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I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento III Reunião de Avaliação dos Programas de Formação de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28) para o setor Petróleo e Gás da UFPE PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS EM GASODUTOS URBANOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Sobral, M. C. 1 , Rêgo Silva, J. J. 2 , Rosso, R. U. 3 , Figueiredo, R.C.B. 4 , Menezes, J. R. R. 5 , Crecencio, B. G. 6 . 1 Doutora, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected] 2 Doutor, Departamento de Engenharia Civil da UFPE,Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected] 3 Engenheiro, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected] 4 Mestre, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected] 5 Mestrando, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected] 6 Mestrando, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, Recife/PE. CEP 55.740-530 , [email protected] Resumo: A demanda por gás natural tem aumentado significativamente no Brasil. No Estado de Pernambuco, que apresenta grande expectativa de consumo, encontram-se diversas obras estruturadoras para o avanço do gás natu- ral, inclusive a construção de ramais de distribuição para áreas industriais, comerciais e residenciais na Região Metropolitana do Recife (RMR). Este artigo tem como objetivo abordar aspectos relevantes à necessidade do con- trole de riscos ambientais em gasodutos urbanos da RMR. O processo de construção de gasodutos é apresentado, comentando-se seus possíveis impactos ambientais e discutindo-se algumas medidas mitigadoras. O processo de licenciamento da construção e operação da rede de distribuição de gás natural na RMR é também discutido, apresentando-se propostas para sua melhor adequação. Espera-se com este trabalho contribuir para a gestão ambi- ental eficaz e responsável na construção e operação de gasodutos. Abstract: Demand for natural gas has increased significantly in Brazil. In the State of Pernambuco, which has great expectations of consumption, several structuring works for advancement of natural gas are being conducted, including the construction of distribution lines for industrial, commercial and residential areas in the Metropolitan Region of Recife (RMR). This article aims to address issues relevant to the need of controlling environmental risks in urban pipelines at RMR. The process of construction of gas pipelines is presented, commenting their possible environmental impacts and some mitigating measures. The licensing process for the construction and operation of the distribution network of natural gas in RMR is also discussed, presenting proposals to its better adequacy. It is hoped this work contribute to the effective and responsible environmental management in the construction and op- eration of pipelines. Palavras-Chave: Construção de gasodutos, sistema de distribuição de gás natural, impactos ambientais, gás natural. 1. INTRODUÇÃO À medida que um país cresce e se desenvolve, au- menta também a sua demanda por energia e combustí- veis. A procura por novas fontes alternativas de energia está, portanto estrategicamente associada ao crescimen- to e desenvolvimento das nações. Atender esta deman- da de forma a preservar a sustentabilidade econômica, social e ambiental consiste um dos grandes desafios mundiais atuais, principalmente para os países em de- senvolvimento, como o Brasil. O gás natural, por apresentar baixos teores de conta- minantes, é, comparativamente, considerado como o combustível mais adequado em relação à questão da poluição ambiental, cada vez mais se consolidando como fonte alternativa de energia. Tecnologias recentes contribuem para o aumento da eficiência e produtivida- de do gás natural, e novos campos de produção são descobertos e explorados em diversos países, inclusive no Brasil, o que tende a demonstrar a viabilidade técni- ca e econômica do gás. No Brasil a distribuição de gás natural surge como forte indutora de desenvolvimento econômico do país, com grandes perspectivas de con- sumo na co-geração de calor e energia elétrica, na in- dústria, no comércio, em domicílios e em veículos au- tomotivos, seguindo a tendência internacional. O meio considerado mais viável, eficiente e seguro de transportar o gás natural é através de gasodutos sub- terrâneos. Milhares de quilômetros de dutos enterrados, para distribuição de gás ou óleo, estão sendo construí- dos, em expansão, reposição ou estão previstos em fase de elaboração de projeto em todo o mundo e represen- tam atualmente uma significativa parcela das atividades de construção [Tubb, 2002]. O Brasil aparece entre os países com grandes projetos de distribuição de gás a exemplo dos Estados Unidos da América, Reino Unido, Espanha, Emirados Árabes Unidos e outros [Pipeline, 2001].

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  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Formao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

    PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS

    EM GASODUTOS URBANOS NA REGIO METROPOLITANA DO RECIFE

    Sobral, M. C.1, Rgo Silva, J. J.2, Rosso, R. U. 3, Figueiredo, R.C.B.4, Menezes, J. R. R.5, Crecencio, B. G.6.

    1 Doutora, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected]

    2Doutor, Departamento de Engenharia Civil da UFPE,Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected]

    3 Engenheiro, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected]

    4Mestre, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected]

    5 Mestrando, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530, [email protected]

    6 Mestrando, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Rua Acadmico Hlio Ramos, s/n, Cidade Universitria, Recife/PE. CEP 55.740-530 , [email protected]

    Resumo: A demanda por gs natural tem aumentado significativamente no Brasil. No Estado de Pernambuco, que

    apresenta grande expectativa de consumo, encontram-se diversas obras estruturadoras para o avano do gs natu-

    ral, inclusive a construo de ramais de distribuio para reas industriais, comerciais e residenciais na Regio

    Metropolitana do Recife (RMR). Este artigo tem como objetivo abordar aspectos relevantes necessidade do con-

    trole de riscos ambientais em gasodutos urbanos da RMR. O processo de construo de gasodutos apresentado,

    comentando-se seus possveis impactos ambientais e discutindo-se algumas medidas mitigadoras. O processo de

    licenciamento da construo e operao da rede de distribuio de gs natural na RMR tambm discutido,

    apresentando-se propostas para sua melhor adequao. Espera-se com este trabalho contribuir para a gesto ambi-

    ental eficaz e responsvel na construo e operao de gasodutos.

    Abstract: Demand for natural gas has increased significantly in Brazil. In the State of Pernambuco, which has

    great expectations of consumption, several structuring works for advancement of natural gas are being conducted,

    including the construction of distribution lines for industrial, commercial and residential areas in the Metropolitan

    Region of Recife (RMR). This article aims to address issues relevant to the need of controlling environmental risks

    in urban pipelines at RMR. The process of construction of gas pipelines is presented, commenting their possible

    environmental impacts and some mitigating measures. The licensing process for the construction and operation of

    the distribution network of natural gas in RMR is also discussed, presenting proposals to its better adequacy. It is

    hoped this work contribute to the effective and responsible environmental management in the construction and op-

    eration of pipelines.

    Palavras-Chave: Construo de gasodutos, sistema de distribuio de gs natural, impactos ambientais, gs natural.

    1. INTRODUO

    medida que um pas cresce e se desenvolve, au-

    menta tambm a sua demanda por energia e combust-

    veis. A procura por novas fontes alternativas de energia

    est, portanto estrategicamente associada ao crescimen-

    to e desenvolvimento das naes. Atender esta deman-

    da de forma a preservar a sustentabilidade econmica,

    social e ambiental consiste um dos grandes desafios

    mundiais atuais, principalmente para os pases em de-

    senvolvimento, como o Brasil.

    O gs natural, por apresentar baixos teores de conta-

    minantes, , comparativamente, considerado como o

    combustvel mais adequado em relao questo da

    poluio ambiental, cada vez mais se consolidando

    como fonte alternativa de energia. Tecnologias recentes

    contribuem para o aumento da eficincia e produtivida-

    de do gs natural, e novos campos de produo so

    descobertos e explorados em diversos pases, inclusive

    no Brasil, o que tende a demonstrar a viabilidade tcni-

    ca e econmica do gs. No Brasil a distribuio de gs

    natural surge como forte indutora de desenvolvimento

    econmico do pas, com grandes perspectivas de con-

    sumo na co-gerao de calor e energia eltrica, na in-

    dstria, no comrcio, em domiclios e em veculos au-

    tomotivos, seguindo a tendncia internacional.

    O meio considerado mais vivel, eficiente e seguro

    de transportar o gs natural atravs de gasodutos sub-

    terrneos. Milhares de quilmetros de dutos enterrados,

    para distribuio de gs ou leo, esto sendo constru-

    dos, em expanso, reposio ou esto previstos em fase

    de elaborao de projeto em todo o mundo e represen-

    tam atualmente uma significativa parcela das atividades

    de construo [Tubb, 2002]. O Brasil aparece entre os

    pases com grandes projetos de distribuio de gs a

    exemplo dos Estados Unidos da Amrica, Reino Unido,

    Espanha, Emirados rabes Unidos e outros [Pipeline,

    2001].

  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Formao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

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    A dimenso dos projetos de gasodutos no Brasil co-

    mea a ocupar posio de destaque na indstria da

    construo. No Estado de Pernambuco, por exemplo,

    lder na Regio Nordeste em consumo de gs natural

    veicula (GNV), e com a estimativa de triplicar o con-

    sumo de gs natural com a entrada em funcionamento

    da termoeltrica TERMOPERNAMBUCO, encontram-

    se diversas obras estruturadoras para o avano do gs

    natural no estado, inclusive a construo de ramais de

    distribuio para reas industriais, comerciais e resi-

    denciais na Regio Metropolitana do Recife (RMR).

    No mbito da Regio Metropolitana do Recife, entre-

    tanto, algumas dificuldades tm surgido no processo de

    licenciamento da construo, retardando a operao dos

    gasodutos. A pouca disseminao das tcnicas de exe-

    cuo e inspeo de servio, a inexistncia ou inade-

    quao de legislao especfica, a falta de experincia

    dos rgos pblicos envolvidos nos processos de apro-

    vao e licenciamento das obras, a ausncia de proce-

    dimentos padronizados para fiscalizao de gasodutos

    em operao, em especial em postos de abastecimento

    de GNV, os riscos e impactos ambientais ainda pouco

    conhecidos e o desconhecimento e medo por parte dos

    habitantes prximos da rede de distribuio so alguns

    exemplos de motivos geradores destes problemas.

    O exemplo da RMR no representa um problema

    pontual. O desenvolvimento tcnico associado s exi-

    gncias da sociedade contempornea requer constantes

    adequaes s polticas de desenvolvimento em escala

    mundial. Problemas similares devero surgir em outras

    regies medida que o consumo do gs natural se ex-

    panda, como a perspectiva no Nordeste do Brasil e

    onde o gs natural ainda pouco conhecido. O desafio

    consiste em atender as atuais necessidades de fontes

    alternativas de energia promovendo o desenvolvimento

    sustentvel do pas, considerando as suas dimenses

    econmicas, sociais e ambientais, sempre mais exigen-

    tes. Os setores pblico e privado no podem se eximir

    de suas responsabilidades sociais e ambientais.

    Neste contexto, este trabalho procura discutir o con-

    trole de riscos ambientais em redes de distribuio de

    gs, adotando o conceito, aceito internacionalmente, de

    desenvolvimento sustentvel como um modelo de de-

    senvolvimento que atende as necessidades do presente

    sem comprometer a possibilidade de geraes futuras

    atenderem suas prprias necessidades (Conferncias

    das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desen-

    volvimento, Rio 1992), onde no h coerncia no de-

    senvolvimento econmico as custas da degradao am-

    biental e da excluso de qualquer parte da sociedade.

    Toma-se como referncia a Regio Metropolitana do

    Recife (RMR), procurando observar os possveis im-

    pactos ambientais e os aspectos legais no processo de

    gasodutos urbanos. Algumas medidas mitigadoras dos

    impactos ambientais so propostas, discutindo-se tam-

    bm o processo de licenciamento dos gasodutos na

    RMR. Os resultados deste trabalho podero contribuir para o

    incio do desenvolvimento de um sistema integrado de gesto,

    no qual os aspectos de qualidade e do meio ambiente, basea-

    dos nos requisitos das normas NBR ISO 9001 e NBR ISO

    14001, sejam considerados nas fases de concepo, con-

    struo, operao e manuteno do sistema de distribuio de

    gs.

    2. GS NATURAL CONFIANA NO SISTEMA DE DISTRIBUIO

    O gs natural, alm de menos poluente, apresenta

    vasta aplicao como combustvel industrial, comerci-

    al, residencial e automotivo ou no processo de co-

    gerao de energia eltrica podendo ser usado na clima-

    tizao ambiental, caldeiras, foges, chuveiros, lavado-

    ras e secadoras de roupa, entre outros. Admite-se ainda

    que o gs natural contribui para o aumento da vida til

    de equipamentos em virtude de conter baixo teor de

    gases cidos e compostos de enxofre. Estas vantagens

    associadas perspectiva de grandes reservatrios brasi-

    leiros e de preo competitivo, fazem aumentar cada vez

    mais a expectativa de consumo do gs natural.

    No Brasil, atribui-se o uso ainda restrito do gs natu-

    ral a sua baixa disponibilidade e a conseqente falta de

    hbito de utilizao. Entretanto, para o aumento do

    consumo do gs natural em larga escala, de forma con-

    solidada e eficiente, necessrio levar confiana po-

    pulao no sistema de distribuio de gs. Esta afirma-

    o fica evidente no Relatrio de Impacto no Meio

    Ambienta (RIMA) [NE Consulte, 2002], elaborado

    para a variante do gasoduto Guamar-Cabo em Per-

    nambuco, que relata o receio da populao prxima ao

    gasoduto quanto ao risco representado pelo empreen-

    dimento, desejando a sua relocao.

    O sistema de distribuio de gs natural requer que

    seja dada nfase preveno dos riscos, j que a ocor-

    rncia de vazamentos pode desencadear exploso e/ou

    incndio [Jo e Ahn, 2002]. De acordo com o Washing-

    ton Utilities and Transportation Comission, Pipeline

    Safety Section [Washinton, 2003], as cinco maiores

    causas de vazamentos de gs natural em dutos so:

    escavaes realizadas por terceiros; corroso; defeitos de construo; defeitos de materiais; e foras externas (terremotos, congelamento, etc). No do conhecimento dos autores a existncia da

    compilao destes dados no Brasil, todavia acredita-se

    que as tubulaes tambm sofram efeitos da variao

    de presso e das aes do trfego de veculos, aumen-

    tando, potencialmente, a possibilidade de danos e aci-

    dentes no sistema de distribuio de gs [Rangel,

    2002].

    Diversos acidentes envolvendo a distribuio de gs

    natural so citados nos meios de comunicao [7,8].

    Entre os acidentes mais significativos est o ocorrido

    em Agosto de 2000, nos Estados Unidos da Amrica,

    quando o gasoduto da El Paso explodiu matando 11

    pessoas. A investigao deste acidente mostrou que,

    aps 48 anos de uso, as inspees feitas ao longo deste

    tempo no foram adequadas, pois no mostraram o alto

    grau de corroso em que o duto se encontrava.

  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Fomao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

    Pela composio do gs natural e pelo histrico dos

    acidentes, fica claro que o foco das aes para prevenir

    acidentes esta centrado nos seguintes vetores:

    normas rgidas de construo, que permitam o ras-treamento dos servios executados, tanto na fase

    de construo como na de operao;

    diretrizes (legislao) que permitam um maior con-trole sobre o uso do solo, evitando desta forma es-

    cavaes e construes na rea de domnio (servi-

    do) dos gasodutos; e

    exigncias rgidas no tocante s inspees dos du-tos existentes e capacidades de transporte dos

    mesmos.

    3. CONSTRUO DE GASODUTOS

    No mbito deste trabalho entende-se por construo

    de gasodutos o conjunto de atividades de colocao e

    montagem da tubulao, enterrada ou no, destinada a

    composio do sistema de transporte de gs canalizado

    para consumo. O processo de construo concludo

    com a entrada em funcionamento do gasoduto, inserin-

    do-o no sistema de distribuio de gs. A partir da

    inicia-se a fase de operao do gasoduto. A construo de gasodutos consiste em uma ativida-

    de fundamental criao da infra-estrutura necessria ao desenvolvimento econmico do pas. Entretanto, as exigncias atuais de desenvolvimento sustentvel obri-gam a insero desta atividade no contexto tambm social e ambiental, devendo ser considerada a influn-cia de todos os aspectos dos ambientes macro e micro.

    A partir do processo de construo de gasodutos,

    tendo como referncia as atividades executadas na re-

    gio metropolitana do Recife, procura-se identificar

    alguns dos possveis impactos ambientais decorrentes

    das atividades envolvidas, no contexto do macro ambi-

    ente e com nfase no meio ambiente natural.

    Em seguida, so comentados alguns aspectos legais

    referentes construo de gasodutos e apresentado o

    quadro geral do atual processo de aprovao e licenci-

    amento das obras de construo de gasodutos no muni-

    cpio do Recife.

    A caracterizao do processo construtivo e a identifi-

    cao de seus impactos ambientais devero contribuir

    para a concepo de um Sistema Integrado de Gesto

    da Qualidade e do Meio Ambiente, bem como para a

    regulao do processo de construo e operao de

    gasodutos na regio metropolitana do Recife.

    3.1 Enfoque ambiental

    possvel antever alguns dos possveis impactos

    ambientais decorrentes do processo de construo de

    gasodutos que envolve as etapas de: preparao do tra-

    jeto; abertura da vala; soldagem da tubulao; coloca-

    o da tubulao; fechamento da vala; teste hidrostti-

    co, limpeza e secagem da tubulao; recomposio da

    superfcie e sinalizao; e, construo de ERP, interli-

    gao ao sistema de distribuio e operao do gasodu-

    to.

    A correta interpretao destes impactos ser de

    grande importncia para a concepo e desenvolvimen-

    to de um Sistema de Gesto Ambiental, com base no

    modelo ISO 14.000, aplicado a esta atividade.

    Alguns dos possveis impactos ambientais nos meios

    fsico, biolgico e scio-econmico, originados do pro-

    cesso de construo de gasodutos, so:

    i. ASSOREAMENTO DE CURSOS DGUA As escavaes para abertura das valas para colocao

    da tubulao podem resultar em assoreamento e obstru-

    o dos cursos naturais de gua. A retirada da cobertura

    vegetal pode dar inicio a processos erosivos, contribu-

    indo para o agravamento do assoreamento.

    ii. GERAO DE RESDUOS O material retirado durante a execuo das valas

    constitui o maior volume de resduos na construo. A

    destinao inadequada dos resduos de cosnturo pode

    gerar assoreamento de cursos dgua, alterao de e-cossistemas, alm de outros desequilbrios ambientais.

    iii. ALTERAO DAS CARACTERSTICAS FSICAS E QU-MICAS DO SOLO/SUBSOLO

    Os trabalhos de abertura e fechamento das valas alte-

    ram a estrutura fsica natural da do solo. As caracters-

    ticas qumicas do solo podem ser alteradas em funo

    de contaminao decorrente do descarte inadequado

    dos resduos slidos e lquidos.

    iv. GERAO DE RUDOS A operao de mquinas a principal fonte dos ru-

    dos durante a execuo do gasoduto. Outros impactos

    sonoros significativos decorrem da utilizao de explo-

    sivos para desmonte de rochas, caso necessrio, na a-

    bertura da vala.

    v. ALTERAO DA QUALIDADE DA GUA SUPERFICIAL E PROFUNDA

    Este impacto significativo nas reas de travessia de

    cursos dgua. Processos erosivos e assoreamentos po-dero alterar a qualidade da gua superficial. Os recur-

    sos hdricos subterrneos podero ser alterados no caso

    de perfurao horizontal a profundidades mais eleva-

    das.

    vi. ALTERAO DA QUALIDADE DO AR As principais alteraes na qualidade do ar consistem

    na quantidade de material particulado em suspenso,

    gases e fumaas.

    vii. INSTABILIDADE DE ENCOSTAS A retirada da vegetao superficial e a escavao em

    encostas pode originar processos erosivos que, agrava-

    dos em decorrncia da declividade e caractersticas do

    solo, podem resultar na instabilidade dos taludes.

    viii. ALTERAO DOS ECOSSISTEMAS A travessia de regies de matas florestais, mangues,

    rios ou audes podem alterar a fauna e flora locais e

    prejudicar o equilbrio do ecossistema existente. Alm

    da construo do gasoduto, a movimentao de pesso-

    as e veculos pode contribuir para esta perturbao.

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    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

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    ix. INTERFERNCIA NO COTIDIANO DA POPULAO A gerao de empregos um impacto positivo im-

    portante, mas, por outro lado, incmodos em conse-

    qncia de rudos, poeira, impedimento do fluxo do

    trnsito e riscos de acidentes so alguns dos impactos

    negativos mais significativos na qualidade de vida, sa-

    de e bem estar da populao durante a construo de

    gasodutos, principalmente em reas urbanas.

    x. DESCOBERTA OU PERDA DE BENS ARQUEOLGICOS A escavao e remoo de camadas do subsolo po-

    dem promover a descoberta ou ocasionar perda de ma-

    terial de interesse arqueolgico e cientfico.

    xi. OUTROS IMPACTOS AMBIENTAIS Um outro impacto ambiental negativo que decorre

    das Centrais de Reduo e Medio (CRMs), Estaes

    Redutoras de Presso (ERPs) e Estaes Redutoras

    Distritais (ERDs), usualmente construdas no Brasil,

    alto nvel de rudo produzido durante o funcionamento,

    a ponto de incomodar moradores prximos rea de

    instalao dos equipamentos. Tambm h de se desta-

    car a exposio destas estaes a ataques de vndalos,

    colocando em risco no s o fornecimento do gs como

    tambm a vida de pessoas em razo de algum acidente.

    Uma alternativa de projeto que minimiza estes pro-

    blemas a construo destas estaes tambm enterra-

    das, Underground Stations. Este tipo de estao, apesar

    de largamente empregada, principalmente na Europa,

    no comumente adotada no Brasil. Cavalheiro Filho

    [Cavalheiro Filho, 2002] apresenta algumas vantagens

    das estaes subterrneas na reduo dos impactos am-

    bientais.

    3.2 Aspectos Legais

    Construo em maior escala de gasodutos subterr-

    neos uma atividade relativamente recente no Estado

    de Pernambuco e mais ainda na regio metropolitana

    do Recife. Entre os municpios que compem a RMR,

    apenas o Recife dispe de alguma legislao especfica

    para a construo de gasodutos, que comeou a ser ela-

    borada em conseqncia do surgimento da demanda.

    Por ser uma atividade com grande potencial de im-

    pactos ambientais, principalmente em regies urbanas,

    natural que surjam dvidas referentes a todo o pro-

    cesso legal de aprovao dos projetos, licenciamento e

    fiscalizao da atividade de construo por parte das

    instituies pblicas responsveis pelo uso e ocupao

    do solo, pela segurana e preservao do meio ambien-

    te.

    Segundo a Diretoria Geral de Coordenao e Contro-

    le Urbano Ambiental (DIRCON), integrante da Secre-

    taria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente

    (SEPLAM), rgo municipal responsvel pela aprova-

    o e licenciamento das construes no Recife, o cen-

    rio existente antes do ano de 2001 era o seguinte:

    i. inexistncia de disciplinamento das atividades das concessionrias usurias de vias pblicas para pres-

    tao de servio de interesse pblico;

    ii. desconhecimento tcnico, por parte dos funcion-rios da DIRCON, sobre os aspectos construtivos de

    gasodutos e emprego de gs canalizado;

    iii. receio, por parte do pblico em geral, sobre os ris-cos urbanos que o emprego de gs canalizado repre-

    senta;

    iv. falta de entendimento das legislaes federais e es-taduais para regulao do uso do solo especfico pa-

    ra distribuio de gs;

    v. desconhecimento das instalaes j existentes no subsolo, aumentando os riscos de conflitos e aciden-

    tes nas novas intervenes.

    Ainda segundo a DIRCON, algumas aes no mbito

    do municpio do Recife como a definio e a atribuio

    de responsabilidades tcnicas e legais, e informaes

    transmitidas ao corpo tcnico atravs de palestras edu-

    cativas com apoio da companhia estadual de distribui-

    o de gs, foram importantes para o incio do esclare-

    cimento de alguns dos pontos relacionados acima e a

    conseqente elaborao das primeiras portarias muni-

    cipais para a regulao da atividade de construo de

    gasodutos.

    Atualmente, o procedimento para aprovao de pro-

    jetos relativos a instalao de dutos subterrneos para a

    distribuio de gs combustvel no municpio do Recife

    segue o fluxograma indicado a seguir, conforme a Por-

    taria Municipal N 68/2001 [SEPLAN, 2001]. Entretan-

    to, segundo a DIRCON, a discusso sobre estes proce-

    dimentos ainda no est encerrada.

    Apesar dos avanos obtidos na regulao da constru-

    o de gasoduto no municpio do Recife vrios ramais

    j construdos ainda no esto em funcionamento, es-

    tando a espera do licenciamento municipal. Segundo a

    DIRCON, uma das razes deste impasse consiste no

    atendimento ao Cdigo Florestal Brasileiro (Lei n

    4.771) que apresenta pontos discutveis, conforme aler-

    ta do Ministrio Pblico.

    Ainda segundo a DIRCON, atualmente esto em an-

    lise no rgo legislativo municipal, as leis que regula-

    mentaro definitivamente a construo de ramais de

    distribuio e de instalao de GNV em postos de abas-

    tecimento de combustveis, que geraro procedimentos

    sistematizados de licenciamento, alm do decreto que

    regulamenta a Lei n 16.737/2001 de cobrana de uso

    do espao urbano.

    Para que o mercado de distribuio de gs se desen-

    volva de forma segura imprescindvel que as instala-

    es sejam projetadas e construdas de acordo com os

    melhores procedimentos de engenharia. Para isso

    fundamental a elaborao de normas tcnicas consis-

    tentes, que sirvam tambm de referncia para que os

    rgos pblicos faam as avaliaes necessrias. Gou-

    va [Gouva, 2002] comenta alguns pontos importantes

    a serem considerados no projeto e construo de postos

    de abastecimento de GNV, que precisam ser normati-

    zados para fornecer subsdios regularizao da ativi-

    dade junto aos rgos competentes.

  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Fomao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

    A necessidade de adequaes das leis que regula-

    mentam a distribuio de gs uma exigncia no s

    dos novos mercados. Em pases onde o consumo de gs

    j ocorre a muito mais tempo novas regras so constan-

    temente adaptadas para a melhor regulamentao do

    setor. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Federal

    Natural Gas Pipeline Safety Act, de 1968, estabelece

    padres de segurana mnimos para gasodutos em toda

    a federao, direcionados a projeto, instalao, inspe-

    o, ensaios, construo, extenso, operao, reposio

    e manuteno das instalaes de gasodutos e permite

    que qualquer agncia estadual adote, alm destes, ou-

    tros padres de segurana mais exigentes, que so re-

    vistos regularmente.

    O processo de licenciamento das obras de construo

    de gasodutos dentro da RMR precisa ser reformulado.

    Entre os municpios que compem a RMR apenas a

    cidade do Recife iniciou a discusso para a regulamen-

    tao deste processo, com entendimentos diferentes nos

    diversos rgos municipais envolvidos. A capacitao

    dos tcnicos das prefeituras e a centralizao das aes

    em um nico rgo so algumas aes que podero

    contribuir para a regulamentao eficaz do processo de

    licenciamento de gasodutos na RMR, dando maior ve-

    locidade e sem prescindir da credibilidade do mesmo.

    4. MEDIDAS MITIGADORAS

    A construo e operao de gasodutos consistem, de

    fato, em atividades de ocupao e uso do solo e subsolo

    urbano e rural. Com o aumento da demanda de gs na-

    tural so necessrias grandes extenses de gasodutos

    para leva-lo aos consumidores sejam eles industriais,

    comerciais, residenciais e ainda postos de abastecimen-

    to de veculos.

    Alm da colocao e montagem da tubulao, a

    construo de Centrais de Reduo e Medio (CRMs),

    Estaes Redutoras de Presso (ERPs) e Estaes Re-

    dutoras Distritais (ERDs), imprescindveis ao sistema

    de distribuio de gs, so responsveis pela alterao

    do espao urbano e rural, e podem, se planejadas de

    forma inadequada, provocar impactos que resultem em

    desequilbrio do meio ambiente.

    Na regio metropolitana do Recife, a inexistncia de

    legislao municipal especfica que trate da gesto am-

    biental tende a gerar dvidas e conflitos. Esta dificul-

    dade no especfica da construo de gasodutos e sim

    de toda a atividade de construo, que carece de melhor

    entendimento quanto gesto ambiental como exign-

    cia moderna de sustentabilidade do desenvolvimento. O

    problema se agrava no caso de gasodutos, por tratar-se

    de um tipo de obra que gera grandes preocupaes

    quanto preservao da vida.

    Com o objetivo de contribuir para a melhoria da ges-

    to ambiental na indstria da construo, algumas a-

    es so aqui propostas como medidas mitigadoras dos

    impactos ambientais decorrentes do processo de cons-

    truo de gasodutos em regies urbanas.

    Inicialmente, seguindo as orientaes para elabora-

    o de RIMA, estas medidas sero apresentadas distin-

    tamente para as fases de planejamento e implantao de

    gasodutos. Em seguida algumas sugestes para o pro-

    cesso de licenciamento de gasodutos na RMR sero

    tambm apresentadas.

    4.1 Fase de planejamento e de implantao

    Adequar o traado do gasoduto evitando gran-des intervenes em reas com alta densidade popu-

    lacional e de preservao ambiental (fauna, flora e

    recursos hdricos);

    Orientar o projeto do gasoduto s recomenda-es da legislao referente ao uso e ocupao do

    solo, inserindo-o nos planos diretores municipais e

    observando a legislao ambiental e normas tcni-

    cas pertinentes;

    Estabelecer tcnicas operacionais que minimi-zem os impactos ambientais identificados no pro-

    cesso de construo do gasoduto;

    Prever destinao adequada dos resduos da construo considerando as exigncias de confina-

    mento, tratamento e reutilizao estabelecidas pela

    legislao pertinente;

    Planejar procedimentos de execuo e inspe-o de servios que reduzam a possibilidade de ris-

    cos acidentais durante a construo e operao do

    gasoduto;

    Obter informaes junto aos rgos pblicos e a outras companhias que faam uso de dutos subter-

    rneos sobre a existncia de outras instalaes no

    traado previsto para o gasoduto.

    Verificar in loco a adequao do traado pre-visto para o gasoduto antes do incio da sua cons-

    truo;

    Sinalizar adequadamente toda a rea de cons-truo;

    Executar abertura e fechamento de vala de modo a minimizar os impactos ambientais previstos

    na construo;

    Executar abertura e fechamento de vala de modo a minimizar a interveno nas reas constru-

    das e a reduzir a gerao de resduos, poeira e ru-

    dos;

    Estabelecer locais provisrios e seguros para circulao de pessoas e veculos no perodo de exe-

    cuo da obra;

    Receber a armazenar materiais, em especial tubulaes, em hora e local adequado de modo a e-

    vitar congestionamento de trnsito e permitir a cir-

    culao de pedestres;

    Executar atividades geradoras de rudos, ga-ses, calor ou qualquer outro agente agressor, em ho-

    rrios e locais especficos e pr-programados, evi-

    tando possveis distrbios as pessoas;

    Coletar, transportar e destinar os resduos ge-rados na construo de forma coerente com a pre-

  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Formao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

    para o setor Petrleo e Gs da UFPE

    6

    servao do meio ambiente e de acordo com as exi-

    gncias legais;

    Informar as outras concessionrias de servio pblico (luz, gua, telefone, etc) qualquer dano nas

    suas instalaes decorrente das atividades de cons-

    truo e contribuir para a imediata reparao do

    mesmo.

    importante acrescentar ainda que no caso de passa-

    gem por rios, mangues ou matas a construo (e opera-

    o) do gasoduto no deve alterar de forma permanente

    o equilbrio do ecossistema nem a utilizao racional

    dos recursos naturais e econmicos existentes nestas

    reas. Nestes casos, tcnicas especiais de construo de

    gasodutos, como a execuo de furo horizontal, devem

    ser previstas, como tambm possveis desvios horizon-

    tais aumentando a profundidade de colocao do gaso-

    duto nestas reas.

    4.2 Licenciamento de gasodutos

    Ainda dentro do contexto de aes mitigadoras de

    impactos ambientais, o processo de licenciamento das

    obras de construo de gasodutos dentro da RMR pre-

    cisa ser repensado, de forma a proporcionar maior con-

    fiabilidade, facilidade e eficcia ao processo de cons-

    truo e operao do sistema de distribuio de gs

    natural.

    Dentro do processo de municipalizao da fiscaliza-

    o ambiental, hoje ainda sobre o controle estadual,

    faz-se necessrio uniformizar as diretrizes para o licen-

    ciamento da construo e operao de gasodutos, de

    modo a se ter uma s sistemtica em toda a RMR. En-

    tende-se que necessrio um estudo mais amplo para o

    estabelecimento destas diretrizes, entretanto algumas

    sugestes so apresentadas:

    estabelecer condies para exigncias de Estudo de Impactos Ambientais (EIA), Relatrio de Im-

    pactos no Meio Ambiente (RIMA) e Anlise de

    Riscos;

    definir especificaes mnimas para construo e operao de gasodutos, baseadas na legislao e

    nas normas tcnicas existentes;

    requerer programas de segurana para constru-o e operao da rede de distribuio de gs; e

    estabelecer procedimentos de inspeo e fiscali-zao para construo e operao do sistema de

    distribuio de gs.

    A operao do gasoduto dentro da RMR de respon-

    sabilidade da companhia distribuidora de gs natural do

    estado, contudo, as exigncias feitas hoje, pelos rgos

    municipais e estaduais, para esta etapa do processo no

    so precisas, devendo ser foco das exigncias para a

    licena de operao e posterior fiscalizao do sistema

    de distribuio de gs. A seguir algumas destas exign-

    cias so propostas:

    estabelecer presses mximas de operao dos gasodutos dentro da RMR;

    definir volumes mximos contidos entre vlvulas de bloqueio; requerer programas de inspeo de ro-

    tina, pela operadora do sistema de distribuio de

    gs, para identificao de vazamentos de gs e das

    condies de operao da rede, incluindo, por e-

    xemplo:

    (a) Intervalos para inspees da tubulao via passagem de pig instrumentados ou outra tcnica no destrutiva e a conseqente

    emisso de relatrios;

    (b) Intervalos para inspeo dos sistemas de proteo contra corroso e a conseqente

    emisso de relatrios;

    definir o tempo de vida til dos ramais, e os pr-requisitos para sua retirada de operao e sua desa-

    tivao.

    requerer Planos de Emergncias para combater acidentes, com envolvimento dos rgos de gover-

    no, companhia distribuidora de gs natural e da so-

    ciedade civil representativa da rea contida entre

    cada malha de distribuio passvel de bloqueio

    por vlvulas, elaborados e coordenados pela ope-

    radora do sistema; e

    designar entidades especializadas, tipo universi-dades, institutos de pesquisa, ou mesmo consulto-

    rias especializadas, para anlise e emisso de lau-

    dos relativos aos relatrios de inspeo.

    5. CONCLUSO

    Neste trabalho procurou-se discutir a processo de

    construo de gasodutos no contexto do gerenciamento

    de riscos ambientais em sistemas de distribuio de

    gs. Por ser uma atividade com alto potencial de riscos,

    mas importante para o crescimento econmico, a distri-

    buio de gs necessita de um gerenciamento eficaz

    que possibilite a garantia da sustentabilidade do desen-

    volvimento.

    Aspectos importantes promoo da confiana no

    sistema de distribuio de gs foram apresentadas, bem

    como alguns possveis impactos ambientais e aes

    mitigadoras. Algumas diretrizes para o processo de

    licenciamento das obras de construo de gasodutos

    foram tambm apresentadas, de modo a contribuir para

    o desenvolvimento de uma regulamentao da ativida-

    de que permita a rpida expanso da rede de distribui-

    o sem comprometer a segurana, a viabilidade tcni-

    ca e econmica e o meio ambiente.

    O resultado deste trabalho dever contribuir para o

    desenvolvimento de um sistema integrado de gesto da

    qualidade e do meio ambiente, direcionado a constru-

    o de gasodutos, que, no entendimento dos autores,

    consiste numa ferramenta eficaz ao gerenciamento dos

    riscos ambientais das redes de distribuio de gs.

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Tubb, R. Pipeline Construction Outlook. Underground Con-structions International. www.undergroundconstructiononline.com. Setembro 2002.

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    .

  • I Congresso Pesquisa &Desenvolvimento

    III Reunio de Avaliao dos Programas de Fomao de Recursos Humanos (PRH 26 e PRH 28)

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    NE Consulte. Relatrio de Impacto no Meio Ambiente: Vari-ante do Gasoduto Guamar-Cabo. Petrobrs, 2002.

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    Gouva, C.P. Normas para o GNV. Guia de Produtos e Servios 2002-2003, pp 50, Gs Brasil, 2002.