07 março 2012

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XX 40 07/03/2012 * PPP da Saúde não atrai interessados - p. 01 * Em três anos, 454 mil mulheres são agredidas - p. 09 * BEBIDA LIBERADA E PERNAS PARA O AR - p.14

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XX 40 07/03/2012

* PPP da Saúde não atrai interessados - p. 01

* Em três anos, 454 mil mulheres são agredidas - p. 09

* BEBIDA LIBERADA E PERNAS PARA O AR - p.14

hoje em dia - P. 03 - 07.03.2012

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Três portadores de esquizofrenia de Minas Novas, no Vale do Jequi-tinhonha, irão receber gratuitamente da Secretaria Estadual de Fazenda Pública o medicamento genérico Aripiprazol (Abilify®), que é necessário pra o tratamento da patologia deles, mas não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde e custa entre R$ 250,05 e R$ 1.500,24. O benefício foi pedido à Justiça pelo Ministério Público Estadual, que propôs uma Ação Civil Pública (ACP).

Conforme a Promotoria de Defesa da Saúde de Minas Novas, os três

pacientes foram submetidos a exames especializados, por meio dos quais foi constatado que os medicamentos fornecidos para tratamento da esqui-zofrenia na rede pública de saúde não são eficazes para o quadro clínico que apresentam. Assim, após concluir o inquérito civil, o promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin propôs a ação civil pública pedindo a antecipação de tutela com base no art. 2º da Lei n. 8.437/1992, e também que seja prevista multa diária de R$ 10 mil por dia, em caso de descum-primento da decisão.

o TemPo - mG - on line - 07.03.2012

Três portadores de esquizofrenia de Minas Novas irão receber medicamentos após pedido do MP

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não vai autorizar a festa pós-carnaval do bloco Vou passar a noite com elas, prevista para ocor-rer sábado à tarde na Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Região Sul de Belo Horizonte. A convocação para a festa está sendo feita no Facebook e cerca de 15 mil pessoas foram convidadas, das quais mais de 4,6 mil haviam confirmado presença até ontem. O ritmo de adesão aumenta à medida que a festa se aproxima, e o tom dos organizadores do evento é de desafio à PBH e à Polícia Militar, uma vez que festas anteriores causaram problemas de desordem e depredação na capital.

Em menos de um mês, este é o terceiro flash mob (festas instan-tâneas convocadas por meio das redes sociais) programado para Belo Horizonte. O primeiro, a Cobre Folia, foi marcado para 10 de feverei-ro, em frente à Fumec, no Bairro Cruzeiro. A Polícia Militar, depois de uma reunião com o Ministério Público e a prefeitura, ocupou pre-ventivamente o local e a festa não ocorreu. O segundo, a Cidade Love, ocorreu sábado no Cidade Nova e resultou em vandalismo e baderna.

Além da PBH, a Comissão de Monitoramento de Eventos Espor-tivos e Culturais (Comovec), ligada à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) está vigiando a festa marcada para a Praça do Papa. “Temos dois investigadores acompanhando as redes sociais 24 horas por dia. Se mudarem o local do evento meia hora antes, temos como saber”, informou uma fonte da Comovec. A PM deve ocupar a Praça do Papa ou qualquer outro local para onde a festa for marcada bem antes da chegada dos participantes, como foi feito na Cobre Folia.

Agentes da Guarda Municipal vão multar os carros que esta-cionarem em local proibido nas imediações da festa. Os fiscais da Regional Centro-Sul vão atuar, com base no Código de Posturas, in-viabilizando a montagem de estruturas de palco e o funcionamento de som automotivo acima do limite fixado pela Lei do Silêncio, além de proibir a presença de ambulantes vendendo cerveja e salgadinhos. “Se a festa tivesse licença da prefeitura, a PM estaria lá para apoiar. Como não tem, vamos nos estruturar para que o evento não ocorra”, alerta o tenente-coronel Luiz José Francisco Fialho Filho, comandante do 22ª Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da região.deSaFio

No Facebook, o tom de alguns jovens que confirmaram sua presença no evento é de desafio. “Acho que nem o Bope vai segurar dessa vez, vai bombar”, disse um rapaz, enquanto outro afirmou que “vai dar problema com a PM se ela descobrir que estamos roubando a cena”. Poucos são os que lembram que é preciso preservar o local do evento e evitar atos de vandalismo como os ocorridos sábado no Cidade Nova.

A falta de espaço para as manifestações espontâneas dos jovens é outro ponto da questão que o vereador Arnaldo Godoy (PT) defende. “É preciso sentar e pensar o que fazer em relação a essas manifesta-ções, buscando uma solução, diz o político, autor da Lei nº10.277, de 2011, que determina que a prefeitura não pode interferir na realização de eventos nas praças da cidade, desde que não atrapalhem o trânsito de pedestres nem tenham som alto ou obstruam o trânsito. A lei não estabelece número mínimo de participantes do evento, nem a exigên-cia de um caráter político ou cultural.

Protesto contra Saint PatrickA Associação dos Moradores do Bairro Anchieta (Amoran) di-

vulgou nota oficial protestando contra a realização da festa de Saint Patrick’s Day, programada para 17 de março no Parque JK, na Aveni-da Bandeirantes, Bairro Sion. No documento, o presidente da entida-de, Saulo Lages Jardim, diz que os usuários do Parque JK “se sentem vilipendiados por não termos recebido uma consulta prévia quanto à

realização do evento. Seria no mínimo de bom tom consultar a vizi-nhança”, diz o líder comunitário.

Saulo Lages manifesta preocupação com os riscos de realização de um evento de grande porte no parque, “que recentemente foi re-formado, recebendo novos equipamentos que servem à população”. Acrescenta que o local agora está prestes a ser exposto à depredação, como o que ocorreu na Praça da Liberdade às vésperas do carnaval e o que houve na Savassi no ano passado, quando da realização da edição 2011 do Saint Patrick’s Day.

A Amoran também manifesta temor da ocorrência de problemas no trânsito e na segurança, antes, durante e depois da festa, “pois é notório que aquele espaço do JK não está preparado para grandes pú-blicos como também não tem localização adequada para abrigar um evento deste vulto que, no ano passado, recebeu pelo menos 35 pesso-as, de acordo com informações dos próprios organizadores”.

Ao concluir, o representante da Amoran diz que a entidade não é contrária à realização desse tipo de festividade, que deve ser aplau-dida, “desde que se faça com planejamento e respeito aos cidadãos e à própria cidade. Reconhecemos que Belo Horizonte deve investir na realização de eventos que cativem o interesse nacional. Contudo, também é fundamental que tais eventos sejam direcionados para lo-cais adequados, estruturados para recebê-los. Improvisos e tentativas, como provam experiências anteriores, podem ser extremamente pre-judiciais ao patrimônio público e ao bem estar dos cidadãos, de um modo geral.

Depois do tumulto na Cidade Nova, autoridades vetarão even-to programado para sábado na Praça do Papa (Túlio Santos/EM/D.A Press - 27/2/11) Depois do tumulto na Cidade Nova, autoridades vetarão evento programado para sábado na Praça do Papa

memÓRia: Álcool, drogas e barulhoEm 27 de fevereiro do ano passado, o Estado de Minas publicou

reportagem mostrando que a Praça da Papa, um dos endereços mais nobres da capital, havia se transformado em território sem lei. Grupos de jovens, muitos menores de 18 anos, ocupavam o local nas madru-gadas de quinta a domingo para ouvir funk a todo volume e consumir bebidas alcóolicas e drogas.

Moradores da região chegaram a ser ameaçados por frequenta-dores armados desses encontros. Os invasores paravam os carros e as motocicletas nas entradas das garagens, impediam as pessoas de entrar e sair e ainda as ameaçavam de agressão e de morte caso recla-massem do incômodo. Sujeira, garrafas e latas jogadas nos canteiros e jardins completavam o quadro de vandalismo.

Depois da reportagem, a Polícia Militar e representantes da Regional Centro-Sul se reuniram para definir ações que coibissem o desrespeito. O policiamento foi reforçado e a presença dos grupos de vândalos na região foi reprimido.PalaVRa de eSPeCialiSTa: RaFael BaRRoS,

anTRoPÓloGo e ConSelheiRo mUniCiPal da ReGional CenTRo-SUl

Espaço de convivência“A cidade é um espaço de convivência e de uso coletivo. O que

é público é do público e não pode ter a proibição como uma prerro-gativa. Se você considera um espaço como sendo seu e pode usufruir dele, você passa a cuidar. Há um processo de educação das pessoas. Na Constituição, existe a garantia de se manifestar politicamente no espaço público. Por outro lado, eventos sem conotação política devem seguir as estruturas normativas da prefeitura. Uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes tem de ter parâmetros mínimos para continuar existindo”.

eSTado de minaS - P. 23 - 07.03.2012 PÓS-CaRnaVal

Bloco não poderá sair Depois do tumulto no Cidade Nova, autoridades afirmam que evento programado para

sábado na Praça do Papa não vai ser permitido. Polícia Militar planeja ocupar a região

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hoje em dia - P. 02 - 07.03.2012

hoje em dia - P. 06 - 07.03.2012mÁRCio FaGUndeS

o TemPo - P . 07 - 07.03.2012

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eSTado de minaS - P. 07 - 07.03.2012

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Isabella Souto e Juliana Cipriani

A seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil decide ama-nhã se vai questionar judicialmente o pagamento do 14º e 15º salários aos deputados estaduais mineiros. A “ajuda de custo” de R$ 40.082,70 anuais, apelidada de verba do paletó, foi suspensa recentemente por or-dem da Justiça em três estados – Goiás, Pernambuco e São Paulo – e é questionada no Piauí. O presidente da OAB/MG, Luís Cláudio Chaves, pediu ontem um parecer da Comissão de Direito Constitucional da Ordem para bater o martelo na reunião do conselho. “Se for ilegal, vamos tentar primeiro diplomaticamente conversar com a Assembleia. Se não houver acordo, vamos ajuizar as medidas cabíveis com ou sem o Ministério Pú-blico”, afirmou.

Chaves quer uma definição o mais rápido possível e pediu o parecer para amanhã. Outras seções da OAB consideraram a verba ilegal e con-seguiram a suspensão na Justiça. O argumento que vem sendo usado é de que a “ajuda de custo” é incluída nas parcelas remuneratórias dos parla-mentares, o que é vedado pela Constituição Federal. Segundo a lei magna, ocupantes de mandato eletivo devem ser remunerados exclusivamente por subsídio em parcela única. A mesma sistemática questionada em outros estados é adotada em Minas Gerais, onde os parlamentares recebem dois salários extras em fevereiro e dezembro em forma de remuneração. Prova disso é que pagam o Imposto de Renda de 27,5% sobre o valor.

A verba do paletó foi criada em Minas Gerais pela Resolução 5.154/94, que definia o recebimento de uma ajuda de custo equivalente à remuneração a ser paga no início e final de cada ano. Quatro anos depois, no entanto, a Emenda Constitucional 19/98 determinou que o pagamento de qualquer verba aos parlamentares em todo o país deveria ser fixado por lei. Em 1999, os mineiros aprovaram então a Lei 13.200/99, que manteve as normas já previstas na resolução e copiou artigo da Constituição Fe-deral que estabelece o limite em 75% do que é pago em Brasília para a remuneração dos deputados estaduais.

Assim foi até que, em 2001, o Estado de Minas revelou que os mi-neiros descumpriam o que manda a Constituição e recebiam entre R$ 60 mil e R$ 90 mil. A partir das denúncias, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público firmaram um termo de ajustamento de conduta (TAC) estabelecendo todas as parcelas a serem recebidas pelos parlamentares. O artigo 2º manteve a chamada verba do paletó, que na ocasião foi remune-rada em duas parcelas de R$ 6 mil pagas em fevereiro e dezembro. Desde

então, o benefício foi sendo reajustado a cada aumento salarial aprovado na Câmara dos Deputados e repassado à Assembleia, em efeito cascata.oUTRoS eSTadoS

Na edição de ontem, o Estado de Minas mostrou que pelo menos dez estados brasileiros já aboliram ou nunca pagaram a verba do paletó aos seus parlamentares (Distrito Federal, Goiás, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Roraima, Santa Catarina e Pernambuco). A medida em alguns casos foi determinada pelo Judiciário. Em outras, feita pelos próprios deputados, diante de pressão feita pela imprensa ou por ameaças do Ministério Público de recorrer ao Judiciário. É o caso dos deputados distritais.

Na semana passada, os 23 parlamentares presentes no plenário da Câmara do DF aprovaram projeto de lei que acabou com o 14º e 15º salá-rios de R$ 20 mil cada. Em fevereiro, sete deputados já haviam renuncia-do ao benefício, pago no dia 20, durante o recesso de carnaval. Também sob pressão, os líderes partidários da Assembleia do Paraná entraram em acordo e acabaram com o extra este ano.

Repercussãoleitores comentam no em.com.br

“Não há justificativa, pois recebem: salário R$ 20 mil + auxílio-mo-radia de R$ 2.250 + ajuda de custo + comparecimento em sessões extraor-dináris + R$ 20 mil de verba indenizatória. O pobre assalariado sobrevive com R$ 622,00, para alimentar, morar, vestir e cuidar da família. Que país é este? E é o povo quem elege os deputados, e no final recebe uma banana. “

Marília Soares“Além de acabar com essa verba absurda, devem também acabar

com a aposentadoria, já que os parlamentares estão em um cargo eletivo e a aposentadoria deve ser apenas para cargos efetivos, efetivados por concurso público que cumprem com sua carga horária e suas obrigações. Vereadores, deputados estaduais, federais e senadores não podem ter di-reito.”

Celso Almeida“Não adianta reclamar e votar neles novamente. É por isso que não

temos segurança, saúde, casa própria, infraestrutura e recebemos um sa-lário de R$ 600. Se vai reclamar, mude seu modo de votar. Eu não voto há cinco anos, pois não encontro um político de valor que mereça meu voto. E você?”

João Paulo

leGiSlaTiVo

OAB quer pendurar o paletó Seção mineira pediu parecer de constitucionalidade à comissão interna para decidir

se entra na Justiça para suspender pagamento do 14º e 15º salários dos deputados mineiros

Efeito cascata chega a PernambucoAline Moura e Suetoni Souto Maior - Recife O Leão está de olho na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Ontem, a Receita Federal anunciou a abertura de investigação para apurar a legalidade do não recolhimento do Imposto de Renda no pa-gamento dos 14º e 15º salários aos deputados estaduais de Pernam-buco — conhecido como auxílio-paletó. O benefício também é ques-tionado na Justiça pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), que considera o pagamento inconstitucional. A Receita analisará as declarações nos últimos cinco anos.

Cada deputado estadual de Pernambuco recebe R$ 40 mil, anual-mente, em auxílio-paletó, divididos em duas parcelas. Só que, segun-do explicação do procurador-geral da Casa, Irmar Teixeira, a verba tem caráter indenizatório e, por isso, não seria tributável. Se fosse, renderia a título de recolhimento de IR aproximadamente R$ 500 mil. A investigação da Receita repete uma contestação feita há 12 anos, quando benefícios semelhantes foram considerados ilegais e os depu-tados receberam autos de infração. Muitos ainda contestam as multas na Justiça. “Isso pode acontecer novamente”, disse, sem estipular pra-zo para a conclusão.

De acordo com o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano,

as verbas pagas aos deputados têm caráter remuneratório e ferem a Constituição estadual. “A verba é paga a todos os deputados, em datas prefixadas e no mesmo valor dos subsídios. A Constituição é clara que não pode haver esse tipo de complemento”, observou Mariano. Desde o fim ano passado, a entidades cobra na Justiça o fim do pagamento.

Em nota, a Assembleia pernambucana diz que o Supremo Tri-bunal Federal deu ganho de causa à Casa e considerou o pagamento como verba imdenizatória — livre de tributos —, há cerca de dois anos — informação oposta à da Receita. O texto ainda diz que o re-gimento interno do parlamento se baseia nos modelos da Câmara dos Deputados e do Senado.Senado

A Receita Federal abriu procedimento investigatório para cobrar Imposto de Renda sobre as verbas extras recebidas pelos senadores. Considerando os oitos anos de mandato, deixaram de ser arrecadados R$ 8,4 milhões com a farra do 14º e 15º salários, mas poderá haver desconto referente apenas aos últimos cinco anos. O pente-fino na do-cumentação dos parlamentares envolve também a Câmara do Distrito Federal. A alegação do Senado para não tributar as verbas extras é de que se trata de “ajuda de custo” e não de salário.

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CeRCo ao CiGaRRo -

eSTado de minaS - P. 21 e 22 - 07.03.2012

ConT.... eSTado de minaS - P. 21 e 22 - 07.03.2012

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o TemPo - P. 24 - 07.03.2012

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ConT... o TemPo - P. 24 - 07.03.2012 assembleia

Pedido de afastamento de secretário é aprovado

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o TemPo - P. 25 - 07.03.2012

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hoje em dia - P. 02 - 07.03.2012

o TemPo - on line - 07.03.2012a PaRTe

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hoje em dia - P. 19 - 07.03.2012

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diÁRio do ComéRCio - P. 26 - 06.03.2012 PReCaRiedade

Justiça continua sobrecarregada em MinasNo ano passado, foram ajuizadas 2,3 milhões de ações, com 1,6 milhão de julgamentos concluído

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Alex Rodrigues - Repórter Agência BrasilBrasília - A polêmica sobre a concessão de au-

torizações judiciais para que crianças com menos de 16 anos trabalhem voltou às pautas do Conselho Na-cional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Na semana passada, a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, disse que solicitou aos tribunais de Justiça do país infor-mações sobre as autorizações de trabalho expedidas para menores de idade.

A iniciativa foi anunciada após a ministra ter se reunido, na quarta-feira (29), com o procurador-che-fe do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas, que entregou à ministra informações sobre os casos em que os próprios magistrados têm legitimado o uso da mão de obra de crianças e adolescentes, muitas vezes em atividades perigosas proibidas a menores de 18 anos. Varandas, que também se reuniu com o corregedor nacional do Ministério Público (MP), Je-fferson Coelho, propôs que o CNJ e o CNMP atuem conjuntamente para conscientizar juízes e promoto-res a encerrarem essa prática, salvo em casos consi-derados excepcionais.

Conforme a Agência Brasil noticiou em outubro de 201, mais de 33 mil autorizações de trabalho para crianças e adolescentes foram concedidas por juízes e promotores de Justiça no país entre 2005 e 2010. Após a divulgação dos números, a corregedora pe-diu mais informações ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Ministério Público do Trabalho, en-quanto o Fórum Nacional de Prevenção e Erradica-ção do Trabalho Infantil cobrou que o CNJ impeça que os magistrados continuem autorizando crianças e adolescentes menores de 16 anos a trabalhar.

O assunto também foi discutido durante a ses-são do CNMP, do último dia 28. Na ocasião, a con-selheira Taís Ferraz propôs uma nova resolução para obrigar os integrantes do MP que forem favoráveis à concessão das autorizações a apresentarem à Comis-são de Aperfeiçoamento da Atuação do Ministério Público da Área da Infância e Juventude os motivos que os levaram a tal decisão.

Os membros do MP são consultados durante os

processos de análise dos pedidos de autorização ju-dicial para o trabalho infantil e a proposta da con-selheira é tornar públicas às razões que levaram a Justiça a autorizar menores de 16 anos a trabalhar, contrariando o que prevê a Constituição Federal.

Embora a Constituição proíba a contratação de menores de 16 anos para qualquer trabalho (exce-to na condição de menor aprendiz, a partir dos 14 anos), é grande o número de alvarás envolvendo crianças abaixo dessa idade. Segundo os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, foram concedi-das 131 autorizações para crianças de 10 anos, 350 para as de 11 anos, 563 para as de 12 anos e 676 para as de 13 anos.

A maioria dos alvarás autorizava o emprego dos jovens no comércio ou na prestação de serviços, mas há muitos casos de crianças trabalhando em ativi-dades consideradas insalubres e, portanto, proibidas para quem ainda não completou 18 anos, como na agropecuária, fabricação de fertilizantes (onde há contato direto com agrotóxicos), construção civil, oficinas mecânicas e pavimentação de ruas.

À Agência Brasil, o chefe da Divisão de Fisca-lização do Trabalho Infantil do Ministério do Tra-balho e Emprego, Luiz Henrique Ramos Lopes, disse, em outubro, que a “assustadora” quantidade de autorizações judiciais configuram uma “situação ilegal, regularizada pela interpretação pessoal dos magistrados”. O então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que a situação é grave e fere a lei, en-quanto a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, classificou as autorizações como “inconsti-tucionais”.

Já o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), desembargador Nelson Calan-dra, defendeu os juízes, alegando que a interpreta-ção da Constituição exige “flexibilidade” por parte dos magistrados. “Ninguém deseja o trabalho infan-til, mas juízes e promotores lidam com a realidade social e a realidade brasileira é que muitas famílias dependem do trabalho do menor”.

Edição: Rivadavia Severo

aGênCia BRaSil - dF - ConamP - 07.03.2012

CNJ e conselho do Ministério Público discutem autorizações judiciais para o trabalho infantil

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eSTado de minaS - P. 04 - eSPoRTeS - 07.03.2012

DA REDAÇÃO

O Ministério Público Estadual enviou uma recomendação à Prefeitura de Nova Serrana para que sejam alterados os nomes de prédios, vias e obras públicas batizados para homenagear pes-soas vivas, o que atinge diretamente a “home-nagem” ao ex-presidente do Cruzeiro, o senador

Zezé Perrella.O novo estádio da cidade, a Arena do Calçado,

seria batizado oficialmente com o nome do carto-la. O MP lembra que a legislação proíbe, em todo o país, atribuir nome de pessoa viva a qualquer bem da União ou da administração indireta, assim como mostrar nomes de autoridades em placas de obras ou veículos do poder público.

MP veta nome de Zezé Perrella em estádio

hoje em dia - P. 08 - eSPoRTeS - 07.03.2012

O circo esta armado... Só falta o espetáculo

o TemPo - on line - 07.03.2012

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MP recomenda alteração do nome da Arena “Zezé Perrella”O órgão pede que Prefeitura de Nova Serrana altere nomes de bens públicos batizados em homenagem a pessoas vivas

hoje em dia - on line - 07.03.2012

Do Portal HD

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) en-viou recomendação à Prefei-tura e Câmara de Vereadores de Nova Serrana pedindo que sejam alterados os nomes de logradouros e obras públi-cas que foram batizados em homenagem a pessoas vivas. A administração terá 90 dias para fazer o levantamento de todos os locais nomeados ir-regularmente e deverá enviar projeto de lei ao Legislativo

local para revogar as leis que atribuíram tais nomes.

A medida foi tomada após a Promotoria de Justiça de De-fesa do Patrimônio Público ter recebido informações de que o estádio municipal, conhe-cido como Arena do Calçado, seria batizado em homena-gem ao senador José Perrella. A Lei n.º 6.454/77, que dispõe sobre a denominação de lo-gradouros, obras, serviços e monumentos públicos, em seu artigo 1º, diz que “é proibido, em todo o território nacional,

atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer na-tureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Admi-nistração indireta”, e, no seu artigo 2º que é “igualmente vedada a inscrição dos nomes de autoridades ou administra-dores em placas indicadores de obras ou em veículo de propriedade ou a serviço da Administração Pública direta ou indireta”.

Tags: Arena Zezé Perre-la, Ministério Público

Brasília. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou on-tem que a minis-tra Cármen Lúcia será a próxima presidente da Cor-te, a primeira mu-lher na história a assumir o cargo. E a estreia será sob fogo cruzado. É que neste ano tem eleição municipal já sob o efeito da Lei da Ficha Lim-pa, que recebeu o voto favorável de Cármen no Supre-mo Tribunal Fede-ral (STF).

A escolha de Cármen Lúcia já era esperada, pois

o cargo tem de ser ocupado por um ministro do Su-premo e, tradicio-nalmente, por or-dem de antiguida-de. Ela substituirá o colega Ricardo Lewandowski e deverá tomar pos-se no final de abril deste ano. Na noi-te desta terça-fei-ra, houve uma vo-tação simbólica, realizada entre os sete ministros do tribunal. Cármen recebeu seis votos - de todos, menos o dela. O vice será Marco Aurélio Mello, que já as-sumiu a presidên-cia duas vezes.

Cármen Lú-cia, que será res-ponsável por or-ganizar as eleições municipais deste ano, afirmou que conduzirá o tribu-nal com “honesti-dade e dedicação, dando sequência ao trabalho já re-alizado, com o compromisso de bem servir à Re-pública e ao povo brasileiro”.

A ministra ain-da lembrou que, em 2012, o voto feminino completa 80 anos no Brasil e que as mulheres representam, hoje, 52% do eleitorado nacional.

o TemPo - on line - 07.03.2012 eleições

Cármen Lúcia será a 1ª mulher a presidir o TSE

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Irritado com perguntas dos jornalistas sobre a suspeita de pagamentos irregulares a desembar-gadores, sobre os critérios usados pela Corte na correção monetária de créditos trabalhistas dos juízes e sobre o atraso na quitação de precatórios, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Ivan Sartori, acusou a imprensa de estar empenhada em campanha para denegrir a ima-gem da Corte.

“Existe uma campanha para denegrir o Ju-diciário de São Paulo. Repilo esse movimento, partindo principalmente do jornal O Estado de S. Paulo e da Folha de S.Paulo”, disse Sartori, na sexta-feira. A entrevista foi convocada por cau-sa da primeira visita da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, ao TJSP, depois que clas-sificou a Corte como a mais refratária ao controle do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mas foi Sartori quem monopolizou a atenção dos jorna-listas, exaltando-se a ponto de Eliana Calmon re-comendar que ele se acalmasse.

A pergunta que mais o irritou foi a relativa aos critérios usados pelo TJSP no rateio dos ren-dimentos auferidos com base nos convênios fir-mados com bancos para depósito do dinheiro dos precatórios. Ao ser indagado por nosso repórter Fausto Macedo se a parte da renda que cabe à Corte estaria sendo destinada ao pagamento de passivos trabalhistas de desembargadores, Sartori acusou o Estado de ser parcial. “Foram pagamen-tos antecipados, questões entre os desembargado-res”, afirmou.

No mínimo o ministro exagerou em sua vee-mência, uma vez que esses pagamentos envolvem dinheiro público. Mas a agressividade com que tratou o jornalista não referendou o teor de seus argumentos. O que o presidente do TJSP chama de campanha para “denegrir o Judiciário” nada mais é do que a publicação e a discussão, pelos jornais, dos problemas estruturais da Justiça e das mazelas pessoais de alguns - felizmente, poucos - magistrados acusados de desvio de conduta. E, mais importante, todos esses problemas foram re-velados e expostos ao público pelo CNJ.

Desde que o órgão responsável pelo controle da magistratura começou a funcionar, em 2005,

era inevitável que suas fiscalizações explicitas-sem, para a opinião pública, o excesso de privi-légios que juízes e desembargadores insistem em apresentar como “prerrogativas”. Em seis anos de funcionamento, o CNJ proibiu os magistrados de contratar parentes para cargos de confiança, co-brou rigor das corregedorias estaduais e autuou tribunais que gastavam dinheiro público com via-gens, banquetes e coquetéis.

Na defesa de privilégios corporativos, como férias de dois meses e auxílios concebidos para contornar o dispositivo constitucional que esta-belece o teto de R$ 26,7 mil para o funcionalismo público, as associações de juízes afirmam que as vantagens financeiras estão previstas por lei. Com isso, relegaram para segundo plano o fato de que nem tudo que é legal é, necessariamente, moral. Indignada com a posição dessas associações - es-pecialmente as controladas por desembargadores paulistas -, a opinião pública mobilizou-se para evitar que elas conseguissem esvaziar as compe-tências do CNJ, arguindo sua inconstitucionali-dade no Supremo Tribunal Federal. A imprensa registrou essa mudança de ventos na Justiça e, em editoriais, apoiou as medidas do CNJ para torná-la mais transparente.

No caso do atraso na quitação dos precató-rios, além disso, o presidente do TJSP atribuiu o problema a meros “descuidos” administrativos. Na realidade, o problema é grave e, ao contrário do que diz Sartori, envolve, sim, a discussão so-bre os critérios de rateio dos rendimentos auferi-dos com os convênios firmados com os bancos. O descalabro administrativo constatado pelo CNJ na Justiça paulista mostra como agem juízes es-taduais que são rápidos e eficientes quando têm interesse em jogo, mas imputam a “descuidos” o tratamento ineficiente dispensado a quem não consegue receber créditos públicos a que tem di-reito.

Longe de patrocinar uma campanha para “de-negrir” a Justiça, o que a imprensa tem feito é expor os problemas de um Poder que demorou para se modernizar, que se opôs ao controle da magistratura e que não consegue conviver com uma das principais virtudes da democracia - a crí-tica construtiva.

A Justiça e a crítica construtivao eSTado de S.PaUlo - on line - 06 de maRço de 2012

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