1 1 elilto judi ciÁrio - mun-montijo.pt · nado por um crime que não ... no estado selvagem, é...

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j\r ANNO ía DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 1904 N.° i '34 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assigualtira I] Anno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. fj Para o Brazil, anno, 2$5oo réis (moeda fortej. K Avulso, no dia da publicação, 20 réis. >< EDITOR — José Augusto Saloio 19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.° A L U EG ALLKG A l»ail>Iicações 5 , íl Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4-a pagina, contracto especial. Os auto- >f graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. fj PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio expediente Rogamos aos bbossos estimáveis asslgiaantes a fiucza de mos participa resn qaaalqaaer falta asa re messa alo jorisnl, fiara tEe prompto providenciar mos. Acceitam-se cosia grati dão «gaaaes«paer aaoticias qase sejam «le interesse paiMico. 11 EliltO JUDI CIÁRIO Mais uma vez a justiça, faílivel como todos os actos dos homens, praticou uma arbitrariedade. Ha perto de quatorze an nos foi preso como auctor de um homicídio praticado no Funchal, Victor Alber to de Freitas Valle, a quem todos indicaram como sen do o verdadeiro criminoso. Depois de soffrer alli pri são preventiva de trez an nos, veio para Lisboa e d;u ent ada na Penitencia ria, onde esteve perto de dez annos; e não sahiria de lá se não encontrasse um patrono que, conscio da innocencia do pobre preso, empregou todos os seus esforços para lhe con seguir plena e completa rehabili tação. Esse patrono foi o bri lhante advogado di'. Ale xandre Braga, que consa grou todo o seu talento, toda a sua tenacidade, to da a sua vontade inque- brantavel, na defeza do homem injustamente accu sado. Freitas Valle fôra con demnado em dez annos de prisão maior cellular, se guida de degredo por vin te annos, com dois annos de prisão no logar do de gredo, e chegou a cumprir niais de duas terças partes da sentença. Merece justos louvores o 0 dr. Alexandre Braga pe la sua esforçada obra de humanidade e de justiça. A advocacia é um sacer- docio e o iilustre advoga do soube honestamente cumprir a sua missão. Mas quem condemna agora os que tão injusta mente sentenciaram o po bre Freitas Valle ? Ninguém. A justiça pro feriu o seu veredictum e o pobre condemnado lá foi jazer numa prisão condem nado por um crime que não commetteu. Quem compensa esse homem das toi turas enor mes que soffreu? Quem lhe paga os longos dias de horrores, de amarguras, de supplicios, as noites de insomnia, na tristeza me donha do captiveiro? De ve ser estrondosa a reha- bilitação, porque a punição tambem foi esmagadora. Dê-se ao innocente uma compensação condigna;que todos os homens de bem lhe apertem a mão, que todos os corações bons e generosos lhe enviem af- fectuosas palavras de con forto, que os que foram in justos para com elle ajoe lhem deante do martyr e lhe peçam perdão do erro que commetteram! JOAQUIM DOS ANJOS. AGRICULTURA Os raataíacaalos Segundo uns, os ranun- culos, cujo nome vem do latim rana, rã, em virtude, sem duvida, da planta des- envolver-se no seu paiz na tal nos charcos, entre as rãs, foram trazidos para a Europa por o visir Kara- Mustapha quando cercou Vienna com um formidá vel exercito turco. O sul tão Mahomet IV, desco brindo em uma caçada uns pés de ranunculos floridos, apaixonou-se por aquella flor, e ó seu valido, o visir Kara-Mustapha, enviou lo go mensageiros a todos os ichás do império pedin do-lhe raizes e sementes das mais lindas variedades de ranunculos que podes- sem obter, recebendo de toda a parte collecções de formosas variedades com que se opulentaram os jar dins de Constantinopla. A paixão^ do sultão por a interessante flor passou ao seu visir, de modo que. este, ao vir cercai- Vienna, trouxe as suas flores pre dilectas que breve, devido a elle, irradiaram a Europa toda. Dizem outros, porém, que não fòram os turcos, mas sim S. Luiz, quando regressou.do Oriente, que trouxe para* França as pri meiras raizes de ranuncu los, os quaes de prompto: se espalharam pela Europa. Seja c.omo fôr, o caso é que a cultura dos ranun culos é antiquíssima e, em logar de, como acóntece com a de muitas outras plantas, tender a diminuir em virtude dos caprichos da moda, augmenta pelo contrario de anno para anno. O genero ranunculos di vide-se em várias especies, das quaes, as principaessão os ranunculos asia ticos, comprehendendo os ranun culos dos floristas, os ra nunculos do Oriente e da Pérsia ou borboletas e os ranunculos africanos abrangendo os ranunculos peonias e os turcos ou de turbante. Os ranunculos asiaticos possuem uma raiz compos ta de muitas garras com pridas e delgadas, similhan- do, na disposição, os dedos de uma mão juntos a todo o comprimento. Destas rai zes ou garras brotam has tes erectas de 20 a 3o cen tímetros de alto, produ zindo cada haste uma flor, que, no estado selvagem, é singela e, na cultura, do brada e de coloridos bas tante variados. Os ranunculos africanos têm garras eguaes na fór ma, mas maiores em ta manho aos asiaticos; as hastes são mais vigorosas e ramificadas, as folhas mais largas e as flores mui to maiores. Para os ranunculos se rem considerados pelos flo ristas como plantas de pri meira escolha, carecem de ter a folhagem vigorosa e recortada, a haste floral mais alta que a folhagem, a flor plena, bem feita, sem orgãos reproduetores, pétalas um pouco cônca vas, inteiras e diminuindo de tamanho da circumfe- rencia para o centro. Os ranuncu'os necessi tam, para bem se desen volverem e bem floresce rem, de uma terra aduba da, leve, muito cuidadosa mente.cavada, sem pedras,, e um pouco humid i, e uma boa exposição desafogada. Preferem antes um lo gar exposto a todo o sol, do que proximo de muros e sob a sombra de qual quer arvore. A’ sombra as flores são pequenas e em resumido numero, em quanto que, em plena luz e em pleno sol, são muito abundantes, formosas e perfeitas. Convém ter sempre a terra livre de hervas noci vas e applicar-lhe, uma ou duas vezes, uma leve rega com excremento de boi, gallinha ou pomba, dissol vido em agua. Para cultura em vaso enchem-se estes, depois de muito bem drenados com ampla camada de cacos, com um composto de ter ra vegetal, terriço e estru me de boi bem pôdre e areia. Os ranunculos plantam- se nos mezes de outubro e dezembro e, mesmo, na primeira quinzena de janei ro. Se o solo fôr frio, leve ou secco, planta-se a garra mais funda do que nos ter renos quentes, fortes e bem drenados. Florescem nos mezes de março e mesmo em abril. Logo que depois das plan tas terem produzido flor, as hastes começarem a amarellecer e a seccar, ar rancam-se as plantas, cor ta-se as hastes junto ás rai zes, as quaes se sacodem da terra, e se põem a sec car dispostas em tabolei- ros, á sombra e em sitio secco. Depois de bem sec cas guardam-se para se rem plantadas no anno se guinte. Ha quem costume dei xar ficar na terra as raizes dos ranunculos annos se guidos. Este processo tem, porém, o inconveniente de assim os ranunculos se mo dificarem com facilidade e, no segundo, é sobretudo, no terceiro anno, as flores degenerarem sendo mais o t pequenas e mais singelas do que as variedades de typo. Os hollandezes, que são cultores eximios desta planta, dizem que para el la não degenerar é indis pensável deixar ficar as garras um anno fóra da terra sem serem plantadas. Os ranunculos reprodu zem-se de sementeira e por divisão das garras. A divisão das garras faz-se quando se tiram as plantas da teri a, separando as pe quenas raizes das da plan ta mãe, deixando-as seccar em separado para, no tem po proprio, serem planta das no solo em terreno muito bem adubado e de fórma que as garras fi quem bastante próximas umas das outras. As sementes obtem-se de flores singelas ou semi- dobradas, produzidas por hastes fortes e vigorosas. Colhidas as sementes lo go que estiverem maduras, seccam-se e, depois, se meiam-se na ultima quin zena de outubro, em sitio abrigado, que tenha muita luz e não gele, uma a uma, a alguns millimetrosde dis tancia umas das outras, em terra muito substancial. Cobrem-se levemente com tres a quatro millimetros de terra e regam-se leve mente com agua projecta da por meio do regador. As pequeninas plantas começam a apparecer no fim de seis a sete semanas; tem-se então o cuidado de ter o solo livre de hervas más, e rega-se a sementei ra sempre que ella d’isso carecer. No anno seguinte transplantam-se para o lo gar onde tem de ficar. Os ranunculos de se menteira, quando bem cui dados, produzem flores no fim do segundo anno. Só no terceiro anno é que a flor mostra se tem valor tal que a raiz mereça ser aproveitada, ou se deve ser inutilisada. As sementes dos ranun-

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j\r ANNO

ía

DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 1904 N.° i '34

S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R A R I O E A G R I C O L A

A ssigua lt ira I]A n n o , 1S000 réis; sem estre, 5oo r é i s . Pagamento adeantado. f j Para o B razil, anno, 2$5oo réis (moeda fortej. KA v u ls o , no dia da publicação, 20 réis. ><

EDITOR — José Augusto Saloio 19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.°A L U E G A L L K G A

[í l»ail>Iicações 5 ,í l A n n u n cio s— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. A nnuncios na 4-a pagina, contracto especial. Os auto- >f graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

f j P R O P R I E T Á R I O — José Augusto Saloioe x p e d i e n t e

R ogam os aos bbossos estim áveis asslgiaantes a fiucza de mos p a rt ic ip a resn qaaalqaaer falta asa re ­messa alo jo risn l, fiara tEe prompto p r o v id e n c ia r ­mos.

A cceitam-se cosia g r a t i ­dão «gaaaes«paer aaoticias qase sejam «le in te re s s e paiMico.

1 1 E l i l t O J U D I ­C I Á R I O

Mais uma vez a justiça, faílivel como todos os actos dos homens, praticou uma arbitrariedade.

Ha perto de quatorze an­nos foi preso como auctor de um homicídio praticado no Funchal, Victor Alber­to de Freitas Valle, a quem todos indicaram como sen­do o verdadeiro criminoso. Depois de soffrer alli pri­são preventiva de trez an­nos, veio para Lisboa e d;u ent ada na Penitencia­ria, onde esteve perto de dez annos; e não sahiria de lá se não encontrasse um patrono que, conscio da innocencia do pobre preso, empregou todos os seus esforços para lhe con­seguir plena e completa rehabili tação.

Esse patrono foi o bri­lhante advogado di'. Ale­xandre Braga, que consa­grou todo o seu talento, toda a sua tenacidade, to­da a sua vontade inque- brantavel, na defeza do homem injustamente accu­sado.

Freitas Valle fôra con­demnado em dez annos de prisão maior cellular, se­guida de degredo por vin­te annos, com dois annos de prisão no logar do de­gredo, e chegou a cumprir niais de duas terças partes da sentença.

Mer ece justos louvores o 0 dr. Alexandre Braga pe­la sua esforçada obra de humanidade e de justiça. A advocacia é um sacer- docio e o iilustre advoga­

do soube honestamente cumprir a sua missão.

Mas quem condemna agora os que tão injusta­mente sentenciaram o po­bre Freitas Valle ?

Ninguém. A justiça pro­feriu o seu veredictum e o pobre condemnado lá foi jazer numa prisão condem­nado por um crime que não commetteu.

Quem compensa esse homem das toi turas enor­mes que soffreu? Quem lhe paga os longos dias de horrores, de amarguras, de supplicios, as noites de insomnia, na tristeza me­donha do captiveiro? De­ve ser estrondosa a reha- bilitação, porque a punição tambem foi esmagadora.

Dê-se ao innocente uma compensação condigna;que todos os homens de bem lhe apertem a mão, que todos os corações bons e generosos lhe enviem af- fectuosas palavras de con­forto, que os que foram in­justos para com elle ajoe­lhem deante do martyr e lhe peçam perdão do erro que commetteram!

JOAQUIM DOS ANJOS.

A G R I C U L T U R AOs raataíacaalos

Segundo uns, os ranun- culos, cujo nome vem do latim rana, rã, em virtude, sem duvida, da planta des- envolver-se no seu paiz na­tal nos charcos, entre as rãs, foram trazidos para a Europa por o visir Kara- Mustapha quando cercou Vienna com um formidá­vel exercito turco. O sul­tão Mahomet IV, desco­brindo em uma caçada uns pés de ranunculos floridos, apaixonou-se por aquella flor, e ó seu valido, o visir Kara-Mustapha, enviou lo­go mensageiros a todos os

ichás do império pedin­do-lhe raizes e sementes das mais lindas variedades de ranunculos que podes- sem obter, recebendo de toda a parte collecções de formosas variedades com que se opulentaram os jar­dins de Constantinopla.

A paixão do sultão por a interessante flor passou ao seu visir, de modo que. este, ao vir cercai- Vienna, trouxe as suas flores pre­dilectas que breve, devido a elle, irradiaram a Europa toda.

Dizem outros, porém, que não fòram os turcos, mas sim S. Luiz, quando regressou.do Oriente, que trouxe para* França as pri­meiras raizes de ranuncu­los, os quaes de prompto: se espalharam pela Europa.

Seja c.omo fôr, o caso é que a cultura dos ranun­culos é antiquíssima e, em logar de, como acóntece com a de muitas outras plantas, tender a diminuir em virtude dos caprichos da moda, augmenta pelo contrario de anno para anno.

O genero ranunculos di­vide-se em várias especies, das quaes, as principaessão os ranunculos asia ticos, comprehendendo os ranun­culos dos floristas, os ra­nunculos do Oriente e da Pérsia ou borboletas e os ranunculos africanos abrangendo os ranunculos peonias e os turcos ou de turbante.

Os ranunculos asiaticos possuem uma raiz compos­ta de muitas garras com­pridas e delgadas, similhan- do, na disposição, os dedos de uma mão juntos a todo o comprimento. Destas rai­zes ou garras brotam has­tes erectas de 20 a 3o cen­tímetros de alto, produ­zindo cada haste uma flor, que, no estado selvagem, é singela e, na cultura, do­brada e de coloridos bas­tante variados.

Os ranunculos africanos têm garras eguaes na fór­ma, mas maiores em ta­manho aos asiaticos; as hastes são mais vigorosas e ramificadas, as folhas mais largas e as flores mui­to maiores.

Para os ranunculos se­rem considerados pelos flo­ristas como plantas de pri­meira escolha, carecem de ter a folhagem vigorosa e recortada, a haste floral mais alta que a folhagem, a flor plena, bem feita,

sem orgãos reproduetores, pétalas um pouco cônca­vas, inteiras e diminuindo de tamanho da circumfe- rencia para o centro.

Os ranuncu'os necessi­tam, para bem se desen­volverem e bem floresce­rem, de uma terra aduba­da, leve, muito cuidadosa­mente.cavada, sem pedras,, e um pouco humid i, e uma boa exposição desafogada.

Preferem antes um lo­gar exposto a todo o sol, do que proximo de muros e sob a sombra de qual­quer arvore. A’ sombra as flores são pequenas e em resumido numero, em­quanto que, em plena luz e em pleno sol, são muito abundantes, formosas e perfeitas.

Convém ter sempre a terra livre de hervas noci­vas e applicar-lhe, uma ou duas vezes, uma leve rega com excremento de boi, gallinha ou pomba, dissol­vido em agua.

Para cultura em vaso enchem-se estes, depois de muito bem drenados com ampla camada de cacos, com um composto de ter­ra vegetal, terriço e estru­me de boi bem pôdre e areia.

Os ranunculos plantam- se nos mezes de outubro e dezembro e, mesmo, na primeira quinzena de janei­ro. Se o solo fôr frio, leve ou secco, planta-se a garra mais funda do que nos ter­renos quentes, fortes e bem drenados.

Florescem nos mezes de março e mesmo em abril. Logo que depois das plan­tas terem produzido flor, as hastes começarem a amarellecer e a seccar, ar­rancam-se as plantas, cor­ta-se as hastes junto ás rai­zes, as quaes se sacodem da terra, e se põem a sec­car dispostas em tabolei- ros, á sombra e em sitio secco. Depois de bem sec­cas guardam-se para se­rem plantadas no anno se­guinte.

Ha quem costume dei­xar ficar na terra as raizes dos ranunculos annos se­guidos. Este processo tem, porém, o inconveniente de

assim os ranunculos se mo­dificarem com facilidade e, no segundo, é sobretudo, no terceiro anno, as flores degenerarem sendo maiso tpequenas e mais singelas do que as variedades de typo.

Os hollandezes, que são cultores eximios desta planta, dizem que para el­la não degenerar é indis­pensável deixar ficar as garras um anno fóra da terra sem serem plantadas. Os ranunculos reprodu­zem-se de sementeira e por divisão das garras. A divisão das garras faz-se quando se tiram as plantas da teri a, separando as pe­quenas raizes das da plan­ta mãe, deixando-as seccar em separado para, no tem­po proprio, serem planta­das no solo em terreno muito bem adubado e de fórma que as garras fi­quem bastante próximas umas das outras.

As sementes obtem-se de flores singelas ou semi- dobradas, produzidas por hastes fortes e vigorosas. Colhidas as sementes lo­go que estiverem maduras, seccam-se e, depois, se­meiam-se na ultima quin­zena de outubro, em sitio abrigado, que tenha muita luz e não gele, uma a uma, a alguns millimetrosde dis­tancia umas das outras, em terra muito substancial. Cobrem-se levemente com tres a quatro millimetros de terra e regam-se leve­mente com agua projecta­da por meio do regador.

As pequeninas plantas começam a apparecer no fim de seis a sete semanas; tem-se então o cuidado de ter o solo livre de hervas más, e rega-se a sementei­ra sempre que ella d’isso carecer. No anno seguinte transplantam-se para o lo­gar onde tem de ficar.

Os ranunculos de se­menteira, quando bem cui­dados, produzem flores no fim do segundo anno. Só no terceiro anno é que a flor mostra se tem valor tal que a raiz mereça ser aproveitada, ou se deve ser inutilisada.

As sementes dos ranun-

O D OM INGO

culós, dizem que consér- vam a faculdade germina- tiva tres a quatro annos, e que as sementes velhas sáo melhores que as novas.

Os ranunculos, para se­rem considerados plantas de collecção, carecem de ter uma folhagem recorta­da, haste floral forte, ere­cta e mais alta que a folha­gem, flor plena, com um diâmetro de 5o a 6o milli- metros., sem orgãos repro- ductores, de fórma arre­dondada, pétalas em fórma de colher, encostadas umas ás outras, um pouco ere­ctas e diminuindo em ta­manho da circumferencia para o centro, disco plano, frequentemente lenticular, de côr diversa da do resto da flor, e, em geral, negro ou verde. O colorido das flores dos ranunculos não influe na qualidade, mas somente a amplidão e per­feição da flor.

E D U A R D O S E Q U E IR A .

(Da Gaveta das Aldeias).

Auafiivcrsarios

Completou no dia 5 o seu 19.0 anniversario nata­licio a menina Maria Ade- lina Ferreira, sympathica filha do nosso amigo, sr. Antonio Maria Ferreira, honrado industrial de Lei­ria.

D aqui lhe enviámos sin­ceras felicitações.

— Tambem no dia 5 o menino Accacio, filho do nosso amigo, sr. Edmundo José Rodrigues completou mais um anniversario nata­licio.

Parabéns.— Completou no dia 6

do corrente o seu 3 i.° an­niversario natalicio, o nos­so bom amigo, sr. José dos Santos Oliveira, intelligen- te tenente de infanteria.

Os nossos cordiaes pa­rabéns.

portante armazém de mo­veis bem digno da visita do publico, pois que está real­mente bem montado. Ao seu proprietário e nosso amigo, sr. José Ramos C ar­deira não regateamos elo­gios pelo excepcional arro­jo que patenteou, dotando a nossa terra com mais um melhoramento, cuja falt^ ha muito era sentida.

Vidè annuncio na seccão>competente.

SoirèesTem logar nas noites de

14 e 16 do corrente no vas­to salão da sociedade phy­larmonica «i.° de Dezem­bro» duas soirèes promo­vidas pela direcção da re­ferida sociedade.

Armazém de moveisAbre hoje ao publico na

rua do Conde, 48, um im­

<lsiei\as

Laureano Pereira Rato, pescador,natural e residen­te nesta villa queixou-se na administração do concelho no dia 1 do corrente de que pela uma hora da noi­te de 3 i de janeiro ultimo, na rua do Caes, fôra ag- gredido com sôccos e bo­fetadas por Rodrigo Daniel Cordeiro 0 Fadinho, tam­bem pescador e natural e residente nesta villa, do que resultou ficar ferido no nariz.

— Queixou-se no dia 1 na administração do con­celho Rodrigo Daniel Cor­deiro, pescador, natural e residente nesta villa, de que na noite de 3 i de janeiro findo, pela uma hora e na rua do Caes fôra aggredi- do com dentadas por Lau­reano Pereira Rato, pesca­dor, natural e residente nesta villa, de que resultou ficai' ferido no rosto e nas mãos.

P r o p o s ta s de fsizenda

O «Diario do Governo» de 2 do corrente publica a representação da camara municipal deste concelho, contra as propostas de fa­zenda.

GOFRE F l l O L â S

ATão vivo e fulgurante E teu formoso olhar,Que o rútilo diamante Não pode mais brilhar.

De estranha seducção,Feito de lw{ e treva,Tem um fatal condão Que prende, altrahe, enleva.

Qual canto de sereia,A beira do abysmo,Como elle nos enleia Em doce magnetismo!

Como nos vae prender Com mágicos grilhões!Um só do seu volver Capliva os corações!

Quando essa lu\ rebrilha Em teu olhar sereno,E como a mancenilha Que tem letal veneno.

E a morte é tão suave A lu\ d ’um doce olhar!O cysne— a nivea ave— Tambem morre a cantar.

JO A Q U IM DO S A N JO S.

P E N S A M E N T O S

Ha historias, tidas por verdadeiras, que, se a verdade pudesse falar, não passariam de meros contos.— A imaginação é como uma torrente impetuosa que causa graves estragos ao homem se a ra^ão lhe não oppÕe um dique.

— *:ls pessoas instruídas, que ordinariamente se occu- pam de cousas sérias, são em geral destituídas de curio­sidade. 0 que aprenderam torna-as indifferentes deante do que ignoram, por conhecerem a futilidade e o ridí­culo da maior parle das cousas com que certos espí­ritos se enlreteem. — Fénelon.

A N E Ç D O T A S

Uma senhora que f o i visitar uma amiga perguntr a um pequenito da casa:

— A que horas se janta cd?— mamã disse que só se janta depois da senhora

sahir.__l-HWISU»__

k l I l K l h l t t l

Um sujeito vae um domingo jantar a cas duma fa­milia conhecida e dão-lhe uma gallinha dura como pedra.

— Não come mais gallinha?pergunta a dona da casa.— Não, minha senhora, eu não trabalho ao domingo,

Na rua:— Porque está o menino a chorar?— Porque 0 papá perdeu-me, e sq vae para casa

sem mim a mamã bate-lhe!

_ _ L IT T E R A T U R AU111 ftatafl em fitraga

(Continuado do n.° 133-;

Tinha somno e fomel Um a enxerga, sobre o sólo' abria-se em rasgões qUg mostrava a palha velha, já cortida onde se emmara­nha vam dois retalhos de manta, uns pannos que de­veriam ser brancos, eni fórma de lençoes, e uns sóccos de mulher. A se. guir, como se a esconder- se, abrigando-se do frio è do vento que entrava pela porta, estava tambem no chão uma outra cama em que se enroscava de frio, uma pobre velha, descar­nada, de olhos encovados, queixada esbugada, como um esqueleto que sáe de­baixo da terra.

Porém, a moça como pregada ao sólo, extorcen- do os dedos quedava-se ainda, de louca no limiar daquelle miserável quadro! O vento, ás lufadas, en­trando pela casa, atacava o lar, sacudia o rapazoté e a velha, que accorda- vam de spasmo deante daquelle galvanismo de fi­gura humana, onde todos depois se confundiram e appareceram, numa mes­ma dôr, num a mesma ma­goa, envolvidos tambem n’um só mesmo sudário de misérias!. . . Daquelle pa- thetico lance, mudo como o sepulchro, movia-se a triste com esforços na sór­dida enxerga; e de cabeça desgrenhada mostrava-se de esguelha horripilante, a aprumar os braços como paus, rouquejando da sua caverna mortuaria em pa­roxismos de gastrorrhéa.

E falou assim:Fi lha! , . . M argarida...

trazes. . . para a consoada!Margarida, teve como

resposta correntes de la­grimas que se desencadea­vam, como pérolas, dos seus grandes olhos azues, que se rasgavam na sua fronte de cera, do feitio de amêndoas, — bellos, sedu- ctores, de uma luz vivissi-

65 FO LHETIM

T ra d u cção de J. DO S A N JO S

D E P O I S Dj T p E C C A D OU v r o S egundo

i

«Estou perdido, escrevia o marquez d ’A n e lle s ; só a senhora me podia sal­var, ligando-se ao meu destino, mas, uma vez que me falta, falta me tudo e só me resta m orrer. Se os meus cál­culos forem exactos, já haverá doze horas que eu terei encontrado o des­canço na morte, quando esta carta lhe fòr entregue. E lla lhe levará o meu suprem o adeus e a prova de que o meu ultim o pensamento foi para si.

«Leonel»

— Sou uma creatura maldita e fatal! exclam ou a Magdalena. F u i eu a cau­sa desta desgraça!

E am arrotando a carta nas mãos, arrastou-se até á cama, onde cahiu, anniquilada por um desespero que os cuidados da s r.a Telem aco não con­seguiram acalmar.

Estava assim havia algumas horas quando a s r .a Telem aco voltou.

— Que me querem mais? pergun­tou a Magdalena, soerguendo-se.

— Desculpa me, minha querida, res- p ndeu a s r .a Telem aco no seu tom mais b rando; é o sr. Maurieio Vivian que te quer falar.

— Não estou em casa para ninguém ! exclam ou a Magdalena; nem para elle nem para outros.

— E ’ que elle diz que é uma co sa u rg e n te .. .

— Conheço essa coisa urgent?. res­

pondeu a Magdalena com amargura. Que entre visto que insiste, accres­centou de repente; ao menos não me poderá accusar de ter favorecido as suas esperanças; que entre.

A s r.a Telem aco desappareceu e o M aurieio V iv ia n entrou. E ra um rapaz symp. thico, espirituoso e meigo. 0 seu talento de p in to r creára-lhe ra­pidamente uma g:ande reputação; era um dos amigos do marquez d’A neles e fòra até no seu «atelier» que a Magdalena encontrara o gene­ral pela prim eira vez. Depois elle p ro p rio tivera a infelicidade de se apaixonar por aquelia creatura capri­chosa quando lhe pintara o ret-ato e, embora não se atrevesse a falar-lhe n’isso, el!a não igno ra1, a aquella pai­xão, porque a s r.a Telem aco fòra con­fidente do Maurieio. A Magd lena recebeu-o de pé no m:-io do quarto,

pallida, meio vestida com os cabellos cahidos pelos hombros.

— Vem já buscar a successão do Leonel? perguntou ella asperamente, e. com o pretexto de me trazer con­solações, falar-me no seu amor? P re ­vino o de que a occasião é mal es­colhida.

— Juro-lhe que não se trata d'isso. minha senhora, balbuciou o M aurieio, gelado po r aquelle acolhim ento. Tem -

me em rouca estima, porque me ju l­ga bastante miserável para lhe v ir falar nos meus sentim entos pessoaes n ’um dia d'estes!

A tristeza d'estas palavras commo- veu a rapariga. Espontaneamente, estendeu a mão ao pintor.

-D e s c u lp e -m e , disse ella, estou muito inquieta. Sabe o quesuccedeu?

— Infelizm ente, sei; e foi atq para

lhe falar n ’esse trágico acontecimen­to que vim a sua casa.

— E ’ verdade, o senhor e r a amigo do L e on el, disse a rapariga, sen­tando-se e indicando uma poltrona ao Maurieio. Entáo que tem a dizer-me? Sabe alguma coisa mais do que o que vem n'este jornal?

— Nada mais, e as coisas passaram- se exactamente com o ahi se contara. Só de manhã fui sabedor do caso. No meio do seu info rtúnio, a marqueza d’Ane)les pensou em m im ; mandou- me logo chamar.

— A h ! falou-lhe? perguntou a Ma­gdalena anciosamente.

— Sahi agora mesmo de casa d'ella, disse o M aurício, porque me man­dou aqni.

(ContinuaJ.

O DOMINGOpa, como a do sol relam­pejando, a côar-se atravez de u m céo d’anil transpa­rente, sem mancha, dum <fesses dias em que a gen­te sáe a gosar os perfumes ás flpres.

Margarida sentina as la­grimas? Sentia-as e eram bem do fundo da sua alma; não por ella — que lhe im­portava, pois!! — mas pelo pobre irmão pequenino, pela sua mãe, velha, de to­do acabadinha, e tão doen­te, que nem para si podia ganhar o pão.

E ella chorava. Chorava nos seus desaseis annos — tão nova ainda!—-a des­graça que a apertava, que a cingia sem dó, lançan­do-a por um começo tão desolador, tão triste, for­çada pela abnegação senti- mentalissima de filha e ir­mã, em um abysmo onde se perderia para sempre!... Talvez que um dia, se qui- zesse, a sua alma não teria jámais forças para se er­guer d’essa demencia gan- grenosa, que arruina, que mata, ora em gargalhadas de doida que nada dizem, ora em lagrimas adorme­cidas num torpor de cor­rupção que nada sentem.

Posta alli, nos primeiros degraus, ella debatia-se já havia longas horas, em mil angustias e receios, ás portas da miséria, onde, logo por má sorte, a collo- cára o dia commemorati- vo do nascimento de Chris­to, o Natal de todos, em que tambem todos se ban­queteiam de rostos anima­dos e olhos satisfeitos, em toalha alva, por pequeni­na ou arremendada que ella seja.

Ensaiara-se, como vimos— como fazem as outras — mettendo-se á cara d um e doutro; mas não era tar­de para transpor os últi­mos dos seus degraus, a arrastar-se pela lama.

Resolvida, por fim, de um intimo combinar de pensamenios, olhou para o irmãosinho com aquel­la bondade de crean­ça ainda, foi a elle e levan- tou-o, pegando suavemen­te pela mão, com mimo.

— Anda commigo Anas- tacio!

Os sinos repicavam a toda a força! E muita gen­te começava a encher a Sé. Uns, que surgiam das suas casas próximas, num fré­mito bater de portas que se abriam e fechavam; ou­tros, que appareciam a dis­tancia, dando com os ta­mancos por as calçadas, como matracos em Sema­na Santa.

Todos se mechiam com o mesmo proposito dum sentimento religioso:

Ouvir a missa.

Comtudo despontavam das Carvalheiras, a passos surdos, de pés descalços, mulheres, como um bando de pardaes, entoando — não «á desgarrada» como em outros dias; nem a «Mu­lher Ingrata» ou o «Rebo- la-a-Bola»— mas um cân­tico solemne, lunebre, ins­pirado por algum anjo, escapava-se-lhes daquellas boccas pervertidas, como um sonho!

E’, costume, sempre as­sim; ouvil-as cantar pelas ruas e recantos mais de­sertos, como de chamariz. Por isso a maior parte dos olhares, caiam-lhes n’um indifferentismo de pasma­ceira, que occasionava en­torpecimento de piedade.

Atraz, de maneira, va­garosa vinha já Margarida seguindo-as, com Anasta- cio, num ensaio de avesi- nha desplumada.

Foram de romaria por o «Campo dos Toiros,» «Campo da Vinha,» e ahi se dispersaram como ca­bras, marrando com vul­tos de homens que as pro­curavam, passando depois ao «Campo da Feira».

Margarida foi arrumar o irmão a um kiosque, alli mesmo no largo, e tam­bem desappareceu!

Já era muito tarde, quando Margarida e Anas- tacio voltavam para casa, porque nem viv’alma se encontrava.

Chegou, empurrou com ancia a porta, e um pou­co de vento incendiara uns restos de madeira incan­descente.

Minha mãe, aqui tem!E mostrava uma moeda

em prata, de dois tostões.A pobre velha apenas

moveu os olhos, esbuga­lhando-os nas orbitas arro- xiadas, não articulou pala­vra, mas ainda poude con­templar o vil preço de que foi comprada a sua desgra­çada filha.

A luz apagou-se, e com ella tambem se foi a vida daquella mãe de desven­turas.

Morreu!Eram passados dias, e

já se achava Margarida recolhida no «Asylo das Re­generadas», trabalhando em um tear, e Anasta- cio no «Collegio dos Or- phãos.»

Como poderam salvar- se a tempo! Pobres crean- cas!

B R A Z M A C H A D O .

(C o nclu e ].

------------------------<C*— - §-< 3S 55= 3— - fc»-------------------------

Foi prorogado o praso até i 5 do corrente, para pagamento das contribui- cões.*

A. M.O que me dizes na tua

ultima missiva, é desolador, minha querida! O meu co­ração é tão certo perten­cer-te como são certos os relogios Avelino Marques com o balão do Arsenal ou com o tiro na Escola Poly- technica. Nunca falham!

C irco iniitdoEstão agradando cada

vez mais os espectáculos no Circo Amacio. Hoje ha um primoroso espectáculo to­do cheio de novidades.

AGRADECIMENTOArthur Alfredo Coelho

agradece penhoradissimo a todas as pessoas que se di­gnaram acompanhar á sua ultima morada os restos mortaes de sua estremo- sa esposa Joaquina Izabel Guerreiro Coelho, e bem assim a todas as pessoas que se interessaram duran­te a sua terrivel doença, indo ou mandando saber do seu estado. Não póde esquecer os ex.mos srs. drs. Cesar Fernandes Ventura e Manuel Avillez Caroço, mé­dicos distinctissimos, pelo desvelo, assiduidade e ca­rinho com que sempre tra- traram a extincta, não se poupando a sacrifícios e empregando todos os es­forços da sciencia para a salvar.

A todos, pois, a expres­são intima de um sincero agradecimento.

Aldegallega do Ribatejo, 6 de fevereiro de 1904.

A N N U N C I O S

A Camara Municipal do concelho de Aldegallega do Ribatejo, manda avisar todos os proprietários de vehiculos de qualquer es­pecie, que foi prorogado o praso de licenças de vehi­culos, até ao dia i 5 do corrente.

Findo o dito praso se procederá a varejo geral, para serem applicadas as penas da lei a todos aquel­les que não tiverem as men­cionadas licenças.

E para devido conheci­mento se affixou o presen­te edital e outros idênticos nos logares mais públicos d’este concelho.

Aldegallega do Ribatejo,3 de fevereiro de 1904.

O Secretario da Camara

Antonio Tavares da Silva.

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dos e interessantes artigos inéditos sobre todos os ra­mos de agricultura, e muitos assumptos uteis na vida pratica. E nm livro utilíssimo a toda a gente, mas prin­cipalmente aos agricultores.

Collaboram neste almanach os redactores da Gave­ta das Aldeias snrs. Carlos de Sousa Pimentel, Eduardo Sequeira, João Ignacio T. de Menezes Pimentel, Dr. Julio A. Henriques e M. Rodrigues de Moraes.

E’ este almanach UM VERDADEIRO GUIA DO AGRICULTOR e contém matéria que a toda a gente aproveita. Fórma um volume de 176paginas, illustrado com 34 gravuras, na maior parte expressamente feitas pai a esta edição, e custa i 5o réis, franco de porte. E’ remettido immediatamente pelo correio a quem envi­ar a respectiva importancia á administração da Gaveta das Aldeias, rua do Sá da Bandeira n.° 195, i.°— Porto'.

4 O DQMINGO

COMMERCIO DO POVOTendo continuado a augmentàr o movimento desta

já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de preços porque são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendar ao publico em geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan­queiro como em modas, retrozeiro, mercador, chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

AO A L C A N C E D E T O D A S A S B O L S A S

Devido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.m0 sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.

.,4 divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a. todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

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OS D R A M A S D A C O R T E

IC hronica do reinado de L u iz X V )

Romance historico porE. LADOUCETTE

Os amores trágicos de Manon L e i raut com o celebre cavallèiro de G rieux. formam o entrecho d'este rom am e, rigorosam ente h storico, a que Ladoucette im prim iu um cunho de onginaiidade devéras encantador.

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Impressões do Transvaal

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