07. relações entre tensão e corrente em uma l.t

Upload: joao-francisco

Post on 05-Apr-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    1/13

    1

    Captulo 3 RELAES ENTRE TENSO E CORRENTEEM UMA L. T.

    3.1 Introduo

    As expresses que sero deduzidas so importantes, pois

    permitem calcular a tenso, a corrente e o fator depotncia em qualquer ponto de uma L. T.;

    indicam o efeito dos diversos parmetros da linhasobre as q.d.t de tenso ao longo da mesma, para

    vrias cargas;

    so teis tambm no clculo do rendimento datransmisso, bem como no clculo da potncia queflui por uma linha.

    3.2 Representao das linhas

    A Figura 3.1 representa um gerador ligado em Y,alimentando uma carga equilibrada tambm ligada em Y. Acorrente de neutro nula. Portanto, os pontos "0" e "n"esto no mesmo potencial, no passando corrente pelocondutor neutro.

    GeradorCarga

    R L

    ZLZL

    R L

    L

    ZL

    0 n

    Fig 3.1: Rede equilibrada composta por gerador, linha e carga

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    2/13

    2

    Para resolver o circuito, supe-se que exista o condutorneutro, mesmo que a carga esteja ligada em (nesse caso transformada em Y), e considera-se que por ele circule asoma das trs correntes de fase; aplica-se a lei de Kirchhoffdas tenses na malha que contm uma fase e o neutro,conforme Figura 3.2.

    Fig. 3.2: Circuito equivalente monofsico da rede equilibrada

    3.3 Classificao das L. T. segundo suas extenses

    Curta (linhas areas de 60 Hz, com menos de 80 km)

    Desprezam-se as susceptncias capacivas (b=jwC), isto, desprezam-se o as capacitncias em paralelo (shunt),os demais parmetros R e L so consideradosconcentrados.

    Mdia (linhas areas de 60 Hz, entre 80 km e 240 km)

    Os parmetrosR,L e Cso considerados concentrados,porm este ltimo divido ao meio (C/2) e representado

    em cada um dos extremos da linha (circuito ). Longa (linhas areas de 60 Hz, acima de 80 km)

    Os parmetros R, L e C esto uniformementedistribuidos ao longo da linha e isso deve ser observadono clculo rigoroso das linhas longas.

    Do exposto, conclu-se que essa classificao baseia-se

    nas aproximaes admitidas no uso dos seus parmetros.

    ZL

    R L

    VS VR

    + +

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    3/13

    3

    3.3.1 Linha de transmisso de comprimento curto

    O circuito equivalente de uma L. T. curta mostrado naFigura 3.3. Antes de passar ao estudo dessa linha e dasdemais, importante que se faa alguns esclarecimentosde notao, e convenes, ou seja,

    lzZ = : impedncia total em srie, por fase;lyY = :admitncia total em paralelo, entre linha e neutro

    l: comprimento da linha;z: impedncia em srie, por unidade de comprimento, por fasey: admitncia em paralelo, por unidade de comprimento, entre linhae neutro;ISeIR: correntes, respectivamente, no gerador e na cargaVSeVR: tenses entre linha e neutro, respectivamente, no geradore na carga;

    Quando a corrente instantnea flui no sentido indicado pelaflexa ela considerada positiva; meio ciclo depois quandoinverte o sentido da corrente, ela negativa;

    O valor instntaneo da tenso considerado positivo quandoo terminal (+) estiver em um potencial maior do que o terminal(-), caso contrrio negativo.

    De acordo com o circuito, tm-se:

    IS= IR

    Vs = VR + IRZ

    IRIS

    VS VR CargaG

    + +

    Fig. 3.3: circuito equivalente de uma L.T. curta

    Z=R+jwL

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    4/13

    4

    A figura abaixo mostra o efeito da variao do fator depotncia da carga na regulao de uma L.T.

    A regulao de tenso definida assim,

    Reguo em % = 100

    FL

    FLNL

    V

    VV

    onde:NLV : mdulo da tenso nos terminais da carga, em vazio

    NFV : mdulo da tenso nos terminais da carga, em plena carga

    Observaes: ngulo de fp em atraso (carga indutiva) maior regulao ngulo de fp adiantado (carga cap.) regulao min. ou

    negativa

    Para o caso de uma L.T. curta, consideram-se

    SNL VV =

    RFL VV =

    VI

    IRX

    IRR

    VS

    VR

    I IRX

    IRR

    VS

    VI

    IRX

    IRR

    (a) Corrente atrasadada tenso (cargaindutiva

    (b) Corrente em fasecom a tenso (carga100 % resistiva)

    (c) Correnteadiantada da tenso(carga capacitiva)

    Fig. 3.4: Diagramas fasoriais de Ve Iem uma linha curta

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    5/13

    5

    3.3.2 Linha de transmisso de comprimento mdio

    O circuito nominal o mais indicado para uma L.T. decomprimento mdio (Figura 3.5).

    Fig. 3.5: Circuito nominal para uma L. T. de comprimento mdio

    Substituindo Vsnessa ltima equao, resulta

    Z

    Y/2Y/2VS VR

    IS IR

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    6/13

    6

    3.3.3 Linha de transmisso de comprimento longo

    Lembrando que os parmentros (R,L e C) desse tipo delinha so distribudos, ento ser tomado um elementoinfinitesimal (dX), conforme mostrado na figura abaixo, paraa partir dele, estud-la.

    Para o elemento infitesimal dx, escrevem-se

    Derivando em relao a x, obtm-se

    V+dV

    IR

    VS VR Carga

    IS

    G

    I+dI I

    V

    XdX

    Fig. 3.6: Linha de transmisso com parmetros distribudos

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    7/13

    7

    Substituindo os valores dedx

    dIedx

    dV, nessas equaes

    resultam em

    As solues dessas equaes para VeI, respectivamente,sero expresses cujas derivadas segundas em relao ax so iguais s expreseas originais multipicadas pelaconstanteyz. Isso sugere uma soluo do tipo exponencial.Por exemplo, supondo que a soluo da equaodiferencial de para Vseja do tipo

    por conseguinte,

    mas IzdxdV = , ento,

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    8/13

    8

    ExplicitandoI, resulta

    Trabalhando essa expresso obtm-se

    Na extremidade da linha (terminal da carga), ou seja, parax=0 tm-se

    Fazendo,

    e tirando o valor deA1 eA2 vir

    onde ZC chamada de Impedncia Caracterstica e deConstante de Propagao (ambas so grandezascomplexas).

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    9/13

    9

    Agora substituindo os valores nas solues de V e I,obtm-se

    Essas equaes fornecem os valores eficazes de V e I,bem como suas fases em qualquer ponto da linha, em

    funo das distncias x, medidas a partir dos terminais dacarga, supondo-se conhecidas VR, IR e os parmetros dalinha.

    3.3.4 Interpretao das equaes de uma L. T. longa

    Escrevendo a constante de propagao na formacomplexa

    onde a Constante de Atenuao (nepers/km) e aConstante de Fase (rd/km)

    Substituindo , na forma complexa, nas equaes de VeI,resulta

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    10/13

    10

    Os termos xe e xje explicam a variao da corrente e datenso em qualquer instante, em funo da distncia aolongo da linha. O primeiro termo muda os valores dos

    mdulos, enquanto o segundo, que igual a

    xjsenxcose xj += ,

    cujo mdulo 1, produz uma defasagem de radianos porunidade de comprimento da linha.

    Consideraoes: O termo

    xjxee]2/)[( + CRR ZIV (tenso incidente: V+)

    cresce em mdulo e adianta-se em fase com o aumentoda distncia aos terminais da carga; acontece ocontrrio quando se avana dos terminais do geradorpara a carga (onda progressiva);

    O termo

    xjxee]2/)[( + CRR ZIV (tenso refletida: V-)

    tem um comportamento contrrio ao termo da tensoincidente;

    Em qualquer ponto da linha tem-se: V= V++V-;

    A corrente tambm uma onda progressiva que temuma componente incidente e outra refletida;

    Quando VR=IRZC, no existe onda refletida detenso ou corrente (ver equaes);

    ZC 400 e fase de 0o a -15;

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    11/13

    11

    Muitas vezesZC chamada de Impedncia de Surto,

    sendo dada por: CLZS /= (linha sem perdas, onde

    R e G so desprezadas). Considera-se linhas semperdas quando se lida com altas freqencias outenses de raio (as tenses de raios tm freqnciaselevadas, da ordem de kHz).

    O comprimento de Onda definido como a distncia, aolongo da linha, entre dois pontos de uma onda cujas fasesdiferem de 360 ou 2 radianos. Se for a defasagem em

    rd/km, o comprimento de onda em quilmetros, ser

    e a velocidade

    Para f=60 Hz, o comprimento de onda aproximadamente

    4800 km, ou seja, km5000ciclos/s60

    km/s10300 3

    f

    v

    = .

    Estudo:1) Analisar o comportamento das ondas incidendes de Ve

    I, quandoIR=0 nos terminais da carga (x=0).2) Observar as equaes de VeIna forma hiperblica.

    3) Verificar o circuito equivalente de uma linha longa.

    4) Constantes generalizadas de um circuito (representaode uma L.T. como um quadripolo).

    km/s (fem Hz)

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    12/13

    12

    3.3.5 Constantes generalizadas de uma L. T.

    Uma L.T. pode ser representada atravs de suas constantesgeneralizadas ABCD, na forma de um quadriplo (circuito

    reduzido a dois pares de terminais: 2 de entrada e 2 de sada),conorme mostrado na Figura 3.6.

    a) Linhas mdias

    Na forma de um quadriplo, essas equaes soexpressas por

    Comparando essas equaes com as anteriores, resultaem

    ABCD

    IRIS

    VRVS

    +

    -

    +

    -

    Fig. 3.7: Diagrama simblico representativo de umcircuito com dois pares de terminais (quadriplo)

  • 7/31/2019 07. Relaes entre Tenso e Corrente em uma L.T

    13/13

    13

    b) Linhas longas (forma hiperblica das equaes)

    A partir dessas equaes tm-se que as constantesgeneralizadas longa so

    Estudo:Considerando IR=0 e VR=0, pede-se interpretar asconstantes ABCD nas expresses

    Circuito nominal para uma LT longa

    ll

    ZZ )(senh=

    Y/2Y/2VS VR

    IS IR

    Fig. 3.8: Circuito nominal parauma LT de comprimento longo

    2/

    )2/(tanh

    22 l

    l

    YY=

    ZlzZ =

    lyY =