07 case renault

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 CAPA 12 Caminho da excelência A busca por resultados superiores quanto à qualidade e à produtividade das operações leva setores da indústria automobilística a implantar soluções para o controle de contaminação Por Carlos Sbarai e Alber to Sarmento Paz m dos mais importantes segmen- tos econômicos, a indústria au- tomobilística vem, ao longo das duas últimas décadas, incorporando cada vez mais soluções para o controle de contaminação. O investimento se jus- tica plenamente, visto que amplia a produtividade da operação, reduz os riscos ambientais e é importante para atender os desejos dos consumidores.  Atualmente, o processo de pintura, a usinagem de peças para os motores e sistemas de transmissão, a produção de vidros e faróis e a montagem do U sistema de injeção eletrônica ( veja ma- téria sobre a Perkins na pág. 18 ) são as principais etapas do processo industrial automotivo que se valem da tecnologia de áreas limpas. Segundo o gerente técnico comer- cial da Caml Farr para a América Lati - Linha de montagem da Renault    F   o    t   o   :    D    i   v   u    l   g   a   ç    ã   o    /    R   e   n   a   u    l    t

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Capa

12

Cminhod excelênci

A busca por resultados superiores quanto àqualidade e à produtividade das operações levasetores da indústria automobilística a implantarsoluções para o controle de contaminação

por Crlos Sbri e alberto Srmento pz

m dos mais importantes segmen-

tos econômicos, a indústria au-

tomobilística vem, ao longo das duas

últimas décadas, incorporando cada

vez mais soluções para o controle de

contaminação. O investimento se jus-

tica plenamente, visto que amplia a

produtividade da operação, reduz os

riscos ambientais e é importante para

atender os desejos dos consumidores.

 Atualmente, o processo de pintura, a

usinagem de peças para os motores e

sistemas de transmissão, a produção

de vidros e faróis e a montagem do

U sistema de injeção eletrônica (veja ma-

téria sobre a Perkins na pág. 18 ) são as

principais etapas do processo industrial

automotivo que se valem da tecnologia

de áreas limpas.

Segundo o gerente técnico comer-

cial da Caml Farr para a América Lati-

Linha de

montagemda Renault

   F  o   t  o  :   D   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o   /   R  e  n  a  u   l   t

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na, Edmilson Alves, apesar da aplicação

em outras áreas, a principal delas ainda

é o processo de pintura. “As cabines de

pintura, em sua maioria, são ambientes

controlados, com restrições de acesso

e rígido controle da temperatura e da

qualidade do ar. Esse processo vem se

sosticando e está relacionado direta-

mente à busca por maior produtividade,

pois o controle do ambiente reduz o re-

trabalho, minimiza o impacto ambiental

e o desperdício de tintas, entre outras

vantagens”, explica Alves.

Em linhas gerais, o sistema de con-

dicionamento do ar aplicado nas cabi-nes de pintura estabelece um uxo de

ar unidirecional, o que ajuda a evitar o

chamado overspray , que ocorre quan-

do as partículas de tinta mudam sua

trajetória e passam a se deslocar para

a região do teto da cabine de pintura,

desperdiçando tinta (o jato de spray -

ca descontrolado), além de minimizar o

risco de as partículas secarem e trans-

formarem-se em um novo problema,

que gerará retrabalho, já que essas

partículas irão de encontro às peças.

A questão do controle nas cabi-

nes de pintura merece, inclusive, uma

recomendação normativa do IEST

 – Instituto de Ciências Ambientais e

de Tecnologia. A RP-CC 029.1 –  Au-

tomotive Paint Spray Automotive está

sendo adotada na América do Norte.

“A recomendação não é plenamente

aplicada, nem existe essa necessida-

de legal, porém é um indicador da im-

portância do tema”, argumenta Alves.

“Esperamos debater esse assunto no

mercado nacional para demonstrar os

benefícios ambientais, produtivos e de

saúde de se seguir essa recomenda-ção”, completa.

 A Renault, montadora francesa com

três unidades de produção no Paraná

(fábrica de veículos de passeio, de

utilitários e de motores), com vendas

anuais no mercado nacional de cerca

Cabine de pintura com robôs, o que

permite menor velocidade de ar

descendente

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de 80 mil unidades em 2008, reforça

a importância do ambiente controlado

no setor de pintura. “O maior retraba-

lho é o retoque por grãos (entende-se

por grão toda partícula que marca a

superfície da carroceria, podendo ser 

pó, bra, pelos, etc) e para evitar essa

ocorrência negativa temos um cuidado

especial com a área da cabine e seus

acessos. Só os envolvidos diretamente

com o processo têm acesso às cabi-

nes”, conta o responsável pelo setor 

de manutenção de pintura CVU da Re-

nault, Glauco Dayle Azevedo Cezar.

Outro ponto levantado por AzevedoCezar é que na Renault do Brasil as

cabines utilizam a tecnologia Hydro-

Spyn, que oferece um ambiente onde

se controlam a temperatura, a umidade

e a velocidade vertical de ar dentro de

parâmetros que garantem a padroniza-

ção do processo. Assim, amplia-se a

produtividade da operação e elimina-se

corretamente os resíduos (sobra de tin-

ta em suspensão, por exemplo).

Na opinião de Azevedo Cesar,

existem avanços nesse setor. “Ideias

simples da própria indústria, como ado-

ção de roupas especiais para trabalho

dentro das cabines e o treinamento pa-

ra a conscientização dos operadores,

a m de manter os ambientes sempre

estabilizados, representam um avanço

cultural. Em termos de avanço tecno-

lógico, temos o desenvolvimento cons-

tante dos ltros para as CTAs (Centrais

de Tratamento de Ar), estufas e mantas

para cabines que, além de manter as

áreas isentas de partículas, diminuem

o consumo de energia”, explica.

O rocesso de intur

Maior fabricante mundial de cabines

de pintura, a alemã Durr executa proje-

tos e instalação de linhas de montagem

de veículos para pintura em regime de

turn key nas montadoras. “Essa etapa

é muito especíca, exige grande co-

nhecimento e atualização constante.

O revestimento de tinta não só protegea carroceria, como também aumenta o

apelo visual, adicionando brilho e cor,

fatores importantes para a venda. Nos-

sa função é atuar em parceria com as

montadoras para levar a excelência ao

processo de pintura. Atualmente, cerca

de 80% das cabines instaladas nas

fábricas de automóveis são da Durr”,

comenta Miguel Horvath, diretor de

Operações da Durr Brasil.

 A tecnologia atual faz com que o

prédio de pintura envolva dois ambien-

tes distintos: a área de pré-tratamento

(não controlada) e a chamada clean-

room (controlada). Em linhas gerais,

a carcaça do automóvel entra na linha

de pintura para o pré-tratamento, onde

recebe a lavagem inicial e passa por 

enxágues e banhos. É nessa etapa que

recebe o tratamento de superfície con-

tra a corrosão por meio de aplicação de

uma camada de fosfato.

Depois a carroceria é imersa em um

tanque para receber a chamada pintura

E-coat , que emprega eletroforese paradeposição das partes sólidas na super-

fície da carroceria e as que não sofrem

aderência são expulsas para fora da

carroceria e ltradas, minimizando ris-

cos de retrabalhos. Apenas depois des-

se processo, que inclui a passagem na

estufa de cura do E-coat, a carroceria

entra no ambiente controlado (clean-

room), que é contíguo a esse espaço.

“No cleanroom, a carroceria recebe

as camadas de primer, de base-coat

(que dá cor ao automóvel) e de verniz.

Entre as etapas, passa por estufas, lim-

peza e inspeção. O modelo é planejado

para otimizar ao máximo o uxo de ma-

teriais”, comenta Horvath.

 A área mais controlada é a cabine

de pintura. Nesse ambiente, o uxo de

ar é contínuo descendente, garantindo

que as partículas em suspensão caiam

em uxo de água que circula abaixo dopiso. Para que isso ocorra, a cabine

possui teto ltrante que insua o ar para

o ambiente. A temperatura é mantida a

23ºC (mais ou menos 2ºC), umidade a

65% (mais ou menos 5%) e há também

diferença de pressão entre as áreas

para evitar contaminação cruzada. “Es-

ses parâmetros são adequados para a

aplicação de tintas a base de água. Os

sistemas de ltragem já são aplicados

N áre chmd de

cleanroom, crroceri

recebe licção

de rime, de verniz,

fz-se ré-cur e,

finlmente, recebe

licção de tint

Detalhe do robô de pintura e do tetofiltrante

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Capa

desde a década de 1970, porém há

uma evolução contínua quanto à eci-

ência dos ltros, aos sistemas de auto-

mação e ao projeto construtivo, entre

outros pontos. Também gera impacto a

modernização do processo, como, por 

exemplo, a introdução de robôs para a

pintura nal. Com robôs, a necessida-

de de velocidade do ar descendente é

de 0,3 metros por segundo, já quando

o processo é feito por operadores a ve-

locidade é de 0,5 metros por segundo.

Essa diferença exige mudanças de set- 

up e no dimensionamento do sistema

de ar-condicionado”, conta MathiasRunk, gerente de Engenharia Mecâni-

ca – Sistemas de Pintura e Montagem

Final da Durr.

Runk conta também que há um

cuidado especial na estufa, pois ainda

existem tintas que contêm solventes

em sua composição. Esse ingredientetóxico evapora na última estufa. “Te-

mos que garantir a ltragem a plenum

para que o solvente seja coletado e

posteriormente destruído em uma câ-

mera de combustão, junto com outros

particulados sólidos”, observa.

Quanto ao futuro, o gerente de

Engenharia Mecânica da Durr aponta

como tendência o uso de tintas pó, que

propiciam economia na produção, per-

da menor de matéria-prima e redução

da emissão de poluentes. A introdução

dessa nova tecnologia deve reforçar 

ainda mais o controle de contaminação

nas cabines de pintura. “Essa é uma

experiência distante ainda, em função

dos custos elevados da tinta pó. Ou-

tra novidade é substituir a lâmina de

água que passa abaixo do térreo por 

um processo de arrasto provocado por 

ventiladores. A tinta em suspensão édirecionada a um ltro especial que tra-

balha em alta velocidade e que contém

um produto químico em seu interior.

Em contato com o produto, a tinta vai

se aglomerando, criando uma borra,

que pode ser incinerada ou reciclada.

Cabine de aplicação de cera

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Esse sistema, chamado de Dry Scrub - 

ber , foi desenvolvido pela Durr e oferece

redução de 60% do custo de energia ede 90% da emissão de particulados. Al-

gumas fábricas no exterior já se valem

dessa nova tecnologia”, revela Runk.

a licção em vidros

 Assim como as embalagens far-

macêuticas de vidro já são produzi-

das em áreas classicadas, os vidros

laminados utilizados pela indústria de

automóveis também precisam de cui-

dados especiais. Segundo o chefe de

métodos e processos da Sain-Gobain

Glass, João Carlos Valério, a utiliza-

ção da sala limpa é fundamental para

garantir produtividade. “No nosso caso

não há retrabalhos, uma vez detecta-

do um corpo estranho superior a meio

milímetro em um para-brisas ele é des-

cartado”, conta.Valério explica que além da sala

limpa, a empresa utiliza uniformes es-

peciais para o manuseio do vidro. “A

produção é em uma área ISO classe

7, fundamental para que tenhamos

êxito na confecção dos vidros lamina-

dos”, reforça. No Brasil, a Saint-Gobain

Glass está presente desde a aquisição

da Companhia Vidraria Santa Marina

pelo grupo francês Saint-Gobain.

a evolução dos

sistems de filtrgem

está relciondo à

eficiênci dos filtros,dos sistems de

utomção e do rojeto

construtivo