato, seguido pelo o extrato etanólico da casca, acetônico da casca e
acetônico da semente.
Lima (2008), avaliando a capacidade antioxidante do extrato etanólico da
polpa e amêndoa do pequi, pelo método DPPH, determinou valor de EC50 para a
polpa (820,37) menor que o encontrado para a o noni neste trabalho, 0,967. Roesler
et al.,(2007), avaliando a capacidade antioxidante de frutas do cerrado brasileiro,
encontrou valores de EC50 , para os extratos aquosos e etanólicos da polpa,
respectivamente, de 879,93ppm e 387,47ppm para cagaita, 1.321,93ppm e
148,82ppm para o araticum e 1328,98ppm e 182,16ppm para lobeira. Jorge et
al.,(2009), analisando o extrato etanólico da semente do maracujá, obtiveram EC50
de 113,41ppm.
60 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 10: Capacidade antioxidante, expresso em EC50 (μg/mL) dos extratos da
polpa, semente e casca do noni (Morinda citrifolia Linn) utilizando o radical livre
DPPH.
Extratos
EC50 em μg/mL
Polpa Semente Casca
Aquoso 1.401 739,67 598,9
Etanólico 40,98 498,77 103,02
Acetônico 507,50 108,19 105,79
Nas Figuras 13 a 21 pode-se visualizar a atividade antioxidante dos
extratos da polpa, casca e semente do noni, em distintas concentrações, nos tempos
de 2, 5, 10, 20 e 30 minutos. Percebe-se que os extratos possuem comportamento
diferenciado de acordo com a concentração usada nos testes, mas de uma forma
geral, o decaimento na absorbância é mais evidente nos primeiros cinco minutos de
reação, demonstrando que os extratos de noni possuem compostos antioxidantes de
ação rápida, característica importante para um bom extrato antioxidante.
Figura 13: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da polpa do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbân
cia
Tempo (minutos)
Controle
600 µg/mL
800 µg/mL
1000 µg/mL
1200µg/mL
1400 µg/mL
61 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 14: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da semente do noni.
Figura 15: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato aquoso da casca do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbân
cia
tempo (minutos)
Controle
50 µg/Ml
100 µg/mL
200 µg/mL
400µg/mL
600 µg/mL
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
ab
so
rbân
cia
tempo (minutos)
Controle
100 µg/mL
200 µg/mL
400 µg/mL
800µg/mL
1200µg/m
62 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 16: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da polpa do noni.
Figura 17: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da semente do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbân
cia
Tempo (minutos)
Controle
6,25 µg/mL
12,5 µg/mL
25 µg/mL
50µg/mL
75 µg/mL
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbâ
nc
ia
tempo (minutos)
Controle
50 µg/mL
100 µg/mL
200 µg/mL
400µg/mL
600 µg/mL
63 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 18: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato etanólico da casca do noni.
Figura 19: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da polpa do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30
Ab
so
rbân
cia
Tempo (minutos)
Controle
25 µg/Ml
50 µg/mL
75 µg/mL
100µg/mL
200 µg/mL
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbân
cia
tempo (minutos)
Controle
200 µg/Ml
400 µg/mL
800 µg/mL
1000µg/mL
1200 µg/mL
64 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 20: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da semente do noni.
Figura 21: Atividade antioxidante, pelo método DPPH, do extrato acetônico da casca do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30 35
Ab
so
rbân
cia
tempo (minutos)
Controle
50
100
200
400
600
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30
Ab
so
rbân
cia
tempo (minutos)
Controle
50
75
100
200
400
65 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.4.3 Atividade antioxidante pelo método ABTS·+
O resultado da avaliação da atividade antioxidante pelo método ABTS
geralmente é expressa como valor TEAC (Atividade Antioxidante Total Equivalente
ao Trolox), o qual é definido como a concentração de Trolox que apresenta o mesmo
percentual de inibição que uma concentração de 1mM do composto de referência.
Muitos trabalhos divergem quanto aos tempos usados para medir a reação. Tempos
mais longos são mais utilizados do que os tempos mais curtos, isso porque os
antioxidantes alimentares não reagem tão rapidamente com o radical, a medida em
um tempo muito curto poderia subestimar o valor de TEAC. Van Den Berg et
al.,(1999) explicam que o uso de tempos mais longos se justifica pelo fato de que
certos antioxidantes seguem uma reação bifásica frente ao radical ABTS, com uma
fase inicial rápida e outra fase considerada lenta.
Tabela 11: Capacidade Antioxidante Total (TEAC) dos extratos aquoso, alcoólico e
acetônico da polpa, casca e semente do noni (Morinda citrifolia Linn) pelo método
ABTS•+ expressos em mM de trolox/ g de amostra fresca,
Extratos
Valor de TEAC (mM trolox/g amostra fresca)
2 5 10 15 20 30
Alcoólico
Polpa 1,02±0,04b 1,07±0,04
b 1,12±0,04
b 1,13±0,57b 1,15±0,57b 1,17±0,00b
Semente 0,42±0,03de 0,46±0,06
c 0,52±0,04
e 0,55±0,05e 0,57±0,04e 0,60±0,05e
Casca 0,93±0,03c 0,96±0,04
b 1,00±0,04c 1,03±0,02c 1,05±0,02c 1,09±0,01c
Aquoso
Polpa 0,10±0,20g 0,17±0,01
d 0,22±0,00g 0,25±0,01f 0,27±0,01fg 0,29±0,01fg
Semente 0,17±0,00f 0,23±0,01
d 0,28±0,01f 0,31±0,01f 0,34±0,01f 0,37±0,01f
Casca 0,13±0,02fg 0,18±0,02d 0,23±0,03fg 0,25±0,02f 0,24±0,01g 0,27±0,01g
Acetônico
Polpa 1,33±0,03ª 1,44±0,03a 1,51±0,02ª 1,55±0,03ª 1,60±0,02ª 1,67±0,02ª
Semente 0,47±0,03d 0,54±0,06
c 0,62±0,05d 0,70±0,02d 0,74±0,02d 0,79±0,02d
Casca 0,51±0,04d 0,57±0,05
c 0,63±0,04d 0,67±0,06d 0,70±0,05d 0,74±0,05d
abc
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não apresentam diferença estatística entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Na Tabela 11 estão expressos os valores TEAC dos extratos de noni. O
extrato acetônico da polpa apresentou maior atividade antioxidante (p<0,05) em
66 RESULTADOS E DISCUSSÃO
todos os tempos, com TEAC variando de 1,33mM ± 0,03 no tempo 2 minutos a
1,67nM ± 0,03 no tempo de 60 minutos. Ao contrário de Jáurequi et al., (2007) que
quantificaram um TEAC de 3,48μmol/g de amostra.
Na Tabela 11, também pode ser visto que o extrato alcoólico da polpa e da
casca no tempo de 30 minutos apresentaram atividade antioxidante. Valores
próximos aos de frutos como pequi TEAC = 0,95mM/ g, (Lima, 2008) e superiores
aos de frutos como bacuri e cupuaçu, TEAC =0,6 (Canuto et al. 2010). Villaño et al.,
(2006) encontraram valores de TEAC de 1,98 mM/g para o ácido gálico; 1,01 mM/g
para o ácido caféico; 0,99 mM/g para a epicatequina; e 1,83 mM/g para a
procianidina B2. Demonstrando que os extratos alcoólicos da polpa e casca
apresentam atividade antioxidante comparável a padrões de ácidos fenólicos puros.
O extrato aquoso da casca polpa e semente apresentaram os menores
valores de TEAC e inferiores (p<0,05) em relação aos extratos alcoólicos e
acetônicos. Provavelmente os compostos antioxidantes presentes nesses extratos
possuam baixa reatividade com o radical ABTS. Por isso a importância da realização
da atividade antioxidante de matrizes alimentares por distintas metodologias. Villaño
et al., (2006), descrevem que mesmo padrões de ácidos fenólicos puros como os
ácidos siríngico, vanílico, p-cumárico e a procianidina B3 não possuem atividade
antioxidante com o radical ABTS.
Nas Figuras 23, 24 e 25 são visualizadas as curvas cinéticas da atividade
antioxidante dos extratos de noni de acordo com o tempo de reação. Percebe-se
que o padrão trolox reage rapidamente com os radicais livres e aos dois minutos já
estabiliza, enquanto os extratos mesmo reagindo com os radicais nos primeiros dois
minutos continuam a degradar após esse tempo até os 30 minutos de reação.
67 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 22: Curva cinética da atividade antioxidante de extratos alcoólicos da polpa,
casca e semente do noni.
Figura 23: Curva cinética da atividade antioxidante de extratos aquosos da polpa,
casca e semente do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 5 10 15 20 25 30 35
CONT
Al. POL
AL.CAS
AL.SEM
TROLOX
Ab
so
rbâ
nc
ia
Tempo (min)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 5 10 15 20 25 30 35
CONT
AQ.POL
AQ.CAS
AQ.SEM
TROLOX
Ab
so
rbân
cia
Tempo (min)
68 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 24: Curva cinética da atividade antioxidante de extratos acetônicos da polpa,
casca e semente do noni.
5.4.4 Atividade antifúngica
Para realização da atividade antifúngica, apenas o extrato aquoso foi utilizado
devido ao provável efeito inibidor que o extrato acetônico e etanólico poderiam
exercer sobre as cepas utilizadas. Os resultados dos testes de suceptibilidade dos
fitopatógenos Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus e Penicillium citrinum ao
extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni estão esquematizados nas
Tabela 10, 11 e 12. Nelas pode-se observar a porcentagem de inibição de cada
patógeno para o extrato aquoso de cada parte do noni.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 5 10 15 20 25 30 35
CONT
AC.POL
AC.CAS
AC.SEM
TROLOXAb
so
rbâ
nc
ia
Tempo (min)
69 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 12: Taxa de inibição do crescimento micelial de Aspergillus terreus sobre
ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni. em diferentes
concentrações.
Aspergillus terreus
Concentração (mg de extrato/ mL
de meio)
Média de crescimento micelial (cm)
Taxa de inibição (%)
POLPA
0,0 3,7 - 1,0 4,0 Sem atividade 2,0 3,7 Sem atividade 4,0 3,0 18,91
CASCA
0,0 3,7 - 1,0 3,65 1,35
2,0 3,45 6,75 4,0 2,6 29,72
SEMENTE
0,0 3,7 - 1,0 3,7 Sem atividade 2,0 3,6 2,70 4,0 3,2 13,5
De acordo com a Tabela 12, na concentração de 4 mg de extrato/ mL de
meio, o extrato aquoso da casca foi o que obteve maior taxa de inibição para
Aspergillus terreus, praticamente 30,00%, seguido pela polpa e semente. Em
concentrações menores, não houve inibição significativa do fitopatógeno.
Tabela 13: Taxa de inibição do crescimento micelial de Penicillium citrinum sobre
ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni. em diferentes
concentrações.
Penicillium citrinum
Concentração (mg de extrato/ mL
de meio)
Média de crescimento micelial (cm)
Taxa de inibição (%)
POLPA
0,0 2,3 - 2,0 2,0 Sem crescimento 4,0 2,0 13,04
8,0 1,8 21,73
CASCA
0,0 2,3 - 2,0 2,1 8,6 4,0 2,0 13,04
8,0 1,9 17,39
SEMENTE
0,0 2,3 - 2,0 2,1 4,34 4,0 2,2 8,6
8,0 2,0 13,04
Na Tabela 13, pode-se constatar que na concentração de 8mg/mL, os
extratos aquosos da polpa foram os que demonstraram maior taxa de inibição para
Penicillium citrinum, valor aproximado ao obtido pelo extrato aquoso da casca
70 RESULTADOS E DISCUSSÃO
(17,39%). A semente apresentou a menor taxa de inibição dentre os extratos
testados.
Tabela 14: Taxa de inibição do crescimento micelial de Aspergillus japonicus sobre
ação do extrato aquoso da polpa, casca e semente do noni. em diferentes
concentrações.
Aspergillus japonicus Concentração (mg de extrato/ mL
de meio)
Média de crescimento micelial (cm)
Taxa de inibição (%)
POLPA
0,0 8,5 -
2,0 6,2 27,05
4,0 6,1 28,23
8,0 5,5 35,29
CASCA
0,0 8,5 -
2,0 6,7 22,35
4,0 6,5 23,47
8,0 6,4 24,70
SEMENTE
0,0 8,5 -
2,0 7,0 17,64
4,0 6,8 19,62
8,0 5,7 32,94
A espécie Aspergillus japonicus foi a que apresentou maior sensibilidade aos
extratos aquosos do noni. A maior taxa de inibição foi para os extratos aquosos da
polpa e semente na concentração de 8mg/mL.
As taxas de inibição nas demais concentrações para Aspergillus terreus (1 e
2mg/L), Aspergillus japonicus (2 e 4mg/mL) e Penicillium citrinum (2 e 4mg/mL)
foram semelhantes para cada parte estudada, porém, relativamente inferiores à taxa
de inibição encontrada para as concentrações maiores, de 4mg/mL para Aspergillus
terreus e 8mg/mL para Penicillium citrinum e Aspergillus japonicus.
Martins et al. (2010), avaliando a capacidade antifúngica do extrato oleoso de
alho roxo (Allium sativum L.), observaram 100% de inibição dos fungos Aspergillus
níger e Penicillium spp. em concentrações de 0,07812% e 0,03906%,
respectivamente.
Chalfoun et al.(2004), mostram o efeito in vitro de óleos essenciais dos
condimentos alho, canela, cravo e tomilho testados em concentrações de 500, 1000,
1500 e 2000mg/mL e do óleo de cravo nas concentrações de 200, 400, 600 e
800mg/ml, sobre o desenvolvimento micelial dos fungos Penicillium spp., Aspergillus
níger, Eurotium repens, constataram uma inibição total do óleo de canela sobre os
71 RESULTADOS E DISCUSSÃO
fungos testados, os óleos de tomilho e alho tiveram o mesmo efeito nas
concentrações mais altas, o cravo inibiu o desenvolvimento dos fungos a partir da
concentração de 600mg/mL, exceto o fungo Penicillium spp. que foi verificado na
concentração de 800mg/mL.
O extrato aquoso da casca semente e polpa do noni mostraram relativa
atividade antifúngica para os fitopatógenos: Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus
e Penicillium citrinum, entretanto acredita-se que com uso de maiores concentrações
dos extratos serão obtidos maiores taxas de inibição desses fitopatógenos.
72 CONCLUSÕES
6. CONCLUSÕES
A polpa, casca e semente do noni possuem um alto teor de umidade, quantidade
significativas de carboidratos e proteínas e apenas quantidades traços de
lipídeos;
As distintas partes do noni apresentaram teores variáveis dos compostos
bioativos (vitamina C e carotenóides totais), a polpa se destacou como maior
fonte de vitamina C. Já com relação ao teor de carotenóides totais, tanto a polpa
como a casca se constituem em boas fontes desse nutriente;
Os teores de fenólicos totais presentes no noni, no extrato acetônico, foram
superiores aos encontrados nos outros extratos aquoso e etanólico, porém,
ambos obtiveram teores de fenólicos totais superiores aos encontrados para
muitas frutas típicas do serrado brasileiro;
Na avaliação da atividade antioxidante in vitro, todos os extratos apresentaram
expressiva atividade antioxidante, variando-se de acordo com a parte do noni e ou
extrato testado. Não houve uma relação direta entre a atividade antioxidante pelos
três métodos utilizados. No método do β-caroteno/ ácido linoléico a melhor
atividade antioxidante foram obtidos pelos extratos etanólicos e acetônicos da
casca e semente do noni, O extrato alcoólico da polpa teve uma maior atividade
antioxidante pelos ensaios DPPH e ABTS, neste ultimo método se destacou
também o extrato acetônico da polpa; Demonstrando que a polpa do Noni possui
elevada capacidade em combater os radicais livres de DPPH e ABTS.
A casca, polpa e semente do noni possuem capacidade antifúngica frente aos
fitopatógenos estudados (Aspergillus terreus, Aspergillus japonicus e Penicillium
citrinum), com melhor atividade inibitória para o fungo Aspergillus japonicus,
demonstrando que o extrato aquoso do noni pode ser uma alternativa para o
combate de pragas em plantas através da inibição dos referidos fitopatógenos e
uma substituição ao uso de pesticidas químicos.
73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMADO, M. A. In: Métodos Imunológicos na Detecção e Determinação de Aflatoxinas em Alimentos. Disponível em: <http://www.ipv.pt/millenium/Millenium26/26_21.htm>. Acesso em: jan. 2011. AMES, B.N., SHIGENAGA, M.K., HAGEN, T.M. Oxidants, antioxidants, and the degenerative diseases of aging. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, Washington DC, v.90, n.17, p.7915-7922, 1993. ANDERSON, D. Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and other damage. Mutation Research, Amsterdam, v.350, n.1, p.103-108, 1996. AOAC. Association of Official Analitical Chemists. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 11.ed. Washington, p.1115,1992. ARUOMA, O.I. Methodological considerations for characterizing potencial antioxidant actions of bioactive components in plant foods. Mutation Research. v. 9-20, p.523-524, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE VENDAS DIRETAS (ABEVD). Disponível em: http://www.abevd.org.br. Acesso em: 29 mar. 2011. ATKINSON, N. Antibacterial substances from flowering plants. Antibacterial activity of AZEVEDO, J. L. Fungos: Uma Introdução à Biologia, Bioquímica e Biotecnologia. São Paulo: Educs, p.512, 2004.. BALUNAS, M. J.; JONES, W. P.; CHIN, Y.; MI, Q.; FARNSWORTH, N. R.; SOEJARTO, D. D.; CORDELL, G. A.; SWANSON, S. M.;PEZZUTO, J. M.; CHAI, H.; KINGHORN, A. D. Relationships between inhibitory activity against a cancer cell line panel, profiles of plants collected, and compound classes isolated in an anticancer drug discovery project. Chemistry & Biodiversity, v. 3, p. 897 – 915, 2006. BARREIROS, A. L. B. S; DAVID, M. Estresse oxidativo: relação entre geração de
espécies retivas e defesa do organismo. Química Nova, v. 29, n.1, p.113-123, 2006.
74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, J. A. C; CAMPOS, R. M. M; MOREIRA, A. V. B. Atividade antioxidante em
vinhos de jabuticaba e de uva. Nutrire, São Paulo, v.35, n.1, p.73-83, 2010.
BARROS, S. P. N.; MAIA, G. A.; BRITO, E. S.; NETO, M. A. S.; SOUSA, J. A. Caracterizacao fisico-quimica da polpa de noni (Morinda citrifolia L.). Anais do XX Congresso Brasileiro de Fruticultura. 54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture. Vitoria/ES, 2008. BAUTISTA-BAÑOS, S.; HERMANDEZ L.,M.; BOSQUEZ-MOLINA, E.; WILSON, C.L. Effects of chitosan and plant extracts on growth of Colletotrichum gloeosporioides, anthracnose levels and quality of papaya fruit. Crop Protection. v. 22,p. 1087- 1092, 2003. BENASSI, M.T.; ANTUNES, A.J.A. Comparison of meta-phosphoric and oxalic acids as extractant solutions for the determination of vitamin C in selected vegetables. Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, v.31, n.4, p.507-513, 1988. BIANCHI, M.L.P; ANTUNES, L.M.G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Nutrire, v.12, n 2, p.123-30, 1999. BLOIS, M.S. Antioxidant determinations by the use of a stable free radical. Nature, v.181, n.4617 p.1199-1200, 1958. BOURGEOIS, C. M.; MESCLE, J. F.; ZUCCA, J. Microbiología Alimentaria: Aspectos microbiológicos de la seguridade y calalidad alimentaria. 1. ed. Zaragoza: Editorial ACRIBIA, S.A, 1994. BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Food Science and Technology Lebensmittel-Wissenschaft & Technologie, v. 28, n. 1, p. 25-30, 1995. BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M.E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel-Wissenschaft und-Technologie, London, v.28, n.1, p. 25-30, 1995.
BRAVO, L. Polyphenols: Chemistry, dietary sources, metabolism and nutritional significance. Nutrition Reviews, v.56, n.11, p.317-333, 1998.
75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANUTO, G. A. B; XAVIER, A. A. O; NEVES, L. C; BENASSI, M. T; Caracterização físico-química de polpas de frutos da Amazônia e sua correlação com a atividade anti-radical livre. Revista Brasileira de Fruticultura, v 32, n.4, Jaboticabal, Dez. 2010. CARAGAY, A.B. Cancer preventive foods and ingredients. Food Technology, Chicago, v.46, p.65-68, 1992. CERUTTI, P.A. Oxidant stress and carcinogenesis. European Journal of Clinical Investigation, Oxford, v.21, n.1, p.1-5, 1991. CERUTTI, P.A. Oxy-radicals and cancer. Lancet, London, v.344, n. 8926, p.862-863, 1994. CHALFOUN, S. M.; PEREIRA, M. C.; RESENDE, M. L. V.; ANGÉLICO, C. L.; SILVA, R. A. Effect of powdered spice treatments growth, sporulation and production of aflatoxin by toxigenic fungi. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 4, p. 856–862, jul./ago. 2004. CHAN-BLANCO, Y.; VAILLAN, F.; PEREZ, A. M.; REYNES, M.; BRILLOUET, J.; BRAT, P. The noni fruit (Morinda citrifolia L.): A review of agricultural research, nutritional and therapeutic properties. Journal of Food Composition Analysis, v. 19, n. 6-7, p. 645-654, sept./nov. 2006. CHAN-BLANCO, Y.; VAILLANT, F.; PEREZ, A. M.; BELLEVILLE, M.; ZUNIGA, C.; BRAT, P. The ripening and aging of noni fruits (Morinda citrifolia L.): microbiological flora and antioxidant compounds. Journal of the Science of Food and Agriculture., London, v. 87, n. 9, p. 1710-1716, Jul. 2007. CHITARRA, A. B.; CHITARRA, M. I. F. Pos-colheita de frutos e hortalicas: fisiologia e manuseio. 2.ed. Lavras: UFLA, 2005. 783p. ISBN: 85-87692-27-5. CHUNHIENG, T. Developpement de nouveaux neutraceutiques a partir de graines et fruits d’origine tropicale: application a la noix du Bresil Bertholettia excelsa et au fruit de Cambodge Morinda citrifolia. 2003. 181 f. These (Docteur es Procedes biotechnologiques et alimentaires) – Centro de Sciences, Universite de Nancy, France, 2003. COELHO NETO, R. A.; DHINGRA, O. D. Micotoxinas em grãos. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v.6, n.1, p.49-101, 1998.
76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊIA, A. A. S; Maceração enzimática da polpa de noni (Morinda citrifolia
L.). Fortaleza, 2010, 106p. Dissertação de mestrado – Universidade Federal do
Ceará.
CREPALDI, I. C; ALMEIDA – MURADIAN, L. B; PENTEADO, M. D. C; SALATINO,
A. Composição nutricional do fruto do licuri (Syagrus coronata Martius Becari).
Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.24, n.2, p. 155-159, 2001.
CROFT, K.D. The chemistry and biological effects of flavonoids and phenolic acids. Annals of the New York Academy of Science, New York, v.854, p.435-442, 1998. CUNICO, M. M., et al. Estudo da atividade antifúngica de Ottonia martiana Miq., Piperaceae: um teste in vivo. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 77-82. 2003. DI, MASCIO P; KAISER, S; SIES, S. Lycopene as the most efficiente biological carotenoid singlet oxygen quencher. Archives of Biochemistry and Biophysics, v.274, n 2, p 532-538, 1989. DONNELLY, J.K., ROBINSON, D.S. Invited review. Free radical in foods. Free Radical Research, Yverdon, v.22, n.2, p.147-176, 1995. Dried. Australian plants by rapid direct plate test. Journal of Experimental Biology & Medical Science, v. 34, n. 1, p. 17-26, 1956. DRÖGE, W. Free Radicals in the Physiological Control of Cell Function. Physiological Reviews. v.82, p.47-95, 2002. ELKINS, R. Noni (Morinda citrifolia) la hierba preciada del pacifico sur. Utah: Woodland Publishing, p.31, 1997. ELSAYED, N. M. Antioxidant mobilization in response to oxidative stress: a dynamic
environmental: nutritional interaction. Nutrition, v.17, p.828-834, 2001.
FERREIRA, A.L.A; MATSUBARA, L.S. Radicais Livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Revista da Associação Médica Brasileira, v.43, n.1, p.61-68, 1997.
77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANKEL, E.N; MEYER, A.S.The problems of using onedimensional methodsto evaluate multifunctional food and biological antioxidants. Journal Science Food Agriculture.Chichester, v.80, n.13, p.1925-1941, 2000. FRANZENER, G. et al. Atividades antibacteriana, antifúngica e indutora de fitoalexinas de hidrolatos de plantas medicinais. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 1, p. 29-38, jan./mar. 2007. FURUSAWA, E.; HIRAZUMI, A.; STORY, S.; JENSEN, J. Antitumor Potential of a Polysaccharide-rich Substance from the Fruit Juice of Morinda citrifolia (Noni) on Sarcoma 180. Phytotherapy Research, v. 17, n. 10, p. 1158-1164, 2003. GIADA, M. L. R. Avaliação da capacidade antioxidante dos compostos fenólicos do cotilédone da semente de girassol (Helianthus annuus L.) rajada. São Paulo, 2006. 206p. Tese de doutorado – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo. GONDIM, J. A. M; MOURA; M. F. V; DANTAS, A. S; MEDEIROS, R. L. S; SANTOS, K. M. Composição centesimal e de minerais em casca de frutas. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas, v.25, p.825-827, 2005.
HALLIWELL B., GUTTERIDGE J.M.C. Role of free radicals and catalytic metal ions in human disease: an overview. Methods in Enzymology, v. 186, p. 1-85, 1990. HALLIWELL, B. Free radicals and antioxidants: a personal view. Nutrition Reviews, New York, v.52, n.8, p.253-265, 1994. HALLIWELL, B. Free radicals and other reactive species in disease. In: Encyclopedia of Life Sciences. Nature Publishing Group, p. 1-7, 2001. HALLIWELL, B. Reactive oxygen species and the central nervous system. Journal Neurochemistry, v.59: p.1.609-23, 1992. HALLIWELL, B. Why and how should we measure oxidative DNA damage in nutritional studies? How far have we come? American Journal of Clinical Nutrition, v. 72, n. 5, p. 1082-1087, 2000. HALLIWELL, B., AESCHBACH, R., LÖLINGER, J., ARUOMA, O.I. The characterization on antioxidants. Food and Chemical Toxicology, Oxford, v.33, n.7, p.601-617, 1995.
78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J. M. C.; Free Radicals in Biology and Medicine, 3th ed., New York: Claredon Press; Oxford: Oxford University Press (Oxford Science Publications), p. 285, 293, 625, 1999. HANDELMAN, G.J. The evolving role of carotenoids in human biochemistry. Nutrition, v.17, n.10, p.818-822, 2001. HEINONEN, O.P., ALBANES, D., VIRTAMO, J., TAYLOR, P.R., HUTTUNEN, J.K., HARTMAN, A.M., HAAPAKOSKI, J., MALILA, N., RAUTALAHTI, M., RIPATTI, S., MAENPAA, H., TEERENHOVI, L., KOSS, L., VIROLAINEN, M., EDWARDS, B.K. Prostate cancer and supplementation with alpha-tocopherol and beta--carotene: incidence and mortality in controlled trial. Journal of the National Cancer Institute, Bethesda, v.90, n.6, p.440-446, 1998. HERCBERG, S., GALAN, P., PREZIOSI, P., ROUSSEL, A.M., ARNAUD, J., RICHARD, M.J., MALVY, D., PAULDAUPHIN, A., BRIANCON, S., FAVIER, A. Background and rationale behind the SU.VI. MAX study, a prevention trial using nutritional doses of a combination of antioxidant vitamins and minerals to reduce cardiovascular diseases and cancers. International Journal for Vitamins and Nutrition Research, Bern, v.68, n.1, p.3- 20, 1998. HUSAIN, S. R.; CILLARD, J.; CILLARD, P.; Hydroxyl radical scavenging activity of flavonoids. Phytochemistry, v.26, p.2489, 1987. IAL – Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para analises de alimentos. 4.ed. São Paulo: Instituto Aldolfo Lutz, p.1018, 2005. JACOB, R.A. The integrated antioxidant system. Nutrition Research, New York, v.15, n.5, p.755-766, 1995. JARDINI, F. A; MANCINI-FILHO, J. Avaliação da atividade antioxidante em
diferentes extratos da polpa e semente da romã (Punica granatum L.). Revista
Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.43, n.1, p.137-147, 2007.
JÁUREGUI, A. M. M; RAMOS-ESCUDEIRO, D. F; URETA, C. A. D; CASTAÑEDA,
B. C; Evaluación de la capacidade antioxidante y contenido de compuestos fenólicos
em recursos vegetables promisorios. Revista de La sociedad Química Del Peru, v.
23, n.3, p.142-149, 2007.
79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JENSEN, C. J.; WEST, B. J.; OGDEN, R.V.; STORY, S. P. A method for freeze
concentrating Morinda citrifolia. United States Patent, US 6855354 B2,
02/15/2005.
JESSUP, W.; KRITHARIDES, L.; STOCKER, R.; Lipid oxidation in atherogenesis: an overview. Biochemical Society Transactions, v. 32, p.134, 2004. JORGE, N; MALACRIDA, C. R; ANGELO, P. M; ANDREO, D. Composição centesimal e atividade antioxidante do extrato de sementes de maracujá (Passiflora edulis) em óleo de soja. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.39, n.4, p.380-385, 2009. KARAKAYA, S. Bioavailability of phenolic compounds. Critical Reviews in Food
Science and Nutrition, v.44, n.6, p. 453-464, 2004.
KAWASHIMA, L. M.; SOARES, L. M. V.; MASSAGUER, P. R. de. The development of an analytical method for two mycotoxins, patulin and verruculogen, and survey of their presence in commercial tomato pulp. Brazilian Journal of Microbiology, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 269-273, 2002. KIMATI, H., et al. Manual de fitopatologia: doenças de plantas cultivadas. v.2, São Paulo: Editora Agronômica Ceres Ltda, 1997. KING, A., YOUNG, G. Characteristics and occurrence of phenolic phytochemicals. Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v.99, n.2, p.213-218, 1999. KRINSKY, N.I; Carotenoids as antioxidants. Nutrition, v.17, p 815-817, 2001. LAMPE, J. W.; Health effects of vegetables and fruit: assessing mechanism of action in human experimental studies. American Journal of Clinical Nutrition, v. 70, p. 475, 1999. LI, R. W.; MYERS, S. P.; LEACH, D. N.; LIN, G. D.; LEACH, G. J. A cross-cultural study: anti-inflammatory activity of Australian and Chinese plants. Journal Ethnopharmacology, v. 85, n. 1, p. 25-32, 2003. LIMA, A. de Caracterização química, avaliação da atividade antioxidante in vitro e in vivo, e identificação dos compostos fenólicos presentes no pequi
80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(Caryocar brasiliense, Camb.). Tese (doutorado) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. São Paulo. p.182, 2008. LIU, F. Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice. Life Sciences, v.77, p.230-240, 2005. LIU, R.H. Whole grain phytochemicals and health. Journal of Cereal Science, v.46, p.207-219, 2007. LOUREIRO, A. P. M.; Di MASCIO, P.; MEDEIROS, M. H. G.; Formação de adutos exocíclicos com bases de dna: implicações em mutagênese e carcinogênese. Química Nova, V.25, p.777, 2002. LUBECK, W; HANNES, H. Noni el valioso tesoro de los mares del sur. Madrid: EDAF S. A., p.173, 2001. MANACH, C., DONOVAN, J. Pharmacokinetics and metabolism of dietary flavonoids in humans. Free radical Research. v. 38, n.8, p.771-785, 2004. MANACH, C., SCALBERT, A.; MORAND, C.; RÉMÉSY, C.; JIMENEZ, L.; Polyphenols: food sources and bioavailability. American Journal Clinical Nutrition. v 79, p 727-747, 2004. MARCO, G. A rapid method for evaluation of antioxidants. Journal of the American Oil Chemists´Society, v.48, p.91, 1971. MARQUES, A. P. S.; CHICAYBAM, G.; TARANTO, M.; MANHÃES, L. R. T. Comparação da composição centesimal da casca de manga Tommy (Mangifera indica L) e da casca de melancia (Citrullus lanatus) com suas respectivas polpas. Revista da Associação Brasileira de Nutrição, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 100-100, 2008. MARTINS, J. N; OLIVEIRA, S. P. A; SANTOS, D. C; OLOVEIRA, E. N. A; CASTELLÓN, R. E. R. Avaliação da capacidade antifúngica do extrato oleoso de alho roxo (Allium sativum L.). Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.5, n.4, p. 211-216, 2010. McCLATHEY, W. From Polynesian Healers to Health Food Stores: Changing Perspectives of Morinda citrifolia (Rubiaceae). Integrative Cancer Therapies, v.1, n. 2, p. 110-120, 2002.
81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELO, E. A; ANDRADE, R. A. M. S; Compostos bioativos e potencial antioxidante de frutos do umbuzeiro. Alimentos e Nutrição, v.21, n.3, p. 453-457, 2010. MILLER, H. E. Simplified method for evaluation of antioxidants. Journal of the American Oil Chemistis Society, v.48, n.2, p.91, 1971.
MILLER, H.E. A simplified method for the evaluation of antioxidant. Journal of the American Oil Chemists´Society, v.48, p.91, 1971. MILLER, N. J; RICE-EVANS, C; A; DAVIES, M. J; GOPINATHANN, V; MILNER, A. A novel method for measuring antioxidant capacity and its application to monitoring the antioxidant status in premature neonates. Clinical Science, v.84, p.407-412, 1993. MOREIRA M. R. , PONCE A. G., DEL VALLE C. E., ROURA S. I. Inhibitory parameters of essential Oils to reduce a foodborne pathogen. LWT - Food Science and Technology, v. 38,p. 565-570. 2004. MORRISSEY, P.A., SHEEHY, P.J.A., GAYNOR, P. Vitamin E. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.62, p.260-264, 1994. MYTLE N., ANDERSON G. L., DOYLE M.P., SMITH M.A. Antimicrobial activity of clove (Syzgium aromaticum) oil in inhibiting Listeria monocytogenes on chicken frankfurters. Food Control.v. 17, p. 102-107. feb 2004. NAWAR, W.W. Lipids. In: FENNEMA, O.R. (Ed.). Food Chemistry. 2.ed. New York: Marcel Dekker, p. 139-244, 1985. NAZK, M; SHAHIDI, F. Extractions and analysis of phenolics in food. The Journal of Chromatographic Science,v.1054, n.1-2,p.95-111, 2004. NELSON, S. C. Noni cultivation in Hawaii. Tropical Agriculture and Human Resources. Fruit and Nuts, Hawaii, v. 4, 2001. 4p. Disponível em: http://www.ctahr.hawaii.edu/oc/freepubs/pdf/F_N-4.pdf. Acesso em: 20 fev. 2011 NELSON, S. C; ELEVITCH, C. R. Noni: the complete guide for consumers and growers. Permanent Agriculture Resources, Holualoa-Hawaii, 2006. NIESS, A.M; DICKHUTH, H.H; NORTHOFF, H; FEHRENBACH, E; Free radicals and oxidative stress in exercise – immunological aspects. Exercise Immunology Review, v.5; p.22-56,1999.
82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NIKI, E., NOGUSHI, N., TSUCHIHASHI, H., GOTOH, N. Interaction among vitamin C, vitamin E, and b--carotene. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.62, n.6, p.1322-1326, 1995. OLSON, J.A. Carotenoids and human health. Archives Latino-American Nutrition. v. 49 (3 Suppl 1), p.7-11, 1999. PÉREZ-JIMÉNEZ, J.; SAURA-CALIXTO, F. Effect of solvent and certain food constituents on different antioxidant capacity assays. Food Research International, v.39, p.791-800, 2006. PIETTA, P.; Flavonoids as antioxidants. Journal of Natural Products, v.63, p.1035, 2000. POMPELLA, A. Biochemistry and histochemistry of oxidant stress and lipid peroxidation. International Journal of Vitamin and Nutrition Research, Bern, v.67,n.5, p.289-297, 1997. POOL-ZOBEL, B.L, B.U.B; A, MÜLLER, H; WOLLOWSKI, I; RECHKEMMER, G. Consumption of vegetables reduces genetic damage in humans: first results of a human intervention trial with carotenoid-rich foods. Carcinogenesis, v. 18, n 9, p.1847-50, 1997. POULSEN, H.E., PRIEME, H., LOFT, S. Role of oxidative DNA damage in cancer initiation and promotion. European Journal of Cancer Prevention, Oxford, v.7, n.1, p.9-16, 1998. POZZI, C. R. et al. Aspectos relacionados à ocorrência e mecanismo de ação de fumonisinas. Ciencia Rural, Santa Maria, v. 32, n. 5, p.901-907, 2002. PUTZKE, J.; PUTZKE, M. T. L. Glossário Ilustrado de Micologia. 1. ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004. RAO, A.; RAO, L. Carotenoids and human health. Pharmacology Research, v. 55, n. 3, p. 207-216, 2007. RAO, A.; SHEN, H. Effect of low dose lycopene intake on lycopene bioavaliability and oxidative stress. Nutrition Research., v. 22, n. 10, p. 1125-1131, 2002.
83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RATNAM, D.; ANKOLA, D.; BHARDWAJ, V; SAHANA, D.; KUMAR, M. Role of antioxidants in prophylaxis and therapy: A pharmaceutical perspective. Journal Control Release., v. 113, n. 2, p. 189-207, 2006. RAVEN P. H., EVERT, R.F., EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 5 ed. 728p. 1992. RE, R.; PELLEGRINI, N.; PROTEGGENTE, A.; PANNALA, A.; YANG, M.; RICEEVANS, C. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Radical Biology & Medicine, New York, v. 26, n. 9-10, p. 1231-1237, 1999. RIBÉREAU-GAYON, P. Les Composés Phénoliques dês Végétaux. Paris : Dunod, p. 254,1968. RICE-EVANS, C. A; MILLER, N. J; PAPANGA, G. Structure- antioxidant activity relationships of flavanoids and phenolics acids. Free Radical Research, v.33, p.59-66, 1999. RICE-EVANS, C.A. Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant status in vivo: procedures and limitations. Free Radical Biology and Medicine, v.20, p.933-956, 1996.
RODRIGUEZ, F. M.; PINEDO, D. M. Mito y realidad de Morinda citrifolia L. (noni). Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 9, n. 3, 2004. ROE, D.A. Effects of drugs on vitamins needs. Annals of the New York Academy Sciences, New York, v.669, p.156-163, 1992. ROESLER, R; MALTA, L. G; CARRASCO, L. C; HOLANDA, R. B; SOUSA, C. A. S;
PASTORE, G.M. Atividade antioxidante de frutas do serrado. Ciência e Tecnologia
dos Alimentos, v. 27, n.1, p. 53-60, 2007.
SÁNCHEZ-MORENO, C.; LARRAURI, J. A.; SAURA-CALIXTO, F. A procedure to measure the ant iradical ef f iciency of polyphenols. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 76, 1998. SANTURIO, J.M. Micotoxinas e Micotoxicoses na Avicultura. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v. 2, n. 1, p. 01-12, 2000.
84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCOT, C. N. Morinda citrifolia (noni) Rubiaceae (coffee family). Species Profiles for Pacific Island Agroforestry, Apr. 2006. SERRACARBASSA, P. D. Vitaminas antioxidantes na degeneração macular relacionada à idade. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v.69, n.2, p.443-445, 2006. SHAMI, N.; MOREIRA, E. Licopeno como agente antioxidante. Nutrire, v. 7, n. 2, p. 227-236, 2004. SHOVIC A.C; WHISTLER, W.A.. Food sources of provitamin A and vitamin C in the American Pacific. Tropical Science, v. 41(4), p.199-202, 2001. SIES H, STAHL W. Vitamins E and C, beta-carotene, and other carotenoids as antioxidants. American Journal of Clinical Nutrition, v.62, n 6, p 1315-2, 1995. SIES, H. Strategies of antioxidant defence. A review; European Journal of Biochemistry, Berlin, v.215, n.2, p.213-219, 1993. SILVA, C.R.M, NAVES, M.M.V. Suplementação de vitaminas na prevenção de câncer. Nutrire, v.14, n 2, p.135-43, 2001. SILVA, L. R. D; MEDEIROS, P. V. Q. D.; LEITE, G. A.; SILVA , K. J. P.; MENDONCA, V.; SOUSA, J. A. D.; SILVA, M. S. Caracterizção fisico-quimica do fruto de Noni (Morinda citrifolia L.). Disponivel em: http:sengepb.com.brsitewpcontentuploads200912t024. pdf.pdf]. Acesso em: 05 fev. 2011. SOARES, S. E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Revista de Nutrição da PUCCAMP, v.15, n.1, p. 71-81, 2002.
STAHL, W; SIES, H. Carotenoids: occurrence, biochemical activities, and bioavailability. In: Packer, L; Hiramatsu, M; Yoshikawa, T. Antioxidant food suplements in human health. San Diego: Academic Press; p.183-98, 1999. SWAIN, T; HILLS, W. E. The phenolic constituent of Punnus domestica. I-
quantitative analysis of phenolic constituents. Journal of the Science of Food and
Agriculture, v.19, p.63-69, 1959.
85 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
THOMAS, S. R.; STOCKER, R.; Free Radical in Biology and Medicine, v.28, p.1795, 2000. VALKO, M; LEIBFRITZ, D; MONCOL, J; CRONIC, M. T. D; MILAN, M; TELSER, J. Free radicals and antioxidants in normal physiological functions and human disease. International Journal of Biochemistry and Cell Biology, v.39 (1), p.44-84, 2007. VAN DEN BERG, R; HAENEN, G. R. M. M; VAN DEN BERG, H; BAST, A. Aplicabilitity of an improved trolox equivalent antioxidant capacity (TEAC) assay for evaluation of antioxidant capacity measurements of mixtures. Food Chemistry, v.66, p. 511, 1999. VARANDA, E. A. Atividade mutagênica de plantas medicinais. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, p.1-7, 2006. VEIGA, R. F. A.; BARBOSA, W.; HIROCE, R.; MENDACOLLI, S. L. J.; TOMBOLATO, A. F. C.; COSTA, A. A. Noni: Frutifera medicinal em introdução e aclimatação no Brasil. O Agronômico, Campinas, v. 57, n. 1, p.20-21, 2005. VILLAÑO, D.; FERNANDEZ-PCHÓN, M.S.; TRONCOSO, A.M.; GARCIA-PARRILLA, M.C. influence of enological practices on the antioxidant activity of wines, Food Chemistry, v. 95, p. 394-404, 2006. WANG, M. Y.; WEST, B.; JENSEN, C. J.; NOWICKI, D.; SU, C., PALU, A. K., ANDERSON, G. Morinda citrifolia (Noni): A literature review and recent advances in Noni research. Acta Pharmacologica Sinica. USA, v. 23, n. 12, p. 1127-1141, 2002. WANG, M.; KIKUZAKI, H.; CSISZAR, K., BOYD, C. D.; MAUNAKEA, A.; FONG, S. F. T.; GHAI, G.; ROSEN, R. T.; NAKATANI, N.; Ho, C. Novel trisaccharide fatty acid Ester identified from the fruits of Morinda citrifolia (Noni). Journal of Agricultural and Food Chemistry., v. 47, p. 4880-4882, 1999. WANG, M; SU, C. Cancer preventive effect of Morinda citrifolia (Noni). Annals of the New York Academy of Sciences, v. 952, p.161-168, 2001. WEBER, P., BENDICH, A., SCHALCH, W. Vitamin C and human health: a review of recent data relevant to human requirements. International Journal for Vitamin and Nutrition Research, Bern, v.66, n.1, p.19-30, 1996.
86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WILSON, C. L.; SOLAR, J. M.; EL GHAOUTH, A.; WISNIEWSKI, M. E. Rapid evaluation of plant extracts and essential oils for antifungal activity against Botrytis cinerea. Plant Disease, St. Paul, v.81, p.204-210, 1997. WITZUM, J.L. The oxidative hypothesis of atherosclerosis. Lancet, London, v.344, n.8926, p.793-795, 1994. YOUNOS, C.; ROLLAND, A.; FLEURENTIN, J.; LANHERS, M. C.; MISSLIN, R.; MORTIER, F. Analgesic and behavioral effects of Morinda citrifolia. Planta Medica, v. 56, n. 5, p. 430-434, 1990. YU, T-W., ANDERSON, D. Reactive oxygen species induced DNA damage and its modification: a chemical investigation. Mutation Research, Amsterdam, v.379, n.2, p.201-210, 1997. ZIN, Z. M.; ABDUL-HAMID, A.; OSMAN, A. Antioxidative activity of extracts from Mengkudu (Morinda citrifolia L.) root, fruit and leaf. Food Chemistry, v. 78, n. 2, p. 227–231, aug. 2002.